Ano IX - Número 102 - Julho de 2015 WWW.PAROQUIASANTATERESINHA.COM.BR em ação Os 10 Mandamentos “Deus me deu pais mais dignos do céu do que da terra” Santa Teresinha Domingo é dia de descanso? 4 Adoção Pai e mãe é quem gera ou quem cria? 7 Cidadania Tudo que é bom é ilegal e imoral ou engorda? 12 Juventude E aí, vai fazer o que em agosto? 13 Editorial Chuva de rosas O que você faz fala mais alto do que o que você diz. Essa máxima deveria ser recitada por todos os pais e mães diariamente ao acordar, para lembrarem-se da força do exemplo na educação de seus filhos. E se alguém duvida dessa força, leia com atenção a última página desta edição, onde o estudioso Ítalo Fasanella, “especialista” na vida dos próximos santos Luís e Zélia, pais de Santa Teresinha, mostra que embora nossa santinha tenha sido canonizada antes, seus pais foram os grandes responsáveis pela sua santidade e têm agora reconhecidos seus méritos de também santidade. Mais um exemplo? Papa Francisco, ao visitar a Basílica de Maria Auxiliadora, em Turim, afirmou que Mamãe Margarida educou o coração de Dom Bosco com muito amor. Em suas palavras, “impossível compreender Dom Bosco sem sua mãe Margarida” e convida toda a Família Salesiana a tomá-la como modelo de educação dos jovens. E o exemplo vai passando dos pais para os filhos, mesmo que esses filhos não sejam gerados por eles, como nos fala Rose Meire na página 7, abordando o tema da adoção. E a família, que começa sempre no matrimônio, só vai ser uma família capaz de bons exemplos se a preparação para o matrimônio for bem feita e nisso nossa paróquia é mestra. Basta conhecer na página 11 a história dessa preparação que tem excelentes resultados nos seus objetivos. E é em busca desses objetivos de formar boas famílias que nosso pastor Dom Sérgio, em sua coluna na página 3, recomenda um carinho e um cuidado especial na formulação da Semana da Família que virá em agosto. Mas não é só a Semana da Família que virá em agosto. Virá também uma novidade para toda a juventude de nossa paróquia: a formação de uma Pastoral da Juventude, com uma “tchurma” animada como nos mostra a página 13. Naturalmente estamos falando desde já de agosto, porque neste ano, também em agosto, celebraremos o aniversário de 200 anos de Dom Bosco, e a nossa tradicional Romaria virá com uma programação especial cujos detalhes você tem nas páginas 10 e 15. Mas não esquecemos ou “pulamos” o mês de julho. Julho é mês de férias e férias lembra descanso e a Igreja não se descuida disso; trata do descanso com sábias recomendações, como nos mostra Dom Hilário na página 4, refletindo sobre o terceiro dos Dez Mandamentos. Depois de tanta novidade boa nesta edição, só nos resta então desejar boas férias e excelente leitura. E até agosto! SC Carlos R. Minozzi [email protected] facebook.com/pascomst Expediente em ação Santa Teresinha Em Ação Publicação da Paróquia Santa Teresinha – Arquidiocese de São Paulo – Região Episcopal Santana Distribuição interna, sem fins lucrativos. Paróquia: Praça Domingos Correia da Cruz, 140, Santa Terezinha - Cep.: 02405-06 0 - São Paulo - SP Tel.: (11) 2979-8161 Site: www.paroquiasantateresinha.com.br Diretor: Pe. Camilo Profiro da Silva, SDB Jornalista responsável: Daya Lima - MTb 48.108 Egom Editora e Comunicação (11) 3263-1124 Arte e diagramação: Toy Box Ideas Pesquisa: PASCOM Revisão: PASCOM Fotos: PASCOM e Banco de Imagens Impressão: Gráfica Atlântica Tel. (11) 4615-4680 Tiragem: 3.000 exemplares email:[email protected] Capa: Santa Teresinha criança com seus pais. Imagem cedida por Italo Fasanella, fundador da comunidade Sagrada Família. O Jornal Santa Teresinha Em Ação reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores. 2 • Santa Teresinha em Ação Santa Teresinha por toda a vida O casal Sandra Maria Corradini de Almeida Cruz e Oswaldo Almeida Cruz Junior tem sua história de vida plenamente próxima à Santa Teresinha. Desde o casamento em 1º outubro de 1983, dia da Santa Padroeira, o casal vive o reavivamento da devoção em bênçãos permanentes. “Nos casamos em 01.10.1983 (dia de nossa padroeira Santa Teresinha) na Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, pois era uma tradição da família da Sandra casar-se nessa Igreja, mas sempre frequentamos a Igreja de Santa Teresinha, pois nascemos no bairro. Quando completamos 25 anos de casados em 01.10.2008 (quarta-feira), fomos à missa para colocarmos em Ação de Graças, era festa da nossa padroeira, a missa estava lotada, até o Bispo estava presente nas comemorações. Falamos com o padre da época para que se Horários das Missas Segundas-feiras, às 16h30 e 19h30 De terça a sexta, às 8h e 19h30 Aos sábados, às 8h e às 16h Aos domingos, às 7h30, 9h30, 11h, 18h e 19h30 Adoração: todas as quintas, 8h e 19h30 e, nas primeiras sextas do mês, às 7h30 possível nos desse uma bênção, mas ele nos instruiu a deixarmos para outro dia. Na verdade, ficamos um pouco chateados, mas entendemos a situação. De qualquer forma, para registrarmos esse dia, nossa filha quis tirar uma foto ao final da missa, então timidamente subimos em um canto do altar, ela bateu a foto e naquele momento apenas verificamos se a foto estava enquadrada e fomos embora. Ao chegarmos em casa, minha filha passou a foto da máquina fotográfica para o computador e qual não foi a nossa surpresa quando vimos a foto ampliada e Santa Teresinha com as mãos sobre nossas cabeças nos abençoando! Mais uma vez recebemos sua Chuva de Rosas em nossas vidas!! Temos somente a agradecer pelo nosso casamento e tantas bênçãos que recebemos nesses quase 32 anos de união!” Horário da secretaria: De segunda à sexta, das 8h às 12h e das 13h às 19h30 Aos sábados, das 8h ao 12h e das 13h às 18h Tel. (11) 2979-8161 Apoiaram esta edição: Recolast Ambiental 3437-7450 Bolos da Guria 2978-8581 e outros 6 apoiadores palavra do pastor É hora da família Q uase todas as Paróquias e Comunidades celebram, com beleza e entusiasmo, a Semana da Família, que tem início sempre com o Dia dos Pais e termina no sábado seguinte. Mas algumas Paróquias e Comunidades, mesmo tendo pessoas de boa vontade, celebram a Semana da Família de maneira sofrível, apresentando, apenas, uma pequena mensagem no Dia dos Pais e, talvez, uma atividade durante a semana. O que ocorre? Por que algumas comunidades não conseguem preparar bem esta ação pastoral? Em primeiro lugar, devemos ter claro que, para preparar com esmero a Semana da Família, não é suficiente a boa vontade. Em segundo lugar, é necessário que se observe qual o lugar do evangelho da família na catequese, na liturgia, na pregação dos sacerdotes, ou seja: será que a evangelização da família está no centro de atenções da Paróquia? Em terceiro lugar, há subsídio adequado sobre a família para organizar a referida Semana? Caso sua Comunidade ou Paróquia esteja na situação acima descrita, não desanime. Temos ainda um mês e há tempo suficiente para dar um passo de qualidade no cuidado com a família. Não organizem a Semana da Família somente para ter uma atividade, mas façam como quem acredita na família como ‘lugar’ onde se vive o amor, como espaço privilegiado a fim de ensinar as novas gerações a amar e serem amadas. Não organizem a Semana da Família somente para ter uma atividade, mas façam como quem acredita na família como ‘lugar’ onde se vive o amor Iniciando a preparação da Semana da Família com uma motivação alta à medida do próprio Deus, em Jesus Cristo, não faltará criatividade, compromisso genuíno, dedicação e ousadia. Como exemplo, vejam como o Papa Francisco acredita na família: “É o lugar onde se aprende a amar, o centro natural da vida humana. É feita de rostos de pessoas que amam, dialogam, sacrificam-se pelos outros e defendem a vida, sobretudo a mais frágil e débil. Sem exagerar, poder-se-ia dizer que a família é o motor do mundo e da história” (Papa Francisco. Aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho da Família). Além da motivação e da criatividade, devemos nos apoiar em subsídios adequados e atualizados. Nesse ponto, a Comissão Episcopal para a Vida e a Família nos ajuda muito, pois edita todos os anos a “Hora da Família”, com um tema específico sobre a evangelização da família e belíssimas sugestões de celebrações e encontros de estudo. A edição 2015 do “Hora da Família” propõe para reflexão “O amor é a nossa missão: a família plenamente viva”, e traz na capa do subsídio uma imagem do papa Francisco rodeado de crianças alegres com balões, celebrando a família. O amor é a nossa missão; é, também, o tema do 8º Encontro