Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Apresentação do futuro Presidente do Banco Banco do Brasil (BBAS3 BZ) 13 de abril de 2009 Operadora: Bom dia a todos. Estamos iniciando neste momento a teleconferência do Banco do Brasil para apresentação de seu futuro Presidente, o Sr. Aldemir Bendine. Todos os participantes estão conectados apenas como ouvintes, e, mais tarde, será aberta a sessão de perguntas e respostas, quando serão dadas as instruções para participação. Caso precise de ajuda de um operador durante a teleconferência, basta digitar *0. Cabe lembrar que esta teleconferência está sendo transmitida ao vivo pelo Portal BB, no endereço www.bb.com.br, site de Relações com Investidores. Antes de prosseguir, gostaria de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência, relativas às perspectivas dos negócios no Banco, projeções e metas operacionais e financeiras constituem-se em meras previsões baseadas nas expectativas da Administração em relação ao futuro do Banco. Estas expectativas são altamente dependentes das condições do mercado, do desempenho econômico geral do País, do setor e dos mercados internacionais, portanto, estão sujeitas a mudanças. Conosco hoje, além do Sr. Aldemir Bendine, estão também os senhores Antonio Francisco de Lima Neto, atual Presidente do Banco do Brasil; Aldo Luiz Mendes, VicePresidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores; e Marco Geovanne Tobias da Silva, Gerente Geral de Relações com Investidores. Gostaria de passar a palavra ao Sr. Marco Geovanne, que iniciará nossa teleconferência. Por favor, Sr. Marco Geovanne, pode prosseguir. Marco Geovanne Tobias da Silva: Muito obrigado. Bom dia a todos. Estamos hoje nesta teleconferência para que a transição da Presidência do Banco do Brasil, que acontece entre dois colegas do Banco, conte com a transparência habitual com que nos reportamos ao mercado. Antes de passar a palavra para o nosso atual Presidente, Lima Neto, que posteriormente passará a palavra para o futuro Presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, eu gostaria de falar rapidamente sobre a história do Aldemir Bendine no Banco do Brasil. O Bendine, que é indicado para assumir a Presidência do Banco do Brasil a partir do dia 23 de abril de 2009, tem 45 anos e é funcionário de carreira, com 30 anos de Banco do Brasil. Graduado em administração de empresas, com MBA em finanças e formação geral para altos executivos, ele exerce a Vice-Presidência de Cartões e Novos Negócios de Varejo. Ele também ocupou outros cargos, como o de Vice-Presidente de Varejo e de Distribuição. De igual modo, ele tem exercido cargos representativos no mercado, como: Diretor Executivo da Federação Brasileira de Bancos, a Febraban; Diretor Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões e Serviços, Abecs; titular do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Entidades de Crédito 1 Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Apresentação do futuro Presidente do Banco Banco do Brasil (BBAS3 BZ) 13 de abril de 2009 Imobiliário e Poupança, ABECIP; Diretor Presidente do Conselho de Administração da Visa Vale. Eu gostaria agora de passar a palavra para o nosso Presidente, Lima Neto, para proferir seus comentários. Lima, por favor. Antonio Francisco de Lima Neto: Bom dia a todos. É um prazer estar aqui com os senhores analistas, que acompanham o Banco do Brasil. Na realidade, eu gostaria de usar este momento para me despedir e ressaltar alguns encaminhamentos que o Banco teve ao longo da nossa gestão, no que diz respeito ao aumento da musculatura do Banco, de nós chegarmos a certo nível de ativos condizente com o nosso tamanho na indústria bancária brasileira, garantir a consistência do resultado; chegamos a um nível de resultado recorrente em 2008 superior a R$6 bilhões, R$6,6 bilhões. Gostaria de ressaltar também as novas linhas de negócio que nós abrimos no Banco do Brasil, principalmente aquilo que faltava em nossa prateleira de varejo, notadamente o financiamento a bens duráveis. Gostaria de ressaltar também a presença que o Banco conquistou com algumas aquisições, em alguns mercados importantes, onde não tínhamos participação relevante, notadamente o Estado de São Paulo. O varejo no Banco do Brasil ganhou especial destaque ao longo dos últimos anos, conforme já falei, mas a presença do Aldemir Bendine foi importante nessa trajetória de varejo, que tem como objetivo levar o Banco do Brasil a um nível de financiamento á pessoa física urbana, excluindo