0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação Pós Graduação em Zootecnia Tese Suplementação estratégica em bovinos de corte Cássio Cassal Brauner Pelotas, 2011 1 CÁSSIO CASSAL BRAUNER SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA EM BOVINOS DE CORTE Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Ciências (área de conhecimento: Produção Animal) Orientador: Prof. Dr. Marcelo Alves Pimentel Orietador no Exerior: Prof. Dr. Bret W. Hess Co-Orientador: Dr. José Carlos Ferrugem Moraes Pelotas, 2011 2 Dados de catalogação na fonte: ( Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744) B825s Brauner, Cássio Cassal Suplementação estratégica em bovinos de corte / Cássio Cassal Brauner ; orientador Marcelo Alves Pimentel ; co-orientador José Carlos Ferrugem Moraes. - Pelotas,2011.-76f. - Tese ( Doutorado) - Área de conhecimento Produção Animal. Programa de PósGraduação em Zootecnia. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel . Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2011. 3 Banca Examinadora: - Dr. Jorge Schafhauser Junior - Dr. Eduardo Schmitt - Dra. Isabella Dias Barbosa Silveira - Dr. Carlos Eduardo da Silva Pedroso - Dr. Marcelo Alves Pimentel 4 IN DOMINO CONFIDO SINE FINE GRANDESCUNT ACTUA LABORE 5 AGRADECIMENTOS A Deus, que me ilumina me protege e me acompanha em todos os momentos. À Universidade Federal de Pelotas, à Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel e ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia por disponibilizar a estrutura física, corpo docente e auxílio financeiro que possibilitaram a realização do nível de doutorado. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudos, auxílio financeiro das ativiades executadas no Brasil e no Exterior. À University of Wyoming pela receptividade, disponibilização de estrutura física,corpo docente, bem como auxílio financeiro nas atividades executadas no exterior. Ao meu orientador no Brasil, professor Marcelo Alves Pimentel, pela orientação, dedicação, ensinamentos, amizade ao longo de dez anos de convívio e trabalho, além da sua disponibilidade de conceder a estrutura e todo o material experimental para a realização do projeto de doutorado. Ao meu orientador nos EUA, professor Bret Hess, pela orientação, dedicação, ensinamentos, além de toda a sua hospitalidade, generosidade e amizade durante o ano de convivência que tivemos. À minha noiva Caroline Leivas Moraes, por total e incondicional apoio durante todo o doutorado, além de seu carinho, compreensão, companheirismo e muito amor que me deram muita força em todos os momentos desta etapa. À minha família por todo apoio, suporte, incentivo e crédito em meu trabalho, bem como de toda a força em todos os momentos. Aos professores Scott Lake, Daniel Rule e Kristi Cammack da University of Wyoming por toda a dedicação e auxílio nas etapas de desenvolvimento do projeto executado nos EUA. Aos colegas da UW Philipe Moriel e Jeffrey Berry por toda ajuda, dedicação e amizade. Aos funcionários do Department of Animal Science, da UW Jessica Kern e Venerand Nayigihugu pelo auxílio na execução das análises laboratoriais, bem como ensinamentos e amizade. Aos meus amigos por todo carinho, companheirismo, grande amizade, que sempre me deram suporte e força em todos os momentos de minha vida. 6 A todos colegas do PPGZ, grandes amigos e companheiros, em especial à grande amiga Jaqueline Schneider Lemes por sempre me incentivar e pela grande amizade. Aos docentes e funcionários do PPGZ e DZ pela colaboração, apoio, amizade e incentivo. 7 Resumo BRAUNER, CÁSSIO CASSAL. Suplementação estratégica em bovinos de corte. 2011. 77f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – FAEM. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. Com diferentes objetivos foram avaliados diferentes métodos estratégicos de suplementação para bovinos de corte, bem como as potencialidades de utilização dentro dos diferentes sistemas de produção em dois distintos projetos. No Experimento 1, Trinta e duas vacas Angus multíparas em escore de condição corporal moderado (3 em escala de 1 a 5) receberam suplementação alimentar no início de lactação, por um período curto (35 dias), para determinar o efeito sobre a produção e composição do leite e o desemenho de vacas e bezerros. A avaliação da produção de leite, desempenho ponderal de vacas e bezerros foram controlados no dia 0 (inicio); 14 (meio) e 35 (final) do período de suplementação. Não houve efeito (P>0,05) da suplementação na produção ou de qualquer componente do leite em ambos os grupos, bem como sobre o desempenho de bezerros. Composição do leite foi diferente entre os períodos, onde a gordura foi maior no meio da suplementação e lactose foi maior no final deste período. Vacas suplementadas apresentaram maior (P=0,03) ganho de peso médio diário no período final da suplementação. Vacas de corte podem ganhar peso durante o período de lactação em resposta a suplementação em um curto período, sem qualquer influência sobre a produção e composição do leite ou no desempenho dos bezerros. No Experimento 2, quatro novilhas de corte canuladas no rumen e duodeno foram utilizadas em um desenho experimental 5x4 Quadrado Latino incompleto, para determinar a utilização do farelo de camelina como um suplemento proteico em reposição ao farelo de soja. Os animais foram alimentados com feno (7,1% de PB, 52,2% de FDN em base de MO) e a dieta foi formulada para atender a exigência PDR para o feno oferecido com farelo de soja como suplemento proteico. Em uma base isoprotéica, os tratamentos foram calculados para substituir o farelo de soja em cinco diferentes níveis (0, 25, 50, 75 e 100%). Não foi encontrado efeito (P>0,05) da reposição do farelo de soja por farelo de camelina na digestão da matéria orgânica, fibra e digestibilidade do nitrogênio, bem como não hove diferenças (P>0,05) nos padrões de fermentação ruminal, refletindo em um desempenho ponderal semelhante (P>0,05). Sendo assim, o farelo de camelina parece ser uma adequada alternativa ao farelo de soja como um suplemento proteíco em dietas a base de forragem para bovinos de corte. Palavras-chave: desempenho pós-parto, produção de leite, suplementação, co-produto, farelo de soja, proteína 8 Abstract BRAUNER, CÁSSIO CASSAL. Strategic supplementation in beef cattle. 2011. 77f. PhD (Thesis) – Department of Animal Science – FAEM. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Brazil. Different objectives were evaluated with different supplementation strategies procedures in beef cattle in two distinct projects. In Experiment 1, Thirty-two multiparous Angus beef cows in moderate body condition score (3 in a 1 to 5 scale) received supplementary feeding during early lactation, for a short period (35d), to determine the effect on milk production and composition and cow and calf performances. Both groups were maintained in grazing native condition during the supplemental period. Milk composition and yield, cow and calf performance were evaluated at 0d (initial); 14d (middle) and 35d (final) of supplementation period. There was no effect (P>0.05) of supplementation on milk production or any milk component, and on calves performance. Milk composition was different between periods, where fat concentration was higher at the middle of supplementation and lactose was higher at the end of this period. Supplemented cows had a higher (P=0.03) average daily gain at the final supplemental period than cows in control group. In conclusion, beef cows in moderate body condition score may gain weight during the lactation period responding to supplementation in a short period, without any influence on milk production, composition in the calf performance. In Experiment 2, Four beef heifers fitted with ruminal and duodenal cannulas were used in a 5 x 4 incomplete Latin square experiment to determine the dietary replacement value of camelina meal for soybean meal in forage-based diets of beef cattle. Heifers were fed bromegrass hay (7.1% CP, 52.2% NDF on an OM basis) and the diet was formulated to meet the RDP requirement for the hay offered with supplemental soybean meal as a protein supplement. In an isonitrogenous basis, the treatments aimed to replace the soybean in five different levels (0, 25, 50, 75 and 100%) using camelina meal as a protein source. There was no difference (P>0.05) of increase levels of camelina meal addition as a replacement of soybean meal on OM, NDF and N digestibility. Consequently, we could not find any difference (P>0.05) on the patterns of ruminal fermentation end-products as well. The lack of differences in site and extent of digestion among dietary treatments is consistent with similar (P>0.05) performance for the heifers. Therefore, camelina meal seems to be a suitable alternative for supplementary soybean meal in forage-based diets consumed by beef cattle. Key words: postpartum performance, milk production, suplementation, co-product, soybean meal, protein 9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO GERAL 11 2. PROJETOS DE PESQUISA 15 2.1. Suplementação estratégica pós-parto em vacas de corte: Produção de leite e desempenho de vacas em lactação 15 2.1.1. Introdução e Justificativa 15 2.1.2. Objetivos 17 2.1.3. Metodologia e estratégia de ação 17 2.1.4. Resultados e impactos esperados 19 2.1.5. Riscos e dificuldades 20 2.1.7. Referências bibliográficas 21 2.2. Suplementação com farelo de camelina (Camelina sativa) como alternativa ao farelo de soja para bovinos de corte 24 3. 2.2.1. Introdução e Justificativa 24 2.2.2. Objetivos 26 2.2.3. Metodologia e Estratégia de Ação 26 2.2.4. Resultados esperados 28 2.2.5 Cronograma do Projeto (90 dias) 29 2.2.6. Referências Bibliográficas 29 RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO 31 3.1. Relatório referente à atividade I 31 3.1.1. Período do experimento 31 3.1.2. Descrição da fazenda experimental 31 3.1.3. Descrição dos animais 32 Relatório referente à atividade II 32 3.2. 3.2.1. Período do experimento 32 3.2.2. Descrição da fazenda experimental 33 10 4. 