CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUÍMICA E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE PSEUDOFRUTOS DE CAJU E CAJUÍ NATIVOS DO TOCANTINS. Gurupi 2013 RENATA COSTA FRANÇA CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUÍMICA E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE PSEUDOFRUTOS DE CAJU E CAJUÍ NATIVOS DO TOCANTINS. Trabalho de Dissertação apresentado à Universidade Federal do Tocantins - UFT junto ao Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Biotecnologia como requisito para a obtenção do título de Mestre em Biotecnologia. Orientador: Prof.º Dr. Luiz Gustavo de Lima Guimarães Co-orientadora: Prof.ª Dr. Elisângela Elena Nunes Carvalho Gurupi 2013 F814c Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário de Palmas França, Renata Costa Caracterização físico-química e atividade antioxidante de pseudofrutos de caju e cajuí nativos do Tocantins. / Renata Costa França. - Palmas, 2013. 122f. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, 2013. Linha de pesquisa: Biotecnologia Agroalimentar. Orientador: Prof. Dr. Luiz Gustavo de Lima Guimarães. 1. Atividade biológica. 2. Anacardium occidentale. 3. Anacardium humile. I. Guimarães, Luiz Gustavo de Lima Guimarães II. Universidade Federal do Tocantins. III. Título. CDD 577.2 Bibliotecária: Emanuele Santos CRB-2 / 1309 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. RENATA COSTA FRANÇA CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUÍMICA E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE PSEUDOFRUTOS DE CAJU E CAJUÍ NATIVOS DO TOCANTINS. Trabalho de Dissertação apresentado à Universidade Federal do Tocantins - UFT junto ao Programa de Pós Graduação Strictu Sensu em Biotecnologia como requisito para a obtenção do título de Mestre em Biotecnologia. Orientador: Prof.º Dr. Luiz Gustavo de Lima Guimarães Co-orientadora: Prof.ª Dr. Elisângela Elena Nunes Carvalho Aprovada em 16 de dezembro 2013. Banca Examinadora: ____________________________________________ Gessiel Newton Scheidt _____________________________________________ Ildon Rodrigues do Nascimento _____________________________________________ Luiz Gustavo de Lima Guimarães ____________________________________________ Tarcisio Castro Alves de Barros Leal A Deus o companheiro inseparável das horas, alegres, tristes, trabalhosas e deliciosas, das derrotas e vitórias. DEDICO À minha família, por todo incentivo, orações e suporte, aos meus amigos pela torcida e apoio e ao meu amor pela paciência. OFEREÇO Agradecimentos A Deus a honra a glória e o louvor para todo o sempre, pois foi Ele quem esteve ao meu lado em todo o percurso desse trabalho, providenciando os meios e as pessoas para que este fosse realizado e em nenhum momento me desamparou. Á minha família que sempre me incentivou a seguir em frente. Aos meus orientadores que se empenharam na execução deste projeto, tornando-o realidade. A Universidade Federal do Tocantins por oferecer o curso, estrutura e suporte para realização do curso. Aos responsáveis pelos Laboratórios dos Campus de Gurupi e os laboratórios da Engenharia de Alimentos do Campus de Palmas. A Universidade Federal de São João Del Rei e aos técnicos responsáveis dos laboratórios do Departamento de Química. A Universidade Federal de Lavras e aos alunos do laboratório da professora Maria das Graças Cardoso. Aos professores do curso do mestrado que mostraram empenho e dedicação em nos repassar seus conhecimentos, mesmo sem os subsídios e estruturas necessária. Aos colegas do curso de mestrado que me ensinaram sobre superar limites e companheirismo. A técnica Gabriela Eustáquio Lacerda por me substituir nas minhas atividades durante o período em que estive ausente. Aos amigos e irmãos que me ajudaram a recolher amostras, me incentivaram, torceram, brigaram e que vibraram comigo nessa conquista. RESUMO Tendo em vista o potencial apresentado pelo estado do Tocantins para a fruticultura, a importância de preservação do cerrado, além da necessidade de desenvolvimento de práticas de manejo que gerem renda para a população, por meio da exploração sustentável dos recursos naturais, este trabalho teve como objetivo coletar mais informações a cerca dos pseudofrutos do caju (Anacardium occidentale) e de sua espécie primitiva o cajuí (Anacardium humile) coletados de plantas nativas do cerrado tocantinense. Foram feitas algumas comparações de certos parâmetros físico-químicos em pseudofrutos verdes e maturados destas espécies, além da avaliação do potencial antioxidante, frente a diversos ensaios in vitro dos frutos maturados. Observouse que os pseudofrutos deste estudo apresentaram-se ácidos e com potencial hidrogeniônico maiores no estágio verde da maioria das amostras, com sólidos solúveis superiores a 20 ºBrix. As amostras pertencentes à região de Gurupi apresentaram teores de vitamina C superiores a 200 mg/100 g de pseudofruto. Constatou-se o decréscimo do teor de clorofila nos pseudofrutos maduros em relação aos verdes das duas espécies. Os pseudofrutos de caju e cajuí apresentaram baixa concentração de compostos fenólicos totais e flavonoides, quando comparados a pseudofrutos de caju colhidos em outras regiões do Brasil. Entretanto, apresentaram concentrações superiores a determinados frutos como a manga, a qual também pertence a família anacardiacea. Algumas amostras se destacaram quanto a capacidade antioxidante perante os métodos FRAP e ABTS. Pelo método ABTS observou-se que as amostras do Cerrado Tocantinense se assemelharam a capacidade antioxidante de outros frutos usualmente consumidos, como acerola e abacaxi. As amostras de cajuí se mostraram superiores quanto a capacidade antioxidante frente a frutos como maracujá, goiaba, açaí, uva e morango. Diante dos resultados obtidos conclui-se que os penducúlos de caju e cajuí coletados de plantas nativas do estado do Tocantins possuem características físico-químicas particulares que podem ser melhoradas para sua exploração comercial. Havendo a necessidade de incentivos para cultivo dessas espécies frutíferas como também subsídios para a preservação das mesmas. PALAVRAS-CHAVE: Anacardium occidentale, Anacardium humile, frutos do cerrado. ABSTRACT Considering the potential presented by the state of Tocantins for horticulture, the importance of preservation of the Cerrado, as well as the need to develop management practices that generate income for the population through the sustainable exploitation of natural resources, this work was aimed at collecting more information on the accessory fruits of cashew (Anacardium occidentale) and its primitive species, the Cajuí (Anacardium humile), collected from native plants of Tocantins' Cerrado. A few comparisons of certain physicochemical parameters in green and matured accessory fruits of these species were made, besides the assessment of the antioxidant potential, against several in vitro assays of matured fruits. It was observed that the accessory fruits of this study were acids and with greater hydrogen potential in the green stage of most of the samples, with soluble solids above 20 °Brix. Samples belonging to the region of Gurupi showed levels of vitamin C above 200 mg/100 g of accessory fruits. It was noticed that there was a decrease in chlorophyll content in mature accessory fruits in relation to the green ones of the two species. The cashew and cashew Cajuí showed low concentration of total phenolics and flavonoids compared to cashew accessory fruits harvested in other regions of Brazil. However, they showed higher concentrations than certain fruits like mangoes, which also belongs to anacardiacea family. Some samples stood out as for the antioxidant capacity before FRAP and ABTS methods. By ABTS assay, it was observed that the samples of Tocantins' Cerrado resembled the antioxidant capacity of other fruits usually consumed, such as acerola and pineapple. Cajuí samples showed higher antioxidant capacity as compared to fruits such as passion fruit, guava, acai, grape and strawberry. Based on these results, the conclusion is that cashew and “cajuí” peduncles collected from native plants in the state of Tocantins have specific physicochemical characteristics that can be improved for commercial exploitation, with the need for incentives for cultivation of these fruit species as well as grants for the preservation of the same. KEYWORDS: Anacardium occidentale, Anacardium humile, fruits of the Cerrado. ÍNDICE CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO GERAL ...................................................................................... 15 1 INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................................... 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................................... 18 2.1 Cerrado ................................................................................................................................. 18 2.2 O cerrado tocantinense ...................................................................................................... 19 2.3 O caju.................................................................................................................................... 21 2.4 O cajuí................................................................................................................................... 27 2.5 Compostos bioativos e antioxidantes .............................................................................. 29 2.6 Os métodos de determinação da atividade antioxidante ................................................ 36 3 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 37 CAPÍTULO 2: CARACTERIZAÇÃO FÍSICO QUÍMICA DE PSEUDOFRUTOS DE CAJU E CAJUÍ DO CERRADO TOCANTINENSE ......................................................................................................... 43 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 46 2 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 48 2.1 Localização e sistema de identificação das amostras .................................................... 48 2.2 Coleta das amostras ........................................................................................................... 48 2.3 Caracterização física ........................................................................................................... 49 2.4 Teste de determinação da firmeza da fruta ...................................................................... 49 2.5 Acidez titulável em ácido orgânico ................................................................................... 50 2.6 Determinação de pH ............................................................................................................ 50 2.7 Sólidos solúveis .................................................................................................................. 51 2.8 Colorimetria ......................................................................................................................... 51 2.9 Determinação do teor de vitamina C ................................................................................. 52 2.10 Determinação de clorofila ................................................................................................ 52 2.11 Análise estatística ............................................................................................................. 53 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................................. 54 3.1 Coleta das amostras ........................................................................................................... 54 3.2 Caracterização física ........................................................................................................... 54 3.3 Teste de determinação da dureza da fruta ....................................................................... 55 3.4 Acidez Titulável, pH e Sólidos Solúveis ........................................................................... 57 3.5 Colorimetria ......................................................................................................................... 63 3.6 Vitamina C ............................................................................................................................ 67 3.7 Determinação de clorofila .................................................................................................. 70 4 CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 78 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................ 79 CAPÍTULO 3: DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E QUANTIFICAÇÃO DOS TEORES DE COMPOSTOS FENÓLICOS E FLAVONÓIDES EM PEDÚNCULOS DE CAJU E CAJUÍ DO CERRADO TOCANTINENSE. ........................................................................................................ 83 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 86 2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................ 88 2.1 Material ................................................................................................................................. 88 265 m .......................................................................................................................................... 88 2.2 Reagentes ............................................................................................................................ 88 2.3 Extração ............................................................................................................................... 89 2.4 Determinação do teor de flavonóides totais .................................................................... 89 2.5 Determinação do teor de fenólicos totais......................................................................... 89 2.6 Determinação da atividade antioxidante total pelo método de redução do ferro (FRAP) ..................................................................................................................................................... 90 •+ 2.7 Determinação da atividade antioxidante total pela captura do Radical Livre ABTS . 90 2.8 Determinação da atividade antioxidante total pela captura do Radical Livre DPPH• .. 91 2.9 Análise estatística ............................................................................................................... 91 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................................. 92 3.1 Flavonóides totais ............................................................................................................... 92 3.2 Fenólicos totais ................................................................................................................... 94 3.3 Determinação da atividade antioxidante pelo método de redução do ferro (FRAP).... 96 •+ 3.4 Determinação da atividade antioxidante pela captura do Radical Livre ABTS .......... 98 3.5 Determinação da atividade antioxidante pelo método de captura do Radical Livre DPPH• ....................................................................................................................................... 100 4 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 102 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................... 103 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 106 ANEXOS ................................................................................................................................... 107 ANEXO A – Curvas Padrão para compostos fenólicos e flavonóides ............................. 107 ANEXO B – Curvas Padrão para os métodos FRAP, ABTS e DPPH ................................. 108 ANEXO C – QUADROS DE ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................... 110 LISTA DE FIGURAS Figura 1.1: Cajueiro e seus pseudofrutos. ................................................................................. 21 Figura 1.2: Comparação das quantidades importadas e exportadas de castanha de caju no 1º semestre de 2011 e 1º semestre de 2012 e evolução das quantidades importadas e exportadas de castanha de caju, no período de 2005 a 2011 (em milhares de toneladas). ......................... 25 Figura 1.3: Percentagem de aproveitamento da polpa de suco produzido em relação a parte comestível de alguns frutos tropicais.. ........................................................................................ 26 Figura 1.4: Espécie arbórea do cajuí (Anacardium humile) e seu pseudofruto. ........................ 27 Figura 1.5: O estresse oxidativo na DPOC gera danos diretos aos componentes pulmonares e participa como desencadeador e amplificador dos outros mecanismo etiopatogênicos. . ......... 29 Figura 1.6: Fontes e respostas celulares aos Radicais Livres (RL): espécies Reativas de Oxigênio (ERO), de Nitrogênio (ERN), derivados do Enxofre (ERS), do Cloro (ERCl), do carbono (ERC) e metais de transição livres. .............................................................................. 30 Figura 2.1: Esquema de medida das amostras ......................................................................... 49 Figura 2.2: O valor de L* representado no centro axial. O a* aparece no plano horizontal. ..... 51 Figura 2.3: (a) e (b) amostras de cajuí e caju verdes; (c) e (d) amostras correspondentes aos frutos maturados cajuí e caju, respectivamente, provenientes de Palmas. ................................ 55 Figura 2.4: Resultado do teste de dureza do pseudofruto de caju, em estágios verde pequeno, verde médio e maduro. I = estágio 1 de maturação, II = estágio 2 de maturação.. ................... 56 Figura 2.5: Potencial hidrogênionico de amostras verdes e maduras de caju provenientes de Palmas e Gurupi.. ........................................................................................................................ 57 Figura 2.6: Potencial hidrogênionico de amostras de cajuí verdes e amostras maduras correspondentes. ......................................................................................................................... 58 Figura 2.7: Acidez titulável de amostras de caju e cajuí verdes e amostras maduras correspondentes provenientes de Palmas.. ................................................................................ 59 Figura 2.8: Acidez titulável de amostras de caju e cajuí verdes e amostras maduras correspondentes provenientes de Gurupi.. ................................................................................. 60 Figura 2.9: Sólidos solúveis (º Brix) para amostras de caju e cajuí nos estágios verde e maduro.. ...................................................................................................................................... 62 Figura 2.10: (A) Amostra de cajuí proveniente de Palmas CIMP2, (B) Amostra de caju proveniente de Palmas CJMP2, (C) Amostra de caju proveniente de Gurupi CJMG2, (C) Amostra de caju proveniente de Gurupi (CJVG4)....................................................................... 65 Figura 2.11: Amostra CJVG5 de caju proveniente de Gurupi. ................................................... 67 Figura 2.12: Teor de vitamina C para amostras verdes e maduras de cajuí provenientes de Palmas e Gurupi, nos estágios verde e maduro.. ....................................................................... 68 Figura 2.13: Teor de vitamina C para amostras verdes e maduras de cajuí provenientes de Palmas e Gurupi.. ........................................................................................................................ 69 -1 Figura 2.14:Teor de clorofila a, b e total (µg.mL ) de amostras de cajus verdes provenientes de Palmas e Gurupi. ......................................................................................................................... 74 Figura 2.15:Teor de clorofila a, b e total (µg.mL-1) de amostras de cajus maduros provenientes de Palmas e Gurupi. .................................................................................................................... 75 Figura 2.16: Teor de clorofila a, b e total (µg.mL-1) de pseudofrutos de cajuís provenientes de Palmas e Gurupi. ......................................................................................................................... 