UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais OCORRÊNCIA, SINECOLOGIA DE Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae) E SEUS INIMIGOS NATURAIS EM Eucalyptus spp. NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ-MT ALEX LIMA DA SILVA CUIABÁ-MT 2010 ALEX LIMA DA SILVA OCORRÊNCIA, SINECOLOGIA DE Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae) E SEUS INIMIGOS NATURAIS EM Eucalyptus spp. NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ-MT Orientador: Prof. Dr. Otávio Peres Filho Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências do Curso de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, para obtenção do título de Mestre. CUIABÁ-MT 2010 Dados Internacionais de Catalogação da Fonte FICHA CATALOGRÁFICA S586o Silva, Alex Lima da Ocorrência, sinecologia de Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae) e seus inimigos naturais em Eucalyptus spp. no município de Cuiabá – MT / Alex Lima da Silva. – 2010. xv, 61 f. : il. ; color. ; 30 cm. “Orientador: Prof. Dr. Otávio Peres Filho”. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Engenharia Florestal, Pósgraduação em Ciências Florestais e Ambientais, 2010. Inclui bibliografia. 1. Eucalipto. 2. Eucalipto – Doenças e pragas. 3. Praga florestal. 4. Psilídeo-de-concha – Eucalipto. 5. Silvicultura. I. Título. CDU – 582.883.4:632.7 Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931 Permitida a reprodução parcial ou total desde que citada a fonte A minha namorada Cibele Kotsubo da Cunha e Castro, pelo amor, carinho, compreensão e incentivo. DEDICO OFEREÇO A minha família em especial minha mãe Zenilda Vieira de Lima e minha tia Zilda Vieira de Lima. AGRADECIMENTOS À UFMT, Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Engenharia Florestal (FENF), pela grande oportunidade de realização do Mestrado. Ao Professor Dr. Otávio Peres Filho, pela orientação, pelos conhecimentos transmitidos durante a graduação e pós-graduação, pelo apoio e amizade que construímos nesses anos de convivência. Ao Professor Dr. Alberto Dorval pela co-orientação neste trabalho. Aos Professores Márcio Nascimento Ferreira e Roberto Antônio Ticle Melo e Souza e a Prof. Dra. Rosina Djunko Myiazaki pela ajuda na confecção deste trabalho. À Capes, pela bolsa de estudo concedida. Aos Engenheiros Florestais Cibele Kotsubo de Cunha e Castro e Rogério Andrade de Sousa, ao Técnico Sr. Manoel Lauro da Silva e ao estudante de graduação em engenharia florestal Pedro Paulo Câmara, pela ajuda na realização das coletas e identificação do material. Ao Sr. Jamir Fernando Jardim Prates proprietário da Fazenda Jardim pela oportunidade ímpar e imenso apoio na realização deste trabalho. À Biocontrole pela doação de uma bobina para confecção das armadilhas adesivas. Aos colegas da terceira turma do mestrado em Ciências Florestais e Ambientais em especial aos Engenheiros Florestais Beno Guilherme, Ernani Possato, Francis Lívio Queiroz, José Renato Maurício da Rocha, Raquel Pereira da Silva e Tânia Fátima da Rosa. A todos aqueles que direta ou indiretamente me auxiliaram na conclusão deste curso de mestrado SUMÁRIO RESUMO................................................................................................................................. ABSTRACT............................................................................................................................ 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... Página xii xiv 1 2 CAPÍTULO I: OCORRÊNCIA DE Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae) EM POVOAMENTOS DE Eucalyptus spp. E SEUS INIMIGOS NATURAIS NO ESTADO DE MATO GROSSO, BRASIL................ RESUMO................................................................................................................................. ABSTRACT............................................................................................................................ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 3 4 4 7 CAPÍTULO II: SINECOLOGIA DE Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae) EM POVOAMENTOS DE Eucalyptus spp. E SEUS INIMIGOS NATURAIS NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ, MT...................................... RESUMO................................................................................................................................. ABSTRACT............................................................................................................................ 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................ 2.1. CARACTERIZAÇÃO DOS HOSPEDEIROS DE Glycaspis brimblecombei......................................................................................................................... 2.2. MONITORAMENTO POPULACIONAL DE Glycaspis brimblecombei......... 2.3. CARACTERIZAÇÃO DOS INIMIGOS NATURAIS DE Glycaspis brimblecombei......................................................................................................................... 2.3.1. Características Gerais do Parasitóide Psyllaephagus bliteus (Hymenoptera: Encyrtidae).................................................................................................. 2.3.2. Caracterização dos Predadores de Glycaspis brimblecombei........................ 3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................. 3.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.............................................................. 3.2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.................................................... 3.3. CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES HOSPEDEIRAS ESTUDADAS.... 3.4. INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO E LEVANTAMENTO POPULACIONAL DE Glycaspis brimblecombei E DE SEUS INIMIGOS NATURAIS.............................................................................................................................. 3.5. PREPARO DO MATERIAL COLETADO E OBTENÇÃO DE DADOS....... 3.6. ANÁLISE DOS DADOS.............................................................................................. 3.6.1. Flutuação Populacional e Influência das Variáveis Meteorológicas na População de Glycaspis brimblecombei e seus Inimigos Naturais........................... 3.6.2. Análises de Variância e Testes de Média............................................................. 3.6.3. Distribuição Espacial................................................................................................... 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................. 4.1. FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DOS DIFERENTES ESTÁGIOS DE Glycaspis brimblecombei...................................................................................................... 4.2. FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE Psyllaephagus bliteus E PREDADORES..................................................................................................................... 4.3. INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS NA POPULAÇÃO DE Glycaspis brimblecombei E SEUS INIMIGOS NATURAIS................................ 10 11 13 15 17 17 18 19 19 21 23 23 23 23 24 27 27 27 28 28 30 30 39 41 4.4. ANÁLISES DE VARIÂNCIA E TESTE DE MÉDIA APLICADA PARA AS QUANTIDADES DE INDIVÍDUOS COLETADOS NAS DIFERENTES FASES DE DESENVOLVIMENTO DE Glycaspis brimblecombei. CUIABÁMT, JUNHO 2008/JULHO 2009........................................................................................ 4.5. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Glycaspis brimblecombei............................... 5. CONCLUSÕES................................................................................................................. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 47 54 56 57 LISTA DE TABELAS Página 1- CORRELAÇÃO DE PEARSON PARA Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009....................................................................................................... 42 2- CORRELAÇÃO DE PEARSON PARA Psyllaephagus bliteus e PREDADORES. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009.......................... 43 3- ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA OS ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009...................................................................................... 47 4- TESTE DE MÉDIA PARA OS ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. FAZENDA JARDIM, CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009......................................... 48 5- ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA A LOCALIZAÇÃO DAS ARMADILHAS PARA OS ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus spp. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009............................. 49 6- TESTE DE MÉDIA PARA OS ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009...................................................................................... 49 7- ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA O ESTÁGIO DE OVO DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009...................................................................................... 50 8- TESTE DE MÉDIA PARA O ESTÁGIO DE OVO DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. FAZENDA JARDIM, CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009......................................... 50 9- ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA O ESTÁGIO DE OVO NAS ALTURAS DE 2m E 4m EM Eucalyptus spp. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009....................................................................................................... 51 10- TESTE DE MÉDIA PARA O ESTÁGIO DE OVO DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009...................................................................................... 51 11- ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA AS NINFAS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009...................................................................................... 52 12- TESTE DE MÉDIA PARA AS NINFAS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. FAZENDA JARDIM, CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009............................................................ 52 13- ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA AS NINFAS DE OVO NAS ALTURAS DE 2m E 4m EM Eucalyptus spp. FAZENDA JARDIM, CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009............................................................ 53 14- TESTE DE MÉDIA PARA AS NINFAS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. FAZENDA JARDIM, CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009............................................................ 53 15- DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL PARA A POPULAÇÃO TOTAL DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009............................................................ 55 16- DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Psyllaephagus bliteus E PREDADORES. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009.......................... 55 LISTA DE FIGURAS 1- LOCALIZAÇÃO DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS NA FAZENDA JARDIM. CUIABÁ-MT......................................................................................................... Página 24 2- INSTALAÇÃO DAS ARMADILHAS ADESIVAS EM TALHÕES DE Eucalyptus spp. CUIABÁ – MT................................................ 26 3- DISPOSIÇÃO DAS ARMADILHAS ADESIVAS DENTRO DOS TALHÕES DE Eucalyptus spp. NA FAZENDA JARDIM. CUIABÁ – MT......... 26 4- FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei, NOS DIFERENTES AMBIENTES AMOSTRADOS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009..................................................................... 