Nelane do Socorro Marques da Silva Variação no recrutamento de organismos incrustantes com ênfase nos mexilhões do gênero mytella (stoot-ryen, 1955), no estuário do Rio Caeté, Bragança, Pará. Resumo As áreas estuarinas constituem alguns dos ecossistemas mais produtivos do mundo. Muitas espécies de peixes e invertebrados marinhos e de água doce o utilizam para desovar, devido à riqueza de nutrientes e outras condições ambientais que são adequadas ao desenvolvimento das larvas. Entre os invertebrados encontrados nos manguezais, os moluscos bivalves desempenham um papel importante como consumidores de material orgânico e fitoplâncton. Mexilhão é o nome vulgar dos bivalves da família mytilidae que servem para alimentação humana. No presente estudo foram selecionados dois canais de maré, denominados de furo do meio e furo do caeté (3ª e 4ª pontes, respectivamente), na península de Bragança. Em cada ponto foram colocadas duas plataformas de ferro de 1m², com placas de cerâmica e madeira, às profundidades de 2,5 e 3,5 m, fixada nos pilares da ponte através de cabo de aço. Foram registradas três espécies predominantes durante os treze meses de estudo (mytella falcata, fistulobalanus citerosum e crassostrea rhizophorae). A abundância das espécies no presente estudo diferenciou em relação à salinidade. Abundâncias maiores foram registradas quando a salinidade era baixa (f. citerosum), intermediária (m. falcata) e alta (c. rhizophoracea). As três espécies predominantes assentavam preferencialmente na cerâmica, no lado inferior das placas e na plataforma mais baixa.