76 Figura 2.17: Teor de clorofila a,b e total (µg.mL-1) para pseudofrutos de cajuí maturados. ..... 76 Figura 3.1: Teores de Flavonóides totais dos pseudofrutos de caju (A) e cajuí (B) expressos em mg de quercetina/100 g de peso fresco.. .............................................................................. 92 Figura 3.2: Teores de compostos fenólicos totais para amostras de caju (A) e cajuí (B) expressos em mg de ácido gálico equivalente / 100 g de peso fresco.. .................................... 95 Figura 3.3: Valores médios da atividade antioxidante, determinada pelo ensaio FRAP para amostras maturadas de caju (A) e cajuí (B) provenientes de Palmas e Gurupi expressos em (µM de sulfato ferroso/g de fruta).. .............................................................................................. 97 Figura 3.4: Média dos resultados para o método ABTS para amostras de caju e cajuí provenientes de Palmas e Gurupi expressos em µM de trolox/g de fruta.. ................................ 98 Figura 3.5: Atividade antioxidante para amostras de caju e cajuí pelo método de captura do radical livre DPPH (g fruta/ g DPPH).. ...................................................................................... 100 LISTA DE TABELAS Tabela 1.1: Compostos fenólicos e atividade antioxidante de alguns frutos. ............................ 35 Tabela 2.1: Identificação e coordenadas de localização das amostras. .................................... 54 Tabela 2.2: Valores médios das coordenadas valor L*, a* e b*, cromaticidade (C*) e ângulo Hue (°h) de pedúnculos de cajuí em dois estádios de maturação, coletados nos municípios de Gurupi e Palmas/ Tocantins. ....................................................................................................... 64 Tabela 2.3: Valores médios das coordenadas valor L*, a* e b*, cromaticidade (C*) e ângulo Hue (°h) de pedúnculos de caju em dois estádios de maturação, coletados nos municípios de Gurupi e Palmas/ Tocantins. ....................................................................................................... 66 -1 Tabela 2.4: Teor de clorofila a, b e total (µg.mL ) para amostras verdes e maduras de caju provenientes de Palmas. ............................................................................................................. 71 -1 Tabela 2.5: Teor de clorofila a, b e total (µg.mL ) para amostras verdes e maduras de cajuí provenientes de Palmas. ............................................................................................................. 72 -1 Tabela 2.6: Teor de clorofila a, b e total (µg.mL ) para amostras verdes e maduras de caju provenientes de Gurupi. .............................................................................................................. 73 -1 Tabela 2.7: Teor de clorofila a, b e total (µg.mL ) para amostras verdes e maduras de cajuí provenientes de Gurupi. .............................................................................................................. 73 Tabela 3.1: Coordenadas dos locais de colheita dos pseudofrutos de caju e cajuí. ................. 88 15 CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO GERAL 16 1 INTRODUÇÃO GERAL O cerrado é o segundo maior ecossistema brasileiro e destaca-se pela sua grande biodiversidade, além de ser uma importante fronteira agrícola do mundo. No entanto, o processo de desenvolvimento agrícola tem prejudicado a sustentabilidade desse ecossistema e contribuído para extinção de muitas espécies animais e vegetais, incluindo as fruteiras nativas, base de sustentação da vida silvestre e fonte de alimentos para as populações locais (SILVA et al., 2013) Neste contexto o Estado do Tocantins localiza-se em uma região de importância ecológica, com características únicas, onde encontra-se a importante bacia hidrográfica dos rios Tocantins e Araguaia, fazendo parte de uma área de transição entre três dos maiores biomas brasileiro: Amazônico, Cerrado e Caatinga, porém devido a forte influencia antrópica, já apresenta muitas áreas devastadas (SILVA, 2007). Dessa forma torna-se necessário conhecer os potenciais e explorar de forma sustentável as fruteiras nativas desse bioma singular, bem como desenvolver técnicas de cultivo e preservação. Entre estas espécies encontra-se o cajuí (Anacardium humile) que consiste em uma fruteira melífera, largamente utilizada na medicina popular (HIRSCHMANN e ARIAS, 1990; SILVA et al., 2013) As condições edafoclimáticas do Tocantins favorecem o desenvolvimento da fruticultura, a qual proporciona geração de emprego e renda. Entre as principais fruteiras cultivadas no estado encontra-se o caju, além do abacaxi, banana e melancia (SEAGRO, 2011). No entanto, a cultura do caju é de pouca importância no estado quando comparada a região Nordeste. O caju é um fruto não climatérico com propriedades únicas das quais destacam-se o de alto teor em vitamina C. Porém sua cadeia produtiva necessita de ajustes logísticos para aproveitamento de seu pedúnculo (BANCO DO BRASIL, 2010). Tendo em vista, estimativas da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), os quais demonstram que o Brasil em 2011 atingiu uma produção de mais de 291,3 mil toneladas de castanha de caju. Seu pedúnculo possui alta suculência sendo indicado para produção de sucos, 17 doces e bebidas, como a cajuína. Além de ser um resíduo agroindustrial promissor para fertilização do solo (FRAGOSO et al., 1999). As frutas e vegetais são conhecidos por conterem uma vasta variedade de antioxidantes que podem promover proteção contra o desenvolvimento de inúmeras doenças (WOOTTON-BEARD et al., 2011). Tendo em vista o potencial apresentado pelo Estado do Tocantins para a fruticultura, e a importância de preservação do cerrado além da necessidade de desenvolvimento de práticas de manejo que gerem renda para a população, por meio da exploração sustentável dos recursos naturais, este trabalho teve como objetivo coletar mais informações a cerca dos pseudofrutos do caju (Anacardium occidentale) e de sua espécie primitiva, o cajuí (Anacardium humile) coletados de plantas nativas do cerrado tocantinense. Neste trabalho foram feitas algumas comparações de certos parâmetros físico-químicos em pseudofrutos verdes e maturados de caju (Anacardium occidentale) e de cajuí (Anacardium humile), além da avaliação do potencial antioxidante, frente a diversos ensaios in vitro dos frutos maturados de ambas as espécies. 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Cerrado A região do cerrado brasileiro abrange uma área de 204 milhões de hectares, representando aproximadamente 25% do território nacional (AVIDOS e FERREIRA, 2000), distribuídos principalmente na região Centro Oeste, parte de Minas Gerais, Tocantins e em alguns Estados do nordeste, como Maranhão, Ceará e Piauí (SILVA et al., 2001). O cerrado brasileiro é rico em diversidade vegetal com 10.000 espécies estimadas, entre arbóreas, arbustivas e herbáceas. Dentre as espécies arbóreas as mais conhecidas estão o ipê, pequi, pau-terra, barbatimão, entre outros. Dentre as herbáceas, tem-se o capim-flecha, o cajuzinho–do-campo, a douradinha e a catuaba (FRANCO e UZUNIAN, 2010). De acordo com Aguiar et al., (2004), o estado de conservação do cerrado brasileiro é muito precário, somente após o Seminário de “Ações e áreas prioritárias para a conservação da biodiversiade do Pantanal e Cerrado” realizado em 1999, ações mais concretas foram tomadas para a definição de uma política de conservação para o bioma Cerrado. Devido a boas condições topográficas, tipo de terreno e facilidade de desmatamento o cerrado tornou-se a principal região brasileira produtora de grãos e gado de corte do Brasil, o que acelerou o processo de ocupação dessas áreas. A conversão da área original do cerrado para áreas antrópicas é bastante preocupante, e sua preservação é de vital importância para conservação de sua biodiversidade, bem como para as populações humanas (MARINHO-FILHO et al., 2010). Segundo Lima et al., (2000), os solos deste ecossistema apresentam acidez elevada, toxidez alumínica e baixo teor matéria orgânica e nutrientes. Segundo os esses autores, as unidades pedogenéticas de maior evidência na região são os Latossolo Vermelho-Amarelo e Latossolo Vermelho-Escuro, com texturas variáveis de média a argilosa, associados a Areias Quartzosas, Podzólico Vermelho-Amarelo e Cambissolo. A microrregião na qual está inserida a região de Gurupi possui solos classificados como: Latossolo Vermelho-Amarelo, Latossolo Vermelho-Escuro, Areias Quartzosas, Podzólico Vermelho-Amarelo. De acordo com Lima et al., (2000) estas áreas apresentam potenciais para plantação de fruteiras tropicais, incluindo a cultura do caju. 19 Klink e Machado (2005) elaborando um trabalho de revisão sobre a conservação do cerrado mencionaram que o estabelecimento de prioridades deveria considerar os habitats e ecossistemas existentes no cerrado e que o envolvimento dos vários setores da sociedade, inclusive o produtivo seriam úteis para melhor utilização e conservação do mesmo. Por meio da criação de mecanismos de compensação para uma melhor conservação desse bioma. Diniz-Filho et al. (2009), em suas considerações sobre o cerrado brasileiro, afirmam que mudanças climáticas são esperadas e irão afetar a agricultura padrão. E sugerem que a expansão da agricultura geograficamente estruturada para a parte norte do bioma, também favorecida pelas mudanças climáticas nesta direção, promoverá até mesmo maiores razões de perda de habitat na região norte do bioma. Estes autores também mencionam que se uma onda de ocupação humana continuar para a parte norte do bioma, como esperado, as porcentagens ainda existentes irão diminuir rapidamente, induzindo até mesmo a perda de habitat mais forte e eventualmente da biodiversidade, na escala do bioma. Almeida (2008) discutiu questões de acesso, controle e uso dos recursos naturais do cerrado do norte de Minas Gerais, onde a distribuição política dos recursos não corresponde à distribuição natural acarretando situações de conflito, de impacto e destruição. As fruteiras nativas ocupam lugar de destaque no ecossistema do cerrado e seus frutos já são comercializados em feiras com grande aceitação popular. Esses frutos apresentam sabores “sui generis” e elevados teores de açúcares, proteínas, vitaminas e sais minerais e podem ser consumidos “in natura” ou na forma de sucos, licores, sorvetes, geleias entre outros. Existem mais de 58 espécies de frutas nativas do cerrado conhecidas e utilizadas pela população (AVIDOS e FERREIRA, 2000). 2.2 O cerrado tocantinense O Estado do Tocantins está localizado na região norte do Brasil, no Planalto Central brasileiro, faz parte da Amazônia Legal e está localizado no centro geográfico do país, entre os paralelos 5º e 13º sul e os meridianos 46º e 51º, longitude oeste (CAVALCANTE, 1994). Encontra-se na zona de transição 20 geográfica entre o cerrado e a floresta amazônica. Sendo que dos cinco grandes tipos de vegetação que formam as províncias vegetacionais que cobrem o país, o Tocantins apresenta duas: a Floresta Amazônica de terra firme, e a Savana, denominados, respectivamente, de Bioma Amazônia e Bioma Cerrado. No entanto, mais da metade do seu território é ocupada pelos cerrados (SILVA, 2007; ESTADOS BRASILEIROS, 2013). Além desses biomas são encontrados no território tocantinense os chamados ecótonos, que são importantes contatos entre dois ou mais biomas, sendo encontrado no Tocantins duas das três zonas de transição do Brasil, inseridas parcialmente na Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia, o ecótono Cerrado-Amazônia e o Cerrado-Caatinga. Desta forma, a biodiversidade da vegetação tocantinense é formada pelo cerrado, o campo sujo, o campo limpo, a floresta equatorial e a floresta tropical (CAVALCANTE, 1994). A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Tocantins (SEAGRO) vem incentivando o consumo e o processamento de frutos nativos do cerrado (JUSBRASIL, 2013). Tendo em vista, que apesar dos frutos das espécies nativas do cerrado oferecerem um elevado valor nutricional, além de atrativos como cor, sabor e aroma peculiares e intensos, ainda são pouco explorados comercialmente. Dentre as diversas espécies frutíferas encontradas no cerrado tocantinense, se destacam baru, pequi, babaçu, mangaba, cagaita, cupuaçu, buriti, araticum, jatobá-do-cerrado, jenipapo, macaúba, mutamba, murici, entre outras. Segundo dados da SEAGRO (2013), as principais fruteiras produzidas no Tocantins são o abacaxi, a banana, o caju e a melancia. Investimentos em biotecnologia na área da agricultura são de grande importância para aumento de produtividade em menos área plantada, diminuindo assim o desmatamento dessa área de grande biodiversidade que é o cerrado brasileiro. Incentivos para utilização das plantas nativas desse bioma, também serviriam para melhor preservação e conhecimento dos potenciais dessa área, tendo em vista a grande importância tanto econômica, como social e ambiental da mesma. 21 2.3 O caju O cajueiro (Anacardium occidentale, Linn.), constitui-se em uma das mais importantes fruteiras do Brasil, possiu grande valor alimentício como também elevado valor comercial pertencendo ao gênero Anacardium. O fruto do cajueiro (Anacardium occidentale), o caju (Figura 1.1) é um aquênio reniforme constituído pelo pericarpo, formado pelo epicarpo, mesocarpo e o endocarpo e pela amêndoa (que abriga o embrião). A parte carnosa ligada ao fruto é o pedúnculo floral hipertrofiado, chamado hipocarpo ou pseudofruto, este é rico em suco e apresenta formato variado, podendo ser cilíndrico, piriforme ou alongado. É a parte comestível “in natura” do caju, e é também de onde se obtém sucos, cajuína e fibras alimentares, representando cerca de 90% do peso total (SEBRAE, 2005). Figura 1.1: Cajueiro e seus pseudofrutos. O pseudofruto tem um crescimento lento, em relação ao fruto, atingindo o tamanho máximo somente perto da completa maturação, devido a grande variação da relação peso do fruto/peso do falso fruto onde o fruto representa de 8 a 12% do peso total (BARROS, 2013). Rufino et al (2007b) apresenta a classificação botânica do gênero Anacardium proposta por Bailey em 1964: IV Divisão – Spermatophyta II Subdivisão – Angiospermae II Classe – Dicotyledoneae 22 I Subclasse – Archichlamideae 39ª Ordem – Sapindales Família – Anarcadiaceae Gênero – Anacardium Á família Anacardiaceae pertencem também, os gêneros Mangifera, cujo principal representante é a espécie Mangifera indica (manga), importante frutífera dos trópicos; gênero Pistacia, cuja espécie Pistacia viva produz uma noz pistáque ou amêndoa verde. O cajá (Spondia. mombim L.), umbu (Spondia. tuberosa, Arr. Cam.), ciriguela (Spondia purpurea L.) e a cajá manga (Spondia cytherea Sonn.) - do gênero das Spondias também pertencem à família Anacardiaceae dentre outros gêneros produtores de tanino, mástique para fabricação de resinas e laca, um verniz natural de importância econômica (BARROS, 1995; BARROS et al., 2002). A coloração do pedúnculo do cajueiro varia desde o amarelo-canário passando pelo laranja até ao vermelho vinho. Possui conformações variadas, podendo assumir formato piriforme, cilíndrico, musóide, pomóide, cardióide, tronco-cônico, fusiforme, alongado e ficóide, todas com tipos médios, pequenos e grandes (Lima, 1988). O fruto é a castanha, um aquênio reniforme que varia em peso de 3 a 32 g tendo a seguinte classificação: Castanha miúda – peso menor que 4 g; castanha pequena – peso entre 5 e 8 g, castanha média – peso entre 9 e 12 g; castanha grande- peso entre 13 e 16 g e castanha gigante – peso maior que 17 g (LIMA, 1988). O cajueiro é uma planta andromonóica com flores masculinas (estaminadas) e hermafroditas perfeitas. O seu período de florescimento varia com o genótipo e o ambiente, e geralmente dura de 5 a 7 meses entre os meses de julho/agosto a dezembro/janeiro, isto para os de tipo comum, e de 6 a 8 meses para o tipo anão-precoce (junho/julho a janeiro/fevereiro) (BARROS et al., 2002). Atinge altura de 5-10 m, porém em solos argilosos pode atingir até 20 m de altura, apresenta tronco tortuoso de 25-40 cm de diâmetro e possui o pedúnculo super desenvolvido e com grande suculência, sendo geralmente 23 confundido como fruto, quando na verdade a castanha é o verdadeiro fruto (LORENZI, 2000). O caju possui em seus tecidos um líquido claro, que dependendo da variedade pode ser insípido, doce ou azedo No entanto, também há os rançosos e os extremamente ácidos, devido ao pH dos vacúolos vegetais. Segundo Taiz e Zeiger (2006) embora o pH do vacúolo de algumas espécies podem ser moderadamente ácidos (5,5), algumas apresentam valores muito menores, fenômeno conhecido como hiperacidificação, o qual é a causa do gosto ácido de certas frutas como os limões. Na sua grande maioria, os cajus são doces, sem ranço e saborosos. É uma importante fonte de vitamina C, apresentando teores de 160 a mais de 200 mg por 100 g de pseudofruto. Apresentam em seu peso teores próximos a 86% de água, 8,4% de glicose e 3,06% de taninos (GOMES, 2007). Lorenzi et al. (2006) apresentam uma tabela de valores calóricos e nutricionais por 100 g de pseudofruto e fruto onde para a polpa do caju observa-se 38 calorias, contra 566 calorias da castanha, 0,2% de gordura contra 42% de gordura da castanha, 0,8% de proteína contra 18% para a castanha. Apresentando também as seguintes porcentagens de minerais 3% de cálcio, 14% de fósforo, 0,4% de ferro, 28% de potássio e ainda quantidades significativas de vitaminas A, B1, B2, C e B3 (niacina) da ordem de 0,4; 0,02; 0,2; 259 e 0,3 mg, respectivamente. Segundo Menezes e Alves (1995) os principais açúcares encontrados no pedúnculo do caju são: maltose, sacarose, glicose, celobiose e rafinose. E os principais aminoácidos são: Asp, Ser, Gly, Glu, Ala, Tre, Ile, Leu e Lys. Diante de tais informações, observa-se que o caju, além de conter diversos aminoácidos, também apresenta vitaminas, sais minerais, carboidratos e ácidos orgânicos. Do ponto de vista dietético e médico o mesmo pode ser de grande importância nutricional. Podendo ser utilizado, segundo Lima (1988), como um reconstituinte geral, como um tônico de primeira ordem, principalmente para o sistema nervoso, além de possuir propriedades de desintoxicador, antientérico, diurético e levemente depurativo. Também pode ser usado no combate às enterites e diarréias crônicas, devido a presença de taninos em sua constituição. 24 Sendo um fruto encontrado praticamente em todas as regiões tropicais, a sua cadeia produtiva gera renda e divisas cambiais para os países produtores e exportadores. A Índia é o maior produtor de castanha, com cerca de 440.000 ton.ano-1 e o maior consumidor de amêndoa. No Brasil, cerca de 94% do caju é produzido na região Nordeste. Em 2006 o país produziu 243 mil toneladas de castanha de caju em uma área de cerca de 710 mil hectares. Entre os principais estados produtores encontram-se o Ceará, Rio Grande do Norte e o Piauí (BANCO DO BRASIL, 2010). Entretanto, segundo CODEVASF (2012), o pedúnculo é pouco explorado, o que representa um desperdício em torno de 90%. O mesmo poderia ser aproveitado para preparo de diversos produtos como cajuína, doce em pasta, caju passa, hamburguer de caju, farinhas, barras dietéticas, ração animal entre outras. Pinho et al. (2011) desenvolveram hamburguer com substituição parcial da carne pelo resíduo do pseudofruto de caju, o qual apresentou alta qualidade nutricional, alto conteúdo em fibras e baixa concentração de lipídeos, além de possuir maior teor de proteína quando comparado aos hambúrgueres vegetais convencionais. Guedes (2008) relata que 88% da produção do pedúnculo não é utilizada. Banco do Brasil (2010) em estudo sobre desenvolvimento regional sustentável abordou alguns pontos fracos da cadeia produtiva do caju sendo que um deles é o pouco aproveitamento do pedúnculo, sendo o mesmo inferior a 12% de toda a produção. Desta forma, é necessário mais estudos para um melhor aproveitamento e destinação desse pseudofruto. Na Figura 1.2 pode-se observar que a produção de castanha de caju é de cerca 14 mil toneladas por semestre no Brasil, se supormos que para cada 1 tonelada são necessários 100.000 frutos e supondo que estes tenham um peso médio de 10,5 g, tem se 1.050 Kg de caju.ton-1 de castanha produzida, resultando em 945 kg de caju desperdiçado.ton-1 de castanha produzida, o que equivale dizer que o desperdício chega a quase 1:1. 