Novembro 2009 2 TESTEMUNHO NA 1ª PESSOA Uma vida sem limitações, com a hemodiálise em casa Tem 74 anos e um intenso amor pela família, pela casa onde vive há 40 anos, por viagens, pelo mar e pelo cinema. Maria Eugénia faz hemodiálise domiciliária desde 2005 e continua a dar prioridade aos mesmos prazeres. Hoje, vê os filmes que nunca tinha visto, mergulha na costa algarvia, voa pelo mundo e a família é o seu «braço direito» em cada sessão de diálise. Aos 40 anos, descobriu que tinha rins poliquísticos, como o irmão. Mas Maria Eugénia Nunes de Almeida foi controlando a doença e assumindo, cada vez com mais afinco, a sua personalidade de «optimista absolutamente inveterada», como se define. Quando estava quase a chegar aos 70 anos, perguntou ao seu médico: «Senhor doutor, acha que alguma vez terei de fazer diálise?» E ouviu uma resposta curta, mas bem-disposta: «Claro!» Nesse momento, caiu-lhe «a alma aos pés». «Eu sempre achei que iria escapar a isso», desabafa. Hoje, passados quatro anos, encara a hemodiálise como parte da sua rotina. Decidiu fazer este tratamento que substitui a função dos rins em casa, com a ajuda do marido, de 77 anos, e da filha, de 49. Continua na página 2. Bem-Estar · Gripe A Dúvidas mais frequentes Apoios e Direitos Agenda Cultural · Encarte no interior www.fresenius-medical-care.pt Passatempo · Sudoku BEM-ME-QUER 02 Testemunho «Tenho sorte por poder fazer hemodiálise. Começo com níveis de 125 mg/dl de ureia [uma substância tóxica que, em pessoas com insuficiência renal, não é devidamente eliminada do organismo] e acabo com pouco mais de 30 mg/dl!» Foi o médico de Maria Eugénia que lhe aconselhou a hemodiálise domiciliária e, com o intuito de perceber que mudanças teria de enfrentar, esta esposa, mãe, avó e dona de casa marcou uma conversa com a enfermeira Margarida Gonçalves, da Fresenius Medical Care. A 23 de Dezembro de 2005, levou a primeira picada no braço. Duas semanas depois, iniciou uma formação de quatro meses em diálise domiciliária. Desde então, segue o tratamento em casa. E, embora tenha a ajuda do marido e da filha, sabe que pode contar com o apoio de uma enfermeira da Fresenius 24 horas por dia. Além disso, assegura que qualquer pessoa é capaz de fazer hemodiálise domiciliária e ressalva que todos os equipamentos e recursos são comparticipados a 100% pelo Estado português. Tempo para pôr os conhecimentos em dia Em vez de despender cinco ou seis horas em cada tratamento num centro de diálise, Maria Eugénia precisa apenas de três horas e meia, dia sim, dia não. Só vai uma vez por mês à Clínica do Lumiar, em Lisboa, para fazer análises de rotina. Por outro lado, não lhe falta conforto, companhia e tempo para apurar os seus conhecimentos sobre economia, política, sociedade e cultura, mesmo durante as sessões de hemodiálise. Das últimas descobertas, destaca “Habla con ella”, de Pedro Almodóvar, um filme que já viu duas vezes. Ao mesmo tempo, «a seguir à diálise, sabe bem descansar e não há melhor lugar do que a nossa casa para isso», confessa. Hoje, Maria Eugénia demora meia hora para montar o aparelho que substitui a função dos 02 A INSUFICIÊNCIA RENAL NÃO É OBSTÁCULO Nem a hemodiálise, nem a insuficiência renal fizeram parar Maria Eugénia Almeida. No mesmo ano em que descobriu que tinha rins poliquísticos (um problema hereditário), em 1975, decidiu iniciar a Licenciatura em História, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Era um muito recente pós-25 de Abril e «andavam todos a gritar pelo comunismo!» «Foi muito engraçado presenciar todo aquele espírito revolucionário», recorda. Ao lado de colegas cerca de 20 anos mais novos, estava realmente embalada no mundo académico quando as três filhas lhe começaram a dar netos (hoje tem seis). «Achei que era terrível não ajudar as minhas filhas para seguir a carreira de professora. Eu fazia muito mais falta em casa!» Por isso, depois de concluir a licenciatura, dedicou-se à função de avó e, hoje, goza da casa como nunca. A hemodiálise é mais uma componente da sua vida e quem rodeia Maria Eugénia também lida naturalmente com