30 5- FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis E NO CLONE GG100. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009..................................................................... 32 6- FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei NO CLONE MG1277, NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009................................ 32 7- QUANTIDADE DE OVOS COLETADOS DE Glycaspis brimblecombei, NOS DIFERENTES AMBIENTES AMOSTRADOS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009................................................................................................................ 33 8- QUANTIDADE DE OVOS COLETADOS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis E NO CLONE GG100. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009................................................................................................................ 34 9- QUANTIDADE DE OVOS COLETADOS DE Glycaspis brimblecombei NO CLONE MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁMT, JUNHO 2008/JULHO 2009....................................................................................... 35 10- FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE NINFAS DE Glycaspis brimblecombei, NOS DIFERENTES AMBIENTES AMOSTRADOS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009..................................................................... 36 11- FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE NINFAS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis E NO CLONE GG100. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009..................................................................... 37 12- FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE NINFAS DE Glycaspis brimblecombei NO CLONE MG1277, NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009.................................... 38 13- FLUTUAÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL DO PARASITÓIDE Psyllaephagus bliteus (Hymenoptera: Encyrtidae). CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009................................................................................................................ 39 14- FLUTUAÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL PARA OS PREDADORES DE Glycaspis brimblecombei. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009.................. 40 15- TEMPERATURA MÁXIMA, MÉDIA E MÍNIMA E FLUTUAÇÃO POPULACIONAL TOTAL DE Glycaspis brimblecombei CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009............................................................................................... 43 16- TEMPERATURA MÁXIMA, MÉDIA E MÍNIMA E FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE Psyllaephagus bliteus E PREDADORES DE Glycaspis brimblecombei. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009....................................... 44 17- MACHO E FÊMEA DE Psyllaephagus bliteus COLETADOS NOS DIFERENTES AMBIENTES AMOSTRADOS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009................................................................................................................ 45 18- PRECIPITAÇÃO MÉDIA E UMIDADE RELATIVA DO AR. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009............................................................................................... 46 RESUMO SILVA, Alex Lima. OCORRÊNCIA E SINECOLOGIA DE Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae) EM POVOAMENTOS DE Eucalyptus spp. E SEUS INIMIGOS NATURAIS NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ, MT. 2010. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá – MT. Orientador: Prof. Dr. Otávio Peres Filho. Este trabalho teve por objetivo relatar a ocorrência e realizar estudos sobre a sinecologia de Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) e inimigos naturais em povoamentos florestais de Eucalyptus spp. na Fazenda Jardim, localizada no município de Cuiabá-MT. No estado de Mato Grosso, Glycaspis brimblecombei foi constatado pela primeira vez no ano de 2006 no híbrido “Urograndis” (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus grandis) em Primavera do Leste, e atualmente encontra-se disseminada em Santa Rita do Trivelato, Cuiabá, Várzea Grande, Dom Aquino, Jaciara e Itiquira. Na Fazenda Jardim, no período de 11 de Junho de 2008 a 19 de Julho de 2009, realizaram-se coletas do Glycaspis brimblecombei e de seus inimigos naturais através de armadilhas adesivas de cor amarela e coletas de folhas e ramos das plantas nas alturas de 2m e 4m em cinco talhões, reflorestados com a espécie Eucalyptus camaldulensis e os clones “GG100” (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus grandis), “MG1277” (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus camaldulensis) e os híbridos “Urocan” (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus camaldulensis) e “Urograndis” (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus grandis) . Foram determinadas a flutuação populacional da espécie praga e dos seus inimigos naturais, correlacionando-se com a temperatura máxima, mínima, média, umidade relativa e com a precipitação. Também foi realizado o teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade, para verificar a maior ocorrência do psilídeo nas espécies de eucaliptos estudadas, nas localizações do ataque nos talhões, nas quantidades de indivíduos nas alturas de 2m e 4m. A distribuição espacial da praga e de seus inimigos naturais foi calculado pelo Índice de Morisita. A flutuação populacional da espécie Glycaspis brimblecombei apresentou maior ocorrência de indivíduos no período da seca com correlação diretamente proporcional a temperatura máxima e inversamente proporcional à umidade relativa, apresentando maiores números de indivíduos nos meses de agosto e setembro de 2008. O parasitóide Psyllaephagus bliteus e os predadores encontrados não apresentaram correlação com as variáveis meteorológicas. Nas alturas de 2m e 4m não apresentaram diferenças significativas na xii ocorrência do psilídeo e não houveram diferenças estatísticas significativas quanto às localizações das armadilhas adesivas dispostas nos talhões durante os 14 meses de estudo. Durante o período de maior ocorrência de indivíduos as espécies Eucalyptus camaldulensis e o clone MG1277 (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus camaldulensis) foram às espécies que tiveram as maiores quantidades de indivíduos do psilídeo e o Clone GG100 com a menor quantidade de indivíduos. A população de Glycaspis brimblecombei apresentou distribuição agregada independente da espécie de Eucalyptus spp.. As populações de Psyllaephagus bliteus e dos predadores apresentaram dispersão agregada em todas as espécies de Eucalyptus spp. estudadas. Palavras-chave: psilídeo-de-concha, eucalipto, praga florestal xiii ABSTRACT SILVA, Alex Lima. OCURRENCE E SINECOLOGY OF Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae) ON FOREST STANDS OF Eucalyptus spp. AND YOURS NATURAL ENEMIES IN CUIABÁ MUNICIPALITY, STATE OF MATO GROSSO, BRAZIL. Dissertation (Master of Science in Forestry Sciences and Environmentals) – Federal University of Mato Grosso, Cuiabá, State of Mato Grosso, Brazil. Adviser: Prof. Dr. Otávio Peres Filho. This study aimed to report the occurrence of Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) and their natural enemies in the state of Mato Grosso and studies on the synecology this pest and its natural enemies in forest stands of Eucalyptus spp. the farm garden, located in the city of CuiabáMT. In Mato Grosso, Glycaspis brimblecombei was for the first time in 2006 in hybrid “Urograndis” (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis) in Primavera do Leste, and currently is disseminated in Santa Rita do Trivelato, Cuiabá, Lowland Grande Dom Aquino, Jaciara and Itiquira. In the Jardim Farm, from June 11, 2008 to 19 July 2009, samples were collected from Glycaspis brimblecombei and their natural enemies by means of sticky traps yellow and collections of leaves and stems of plants at the heights of 2m 4m and five blocks, reforested with Eucalyptus camaldulensis and clones "GG100" (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis), "MG1277” (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus camaldulensis) and the hybrid “Urocan” (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus camaldulensis) and "Urograndis (E.urophylla X Eucalyptus grandis). We determined the population dynamics of pest species and their natural enemies, correlating with the maximum temperature, minimum, average, relative humidity and precipitation. It was also performed to test the ScottKnott at 5% probability to see a higher incidence of psyllid in Eucalyptus species studied, the locations of the attack in the stands, the numbers of individuals at the heights of 2m and 4m.The spatial distribution of pests and their natural enemies was calculated by Morisita Index. The population fluctuation of the species Glycaspis brimblecombei had a higher occurrence of individuals in the dry season directly proportional correlation with the maximum temperature and inversely proportional to relative humidity, with greater numbers of individuals in August and September 2008. The Psyllaephagus bliteus parasitoids and predators found no correlation with the meteorological variables. On the heights of 2m and 4m no significant differences in the occurrence of psyllid and there were no statistically significant differences at the locations of the sticky xiv traps placed in plots during the 14-month study. During the period of highest occurrence of individual species Eucalyptus camaldulensis and clone MG1277 (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus camaldulensis) were the species that had the highest amount of individuals of psyllids and Clone GG100 with the least amount of individuals. The population of Glycaspis brimblecombei presented aggregated distribution independent of species of Eucalyptus spp. The populations of Psyllaephagus bliteus and predators showed a spread aggregate in all species of Eucalyptus spp. Studied. Keywords: red gum lerp psyllid, xv eucalipt, forest pest 1. INTRODUÇÃO Glycaspis brimblecombei é uma espécie caracterizada por se alimentar somente de eucalipto e sua infestação ser facilmente reconhecida por causa de sua secreção açucarada em forma de concha (HALBERT et al., 2001). Após a primeira detecção no Brasil em junho de 2003 no estado de São Paulo, árvores que inicialmente apresentavam algumas conchas brancas, estavam com secamento de ponteiros e desfolha de 20 a 30%. Árvores dominadas apresentavam desfolha de 100%, sem possibilidade de recuperação (WILCKEN et al., 2003). Outro dano causado é a redução da área foliar, determinando consequentemente, uma redução na atividade fotossintética da planta, o que compromete, dessa forma, o seu desenvolvimento. Segundo Dahlsten et al. (2003), salientaram que a infestação do psilídeo-de-concha pode também favorecer o ataque de pragas secundárias, além da ocorrência de doenças. No estado de Mato Grosso após ser constatada no ano de 2006, ainda não se tem dimensão do dano provocado por esta praga, e estudos a respeito do ataque do psilídeo de concha ainda são escassos. Por necessidade de se estudar essa praga no estado de Mato Grosso, este estudo teve por objetivo relatar as ocorrências de Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) e seus inimigos naturais e realizar estudos sobre a sinecologia desta praga e de seus inimigos naturais em povoamentos florestais de Eucalyptus spp. para fornecer subsídios ao manejo integrado dessa praga. 