25 Figura 1.2: Comparação das quantidades importadas e exportadas de castanha de caju no 1º semestre de 2011 e 1º semestre de 2012 e evolução das quantidades importadas e exportadas de castanha de caju, no período de 2005 a 2011 (em milhares de toneladas). Fonte: CODEVASF (2012). O caju é classificado como fruto não climatérico, onde há decréscimo contínuo na taxa respiratória pós-colheita, não havendo aumento na produção de etileno, nem alterações no amadurecimento, ocasionando a necessidade de colheita do fruto maduro (BANCO DO BRASIL, 2010). Essa característica talvez explique o baixo nível de aproveitamento comercial do pedúnculo, pois há necessidade de uma operação logística ajustada entre a colheita e o processamento, o que requer colheita manual seletiva, a qual é consumidora de mão-de-obra exaustiva, pois não há disponibilidade comercial de equipamento para a operação (BANCO DO BRASIL, 2010). Apesar dos custos de produção para aproveitamento do pedúnculo de caju, Santos et al. (2007) estudando a produção e caracterização de cinzas do bagaço de caju, encontraram os seguintes compostos na fase cristalina: KCO 3 (54,17%), K2SO4 (34,08%) e MgKPO4.6H2O (10,06%). A presença destes compostos faz do pedúnculo de caju um resíduo agroindustrial promissor, podendo ser uma fonte não perecível de potássio, enxofre, fósforo e magnésio para fertilização do solo e ração animal, além de possíveis aplicações geradas pela presença de bicarbonato de potássio. Fragoso (1999) em estudo de macronutrientes encontrou teores de potássio de até 10,44 g Kg-1 de resíduo e teores de nitrogênio de 7,13 g Kg-1 de resíduo. Menezes e Alves (1995) apresentam dados sobre a porcentagem de aproveitamento do caju para produção de suco (Figura 1.3), neles observa-se 26 que o aproveitamento do fruto para suco de caju é superior aos demais frutos como abacaxi, graviola, goiaba e manga. Figura 1.3: Percentagem de aproveitamento da polpa de suco produzido em relação a parte comestível de alguns frutos tropicais. Fonte: Adaptado de Menezes e Alves (1995). Devido à grande aceitação nos mercados local e nacional o suco de caju integral é o subproduto da cajucultura de maior relevância econômica para região nordeste (CAJUCULTURA, 2013). Entretanto a representatividade do suco de caju no volume das exportações brasileiras de sucos é muito pequena, sendo assim institutos de pesquisas e universidades vêm estudando formas alternativas de beneficiamento do pedúnculo (LEITE e PAULA PESSOA, 2002), já que segundo dados da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) do Ministério da Agricultura e Abastecimento até setembro de 2011 o Brasil teve uma produção de 291,3 mil toneladas de castanha de caju, onde não há registros de aproveitamento do pseudofruto (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, 2011). Não são encontradas referências quanto ao pedúnculo de caju produzido no Tocantins, informações a respeito das características químicas e do seu valor nutricional são ferramentas básicas para avaliação do consumo e formulação de novos produtos com os pedúnculos de caju produzidos no Estado. 27 2.4 O cajuí O cajuízeiro (Anacardium humile) (Figura 1.4) é uma frutífera nativa do cerrado aberto das regiões Sudeste e Centro-oeste, Norte, Nordeste. Produz um pseudofruto conhecido como cajuí, cajuzinho, caju-anão, caju-do-campo. (LORENZI et al, 2006). Figura 1.4: Espécie arbórea do cajuí (Anacardium humile) e seu pseudofruto. É uma espécie não cultivada, mas facilmente encontrada em seu habitat natural. Produz flores perfumadas, formadas de julho a setembro e contendo os dois sexos, (LORENZI et al., 2006). Segundo Silva et al., (2013) observa-se a seguinte classificação botânica do cajuí: Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae) Classe: Magnoliopdida (Dicotiledonae) Ordem: Sapindales Família: Anacardiaceae Espécie: Anacardium humile St. Hil. Nome Popular: cajuzinho-do-cerrado, cajuí, caju, caju-do-campo. Ocorrência: Campo Sujo, Cerrado Distribuição: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo. Floração: Entre junho e novembro com pico em agosto. 28 Frutificação: Normalmente de outubro a novembro, às vezes estendendo-se até janeiro. O fruto verdadeiro, a castanha possui cerca de 1,5 a 2 x 1 cm, é de aspecto acinzentado, reniforme, brilhante e com semente única (ALMEIDA et al., 1998) O cajuí é uma planta melífera que também é utilizada na medicina popular. Sendo utilizadas praticamente todas as partes da planta, desde a raiz que é usada como purgativo até as folhas que são usadas como expectorante (HIRSCHMANN e ARIAS, 1990; SILVA et al., 2013;). Alguns estudos já foram realizados quanto ao controle de pragas utilizando a folha do Anacardium humile, tais como no controle da mosca branca (Bemisia tuberculata) principal praga da cultura da mandioca (Mahihot esculenta Crantz); no controle da cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata), importante praga da cultura da cana-de-açúcar (ANDRADE FILHO et al., 2013; PISTORI et al., 2013). Também extratos e frações das folhas de A. humile coletados em Tocantins foram avaliados quanto a atividade antiulcerogênica em ratos onde inibiram significativamente as lesões ulcerativas (FERREIRA, 2005; LUIZFERREIRA et al., 2012). Apesar de já terem sido realizadas pesquisas quanto a prevalência desta espécie em áreas de alta frequência de queimadas (LOIOLA et al., 2010) não há estudos realizados com o seu pseudofruto. Silva et al. (2008) caracterizaram o caju-do-cerrado (Anacardium othonianum Rizz) onde determinou o valor energético total (38,27 Kcal por 100 g); umidade 86,57; proteínas 1,18; lipídios 0,63; carboidratos 6,97; cinzas 0,33 e fibra alimentar 4,26 expressos em g 100 g de pseudofruto. A composição mineral do caju-do-cerrado para cálcio, zinco e ferro demonstrou teores de 15; 0,65 e 0,26 mg por 100 g de polpa, respectivamente (SILVA et al., 2008). Tendo em vista, a necessidade de dotar o Estado do Tocantins de tecnologias que proporcionem a exploração sustentável dos recursos naturais, e a falta de conhecimento das matérias-primas que possuam propriedades funcionais, e que são encontradas de forma abundante no cerrado tocantinense faz com que o estudo do cajuí seja de grande importância, não apenas para sua exploração comercial, como também para preservação de sua espécie. 29 2.5 Compostos bioativos e antioxidantes Segundo “Food Ingredients” Brasil (2009), os antioxidantes são um conjunto heterogêneo de substâncias formadas por vitaminas, minerais, pigmentos naturais e outros compostos vegetais, como também enzimas, que bloqueiam o efeito danoso dos radicais livres. São definidos como o que impede a oxidação de outras substâncias químicas por radicais livres formados nas reações metabólicas ou por fatores exógenos, como as radiações ionizantes. Pesquisas têm demonstrado que diversas doenças crônicas, como as doenças cardiovasculares e pelo menos algumas formas de câncer, são iniciadas devido a oxidação de lipídeos, ácidos nucleicos ou de proteínas por radicais livres (CARLSON, 2005). Cavalcante e Bruin (2009) esquematizaram o efeito do estresse oxidativo para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) como ilustrado na Figura 1.5. Figura 1.5: O estresse oxidativo na DPOC gera danos diretos aos componentes pulmonares e participa como desencadeador e amplificador dos outros mecanismo etiopatogênicos. Fonte: Cavalcante e Bruin (2009). A Figura 1.6 exemplifica as diversas fontes que podem ocasionar a liberação de radicais livres e consequentemente o desequilíbrio oxidativo, causando danos à célula, bem como o efeito protetor dos antioxidantes. 30 Oxidantes são gerados como resultado do metabolismo normal como na mitocôndria, em peroxissomas e em uma variedade de enzimas citosólicas. Existem ainda diversas fontes exógenas de produção de radicais livres. Por outro lado, o sistema de defesa antioxidante (AO) enzimático e não enzimático, quando atuam eficientemente, mantém a homeostase fisiológica e, quando estão ineficientes permitem a instalação do estresse oxidativo, representado pelo dano celular em macromoléculas fundamentais à vida como o DNA, proteínas e lipídios, que se expressam clinicamente como envelhecimento ou doença ou pela morte celular, seja diretamente ou indiretamente no curso da doença. A morte celular pode ser programada (apoptose) ou não programada (necrose), pelas células sob estresse oxidativo. Figura 1.6: Fontes e respostas celulares aos Radicais Livres (RL): espécies Reativas de Oxigênio (ERO), de Nitrogênio (ERN), derivados do Enxofre (ERS), do Cloro (ERCl), do carbono (ERC) e metais de transição livres. Fonte: Vasconcelos, Silva e Goulart, 2006. Bianchi e Antunes (1999) listam algumas doenças possivelmente relacionadas com a geração de radicais livres, tais como: artrite, arterosclerose, diabetes, câncer, cardiopatias dentre outras. Por isso a ingestão de alimentos 31 em quantidades suficientes de substâncias antioxidantes é de grande importância para proteção do organismo a fim de evitar o desequilíbrio celular. Dos vegetais são formados compostos bioativos advindos de metabólitos secundários que defendem estes contra herbívoros e patógenos, dentre estes compostos encontram-se terpenos, compostos fenólicos, como os flavonoides que constituem a maior classe de fenólicos vegetais, taninos entre outros (TAIZ e ZAIGER, 2006). Os compostos fenólicos são diferentes em tamanho que incluem desde simples fenólicos como os ácidos hidroxibenzóicos até grandes polímeros como os taninos, que possuem alta massa molecular (DEY e HARBONE, 1989). Estes compostos são relevantes para a qualidade dos alimentos vegetais, estando relacionados com a aparência, sabor, flavor, e suas propriedades funcionais benéficas a saúde (TOMÁS-BARBERÁN e ESPÍN, 2001). Vários trabalhos avaliando as propriedades antioxidantes de frutos e extratos foliáceos têm sido relatados na literatura (RAMFUL et al., 2010; CONTRERAS-CALDERÓN et al., 2011; SANCHO et al., 2011; PALAFOXCARLOS et al., 2012). Souza et al. (2012), estudando os compostos bioativos e atividade antioxidante de frutos do cerrado brasileiro, encontraram grande potencial antioxidante e alto conteúdo de compostos fenólicos na polpa de marolo (Annona crassiflora). Mais de 30 compostos fenólicos foram identificados, em frutos do cerrado como a gabiroba (Camporcanesia cambessedeana Berg), murici (Byrsonoma verbascifolia Rich) e guapeva (Pouteria guardneriana Radlk), demonstrando assim a importância desses frutos como fonte de compostos fenólicos (MALTA et al., 2013). Kornsteiner et al. (2006), quantificaram tocoferóis e fenólicos totais em dez diferentes tipos de castanhas, onde verificaram maiores teores destes entre as castanhas de pistácia e nozes, por outro lado, observaram baixos teores nas castanhas de caju e pinhas. Vieira et al. (2011), encontraram teores de fenólicos totais iguais a 201,61 ± 19,15 e 165,07 ± 4,10 mg/100 g, para os extratos aquosos e hidroalcoólicos, respectivamente, de polpas congeladas de caju (Anacardium occidentale) e teores iguais a 70,92 ± 1,31 e 6,62 ± 0,90 mg/100 g em extratos 32 aquosos e hidroalcoólicos, respectivamente, para polpas congeladas de cajá (Spondias mombin L.). Vissoto et al. (2013), quantificando compostos fenóliocs em cajá e caju encontraram valores de 11 ± 3 e 4 ± 0,5 mg CE/100 g para flavonoides totais; 51 ± 4 e 95 ± 13 mg GAE/100 g para compostos fenólicos totais e para ácido ascórbico 1 ± 0 e 167 ± 24 mg/100 g, respectivamente. Os autores também relatam valores de fenólicos totais, flavonoides e ácido ascórbico de 38 ± 6 mg GAE/100 g; 6 ± 1 mg CE/100 g e 18 ± 1 mg/100 g, respectivamente, para manga (Mangifera indica L.) Dorta (2007) destacou os efeitos citoprotetor e citotóxico de cinco flavonoides, quercetina, luteolina, galangina, taxifolina e catequina, onde as três primeiras apresentaram efeito protetor substancialmente mais potente que as demais no sentido de conferir proteção contra a lipoperoxidação, muito embora somente a quercetina tenha tido um efetivo efeito sequestrador tanto de DPPH•, quanto de O2• ˉ. O autor também observou a influência de alguns grupamentos da estrutura dos flavonoides no processo de apoptose, tendo em vista a possível interação destes compostos com a membrana mitocondrial, diminuindo a sua fluidez, e também a capacidade de inibir a cadeia respiratória das mitocôndrias. A vitamina C, sinônimo do ácido ascórbico, possui muitas funções no organismo humano. Entretanto, o mesmo não é capaz de sintetizar tal composto, que é obtido por meio da ingestão de alimentos que o contém. A vitamina C é um composto de baixo peso molecular, que se transforma em ácido di-hidro-ascórbico, também com atividade vitamínica. Possui ação durante a atividade física, elevando a resistência à fadiga, proporcionando mais disposição e diminuindo os níveis de colesterol (LORENZI, et al., 2006). Segundo Costa e Liberato (2003) a vitamina C é um doador de elétrons, antioxidante ou agente redutor que promove a absorção de ferro não-heme, reduzindo a anemia. Os antioxidantes dietéticos são substâncias presentes nos alimentos que reduzem significativamente os efeitos adversos de espécies reativas, como as de oxigênio (ROS) e de nitrogênio (RNS), nas condições fisiológicas normais do organismo. A sua definição baseia-se nos seguintes critérios: a substância 33 deve ser encontrada nos alimentos em teores comumente consumidos na dieta humana e reduzir os efeitos adversos de espécies reativas in vivo em humanos (COSTA e LIBERATO, 2003). Sendo a vitamina C pertencente a esta classe de antioxidantes. Das vitaminas hidrossolúveis a vitamina C é a menos estável. É uma molécula ácida com atividade redutora forte, sintetizada a partir de açúcareshexoses, entre elas a glicose. A enzima final em seu caminho biossintético é a L-gluconolactona oxidase, que atua em vários caminhos de biossíntese por aceleração de reação de hidroxilação e amidação. Nas fases aquosas das células, a vitamina C atua modificando radicais livres, participando do sistema de proteção antioxidante, agindo em conjunto com a vitamina E, reciclando a mesma e regenerando sua forma antioxidante (SOARES, 2009). A vitamina C é doadora de elétrons para 11 enzimas, três das quais estão presentes em fungos e envolvidas nas rotas de reutilização das pirimidinas ou da porção desoxiribose dos desoxinucleosídeos. Nos mamíferos a vitamina C é um co-fator para oito enzimas diferentes, que são monooxigenases ou dioxigenases. Duas enzimas dioxigenase utilizam vitamina C na rota biossintética da carnitina, necessária para o transporte de ácidos graxos para a mitocôndria na síntese de trifosfato de adenosina (LEVINE et al., 2009). Sendo assim o escorbuto, causado pela deficiência dessa vitamina, pode ser em parte, o resultado de deficiência na função dessas enzimas (LEVINE et al., 2009). Segundo estes mesmos autores, as funções não enzimáticas da vitamina C podem ser devido ao seu potencial redox e/ou do seu radical livre intermediário (L-ascorbila). Também mencionam a possibilidade da vitamina C impedir a oxidação intracelular de proteínas, pois a mesma é encontrada em tecidos em concentrações milimolares. Roncada et al., (1977), analisando sucos industrializados e sucos obtidos de frutas frescas, para determinar a concentração de ácido ascórbico, chegaram a conclusão de que os sucos integrais de caju apresentaram a maior concentração de ácido ascórbico entre todos os sucos industrializados analisados, e que as necessidades diárias de ácido ascórbico recomendadas poderiam ser preenchidas de maneira menos dispendiosa pelas diluições necessárias de suco de caju processado ou por suco fresco de laranja. 34 Tendo em vista a baixa estabilidade da vitamina C, a sua concentração em alimentos vegetais pode variar de acordo com a estação do ano, o transporte, o tempo de permanência na prateleira, a estocagem e as formas de cozimento (LEVINE et al., 2009). Queiroz et al. (2011) quantificaram ácido ascórbico, polifenóis e proantocianidinas em pseudofruto de caju, encontrando teores de 163 mg de ácido ascórbico por 100 g de peso fresco, 17 mg ácido gálico equivalente/100 g de peso fresco em extratos solúveis. Também verificaram que as temperaturas de armazenamento e injúrias afetam os compostos bioativos em cortes de caju, comprometendo a qualidade do pseudofruto. Canuto et al. (2010) realizando a caracterização físico-química de polpas de frutos da amazônia e suas capacidades de neutralizarem radicais livres, observaram capacidade antioxidante semelhantes a soluções de trolox nas concentrações de 1,8 ± 0,4 e 1,5 ± 0,2 µmol.L -1 para as polpas de cajá e caju, respectivamente. As concentrações de ácido ascórbico foram de 0,3 ± 0,0 e 12,4 ± 0,0 mg/100 g de polpa para o cajá e o caju, respectivamente, e o teor de fenólicos totais foi igual a 0,6 ± 0,0 mmol.L-1 de ácido gálico para ambas as frutas. Diversos trabalhos relatam a capacidade antioxidante de extratos de frutas, uma das fontes potenciais de compostos antioxidantes. No trabalho de Rufino et al. (2011) é relatado a capacidade antirradical de frutos como bacuri, cajá, camu-camu, carnaúba, gurguri, jaboticaba, jambolão, juçara, murta e puçá em ensaios utilizando-se o radical 2,2-difenil-1-picrahidrazil (DPPH•.) sendo que a maior fonte de compostos antioxidantes se deu no camu-camu (Myrcuarua dubia) um fruto da Amazônia, na ordem de 69,24 k2/(L/mol g.s) (k2: constante de segunda ordem da cinética de reação). Broinizi et al. (2007) avaliando a atividade antioxidante dos compostos fenólicos naturalmente presentes em subprodutos do pseudofruto de caju (Anacardium occidentale L.) chegaram a conclusão de que as frações do bagaço e do pedúnculo de caju demonstraram atividade antioxidante superior aos extratos e ao BHT. Estes resultados abrem a perspectiva de se ter um melhor aproveitamento dos resíduos resultantes do processamento do pedúnculo de caju. 35 A Tabela 1.1 mostra a atividade antioxidante de alguns frutos do Brasil e de outros países, bem como os seus teores de compostos fenólicos. Tabela 1.1: Compostos fenólicos e atividade antioxidante de alguns frutos. Fruto estudado Compostos fenólicos DPPH Açaí (Euterpe 3437 ± 154 fenólicos oleraceae Mart.) totais (mg GAEa/100 g peso seco) Referências Gordon et al., 2012. Jujuba (Ziziphus jujuba Mill.) 813,20 (mg GAE/100 g peso seco) 51,30 mg AEAC/100 g peso seco Zhang et al., 2010. Cajá(Spondias mombin) 72,0 mg GAE/100 g 9397 g/g DPPH Rufino et al., 2010. Caju (Anacardium occidentale) 118 mg GAE/100 g 7142 g/g DPPH Rufino et al., 2010. Bayberry (Myrica rubra) 281,5 mg GAE/100 g Bao et al., 2005. Manga (Mangifera indica L., cv. Ataulfo) 313,4 mg TE/100 g peso fresco Palafox-Carlos et al., 2012. Mamey sapote (Pouteria sapota) 234 µg GAE/g peso fresco Torres-Rodríguez et al., 2011. -1 Acerola (Malpighia glabra) 4524 mg.100 g equivalente a catequina em peso fresco Lima et al., 2005. Fruto de aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi) 125,4 µg/L Bernardes et al., 2011. Marolo (Annona crassiflora Mart.) 739,37 mg GAE/100 g Souza et al., 2012. Murici (Byrsonima crassifolia L. RICH) 334,37 mg GAE/100 g Jenipapo (Genipa americana L.) 47,94 mg GAE/100 g ( Souza et al., 2012. Souza et al., 2012. Vieira et al. (2011), utilizando o radical livre DPPH•, encontraram valores de EC50 da capacidade antioxidante de 154,95 e 259,18 μg/mL para extrato aquoso e hidroalcoólico de caju e 535,53 e 486,65 μg/mL para cajá, respectivamente. Para valor TEAC (Capacidade Antioxidante Total Equivalente ao TROLOX) pelo método ABTS foram encontrados valores de 0,140 ± 0,016 e 0,212 ± 0,022 mM TROLOX/ g polpa para extratos aquosos de cajá e caju, 36 respectivamente, e 0,219 ± 0,113 e 0,561 ± 0,033 mM TROLOX/ g para extratos hidroalcoólicos de cajá e caju, respectivamente. 