Anais Comunicação Oral: Comunicação ORGANIZAÇÃO: Universidade Federal do Pará - UFPA INSTITUIÇÕES PARCEIRAS A revisão lingüística e ortográfica, assim como o enquadramento às regras da ABNT é de responsabilidade dos autores e coautores. ISBN 978-85-63728-28-9 METODOLOGIAS E PRÁTICAS DOCENTES COM O AUXILIO DA TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL Área temática: Comunicação Responsávael: Rosemeri Scalabrin – Campus Rural de Marabá (CRMB)/Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPA) Autores: Rosemeri Scalabrin1, Cícero de Santana Ferreira Filho2 RESUMO Esse trabalho aborda a metodologia desenvolvida no projeto “Luz, Câmera, Educa-Ação do Campo”, desenvolvido pelo Campus Rural de Marabá(CRMB), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), na perspectiva de refletir o processo vivenciado e socializar os resultados alcançados, dada a importância do projeto na complementação da formação inicial. Para isso, tomando como referencia os Relatórios Anuais do projeto (2011, 2012 e 2013), os materiais produzidos e publicados em 2013, bem como os relatórios das atividades de acompanhamento pedagógico realizadas pela equipe do referido Campus nas escolas envolvidas. Consideramos que o projeto promoveu a articulação entre o Ensino Superior e Educação Básica e provocou mudanças nas práticas educativas dos educadores-educandos envolvidos, nas metodologias educacionais, bem como possibilitou novos aprendizados, por parte dos professores e educandos envolvidos, sobre a cultura dos povos do campo. Palavras chave: Educação do Campo. Extensão. Prodocência. 1 Dra em Educação, Professora da EPPT, Diretora de Ensino e Diretora Geral Substituta do Campus Rural de Marabá/IFPA. 2 Licenciado em Educação do Campo e Professor da Escola Municipal de Ensino Fundamenta São Benedito (EMEFSB) INTRODUÇÃO Esse trabalho aborda a metodologia desenvolvida no projeto “Luz, Câmera, EducaAção do Campo”, aprovado pelo Edital PRODOCÊNCIA 028/2010 para ser desenvolvido pelo Campus Rural de Marabá/IFPA, na perspectiva de refletir o processo vivenciado e socializar os resultados alcançados. Uma das principais problemáticas das escolas do campo está na ausência de uma política de formação de professores que seja capaz de rever a forma de desenvolver o currículo e o calendário escolar que atendam aos interesses e as necessidades das populações do campo. A predominância do modelo urbano de educação nas escolas do campo distancia a relação pais e filhos e causa o êxodo rural, fortalece a lógica de exclusão do homem do campo e a visão de superioridade da cidade sobre o campo. Desse modo, o projeto de extensão buscou estimular os educandos a refletir sobre o currículo, as metodologias e o calendário escolar a luz da realidade do campo, no sentido de materializar ações que possibilitassem, cada vez mais, a articulação entre as atividades do Ensino Superior em que são educandos com as atividades da Educação Básica, por entender que “na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo” (VEIGA, 1995, 145). O projeto foi desenvolvido no período de outubro de 2010 a fevereiro de 2013 envolvendo educandos da Licenciatura em Educação do Campo do CRMB/IFPA, que atuam em cinco Escolas Municipais de Ensino Fundamental de quatro municípios da região Sudeste do Pará, educadores, educandos das escolas e comunidade local. Consideramos que o projeto possibilitou a articulação entre o ensino, pesquisa e extensão e teoria-prática, na medida em que no seu desenvolvimento articulou as ações de pesquisa realizadas nos Tempos-Comunidade, as ações de Estágio no Ensino Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos com as ações do projeto voltadas para a inserção de metodologias e práticas docentes inovadoras com o auxilio da tecnologia da comunicação social, promovendo processo de ensino-aprendizagem dos docentes e discentes envolvidos, a partir da relação teoria-prática. 1. Material e Metodologia O projeto foi desenvolvido em cinco Escolas Municipais de Ensino Fundamental selecionadas: Escola PA Moresch (São João do Araguaia); Escolas Sisnande Monteiro e São Benedito (São Domingos do Araguaia); Escola Construindo Conhecimento (Eldorado do Carajás); e, Carlos Mariguela (Município de Marabá), mesorregião Sudeste do Pará e teve como objetivo “Desenvolver experiências metodológicas e práticas docentes inovadoras com o auxilio da tecnologia da comunicação social, articulando o ensino superior com o ensino básico, visando o processo de ensino aprendizagem dos docentes a partir da relação teoria-prática.” (CRMB, 2010). Os materiais utilizados foi um kit de comunicação áudio visual para cada escola composto por notbook, maquina filmadora, câmera digital, televisão 20 polegadas e aparelho de dvd, sendo um para cada escola. O projeto foi composto pela coordenação geral e adjunta do Campus Rural de Marabá, além de quatro educadores. O percurso do projeto de extensão constou de três etapas: a primeira composta pela divulgação do projeto, aquisição dos materiais e seleção de 20 educadores-edeucandos do curso de Licenciatura em Educação do Campo e a seleção das escolas; a segunda, pela formação dos educadores-educandos, escolha do tema de pesquisa e captação de imagem nas comunidades (fotografias, entrevistas e filmagens); e, uma cartilha da memória coletiva do projeto; terceira, acompanhamento pedagógico pela equipe do CRMB; e, quarta, avaliação do projeto e publicação dos resultados. . 1. Da divulgação do projeto e o Processo seletivo dos educandos e das escolas O projeto foi apresentado para os educandos do curso de LEC,seguido do processo seletivo, realizado por meio de edital público, em que foram selecionados 20 educadoreseducandos de 05 (cinco) escolas do campo (CRMB/IFPA, 2010). Os critérios para participar do processo seletivo foi ser estudante da LPEC; ser educador de municípios com mais de dois acadêmicos; ter disponibilidade de tempo do candidato para estudo e pesquisa; disposição para construir novos processos de ensinoaprendizagens na escola-comunidade. Esse processo foi realizado constou da ficha de inscrição e entrevistas individual com os candidatos. Já os critérios de seleção das escolas foram: Educandos-educadores que atuam em escolas do 5° ao 9° ano; e, Escola que tenha energia elétrica e estrutura para acondicionar os kits de comunicação (CRMB/IFPA, 2010). 2. Da Formação de educadores-educandos e acompanhamento pedagógico A formação do projeto de extensão obteve carga horária total de 180 horas, organizado em cinco módulos, realizados pela assessoria externa na área da comunicação. O primeiro módulo constou do estudo das temáticas como: “A globalização e os meios de comunicação e resistências”, “A mídia e política no Brasil – novos e velhos atores”, além de exibição de documentários sobre Educação e comunicação, atividade prática como filmagem na área do CRMB e apresentação das fichas técnicas das gravações sobre as unidades de ensino-pesuisa-extensão, de um grupo, e agroeologia de outro grupo. Após o termino deste módulo os educandos deverão iniciaram o processo nas escolas, envolvendo outros educadores, educandos e a comunidade para estudar a temática, definir ações e construir o plano de trabalho (CRMB/IFPA, 2011). Os três módulos sequentes se efetivaram pela oficinas de vídeo- documentário (préprodução, produção e pós-produção de vídeo documentários), referente ao cotidiano da multissérie nas escolas do campo, apresentando temáticas como: práticas educativas, produção agroecológica, merenda escolar, construção curricular, transporte escolar, religiosidade, entre outros Já o último módulo consistiu na elaboração de projeto para captação de recursos e firmação de parcerias para a continuidade e a expansão das atividades implementadas pelo projeto para outras escolas(CRMB/IFPA, 2012). 3. O Acompanhamento Pedagógico O acompanhamento das atividades nas escolas se deu pela reunião com os professores e com os alunos envolvidos no projeto de extensão, proporcionado a reorientação das ações, visto que por vezes os alunos de dispensavam dos objetivos e a promoção de debate sobre a temática “Meios de Comunicação”, que culminou com a produção de cartazes, a partir de recorte colagem (CRMB/IFPA, 2011). De acordo com os educadores, a apresentação do projeto e o desenvolvimento das atividades instigou a participação nas aulas, uma vez que os educadores das diversas disciplinas se envolveram na execução das atividades. 4. Avaliação do projeto e publicação dos resultados. O encerramento do projeto se realizou com um seminário de avaliação e apresentação dos resultados. Resultados e Discussões De acordo com os relatórios anuais, o processo vivenciado promoveu a articulação entre o Ensino Superior e Educação Básica, na medida em que contribuiu na mudança de visão dos educadores-educandos sobre o papel do educador, a concepção de educação e de campo; provocou leitura crítica sobre a diversidade do campo nos seus aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos, ambientais, de gênero, geração e etnia; promoveu a construção de formas de aprendizagens que permitam aos educandos melhor compreender e desenvolver capacidades para viver e intervir em seu mundo e em sua existência; gerou práticas docentes inovadoras com o uso de tecnologia; envolveu educadores, educandos e a comunidade no processo de produção do vídeo-documentário; se tornou uma ferramenta metodológica capaz de articular e potencializar os objetivos apresentados pelo projeto, como também provocou a avaliação do currículo das escolas campo e a emergência de novas práticas docentes. Resultados: Conforme relatório do ano de 2013, os resultados alcançados foram: 20 educandos do Curso de Licenciatura em Educação do Campo, 100 educandos de cinco escolas envolvidos capacitados; 400 educandos e educadores indiretamente envolvidos; um acervo de informações sobre a vida no campo e as escolas do campo constituído; uma visita de intercambio/conhecimento do patrimônio histórico e cultural realizada; cinco vídeos documentários e uma cartilha, produzidos. Conclusão O Projeto “Luz, Câmera, Educa-ação do Campo” se configurou como estimular de práticas pedagógicas inovadoras, na medida em que oportunizou a reflexão sobre a necessidade de inserir novos elementos no currículo das escolas do campo, valorizar os saberes e a cultura dos povos do campo, atendendo aos objetivos do projeto. A inserção dos estudantes da LPEC no projeto oportunizou a articulação entre ensino-pesquisa-extensão e teoria-prática; possibilitou o uso de novas tecnologias nos trabalhos escolares provocando mudanças nas práticas docentes, no currículo e nas metodologias e nos aprendizados dos educandos. BIBLIOGRAFIA CRMB/IFPA. Relatórios Anuais do projeto Luz, Câmera e Educa-ação do campo, 2011, 2012 e 2013. VEIGA, Ilma passos (ogg). Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível. Campinas-SP: Parirus editora, 24ª Ed., 1995. UNIVERSIDADE ABERTA À TERCEIRA IDADE: RESULTADOS E NOVOS RUMOS PROPOSTOS PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO Área Temática Direitos Humanos Responsável pelo trabalho Adriano da Silva Rozendo Instituição Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis (UFMT/CUR) Nome do autor Adriano da Silva Rozendo Resumo O programa Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI) é uma experiência difundida em todo o mundo. Principiado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em 1993, o programa já atendeu a mais de dois mil frequentadores. Tendo como objetivo a promoção do envelhecimento digno; da saúde e da autonomia no processo de envelhecimento, são promovidas atividades físicas; culturais; educacionais e de aperfeiçoamento pessoal aos frequentadores. Além da programação clássica praticada internacionalmente, a UNATI da UFMT realizou e propõe inovações tais como a inclusão de população residente em instituições de longa permanência em suas atividades e a oferta de cursinho pré-vestibular com vistas ao ingresso dos idosos na universidade como alunos regulares de cursos de graduação. Todos os frequentardores relatam estarem satisfeitos com o programa e importantes metas foram alcançadas durante o desenvolvimento das atividades, tais como promoção da longevidade e melhores condições envelhecimento. Palavras-chave: UNATI, Envelhecimento, Mudanças. Introdução A universidade da Terceira Idade é um programa difundido na esfera global. Países desenvolvidos e em desenvolvimento do oriente e ocidente vêm adotando este modelo de atendimento à velhice em suas universidades. Foi inicialmente criado na Universidade de Tolouse/França no ano de 1973. Nesta mesma cidade foi fundada (e funciona até a atualidade) a Associação Internacional das Universidades da Terceira Idade (AIUTA)1, a principal referência mundial para os programas do gênero até a atualidade. Segundo Veras e Caldas (2004), as Universidades da Terceira Idade vêm difundindo conceitos, experiências e práticas que representam uma nova forma de promover a saúde da pessoa que envelhece. A partir de uma ação interdisciplinar comprometida com a inserção do idoso como cidadão ativo em diversos cenários da sociedade. Conforme os referidos autores, a Universidade da Terceira Idade tem como objetivo principal a promoção do envelhecimento digno e saudável, por meio da promoção da saúde física, psíquica e social das pessoas idosas. Para tanto, lança mão das possibilidades existentes dentro das universidades. Outros estudiosos do envelhecimento afirmam que programas como a universidade da terceira idade foi fundamental para ‘inventar’ uma nova forma de se vivenciar o envelhecimento, conhecida como ‘terceira idade’ (HADDAD, 1983; DEBERT, 1999; SILVA, 2008; CORREA, 2009). Em contraste com concepções anteriores de envelhecimento, a terceira idade é reconhecida como uma fase de realizações pessoais, de uma vida ativa, saudável e autônoma. Foi buscando direcionar o envelhecimento para estes rumos que a UFMT, Campus Universitário de Rondonópolis (CUR) criou a Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI) no em 1993. Ao longo destes vinte anos, o programa atendeu a mais de dois mil frequentadores, sendo o maior programa de extensão universitária desenvolvido pela UFMT/CUR. Os objetivos galgados pela UNATI/UFMT/CUR são os mesmos apontados por Veras e Caldas (2004), supracitados. Porém, mais alinhavado à realidade da população idosa na segunda década do século XXI, a UFMT vem traçando novos rumos, buscando direcionar as atividades clássicas do programa para idosos em situação de vulnerabilidade (física e/ou social) e criar novas atividades para o perfil atual da maioria da população idosa. O idoso da atualidade, em geral, possui renda fixa, boas condições de saúde, autonomia física/social e integridade psíquica. Talvez a principal diferença entre o idoso e o adulto hodiernos é o tempo livre; devido ao afastamento de obrigações de trabalho e familiares dos mais velhos. Durante o processo de envelhecimento é comum haver perdas familiares, perdas de referências territoriais e afetivas e outras questões que levam o envelhescente a procurar 1 Disponível em: <http://www.aiu3a.com/HISTORIQUE.html>. Acesso em: 03 de agosto de 2013. assistência em políticas especializadas como é o caso das UNATIs. Considerando o perfil do envenvelhescente na contemporaneidade, além de ofertar as atividades clássicas desenvolvidas na esfera global (atividades físicas como dança de salão, ginástica, yoga, hidroginástica; atividades de lazer como passeios turísticos; atividades de aprimoramento como palestras, cursos profissionalizantes, cursos de línguas, de informática, de artesanato, coral, etc) será dado destaque aqui a duas propostas, uma em andamento, outra em fase de implantação. Tratam-se da inclusão de idosos residentes em instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) nas atividades do programa, assim como a oferta de cursinho pré-vestibular com vistas a preparar o idoso ao ingresso como aluno regulas na Universidade. A partir de 2012 a UNATI/UFMT/CUR passou a atender idosos residentes em instituições de longa permanência (asilos) do município de Rondonópolis atendendo a um grupo de aproximadamente 40 idosos, duas vezes por semana. A partir de abril de 2014, em parceria com a prefeitura municipal da cidade de Rondonópolis, o programa irá ofertar (gratuitamente) um cursinho pré-vestibular, com vistas de preparar os frequentadores para ingressarem nas universidades pela via do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e assim, de fato proporcionar uma abertura ampla e indiscriminada da universidade à população idosa. Material e metodologia Por se tratar de um programa desenvolvido há duas décadas, a UNATI/UFMT/CUR possui uma grande estrutura física, localizada no campus da UFMT/CUR, equipada com auditório, salas de atividades, sanitários/vestuários, secretaria, cozinha industrial, área de lazer e piscina semi-olímpica. A equipe do núcleo é composta por profissionais qualificados e com formação específica para desenvolver cada uma das atividades propostas. As atividades são ofertadas dentro do espaço da UNATI/UFMT/CUR, em outras dependências da universidade (laboratórios de línguas e informática, por exemplo) e em outros espaços fora da universidade (competições esportivas, campanhas, passeios, etc), o que proporciona uma grande circulação de frequentadores no espaço acadêmico e na mundaneidade em geral. Os encontros com os idosos acontecem nas segundas, terças e quintas-feiras entre as 13:00 e as 17:00 horas. As atividades voltadas para os idosos residentes em instituições de longa permanência ocorrem nas quartas e sextas-feiras no mesmo horário. O cronograma das atividades da UNATI segue o calendário letivo da UFMT. O cursinho pré-vestibular será ofertado de segunda a sexta-feira no período noturno a partir de abril de 2014. Resultados e discussões Um programa amplo como o aqui retratado, realiza uma série de atividades que resultam em um grande quantitativo de resultado, ainda mais considerando o tempo em que vem sendo executado. Podemos aqui fazer um breve relato de alguns resultados materiais e observáveis no decorrer do ano de 2013. - Participação de aproximadamente 400 frequentadores; - Participação de aproximadamente 20 membros da equipe (entre funcionários contratados, cedidos, professores, colaboradores e estagiários, exceto monitores eventuais); - Realização de 15 cursos profissionalizantes e de capacitação (panificação; derivados do leite; derivados da soja; pintura em tecidos; confecção de peças íntimas 1 e 2; produção de produtos de limpeza; aproveitamento de alimentos; confecção de bonecas 1 e 2; bordados; aproveitamento de retalhos; plantas medicinais; confecção de roupas para bebês e escultura em madeira); - Participação em competições esportivas (conquista de medalhas individuais e troféu); - Realização de passeios turísticos (Bonito/MS; Jaciara/MT; Juscimeira/MT e Santa Elvira/MT); - Participação de um grupo de aproximadamente 40 idosos residentes em ILPIs - Participação em eventos nacionais e internacionais por alunos e professores. - Inclusão de diretrizes a serem propagadas pela Associação Internacional das Universidades da Terceira Idade (AIUTA) deliberadas na Conferência da AIUTA em Upssala/Se (12/09/2013). É importante ressaltar que em uma pesquisa de opinião feita em uma amostra de frequentadores, todos responderam que o programa trouxe melhorias para suas vidas. 