XX Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas
Campo Grande/ MS
O Processo Seletivo de Empresas de
Base Tecnológica nos Parques
Tecnológicos Brasileiros em Operação:
principais mecanismos de captação e
formato do processo seletivo
Mariana de Oliveira Santos
Gestora Executiva do Parque Tecnológico de Belo Horizonte – BH-TEC
Lin Chih Cheng
Professor Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
22 de setembro de 2010
Agenda
1. Conceitos adotados
2. Objetivos do trabalho
3. Metodologia
4. Resultados
5. Considerações Finais
1. CONCEITOS ADOTADOS
Parques Tecnológicos
Instituições de suporte ao processo de inovação tecnológica,
fomentando a interação entre instituições geradoras de
conhecimento e inovação, em prol do aumento da
competitividade das empresas de uma região.
Em geral, se caracterizam a partir da delimitação de um
espaço físico em que, além da equipe profissional e dos
equipamentos de apoio institucionais, se localizam também
empresas, laboratórios de pesquisa e desenvolvimento
(P&D) e outras instituições de apoio ao desenvolvimento
de empresas de base tecnológica (EBT’s).
Parques Tecnológicos: hipóteses
1- Parques tecnológicos devem contribuir ativamente para o
desenvolvimento e a consolidação de EBT’s;
2-
Os
parques
tecnológicos
são
indutores
do
“empreendedorismo acadêmico de base tecnológica”;
3- O sucesso dos parques tecnológicos dependerá do
sucesso dos empreendimentos a ele relacionados.
Parques Tecnológicos: dimensões críticas
Espaço dos parques
Serviços prestados
-
-
-
Urbano x não urbano
Proximidade com universidades
Acesso a infraestrutura urbana
(aeroportos,
rodovias,
lazer,
cultura)
Impacto ambiental
Gestão dos parques
-
Arranjo institucional
Autonomia administrativa
Articulação política
Estrutura de propriedade
Equipe
Comuns
Especializados
Critérios de admissão de
empresas
-
Foco setorial
Aproveitamento de
potencialidades locais
Fases de desenvolvimento dos parques
Aspectos da seleção de empresas nos parques
• Foco setorial grau de especialização do parque
• Alinhamento do perfil setorial do parque à indústria e à
capacitação científica local
• Análise da demanda existente (empresas
estabelecidas, spin-offs acadêmicas, spin-offs
corporativas, empresas graduadas das incubadoras)
2. OBJETIVOS DO TRABALHO
Objetivo
Analisar o processo de seleção de empresas
parques tecnológicos brasileiros, quanto a:
nos
i.
Critérios de avaliação considerados mais relevantes
ii.
Mecanismos de atração de empreendimentos
iii. Grau de formalização/ padronização do processo
seletivo
Objetivos Específicos
• Contribuir para o debate sobre as principais características dos
parques tecnológicos e os principais desafios inerentes ao seu processo
de implantação;
• Discutir critérios de admissão de ENBT’s em parques tecnológicos;
• Verificar se existe uma relação de causalidade entre estratégia
institucional dos empreendimentos e critérios de entrada;
• Verificar possíveis padrões de influência dos stakeholders na
escolha das empresas;
• Contribuir para a implantação de empreendimentos de parques
tecnológicos brasileiros;
3. METODOLOGIA
Metodologia
1.
Revisão de literatura
2.