3.2.3. Descrição dos animais 33 3.2.4. Descrição das cirurgias 34 ATIVIDADE I 4.1. 5. 36 Artigo publicado no periódico Revista da Sociedade Brasieleira de Zootecnia 36 4.1.2. Effect of short period feed supplementation during early lactation on performance of cows and calves raised in extensive system 36 ATIVIDADE II 44 5.1. Artigo a ser submetido ao periódico Journal of Animal Science 44 5.1.1. Camelina meal as a replacement for supplementary soybean meal in foragebased diets of beef cattle 44 6. CONSIDERAÇÕES GERAIS 73 7. REFERÊNCIAS 74 11 1. INTRODUÇÃO GERAL Em sistemas extensivos de produção onde existe uma grande dependência dos recursos forrageiros ao longo do tempo a otimização da utilização destes assume papel importante na determinação da produtividade e consequente lucratividade dos sistemas. Quando se objetiva a maximização destes recursos, deve-se planejar um uso racional das opções de suplementação, levando-se em conta os custos com o suplemento, bem como o potencial retorno da utilização deste (DelCURTO et al., 2000). Em regiões onde existe grande variação na quantidade e qualidade da oferta forrageira (diferentes estações, períodos de seca), o sucesso da produção e a aproximação de uma produtividade ótima é dependente da habilidade de se encontrar alternativas econômicas de suplementos para estes determinados períodos, bem como estratégias de suplementação que otimizem a utilização destes produtos. A produção extensiva de bovinos de corte requer fundamentalmente conhecimento do potencial nutritivo dos recursos forrageiros ao longo do ano, bem como a disponibilidade destes e seu uso nos momentos de diferentes demandas da fisiológica animal (lactação, terminação, recria), com critérios ajustáveis referentes a preços e oportunidades de mercado. Neste contexto, estratégias de suplementação para bovinos podem ser criadas visando atender pontualmente uma determinada demanda por nutrientes em um determinado período, bem como utilizar diferentes tipos de suplementos (ingredientes) de acordo com a oferta (preço) de mercado e disponibilidade deste. Em condições de campo é comum que os animais estejam alimentados abaixo de suas exigências nutricionais, principalmente em períodos específicos em que ocorre uma maior demanda de nutrientes, como o terço final da gestação e a lactação. 12 Bauman & Currie (1980) definem o conceito de homeorese onde algumas funções fisiológicas sobrepõem outras no sentido das demandas mais importantes para o animal em determinado período da vida produtiva. Um exemplo característico pode ser encontrado em vacas de corte criadas extensivamente que apresentam um período onde ocorrem perdas de peso logo após o parto (PIMENTEL et. al., 2006; BRAUNER et al., 2011). Este momento é caracterizado por uma demanda de energia voltada à produção de leite, fazendo com que a vaca perca peso e tenha o restabelecimento da função reprodutiva atrasada, acarretando um baixo desempenho reprodutivo (SHORT et al., 1990). Da mesma forma, em terminação de novilhos a pasto, períodos de queda na produção forrageira restringem o desempenho animal, aumentando o tempo para o ideal acabamento de carcaça nos bovinos (GOTTSHALL, 2005). O mesmo ocorre com o manejo de recria de fêmeas onde estas apresentam maiores necessidades nutricionais para seu desenvolvimento logo após o desmame e para atingir altos ritmos de crescimento e como consequência um peso alvo para o primeiro acasalamento, estratégias de suplementação alimentar devem ser criadas (PATTERSON et al., 1992). Nos EUA produtores vem buscando alternativas para a redução do período de suplementação das novilhas de corte, bem como dietas de baixo custo para que a eficiência produtiva do sistema de produção não afete a eficiência econômica do sistema (DelCURTO, et al., 2000; MORIEL, et al., 2011). Portanto, para alcançar rendimento e lucratividade o manejo nutricional de rebanhos de corte deve ser pesquisado, estudado e planejado de acordo com o ambiente produtivo, bem como pensando-se em alternativas estratégicas relativas a quando se suplementar, com que tipo de suplemento e por quanto tempo de suplementação. Sendo assim, a pesquisa e a busca sobre novos ingredientes possíveis de serem aplicados à nutrição de ruminantes assume grande importância na geração de opções conforme variações sazonais de produção, de merdado e oportunidade. Conceitos de suplementação estratégica em bovinos de corte têm sido bastante discutidos ao longo dos anos, porém basicamente são abordados os diferentes recursos e momentos de suplementação. Em pecuária de corte, diferentemente do que ocorre em outros sistemas de produção de carne animal (aves e suínos), o sistema é bastante dinâmico. Produtores e técnicos necessariamente precisam se adaptar às 13 mudanças constantes do mercado e ambiente e subsequencialmente de oferta forrageira em termos de qualidade e quantidade, principalmente relacionadas com as necessidades nutricionais das diferentes categorias de bovinos de corte. Desta forma, sistemas produtivos como no sul do Brasil, são realizados de forma extensiva, com a maximização e otimização da produção sendo baseada em função dos recursos de cada unidade produtiva (fazenda) com o quanto os responsáveis pelo sistema conseguem manejar o tipo e a categoria animal com a produção dos recursos alimentares. Diversos estudos demostraram diferentes efeitos da suplementação de acordo com o período em que os animais foram ofertados com uma dieta diferenciada (DelCURTO et al., 2000; HESS et al., 2008). De um modo geral as diferentes durações de períodos de suplementação visam estabelecer um aumento da disponibilidade de um nutriente por determinado período de tempo (atendendo alguma exigência fisiológica), levando-se sempre em consideração o impacto econômico destes suplementos dentro do sistema produtivo. Wiltbank et al. (1966) estabeleceram muito bem a relação entre demanda por uma certa atividade fisiológica prioritária (gestação e reinício da atividade reprodutiva pós-parto) com o momento e o período de suplementação. Outros trabalhos também mostraram em diferentes etapas produtivas que o mesmo acontece em bovinos em fase de crescimento (PATTERSON et al., 1992), durante a lactação (CERDOTES et al., 2004; LAKE et al., 2005) e até mesmo em terminação (GOTTSCHALL, 2005). Mesmo assim ainda não existe um conhecimento completo de estratégias de suplementação em períodos chave (peso acasalamento, atividade reprodutiva pós-parto, desempenho na lactação). Sendo assim, existe ainda um interesse de se encontrar alternativas para uma suplementação onde o nutriente seja viável, que este atenda as necessidades do animal para uma determinada etapa produtiva, em uma estratégia de suplementação eficiente e possível de ser utilizada. Diferentes tipos de resíduos da indústria de alimentos tem o potencial de gerar produtos para a alimentação animal. Tais co-produtos como farelo de arroz, bagaço de cana-de-açúcar, caroço de algodão, polpa cítrica, entre outros têm sido usados como suplementos em dietas de bovinos por décadas. Esses ingredientes possuem 14 dependência de utilização mais ligada a fatores econômicos (logística, preço) do que diretamente às suas composições nutricionais (ABDALLA, 2008; MACH et al., 2008). Nos últimos anos um novo cenário vem sendo desenvolvido onde a existência de subprodutos ligados à industria de biocombustíveis têm apresentado uma nova perspectiva para a utilização destes na dieta animal. A produção de diferentes culturas voltadas à esta finalidade vem crescendo no Brasil e no mundo. Culturas que não competem no mercado diretamente para outras finalidades que não a de produzir exclusivamente biocombustíveis são as de maior potencial neste contexto, contudo o destino para seus subprodutos ainda desperta grande interesse por uma utilização economicamente eficiente e talvez, ecologicamente sustentável (DONKIN et al., 2008). Moriel et al. (2011) demonstraram que diferentes co-produtos da indústria de biodiesel nos EUA (glicerina bruta e farelo de camelina), mesmo com propósitos diferentes (energético e proteico) demonstram ter potencial biológico para substituição de culturas voltadas para a produção de alimentos humanos e animais (milho e soja), sendo que dependendo dos casos os subprodutos são economicamente mais rentáveis de serem utilizados ao sistema de produção. O Brasil tem grandes potenciais de utilização de produtos (plantas) com este perfil, com grande capacidade de adaptação às diferentes condições ambientais do país. Co-produtos de culturas como a mamona, dendê e canola, utilizados para biocombustíveis já começam a despertar o interesse de serem utilizados na alimentação animal (ABDALLA et al., 2008). Para isso existe grande demanda do aumento do conhecimento de cada subproduto e de suas potencialidades de utilização na dieta animal, com consequente redução de custos para atividade produtiva ligada à bovinocultura de corte, entre outras espécies. Sendo assim, é de grande importância o desenvolvimento de estudos e consequente conhecimento do desenvolvimento da utilização de tais subprodutos em dietas animais, definição de estratégias de utilização destes, bem como o estudo da fisiologia de sua utilização em comparação a outros suplementos tradicionalmente disponíveis no mercado. 