87% deles reponderam que perceberam mudanças nas seguintes categorias: “saúde física”, “saúde mental”; “formação de vínculos afetivos e de pertencimento”, “aprendizagem” e “outras” questões não categorizadas. Os 13% demais assinalaram de duas as quatros destas categorias. A média da nota dada pelos participantes ao programa em geral foi de 9.74. Já em relação aos frequentadores residentes em instituições asilares, foi possível notar um baixo índice de mortalidade entre os frequentadores da UANTI/UFMT/CUR em relação aos demais sujeitos institucionalizados. Este é um importante indicador da eficácia do programa, tendo em vistas que o índice de mortalidade de uma instituição asilar pode chegar a 25% ao ano (ROZENDO, 2013). Conclusão A UNATI/UFMT/CUR, assim como tantas outras UNATIS difundidas no Brasil comprovam sua eficácia ao promover melhores condições de envelhecimento, favorecendo a longevidade no país. Os objetivos propostos pelo programa em pauta foram cumpridos. As inovações propostas pela UNATI/UFMT/CUR tem sendo difundidas pelo Brasil e pelo mundo por meio de trabalhos apresentados em eventos científicos. O próximo passo a ser dados pelas UNATIs deverá ser buscar uma maior participação dos frequentadores na esfera acadêmica, assim como a inclusão de idosos em situação de vulnerabilidade (como aqueles que residem em instituições asilares) em suas programações. Referências CORREA, M. R. Uma Cartografia do Envelhecimento na Contemporaneidade: a velhice e a terceira idade. 2008, 148f. Dissertação (Mestrado em Psicologia), Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP, Assis. DEBERT, G. G.. A Reinvenção da Velhice: Socialização e Processos de Reprivatização do Envelhecimento. São Paulo: Edusp, Fapesp, 1999. HADDAD, E.G. M. A Ideologia da Velhice. São Paulo: Cortez, 1986. ROZENDO. A. S. Protagonismo político e social na velhice. 2013. 216 f. Tese (Doutorado em Psicologia). – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2013. SILVA, L. R. Da velhice à terceira idade: o percurso histórico das identidades atreladas ao processo de envelhecimento. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.15, n.1, p.155-168, jan.-mar. 2008. VERAS, R. P.; CALDAS, C. P. Promovendo a saúde e a cidadania do idoso: o movimento das NBR 6023:2002 da terceira idade. In: Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.9, n. 2, p. 423-432, 2004. Jovens Rurais: Empoderamento e Produção Midiática Área Temática: Comunicação Daniel Massaki Morita1 Benedito Diélcio Moreira2 Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) RESUMO A ação de extensão ‘Tocando o Futuro’ atua em comunidades rurais do pantanal mato-grossense para, por meio de processos educomunicacionais, introduzir as técnicas e as reflexões necessárias para uma produção midiática de qualidade. As atividades desenvolvidas promovem reflexões sobre a produção e consumo midiático, procurando ao mesmo tempo valorizar conteúdos, culturas e conhecimentos regionais em diferentes formatos. Atuando desde maio de 2013, já foram produzidos nove vídeos e tantos outros estão em finalização; três jornais foram editados; programas de rádio e centenas de fotos foram produzidos. Dentre as várias mudanças observadas no processo, ressaltamos a melhoria da comunicação intergeracional dentro das comunidades e valorização dos saberes científicos e populares. Introdução O projeto de extensão “Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica” atua em três cidades do pantanal mato-grossense, trabalhando com jovens do ensino médio de 12 comunidades rurais. Neste trabalho nos limitamos ao desenvolvimento das atividades no município de Santo Antônio de Leverger. As outras duas cidades integrantes do projeto são Barão de Melgaço e Nossa Senhora do Livramento. Por meio de oficinas – práticas e reflexivas – os jovens conhecem as técnicas mais básicas para a produção do jornal da escola, técnicas de fotografias e produção e edição de produtos em áudio e vídeo. As oficinas são conduzidas por alunos de graduação em Comunicação Social, professores e técnicos da Universidade, proporcionando à equipe contato e aprendizado com mídias, formatos, personagens e circulação de informação. Para a aproximação mais efetiva com os jovens foi necessário certo tempo. Mesmo porque os métodos utilizados para que os alunos construam o próprio aprendizado exigem também a melhoria dos ecossistemas comunicacionais (SOARES, s.d.). Em nossa relação com os alunos, a saúde destes sistemas se construiu por meio de uma relação responsável, disciplinada e afetiva. Apesar destes cuidados, inúmeras questões relacionadas aos Aluno de graduação em Comunicação Social – Jornalismo na Universidade Federal de Mato Grosso. Bolsista PIBIC financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso e vinculado ao projeto 317/CAP/2010. 2 Doutor em Educação e professor no curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso. Coordenador do projeto de pesquisa 317/CAP/2010 “Tocando o Futuro”. 1 conflitos geracionais se mostraram presentes na prática da comunicação. Como ocorre em maior ou menor grau nos agrupamentos humanos, existem diferenças e limitações culturalmente construídas na comunicação entre gerações, o que Bordenave (1988, p.12) denomina “in-comunicação tradicional”. Isto dificulta o acesso ao conhecimento empírico dos mais velhos, importante para a manutenção da cultura e de interesse ao propósito do projeto e estabelece barreiras para a valorização do saber científico. Através de alguns processos de empoderamento, também estas dificuldades foram superadas. Metodologia Edgar Morin (1996) apresenta a desordem como geradora de liberdade. A ideia de que a educação deve se basear na descoberta e não na imposição do conhecimento não é nova, embora tenha se fortalecido na segunda metade do século XX, sob diversas nomenclaturas nas novas propostas didáticas. Levando em conta a importância da exploração na descoberta e construção do conhecimento, a primeira fase do projeto, que durou quatro meses, foi dedicada à exploração das técnicas e dos equipamentos de produção midiática. Com o domínio básico de técnicas de filmagem, fotografia, locução e redação, os jovens produziram seus primeiros produtos, finalizados e apresentados a toda comunidade, em um evento específico para esta finalidade. Com a finalização dos primeiros produtos, demos início à segunda fase, na qual procuramos utilizar as descobertas e experimentos já realizados para refinarmos a qualidade técnica e pensamento crítico dos textos multimidiáticos. Os encontros presenciais são realizados quinzenalmente, aos sábados, em escolas rurais. Nos encontros são feitas discussões, oficinas, determinações de temas, entrevistas, grupos e produções. A outra parte fica a cargo dos próprios alunos, durante os dias que separam nossas visitas às comunidades. Dessa forma, a prática leva à reflexão e construção do conhecimento e viceversa, em processos de experimentação (DEMO, 2011) liderados pelos próprios alunos e facilitados pela nossa presença. Para garantir a presença dos alunos aos sábados, por meio de um convênio firmado entre a Universidade e a prefeitura do município um ônibus escolar busca os jovens em suas residências rurais e funcionários da escola preparam para os alunos café da manhã e almoço. Resultados As atividades do projeto estão em sua fase final. Nesse tempo, os jovens dos três municípios produziram, ao todo, nove vídeos, publicação de três jornais, centenas de fotos e um programa de rádio. Os temas escolhidos pelos alunos de Santo Antonio fazem referência à cultura local, reconstroem mitos e lendas, como a lenda do Caderudo, histórias de pesca, de assombrações, resgatam conhecimentos de culinária e de medicina popular. Para esta segunda fase, os temas “pesca, plantas e animais” continuaram sendo o foco, mas agora sob uma visão mais crítica, trazendo novos questionamentos a temas antigos e mais preocupados com o bem estar das comunidades. As consequências em longo prazo da pesca ilegal, o perigo de alguns animais silvestres e uma crítica ao descaso do poder público foram alguns dos temas abordados. Foram notáveis as melhorias no processo comunicacional entre equipe da UFMT e alunos, facilitando e potencializando o processo educativo e criativo das produções realizadas. No entanto, ressaltamos aqui a melhoria de outro ecossistema comunicacional, que deve ser muito mais representativo como um efeito positivo permanente do projeto. Como já anteriormente citado, havia problemas e limitações nos diálogos entre os próprios membros das comunidades. Os alunos levantavam pautas e mostravam interesse em alguns temas locais, cujas principais fontes de informações eram os pais, avós e moradores mais velhos da região. Apesar da proximidade, muitas vezes consanguínea ou de casamentos, os jovens em geral não realizavam as entrevistas e voltavam sem informações, com discursos de que ‘não tinham coragem de perguntar’ ou ‘os velhos não querem falar dessas coisas’. O projeto prevê a compra e doação de equipamentos de captação de imagens e edição. Ocorre que o processo de aquisição, pelos meios burocráticos legais, demorou mais do que o esperado e ainda não terminou. A ideia de entregar os equipamentos era para que os alunos continuassem produzindo mesmo após o término de nossas visitas, aos sábados. Com a não aquisição, convivemos com um cronograma apertado de revezamento nas três localidades do equipamento disponível da equipe. Apesar disso, foram feitos ajustes para que eventualmente os alunos ficassem com câmeras no período entre as visitas. O esforço não foi em vão. Isso mudou radicalmente os resultados obtidos com as ‘tarefas’. Com câmeras nas mãos, os jovens não tinham medo de perguntar aos mais velhos, e estes respondiam à altura, contando tudo que lhes fosse questionado, levantando novas questões e, afinal, ‘liberando’ o conhecimento. Após o evento em que as produções foram exibidas a todos os membros das comunidades, os resultados ficaram ainda melhores. O projeto ganhou mais força e reconhecimento na região, e o nome UFMT passou a carregar um respeito ainda maior. Com o sucesso das entrevistas, os alunos assumiram mais firmemente o interesse que tinham pelos temas, passando a enxergar de forma diferente aquilo que era cotidiano, e mesmo em situações sem o uso de câmeras, a empolgação e os resultados das entrevistas permaneceram bons. Conclusões Vistos os resultados aqui destacados, a melhoria e abertura dos sistemas comunicacionais em diversos níveis, acreditamos que a ação de extensão ‘Tocando o Futuro’ proporcionou um empoderamento social, político e psicológico (FRIEDMANN, 1996) que, embora venha provavelmente a sofrer mudanças após o encerramento da ação, deu mostras de que permanece em seu legado. As câmeras, juntamente com o peso contido no nome de uma universidade federal e o respeito conquistado localmente pelo projeto e seus membros, permitiu aos alunos a superação de barreiras geracionais e culturais, para uma busca mais efetiva por informações e conhecimentos em fontes locais. As produções dos jovens repercutiram na região, motivando outras escolas e comunidades, levantando uma discussão cultural no município e atraindo a atenção de autoridades e figuras eminentes do município. A partir das descobertas, da criação e da exploração, os alunos expandiram seu universo de conhecimento, dando abertura a perspectivas futuras. Muitos jovens comentaram o crescente interesse pelo curso superior, não apenas em comunicação, mas em temas que foram trabalhados nas produções, como medicina, política, ciências biológicas, entre outras. Várias foram as carreiras que interessaram aos alunos. Alguns continuaram lendo e pesquisando informações mesmo após a finalização dos textos. Um deles continuou trazendo à tona novas lendas e histórias locais até então conhecidas apenas pelos moradores mais velhos. Em Santo Antonio um acontecimento surpreendeu a todos nós. Motivados pelos participantes do projeto e por professores, toda a comunidade se envolveu na produção de um filme que narra a história do homem que empresta seu nome à escola, ocorrida na época da escravatura. Interpretado pelos moradores, roteiro de uma professora, captação de imagens e sons pelos alunos e edição dos estudantes da UFMT, o filme foi produzido sem ensaios. O resultado emocionou a todos. E é neste processo de expansão da visão de mundo, convivência com adultos e professores que o jovem tem a possibilidade de desenvolver mais o seu autoconhecimento e marcar mais firmemente o seu espaço e a sua importância na sociedade local. Referências Bibliográficas BORDENAVE, Juan E. Diaz. O que é comunicação rural. São Paulo: Brasiliense, 1988. DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. Campinas: Autores Associados, 2011. FRIEDMANN, John. Empowerment: uma política de desenvolvimento alternativo. Oeiras: Celta, 1996. MORIN, Edgar. Epistemologia da complexidade. In: SCHNITMAN, Dora Fried (org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. p. 274-286. RICOEUR, Paul. O si mesmo como um outro. Campinas: Papirus, 1991. SOARES, Ismar. Ecossistemas comunicativos. São Paulo: NCE/ECA/USP, s.d. Aprendendo e ensinando: Práticas educomunicativas em N.S. do Livramento Área: Comunicação RIBEIRO; Elisa Calvete Ulema1 BARBOSA, Gabriel Soares2 MOREIRA; Benedito Dielcio 3 Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Resumo: Neste trabalho discutimos a experiência do projeto Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica em Nossa Senhora do Livramento, por meio do qual compartilhamos conhecimentos sobre comunicação com jovens do ensino fundamental e médio. Por meio da produção de diferentes conteúdos midiáticos, buscamos trabalhar conceitos que os alunos aprendem na escola e estimulamos a difusão do conhecimento popular de suas comunidades. Assim, esperamos despertar o interesse do jovem pela pesquisa e estimular a sua integração na sociedade em que vive. Palavras Chave: Educação, Comunicação, Jornal Escolar Introdução: O objetivo desse trabalho é discutir as trocas de experiências ocorridas com jovens rurais que participam do projeto “Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica”, na cidade de Nossa Senhora do Livramento, interior de Mato Grosso. Este projeto conta com a participação de professores, técnicos e estudantes de graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A equipe da UFMT se dirige até as cidades em que o projeto acontece duas vezes por mês, aos sábados. Além de Nossa Senhora de Livramento, outras duas cidades do interior Mato-grossense são participantes do projeto: Santo Antônio do Leverger e Barão de Melgaço. Os estudantes participantes das oficinas são alunos de Escolas Rurais. A prefeitura da cidade, conforme convênio assinado com a UFMT, disponibiliza quinzenalmente dois ônibus, que recolhem nas nove comunidades da região os alunos participantes do projeto. As 1 2 3 Estudante de Graduação do quarto semestre de Comunicação Social com habilitação em Radialismo pela Universidade Federal de Mato Grosso. Estudante de Graduação do sexto semestre de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso. Bolsista PIBIC do projeto 317/ CAP/ 2010, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (FAPEMAT). Professor Doutor do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso oficinas são desenvolvidas em uma das escolas das comunidades. Começa sempre por volta da 08h da manhã e termina às 15h30. Funcionários da escola servem almoço para os alunos e para os integrantes da UFMT. Os alunos cursam o Ensino Fundamental II ou Ensino Médio, Com idade entre 14 e 17 anos. Para muitos alunos que participam do projeto, a continuidade dos estudos após o Ensino Médio não é um caminho desejável. Para eles, concluir a educação básica é o suficiente. Quando questionados sobre o assunto, a maioria responde que continuaria no serviço que os pais fazem. Geralmente, agricultores ou garimpeiros. Entretanto, com o andar do projeto, alguns alunos buscaram informações sobre as opções de curso que poderiam tentar em uma universidade. Material e Metodologia: O objetivo do projeto Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica é orientar alunos de Ensino Básico de três cidades ribeirinhas de Mato Grosso a fazer seus próprios produtos midiáticos. Dentre esses produtos, estão programas de rádio, jornal, fotografia e vídeo. O projeto teve sua viagem inaugural no dia 04 de maio de 2013 na cidade de Barão de Melgaço. Na semana seguinte, aconteceu a primeira viagem para Nossa Senhora do Livramento. O projeto foi dividido em duas partes. A primeira parte teve caráter lúdico. Além das oficinas que introduziram as técnicas de produção, os alunos tiveram liberdade para produzir os roteiros para os vídeos, fotografias matérias para o jornal. O conteúdo produzido foi exibido em uma mostra realizada no dia 13 de julho de 2013. A segunda fase do projeto, ainda em curso, tem um caráter de produção. Os alunos começaram a aprender o processo de produção dos conteúdos midiáticos, ou seja, as pesquisas que devem ser feitas para a produção de um roteiro e filmagem. Para isso, foi proposto que os vídeos não teriam mais conteúdo fictício, ou seja, teriam vínculo tanto com os conhecimento locais quanto com aqueles obtidos na escola. Os quase quarenta jovens participantes do projeto foram divididos em quatro grupos, cada um responsável pela produção de dois vídeos, um científico e outro de saberes populares; um programa de rádio, um ensaio fotográfico e artigos e matérias para o jornal. Além disso, o processo de edição, antes realizado por componentes e colaboradores da equipe da universidade, passou a ser responsabilidade dos alunos. Para documentar a nossa experiência e registrar os fatos ocorridos nas oficinas, uma das ferramentas utilizadas foi o uso do Diário de Campo. Sempre que uma viagem é realizada, os componentes da equipe redigem suas percepções. “As anotações de cunho analítico fazem parte do diário de campo. Acredita-se que essas definições complementares possibilitam a compreensão desse instrumento como ferramenta de coleta e, ao mesmo tempo, de análise, o que contribui para o processo de investigação, nos estudos qualitativos. (GERHARDT et al, p. 2). Dessa maneira, ao escrever as percepções e impressões que tivemos nas viagens, contamos com vários documentos que auxiliam nos relatórios. Resultados e discussão: Nosso objetivo, além do registro da experiência, é também o de acompanhar as consequências de nossa presença na região e documentar o domínio pelos jovens das técnicas midiáticas, assim como apreender com eles e seus familiares sobre a vida e a convivência na zona rural. No nosso entendimento, o diálogo que estávamos travando com a comunidade estava além do apenas ensinar como produzir peças midiáticas. Beneficiados pelo pensamento de Paulo Freire, filósofo e educador brasileiro, acreditávamos que com o domínio elementar das técnicas midiáticas, os estudantes também