Reatividade de soros de pacientes com diferentes formas clínicas de paracoccidioidomicose frente aos antígenos fracionados de Paracoccidioides brasiliensis Bernardo SGARBI (IC/CNPq), Alfredo M. GOES (Orientador), Susana N. DINIZ (C), Patrícia S. CISALPINO (PQ). Departamento de Bioquímica e Imunologia, ICB/UFMG Departamento de Microbiologia, ICB/UFMG Introdução Resultados Paracoccidioides brasiliensis é um fungo patogênico, termo-dimórfico, agente etiológico da paracoccidioidomicose (PCM). A doença é uma micose sistêmica, de natureza granulomatosa, endêmica e prevalente na América Latina. Há numerosos casos relatados na Colômbia, Venezuela, e no Brasil, recordista nestes relatos, a PCM FPLC ocorre em diversas regiões, especialmente no sudeste - São Paulo e Minas Gerais. Admite-se que os esporos ou conídias produzidos pelo fungo em sua fase micelial representam a unidade infectiva de P. brasiliensis, cuja inalação (com subseqüente conversão a levedura, na temperatura tecidual do hospedeiro) pode gerar um foco infeccioso pulmonar, primário, capaz de eliminar ou manter fungos quiescentes. A doença pode surgir por progressão direta do complexo primário, por reativação dos focos quiescentes ou por reinfecção exógena, apresentando múltiplas manifestações e duas formas clínicas progressivas são reconhecidas: a forma aguda (tipo juvenil) e a forma crônica. O diagnóstico da PCM é realizado através da identificação de células leveduriformes em biopsias ou em outros materiais patológicos. A deteccão de anticorpos contra componentes de P. brasiliensis tem sido utilizada desde 1916. Durante as décadas de 60-80 foram caracterizados constituintes antigênicos de preparacões diversas para testes sorológicos, determinando uma fracão específica para PCM, caracterizada posteriormente como uma glicoproteína de 43000 Grafico 1. Cromatografia líquida por troca ionica. Os picos de eluição foram coletados separadamente e classificados como : 0-Fração 0; 6-Fração I; 12-Fração II; 20-Fração III; 30-Fração IV; 45-Fração V; 70-Fração VI. Da (gp 43), 100 % reconhecida por soros de pacientes com PCM. Entretanto, um reconhecimento diferencial de antígenos de Paracoccidioides brasiliensis por anticorpos presentes nos soros de pacientes com diferentes formas clínicas de PCM ainda não foi descrito. Normal EB V IV III II Agudo I 0 PM - 200 - 97.4 EB V IV III II I 0 PM - 200 - 97.4 - 43 - 43 - 29 - 29 Agudo Tratado Objetivo EB V IV III II Verificar uma resposta diferenciada de soros de pacientes de paracoccidiomicose em I Crônico 0 PM - 200 diferentes formas clínicas, frente aos antígenos fracionados de Paracoccidioides EB V IV III II I - 97.4 0 PM - 200 - 97.4 brasiliensis. - 43 - 29 Materiais e Métodos Figura 1. Ensaios de “Western Blot” utilizando pool de soros de pacientes com diferentes formas clínicas de PCM (1:200) e indivíduos normais, frente aos antígenos fracionados de P. brasiliensis (25 µg). A reacão foi evidenciada com anti-Ig humana de cabra conjugada com fosfatase alcalina (1:15 000) e revelada com NBT e BCIP. CEPA Pb 18 7 dias a 35 ºC com agitação repiques mensais 25 ºC LEVEDURAS rompimento mecânico com pérolas de vidro (30-40 ciclos) Conclusão SOBRENADANTE ultracentrifugação 37.000 rpm 4 ºC 1:30 h Cromatografia liquída de troca iônica, em coluna de Q-Sepharose, acoplada em sistema de FPLC, se mostrou eficiente na separação de antígeno bruto de P. brasiliensis em frações solúveis Extrato solúvel Dosagem proteica Bradford contendo diferentes bandas proteicas. Demonstramos, em todas as frações, a presença de componentes antigênicos, variando de 18- 120 kDa, reconhecidos pelos soros de pacientes com paracoccidiodomicose. FPLC (sete frações) Amostras de antígenos Tanque de transferência peptídios transferidos para uma folha de nitrocelulose (blot) _ _ _ _ _ _ _ peptídios separados + + + + + + + + + Evidenciamos um reconhecimento diferenciado de duas bandas proteicas (18,4-29 kDa), presentes nas frações III e IV, por anticorpos presentes nos soros de pacientes com a forma Anticorpo + conjugado crônica em relação aos pacientes com a forma aguda e aguda tratada, - 43 - 29