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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Faculdade Mineira de Direito
Conhecimento e inclusão social
Texto produzido sob a orientação da Professora Lusia Ribeiro Pereira
Disciplina Metodologia de pesquisa científica, 1º período 2º semestre
2003
Rosana Maria Serra Machado
Belo Horizonte
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2003
Rosana Maria Serra Machado
Conhecimento e inclusão social
Belo Horizonte
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2003
Conhecimento e inclusão social
A principal função da Universida de
é a produção
de
conhecimen t o. Cumprí - la a contento, frente ao crescime nto explosivo da
inovação tecnológica e ao caráter cada vez mais interdisciplinar dos
avanços do conhecimen t o, requer uma revisão profun d a
das
meto d ologias tradicionais de ensino.
Na graduação, é funda m e n t al que se desenvolva a iniciativa
individual, a capacida de de pensa me n t o crítico, de "aprender a
apren d e r" a fim de manter a atualização e continua m e n t e criar
conhecimen t o. Deve- se enfatizar uma formação básica sólida e calcada
em princípios capaze s de alicerçar as inovações. Ao mes mo tempo, deve
ser estimulada a capacidade de trabalho cooperativo.
É comu m, em nossas escolas, ouvirmos dos estuda n t e s freqüentes
alusões ao cansaço físico, sobrecarga de aulas, ausência de tempo para
viver e conviver com tudo ou todos que lhes dão prazer. Parece que a
sala de aula foi concebida como um laboratório de exercício da
sublimação necessária, ao futuro agir profissional, no qual o espaço do
pensar, sentir, ser feliz, é regido por deter minações que parece m
escapar ao controle dos educandos. A busca obstina da pelo
conhecimen t o a ser memori z a d o, a descober ta ocasional da respost a
correta que deve ser reprod u zi d a, o saber acum ulado, o esforço em se
manter atento e presente, ao menos fisicame nte, em aulas onde falta
vida, faz surgir um ser carente de vontade, entristecido em seu processo
de vir a ser alguém que constrói seu próprio caminho deixando de
trilhar outros, reprodu zi do s historica me n t e .
Como observou Einstein in 1 , o valor de uma formação
universitária não reside no aprendi za d o de muitos fatos, mas no
treina m e n t o da mente para conceber coisas novas: "a educação é aquilo
que sobra quando se esqueceu todo o resto". Ao invés de sobrecarregar
os estu da n t e s com tempo em sala de aula, devem lhes deixar bastante
temp o para o trabalho pessoal, bem dirigido e valoriza do, criando
ambien tes favoráveis em laboratórios e bibliotecas, e estimulan do
instru m e n t o s como a iniciação cientifica. As aulas deveriam nos
exercitar para a capacidade de raciocínio, convencimen t o e objetivida de.
Hoje, nossas salas de aula têm uma arquitet ur a centra da no
profess or, e os alunos, em grande parte, desmotiva dos, interagem pouco
1
Por uma Refor ma Urgente para Salvar a Universidade
http: / / w w w.ime.us p.br / ~ c e s a r / p o litica / r e f or m a_univ.ht ml
Pública Brasileira in
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com o professor e com o grupo. Há uma valorização da autorida de em
detrime n t o ao indivíduo gerando alunos intelectualme n t e passivos e
sem liderança.
Quem, ou o que será que impede o educador de usufr uir do
fascinante momen t o de diálogo com o educan do, com sua forma original
e única de perceber e duvidar dos fatos e acontecime n to s? O que será
que o impossibilita de "perder tempo" para acompa n h a r a linha de
raciocínio constr uída pelo educan do, a princípio com insegura nça e
timide z, mas que, gradativa me n t e, evolui levando - o a experime nta r a
indescritível sensação de poder que a descober ta provoca? A serviço de
quais valores o educador coloca seu conhecime nt o? Da constr ução da
auton o mia intelectual e moral, conseqüe n t e m e n t e da liberda de de ser;
ou da perpet uação dos paradigma s historica men t e alimenta d o s pela
vaidade humana, embalsa m a n d o a criatividade inerente ao Ser,
congelando o prazer do descobrir diário de que a alegria é pulsante,
como semente de vida? Por que é necessário correr tanto contra o
temp o, na tentativa de cumprir obstinada m e n t e o compr o mis s o de
instruir, sem o questiona m e n t o ético que ilumina toda constr ução?