desenvolveriam uma nova maneira de dialogar com a sociedade. O educador libertador tem que estar atento para o fato de que a transformação não é só uma questão de métodos e técnicas. Se a educação libertadora fosse somente uma questão de métodos, então o problema seria algumas metodologias tradicionais por outras mais modernas, mas não é esse o problema. A questão é o estabelecimento de uma relação diferente com o conhecimento e com a sociedade. (FREIRE, SHOR, 1996, p. 48) Pensávamos nessa nova relação com o conhecimento e sociedade desde a nossa primeira viagem a Livramento. Nosso primeiro passo foi criar um mecanismo de aproximação. Para isso, começávamos o dia sempre com atividades coletivas e com dinâmicas de interação. Os intervalos entre as oficinas e no período de almoço também se tornaram momentos de envolvimento e troca de experiências. A princípio, pouco se falava sobre o que os jovens pensavam em fazer após o Ensino Médio. Alguns, disseram que seguiriam com os negócios da família, que de um modo geral estão ligados ao garimpo e à agricultura de subsistência. Outros tentariam emprego em cidades grandes, como Cuiabá ou Várzea Grande. Não se falou em prosseguir os estudos com cursos técnicos ou de graduação. A diretora da escola, em diferentes momentos, admitiu que o projeto “dava novas perspectivas de vida aos alunos”. Estávamos certos de que o projeto desempenhava um papel relevante naquela região. Vygotski (2005) acredita que a construção de um indivíduo enquanto homem necessita da interação com outros homens, e isso nos incentivava a pensar que a nossa presença na comunidade tanto alteraria alguns dos conceitos e, ou, expectativas, como nossas ideias também seriam modificadas por força da experiência que estávamos tendo. Dessa maneira, esse conhecimento não seria algo imposto ou instantâneo, mas algo que seria construído conjuntamente. Bakhtin (2006) acredita que a interação é uma consequência de o ser humano estar vivo e, por isso, deve permanecer em uma contínua atitude responsiva com o mundo ao seu redor. Esse estado constante de diálogo entre esse sujeito com o seu próprio universo, o transforma. Pudemos observar a mudança no comportamento desses alunos com o passar do tempo e com a proximidade que essa interação pôde proporcionar. Antes, nos primeiros encontros, os intervalos das atividades eram utilizados pelos jovens para ouvirem músicas, geralmente em um volume tão alto que exigia sempre a intervenção da diretora. Aos poucos, os hábitos foram se modificando e os intervalos tornaram-se espaços de diálogo, de esperanças e dúvidas. As ideias de produtos midiáticos, antes próximos dos programas populares de televisão, deram lugar ao valor da cultura local. Os produtos que já foram e estão sendo produzidos (colheita de pequi4, problemas e histórias das comunidades, homem boiadeiro, pesca etc.) foram apresentados para toda a comunidade. Nesta ocasião, os jovens fizeram uma apresentação de Siriri5. Conclusão: O estabelecimento de um diálogo com os jovens de Nossa Senhora do Livramento proporcionou a nós da UFMT, e também a eles, a oportunidade de um aprendizado não apenas de ferramentas e técnicas comunicacionais, às quais fomos instruídos pelo curso superior, mas de convivência com ideias distintas, posicionamentos divergentes e trabalho coletivo. Entendemos hoje, e esperamos que os jovens da comunidade possam também compreender, que a comunhão de ideais transformam e necessidades e problemas em encaminhamentos, propostas e soluções. Acreditamos que alguém se torna sujeito de sua 4 5 Fruta típica do Cerrado Brasileiro. Dança folclórica da Região Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), muito comum em festas tradicionais e festejos religiosos. realidade quando atua sobre ela. Aprendemos com eles, inclusive, as mesmas técnicas sobre as quais lhes instruímos, isto é, aprendemos a fazer melhor o que imaginávamos já saber. Ao longo do ano percebemos que a relação com os estudantes se tornava mais fácil à medida que ele nos percebe como ser humano, e passa a conhecer algo sobre quem somos, nossa história. Ou seja, o estudante deixa de nos ver como um professor-objeto, cuja única função é ensinar-lhes algo, passando a nos enxegar como indivíduos, e companheiros no processo de descoberta do mundo. Essa mudança de tratamento acontece em gestos simples, como quando nos convidam para participar de suas atividades na comunidade, para conhecer seus lares e participar de suas festas. O projeto continua. Neste ano entregaremos os equipamentos e treinaremos os jovens para editar vídeos, fotos e áudios. Em Livramento estão em desenvolvimento oito vídeos, quatro programas de rádio, quatro ensaios fotográficos e um jornal. Esperamos que, ao concluir o projeto, por volta do meio do ano, a rede estabelecida entre os jovens, seus familiares e professores locais se sustente, com alunos e professores cooperando para produção de novos conteúdos. Atualmente está em execução também um filme idealizado pelos professores e alunos. A produção irá contar a história da professora que empresta seu nome à escola. Referências: BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006. FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 5. ed. São Paulo: Paz e terra, 1996. GERHARDT, Tatiana Engel et al. Utilização do Diário de Campo. Disponível em: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/598/141. Acesso em 08 maio de 2013. VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e linguagem. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. A IMPORTÂNCIA DAS PARCERIAS NA GESTÃO DE ATIVIDADES DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: A EXPERIÊNCIA DA PUC MINAS EM CONTAGEM Área temática: Comunicação Responsável pelo trabalho: G SILVA Instituição: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) Nomes dos autores: Gláucia Pinheiro da Silva1; Januza Caroline Gonçalves Correia2 Resumo: O presente artigo visa apresentar a experiência da Coordenação de extensão da PUC Minas em Contagem, no desenvolvimento de atividades com a contribuição de parceiros externos públicos e privados, para a efetivação da responsabilidade social. A metodologia utilizada foi documental, uma vez que foram feitos os levantamentos das parcerias e atividades desenvolvidas no ano de 2013. Ao final das atividades do ano referido, concluímos que as atitudes individuais e coletivas dos parceiros contribuíram para a efetivação da Responsabilidade Social Empresarial. Palavras-chave: Extensão Universitária; Parcerias, Responsabilidade Social Empresarial. Introdução As Universidades nos dias atuais têm a missão de manter indissociável o Ensino, a Pesquisa e a Extensão, como previsto pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Porém, não é uma tarefa fácil. O Ensino e a Pesquisa são vistos muitas vezes como os principais meios de aprendizagem, porém a Extensão tem um papel importante na formação acadêmica do aluno, pois possibilita que o conhecimento adquirido em sala de aula seja colocado em prática, trazendo benefícios não só para os alunos envolvidos, mas também para a sociedade. O diálogo dos alunos e dos professores com as sociedades ao entorno das Universidades contribui não apenas para a formação acadêmica, mas para a formação humanista e cidadã dos envolvidos. A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas tem como missão promover o desenvolvimento humano e social dos profissionais, bem como formá-los compromissados com o bem comum. Nesse sentido, uma das diretrizes propostas pela Política de Extensão Universitária da PUC Minas é “a extensão como instrumento para problematizar e buscar respostas às questões sociais, 1 Coordenadora de Extensão da PUC Minas em Contagem. [email protected] Assistente da Coordenadoria de Extensão da PUC Minas em Contagem. [email protected] 2 objetivando a qualidade de vida da população, em especial local e regional” (PUC Minas, 2006, p. 17). Tendo em vista a seriedade das atividades extensionistas para a Universidade, destacamos a importante participação de parceiros públicos e privados que contribuem para a realização de vários projetos na unidade da PUC Minas em Contagem. Tais atitudes individuais e coletivas colaboram para a efetivação da Responsabilidade Social Empresarial que é o compromisso com a sociedade onde estão inseridas. Objetivo O objetivo principal deste artigo é apresentar a experiência da Coordenação de extensão da PUC Minas em Contagem, no desenvolvimento de atividades com a contribuição de parceiros externos públicos e privados. Material e Metodologia Desde o ano de 1960 são realizadas ações de extensão na Universidade, como cursos e atividades culturais, porém no ano de 1983 foi criada a Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária. Atualmente, são realizadas várias atividades que contribuem para o desenvolvimento social e que criam um novo modelo de Extensão. Diante disso, as práticas extensionistas se dão pelas modalidades: programas, projetos, cursos, eventos, prestação de serviços e publicações. Na unidade da PUC Minas em Contagem, no ano de 2013, foram desenvolvidos cinco programas e um projeto de extensão, com a participação de 195 alunos, sendo eles remunerados e voluntários. Na mesma linha, foram beneficiários diretos das atividades desenvolvidas 4289 pessoas. Todas as atividades buscam manter a indissociabilidade do Ensino, da Pesquisa e da Extensão. Conforme a Política de Extensão da PUC Minas (2006), o objetivo da extensão universitária é: Consolidar a indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e a extensão, efetivados em torno de programas e projetos construídos com base em critérios científicos, tecnológicos e em experiências comunitárias. (PUC MINAS, 2006, p.20) Luíz Síveres (2012) aponta que a extensão faz com que seja repensada a forma de aprendizagem nas instituições e reforça a importância das ações extensionistas para o processo educacional A extensão universitária, caracterizada pela sua potencialidade educacional e social, é um elemento essencial da identidade institucional. Um dos aspectos que define, portanto, o estatuto acadêmico é, nesse sentido, o processo de aprendizagem. Por essa razão, a aprendizagem compreende o comportamento humano, a relação que se estabelece com o conhecimento, e a razão para desenvolver a sociedade. (SÍVERES, 2012, p.15) A partir dessas referências e do que prevê o art.207, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, percebe-se a importância da extensão na formação dos sujeitos, isto é, alunos, professores, funcionários e comunidade. O conhecimento ultrapassa a formação acadêmica e alcança a formação humanista e cidadã, o que proporciona uma relação de diálogo, de trabalho em grupo, de cooperação e de doação para a transformação do público atendido. Nesse sentido, ressaltamos a importância das parcerias realizadas no ano de 2013, pela gestão da Coordenação de Extensão, da Unidade da PUC Minas em Contagem, para alcançar os objetivos propostos pelos programas e projetos de extensão. Resultados e discussões A palavra parceria significa “reunião de duas ou mais pessoas que visam a interesse comum; sociedade”, segundo (FERREIRA, 2010, p.564). A partir desse conceito, percebese que o bem da coletividade que está sendo discutido, isto é, há uma união de esforços e um diálogo entre a Universidade e as instituições parceiras, em busca da transformação da realidade social de onde estão inseridas. Conforme Pena (1999) as ações dos seres humanos devem estar relacionadas com o Bem, o que engloba agir de forma humana, cidadã e de constante cooperação. No ano de 2013, os programas e projetos de extensão da unidade da PUC Minas em Contagem contaram com o apoio de empresas públicas e privadas. Inicialmente todos os projetos receberam uma verba financeira da Instituição, mas devido ao aumento do número de participantes e do planejamento de novas atividades para atender aos públicos atendidos, foi necessário a gestão decidir formar parcerias externas. O processo, primeiramente, se deu a partir do aparecimento das necessidades dos programas e projetos. Com isso, era pensado em qual empresa ou órgão podia ser solicitada ajuda pontual, isto é, para resolver apenas a necessidade do momento. Surgiram novas solicitações e, novamente, analisamos quem poderia colaborar. Com isso, decidimos procurar parceiros que se identificassem com as propostas dos projetos e programas e colaborassem com o seu produto ou serviço. Foi a experiência que deu certo no de 2013, na Coordenação de Extensão da PUC Minas em Contagem. Conseguimos mais de cinco parceiros, entre eles empresas públicas e privadas, sendo que dois fizeram contribuições contínuas, e suas doações já faziam parte do planejamento das atividades. Como exemplo, citamos a Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Contagem, que durante o ano de 2013 emprestou o seu ônibus escolar para buscar e levar 30 adolescentes moradores da região do bairro Nacional, Contagem, para participarem de atividades na PUC Minas em Contagem, de segunda a sexta-feira, no período da tarde. Outros exemplos que podemos citar são as empresas Lojas Anjo Azul e Pintou Novidades que doaram os uniformes para os participantes de dois programas da Unidade. Tais contribuições permitiram que os beneficiários participassem de eventos externos que precisavam ir uniformizados, que dentro da Unidade fossem reconhecidos como participantes de programas de extensão e que divulgassem e disseminassem as atividades extensionistas realizadas na Universidade. Essas parcerias são importantes não apenas para os beneficiários que recebem as contribuições, mas para todos os envolvidos: alunos, professores e as próprias empresas. Para os alunos, que estão construindo a sua formação profissional e humana, é reforçado o quanto é importante a cooperação, o diálogo e a busca pelo bem comum. Para os professores, é uma nova forma de aprendizagem para os cursos; que é fundamental a união do Ensino, da Pesquisa e da Extensão para a efetivação do compromisso social. Já para as empresas, elas efetivam a sua Responsabilidade Social Empresarial -RSE, que engloba o compromisso para com o meio onde estão inseridas. Responsabilidade Social Empresarial A expressão Responsabilidade Social Empresarial (RSE) tem sido muito discutida atualmente, pois a sua definição engloba ações individuais e coletivas, em busca do bem comum. O termo surgiu há muitos anos, mas conforme Tenório (2006) do início do século XX até os anos de 1950 referia-se a Filantropismo. A partir dessa época, as empresas começaram a se preocupar com os seus funcionários e com as sociedades onde estavam inseridas. Conforme (ASHLEY, 2003, p. 7) “a responsabilidade social é toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade.” Tal pensamento demonstra a importância das parecerias para as empresas, além dos projetos e programas recebem essas colaborações. As empresas, no passado, concentravam apenas na produção, na necessidade de aumentar os lucros, no entanto, esse cenário mudou e nos dias de hoje as empresas continuam a buscar lucros, mas não apenas isso. Através de ações de responsabilidade social, as organizações buscam alinhar estratégias às questões sociais, o que leva o reconhecimento de empresas socialmente responsáveis ao alinhar as suas marcas às ações que trazem benefícios para a sociedade. Conforme Teodósio (2008), a tendência é que as empresas tenham compromisso social com as sociedades onde estão localizadas, após investirem no seu público interno, pois as ações estão voltadas para o entorno geográfico. Conclusão Conforme Peruzzo (2001) apud Cavicchioli (2009), a educação informal, por meio de práticas que seriam os projetos e programas de extensão, mobilizam os cidadãos e empresas sobre determinados assuntos. “Esta aí o âmago da questão da educação para a cidadania nos movimentos sociais: na inserção das pessoas num processo de conhecimento, onde ela pode educar-se através de seu engajamento em atividades concretas no seio de novas relações de sociabilidade.” (PERUZZO, 2001 apud CAVICCHIOLI, 2009, p. 2) A partir dessa citação, podemos verificar o quanto é importante a participação dos parceiros nas atividades extensionistas, junto com a Universidade, para a efetivação do compromisso social. A educação, expressada de diversas formas, como a produção científica, os livros, os relatórios e as práticas extensionistas visam à formação humanista e profissional do aluno. Para as sociedades que estão ao entorno da Universidade, os parceiros externos, localizados na mesma região, têm um papel muito importante, pois possibilitam a viabilidade de execução dos projetos, além de indiretamente serem impactadas. Referências ASHLEY, P. Responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2003. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. Curitiba: Positivo,2010 PERUZZO, Cecília Krohling; COGO, Denise Maria; KAPLÚN, Gabriel. Comunicação e movimentos populares: quais redes ? = Comunicación y movimientos populares : ¿cuáles redes?. São Leopoldo: UNISINOS; La Habana: Centro Memorial Dr. Martín Luther King Jr., 2002. 