CBC no Dorso Nasal : apresentação clínica incomum Daniella Rabelo Spinato, Luciana Guanaes, Luiz Eduardo Galvão, Ana Helena Carneiro, Taíssa Canedo Serviço de Dermatologia e Curso de Pós- Graduação HUCFF-UFRJ e Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro Introdução O carcinoma basocelular (CBC) é a neoplasia maligna cutânea mais freqüente. A maioria das lesões ocorre na cabeça e pescoço, sendo o dorso nasal um dos locais mais comuns. A maior incidência ocorre na faixa etária dos 40 aos 60 anos, em população caucasiana com história exposição 1,2 solar crônica . Embora freqüente, o CBC pode ser um verdadeiro desafio diagnóstico ao apresentar formas 2 clínicas incomuns . Figura 2: Maior detalhe da lesão: áreas hipercrômicas de aspecto lobular na superfície, semelhante a folhas Figura 1: Tumoração nodular eritematosa, de aproximadamente 3 cm no maior diâmetro no dorso nasal História Clínica Figura 3: Grupamentos de células basalóides com paliçada periférica e focos de retração estromal Figura 4: Maior detalhe da foto anterior Paciente de 67 anos, negro, relatava surgimento de nódulo eritematoso no dorso do nariz de crescimento rápido com 10 meses de evolução. Encaminhado para avaliação foi submetido à biópsia incisional para esclarecimento diagnóstico. Ao exame dermatológico apresentava: tumoração nodular eritematosa, de aproximadamente 3 cm no maior diâmetro, com áreas hipercrômicas de aspecto lobular na superfície, semelhante a folhas. Sem ulceração. A histopatologia revelou grupamentos de células basalóides com paliçada periférica e focos de retração estromal, sendo compatível com CBC. Foi encaminhado para exérese na cirurgia dermatológica. Discussão / Conclusão É importante ressaltar a ocorrência de CBCs em melanodérmicos e a necessidade da 3,4 inclusão desse diagnóstico em lesões tumorais na face em qualquer etnia . Em relação às neoplasias malignas cutâneas nessa população, os carcinomas espinocelulares nas áreas não fotoexpostas são as mais comuns, com os CBCs representando cerca de 29% 5 de todos os tumores cutâneos, sendo freqüentemente pigmentados . Quanto à clínica apresentada pelo paciente, o aspecto nodular sem ulceração surpreende devido ao tamanho da lesão e a seu crescimento rápido. A coloração sugeria tumorações de origem vascular, entre elas granuloma piogênico, angioma trombosado e hemangioma, sendo portanto um fator de confusão diagnóstica, embora também tenha sido interrogado CBC e melanoma. Curiosamente, o aspecto de “marple leaves”, descrito no 6,7 exame dermatoscópico de CBCs pigmentados , foi observado macroscopicamente, o que permitiu a suspeição diagnóstica no exame clínico. Justificativa para apresentação Demonstração de aspecto clínico atípico. Referências Bibliográficas 1. Preston DS, Stern RS. Nonmelanoma cancers of the skin. N Engl J Med 1992;327:1649-62. 2. Nouri K, Romanelli P, Trent JT, Javid R, Jimenez G. Rare presentations of basal cell carcinoma. J Cutan Med Surg. 2002;6(3):226-8. 3. Singh B, Bhaya M, Shaha A, et al. Presentation, course and outcome of head and neck cancer in African American: a casecontrol study. Laryngoscope 1998;108 (8 Pt 1):1159-63. 4. Woods SG. Basal cell carcinoma in the black population. Int J Dermatol 1995;34:517-8. 5. Johnson TM, Tschen J, Ho C, et al. Unusual basal cell carcinomas. Cutis 1994;54:85-92. 6. Agero AL, Busam KJ, Benvenuto-Andrade C, et al. Reflectance confocal microscopy of pigmented basal cell carcinoma. J Am Acad Dermatol 2006;54(4):638-43. 7. Zaballos P, Llambrich A, Puig S, Malvehy J. Dermoscopy is useful for the recognition of benign-malignant compound tumours. Br J Dermatol 2005;153(3):653-6. [email protected] HUCFF-UFRJ