PARASITOLOGIA BÁSICA
Aula 04: Toxoplasmose, Giardíase e Tricomoníase
PARASITOLOGIA BÁSICA
Na aula de hoje veremos três parasitos importantes sob
diferentes pontos de vista. O Toxoplasma gondii que é muito
importante quando infecta mulheres grávidas. A toxoplasmose
é uma zoonose de distribuição mundial. Ocorre em animais de
estimação e produção incluindo suínos, caprinos, aves, animais
silvestres, cães, gatos e a maioria dos vertebrados terrestres
homeotérmicos (bovinos, suínos, cabras, etc.). Acarreta abortos
e nascimento de fetos mal formados.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Já a Giardia lamblia que causa a giardíase, uma das infecções
parasitárias
intestinais
mais
comuns
em
países
em
desenvolvimento. A Giardia está distribuída mundialmente. No
Brasil sua prevalência varia de 4 a 30%, dependendo das
condições socioeconômicas e de saneamento da população. É
considerada como a principal causa de surtos de diarreia com
origem na contaminação de água dos reservatórios.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
E, falaremos também do Trichomonas vaginalis que causa uma
doença infectocontagiosa do sistema geniturinário do homem e
da mulher, sendo considerada uma doença sexualmente
transmissível.
A
tricomonose
é
a
doença
sexualmente
transmissível (DST) não viral mais comum do mundo. Na mulher,
a infecção tem sido associada a sérias sequelas, como doença
inflamatória pélvica, câncer cervical, parto prematuro e baixo
peso de bebês nascidos de mães infectadas. A infecção pelo T.
vaginalis aumenta a transmissão e aquisição do HIV.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Conteúdo Programático desta aula:
 Formas de transmissão da: toxoplasmose, giardíase e
tricomoníase;
 Formas infectantes do Toxoplasma gondii para o homem e
para o animal;
 Ciclo biológico do Toxoplasma gondii;
 Formas de prevenção da toxoplasmose, giardíase e
tricomoníase;
 Agente etiológico da giardíase;
 Ciclo biológico da tricomoníase.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
TOXOPLASMOSE
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PARASITOLOGIA BÁSICA
TOXOPLASMOSE
A toxoplasmose é uma zoonose de felídeos de larga distribuição
geográfica que infectando principalmente aves e mamíferos e,
em especial, os seres humanos, com níveis elevados de
prevalência.
Vários levantamentos epidemiológicos no Brasil
mostraram positividade que em adultos, vão até 50%, chegando
mesmo a 80%.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
No imunocompetente a toxoplasmose assume caráter benigno,
pois o rápido desenvolvimento de imunidade humoral e celular
restringe eficientemente a ação patogênica do parasito.
No
imunocomprometido,
porém,
libertando-se
da
ação
imunológica que o cerca, o toxoplasma invade órgãos e tecidos,
onde se reproduz como taquizoítas, causando as formas graves
da toxoplasmose.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Essas
formas
imunodepressões
graves
são
observadas
medicamentosas,
nos
na
AIDS,
nas
transplantes,
especialmente de coração, fígado e medula óssea, nas doenças
debilitantes e ainda, nos imunologicamente imaturos, como o
feto e o recém-nascido.
O Toxoplasma gondii é um esporozoário que infecta grande
número de vertebrados de sangue quente, inclusive o homem.
O parasito invade as células do hospedeiro onde se multiplica.
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MORFOLOGIA E HABITAT
O T. gondii apresenta em seu ciclo biológico várias formas,
dependendo da fase e do hospedeiro. Podem ser encontrados
em vários tecidos e células (exceto hemácias) e líquidos
orgânicos (saliva, leite, esperma, líquido peritoneal, entre
outros).
Nos felídeos podem ser encontradas as formas do
ciclo sexuado no epitélio intestinal e também no meio exterior
junto com as fezes desses animais após completar a fase
intestinal.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
As principais formas que o parasito apresenta durante o ciclo
evolutivo são: taquizoítos, bradizoítos e oocistos (contendo os
esporozoítos).
