ASSOCIAÇÃO ENTRE MOSAICISMO CONFINADO À PLACENTA E RECÉMNASCIDOS PEQUENOS PARA A IDADE GESTACIONAL. Nogueira SI, Farah LMS. Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina - Departamento de Morfologia / Disciplina de Genética. [email protected] O mosaicismo confinado à placenta (MCP) é uma alteração genética que está presente apenas no tecido placentário enquanto o feto apresenta uma constituição cromossômica variável. Um dos principais efeitos do MCP é o retardo de crescimento intra-uterino. Este estudo visou estudar a possível relação entre mosaicismo confinado à placenta e recém-nascidos com pequenos para a idade gestacional(peso ao nascimento abaixo do décimo percentil) de causa desconhecida (40%). Estudamos três grupos de recémnascidos. Os indivíduos do primeiro grupo eram pequenos para a idade gestacional sem causa clínica que justificasse tal fato, os do segundo grupo eram pequenos para a idade gestacional com causa aparente e o terceiro eram adequados para a idade gestacional. Para cada recém-nascido, foi colhido um fragmento da placenta, e sangue de cordão no momento do parto. As células da placenta dos indivíduos dos três grupos foram analisadas através de uma técnica de citogenética molecular (FISH) e o sangue de cordão foi analisado por citogenética clássica. As sondas cromossômicas utilizadas nesta primeira técnica foram dos cromossomos mais freqüentemente envolvidos em mosaicismo confinado à placenta: 16 (região heterocromática), 7 (região centromérica) e 2 (região centromérica). Os resultados das amostras de sangue de cordão foram todos normais e compatíveis com o sexo. Em relação às amostras placentárias, o grupo de recém-nascidos pequenos para a idade gestacional sem causa aparente foi o que apresentou uma maior freqüência de aneuploidias cromossômicas, o que mostra que a relação entre mosaicimo confinado à placenta e recém-nascidos pequenos para a idade gestacional é verdadeira. Através do tratamento estatístico (a média das alterações cromossômicas, no estroma do grupo de estudo, foi 36 por indivíduo enquanto a média do trofoblasto foi 24 por indivíduo) observamos que o tipo de mosaicismo confinado à placenta mais freqüente em nossa amostra foi o tipo II (confinado ao estroma). Este valor é estatisticamente significante. O cromossomo mais freqüentemente envolvido, nas células do estroma foi o 16, seguido do 2 e do 7, como relatado na literatura. Já nas células do trofoblasto, o cromossomo mais freqüentemente encontrado foi o 7, seguido dos cromossomos 16 e 2. Consideramos que estas conclusôes sejam úteis tanto para os geneticistas, como para os pediatras e obstertras no entendimento do retardo de crescimento, já que o mesmo está relacionado com uma alta taxa de morbidade e mortalidade dos recém-nascidos. Desta maneira, o atendimento às gestantes e seus filhos pode ser melhor e mais eficaz. Órgão Financiador : Fapesp