2.6 Os métodos de determinação da atividade antioxidante Os métodos de determinação da atividade antioxidante são vários, e se dividem em in vitro e in vivo. Os testes in vitro têm se tornado importantes ferramentas que auxiliam na busca por substâncias bioativas, bem como na seleção de matéria-prima para estudo. Também têm demonstrado a importância de dietas ricas em frutas e vegetais, comprovando a presença de substâncias antioxidantes, as quais auxiliam no combate aos radicais livres (ALVES et al., 2010). Neste trabalho foram utilizados três métodos in vitro, sendo estes os métodos que avaliam a captura do radical livre ABTS •+, a captura do radical livre DPPH e o poder de redução do ferro (FRAP – Ferric reducing Antioxidant Power). Segundo Kuskoski et al. (2005) um dos ensaios mais utilizados para medir a atividade antioxidante é o método de captura do radical 2,2´-azinobis(3etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico) (ABTS•+). Este radical pode ser gerado por meio de reações químicas ou enzimáticas. O método de captura do radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil) por antioxidantes foi descrito por Brand-Williams, Cuvelier e Berset (1995). Este método está baseado na reação dos compostos antioxidantes com o DPPH ocorrendo a perda da coloração do meio reacional; o grau de descoloração indica o potencial de reduzir o radical DPPH e, consequentemente, a atividade antioxidante (JAYAPRAKASHA et al., 2007). O método FRAP (poder antioxidante de redução do ferro) foi desenvolvido para determinar a redução do ferro em fluidos biológicos e soluções aquosas de compostos puros (PULIDO et al., 2000).O complexo férrico tripiridiltriazina é reduzido ao ferroso, em meio ácido, onde na presença de um antioxidante sua coloração muda para o azul e os resultados são expressos em capacidade antioxidante, equivalente a 1 mM do sulfato ferroso (FeSO4) (MORGADO et al., 2010). 37 3 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AGUIAR, L. M. de; MACHADO, R. B.; MARINHO-FILHO, J. A diversidade biológica do Cerrado. In: AGUIAR. L. M. de S.; CAMARGO, A. J. A. de, Cerrado: ecologia e caracterização. Brasília, 2004. p. 17-40. ALMEIDA, N. A. R. L. de Conservação no cerrado, território, política pública: mosaico Sertão Veredas-Peruaçu. 2008. 316 f. Tese ( Doutorado em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. ALMEIDA, S. P., et al.,. Cerrado: espécies vegetais úteis. 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O diâmetro apical dos cajuís variaram de 7,56 a mais de 23 mm entre amostras verdes e maduras. As amostras da região de Gurupi se mostraram mais brilhantes com destaque para amostra de cajuí, a qual apresentou teor de vitamina C superior a 200 mg/100g. Observou-se que o teor de clorofila decresce do estágio verde para o maduro indicando que há degradação da mesma no processo de maturação. Diante dos resultados conclui-se que os penducúlos de caju e cajuí coletados de plantas nativas das duas regiões do estado do Tocantins, possuem características físico-químicas particulares que podem ser melhoradas para sua exploração comercial. Ressaltando-se a necessidade de preservação das plantas nativas, de cajuí. PALAVRAS-CHAVE: Anacardium occidentale, Anacardium humile, frutos do cerrado. 45 ABSTRACT In this paper, some physicochemical parameters in green and matured cashews (Anacardium occidentale) and Cajuí (Anacardium humile) harvested from native plants in the state of Tocantins was compared. It was observed that the accessory fruits of cashew in this study were acid, with titrated acidity expressed as malic acid ranging from 0.62 to 2.12 w/v with more hydrogen potential in the green stage in most samples. However, they showed high level of sweetness, regardless of the maturation stage, ranging from 10.67 to 16.27 °Brix. The apical diameter of cajuís ranged from 7.56 to over 23 mm among green and ripe samples. Samples from the Gurupi area were more bright especially Cajuí sample, which showed vitamin C content greater than 200 mg/100 g. It was found that chlorophyll content decreases from green stage to mature stage indicating that it degrades in the maturation process. With the results, the conclusion is that cashew and Cajuí peduncles collected from native plants of both regions of the state of Tocantins have specific physicochemical characteristics that can be improved for commercial exploitation, with emphasis on the need to preserve native plants of Cajuí. KEYWORDS: Anacardium occidentale, Anacardium humile, fruits of the Cerrado. 46 1 INTRODUÇÃO O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, e representa cerca de 22 % do território nacional possui elevado potencial aquífero e grande biodiversidade (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2013). O Tocantins inserese nesse cenário como área de transição de importantes biomas onde 91% de seu território é ocupado pelo Bioma Cerrado (SILVA, 2007). O Estado tem destaque nacional com produção de melancia, exportador em grande escala para vários países do mundo. (AGÊNCIA TOCANTINENSE DE NOTÍCIAS, 2013). Além dos aspectos ambientais, o cerrado tem grande importância social, onde muitas populações sobrevivem de seus recursos naturais e detêm um conhecimento tradicional de sua biodiversidade, consumindo e comercializando frutos como pequi (Caryocar brasiliense), buriti (Mauritia flexuosa) e o cajuzinho do cerrado (Anacardium humile) (FRANCO e UZUNIAN, 2010; MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2013). O cajuí (Anacardium humile) conhecido também como cajuzinho, caju-anão e caju-do-campo é uma frutífera nativa do cerrado aberto das regiões Sudeste e Centro-oeste sendo encontrado também no estado do Tocantins (SILVA, 2007). É uma espécie não cultivada, mas facilmente encontrada em seu habitat natural. Sendo utilizadas praticamente todas as partes da mesma, desde a raiz que é usada como purgativo até as folhas que são usadas como expectorante (HIRSCHMANN e ARIAS, 1990; SILVA et al, 2013). O estudo do cajuí como espécie nativa do cerrado Tocantinense é relevante para preservação de áreas onde esta planta está inserida, como também para exploração econômica desse pseudofruto pouco conhecido em termos científicos. O cajueiro (Anacardium occidentale Linn.), constitui-se em uma das mais importantes fruteiras do Brasil, tem grande valor alimentício como também elevado valor comercial. Em termos de produção mundial de frutas o Brasil ocupa a terceira colocação no ranking mundial com uma produção aproximada de 41,5 milhões de toneladas, com colheitas significativas de laranja, banana, coco, abacaxi, mamão, castanha de caju, caju e castanha do Brasil (INSTITUTO BRASILEIRO DE FRUTAS, 2011; ANDRADE, 2012). 47 A parte carnosa ligada ao fruto do caju é o pedúnculo floral hipertrofiado chamado hipocarpo ou pseudofruto, possui formato que pode variar entre cilíndrico, piriforme e alongado, e é onde se encontra o suco do caju. (SEBRAE, 2005). É rico em água, a qual pode representar cerca de 86% de seu peso, apresenta teores de glicose e de taninos de 8,4% e 3,06%, respectivamente (GOMES, 2007). Em relação a cadeia produtiva do caju, um dos principais problemas é o pouco aproveitamento do pedúnculo, sendo o mesmo inferior a 12% de toda a produção. Desta forma é necessário mais estudos para um melhor aproveitamento e destinação desse pseudofruto (BANCO DO BRASIL, 2010). Tendo em vista a necessidade de dotar o estado do Tocantins de tecnologias que proporcionem a exploração sustentável dos recursos naturais, o conhecimento das matérias-primas que possuam propriedades funcionais, e que são encontradas de forma abundante no cerrado tocantinense, torna-se indispensável, dentro deste contexto, o estudo dos pseudofrutos do caju e do cajuí como espécies encontradas em abundância nesta região é de grande importância, não apenas para fins econômicos como também ambientais. Diante do exposto, este trabalho se propôs ao estudo dos pedúnculos de caju e do cajuí, coletados de plantas nativas do estado do Tocantins colhidos em dois estágios de maturação, sendo realizada sua caracterização morfológica e análises físico-químicas do pseudofruto. 48 2 METODOLOGIA 2.1 Localização e sistema de identificação das amostras Foram definidas duas cidades para coleta das amostras de caju (Anacardium occidentale) e cajuí (Anacardium humile), sendo elas Palmas e Gurupi localizadas no Estado do Tocantins, Brasil. Palmas (capital do Estado) situada a uma altitude de 267,3 m e Gurupi localizada a 223 Km ao sul de Palmas, com altitude de 287 m. As amostras provenientes da cidade de Palmas foram colhidas em terrenos e praças sendo muitas dessas nativas. Em Gurupi os pseudofrutos foram coletados em complexo das fazendas Angra III e IV localizadas a 37 Km da cidade no sentido Dueré. As coordenadas foram pontuadas utilizando-se GPS (Garmin modelo GPSmap 60CSx) As amostras foram identificadas da seguinte forma: A primeira e a segunda letra descrevem a espécie CJ para caju, CI para cajuí, a terceira letra descreve o estágio da amostra, V para verde e M para maduro, e a última letra descreve a cidade de origem P para Palmas e G para Gurupi, o número final descreve qual a repetição da amostra. Então para exemplificação temos cajuí verde de Palmas amostra 1 (CIVP1). 2.2 Coleta das amostras A coleta das amostras foram realizadas no período de julho a setembro de 2012, tendo o cuidado de não causar danos físicos, exigindo-se que a coleta fosse procedida manualmente. As amostras provenientes de Palmas foram acondicionadas em caixa de isopor contendo gelo e encaminhadas ao Laboratório de Tecnologia de Frutas e Hortaliças – LAFRUHTEC da Universidade Federal do Tocantins Campus de Palmas, lavadas com solução de hipoclorito de sódio e procedida a captura de imagens, análises de pH, acidez e sólidos solúveis e acondicionadas em freezer vertical (Brastemp Modelo BVR 28) a -20º C. Da mesma forma as amostras coletadas em Gurupi foram acondicionadas e encaminhadas ao Laboratório de Controle de Pragas da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi. Onde foram submetidas às mesmas análises realizadas 49 com as amostras colhidas em Palmas. Foram acondicionadas em Ultra Freezer (Cold Lab CL374-80V) a -80º C. 2.3 Caracterização física A caracterização física se deu pela medida do diâmetro apical e basal do pedúnculo e diâmetro horizontal e longitudinal das castanhas com uso de paquímetro digital 6” (Zaas Precision) (Figura 2.1). Figura 2.1: Esquema de medida das amostras 2.4 Teste de determinação da firmeza da fruta A medida de firmeza das amostras frescas foi realizada utilizando-se penetrômetro (PTR-100) com probe de 7,9 mm de diâmetro com precisão de ± 0,1. Utilizou-se amostras verdes e maduras de caju (Anacardium occidentale) em tamanho pequeno e médio para amostras verdes. Os diâmetros longitudinal, basal e apical foram medidos, bem como suas firmezas, que foram determinadas em Kg/cm2. As medidas foram realizadas em triplicata somente para os frutos de caju. A firmeza das frutas foi expressa pela pressão do penetrômetro (N) dividida pela unidade de área (S) onde o quociente representa a dureza (P). P = N/S Onde: 50 P = o valor da dureza da fruta 10 Pa ou Kg/cm2 N = pressão do penetrômetro expresso em (N) ou Kg S = a área da pressão expressa em m2 ou cm2 2.5 Acidez titulável em ácido orgânico A acidez titulável das amostras de caju e cajuí nos estágios verde e maduro foi quantificada por titulação com solução de hidróxido de sódio (NaOH) 0,1N, utilizando como indicador a fenolftaleína, de acordo com o Instituto Adolfo Lutz (2008). Os resultados foram expressos em porcentagem de ácido málico, a partir dos seguinte cálculo: Cálculo V x F x M x PM = g de ácido málico por cento m/v 10 x P x n V = volume da solução de hidróxido de sódio gasto na titulação em mL M = molaridade da solução de hidróxido de sódio P = massa da amostra em g ou volume pipetado em mL PM = peso molecular do ácido correspondente em g n = número de hidrogênios ionizáveis F = fator de correção da solução de hidróxido de sódio 2.6 Determinação de pH O pH foi determinado por meio de potenciômetro (Tecnal), segundo técnica da AOAC (1990). 51 2.7 Sólidos solúveis Os sólidos solúveis foram determinados por refratometria, utilizando-se refratômetro de Abbé sendo os resultados expressos em °Brix, conforme AOAC (1990). 2.8 Colorimetria Foi determinada com colorímetro Minolta, modelo CR 400, no modo CIE L*a*b*. Estes dois últimos valores foram usados para calcular o ângulo Hue (ºh) e a cromaticidade (C*), usando-se as seguintes fórmulas: hº=arctang(b*/a*) e C*=(a*2 + b*2)1/2. (Konica Minolta Sensing Americas, Minolta, 1998). Coloração: em três pontos aleatórios da casca por meio de colorímetro Minolta, modelo CR-400, com iluminante C, no sistema CIE L* a* b*. As variáveis a* (+70 vermelho; -70 verde) e b* (+70 amarelo; -70 azul) foram utilizadas para o cálculo do valor C* (cromaticidade) e h° (ângulo de cor), conforme recomendado por McGuire (1992). A Figura 2.2 ilustra como é padronizada a leitura de cor. Figura 2.2: O valor de L* representado no centro axial. O a* aparece no plano horizontal. Fonte: http://www.xrite.com/documents/literature/en/L10-001_Understand_Color_en.pdf 52 A média da cor foi realizada em triplicata de pseudofrutos escolhidos ao acaso e os resultados expressam a média das leituras. 2.9 Determinação do teor de vitamina C A determinação do teor de vitamina C foi realizada seguindo o método com iodato de potássio estabelecido pelo Instituto Adolfo Lutz (2008). Este método é aplicado para a determinação de vitamina C ou ácido L-ascórbico, em alimentos in natura ou enriquecidos, quando a concentração da referida vitamina é maior que 5 mg. Baseia-se na oxidação do ácido ascórbico pelo iodato de potássio. As amostras foram maceradas com auxílio de pistilo e pesadas de 2 a 10 g de amostra, as quais foram transferidas para frasco Erlenmeyer de 250 mL com auxílio de aproximadamente 50 mL de água em seguida foram adicionados 10 mL de solução de ácido sulfúrico a 20%. As misturas foram homogeneizadas e filtradas para outro frasco Erlenmeyer, lavando o filtro com água e, logo após, com mais 10 mL da solução de ácido sulfúrico a 20%. Em seguida, adicionou-se 1 mL da solução de iodeto de potássio a 10% e 1 mL da solução de amido a 1%. Titulou-se com solução de iodato de potássio até coloração azul. Dependendo da quantidade de vitamina C contida na amostra, utilizou-se solução de iodato de potássio 0,02 M ou 0,002 M. Cálculo para determinação do teor de vitamina C: 100 x V x F = vitamina C mg por cento (massa/massa) P V = volume de iodato gasto na titulação F = 8,806 ou 0,8806, respectivamente para KIO3 0,02 M ou 0,002 M P = n° de g ou mL da amostra 2.10 Determinação de clorofila Também para efeito de comprovação do estágio de desenvolvimento dos pseudofrutos foi realizada a determinação de clorofila, utilizando a metodologia 53 de Moran (1982) com adaptação de Paula Neto (2009). Foram retirados pedaços de aproximadamente 0,1 g da casca das amostras verdes e maduras de caju e cajuí, e transferidos para eppendorfs, protegidos da luz. Adicionou-se 1,0 mL de N,N-dimetilformamida sob os mesmo, em seguida foram incubados no escuro a temperatura ambiente por 72 h. Após o tempo de incubação, fezse as leituras de absorbância da solução em espectrofotômetro a 646,8 e 663,8 ηm. As análises foram realizadas em triplicadas, sendo os resultados expressos em µg.mL-1 e os cálculos realizados segundo a fórmula: Clorofila a = 12 x ABS 663,8 – 3,11 x ABS 646,8 Clorofila b = 20,78 x ABS 646,8 – 4,88x ABS 663,8 Clorofila total = clorofila a + b 2.11 Análise estatística O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), com três repetições. Para comparação de médias foi aplicado o teste de Tukey, a 5% de significância. Os softwares utilizados foram Assistat 7.6 beta. 54 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Coleta das amostras Na Tabela 2.1 são apresentadas as coordenadas dos locais de coleta dos cajus e cajuís verdes as quais correspondem também às amostras maturadas. Tabela 2.1: Identificação e coordenadas de localização das amostras. Fruto Local Amostra Coordenadas Latitude CIVG1 22L 0694812 CIVG2 22L 0695375 CIVG3 22L 0695341 Cajuí CIVP1 22L 0791356 Palmas CIVP2 22L 0792578 CIVP3 22L 0791865 CJVG1 22L 0693598 Gurupi CJVG2 22L 0693613 CJVG3 22L 0693629 Caju CJVG4 22L 0695396 CJVG5 22L 0695368 CJVP1 22L 0791278 Palmas CJVP2 22L 0789492 CJVP3 22L 0791865 *UTM (Universal Transverse Mercator) sistema de coordenadas. Gurupi UTM* 8725022 8725603 8725609 8872823 8874993 8870225 8723736 8723714 8723688 8725644 8725597 8872805 8873741 8870225 Altitude 330 m 299 m 306 m 261 m 266 m 265 m 336 m 364 m 363 m 299 m 306 m 259 m 218 m 265 m 3.2 Caracterização física O diâmetro apical dos cajuís verdes variaram de 7,56 ± 1,29 a 9,89 ± 4,03 mm e diâmetro basal de 11,57 ± 0,52 a 20,02 ± 2,59 mm. Já para os cajus verdes a variação foi de 10,20 ± 2,29 a 27,72 ± 1,07 mm para diâmetro apical e 20,02 ± 2,59 a 36,14 ± 2,85 mm para diâmetro basal. Os pedúnculos de cajuí maduro variaram de 16,47 ± 1,60 a 23,02 ± 3,15 mm de diâmetro apical e 18,90 ± 0,85 a 35,71 ± 4,19 mm de diâmetro basal. Enquanto que os de caju maduro os diâmetro apical e basal variaram de 19,61 ± 1,42 a 27,55 ± 3,13 mm e 31,87 ± 2,70 a 51,30 ± 1,93 mm, respectivamente. Lopes et al. (2011) avaliando a caracterização física de pedúnculos de clones de cajueiro anão precoce em diferentes estádios de maturação observaram que os diâmetros basal e apical aumentaram gradualmente com o decorrer do desenvolvimento e maturação para todos os clones avaliados, sendo o mesmo observado nesse trabalho. 55 A Figura 2.3 ilustra os estádios de coleta das amostras de cajuí e caju provenientes de Palmas. Para as amostras verdes foram coletados dois estádios de maturação como pode ser observado. Figura 2.3: (a) e (b) amostras de cajuí e caju verdes; (c) e (d) amostras correspondentes aos frutos maturados cajuí e caju, respectivamente, provenientes de Palmas. Foto: Renata Costa França 3.3 Teste de determinação da dureza da fruta Segundo Costa et al. (2001), geralmente a dureza das frutas é dada pela protopectina em conjunto com o amido, sendo esta predominante em frutas verdes e transformada em pectina durante o amadurecimento. Após desmetoxilação e simplificação das cadeias por ação enzimática, ocorre solubilização até a degradação total, quando a fruta está madura. A Figura 2.4 apresenta a média dos cálculos de determinação da firmeza do caju, em ensaio teste para observação da perda de firmeza do fruto, dada em N. 56 9 8 a Firmeza (N) 7 6 b 5 4 3 c 2 Caju verde P Caju verde M Caju maduro Amostras de caju Figura 2.4: Resultado do teste de dureza do pseudofruto de caju, em estágios verde pequeno, verde médio e maduro. I = estágio 1 de maturação, II = estágio 2 de maturação. Médias seguidas pela mesma letra minúscula não diferem significativamente pelo Teste de Tukey (p ≤ 0,05). Figuereido et al. (2007) indicam que o tratamento pós-colheita com cálcio a 2% (p/v) promove maior incorporação do mesmo nos tecidos de pedúnculos de caju e, consequentemente, uma maior resistência pós-colheita. Abreu (2007), encontrou valor de 8,19 a 13,61 N em clones de caju provenientes de Pacajus, Ceará, Brasil. Figueiredo et al. (2002) encontraram valores variando de 8,57 a 45,61 N para pseudofrutos de caju em sete estágios de maturação onde o menor valor representa o estágio mais avançado de maturação. Já Lopes et al. (2011) em pedúnculos provenientes de Pacajus, Ceará, Brasil para sete estágios de maturação em diferentes clones encontraram valores variando de 33,2 a 7,77 N sendo o último valor para o estágio mais avançado de maturação. Considerando apenas a pressão do equipamento de medição, a qual é expressa em Newtons (N), para as amostras estudadas foram encontrados valores entre 8,3 a 2,7 N. os valores encontrados do estágio I equivalem ao último estágio dos trabalhos de Lopes et al. (2011) e Figueiredo et al. (2002). Tais resultados demonstram que esta amostra possui menor firmeza já no estágio verde, o que representa a maior possibilidade destes pseudofrutos sofrerem danos mecânicos pós colheita. Por outro lado, tais resultados podem indicar maior suculência desse pseudofruto. 