o crédito rural, de forma significativa, bem como buscando o mesmo nível de financiamento, a participação na carteira que têm os nossos principais competidores. Então, o Aldemir Bendine, funcionário de carreira do Banco do Brasil, que está inserido dentro das principais agendas que o Banco do Brasil tem levado adiante, e tenho certeza que fará um bom trabalho no Banco do Brasil, como tem sido nosso compromisso com os nossos acionistas como um todo. Mais uma vez, agradeço a todos pelo acompanhamento, pelos apontamentos, as observações que sempre nos ajudam a balizar nossas ações administrativas no Banco do Brasil, e dizer do período rico em minha vida profissional, que foi a condução do Banco do Brasil nos últimos dois anos e quatro meses. Então, meu muito obrigado a todos, e passo agora a palavra para o Aldemir Bendine. Muito obrigado. Aldemir Bendine: Bom dia a todos. Obrigado, Lima Neto. Estes anos em que você esteve à frente do Banco do Brasil, sem dúvida, colocaram o BB em um novo patamar de competitividade, e assumir este posto traz para mim não só o desafio de conduzir uma empresa bicentenária pronta para consolidar novos mercados, mas ainda um particular desafio de manter sua rentabilidade. Para mim, foi uma honra trabalhar nesse seu time, à frente da Vice-presidência de Cartões e Novos Negócios de Varejo, segmento em que, como você já ressaltou, nós 2 Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Apresentação do futuro Presidente do Banco Banco do Brasil (BBAS3 BZ) 13 de abril de 2009 tivemos grandes avanços. Nos negócios com cartões, alcançamos no ano passado um faturamento de R$64 bilhões, 31% maior que 2007, e elevamos a participação de mercado do Banco nesse segmento de 15,7% para 17,1%. Na fronteira dos novos negócios, conseguimos inserir o Banco do Brasil no mercado de crédito imobiliário e alavancar o negócio de financiamento a veículos, reforçado ainda mais agora, com a parceria recente que fizemos com o Banco Votorantim. Além disso, iniciamos a reestruturação de nossos negócios de seguridade, com a aquisição da participação da Aliança da Bahia na Aliança do Brasil e outros estudos para maximização de nossa atuação nos segmentos de seguros, previdência e capitalização. Muitos foram os desafios e pela frente tantos outros ainda se avizinham. Sabemos que 2009 será um ano ainda mais desafiador para o sistema financeiro. Todavia, assim como fizemos em 2008, trabalharemos para transformar essas ameaças em oportunidades. Nossos planos de crescimento estão mantidos, tendo a excelência do padrão das práticas bancárias do BB como condição básica para sua execução. Nada muda nas premissas que norteiam nossa política de avaliação do risco e a concessão do crédito. Nosso foco é e sempre será proteger a rentabilidade e a qualidade de nossa carteira de crédito, demonstrando nossa competência para gerar valor, principalmente, pela capacidade de crescer, reconhecida expertise na nossa gestão de riscos e nosso foco em eficiência e ganhos de produtividade. É meu compromisso, ao aceitar a Presidência do Banco do Brasil, prever justamente isso: manter o Banco do Brasil nessa sucessão de crescimento sustentável, ou seja, com responsabilidade e qualidade, no mais alto grau de transparência. Para atingir o compromisso de gerar de valor, continuaremos atuando ativamente. Iremos aproveitar as oportunidades no mercado de crédito, tanto na pessoa física, com os segmentos de consignado, veículos e imobiliário, assim como na pessoa jurídica, com a parceria com grandes empresas, e reforçar cada vez mais a nossa atuação junto a micro e pequenas empresas. Manteremos firmemente nossa participação no agronegócio brasileiro, agregando a esse segmento diversos negócios oferecidos pelo BB; participaremos ativamente no financiamento do comércio exterior; nos negócios tais como seguridade e cartões de crédito, nosso objetivo será o de expandir ainda mais nossa participação de mercado; buscaremos intensamente a otimização de processos para que seja possível a racionalização de custos, redução de despesas e ganhos de produtividade; e, por último, trabalharemos fortemente, também, na absorção das sinergias advindas das recentes aquisições e parcerias feitas pelo Banco, que além de reforçarem nossa estratégia de crescimento, permitirão ao Banco rentabilizar ainda mais seu relacionamento com clientes. No que tange às expectativas do mercado em relação ao desempenho do Banco, o ano tem transcorrido até agora conforme planejamos. Assim, os guidances