359p. SÍVERES. Luiz. Processos de aprendizagem na extensão universitária. (Org). Goiânia: Ed. Da PUC Goiás,2012. TEODÓSIO, Armindo de Sousa. PARCERIAS TRI-SETORIAIS NA ESFERA PÚBLICA:perspectivas, impasses e armadilhas para a modernização da gestão social no Brasil– SP. 2008.Tese (Doutorado) - Fundação GetúlioVargas. Escola de Administração de Empresas, São Paulo. Comunidade politizada: um novo olhar sobre as necessidades de Barão de Melgaço. Área: Comunicação Karina Stein de Luca Gonçalves¹ Benedito Dielcio Moreira² Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Resumo: Este trabalho discute os pontos de vista dos moradores das comunidades ribeirinhas de Barão de Melgaço, em Mato Grosso, após o início do projeto “Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica”, no que se refere aos problemas da região. O projeto tem como objetivo a capacitação de jovens para a produção de produtos midiáticos relacionados à cultura local e ao ensino científico obtido nas escolas. Palavras-chave: comunicação; educação; cultura popular. Introdução: O objetivo desse trabalho é discutir os pontos de vista dos moradores das comunidades sobre os problemas da região durante e depois da chegada do projeto Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica. Este projeto é realizado em escolas rurais de três comunidades ribeirinhas, que fazem parte do município de Barão de Melgaço, situado a 129 quilômetros de Cuiabá. Com a participação de professores, técnicos e alunos do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o projeto tem o intuito de capacitar crianças e jovens, com idade entre 12 e 18 anos, a produzir seus próprios produtos fotográficos, impressos e audiovisuais, além de estimular a criatividade e aliar tudo isso ao ensino científico que eles recebem nas escolas. Além de Barão de Melgaço, mais duas cidades da baixada cuiabana³ recebem o projeto: Santo Antônio de Leverger e Nossa Senhora do Livramento. A UFMT realizou um convênio com as prefeituras para que todos os alunos que frequentam as escolas rurais de três comunidades pudessem participar. Como as atividades _______________ ¹ Estudante de Graduação do terceiro semestre de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso; ² Professor Doutor do curso de Comunicação Social pela Universidade Federal de Mato Grosso; ³ Região de Mato Grosso que tem seus limites definidos ao sul pelo portal do Pantanal mato-grossense e a nordeste pela cidade de Chapada dos Guimarães. Formada pelos municípios às margens dos rios Cuiabá e Paraguai, tem como principal pólo de desenvolvimento Cuiabá. (DETTONI, 2003) são desenvolvidas aos sábados, foram disponibilizados aos alunos transporte e alimentação. A frequência das visitas varia entre duas e três vezes por mês. Nossas equipes saem do campus da UFMT Cuiabá por volta das 06h15 e o horário de chegada às comunidades varia entre 08h e 09h30 da manhã, dependendo da distância percorrida. No caso da cidade de Barão de Melgaço, o trajeto muitas vezes é complicado. Além dos quase 130 quilômetros para chegar à sede do município, o restante do percurso é percorrido de barco a motor. Na época de chuvas, o percurso é maior, durando cerca 40 minutos sobre o Rio Cuiabá. Na seca o tempo de barco é menor, pois parte do trajeto se dá por uma estrada de terra, com cerca de dez quilômetros. Após este percurso, embarcamos até a comunidade de destino. Na época de seca o trajeto pela estrada é tranquilo, mas no início do período de chuva é possível que o veículo atole na lama, o que já ocorreu com um de nossos ônibus. As oficinas são ministradas durante o período da manhã e da tarde, tendo pausa para o almoço, este servido na própria escola para alunos e para a equipe da UFMT. As atividades se encerram normalmente por volta das 15h, com a chegada da equipe em Cuiabá por volta das 18h30. Material e Metodologia: O propósito do projeto Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica é capacitar alunos dos ensinos Fundamental e Médio de escolas rurais a produzirem seus materiais midiáticos, entre eles jornal impresso, fotografia, filmes de ficção de curta e média metragem, documentário e programa de rádio. O projeto teve início no dia 04 de maio de 2013 e foi dividido em duas etapas: na primeira os alunos são encorajados a contar histórias, estimulando a ludicidade, além de serem introduzidos às técnicas de produção audiovisual. Já na segunda, os alunos são direcionados a um caminho mais educacional e científico, com ênfase nos saberes populares da região e no conhecimento científico obtido em sala de aula. As atividades sempre começam com exercícios de interação entre os alunos e a equipe da UFMT, com jogos e brincadeiras. Depois, os grupos são divididos. Cada membro da equipe da UFMT é responsável por um grupo. Na primeira etapa os grupos foram divididos de acordo com os produtos midiáticos a serem produzidos. Já na segunda etapa, cada grupo é responsável por cinco produtos: fotos segundo temática escolhida pelo grupo, pautas específicas para o jornal da comunidade, um programa de rádio e dois vídeos, um sobre saberes populares e outro sobre conhecimentos científicos. Os processos de produção continuam sendo compartilhados pelos membros da equipe da Universidade, mas quem realiza tudo, desde a pré-produção até a finalização do trabalho são os jovens, inclusive a edição de áudio de vídeo. A segunda parte do projeto ainda está em andamento. Resultados e discussão: Por Barão de Melgaço estar situada em uma região consideravelmente perto da capital, há a falsa impressão de que os mesmos recursos que temos por aqui eles podem ter acesso. É notável quando chegamos às comunidades, que isso não acontece. A falta de infraestrutura nas escolas, assim como a dificuldade de chegar até lá são alguns exemplos. Os recursos do governo são mal distribuídos por todo país e muitos serviços não chegam para quem vive em certas áreas, sejam elas mais afastadas ou mais próximas das grandes cidades. A chegada do projeto “Tocando o Futuro: Comunicação e Cultura Científica” viabilizou espaços midiáticos nos quais os jovens resgataram histórias, práticas conhecidas somente dos mais idosos e discorreram sobre a falta de estrutura da região onde vivem. Isso pode ser observado nas temáticas utilizadas pelos alunos para a produção de materiais, como o vídeo que retratou a vida dos boiadeiros e o documentário sobre as causas e consequência das queimadas. No jornal, algumas matérias tratam da rotina na vida de pescadores e como a pesca é a fonte de renda de muitas famílias. Traz também as lendas e histórias do surgimento das comunidades, o ensino do artesanato, que é passado de geração para geração por meio da comunicação oral e os problemas acarretados pela falta de coleta de lixo que afetam o ecossistema da região. Estes são alguns exemplos que podemos observar deste resgate da voz e da sabedoria dos mais velhos, além do empoderamento dos alunos participantes, que mostraram que querem preservar a cultura e a região pantaneira. A distribuição de recursos, a falta de profissionais e materiais são alguns dos assuntos recorrentes que pude perceber nas conversas com os moradores da região. Uma queixa comum deles é sobre a falta de computadores e o quase nulo acesso à internet. Para Martins (2007, p. 8), a utilização de equipamentos que possibilitem o acesso à rede “inflige um novo modo de “ver” e de se relacionar com o “mundo”, com a sociedade”. Com a falta de computadores e acesso à internet, a conversa com vizinhos, conhecidos que moram na cidade e parentes é uma das fontes e o que estimula o debate sobre os problemas locais. A comparação com os grandes centros pode ser feita também pelo consumo de mídia. Os meios de comunicação mostram essa diferença, seja na área de saúde, segurança, educação, etc. O recebimento dessas informações, sejam elas mostradas no Jornal Nacional ou transmitidas pela Voz do Brasil reforçam o debate. Entre a população com idade entre 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 41,5%, pois a maioria não teve oportunidade de frequentar a escola ou então teve que deixar os estudos para trabalhar e sustentar a família. Porém, por conta do costume de ouvir o rádio e de assistir aos noticiários da televisão, eles sabem quais as principais leis estão em vigor, quais os casos de corrupção estão sendo descobertos, quais são os direitos e deveres deles enquanto cidadãos, por exemplo. Conclusões: A primeira etapa do projeto já foi concluída com a realização um evento no dia 31 de agosto de 2014 para a demonstração dos vídeos, fotos e programas de rádio produzidos, além da distribuição dos jornais aos pais e responsáveis pelos alunos. Neste evento os pais e moradores das três comunidades puderam conhecer os resultados dos trabalhos dos alunos durante os quatro primeiros meses de projeto. Estamos quase finalizando a segunda etapa do projeto. O evento de encerramento dessa última etapa será realizado na área de eventos da cidade de Barão de Melgaço. A ideia é mostrar aos moradores da sede do município os que os jovens produziram. Outro evento importante para o projeto é o encontro em Cuiabá dos jovens das três cidades envolvidos no projeto. Alunos e professores das escolas rurais farão uma visita ao campus da Universidade Federal de Mato Grosso, onde poderão os museus instalados no campus, laboratórios de pesquisa e o zoológico conhecer. Os jovens de Santo Antônio do Livramento e Nossa Senhora do Livramento planejam apresentar aos acadêmicos, no restaurante universitário, uma apresentação de Siriri4 . Muito mais do que ensinar aos alunos técnicas audiovisuais, também aprendemos com a convivência, com as trocas. Este projeto abriu os horizontes de todos nós, jovens das comunidades e estudantes da UFMT. Permitiu a criação de novas perspectivas de vida e ____________________ 4 Muito parecido com brincadeiras indígenas e com ritmo e expressão hispano-lusitanas, o Siriri é uma dança folclórica em roda típica de Cuiabá e dos municípios próximos a capital. Era apresentado normalmente em festas de santo, mas em 2002 foi criado o Festival Cururu e Siriri, espetáculo local que deu mais visibilidade à dança. mostrou que os meios de comunicação podem facilitar o aprendizado, estimular a criatividade e trazer informações de uma maneira fácil e de rápida absorção. Além disso, as tarefas realizadas pelos alunos contribuíram para o fortalecimento da ideia de responsabilidade com o coletivo, com o meio ambiente e, principalmente, com os saberes do habitantes mais antigos. REFERÊNCIAS DETTONI, Rachel do Valle. A concordância de gênero na anáfora pronominal: variação e mudança linguística no dialeto da baixada cuiabana – Mato Grosso. 2003. Tese de Doutorado. Tese (Doutorado). UFMG. POSLIN. GONÇALVES, Karina Stein de Luca. Diário de Campo dia 08 de fevereiro de 2014. Cuiabá, 2014. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010: resultados do universo – indicadores sociais municipais. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang&codmun=510160&idtema=79&sea rch=mato-grosso%7Cbarao-de-melgaco%7Ccenso-demografico-2010:-resultados-douniverso-indicadores-sociais-municipais--> Acesso em: 20 fev. 2014 LORENSONI, Muryllo Raphael. TAVARES, Débora Cristina. O Contemporâneo e o Festival Siriri Cururu. In: CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO CENTRO-OESTE, 15., 2013. Rio Verde – GO; Anais eletrônicos... Rio Verde, 2013. p. 2-5. Disponível em: < http://portalintercom.org.br/anais/centrooeste2013/resumos/R36-0515-1.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2014. MARTINS, Gerson Luiz; “Prefácio”. PINTO, Aroldo José Abreu; ALVES, Fábio Lopes (org.). Representações sociais em comunicação: fragmentos de histórias em histórias. São Paulo: Editora Arte e Ciência, 2007. ORGANIZAÇÃO DO ACERVO DO CENTRO DE MEMÓRIA DA EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (CEMEX-UFF) - APLICAÇÃO DO SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS Comunicação Lucia Helena Marchon Leão Ramalho Universidade Federal Fluminense (UFF) Lucia Helena Marchon Leão Ramalho¹; Raquel Freitas Pinto de Souza2; Ellen Cortez Contreiras3 1 Técnico-Administrativo Coordenadora de Extensão Universitária da UFF 2 Discente Bolsista de Extensão Universitária da UFF 3 Docente Coordenadora de Extensão Universitária da UFF Resumo Esse trabalho visa demonstrar a metodologia utilizada para a organização do acervo do Centro de Memória da Extensão da Universidade Federal Fluminense, CEMEX-UFF, enumerar as etapas e comentar sobre a aplicação do sistema de automação de bibliotecas por meio do software PHL 8.2. O CEMEX-UFF está voltado para a comunidade acadêmica e para o público em geral, tanto em nível nacional como internacional, já que está disponibilizado em ambiente digital. Estes têm acesso ao acervo completo de registros de pesquisas e atividades da Pró-Reitoria de Extensão, assim como de todo elenco de ações extensionistas que foram ou que estejam sendo realizadas na UFF. O CEMEX-UFF dispõe de um vasto acervo bibliográfico e documental com assuntos de grande relevância. Nos resultados iremos salientar os benefícios que já usufruirmos com a instalação da base como: esquemas estatísticos, a identificação da importância do acervo pelas especificidades da extensão, a exclusividade de determinadas obras, e as novas pautas que certamente serão acrescentadas ao trabalho. Pretendemos apontar a importância desse tratamento como forma de proporcionar a disseminação da informação, muitas vezes estagnada, entre as instituições pares e/ou interessadas nas temáticas em questão. Palavras-Chave Organização de acervos; Software PHL 8.2; CEMEX-UFF Introdução O Centro de Memória da Extensão da Universidade Federal Fluminense, CEMEX-UFF, tem por objetivo: identificar, reunir, preservar, organizar e disponibilizar a história da trajetória extensionista de nossa universidade. O CEMEX-UFF foi criado em consonância com a Política Nacional de Extensão, que vem sendo continuamente formulada pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (FORPROEX) e dispõe de uma equipe formada por professores, técnicos e bolsistas das áreas de Biblioteconomia, História, Mídias Sociais, Jornalismo, Estatística e Medicina Veterinária. Cabe citar, que o Programa foi contemplado pelo Edital MEC/PROEXT/2010 e 2014, e conta com uma parceria interinstitucional com a Fundação Oswaldo Cruz. A vertente do trabalho que ora relatamos é resultado da execução do projeto aprovado em 2010, quando realizamos um grande número de visitas técnicas em outras instituições de ensino e pesquisa da região Sudeste, com o intuito de trocar informações sobre os centros de memória que estavam em andamento e sobre a extensão universitária. Dentre o aprendizado gerado por essas visitas, ficou evidenciado o vasto acervo de livros, periódicos, manuais, folhetos, folders, anais, catálogos, jogos educativos, que vinha sendo produzido pelos diversos grupos de pesquisadores, e que quase sempre chegava às instituições como a nossa, na forma de doações, mas que quase sempre não encontravam vias para a disseminação de sua informação. Essa constatação reforçou a urgência de uma decisão sobre o tratamento do acervo bibliográfico e documental da Pró-Reitoria. Sendo assim, realizamos algumas reuniões com profissionais da área e optamos por, ao menos em um primeiro momento, agregar essa informação organizada à divulgação do CEMEX-UFF. Material e Metodologia Antes de iniciar o processo de organização, foram estabelecidas as etapas e a divisão do trabalho pela equipe. Na primeira etapa, examinamos e separamos todos os materiais que seriam incluídos na coleção do CEMEX-UFF. Os exemplares em duplicatas estão sendo oferecidos a instituições interessadas. Na segunda etapa foram feitos o registro e o tombo do acervo. A outra parte do material foi registrada e guardada segundo os critérios de catalogação. Foi feita também a catalogação de cada item. Para atingirmos essa tarefa, foi realizada uma pesquisa de sistemas de automação de bibliotecas que funcionassem como ferramenta de busca pelos usuários e pesquisadores interessados. O software escolhido foi o Personal Home Library – PHL, de utilização simples, pois, após a catalogação, indica os erros pertinentes, possibilitando a correção imediata. Cabe salientar que o PHL Elysio é de uso gratuito para ambiente monousuário (Localhost), e que todos os seus scripts são distribuídos com os códigos de fontes abertos, com permissões de personalização de acordo com os critérios da instituição. Resultados e Discussões Esse trabalho tem como intuito registrar, organizar, conservar e divulgar o acervo bibliográfico e documental da PROEX-UFF, para preservar e suprir as necessidades informacionais das instituições que ressaltam a importância da Extensão Universitária. Busca demonstrar as atividades de organização e aplicação do sistema de catalogação de bibliotecas; divulgar o acervo da memória da extensão da UFF para o público acadêmico e para a população em geral; funcionar como uma central de referências e qualificar as formas de acesso do usuário às fontes de informação; e incentivar outras instituições a preservarem sua produção acadêmico-científica. Vale salientar os dados obtidos com essa aplicação do software de automação de bibliotecas nos possibilita ter um controle geral e estatístico de todos os materiais bibliográficos catalogados; busca através das palavraschave (figura 1); controle de empréstimos, lista de referências segundo a norma da ABNT e gráficos atualizados (figura 2), entre outros. Figura 1 - Página inicial do Phl após uma pesquisa com a palavra-chave Extensão Universitária Figura2- Gráfico estatístico do acervo Conclusão Percebeu-se a importância da informação tratada a fim de proporcionar a disseminação da informação entre as instituições pares e/ou interessadas nas temáticas em questão, e o incentivo a essa disseminação através da divulgação e das doações das duplicatas. Esse trabalho busca também a valorização, a preservação, e a divulgação da história da extensão universitária, proporcionando o acesso a um leque de informações nas diferentes áreas temáticas da extensão na UFF e em outras instituições de ensino e pesquisa. Sendo assim, entendemos que o mesmo visa o aprimoramento da formação cultural do cidadão, além de suprir os técnicos da instituição e outros profissionais interessados, assim buscando o reconhecimento como instituição social, essencial ao exercício da cidadania, devido ao intercâmbio informacional e à democratização do conhecimento que proporciona. Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro, ago. 2002. 23 p. ANDRADE, Maria Teresinha Dias de Andrade; et al.. Mudanças e inovações: novo modelo de organização e gestão de biblioteca acadêmica. Ci. Inf., Brasília, v. 27, n. 3, set./dez. 1998. 311-318 p. CALLIAN, Amanda dos Santos. Seleção de software e sistema de automação de bibliotecas para o Centro de Memória da Extensão da Universidade Federal Fluminense. Niterói, SEMEXT 2012. MIRANDA, Antonio. Os conceitos de organização baseada na informação e no conhecimento e desenvolvimento de serviços bibliotecários. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 22, n. 3, 227-232 p, set./dez. 1993. SERRANO, Rossana Maria Maior. Conceitos de extensão universitária: um diálogo com Paulo Freire. [s.l.], [s.d]. VERGUEIRO, Waldomiro de Castro Santos. Desenvolvimento de coleções: uma nova visão para o planejamento de recursos informacionais. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 22, n. 1, p. 13-21, jan./abr. 1993. A REPRESENTAÇÃO DE INCLUSÃO SOCIAL E DIGITAL POR MEIO DA MÚSICA EM DOCUMENTÁRIOS BRASILEIROS Aqui, o vídeo documentário é elemento de mobilização e crítica social uma vez que contextualiza os fatos de um problema social, evidenciado pela valorização dos indivíduos que ilustram suas expectativas, dificuldades e ideais. Pretende-se enfatizar com a análise de Fala Tu (2003) e L.A.P.A (2007) a ideia de que a música, no caso o rap, pode ser utilizado na inclusão social quando expressado de forma ideológica, pelo diálogo que representa em sua maior parte conflitos integrantes da periferia. E, ao estabelecer a musica como prática e criação de uma identidade cultural, a análise de Insurreição Rítmica (2008) explicita como a música promove a transformação social, ao retratar a transformação promovida por organizações sociais em bairros pobres de Salvador. Em paralelo à inclusão social, a questão da empregabilidade é mensurada à inclusão no mercado da música digital, no uso das novas tecnologias disponíveis e que transformaram a prática do músico independente, ao substituir o consumismo do CD por arquivos de áudio. Tal problemática será explorada pelos documentários Música.BR e Internet (2009), We.Music (2010) e Profissão: Músico (2011), no qual objetiva-se compreender como os músicos dependentes de uma geração de renda pela música sobrevivem a transformação no mercado musical. Assim, há o desenvolvimento a partir de teorias acerca das questões que envolvem esse conjunto de documentários, como conceitos de inclusão social e digital, identidade cultural e revolução digital no mercado musical juntamente com a análise dos mesmos. Procura-se assim discutir como se desenvolve a representatividade deste conjunto de documentários que explora as problemáticas relacionadas à inclusão social e digital fazendo uso da música, evidenciando o uso do audiovisual como fator de conscientização de realidades que expressam essas problemáticas. Palavras-chave: documentário; inclusão; música. USO DE NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO PARA FORMAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NOS ASSENTAMENTOS RURAIS DO BREJO PARAIBANO Área Temática: Comunicação Responsável: Márcia Verônica Costa Miranda Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Márcia Verônica Costa Miranda1; Gilmar Batista da Silva2 1 Centro de Ciências Agrárias/Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais/UFPB Professora Orientadora do Projeto – (DCFS/CCA/UFPB). E-mail: [email protected] 2 Tutor bolsista (CCA/UFPB). E-mail: [email protected] RESUMO Ainda existe, no Brasil, uma parcela muito pequena da população que conhece essas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) e outra parcela tem uma pequena noção e pouco conhecimento sobre a nova realidade. Este trabalho descreve ações do projeto “Juventude e Inclusão Digital nos Assentamentos Rurais de Areia-PB” voltadas para a inclusão social através de cursos e oficinas de Tecnologia da Informação, objetivando não só a alfabetização digital, mas incluir o cidadão neste novo mundo. O público-alvo do projeto constitui-se a juventude rural do brejo paraibano. As oficinas foram implementadas no Laboratório de Informática Usina do Saber, na Escola Municipal José Lins Sobrinho na cidade de Areia, utilizando o ambiente de educação virtual Moodle, onde foram atendidas mais de 200 pessoas da comunidade rural. Partindo do princípio de que a Universidade deve também estar voltada para a comunidade onde está inserida, visamos promover a cidadania plena da juventude rural e seus familiares, sua autonomia, através da busca da sustentabilidade e facilidade de inserção no mercado de trabalho. Como a informática é uma ferramenta indispensável ao trabalho, à comunicação e ao próprio modo de vida contemporânea, o seu domínio resulta em uma inclusão social mais ampla e igualitária. Este projeto consiste na execução de ações que visam ampliar o acesso de jovens e adultos dos assentamentos rurais do brejo paraibano ao mundo digital através de um instrumento poderoso para a construção da inteligência coletiva. Palavras-chave: Inclusão Digital, Juventude Rural, Educação a Distância. INTRODUÇÃO Atualmente, a Informática é exigida em todas as áreas do conhecimento humano. Entretanto, em nosso país, temos, de um lado, uma parcela muito pequena da população que transita neste universo novo das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), e de outro, uma parcela imensa que apenas tem uma pequena noção e pouco conhecimento sobre a nova realidade (Lima,2003). Entendemos por Inclusão Digital (ID) a possibilidade de acesso dos cidadãos de uma sociedade às TICs, que incluem, entre outras, os computadores e serviços de internet. A inclusão digital tem um tripé que compreende acesso a educação, renda e TIC’s, (S.Filho, 2003). A ausência de qualquer um desses pilares significa deixar quase 90% da população brasileira permanecendo na condição de mera aspirante a inclusão digital. Recentemente, vemos no país diversas iniciativas para promover a inclusão sócio-digital, evidenciando a necessidade de contribuir com os esforços nacionais em diminuir a exclusão digital e, por consequência, a exclusão social, onde, atentos aos novos direcionamentos para ações em extensão universitária, buscou-se diminuir a distância entre estas duas realidades, colocando a Universidade como instituição atuante no cenário da inclusão sociodigital. Neste contexto, o projeto “Juventude e Inclusão Digital nos Assentamentos de Areia-PB” implantou cursos e oficinas como forma de promover a inclusão social dos jovens e agricultores no brejo paraibano, buscando qualificar a produção no campo e a força da juventude para, de forma prática e sistemática, fomentar a ampliação da qualidade de vida nos assentamentos do distrito Santa Maria no município de Areia. Tendo como foco a educação como parceiro na inclusão social, uma ferramenta que deve ser utilizada para implementá-la reside nos recursos de Educação à Distância (EAD). EAD é uma modalidade de educação mediada por tecnologias e recursos didáticos, sistematicamente organizados, em que alunos e professores estão separados espacial e/ou temporalmente, ou seja, não estão fisicamente presentes em um ambiente presencial de ensino-aprendizagem (Behar, 2009). Com recursos do projeto, Chamada Pública 01/2011 do Ministério das Comunicações/SID, foi instalado um Laboratório de Informática Usina do Saber na Escola José Lins Sobrinho, na zona rural do Município de Areia-PB. Foi utilizada, como ferramenta didática, o ambiente de aprendizagem virtual Moodle, um software de código aberto, livre e gratuito, para os cursos de inclusão digital ministrados a comunidade rural. Diante do exposto, a criação de projetos como este, com referência específica aos jovens rurais, prospectam um marco institucional diferenciado no âmbito da utilização de recursos educacionais inovadores e de oportunizar ferramentas e novas formas de promoção de autonomia, sustentabilidade e enfrentamento do mercado de trabalho. METODOLOGIA Foram ofertadas e ministradas oficinas de Tecnologia da Informação (TI) no período de abril de 2012 a dezembro de 2013, que atenderam aos mais diversos públicos, perfazendo cerca de mais 200 pessoas entre 11 a 20 anos, mais notadamente jovens que necessitam ingressar no mercado de trabalho. Os cursos de TI foram ministrados por um tutor com disponibilidade de 20 horas/semanais. As aulas foram construídas utilizando o Moodle. Trata-se de um ambiente virtual de aprendizagem, desenvolvido sob a ótica do construtivismo social, a qual defende a construção de ideias e conhecimentos em grupos sociais de forma colaborativa. Com o uso do Moodle, o aluno passa a ser responsável pela aquisição de seu conhecimento, desenvolvendo autonomia, perseverança, domínio de leitura e interpretação, ou seja, formando-se autodidata, uma vez que o alunos segue seu ritmo de aprendizagem pessoal e cabível aos horários mais compatíveis (RAMAL, 2005). As aulas foram ministradas na Escola José Lins Sobrinho, localizada nos assentamentos do distrito Santa Maria-Areia/PB, no Laboratório de Informática Usina do Saber, instalado com recursos do projeto, contendo computadores com conexão de internet, um projetor multimídia, impressora e notebook, que foram utilizados como recursos didáticos. As atividades exercidas pelo Tutor incluem aulas teóricas e práticas, esclarecimento de dúvidas relacionadas ao conteúdo visto em aula e demais assistências educacionais. Além disto, o tutor é responsável pela instalação de programas computacionais, sempre que necessário para um melhor aprendizado ou contribuição para o aperfeiçoamento profissional da comunidade do distrito da Usina Santa Maria. As oficinas tiveram duração média de 2 meses, carga horária de 40 horas e turmas com 20 vagas. As aulas consistiram de atividades teóricas e práticas, utilizando-se de materiais didáticos como: projetor multimídia, quadro-branco e pincel, listas de exercícios práticos, confeccionadas com o conteúdo aplicado em sala de aula virtual. Para ter acesso às salas de aula virtuais, os alunos são cadastrados no sistema Moodle, recebendo, cada um, seu login e senha. O conteúdo da oficina de TI foi dividido, no ambiente Moodle, em 7 semanas, como detalhado na Tabela 1. Tabela 1. Conteúdo Programático da oficina de TI. Programação das Semanas 1 Carga Horária 3h 2 3h 3 10 h 4 8h Conteúdo História da Computação, Componentes e utilização do Computador. Noções Básicas á Digitação, Cuidados com a saúde. Conhecendo as partes e componentes do Computador. Modulo 2 do Curso de Digitação (programa), Introdução ao Windows. Trabalhando com Ícones e Janelas,. Windows Explorer, Arquivos e aplicativos. 5 10 Editor de Textos. Edição e formatação de Documentos. 6 3h Tabelas e demais artes textuais. 7 Total 3h 40 h WordArt O processo de avaliação das oficinas de TI consistiu em exercícios práticos, ao término de cada módulo, para analisar o aprendizado e para o conhecimento do perfil do aluno. Ao final de cada oficina, foram aplicados questionários para a análise estatística do projeto, bem como para avaliar o desempenho da oficina e tutores. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para cada oficina, que, no total, atendeu mais de 300 jovens da zona rural, inicialmente, foram distribuídos um questionário buscando levantar dados e informações sobre o nível e demanda de conhecimento dos alunos. Após isto, foram feitas análises dos resultados e gerados gráficos representativos das características do público-alvo atendido. Teve-se a preocupação em verificar as dificuldades das turmas no manuseio com o computador, devido o alto percentual de pessoas que nunca tiveram contato com esta ferramenta e, até mesmo, à internet. Foi discutida, com cada participante, a importância da Informática para os assentados e suas expectativas em relação ao projeto. Abaixo, são mostrados os resultados e análise dos levantamentos de dados obtidos com os alunos de TI. O Gráfico 1 mostra que a maioria (72%) dos participantes da oficina, mesmo ainda sem acesso a internet ou outra ferramenta de TI, achou a metodologia de ensino da oficina fácil de ser assimilada. Isto nos leva a concluir que essa ferramenta de ensino a distancia se torna eficaz desde que bem elaborada, e layout de fácil entendimento. Gráfico 1: Facilidade ao realizar a oficina O Gráfico 2 mostra que, dentre as pessoas que concluíram a oficina, a grande maioria valorizou seu conteúdo, considerando-o importante para o futuro, bem como suas aplicações no dia-a-dia. Apenas (6%) não tinha perspectiva de utilizar seu Gráfico 2: Aplicações do Conteúdo da oficina no cotidiano dos alunos. conteúdo no futuro. O Gráfico 3 mostra que 89% dos alunos avaliaram que a oficina de TI atenderam plenamente suas expectativas no aprendizado do computador. Gráfico 3: Expectativa da Oficina TI. Dentre os alunos que concluíram a oficina, 100% disseram que recomendariam o curso para seus amigos e familiares. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se dizer que, dede o período de implantação do projeto, verificaram-se as mudanças que o uso da internet e dos recursos de TIC’s puderam proporcionar à comunidade do Distrito Santa Maria, zona rural do município de Areia-PB. Além de possibilitar mais uma ferramenta para inserção no mercado de trabalho e de sustentação pessoal, houve uma significativa contribuição para a melhoria da autoestima dos participantes e na clara intenção de maior exercício de suas cidadanias. Com o término das oficinas, foi observada a satisfação no rosto de cada um dos participantes na aquisição de subsídios para enfrentarem as diversas dificuldades do cotidiano do mercado de trabalho. Eles se familiarizaram com o uso do computador e adquiriram o hábito de uso desta ferramenta, estando aptos a prosseguir com o aprendizado. Os participantes não só desenvolveram uma consciência sobre a importância das novas tecnologias de informação, mas também estão fazendo uso do que aprenderam. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEHAR , Patrícia A. e colaboradores. Modelos pedagógicos em educação a distância. Porto Alegre: Artmed, 2009. LIMA, Paulo e SELAIMEN, Graciela B.; Desafios para a inclusão digital no terceiro setor em Software Livre e Inclusão Digital. Sérgio Silveira e João Cassino (org.), Ed. Conrad, 2003. RAMAL, A., Por que o e-learning vem crescendo tanto? UNICAMP. Disponível em: <http://www.extecamp.unicamp.br/materia34.asp>. Acessado em Maio de 2013 (2005). S. FILHO, ANTONIO M. Os três pilares da inclusão digital. Revista Espaço Acadêmico. Ano 3. No 24. Maio/2003. CRIAÇÃO DE VÍDEOS EDUCATIVOS FOCANDO BELEZAS E DIFICULDADES DA CIDADE DE VIÇOSA/RN Área temática: Comunicação Responsável pelo trabalho: Marlécio Maknamara Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Autores: SOUZA1, Amanda C. Dantas; GOMES2, Janaina; MAKNAMARA3, Marlécio. Resumo: Diante de uma sociedade contemporânea que se comunica, produz informação e conhecimento em grande escala, surge anecessidade de uma educação capaz de favorecer um ensino que agregue novas tecnologias motivando os alunos. Trabalhamos com um publico de adolescentes, que puderam observar com um olhar crítico a cidade onde vivem e retratar o que lhes chamava mais atenção, focando sempre em algo que eles achavam ser “bonito” e alguma dificuldade da cidade que eles gostariam que fosse melhorada. Demonstramos aos alunos conceitos técnicos para a criação de vídeos no computador com programa MovieMaker, assim como também formar de criação de roteiros e de compreender a importância de inserir a educação na mídia. Concluindo, os vídeos foram apresentados para toda a população da cidade, dando uma maior importância ao que os alunos tinham produzido. Palavras-chave: Extensão e Comunicação Visual; Educação; Interatividade. Introdução A cidade de Viçosa, localizada na região oeste do estado potiguar, apresenta como característica principal seu tamanho e população, com pouco mais de 1.600 habitantes 1 Licencianda em Ciências Biológicas/UFRN. E-mail: [email protected]. Licencianda em Química/UFRN. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Adjunto do Centro de Educação/UFRN. E-mail: [email protected]. 2 1 (BRASIL, 2010). É uma cidade situada às margens do Rio Forquilha, com belas praças e bem arborizada. Levando em conta suas belezas, foi proposta uma oficina, com o objetivo de focar os charmes e também algumas dificuldades na visão da sua própria população. A criação de vídeos para essa finalidade foi pautada na visão que os habitantes teriam da sua própria cidade e com o intuito de ensinar como desenvolver, organizar e preparar esses vídeos. A importância de se levar a comunicação visual para a população de Viçosa é construir junto aos participantes da oficina um conhecimento mais independente, um modo menos formal de se trabalhar com sons, imagens e principalmente com a linguagem própria, possibilitando também um contato maior com recursos digitais. Segundo Basso e Amaral (200, p. 62), “a imagem desperta emoção e promove reações, impactando o observador” podendo assim, transpassar ao público o que cada participante vê e pensa sobre sua própria cidade. Material e Metodologia A ação se deu em forma de oficina, onde primeiramente foram explicados para os alunosconceitos sobre principais pontos de como se fazer um vídeo envolvendo todas as suas etapas.Em seguida foram demonstradasas principais ferramentas do programa MovieMaker, um software de edição de vídeos. Depois dessa etapa, os alunos foram divididos em grupos para a produção de roteiros em torno da temática: “Como você vê sua cidade?”. Eles tiveram uma semana para a produção, que podia conter, além dos vídeos gravados, fotos e outros tipos de registros. Durante a semana de produção, um plantão de dúvidas foi montado para auxilia-los na montagem dos vídeos. Ao final, em um evento organizado pelo Projeto Trilhas Potiguares em Viçosa-RN, os vídeos criados durante a semana foram exibidos para toda a população da cidade, inclusive autoridades como o prefeito. Resultados e Discussões Os resultados dos vídeos produzidos pelos alunos foram excelentes. Os participantes puderam aprender a como manusear de forma correta uma câmera e que os vídeos podem ser feitos a partir de qualquer equipamento eletrônico que possibilite tal desempenho. 2 Ao final da oficina, distribuímos aos participantes um questionário onde eles puderam avaliar o trabalho realizado. Como pode ser visto no gráfico a seguir, os participantes tiveram que marcar alternativas de áreas que eles compreendiam ser contempladas pela oficina. Áreas contempladas pela oficina 35 30 25 20 15 10 5 0 Quantidade muito elevada de benefícios Quantidade elevada de benefícios Pequena Quantidade ou nenhum benefícios Não sabe availiar ou não se aplica Fig 1: Gráfico com distribuição de áreas atendidas pela oficina, segundo seus participantes. Podemos notar que a grande maioria dos participantes entendia que a oficina atingia altos picos de benefícios e que o principal deles seria a melhoria no ensino e conhecimentos novos, seguidos de proteção ao meio ambiente e cultura. A maioria dos vídeos criados abordava o meio ambiente e as belezas da cidade, evidenciando assim a satisfação e a vontade de preservar a natureza do local que moram. O gráfico a seguir mostra que os participantes da oficina aproveitaram todos os recursos e conhecimentos que o curso pode oferecer. 3 Benefícios Para os Alunos 11% 3% Quantidade muito elevada de benefícios Quantidade elevada de benefícios 86% Pequena Quantidade ou nenhum benefícios Fig. 2: Gráfico de percepção de benefícios oferecidos pela oficina, segundo seus participantes. Conclusão Ao término da ação os alunos puderam então ter uma maior autonomia da produção significativa de seus próprios materiais de multimídia. Puderam também ter um contato maior com a área de multimídia e que não é tão simples produzir um vídeo, precisando primeiro criar um roteiro e saber o que filmar. A atividade realizada não é uma rotina em sala de aula, foi algo diferente e assim despertando a curiosidade. De acordo com o gráfico 86% dos alunos responderam que foi muito benéfico para sua vida, levando em conta que a maioria não sabia mexer no programa. 4 Fig. 3: Alunos aprendendo como criar um vídeo no programa MovieMaker. Fig. 4: Alunos participantes da ação. Referências BASSO, Ilda; AMARAL, Sergio Ferreira do Amaral. Competências e habilidades no uso da linguagem audiovisual interativa sob enfoque educacional. Educação Temática Digital, Campinas, v.8, n.1, p. 51-72, 2006. BRASIL, IBGE. Área territorial oficial. 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/default_territ_area.shtm>. Acesso em: 27 fev.2014. 