Mundial das Famílias, que acontecerá em setembro nos Estados Unidos, com a presença do Papa Francisco. A “Hora da família” está disponível nas livrarias, mas caso vocês não consigam encontrar, entrem em contato com a Cúria Regional ou com os Coordenadores da Pastoral Familiar da Região Episcopal, que nós estaremos à disposição para ajudar nesta bela missão em favor da família, porque o Amor é a nossa missão. Dom Sergio de Deus Borges Vigário Episcopal para a Região Santana facebook.com/sergio.borges.56211 Palavra do pároco Somos Dom Bosco que caminha N o mês de julho, mais especificamente no dia 14, completa-se mais um aniversário da chegada dos salesianos no Brasil. A tradição diz que, ao chegarem, encontraram a casa que lhes era destinada fechada, de modo que tiveram de entrar pela janela. Sempre refazendo-se à tradição, os vizinhos, num gesto de boas vindas (e também porque ainda não tinham praticamente nada em casa), ofereceram aos recém chegados queijo e rapadura. Se a história decorreu desta forma ou não, é um campo aberto à pesquisa. É um fato, porém, que daquela longínqua data até hoje, o percurso dos filhos de dom Bosco foi – é ainda – luminoso. Seguindo o santo fundador, desenvolveram uma série de trabalhos que resultaram em obras que testemunham o vigor do carisma salesiano. As comemorações do dia 14 precedem quase exatamente de um mês a celebração do bicentenário do nascimento de são João Bosco. Graças a ele, temos a beleza do trabalho desenvolvido por seus filhos e filhas em todo o mundo. Graças à sua fidelidade, ainda hoje os seus seguidores promovem em todos os lugares o bem e a evangelização, sobretudo dos jovens. Graças ao seu espírito, a Família Salesiana é uma realidade que adorna e enriquece a Mãe Igreja. Tudo isto vai confluir, seguramente, em novas intuições, em novos serviços, em criativas intervenções a favor da juventude. Celebrar estas datas não é tanto olhar o passado quanto projetar o futuro. Somos herdeiros de um carisma, de algo vivo, vibrante, de um legado que nos torna protagonistas na busca de novos horizontes. Ser, como se diz já há bastante tempo, ‘dom Bosco vivo hoje, para os jovens de hoje’. O papa Francisco tem insistido, desde o início do seu pontificado, em que a Igreja deve estar em saída. Visitando os lugares salesianos em Turim, recordou que uma característica dos seguidores de dom Bosco é a alegria. Alegres, portanto, e em saída, buscando os preferidos do santo fundador ali onde se encontram, hoje. Vamos, então, fazer festa. Vamos comemorar estas datas felizes. Vamos, juntos, cantando ‘somos dom Bosco que caminha’, deixar-nos levar pelo sopro do Espírito, construindo já o terceiro centenário do nascimento do Pai e Mestre da juventude. O Pai, e com ele, os filhos, têm os pés no presente, mas o coração na construção do futuro. Um abraço carinhoso a todos Pe. Camilo P. da Silva, sdb Pároco www.facebook.com/cpsdb Graças à sua fidelidade, ainda hoje os seus seguidores promovem em todos os lugares o bem e a evangelização, sobretudo dos jovens Santa Teresinha em Ação • 3 Os 10 Mandamentos O Domingo, dia do Senhor, é também o dia da Eucaristia A melhor forma de praticar o terceiro mandamento e de prestar culto a Deus no Dia do Senhor é a celebração da Eucaristia N ão há ato de culto mais sublime: a Eucaristia torna presente no tempo e no espaço o único sacrifício de Jesus na cruz, sua morte e ressurreição, sacrifício que salvou o mundo; além disso, participamos da Eucaristia comungando o Corpo e o Sangue do Senhor. Nada pode adorar e louvar mais a Deus, agradecer-lhe os imensos benefícios, implorar o perdão dos pecados e pedir a ajuda de que necessitamos, do que a Eucaristia ou Santa Missa. Ela é o coração do domingo. Tem grande importância participar da comunidade cristã no Dia do Senhor. Aliás, a Eucaristia é por si mesma uma celebração de cunho comunitário. Este é o sentido da comunhão eucarística: comunga-se o Corpo e o Sangue de Jesus a fim de ter forças para, ao longo da semana, comungar na caridade com todos os irmãos e irmãs que, no Dia do Senhor, se reúnem em torno do próprio Jesus. Participar da Missa em comunidade significa que temos consciência de pertencer a Cristo e de querermos ser fiéis a ele e à sua Igreja. Onde não for possível haver a celebração eucarística dominical por falta de ministro sagrado, a Igreja recomenda que participemos da Liturgia da Palavra (culto) na própria comunidade, de acordo com as orientações do bispo diocesano. Não havendo culto, seria conveniente que cada um, sozinho, em família ou em grupos de famílias, se dedicasse à leitura e meditação da Palavra de Deus e à oração. Todavia, podendo participar da Eucaristia, mesmo tendo que locomover-se com algum sacrifício, sempre deve prevalecer a participação na Eucaristia dominical. A respeito da suspensão do trabalho aos domingos, convém considerar quanto afirma o Catecismo da Igreja Católica: “A vida humana é ritmada pelo trabalho e pelo repouso. A instituição do Dia do Senhor contribui para que todos desfrutem do tempo de repouso e de lazer suficiente que lhes permita cultivar sua vida familiar, cultural, social e religiosa” (n. 2181). Isso supõe evitar os trabalhos ou atividades que impedem fazer do domingo um dia de culto, dia de alegria, de prática do bem (obras de misericórdia) e de descanso para o corpo e o espírito. Evidentemente, há exceções: necessidades familiares ou uma grande utilidade social são motivos legítimos para dispensa do preceito do repouso dominical, mas com o cuidado para que isso não se transforme em hábito injustificado, com prejuízo para a religião, a família e às vezes até para a saúde. Além do descanso, há outras formas de preencher o domingo. A pobreza e a miséria muitas vezes não permitem descanso ou lazer, embora todos tenham as mesmas necessidades e os mesmos direitos. As obras de misericórdia para com os mais necessitados, o cuidado dos doentes, idosos e crianças... são ótimas ocasiões para a piedade cristã se exercitar aos domingos. Também a família e os parentes merecem atenção nesse dia. O domingo, igualmente, é também tempo de reflexão, silêncio, cultura, oração, enfim, de tudo o que ajuda a crescer na vida interior. Afi- Segundo o Catecismo da Igreja Católica Resumindo: 2189. “Guarda o dia do sábado para o santificar” (Dt 5, 12). “O sétimo dia será um dia de repouso completo, consagrado ao Senhor” (Ex 31, 15). 2190. O sábado, que representava o acabamento da primeira criação, é substituído pelo domingo, que lembra a criação nova, inaugurada na ressurreição de Cristo. 2191. A Igreja celebra o dia da ressurreição de Cristo no oitavo dia que, com razão, se chama dia do Senhor ou domingo (109). 2192. “O domingo [...] deve guardar-se em toda a Igreja como o primordial dia festivo de preceito” (110). “No domingo e outros dias santos de preceito, os fiéis têm obrigação de participar na Missa” (111). 2193. “No domingo e nos outros dias festivos de preceito, os fiéis [...] abstenham-se daqueles trabalhos e negócios que impeçam o culto a prestar a Deus, a alegria própria do dia do Senhor ou o devido descanso do espírito e do corpo” (112). 2194. A instituição do domingo contribui para que “todos gozem do tempo suficiente de repouso e lazer, que lhes permita atender vida familiar, cultural, social e religiosa”(113). 2195. Todo o cristão deve evitar impor a outrem, sem necessidade, o que o impeça de guardar o Dia do Senhor. 