este tratamento. «Os miúdos vêem-me a fazer a diálise e não se surpreendem nada», diz, com satisfação, esta avó dedicada. seus rins, a filha dá-lhe a «picada» inicial e o marido regista os valores de ureia, pressão arterial, pressão venosa, etc. «As minhas filhas ficam admiradas quando lhes digo que eu até gosto de montar a máquina!» Entre a organização de fios, filtros e botões, prepara-se para três horas e meia de cinema, televisão, conversas com os netos, as filhas e o marido. Perante este cenário, pergunta: «Como é que eu podia deixar o tanto de bom que tenho em casa?» Desmistificar o tratamento A opção de Maria Eugénia Almeida pelo tratamento domiciliário permitiu-lhe «desmistificar» a hemodiálise. Por isso, aconselha todas as pessoas que sofrem de insuficiência renal a ponderar esta hipótese. Aliás, pelo que tem visto nas suas viagens ao estrangeiro, a diálise domiciliária já tem muitos adeptos. «Quando vou a Bruxelas, o centro de hemodiálise que me recebe tem um mapa, na parede, cheio de pontinhos… São as pessoas que fazem diálise em casa. Mas, aqui em Portugal, ainda são muito poucas», constata. Um dos três filhos de Maria Eugénia vive na capital belga e essa é a razão que a faz voar muitas vezes para esta cidade. A diálise, que tem de fazer três vezes por semana, não a distancia da família e muito menos a prende aos arredores de Lisboa, onde vive há mais de 40 anos. Gosta de viajar e, por isso, já fez diálise em Coimbra, Faro, Bruxelas e Berlim, por exemplo. «A Fresenius trata de tudo e, de vez em quando, vou a um centro de diálise para aliviar o meu marido», conta. As sessões de hemodiálise em nada prejudicaram a energia desta mulher. Quando era criança, frequentava aulas de ballet. Depois, durante muito tempo, praticou ginástica e, hoje, dedica-se ao mar. «Gosto de estar no Algarve. É uma felicidade estar umas horas ligada a uma máquina para limpar o sangue e, no dia seguinte, poder seguir pelo mar adentro, sem qualquer sinal de doença ou de cansaço», garante. Activa e feliz, Maria Eugénia desvenda um próximo plano, para concretizar com o marido, com quem vive há 53 anos: «Qualquer dia, havemos de ir a Paris!». BEM-ME-QUER 02 www.fresenius-medical-care.pt Bem-Estar GRIPE A Dúvidas mais frequentes • Quando se deve começar a tomar medicação? A medicação para este tipo de infecção é sempre utilizada por indicação médica e só em casos bem identificados. • O que mata o vírus? O sol, mais de 5 dias no ambiente, o sabão, o álcool gel e os antivirais específicos. • Qual é a forma como o vírus entra no corpo? Habitualmente penetra pelas mucosas: nariz, boca e olhos e chega a elas pelo contacto directo ao dar a mão ou beijar a face. • Posso apanhar o vírus ao ar livre? Se as pessoas estão infectadas e tossem ou espirram perto de si, pode acontecer, mas o ar é um meio de pouco contágio. • O vírus é letal? Não, o que pode provocar a morte são as complicações da doença causadas pelo vírus, como por exemplo a pneumonia. • A água nas piscinas transmite o vírus? Não, porque ela contém substâncias químicas e cloros que o inactivam. • Quanto tempo pode durar o vírus vivo numa superfície? Até 10 horas. • Qual a utilidade do álcool na higiene das mãos? Deixa o vírus inactivo e mata-o. • Qual é o meio mais eficaz de transmissão deste vírus? O ar não é a forma mais eficaz de transmissão do vírus, o factor mais importante para a fixação do vírus é a humidade, (revestimento do nariz, boca e olhos). O vírus não voa e não atinge mais de um metro de distância. • É fácil infectar-se em aviões? Não parece ser um meio propício. • Onde é que o vírus se encontra no meio ambiente? Quando uma pessoa contagiada tosse ou espirra, o vírus pode permanecer em superfícies lisas, como portas, dinheiro, papéis, documentos, desde que haja humidade. Uma vez que não se pode esterilizar o ambiente é extremamente recomendada a higiene das mãos. • Pode-se comer carne de porco? Sim, pode, não há nenhuma evidência de risco de contágio. • Qual é a melhor técnica de lavagem das mãos? Lavar as mãos frequentemente ajuda a evitar o contágio por vírus da