Enfim, a sala de aula é um espaço de libertação ou de
domes ticação do ser humano? Por sala de aula, compree n d e m o s o
espaço físico onde acontece a interação direta entre educador educan do. A sala de aula é o espaço utilizado pelo profissional da
educação para desenvolver sua prática, selecionar conteúdo s, passar
posições políticas, ideológicas, trans mitir e realizar valores dentro do
próprio educan do. Este espaço é o centro da educação escolar, pois a
formação básica do educand o se dá neste contexto de interação entre os
sujeitos, mediados pela realidade. O trabalho em sala de aula é um
sistemático e intencional processo de interação com a realidade, através
do relaciona m e n t o huma no baseado no trabalho, no conhecime n t o e na
organização da coletividade. Trabalhar conceitos, como tempo, espaço,
dinâmica das transfor m aç ões sociais, a consciência da complexidade
hu ma n a e da ética nas relações, a importâ ncia da preservação ambiental,
o conhecime nt o básico das condições para o exercício da cidadania,
papel que o professor não pode negligenciar porque cabe ao aluno
“Desvendar o mundo, para compreendê - lo e um dia reconstruí - lo,
transfor m á - lo.” 2
A sala de aula é a meta primeira que cada educador deve buscar
para realizar o processo ensino - aprendi z age m. Nessa busca, o essencial
é a iniciativa, o iniciar algo novo, a conquista da liberda de. É nesse
espaço de ação que se desenrola m mais intensa m e n t e as articulações e
contribuições entre o eu e o outro, entre a criatividade e o confor mis m o,
entre a fala dialógica e a fala impositora, entre a difusão de idéias entre
pessoas e a infusão de idéias sobre as pessoas.
Os procedime nt o s da educação em termos pedagógicos, têm - se
realizado, nor mal me n t e, sempr e da mes ma forma. O professor ensina e
o aluno aprende. E nenhu m a muda nça arranho u a convicção de que a
base do ensinar é o verbalis mo. A função delegada aos mestres é falar,
descrever, manda r fazer tarefas, copiar e corrigir, na maioria das vezes
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KANITZ, Stephen. Revolucione a sala de aula. Estado de Minas, Belo Horizont e, 18 out.
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com o livro didático ao lado, sem perceber que acertar é um desejo dele,
não do aluno.
Nesta concepção historicame n t e construída, o ato de ensinar vem
se empobrecen d o, à medida que são muitos os que o entende m como
um simples processo de instrução.
"Certame n t e que a instrução é um componen t e
apenas instruir visa à erudição, enquant o o
compreen s ã o, à sabedoria de vida. O ensinar
entre o educador e o educando, entre o mestre
do ensino, mas fique claro que o
amplo ato de ensinar , visa à
é um amplo moviment o de vida
e o discípulo.” 3
O ato de ensinar, porta nt o, é um ato de totalidade, onde o instruir,
a auto - disciplina e a trans po sição dos conteúdo s em sala de aula, para a
vivência cotidiana, intervêm nas vidas huma na s, sem imposição, e sim
por convite. Basicamente, o que se percebe, hoje, é a utilização de duas
formas opostas de vivenciar o ensino: o adestra m e n t o (domes ticação),
prag mático e imediatista, que tem como base a concepção mecanicista; e
o ensinar que transcen de o ato de instruir e o de adestrar, porque busca
o encontr o da inteligência do educan d o com a vida, o encontr o de sua
sensibilidade com a pluralidad e do viver.
A ação educativa desenvolvida em sala de aula e os meios
utilizad os como a metodologia, técnicas, conteúdo s e relaciona m e n t o s,
pode m ajudar o aluno a ir se libertan d o de tudo que o escraviza interior
e exterior m e n te. Mas pode, també m, manter os alunos e os grupos em
situação de depen dê ncia, manipulan d o - os como objetos e sujeitan d o - os
às estrut u r a s injusta s. Assim, a educação converte - se em instru m e n t o
de dominação, de domes ticação, responsável pela formação de homens
e mulheres acomoda d o s e alienados.