15 2. PROJETOS DE PESQUISA 2.1. Suplementação estratégica pós-parto em vacas de corte: Produção de leite e desempenho de vacas em lactação 2.1.1. Introdução e Justificativa A produção de leite de vacas de corte é objeto de estudos desde o início dos anos 1930, com o primeiro trabalho publicado, caracterizando a lactação, realizado por Cole; Johansson (1933). A produção de leite relaciona-se com qualidade de carcaça (COOK et al.,1942), com medidas corporais (WILLIAMS et al., 1979), crescimento e desenvolvimento de bezerros (BOGGS et al., 1980; ALENCAR et al., 1985) e com eficiência reprodutiva pós-parto (BEAL et al., 1990; PIMENTEL et al, 2005; PIMENTEL et al., 2006; BRAUNER et al., 2008). O leite atende as exigências energéticas com sobras para ganho de peso do terneiro até o quarto mês da lactação, demonstrando assim a importância do período de lactação para o crescimento e desenvolvimento de terneiros de corte (PIMENTEL et al., 2006). A lactação é um estado dominante sobre outras atividades fisiológicas, fazendo com que a vaca priorize a produção de leite para o terneiro em relação à atividade reprodutiva (BAUMAN & CURRIE, 1980; SHORT et al., 1990). Os níveis de produção de leite e as diferentes curvas de lactação são afetados por efeitos ambientais e genéticos, como precipitação pluviométrica, idade e ordem do parto da vaca 16 (PIMENTEL et al., 2006), tipo de alimentação, raça ou grupamento genético (JENKINS e FERRELL, 1992), não sendo afetados pelo sexo e raça do terneiro e pela gestação (GREEN et al., 1991; JENKINS et al., 2000). A maior parte da variação do desempenho reprodutivo de vacas de corte é devido a diferenças nutricionais referentes à quantidade de energia consumida, refletida na condição corporal da vaca. Desta forma, o balanço energético da vaca pode ser avaliado pela estimativa das reservas de gordura corporal. As reservas corporais participam da regulação da secreção de hormônios hipotalâmicos e hipofisários. Vacas em reduzida condição corporal apresentam um decréscimo na liberação de LH e conseqüente parada na atividade reprodutiva pós-parto (DAY, 2004). Em condições de campo é comum que os animais estejam alimentados abaixo de suas exigências nutricionais, principalmente em períodos específicos em que ocorre uma maior demanda de nutrientes, como o terço final da gestação e a lactação. Vacas de corte criadas extensivamente no Rio Grande do Sul apresentam um período onde ocorre perda de peso logo após o parto (PIMENTEL et. al., 2006). Esse momento é caracterizado por uma demanda de energia voltada para a produção de leite, fazendo com que a vaca perca peso e tenha o restabelecimento da função reprodutiva atrasada, acarretando um baixo desempenho reprodutivo. Para se estimar o balanço energético em vacas de corte durante o pós-parto pode-se utilizar uma ferramenta prática que é o escore de condição corporal (MORAES et al., 2007) ou também uma metodologia mais precisa que é o perfil metabólico, isto é, a determinação de alguns metabólitos sangüíneos. A determinação de um período restrito de acasalamento para vacas de corte torna a fertilidade pós-parto o fator chave quando o objetivo é a obtenção de um bezerro/vaca/ano, assim o intervalo entre o parto e a concepção deve ser de no máximo 82 dias, já que a gestação tem a duração de 283 dias do ano (YAVAS; WALTON, 2000b). Dentro do período pós-parto o fator de maior impacto negativo sobre a fertilidade das vacas é o anestro ou aciclia (SHORT et al., 1990; YAVAS; WALTON, 2000b; WETTEMANN et al., 2003). As duas principais causas de anestro pós-parto em vacas de corte são a nutrição (RANDEL, 1990; HESS et al., 2005) e a amamentação (WILLIAMS, 1990; WETTEMANN et al., 2003). 17 Sendo assim, estratégias que visem aumentar a disponibilidade de nutrientes para o organismo das vacas, seja pela inclusão destes em momentos específicos para atender as exigências metabólicas variáveis de acordo com o momento produtivo de cada categoria, bem como alternativas quanto a duração da suplementação que tornem essa economicamente viável e produtivamente eficaz, são de interesse do sistema de produção de bovinos de corte. 2.1.2. Objetivos Objetivo Geral: Investigar a influência da suplementação estratégica pós-parto por um curto período de tempo sobre o desempenho de vacas e terneiros de corte durante o período pré-desmama. Objetivos específicos: - Verificar a influência da suplementação estratégica pós-parto sobre o desempenho ponderal das vacas; - Verificar a influência da suplementação estratégica pós-parto por um curto período de tempo sobre a produção e composição de leite de vacas de corte; - Verificar a influência da suplementação estratégica pós-parto sobre o desempenho ponderal de bezerros; - Verificar a influência da suplementação estratégica pós-parto por um curto período de tempo sobre o desempenho reprodutivo de vacas de corte; - Verificar a influência da produção e composição de leite sobre a eficiência produtiva de vacas de corte; - Verificar a disponibilidade de energia líquida para ganho do bezerro no leite produzido de vacas suplementadas ou não. 2.1.3. Metodologia e estratégia de ação 18 Início: Agosto 2008 Duração: 22 meses Descrição: Esta atividade visa caracterizar o período pós-parto de vacas de corte suplementadas estrategicamente por um curto período de tempo durante o período de lactação de vacas de corte. O experimento será conduzido em uma fazenda particular, conveniada com o Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UFPel – localizada no município de Aceguá/RS (latitude 31° 49’ 50’’ Sul; longitude 54° 41’ 58’’ Oeste), região fisiográfica denominada de Campanha, Estado do Rio Grande do Sul. Serão utilizadas 85 vacas da raça Aberdeen Angus, previamente acasaladas através de sincronização de cio e inseminação artificial onde 40 serão utilizadas no experimento de acordo com a condição corporal 3, numa escala de 1 a 5 (JAUME & MORAES, 2002) e homogeneidade da data de parto, sendo que 20 serão suplementadas e 20 comporão o grupo testemunha (sem suplementação). Imediatamente ao parto as vacas serão divididas nos dois tratamentos propostos e receberão suplementação por um período de 35 dias. Os dois grupos de animais serão mantidos em condições extensivas de pastoreio em campo nativo, numa lotação de 0,7 UA/ha (U.A. = 450 kg de peso vivo). A suplementação consistirá do oferecimento de formulação comercial de concentrado calculada para atender 50% das exigências nutricionais de vacas em lactação nos primeiros 42 dias pós-parto de acordo com NATIONAL RESEARCH COUNCIL (2000). O objetivo da suplementação será a elevação da condição corporal em aproximadamente um ponto, em uma escala de 1 a 5 (JAUME & MORAES, 2002). Durante o período do experimento serão realizadas nove avaliações da produção e composição do leite em intervalos de 21 dias, do parto até o desmame (189 dias) através do método pesagem-mamada-pesagem. A composição do leite será realizada junto ao laboratório de controle da qualidade do leite da Embrapa Clima Temperado, Pelotas – RS. Serão avaliadas determinações quantitativas de gordura, proteína, lactose, sólidos totais e células somáticas. Para a análise dos resultados será considerado como fatores fixos o tratamento (vacas suplementadas ou não), o ano sendo as variáveis respostas para avaliação da produção de leite das vacas: produção de leite total (PLT), produção de leite média 19 diária (PL), produção de leite nos diferentes períodos avaliados (PLP), composição do leite média (CM), composição do leite nos diferentes períodos avaliados (CLP). O modelo estatístico utilizado será: Yijkl= µ + SUPLEMENTAÇÃOi + ANOj + eijkl Onde: Yijklm = uma observação de PLT, PL, PLP, CM, CLP µ = média geral, SUPLEMENTAÇÃOi = efeito da suplementação pós-parto (i= Vacas suplementadas, vacas não suplementadas), ANO = efeito de ano (j= 2008, 2009), eijkl = erro experimental. As variáveis respostas para avaliação do desempenho ponderal das vacas serão: peso pré-suplementação (PPS); peso pós-suplementação (PPós), ganho de peso médio diário durante o período de suplementação (GMD), peso pré-acasalamento (PPA), peso final do acasalamento (PFA), peso ao desmame (PVD). O modelo estatístico utilizado será: Yijklm= µ + SUPLENTAÇÃOi + ANOj + eijkl Onde: Yijkl = uma observação de PPS, PPós, GMD, PPA, PFA, PVD µ = média geral, SUPLEMENTAÇÃOi = efeito da suplementação pós-parto (i= Vacas suplementadas, vacas não suplementadas), ANO = efeito de ano (j= 2008, 2009), eijkl = erro experimental. 2.1.4. Resultados e impactos esperados Científico Determinar se a suplementação alimentar pós-parto antecipa o reinício da atividade cíclica ovariana pós-parto em vacas de corte, bem como ocorre o nvolvimento metabólico durante o pós-parto de vacas de corte em lactação. Obtendo-se uma resposta positiva da suplementação sobre a produção de vacas de corte, abrir-se-á uma nova perspectiva para a pesquisa, bem como para pronta adoção da prática no manejo de propriedades rurais de produção de bovinos de corte. Tecnológico Em caso da suplementação nutricional pós-parto interferir positivamente no desempenho reprodutivo de vacas de corte em lactação, poder-se-ia utilizar os resultados alcançados como uma recomendação ampla para os produtores, 20 proporcionando ganhos efetivos em termos de melhoria das taxas de natalidade e subseqüente desfrute nos bovinos de corte. 2.1.5. Riscos e dificuldades Os principais riscos dizem respeito ao acompanhamento dos animais. Ao longo dos períodos dos experimentos perdas por eventuais venda ou morte de animais ou mesmo por perda de identificação dos animais. Entretanto o número de animais é suficiente para as análises propostas, bem como as propriedades envolvidas nos experimentos são propriedades já anteriormente utilizadas em outros diferentes estudos. 2.1.6. Cronograma Período 1 - 2008/2009 Evento Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Revisão X Bibliográfica X X Parto X Suplementação X X X X X X Avaliação da produção de X X X X X X X X X X X X X X leite Coleta de sangue Análises laboratoriais Acasalamento Diagnóstico de Gestação X X X X X X X 21 Período 2 - 2009/2010 Evento Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul X Revisão X X Parto X Suplementação X X X X X X Avaliação da produção de X X X X X X X X X X X X X X X X X leite Coleta de sangue Análises laboratoriais Acasalamento Diagnóstico de gestação Análise dos dados Publicação dos resultados X X X X X X 2.1.7. Referências bibliográficas ALENCAR, M.M.; JUNQUEIRA FILHO, A.A.J.; PARANHOS, N.E. Produção de leite em vacas da raça Canchim. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.14, n.3, p.358-366, 1985. BAUMAN, D.E.; CURRIE, B.W. Partioning of nutrients during pregnancy and lactation: A review of mechanisms involving homeostasis and homeorhesis. Journal Dairy Science, v.63, p.1514-1529, 1980. 