5 A EXPERIÊNCIA DA TERTÚLIA COMO ESTRATÉGIA DE GESTÃO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA FURB Instituição: Universidade Regional de Blumenau (FURB) Nome dos Autores: Marilda Angioni; Jaqueline Silva Resumo Tem sido recorrente o reconhecimento do baixo relacionamento entre os projetos de extensão vigentes na Universidade Regional de Blumenau (FURB). Visando enfrentar esta questão, promoveram-se tertúlias, que objetivam, dentre outros, propiciar a troca, a identificação e o compartilhamento de metodologias ou instrumentos entre os participantes. Este trabalho tem por objetivo discutir brevemente sobre a pertinência da tertúlia como mecanismo de relacionamento/comunicação entre os projetos de extensão. Para tanto, será considerada a opinião dos participantes nas tertúlias realizadas em 2013, apurada a partir de um formulário de avaliação composto por três perguntas: Você esperava algo com essa tertúlia? A tertúlia atendeu o que você esperava? Você está satisfeito(a) com a tertúlia? O formulário foi respondido por 55,5% dos 121 participantes das tertúlias. Dos respondentes, 91% tinham expectativas relacionadas a “conhecer os projetos de extensão da FURB” e a “trocar experiências”; 94% dos respondentes tiveram a sua expectativa atendida e 81% estão satisfeitos com a tertúlia pela possibilidade de conhecimento e de compartilhamento do trabalho extensionista realizado. Concluímos que os objetivos enunciados para as tertúlias foram alcançados e que essa metodologia constitui ferramenta eficaz para favorecer o relacionamento entre os projetos. Palavras-chave: Tertúlia, gestão da extensão, comunicação. Introdução Este trabalho visa comunicar atividade gerencial promovida pela Divisão de Apoio à Extensão, vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura da FURB - Universidade Regional de Blumenau, instituição pública municipal. A extensão é coordenada pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura e foi regulamentada como política institucional em 2004. Desde então, editais de apoio à extensão tem sido publicados, visando oportunizar iguais condições de acesso a recursos – inclusive horas-atividade - e favorecer o gerenciamento da extensão pela PróReitoria. Nesses dez anos, houve uma média de 22 programas e 27 projetos de caráter contínuo, submetidos a edital de fomento, em funcionamento. Tem sido recorrente o reconhecimento do baixo relacionamento/interação entre os projetos de extensão vigentes na Universidade Regional de Blumenau (FURB), o que pode ser explicado, de um lado, pelo regime de trabalho docente (horista), como pela baixa oferta de oportunidades para a interlocução entre os extensionistas. As atividades promovidas pela gestão da extensão nessa direção são elogiadas pelos extensionistas, que destacam a necessidade de encontros e trocas entre os projetos de extensão vigentes. Contudo, a capacidade de promoção de espaços de interação tem sido limitada por parte da Divisão de Apoio à Extensão (DAEX). A sobrecarga de trabalhos administrativo-burocráticos, somada à equipe da extensão reduzida a duas pessoas no contexto em que se desenvolveu a atividade a seguir relatada, tanto limitou as ações relativas ao acompanhamento dos projetos, como a promoção de atividades institucionais de interação entre os extensionistas, o que entendemos que é papel da gestão da extensão universitária. Nesse sentido, visando aproveitar o evento institucional de divulgação de pesquisa, extensão e ensino promovido anualmente pela universidade – a Mostra Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (MIPE), promoveram-se, no seu âmbito, as tertúlias, especificamente para os projetos de extensão. A tertúlia caracteriza-se por ser uma reunião de pessoas interessadas em um mesmo tema para debate, informação e compartilhamento de opiniões. De acordo com orientação do 5º CBEU (Congresso Brasileiro de Extensão Universitária) “uma tertúlia de bom nível pode ser um excelente instrumento educativo, já que os conhecimentos mais importantes que podem ser construídos neste encontro são o senso crítico e a tolerância pelas ideias alheias. Além disto, as tertúlias podem fomentar a amizade, as relações sociais e enriquecer a cultura dos envolvidos”. Assim, este trabalho visa discutir brevemente sobre a pertinência da tertúlia como mecanismo de comunicação entre os projetos de extensão. Para tanto, será considerada a opinião dos participantes nas tertúlias realizadas em 2013, apurada a partir de um formulário de avaliação composto por três perguntas: “Você esperava algo com essa tertúlia”? “A tertúlia atendeu o que você esperava”? “Você está satisfeito(a) com a tertúlia”? Material e Metodologia A tertúlia foi realizada no âmbito da MIPE, evento institucional de divulgação de pesquisa, extensão e ensino promovido anualmente pela universidade, que ocorreu no mês de setembro de 2013. Os objetivos das tertúlias foram: a) propiciar troca, identificação, compartilhamento de metodologias ou instrumentos entre os participantes; b) identificar a existência de pontos comuns nos projetos da sessão; c) identificar a possibilidade de construir novas alternativas de trabalho, validar/estender metodologias e estabelecer consensos; e d) identificar como se dá o relacionamento dos projetos com a sociedade e com a pesquisa e a extensão. A participação na tertúlia se dá por mérito, mediante a seleção dos resumos submetidos ao evento. No pré-evento, são selecionados os resumos de extensão que apresentam maior consistência metodológica e de resultados. Em seguida, esses são agrupados ou por área temática, ou por eixo orientador, ou por tema transversal comum. Em 2013, foram formadas cinco sessões de tertúlia, a saber: 1) Direitos da Criança e Adolescente; 2) Indissociabilidade ensino - pesquisa – extensão; 3) Metodologias da Extensão; 4) Meio Ambiente e Cidadania; e 5) Formação Profissional. Os resumos, assim classificados, são agrupados até o máximo de oito (8) trabalhos por sessão. Na sequência, os autores de resumos, comumente o bolsista de extensão – e respectivas equipes do projeto – são informados, mediante publicação no sítio da MIPE, da seleção de seus trabalhos. A participação na tertúlia é aberta a docentes, discentes e à comunidade em geral. As sessões têm duração de duas horas e trinta minutos e cada trabalho dispõe de 20 a 30 minutos para a exposição, oral ou com o uso de recursos audiovisuais. O funcionamento da tertúlia foi composto por duas fases: apresentação e debate, com questionamento e réplica entre os participantes. A ordem de apresentação e o modo de apresentação foram definidos no início da sessão dentre os participantes. Coordenaram e mediaram as tertúlias os integrantes da Comissão de Avaliação de Projetos de Extensão (CAPEX) da FURB, com o apoio de monitores. A mediação foi subsidiada por roteiros próprios, vinculados aos objetivos das tertúlias. Os mediadores e monitores elaboraram relatórios das sessões, os quais foram socializados e discutidos pela CAPEX e DAEX. Ao término de cada tertúlia, os participantes foram convidados a avaliar a sessão por meio de um formulário de avaliação, não identificado, composto por três perguntas: “Você esperava algo com essa tertúlia”? “A tertúlia atendeu o que você esperava”? “Você está satisfeito(a) com a tertúlia”? No próximo item, serão expostos e discutidos os resultados da avaliação das tertúlias pelos participantes. Resultados e Discussões Em 2013, participaram das tertúlias 121 (cento e vinte e uma) pessoas, das quais 55,4% avaliaram as sessões, conforme o quadro nº 01: Quadro nº 01 - Número de participantes e de avaliações por Tertúlia – 2013: Tertúlia Nº de participantes Nº de avaliações 10 Direitos da Criança e do Adolescente 33 08 Indissociabilidade ensino - pesquisa - extensão 14 18 Metodologias da Extensão 21 06 Meio Ambiente e Cidadania 26 25 Formação Profissional 27 67 Total 121 O quadro nº 02 demonstra a avaliação dos participantes por sessão de tertúlia: Tertúlia Você esperava algo com essa tertúlia? Em Sim Não Parte A tertúlia atendeu o que você esperava? Em Sim Não Parte Você está satisfeito(a) com a tertúlia? Em Sim Não Parte Direitos da Criança e do Adolescente 8 2 0 10 0 0 8 0 1 Indissociabilidade ensino - pesquisa - extensão 7 1 0 8 0 0 7 0 1 18 0 0 18 0 0 16 0 0 6 0 0 4 1 0 5 0 1 Formação Profissional 22 3 0 23 1 0 18 2 4 Total de respostas 61 6 0 63 2 0 54 2 7 Metodologias da Extensão Meio Ambiente e Cidadania Houve não respostas (duas) para a segunda questão e quatro (4) para a terceira; do mesmo modo, não houve comentários para a segunda questão. 91% dos respondentes (61) esperavam algo da tertúlia. Em relação à expectativa, destaca-se a ideia central “conhecer os projetos de extensão da FURB” e trocar experiências, conforme os depoimentos seguintes: “Aprender mais sobre os projetos de extensão da FURB”. “Conhecer os projetos desenvolvidos na Universidade que articulam ensino – pesquisa e extensão.” “Trocar ideias com outros grupos de extensão e ter uma noção do que vem sendo trabalhado.” “(...) discutir experiências que possam contribuir no projeto que atuo”. As expectativas não satisfeitas, de acordo com os depoimentos colhidos, se relacionam aos limites da comunicação dos trabalhos, atribuídos à falta ou ao excesso de síntese, como também ao uso de termos técnicos não elucidados no debate. 94% dos respondentes (63) revelaram que a tertúlia atendeu à sua expectativa. Porém, este número se reduz a 81% dos respondentes (54) satisfeitos com a tertúlia: “Fiquei satisfeita porque acredito que foram agrupados diferentes trabalhos com abordagens diferentes.” “(...) a parte do debate/conversação é muito rica de informações, onde conseguimos trocar bastante conteúdo de várias áreas”. “Estamos satisfeitos, porque os trabalhos apresentados mostraram os resultados à comunidade e o conhecimento ao acadêmico”. “Esse momento de compartilhamento experiências nos inspira a querer fazer mais e melhor!”. Compreende-se que o problema identificado – o baixo relacionamento entre os projetos de extensão – é enfrentado na tertúlia, na medida em que esta favorece o contato e a conversação entre distintos projetos e, sobretudo, democratiza o conhecimento. A insatisfação registrada nas avaliações diz respeito à organização e à condução de sessões de tertúlia, o que permitirá superar os limites destacados para a próxima edição do evento. Conclusão O enfoque deste trabalho permite concluir que os objetivos das tertúlias foram alcançados. Em face dos resultados da avaliação, concluímos que a tertúlia constitui ferramenta eficiente para favorecer o relacionamento entre os projetos, numa perspectiva de “interação dialógica” (FORPROEX, 2012) intrauniversitária. Referências 5º CBEU. Orientação sobre tertúlia. E-mail. FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICAS BRASILEIRAS. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus: Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições de Educação Superior Públicas Brasileiras, 2012. Disponível em: http://www.renex.org.br/documentos/2012-0713-Politica-Nacional-de-Extensao.pdf. Acesso em: 13 set. 2012. REDESCOBRINDO O ACERVO DO MUSEU THÉO BRANDÃO Eliane Monteiro Carneiro1 Resumo Iniciado em janeiro, o programa inclui o projeto de “recuperação e digitalização de parte dos acervos fotográficos, sonoros e documental” com o objetivo de recuperação, disponibilização para pesquisa destes acervos presentes no Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore para tornarem-se disponíveis ao público. O programa contemplou um grupo de pesquisas bibliográficas e mapeamento da ocorrência atual dos folguedos em Alagoas. O trabalho propõe a recuperação e conservação das fotografias encontradas em estado de má conservação nos arquivos do Museu Théo Brandão. O projeto de higienização fotográfica é de grande importância para a comunidade acadêmica e para o povo alagoano, pois propõe manter viva através da fotografia existência de muitos folguedos. Palavras-chave: Conservação- Fotografia – Folguedos Abstract Started in January, the program includes the design of "recovery and scanning of the photographic, sound and documentary collections" for the purpose of recovery, these collections available for research in the present Théo Brandão Museum of Anthropology and Folklore to become available to public. The program included a group of library research and mapping the current occurrence of mirth in Alagoas. The paper proposes the recovery and conservation of photographs found in a state of disrepair in the archives of Théo Brandão Museum. The project Photographic hygiene is of great importance to the academic community and the Alagoas people, because it proposes to keep alive through the existence of many photography mirth. Keywords : Conservation-Photography - merriment. 1 Graduanda em Ciências Sociais bacharelado pela Universidade Federal de Alagoas. Introdução O presente trabalho pretende apresentar as ações desenvolvidas no acervo fotográfico do Museu Théo Brandão no âmbito do programa “Folguedos populares em Alagoas: recuperação, disponibilização e pesquisa no acervo sonoro, fotográfico e documental do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore”, no ano de 2012. O Museu Théo Brandão tem um acervo com mais de 3.400 fotografias, como negativos, slides, mas na sua maioria são fotografias em papel, sendo em cor e também em gelatina prata. As imagens se encontravam em mau estado de conservação pela falta de acondicionamento apropriado e também pela localização geográfica do museu Théo Brandão, que se encontra a beira mar, desfavorecendo assim a conservação de todo o acervo, que sofre com os efeitos da maresia. Ao entrar em contato com o acervo a equipe se viu diante de materiais fotográficos em avançado estado de deterioração com problemas como, sujidades, manchas, espelhamento de prata, amarelecimento, inscrições a tinta, delaminação, dentre outros processos de deterioração. Muitos destes problemas foram causados pela manipulação inadequada como, por exemplo, fazer inscrições a tinta no verso, outros foram causados pelo mau acondicionamento no próprio museu. Metodologia Para a realização deste trabalho, foram realizados grupos de estudos com base na leitura de textos diversos no campo do folclore, da fotografia, da conservação fotográfica, e da pesquisa com imagens fotográficas. As leituras foram essenciais para o desenvolvimento prático da pesquisa, servindo como alicerce para um conhecimento mais profundo sobre o material fotográfico do Museu Théo Brandão. O caderno 6 organizado pela FUNARTE, “Diagnóstico de conservação em Coleções Fotográficas”, apresenta o universo dos trabalhos técnicos a serem realizados em diferentes tipos de fotografias e seus suportes. Desde como organizar a guarda do acervo até como fazer o material para seu diagnóstico. A leitura do artigo “A coleção fotográfica de Marcel Gautherot”, escrito pela antropóloga Lygia Segala (2005), foi essencial para percebemos como a pesquisa com imagens é feita dentro da academia. Com foco no trabalho realizado pelo francês Marcel Gautherot, pelo território brasileiro, entre as décadas de 1940 e 1960, fica claro como o trabalho com coleções fotográficas é um campo rico a ser investigado. Por isso que a guarda e preservação de fotografias é importante dentro dos arquivos públicos e privados. Durante os anos de 2011 e 2012, realizamos a higienização mecânica de grande parte do acervo, com o uso de materiais como bulbo soprador, pincel macio, lenço não abrasivo e pó de borracha. Para cada fotografia, ou conjunto de fotografias com características semelhantes, foi preenchida uma ficha de diagnóstico do estado de conservação das imagens. Para cada fotografia foi atribuída uma numeração de modo a iniciar um inventário do acervo. Resultados A equipe foi formada em março de 2011 onde foi iniciada a contagem e a verificação de todo o estado do acervo. Em janeiro de 2012, com a aprovação do programa, o projeto angariou fundos para a manipulação, higienização e acondicionamento dos acervos fotográficos, documental e sonoro e nesse momento houve também a chegada de novos bolsistas e alunos colaboradores. Durante este ano foi realizada a higienização de mais de 2718 fotografias de um total de 3400 o restante do material são negativos e slides que serão higienizados em outra etapa do programa. As fotografias do acervo do museu Théo Brandão que se encontravam amontoadas em caixas de papelão e em local não apropriado, hoje estão acondicionadas em envelopes alcalino, organizadas em caixas de polionda, contendo cada uma sua ficha de diagnostico com número de identificação da foto e número da ficha que se encontra em um arquivo em sala apropriada no Museu Théo Brandão. Conclusão Nesse programa descobrimos a importância do acervo de Théo Brandão, nele encontramos raridades como a fotografia do grupo de Quilombo da Rua Santa Rita de 1945 a foto foi tirada pelo próprio Théo Brandão, hoje essa fotografia além de estar bem acondicionada no acervo do museu, faz parte do calendário da Universidade. Também podemos encontrar fotos de Cavalhadas, Pastoril, Baianas, Guerreiros, Cheganças e Reisados, dentre outros folguedos, os quais constituem uma importante memória da cultura popular alagoana. Théo Brandão documentou todo seu trabalho e é dever do Museu que tem por natureza a finalidade de resguardar o passado manter esse acervo vivo para que possa ser pesquisado por gerações futuras. Referencias ROCHA, Tenório. Folguedos e Danças de Alagoas, p. 24, 1990. MOSCIARO, Clara. Diagnóstico de conservação em Coleções Fotográficas. Disponível em: http://www.funarte.gov.br/preservacaofotografica/wp- content/uploads/2010/11/cad6_port.pdf. Acesso em 18-02-2013. SEGALA, Lygia. A coleção fotográfica de Marcel Gautherot. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v13n2/a04v13n2.pdf. Acesso em 18-03-2013. REVISTA ORBIS LATINA: O CONHECIMENTO PARA ALÉM DAS FRONTEIRAS Área temática: Comunicação Rogério dos Santos Corrêa Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) Autores: Gilson Batista de Oliveira1; Rogério dos Santos Corrêa2 Resumo Este projeto visa trabalhar especificamente o escopo da Revista Orbis Latina, uma publicação científica interdisciplinar do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Racionalidades, Desenvolvimento e Fronteiras (GIRA) da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). A proposta da Revista é dar maior visibilidade aos resultados das pesquisas do grupo; difundir os trabalhos de outros grupos e pesquisadores através da publicação online em três idiomas distintos – português, espanhol e, futuramente, inglês – a publicação desses resultados seguiram e seguirão as linhas temáticas: 1) Desenvolvimento, racionalidades e autonomia; 2) Valoração ambiental, indicadores e medidas e; 3) Desenvolvimento Rural e Urbano. Trata-se de uma proposta de ação no website e no formato de divulgação do periódico, que já é, desde 2011, classificado no Sistema Qualis/CAPES em diversas áreas de avaliação. Palavras-chave: Revista Orbis Latina. Comunicação. Periódicos Científicos. Introdução Um dos maiores desafios de um pesquisador é publicar os resultados do seu trabalho, de sua pesquisa. A Revista Orbis Latina é um meio de comunicação, um canal que liga academia e sociedade, pois possibilita a publicação dos resultados das pesquisas desenvolvidas em universidades, centros de pesquisas, laboratórios e institutos localizados nos mais diversos cantos da América Latina e do mundo. É uma publicação organizada pelo GIRA. 1 Doutor em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. Professor Adjunto II, em regime integral com dedicação exclusiva, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Membro do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Racionalidades, Desenvolvimento e Fronteiras (GIRA) da UNILA e do Grupo de Pesquisa em Gestão Pública e Desenvolvimento da UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Editor da Revista Orbis Latina, publicação científica online. 2 Estudante de Economia da UNILA e bolsista do Projeto Revista Orbis Latina: Divulgação e Reestruturação do Web Site da Revista e Voluntário no Programa Incubadora Internacional de Empreendimentos Econômicos Solidários da UNILA. 