1 2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAHLSTEN, D. L.; DREISTADT, S. H.; GARRISON, R. W.; GILL, R. J. Pest notes: Eucalyptus redgum lerp psyllid. University of California Agricultural Natural Resources. Publications, n.7460, p.1-4, 2003. Disponível em: <http://www.ipm.ucdavis.edu>. Acesso em: 11 dez. 2003. HALBERT, S. E.; GILL, R. J.; NISSON, J. N. Two Eucalyptus psyllids new to Florida (Homoptera: Psyllidae). Entomology circular, n. 407, p.1-2, 2001. Disponível em: <http://www.hawaiiag.org/hdoa/npa/npa0102_rpsyllid.pdf>. Acesso em: 07 jul. 2009. WILCKEN, C. F.; COUTO, E. B.; ORLATO, C.; FERREIRA FILHO, P. J.; FIRMINO, D. C. Ocorrência do psilídeo-de-concha (Glycaspis brimblecombei) em florestas de eucalipto no Brasil. Circular técnica, Ipef, n.201, p.1-11, 2003. Disponível em: <http://www.ipef.br/publicacoes/ctecnica>. Acesso em: 08 out. 2007. 2 Capítulo I – OCORRÊNCIA DE Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae) EM POVOAMENTOS DE Eucalyptus spp. E SEUS INIMIGOS NATURAIS NO ESTADO DE MATO GROSSO, BRASIL 3 RESUMO SILVA, Alex Lima. Ocorrência de Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae) em Eucalyptus spp. e seus inimigos naturais no Estado de Mato Grosso, Brasil. 2010. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá – MT. Orientador: Prof. Dr. Otávio Peres Filho. Após seu aparecimento no Brasil em 2003, no estado de São Paulo, Glycaspis brimblecombei, vem dispersando-se para outros Estados trazendo grandes danos aos reflorestamentos de Eucalyptus. No estado de Mato Grosso essa praga foi constatada em espécies de Eucalyptus no ano de 2006, no município de Primavera do Leste, e atualmente encontrase disseminando nas seguintes localidades: Santa Rita do Trivelato, Cuiabá, Várzea Grande, Dom Aquino, Jaciara e Itiquira. Palavras-chave: psilídeo-de-concha, praga de eucalipto, distribuição geográfica. ABSTRACT SILVA, Alex Lima. Occurrence of Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae) on Eucalyptus spp. on the State of Mato Grosso, Brazil. 2010. Dissertation (Master of Science in Forestry Sciences and Environmentals) – Federal University of Mato Grosso, Cuiabá, State of Mato Grosso, Brazil. Adviser: Prof. Dr. Otávio Peres Filho. After this appearance in Brazil in 2003, the state of Sao Paulo, Glycaspis brimblecombei, is dispersing to other states bringing great damage to the reforestation of Eucalyptus. In Mato Grosso this pest was found in species of Eucalyptus in 2006, the municipality of Primavera do Leste, and is currently spreading in the following locations: Santa Rita do Trivelato, Cuiabá, Lowland Grande, Dom Aquino, and Jaciara Itiquira. .Keywords: red gum lerp psilid, pest of eucalyptus, geographical distribution. 4 Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae), conhecido como psilídeo-de-concha é um inseto de origem australiana, de hábito sugador e utiliza como hospedeiro várias espécies do gênero Eucalyptus, com preferência para as espécies de Eucalyptus camaldulensis e Eucalyptus tererticonis (BRENANN et al., 2001). Todas as espécies de psilídeos conhecidas são fitófagas e os danos mais comuns causados são: enrolamento, deformação do limbo foliar, formação de galhas, superbrotamento e secamento de ponteiros (GALLO et al., 2002). Sua detecção no campo é de fácil visualização, uma vez que as plantas atacadas por essa praga apresentam folhas cobertas por pequenas conchas brancas e cerosas formadas pela secreção adocicada “honey dew” e geralmente estão associadas à fumagina (NAGAMINE e HEU, 2001). Os adultos de G. brimblecombei, diferem das outras espécies de psilídeos por apresentarem projeções na parte anterior da cabeça denominada de cones genais (DALHSTEN, 2003). Apresentam dimorfismo sexual, sendo as fêmeas ligeiramente maiores do que os machos, medindo entre 2,5 e 3,1 mm de comprimento (CIBRIÁN-TOVAR e IÑIGUEZ-HERRERA, 2001). Cada fêmea oviposita entre 45 a 700 ovos, que são colocados em grupos, formando um pedúnculo ao tecido foliar. Possuem coloração amarelo alaranjados, brilhantes e formato oval. O período embrionário tem duração entre 10 a 20 dias, quando eclodem as ninfas. (RAMIREZ, 2003; SANTANA, 2005). As ninfas apresentam cinco ínstares, são achatadas dorsiventralmente, possuem coloração amarela nos três primeiros ínstares e nos dois últimos sua coloração varia de amarelo alaranjado ao verde, com o abdome e tecas alares com coloração escura. Formam uma concha protetora de formato cônico de cor branca, formada por cera e açúcares, na qual se desenvolvem até a forma adulta (CIBRIAN TOVAR et al., s.d.; SANCHES et al., 2002). A detecção do psilídeo-de-concha em povoamentos de eucaliptos ocorreu nos Estados Unidos em 1998, no México em 2000, Chile em 2002, Argentina em 2005, e no Peru e Europa em 2008 5 (DHALSTEN et al., 2003; BOUVET et al., 2005; BUCKHARDT et al., 2008; VALENTE e HODKINSON, 2008). No Brasil, o psilídeo-de-concha foi detectado pela primeira vez em 2003 no estado de São Paulo no município de Mogi Guaçu. Sendo posteriormente detectada sua presença nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná (WILCKEN et al., 2003). No estado do Rio Grande Sul, sua ocorrência foi detectada nos município de Butiá, Caçapava do Sul e Santa Maria, em Santa Catarina, sua presença foi detectada na cidade de Chapecó (LUTINSKI et al., 2006, OLIVEIRA, et al., 2006). No estado de Mato Grosso a primeira constatação do psilídeode-concha ocorreu em 2006, no município de Primavera do Leste em plantios do híbrido Urograndis (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis) e atualmente, encontra-se disseminando nos municípios de Santa Rita do Trivelato, Cuiabá, Várzea Grande, Dom Aquino, Jaciara e Itiquira. Nos períodos de junho de 2008 a julho de 2009, no município de Cuiabá foi realizado o levantamento populacional do psilídeo-deconcha na fazenda Jardim, com as coordenadas 15°5’5.01”S e 55°59’59.05” O, em talhões de Eucalyptus camaldulensis, dos clones “GG100” (E. urophylla X E. grandis) e “MG1277” (E. urophylla X E. camaldulensis) e nos híbridos Urocan (E. urophylla X E.camaldulensis) e Urograndis (E.urophylla X E. grandis). Ainda não se têm a dimensão dos danos causados pela praga em todo o Estado, todavia, sabe-se que esta espécie tem elevado potencial de desenvolvimento nos períodos mais secos do ano, com elevadas infestações ocorrendo no mês de agosto e preferência pelo hospedeiro da espécie de E. camaldulensis De acordo com informações da empresa Sadia Florestal, os danos provocados pelo ataque desta praga no período de 2007 a 2009 em uma área de 100 ha, nos municípios de Cuiabá e Campo Verde foram de 15m³/ha/ano. 6 No estudo realizado na Fazenda Jardim foi constatada a presença do parasitóide Psyllaephagus bliteus e predadores da família Coccinelidae, adultos de Chrysoperla sp. e também algumas aranhas próximas as colônias do psilídeo e em armadilhas adesivas colocadas nas plantas. Durante o levantamento da população do psilídeo-de-concha em Cuiabá-MT, foi notada a presença de outra espécie de psilídeo Blastopsylla occidentalis presente na área, este psilídeo também é exótico e de origem australiana e suas ninfas secretam filamentos cotonosos e grande quantidade de secreções brancas em forma de bolas gelatinosas que favorecem o aparecimento de fungos sobre os hospedeiros. Quando atacadas as plantas apresenta murcha nas folhas e brotos alem de ficarem retorcidas e deformadas com coloração cinza enegrecido (MEZA e BALDINI, 2001). Segundo Burckhardt et al. (1999), no Brasil B. occidentalis concentra-se na região central, no Estado de Goiás e oeste de Minas Gerais, onde o período de seca é mais longo que no Sul do país. Foi detectada também em São Paulo, Paraná e Mato Grosso (SANTANA, 2008). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRENNAN, E. B.; LEVISON, W.; HRUSA, G. F.; WEINBAUM, S.A. 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Acesso em: 08 out. 2007. 9 Capítulo II – SINECOLOGIA DE Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae) EM POVOAMENTOS DE Eucalyptus spp. E SEUS INIMIGOS NATURAIS NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ, MT BRASIL 10 RESUMO SILVA, Alex Lima. SINECOLOGIA DE Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) (Hemiptera: Psyllidae) EM POVOAMENTOS DE Eucalyptus spp. E SEUS INIMIGOS NATURAIS NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ, MT. 2010. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá – MT. Orientador: Prof. Dr. Otávio Peres Filho. Este trabalho teve por objetivo realizar estudos sobre a sinecologia de Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) e seus inimigos naturais em povoamentos florestais de Eucalyptus spp., na Fazenda Jardim, localizada no município de Cuiabá-MT, no período de 11 de Junho de 2008 a 19 de Julho de 2009. Nas coletas do psilídeo e dos inimigos naturais foram utilizadas armadilhas adesivas de cor amarela e coletas de folhas e ramos das plantas nas alturas de 2m e 4m em cinco talhões, reflorestados com a espécie Eucalyptus camaldulensis e os clones “GG100” (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus grandis), “MG1277” (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus camaldulensis) e os híbridos “Urocan” (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus camaldulensis) e “Urograndis” (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus grandis). Foram determinadas a flutuação populacional da espécie praga e dos seus inimigos naturais, correlacionando-se com a temperatura máxima, mínima, média, umidade relativa e com a precipitação. Também foi realizado o teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade, para verificar a maior ocorrência do psilídeo nas espécies de eucaliptos estudadas, nas localizações do ataque nos talhões, nas quantidades de indivíduos nas alturas de 2m e 4m. A distribuição espacial da praga e de seus inimigos naturais foi calculado pelo Índice de Morisita. A flutuação populacional da espécie Glycaspis brimblecombei apresentou maior ocorrência de indivíduos no período da seca com correlação diretamente proporcional a temperatura máxima e inversamente proporcional à umidade relativa, apresentando maiores números de indivíduos nos meses de agosto e setembro de 2008. O parasitóide Psyllaephagus bliteus e os predadores encontrados não apresentaram correlação com as variáveis meteorológicas. Nas alturas de 2m e 4m não apresentaram diferenças significativas na ocorrência do psilídeo e não ocorreram diferenças estatísticas significativas quanto às localizações das armadilhas adesivas dispostas nos talhões durante os 14 meses de estudo. Durante o período de maior ocorrência de indivíduos as espécies Eucalyptus camaldulensis e o clone MG1277 (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus camaldulensis) foram às espécies que tiveram as maiores quantidades de indivíduos do psilídeo e o Clone GG100 com a menor quantidade de indivíduos. A população de 11 Glycaspis brimblecombei apresentou distribuição agregada independente da espécie de Eucalyptus spp.. As populações de Psyllaephagus bliteus e dos predadores apresentaram dispersão agregada em todas as espécies de Eucalyptus spp. estudadas. Palavras-chave: Psilídeo-de-concha, inimigo natural, eucalipto. 