4 • Santa Teresinha em Ação nal, acima de tudo, somos filhos e filhas de Deus. Por isso tudo, aos domingos e dias santos, evite-se impor trabalhos a outros. Se as necessidades sociais o exigirem, será preciso encontrar modos de proporcionar tempo para o lazer em outros momentos. É obrigação dos poderes públicos respeitar a consciência dos fiéis e dar-lhes oportunidades de repouso dominical e de prática religiosa no Dia do Senhor. Idêntica obrigação têm os patrões para com seus empregados. Se alguma pessoa ficar totalmente impedida de celebrar o Dia do Senhor, procure de alguma maneira elevar seu coração a Deus, em união com todos os que nesse dia participam da Eucaristia, adoram e louvam ao Senhor. Finalmente, o domingo exige também que se evite a falta de moderação nas diversões e as violências causadas por elas. Dom Hilário Moser, SDB Bispo Emérito de Tubarão - SC [email protected] Estreia 2015 Como Dom Bosco: Viver com os jovens! C onforme dissemos em nossa última edição, fazendo um confronto com todo o exposto naquela ocasião, constata-se que Dom Bosco quer os seus no meio dos jovens por aqueles dois motivos, de igual valor: primeiro porque o jovem enfrenta um período complicado de mudanças que envolvem toda a sua estrutura humana, desde a corporal, psíquica, cognitiva, espiritual, social, cultural e isso o deixa mais vulnerável e susceptível às situações desafiadoras que lhe cobram relações mais profundas e responsáveis com o mundo em que vive. Ele não está pronto para todas essas exigências e precisa de adultos preparados que os acompanhem neste momento, não para ditar regras e impor padrões de comportamento, mas para orientar, acompanhar e apoiar suas boas intenções. Segundo, porque estando ao lado do jovem, o adulto se renova, revigora e também encontra apoio e orientação para não deixar morrer a imponência da vida que floresce na juventude e faz com que o coração seja sempre alegre, bonito, disposto, ou seja, para que as características dessa fase se perpetuem e façam união com as outras ricas experiências que vão surgindo. O Pe. Angel ainda recorda que o desafio da missão salesiana é o de estar no meio dos jovens com um dinamismo profético para saber “ler os sinais dos tempos” e para compreender o que Deus deseja “dizer e pedir por meio dos jovens” aos adultos. Portanto, o Reitor Mor incentiva e pede que os membros da Família Salesiana sejam humildes e adotem a atitude de aprendiz ao estar entre os jovens, porque assim nunca sairão “ilesos, mas reciprocamente enriquecidos e estimulados”. Para que os dois motivos apresentados se complementem, a proposta do carisma salesiano é que na relação educativa-evangelizadora, a assistência seja uma companhia duradoura, que ultrapassa os tempos propriamente educativos, isto é, a assistência seja um modo de ser e estar entre as crianças, adolescentes e jovens, num clima de profunda afetividade, familiaridade, aprendizagem e intervenção na ótica dos valores e princípios. A relação educativa que se estabelece cria uma estrutura fundamental de crescimento não só dos educandos, mas também dos adultos que os acompanham. Por isso, no estilo salesiano a assistência não se faz nas horas vagas e também não é só uma presença física, é uma assistência educativa, é uma presença que sabe aproveitar as oportunidades para as intervenções intencionalmente formativas, como a “palavrinha ao pé do ouvido”. Ir. Adair Aparecida Sberga - FMA facebook.com/asberga Caminho de emaús Missão e vida O principio fundamental do cristianismo está na Encarnação, porque esta foi a forma pela qual Deus quis estar e revelar-se ao ser humano O ser humano é composto de alma e corpo e é preciso unir o Evangelho à sua pessoa fazendo com que este se torne parte integrante de sua vida e possa anunciar a Boa Nova para todas as criaturas. Mas, se ele não quiser trair sua missão, deve unir à palavra o exemplo da vida e da santidade. Os apóstolos de Jesus, a quem incumbiu a tarefa de ser Seu mediador junto da humanidade só se tornaram ca- pazes para isso porque o modelo de vida de Jesus ficou gravado em suas vidas. Por esta ligação missionária os apóstolos deram inicio a uma corrente transmissora que vai se perpetuando através da história e atinge os nossos dias sem que isso signifique o final. A essa corrente todo homem é chamado a inserir-se com o fim da salvação de todos. Para que o anuncio desta fé ecoe na cidade, no bairro, na comunidade, na família é necessário encontrar-se com Jesus. Um encontro pessoal, particular, que pode ser agendado no Templo, no quarto, no campo, ao cair da tarde ou no amanhecer. Será sempre um momento de oração onde se conhece Jesus na intimidade que Ele mesmo revela ao nosso coração. “Sem mim, nada podeis fazer”. Estas palavras não podem significar desânimo, muito pelo contrário são palavras de estímulo. Conhecemos nossas fraquezas e limitações e isto nos pode causar receio de aproximar-se. Mas, Jesus é plenitude de amor e deseja que cada um de nós cumpra sua missão com alegria e disposição. Temos um trabalho a ser feito e o mundo está ansioso por ele, mesmo que tente negar. Tanta situação desagradável, tanta violência, tanto desânimo, tanta ansiedade e desesperança só pode significar a necessidade de um encontro misterioso que aponte solução. O mundo não enlouqueceu, ele perdeu o rumo e o cristão tem o remédio e sabe mostrar o caminho, porque segue aquele que é “O Caminho, a Verdade e a Vida”. O cristão só precisa de coragem e sabedoria. Sabedoria ele a encontra na oração de escuta quando o Espírito Santo fala ao coração. Coragem ele a encontra na intercessão dos mártires. Paulo Henriques [email protected] www.facebook.com/paulo.henriques.3192 Santa Teresinha em Ação • 5 CF 2015 Comunhão na diversidade “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.” (1 Cor 12,4-5) O n.80 do texto base da CF 2015 nos chama a atenção à diversidade da sociedade brasileira em sua matriz étnica, portanto, uma diversidade que remonta sua origem, sua constituição. A Igreja, pela sua natureza, deve anunciar o Evangelho a todas as gentes. Nossa nação, poderíamos dizer representa bem “todas as gentes”. Diversa é a humanidade. Poderíamos dizer que ela se constitui na diversidade, pois gerada pela união de um homem e uma mulher. Oriundos de uma realidade cultural-familiar também diversa, com percepções distintas do mundo, mas que se unem no amor para gerar a vida. Em sua natureza o homem carrega a diversidade. Essa diversidade, portanto, é como que um diferenciador de cada um de nós e é também algo que nos une e nos faz reconhecermo-nos humanos, matéria da mesma matéria, regidos por uma mesma ordem. No entanto, tornou-se “mais difícil hoje do que outrora fazer uma síntese dos vários ramos do saber e das artes. Ao tempo em que aumenta a multidão e diversidade dos elementos que constituem a cultura, diminui para cada homem a possibilidade de compreen- dê-los e organizá-los. A figura mítica do “homem universal” desaparece, assim, cada vez mais” (GS n. 61). “Este ambiente plural torna-se fecundo quando permite a abertura das pessoas e dos atores sociais à alteridade. A abertura é necessária para o reconhecimento de que a diferença do outro, que o distingue, não é motivo de afastamento. Esta atitude é pressuposto indispensável para se estabelecerem o diálogo e a partilha de experiências” (CF 2015, n.83). As nossas comunidades são chamadas ao engajamento também nessa questão tão importante para a nossa sociedade. Devemos, nós cristãos, nos unirmos aos homens de boa vontade, que buscam a Deus com retidão de coração e lutarmos pela comunhão. Comunhão que se distingue da uniformidade. E sobre esse esforço de comunhão, não poderemos alcançar sucesso prescindindo do Espírito. Ele que é a relação de amor entre o Pai e o Filho, presença divina em nosso meio, deve reger nosso apostolado. É sob a moção do Espírito de Deus, único capaz de unir todos em Cristo, que nossa comunidade e sociedade alcançará a autêntica fraternidade. Pe. Anderson Bizarria da Costa, sdb [email protected] Eu vim para servir Viver para os mais esquecidos Coordenadora da Pastoral Carcerária fala das dificuldades e do preconceito com essa parcela (grande) da população A Pastoral Carcerária (PC) de Santana atua bravamente não só na ajuda aos presos da região, mas também no combate ao preconceito que existe em torno do assunto. Para se ter uma ideia, é em Santana que se concentra a maior quantidade de presídios do Estado de São Paulo e a maior cadeia feminina da América Latina também fica na região. Só na Penitenciária feminina de Santana são quase 3 mil presas. 