Essas três formas infectantes apresentam
organelas citoplasmáticas características do filo Apicomplexa,
que só podem ser observadas em microscopia de eletrônica de
transmissão.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Observa as figuras
para conhecer melhor as características
desse protozoário.
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Esquema do Toxoplasma gondii representante do filo Apicomplexa,
caracterizado por: anel polar; conóide, microtúbulo, micronema, roptrias e
outras estruturas.
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Trofozoíta e Taquizoíta
Forma de meia-lua, um dos polos apresenta-se mais grosso e o
outro mais afilado. Medem cerca de 4 – 8 micra de
comprimento por 2 – 4 de largura.
São formados pela
multiplicação por endodiogenia dos esporozoítas, que consiste
em um processo de brotamento interno do parasito dando
origem a 2 indivíduos dentro da membrana do protozoário
original. Essa multiplicação ocorre durante a fase aguda ou
proliferativa da infecção, e é tanto mais rápida quanto maior a
virulência da cepa.
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Os Taquizoítas são encontrados nas células do sistema
fagocítico
mononuclear
de
hospedeiros
definitivos
e
intermediários.
T. gondii taquizoitos
Taquizoítos em tecido muscular
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Os Trofozoítas são encontrados nas células epiteliais do
intestino delgado ou do cólon do felino infectado.
Os Taquizoítas se localizam no citoplasma celular, nunca tendo
sido observados no interior dos núcleos. Pode também ocorrer
taquizoítas extracelulares nos líquidos orgânicos, como por
exemplo, no líquido peritoneal.
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Oocistos
São encontrados nos tecidos, sendo esféricos no cérebro e na
retina (medindo 20 – 200 micra de diâmetro), mas são
alongados no músculo estriado onde medem até 200 micra de
comprimento.
Contêm
vários
bradizoítas
originados
da
multiplicação dos taquizoitas que penetram nos tecidos.
Recebem esse nome porque a multiplicação é lenta, ao
contrário do que acontece com os taquizoítas, que é rápida.
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Essa forma ocorre durante a fase crônica da infecção. São
semelhantes aos taquizoítas, exceto por conter um maior
conteúdo
de
substância
semelhante
ao
glicogênio
e
encontrarem-se dentro de cistos.
T. gondii oocistos esporulados
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Pseudocistos são
ingeridos com carnes
mal cozidas ou cruas
CICLO BIOLÓGICO
O ciclo biológico do T. gondii
Ciclo
sexual
Hospedeiros reservatórios
Taquizoítos infectam
as células do fígado
via corrente
sanguínea
Oocistos eliminados
pelas fezes
desenvolve-se em duas fases
distintas:
1. Fase assexuada
Infecção
congênita
Pseudocistos em tecidos de
camundogos
Lesões cerebrais
Corioretinite
Taquizoítos
2. Fase sexuada
Ciclo
assexuado
Linfadenites
Macrófagos infectados
distribuem taquizoítos
pelo organismo
Hepatites
Pseudocistos são
produzidos em resposta a
imunidade adaptativa
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1.Fase assexuada: nos tecidos de vários hospedeiros (inclusive
gatos e outros felídeos);
2.Fase sexuada: nas células do epitélio intestinal de gatos
jovens (e outros felídeos) não imunes.
Assim, podemos observar que o T. gondii apresenta um ciclo
heteróxeno, onde os gatos são considerados hospedeiros
definitivos, pois possuem o ciclo sexuado (epitélio intestinal) e
ciclo assexuado (outros tecidos) e, o homem, outros mamíferos
e aves são considerados hospedeiros intermediários, pois
possuem apenas o ciclo assexuado.
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FASE ASSEXUADA
Um hospedeiro suscetível (homem, por exemplo), ingerindo
oocistos maduros contendo esporozoítos ou entrando em
contato com taquizoítos eliminados na urina, leite, esperma,
perdigotos etc.,
ou ainda, taquizoítos ou cistos contendo
bradizoítos encontrados na carne crua, poderá adquirir o
parasito e desenvolver a fase assexuada. As formas de
taquizoítos que chegam ao estômago serão destruídas, mas as
que penetrarem na mucosa oral ou forem inaladas poderão
evoluir, do mesmo modo que os oocistos e cistos.