12 ABSTRACT SILVA, Alex Lima. SINECOLOGY OF POPULATIONS OF Glycaspis brimblecombei (MOORE, 1964) (HEMIPTERA: PSYLLIDAE) ON FOREST STANDS OF Eucalyptus spp. AND YOURS NATURAL ENEMIES IN CUIABÁ MUNICIPALITY, STATE OF MATO GROSSO, BRAZIL. Dissertation (Master of Science in Forestry Sciences and Environmentals) – Federal University of Mato Grosso, Cuiabá, State of Mato Grosso, Brazil. Adviser: Prof. Dr. Otávio Peres Filho. This study aimed to conduct studies of synecology Glycaspis brimblecombei (Moore, 1964) and their natural enemies in forest stands of Eucalyptus spp. Jardim Farm, located in the city of Cuiabá, in the period June 11, 2008 19 July 2009. The samples of psyllids and their natural enemies were used sticky traps yellow and collections of leaves and stems of plants at the heights of 2m and 4m in five blocks, reforested with Eucalyptus camaldulensis and clones "GG100" (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus grandis), "MG1277 (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus camaldulensis) and the hybrid "Urocan" (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus camaldulensis) and" Urograndis (Eucalyptus urophylla X Eucalyptus grandis).We determined the population dynamics of pest species and their natural enemies, correlating with the maximum temperature, minimum, average, relative humidity and precipitation. It was also performed to test the Scott-Knott at 5% probability to see a higher incidence of psyllid in Eucalyptus species studied the locations of the attack in the stands, the numbers of individuals at the heights of 2m and 4m. The spatial distribution of pests and their natural enemies was calculated by Morisita Index. The population fluctuation of the species Glycaspis brimblecombei had a higher occurrence of individuals in the dry season directly proportional correlation with the maximum temperature and inversely proportional to relative humidity, with greater numbers of individuals in August and September 2008. The Psyllaephagus bliteus parasitoids and predators found no correlation with the meteorological variables. On the heights of 2m and 4m no significant differences in the occurrence of psyllid and there were no statistically significant differences at the locations of the sticky traps placed in plots during the 14-month study. During the period of highest occurrence of individual species Eucalyptus camaldulensis and clone MG1277 (Eucalyptus urophylla X E. camaldulensis) were the species that had the highest amount of individuals of psyllids and Clone GG100 with the least amount of individuals. The population of Glycaspis brimblecombei presented aggregated distribution independent of species of Eucalyptus spp.The 13 populations of Psyllaephagus bliteus and predators showed a spread aggregate in all species of Eucalyptus spp. studied Keywords: Red gum lerp psyllid, natural enemy, Eucalyptus. 14 1. INTRODUÇÃO O psilídeo-de-concha, Glycaspis brimblecombei, é uma praga de origem australiana e de hábito sugador caracterizado por alimentar somente de eucalipto e de fácil reconhecimento no campo devido sua secreção açucarada em forma de concha localizada nas folhas das plantas. No Brasil, esta praga foi detectada no ano de 2003 no estado de São Paulo trazendo danos como: secamento dos ponteiros, redução da atividade fotossintética da planta, redução no crescimento das árvores além de favorecer a ocorrência de pragas secundárias e desenvolvimento de um fungo saprófito fumagina (WILCKEN et al., 2003) No estado de Mato Grosso o psilídeo-de-concha foi constatado pela primeira vez em 2006, em Primavera do Leste nos híbridos de Urograndis e desde então é considerado um grande problema para o estado devido ao seu grande potencial de dispersão e também apontando pelo fato da espécie E. camaldulensis ser mais plantada no estado. Segundo Brennan et al. (2001), os adultos de G. brimblecombei têm preferência pelas folhas de E. camaldulensis e de E. tererticonis, porém atacam plantios Eucalyptus de Eucalyptus leucoxilon, diversicolor, Eucalyptus macrandra, Eucalyptus globulus, Eucalyptus grandis, Eucalyptus nicholli, Eucalyptus plarypus, Eucalyptus rudis e Eucalyptus viminalis. Conforme Firmino (2004), as espécies E. camaldulensis e E. tererticonis e o híbrido Urograndis oferecem condições favoráveis ao desenvolvimento e reprodução de G. brimblecombei, porém E. camaldulensis é o hospedeiro preferido atualmente. Tendo em vista, que atualmente essa praga encontra-se disseminada em todo estado de Mato Grosso e pelas escassas investigações que abordam o estudo das populações do psilídeo-deconcha em florestas de Eucalyptus spp. este estudo teve como objetivo estudar a sinecologia de Glycaspis brimblecombei em cinco espécies de 15 Eucalyptus spp. no município de Cuiabá-MT, determinando a flutuação populacional da espécie, susceptibilidade de espécies, clones e híbridos de eucaliptos, distribuição espacial da espécie-praga e seus inimigos naturais nos povoamentos florestais. 16 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. CARACTERIZAÇÃO DOS HOSPEDEIROS DE Glycaspis brimblecombei O ataque de G. brimblecombei é notado preferencialmente em árvores de E. camaldulensis e E. tereticornis (PAINE et al., 2000). Brennan et al. (2001) classificaram as espécies de eucalipto existentes na Califórnia em relação à suscetibilidade ao psilídeo-deconcha, dependendo da reação ao ataque de G. brimblecombei. Apenas E. camaldulensis e E. tereticornis foram consideradas como altamente suscetíveis e E. grandis como tolerante. Wilcken et al. (2003) realizaram um levantamento da infestação pelo psilídeo-de-concha em 22 espécies de eucalipto mantidas no arboreto de espécies florestais da FCA/UNESP – Campus de Botucatu. Foi constatado que E. camaldulensis apresentou a maior infestação, com 25,8 ninfas/folha, seguido de E. tereticornis com 14,8. Quanto ao número de oviposições do psilídeo-de-concha por espécie de eucalipto, observouse e usou-se o mesmo padrão da avaliação das ninfas, sendo as espécies E. tereticornis e E. camaldulensis as mais preferidas, com 3,1 e 2,6 posturas/folha. Os autores ainda citaram que em levantamentos realizados em plantios de E. camaldulensis em São Simão, SP, foram encontradas mais de 230 ninfas/folha, em média. Firmino (2004) em estudos biológicos com o psilídeo-de-concha em E. camaldulensis, E. urophylla, E. grandis, E. tereticornis e o híbrido E. grandis x E. urophylla apresentaram condições favoráveis para o desenvolvimento e reprodução de G. brimblecombei, sendo a espécie E. camaldulensis, a mais favorável. No Brasil tem-se observado ataque nas espécies E. camaldulensis, E. tereticornis, E. urophylla e em clones híbridos de E. grandis x E. 17 urophylla (“Urograndis”) e E. camaldulensis x E. urophylla (WILCKEN et al 2003; SÁ e WILCKEN 2004). Ferreira et al. (2009) avaliando a dinâmica populacional do psilídeo-de-concha, em diferentes espécies e híbridos na cidade de Garça – SP, entre os meses de março a outubro de 2008, constataram que E. tereticornis e E. camaldulensis foram as mais suscetíveis ao ataque de G. brimblecombei. 2.2. MONITORAMENTO POPULACIONAL DE Glycaspis brimblecombei O monitoramento de G. brimblecombei é fundamental para conhecer seus níveis de infestação através do tempo e identificar os fatores que podem propagar em sua população. Dahlsten et al. (1998) e Ramirez et al. (2002) utilizaram para monitorar G. brimblecombei folhas e ramos das plantas nas porções inferior e superior da copa. Ferreira-Filho (2005) estudando as populações de G. brimblecombei e de P. bliteus em floresta de E. camaldulensis, utilizando armadilhas adesivas amarelas e coleta de folhas, concluiu que o monitoramento com armadilhas adesivas amarelas são mais viáveis. Santana (2005) relatou que o monitoramento de psilídeos pode ser feito com a instalação de armadilhas adesivas amarelas ou coletas manuais, porém, deve ser contínuo e seguir uma periodicidade regular. Com o objetivo de determinar a presença de inimigos naturais de G. brimblecombei em áreas de plantios comerciais, Ferreira-Filho et al. (2005) realizaram o monitoramento utilizando armadilhas adesivas amarelas, de 13,5 cm x 10 cm, instaladas a altura de 1,60 m, situadas de 10 a 15 m no interior dos talhões na região de Curvelo, estado de Minas Gerais. 18 2.3. CARACTERIZAÇÃO DOS INIMIGOS NATURAIS DE Glycaspis brimblecombei 2.3.1. Características Gerais do Parasitóide Psyllaephagus bliteus (Hymenoptera: Encyrtidae) Psyllaephagus é um gênero com algumas espécies de importância no controle de psilídeos que atacam mirtáceas (Myrtaceae). Na Califórnia, EUA, foram introduzidas da Austrália, as espécies: Psyllaephagus pillosus Riek (Encyrtidae), para o controle de Ctenarytaina eucalipt (Maskell) em Eucalyptus pulverulenta Sims e Psyllaephagus bliteus para o controle de Glycaspis brimblecombei em Eucalyptus camaldulensis (BERTI-FILHO et al., 2003). Daane et al. (2005), estudando a biologia de P. bliteus, observaram que as posturas são realizadas de preferência nas ninfas vulneráveis de terceiro e quarto ínstares, as ninfas de quinto ínstar por serem maiores, têm maior mobilidade e desta maneira se protegem mais e previnem o parasitismo. O tempo médio de desenvolvimento de ovo até pupa foi de 22, 18 e 12 dias nas temperaturas de 22, 26 e 30º C, respectivamente. Sabe-se que há forte sincronismo da população de P. bliteus com a população da praga no campo, atingindo correlações entre 76% (LIMA et al., 2007) e 86,1% (DAL POGETTO et al., 2005), além da alta taxa de parasitismo que, em alguns casos, pode chegar a 80% (IÑIGUEZHERRERA, 2001). A efetividade e especificidade de P. bliteus motivaram a criação de programas de controle biológico clássico do psilídeo-de-concha, como os observados nos EUA, México, Chile (CHAUZAT et al., 2002; DAHLSTEN et al., 1998; PAINE et al., 2000). Nos EUA foi realizada a importação de parasitóides da Austrália para a Califórnia, mas apenas P. bliteus, estabeleceu-se no 19 campo e tem controlado a praga, com resultados satisfatórios na Califórnia e México (PAINE et al., 2000). No México o primeiro centro de criação massal de P. bliteus utilizado para o controle de G. brimblecombei, em eucalipto foi desenvolvido na Universidade de Guadalajara em conjunto com o Programa de Desenvolvimento Florestal do estado de Jalisco (FIPRODEFO) e a Comissão Nacional Florestal (CONAFOR), que estão criando e liberando estes parasitóides em árvores infestadas (Ramirez, 2003). Segundo Iñiguez-Herrera (2001) em El Centinela, México, depois da primeira liberação dos parasitóides, acompanhou-se através de um programa de avaliação e monitoramento as populações de ambas as espécies, sendo observada uma recuperação das árvores atacadas, diminuição da presença da praga devido a um índice de até 80% de parasitismo. No Brasil logo após o aparecimento do psilídeo-de-concha foi criado o Programa Cooperativo de Controle Biológico do psilídeo-deconcha em florestas de eucalipto, no município de Botucatu-SP, na Faculdade de Ciências Agronômicas, da UNESP e em Jaguariúna-SP na Embrapa Meio Ambiente. Estes órgãos estão realizando o monitoramento de G. brimblecombei e a criação e liberação do parasitóide P. bliteus (SÁ e WILCKEN, 2004). As primeiras liberações de P. bliteus foram realizadas em setembro de 2004 no estado de Minas Gerais, em florestas de E. camaldulensis e após, 53 dias da liberação, pode se constatar um aumento no índice de parasitismo em todas as áreas onde ocorreram as liberações dos parasitóides (FERREIRA-FILHO et al., 2005). Murta et al. (2007) utilizaram P. bliteus como agente de controle biológico de ninfas do psilídeo-de-concha no município de Bom Despacho (na região Centro-Oeste de Minas Gerais), em plantios de E. camaldulensis, e obtiveram 33,7% de ninfas parasitadas, sendo 20 considerado um baixo índice de parasitismo. Esses autores concluíram que pelo fato da região estudada se assemelhar as condições do país de origem do parasitóide, afirmaram que a sua utilização não é adequado para o controle biológico de G. brimblecombei nesta região. Wilcken et al. (2010) relataram que podem ocasionar variações na taxa de parasitismo no campo, entre gerações normais com machos e fêmeas e gerações apenas com machos do parasitóide, o que reduz em sua eficiência recomendando a liberação periódica para melhorar a performance do controle. 