6 • Santa Teresinha em Ação Eliana Rocha, de 45 anos, é a coordenadora da PC da região e diz que o trabalho não para. Ela, que é consagrada pela comunidade Aliança de Misericórdia, tem uma sala na Cúria de Santana e é quem leva, pessoalmente, a comunhão para os presos. “É um trabalho muito gratificante e bem árduo, já que existe muito medo e preconceito sobre o assunto e os agentes não são muitos. Eu, pessoalmente, por ser ministra da eucaristia, levo a comunhão para aqueles que são batizados dentro das cadeias. Visito centenas de encarcerados”. Apesar de esse já ser um trabalho e tanto dado o número de presídios na região, não é só isso. Eliana nos conta que eles também visitam os presos que não têm visita e foram abandonados pelos parentes, visitam famílias que ficaram com filhos dos presos para poder levar notícias e, claro, também ajudam essas famílias no que diz respeito ao serviço social (escola, remédio, segurança). “Além disso, também tentamos reaproximar essa pessoa presa de sua família. Muitos são esquecidos e até entendemos, mas acreditamos que o apoio da família é fundamental para a recuperação.” Eliana diz ainda que a Pastoral Carcerária tem vários desafios diá- rios, mas o principal é vencer a barreira do preconceito, só assim teriam mais agentes e o trabalho estaria bem mais coberto. “Precisamos de gente, tem muitos presos e a maioria não cometeu crimes hediondos, existem muitas situações ali. Precisamos abrir nossas cabeças e seremos mais caridosos com essa parte da sociedade. Precisam de ajuda, são extremamente pobres e precisam de coisas básicas”. A coordenadora da PC da região diz que quis abraçar a causa porque não acredita que a pessoa se perdeu. “Eu acredito que o amor reverte tudo. Eu gosto de gente e acredito piamente na misericórdia de Deus. Jesus abomina o pecado, mas ama o pecador. E é nesse lema que venho trabalhando com eles desde 2006”, ressalva. Para quem quiser ajudar, existem várias maneiras. Além de se tornar um agente, também pode doar roupas e produtos de higiene pessoal para os presos que não recebem na cadeia. “As mulheres precisam de camiseta branca e calça amarela de agasalho. Também precisam de produtos de higiene pessoal e, principalmente, absorvente. As presas que estão com seus bebês precisam de roupinhas para eles. O Estado não dá isso. E, claro, produtos de higiene para o bebê que são caros e a gente não consegue prover para todos.” Quem puder ajudar pode deixar esses produtos na Cúria de Santana e/ou ligar para Eliana no (11) 984047152. E agora? Adoção: questão de escolha ou de amor? A palavra “Adoção” define-se pela aceitação espontânea de alguém. São sinônimos de Adoção, aceitação e acolhimento A convivência familiar traz desafios, as matizes diferentes, muitas vezes como a junção das cores primárias pode originar um colorido singular, mas as mesmas diferenças podem também desestabilizar a configuração familiar. Por variadas razões casais optam pelo caminho da Adoção, enfrentando eles também, muitas vezes preconceito e discriminação dentro da própria família, bem como na sociedade que considera essas pessoas “santas” ou “loucas”. Segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA),administrado pelo Conselho Nacional de Justiça(CNJ), a maioria dos pretendentes a adotar quer bebês com até 3 anos, brancos, sem irmãos e com nenhuma doença ou deficiência, seja ela física ou mental. Essa “seleção” faz com que haja 5,5 vezes mais pretendentes do que crianças aptas a serem adotadas. Sem falar na lentidão do Sistema Judiciário. E. nos conta que sonha em ser fotógrafa, ter um gatinho, passear na praia com pais que a amem, protejam e respeitem. Mas E. só sonha, porque ela tem 15 anos, é negra e possui deficiência auditiva, estando assim fora do “perfil” para adoção. Em termos legais, a adoção, depois de concluída é irreversível. O ECA(Estatuto da Criança e do Adolescente estipula um período de adaptação entre as partes, a fim de que seja avaliada a compatibilidade, prevenindo-se um futuro arrependimento de ambas as partes. Inúmeros são os motivos que podem levar pais a tomar esta decisão de “devolução”, mas a idealização de um filho, sem levar em conta suas singularidades, é a principal. O que acontece é que o filho real não corresponde às expectativas dos pais e aí começam as dificuldades, e muitos pais mesmo depois de todo processo e de obterem a guarda definitiva da criança, desistem. Frente a isso, o que a jurisprudência tem adotado é mover uma ação por danos morais sobre os pais adotivos. Porém uma experiência como essa, reedita o abandono, sendo de grave abalo psicológico, e o que deveria ser um ato de amor, ganha dimensões cruéis . Gerar acolhe conceitos como criar, conceber, produzir, formar, desenvolver, dar vida, nascer. Palavras que se aplicam perfeitamente a fecundação e gestação de um novo ser. Para adotar também é preciso gerar dentro de si mesmo coragem, e vontade de alargar o seu amor para além dos vínculos de sangue. O ventre amoroso mora então, no coração deste casal que juntos assumem esse filho do coração. São José, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus, é exemplo de pai presente, Deus o escolheu para transmitir a outras famílias a importância deste laço familiar em uma sociedade. Rose Meire de Oliveira Psicóloga [email protected] facebook.com/Rose.rsgo E a família, como vai? Uma chuva de Rosas no céu A comunidade de Santa Teresinha e a família Fernandes, parafraseando a célebre promessa da padroeira, faz chover uma chuva de Rosas no Céu. A Rosa da acolhida, sempre atenta a todos que cruzavam seu caminho. A Rosa do zelo, se esforçando sempre para manter tudo arrumado e no agrado de nosso Deus. A Rosa da firmeza, sempre acompanhada de um sorriso, sem nunca proferir uma palavra ríspida. A Rosa da amizade, sempre presente na partilha dos momentos de alegria e no suporte amoroso nas horas difíceis. A Rosa do respeito, nunca questionando ou desprezando alguém em função de sua condição. A Rosa mãe, sempre preocupada com os filhos e que tudo faz pela felicidade e bem estar deles. A Rosa evangelizadora, que sozinha ou com o Jorge conduziu tantas pessoas para o encontro com Cristo. A Rosa da amizade, que nos brindou sempre com o abraço aconchegante, a palavra serena, sábia e estimulante, o apoio firme e decidido. A Rosa da misericórdia, sempre pronta a recomeçar, a partir do perdão, seu relacionamento com os outros. A Rosa da fé, nunca duvidando dos desígnios benignos do Pai. A Rosa do amor, pura doação de si para a família, a comunidade e o mundo. Santa Teresinha, Senhora Virgem Maria, todos os Santos e Santas de Deus: recebam nosso humilde presente e aproveitem essa chuva de Rosas! Luiz Fernando e Ana Filomena [email protected] facebook.com/anafilomenag facebook.com/lzgarcialz Santa Teresinha em Ação • 7 Destaque Santidade na vida a dois Será que conseguimos? Papa Francisco propõe uma excelente reflexão sobre o matrimônio Papa Francisco Apesar de ser uma tarefa difícil, Papa Francisco, moderno e muito sensível às diversidades do momento, diz que é possível sim ter um casamento santo. “A vocação para amar sem reservas e medidas está na base para o livre consenso que constitui o matrimônio”, ressalva Francisco. Luiz Fernando, coordenador da Pastoral Familiar da paróquia Santa Teresinha e da Região Santana, também discorre sobre o tema. “A vida comum no matrimônio é sustentada pela graça sacramental. Esta é uma graça especializada, que dá ao casal a paz, força e suporte em sua vida como uma só carne. Ajuda na manutenção dos compromissos matrimoniais, assumidos com o sim no altar - a liberdade de amar o outro, a unidade representada pela fidelidade e indissolubilidade e a geração, criação e educação da prole. Recorrer à graça do sacramento do matrimônio ajuda, também, nos momentos difíceis, que sempre acontecem ao longo da vida esponsal. O Espírito Santos nos aponta o caminho para a superação das dificuldades e o casal, quando a ele recorre e lembra das promessas de Deus, sai das crises mais forte e unido”. Em recente abordagem sobre o assunto, Francisco dá, diríamos, a receita para um casamento feliz, de sucesso. Ele começa falando sobre o amor. “O que entendemos sobre o amor? Só um sentimento, uma condição psicofísica? Certamente, se é assim, não se pode construir nada sólido. Mas se o amor é uma relação, então é uma realidade que cresce, e também podemos dizer, por exemplo, que se constrói como uma casa. E a casa é T odo mundo diz que não é fácil. Mas ninguém deixa de casar e, por incrível que pareça, o número vem aumentando. A última pesquisa que existe é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostra que, em 2013, as pessoas se casaram mais do que em 2012 e também se divorciaram menos. Para se ter uma ideia, foram 1,1 milhão de novos casados, 1,1% a mais do que em 2012. E isso é fato. Se formos atrás das Igrejas para marcar uma data de casamento, tem de se fazer com, pelo menos, um ano de antecedência. As pessoas gostam de casar e levam à sério o sacramento do matrimônio, pelo menos no que diz respeito à indústria. Ela é milionária.