AVALIAÇÃO DOS CASOS DE ESPINHA BÍFIDA ENTRE 2009 E 2013 NO SETOR DE MEDICINA FETAL DA CLÍNICA OBSTÉTRICA DO HCFMUSP Requeijo M J R, Penoni K Z, Francisco R P V, Bunduki V, L A Requeijo M H R, Oliveira W J. INTRODUÇÃO: A espinha bífida caracteriza-se por formação incompleta das estruturas que protegem a medula espinhal e por fechamento inapropriado dos ossos da coluna. Os tipos mais comuns são a mielomeningocele e a meningocele, que são formas abertas de (1) espinha bífida e podem resultar em graves seqüelas neurológicas, sendo sua incidência de 0,5 a 0,8 por mil nascimentos . A ultrassonografia se apresenta como o método de escolha para o diagnóstico da espinha bífida no período gestacional, sendo capaz de detectar em torno de 80% a 100% dos casos. FIG 1 e 2 : Apresentação de mielomeningoceles em topografia sacro/pélvica, locais de maior incidência desta malformação em nossa casuística e também na literatura. OBJETIVOS E MÉTODOS: Estudo prospectivo longitudinal visando avaliação dos casos de espinha bífida atendidos no setor de medicina fetal da clínica obstétrica do hospital das clínicas da faculdade de medicina da universidade de São Paulo (HCFMUSP), durante o período compreendido entre os anos de 2009 a 2013, com relação a idade materna ao diagnóstico, paridade, idade gestacional da primeira ultrassonografia e localização da lesão. DISCUSSÃO: Durante este período de estudo foram avaliados 88 casos de espinha bífida acompanhados no setor de medicina fetal e que tiveram seguimento no pré-natal de nossa instituição. Em relação a idade materna a média foi de 27 anos. Em relação à paridade, as primigestas representaram a maior incidência deste estudo com 63,0 % dos casos. A idade gestacional média da primeira ultra-sonografia realizada em nossa instituição foi de 27 semanas, com idade mínima de 17 semanas e máxima de 40 semanas. Com relação à localização das lesões nos fetos acometidos, assim se distribuíram: Torácicas: 8 casos (9,1 %); Lombares: 74 casos (84,1 %) e sacrais: 6 casos (6,8 %). Observa-se a maior frequência dos casos nas vértebras lombares L3 e L4 que representaram conjuntamente mais da metade dos casos ( 56,8%). CONCLUSÃO: Concluímos que número significativo de pacientes são encaminhadas tardiamente para a avaliação dos seus casos. Devemos nos atentar para a importância da suplementação do ácido fólico no período pré-concepcional para a redução dos casos, (2) principalmente nas adolescentes e jovens nuligestas . Acreditamos que exames ultrassonográficos de qualidade sendo realizados precocemente na rotina do pré-natal, podem evitar que os casos cheguem em idade gestacional avançada aos centros (3) terciários, fato este que interfere na programação da conduta obstétrica, seja esta com a correção intra-útero ou para correção no período pós-natal. REFERÊNCIA : 1- American College of Obstetricians and Gynecologists: Prenatal detection of neural tube defects. Technical bulletin no. 99, Dec 1986. 2- Wald NJ, Law MR, Morris JK, Wald DS. Quantifying the effect of folic acid. Lancet. 2001;358(9298):2069-73. 3- N. Scott Adzick, M.D., Elizabeth A. Thom, Ph.D., Catherine Y. Spong, M.D., John W. Brock, III, M.D., Pamela K. Burrows, M.S., Mark P. Johnson, M.D., Lori J. Howell, R.N., M.S., Jody A. Farrell, R.N., M.S.N., Mary E. Dabrowiak, R.N., M.S.N., Leslie N. Sutton, M.D., Nalin Gupta, M.D., Ph.D., Noel B. Tulipan, M.D., Mary E. D'Alton, M.D., and Diana L. Farmer, M.D. for the MOMS Investigators. A Randomized Trial of Prenatal versus Postnatal Repair of Myelomeningocele.. N Engl J Med 2011; 364: 993-1004