2.3.2. Caracterização dos Predadores de Glycaspis brimblecombei Wilcken et al. (2003) verificaram no Brasil a presença de inimigos naturais das ninfas de G. brimblecombei, como as larvas da mosca sirfídea (Diptera: Syrphidae), larvas do bicho lixeiro (Neuroptera: Chrysopidae), joaninhas (Coleoptera: Coccinelidae), vespas (Hymenoptera: Vespidae) e aranhas. Entretanto, estes predadores são considerados pouco eficientes e a quantidade de insetos consumidos é baixa, sendo pouco significativo para o controle da população da praga, pois estes não são adaptados para perfurarem as conchas, de consistência dura, que protegem as ninfas de G. brimblecombei (CIBRIÁN-TOVAR e IÑIGUEZ-HERRERA, 2001; DAHLSTEN et al., 2003). Favaro (2006), observando a flutuação populacional de G. brimblecombei em Curitiba-PR, constatou juntamente com o parasitóide P. bliteus as seguintes espécies de Coccinelidae: Olla v-nigrum, Cycloneda sanguinea, Harmonia axyridis, Hyppodamia convergens, Cycloneda pulchella, larvas de Syrphidae (Diptera) e Chrysopidae (Neuroptera) predando ninfas de G. brimblecombei, porém apenas uma larva de Syrphidae foi criada até o estágio adulto, possibilitando a identificação da espécie como Allograpta exotica. As mesmas espécies de inimigos naturais e a presença de ninfas de Anthocoridae (Hemiptera) foram constatadas por Santana (2006). 21 Em agosto de 2007, no município de São Simão, estado de São Paulo, foi encontrado um percevejo verde Atopozelus opsimus (Hemiptera: Reduviidae) os estudos de sua binomia, mostrou ser um predador de fácil criação, manutenção e multiplicação em laboratório, apresentando ciclo de vida relativamente longo, alimentando-se de ninfas e adultos de G. brimblecombei (DIAS, 2009). Arruda-Filho et al. (2009) constataram em Anhembi-Sp em abril de 2004 a ocorrência de Harmonia axyridis (Coccinelidae) predando ninfas de G. brimblecombei. 22 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO O estudo foi realizado na Fazenda Jardim, localizada na estrada MT 351 km 42, com a entrada da propriedade situada nas coordenadas 15°5'5.01"S e 55°59'59.05” O, município de Cuiabá, estado de Mato Grosso. 3.2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A Fazenda Jardim possui uma área total de 2.580 ha sendo 2000 ha com plantio de Eucalyptus spp., 64 ha de Área de Preservação Permanente (APP) e Área de Reserva Legal (ARL) com 516 ha com vegetação do bioma Cerrado (Fonte: FAZENDA JARDIM). O clima da região é do tipo AW (Koppen), abrangendo toda a Depressão Cuiabana, com temperatura média mensal de aproximadamente 25,7ºC, precipitação pluvial anual média de 1400mm, altitude de 800 m acima do nível do mar e o solo do tipo areia quartzosa álica, de textura arenosa e destituídos de minerais primários, poucos resistentes ao intemperismo e baixa fertilidade (CONCEIÇÃO, 1997). 3.3. CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES HOSPEDEIRAS ESTUDADAS Para a realização dos estudos foram utilizadas as espécies de Eucalyptus camaldulensis, os clones GG100 (E.urophylla X E. grandis), MG1277 (E. urophylla X E. camaldulensis) e os híbridos Urocan (E. urophylla X E.camaldulensis) e Urograndis (E.urophylla X E. grandis) (FIGURA 1), plantados no espaçamento de 3 m x 3 m e procedentes de Alagoinhas-BA (Figura 1). 23 FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS NA FAZENDA JARDIM. CUIABÁ-MT. 3.4. INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO E LEVANTAMENTO POPULACIONAL DE Glycaspis brimblecombei E DE SEUS INIMIGOS NATURAIS O experimento foi instalado de junho de 2008 a julho de 2009. Foram amostrados cinco ambientes, sendo cada um representando a espécie, clones e híbridos. Para a espécie de E. camaldulensis utilizou-se um talhão de 32,47ha com 26 meses de idade; para os híbridos “Urocan” e “Urograndis” utilizou-se um talhão de 30,86 ha e 14 meses de idade e um talhão com 40,12 ha e idade de 19 meses, respectivamente; para os Clones GG100 e MG1277 utilizou-se um talhão com área de 39,60 ha e idade de 12 meses e um talhão com de 42,42 ha com idade de 17 meses, respectivamente. O monitoramento do adulto do psilídeo-de-concha juntamente com seus inimigos naturais foram quinzenais com a utilização de 50 armadilhas adesivas de cor amarela do tipo Biotrap®, com as dimensões de 12 cm x 11 cm descontando as bordas das armadilhas. As armadilhas foram instaladas entre duas plantas a uma altura de 1,80 m da superfície do solo (Figura 2). Foram utilizadas dez armadilhas por ambiente de coleta e a cada quinzena as armadilhas foram substituídas. As armadilhas retiradas do campo foram envolvidas em papel filme e levadas para o 24 Laboratório de Proteção Florestal, da Universidade Federal de Mato Grosso, para posterior contagem dos adultos e dos seus inimigos naturais. A Localização das armadilhas foram georreferenciadas com um GPS (Growth Position System) de navegação da marca Garmim®, modelo Eritrex Legend. Para o monitoramento dos ovos, ninfas e dos inimigos naturais do psilídeo-de-concha, foram realizadas as coletas de folhas e dos ramos das plantas durante todo período do estudo, juntamente com as coletas das armadilhas adesivas. As coletas dos ramos foram realizadas a 2 m e 4 m de alturas. A escolha de diferentes alturas foi para verificar possíveis diferenças nas quantidades de indivíduos coletados e verificar a possível influência da altura de voo na ocorrência desta espécie. Os ramos e as folhas coletados foram colocados em sacos plásticos, individualizados por altura e espécies de eucaliptos e levadas para o laboratório de Proteção Florestal, da Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Mato Grosso, onde foi acondicionado em freezer para realizar a quantificação de ovos, ninfas, adultos e de seus inimigos naturais. As armadilhas foram distribuídas no interior dos talhões seguindo a seguinte metodologia: nas laterais do talhão foram instaladas três armadilhas a 30 m das bordaduras, equidistantes entre si. Nas extremidades do talhão foi colocada uma armadilha no centro, distanciando-se 30 m de distância das bordaduras e no interior do talhão foram colocadas duas armadilhas próximas ao centro do talhão paralelas as armadilhas colocadas nas laterais do talhão e equidistantes entre as duas extremidades (Figura 3). 25 FIGURA 2 – INSTALAÇÃO DAS ARMADILHAS ADESIVAS EM TALHÕES DE Eucalyptus spp. CUIABÁ – MT. FIGURA 3 – DISPOSIÇÃO DAS ARMADILHAS ADESIVAS DENTRO DOS TALHÕES DE Eucalyptus spp. NA FAZENDA JARDIM. CUIABÁ – MT. 26 3.5. PREPARO DO MATERIAL COLETADO E OBTENÇÃO DE DADOS No laboratório de Proteção Florestal da Universidade Federal de Mato Grosso, o material foi identificado, quantificado e sexados e inclusive os inimigos naturais coletados nas armadilhas adesivas. Para a realização da contagem das ninfas, ovos e dos seus inimigos naturais coletados nos ramos e folhas, foram escolhidas dez folhas ao acaso procedendo-se a contagem nas duas superfícies das folhas. Na contagem de P. bliteus, os indivíduos foram quantificados de acordo com o sexo. Para os demais inimigos naturais coletados, quando possíveis, foram identificados e quantificados. Para contagem dos ovos, ninfas e adultos do psilídeo-deconcha e de seus inimigos naturais, utilizou-se um microscópio estereoscópico, da marca Zeiss, modelo Stemi 200-C. As anotações da quantidade de insetos foram realizadas em uma ficha própria contendo as informações sobre o local, data de coleta, espécie estudada, localização e coordenadas das armadilhas e informações sobre a coleta. As fichas foram individualizadas por coleta e espécie estudada e também foi realizada uma ficha com as anotações de cada ponto localizado dentro do talhão. 3.6. ANÁLISE DOS DADOS 3.6.1. Flutuação Populacional e Influência das Variáveis Meteorológicas na População de Glycaspis Brimblecombei e seus Inimigos Naturais Para o estudo da flutuação de G. brimblecombei e dos seus inimigos naturais, os dados coletados quinzenalmente foram transformados em mensais. Os dados foram analisados de acordo com o estágio de desenvolvimento de G. brimblecombei (ovo, ninfa e adulto) e dos seus inimigos naturais. 27 Os dados obtidos foram correlacionados com as variáveis climáticas utilizando-se utilizando se a análise de correlação de Pearson com o auxílio do software estatístico SAEG 5.0. 3.6.2. Análises de Variância e Testes de Média Para os valores obtidos sobre as quantidades dos psilídeos encontrados nas coletas das armadilhas e manuais utilizou-se utilizou o teste de comparação de médias de Scott-Knott, Scott Knott, ao nível de 5% de probabilidade. Os dados foram transformados com o uso da fórmula em para atender a distribuição normal. Nas análises de variância e do teste de média foi utilizado o software SAEG 5.0. 3.6.3. Distribuição Espacial Para determinar o tipo de distribuição da população estudada do psilídeo foi utilizado o Índice de Morisita para cada estágio de desenvolvimento. O Índice de Morisita foi calculado pela seguinte fórmula: , onde: = número de unidades amostrais; = número de indivíduos encontrados nas unidades amostrais; = somatória dos indivíduos presentes nas unidades amostrais. Os valores calculados pelo Índice de Morisita apresentam a seguinte situação: =1, Significa que a distribuição é ao Acaso; >1, Significa que a distribuição é agregada; 28 <1, Significa que a distribuição é regular ou uniforme. Para determinar a significância desse índice é feita a comparação com o valor de , calculado pela seguinte fórmula: Com valor de F das tabelas de limites unilaterais com n1 = N-1 N e; n2 = ∞ graus de liberdade. 29 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DOS DIFERENTES ESTÁGIOS DE Glycaspis brimblecombei A quantidade de adultos coletados do psilídeo-de-concha nos cinco ambientes amostrados apresentou um crescimento em julho de 2008 e um acme em agosto. A partir de setembro, ocorreu um decréscimo no número de indivíduos, sendo que de janeiro a maio de 2009 não foi registrada a ocorrência de adultos da espécie, reiniciando-se a coleta de indivíduos a partir de junho de 2009 (Figura 4). 2500 2039 N°de Indivíduos 2000 1500 1000 656 500 0 144 13 4 1 0 0 0 0 0 1 9 OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL 0 JUN JUL AGO SET Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 4 - FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei, NOS DIFERENTES AMBIENTES AMOSTRADOS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. 30 Para a espécie E. camaldulensis, a quantidade de adultos coletados foi maior no mês de agosto. A partir de setembro as quantidades de indivíduos diminuíram gradualmente até não ser registrada sua presença de dezembro a junho, voltando a ocorrer em julho de 2009 (Figura 5). No clone GG100, esta espécie ocorreu em poucos indivíduos de julho a outubro e ausente nos demais meses (Figura 5). No clone MG1277, a quantidade de adultos coletados foi maior no mês de agosto. A partir de setembro a quantidade de indivíduos diminuiu gradualmente até não ser registrada sua presença de novembro a junho de 2009 (Figura 6). No híbrido Urocan, a quantidade de adultos coletados foi maior no mês de setembro. Nos meses de outubro a dezembro foi registrada apenas um indivíduo em cada mês, sendo ausente para os demais meses (Figura 6). No híbrido Urograndis, a quantidade de adultos coletados foi maior no mês de setembro. No mês de outubro a junho não foi registrada a presença de indivíduos adultos, ocorrendo novamente em julho (Figura 6). 31 GG100 E. camaldulensis 1400 1293 1200 N°de Indivíduos 1000 800 600 400 200 172 5 0 0 5 14 12 0 JUN JUL 14 AGO 1 2 SET 0 2 OUT 0 0 NOV 0 0 DEZ 0 0 JAN 0 0 FEV 0 0 MAR 0 ABR 8 0 0 MAI 0 JUN JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 5 - FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis E NO CLONE GG100. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. MG1277 Urocan Urograndis 700 604 600 N/ de Indivíduos 500 400 300 211 200 129 102 100 0 0 130 91 JUN 37 24 0 1 0 JUL 2 3 AGO SET 0 1 0 OUT 0 1 0 NOV 0 1 0 DEZ 0 0 0 JAN 0 0 0 FEV 0 0 0 MAR ABR 1 0 0 0 MAI 0 0 1 0 0 JUN 0 JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 6 - FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei NO CLONE MG1277, NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. 32 A quantidade de ovos coletados do psilídeo-de-concha nos cinco ambientes amostrados apresentou aumento nas quantidades de indivíduos coletados em julho e um acme em agosto. A partir de setembro, ocorreu um decréscimo no número de indivíduos, sendo que em dezembro a junho de 2009 não foi registrada a ocorrência de ovos da espécie. Em junho de 2009, constatou-se a ocorrência dos primeiros indivíduos novamente (Figura 7). 6000 5527 5000 N°de Indivíduos 4000 3000 2234 2000 1000 369 361 595 118 0 0 0 0 0 0 0 0 DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN 0 JUN JUL AGO SET OUT NOV JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 7 – QUANTIDADE DE OVOS COLETADOS DE Glycaspis brimblecombei, NOS DIFERENTES AMBIENTES AMOSTRADOS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Para a espécie E. camaldulensis, a quantidade de ovos coletados foi maior em agosto. A partir de setembro a quantidade de ovos começou a diminuir até não ser registrada sua presença de dezembro a junho voltando a ocorrer em julho de 2009 (Figura 8). No clone GG100, a quantidade de ovos coletados foi maior em agosto. A partir de setembro a quantidade de ovos começou a diminuir até não ser registrada sua presença de dezembro a junho voltando ocorrer em julho de 2009 (Figura 8). 33 GG100 E. camaldulensis 1600 1425 1400 N°de Indivíduos 1200 1000 771 800 600 400 320 185 200 0 67 128 0 0 139 125 JUN 0 20 0 JUL AGO SET 0 OUT 0 NOV 0 0 DEZ 0 0 JAN 0 0 FEV 0 0 MAR 0 0 ABR 0 18 0 MAI JUN JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 8 – QUANTIDADE DE OVOS COLETADOS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis E NO CLONE GG100. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. No clone MG1277, a quantidade de ovos coletados foi maior em agosto. A partir de setembro a quantidade de ovos começou a diminuir gradualmente até não ser registrada sua presença de dezembro a junho voltando a ocorrer em julho de 2009 (Figura 9). No híbrido Urocan, a quantidade de ovos coletados foi maior em agosto. A partir de setembro a quantidade de ovos começou a diminuir gradualmente até não ser registrada sua presença de dezembro a junho voltando a ocorrer em julho de 2009 (Figura 9). No híbrido Urograndis, a quantidade de ovos coletados foi maior em agosto. A partir de setembro a quantidade de ovos começou a diminuir gradualmente até não ser registrada sua presença de dezembro a junho voltando a ocorrer em julho de 2009 (Figura 9). 34 MG1277 Urocan Urograndis 2000 1796 1800 1600 N°de Indivíduos 1400 1200 1098 1000 888 800 514 600 535 400 286 200 0 0 120 204 106 0 JUN 86 52 0 JUL 16 66 AGO SET 290 6 OUT 0 NOV 0 00 DEZ 0 00 JAN 0 00 FEV 0 0 0 MAR 0 0 0 ABR 0 0 0 MAI 138 66 0 JUN 0 JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 9 – QUANTIDADE DE OVOS COLETADOS DE Glycaspis brimblecombei NO CLONE MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁMT, JUNHO 2008/JULHO 2009. A quantidade de ninfas coletadas do psilídeo-de-concha nos cinco ambientes amostrados apresentou um aumento na quantidade indivíduos em julho e um acme em agosto. A partir de setembro, ocorreu decréscimo no numero de indivíduos, sendo que em dezembro a junho de 2009 não foi registrada a ocorrência de ninfas da espécie. Em julho de 2009, constatou-se a ocorrência dos primeiros indivíduos novamente (Figura 10). 35 3000 2528 2500 N°de Indivíduos 2000 1817 1500 1000 562 500 0 81 126 65 0 0 0 0 0 0 0 DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN 0 JUN JUL AGO SET OUT NOV JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 10 - FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE NINFAS DE Glycaspis brimblecombei, NOS DIFERENTES AMBIENTES AMOSTRADOS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Para a espécie E. camaldulensis, a quantidade de ninfas coletadas foi maior em agosto e a partir de setembro começou a diminuir até não ser registrada sua presença de dezembro a junho, voltando a ocorrer em julho de 2009 (Figura 11). No clone GG100, a quantidade de ninfas coletadas foi maior em agosto. A partir de setembro a quantidade de ninfas começou a diminuir até não ser registrada sua presença de dezembro a junho voltando ocorrer em julho de 2009 (Figura 11). 36 GG100 E. camaldulensis 800 752 700 Nº de Indivíduos 600 500 511 400 300 205 200 171 100 92 0 0 0 9 0 JUN JUL 51 36 25 0 AGO SET 0 OUT 0 NOV 0 0 DEZ 0 0 JAN 0 0 FEV 0 0 MAR 0 0 ABR 0 4 0 MAI JUN JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 11 - FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE NINFAS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis E NO CLONE GG100. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. No clone MG1277, a quantidade de ninfas coletadas foi maior em agosto, a partir de setembro a quantidade começou a diminuir gradualmente até não ser registrada sua presença de dezembro a julho, voltando a ocorrer em julho de 2009 (Figura 12). No híbrido Urocan, a quantidade de ninfas coletadas foi maior em agosto. A partir de setembro a quantidade de ovos começou a diminuir gradualmente até não ser registrada sua presença de dezembro a junho voltando a ocorrer em julho de 2009 (Figura 12). No híbrido Urograndis a quantidade de ninfas coletadas foi maior em setembro. A partir de outubro a quantidade de ninfas começou a diminuir gradualmente até não ser registrada sua presença de dezembro a junho voltando a ocorrer em julho de 2009 (Figura 12). 37 Urocan MG1277 Urograndis 900 783 800 Nº de Indivíduos 700 600 528 500 510 448 400 300 260 266 256 200 100 40 76 25 0 0 21 10 0 JUN 46 12 JUL 14 3 AGO SET OUT NOV 0 0 0 DEZ 0 0 JAN 0 0 FEV 0 0 MAR 0 0 ABR 0 0 MAI 25 0 0 JUN JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 12 - FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE NINFAS DE Glycaspis brimblecombei NO CLONE MG1277, NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. O levantamento populacional do psilídeo-de-concha de todos os seus estágios de desenvolvimento apresentou maiores quantidades de indivíduos no período de seca, principalmente nos meses de agosto e setembro em todos os eucaliptos estudados. Resultados semelhantes foram obtidos por Cibrian-Tovar et al. (sd); Paine et al. (2000); Wilcken et al. (2003); Ferrreira-Filho (2005) e Ferreira et al. (2009) com elevadas temperaturas no período de seca, propiciando aumento na quantidade de indivíduos, e diminuindo com a chegada das chuvas e diminuição da temperatura. 38 4.2. FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE Psyllaephagus bliteus E PREDADORES A flutuação populacional do parasitóide P. bliteus apresentouse de forma irregular, todavia demonstrando uma tendência de aumento da sua população nos meses de seca, época de maior ocorrência do seu hospedeiro. A maior quantidade de indivíduos coletados foi em junho de 2008. No ano de 2009 houve uma queda na quantidade de indivíduos coletados em relação ao ano anterior (Figura 13). Psyllaephagus bliteus 25 22 20 N°de Indivíduos 17 15 13 13 12 9 10 8 7 6 4 5 3 2 1 0 0 JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 13 - FLUTUAÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL DO PARASITÓIDE Psyllaephagus bliteus (Hymenoptera: Encyrtidae). CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Montes e Raga (2005) estudando a incidência do psilídeo-deconcha em um talhão de E. camaldulensis encontrou ninfas parasitadas pelo parasitóide P. bliteus, e correlação positiva entre os valores médios de adultos de G. brimblecombei e P. bliteus capturados nas armadilhas adesivas, demonstrando o potencial do parasitóide. 39 Durante os 14 meses de estudo os predadores coletados foram da família Coccinelidae, adultos de Chrysoperla sp. (Neuroptera) e também algumas aranhas próximas a ocorrência do psilídeo-de-concha e também nas armadilhas adesivas. As quantidades de predadores coletados registraram maiores quantidades de indivíduos em setembro. Em outubro até dezembro a quantidade de indivíduos apresentou um decréscimo, aumentando novamente em janeiro e registrando em fevereiro uma quantidade de indivíduos coletados muito aproximada de setembro. Este fato pode estar correlacionado com aumento de presas, já que os predadores não são específicos ao psilídeo-de-concha e também pelo fato de que em março de 2009 foi observado um ataque de lagartas desfolhadoras na área estudada. Nos demais meses a quantidade de indivíduos diminuiu gradualmente (Figura 14). Predadores 120 101 N°de Indivíduos 100 94 80 60 51 40 39 38 24 33 36 35 30 24 22 20 6 1 0 JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 14 - FLUTUAÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL PARA OS PREDADORES DE Glycaspis brimblecombei. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. 40 Dezane et al. (2006) constataram uma sincronia na flutuação populacional da praga e do parasitóide P. bliteus. Quanto aos predadores foi observada maior ocorrência de coccinelídeos do que crisopídeos e verificou-se que os predadores tiveram picos em outubro e dezembro de 2005, quando a população da praga apresentava menor número. 4.3. INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS NA POPULAÇÃO DE Glycaspis brimblecombei E DE SEUS INIMIGOS NATURAIS A flutuação populacional dos exemplares coletados apresentou correlação positiva e diretamente proporcional com a temperatura máxima e correlação negativa e inversamente proporcional com a umidade relativa através da análise de correlação de Pearson para todos os estágios do psilídeo-de-concha na espécie, nos clones e híbridos dos eucaliptos avaliados (Tabela 1). A temperatura mínima foi significativa apenas para quantidade de indivíduos adultos coletados no clone GG100, sendo inversamente proporcional a esta variável. A temperatura média não apresentou diferença significativa para a espécie, os híbridos e os clones avaliados (Tabela 1). 41 TABELA 1 - CORRELAÇÃO DE PEARSON PARA Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. HOSPEDEIROS OVO E. camaldulensis NINFA ADULTO OVO GG100 NINFA ADULTO OVO MG1277 NINFA ADULTO OVO Urocan NINFA ADULTO OVO Urograndis VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS ESTÁGIO NINFA ADULTO (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) (r) ( P) TMÁX 0,6925* 0,0030 0,6918* 0,0031 0,5463* 0,0216 0,6349* 0,0074 0,6327* 0,0076 0,7013* 0,0026 0,6202* 0,0090 0,6685* 0,0045 0,5968* 0,0121 0,6670* 0,0046 0,6519* 0,0058 0,5385* 0,0235 0,6506 0,0059 0,6245* 0,0085 0,5611 0,0184 TMÍN -0,3832 0,881 -0,3394 0,1175 -0,2693 0,1760 -0,3259 0,1277 -0,3173 0,1345 -0,5595* 0,0187 -0,376 0,1264 -0,3603 0,1029 -0,3557 0,1060 -0,3243 0,1290 -0,3047 0,1448 -0,3605 0,1027 -0,3848 0,0872 -0,2582 0,1864 -0,3055 0,1441 TMÉD 0,1042 0,3615 0,1425 0,3135 0,1115 0,3522 0,1181 0,3438 0,1243 0,3360 0,465 0,187 0,071 0,3578 0,1091 0,3552 0,0673 0,4096 0,1401 0,3164 0,1478 0,3071 0,0256 0,4654 0,0760 0,3981 0,1714 0,2790 0,0889 0,3812 UR(%) -0,7863* 0,0007 -0,7544* 0,0009 -0,6928* 0,030 -0,7546* 0,0009 -0,7539* 0,0009 -0,6747* 0,0041 -0,7411* 0,012 -0,7627* 0,0008 -0,7264* 0,0016 -0,7563* 0,0009 -0,7507* 0,0001 -0,5239 0,0272 -0,7576* 0,0008 -0,5964* 0,0122 -0,5830* 0,0143 PP(mm) -0,3591 0,1037 -0,3234 0,1297 -0,3248 0,1286 -0,3411 0,1163 -0,3262 0,1275 -0,4084 0,0735 -0,3557 0,1060 -0,3273 0,1267 -0,3772 0,0919 -0,3393 0,1176 -0,3195 0,1327 -0,1941 0,2531 -0,3913 0,0832 -0,2413 0,2030 -0,1797 0,2694 *Significativo a 5% de Probabilidade; (r) correlação de Pearson; (P) probabilidade. No mês de setembro até o mês de dezembro de 2008 houve uma pequena variação nas temperaturas, no entanto a quantidade de indivíduos coletados começou a diminuir até ocorrer ausência de indivíduos em janeiro a maio de 2009. Nos meses de junho e julho, os indivíduos voltaram a ser registrados, sendo as temperaturas nesses meses similares as do ano anterior (Figura 15). 