A curiosida de é a mola primor dial para o conhecimen t o. É através
dela que se desvenda o mundo. Segundo Aristóteles, “Todos os homens
têm, por naturez a, um desejo de conhecer 4 ”. Cabe - nos não deixar esta
coceira nunca acabar. “É quase milagre que os moder nos métodos de
ensino não tenha m estrangulado completa m e n te a curiosidade de
investigação 5 ”, porque para exercê - la é necessário liberda de.
Contudo é necessário salientar que o professor não conhece e nem
sabe tudo, devemos admitir as suas limitações e a singularida des de
todo ser humano. O professor pode també m muito aprender com os
alunos, “uma geração que acima de tudo se comunica ” e com suas
inúme ra s fontes de infor mação o seu contato com o mundo acontece
cada vez mais cedo. “O papel do professor deve ser o de ir além de
ensinar o conteúdo 6 ”. É preciso “reconhecer no aluno o sujeito que
aprende e que ensina ”, valorizan d o a sua bagagem cultural e
questio na m e n t o s e levando - o a repensar e reconstr uir o aprendiz a d o.
3
BERTAN, L., ROCHA, M. S. da, BECHARA, Z. T. Sala de aula: espaço de libertação ou
domes ticação? unopar Cient., Ciênc. Hum. Educ., Londrina, v. 1, n. 1, p. 123 - 131, jun.
2000.
4 ALVES, Rubem. Curiosidade é uma coceira nas idéias. Folha de São Paulo, São Paulo, 23
jul. 2002.
5 CORTELLA, Mario Sergio. A delicada planta da curiosidade. Folha de São Paulo, São
Paulo, 23 jul. 2002.
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KANITZ, Stephen. Revolucione a sala de aula. Estado de Minas, Belo Horizont e, 18 out.
2000.
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Deve ser possível ao aluno formular e expressa r suas idéias e
descobertas, elaborar seus enunciados e questões.
No nosso atual siste ma de avaliações, o professor faz da prova o
seu instru m e n t o de poder, tornan d o - a indesven dável. Os alunos por sua
vez usam todas as possibilidades lícitas e ilícitas para conseguir resolver
as questões e o resultado é sempr e uma frustração geral para todos. A
relação professor - aluno deve ser em sentido de mão dupla para que ao
final o discípulo possa superar o seu mestre.
O acesso a Universida de é para poucos e o próprio vestibular é um
exame sócio - econô mico e quem entra são alguns poucos favorecidos
que freqüent ar a m boas escolas. Por outro lado, o aumento do número de
vagas para a universidade não acompa n h a o aument o da população em
idade universitária. Isso institui o nexo sócio - econô mico. A universida de
tem que ser para todos, quanto mais diversida de existir, mais rica é a
prod ução do saber.
Temos já no país várias categorias de excluídos: os da terra, os da
educação, os do emprego, os da saúde e os da moradia, entre outros.
Agora passam o s a conviver com um novo tipo, a exclusão digital, os
analfabetos digitais, incapaze s de se integrar ao mercado de trabalho.
Esta exclusão é tão ou mais grave que as outras, porque se torna um
grande obstáculo para se obter empregos dignos.
A exclusão digital é o lado ruim da socieda de do conhecime n to esse termo vem sendo usado para designar uma nova forma de
sociedad e pós - capitalista, na qual o recurso econô mico básico deixou de
ser o capital, as matérias - primas e até mes m o a mão de obra. Nessa
sociedad e, o que vale para conseguir emprego é o capital intelectual.
Vários estudos começam a aparecer, evidenciando que a economia
baseada no conhecimen t o não se compor t a de acordo com a teoria
econô mica existente. Por exemplo, as teorias tradicionais realçam a
importâ ncia do consu m o e do investime nt o. Mas é certo que nem o
aumen t o do consu m o leva a um aumento do conhecimen t o nem um
investimen t o maior na economia leva a uma maior produção de
conhecimen t o.