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Cada taquizoíto, esporozoíto ou bradizoíto sofrerá intensa
multiplicação, após rápida passagem pelo epitélio intestinal e
penetrará em vários tipos de células do organismo formando
um
vacúolo
citoplasmático
(vacúolo
parasitóforo),
onde
sofrerão divisões sucessivas por endodiogenia, formando novos
taquizoítos (fase proliferativa) que irão romper a célula
parasitada, liberando novos taquizoítos que invadirão novas
células. Essa fase inicial da infecção – fase proliferativa –
caracteriza a fase aguda da doença.
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Neste ponto, a evolução poderá ir até a morte do hospedeiro,
o que poderá ocorrer em fetos ou em indivíduos com
comprometimento imunológico, ou diminuir e cessar pelo
aparecimento de anticorpos específicos. Com o aparecimento
da imunidade, os parasitos extracelulares desaparecem do
sangue, da linfa e dos órgãos viscerais, e há uma diminuição
intracelular. Os parasitos resistentes evoluem para a formação
de cistos.
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Esta
fase
cística,
juntamente
com
a
diminuição
da
sintomatologia, caracteriza a fase crônica. Essa fase pode
permanecer por longo tempo ou, por mecanismos ainda não
esclarecidos inteiramente (diminuição da imunidade ou da
resistência,
alteração
reagudização,
com
hormonal
etc.),
sintomatologia
poderá
semelhante
haver
à
primoinfecção.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Fase sexuada
O ciclo sexuado ocorre somente nas células epiteliais,
principalmente do intestino delgado de gato e de outros
felídeos jovens. São, por isso, considerados hospedeiros
definitivos. Assim, um gato jovem e não imune, infectando-se
oralmente, por oocistos, cistos ou traquizoítos, desenvolverá o
ciclo sexuado. O tempo decorrido dessa infecção até o
aparecimento de novos oocistos em suas fezes (período pré-
patente) dependerá da forma ingerida.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Este período será de três dias a dez dias, quando a infecção
ocorrer por cistos; 19 dias ou mais, pôr taquizoítos e 20 ou mais
dias, por oocistos.
Os esporozoítos, bradizoítos ou tazuizoítos, ao penetrarem no
epítélio
intestinal
do
gato
sofrerão
um
processo
de
multiplicação por endodiogenia e merogonia (esquizogonia),
dando
origem
a
vários
merozoítos.
O
conjunto
desses
merozoítos formados dentro do vacúolo parasitóforo da célula é
determinado meronte ou esquizonte maduro.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
O rompimento da célula parasitada libera os merozoítos que
penetrarão em novas células epiteliais e se transformarão nas
formas sexuadas masculinas e femininas: os gametócito ou
gamontes que, após um processo de maturação, formarão os
gametas masculinos móveis – microgametas (com dois flagelos)
e
femininos
imóveis
–
macrogametas.
O
macrogameta
permanecerá dentro de uma célula epitelial, enquanto que os
microgametas móveis sairão de sua célula e irão fecundar o
macrogameta, formando o ovo ou zigoto.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Este evoluirá dentro do epitélio, formando uma parede externa
dupla, dando origem ao oocisto; depois, a célula epitelial, em
alguns dias sofrerá rompimento, liberando o oocisto imaturo.
Essa forma, juntamente com as fezes, alcançará o meio
externo e, após um período de cerca de quatro dias, ficará
maduro e apresentará dois esporocistos contendo quatro
esporozoítos, cada.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
O gato jovem é capaz de eliminar oocistos durante um mês,
aproximadamente. O oocisto, em condições de imunidade,
temperatura e local sombreado favoráveis, é capaz de se
manter infectante por cerca de 12 a 18 meses.