57 3.4 Acidez Titulável, pH e Sólidos Solúveis A maior parte dos alimentos apresentam valores de pH na faixa de 5,0 a 6,5. Assim, os pedúnculos de caju e cajuí podem ser classificados como sendo muito ácidos, uma vez que o valor médio de pH encontrado, 3,70 está próximo ao pH do abacaxi (3,54) que é um produto classificado como muito ácido (AZEREDO e BRITO, 2004) e do murici, (3,6) (SILVA, SILVA e OLIVEIRA, 2004). A acidez nas frutas está relacionada com a presença de ácidos orgânicos. Os ácidos orgânicos contribuem para a acidez e o aroma característico, devido à volatilidade de alguns componentes. A acidez é calculada com base no principal ácido presente no alimento, portanto a acidez das amostras de caju foram expressas em ácido málico. Os valores do potencial hidrogeniônico das amostras de caju verdes e Amostras verdes e maduras de caju maduras são apresentados na Figura 2.5. -CJMG5 CJMG4 CJMG3 CJMG2 CJMG1 CJMP3 CJMP2 CJMP1 CJVG5 CJVG4 CJVG3 CJVG2 CJVG1 CJVP3 CJVP2 CJVP1 d ab d d cd c e e bc cd e cd d a e e 0 1 2 3 4 pH Figura 2.5: Potencial hidrogênionico de amostras verdes e maduras de caju provenientes de Palmas e Gurupi. Colunas seguidas pelas mesmas letras, para cada gráfico, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p≤ 0,05). Observou-se que entre as amostras de Gurupi houve diferença estatística para as amostras CJVG1 e CJVG2 das suas amostras maturadas correspondentes. Nas amostras de Palmas as amostras CJVP1 e CJVP2 diferiram também estatisticamente de suas amostras maturadas correspondentes. No geral verificou-se que o potencial hidrogeniônico diferiu 58 estatisticamente (p≤0,05) nos estágios de desenvolvimento dos pseudofrutos (verdes e maduros) em 50% das amostras. A Figura 2.6 apresenta o potencial hidrogênionico para amostras de cajuí verdes e maduras das cidades de Palmas e Gurupi. Diante dos resultados observou-se que não houve diferença significativa (p ≤ 0,05) pelo teste de Tukey entre as amostras verdes e suas correspondentes maduras. Entre as amostras verdes de Gurupi a amostra CIVG2 diferiu das demais, apresentando o menor valor de pH. No conjunto de amostras de Palmas não houve diferença significativa entre CIVP1 e as demais, enquanto que CIVP3 diferiu de CIVP2. No conjunto de regiões (Palmas e Gurupi) para as amostras verdes CIVP1 não diferiu das amostras de Gurupi enquanto que CIVG1 diferiu significativamente de CIVP2 e CIVG2 diferiu da amostra CIVP3. Quanto às amostras maturadas CIMP3 de Palmas, observa-se diferença entre as mesmas e as amostras maturadas de Gurupi. As amostras CIMG2 e CIMG3 diferiram das amostras CIMP1 e CIMP3. -- def Amostras verdes e maduras de cajuí CIMG3 f CIMG2 bcdef CIMG1 CIMP3 a CIMP2 abcd CIMP1 abc CIVG3 abcd ef CIVG2 ab CIVG1 a CIVP3 cdef CIVP2 abcde CIVP1 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 pH Figura 2.6: Potencial hidrogênionico de amostras de cajuí verdes e amostras maduras correspondentes. Colunas seguidas pelas mesmas letras, para cada gráfico, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). Numa análise geral, as amostras verdes não diferiram estatisticamente de suas correspondentes maduras, independente da região, no entanto quando contrapõem-se amostras verdes versus amostras maturadas independente de sua correspondente, observa-se diferença significativa, principalmente das 59 amostras CIVP3 que diferiu estatisticamente de todas as amostras maturadas de Gurupi e a amostra CIVG2 que diferiu estatisticamente de todas as amostras maturadas de Palmas. As Figuras 2.7 e 2.8 apresentam a acidez titulável em ácido málico para amostras verdes e maduras de caju e cajuí provenientes de Palmas e Gurupi. A c CJMP3 b Amostras de caju CJMP2 b CJMP1 c CJVP3 a CJVP2 a CJVP1 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 -1 1,4 1,6 -1 Acidez (g de ácido málico.100 (m.v )) B c CIMP3 c Amostras de cajuí CIMP2 bc CIMP1 bc CIVP3 b CIVP2 a CIVP1 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 -1 1,4 1,6 -1 Acidez (g de ácido málico.100 (m.v )) Figura 2.7: Acidez titulável de amostras de caju e cajuí verdes e amostras maduras correspondentes provenientes de Palmas. Colunas seguidas pelas mesmas letras, para cada gráfico, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). Observou-se que as amostras verdes, de ambos os pseudofrutos encontravam-se com altos valores de acidez titulável, sendo estes inferiores a um (1) para algumas das amostras. 60 A -- e CJMG5 f CJMG4 a Amostras de caju CJMG3 bcde CJMG2 e CJMG1 ab CJVG5 cde CJVG4 de CJVG3 bcd CJVG2 bc CJVG1 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 -1 1,4 -1 Acidez (g de ácido málico.100 (m.v )) B bc CIMG3 b Amostras de cajuí CIMG2 c CIMG1 b CIVG3 a CIVG2 bc CIVG1 0,0 0,5 1,0 1,5 -1 2,0 -1 Acidez (g de ácido málico.100 (m.v )) Figura 2.8: Acidez titulável de amostras de caju e cajuí verdes e amostras maduras correspondentes provenientes de Gurupi. Colunas seguidas pelas mesmas letras, para cada gráfico, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). A maioria das amostras verdes de caju diferiram de suas amostras maduras correspondentes independente da região, no entanto para as amostras de cajuí apenas a amostra CIVG2 diferiu de sua amostra madura correspondente. Andrade et al. (2008), encontraram valores de pH de 4,4 a 4,6 em pedúnculos de cajueiro-anão, observou-se que para as amostras maturadas 61 deste estudo que os valores de pH encontrados foram todos abaixo de 4, exceto para amostra CJMG4 onde o pH foi de 4,16. Michodjehoun-Mestres et al. (2009) na caracterização de pedúnculos de caju dos países Brasil e Bénin encontraram valores de pH que variaram de 3,85 a 4,60 e acidez titulável em ácido málico de 0,3 a 1,1 %. Canuto et al. (2010), para o pseudofruto do caju relatam valores de 4,7 para pH e 0,2 mg de ácido cítrico/100 g para acidez. Carvalho et al. (2013) estudando pseudofrutos de caju de três regiões do Estado de Goiás, observaram variação de pH de 3,32 a 3,76 de acidez titulável de 11,96 a 19,24 mL g-1 e de sólidos solúveis de 10,50 a 13,58 º Brix. Os resultados encontrados das amostras analisadas corroboram com os descritos por Carvalho et al. (2013) quanto ao pH, entretanto para acidez os resultados encontram-se acima dos mencionados por Michodjehoun-Mestres et al. (2009). Não foi possível comparar com os dados de Carvalho et al. (2013), devido a diferença de metodologias. Observou-se no geral que as amostras de caju e cajuí não diferiram estatisticamente em termos de pH com média de 3,68 para ambas as espécies, quanto aos sólidos solúveis as amostras de caju e cajuí maduras também se assemelharam com média de 13,04 e 16,27 ºBrix, respectivamente, onde as amostras de cajuí apresentaram-se com grau de doçura superior, como também as amostras verdes de caju e cajuí com 10,67 e 11,89 ºBrix, respectivamente. Um importante atributo associado à qualidade dos frutos é o sabor. O conteúdo e a composição de açúcares possuem papel fundamental sobre este, sendo também indicadores do estágio de maturação dos mesmos (SANDRI, SILVA e PASTRO, 2011). O amadurecimento de um modo geral proporciona uma maior doçura devido ao aumento nos teores de açúcares simples, decorrentes de processos de biossíntese ou de degradação dos polissacarídeos existentes nos frutos, apesar do consumo de uma parte destes constituintes pela oxidação respiratória (CHEFTEL e CHEFTEL, 1992). A Figura 2.9 apresenta a variação de sólidos solúveis das diferentes amostras nos distintos estágios de maturação, onde se observou que, para as amostras verdes, as que se apresentaram com maior grau de doçura, para 62 ambas as espécies, foram as provenientes de Gurupi. Para as amostras em estágio maduro, a amostra CIMG1 foi a que mais se destacou com 19,92 º Brix seguida da amostra CJMP1 com aproximadamente 15º Brix, observando-se que sua amostra verde correspondente apresentou menor valor entre as amostras. Estatisticamente, apenas três das amostras analisadas apresentaram diferença significativa ao nível de 5% quando contrapostas entre estágio verde e maduro, sendo elas as amostras 1 de caju e 2 de cajuí de Palmas e amostra 2 de caju de Gurupi. A B -- Amostras maturadas de caju e cajuí a CIVG1 a CIVP3 a CIVP2 a CIVP1 a CJVG5 a CJVG4 a CJVG3 a a CJVG2 CJVG1 a a CJVP3 CJVP2 a CJVP1 0 2 4 6 8 10 12 ab ab CIMG3 a CIVG2 Amostras verdes de caju e cajuí -- a CIVG3 14 16 18 CIMG2 a CIMG1 ab CIMP3 ab CIMP2 ab CIMP1 ab CJMG5 ab CJMG4 ab CJMG3 ab ab ab CJMG2 CJMG1 CJMP3 b CJMP2 ab CJMP1 0 5 Sólidos solúveis (º Brix) 10 15 20 25 Sólidos solúveis (º Brix) Figura 2.9: Sólidos solúveis (º Brix) para amostras de caju e cajuí nos estágios verde e maduro. Colunas seguidas pelas mesmas letras, para cada gráfico, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p<0,05), n = 3. No trabalho de Michodjehoun-Mestres et al. (2009) em estudo sobre fenóis monoméricos de pseudofrutos de caju, foram determinadas algumas características físico-químicas do pedúnculo, sendo o maior teor de sólidos solúveis encontrado entre as diversas amostras, igual 13,5 ± 0,1 ºBrix, onde as amostras maturadas de caju apresentaram valor semelhante (13,04 ºBrix). Figueiredo et al. (2002) estudando as mudanças físico-químicas em pseudofruto de caju durante o desenvolvimento e maturação encontrou valores de sólidos solúveis para o estágio 1 de desenvolvimento na ordem de 6,49 º Brix (este estágio corresponde ao pseudofruto verde com castanha verde). Os valores aqui encontrados foram superiores, tanto para os pseudofrutos de caju (10,67º Brix) como para os pedúnculos de cajuí (11,89º Brix). Lucena (2006), qualificando fruto e pseudofruto de caju encontrou valores de sólidos solúveis variando de 7,25 a 13,75 ºBrix, resultados que concordam 63 com os aqui encontrados. Canuto et al. (2010), em estudo sobre frutos da Amazônia encontrou valor de 5 º Brix para o caju. De um modo geral, observou-se na literatura que há uma grande variação de sólidos solúveis para esta espécie dependendo do local e das condições edafoclimáticas, as amostras desse estudo apresentaram média de 12,81 º Brix, as quais concordam com os resultados de Michodjehoun-Mestres et al. (2009) e Lucena (2006) e a amostra de cajuí CIMG1 apresentou valor superior (19,92º Brix) aos citados pela literatura. 3.5 Colorimetria A cor é o atributo mais importante no processo de escolha pelos consumidores (CHITARRA e CHITARRA, 2005) A cromaticidade ou croma (C*) expressa a intensidade da cor, ou seja, a saturação em termos de pigmentos desta cor. Valores de croma próximos de zero representam cores neutras (cinzas), enquanto valores próximos de 60 expressam cores vívidas (PINHEIRO, 2009). As escalas utilizadas foram: L*, a*, b*; e L*, C*, H*. A cor dos pedúnculos foi avaliada pela medida de Hunter L (luminosidade, branco = 100, preto = 0), a (+, vermelho; -, verde) e b (+, amarelo; -, azul) pelos parâmetros de reflectância do colorímetro. A Tabela 2.2 a seguir apresenta os valores médios das coordenadas valor L*, a* e b*, cromaticidade (C*) e ângulo Hue (°h) de pedúnculos de cajuí em dois estádios de maturação, coletados nos municípios de Gurupi e Palmas/ Tocantins. Para L* não foi observada diferença significativa entre as amostras maduras, entretanto, as amostras verdes CIVP2 e CIVP3 diferiram de CIVG1 e CIVG2. Constatou-se também que os valores médios de L* não diferiram das amostras verdes para as maduras correspondentes. Porém, em relação à luminosidade não observou-se diferença significativa. Para os valores de a*, os valores quanto mais negativos indicam mais intensidade de cor verde para as amostras verdes. Entretanto a amostra CIMP2, considerada madura, apresentou valor negativo, estando seu estágio de maturação determinado pelas castanhas cinzas, como pode ser atestado com a Figura 2.8 (A). 64 Tabela 2.2: Valores médios das coordenadas valor L*, a* e b*, cromaticidade (C*) e ângulo Hue (°h) de pedúnculos de cajuí em dois estádios de maturação, coletados nos municípios de Gurupi e Palmas/ Tocantins. Amostras L* a* b* C* H (p≤0,05) CIVP1 35,99 abc -9,62 26,26 abc 21,61 cd 24,53 CIVP2 22,05 c -6,06 12,33 CIVP3 23,63 c -2,74 8,14 CIVG1 49,04 ab -8,06 31,73 CIVG2 49,50 a -8,79 30,03 CIVG3 24,65 c -2,74 CIMP1 31,28 bc CIMP2 28,13 CIMP3 25,23 CIMG1 32,95 d bc 109,19 abc 114,83 c 108,58 15,08 ab a ab a 32,11 abc 106,14 ab 28,25 abc 103,68 17,73 abcd 22,23 bc 96,48 28,07 22,80 abcd 34,22 abc 39,37 c -2,13 27,89 abc 38,42 ab 94,77 c 5,59 18,96 abcd 23,88 abc 75,97 abc 36,46 19,06 abcd a 27,58 d abc 29,28 d ab 26,10 d 42,34 CIMG2 22,51 c 25,29 15,27 bcd 33,11 CIMG3 28,59 c 34,12 15,66 bcd 35,44 ab ab ab d bc c * Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p<0,05), n = 3. A cromaticidade C* observada não diferiu entre as amostras verdes e nem entre as amostras maduras, como também entre amostras verdes e maduras correspondentes. O ângulo Hue (H), indica que 0º corresponde ao vermelho, 90º amarelo, 180º verde e 270º azul (ALMEIDA, 2004). Observou-se que as amostras verdes tiveram ângulos variando de 96,48 a 114º, o que indica cor entre amarelo e verde, e as amostras maduras dos pseudofrutos de cajuí obtiveram ângulos variando de 26,10 a 94,77º indicando que suas cores variaram do vermelho ao amarelo. A Figura 2.10 apresenta as amostras de cajuí CIMP2 (A) e cajus CJMP2 (B), CJMG2 (C) e CJVG4 (D). Onde suas medidas de cor *a, apresentaram-se mais negativas apesar de três delas terem sido classificadas como maduras, todas são de cor amarelas ou quase esbranquiçadas, apresentando valores que se aproximam das amostras verdes, no entanto, sua maturidade é atestada pela cor das castanhas cinzas. 65 Figura 2.10: (A) Amostra de cajuí proveniente de Palmas CIMP2, (B) Amostra de caju proveniente de Palmas CJMP2, (C) Amostra de caju proveniente de Gurupi CJMG2, (C) Amostra de caju proveniente de Gurupi (CJVG4). Na Tabela 2.3 são apresentados os valores médios das coordenadas valor L*, a* e b*, cromaticidade (C*) e ângulo Hue (°h) de pedúnculos de caju em dois estádios de maturação, coletados nos municípios de Gurupi e Palmas/ Tocantins. Para os valores médios da coordenada L* entre as amostras verdes houve diferença significativa entre as amostras de Palmas CJVP1 e CJVP3 das de Gurupi. Entre as amostras maduras CJMG2 diferiu estatisticamente das demais (L*= 82,51) indicando que a amostra tende a cor branca o que pode ser constatado pela Figura 2.10 (C). Para o valor médio de a* os valores negativos indicam a cor verde, exceto para a amostra CJVG5, que apesar de verde, apresenta cor vermelha, o que pode ser observado na Figura 2.11. Note-se que quanto mais negativo os valores de a* mais verde a amostra se encontrava, destaque para as amostras CJVG2 e CJVG4. A amostra CJVG5 para o valor de a* apresentou valor positivo, mas seu estágio pode ser verificado pela Figura 2.11 onde é possível observar que a mesma possui cor vermelha desde seu estágio verde, note-se pela castanha verde. 66 Tabela 2.3: Valores médios das coordenadas valor L*, a* e b*, cromaticidade (C*) e ângulo Hue (°h) de pedúnculos de caju em dois estádios de maturação, coletados nos municípios de Gurupi e Palmas/ Tocantins. Amostras L* a* b* C* H (p≤0,05) CJVP1 27,65ef -8,50 21,85cd 29,98cd 111,98a CJVP2 43,14cde -12,18 30,33abcd 31,10bcd 113,03a CJVP3 18,09f -8,80 23,16bcd 27,03d 111,59a CJVG1 70,60ab -4,38 40,37a 40,96abcd 94,18c CJVG2 61,85abc -18,67 40,98a 45,36 abcd 114,63a CJVG3 60,76bcd -13,86 38,26abc 40,65 abcd 109,43ab CJVG4 51,53 bcd -18,45 33,41abcd 38,12 abcd 118,68a CJVG5 51,66 bcd 19,60 20,67d 28,58d 46,89d CJMP1 26,96ef 16,90 27,57abcd 34,41bcd 56,18d CJMP2 50,27 bcd -2,26 39,70ab 34,40bcd 92,83c CJMP3 12,11f 18,30 20,45d 27,18d 46,44d CJMG1 40,93cde 48,87 22,49cd 53,62a 24,57e CJMG2 82,51a -4,99 40,65a 40,55abcd 97,07bc CJMG3 43,97cde 42,64 21,24cd 48,34abc 26,20e CJMG4 40,54de 45,07 21,16cd 50,16ab 25,16e CJMG5 40,00de 46,86 25,72abcd 53,80a 28,71e *Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). Em b* observou-se que as amostras dos pseudofrutos de caju verdes não diferiram significativamente das amostras maduras correspondentes, exceto a amostra CJVG1 de sua correspondente CJMG1 em que a cor amarela é mais intensa na amostra verde e mais azul na amostra madura. Para os valores de C* a cromaticidade foi mais elevada para as amostras de Gurupi enquanto verdes ou maduras, ou seja, a pureza de cor foi melhor observada. A variação para o ângulo Hue entre as amostras verdes foi de 46,89 a 118,68º, indicando que a cor foi do vermelho ao verde influenciada pela amostra CJVG5 e para as amostras maduras a variação foi de 24,57 a 92,83º, indicando que a cor variou do vermelho ao amarelo. 67 Figura 2.11: Amostra CJVG5 de caju proveniente de Gurupi. Apesar do colorímetro ser um instrumento de cor eficaz, outro critério foi adotado para determinação do estágio de maturação dos pseudofrutos, como a cor da castanha. Canuto et al. (2010) encontraram valores para polpa de caju proveniente da região amazônica com L* = 57,6; H* = 79 e C* = 31,9. Valores de H* próximo ou acima de 70 indicam tonalidade cromática alta. Abreu (2007) encontrou média de L* = 60,45; C* = 48,43 e H*= 52,42. Azevedo et al. (2008) observou em frutos de mamão papaya (Carica papaya L. cv. Golden) que os valores de L acima de 50% indicavam que depois do pico de emissão do etileno as frutas tornavam-se gradualmente mais claras. A intensidade de cor das amostras analisadas apresentaram-se maiores que os dados apresentados pela literatura já que estas foram analisadas em seu estado original, sem processamento. 3.6 Vitamina C O ácido ascórbico ou vitamina C é uma das substâncias com maior significado para a nutrição humana e encontra-se presente nas frutas e hortaliças (LEE e KADER, 2000). O ácido ascórbico desempenha várias funções biológicas relacionadas ao sistema imune, formação de colágeno, absorção de ferro, inibição da formação de nitrosaminas e atividade antioxidante (VANNUCHI e JORDÃO JÚNIOR, 1998; SILVA et al., 2004). Entre as amostras verdes e maduras de cajuí a amostra CIMG2, diferiu estatisticamente das demais ao nível de significância de 5%, com teor médio de vitamina C de 226,19 mg/100g (Figura 2.12) 68 A a CIMP3 ab Amostras de cajuí CIMP2 b CIMP1 a CIVP3 b CIVP2 ab CIVP1 0 20 40 60 80 100 120 -1 Teor de Vitamina C (mg.100 g ) B b CIMG3 a Amostras de cajuí CIMG2 b CIMG1 b CIVG3 b CIVG2 b CIVG1 0 50 100 150 200 250 -1 Teor de Vitamina C (mg.100 g ) Figura 2.12: Teor de vitamina C para amostras verdes e maduras de cajuí provenientes de Palmas e Gurupi, nos estágios verde e maduro. Colunas seguidas pelas mesmas letras, para cada gráfico, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p<0,05), n = 3. Entre as amostras de caju (Figura 2.13) a amostra CJMP3 diferiu das demais com teor médio de vitamina C 119,58 mg/100 g. Entre as amostras de caju de Gurupi todas as amostras maduras diferiram estatisticamente (p≤0,05) das amostras verdes correspondentes, exceto CJMG1. 