CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU REDAÇÃO CIENTIFICA MARIA ANGÉLICA AUGUSTO VÍDEO EXPANDIDO Justificativa: Segundo Arlindo Machado (2007), o vídeo é um suporte sobre o qual permanecem algumas visões rasas que se devem não só a noções e impressões construídas ao longo de sua história que permanecem atreladas a ele até hoje, mastalvez principalmente, ao desconhecimento sobre o lugar que ele ocupa hoje no universo do audiovisual. O vídeo surgiu como tecnologia de captação de imagem e som mais barata e acessível que o cinema e, apesar de sua origem vinculada ao desenvolvimento tecnológico da televisão, passou a ter vida própria, à parte deste veículo. Inicialmente, se adaptou a uma nova estética em potencial, ao universo das artes plásticas. O primeiro grande “boom” do vídeo aconteceu nos anos 80 no Brasil, com os vídeoartistas, que pesquisaram exaustivamente as possibilidades de uso e manipulação da imagem e do som enquanto um novo recurso estético a serviço da arte. Exibida principalmente em museus em forma de instalações, a vídeoarte viveu quase duas décadas de grande interesse e intensa pesquisa. Mas, enquanto recurso audiovisual, o vídeo, a essa altura, já trilhava outros caminhos, ou seja, libertado da função inicial de pura expressão artística subjetiva do universo das artes plásticas, passa a assumir algumas das funções antes pertencentes à televisão, namão de produtores independentes: os videoastas ou videomakers. De acordo com YvanaFechine (2007) não existe separação exata entre TV e Vídeo em relação ao campo de atuação, e o que houve no período de desenvolvimento desses vídeos foi uma necessidade de produzir narrativas audiovisuais que se afastassem do método que as TV’s utilizavam para produzir seu conteúdo. Os primeiros foram produzidos a partir de um movimento criado por artistas plásticos. Sobre a chamada “contratelevisão” , Arlindo Machado (2007) afirma que: (...) o vídeo é tratado por muitos críticos e realizadores como uma espécie de contratelevisão, ou, quando muito, é associado à reinvenção da sua linguagem, à idéia de qualquer experimentalismo envolvendo seu aparato (MACHADO: 2007 p.87). Segundo Fechine (2007) o vídeo nesse momento procurava um lugar entre a arte e a mídia e acabou se afirmando, desde cedo, pela crítica que estabelecia em relação aos modelos de produção de ambas as áreas. Problema: O presente trabalho propõe analisar as mudanças ocorridas na produção artística audiovisual nos últimos 5 anos, tendo como ponto de partida o conceito “video expandido” que de acordo com Parente (2008) “... as obras de arte e as imagens não se apresentam mais necessariamente sob a forma de objetos, uma vez que se "desmaterializam", se "dispersam" em articulações conceituais, ambientais e interativas. As imagens passaram a se estender para além dos espaços habituais em que eram expostas, como a sala de cinema e a televisão doméstica, e passaram a ocupar as galerias, os museus, e mesmo o espaço urbano.” (PARENTE: 2008 p. 57) De que maneira esse fenômeno potencializado pelas tecnologias digitais, que simplificam as condições de produção e renovam as possibilidades de criação e de expressão? Objetivo geral: Investigaras mudanças ocorridas na produção artística audiovisual e as influências das inovações tecnológicas na transformação do padrão de criação, abordagem e exibição destas obras . Objetivos específicos: 1- Fazer um levantamento dos recursos tecnológicos utilizados para produção de obras audiovisuais; 2- Observar as mudanças nas estratégias de criação dos artistas ao desenvolver uma obra audiovisual; 3- Levantar os deslocamentos das formas de exibição; 4- Promover uma reflexão sobre as relações de identificação do público diante dos recursos utilizados para exibição das obras audiovisuais e sua organização técnica. Referências: MACHADO, Arlindo. “A televisão levada a sério”. São Paulo: Editora SENAC, São Paulo, 2005. MACHADO, Arlindo (org.). “Made in Brasil”. Três décadas do vídeo brasileiro. São Paulo: , Editora Iluminuras Ltda, 2007. PARENTE, André. Cinema de exposição: o dispositivo em contra-campo. Rio de Janeiro: Poiésis, 2008