Survey exploratório para levantamento de dados
sobre a prática de seleção de empresas nos
parques tecnológicos brasileiros
4. RESULTADOS
Ponto de partida
BRASIL: 74 parques tecnológicos
2008)
(ANPROTEC, dez
32 em projeto
17 em implantação
25 em operação UNIVERSO DA PESQUISA
Nível de resposta
Status dos questionários respondidos
Nº parques
Universo de parques em operação, segundo Portfólio Anprotec
25
Questionários enviados*
24
Questionários respondidos
09
Questionário respondido, mas cujo empreendimento não é parque 01
tecnológico e sim incubadora de empresas
Questionários respondidos válidos
* Não foi possível estabelecer contato com 01 parque
08
Parques respondentes
1- Parque Tecnológico de São José dos Campos (São José dos Campos/
SP)
2- SERGIPETEC - Sergipe Parque Tecnológico (Aracaju/ SE)
3- Porto Digital (Recife/ PE)
4- VALETEC – Parque Tecnológico do Vale dos Sinos (Campo Bom/ RS)
5- ParqTec São Carlos (São Carlos/ SP)
6- Parque Tecnológico do Pólo Bio-Rio (Rio de Janeiro/ RJ)
7- PTI - Parque Tecnológico Itaipu (Foz do Iguaçu/ PR)
8- TECNOPUC (Porto Alegre/ RS)
Informações gerais sobre os parques pesquisados
Nº de empresas
Empresas
Ano de instalação
Nº setores de
residentes (em informado em
da primeira
atuação
unidades) ANPROTEC (2008)
residente
30
0
7
2007
18
13
3
2004
130
117
1
2000
11
22
3
2005
1
2
3
4
Tempo de
operação
(em anos)
3,33
5,75
9,33
5,33
5
6
7
15,33
12,17
4,33
1
18
2
0
16
12
1
3
5
2009
1988
2008
(100%)
Biotecnologia (70%)
Meio ambiente (52%)
8
Total
Moda
Média
6,67
62,24
5
7,78
31
241
18
30,125
0
180
-22,5
3
-3
3,25
2002
----
TI (70%)
-TI
--
Setor principal (%
residentes)
Aeronáutica (30%)
TI (84,62%)
TI (100%)
Indústria (42%)
Instrumentação
6/8 parques têm menos de 10 anos de existência
Total de 241 empresas residentes
4/8 parques atuam em três setores industriais (semi-especialistas ou multitemáticos)
Setor de TI é predominante em 3 parques
Informações gerais sobre os parques pesquisados
Tempo de
operação
(em anos)
1
2
3
4
5
6
7
8
Total
Moda
Média
3,33
5,75
9,33
5,33
15,33
12,17
4,33
6,67
62,24
5
7,78
Empresas
Empresas
Residentes
Empresas
Graduadas de IEBT's
residentes (em multinacionais (% graduadas de multinacionais
(unidades aprox.)
unidades)
total)
IEBT's (% total) (unidades aprox.)
30
18
130
11
1
18
2
31
241
18
30,125
10,00%
13,00%
2,50%
22,00%
100,00%
0,00%
4,50%
15,00%
----
20,00%
30,79%
15,00%
17,00%
0,00%
45,00%
4,50%
10,00%
----
3,00
2,34
3,25
2,42
1,00
0,00
0,09
4,65
16,75
2e3
2,09
6,00
5,54
19,50
1,87
0,00
8,10
0,09
3,10
44,20
-5,53
7% das empresas residentes são multinacionais (cerca de 16 empresas)
18% das residentes são graduadas de IEBT’s (cerca de 45)
Critérios de avaliação e
mecanismos de atração
de empreendimentos
Processo seletivo: critérios de avaliação
Retorno
base
Equipe
tecnológica
Critério mais
relevante
Critério menos
relevante
Capacidade
financeira
Relac. IEBT
Relac.