1 O GIRA, composto atualmente por cinco pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, é um grupo de pesquisa da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, devidamente cadastrado no CNPq, que se propõe a trabalhar a interdisciplinaridade em suas temáticas principais, bem como busca convergências na construção de modelos de desenvolvimento referenciados regionalmente e abertos a racionalidades não mercantis, que visem recuperar a autonomia e a soberania sobre os recursos naturais e humanos da região latino-americana e construídos sobre uma base de cooperação e complementaridades. A Revista Orbis Latina registrada sob o domínio (https://sites.google.com/site/orbislatina/) busca publicar trabalhos dentro das seguintes linhas de pesquisa do GIRA: Desenvolvimento, racionalidades e autonomia Procura dar conta de problemáticas classicamente abordadas pelas teorias do desenvolvimento: a noção padrão/modelo, as dotações de fatores de produção e sua influência sobre o potencial econômico e transferência tecnológica; Valoração ambiental, indicadores e medidas Propõe uma abordagem além do mercado e surge tanto da necessidade atual de se mensurar os resultados da atividade econômica, como os custos (inclusive os normalmente associados as “externalidades” sociais e ambientais) de sua execução; de forma que se contemplem outros critérios que não apenas os econômicos convencionais (rentabilidade monetária imediata); Desenvolvimento Rural e Urbano Busca respaldo nas bases teóricas da análise regional, visando estudar as transformações ocorridas nos ambientes rural e urbano dos países latino-americanos, com objetivo de auxiliar a formulação de estratégias de planejamento e desenvolvimento regional. Embora a Revista Orbis Latina siga essas três linhas temáticas, em suas publicações, traz ao público resenhas e diversas contribuições culturais que potencializam a disseminação do conhecimento de colaboradores (pesquisadores, poetas, artistas e escritores) de qualquer parte do mundo. Seus objetivos gerais consistem melhoria e ampliação do escopo da Revista Orbis Latina e, seus objetivos específicos se centram na ampliação e divulgação, internacionalização e na reestruturação do website, já existente, da Revista. Sua melhoria está diretamente ligada ao poder que a internet têm como fonte difusora de informações através da grande rede mundial de computadores, pois o público alvo é diverso e amplo. Por se tratar de uma publicação online de um periódico interdisciplinar, a Revista atinge acadêmicos, tanto discente quando docentes, de diversas áreas do conhecimento, bem como funcionários de instituições 2 públicas e/ou entidades não-governamentais, gestores, políticos e a população em geral que buscam aprimorar seus conhecimentos sob os preceitos temáticos da Revista Orbis Latina. Material e Metodologia Para não causar confusão entre o material e a metodologia utilizada no desenvolvimento do projeto e à sua publicação, nos limitaremos a expor apenas a metodologia que está sendo implementada no transcurso do Projeto de Extensão. O Projeto se baseia na reformulação do website da Revista Orbis Latina, bem como na ampliação da divulgação da publicação. A proposta usará o método dedutivo, partindo de aspectos gerais para chegar nas especificidades de cada meta estipulada, sendo estas, divulgação da Revista Orbis Latina na comunidade científica, transformação e estruturação do website em bilíngue3, melhoria do layout atual do site da Revista e trabalhar sua estrutura para possibilitar a hospedagem virtual no servidor da UNILA no formato do Open Journal Systems4. Resultado e discussõesi A Revista Orbis Latina foi ao ar em 2011, em sua primeira publicação obteve 10 artigos, uma resenha e duas contribuições culturais. Em sua segunda publicação, em 2012, obteve 7 artigos, uma resenha e uma contribuição cultural. Na mais recente publicação, a de 2013, obteve 10 artigos, uma resenha e uma contribuição cultural. Em dados globais, pôde ser contabilizado cerca de 5122 (cinco mil cento e vinte e dois) Impressions através do ISSUU5. No entanto, também apresentaremos os dados obtidos a partir do momento em que foi dado a largada para a reestruturação do website da Revista Orbis Latina como Projeto de Extensão da Universidade. Os dados obtidos foram os seguintes: em mais ou menos três meses de projeto, o volume I obteve cerca de 41 visualizações no próprio site e 141 downloads e impressões; o volume II obteve cerca de 39 visualizações e 216 downloads e impressões; o 3 Atualmente o site da Revista já está traduzido para o Espanhol, a responsabilidade desta etapa ficou a cargo do estudante de economia e bolsista deste mesmo Projeto, Sixto Morel Bareiro, que traduziu os conteúdos do website atual para a versão em espanhol. Seus conteúdos internos podem ser acessados de acordo com a escolha do internauta, português ou espanhol. Já estamos trabalhando na possibilidade de colocar o site em mais um idioma, o inglês. Deste modo, transcenderia os objetivos iniciais propostos pelo projeto. 4 Segundo o site PKP, este programa é software livre, que pode ser redistribuído e/ou modificado sob os termos da GNU General Public License conforme publicada pela Free Software Foundation; tanto a versão 2 da Licença, ou (a seu critério) qualquer versão posterior. – Fonte: http://pkp.sfu.ca/ojs/ojs_download/#sthash.9jUJUtGG.dpuf 5 Os dados obtidos são dados globais, e expressam o número de downloads e impressões através do ISSUU até a presente data. De forma simplificada, os dados são os seguintes: 2044 impressões para o volume I; 1526 impressões para o volume II e; 1552 impressões para o volume III. 3 volume III apresentou cerca de 93 visualizações e 343 downloads e impressões. Estes acessos contabilizaram cerca de 173 (cento e setenta e três) visualizações e 700 (sete centos) downloads e impressões 6 . Os acessos vieram principalmente de países como Argentina, Brasil, Estados Unidos, Peru e Portugal, o que por sua vez ratifica o papel integracionista e de internacionalização do conhecimento. Além desses dados obtidos, nesses três meses do transcurso do Projeto, conseguimos implementar o site em dois idiomas, melhorar a estrutura do site atual e iniciar o processo de divulgação para a comunidade científica, convidando as principais Instituições de Ensino Superior da América Latina a submeterem seus trabalhos e pesquisas à Revista Orbis Latina. Conclusão A pesquisa desafia o pesquisador, e seu resultado o desafia. Uma pesquisa não publicada é um esforço não reconhecido. A Revista Orbis Latina nasceu no cerne do Pesquisa Interdisciplinar em Racionalidades, Desenvolvimento e Fronteiras (GIRA), em novembro de 2011, e já figura entre os periódicos científicos avaliados na plataforma Qualis/Capes. O principal objetivo desse periódico é dar publicidade aos resultados das pesquisas do grupo e de difundir os trabalhos de outros grupos e pesquisadores. Segundo o GIRA, o padrão de desenvolvimento em si deve estar sujeito à intervenção de diferentes racionalidades (independente de tal hipótese ser ou não contemplada nas elaborações teóricas mais usuais sobre o desenvolvimento), propiciando assim, uma compreensão mais global da realidade focando, na medida do possível, processo histórico e teórico da América Latina. Tal perspectiva está efetivada mais especificamente nas linhas de pesquisa do grupo que norteiam as publicações da Revista Orbis Latina. Deste modo, os resultados obtidos até aqui, tem sidos satisfatórios, pois estão de acordo com as metas propostas para a execução do projeto, que sem embargo, contribui e contribuirá ainda mais como ator principal da disseminação do conhecimento por toda a América Latina. Referências BASTOS, L. et al. Manual para elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses e dissertações. Rio de Janeiro, Zahar: 1982. BEAUD, M. Arte da tese: como preparar e redigir uma tese de mestrado, uma monografia ou qualquer outro trabalho universitário. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil: 6 Os dados foram obtidos após a confirmação da Revista como Projeto de Extensão da Universidade, as visualizações são contabilizadas como leitura online no próprio site, e as impressões são contabilizadas como o número de downloads efetuados ou impressão direta do próprio site. 4 1996. GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro, FGV: 1986. DOMINGUES, A. B. "Como Fazer um Site Survey em Ambientes Fechados". Disponível em: <http://www.projetoderedes.com.br/tutoriais/tutorial_site_survey_interno.php>. Acesso em: 19 de setembro de 2013. MALOFF, J. "A internet e o valor da internetização". In: Ciência da Informação, Brasília, v. 26, n. 3, 1997. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/>. Acesso em: 19 de setembro de 2013. Revista Orbis Latina. Disponível em http://sites.google.com/site/orbislatina/. Acesso em 10, 14, 17, 18, 19 e 20 de março de 2014. Public Knowledge Project. OJS. Disponível em http://pkp.sfu.ca/ojs/ojs_download/. Acessado em 21 de março de 2014. i Contribuiu para o sucesso desses resultados, Sixto Morel Bareiro, estudante do curso de economia da UNILA e bolsista de extensão deste mesmo projeto. 5 A SOMBRA DO PÉ DE JUÁ ÁREA TEMÁTICA: COMUNICAÇÃO. RESPONSÁVEL: José Carlos dos Santos INSTITUIÇÕES: Universidade Regional do Cariri(URCA)/Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – Campus Juazeiro do Norte(IFCE) AUTORES: DUMOULIN, Anne. SANTOS, José Carlos dos. E-MAIL: [email protected] RESUMO: A Sombra do Pé de Juá é um projeto de extensão que nasceu com o objetivo de ser um espaço privilegiado de socializar conhecimentos sobre a vida do Padre Cícero e a história do Juazeiro através de um programa radiofônico na rádio FM Padre Cícero no município de Juazeiro do Norte. O programa atinge uma radiação muito grande pelo acesso a internet dos ouvintes que vivem nos estados nordestinos. Um espaço para o reconhecimento e a valorização dos protagonistas da história desta extraordinária cidade e fonte marcante da identidade cultural e religiosa que é a nação romeira. A linha deste programa é procurar ser uma luz de verdade e justiça com o povo de Juazeiro e a nação romeira no resgate e respeito a sua história. Simbolicamente, o Juá representa uma árvore sombrosa e muito gostosa para o descanso, a conversa e o diálogo. Ele constitui o espaço de promoção, divulgação, socialização e articulação dos saberes tradicionais populares com a produção científica e acadêmica no desvendamento dos fatos históricos que são envolvidos o fenômeno padre Cícero e os romeiros de Juazeiro. Isso é fundamentado em documentos e no testemunho vivo das pessoas através da tradução oral. O primeiro momento do programa consiste no relato de fatos e episódios da história de vida do Padre Cícero e a devoção dos romeiros. Em seguida, abre-se o quadro conversando na sombra do Pé de Juá para a socialização das produções acadêmicas e os depoimentos da população sobre o fenômeno Padre Cícero e as romarias. Os conhecimentos que socializamos têm suas fontes em estudiosos, pesquisadores e depoimentos de pessoas que tiveram oportunidades de conviver com o Padre Cícero. Os alunos das ciências humanas têm a oportunidade de popularizar as suas pesquisas e estudos através de entrevistas e contatos permanentes com os peregrinos do Juazeiro. Portanto, a sombra do Pé de Juá vem consubstanciando o diálogo entre a academia e a comunidade romeira, estabelecendo a comunicação e promovendo a autoestima do povo no conhecimento da sua verdadeira história e criando espaços para compreensão dos significados do catolicismo popular. PALAVRAS-CHAVES: Padre Cícero, Diálogo, Nação Romeira. 1. INTRODUÇÃO: O município de Juazeiro do Norte está inserido na região do Cariri, situado no sul do Ceará, no sertão do semiárido brasileiro. Em meio às adversas condições do sertão árido e intolerante, configura-se como um verdadeiro oásis: as condições climáticas da região são favoráveis, tendo em vista a localização física privilegiada, numa das áreas mais úmidas e férteis dos vales da Chapada do Araripe. Assim, o Cariri, dentro do contexto nordestino do pesadelo da seca, tem a peculiaridade de contar com mais chuvas e possibilidade de uma agricultura mais sustentável. Neste cenário natural, existe uma árvore alta e copada, da família das ramnáceas, característica da caatinga do nordeste, de folhas trinérveas, flores pequeninas, frutos amarelos e cuja casca é rica em saponina. O interessante desta árvore denominada de JUÀ consiste em fornecer sombra e alimentos para os animais e os seres humanos. Esta árvore Juá origina o nome da cidade de Juazeiro, inspirando o nascimento deste projeto de extensão denominado na SOMBRA DO PÉ DE JUÁ. Historicamente, a região foi habitada pela nação indígena “Kariri”, praticamente exterminada com a colonização dos portugueses, nos fins dos séculos XVII e início do século XVIII. De fato, o Vale do Cariri tornou-se um espaço de conquista pelos europeus, em virtude da fertilidade do seu solo e por possuir muitas reservas de água e enorme fartura de frutas silvestres. Assim, o essa região cearense apresenta-se como o “... sopro de esperança, uma mancha verde, um semblante de umidade no meio de uma terra ‘enrugada’ que nem as lágrimas, nem o suor do pobre conseguem molhar”1. Inserida nesse contexto a cidade de Juazeiro do Norte tem uma população de aproximadamente 300 mil habitantes, com migrantes vindos de toda a região Nordeste. A cidade assume uma fisionomia própria, em virtude do fenômeno religioso de Padre Cícero que a transforma num centro de peregrinação do Brasil. Ela é uma cidade santuário dos nordestinos do Brasil. Recebendo 2,5 milhões de romeiros e turistas anualmente que, motivados pela fé no seu santo protetor, o Padre Cícero Romão Batista, transforma-na no maior centro de religiosidade popular da América Latina. Essa cidade, criada sob a visão multidimensional do padre Cícero, configurada pelo binômio “ORAÇÃO E TRABALHO”, possui na sua identidade características sociais, culturais, econômicas e religiosas do nordeste brasileiro. Nesse sentido, pode-se afirmar, juntamente com muitos estudiosos, que “Juazeiro é uma síntese do Nordeste”. A experiência das “romarias do Padre Cícero” é constituída de uma riqueza religiosa e cultural peculiar, na qual os romeiros são os principais protagonistas, criando, recriando e ressignificando continuamente sua própria liturgia, representada por diversos símbolos e rituais, dentre os quais destacamos: suas vestes, o chapéu de palha na cabeça, o rosário no pescoço, os seus meios preferidos de transporte, as suas acomodações nos ranchos, pousadas e hospedarias domiciliares e os seus rostos de homens e mulheres, 1 GUIMARÃES, Terezinha Stella & DUMOULIN, Anne. A romaria em Juazeiro: Radiografia e questionamento. Juazeiro do Norte.. (Caderno n.1). Juazeiro do Norte: Centro de Psicologia da Religião, 1980. Pág. 13. trabalhadores e trabalhadoras do semiárido nordestino, e por isso na sua grande maioria proveniente das camadas pobres. O programa radiofônico “A SOMBRA DO PÉ DE JUÁ” nasceu com o objetivo de ser um espaço privilegiado de socializar conhecimentos sobre a vida do Padre Cícero e a história do Juazeiro. Um espaço para o reconhecimento e a valorização dos protagonistas da história desta cidade e fonte marcante de sua identidade cultural e religiosa que é a nação romeira. O programa entra na grade de programação da rádio FM Pe. Cícero no intuito de levar a todos a verdade dos fatos e fazer justiça com a história. A linha deste programa é procurar ser uma luz de verdade e justiça com o povo de Juazeiro e a nação romeira no resgate e respeito à sua história. Simbolicamente, o nome proposto nasceu de uma inspiração das Irmãs Annette e Ana Teresa de fazer memória à árvore que deu origem ao nome da cidade: o Juá. Uma árvore sombrosa e muito gostosa para o descanso, a conversa, possibilitando o diálogo entre os homens e mulheres de boa vontade desta cidade e do Nordeste. Neste sentido, o projeto de extensão A SOMBRA DO PÉ DE JUÁ, surge com a pretensão de ser um espaço de promoção, divulgação, socialização e valorização da rica história do Padre Cícero e dos romeiros que permanentemente visitam essa cidade numa forte experiência de fé. Assim, a proposta, numa política de integração entre a universidade e a comunidade romeira do nordeste brasileiro, é articular os saberes populares com a produção científica e acadêmica para desvendar os fatos históricos que envolvem a cidade de Juazeiro do Norte. O conteúdo do programa fundamenta-se em documentos e no testemunho vivo das pessoas através da tradição oral. A linha adotada pelo projeto é a socialização das pesquisas sobre esse fenômeno numa perspectiva de popularizar a investigação científica e oportunizar à população regional conhecer melhor esses acontecimentos. Ampliando o horizonte deste projeto de extensão realizamos, com os alunos do primeiro semestre dos cursos de graduação na disciplina de Filosofia da Universidade Regional do Cariri (URCA) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) – campus Juazeiro do Norte, a experiência da visita a dois lugares de real valor histórico e valor simbólico local: a Colina do Horto e o Santo Sepulcro em Juazeiro do Norte. A pretensão desta ação do projeto é proporcionar aos alunos a oportunidade de adentrar no universo da nação romeira para compreender hermeneuticamente os sentidos e ressignificados deste catolicismo popular. Em seguida, fazemos um momento de socialização, estabelecendo um diálogo entre os alunos e o professor para a partilha no ambiente simbolicamente denominado “A sombra do Pé de Juá”. O arcabouço dessa ação de convivência dos alunos com a realidade dos romeiros do Padre Cícero por meio do contato permanente, das entrevistas e da observação participativa no período das romarias são socializados no programa radiofônico “À sombra do Pé de Juá”. Adentrando neste universo simbólico, os alunos redescobrem os significados que a espiritualidade e a dimensão cultural vivenciada com toda intensidade e valor subjetivo estão representadas na romaria ao Padre Cícero do Juazeiro. 2. OBJETIVOS: 2.1 Estabelecer um espaço de socialização dos conhecimentos sobre a vida do Padre Cícero e a história do Juazeiro através dos meios de comunicação social, especialmente o rádio, visando o reconhecimento e valorização dos protagonistas dessa história e respeito à fonte marcante da identidade cultural e religiosa locais; 2.2. Criar um programa radiofônico que adote uma linha de comunicação articuladora entre as vivências, os saberes populares e a produção acadêmica, procurando ser uma luz de verdade e justiça com o povo de Juazeiro e a nação romeira no resgate e respeito à sua história; 2.3. Analisar criticamente os acontecimentos históricos da vida do Padre Cícero e do Juazeiro do Norte, descobrindo traços característicos na formação da identidade e subjetividade do homem nordestino; 2.4. Resgatar discussões dos cientistas sociais e outros pesquisadores no sentido de compreender o fenômeno Padre Cícero e as romarias de Juazeiro; 2.5. Possibilitar aos alunos dos cursos de graduação da URCA e IFCE o conhecimento da história e a vivência de experiência nos espaços sagrados do Juazeiro, visando compreender os significados das expressões do catolicismo popular. 