22 BEAL, W.E.; NOTTER, D.R.; AKERS, R.M. Techniques for estimation of milk yield in beef cows and relationships of milk yield to calf weight gain and postpartum reproduction. Journal of Animal Science, v.68, p.937-943, 1990. BOGGS, D.L.; SMITH E.F.; SCHALLES, R.R. et al. Effects of milk and forage intake on calf performance. Journal of Animal Science, v.51, n.3, p.550-553, 1980. BRAUNER, C. C., PIMENTEL, M. A., LEMES, J. S., PIMENTEL, C. A., MORAES, J. C. F. Desempenho reprodutivo de vacas de corte em lactação e solteiras submetidas à indução/sincronização de estro. Revista Ciência Rural, v.38, n.4, 2008 (no prelo). COLE, L.J.; JOHANSSON, I. The yield and composition of milk from Aberdeen Angus cows. 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Introdução e Justificativa A produção em escala comercial no Brasil de culturas voltadas à produção de biocombustíveis vem aumentando a cada ano e acarretará a geração de co-produtos que necessitam de destino economicamente viável e ecologicamente sustentável. Com o aumento do preço de grãos de culturas, antes voltadas apenas para a alimentação animal, para a produção de biocombustível, a utilização desses co-produtos torna-se uma importante alternativa econômica aos produtores e ecologicamente sustentável para a alimentação animal. Os resíduos originados na produção de biodiesel necessitam de estudos para serem melhor compreendidos e melhor aproveitados na alimentação de animais domésticos. Os diferentes co-produtos originados desta indústria nas diferentes culturas que são produzidas com esta finalidade, apresentam potencial uso, principalmente nas rações de animais ruminantes, e na maioria dos casos com potencial redução nos custos de produção. Nos últimos anos, novos estudos em busca de alternativas energéticas têm sido desenvolvidos, tendo em vista o contínuo aumento do preço do petróleo, os seus riscos quanto à poluição e conflitos políticos dos principais usuários com os seus principais fornecedores. O Brasil está inserido neste contexto sendo um dos principais países com potencial de produção de biocombustíveis. Neste novo cenário, parte da produção agrícola começou a ser dirigida para a produção de biocombustíveis (biodiesel), tendo como fonte o óleo e os co-produtos de várias espécies vegetais (soja, milho, girassol, mamona entre outros). A utilização de seus co-produtos como a glicerina bruta (rica em glicerol), bem como seus outros resíduos vem sendo investigada por diversos grupos de pesquisa no mundo, tendo em vista principalmente a utilização racional e econômica 25 desses produtos para vários fins, principalmente como alternativa de alimento para animais de produção. A Camelina (Camelina sativa) é uma planta oleaginosa produzia nos estados do oeste norte-americano com a principal finalidade de produzir biodiesel. Após a purificação, dois co-produtos podem ser gerados, a glicerina bruta e o farelo. O farelo de camelina é resultado da prensagem das sementes para a extração do óleo. Sua composição contem aproximadamente 13% de fibras, minerais de 5%, 45% de proteína bruta (BONJEAN; Le GOFFIC, 1999), e óleo 10%, com 28,5% 18:2 n-6 e 41,3% 18:3 n-3 (HURTAUD; PEYRAUD, 2007). A glicerina bruta é o outro co-produto resultante da produção de biodiesel. Glicerol, o principal componente em glicerina bruta, é uma substância líquida de sabor doce e concentração de alta energia (FISHER et al. 1973). Até o momento não há produção da Camelina no Brasil, porém o país apresenta um grande número de outras plantas nativas semelhantes que podem ter o mesmo potencial de produção de biodiesel que a Camelina. Forragens com baixa qualidade são geralmente limitantes em suprir a quantidade necessária de nitrogênio requerida pelos microorganismos presentes no rumen e consequentemente a proteína para os ruminantes. Em consequência, suplementos proteícos podem ser utilizados para otimizar a produção animal existindo positiva relação entre a proteína degradável no rumen e a utilização da forragem (KOSTER et al., 1996). Atualmente não há qualquer estudo que forneça informações sobre os efeitos de diferentes quantidades de farelo de camelina sobre o metabolismo ruminal e fluxo duodenal, como também não há quaisquer estudos comparando o local e a extensão da digestão de nutrientes em dietas contendo níveis crescentes de farelo de camelina para bovinos de corte. Portanto, um estudo para melhor compreender os efeitos do farelo de camelina sobre o desempenho animal, bem como o potencial do farelo de camelina como um suplemento dietético é de grande valia, podendo trazer resultados importantes que demonstrarão quais alternativas poderão ser dadas para subprodutos da indústria de biocombustíveis, não só da camelina como os diversos outros que mundialmente estão sendo produzidos com esta finalidade, porém sem invstigações de seus co-produtos. 26 2.2.2. Objetivos Objetivo Geral: Investigar os efeitos do aumento do nível de farelo de camelina nas dietas de bovinos de corte como alternativa ao farelo de soja em dietas a base de forragem com baixo teor de proteína bruta. Objetivos específicos: - Avaliar o local e a extensão da digestão do farelo de camelina; - Avaliar a eficiência da substituição do farelo de soja pelo farelo de camelina na dieta de bovinos de corte; - Identificar qual melhor nível de substituição de farelo de soja por farelo de camelina na dieta de bovinos de corte alimentados com forragens de baixa qualidade. 2.2.3. Metodologia e Estratégia de Ação Início: janeiro 2010 Duração: 8 meses Descrição: Serão utilizadas 5 novilhas Aberdeen Angus canuladas no rumen e na porção proximal do duodeno em desenho experimental quadrado latino 5x5 de acordo com as normas do regulamento do conselho de ética e bem estar animal da Universidade do Wyoming. As novilhas serão mantidas em baias metabólicas (2 m x 3,3 m) em um ambiente com temperatura controlada (20°C). As dietas oferecidas aos animais serão constituídas de feno de Bromegrass (Bromus inermis) picado (2,5 cm) a vontade com 7% de proteína bruta (PB) e suplementos que atendam as exigências de proteína degradável no rumen (PDR) com a finalidade de repor a deficiência desta no feno utilizado, previamente analizado para se estimar a quantidade de PB presente nesse. Os tratamentos serão os seguintes: 1) 100% de farelo de soja; 2) 75% de farelo de soja e 25% de farelo de camelina; 3) 50% de farelo de soja e 50% de farelo de camelina; 4) 25% de farelo de soja e 75% de farelo de camelina e 5) 100% de farelo de camelina. 27 Previamente ao início do estudo, cada animal será controlado por um período de 15 dias para se estimar o consumo diário de feno. Cada dieta será dividida em duas porções diárias e oferecidas as 06:00 e 18:00 horas de cada dia de tratamento, controlado-se o consumo diário da dieta pelos animais, sendo que as novilhas terão livre acesso à agua em bebedouros individuais e automáticos. Como um indicador do fluxo de digesta, cápsulas (n º 10 lock ring gelatin capsules, Torpac Inc, Fairfield, NJ), contendo 5 g de TiO2 (óxido de titânio) serão dosadas intraruminalmente em cada fornecimento diário. Cada período experimental será constituído de 14 dias incluindo 10 dias de adaptação ao novo tratamento dietético. Começando as 6 horas em do dia 11 de cada período de amostragem, amostras duodenais (200 mL) e fecais (50 mL) serão coletadas a cada 6 horas. Nos dias 12 e 13 os períodos de coleta serão avançados em 2 horas de modo que as amostras serão representativas de um período de 24 horas. Amostras de fezes serão secas a 55 ° C em forno de ar forçado e moídas (moinho Wiley,com peneira de 1 mm de diâmetro, Thomas Hill and Sons, Philadelphia, PA) para cada novilha nos diferentes períodos. As amostras de digesta duodenal serão congeladas logo após a coleta e em seguida liofilizadas (Gênesis SQ 25 Super liofilizador ES, A Co. VIRTIS, Gardiner, NY) e moídas (moinho Wiley, com peneira de 1 mm de diâmetro, Thomas Hill and Sons, Philadelphia, PA). Imediatamente antes da alimentação das 6 horas do dia 14 de cada período (0 h), cerca de 500 mL de todo o conteúdo do rúmen serão coletados. Amostras de líquido ruminal serão coletadas, em seguida, aos 3, 6, 9, 12, 15, 18 e 21 h. O pH ruminal será imediatamente medido em todo o conteúdo do rúmen, utilizando um eletrodo combinado (Orion Research Inc., Boston, MA), e 10 mL de líquido ruminal será filtrado através de camadas de tecido especial para filtragem (cheese cloth). O líquido ruminal resultante será aciidificado com 0,1 mL de H2SO4 7,2 N e imediatamente congelado. A amostra restante de todo o conteúdo do rúmen será colocada em um misturador (Hamilton Beach / Proctor Silex, Washington, NC) com igual volume de NaCl 0,9% (wt / vol) de solução e homogeneizadas por 1,0 min para desalojar partículas e bactérias associadas. As amostras homogeneizadas, em seguida, serão filtradas para isolamento bacteriano subseqüente por centrifugação diferencial (MERCHEN; SATTER, 1983). 28 Amostras da dieta, duodenal, microbial e fecal serão analisadas para MS e cinzas (AOAC, 1990). O teor de nitrogênio dos alimentos, do conteúdo microbiano, duodenal, e amostras de fezes serão determinados utilizando um Leco FP-528 analisador de N (Leco Corporation, Henderson, NV). Fibra em detergente neutro contidas nos alimentos, fezes e digesta duodenal será determinada através de um analisador de fibras Ankom 200 (Ankom Tecnologia, Fairport, NY). A concentração na digesta, conteúdo duodenal e fezes de TiO2 será determinada por espectrofotometria de absorção atômica (modelo 210 VGP AASpectr., Buck Scientific, E. Norwalk, CT) de acordo com procedimento estabelecido por Myers et al. (2004). Concentração de NH3 ruminal será determinada pelo procedimento phenolhypochlorite (BRODERICK; KANG, 1980). 