69 A a CJMP3 b Amostras de caju CJMP2 b CJMP1 b CJVP3 b CJVP2 b CJVP1 0 20 40 60 80 100 120 140 -1 Vitamina C (mg. 100 g ) B-a CJMG5 bc CJMG4 ab Amostras de caju CJMG3 a CJMG2 e CJMG1 bc CJVG5 e CJVG4 e CJVG3 cd CJVG2 de CJVG1 0 10 20 30 40 50 -1 Teor de Vitamina C (mg.100 g ) Figura 2.13: Teor de vitamina C para amostras verdes e maduras de cajuí provenientes de Palmas e Gurupi. Colunas seguidas pelas mesmas letras, para cada gráfico, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p<0,05), n = 3. Sherer et al. (2008), quantificaram através de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), a concentração dos ácidos tartárico, málico, ascórbico e cítrico do caju encontrando valores máximos de 32,72 ± 3,89; 293,21 ± 28,33; 186,42 ± 0,59 e 9,89 ± 0,38 mg.100 mL-1, respectivamente. Andrade et al. (2008) encontraram valores de vitamina C de 111,7 e 89,41 mg/100g em pedúnculos de caju cultivados nos sistemas de produção integrada e convencional, respectivamente. Silva, et al. (2004) encontraram valor de 36,92 mg/100g para vitamina C em pseudofruto in natura de caju-do- 70 cerrado (Anacardium spp), algumas das amostras de cajuí apresentaram valores próximos ao encontrado por estes autores. Oliveira et al. (1999) em polpas congeladas de caju provenientes de indústrias de Pernambuco e Paraíba, Brasil, encontraram teor médio de vitamina C de 162,89 mg/100g, havendo uma variação nos teores de 76,95 a 228,02 mg/100g. Vissotto et al. (2013) encontraram valores de 167 mg/100 g para polpa de caju provenientes de São Paulo, entretanto Canuto et al. (2010) em pseudofrutos de caju provenientes da floresta amazônica do estado de Roraima encontraram valores de 12,4 mg/100 g de polpa. O teor de vitamina C de um modo geral, entre as amostras verdes e maduras, independente da espécie (caju ou cajuí), variou de 17,43 ± 4,71 a 227,31 ± 4,75 mg/100 g estando de acordo com os resultados apresentados por outros pesquisadores, entretanto quando observadas separadamente, verifica-se que a maioria das amostras possuem baixo teor de vitamina C se comparadas a outras regiões do país. Souza et al. (2012), em estudo sobre frutos do cerrado de marolo (Annona crassiflora Mart.), jenipapo (Genipa americana L.), murici (Byrsonima crassifolia L. RICH), graviola (Annona muricata, L.) e maracujá doce (Passiflora alata Dryand), encontraram valores para vitamina C variando de 21,83 a 59,05 mg/ 100 g de polpa, o que indica que as variedades de caju e cajuí estudadas contém maior conteúdo em vitamina C em comparação a estas espécies. 3.7 Determinação de clorofila O mais ativo dos tecidos fotossintéticos das plantas superiores é o mesófilo foliar. As células do mesófilo possuem muitos cloroplastos, os quais contêm os pigmentos verdes especializados na absorção da luz, as clorofilas (TAIZ e ZEIGER, 2006). As clorofilas são porfirinas que formam complexos com magnésio, sendo as principais a clorofila a e clorofila b (WONG, 1995). As clorofilas, pigmentos verdes, comuns em células fotossintéticas, possui estrutura química instável e de fácil degradação que modificam a percepção e qualidade dos alimentos (STREIT et al., 2005). Estão envolvidos no processo de amadurecimento, a síntese do etileno e a ação de enzimas péctica como a pectinametilesterase (PME) e poligalacturonase (PG) (PRADO et al., 2013). 71 Neste estudo foram quantificadas os teores de clorofilas a, b e total dos pedúnculos verdes e maduros de caju e cajuí, a fim de atestar seu estágio de maturação. A Tabela 2.4 apresenta as amostras de caju verdes e maturadas provenientes de Palmas com a média e desvio padrão para clorofila a, b e total. Observou-se pelo teste de Tukey que as amostras verdes diferiram estatisticamente (p≤0,05) para clorofila a das amostras maduras, exceto a amostra CJVP1 da CJMP3. Quando comparado os teores apresentados pelas amostras verdes e aqueles apresentados pelas amostras maduras, observa-se diferença significativa, sendo os teores das amostras verdes inferiores aos das amostras maduras. O teor de clorofila a não diferiu estatisticamente entre as amostras maduras, no entanto entre as amostras verdes foi observada diferença estatística da amostra CJVP3 das demais. -1 Tabela 2.4 Teor de clorofila a, b e total (µg.mL ) para amostras verdes e maduras de caju provenientes de Palmas. Amostras Clorofila a Clorofila b Clorofila Total bc* a ab 3,18 ± 1,19 14,59 ± 1,33 17,77 ± 2,51 CJVP1 CJVP2 4,02 ± 1,24 b 14,31 ± 0,90 a 18,33 ± 2,09 ab CJVP3 6,66 ± 0,60 a 14,64 ± 0,51 a 21,30 ± 1,06 CJMP1 0,30 ± 0,00 d 12,94 ± 0,00 a 13,03 ± 0,39 c CJMP2 0,08 ± 0,00 d 12,87 ± 0,00 a 12,95 ± 0,00 c CJMP3 1,19 ± 0,47 cd 14,43 ± 0,99 a 15,61 ± 1,46 a bc *Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p ≤ 0,05). Para clorofila b as amostras dos pseudofrutos verdes e maduros não apresentaram diferença estatística pelo teste de Tukey (p<0,05). Verificou-se que para clorofila total as amostras verdes de caju diferiram das amostras maduras, com exceção da amostra madura CJMP3 que se assemelhou estatisticamente das amostras verdes CJVP1 e CJVP2, mas não a sua correspondente verde. A Tabela 2.5 apresenta os dados para clorofila a, b e total para amostras dos pseudofrutos verdes e maduros de cajuí provenientes de Palmas. Para clorofila a observou-se que as amostras verdes diferiram das maduras, exceto 72 a amostra CIVP2 a qual se assemelhou às amostras maturadas, pelo teste de Tukey (p≤0,05). Para clorofila b o mesmo foi observado, exceto a amostra CIVPI que diferiu das amostras maduras CIMP2 e CIMP3 pelo teste de Tukey (p<0,05). Na quantificação da clorofila total não foi observada diferença significativa entre as amostras verdes e nem entre as amostras maduras, pelo teste de Tukey (p≤0,05). No entanto a amostra CIMP1 se assemelhou em conteúdo de clorofila total às amostras verdes CIVP2 e CIVP3 e a amostra verde CIVP2 se assemelhou às amostras maduras em teor de clorofila total. -1 Tabela 2.5: Teor de clorofila a, b e total (µg.mL ) para amostras verdes e maduras de cajuí provenientes de Palmas. Amostras Clorofila a Clorofila b Clorofila Total a* a a 5,05 ± 1,09 15,04 ± 0,33 20,09 ± 1,37 CIVP1 ab 14,04 ± 0,56 ab 16,17 ± 1,04 5,29 ± 3,05 a 13,58 ± 0,58 ab 18,87 ± 3,63 CIMP1 0,62 ± 0,54 b 13,84 ± 0,78 ab 14,46 ± 1,31 CIMP2 0,33 ± 0,00 b 13,16 ± 0,00 b 13,49 ± 0,00 c CIMP3 0,46 ± 0,42 b 13,28 ± 0,81 b 13,74 ± 1,20 c CIVP2 2,13 ± 0,54 CIVP3 abc ab bc *Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey, (p ≤0,05). Verifica-se na Tabela 2.6 o teor de clorofila a, b e total, expressas em (µg.mL-1), para amostras verdes e maduras de caju provenientes de Gurupi. Observa-se que entre as amostras maduras para clorofila a não houve diferença significativa (p≤0,05) pelo Teste de Tukey, a amostra verde CJVG3 se assemelhou a sua amostra madura correspondente CJMG3. Para clorofila b observou-se que não houve diferença significativa entre as amostras verdes, como também entre as maduras, sendo o teor de clorofila b das amostras verdes estatisticamente semelhante à suas amostras maduras correspondentes. Verificou-se na determinação de clorofila total que não houve diferença significativa entre as amostras verdes, como também entre as amostras maduras. A amostra verde CJVG4 diferiu estatisticamente de sua amostra madura correspondente CJMG4 pelo teste de Tukey (p≤0,05). 73 -1 Tabela 2.6: Teor de clorofila a, b e total (µg.mL ) para amostras verdes e maduras de caju provenientes de Gurupi. Amostras Clorofila a Clorofila b Clorofila Total bc* a ab 5,08 ± 0,15 5,93 ± 0,28 11,02 ± 0,93 CJVG1 CJVG2 CJVG3 a 4,30 ± 0,69 abcd 5,87 ± 1,37 a 4,84 ± 1,49 6,23 ± 1,30 4,76 ± 1,63 ab 10,53 ± 1,99 abc a 10,63 ± 2,59 abc ab CJVG4 6,82 ± 1,70 CJVG5 5,15 ± 0,14 ab 5,52 ± 0,55 CJMG1 2,31 ± 0,39 de 4,14 ± 0,31 CJMG2 1,84 ± 0,14 e 2,77 ± 0,55 bcde 4,67 ± 0,96 ab de 3,98 ± 0,73 ab cde 4,45 ± 1,20 ab CJMG3 2,91 ± 0,57 CJMG4 2,22 ± 0,41 CJMG5 2,49 ± 0,67 11,66 ± 2,93 a 10,67 ± 0,64 ab 6,45 ± 0,48 b abc bcd 4,61 ± 0,64 7,58 ± 1,49 d abcd 6,20 ± 1,14 6,94 ± 1,87 a cd abcd *Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey, (p≤0,05). A Tabela 2.7 apresenta o teor de clorofila a, b e total para amostras verdes e maduras de cajuí provenientes de Gurupi. Na análise de clorofila a observou-se diferença significativa (p≤0,05) pelo teste de Tukey entre as amostras verdes CIVG1 e CIVG3, já entre as amostras maduras não houve diferença significativa. Para clorofila b não houve diferença significativa (p≤0,05) entre as amostras verdes e suas correspondentes maduras. Para clorofila total as amostras verdes não diferiram entre si, entretanto as amostras dos pseudofrutos verdes CIVG1 e CIVG3 diferiram estatisticamente (p≤0,05) de suas amostras maduras correspondentes. São apresentados, na Figura 2.14, os teores de clorofila a, b e total para as amostras de cajus verdes provenientes de Palmas e Gurupi, onde notou-se maior conteúdo em clorofilas b e total nas amostras de Palmas quando comparadas às de Gurupi com destaque para a amostra CJVP3. -1 Tabela 2.7: Teor de clorofila a, b e total (µg.mL ) para amostras verdes e maduras de cajuí provenientes de Gurupi. Amostras Clorofila a Clorofila b Clorofila Total a* ab a 7,07 ± 1,28 4,74 ± 0,70 11,80 ± 1,05 CIVG1 ab 5,91 ± 0,47 bc 4,68 ± 0,83 CIVG2 6,10 ± 0,45 CIVG3 4,82 ± 0,32 a 12,01 ± 0,28 ab 9,50 ± 1,01 a ab 74 d 4,31 ± 0,89 cd d CIMG1 2,85 ± 0,85 CIMG2 3,62 ± 0,19 CIMG3 2,55 ± 0,19 ab 7,15 ± 1,71 5,94 ± 0,33 a 9,56 ± 0,38 4,04 ± 0,33 b bc ab 6,59 ± 0,38 c *Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey, (p≤0,05). 45 a 40 a 35 -1 Teor de clorofila (µ.mL ) Clorofilaa Clorofilab ClorofilaTo a 30 25 a 20 a b b b b b b 10 a b b a 15 5 b ab ab ab ab b a b ab 0 CJVP1 CJVP2 CJVP3 CJVG1 CJVG2 CJVG3 CJVG4 CJVG5 -- Amostras de cajus verdes -1 Figura 2.14:Teor de clorofila a, b e total (µg.mL ) de amostras de cajus verdes provenientes de Palmas e Gurupi. Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). A Figura 2.15 apresenta o teor de clorofila a, b e total das amostras de caju maduros provenientes de Palmas e Gurupi. Observou-se que as amostras de Palmas apresentaram maior conteúdo em clorofila, indicando que as amostras de Gurupi, encontravam-se em estágio mais avançado de maturação. São apresentados, na Figura 2.16 os teores de clorofila a, b e total das amostras de pseudofrutos de cajuí verdes provenientes de Palmas e Gurupi, onde o maior conteúdo de clorofila é observado nas amostras de Palmas. Entretanto o menor conteúdo em clorofila a foi observado na amostra CIVP2. O maior teor encontrado, com mais de 14 µg.mL-1 de clorofila b, ocorreu nas amostras de Palmas. A Figura 2.17 apresenta o teor de clorofila a, b e total para amostras de pseudofrutos de cajuí maturados, onde o teor de clorofila a foi menor para as 75 amostras de Palmas, entretanto para as clorofilas b e total as amostras de Palmas apresentaram-se superiores às de Gurupi. Clorofilaa Clorofilab Clorofilato a 32 30 28 -1 Teor de clorofila (µg.mL ) 26 a a a a 24 22 20 18 a 16 14 b b b 12 b 10 8 b 6 4 2 0 b b c bc c ab ab a b ab b b a CJMP1 CJMP2 CJMP3 CJMG1 CJMG2 CJMG3 CJMG4 CJMG5 -- Amostras de cajus maduros Figura 2.15:Teor de clorofila a, b e total (µg.mL-1) de amostras de cajus maduros provenientes de Palmas e Gurupi. Colunas seguidas pelas mesmas letras, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). Observou-se que as amostras maduras de Palmas diferiram estatisticamente (p≤0,05) das amostras maduras de Gurupi em teor de clorofila b atingindo valor máximo de 14,42 µg.mL-1. A decomposição das clorofilas é afetada pelo pH dos tecidos. O pH básico (9,0) torna a clorofila mais estável ao calor, quando comparada ao pH ácido (3,0) (STREIT et al., 2005). Figueiredo et al. (2002) em pseudofrutos de caju provenientes de Mossoró, Rio Grande Norte, Brasil relata decréscimo gradual do teor de clorofila total nos sete estágios de maturação analisados o qual variou de 53,3 para o primeiro estágio a 6,52 mg/100 g observa-se o mesmo para as amostras analisadas neste estudo (Tabela 2.8 e 2.9), porém, em teores bem menores expressos em microgramas. 76 c Amostras verdes de cajuí CIVG3 b bc CIVG2 bc CIVG1 Clorofilato Clorofilab Clorofilaa ab b ab b a a CIVP3 a ab ab CIVP2 a b a CIVP1 a ab 0 5 10 15 20 -1 Teor de clorofila (µ.mL ) Figura 2.16: Teor de clorofila a, b e total (µg.mL-1) de pseudofrutos de cajuís provenientes de Palmas e Gurupi. Colunas seguidas pelas mesmas letras, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). Amostras maturadas de cajuí CIMG3 c c a CIMG2 CIMP3 bc bc a b b a CIMG1 Clorofilato Clorofilab Clorofilaa a b CIMP2 a b CIMP1 a a b 0 a 2 4 6 8 10 12 14 a 16 -1 Teor de clorofila (µg.mL ) Figura 2.17: Teor de clorofila a,b e total (µg.mL-1) para pseudofrutos de cajuí maturados. Colunas seguidas pelas mesmas letras, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). Encontrou-se valores de 0,5 a 2,9 mg/g massa fresca para as espécie frutíferas de graviola (Anonna muricata) e 0,7 a 2,6 mg/g massa fresca de camu-camu (Myrciaria dubia) (LIMA, MENDES e MARENCO, 2009) os teores 77 de clorofila destes frutos foram maiores do que os encontrados neste estudo para os pseudofrutos de caju e cajuí. 78 4 CONCLUSÃO Observou-se que os pseudofrutos deste estudo apresentaram-se ácidos e sendo que em 11 das 16 amostras analisadas o potencial hidrogênionico foi maior no estágio de maturação verde. As amostras apresentaram graus de doçura satisfatórios, independente do estágio de maturação. Quanto a cor, os pedúnculos da região de Gurupi se mostraram mais brilhantes o que pode ser ocasionado pela variedade, região de cultivo e por não haver interferência de poluição, já que os pseudofrutos de Palmas foram colhidos na zona urbana da cidade. Constatou-se que apenas uma amostra de cajuí proveniente da região de Gurupi se destacou quanto ao teor de vitamina C com teor acima de 200 mg/100 g. Observou-se que o teor de clorofila decresce do estágio verde para o maduro indicando que há degradação da mesma e síntese de novos pigmentos para composição da cor característica dos pseudofrutos. Conclui-se que os penducúlos de caju e cajuí do estado do Tocantins, Brasil possuem características físico-químicas particulares que podem ser melhoradas para sua exploração comercial. No entanto, há a necessidade de incentivos para cultivo dessas espécies frutíferas, bem como da preservação das plantas nativas, principalmente do cajuí. 79 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, C. R. A. Qualidade e atividade antioxidante total de pedúnculos de clones comerciais de cajueiro anão precoce. 2007. 111f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza. AGÊNCIA TOCANTINENSE DE NOTÍCIAS. Com período chuvoso, produtores iniciam plantio de frutas no Tocantins. Disponível em:<http://atn.to.gov.br/noticia/2013/11/7/comperiodo-chuvoso-produtores-iniciam-plantio-de-frutas-no-tocantins/> Acesso em: 26 nov. 2013. ALMEIDA, D. Fisiologia das alterações de cor: percepção e medição da cor. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, 2004. Disponível em:< http://dalmeida.com/poscolheita/Cor1.pdf> Acesso em:15 out. 2013. ANDRADE, A. P. de et al. Qualidade de cajus-de-mesa obtidos nos sistemas de produção integrada e convencional. 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Observou-se que os pseudofrutos possuem baixa concentração de fenólicos totais (1,79 mg de quercetina/100 g de peso fresco) e flavonoides (3,27 mg ácido gálico equivalente/ 100 g de peso fresco) quando comparados aos mesmos pseudofrutos coletados em outras regiões do Brasil. Para o método FRAP a amostra de caju de Palmas teve destaque significativo apresentando atividade antioxidante de 415,07 µM de sulfato ferroso/g de fruta. Pelo método ABTS observou-se que as amostras de caju do Cerrado Tocantinense assemelharam-se a capacidade antioxidante de outros frutos usualmente consumidos como acerola e abacaxi, apresentando amostra com poder antioxidante de 129,05 µM de trolox/ g de fruta. Pelo método de DPPH as amostras de caju apresentaram melhores resultados frente às amostras de cajuí com capacidade antioxidante variando de 1798,55 a 9565,74 g fruta/ g DPPH. A maioria das amostras do cerrado Tocantinense apresentaram baixo poder antioxidante, indicando a necessidade de melhoramento genético das espécies nativas. PALAVRAS-CHAVE: Compostos fenólicos, Anacardium humile, análise biológica. Anacardium occidentale, 85 ABSTRACT When in excess, free radicals can cause adverse effects to the body, such as non-communicable chronic diseases. Antioxidants are able to trap free radicals preventing the attack on lipids, proteins and DNA bases, avoiding the formation of lesions and loss of cell integrity. The compounds obtained by antioxidants in the diet are extremely important in intercepting free radicals. Peduncles of cashew (Anacardium occidentale L.) and Cajuí (Anacardium humile) are rich in vitamin C, fiber and phenolic compounds for which their antioxidant activities were analyzed, using varied methodologies, and the levels of total phenolic compounds and flavonoids were quantified. It was observed that accessory fruits have low concentration of total phenolics (1.79 mg of quercetina/100 g of fresh weight) and flavonoids (3.27 mg Gallic acid equivalent / 100 g of fresh weight) compared to the same accessory fruits collected in other regions of Brazil. For the FRAP assay, sample cashew of Palmas had significant distinction showing antioxidant activity of 415.07 µM of ferrous sulfate / g of fruit. By the ABTS assay, it was observed that the samples of Tocantins Savannah (Cerrado) resembled the antioxidant capacity of other commonly consumed fruits such as acerola and pineapple, showing sample with antioxidant power of 129.05 µM of Trolox / g of fruit. By the DPPH assay, cashew samples showed better results against Cajuí samples with antioxidant capacity ranging from 1798.55 to 9565.74 g fruit / g DPPH. Most samples of Tocantins Cerrado showed low antioxidant power, indicating the need for genetic improvement of native species. KEYWORDS: Phenolic compounds, Anacardium occidentale, Anacardium humile, biological analysis. 86 1 INTRODUÇÃO A presença de radicais livres no organismo pode causar diversos efeitos adversos ao mesmo, uma vez que estes compostos estão envolvidos em processos degenerativos que conduzem a doenças crônicas não transmissíveis. Os radicais livres podem ser gerados pelo próprio organismo no citoplasma, nas mitocôndrias ou na membrana. Entre seus principais alvos celulares estão as proteínas, os lipídeos e até mesmo o DNA. O estresse oxidativo se dá quando a quantidade de reações oxidativas ultrapassa a capacidade de defesa antioxidante de nosso organismo. Tal efeito causa danos em moléculas importantes como o DNA, proteínas e lipídios de membranas celulares, entre outras, resultando em doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer, catarata, envelhecimento, doenças inflamatórias, entre outras (PENAFORTE, JORDÃO JUNIOR e CHIARELLO, 2008). Os antioxidantes são capazes de interceptar os radicais livres gerados pelo metabolismo celular ou por fontes exógenas, impedindo o ataque sobre os lipídeos, as proteínas, a dupla ligação dos ácidos graxos poliinsaturados e as bases do DNA. Os antioxidantes obtidos da dieta, tais como as vitaminas C, E e A, os flavonóides e carotenóides são extremamente importantes na intercepção dos radicais livres (BIANCHI e ANTUNES, 1999). A natureza autocatalítica das reações com radicais livres é o fator mais importante na deterioração oxidativa de substratos orgânicos. Além dos nutrientes antioxidantes como o ascobarto, tocoferol, βcaroteno e alguns minerais, tem-se também substâncias antioxidantes nãonutrientes tais como compostos fenólicos de plantas (incluindo fenóis simples, ácidos fenólicos, derivados do ácido hidroxinâmico e os flavonoides) (RIBEIRO et al., 2008). As frutas são ricas em antioxidantes e seu baixo consumo está entre os dez principais fatores de risco associados à ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (ESQUIVEL, 2013). As frutas nativas brasileiras como o cambuci, o açaí, a cagaita entre outras podem ser consideradas excelentes fontes de compostos bioativos de natureza fenólica (RODRIGUEZ, 2013). 87 O cajueiro é uma planta rústica, típica de regiões de clima tropical, a principal espécie de ocorrência é o Anacardium occidentale L., cujas árvores apresentam pequeno e médio porte. Nas regiões de cerrado do Brasil Central as espécies nativas podem apresentar porte médio, como o cajueiro-arbóreodo cerrado (A. othonianum), porte arbustivo, como o cajueiro-do-campo (A. humile) ou até porte rasteiro (A. nanum e A. corymbosum). As espécies do cerrado produzem pseudofrutos aromáticos conhecidos como cajuí, caju-docampo, cajuzinho-do-campo, caju-docerrado, caju-rasteiro, caju-de-árvore-docerrado, que possuem sabor muito agradável e tamanho bem menor do que o caju produzido no Nordeste (AGOSTINI-COSTA, VIEIRA e NAVES, 2005). O cajuí apresenta-se como um fruto pequeno de baixo pH e sólidos solúveis elevado com conteúdo de flavonoides na faixa de 0,22 a 3,12 mg/100g (ROCHA, 2011). O pedúnculo de caju é rico em vitamina C, fibras e compostos fenólicos, que além do potencial vitamínico conferem potencial antioxidante à polpa do caju (AGOSTINI-COSTA, VIEIRA e NAVES, 2005). Estudos têm sido realizados no intuito de quantificar os compostos bioativos e atividade antioxidante de frutos provenientes do cerrado, do nordeste e sul do Brasil (ALMEIDA et al., 2011; SOUZA et al., 2012; PEREIRA et al., 2013). Dentro desse contexto Michodjehoun-Mestres et al., (2009a; 2009b) determinaram o conteúdo de taninos em quatro genótipos de pseudofrutos de caju (Anacardium occidentale L.) e observaram que a casca é muito rica em fenólicos simples. Broinizi et al. (2007; 2008) determinaram as propriedades antioxidantes em subprodutos do pedúnculo de caju demonstrando efeitos efetivos na redução da lipoperoxidação. Tendo em vista as características nutricionais do caju, bem como a sua importância na fruticultura brasileira e a ausência de estudos de seus pseudofrutos, bem como dos pseudofrutos de cajuí, produzidos por plantas nativas no cerrado tocantinense, objetivou-se neste estudo avaliar as atividades antioxidantes dos pendúnculos destes dois pseudofrutos, por diferentes metodologias, bem como quantificar os teores totais de compostos fenólicos e flavonoides. 