anunciados quando da divulgação do resultado de 2008, indicando um ano ainda mais desafiador, estão mantidos. Aproveitando, reitero o compromisso do Banco com as melhores práticas de governança corporativa e com a geração de valor nos negócios do Banco do Brasil, ao 3 Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Apresentação do futuro Presidente do Banco Banco do Brasil (BBAS3 BZ) 13 de abril de 2009 passo que assumo com disposição o desafio de dar continuidade ao excelente trabalho desenvolvido no Banco nos últimos anos com o Lima Neto. E, assim como ele, assumo o compromisso de manter a transparência do Banco do Brasil no que diz respeito a seu desempenho, às estratégias e expectativas, colocando-me à disposição, e mantenho, inclusive, a obrigação de sempre ter em vista o melhor caminho para a rentabilidade sustentável, com a satisfação dos anseios de todos os nossos acionistas. Estou certo de que o desafio que agora assumo é suavizado pelo excelente quadro de executivos e funcionários que compõem o Banco do Brasil, nosso maior ativo. Acho que era essa a mensagem que inicialmente eu gostaria de passar aos senhores. Assim, podemos iniciar a sessão de perguntas e respostas, onde estou disponível para responder a todas as perguntas dos senhores. Muito obrigado, e desejo que esta teleconferência atinja as expectativas de todos. Podemos dar início às perguntas. Carlos Macedo, Goldman Sachs: Bom dia, senhores. Parabéns, Lima Neto, pelos dois anos de gestão muito boa, realmente; bem-vindo, Bendine, às nossas interações freqüentes com o mercado. Eu tenho duas perguntas, a primeira é mais para o Bendine: como sua gestão será diferente do que o Lima Neto vinha fazendo? Será mais ou menos a mesma coisa, ou você pretende mudar algumas coisas? E a segunda pergunta tem a ver com coisas que temos lido na imprensa, especificamente especulações dos jornalistas, mas mais propriamente coisas membros do Governo têm dito, que banco público não necessariamente tem almejar o lucro como última instância. Como você pretende equilibrar quando o acionista controlador diz algo deste gênero e você tem acionistas minoritários buscam, sim, uma maximização do lucro e da rentabilidade do Banco? não que que seu que Aldemir Bendine: Obrigado, Carlos, pela colocação. Quanto ao ponto de vista da gestão, como eu já reforcei em minhas palavras iniciais, eu pretende dar seqüência nessa administração que o Lima Neto vinha fazendo com tanto brilhantismo. É natural que em um ano em que estamos tendo diversas ameaças, mas normalmente essas ameaças também podem transformar-se em oportunidades, queremos dar, e procuraremos dar um foco mais agressivo aproveitando essas oportunidades. Então, eu lhe digo que estaremos alinhados às boas práticas bancárias e às boas práticas de governança corporativa atuando de uma forma bastante incisiva, procurando maximizar cada vez mais os resultados do Banco, e alinhados, sim, com a prática e com a tendência do nosso maior controlador, que busca e espera do Banco do Brasil uma atuação mais decisiva para que se dê um suporte nesse desenvolvimento que o País tanto precisa. Então, eu acho que, inicialmente, era isso que eu queria colocar para você. Essa questão colocada como banco público é natural, o Governo está ciente de que o Banco é uma bela ferramenta para atuar, e vai atuar decisivamente na questão do 4 Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Apresentação do futuro Presidente do Banco Banco do Brasil (BBAS3 BZ) 13 de abril de 2009 desenvolvimento do País este ano, dando esse suporte. É lógico, sempre respeitado o cenário macroeconômico que estiver vigente no momento, o Banco do Brasil fará isso com muita calma, muita transparência, mas vamos, sim, aproveitar este momento para tentar alavancar ainda mais os nossos resultados. Carlos Macedo: OK. Muito obrigado. Marcelo Telles, Credit Suisse: Bom dia a todos. Primeiramente, parabéns pela iniciativa da teleconferência. Bemvindo, Sr. Aldemir Bendine. Minha pergunta é em relação aos spreads bancários. Queria saber qual é o plano estratégico do Banco do Brasil em relação aos spreads, e em que áreas, ou em que segmentos o senhor vê a maior oportunidade para reduzir os spreads e tornar um pouco mais competitivo esses segmentos? Obrigado. Aldemir Bendine: Marcelo, eu que agradeço sua colocação. Na verdade, a gente já vem vivenciando há algum tempo a redução dos spreads bancários. Nós tivemos, naturalmente, naquele primeiro momento mais agudo da crise, um solavanco, um realinhamento, mas