2.2.4. Resultados esperados É esperado que se possa determinar se a suplementação com farelo de camelina é capaz de ser um suplemento proteíco de igual ou superior valor nutricional ao farelo de soja. Com a confirmação desses resultados podera-se-á aumentar pesquisas no mesmo sentido para outros subprodutos da indústria de biocombustíveis (biodiesel). Com o treinamento adquirido durante esse experimento, será possível conduzir experimentos semelhantes no futuro, avaliando potenciais co-produtos brasileiros da indústria de biodiesel que possam ser inseridos na alimentação animal de uma forma economicamente viável e ecologicamente sustentável. 29 2.2.5Cronograma do Projeto (90 dias) Período 2 - 2009/2010 (Período de estágio no exterior) Evento Jan-Fev-Mar-Abr Mai-Jun Ago-Set Revisão Bibliográfica X X X Coleta dos dados (70 dias) X X X Preparo das amostras X X X Análise das amostras X X Tabulação dos dados X X Análise estatística X Escrita dos artigos científicos X 2.2.6. Referências Bibliográficas AOAC. Official Methods of Analysis, 15th ed. Association of Official Analytical Chemists, Arlington, VA. BONJEAN, A., AND F. LE GOFFIC. La came´line—Camelina sativa (L.) Crantz: Une opportunite´ pour l’agriculture et l’industrie Europe´ennes. Oleagineux Corps gras Lipides 1:28–34, 1999. BRODERICK, G. A., AND J. H. KANG. 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MYERS, W. D., LUDDEN, P. A., NAYIGIHUGU, V. et al. Technical Note: A procedure for the preparation and quantitative analysis of samples for titanium dioxide. Journal of Animal Science, v. 82, p.179-183, 2004. 31 3. RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO 3.1. Relatório referente à atividade I 3.1.1. Período do experimento O experimento teve início no mês de agosto de 2008 com a seleção e posterior acompanhamento do período de parição das vacas. Neste momento eram realizadas as pesagens e identificações dos terneiros individualmente. O período de parição foi de setembro a outubro daquele ano. Neste último mês teve o início do período de suplementação, controle e avaliações da produção de leite e desempenho dos animais. Inicialmente (por um período de 35 dias) essas avaliações foram realizadas semanalmente, logo após este período as mesmas foram realizadas de 21 em 21 dias até o momento do desmame em abril de 2009. 3.1.2. Descrição da fazenda experimental O experimento foi conduzido em uma fazenda particular no município de Aceguá (latitude 31⁰49’50’’ Sul; longitude 54⁰41’58” Oeste), localizado na região fisiográfica da Campanha, no estado do Rio Grande do Sul. A região apresenta clima mesotérmico, tipo subtropical da classe Cfa 1, de acordo com a classificação de Koppen, com chuvas distribuídas uniformemente durante o ano, em média 1350mm, porém variando entre 1080 e 1620mm, 34% no inverno, 25% na primavera, 16% no verão e 25% no outono. Entre os meses de novembro a março podem ocorrer períodos secos (MACEDO, 1984). A temperatura média anual é de 17,6⁰C, sendo janeiro o mês mais quente, com média de 24⁰C e junho o mais frio, com média de 12,5⁰C. Geadas podem ocorrer entre abril e 32 novembro, com maior incidência entre os meses de junho e agosto. A umidade relativa do ar oscila entre 75 e 85%. O relevo é suavemente ondulado, apresentando longos declives de 2 a 8%. A altitude varia entre 80 e 180 metros acima do nível do mar. A cobertura natural do solo é superior a 80%, formada por vegetação nativa, com variações qualitativas durante ano. Na primavera e verão a vegetação nativa é baixa e densa, de boa qualidade, já no outono e inverno, tendem a não apresentar crescimento e crestam em razão das geadas. A população das plantas predominante é de gramíneas nativas de ciclo estival, bem como outras espécies melhoradoras da condição forrageira do campo. Esse é formado principalmente pela “grama forquilha” (Paspalum notatum) e “grama tapete” (Axonopus affinis). As gramíneas de ciclo hibernal de maior ocorrência são as “flexilhas” (Stipa spp.) e o “azevém” (Lolium multiflorm spp.). A população de leguminosas de ciclo hibernal é na sua maior parte composta por trevos (Tripholium spp.). 3.1.3. Descrição dos animais Foram relacionados para este experimento 52 duas vacas de corte da raça Aberdeen Angus, adultas (5-6 anos), multíparas, as quais tiveram as datas de partos controladas para posterior seleção dos animais que participariam do projeto de pesquisa. Neste momento também as vacas eram classificadas de acordo com as suas condições corporais, buscando-se animais em um estado intermediário (grau 3) em uma escala de 1 a 5 (Jaume & Moraes, 2002). As vacas foram mantidas em campo natural, em uma lotação de 0,7 U.A./ha (U.A. = 450kg de peso vivo) durante todo o período experimental. 3.2. Relatório referente à atividade II 3.2.1. Período do experimento O experimento teve início no mês de outubro de 2009 com a seleção e preparo das novilhas que seriam utilizadas no mesmo. No mesmo período foram realizados os 33 cálculos das dietas e fabricação das cânulas, bem como treinamento no laboratório para posterior análise das amostras. No mês de dezembro foram realizadas as cirurgias de fístula ruminal e duodenal e colocação das cânulas nos mesmos pontos. O período de coleta dos dados começou em janeiro de 2010 e este se estendeu até o mês de abril do mesmo ano. Este período experimental foi dividido em 5 períodos de 14 dias, onde 10 dias eram reservados para adaptação dos animais às dietas, seguidos de 4 dias de coleta das amostras. Logo após houve o início do período de processamento e análise das amostras o qual teve término no mês de agosto de 2010. 3.2.2. Descrição da fazenda experimental O experimento foi conduzido na fazenda da University of Wyoming na cidade de Laramie no estado de Wyoming – EUA. A georeferência é 41⁰18’46’’ Norte 105⁰35’14’’ Oeste, localizada na região das montanhas rochosas no oeste norte-americano. Os animais foram confinados em baias metabólicas (6m2) no prédio de multiuso, o qual contava com uma área total de 1000m2. O local contava ainda com bretes de contenção individual, laboratório para processamento das amostras, sala cirúrgica, vestiários, farmácia, banheiros e lavanderia próprios. A temperatura do local era controlada e mantida entre 17 e 18⁰C. Os animais eram mantidos confinados por tempo integral, recebendo a dieta duas vezes ao dia, sendo que em igual frequência as baias eram limpas e duas vezes por semana as mesmas eram lavadas e higienizadas. 3.2.3. Descrição dos animais Foram relacionados para este experimento 12 novilhas (440 ± 17 kg) de corte da raça Aberdeen Angus. Para facilitar o manejo para as coletas as novilhas tiveram que passar por um período de 45 dias onde estas eram manejadas a fim de se acostumarem com a presença humana e assim facilitar as futuras coletas. Ao final deste período 6 animais foram selecionados para passar pelas cirurgias. 34 3.2.4. Descrição das cirurgias Todos os procedimentos cirúrgicos foram aprovados pelo “INSTITUTIONAL ANIMAL CARE and USE COMMITTEE” da University of Wyoming. Os procedimentos cirúrgicos foram realizados com animais em pé e contidos em um brete de contenção especifico para esta finalidade. Uma cinta abdominal ficava sob a caixa torácica do animais para evitar que estes se deitassem durante a cirurgia. Duas laparotomias em diferentes pontos foram realizadas para colocar cânulas no duodeno e no rúmen de cada animal. A laparotomia para a exteriorização do duodeno foi feita a partir de um centímetro do ponto 4 posterior à junção costocondral passado ventralmente por cerca de 12 cm. A parte distal do abomaso era localizada pela palpação do esfíncter pilórico e então este era exteriorizado, juntamente com o duodeno. Um assistente fazia a fixação desses órgãos em posição durante a colocação da cânula. Uma incisão longitudinal (aproximadamente 2 cm) era realizada a 10 cm posterior ao esfíncter pilórico no lado antimesentérico do duodeno para permitir a inserção da cânula em formato de “T”. A sutura em bolsa 17 mm de diâmetro foi utilizada para fixar a cânula no local. O abomaso e duodeno, assim que canulados eram devolvidos à cavidade abdomincal após a lavagem com solução salina estéril 0,9%. As únicas suturas inabsorvíveis que era realizada era a de pele e do tecido subcutâneo. Para a canulação ruminal, uma incisão na pele era feita aproximadamente no centro da região da fossa paralombar. A incisão era continuada em um padrão circular igual ao diâmetro do orifício da fístula. O retalho circular de pele era removido com uma pinça e um bisturi, expondo os músculos subjacentes abdominais. Usando a dissecção romba, o peritônio era exposto na cavidade abdominal. Uma vez que o peritônio era cuidadosamente penetrado o rúmen era exteriorizado com o uso de fórceps. Um ponto simples interrompido era usado para alinhavar o rúmen com o peritônio e todos os três músculos abdominais e da pele da fístula. Enquanto mantém-se o rúmen exteriorizado, longe do corpo do animal, uma incisão 5 a 10 centímetros na parede do rúmen era realizada a uma profundidade suficiente para penetrar a luz. O rúmen era suturado (# 2 nylon; simples interrompido) ao peritônio, todos os três músculos abdominais e da pele 35 da fístula em todos os lados de forma que assegurasse que a fístula seja grande o suficiente para colocar a cânula ruminal dentro. Finalmente a cânula era colocada na fístula. Penicilina G procaína era administrada por via intramuscular imediatamente após a cirurgia (22.000 unidades / kg de PV) e uma vez por dia (20.000 unidades / kg de PV) durante 5 dias após. Todas as suturas externas foram removidas 10-14 dias após a cirurgia. Ao final do período pós-operatório (10 dias) uma das novilhas acabou indo a óbito, sendo que restaram 5 novilhas para a continuidade do experimento. 