O que provoca, então, o aument o do conhecimen t o? A respos ta é a
qualidade da educação e a capacida de do indivíduo de continuar
apren d e r sozinho. Nessa nova concepção de socieda de, o surgime nto de
novas teorias e de novas infor mações é tão intens o que é pratica me n t e
impossível para um indivíduo ficar atualiza do simples m e n t e pelos
meios tradicionais, ou seja, escolas, faculdade s e cursos.
Desvenda r os mistérios das tecnologias da informação possibilita
esta atualização infor macional e aprimor a m e n t o profissional per mitindo
mais compe titividade e integração na população econo mica m e n te ativa
do país.
A inclusão digital pode ser um grande passo para a inclusão social
e resgate da cidadania e nem é necessário um compu t a d o r de última
geração, basta o acesso a qualquer
compu ta d o r e o usuário saber utilizar bem as infor mações. A
infor mática deve ser apenas um instru m e n t o de inclusão do cidadão.
Assim, o diploma universitário tem grande importâ ncia no acesso
ao mercado de trabalho, mas é só o começo. O diferencial real é a
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formação não universitária porque “há um descom passo entre a
Universidade e a realidade .7 ” O mercado está atrás de competê ncia e
para adquiri - la você tem que se tornar sujeito do seu próprio caminho
de busca de conhecime nt o.
Nos dias atuais a Universida de tem perdido progressiva me n t e a
meta do conhecimen t o genuíno, perde n d o assim a sua principal razão
de ser. A figura do professor e pesquisa do r dedicado a “produ zir”
livreme nte o saber foi parcialmente substituída pelos “funcionários da
educação” sem compr o mis s o com esta meta maior. A produção de um
saber desinteres sa d o e verdadeiro acaba se torna n d o coisa rara pois a
grande preocupação não é o encontr o da verdade em todas as suas
formas, e sim, uma atividade domina da por objetivos imediatos ou
parciais da realidade. Deste modo, a Universidade corre o risco de
aband o n ar a busca do saber abrangente substituído pela tarefa de
criação e trans mis s ã o de um saber prático.
Este saber prático não é subor dina d o à busca do conhecimen t o
verda deiro, é sim uma produção comercial do saber com fins mercantis.
O conhecimen t o produ zi d o como meio de produção, o saber de fazer
coisas, é finito, enquant o a busca do conhecimen t o é um processo
infinito. Quando a Universida de se torna uma oficina do utilitaris mo ela
se torna um corpo morto e perde sua capacida de de criação.
“Quando a Universidade decide institucionalizar a prima zia outorgada ao
estrita m e n t e técnico sobre o mais ampla m en t e filosófico, entroniza o
instru m e n t al e minimiza o teológico. Quando as ciências, quaisquer que sejam,
são tratadas como se não devesse m ter uma filosofia própria, integrador a, os
objetos são colocados acima do home m. A Universidade que cria e difunde esse
tipo de saber entre aspas perde seu conteúdo e sua finalidade, e os profess or e s
e alunos vão fazendo coisas, mas não sabem mais exatam e n t e o que estão
fazend o. Por isso, ao mes m o tempo em que as disciplinas chama das científicas
afunda m num imediatis m o confrangedor ou numa futurologia cega, as ciências
sociais e humanas são subalterniza da s, redu zida s a um papel de justificação ou
de codificação de uma interpre tação unilateral da sociedade.” 8
A Universida de, onde deveria prevalecer a diversidade de idéias,
tem sido vítima da doença da globalização, isto é, a tendê ncia a um
pensa m e n t o único. E a universida de não tem uma completa defesa a
essa doença. Nesta fase de globalização, onde a realização hegemô nica e
as coisas mais importa n t e s que são feitas são precedida s por um
discurso ideológico, o trabalho de análise e crítica fica muito mais difícil.
O aparelho do estado decidiu adotar, sem críticas, o processo
globalitário e busca aplicar os princípios dessa globalização perversa na
universida de.
A universida de se torna alvo nesse processo porque as realizações
depen d e m da fabricação de idéias. A universida de, a fábrica de idéias
por excelência, torna - se, então, um lugar estratégico. Só que para a
prod ução da globalização. Em países onde há cidada nia, uma idéia de
democracia social e onde a vida intelectual tem mais densida de, é mais
7
8
MELO, Evaldo Cabral de. É só o começo. Folha de São Paulo, São Paulo.