já vem agora acontecendo um declínio natural. E eu acho que os bancos brasileiros, não só o Banco do Brasil, estarão extremamente alinhados para poder, diante desse novo quadro de redução de spread, que já é uma realidade dada, não é algo que devemos imaginar que estaremos baixando spread de forma desorganizada, não é isso que procuramos; mas para um Banco que irá procurar durante o ano de 2009 ser muito mais agressivo, é natural que para que conquistemos maiores clientes, que ampliemos nossa participação no crédito, que possamos trazer maiores resultados para o Banco, é natural, e isso é histórico no Banco do Brasil, que sempre tivemos taxas mais competitivas que o resto do sistema financeiro. Isso será mantido, nós buscaremos trabalhar dentro de uma condição técnica razoável, manter, sim, o acompanhamento da queda da taxa de juros no Brasil, e vamos compensar naturalmente essa queda de spread, que já é esperada ao longo de 2009, com uma atuação mais decisiva. Marcelo Telles: OK. Muito obrigado. Carlos Firetti, Bradesco Corretora: Bom dia a todos. Eu tenho duas perguntas. Insistindo na questão dos spreads, eu gostaria que o senhor falasse um pouco o que muda em relação à política de precificação de operações do Banco do Brasil especificamente, como sentiremos essa suposta redução dos spreads que o Banco do Brasil faria a partir de agora, e em que ritmo sentiríamos esta redução, se ela efetivamente ocorrer? E outra coisa, se especula na imprensa que o senhor teria uma meta de gestão com o Governo. Eu queria entender o que seria essa meta, e em que sentido essa meta 5 Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Apresentação do futuro Presidente do Banco Banco do Brasil (BBAS3 BZ) 13 de abril de 2009 como Governo conflitaria com a expectativa dos acionistas minoritários em termos de retorno para o Banco? Muito obrigado. Aldemir Bendine: Eu que agradeço, Carlos. Inicialmente, voltando à questão do spread, conforme eu já havia falado, e notadamente você que ter uma idéia de como iremos trabalhar na precificação de nossas taxas, eu volto a repetir o que eu disse: nós vamos, sim, buscar ter taxas competitivas, até porque teremos ter uma atuação bastante agressiva neste ano de 2009. E volto a frisar que, dentro de um parâmetro bastante técnico, o Banco tem essa governança, essa taxa não é decidida só pelo Presidente; mas dentro desse alinhamento técnico buscaremos ter condições diferenciadas para justamente ocupar espaços no mercado, que estamos entendendo como belas oportunidades para o Banco neste ano. Eu gostaria de frisar a todos, até porque nossos números, o nosso guidance que foi divulgado a vocês recentemente está mantido, lógico, respeitado o cenário macroeconômico, caso não haja nenhum solavanco ao longo do ano, e nós vamos buscar firmemente, e assumo o compromisso com vocês de que esses números serão atingidos. Nessa questão do contrato de gestão de fato, eu assumi perante o Ministro da Fazenda, que é o representante do nosso controlador, uma política mais agressiva para o ano no destravamento cada vez maior da disponibilidade do crédito, e assumi também com ele um compromisso de manter essas taxas competitivas, para que possamos cada vez mais ocupar espaços no mercado. Carlos Firetti: OK. Obrigado. Daniel Abut, Citi: Good morning gentlemen, I will do my question in English and the translator will translate. You emphasize several times in your remarks that Banco do Brasil will be aggressive this year and I am worried a bit about what that means, not so much about pricing and spreads, which has been most of focus of prior questions, but more about volume growth in general. Because if you looking at banking around the world, it is one of the proven things to do when the economy is blowing down and delinquency risk is going up, to be more conservative, and be more selective in terms of your credit origination and I worry because of your agreement with the Government you will have to be much more aggressive that the economic conditions may dictate, how would balance that agreement that compromise with the Government trying to respect what banking management do worldwide which is to be conservative at a time the economy slow down? Marco Geovanne Tobias da Silva: Aldemir, só reforçando a pergunta do Daniel Abut, ele quer entender um pouco mais quando você diz que vai adotar uma política mais agressiva no crescimento do crédito; 6 Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Apresentação do futuro Presidente