36 4. ATIVIDADE I 4.1. Artigo publicado no periódico Revista da Sociedade Brasieleira de Zootecnia 4.1.2. Effect of short period feed supplementation during early lactation on performance of cows and calves raised in extensive system 37 38 39 40 41 42 43 44 5. ATIVIDADE II 5.1. Artigo a ser submetido ao periódico Journal of Animal Science 5.1.1. Camelina meal as a replacement for supplementary soybean meal in foragebased diets of beef cattle 45 1 Running Head: Camelina meal, site and extent of digestion, beef cattle 2 Camelina meal as a replacement for supplementary soybean meal in forage-based diets of 3 beef cattle1 4 C. C. Brauner*†, P. Moriel*, M. A. Pimentel†, S. L. Lake*, D. C. Rule*, and B. W. Hess*2 5 *Department of Animal Science, University of Wyoming, Laramie 82071 6 †Department of Animal Science, Universidade Federal de Pelotas, RS-Brazil 7 8 9 10 11 12 1 13 14 2 Funding for this project was provided by Western SARE Grant No.SW07-049. Cassio C. Brauner was supported by a CAPES scholarship from Education Ministry of Brazil. Correspondence: Dept. 3684, 1000 E. University Avenue (Phone 307-766-3507; email ([email protected]). 46 15 Four beef heifers (440 ± 24 kg BW) fitted with ruminal and duodenal cannulas were used in a 5 16 x 4 Latin square experiment to determine the dietary replacement value of camelina meal for 17 soybean meal (SBM) in forage-based diets of beef cattle. Heifers were fed chopped (2.54 cm) 18 bromegrass hay (7.1% CP, 52.2% NDF,OM basis) and the diet was formulated to meet the RDP 19 requirement for the hay offered with supplemental SBM as a protein supplement. In an 20 isonitrogenous basis, the treatments aimed to replace the SBM in five different levels (0, 25, 50, 21 75 and 100%) using camelina meal as a protein source. Data were analyzed using the mixed 22 model procedures of NCSS for a Latin square. Intake of OM (P = 0.12), NDF (P = 0.16), and N 23 (P = 0.17), microbial efficiency (P = 0.26), as well as ruminal and intestinal digestibilities of 24 NDF, OM and N (P = 0.15 to 0.42) did not differ among treatments. Likewise, OM truly 25 fermented (P = 0.14), ruminal digestion of NDF (P = 0.32), true N digestibility (P = 0.41). 26 Although we found a linear trend (P = 0.02) for NH3, there were no difference in ruminal pH (P 27 = 0.49), and molar proportions for VFAs (P > 0.10), excepted for propionate where we found a 28 quadratic tendency (P = 0.08). There was no difference (P = 0.98) for ADG, where the average 29 was 0.464 ± 0.105 kg. Camelina meal can replace 25 to 100% of supplemental SBM N without 30 affecting site or extent of OM, NDF, and N digestion, and having minimal affects on enproducts 31 of ruminal fermentation. Therefore, camelina meal is a suitable isonitrogenous alternative for 32 supplementary SBM in forage-based diets offered to beef cattle. 33 Key Words: Co-product, Digestion, Feed, Protein, Supplementation 34 INTRODUCTION 35 The crude protein (CP) content of diets selected by grazing cattle differs dramatically 36 across seasons and years (DelCurto et al., 2000). Beef cattle consuming low-quality forages (less 37 than 7% CP) are often limiting in rumen degradable protein (RDP) for effective forage 47 38 utilization (Bohnert et al., 2002). However, several studies have reported increased performance 39 of beef cattle due to RDP supplemention (Caton et al., 1988; DelCurto et al., 1990; Sunvold et 40 al.1991). Rumen degradable protein supplementation is often necessary to meet microbial N 41 requirements, improve forage utilization (Köster et al., 1996), forage intake, and ruminal 42 ammonia and VFAs concentrations (Galyean, 1987; McCllom & Horn 1990). Producers who are 43 dependent on low-quality rangeland as forage sources must develop supplementation strategies 44 that maximize the use of the forage resources while maintaining acceptable levels of production 45 and cost in their beef cattle operations (DelCurto et al., 2000). However, increased utilization of 46 traditional feedstuffs by the biofuel industry has dramatically impacted protein costs. Therefore, 47 utilization of non-traditional feedstuffs will be essential to maintain the viability and 48 sustainability of beef cattle operations. Supplemental feedstuffs have differences in solubility, 49 degradation, and chemical composition that influence the relative level of success in 50 synchronizing dietary nutrients observed in particular supplemental feedstuffs and their 51 combinations (Hersom, 2008). 52 Camelina, a cruciferous plant and member of the mustard family is been used to produce 53 biodiesel in the western region of USA. Camelina meal is a co-product resulting from pressing 54 the seeds for oil extraction, and considered a good source of protein (Bonjean and Le Goffic, 55 1999) and PUFA (Hurtaud and Peyraud, 2007). It contains approximately 10% oil (Hurtaud and 56 Peyraud, 2007) and 45% CP (Bonjean and Le Goffic, 1999). There has been increased interest in 57 an economically and renewable utilization for biodiesel co-products disposal worldwide (Donkin, 58 2008). Camelina meal effectively replaced conventional 50:50 corn-soybean meal supplement in 59 diets of developing replacement beef heifers (Moriel et al., 2011). However, it remains unknown 60 the optimal level of inclusion of camelina meal in diets of beef cattle. Therefore, we 48 61 hypothesized that camelina meal could be used as a substitute for soybean meal in forage-based 62 diets of beef cattle. Our objectives were to determine site and extent of digestion of increasing 63 levels of camelina meal replacing soybean meal in low quality forage-based diets of beef cattle. MATERIALS AND METHODS 64 65 General 66 All procedures for the experiment were approved by the University of Wyoming Animal 67 Care and Use Committee. Four Angus heifers (440 ± 24 kg initial BW) fitted with ruminal and 68 T-type duodenal cannulas were used in a 5 x 4 Latin square with 4 experimental periods of 14 d 69 each. Heifers were housed in individual pens (2 m x 3.3 m) in a temperature-controlled room 70 (20⁰C). Each 14-d experimental period was composed of 10 d of dietary adaptation (d1 to 10), to 71 ensure adequate adaptation of the digestive system to forage intake level, and 4 d of sample 72 collections (d11 to 14). As a marker of digesta flow, 5 g of TiO2 was dosed intraruminally 73 immediately before the morning feeding (Myers et al., 2006; Sampaio et al., 2011). 74 Heifers were fed chopped (2.54 cm) bromegrass hay (7.1% CP, 52.2% NDF on an OM 75 basis; Table 1) and soybean meal (SBM) was used as the basal protein supplement. The basal 76 diet was formulated to meet the RDP requirement for the hay offered according NRC (1996) 77 recommendations based upon estimated forage TDN and average hay intake recorded during the 78 pretrial feeding period. Rumen degradable protein requirements were estimated to be 11% of 79 total dietary TDN intake. Camelina meal replaced 0, 25, 50, 75, and 100% of the supplemental 80 SBM on an isonitrogenous basis. Supplements were fed at 0600 and 1800 daily. Supplements 81 were completely consumed within 5 min after being offered. Hay was offered immediately after 82 supplements were consumed. On the next morning, any hay remaining in the bunks was removed 49 83 and weighed before offering the supplements. Forage offered was adjusted based on two days 84 actual feed intake (forage) and was adjusted for a minimum of 10% refusal rate. In order to 85 account for changes in BW, heifers were weighed before feeding on the last day of each 86 experimental period, and levels of feed intake for each subsequent period were adjusted for 87 changes in BW. 88 Sampling Beginning at 0400 on d 11 of each sampling period, duodenal (200 mL) and fecal (50 mL) 89 90 samples were collected every 6 h. On both d 12 and 13, collection times were advanced 2 h so 91 that samples were collected to represent every 2 h in a theoretical 24-h period. Duodenal and 92 fecal samples were immediately frozen and then lyophilized (Genesis SQ 25 Super ES freeze 93 dryer, The VirTis Co., Gardiner, NY) and ground (Wiley mill, 1-mm screen, Thomas Hill and 94 Sons). 95 Immediately before the 0600 feeding on d 14 of each period (0 h), approximately 200 mL 96 of whole ruminal content was collected from the center of the ruminal mat (dorsal to the cranial 97 pillar). Ruminal samples were then collected at 3, 6, and 9 h. Ruminal pH was immediately 98 measured on whole ruminal contents using a combination electrode (Orion Research Inc., Boston, 99 MA), and 10 mL of ruminal fluid was strained through eight layers of cheesecloth. The resulting 100 ruminal fluid was acidified with 0.1 mL of 7.2 N H2SO4 and immediately frozen. The remaining 101 unstrained sample of whole ruminal contents was frozen for subsequent bacteria isolation. 102 Laboratory Analysis 103 Feed, duodenal, microbial, and fecal samples were analyzed for DM and ash (AOAC, 104 1990). Nitrogen content of feed, microbial, duodenal, and fecal samples was determined using a 50 105 Leco FP-528 N analyzer (Leco Corp., Henderson, NV). Neutral detergent fiber content of feed, 106 feces, and duodenal digesta was determined using an Ankom 200 fiber analyzer (Ankom 107 Technology, Fairport, NY). 108 Acidified ruminal fluid samples were centrifuged at 10,000 × g for 10 min, and a 2.5-mL 109 aliquot of the resulting supernatant was added to 0.5 mL of 25% metaphosphoric acid containing 110 2 g/L of 2-ethyl-butyric acid (Goetsch and Galyean, 1983). These samples were then centrifuged 111 for 10 min at 10,000 × g, and the supernatant fluid was analyzed for concentrations of VFA 112 using a Hewlett-Packard 5890 GLC (Hewlett-Packard, Avondale, PA) equipped with a 15m× 113 0.533mm(i.d.) column (Nukol, Supelco, Bellefonte, PA) with a ramp temperature of 110 to 114 150°C at 8°C/min. Helium was used as the carrier gas with a column flow rate of 20 mL/min. 115 Injector and detector temperatures were 250°C. Ruminal NH3 concentration was determined by 116 the phenolhypochlorite procedure (Broderick and Kang, 1980). 117 The remaining unstrained sample of whole ruminal contents was thawed and 118 homogenized for 1 min in a blender (Hamilton Beach/Proctor Silex, Washington, NC) with an 119 equal volume of 0.9% NaCl (wt/vol) solution to dislodge particulate-associated bacteria. The 120 homogenized sample was then strained through eight layers of cheesecloth for subsequent 121 bacterial isolation by differential centrifugation (Merchen and Satter, 1983). The resulting 122 bacterial isolate was lyophilized (Genesis SQ 25 Super ES freeze dryer, The VirTis Co.) and 123 ground with a mortar and pestle for subsequent laboratory analyses. 