SANTOS, Milton. Universidade: da internacionalidade à universalidade In: Discurso de
aceitação do título de profess or Honoris Causa na Universidade Federal do Rio de
Janeiro . Rio de janeiro, 24 set. 1999.
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fácil a universida de resistir a essa tendência. Nos países onde a idéia de
cidadania e a preocupação com o bem estar das maiorias nunca existiu a
universida de se enfraquece.
A universida de vive um debate que se refere ao outro, quando
deveria se voltar para suas próprias questões. No entanto os
moviment os de fundo da sociedade, que passava m despercebidos, estão
explodindo na superfície e dema n d a n d o muda nça s de atitude. Isso é o
resulta do do proces so social, que vai exigir que a universida de amplie
seu universo de preocupações. Já existe em muitos grupos, a esperança
de muda nça.
Estas tendências, comuns em quase todas as Universidade s, em
quase todos os países é o resulta do do fato de que o saber se
transfor m o u em força produtiva direta. No terceiro mundo, o saber
chega incorpor a d o aos objetos, à tecnologia, e até nos “scolars”
importa d o s, tornan d o a produção de um saber nacional autêntico quase
dispen s ável. A imitação passa a ser a regra, a mania dos títulos substitui
o saber genuíno.
A atividade intelectual jamais é cômoda e a exigência do
inconfor mis m o, que a acompa n h a, faz com que a sociedade reconheça
os seus porta dor e s como vozes das mais profun d a s aspirações e como
arauto s do futuro. A universida de é “(...) Lugar de um saber vigiado e
viciado, elas são, també m ainda, o único lugar onde o contra - saber tem
possibilidade de nascer e às vezes prosperar ”, como resultado de
esforços individuais ou em grupos. Esta caracterização como o locus do
saber, da liberdade acadê mica e da inteligência, livre do dirigis mo tem
como pressu p o s t o básico a autono mia. A Universidade deve ser capaz
de olhar além dos limites exíguos do utilitaris mo e de conjunt u r a s
mome n tâ n ea s. É importa n te que se estimule a diversidade dos saberes
que ali habita m e convivem, respeitan d o as especificida des de cada área
do
conhecime nt o.
Para
forma r
recurs os
humano s
altame n te
qualificados, é essencial que ali tenha m a oportu ni da de de atuar e
conviver com áreas de pesquisa na fronteira do conhecimen t o. Jovens
profissionais assim forma do s, dentro dos mais altos padrõe s
acadêmicos e éticos, são uma das principais contribuições de nossas
universida de s para preservar um país livre e torná - lo um país com mais
educação e mais justiça.
A tarefa de incorpor a r a Universida de num projeto social e
nacional exige a criação e a difusão de um saber orienta do para os
interesses do maior núme r o de pessoas e para o home m universal. “Não
há contradição entre nacionalidade e universalidade, entre as buscas do
material popular e o encontro com o universal”9 , uma vez que, o home m
deve ser sempre o valor supre m o.
9
SANTOS, Milton. Universidade: da internacionalidade à universalidade In: Discurso de
aceitação do título de profess or Honoris Causa na Universidade Federal do Rio de
Janeiro . Rio de janeiro, 24 set. 1999.
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Referências bibliográficas
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UTZERI, Fritz. Quem foi o moleque . Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 24
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VERISSIMO, Luis Fernando. Sou autodidata na medida em que devo o que
sei, ou ao menos o que penso que sei, ao fato de ter sido um leitor voraz e
omnívoro .
VILA, Maria do Carmo. A prova: antes . Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Belo Horizonte In Especialização em Educação Matemática,
Belo Horizonte, 1979.
VILA, Maria do Carmo. A prova: durante . Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Belo Horizonte In Especialização em Educação
Matemática, Belo Horizonte, 1979.
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VILA, Maria do Carmo. A prova: depois . Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras de Belo Horizonte In Especialização em Educação Matemática,
Belo Horizonte, 1979.
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