42 Ovo Ninfa Adulto TMAX TMIN TMED 6000 40,0 35,0 5000 4000 25,0 °C N°de Indivíduos 30,0 3000 20,0 15,0 2000 10,0 1000 5,0 0 0,0 JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 15 - TEMPERATURA MÁXIMA, MÉDIA E MÍNIMA E FLUTUAÇÃO POPULACIONAL TOTAL DE Glycaspis brimblecombei CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Pela análise de correlação de Pearson, as temperaturas máximas, médias e mínimas, precipitação e umidade relativa não apresentaram diferenças significativas para P. bliteus e predadores (Tabela 2). TABELA 2 - CORRELAÇÃO DE PEARSON PARA Psyllaephagus PREDADORES. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. População P. bliteus Predadores TMÁX TMÍN TMÉD bliteus UR(%) PP(mm) (r) -0,0135 -0,4169 -0,3782 -0,039 -0,4373 (P) 0,4817 ns 0,2915 0,069 ns 0,2971 0,0912ns 0,4501 0,4474ns -0,426 0,059ns 0,3172 0,1512ns 0,0532 ns 0,0644ns 0,1346ns (r) (P) 0,156 ns e *Não significativo a 5% de Probabilidade; (r) correlação de Pearson; (P) probabilidade Com o aumento das temperaturas máxima, média e mínima em julho de 2008 até agosto, registraram-se as maiores quantidades de P. 43 bliteus coletados. Nos demais meses as alterações destas variáveis não resultaram no aumento na quantidade de indivíduos coletados (Figura 16). Os predadores foram coletados em maiores quantidades em setembro de 2008, com as temperaturas máxima, média e mínima em 35,7ºC; 16,8ºC e 26,3ºC, respectivamente (Figura 16). Predadores P.bliteus TMIN TMED TMÁX 120 40,0 35,0 100 80 25,0 60 20,0 ºC Nº de Indivíduos 30,0 15,0 40 10,0 20 5,0 0 0,0 JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 16 - TEMPERATURA MÁXIMA, MÉDIA E MÍNIMA E FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE Psyllaephagus bliteus E PREDADORES DE Glycaspis brimblecombei. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Favaro (2006) encontrou diferenças significativas e diretamente proporcionais das temperaturas máxima, mínima e média para os adultos do psilídeo e não significativas para ovos e ninfas. Também encontrou diferenças significativas e diretamente proporcionais para P.bliteus e não significativa para os inimigos naturais em relação a G. brimblecombei. Mateus et al. (2007) constataram sincronia entre G. brimblecombei e de P. bliteus indicando que o inimigo natural é eficaz para o controle do psilídeo-de-concha, no entanto em relação aos 44 predadores (coccinelídeos e vespídeos), a correlação manteve-se baixa, indicando ausência de sincronismo entre a população da praga e seus possíveis predadores. Ferreira-Filho et al. (2008) verificaram que populações de G. e brimblecombei P. possuem bliteus correlação inversamente proporcional em função da temperatura. Todavia, não houve correlação com a precipitação no período avaliado. Na sexagem constatou-se uma maior quantidade de indivíduos machos de P. bliteus, no entanto, no período de temperaturas mais altas foi constatada a maior ocorrência de fêmeas (Figura 17). MACHO FÊMEA 14 12 12 10 10 N°de Indivíduos 10 8 7 6 6 7 7 6 6 5 5 5 5 4 4 4 3 2 3 2 2 2 1 0 0 1 0 0 MAR ABR 1 0 0 JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAI JUN JUL Período Amostrado de 2008 a 2009 FIGURA 17 – MACHO E FÊMEA DE Psyllaephagus bliteus COLETADOS NOS DIFERENTES AMBIENTES AMOSTRADOS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Situação análoga foi obtida por Plascencia-González et al. (2005) que observaram que altas temperaturas foram melhores para o desenvolvimento das fêmeas, podendo ocorrer partenogênese arrenótoca facultativa originando somente indivíduos machos. Cabe ressaltar que a quantidade de P.bliteus em todo o experimento foi muito baixa, quando 45 comparadas com os valores obtidos nos experimentos de Ferreira-Filho (2005); Montes e Raga (2006); Favaro (2006); Dezane et al. (2006); Mateus et al. (2007) e Ferreira-Filho et al. (2008). Em junho de 2008 foi registrada a umidade relativa de 94,7%, sendo o maior valor desta variável. Nos meses de julho, agosto e setembro de 2008 foram registradas 87,8%; 81,5% e 80,9%, respectivamente, e junho e julho de 2009 foram registradas 87,4% e 87,8%, respectivamente, os menores valores durante todo o experimento (Figura 18). A precipitação total foi nula nos meses de junho a agosto de 2008, período em que foi constatada maior quantidade dos indivíduos de G. brimblecombei coletados e também de P.bliteus Nos demais meses que ocorreu precipitação as populações do psilídeo e de P.bliteus diminuíram, voltando a ocorrer em junho e julho de 2009 com o decréscimo da precipitação (Figura 18). Os predadores ocorreram com as maiores quantidades de indivíduos no início do período de chuva em setembro de 2008 e em fevereiro de 2009 (Figura 18). Umidade Relativa 95,0 250,0 90,0 200,0 85,0 150,0 80,0 100,0 75,0 50,0 UR (%) 300,0 70,0 0,0 JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL Período Amostrado de2008 a 2009 FIGURA 18 - PRECIPITAÇÃO MÉDIA E UMIDADE RELATIVA DO AR. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. 46 PP (mm) Precipitação Total 100,0 Sookar et al. (2003) afirmaram que existe uma relação entre a redução das populações de G. brimblecombei com a chegada de períodos de chuvas intensas e que estudos realizados na Austrália com Glycaspis baileyi indicaram que o clima é um importante fator de regulação da população destes insetos e de outras espécies de psilídeo. Segundo Jesus (2009), o estresse hídrico observado em plantas de E. camaldulensis induz um aumento na densidade média de ovos e de ninfas de G. brimblecombei. Este fato pode sugerir um padrão de seleção do sugador quanto à qualidade da planta hospedeira. 4.4. ANÁLISES DE VARIÂNCIA E TESTE DE MÉDIA APLICADA PARA AS QUANTIDADES DE INDIVÍDUOS COLETADOS NAS DIFERENTES FASES DE DESENVOLVIMENTO DE Glycaspis brimblecombei. A análise de variância aplicada às quantidades de adultos do psilídeo-de-concha coletados na espécie de eucalipto, híbridos e clones demonstrou resultados significativos para esses hospedeiros e nas diferentes épocas amostradas (Tabela 3). TABELA 3 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA OS ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Fontes de Variação Hospedeiros Meses Interação (Hospedeiros X Meses) Resíduo Total *;**Significativo no nível de5% e Variação= 33, 8096%. G.L S.Q. 4 74,93748 13 978,8079 52 715,1359 630 170,0538 699 1% de Probabilidade Fc Q.M. 18,73437 69,407** 75,29292 278,938** 13,75260 50,949** 0,2699267 Signif. 0,0000 0,0000 0,0000 respectivamente. Coeficiente de Pelo teste de comparação de médias de Scott-Knott a 5% de probabilidade, a quantidade de indivíduos adultos foi significativamente maior em agosto de 2008 em E. camaldulensis e no clone MG1277; para 47 os híbridos Urocan e Urograndis, o mês de setembro de 2008 foi o de maior ocorrência do psilídeo. O clone GG100 teve baixa ocorrência durante todos os períodos amostrados e não apresentou diferenças estatisticamente significativas em todo o período amostrado (Tabela 4). TABELA 4 – TESTE DE MÉDIA PARA OS ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. FAZENDA JARDIM, CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. HOSPEDEIROS* E. camaldulensis GG100 MG1277 Urocan Urograndis Junho/2008 1,00 Ca 1,00 Aa 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Ca Julho/2008 1,18 Cb 1,36 Ab 3,08 Ba 1,74 Cb 1,40 Cb Agosto/2008 11,31 Aa 1,39 Ae 7,65 Ab 2,24 Bd 3,05 Bc Setembro/2008 4,16 Ba 1,47 Ab 3,53 Bb 3,74 Ab 4,32 Aa Outubro/2008 1,20 Ca 1,07 Aa 1,04 ca 1,08 Da 1,24 Ca Novembro/2008 1,04 Ca 1,08 Aa 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Ca Dezembro/2008 1,00 Ca 1,00 Aa 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Ca Janeiro/2009 1,00 Ca 1,00 Aa 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Ca Fevereiro/2009 1,00 Ca 1,00 Aa 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Ca Março/2009 1,00 Ca 1,00 Aa 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Ca Abril/2009 1,00 Ca 1,00 Aa 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Ca Maio/2009 1,00 Ca 1,00 Aa 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Ca Junho/2009 1,00 Ca 1,00 Aa 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Ca Julho/2009 1,00 Ca 1,00 Aa 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Ca *Médias seguidas por letra maiúscula na vertical e minúscula na horizontal não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 1% de Probabilidade. MESES Para a verificação da maior ocorrência do psilídeo-de-concha em relação à localização das armadilhas adesivas, não foi verificada diferenças estatisticamente significativas em todos os hospedeiros amostrados e também com relação aos períodos de coletas. Takaki (2008) estudando o efeito da heterogeneidade do habitat, do estresse e da suscetibilidade genotípica do hospedeiro em relação ao ataque do psilídeo, constatou que a densidade de ovos no centro dos talhões foi menor que nas bordas do talhão em contato com o cerrado, apesar da diferença entre centro e borda do talhão não serem significativas. No entanto, quando os meses foram analisados isoladamente constataram-se diferenças significativas (Tabela 5). 48 Pela comparação do teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade verificou-se em agosto de 2008 como sendo o mês de maior ocorrência do adulto do psilídeo-de-concha (Tabela 6). TABELA 5 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA A LOCALIZAÇÃO DAS ARMADILHAS PARA OS ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus spp. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Fontes de Variação Armadilhas (localização) Meses Interação (Armadilhas X Meses) G.L 9 13 117 S.Q. 2,95000000 943,538571 28,5900000 Q.M. 0,327778 72,579890 0,244359 Resíduo 560 991,600000 1,770714 Fc 0,185 0,989** 0,138 Signif. 0,9956 0,0000 1,0000 Total 699 *;**Significativo no nível de 5% e 1% de Probabilidade respectivamente. Coeficiente de Variação= 87,46% TABELA 6 – TESTE DE MÉDIA PARA OS ADULTOS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. MESES MÉDIAS Junho/2008 1,00 C Julho/2008 1,74 C Agosto/2008 5,08 A Setembro/2008 3,34 B Outubro/2008 1,06 C Novembro/2008 1,00 C Dezembro/2008 1,00 C Janeiro/2009 1,00 C Fevereiro/2009 1,00 C Março/2009 1,00 C Abril/2009 1,00 C Maio/2009 1,00 C Junho/2009 1,00 C Julho/2009 1,00 C *Médias Seguidas pela mesma letra na diferem entre si pelo Teste de Scott-Knott ao nível de 1% de Probabilidade. Para o estágio de ovo, a análise de variância aplicada às quantidades coletadas na espécie, híbridos e clones de eucalipto demonstrou resultados significativos para esses hospedeiros e nas diferentes épocas amostradas (Tabela 7). 49 Pelo teste de comparação de médias de Scott-Knott a 5% de probabilidade, a quantidade de indivíduos foi significativamente maior em agosto de 2008 em E. camaldulensis e nos clones GG100 e nos híbridos; Urocan e Urograndis (Tabela 8). TABELA 7 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA O ESTÁGIO DE OVO DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Fontes de Variação Hospedeiros G.L S.Q. Signif. 