“ Mas será que tudo isso, todo esse preparo, sustenta um casamento? Pode-se dizer que isso ajuda para ter uma união saudável e duradoura? Papa Francisco diz que vai muito além disso. “Casamento não é só vestido, flores e fotos”, diz o papa. Em outubro próximo, um casal modelo será canonizado por Papa Francisco. Zélia Guerin e Luís Martin, pais de Santa Teresinha, serão o primeiro casal santo da história. Já são beatos, mas agora se tornarão santos. Santos pelo conjunto da obra, pela família, pela forma que conduziram a vida conjugal, pela fé e caridade. (mais na pág.16) “Um casamento não se realiza somente se ele dura, sua qualidade também é importante. Estar juntos e saber amar-se para sempre é o desafio dos esposos” construída em companhia do outro, não sozinhos! Não queiram construí-la sobre a areia dos sentimentos, que vão e vêm, mas sim sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus.” Depois fala de três palavras mágicas que, para ele, sustentam toda e qualquer relação, principalmente, a conjugal: “posso?, obrigado e desculpe”. “‘Posso?’ é o pedido amável de entrar na vida de alguém com respeito e atenção. O verdadeiro amor não se impõe com dureza e agressividade. São Francisco dizia: ‘A cortesia é a irmã da caridade, que apaga o ódio e mantém o amor’. E hoje, nas nossas famílias, no nosso mundo amiúde violento e arrogante, faz falta muita cortesia.” “Obrigado’: a gratidão é um sentimento importante. Sabemos agradecer? É importante manter viva a consciência de que a outra pessoa é um dom de Deus, e aos dons de Deus diz-se ‘obrigado’. Não é uma palavra amável para usar com os estranhos, para ser educados. É preciso saber dizer ‘obrigado’ para caminhar juntos.” “‘Desculpe’: na vida cometemos muitos erros, enganamo-nos tantas vezes. Todos. Daí a necessidade de utilizar esta palavra tão simples: ‘desculpe’. Em geral, cada um de nós está disposto a acusar o outro para se desculpar. É um instinto que está na origem de tantos desastres. Aprendamos a reconhecer os nossos erros e a pedir desculpa. Também assim cresce uma família cristã.” Durante a reflexão, o papa também brinca em relação às sogras. “Todos sabemos que não existe uma família perfeita, nem o marido ou a mulher perfeitos. Isso sem falar da sogra perfeita...” E finaliza dizendo que “existimos nós, os pecadores. Jesus, que nos conhece bem, ensina-nos um segredo: que um dia não termine nunca sem pedir perdão, sem que a paz volte à casa. Se aprendemos a pedir perdão e a perdoar aos outros, o matrimônio durará, seguirá em frente.” “É difícil, mas bem possível” Para falar um pouco sobre a realidade que é a vida a dois, fomos conversar com o casal de paroquianos, Marlene e Raimundo Melo. Eles, que têm 3 filhas e 5 netos, 47 anos de casados, nos dizem como fazem para manter vivo o amor e uma relação de sucesso por tanto tempo. “Fomos educados na Igreja e todo ensinamento nos foi passado de forma bonita e singela. Isso nos deu base para um casamento sólido e maduro. Temos muita confiança um no outro e somos comprometidos com nossa relação e com a família que nos propomos a fazer. Somos companheiros e gostamos de fazer as coisas juntos. Temos que ser únicos, unidos, mas também temos nossas diferenças e isso é importante para o casal. O respeito se inicia aí, entendendo e acolhendo as diferenças do outro. Somos dons de Deus e precisamos nos respeitar. Claro que muita coisa nos irritam. Viver junto, principalmente nessa época da vida que, literalmente, fazemos tudo junto por conta da aposentadoria, é mais difícil ainda, mas bem possível. Precisamos relevar e renovar. Precisamos saber perdoar, ser caridoso com o parceiro e conosco também. Não tem mágica. Tem um viver diário, respeito e admiração constante. Companheirismo e amizade. E, acima de tudo, temos Deus no comando de nossas vidas e família”. Fonte: www.aleteia.org/ Papa Francisco diz que casamento vai além de vestido e flores; abaixo, pais de Santa Teresinha, que serão canonizados em outubro “O matrimônio é um trabalho de ourivesaria que se constrói todos os dias ao longo da vida. O marido ajuda a esposa a amadurecer como mulher, e a esposa ajuda o marido a amadurecer como homem. Os dois crescem em humanidade e esta é a principal herança que deixam aos filhos” “Viver juntos é uma arte, um caminho paciente, bonito e fascinante (...) que tem regras que se podem resumir exatamente naquelas três palavras: ‘posso?’, ‘obrigado’ e ‘desculpe’” Papa Francisco Papa Francisco 8 • Santa Teresinha em Ação Santa Teresinha em Ação • 9 Família salesiana A Romaria dos 200 anos Já são 15 anos que a Família Salesiana celebra seu fundador Dom Bosco indo à casa da Mãe Aparecida que também é Auxiliadora, sempre muito perto da data do nascimento do santo, que se comemora em 16 de agosto E m 2000, menos de duas centenas de pessoas se reuniram em Aparecida e celebraram com uma caminhada do Porto de Itaguaçu até a Basílica de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, também conhecida como o Santuário de Aparecida e ali celebraram uma festiva e alegre missa. Desde então, essa pequena multidão só fez crescer, atingindo nos últimos anos alguns milhares de participantes, de todos os ramos da Família Salesiana, tendo se tornado um evento fixo no calendário da Inspetoria Salesiana de São Paulo. No entanto, para o ano de 2015, em que se celebram os 200 anos de nascimento de Dom Bosco, quando todo o mundo salesiano se prepara para grandes comemorações, não poderia a Romaria Salesiana continuar sendo apenas uma tradição anual. Dessa forma então, este ano, a Romaria Salesiana torna-se um evento de âmbito nacional e conta com uma programação especial. No sábado, a tradição é mantida, com a concentração no Porto de Itaguaçu, onde a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada, saindo em caminhada até a Basílica, onde será celebrada a missa dos 200 anos de Dom Bosco, sob a presidência do salesiano arcebispo de Passo Fundo, Dom Antonio Carlos Altieri, mas não termina aí a programação especial. Àqueles que puderem permanecer nas festividades, está reservado um show com bandas salesianas e da Canção Nova no município vizinho de Cachoeira Paulista, sede do ramo “caçula” da Família Salesiana no Brasil. No domingo, no exato dia em que se celebram os 200 anos, ele se inicia com uma missa especial dos 200 anos, seguida de uma apresentação sobre Dom Bosco pelo salesiano Pe. Maurício Miranda, após a qual uma Hora Santa de Adoração ao Santíssimo. Toda essa programação você encontra detalhada na página 15, com informações inclusive sobre hospedagem em Cachoeira Paulista. Não perca a oportunidade de participar desse momento de grande festividade e espiritualidade para homenagear o Pai e Mestre da Juventude, São João Bosco. Fique atento! Muito em breve serão abertas as inscrições em nossa paróquia Experiência Vicentina A valentia de Valentina V alentina veio até nós por indicação de sua amiga, que na época era assistida de nossa conferência. Ela estava grávida de sua segunda filha e seu marido havia abandonado o lar. Para piorar a situação, ela não tinha apoio financeiro da parte dele e seu salário era insuficiente para arcar com tudo. Por ser uma boa funcionária, o patrão também a ajudava muito, principalmente por conta das faltas decorrentes das crianças, que frequentemente adoeciam. Angustiada por não ter alguém de confiança para cuidar delas, arriscou 10 • Santa Teresinha em Ação morar no litoral, perto de sua irmã. Infelizmente, por falta de apoio do cunhado, retornou a capital. Quando nos procurou nesta segunda vez, já havia arrumado emprego numa grande rede de hortifruti, moradia e escola para as crianças. O grande desafio que nos relatou foi conciliar o horário da escola com o de seu emprego. Ela saía no horário de almoço para levar a filha mais velha à escola e retornava correndo para o trabalho. Às vezes, nem almoçava. Aceitou nossa proposta em ajudá-la no paga- mento de transporte escolar, garantindo assim segurança e tranquilidade. Podemos dizer que nós aprendemos muito com o testemunho de vida dos assistidos, como por exemplo, esta mulher, que luta para cuidar de suas filhas com tanto amor. Se Valentina, mesmo com poucos recursos, não desiste das suas filhas e busca superar as dificuldades, precisamos refletir e perguntar a nós mesmos, de forma particular: “que tipo de doação tenho feito pela minha família?”. Esta é uma das famílias cadastradas na nossa conferência atualmente. Se você deseja conhecer as demais e ajudá-las de alguma forma, participe de nossas reuniões. Ocorrem às segundasfeiras, depois da missa das 19h30. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado! Renata Sayuri Habiro Consócia Vicentina facebook.com/renata.habiro Amar é... Acreditar no Sacramento do Matrimônio A mar é partilhar o sonho e a realização de uma vida de amor a dois, vivendo nas graças conferidas pelo Sacramento do Matrimônio àqueles que dão seu sim de corpo e alma por toda a vida. O casamento na Igreja não é um ato meramente social, mas sagrado. É autentica vocação natural entre homem e mulher, que Jesus eleva a condição de sacramento quando em Mateus 19, 6 diz: “ Assim já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu”. E casar na Igreja tem três exigências básicas: a liberdade (ter consciência e querer de fato), amor e fidelidade por toda vida e o caráter procriativo (aceitação e educação dos filhos). Com tantos desafios colocados pelo mundo, e para melhor entender o que o matrimônio representa para o casal que deseja se casar, a Igreja exige a Preparação para a Vida Matrimonial, que conhecemos equivocadamente por curso de noivos. Esta Preparação hoje tem amplo material de base, e deve se levar em conta não apenas o dia a dia do casal, mas principalmente o Querigma: apresentar Cristo a estas novas famílias e reforçar a sacralidade do casamento na Igreja e novamente lembrando que é um ato que deve ser de livre vontade dos noivos. O setor de Vida e Família da CNBB oferece e propõe um Guia de Preparação a Vida Matrimonial, preparado a partir do Diretório da Pastoral Familiar, Diretório dos Sacramentos, Familiaris Consortio (documento da Igreja), entre outros, assim como as experiências práticas nas dioceses do Brasil. Na Preparação para a Vida Matrimonial, procura-se levar os jovens que estão prestes a se casar a uma reflexão sobre vários aspectos da vida familiar, em seu cotidiano e também no aspecto espiritual e religioso. Entre vários temas destacamos: Amor Conjugal (o que é, como aperfeiçoá -lo), Conhecimento de si e do outro (masculino e feminino), o Diálogo, Exercício da Sexualidade Humana, Filhos, Sagrada Família, Espiritualidade do Casal, Liturgia do Matrimonio e, principalmente, Sacramento do Matrimônio. Hoje em dia há uma indústria para o casamento muito diversificada, portanto é de suma importância passar ao casal que deseja se casar na Igreja o significado do Sacramento. Não se deve casar na Igreja porque é bonito, ou para agradar familiares. O corredor da igreja não é passarela e o altar não é palco. O casamento na Igreja é ato de amor sagrado. É colocar Cristo no centro da vida desta nova família, para ajudá-la a ser santa e vencer as dificuldades do mundo. Temos a Preparação de Noivos na Santa Teresinha? A Preparação a Vida Matrimonial em nossa paróquia é bem antiga. Começou com três queridos casais há quase 40 anos: Raquel e Novelli, Odilo e Therezinha (foto) e Victor e Claedmar, com orientação do Padre Francisco que contou com a colaboração entusiasmada de Raimundo e Marlene, entre outros casais. Também não podemos deixar de citar a coordenação amorosa de Ayrton e Cristina por mais de 10 anos, dando um toque de acolhimento muito grande a todos. Quando é feita? É sugerido fazer a Preparação pelo menos com 6 meses de antecedência, uma vez que perto da data poderá haver muitos contratempos. Fazemos quatro edições da Preparação por ano e as datas de 2015 estão no site www.cursodenoivos.com, onde podem ser feitas as inscrições. E hoje, como é a Preparação? Quem faz parte da equipe? Sob orientação do Padre Camilo, compõem a equipe o casal coordenador, Sergio e Meire, Marcia e Osni, Silvio e Gabriela, Cris e Adriano, Orlando e Marcia, João Victor e Antonieta, Ana Carolina e Marcelo, Eugenia e Jaime, Ana Filomena e Luiz Fernando e Otávio, sempre presente para a animação musical. Por ser uma paróquia “casamenteira”, a Preparação na Santa Teresinha sempre foi bastante cuidadosa e zelosa com as coisas de Deus procurando aproveitar a oportunidade para apresentar Cristo a estes casais. Ela era feita em quatro encontros aos sábados, e o encerramento na Missa das 11h de domingo, em que a comunidade acolhe estas novas famílias. Com a implantação da Pastoral Familiar e a utilização dos temas e dinâmicas do Guia sugerido pela CNBB, passou para cinco sábados e a Missa no domingo. Desde 2013 também foi adicionado o Bate Papo com os pais dos noivos, momento muito rico de partilha nesta hora de mudança familiar. Santa Teresinha em Ação • 11 Que Delícia! Alcachofras por herança E ste mês seria o aniversário da minha avó, a Dona Lourdes, uma mineira calma, tranquila, muito inteligente que sempre me inspirou: não sabia ler ou escrever, mas tinha uma super memória. Fazia tudo “de cabeça” e eu pedia a receita daquilo que gostava e escrevia no caderno da minha mãe. Sempre nos incentivava nos estudos e dizia: “Saber não ocupa espaço”. Ela falava dois idiomas, sem escrever uma palavra em nenhum deles! Uma fofa e super avançada para sua geração. Bom, com uma de suas receitas, fica aqui a minha homenagem a esta mulher que eu sempre admirei, vovó Lourdes! Rosângela Melatto, chef de cozinha [email protected] facebook.com/rosangela.melatto Alcachofras recheadas Ingredientes: 4 alcachofras grandes 1 litro de caldo de carne 2 pãezinhos amanhecidos, sem casca (uso 4 fatias de pão de forma integral, se for mais fácil) 1 xícara de leite 100 g de linguiça sem pele, desmanchada (pode ser de frango, se preferir usar frango no lugar da carne moída) 150 g de carne moída (ou frango) 2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado 1 colher de sopa de salsinha picada 1 ovo 2 colheres de sopa de farinha de rosca 2 colheres de sopa de manteiga ou margarina Sal a gosto Modo de Preparo: Limpe as alcachofras, tirando as folhas mais duras, o talo e pontas e cozinhe no caldo de carne por mais ou menos 30 minutos ou até que estejam macias; enquanto isso , coloque o pão de molho no leite. Em uma tigela, misturar a carne, a linguiça, o queijo, a salsinha, o pão espremido, o ovo e um pouco de sal. Misture bem. Escorra a alcachofra e deixe esfriar, separe as folhas e recheie com a mistura feita na tigela; toste a farinha de rosca com 2 colheres de sopa de manteira; coloque as alcachofras em um pirex ou assadeira untada com um pouquinho de manteiga; cubra com a mistura de farinha de rosca e leve ao fogo alto (200 graus), por uns 15 minutos. Cidadania Devemos ir além do legalmente correto e chegar ao moralmente adequado “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.” (art. 5º, II da Constituição Federal do Brasil). “Tudo me é permitido”, mas nem tudo convém.” (1 Cor, 6,12). E stas duas frases que aparentemente expressam ideias completamente diferentes, na verdade são complementares. Uma expressa o limite segundo a Lei humana, e a outra revela o limite moral dos atos humanos. 12 • Santa Teresinha em Ação Como cidadãos, devemos sempre procurar exercitar nossos direitos e cumprir nossas obrigações. Porém, muitas vezes nosso limite está além da Lei humana, visto que um ato pode ser legalmente possível, mas moralmente indevido. Assim devemos refletir sobre nossa conduta social e procurar ir além das aparências. Precisamos ultrapassar a barreira do legalmente correto e chegar ao limite do moralmente adequado. Isto se aplica a todas as instâncias de nossa vida, desde nosso trabalho, nossa família, nossos amigos, nossos parentes mais distantes, nossos vizinhos e até nossa cidade. Quebrar paradigmas não é fácil e requer certa disciplina e perseverança. Disciplina de sempre nos questionarmos sobre o alcance de nossos atos. E perseverança para ultrapassar o limite legal e chegar ao que moralmente deve ser feito. Mas como fazer isto na prática? Uma saída... Pergunte-se: O que Jesus faria no meu lugar? Às vezes a resposta pode parecer estar além das nossas possibilidades, mas nos indica um caminho a ser seguido. Então a resposta está sempre conosco, ali esperando. Nós é que precisamos estar atentos para conseguir ir além das aparências. Então pensemos no nosso dia a dia. O que poderíamos fazer para ultrapassar a barreira do legalmente correto para atingir o objetivo do moralmente adequado? Vale lembrar que muitos dos santos, foram pessoas que conseguiram ultrapassar a barreira do que lhe era devido, buscando algo mais, um bem maior. Eles devem ser nossa inspiração, nosso modelo de conduta. Aloísio Oliveira Advogado facebook.com/aloisio.oliveira.54 Juventude NOVIDADES PARA A JUVENTUDE! Grupo de Jovens terá início na nossa comunidade em agosto A galera que monta essa página do jornal é jovem, sabia? Somos em quatro! Dois garotos e duas garotas, e estávamos conversando sobre a edição de julho...o que falar? Férias? E dentre muita dúvida, até atrasamos com essa edição. E estávamos com “férias” como ideia fixa, até que...SURPRESA!!! Juntamos férias+planejamento+igreja e chegamos ao Grupo de Jovens! Explicando a equação: nas férias, fazemos planejamentos, não só para o mês de julho, mas para o segundo semestre também...e a igreja, e a religião