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PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
O T. gondii, apesar de infectar frequentemente o homem, é um
protozoário parasita de natureza benigna, pois raramente
determina distúrbios no seu hospedeiro e, quando isso acontece,
as perturbações são em geral de natureza leve e temporária.
Raramente é responsável por lesões permanentes e mais
raramente ainda é causa de morte.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Nos imunocompetentes os toxoplasmas são segregados em
microcistos, assumindo a forma cística de resistência que
caracteriza a latência do processo em sua forma crônica,
habitualmente permanente por toda a vida. Assim, é comum
que a fase aguda da infecção se mantenha em níveis subclínicos
ou apenas com manifestações semelhantes às da mononucleose,
de pouca expressão clínica, embora possam ocorrer formas
meningoencefálicas,
pulmonares,
renais,
de
hepatite,
miocardite etc.
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A forma ocular na fase crônica, está relacionada com a
presença das formas císticas na retina, assim como com
fenômenos de natureza imunológica.
Cistos de T. gondii encontrados em retinas estruturalmente
normais
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Toxoplasmose congênita
(manifestações mais graves da doença)
- Se a infecção ocorre nos primeiros meses de gravidez, o feto
pode morrer e ser expulso, prematuramente ou a termo.
- Se ocorre mais tarde, a criança pode nascer com vida, com
todos os estigmas da toxoplasmose congênita
Tétrade
de
Sabin:
modificação
do
volume
do
crânio;
calcificações cerebrais; coriorretinite e retardamento mental.
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Se ocorrer nos últimos meses da gravidez, a criança pode
nascer com vida e com aparência normal, desenvolvendo-se a
doença, com toda a sua sintomatologia, algumas semanas após
o nascimento.
Os primeiros sinais da infecção são: hepatosplenomegalia,
linfadenopatia generalizada, derrame nas cavidades do corpo,
edema do tecido subcutâneo, edema dos músculos, miocardite,
anemia e trombocitopenia (baixa de plaquetas). A encefalite
pode ser acompanhada de convulsões. À medida que as lesões
cerebrais cicatrizam, elas tendem a se calcificarem.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
A transmissão da infecção ao feto não é obrigatória, mesmo
quando a protozoose ocorre agudamente no decurso da
gestação; prova disto é que metade dos filhos de mães com
infecção toxoplasmótica nasce sem toxoplasmose, ficando
totalmente incólumes e compondo panorama promissor, em
contraposição à parcela não dominante dos intensa ou
claramente lesados.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
FORMA ADQUIRIDA
Os aspectos clínicos são muito variáveis, indo desde casos
inaparentes
até
os
pneumônicos
graves
ou
encefalites
fulminantes.
- Fase aguda: generalizada, independente da idade ou
mecanismo de transmissão. Envolve todas as vísceras, incluindo
o Sistema Nervoso Central. Frequentemente é assintomática;
outras vezes, de acordo com os sintomas predominantes,
manifesta-se com pneumonite, hepatite, meningoencefalite,
erupção cutânea etc.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
- Fase subaguda: ocorre devido à persistência e proliferação do
toxoplasma no SN inclusive nos olhos. Também pode ser
assintomática ou manifestar-se através de coriorretinite,
calcificações cerebrais, micro-hidrocefalia.
- Fase crônica: depende da persistência dos cistos de
toxoplasma no Sistema Nervoso Central, nos olhos e no
miocárdio. Frequentemente é assintomática.
Qualquer uma dessas fases pode terminar na morte ou
continuar assintomática, já que os cistos podem permanecer
indefinidamente, mesmo após tratamento.