124 Calculations and Statistical Analysis 125 Organic matter flow was calculated by dividing the amount of TiO2 dosed by the 126 concentration of TiO2 in duodenal and fecal samples. Duodenal flow of N and NDF was 51 127 calculated by multiplying nutrient concentration in duodenal OM by duodenal OM flow. The 128 microbial purine:N ratio was calculated by dividing microbial purine content by N in bacteria 129 (Zinn and Owens, 1986). The proportion of N flowing at the small intestine of microbial origin 130 was calculated by dividing the purine:N ratio of duodenal digesta by purine:N ratio of microbial 131 isolates. Microbial OM flowing to the duodenum was calculated by dividing duodenal microbial 132 N flow by microbial N as a percentage of OM. True ruminal digestibility was calculated based 133 on amount of nutrient ingested subtracted from the amount present in small intestine without 134 microbial nutrient contributions. 135 Data were analyzed as a 5x4 Latin square using the mixed model procedures of NCSS 136 (2007). Orthogonal polynomial contrasts (Steel and Torrie, 1980) were used to determine linear, 137 quadratic, cubic, effects of level of camelina addition as a replacement of soybean meal in the 138 diet. Time course data were analyzed using the repeated measures within mixed models of NCSS. 139 Model included the effects of animal, period, treatment, time, and treatment x time. Animal x 140 period x treatment was used to specify variation between animals using the random statement. RESULTS 141 142 Intake, Digestion and Performance 143 Organic matter intake (P = 0.12), OM truly fermented (P = 0.14), and OM digested in the 144 total tract (g/d; P = 0.15) was not affected by replacing SBM with camelina meal (Table 3). A 145 quadratic effect was detected (P = 0.02) on total and nonmicrobial OM flows (g/d) which 146 increased and reached a threshold when camelina replaced SBM at 25% or greater. Microbial 147 OM flow tended to increase linearly (P = 0.11) with level of camelina meal inclusion. Due to the 148 proportional increase in duodenal flow and fecal output of OM (P > 0.001), a quadratic effect 149 was detected (P = 0.06) on total tract OM digestibility as a percentage of intake reaching a 52 150 threshold when camelina meal replaced over 50% of SBM. However, ruminal OM digestibility (% 151 of intake; P = 0.16) was not affected by increasing levels of camelina meal inclusion. 152 Dietary treatments did not affect (P = 0.16) forage and totalNDF intakes. Neither ruminal 153 nor total tract NDF digested were affected (P = 0.32) by camelina meal inclusion. Quadratic 154 effects were detected on duodenal NDF flow (P = 0.01) and ruminal NDF digestibility (as a 155 percentage of intake; P = 0.08). Fecal NDF flow (g/d) and total tract NDF digestibility (% of 156 intake) did not differed among dietary treatments (Table 4). 157 Nitrogen intake (g/d) was similar (P = 0.17) among dietary treatments (Table 5). Also, 158 true ruminal N digestibility (% of intake; P = 0.41), total tract N digested (g/d and % of ???; P = 159 0.26 and 0.14, respectively), and lower tract N digestibility (g/d or %?; P = 0.50) did not differ 160 among dietary treatments. Consequently, microbial efficiency (g of microbial N flow per kg of 161 OM truly fermented) did not change (P = 0.26) as camelina meal levels increased from 0 to 162 100% of supplement intake. Although neither microbial (P = 0.36), nor nonmicrobial (P = 0.15) 163 were affected, increasing camelina meal level of inclusion had a quadratic (P = 0.05) effect on 164 total N flow to the duodenum. A quadratic effect was detected (P = 0.004) on fecal N flow which 165 peaked when camelina meal was included at 50% of SBM. 166 During the experiment period, ADG was not affected (P = 0.98) by dietary treatments 167 (0.42, 0.47, 0.45, 0.46 and 0.51 ± 0.11 kg/d, for heifers fed supplements with 0, 25, 50, 75 and 168 100% camelina meal, respectively). 169 170 Ruminal Fermentation Patters 53 171 No treatment x time interaction effect (P > 0.10) was detected on ruminal pH and 172 concentrations of ammonia (Table 6). Ruminal pH did not differ (P = 0.49) as SBM was replaced 173 for camelina meal, whereas ruminal NH3 had a linear (P = 0.02) increment when camelina meal 174 was increasing from 0 to 100%. Total ruminal VFA was not affected (P = 0.42) by levels of 175 camelina meal inclusion, as well as the molar proportions of acetate, butyrate, isobutyrate, and 176 valerate (P > 0.10). Nevertheless, propionate (P = 0.08; quadratic) and isovalerate (P = 0.07; 177 linear) were affected by level of camelina inclusion. DISCUSSION 178 179 Intake, Digestion and Performance 180 Several studies that have reported increased total DMI of low-quality forages when RDP 181 was fed to both sheep (Krysl et al., 1987) and cattle (McCollum and Galyean, 1985; Wickersham 182 et al., 2008). This is likely due to increased DM digestibility when supplemental nitrogen 183 corrected for N deficiency in the rumen (Church and Santos, 1981; DelCurto et al., 1990). 184 Supplements that provide adequate RDP levels to cattle consuming low-quality forage can 185 improve performance as a result of increased forage intake and fiber digestion (Hannan et al., 186 1991; Köster et al 1997). In our study, the lack of treatments differences for total OM, NDF, and 187 N intake indicates that substituting SBM for camelina meal did not alter the intake of low-quality 188 forage in beef cattle, which suggests that both supplements in any combination were able to 189 provide similar levels of RDP 190 Additionally, the results for OM, NDF and N digestibility demonstrated that increasing 191 levels of camelina meal in replacement for SBM as a N source, have minimal affects on 192 digestion, as well as allowed the same productions of N on a isonitrogenous diet. Hersom (2008) 193 explained that different sources of supplements could interact in different manners, reducing 54 194 their effects or increasing their functions when fed together. In our study we could not find any 195 of these interactions among camelina meal and SBM, especially for fiber digestibility and N 196 provision to the rumen microorganisms. 197 The OM truly fermented (g/d) as well as a percentage of intake indicated that both 198 supplements had the same OM fermentation pattern. As a result, none of them interferes on the 199 OM digestion process. Supplemental feedstuffs have differences in solubility, degradation, and 200 chemical composition that influence the relative level of success in synchronizing dietary 201 nutrients observed in particular supplemental feedstuffs and their combinations (Hersom, 2008). 202 Total OM flowing to duodenum had a quadratic trend and directly affected other digestible 203 patterns. This effect was due for the nonmicrobial increase and not for an improvement in 204 microbial production, which was similar for all camelina meal addition levels. This corroborates 205 the results of fecal OM output (Table 3), as well as NDF and N flowing through the gut (Tables 4 206 and 5) However, these trend had minimal effect (P = 0.06) on OM digestibility, as well as on 207 NDF ruminal digestibility (P = 0.08). Those results are in agreement with several studies that 208 related the RDP effects on enhance fiber digestibility (Koster et al., 1996; DelCurto et al., 2000; 209 Bohnert et al., 2002b) 210 Total N flowing to duodenum was below the total N intake in all levels of camelina meal 211 addition, excepted for the 25% group, where the difference among N input can be explained by 212 the N entering the rumen via recycling. Including camelina meal at 50% of the supplement N 213 may have played a better role as source of N probably due to the increased in total duodenal OM 214 flow. Moreover, the microbial N flow was not affected by the increasing levels of camelina meal. 215 Although nonmicrobial OM flow had a quadratic effect (P = 0.02) when camelina meal was 216 included, no significant effects were observed on nonmicrobial N flowing to duodenum. Also, 55 217 microbial efficiency and total-tract N digested did not differ among treatments. Therefore, the 218 quadratic trends observed on fecal N loss are reflecting the greater fecal OM flow. Both items 219 are in agreement with other publications (Köster et al., 1996, 1997). Since all treatment levels 220 were calculated in a isonitrogenous basis, the microbial efficiency assumed an important role in 221 the microbial protein synthesis. Thus, the lack of dietary treatment effects on microbial 222 efficiency indicates that camelina meal addition did not alter the microbial protein production in 223 any level of inclusion. 224 In ruminants fed low-quality forages, the supplementation of protein has repeatedly 225 improved animal performance (DelCurto et al., 1990; DeCurto et al., 2000; Bohnert et al., 226 2002b). The improvement in performance generally has occurred because of correcting a 227 protein/N deficiency in the diet, thereby better synchronizing the supply of energy and protein in 228 the rumen (Hersom, 2008). Lack of differences in site and extent of digestion among dietary 229 treatments is consistent with the similar ADG found for each group, which was expected because 230 previous researchers have been well established the RDP effects on performance (Beaty et al., 231 1994; Bohnert et al., 2002b; Currier et al., 2004a). Therefore, camelina meal can replace 25 to 232 100% of supplemental soybean N without affecting site or extent o OM, NDF, and N digestion. 