Universidade
Outros critérios
citados
1
Retorno BT
U
4
5
3
2
--
--
2
Retorno BT
Capacidade
financeira
1
5
2
3
3
--
3
NA
NA
--
--
--
--
--
--
4
Retorno BT
IEBT
2
5
4
1
3
--
5
Retorno BT
IEBT
2
5
4
1
3
--
6
IEBT;
Universidade
RET BT; Equipe
2
1
1
3
3
--
7
Equipe
IEBT
4
3
5
1
2
Alinhamento setorial
Potencial interação
com a universidade
via P&D
8
Universidade
IEBT
3
4
2
1
5
Moda
Retorno BT
IEBT
2,00
5,00
2,00
1,00
3,00
Processo seletivo: canais de captação e
atração de empresas
Principal
canal de
captação
ChP
IEBT, CHP,
2
NG
U
3
NG
4
NG
5
IEBT; NG
6
IEBT
7
U
8
Moda
-1
Canal de
captação menos
relevante
IEBT
Prefeitura
IEBT
1
5
3
não citado
não citado
Estado
Prefeitura
CH P
Estado
CH P
--
6
2
5
4
6
6
4
6
--2
1
2
2
2
2
--1
3
2
1
3
3
Chamadas
públicas
Contato núcleo
gestor
4
6
2
-3
3
5
2
3
6
3
6
-4
2
1
5
1
6
6
1
6
6
6
4
5
6
Estado Universidade
Processo seletivo
Critérios de Avaliação
Canais de captação de empresas
1º Potencial de retorno da base
tecnológica
1º Contato direto com núcleo gestor
2º Relacionamento prévio com a
universidade
3º Equipe
4º Capacidade Financeira
5º Relacionamento prévio com
IEBT’s
2º Incubadora de empresas
3º Chamadas públicas
4º Universidade
5º Estado
6º Prefeitura
Grau de formalização/
padronização do
processo seletivo
Processo seletivo
Editais ou
chamadas
lançados
Empresas captadas
por edital (nº médio)
Formato das
propostas
1
2
3
4
5
6
7
4
0
NA
2
0
0
0
5 a 10
-NA
5 a 10
----
8
0
--
PN + PT
PN
NA
Formulário próprio
PN + PT
PN + PT
NA
Outro: projeto de P
ou D com
universidade
Apenas 2/8 parques lançaram até o momento chamadas públicas para seleção de
empresas (5 a 10 empresas, por edital)
2 parques não submeteram as empresas residentes a nenhum processo
seletivo ou avaliação prévia
Processo seletivo
Comissão
permanente
Formação da comissão
Fluxo de ações
típico
1
SIM
Interna/ Diretoria
Outro
2
NÃO
Diretoria Executiva
Tipo 3
3
NA
NA
4
NÃO
Conselho Superior
5
SIM
Não informado
Tipo 3
SIM
03 professores da
universidade parceira (fluxo
contínuo)
Tipo 3
6
Outro (similar tipo
1)
Outro (similar tipo
2)
7
NA
NA
Outro
8
NÃO
Equipe de análise é formada
Tipo 1
sob demanda
Outro fluxo (especificar)
Chamada Pública -> Análise propostas ->
Entrevistas -> Aprovação -> Contrato
padrão -> Instalação
Preenchimento de "Formulário" ->
Instalação
Avaliação Cons. Superior -> Aprovação ->
Assinatura do contrato -> Instalação
INCUBADORA: Análise PN -> Banca de
avaliação -> Aprovação-> Assinatura
contrato -> instalação
Apenas 1 parque dispõe de formulário próprio e 3 parques têm
comissão permanente para análise de propostas
Processo seletivo
-
Fluxo típico de ações:
Consulta
Preliminar
OK
EVTE ou
Plano de Negócio
INSTALAÇÃO DA EMPRESA
OK
Assinatura de
Contrato Padrão
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais (1/2)
-
Processo seletivo => alinhamento de expectativas;
-
Critérios de avaliação nos parques brasileiros estão alinhados a outros
parques do mundo, bem como aos critérios utilizados por financiadores
de ENBT’s;
-
Os critérios mais importantes são TECNOLOGIA – PRODUTO – MERCADO
– EQUIPE;
-
Mecanismos governamentais de captação de empresas não têm surtido
efeito significativo na ocupação dos parques brasileiros;
-
Caráter assistemático e circunstancial da ocupação dos parques
brasileiros;
-
Tempo de operação não está diretamente relacionado com o ritmo e o nível
de ocupação dos parques;
-
Por outro lado, os parques que não realizam análises prévias à entrada
são exatamente os que abrigam maior número de empresas (e, diga-se
de passagem, considerados os de maior sucesso!)
Considerações Finais (2/2)
-
Trade-off rigor na seleção de empresas x nível de ocupação dos parques;
-
Um processo seletivo mais sistematizado pode ser uma ferramenta
estratégica para o êxito de longo prazo dos parques brasileiros.
-
De maneira geral, o trabalho reforçou a importância de se explicitar os
critérios de seleção, a fim de se evitar que a ocupação seja direcionada
exclusivamente por fatores políticos e/ou contingenciais.
Obrigada pela atenção!
Mariana de Oliveira Santos
[email protected]
(31) 3409-7391
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