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GIARDÍASE
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PARASITOLOGIA BÁSICA
GIARDÍASE
Infecção intestinal causada por um protozoário (ser unicelular)
flagelado limitada ao intestino delgado e ao trato biliar. As
denominações Giardia lamblia, Giardia duodenalis e Giardia
intestinalis
têm
sido
empregadas
como
sinonímia,
particularmente para isolados de origem humana.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Este parasita apresenta-se sob as formas de trofozoítos que são
as formas ativas vivendo e se reproduzindo no hospedeiro e as
formas de cistos que são as formas infectantes e de resistência
do parasita. Os cistos ingeridos, em sua passagem pelo meio
ácido do estômago, são ativados e se transformam em
trofozoitos.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
O nível socioeconômico parece não interferir muito na
prevalência da G. lamblia, protozoário flagelado. É um parasito
cosmopolita que atinge ambos os sexos, sendo mais comum em
grupos etários inferiores a 10 anos, sendo uma das causas mais
comuns de diarreia nessa faixa etária, que muitas vezes causa
problemas de má nutrição e retardo no desenvolvimento. Nos
países desenvolvidos, é o parasito intestinal mais comumente
encontrado no homem.
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MORFOLOGIA
A Giardia lamblia apresenta duas formas:
a.
Trofozoíto e,
b.
cisto
Trofozoito
Corpo em forma de pera; arredondado anteriormente, delgado
posteriormente, com simetria bilateral. Mede 10 a 20 micra de
comprimento por 5 a 15 micra de largura. A superfície dorsal
flexível pode ser levantada para cima na direção à superfície
convexa.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Na superfície ventral encontra-se, de cada lado, um disco
suctorial em forma de ventosa, quase circular, salvo o
chanfrado posterior. É por meio dele que o flagelado se fixa à
superfície das células epiteliais. Os quatro pares de flagelos
que se acham dispostos simetricamente, originam-se em uma
série de blefaroplastos. Os núcleos são ovais, tendo um grande
cariossoma central, que pode apresentar-se como massa de
grânulos ou como uma massa sólida oval.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Há
dois
axonemas
que
estão
em
contato
com
oito
blefaroplastos, emergindo um filamento de cada, nas seguinte
disposição: par anterior, par mediano e par caudal.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Cisto
Oval ou elipsoide, medindo cerca de 12 micra de comprimento
por 8 de largura. Possui membrana fina resistente (contendo
quitina em sua composição), destacada do citoplasma. No
interior encontram-se 2 a 4 núcleos, 4 faixas longitudinais
(axonemas) e os corpos parabasais.
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CICLO BIOLÓGICO
Os cistos são as formas infectantes. A transmissão se dá pela
ingestão de água ou alimentos contaminados, contato direto
pessoa a pessoa (principalmente em creches, asilos, orfanatos
e clínicas psiquiátricas); artrópodes (pois os cistos podem
permanecer vivos durante 24 horas no intestino de moscas e
sete dias na barata), sendo os artrópodes capazes de
disseminar
o
regurgitamento;
parasito
sexo
através
anal-oral;
de
seus
riachos
e
dejetos
ou
reservatórios
contaminados.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Os cistos são muito resistentes, permanecendo viáveis durante
dois meses no meio exterior. A cloração da água bem como o
seu aquecimento até 60OC, não é suficiente para sua
destruição. A água fervida por cinco minutos é efetiva na
inativação dos cistos, porém o congelamento não os destrói.
O parasito pode ser encontrado em todo o intestino delgado e
excepcionalmente
no
intestino
grosso.
Localiza-se
com
frequência nas porções mais altas do intestino, sendo o
duodeno o seu habitat preferencial.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Os cistos chegam ao duodeno após ingestão, deixam sair de
dentro da membrana o parasito, que por um processo
complicado de divisão binária longitudinal, multiplica-se
intensamente. Dias depois, alguns trofozoítas que estavam
presos à mucosa duodenal pelas ventosas, soltam-se, iniciando-
se o processo de encistamento, que ocorre principalmente no
ceco.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Tem sido sugerido que a resposta imune local seja responsável
pelo destacamento do trofozoíta da mucosa, dando início ao
processo de encistamento. No entanto, outros fatores tais
como estímulo dos sais biliares e influência do pH intestinal,
também poderiam ter influência.
Os cistos são eliminados nas fezes em grandes quantidades.