devem estar nesse planejamento, porém muitas vezes esse encaixe é complicado, porque os jovens não podem participar e assumir as responsabilidades do crisma, que é , até então, junto com o GAM os dois grandes ramos da juventude na comunidade. Pois é meu povo, agora temos uma nova opção!!! E conversando com a Jéssica, jovem, membro da equipe de liturgia e ministros e ex catequista de crisma, descobrimos mais informações para VOCÊ que quer participar da comunidade e de um novo grupo!!! A Jéssica participou do crisma por OITO ANOS! E enfatizou: “(...) foi uma experiência enriquecedora, em que cresci muito como mulher, profissional, e principalmente, como católica.” Mas, como todos nós jovens, ela estava buscando mais!!! “Com o tempo, percebi o quanto a paróquia necessitava de um grupo que pudesse acolher todos os jovens que crismamos.” E eis que surgiu a ideia!!! “(...) Conversei com alguns amigos que saíram do crisma e outros que também queriam ver a paróquia com um grupo de jovens e começamos a pensar em um projeto. Durante a elaboração, contamos com a colaboração do padre Camilo que nos deu total liberdade, além de grandes conselhos!” TCHARAM! Surgia o Grupo de Jovens da Paróquia Santa Teresinha! Mas, você deve estar se perguntando: “Tá, ok... mas, o que vai rolar?” Calma, a Jéssica explica: “Nas reuniões iremos aprofundar nossos estudos, por meio de debates e palestras com convidados. Além disso, vamos organizar momentos de oração e eventos para a comunidade, principalmente para os jovens que ainda não participam de nenhuma pastoral.” Demais né? Mas, não é só isso não...: “(...) e como acreditamos que a igreja precisa ser atuante na sociedade, faremos também visitas a projetos sociais” Fala sério?! Um grupo desses, era o que você queria! E sob as ordens do chefe! O Papa Francisco disse, na Jornada Mundial da Juventude no Rio, em 2013: “Quero que vocês saiam! Quero que a igreja saia às ruas!” e...se o chefe manda, a gente obedece não é mesmo??? Por fim: “(...) passaremos a representar a paróquia em todas as reuniões e eventos da juventude.” E segue o convite: “TODOS os jovens estão convidados a fazer parte desta nova família. Basta ter curiosidade em aprender mais sobre a nossa religião, além de ser uma oportunidade para fazer novos amigos, é claro!!!” E aí? Tá animado? Curtiu? Gostou? Daria um like? (se a página fosse touch), então, como a nossa edição é muito firmeza, vamos passar pra vocês, em primeiríssima mão, as informações mais importantes para participar!!! Já tem uma galera que confirmou presença no primeiro encontro...não deixa escapar hein, siga nosso passo-a-passo! ramente para ra o Grupo de Jovens, me pa ÃO RIÇ SC IN DE HA e peça a FIC 1º passo: Vá à secretaria, ats) da por: novo grupo no wh ten (en fins de comunicação ÀS 9 HORAS, com DOMINGO, 2 DE AGOSTO no po gru do o niã reu ira me tecerá no salão 2º passo: Compareça à pri a Jéssica, a reunião acon re cu Pro !! ro! ou de e av rgunte na com ch ho” (qualquer dúvida, pe zin missa às 11h para fechar lão “sa , mo co do eci nh samente co “Padre Francisco”, carinho secretaria) Acha que algum eressaria? Chama ele!!! int se u se igo am um alg que 3º passo: Gostou? Acha Chama também!!! ? ria ssa ere amigo não se int resinha da comunidade Santa Te ica tól ca de tu en juv à do 4º passo: Seja bem-vin ÇÕES!!! O HÁ LIMITES DE INSCRI Ah! Que fique claro: NÃ Santa Teresinha em Ação • 13 Especial Intolerância religiosa, só os outros é que têm?” A intolerância religiosa é algo mais comum do que se pensa. As pessoas por não conhecerem os costumes das diversas religiões acabam criticando e julgando sem conhecer. Às vezes me questiono o que vem a ser essa tal de intolerância. Se acontece somente com os outros ou tenho parte nisso também. Para tecer uma possível explicação procurei o verbete no dicionário Houaiss que trouxe o seguinte: Intolerância é “ter atitudes odiosas e agressivas sejam elas de caráter político ou religioso” sendo assim endossada pela sociedade de hoje: não se pode ter diferenças! Desde pequeno fui ensinado que “política, futebol e religião não se discute”. Bom, a política até que não se discute devido à descrença nela própria. O futebol discutimos, mas não chegamos a consenso nenhum. E a religião? Na ver- dade, nunca se discutiu tanto sobre esse assunto como na atualidade, devido às atrocidades que são praticadas em nome de Deus ou da religião. O que acontece muitas vezes é que não conseguimos dialogar com as demais religiões. O diálogo, faz que guardemos conosco o que é essencial de nossa religião, pois o essencial nos alimenta. Jesus nos fala que devemos nos amar uns aos outros assim como ele nos amou (cf. Jo 13,34). Esse é o fator essencial para nós Cristãos. Um fato que me fez ser tolerante a outras religiões foi um caso de família. Meu padrinho de batismo, católico, acompanhou-me no exercício da fé até perto dos meus 10 anos. Sempre gostou de estudar a palavra de Deus. Devido aos estudos, com o passar do tempo, tornou-se evangélico, mas nunca perdeu o elo com minha família. Estudou filosofia, teologia e especiali- zação pastoral e se tornou pastor. Toda vez que eu voltava de férias do seminário, conversávamos sobre vários assuntos e o que mais gostava era a presença de Maria, Mãe de Jesus, na Bíblia. Quando fui estudar teologia (2006) ele me convidou para pregar ao povo de sua igreja sobre Maria na Igreja. Fui muito bem acolhido e ele fazia questão de dizer ao povo que eu era católico e estava estudando para ser Padre. Quando me ordenei padre (2010), ele participou da missa e ao final, pediu que eu o abençoasse. Hoje somos grandes amigos. E sempre que posso encontrar- me com ele, temos um dialogo fraterno e profundo sobre a palavra de Deus, tendo as devidas fundamentações bíblicas e partilhas de vivência. Mesmo assim, volto ao questionamento que me faço sobre ter parte na atual intolerância e estendo a reflexão a você: como você enxerga e se relaciona com outras religiões? Pe. Vinicius Ricardo de Paula, sdb Diretor - Oratorio São Luiz e Santuário Sagrado Coração de Jesus – Araras/SP Animal! Sonho de criança G uilherme Iurko desde pequeno queria um cachorro, mas, seus pais Meire e Sergio, nunca aprovaram por morarem em apartamento. Guilherme cresceu, e a vontade continuou junto com uma simpatia por Beagles. Decidiu ter um cão dessa raça, mas, sabia que só 14 • Santa Teresinha em Ação conseguiria realizar o sonho quando tivesse a própria casa. Conformado mas nem tanto, quem tem um sonho corre atrás. E Guilherme resolveu tentar mais uma vez, usando os argumentos de que agora trabalha e tem estabilidade financeira suficiente para sustentar os custos de um animal de estimação. E, durante o jantar, com a família Iurko reunida viu uma chance e fez o pedido novamente. Mais uma vez negado. Não convencido, dois dias depois mandou para a mãe uma foto de um filhote de Beagle bem fofo e disse que era de um amigo da faculdade que estava doando e... nada. Para a surpresa na mesma semana enquanto estava na casa da namorada Guilherme recebeu a ótima notícia de que a ideia de um cachorro para a família Iurko finalmente estava aprovada. Sem perder tempo correu para internet para comprar um filhote de Beagle. Mas, e o filhote do amigo da faculdade que estava doando? (Era mais um argumento de convencimento). Ops! Meire não fique brava se descobrir aqui pela coluna Animal que esse filhote de um amigo de faculdade não existia (risos). Antes que a família mudasse de ideia Guilherme comprou seu tão sonhado cachorro. E foi assim que a Belinha chegou à família! Com um pouco mais de dois meses de idade no começo de novembro do ano passado. Como todo filhote, ainda mais da raça Beagle, é brincalhona, agitada, companheira e muito fofa. E a família toda se apegou logo de cara. Os cuidados diários de passeios, banho, alimentação e veterinário são por conta do Guilherme, mas, toda família ajuda. E para alegria de todos virou um ritual diário da família IurKo. Meire, Sergio, Guilherme e os irmãos Felipe e Victor são recebidos pela Belinha quando chegam e é obrigatório uma brincadinha rápida mesmo quando estão com pressa. Raquel Raimondo Médica veterinária facebook.com/raquel.raimondo Acontece JOVEM! A tradição do tapete se mantém. http://bit.ly/cchristi2015 Se você tem mais de 14 anos e ainda não foi crismado, não perca esta oportunidade. Início da preparação para Crisma, no dia 01 de setembro de 2015, às 9h00 no salão paroquial. Se você não foi ainda batizado ou não fez a Primeira Eucaristia, também pode participar. A preparação tem duração de um ano e meio e você pode ter todas as informações necessárias bem como se inscrever fazendo o download da Ficha de Inscrição em bit.ly/crisma2015 ROMARIA 2015 - PROGRAMAÇÂO SÁBADO - 15 DE AGOSTO / 2015 09h30 Concentração no Porto Itaguaçu. 