88 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Material Foram coletadas quartoze amostras maturadas dos pseudofrutos de caju (Anacardium occidentale L.) e cajuí (Anacardium humile) no período de julho a setembro de 2012, em duas regiões do estado do Tocantins. As amostras foram acondicionadas, em caixa isotérmica contendo gelo durante a coleta, e armazenadas no laboratório em temperaturas inferiores a -20º C. As amostras foram identificadas da seguinte forma: a primeira e a segunda letra descrevem a espécie CJ para caju, CI para cajuí, a terceira letra descreve o estágio da amostra, M para maduro, e a última letra descreve a cidade de origem P para Palmas e G para Gurupi, o número final descreve qual a repetição da amostra. Os locais de coleta bem como suas coordenadas encontram-se na Tabela 3.1. Tabela 3.1: Coordenadas dos locais de colheita dos pseudofrutos de caju e cajuí. Fruto Local Amostra Coordenadas Latitude UTM* Elevação CIMG1 22L 0694812 8725022 CIMG2 22L 0695375 8725603 CIMG3 22L 0695341 8725609 Cajuí CIMP1 22L 0791356 8872823 Palmas CIMP2 22L 0792578 8874993 CIMP3 22L 0791865 8870225 CJMG1 22L 0693598 8723736 Gurupi CJMG2 22L 0693613 8723714 CJMG3 22L 0693629 8723688 Caju CJMG4 22L 0695396 8725644 CJMG5 22L 0695368 8725597 CJMP1 22L 0791278 8872805 Palmas CJMP2 22L 0789492 8873741 CJMP3 22L 0791865 8870225 *UTM (Universal Transverse Mercator) sistema de coordenadas. Gurupi 2.2 Reagentes Os reagentes ABTS (2,2-azino-bis (áciod 330 m 299 m 306 m 261 m 266 m 265 m 336 m 364 m 363 m 299 m 306 m 259 m 218 m 265 m 3-etilbenzo-tiazolino-6- sulfônico) sal diamônio (PM = 548,68), Trolox (ácido 6-hidroxi-2,5,7,8tetrametilcroman-2-carboxílico) (PM = 250, 29), DPPH (2,2- difenil-1-picrilhidrazil) (PM = 394,3), TPTZ (2,4,6-Tris (2-piridil)-s-triazina) (PM = 312,34), quercetina, Folin Ciocalteu 2M foram adquiridos da Sigma Aldrich. 89 2.3 Extração As amostras do pseudofruto (casca e polpa) foram trituradas com auxílio de pistilo, em seguida pesou-se (10 – 15 g) do material triturado de cada amostra. O extrato para avaliação da atividade antioxidante foi obtido de acordo com Rufino et al. (2007a), seguido de pequenas adaptações. Inicialmente adicionou-se 40 mL de metanol 50% sob o material resultante da maceração, agitou-se a mistura resultante em seguida deixou-se em repouso por 60 minutos à temperatura ambiente. Após, a mesma foi, centrifugada a 3200 rpm durante 15 minutos. O sobrenadante foi transferido para um balão volumétrico de 100 mL. Sobre o resíduo resultante da primeira extração, adicionou-se 40 mL de acetona (70%), agitou-se a mistura e deixou-a em repouso por 60 min à temperatura ambiente. Centrifugou-se a mesma nas condições anteriores, transferiu-se o sobrenadante para o balão volumétrico contendo o primeiro sobrenadante e completou-se o volume com água destilada. Os extratos foram acondicionados em frascos protegidos da luz e armazenados a ± 8 º C. 2.4 Determinação do teor de flavonóides totais O conteúdo de flavonoides totais foi determinado pelo método colorimétrico segundo Bao et al. (2005) seguido de pequenas modificações. Alíquotas de 0,5 mL das amostradas foram pipetadas para tubos de ensaio de 15 mL contendo 2 mL de água destilada, em seguida adicionou-se 0,15 mL de NaNO2 5%. Após 5 min, foi adicionado 0,15 mL de solução de AlCl3.6H2O a 10%, deixando o sistema em repouso por outros 5 min. Posteriormente adicionou-se 1 mL de NaOH 1 M,agitou-se a solução reacional e a manteve em repouso por 15 min. Após o tempo de repouso, a absorbância foi lida a 415 nm em espectrofotômetro Biospectro modelo SP 220. O conteúdo total de flavonoides foi calculado usando uma curva padrão de quercetina sendo o mesmo expresso em miligrama de quercetina por 100 g de peso fresco dos pseudofrutos. 2.5 Determinação do teor de fenólicos totais O conteúdo de fenólicos totais foi avaliado pelo método colorimétrico segundo Zhou et al. (2009), utilizando o reagente Folin-Ciocalteu. Inicialmente, 90 50 µL do extrato em diluição apropriada foi adicionado em 5 mL de água destilada. Em seguida adicionou-se 500 µL do reagente Folin-Ciocalteu (1M) e 500 µL de uma solução de de Na2CO3 ( 20% m/v), a solução foi agitada e mantida em repouso por 60 min a temperatura ambiente. Após o tempo de repouso a absorbância da solução foi medida a 765 nm (Biospectro modelo SP 220). O resultado final foi expresso como ácido gálico equivalente (GAE) em miligramas por grama de peso fresco dos pseudofrutos. 2.6 Determinação da atividade antioxidante total pelo método de redução do ferro (FRAP) Para a avaliação da capacidade antioxidante dos extratos de caju e cajuí, perante o ensaio FRAP, utilizou-se a metodologia de acordo com Rufino et al. (2006). Foram utilizadas cinco diluições diferentes (em triplicata) do extrato metanol/acetona, previamente preparado. O reagente FRAP foi obtido a partir da combinação de 25 mL de tampão acetato 0,3 M, 2,5 mL de uma solução de TPTZ 10 mM e 2,5 mL de uma solução aquosa de cloreto férrico 20 mM, sendo o mesmo utilizando imediatamente após sua preparação. Em ambiente escuro, transferiu-se 90 µL de cada diluição do extrato para tubos de ensaio, adicionou-se 270 µL de água destilada, 2,7 mL do reagente FRAP, homogeneizou-se a mistura em agitador de tubos e a manteve em banho-maria a 37º C por 30 minutos. A leitura foi realizada a 595 nm, em espectrofotômetro Biospectro modelo SP 220, utilizando o reagente FRAP como branco. O resultado foi expresso em µM de sulfato ferroso/g de fruta. 2.7 Determinação da atividade antioxidante total pela captura do Radical Livre ABTS•+ A capacidade total antioxidante dos extratos de caju e cajuí, foi determinada pelo ensaio que avalia a neutralização do radical ABTS de acordo com a metodologia descrita por Rufino et al., (2007a). O radical ABTS•+ foi preparado a partir da reação de 5 mL da solução estoque de ABTS, com 88 µL da solução de persulfato de potássio 140 mM. A solução estoque de ABTS foi obtida por meio da dissolução em água destilada de 192 mg de ABTS em balão 91 volumétrico de 50 mL. A mistura foi mantida no escuro, à temperatura ambiente, por 16 horas. Em seguida, diluiu-se 1 mL desta mistura em álcool etílico até obter uma absorbância de 0,70 ± 0,05 nm a 734 nm. Foram utilizadas cinco diluições diferentes em triplicata a partir do extrato original. Em ambiente escuro foi transferido 30 µL de cada diluição do extrato para tubos de ensaio contendo 3 mL da solução do radical ABTS•+ previamente preparada, a mistura foi homogeneizada e a absorbância medida a 734 nm após 6 minutos, as medidas de absorbância foram feitas em espectrofotômetro Biospectro modelo SP 220. Como branco foi utilizado álcool etílico. O resultado final foi expresso em µM trolox/ g de fruta. 2.8 Determinação da atividade antioxidante total pela captura do Radical Livre DPPH• A avaliação da atividade antioxidante dos extratos de caju e cajuí diante do consumo de DPPH foi realizada de acordo com a metodologia de Rufino et al. (2007b). A partir do extrato obtido, foi preparado em tubos de ensaio cinco diluições diferentes dos extratos, em triplicata. Para as amostras de Palmas as diluições variaram de 10 a 100% e para as amostras de Gurupi de 5 a 75%. A solução metanólica do radical DPPH foi preparada dissolvendo-se 2,4 mg de DPPH em álcool metílico e completando-se o volume para 100 mL em balão volumétrico. Em seguida a solução foi homogeneizada e transferida para um frasco de vidro âmbar. Para a realização das análises antioxidantes, transferiuse uma alíquota de 0,1 mL de cada diluição do extrato para tubos de ensaio com 3,9 mL do radical DPPH. As leituras foram realizadas depois de 40 minutos em espectrofotômetro Biospectro modelo SP 220 a 515 nm, utilizando álcool metílico como branco. Antes de realizar a leitura das amostras mediu-se 0,1 mL da solução controle com 3,9 mL do radical DPPH. A solução controle é constituída de álcool metílico, acetona e água nas mesmas concentrações da solução de extração dos extratos. O resultado foi expresso em g fruta/g DPPH. 2.9 Análise estatística O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), com três repetições e cinco diferentes diluições para cada amostra. Para 92 comparação de médias foi aplicado o teste de Tukey, a 5% de significância. Os softwares utilizados foram Assistat 7.6 beta. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Flavonóides totais Os teores de flavonoides expressos em mg de quercetina/100 g de peso fresco das amostras de pseudofrutos de caju e cajuí se encontram na Figura 3.1. -- b Amostras maturadas de caju CJMG5 b CJMG4 a CJMG3 b CJMG2 d CJMG1 c CJMP3 e CJMP2 e CJMP1 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 Teor de flavonóides (mg de quercetina/100 g de peso fresco) a Amostras maturadas de cajuí CIMG3 c CIMG2 b CIMG1 d CIMP3 d CIMP2 b CIMP1 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 Teor de flavonóides (mg de quercetina/100 g de peso fresco) Figura 3.1: Teores de Flavonóides totais dos pseudofrutos de caju (A) e cajuí (B) expressos em mg de quercetina/100 g de peso fresco. Colunas seguidas pelas mesmas letras, para cada gráfico, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). Dentre as amostras de caju, observa-se que as amostras coletadas na região de Gurupi, foram as que apresentaram os maiores teores de 93 flavonoides, 0,13 a 1,79 mg de quercetina/100 g de peso fresco, quando comparadas com os teores das amostras colhidas na Região de Palmas, que variaram de 0,17 a 1,19 mg de quercetina/100 g de peso fresco. Para as amostras de cajuí, observa-se que o maior teor de flavonoides, 1,19 mg de quercetina/100 g de peso fresco, foi apresentado por uma das amostras coletadas em Gurupi, seguido por outra amostra coletada em Palmas (0,93) e por uma das amostras coletadas em Gurupi (0,87) em mg de quercetina/100 g de peso fresco. Brito et al. (2007), identificaram e quantificaram 13 flavonóides glicosilados em extratos do pseudofruto do caju,coletados no estado do Ceará tais como 3-O-galactosídeo, 3-O-glucosídeo, 3-O-arabinopiranosídeo dentre outros. Michodjehoun-Mestres et al. (2009a) em trabalho sobre fenóis monoméricos no pseudofruto de caju, observaram que os compostos fenólicos se concentram mais no pericarpo, entretanto os frutos provenientes do Brasil apresentaram-se de modo contrário, e concluiram que esse fruto é pobre em flavonoides (1,00 e 3,72 mg/100 g). Vissotto et al. (2013) encontraram 4 mg catequina equivalente/100 g em polpa de caju provenientes de São Paulo, Brasil. Oliveira et al. (2002) identificaram fenóis, taninos condensados, flavonóis, catequinas, flavonóides, xantonas, flavononas, antocianinas e esteróis em clone de pedúnculo de caju. Huber e Rodriguez-Amaya (2008) apresentam os teores de flavonoides e flavonas em alimentos brasileiros dentre os quais encontra-se o pedúnculo de caju com 13 µg/g parte comestível para quercetina, traços de kampferol e 20 µg/g parte comestível para miricetina, valores este semelhantes para quercetina em variedades de goiaba branca e morango grande, 12 e 11 µg/g parte comestível, respectivamente. Estes autores chamam a atenção quanto às perdas de flavonóides no processamento, especialmente nos derivados de caju onde a polpa de caju apresentou três a seis vezes menos de miricetina e três a oito vezes menos de quercetina em relação à fruta fresca. No trabalho de Agostini-Costa et al. (2000) a quercetina foi o único flavonol identificado nos pseudofrutos de caju. O valor médio dos flavonóides totais para os pseudofrutos de cajuí (0,65 mg de quercetina/100 g de peso fresco) foi superior aos apresentados por Sousa et al. (2011) para resíduos de frutas tropicais 1,01 µg/g. Entretanto, os resultados 94 deste estudo foram bem abaixo dos encontrados por Rufino et al. (2010), que encontraram 63,8 mg/100 g de peso fresco de flavonoides amarelo, em polpas de caju proveniente de Pacajus-CE, Brasil, .Esta diferença reforça a hipótese de que a localização, as condições de solo e espécie influenciam na constituição final do fruto. Rocha (2011) estudando pseudofrutos de Anacardium humile≤ coletados na região de cerrado em Teresina, Piauí, Brasil encontrou teores de flavonoides iguais a 3,12 mg/100g de polpa fresca, porém estes resultados não corroboram com os valores encontrados nos pseudofrutos de cajuí em estudo. Tendo em vista que os mesmos apresentaram teores inferiores aos relatados por Rocha (2011), na ordem de 1,19 mg de quercetina/100 g de peso fresco. 3.2 Fenólicos totais Os teores de fenólicos totais, expressos em mg de GAE/ 100 g de peso fresco, dos pseudofrutos de caju e cajuí, colhidos em diferentes localidades nas regiões de Gurupi e Palmas, encontram- se na Figura 3.2. Os maiores teores de compostos fenólicos, em frutos de caju, foram apresentados pelas amostras colhidas na região de Gurupi com valores variando de 1,94 a 3,27 mg de ácido gálico equivalente/100 g de peso fresco. Apenas uma delas apresentou teor semelhante a algumas amostras de Palmas, que apresentaram menores valores, 0,57 a 1,74 mg de ácido gálico equivalente/100 g de peso fresco. Nas amostras de pedúnculo de cajuí o teor de fenólicos totais variaram de 0,68 a 2,61 mg de ácido gálico equivalente/100 g de peso fresco para as amostras de Palmas e 1,98 a 2,17 mg de ácido gálico equivalente/100 g de peso fresco para as amostras de Gurupi. A amostra CIMP3 diferiu estatisticamente das demais amostras analisadas apresentando menor conteúdo em fenólicos totais, com teor igual a 0,68 mg de ácido gálico equivalente/100 g de peso fresco. A amostra CIMG1 não diferiu estatisticamente das amostras de Palmas CIMP1 e CIMP2, apresentando valores de 2,17; 2,61 e 2,14 mg de ácido gálico equivalente/100 g de peso fresco, respectivamente. 95 -- ab Amostras maturadas de caju CJMG5 a CJMG4 a CJMG3 a CJMG2 bc CJMG1 c CJMP3 c CJMP2 d CJMP1 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 Teor de fenólicos totais (mg de GAE/ 100 g de peso fresco) b Amostras maturadas de cajuí CIMG3 b CIMG2 ab CIMG1 c CIMP3 ab CIMP2 a CIMP1 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 Teor de fenólicos (mg de GAE/ 100 g de peso fresco) Figura 3.2: Teores de compostos fenólicos totais para amostras de caju (A) e cajuí (B) expressos em mg de ácido gálico equivalente / 100 g de peso fresco. Colunas seguidas pelas mesmas letras, para cada gráfico, não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). O teor de fenólicos totais variou de 0,68 a 2,62 mg ácido gálico equivalente/100 g de peso fresco para as amostras de cajuí e de 0,57 a 3,27 mg de ácido gálico equivalente/100 g de peso fresco para as amostras de caju. Melo et al. (2008), encontraram valores de fenólicos totais expressos em equivalente de catequina (µg/mL) em extrato aquoso de caju na ordem de 808,05 ± 32,32, em contrapartida ao extrato acetônico apresentou teor igual a 629,85 ± 31,49. No trabalho de Vieira et al. (2011) os teores de compostos fenólicos totais encontrados para o extrato aquoso do caju foi de 201,61 ± 19,15 mg de ácido gálico/100 g de polpa, enquanto que para o extrato hidroalcóolico observou-se teor igual a 165,07 ± 4,10 mg de ácido gálico/ 100 g de polpa. Estas observações sugerem que para alguns frutos como o caju a forma de obtenção dos extratos interfere na quantificação dos fenólicos totais. Rufino et al. (2010) classificou o caju como pobre em polifenóis. TomázBarberán e Espín (2001) afirmam que a composição fenólica dos frutos é determinada por fatores genéticos e ambientais, mas pode ser modificada por 96 reações oxidativas que ocorrem durante o período de pós-colheita, resultado do processamento e/ou estocagem. Queiroz et al. (2011), quantificou polifenóis totais em pedúnculos de caju em diferentes condições de temperaturas de estocagem e encontrou valores variando de 10,52 a 14,46 em extratos solúveis e 16,86 a 21,23 em extratos hidrolisados expressos em mg ácido gálico equivalente/100 g de peso fresco. Vissoto et al. (2013) encontraram para fenólicos totais em polpa de caju 95 mg de ácido gálico equivalente/100 g. Oliveira et al. (2002) encontraram 0,1 mg ácido gálico equivalente/100 g em clone de pedúnculo de caju. No entanto, Silva et al. (2014) relataram valor de 5286,49 mg de ácido gálico equivalente/100 g para pedúnculo de caju proveniente do Ceará, Brasil. Lima et al. (2007) encontraram para o fruto do cerrado pequi (Caryocar brasiliense, Camb.) teor de fenólicos na ordem de 209 mg/100 g. Melo et al. (2008) encontraram teor de fenólicos expressos em catequina equivalente na ordem de 173,45 µg.mL-1 para manga rosa (Mangifera indica L. var. rosa) e 157,55 µg.mL-1 para manga espada (Mangifera indica L. var espada) em extratos aquosos e 84,15 e 99,45 e µg.mL -1 em extrato acetônico dos mesmos frutos, respectivamente. Pelos dados apresentados, podemos perceber que a região de origem influencia de forma direta a composição dos teores de compostos fenólicos presentes nos frutos. 3.3 Determinação da atividade antioxidante pelo método de redução do ferro (FRAP) A capacidade antioxidante avaliada pela metodologia FRAP, para os pseudofrutos de caju e cajuí, coletados em diferentes localidades das regiões de Gurupi e Palmas, encontram-se na Figura 3.3 A maior atividade antioxidante foi apresentada pelos pseudofrutos de caju coletados na região de Palmas 415,07 µM de sulfato ferroso/g de fruta, sendo muito superior aos valores apresentados pelas demais amostras, que apresentaram atividade antioxidante variável entre 18,41 a 141,10 µM de sulfato ferroso/g de fruta. 97 B A-cd a CIMG3 bc CJMG4 Amostras maturadas de cajuí Amostras maturadas de caju CJMG5 cd CJMG3 cd CJMG2 b CJMG1 a CJMP3 d CJMP2 d CJMP1 b CIMG2 a CIMG1 b CIMP3 b CIMP2 a CIMP1 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 0 Atividade antioxidante (µM de sulfato ferroso/g de fruta) 10 20 30 40 50 Atividade antioxidante (µM de sulfato ferroso/g de fruta) Figura 3.3: Valores médios da atividade antioxidante, determinada pelo ensaio FRAP para amostras maturadas de caju (A) e cajuí (B) provenientes de Palmas e Gurupi expressos em (µM de sulfato ferroso/g de fruta). Colunas seguidas pelas mesmas letras, para cada gráfico , não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). Para as amostras de cajuí destacou-se dentre as demais três amostras sendo estas a CIMG1, CIMG3 e CIMP1, as quais não diferiram estatisticamente entre si obtendo-se valores na faixa de 38,2 a 46,30 µM de sulfato ferroso/g de fruta. Contreras-Calderón et al. (2011) na parte comestível do caju da Colômbia encontraram valor de 125 µmol de trolox equivalente/g de peso fresco, já Rufino et al. (2010) relatam valor de 22,9 µM de sulfato ferroso/g de fruta para o caju proveniente do nordeste brasileiro. Park et al. (2011) encontraram valores variando de 11 a 94,4 µM de equivalente de trolox/g para cultivares de kiwi resultados estes menores que os encontrados para a amostra em destaque deste estudo. Os menores resultados encontrados para as amostras de caju assemelharam-se a fruto do cerrado como a mangaba 18,3 µmol Fe2SO4/g e o maior valor superior a atividade antioxidante da jaboticaba 87,9 µmol Fe2SO4/g (RUFINO et al., 2010). Para a maioria das amostras de caju os resultados apresentaram-se superiores a frutos como buriti (Mauritia flexuosa) 27,8 µmol de trolox equivalente/g de peso fresco e cupuaçu (Theobrama grandiflorum) 4,07 27,8 µmol de trolox equivalente/g de peso fresco (CONTRERAS-CALDERÓN et al. 2011). Todas as amostras mostraram-se superiores a vegetais e legumes comumente consumidos no Brasil como abóbora, beterraba, cenoura e cebola sendo estes com atividade antioxidante inferior a 0,1 µmol Fe2+/mg (TIVERON, 2010). 