Admite-se hoje que em infecções de média intensidade, o
número de cistos eliminados por dia varia de 300 milhões a 14
bilhões. Ocorre interrupção dessa eliminação por 7 a 10 dias.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
CICLO BIOLÓGICO
Giardia lamblia
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PARASITOLOGIA BÁSICA
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
Geralmente a sintomatologia ocorre em crianças e raramente
em adultos, provavelmente porque o parasito estimula certo
grau de resistência. Multiplicando-se intensamente, é capaz de
em cerca de 30 dias. Após essa multiplicação intensa, o
parasito coloniza (como um tapete) a mucosa duodenal e
jejunal (presos à mesma com auxílio de sua ventosa).
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Desta forma irá provocar irritação da mucosa, levando em
consequência a enterite. Devido a esta ação mecânica e
irritativa, as gorduras, as vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) e
o ácido fólico, não são bem absorvidos. A presença destes
nutrientes em grande quantidade na luz intestinal, juntamente
com a enterite, provoca o aumento do peristaltismo e diarreia
gordurosa.
Em
consequência,
o
paciente
entra
em
emagrecimento e avitaminose.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Ao determinar a duodenite, caracteriza-se a sintomatologia
pelo aparecimento de fenômenos dolorosos e epigástricos,
simultaneamente à perturbações do tipo dispéptico. Os
pacientes queixam-se de azia, náuseas e digestão difícil. As
fezes diarreicas apresentam-se líquidas ou então moles, com
consistência de mingau, muito fétidas, às vezes de coloração
esverdeada. Outros fatores devem também influenciar na
patogenia e sintomatologia da giardíase, entre eles, o processo
inflamatório e as mudanças na arquitetura da mucosa.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
TRICOMONÍASE
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PARASITOLOGIA BÁSICA
TRICOMONÍASE
A Tricomoníase, tricomoniose ou tricomonose é uma doença
sexualmente transmissível, causada pelo parasita protozoário
unicelular Trichomonas vaginalis. Doença infectocontagiosa do
sistema geniturinário do homem e da mulher. No homem causa
uma uretrite de manifestações em geral discretas (ardor e/ou
prurido uretral e secreção brancacenta, amarelada ou amarelo
esverdeada), podendo, eventualmente ser ausentes em alguns e
muito intensas em outros.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
É uma das principais causas de vaginite, vulvovaginite e
cervicite (infecção do colo do útero) da mulher adulta podendo
porém, cursar com pouca ou nenhuma manifestação clínica.
Quando presente manifesta-se na mulher como um corrimento
vaginal amarelo esverdeado ou acinzentado, espumoso e com
forte odor característico.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
MORFOLOGIA
O T. vaginalis é uma célula polimórfica (mais de uma forma),
tanto no hospedeiro natural quanto em meios de cultura. Os
espécimes vivos são elipsoides ou ovais e algumas vezes
esféricos. Com ralação a forma, os tricomonanídeos só
apresentam a forma de trofozoíto, não existindo, portanto, a
forma cística.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
T. vaginalis
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Na forma de trofozoíto observa-se
Flagelos:
 3 a 6 flagelos, que além de servirem para locomoção, são
importantes para captura de alimento, sendo que um dos
flagelos se dirige para trás, formado uma típica membrana
ondulante quando se locomove;
Periplasto
 membrana delicada que recobre o parasito;
 Complexo cinético do flagelo: grânulo basal ou blefaroplasto
(situado no citoplasma, do qual se origina o flagelo);
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Citoplasma:
 rico em glicogênio, pode ter pequenos vacúolos, sendo
capaz, em
algumas
espécies,
de
fagocitar
bactérias
e
eritrócitos;
Axóstilo:
 em
forma
de
fita,
constituído
pela
justaposição
de
macrotúbulos e que se origina no blefaroplasto (grânulo basal);
Costa:
 estrutura em forma de bastonete, provavelmente de
natureza esquelética;
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PARASITOLOGIA BÁSICA
Citóstoma:
 abertura situada na origem do flagelo;
Núcleo:
 relativamente grande.