10h00 Caminhada até o Santuário Nacional pela Avenida Itaguaçu. 12h00 Missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. 18h00 Acolhida na Canção Nova, Cachoeira Paulista, SP 18h15Jantar 20h00 Bandas Juvenis 21h00Intervalo 21h30 Show CN 22h30Intervalo 23h00 Show CN 00h00Encerramento DOMINGO - 16 DE AGOSTO/2015 Programação Especial na Canção Nova, Cachoeira Paulista 07h00 Café da manhã (Praça de alimentação) 08h00Missa festiva de Dom Bosco 10h00Lanche 10h30 Palestra - Pe. Mauricio Tadeu Miranda, sdb 11h15 Adoração ao Santíssimo 12h00 Almoço (Praça de alimentação) e encerramento Hospedagem em Cachoeira Paulista •Pousada Sérgio Abib - Canção Nova Quartos coletivos de 8 leitos, separando feminino de masculino e banheiro no corredor Tel.: (12) 3186-2003 [email protected] •Hotel Água Viva Tel.: (12) 3103-3330 [email protected] •Pousada Padre Pio Contato: Paulo - 07:00 às 18:00h Tel.: (12) 3103-3028 [email protected] •Hotel Torino Plaza Contato: Jorge Tel.: (12) 3101-3553 •Pousada Dona Nágila Contato: Nagila- 18:00 às 22:00h Tel.: (12) 3101-2422 •Hotel Videiras Palace Contato: Isael Contato: 24 hs fodos os dias Tel.: (12) 3101-1732 [email protected] •Pousada Adoração e Missão •Hotel do Feijão Contato: Vânia - 07:00 às 20:00h todos Contato: Gorete - 1 O: 00 às 23:00h todos os dias os dias Tel.: (12) 3103-3852 Tel.: (12) 3101-3475 [email protected] •Pousada Angélica •Pousada Mãe de Deus Contato: Luiz ou Angélica - 08:00 às •Hotel do Reinildo Contato: Mauricio 24:00h todos os dias Tel.: (12) 3101-3534 Tel.: (12) 99126-2141 Tel.: (12) 3101-4319 Cel (12) 99785-7464 / 99117-2525/ [email protected] 98125-3757 Vivo Claro Tim Hospedagem em Acampamento •Hotel Rainha dos Apóstolos A Canção Nova também disponibiliza um •Pousada São Nicolau Contato: Meiry e Geraldo espaço para acampamento. Entrar em Tel.: (12) 3101-3452 / 9777-1179 Tel.: (12) 3101-2056 contato diretamente com: [email protected] Cel.: (12) 99202-5404 Acampamento - Camping CN [email protected] www.pousadasaonicolau.com.br Informações: Tel.: (12) 3186-2000 r. 2318 [email protected] •Pousada da Evanira •Pousada Família de Nazaré Regulamento do Camping: Contato: Evanira - 17:00 às 23:00h Contato: Mari - 08:00 às 18:00h Tel.: (12) 3101-3990 Tel.: (12)3103-3218 I 8168-5532 http://blog.cancaonova.com/infraestrutura/ [email protected] [email protected] camping/regulamento-do-camping/ Santa Teresinha em Ação • 15 entrevista Por Daya Lima Luís e Zélia, inabaláveis na fé Zélia e Luís: pais de Santa Teresinha que serão canonizados em outubro durante o Sínodo das Famílias D ia 18 de outubro próximo é o dia escolhido para a canonização dos pais de Santa Teresinha, Zélia Guerin e Luís Martin. Não por acaso, eles se tornarão santos exatamente durante o Sínodo das Famílias. Exemplo de casal, de pais, de amigos e de servidores. Quem nos diz isso é o estudioso e fundador da Comunidade Sagrada Família, Italo Fasanella, com quem a reportagem do Santa Teresinha em Ação conversou sobre o assunto. Santa Teresinha em Ação – Italo, por que os pais de Santa Teresinha são santos? Italo Fasanella – Muitos diriam que são santos só porque são os pais da Padroeira das Missões, nossa querida santinha. Mas é exatamente ao contrário. Por eles serem santos é que Teresinha se tornou santa. São santos pela vida que construíram a dois. Pelo exemplo de família que se tornaram. Pelo amor e pela caridade que desprendiam. E claro, para ser santo precisa ter milagres comprovados, e o casal tem dois: Pietro (menino italiano que hoje tem 12 anos) e Carmem (espanhola). Pietro, tal como Carmem, foi desenganado pelos médicos ainda bebê, sem chance de vida. Foi pedida uma intercessão ao casal e ele foi curado. Recentemente se encontrou com o papa na ocasião da beatificação do casal. Carmem, também bebê, nasceu com uma hemorragia cerebral gravíssima, sem chance de viver. Os pais de Carmem também recorreram ao casal Zélia e Luís. Hoje a menina tem seis anos, saudável, sem nenhuma sequela da doença. IF – Sem dúvida alguma. Como já disse, Teresinha só foi santa por causa deles. Eles a ensinaram a santidade e a ensinaram a amar a Deus acima de todas as coisas e ser obediente. Luís, dentre alguns mantras, tinha um que era repetido várias vezes ao dia: “Deus é o primeiro a ser servido”, e isso eles seguiam à risca. STA – É mesmo? Pode nos contar algumas dessas ações que os tornavam diferenciados na fé? IF – São várias. Mas, eles iam à missa todos os dias às 5h30 da manhã. Com chuva, sol, frio, calor, mesmo doentes, nunca faltavam. Existe um texto que fala da difícil fase do câncer de mama de Zélia e que ela ia para a igreja, mesmo que se arrastando, todos os dias. O terço de Nossa Senhora também tinha hora marcada e muito destaque na família. Eram rigorosos. Agradeciam a Deus na hora das refeições e o assunto Igreja, devoção, caridade e fé era o que permeava a família. Eles viviam a verdadeira liturgia do lar. Uma eucaristia viva e ativa dentro de casa. STA – E essa era a maior virtude do casal, para você? IF – É difícil escolher uma, mas para mim a mais marcante era a fé inabalável. É impressionante para mim constatar que o casal, Luís e Zélia, eram inabaláveis na fé. Nós sempre caímos em dúvida, mas eles nunca. Hoje a palavra resignação é vista como algo ruim, mas naquela época não. Eles eram resignados, conformados com a situação que Deus tinha lhes proposto. Confiavam muito em Deus. Inabaláveis na fé. STA – E por que o casal? Pelo que consta isso será a primeira vez, não? IF – Sim. É inédito. Existe outro casal beato tal como eles, mas canonizados serão os primeiros. A santidade se formou com o casal. Luís e Zélia tiveram uma infância parecida, com ensinamentos muito rígidos. O pai era militar e assim como a mãe muito religioso. Tanto eram, que os dois, veja só, tentaram ser padre e freira, respectivamente. Mas Cristo os quis casados. Luís e Zélia foram, digamos assim, rejeitados no seminário e no convento. Se conheceram, se apaixonaram, e foram ser santos juntos. STA – Dos nove filhos do casal, ficaram cinco e, dentre eles, Santa Teresinha. Você acha que a educação rigorosa, em algum momento, pesou para a família? O exagero dói, certo? IF – Certo, mas não para eles. Tudo o que já li e pude estudar sobre o casal é que os filhos, sem exceção, se reportam aos pais com amor. Santa Teresinha mesmo, em várias de suas cartas, lembra o quão amoroso e caridoso era o casal. O quanto aprendeu com eles e o quanto ela os admirava. Em certos escritos ela dizia que ia à missa com o pai e nem se lembrava do que tinha sido a homilia, já que ficava olhando para o pai o tempo todo, sem prestar atenção no padre. “Bastava olhá-lo para saber como rezam os santos”. Outra célebre frase dela era que “Deus me deu pais mais dignos do céu do que da terra”. STA – Então com certeza essa santidade foi o que contribuiu para suas filhas serem, tal como eles, tão religiosas? STA – Além de toda essa vida voltada para a “liturgia do lar”, como chamou, o que mais destacar na vida santa do casal? 16 • Santa Teresinha em Ação IF – A caridade é uma delas. Uma das filhas ficava encucada porque Luís entrava em determinada casa várias vezes. Uma casa estranha, que eles não conheciam. Uma vez Luís levou Teresinha e ela descobriu que tratava-se de uma senhora viúva, sem recursos algum, que só vivia da caridade de Luís. Luís também era daqueles que encontrava algum necessitado na rua, levava para casa, dava banho, comida e algum dinheiro e o levava de volta para sua própria casa.. STA – Apesar de serem santos, deveria haver brigas. Na sua opinião, o que contribuiu para se tornarem o casal que foram? IF – A amizade. Em vários relatos dá para se ver como eram amigos. Luís se referia a Zélia como sua melhor amiga, companheira e confidente. Zélia o mesmo. Tinham espiritualidade conjugal. STA – E você acha, Italo, que dá para ter um casamento santo nos dias de hoje? Deixe um conselho para os paroquianos. IF – Tenho certeza! Tenhamos o exemplo do casal que com simplicidade e muita fé se tornaram modelo. Eram amigos, fiéis a Deus e para com os princípios. Se amavam e se respeitavam. Não custa muito para ter um casamento santo, mas precisa ter Deus acima de tudo, espiritualidade conjugal e fé. Mais sobre o casal e o trabalho de Italo em www.sagradafamilia.net.br