do Banco Banco do Brasil (BBAS3 BZ) 13 de abril de 2009 dadas as condições macroeconômicas, o que tem se visto lá fora é que geralmente o mercado fica mais conservador e seletivo. Então, a preocupação do analista Daniel Abut é até que ponto essa visão de ser mais agressivo na concessão de crédito significa relaxar mais na qualidade e na política de crédito, tendo em vista o risco maior de inadimplência. Até que ponto ser agressivo significa reduzir o seu padrão de práticas bancárias, aceitando crescer a qualquer custo. Em outras palavras, seria esta a preocupação dele e ele queria que você comentasse a respeito disso, explicar melhor o que é essa atuação agressiva, o que você quer dizer. Aldemir Bendine: Grato, Daniel. O que eu queria comentar sobre isso é que o Banco vai, sim, adotar uma posição mais agressiva nessa expansão de crédito, que é o que se espera de uma instituição financeira altamente competitiva. Mas eu queria tranqüilizar a todos, que nós vamos manter o nosso rigoroso padrão de análise de crédito, que é uma referência no mercado, acho que quanto a isso não há dúvida, e vamos trabalhar fortemente a fim de evitar qualquer descolamento em questão de aumento de inadimplência. Quando falamos em expansão de crédito, quero que vocês entendam que é um crédito responsável, em consonância com as práticas tradicionais do Banco do Brasil, que é extremamente reconhecido no mercado. Nossa agressividade não será na redução do rigor da análise do crédito, mas sim no lançamento de novas modalidades, na exploração de outros créditos; nós não vamos querer sair, lógico, de uma prática de mercado, mas sim ocupar espaços que já são desse mercado de nossos concorrentes. Então, quando eu falo em atuação mais agressiva, é isso: alavancar, sim, o nosso crédito, mas com a responsabilidade que vocês já sabem que é tradicional no Banco, e temos plena convicção que vamos conseguir este crescimento forte para o ano de 2009, mas sempre respeitando nossas práticas de governança corporativa e os excelentes padrões que temos hoje em análise de crédito. Daniel Abut: Thank you. Mário Pierry, Deutsche Bank: Bom dia. Eu tenho duas perguntas. A primeira é exatamente o que vocês vêm falado, que o Banco será agressivo em crescer este ano, mas eu queria entender um pouco mais a perspectiva daqui cinco anos. Hoje, mais ou menos 1/3 da carteira do Banco é para o setor agrícola, e eu queria ter uma idéia se tem alguma meta de abaixar este número para 20%, 25% daqui cinco anos, e quais seriam as áreas em que o Banco gostaria de crescer mais rápido. E a segunda pergunta é sobre a política de aquisições do Banco. Temos visto no último ano o Banco muito agressivo em comprar outras instituições. Eu queria saber se isso vai mudar com a mudança do CEO, ou se fica a mesma coisa, e sem o Banco tem realmente o interesse de voltar a ser o maior Banco do Brasil, que hoje vocês estão com mais ou menos 17% do market share e o Itaú Unibanco com mais ou menos 20%; se há realmente o interesse do Banco de voltar a ser o maior banco do Brasil. Obrigado. 7 Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Apresentação do futuro Presidente do Banco Banco do Brasil (BBAS3 BZ) 13 de abril de 2009 Aldemir Bendine: Obrigado, Mário. Eu queria fazer duas observações quanto às questões colocadas por você. Primeiro, tradicionalmente o Banco do Brasil foi, é e será sempre o banco do agribusiness brasileiro. Isso é uma vocação nossa, jamais vamos abrir mão, até porque temos convicção de que o agribusiness brasileiro cada vez mais vem agregando resultado, com práticas profissionais, que tem deixado o Brasil em uma situação muito confortável perante a economia mundial, e disso não queremos abrir mão. Trabalhando sempre dentro das boas práticas que a gente já adotando com o agribusiness, manteremos foco no agribusiness brasileiro. Quanto à colocação de alavancagem em outros segmentos, é natural, o Banco tinha uma deficiência que vem sendo corrigida nos últimos anos na atuação em novos segmentos. E aí eu volto a destacar o nosso compromisso de atuar fortemente em novos negócios, até em uma área que estava sob minha responsabilidade na VicePresidência, notadamente em crédito imobiliário, que é onde temos um espaço muito grande para crescer não só neste ano, mas nos próximos anos; dentro de uma perspectiva de cinco anos, como você colocou, eu acredito fortemente na expansão desse novo tipo de crédito. O Banco tem uma possibilidade não só em crédito, mas também em outros segmentos, onde possamos