98 3.4 Determinação da atividade antioxidante pela captura do Radical Livre ABTS•+ Os resultados da atividade antioxidante pelo ensaio ABTS •+ estão expressos em µM de trolox/g de fruta (Figura 3.4 ), assim quanto maior o valor mais forte é o potencial antioxidante (SOUSA, VIEIRA e LIMA, 2011). Verificou-se que para as amostras de caju não houve diferença significativa (p≤0,05) pelo teste de Tukey entre as amostras de Gurupi, entretanto estas diferiram das amostras de Palmas, por sua vez a amostra CJMP3 diferiu estatisticamente dentre as demais com média de 129,05 µM de trolox/ g de fruta. Contreras-Calderón (2011) relatam valor de 115 µM de trolox equivalente /g de fruta para o mesmo método em pedúnculo de caju colhido, resultado que corrobora com o encontrado nesta amostra. -- Amostras maturadas de cajuí Amostras maturadas de caju b CJMG4 b CJMG3 b CJMG2 b CJMG1 a CJMP3 c CJMP2 c CJMP1 b CIMG3 b CJMG5 b CIMG2 a CIMG1 c CIMP3 c CIMP2 b CIMP1 0 20 40 60 80 100 120 Atividade antioxidante (µM de trolox/g de fruta) 140 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 Atividade antioxidante (µM de trolox/g de fruta) Figura 3.4: Média dos resultados para o método ABTS para amostras de caju e cajuí provenientes de Palmas e Gurupi expressos em µM de trolox/g de fruta. Colunas seguidas pelas mesmas letras, para cada gráfico, não diferem estatisticamente entre si de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). Vieira et al. (2011) relatam melhores valores 0,212 em extrato aquoso de caju e 0,561 em extrato hidroalcoólico expressos em mM Trolox/ g de polpa, para capacidade antioxidante total equivalente ao trolox pelo método ABTS e para o cajá, a qual pertence também a família Anarcadiacea, os mesmos autores encontraram valores de 0,140 e 0,219 mM trolox/ g de polpa para extrato aquoso e hidroalcoólico, respectivamente. Canuto et al. (2010) para polpa de caju da Amazônia descreve valores de 1,8 ± 0,4 e 1,5 ± 0,2 µmol.L -1 99 de Trolox para atividade antirradical livre de polpas de cajá e caju, respectivamente. Dembitsky et al. (2011) relatam valores de 5,28 a 27,31 µM equivalente de trolox/g de extrato seco em diferentes extratos de manga, o resultado máximo encontrado equiparam-se aos teores médios das amostras de Gurupi que foram de 21,80 a 24,15 µM de trolox/ g de fruta. Sousa, Vieira e Lima (2011) encontraram valores variando de 0,04 a 0,17 mM.g -1 para resíduos de goiaba (Psidium guayaba L.), acerola (Malpighia glabra L.), abacaxi (Ananas comosus L.), graviola (Annona muricata), bacuri (Platonia insignis) e cupuaçu (Theobrama grandiflorum) provenientes de Teresina-PI, estes valores se assemelham ao maior teor encontrado entre as amostras de caju. A capacidade antioxidante para os pedúnculos de cajuí apresentaram-se abaixo do menor valor encontrado para os resíduos de frutos relatados por Sousa, Vieira e Lima (2011). Entretanto Kukoski et al. (2005) relatam valor de 11,8 a 13,2 µM de trolox/ g de fruta para manga (Mangifera indica L.), valores semelhantes foram encontrados para as amostras de cajuí provenientes de Gurupi 11,48 a 18,68 µM de trolox/ g de fruta, valores estes superiores ao maracujá (Passiflora sp), cupuaçu, graviola , pinha (Ananas comosus L.), goiaba, açaí (Euterpe oleracea Mart.), uva (Vitis vinifera) e morango (Fragaria vesca var.) que variaram de 1,7 a 9,4 µM de trolox/ g de fruta (KUKOSKI et al.,2005). Souza et al. (2012) para o mesmo método encontraram valores variando de 7,31 a 131,58 µmol de trolox equivalente/ g peso fresco em frutos do cerrado. Frutas do nordeste brasileiro apresentaram valores variando de 0,63 a 15,73 µmol de trolox equivalente/g peso fresco (ALMEIDA et al., 2011). Observou-se que os extratos de caju e cajuí apresentaram melhores resultados com variação de 6,1 a 129,05 µM de trolox/ g de fruta e 4,73 a 18,68 µM de trolox/ g de fruta, respectivamente, valores estes superiores a fruto largamente consumido no Brasil como o açaí (Euterpe oleraceae Mart.) com valor de 2,78 µmol trolox/100 g em matéria seca (GÓRDON et al., 2012). 100 3.5 Determinação da atividade antioxidante pelo método de captura do Radical Livre DPPH• Os resultados da atividade antioxidante dos pseudofrutos de caju e cajuí, determinada pelo método do radical livre DPPH (2,2-Difenil-1-picril-hidrazil), encontram-se apresentados na Figura 3.6 Para as amostras de caju de Gurupi não houve diferença significativa (p≤0,05) entre as mesmas. Para as amostras de Palmas a amostra CJMP3 diferiu estatisticamente das demais, entretanto não diferiu estatisticamente da amostra CJMG2. B -- c Amostras maturadas de caju CJMG5 c CIMG3 c CJMG4 Amostras maturadas de cajuí A c CJMG3 bc CJMG2 c CJMG1 b CJMP3 a CJMP2 a CJMP1 cd CIMG2 d CIMG1 b CIMP3 a CIMP2 b CIMP1 0 2000 4000 6000 8000 10000 Atividade antioxidante (g fruta/ g DPPH) 12000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 Atividade antioxidante (g fruta/g de DPPH) Figura 3.5: Atividade antioxidante para amostras de caju e cajuí pelo método de captura do radical livre DPPH (g fruta/ g DPPH). Colunas seguidas pelas mesmas letras, para cada gráfico, não diferem estatisticamente entre si de acordo com o Teste de Tukey (p≤0,05). Entre as amostras de Palmas, a amostra CIMP2 diferiu estatisticamente das demais, apresentando menor poder antioxidante, já que quanto maior o resultado menor sua capacidade antioxidante. Rufino et al. (2010) relatam valores para o mesmo método para amostra de caju de 906 g/g DPPH em matéria seca, os resultados aqui constatados são expressos em peso fresco. Para os padrões ácido ascórbico e BHT utilizados foram encontrados valores de 1,04 ± 0,00 e 1,24 ± 0,31 g/ g DPPH, respectivamente. Os resultados variaram de 2743,25 a 11995,83 g fruta/ g DPPH para as amostras de cajuí e de 1798,55 a 9565,74 g fruta/ g DPPH para as amostras de caju, evidenciando-se que as amostras de cajuí possuem mais poder antioxidante. Rufino et al. (2010) relatam valores de 9387 g/g DPPH para cajá e 101 7142 g/g DPPH para caju proveniente de Pacajus, Ceará, Brasil. No entanto para caju arbóreo proveniente do cerrado de Goiás são relatados melhores valores variando de 821,31 a 1546,63 g fruta/g DPPH (CARVALHO et al. 2013). Estes dados são compatíveis com grande parte dos resultados encontrados. 102 4 CONCLUSÃO Os pseudofrutos possuem baixa concentração de fenólicos totais e flavonoides quando comparados a pseudofrutos de outras regiões do Brasil, entretanto, em concentrações superiores a frutos como a manga que pertence a mesma família. Algumas amostras se destacam quanto a capacidade antioxidante, quando avaliadas pelos métodos FRAP e ABTS. Pelo método ABTS observa-se que as amostras do Cerrado Tocantinense se assemelham a capacidade antioxidante de resíduos de polpa de frutas como acerola e abacaxi. As amostras de cajuí se mostram superiores quanto a capacidade antioxidante frente a frutos como maracujá, açaí, uva, goiaba e morango. Quanto a captura do radical livre DPPH• os pseudofrutos do Cerrado Tocantinense apresentam baixo poder antioxidante quando comparados aos pseudofrutos do estado de Goiás, onde as amostras de cajuí apresentam-se com melhores resultados. 103 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGOSTINI-COSTA, T. DA S.; VIEIRA, R. F.; NAVES, R. V. Caju, identidade tropical que exala saúde. In: CENARGENDA on line. Embrapa Recursos Genéticos, ano 1, n. 50, 19 a 25 dez., 2005. Disponível em:<http://www.cenargen.embrapa.br/cenargenda/divulgacao2005/caju.pdf> Acesso em: 30 out. 2013. AGOSTINI-COSTA, T. S. et al. 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A cultura do caju é importante no cenário do desenvolvimento regional sustentável, do nordeste brasileiro a qual pode vir a ser significante para o Estado do Tocantins quando agregado ao conhecimento, houver incentivos financeiros, logística de produção e tecnologias que proporcionem um melhor aproveitamento dos pendúculos de caju. 107 ANEXOS ANEXO A – Curvas Padrão para compostos fenólicos e flavonóides Figura A- 1: Curva padrão para fenólicos totais. Figura A- 2: Curva padrão para flavonóides totais. 108 ANEXO B – Curvas Padrão para os métodos FRAP, ABTS e DPPH Figura B- 1: Curva padrão para o método FRAP. Figura B- 2: Curvas padrão para o método ABTS. 109 Figura B- 3: Curvas padrão para o método DPPH. 110 ANEXO C – QUADROS DE ANÁLISE ESTATÍSTICA Tabela C - 1: Análise estatística para determinação de firmeza. ANÁLISE ESTATÍSTICA PARA DETERMINAÇÃO DE FIRMEZA Clorofila total: Amostras verdes Palmas e Gurupi – Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 2 6 8 10,9248 49,06082 0,11122 49,17204 24,53041 0,01854 13,23,3185** MG 5,32222 dms 0,34115 CV% 2,56 Ponto Médio 5,43167 Tabela C - 2: Quadro de análise estatística para pH. ANÁLISE ESTATÍSTICA pH pH: Amostras verdes e maduras de Palmas e Gurupi – Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 15 32 47 2,6556 4,38103 0,17627 4,5573 0,29207 0,00551 53,0231** MG dms CV% 3,68354 0,22475 2,01 Ponto Médio 3,79 pH: Amostras verdes e maduras de Palmas e Gurupi - Cajuí FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 11 24 35 3,0936 1,7486 0,3278 2,0764 0,15896 0,01366 11,6386** MG dms CV% 3,68 0,34412 3,18 Ponto Médio 3,695 111 Tabela C - 3: Quadro de análise estatística para acidez. ANÁLISE ESTATÍSTICA ACIDEZ Acidez: Amostras verdes e maduras de Palmas - Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 1,94332 0,11224 2,05556 0,38866 0,00935 41,5548** MG Ponto Médio 0,26522 9,85 0,99939 Acidez: Amostras verdes e maduras de Palmas - Cajuí Dms CV% FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 1,46538 0,14301 1,6084 0,29308 0,01192 24,5913** MG Dms CV% 0,97267 0,29939 11,22 0,98144 Ponto Médio 1,01446 Acidez: Amostras verdes e maduras de Gurupi - Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 9 20 29 3,4567 1,72163 0,12671 1,84834 0,19129 0,00634 30,1948** MG Ponto Médio 0,23023 9,64 0,87162 Acidez: Amostras verdes e maduras de Gurupi - Cajuí Dms CV% FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 2,16528 0,28746 2,45274 0,43306 0,02395 18,0779** MG Dms CV% 1,46737 0,42445 10,55 0,82608 Ponto Médio 1,53611 112 Tabela C - 4: Quadro de análise estatística para sólidos solúveis. ANÁLISE ESTATÍSTICA SÓLIDOS SOLÚVEIS Sólidos solúveis: Amostras verdes Palmas e Gurupi – Caju e Cajuí FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 13 28 41 2,0884 103,6012 94,25 197,8512 7,96932 3,36607 2,3675* Ponto Médio 11,19048 5,48544 16,4 12,375 Sólidos solúveis: Amostras maduras Palmas e Gurupi – Caju e Cajuí MG dms CV% FV GL SQ Tratamentos Resíduo Total F-crit 13 28 41 2,0884 206,4941 209,4167 415,9107 MG dms CV% Ponto Médio 18,95 18,75 14,42857 8,17666 QM F 15,88416 2,1238* 7,47917 113 Tabela C - 5: Quadro de análise estatística para colorimetria do cajuí. ANÁLISE ESTATÍSTICA COLORIMETRIA Cor L* : Amostras verdes e maduras Gurupi e Palmas - Cajuí FV Tratamento s Resíduo Total F-crit MG 31,12972 FV Tratamento s Resíduo Total F-crit MG 20,4875 FV Tratamento s Resíduo Total F-crit MG 29,2675 GL SQ QM F 11 2971,3637 270,12397 7,1028** 24 35 3,0936 912,7366 3884,1003 38,03069 Ponto Médio 18,15836 19,81 36,055 Cor b* : Amostras verdes e maduras Gurupi e Palmas - Cajuí dms CV% GL SQ QM F 11 1777,12588 161,5569 5,7469** 24 35 3,0936 674,6878 2451,81368 28,1199 Ponto Médio 15,61189 25,88 19,91 C : Amostras verdes e maduras Gurupi e Palmas - Cajuí dms CV% GL SQ QM F 11 2106,01001 191,45546 4,4855** 24 35 3,0936 1024,39187 3130,40188 42,68299 Ponto Médio 19,23698 22,32 29,665 H : Amostras verdes e maduras Gurupi e Palmas – Cajuí dms CV% GL SQ FV Tratamento s Resíduo Total F-crit 11 43328,89816 24 35 3,0936 1048,39307 44377,29123 MG dms CV% 77,66639 19,46104 8,51 QM F 3938,99074 90,1721** 43,68304 Ponto Médio 70,08 114 Tabela C - 6: Quadro de análise estatística para colorimetria do caju. ANÁLISE ESTATÍSTICA COLORIMETRIA Cor L* : Amostras verdes e maduras Gurupi e Palmas – Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 15 32 47 2,6556 15621,95843 1537,31093 17159,26937 1041,4639 48,04097 21,6787** MG 45,16083 Ponto Médio 20,98895 15,35 47,4 Cor b* : Amostras verdes e maduras Gurupi e Palmas - Caju dms CV% FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 15 32 47 2,6556 3100,1696 1023,6116 4123,7812 206,67797 31,98786 6,4611** MG dms CV% 29,25 17,12685 19,34 Ponto Médio 26,39 C : Amostras verdes e maduras Gurupi e Palmas - Caju FV Tratamentos Resíduo Total F-crit MG GL SQ 15 32 47 QM 3816,9779 1273,61333 5090,59123 F 254,46519 6,3935** 39,80042 2,6556 Ponto Médio 19,10419 16,17 37,615 H : Amostras verdes e maduras Gurupi e Palmas - Caju dms CV% FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 15 32 47 2,6556 64443,94938 687,67867 65131,62805 4296,2633 21,48996 199,9196** MG 76,09771 dms 14,03792 CV% 6,09 39,01688 Ponto Médio 71,925 115 Tabela C - 7: Quadro de análise estatística para vitamina C. ANÁLISE ESTATÍSTICA VITAMINA C Vitamina C: Amostras verdes e maduras Palmas - Cajuí FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 9367,82244 3475,84213 12843,6646 1873,56449 289,65351 6,4683** MG Ponto Médio 46,67372 22,85 78,71692 Vitamina C: Amostras verdes e maduras Gurupi - Cajuí dms CV% FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 87206,3726 1752,85545 88959,228 17441,2745 146,07129 119,4025** MG dms CV% 72,55619 33,1448 16,66 74,46959 Ponto Médio 121,78633 Vitamina C: Amostras verdes e maduras Palmas - Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 9012,22806 1527,79775 10540,0258 1802,4456 127,31648 14,1572** MG Ponto Médio 3094392 15,25 93,62842 Vitamina C: Amostras verdes e maduras Gurupi - Caju dms CV% FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 9 20 29 3,4567 4257,1228 273,00632 4530,12912 473,01364 13,65032 34,6522** MG dms CV% 10,68682 11,33 74,00254 32,59921 Ponto Médio 35,60408 116 Tabela C - 8: Quadro de análise estatística para clorofila a. ANÁLISE ESTATÍSTICA PARA DETERMINAÇÃO DE PIGMENTOS Clorofila a: Amostras verdes e maduras de caju de Palmas FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 97,32752 7,02033 104,3479 19,4655 0,58503 33,2728** MG Ponto Médio 2,09759 29,74 3,63 Clorofila a: Amostras verdes e maduras de caju de Gurupi dms CV% FV GL SQ Tratamentos Resíduo Total F-crit 9 20 29 3,4567 90,46567 16,7562 107,2219 MG dms CV% 3,981 2,64759 22,99 2,57167 QM F 10,05174 11,9976** 0,83781 Ponto Médio 5,09 Clorofila a: Amostras verdes e maduras de cajuí de Palmas FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 79,94218 22,52787 102,47 15,98844 1,87732 8,5166** MG Ponto Médio 3,75753 59,2 4,235 Clorofila a: Amostras verdes e maduras de cajuí de Gurupi dms CV% FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 49,65512 5,44893 55,10405 9,93102 0,45408 21,8708** MG dms CV% 4,50167 1,84798 14,97 2,31444 Ponto Médio 5,19 117 Tabela C - 9: Quadro de análise estatística para clorofila b. ANÁLISE ESTATÍSTICA PARA DETERMINAÇÃO DE PIGMENTOS Clorofila b: Amostras verdes e maduras de Palmas – Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 3,1059 10,83129 7,6174 18,44869 2,16626 0,63478 3,4126* MG dms CV% 13,94944 2,18497 5,71 Clorofila b: Amostras verdes e maduras Gurupi - Caju Ponto Médio 14,455 FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 9 20 29 2,3928 25,04405 16,45627 41,50032 2,78267 0,82281 3,3819* MG dms CV% 4,646 2,62378 19,52 Ponto Médio 4,79 Clorofila b: Amostras verdes e maduras Palmas – Cajuí FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 3,1059 6,99913 4,04347 11,0426 1,39983 0,33696 4,1543* MG dms CV% 13,82333 1,59191 4,2 Clorofila b: Amostras verdes e maduras de Gurupi - Cajuí Ponto Médio 13,885 FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 3,1059 9,82572 4,81313 14,63885 1,96514 0,40109 4,8995* MG dms CV% 4,935 1,73683 12,83 Ponto Médio 4,88 118 Tabela C - 10: Quadro de análise estatística para clorofila total. ANÁLISE ESTATÍSTICA PARA DETERMINAÇÃO DE PIGMENTOS Clorofila total: Amostras verdes e maduras Palmas – Caju FV GL SQ Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 157,9669 27,88167 185,8486 MG QM F 31,59338 13,5975** 2,32347 Ponto Médio 4,18025 9,23 17,435 Clorofila total: Amostras verdes e maduras Gurupi – Caju dms CV% FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 9 20 29 3,4567 172,3679 55,07467 227,4425 19,15199 2,75373 6,9549** MG dms CV% 8,62767 4,79997 19,23 16,51889 Ponto Médio 9,46 Clorofila total: amostras verdes e maduras Palmas – Cajuí FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 116,0894 38,52967 154,619 23,21788 3,21081 7,2312** MG Ponto Médio 4,91406 11,11 17,5 Clorofila total: Amostras verdes e maduras Gurupi – Cajuí dms CV% FV GL SQ Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 76,73671 10,78493 87,52164 MG dms CV% 9,43556 2,59987 10,05 16,13556 QM F 15,34734 17,0764** 0,89874 Ponto Médio 8,935 119 Tabela C - 11: Quadro de análise estatística comparativo dos locais de coleta para clorofila a. ANÁLISE ESTATÍSTICA PARA DETERMINAÇÃO DE PIGMENTOS Clorofila a: Amostras verdes Palmas e Gurupi – Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 7 16 23 2,6572 34,45405 21,1 55,55405 4,92201 1,31875 3,7323* MG dms CV% 5,2375 Ponto Médio 3,24875 21,93 Clorofila a: Amostras maduras Palmas e Gurupi - Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 7 16 23 4,0259 22,74532 2,67653 25,42185 3,24933 0,16728 19,4241** MG dms CV% 1,6675 1,15708 24,53 Ponto Médio 1,82 Clorofila a: Amostras verdes Palmas e Gurupi – Cajuí FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 3,1059 41,46443 25,43453 66,89896 8,29289 2,11954 3,9126* MG Ponto Médio 3,99259 28,67 5,045 Clorofila a: amostras maduras Palmas e Gurupi – Cajuí dms CV% FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 30,88811 2,54227 33,43038 6,17762 0,21186 29,1596** MG dms CV% 1,738889 1,26227 26,47 5,07722 Ponto Médio 1,92 120 Tabela C - 12: Quadro de análise estatística comparativo dos locais de coleta para clorofila b. ANÁLISE ESTATÍSTICA PARA DETERMINAÇÃO DE PIGMENTOS Clorofila b: Amostras verdes Palmas e Gurupi – Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 7 16 23 4,0259 484,538 15,56713 500,1051 69,21971 0,97295 71,14445** MG dms CV% Ponto Médio 8,74958 2,79049 11,27 9,88 Clorofila b: Amostras maduras Palmas e Gurupi – Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 7 16 23 4,0259 506,9283 8,50653 515,4348 72,41832 0,53166 136,2121** MG dms CV% Ponto Médio 7,52 2,06278 9,7 8,85 Clorofila b: Amostras verdes Palmas e Gurupi - Cajuí FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 380,0081 4,30733 384,3154 76,00162 0,35894 211,7364** dms CV% Ponto Médio MG 9,66444 1,64303 6,2 9,73 Clorofila b: Amostras maduras Palmas e Gurupi - Cajuí FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 344,9092 4,54927 349,4584 68,98183 0,37911 181,9594** MG 9,09389 dms 1,68855 CV% 6,77 Ponto Médio 8,975 121 Tabela C - 13: Quadro de análise estatística comparativo dos locais de coleta para clorofila total. ANÁLISE ESTATÍSTICA PARA DETERMINAÇÃO DE PIGMENTOS Clorofila total: Amostras verdes Palmas e Gurupi – Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 7 16 23 4,0259 405,4161 63,39013 468,8062 57,91658 3,96188 14,6184** MG dms CV% 13,98792 5,63101 14,23 Ponto Médio 14,825 Clorofila total: Amostras maduras Palmas e Gurupi - Caju FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 7 16 23 4,0259 348,7518 19,5662 368,318 49,82168 1,22289 40,7410** MG dms CV% 9,18583 3,12845 12,04 Clorofila total: Amostras verdes Palmas e Gurupi - Cajuí Ponto Médio 10,55 FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 273,9057 36,60787 310,5136 54,78115 3,05066 17,9572** MG Ponto Médio 4,78994 11,85 15,575 Clorofila total: Amostras maduras Palmas e Gurupi- Cajuí dms CV% FV GL SQ QM F Tratamentos Resíduo Total F-crit 5 12 17 5,0643 185,4156 12,70673 198,1224 37,08313 1,05889 35,0206** MG dms CV% 10,83111 2,82202 9,5 14,74 Ponto Médio 10,52