gripe e por outros germes. Recomenda-se que use sabão e água, cobrindo toda a superfície das mãos. A lavagem das mãos deve ser minuciosa e demorar mais de 30 segundos. Quando tal não for possível, podem ser usados toalhetes descartáveis, soluções e gel de base alcoólica, que se adquirem nas farmácias e nos supermercados. Se utilizar um gel, esfregue as mãos até secarem e não use água. • A máscara é útil para cobrir a boca? Existem algumas máscaras que protegem deste vírus mas estão indicadas apenas em situações muito particulares (prestação de cuidados de saúde invasivos). A utilização incorrecta pode mesmo propiciar a infecção. Se já está infectado, é melhor usá-la para evitar infectar outras pessoas; neste caso ela é bastante eficiente. • Posso fazer exercício ao ar livre? Sim, as actividades ao ar livre não são desaconselhadas. • Como posso evitar a infecção? Evitar contacto com pessoas doentes. Lavar as mãos com muita frequência, mais de 10 vezes ao longo do dia. • Quem está a salvo da doença ou quem é menos susceptível? Não há ninguém a salvo, o que ajuda é a higiene dentro de casa, escritório, utensílios e evitar lugares públicos. • Qual o período de transmissão do vírus? Desde 1 dia antes de ter sintomas até 7 dias depois do seu início. • Os animais de estimação podem propagar o vírus? Não há evidências de que tal possa acontecer. • Qual é o período de incubação do vírus? Em média 5 a 7 dias e os sintomas aparecem quase que imediatamente. • O álcool gel é eficaz? Sim, muito eficaz. • A gripe convencional poderia tornar-se Gripe A? Não, são vírus diferentes. 03 BEM-ME-QUER 02 Bem-Estar Exercício Físico para o seu bem-estar A prática de exercício físico é essencial para a saúde e bem-estar de qualquer pessoa e para todas as idades. Jovens, adultos e idosos levam uma vida mais tranquila e saudável quando têm por hábito fazer exercício físico. Assim, opte por praticar alguma actividade e vai ver que se sentirá muito menos cansado e com mais energia para enfrentar o seu dia-a-dia. Mas atenção, antes de iniciar qualquer tipo de exercício contacte o seu médico, para juntos escolherem o que melhor se adapta à sua situação (idade, estado de doença, condição física). Caminhar, por exemplo, é uma das actividades mais saudáveis, menos cansativas. Este tipo de actividade reduz os problemas cardíacos, previne a hipertensão arterial, reduz os níveis de colesterol e activa a circulação sanguínea, entre outros benefícios. É ainda importante ao nível da perda de massa muscular (característica de quem faz diálise). Uma vez que o ajudará a ganhar e a fortalecer os músculos, como, por exemplo o coração. Ao iniciar a prática de qualquer actividade física, consulte o seu nutricionista ou dietista, já que com o exercício poderá sentir mais fome e/ou sede. Apenas este especialista lhe poderá indicar se deve ou não ingerir mais líquidos ou manter/alterar a sua dieta. Agenda Cultural LISBOA: Amália, coração independente Museu Colecção Berardo Praça do Comércio 1449-003 Lisboa Segunda a Sexta - 10h às 19h Sábado - 10h às 22h COIMBRA: Festival de Música de Coimbra 2009 22 de Outubro a 13 de Dezembro PORTO: Exposição “World Press Photo 2009” De 20 de Novembro a 13 de Dezembro Fórum da Maia Terça a Domingo - 15h às 19h Passatempo Dificuldade: 3 7 1 2 3 5 Apoios e Direitos Nesta edição divulgamos para si num encarte a Carta dos Direitos de Acesso aos Cuidados de Saúde pelos Utentes do Serviço Nacional de Saúde. Leia e informe-se sobre os direitos que lhe assistem. Participe no nosso jornal Envie-nos textos, fotos comentadas, poemas, artigos de opinião. Este espaço é seu e gostaríamos de ter o seu contributo para enriquecê-lo. Os nossos contactos são: Direcção de Comunicação, [email protected], Tel: 21 750 11 00, morada: Fresenius Medical Care Portugal, Rua Professor Salazar de Sousa, lote 12, 1750-233 Lisboa. 04 9 2 8 8 3 4 7 9 2 5 3 5 6 2 3 9 3 1 2 9 3 6 7 4 FICHA TÉCNICA Propriedade: Fresenius Medical Care Portugal Edição: Direcção de Comunicação / Nicole Matias Distribuição: Gratuita Tiragem: 3.000 exemplares Design: Addmore Comunicação