agregar resultados, notadamente em relação a tarifas; nossa participação, por exemplo, na área de seguridade, nós já vínhamos atuando fortemente nessa reestruturação, e vocês podem esperar uma atuação muito mais agressiva do Banco em relação a isso. Veja que o componente de resultado que advém hoje da nossa área de seguridade ainda é baixo comparado com alguns grandes concorrentes, então isso também é um segmento em que iremos atuar fortemente. Na participação de financiamento a veículos, essa parceria que fizemos recentemente com o Banco Votorantim já nos colocou em uma condição mais privilegiada, e o setor automotivo tem respondido de forma bastante interessante no País, diferente do restante do mundo, e também vemos oportunidade de continuar crescendo nesse segmento, ocupando mais espaço. E quanto à questão de aquisições, eu acho que praticamente encerramos um ciclo das grandes oportunidades. Ressalto que estamos, como vocês já sabem, em discussão na aquisição de mais dois bancos, isso já é fato público; não estamos enxergando mais grandes oportunidades de aquisição, e assim acho que temos que trabalhar fortemente neste ano de 2009 para procurar absorver o máximo possível as sinergias dessas aquisições recentes que fizemos. E temos, sim, a meta, isso está no gene do funcionalismo do Banco, tradicionalmente, nós temos esta Empresa de 200 anos, sempre fomos os líderes de mercado, e vamos, sim, conseguir buscar através da otimização dessas sinergias, dessas aquisições recentes, e como também no nosso crescimento orgânico, com uma atuação forte, ocupar o papel que o Banco do Brasil sempre teve e sempre terá na economia brasileira, de ser o banco número um do País. 8 Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Apresentação do futuro Presidente do Banco Banco do Brasil (BBAS3 BZ) 13 de abril de 2009 Mário Pierry: Obrigado. Marina Fernandes, Mauá Investimentos: Bom dia a todos. Vocês mencionaram bastante a preocupação com as práticas de governança, e uma coisa que queríamos saber é, nessa transição, como foi a discussão no Conselho de Administração da troca de comando do Banco, se a decisão foi unânime, como se posicionaram os conselheiros independentes. Queria saber como funcionou isso. Aldemir Bendine: Obrigado pela colocação, Marina. Eu só gostaria de mergulhar um pouco no estatuto do Banco, na nossa governança. Primeiro, que a alçada da nomeação do Presidente do Banco do Brasil é do Presidente da República, isso é fato que está constante na nossa governança, vocês sabem disso. O CA, o Conselho de Administração do Banco, referenda ou faz colocações em cima desta troca. Este processo, conforme vocês sabem, ainda não está concluído, até porque a minha posse está prevista a partir do dia 23, o atual Presidente do Banco do Brasil é o Lima Neto, que está trabalhando arduamente ainda em sua missão. E essa questão de governança corporativa, volto a frisar, o Banco tem uma governança corporativa extremamente avançada, dentro das melhores práticas de mercado no mundo, e ela será preservada a qualquer custo. Marina Fernandes: Obrigada. Operadora: Não havendo mais perguntas, passo a palavra ao Sr. Aldemir Bendine para considerações finais. Aldemir Bendine: Antes de finalizar minha participação, gostaria até de relembrar um fato: o Banco do Brasil aderiu e está seguindo as práticas do Novo Mercado em termos de governança. Isso será mantido, não se muda bruscamente uma situação dessas sem uma discussão ampla, e eu não pretende fazer essa discussão, muito pelo contrário, quero reforçar cada vez mais a tese da nossa participação com muita transparência nesse mercado. Eu agradeço a atenção de todos, e aproveito também a oportunidade para colocar-me à disposição de vocês, e caso haja necessidade de mais informações sobre a nossa instituição, por favor, não hesitem em contatar nossa equipe de Relações com Investidores ou visitar nosso site. A todos um bom dia, muito obrigado, e até nossa próxima oportunidade. Abraços. 9 Transcrição da Teleconferência Fato Relevante – Apresentação do futuro Presidente do Banco Banco do Brasil (BBAS3 BZ) 13 de abril de 2009 Operadora: A teleconferência do Banco do Brasil está encerrada. Agradecemos a participação de todos, e lembramos que o material utilizado nesta teleconferência está disponível no Portal BB, na página de Relações com Investidores. Obrigada pela participação, e tenham todos um bom dia. "Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. 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