233 Ruminal Fermentation Patters 234 235 The ruminal pH was less than typical forage fed diet (average of 6.0 compared with 6.7), 236 probably because heifers were fed chopped (2.54 cm) hay. The small particles reduced the 237 rumination periods and as a result decreased the pH value. The pH curves had quadratic shapes 238 with a dramatic reduction at the three hours after feeding collection. This was expected because 239 during this period there was an increase in ruminal fermentation (Hess et al., 1994). The 56 240 combination 50% camelina meal and 50% SBM may had a increased passage rate, resulting in a 241 better pH pattern (Figure 1), where this group showed a regular level through all the collections, 242 never having values bellow 6, where lower ruminal pH has a negative effect on bacterial and 243 proteolitic activity (Hess et al., 1994; Koster et al., 1997). Thus, the 50% camelina meal addition 244 may demonstrate some different results across the digestibility evaluations (Tables 2, 3, and 4). 245 Although the incremental replacement of SBM N with camelina meal N had minimum 246 effects on end-products of ruminal fermentation, the change in N source from SBM to camelina 247 meal was associated with a light shift in molar proportions of propionate (Table 6). The quadratic 248 fashion curve found may indicate that an interaction occur among supplements when they were 249 mixed in intermediated levels. Thus, we could found the greatest levels when both were fed 250 without mixing. This result could be explained because there was a nutrient synchrony among 251 supplements, resulting in a different carbohydrate pattern of fermentation, and consequently 252 reducing the propionate levels (Hersom, 2008). 253 There was a linear response (P = 0.02) for ammonia production and camelina meal 254 addition, but this result is according to biological parameters established by Satter and Slyter 255 (1974). According the same authors, the ruminal NH3 levels in our study (2.8 to 3.4 mM) were 256 above the minimum level (1 mM), indicating that ruminal N levels were adequate for microbial 257 growth. Additionally, camelina meal protein may be is degraded more slowly than SBM, 258 resulting in higher ruminal ammonia concentrations at later sampling times. Martin and Hibber 259 (1990) had the similar findings using soybean hulls as a replacement for cotton seed meal. 260 261 IMPLICATIONS 57 262 Camelina meal is a suitable isonitrogenous alternative for supplementary soybean meal in 263 forage-based diets of beef cattle. Furthermore, it can be added to the diet as a replacement to 264 soybean meal in different levels up to 100% and, therefore, being an alternative feed to 265 producers. The level to be added will depend on the market prices and costs. 266 LITERATURE CITED 267 AOAC. 1990. Official Methods of Analysis 15th ed. Association of Official Analytical Chemists, 268 Arlington, VA. 269 Beaty, J. L., R. C. Cochran, B. A. Lintzenich, E. S. Vanzant, J. L. Morrill, R. T. Brandt Jr., and D. 270 E. Johnson. 1994. Effect of frequency of supplementation and protein concentration in 271 supplements on performance and digestion characteristics of beef cattle consuming low- 272 quality forages. J. Anim. Sci. 72:2475–2486. 273 Bohnert, D. 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Chemical composition and intake of different levels of camelina meal inclusion as a 381 replacement for soybean meal in a low-quality forage-based diet fed to heifers fitted with 382 ruminal and duodenal cannulas. % Supplemental N from camelina meal1 DM, % 0 25 50 75 100 92.5 92.4 92.3 92.1 92.0 ---------------------% of DM--------------------OM 90.9 91.1 91.2 91.4 91.5 CP 9.1 9.1 9.1 9.1 9.1 NDF 32.2 34.8 37.3 39.9 42.4 Intake Supplement 383 384 385 386 387 1 ---------------------g/d of DM--------------------354 408 457 508 566 Hay 8,142 7,848 8,283 8,338 8,019 Total 8,496 8,226 8,739 8,846 8,585 Camelina meal replaced 0, 25, 50, 75, and 100% of the supplemental N from SBM on an isonitrogenous basis. 64 388 Table 3. Organic matter intake and digestibility in heifers fitted with ruminal and duodenal cannulas and fed increasing levels of 389 camelina meal as a replacement for soybean meal in a low-quality forage-based diet. % Supplemental N from camelina meal1 Contrastsb 0 25 50 75 100 SEMa L Q C 7,655 7,409 7,894 7,998 7,751 198.6 0.24 0.62 0.12 Total 3,018 3,455 3,624 3,509 3,504 109.5 0.02 0.02 0.31 Microbial 679.9 747.9 858.2 780.3 813.8 53.5 0.11 0.23 0.69 Nonmicrobial 2,338 2,707 2,766 2,728 2,690 85.1 0.03 0.02 0.28 g/d 5,252 4,689 5,132 5,274 5,066 2,631 0.80 0.69 0.14 % of intake 68.6 63.0 65.1 65.9 65.5 1.91 0.60 0.24 0.16 Item OM Intake, g/d Duodenal OM flow, g/d OM truly fermented, 65 Fecal OM flow, g/d 2,196 2,405 2,565 2,440 2,339 g/d 5,459 5,004 5,329 5,558 5,412 % of intake 71.3 67.5 67.5 69.5 69.8 41.6 0.04 <0.001 0.59 227.1 0.54 0.55 0.15 1.1 0.52 0.06 0.11 Total-tract OM digestion, 390 1 391 a 392 b 393 394 395 396 397 398 399 400 Camelina meal replaced 0, 25, 50, 75, and 100% of the supplemental N from SBM on an isonitrogenous basis. (n = 5). L = linear; Q = quadratic; C = cubic. 66 401 Table 4. Neutral detergent fiber (NDF) intake (OM) and digestibility in heifers fitted with ruminal and duodenal cannulas fed 402 increasing levels of camelina meal as a replacement for soybean meal in a low-quality forage-based diet. % Supplemental N from camelina meal1 Contrastsb 0 25 50 75 100 SEMa L Forage 4,249 4,097 4,319 4,347 4,180 114.7 0.76 0.61 0.16 Total 4,292 4,164 4,416 4,473 4,336 114.7 0.29 0.61 0.16 Duodenal NDF flow, g/d 2,088 2,276 2,526 2,416 2,349 73.3 0.02 0.01 0.94 Fecal NDF flow, g/d 1,708 1,762 1,908 1,856 1,816 57.0 0.12 0.11 0.66 Ruminal 2,197 1,888 1,890 2,057 2,064 163.9 0.64 0.32 0.32 Total tract 2,577 2,402 2,508 2,616 2,521 145.2 0.83 0.77 0.32 Item Q C NDF Intake, g/d NDF digested, g/d 67 NDF digestibility, % of intake 403 1 404 a 405 b 406 407 408 409 410 411 412 413 414 415 416 Ruminal 51.2 45.3 42.8 46.0 47.6 2.6 0.27 0.08 0.30 Total tract 59.9 57.4 56.8 58.4 58.1 1.9 0.43 0.50 0.42 Camelina meal replaced 0, 25, 50, 75, and 100% of the supplemental N from SBM on an isonitrogenous basis. (n = 5). L = linear; Q = quadratic; C = cubic. 68 417 Table 5. Nitrogen intake (OM) and degradability in heifers fitted with ruminal and duodenal cannulas and fed increasing levels of 418 camelina meal as a replacement for soybean meal in a low-quality forage-based diet. % Supplemental N from camelina meal1 Contrastsb 0 25 50 75 100 SEMa L Q C 127.3 124.8 130.5 130.6 125.6 2.8 0.79 0.34 0.17 Total 108.1 128.5 128.4 124.9 121.2 6.07 0.27 0.05 0.32 Microbial 70.9 74.2 86.0 75.3 78.6 6.3 0.43 0.36 0.76 Nonmicrobial 37.2 54.3 42.4 49.6 42.6 4.9 0.69 0.15 0.39 63.4 54.5 68.1 62.3 66.3 4.9 0.41 0.74 0.44 47.6 51.7 55.4 53.4 51.2 1.25 0.05 0.004 0.98 Item N Intake, g/d Duodenal N flow, g/d True ruminal N digestibility, % of intake Fecal N flow, g/d 69 Lower tract N digestibility, % of intake 55.3 58.5 56.5 57.4 56.0 2.30 0.96 0.50 0.70 g/d 79.7 73.1 75.1 77.1 74.4 3.5 0.58 0.58 0.26 % 62.5 58.4 57.6 58.8 58.4 1.5 0.14 0.14 0.32 Microbial efficiency 13.4 16.2 16.7 14.4 15.6 1.6 0.61 0.30 0.26 Total-tract N digested 419 1 420 a 421 b 422 423 424 425 426 427 Camelina meal replaced 0, 25, 50, 75, and 100% of the supplemental N from SBM on an isonitrogenous basis. (n = 5). L = linear; Q = quadratic; C = cubic. 70 428 429 Table 6. Ruminal pH, NH3 and VFA in heifers fitted with ruminal and duodenal cannulas and fed increasing levels of camelina meal 430 as a replacement for soybean meal in a low-quality forage-based diet. % Supplemental N from camelina meal1 Contrastsb 0 25 50 75 100 SEMa L Q C pH 6.0 6.0 6.1 5.9 5.8 0.20 0.51 0.49 0.85 NH3, mM 2.8 2.8 2.9 3.0 3.4 0.16 0.02 0.08 0.62 109.2 105.6 112.2 112.0 104.9 6.47 0.92 0.57 0.42 Acetate 73.2 73.1 74.7 75.1 73.0 0.87 0.67 0.13 0.15 Propionate 16.2 15.0 15.3 15.2 16.6 0.55 0.98 0.08 0.29 8.1 8.5 7.8 7.7 8.2 0.3 0.53 0.57 0.10 Item Total ruminal VFA, mM VFA, mol/100 mol Butyrate 71 431 1 432 a 433 b 434 435 Isobutyrate 0.66 0.64 0.59 0.52 0.63 0.04 0.17 0.17 0.16 Valerate 0.87 0.84 0.79 0.77 0.84 0.03 0.35 0.15 0.31 Isovalerate 0.90 0.86 0.82 0.75 0.84 0.04 0.07 0.11 0.12 Camelina meal replaced 0, 25, 50, 75, and 100% of the supplemental N from SBM on an isonitrogenous basis. (n = 5). L = linear; Q = quadratic; C = cubic. 72 0% 25% 50% 75% 100% 6.5 6.4 6.3 Ruminal pH 6.2 6.1 6 5.9 5.8 5.7 5.6 5.5 0 3 6 9 Time, hours Figure 1. Time course changes after feeding in ruminal pH in cattle receiving different levels of Camelina Meal addition as a replacement (0, 25, 50, 75 and 100%) for soybean meal in a foragebased diet. 73 6. CONSIDERAÇÕES GERAIS Vacas em condição corporal moderada ao parto respondem a uma maior oferta de nutrientes por um período curto de tempo próximo ao período de acasalamento, desviando estes para a sua mantença, sem que haja interferência alguma na produção e constituintes do leite, bem como no desempenho pré-desmame dos seus terneiros. O farelo de camelina é uma alternativa adequada à suplementação com farelo de soja em dietas a base de forragem em bovinos de corte. Com isto confirma-se o potencial da utilização de co-produtos da indústria de biodiesel como alternativa à suplementos já existentes no mercado, fazendo com que a opção por determinado suplemento seja ditada pelo próprio mercado. De uma forma geral, a suplementação estratégica pode ser uma ferramenta eficaz para atender as demandas pontuais dentro dos sistemas de produção de bovinos de corte. Com isso, tanto a utilização de suplementos alternativos, como também períodos racionais de utilização da suplementação podem atender de forma eficaz as demandas das diferentes categorias de bovinos de corte. Finalmente, o desenvolvimento de estudos que visem identificar diferentes opções de suplemento, economicamente viáveis e ecologicamente sustentáveis assumem importância fundamental no aumento das alternativas nutricionais para a bovinocultura de corte. 74 7. REFERÊNCIAS ABDALLA, L. A.; FILHO, J. C. S.; GODOI, A. R.; CARMO, C. A.; EDUARDO, J. L. P. 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