209,0247 Q.M. 52,25619 Fc 4 25,946** 0,0000 Meses 13 4908,808 377,6006 187,486** 0,0000 Interação (Hospedeiros X Meses) 52 487,6207 9,377321 4,656** 0,0000 Resíduo 70 140,9814 2,014021 Total 139 *;** Significativo no nível de5% e 1% de Probabilidade respectivamente. Coeficiente de Variação= 31,390%. TABELA 8 – TESTE DE MÉDIA PARA O ESTÁGIO DE OVO DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁMT, JUNHO 2008/JULHO 2009. HOSPEDEIROS* E. camaldulensis GG100 MG1277 Urocan Urograndis Junho/2008 1,00 Da 1,00 Ca 1,00 Ca 1,00 Ea 1,00 Da Julho/2008 7,97 Ca 1,00 Cb 7,35 Ca 6,56 Da 5,20 Ca Agosto/2008 26,64 Aa 12,69 Ac 25,41 Aa 23,33 Ab 21,09 Ab Setembro/2008 19,60 Ba 7,83 Bc 15,71 Bb 16,38 Bb 8,92 Bc Outubro/2008 9,61 Da 3,30 Cb 6,08 Cb 10,14 Ca 3,92 Cb Novembro/2008 5,8 Da 1,00 Ca 2,80 Cb 3,77 Da 1,50 Db Dezembro/2008 1,00 Da 1,00 Ca 1,00 Ca 1,00 Ea 1,00 Da Janeiro/2009 1,00 Da 1,00 Ca 1,00 Ca 1,00 Ea 1,00 Da Fevereiro/2009 1,00 Da 1,00 Ca 1,00 Ca 1,00 Ea 1,00 Da Março/2009 1,00 Da 1,00 Ca 1,00 Ca 1,00 Ea 1,00 Da Abril/2009 1,00 Da 1,00 Ca 1,00 Ca 1,00 Ea 1,00 Da Maio/2009 1,00 Da 1,00 Ca 1,00 Ca 1,00 Ea 1,00 Da Junho/2009 1,00 Da 1,00 Ca 1,00 Ca 1,00 Ea 1,00 Da Julho/2009 1,00 Da 1,00 Ca 1,00 Ca 1,00 Ea 1,00 Da *Médias seguidas por letra maiúscula na vertical e minúscula na horizontal não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 1% de Probabilidade. MESES Para a verificação da maior ocorrência da quantidade de ovos em relação às duas alturas testadas, não foram verificadas diferenças estatisticamente significativas em todos os hospedeiros amostrados e também com relação aos períodos de coletas. No entanto, quando os 50 meses foram analisados isoladamente constataram-se diferenças significativas (Tabela 9). Pela comparação do teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade verificou-se em agosto de 2008 como o mês de maior ocorrência de quantidade de ovos do psilídeo-de-concha (Tabela 10). TABELA 9 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA O ESTÁGIO DE OVO NAS ALTURAS DE 2m E 4m EM Eucalyptus spp. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Fontes de Variação Alturas Meses Interação (Alturas X Meses) Resíduo Total *;** Significativo no nível de5% e Variação= 55,266% G.L S.Q. 1 3,076936 13 5400,268 13 10,45446 112 771,7603 139 1% de Probabilidade Fc Q.M. 3,076936 0,447 415,4052 60,285** 0,8041896 0,117 6,890717 Signif. 0,0000 - respectivamente. Coeficiente de TABELA 10 – TESTE DE MÉDIA PARA O ESTÁGIO DE OVO DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. . MESES MÉDIAS Junho/2008 1,00 D Julho/2008 5,61 C Agosto/2008 22,76 C Setembro/2008 14,38 C Outubro/2008 7,34 C Novembro/2008 3,09 D Dezembro/2008 1,00 D Janeiro/2009 1,00 D Fevereiro/2009 1,00 D Março/2009 1,00 D Abril/2009 1,00 D Maio/2009 1,00 D Junho/2009 1,00 D Julho/2009 5,32 C *Médias Seguidas pela mesma letra na diferem entre si pelo Teste de Scott-Knott ao nível de 1% de Probabilidade. A análise de variância aplicada às quantidades de ninfas do psilídeo-de-concha coletados na espécie, híbridos e clones de eucalipto demonstrou resultados significativos para esses hospedeiros e nas diferentes épocas amostradas (Tabela 11). 51 Pelo teste de comparação de médias de Scott-Knott a 5% de probabilidade, a quantidade de ninfas foi significativamente maior em agosto de 2008 em E. camaldulensis e nos clones GG100 e nos híbridos; Urocan e Urograndis (Tabela 12). TABELA 11 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA AS NINFAS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Fontes de Variação Hospedeiros Meses Interação (Hospedeiros X Meses) Resíduo Total *;** Significativo no nível de5% e Variação= 20,767% G.L S.Q. 4 98,7092 13 2712,897 52 356,9559 70 39,26855 139 1% de Probabilidade Fc Q.M. 24,69773 44,026** 208,6844 372,000** 6,864536 12,237** 0,5609794 Signif. 0,0000 0,0000 0,0000 respectivamente. Coeficiente de TABELA 12 – TESTE DE MÉDIA PARA AS NINFAS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. HOSPEDEIROS* E. camaldulensis GG100 MG1277 Urocan Urograndis Junho/2008 1,00 Ea 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Da 1,00 Da Julho/2008 3,66 Da 1,00 Cb 3,66 Ca 2,45 Db 4,05 Ca Agosto/2008 19,26 Aa 10,17 Ac 19,78 Aa 16,22 Ab 11,43 Ac Setembro/2008 16,01 Ba 6,82 Bc 15,99 Ba 11,35 Bb 8,62 Bc Outubro/2008 9,21 Ba 2,32 Ce 4,58 Cd 6,24 Cc 11,49 Aa Novembro/2008 4,35 Da 1,00 Ca 2,30 Db 2,67 Db 1,50 Db Dezembro/2008 1,00 Ea 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Da 1,00 Da Janeiro/2009 1,00 Ea 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Da 1,00 Da Fevereiro/2009 1,00 Ea 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Da 1,00 Da Março/2009 1,00 Ea 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Da 1,00 Da Abril/2009 1,00 Ea 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Da 1,00 Da Maio/2009 1,00 Ea 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Da 1,00 Da Junho/2009 1,00 Ea 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Da 1,00 Da Julho/2009 1,00 Ea 1,00 Ca 1,00 Da 1,00 Da 1,00 Da *Médias seguidas por letra maiúscula na vertical e minúscula na horizontal não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 1% de Probabilidade. MESES Para a verificação da maior ocorrência das ninfas do psilídeo em relação às duas alturas distintas, não foram verificadas diferenças estatisticamente significativas em todos os hospedeiros amostrados e também com relação aos períodos de coletas. No entanto, quando os 52 meses foram analisados isoladamente constataram-se diferenças significativas (Tabela 13). Pela comparação do teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade verificou-se em agosto de 2008 como sendo o mês de maior ocorrência das ninfas do psilídeo (Tabela 14). TABELA 13 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA AS NINFAS DE OVO NAS ALTURAS DE 2m E 4m EM Eucalyptus spp. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Fontes de Variação Alturas Meses Interação (Alturas X Meses) Resíduo Total *;** Significativo no nível de5% e Variação= 58,958%. G.L S.Q. 1 1,0800221 13 2733,270 13 5,008763 112 512,0979 139 1% de Probabilidade Fc Q.M. 1,080021 0,236 210,2515 45,984** 0,3852895 0,084 4,572303 Signif. 0,0000 - respectivamente. Coeficiente de TABELA 14 – TESTE DE MÉDIA PARA AS NINFAS DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. MESES MÉDIAS Junho/2008 1,00 E Julho/2008 2,90 D Agosto/2008 15,50 A Setembro/2008 11,58 B Outubro/2008 7,06 C Novembro/2008 2,46 D Dezembro/2008 1,00 E Janeiro/2009 1,00 E Fevereiro/2009 1,00 E Março/2009 1,00 E Abril/2009 1,00 E Maio/2009 1,00 E Junho/2009 1,00 E Julho/2009 3,27 D * Médias Seguidas pela mesma letra na diferem entre si pelo Teste de Scott-Knott ao nível de1% de Probabilidade. No entanto, o número de indivíduos que ocorreram na Fazenda Jardim foi muito baixo comparado com áreas que sofreram grandes ataques quando comparadas com as quantidades obtidas nos experimentos de Ferreira-Filho (2005); Montes e Raga (2006); Favaro (2006); Dezane et al.(2006); Mateus et al. (2007); Ferreira-Filho et al. 53 (2008) e Ferreira et al. (2009). Uma provável explicação para esse fato é o de maior número de machos observados, acarretando em diminuição da população nos demais meses. No entanto, não se pode deixar de relatar o fato do psilídeo-de-concha ter sofrido grande influência pela temperatura máxima e também pela umidade relativa, conforme constatado pela análise de correlação de Pearson. Em relação às espécies de eucaliptos estudadas na Fazenda Jardim, na época em que foi observada a ocorrência do psilídeo, tanto ao longo do ano de 2008 e em Julho de 2009, foi observado maiores indivíduos adultos da praga em E. camaldulensis e no clone MG 1277 (E. urophylla X E. camaldulensis). Esta afirmação pode ser verificada pelo teste de média para a população adulta dentro dos meses de ocorrência do psilídeo. Resultados semelhantes foram constatados em estudos realizados por Paine et al. (2000); Brennan et al. (2001); Wilcken et al.(2003); Firmino (2004) e Ferreira et al.(2009), que observaram as espécies Eucalyptus camaldulensis e Eucalyptus tereticornis ofereceram condições favoráveis para o desenvolvimento e reprodução de G. brimblecombei, sendo a espécie E. camaldulensis a mais adequada. No entanto, os dados obtidos no experimento necessita de mais aprofundamento, principalmente, pelo baixo número de indivíduos coletados e também o interesse de avaliar a preferência para outras espécies de Eucalyptus spp. nas mesmas condições da área de estudo. 4.5. DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Glycaspis brimblecombei A dispersão do psilídeo-de-concha em todos seus estágios de desenvolvimento apresentou distribuição espacial agregada, independente dos hospedeiros amostrados (Tabela 15). O mesmo tipo de distribuição espacial ocorreu para o parasitóide P. bliteus e predadores (Tabela 16). 54 Resultado semelhante foi obtido por Ferreira-Filho (2005) que estudou as populações de G. brimblecombei e do seu parasitóide P. bliteus em E. camaldulensis, encontrando a dispersão agregada para ambas as espécies. Todavia, estudos sobre a dispersão espacial do psilídeo-de-concha ainda são escassos necessitando de maiores informações sobre a distribuição da praga e de seus inimigos naturais. TABELA 15 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL PARA A POPULAÇÃO TOTAL DE Glycaspis brimblecombei EM Eucalyptus camaldulensis, NOS CLONES GG100 E MG1277 E NOS HÍBRIDOS UROCAN E UROGRANDIS. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. Hospedeiros E. camaldulensis GG100 MG1277 Urocan Urograndis Estágio Iδ Fo Ovo Ninfa Adulto Ovo Ninfa Adulto Ovo Ninfa Adulto Ovo Ninfa Adulto Ovo Ninfa Adulto 5,24 5,25 11,67 6,4 6,9 15,19 7,18 6,17 10,33 5,75 6,4 6,85 6,12 18,68 9,82 427,03* 244,29* 114,82* 108,81* 74,62* 43,2847* 600,35* 272,24* 59,93* 344,36* 177,64* 9,46* 272,23* 259,61* 20,24* Distribuição Agregada Agregada Agregada Agregada Agregada *Significativo ao nível de 5% de Probabilidade pelo Teste de F. TABELA 16 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Psyllaephagus bliteus E PREDADORES. CUIABÁ-MT, JUNHO 2008/JULHO 2009. População I? Fo Pyllaephagus bliteus 1,89 4,86* Predadores 1,23 5,31* *Significativo ao nível de 5% de Probabilidade pelo Teste de F. 55 Distribuição Agregada 5. CONCLUSÕES O período da seca é favorável ao aumento de indivíduos de Glycaspis brimblecombei; A temperatura máxima é diretamente proporcional ao aumento da população de Glycaspis brimblecombei e o inverso ocorrendo para a umidade relativa; As quantidades de parasitóides de Psyllaephagus bliteus e dos predadores de Glycaspis brimblecombei não têm correlação com as variáveis meteorológicas; Até 4m de altura não há diferença na quantidade de ovos e de ninfas de Glycaspis brimblecombei nas folhas e nos ramos de Eucalyptus camaldulensis, clones GG100 e MG1277 e nos híbridos Urocan e Urograndis. As diferentes posições nos talhões, tais como, bordas, laterais e centros não exercem influência na quantidade de indivíduos de Glycaspis brimblecombei; A espécie Eucalyptus camaldulensis e o clone MG1277 (E. urophylla X E. camaldulensis) afetam favoravelmente o aumento da população de Glycaspis brimblecombei e o Clone GG100 é o hospedeiro menos favorável ao aumento da população de Glycaspis brimblecombei; As populações de Glycaspis brimblecombei, Psyllaephagus bliteus e dos predadores tem distribuição agregada em todos os ambientes amostrados. 56 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARRUDA FILHO, G. P.; BERTI FILHO, E.; PEREIRA, R. A. Ocorrência de Harmonia axyridis (Pallas) (Coleoptera, Coccinelidae) no estado de São Paulo.Revista de Agricultura, Piracicaba, v.84, n.2, p.145-148, 2009. BERTI FILHO, E.; COSTA, V. A.; ZUPARKO, R. L.; LASALLE, J. Ocorrência de Psyllaephagus bliteus Riek (Hymenoptera: Encytidae) no Brasil. Revista de Agricultura, Piracicaba, v. 78, n. 3, p. 304, 2003. 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