Morfologia do T. vaginalis
Trofozoita
AF=Flagelos anteriores
RF= Membrana ondulante
CO= Costa
AX= Axonema
HY= Hidrogenossomas
PB= Filamento parabasal
PG= Corpo parabasal
N = Núcleo
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NUTRIÇÃO
T. vaginalis adquire nutrientes através do transporte da
membrana celular e fagocitose. A membrana ondulante auxilia
neste processo.
Bactérias, arqueas, e até mesmo partes da
parede vaginal são consumidos. Enzimas quebram essas fontes
de alimentos e convertê-nas em energia utilizável através da
glicólise.
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HABITAT
T. vaginalis não são organismos de vida livre. Eles precisam de
um hospedeiro humano ou animal. T. vaginalis tem uma
distribuição mundial. Nos homens, o organismo vive no trato
urinário, mais comumente na uretra ou próstata, onde, como
em mulheres, é encontrada no trato reprodutivo, normalmente
na vagina, e pode sobreviver cerca de 24 horas na urina, sêmen
ou água.
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REPRODUÇÃO E CICLO DE VIDA
O protozoário ao atingir o novo hospedeiro, encontrando
condições favoráveis, passa a multiplicar-se por divisões
binárias sucessivas, colonizando-se. Reproduz-se com mais
intensidade na vagina com pH menos ácido (4,5 a 5) mas
reproduz-se também na uretra masculina. Os mecanismos de
transmissão ainda não estão inteiramente conhecidos. Em
primeiro lugar está a possibilidade da infecção por via sexual,
pois o homem alberga frequentemente o parasito.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
A promiscuidade deve exercer papel importante na transmissão
do flagelado de uma para outra mulher. O protozoário é
resistente no meio externo em condições de umidade,
conservando por algum tempo após sua expulsão do organismo,
sua vitalidade e infecciosidade. Assim, roupas pessoais, roupas
de cama, de clister ou artigos de toalete, assentos de privada,
instrumentos ginecológicos, podem veicular o parasito.
Admite-se ainda que as meninas se contaminem no momento do
nascimento, de mães infectadas.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
O flagelado pode viver muitos anos no canal genital das
meninas,
em
aparecimento
estado
de
de
sintomas
vida
latente,
quando
determinando
variam
as
o
condições
fisiológicas da vagina infantil, como por exemplo, modificação
da flora, alterando o pH vaginal, na figura 10 você poderá
observar o ciclo biológico.
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PARASITOLOGIA BÁSICA
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PATOGENIA E PREVENÇÃO
A tricomoníase costuma atingir mulheres entre 16 e 35 anos de
idade e se manifesta, no sexo feminino, por: corrimento
esbranquiçado
espumoso,
edema,
prurido,
queimação,
escoriações, ulcerações e sangramento após relações sexuais.
Já nos homens, a parasitíase geralmente é assintomática ou
subclínica, o que justifica o fato da parasitíase ser mais
diagnosticada em mulheres.
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A infecção por Trichomonas pode acarretar diversas doenças
graves nas vias geniturinárias. As características clínicas do
doente podem ser sugestivas da tricomoníase, sendo que na
mulher esta parasitíase deve ser diferenciada das vaginoses
bacteriana e fúngica.
O uso de preservativos, o cuidado com os fômites (instrumentos
ginecológicos, toalhas, roupas íntimas) e o tratamento do
doente e de todos os seus parceiros são as formas de prevenção
da tricomoníase.
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Só o tratamento medicamentoso adequado não garante a
eliminação da doença, visto que mesmo após ter obtido a cura
o paciente deve tomar os mesmos cuidados de quem nunca foi
infectado, porque os medicamentos não impedem a reinfecção.
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RESUMINDO...
Nesta aula vimos:
 A importância da Toxoplasmose durante a gravidez,
 Que a trichomoníase é uma parasitose considerada uma DST;
 Que o saneamento básico é de extrema importância para o
controle das parasitoses.
 Os agentes etiológicos e as formas de transmissão da
toxoplasmose, da giardíase e da trichomoníase.
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