3. METODOLOGIA: 3.1. O projeto de extensão A SOMBRA DO PÉ DE JUÁ consiste na emissão semanal de um programa radiofônico na emissora Rádio FM Padre Cícero, frequência 104.9, pertencente a Fundação Salesiana Padre Cícero, localizada na cidade de Juazeiro do Norte. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras no horário das 17h30min ás 19 horas. O programa é estruturado em dois momentos, a saber: a) Relato de fatos e episódios da história de vida do Padre Cícero e a devoção dos romeiros. b) O segundo momento, denominado CONVERSANDO NA SOMBRA DO PÉ DE JUÁ, segue uma linha aberta para a socialização das produções acadêmicas e os depoimentos da população sobre o fenômeno Padre Cícero e as romarias. O programa mantém os princípios e objetivos propostos desde sua origem: é levar sempre ao conhecimento dos ouvintes e internautas conhecimentos da vida do padre Cícero e aprofundar os fatos da história local e estabelecer os significados da religiosidade popular. 3.2. O projeto de extensão A SOMBRA DO PÉ DE JUÁ desenvolve outra atividade com a comunidade acadêmica. Os alunos do primeiro semestre na disciplina de Filosofia dos cursos de graduação da URCA e do IFCE – Campus Juazeiro do Norte, realizam estudos e pesquisas de observação e vivência prática com os romeiros do Padre Cícero. O projeto é desenvolvido em três etapas, a saber: a) formação de equipes para a pesquisa bibliográfica (leitura de livros, revistas, jornais devidamente selecionados sobre o movimento cultural e religioso do Padre Cícero e dos romeiros de Juazeiro). Anteriormente, o professor da disciplina de Filosofia faz uma abordagem teórica com base no pensamento da Antropologia Filosófica como também da hermenêutica no sentido de fundamentar a compreensão da temática em foco. Os alunos se debruçam na leitura da bibliografia proposta, verificando as diversas facetas deste movimento cultural e religioso, elaborando fichamentos de leituras do material disponível. Na oportunidade as equipes preparam seminários temáticos, seguidos de apresentação em sala de aula. b) Os alunos com o professor da disciplina realizam a aula de campo, que consiste na visita à Colina do Horto, onde há o museu vivo e a estátua do Padre Cícero; e ao Santo Sepulcro, constituído de espaço de preservação ambiental, sendo reconhecido como Geosítio, como parte do Geoparque Araripe, mas sobretudo é um lugar sagrado para os romeiros que vivenciam uma experiência de vida na oração e penitência. A caminhada em direção ao Santo Sepulcro, realizada pelos alunos, é momento de observação das características físicas dos lugares (a paisagem, meio ambiente, a formação geológica...) e das expressões, gestos e comportamentos dos romeiros no percurso de três quilômetros entre a Colina do Horto e o Santo Sepulcro propriamente dito. No caminho, os estudantes têm a oportunidade de conversar e dialogar com os peregrinos para descobrir e compreender os significados e sentido desta peregrinação. O foco central do trabalho dos alunos é desvendar os traços característicos da identidade subjetiva do homem nordestino neste contexto cultural e de profunda religiosidade. c) A terceira etapa, momento da socialização e avaliar essa experiência dos alunos sobre a prática e a vivência desta experiência em adentrar no universo subjetivo dos romeiros do Padre Cícero: Numa roda de conversa com os debates, discussões e a interpretação filosófica desta experiência. Anteriormente ao momento na sala de aula, cada aluno prepara um texto com a síntese das leituras dos textos e o relato da experiência vivida. 4. CONCLUSÃO O projeto A Sombra do Pé de Juá estar em fase de execução e já vem apresentando resultados extremamente positivos no tocante a integração da academia com a comunidade local e os romeiros nordestinos. O Programa de rádio através da socialização da história e da vida do Padre Cícero e dos peregrinos da nação romeira tem criado um ambiente de comunicação e integração entre os saberes tradicionais populares e a produção acadêmica. Neste âmbito, a participação e inserção dos estudantes na cultura e religiosidade nordestina tem promovido uma prática comunicativa fundamenta nos princípios da liberdade, da justiça e da verdade. Além do mais, os alunos por meio das visitas aos lugares de peregrinação e diálogo com os romeiros têm redescoberto os significados do catolicismo popular e tem penetrado nas raízes da subjetividade dos romeiros do Padre Cícero. Portanto, a sombra do Pé de juá com criatividade, inovação e dinamismo vem possibilitando através da comunicação, o diálogo, o encontro e a integração da universidade com os protagonistas do movimento cultural e religioso do nordeste brasileiro que formam a nação romeira. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Maria de Lourdes de. A cidade do Padre Cícero: Trabalho e fé. Fortaleza: ed. Imeph, 2011.(Coleção Centenário) CASIMIRO, Antonio Renato Soares de(org.,). Padre Cícero Romão Baptista e os fatos do Joaseiro: A questão Religiosa. Fortaleza: Ed. Senac, 2012.(Coleção Padre Cícero Romão Baptista e os fatos do Joaseiro, v. 1) BARROS, Luitigarde Oliveira Cavalcanti (org.,). Padre Cícero Romão Baptista e os fatos do Joaseiro: A Autonomia Política e Administrativa. Fortaleza: Ed. Senac, 2012.(Coleção Padre Cícero Romão Baptista e os fatos do Joaseiro, v. 2) BARROS, Luitigarde Oliveira Cavalcanti. Juazeiro do Padre Cícero: A terra da Mãe de Deus. Fortaleza: ed. Imeph, 2ª ed. 2008. BARRETO. Francisco Murilo de Sá(Pe.) Padre Cícero. São Paulo: editora Loyola, 2002. CARVALHO, Anna Christina Farias de. Sob o signo da fé e da mística. Um estudo das irmandades dos penitentes no cariri cearense. Fortaleza: ed. Imeph, 2011.(Coleção Centenário) CAVA, Ralph dela. Milagre em Joaseiro. São Paulo: Editora companhia das letras, 3ª ed. 2014. CAVALCANTE, Anair Holanda. A construção de práticas e saberes em saúde dos romeiros do Padim Ciço. Fortaleza: Editora Imeph, 2011.(Coleção Centenário) COMBLIN, José. Padre Cícero de Juazeiro. São Paulo, Edições Paulinas, 2011. CORDEIRO, Maria Paula Jacinto. Entre chegadas e partidas. Dinâmicas das romarias em Juazeiro do Norte. Fortaleza: Ed. Imeph, 2011.(Coleção Centenário) FEITOSA, Neri. Padre Cícero e Juazeiro(Textos reunidos). Fortaleza: Ed. Imeph, 2011.(Coleção Centenário). FORTI, Maria do Carmo Pagan. Maria do Juazeiro, a beata do milagre. São Paulo: Annablume, 1999. GUIMARÃES, Terezinha Stella & DUMOULIN, Anne. – O padre Cícero por ele mesmo. Petrópolis: Editora Vozes Ltda., 1983. GUIMARÃES, Terezinha Stela. Padre Cícero e a Nação Romeira. Estudo psicológico da função de um “Santo” no Catolicismo Popular. Fortaleza: Imeph, 2011.(Coleção Centenário). NETO, Lira. Padre Cícero- Poder, Fé e guerra no sertão. São Paulo: Cia das letras, 2009. SOBREIRA, (Lobo), Azarias(Pe.). O patriarca de Juazeiro. Fortaleza; Ed. UFC, 3ª ed. Fortaleza, 2011. (|Coleção Centenário). SANTOS, José Carlos dos. Os caminhos da terceirização em Juazeiro do Norte: Um olhar sobre as Instituições Públicas. Fortaleza: Imeph, 2011.(Coleção Centenário). PAZ, Renata Marinho. Para onde sopra o vento. A Igreja Católica e as romarias de Juazeiro do Norte. Fortaleza; Ed. Imeph, 2011.(Coleção Centenário) UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI(URCA). Anais do III Simpósio Internacional sobre o padre Cícero do Juazeiro: E...Quem é ele? Fortaleza: Banco do Nordeste, 2004. WALTER, Daniel Almeida Marques. História da Independência de Juazeiro do Norte. Juazeiro do Norte: HB editora, 2010. AGÊNCIA EXPERIMENTAL MAIS COMUNICAÇÃO: A PRÁTICA PROFISSIONAL EM SINTONIA COM O ENSINO, A EXTENSÃO E A FORMAÇÃO CIDADÃ1 ÁREA TEMÁTICA: COMUNICAÇÃO Hygor Humberto Benevides VARANIS2 Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) Clelton Djone Gomes SEGUNDO3 Elton Tamiozzo de OLIVEIRA4 RESUMO: As agências pedagógicas ou experimentais são unidades de apoio pedagógico aos cursos de comunicação social que visam possibilitar aos alunos, de forma intensiva e supervisionada, o contato com a prática profissional de sua habilitação, em complementaridade ao conteúdo desenvolvido em sala de aula. Seguindo esses preceitos, a Agência Experimental Mais Comunicação, do curso de Publicidade e Propaganda, da Universidade Católica Dom Bosco iniciou suas atividades em 1994. A agência experimental tem como objetivo atender às necessidades pedagógicas do curso e oferecer aos acadêmicos atividades que os envolvam com as produções laboratoriais e com as atividades de extensão, promovendo a associação orientada entre a teoria e a prática. PALAVRAS-CHAVE: Agência pedagógica; Publicidade e propaganda; Extensão. INTRODUÇÃO A Agência Experimental Mais Comunicação é uma unidade de apoio pedagógico ao curso de comunicação social, habilitação Publicidade e Propaganda, e também um projeto de extensão da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Tem como objetivo geral permitir aos acadêmicos relacionarem os ensinamentos teóricos à prática, baseandose na interdisciplinaridade, propiciando contato mais próximo com a realidade do mercado de trabalho, sendo um lugar de experimentação de ideias, formatos e estratégias e, em muitos casos, sendo também a primeira experiência profissional dos acadêmicos. Tem como objetivos específicos: a) Contribuir para o desenvolvimento de competências que sejam necessárias no mercado de trabalho, estimulando o pensamento estratégico, o trabalho colaborativo e a busca por soluções criativas; b) Estimular a responsabilidade social; c) Possibilitar ao aluno a vivência de trabalhos publicitários, em ambiente e com processos similares aos encontrados numa agência de propaganda profissional; d) Pensar, planejar e executar eventos que contribuam com a formação 1 Trabalho submetido ao 6º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, na área temática Comunicação. Responsável pelo trabalho. Estudante do 5º semestre de Publicidade e Propaganda da UCDB. E-mail: [email protected] 3 Estudante do 5º semestre de Publicidade e Propaganda da UCDB. E-mail: [email protected] 4 Professor coordenador da Agência Experimental Mais Comunicação. E-mail: [email protected] / [email protected] 2 1 integral dos acadêmicos de Publicidade e Propaganda da UCDB, bem como colaborar na execução dos eventos organizados por outros cursos e departamentos da Universidade; e) Estimular a participação e apresentação de trabalhos em eventos científicos buscando desenvolver o espírito pesquisador nos acadêmicos e a participação em concursos locais, regionais e nacionais como forma de estimular a vivência de situações reais de competição no mercado de trabalho. O projeto atende organizações sem fins lucrativos, comunidade externa e comunidade interna da Universidade. São priorizados projetos voltados à valorização e visibilidade dos cursos, desenvolvimento de campanhas e divulgação de atividades acadêmicas (eventos, campanhas, etc.) e atendimento a instituições sem fins lucrativos, por meio de criação de campanhas ou peças avulsas. Sua estrutura segue os moldes mercadológicos, ou seja, atendimento, pesquisa, planejamento, criação, mídia e produção. Nesse modelo os trabalhos desenvolvidos vão desde o diagnóstico, pesquisa de mercado, definição de estratégicas, criação de peças publicitárias (identidade visual, VT, spot, jingle, banner, cartaz, folder, filipeta, web sites, banners para internet, e-mail marketing, etc.), produção das peças publicitárias criadas e indicação dos locais para veiculação das mensagens, até a definição de pontos de controle para verificar a eficiência e eficácia do que foi proposto. MATERIAL E METODOLOGIA A Agência Experimental Mais Comunicação funciona dentro do Laboratório de Comunicação (LabCom) da UCDB, de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h. Oferece bolsas, dadas em forma de desconto na mensalidade do acadêmico, sendo que uma das regras para receber o benefício é não ter mais de uma reprovação. A agência tem estrutura suficiente para receber até 25 acadêmicos. A supervisão dos trabalhos é realizada por cinco professores: Ana Cristina Martins, responsável pela pesquisa e pelas parcerias externas, Claudia Mara Stapani Ruas, coordenadora do curso e responsável pelas parcerias internas e pela interface pedagógica (UCDB – curso – agência experimental), Eduardo Perotto Biagi, responsável pela redação e produção (gráfica e audiovisual), Elton Tamiozzo de Oliveira, responsável pelo atendimento, planejamento e mídia, e Maria Helena Benites, responsável pela direção de arte e design. No início das atividades do semestre a equipe recebe – ou revê, se for no início do segundo semestre – o planejamento anual feito para a agência. Os novos acadêmicos também recebem orientações sobre o que é ser extensionista e o que se espera dele na Agência Mais Experimental Comunicação. Após essa fase são iniciados os trabalhos. 2 RESULTADOS E DISCUSSÕES O trabalho tem início com o atendimento ao cliente. Este primeiro contato gera um briefing (relatório de informações) que servirá de base para que os demais profissionais da agência possam elaborar o planejamento, quando necessário, sempre buscando soluções eficazes e respeitando as especificidades de cada cliente. Passa-se então para a etapa de criação das peças, sejam elas impressas (folder, cartaz, panfleto, anúncio, etc.), VTs, spot ou jingle, outdoor, banners para web e outras soluções, convencionais ou não. Após a aprovação do cliente é feita a parte de produção. A estrutura da Agência e do LabCom permite entregar ao cliente o produto final quando a solução proposta for mídia eletrônica, como VTs, spot e jingle com produção simples, banners para web, websites ou trabalho em mídias socias. No caso de impresso é entregue ao cliente a arte finalizada para que realize a impressão. Partindo do objetivo do cliente a agência busca também propor soluções de mídia e, quando necessário, monta a estratégia e planos de mídia, além de ajudar na busca de parcerias em espaços nos veículos internos (Jornal UCDB, Jornal Laboratório Em Foco, Revista Boletim Salesiano, TV UCDB, FM UCDB e TV Regional). A agência realiza também a criação de identidade visual tanto para produtos como para serviços. Para cumprir o objetivo de pensar, planejar e executar eventos que contribuam com a formação integral dos acadêmicos e colaborar na execução dos eventos organizados por outros cursos da Universidade e parceiros, a Agência realizou/colaborou com os seguintes eventos: a) Manhas culturais de Publicidade e Propaganda – Manhãs culturais onde exalunos e atualmente profissionais conversam com os atuais acadêmicos contando sobre as experiências profissionais e práticas mercadológicas; b) Comunicação em Ação – Palestras e mini-cursos realizadas por profissionais para os acadêmicos; c) Movimento Tipo Certo – Ação para estimular a doação de sangue; c) X Seminário de Extensão da UCDB: Avaliando e construindo metodologias na Extensão no Facebook – Auxilio na organização e divulgação do evento; d) 1º Ciclo de Palestras da Medicina Veterinária (criação de marca gráfica, criação de topo para evento no Facebook, criação de cartaz / e-mail marketing, criação de folder; e) “Prêmio Qualidade da Gestão”, realizado pelo movimento MS Competitivo - criação de: marca gráfica, convite para lançamento, convite para entrega do Prêmio e criação do troféu); f) “Publici O Que?”, evento direcionado aos pais dos acadêmicos dos primeiros semestres de Publicidade e Propaganda para explicar sobre a profissão, sobre o curso e sobre a Universidade - realização do evento e criação de: marca gráfica, e-mail marketing, adesivo para carro, backdrop, banner, camiseta, convite para os 3 pais, cartaz, faixa, vídeo e evento no Facebook5); g) “Operação Passa Roupa”, ação que objetiva arrecadação de roupas para doação - realização da ação e criação de: marca gráfica, evento no Facebook (Inverno6 e Verão7), e-mail marketing e faixa; h) “17ª APEC – Apresentação dos Projetos Experimental em Comunicação” – realização do evento e criação de: cartaz, banner com programação e e-mail marketing; i) “72h de Jornalismo” – criação de: marca gráfica, banner, banner para web, e-mail marketing, camiseta, evento no Facebook8 e capa para o jornal especial sobre o evento. Buscando cumprir o objetivo de estimular a responsabilidade social, a Agência: a) realizou o “Rádio Z – informação especial para você”, um programa de rádio realizado quinzenalmente com alunos da Associação Pestalozzi de Campo Grande (portadores de deficiências mental e motora); onde os acadêmicos da Agência são responsáveis pelo roteiro e pelas edições e os alunos da Associação são os locutores do programa; b) desenvolveu campanha institucional para o Instituto Moinho Cultural9, uma instituição sem fins lucrativos da cidade de Corumbá/MS que busca, por meio da arte, atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade; c) desenvolveu peças para a Sociedade Educacional Juliano Varela10, instituição sem fins lucrativos da cidade de Campo Grande/MS que trabalha com portadores da Síndrome de Down; d) Operação Passa-Roupa, citada anteriormente. As ações de responsabilidade social refletem a proposta da formação humana e a missão institucional da UCDB de formar bons cidadãos, entregando ao mercado um profissional qualificado tecnicamente, mas também maduro, consciente e responsável socialmente. Visando cumprir o objetivo de estimular a participação e apresentação de trabalhos em eventos científicos e também a participação em concursos, a Agência: a) inscreveu 5 trabalhos no “Concurso Cultural Universitário” da Associação Brasileira de Propaganda; b) inscreveu 4 trabalhos no “Concurso Central de Outdoor”; c) inscreveu mais de 40 trabalhos no “FUA – Festival Universitário de Audiovisual”, realizado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, tendo 26 trabalhos entre os finalistas e conquistou 16 prêmios; d) inscreveu 39 peças no “Prêmio Morena de Criação Publicitária”, realizado pela afiliada da TV Globo em Mato Grosso do Sul, tendo três peças entre as cinco finalistas; e) apresentou seis trabalhos no “X Seminário de Extensão”, realizado em Campo Grande/MS; f) 5 Disponível em <http://on.fb.me/17JUlBW> Disponível em <http://on.fb.me/17JUvtb> 7 Disponível em <http://on.fb.me/17JUy8m> 8 Disponível em <http://on.fb.me/17JZCtb> 9 Disponível em <http://www.moinhocultural.org.br> 10 Disponível em <http://www.julianovarela.org.br> 6 4 apresentou nove trabalhos na Expocom Centro-Oeste – foi a instituição com mais trabalhos na área temática Publicidade e Propaganda (nove trabalhos) e também a que mais venceu nesta área temática (quatro trabalhos); g) apresentou quatro trabalhos na Expocom Nacional; venceu o Prêmio Blink de Criação para rádio. Pensando também na visibilidade e buscando a inserção dos acadêmicos no mercado de trabalho a Agência mantém um blog e uma página no Facebook onde divulga notícias e trabalhos realizados. O endereço é do blog é http://www.ppucdb.com.br e o do Facebook é http://www.facebook.com/ppucdb/. CONCLUSÃO A oportunidade de participar da Mais Comunicação desde o primeiro semestre da graduação consiste em um diferencial valorizado pelos alunos na hora da escolha da Universidade. Embora a participação na agência não seja obrigatória, há o interesse de grande parte dos alunos. Pode-se afirmar que a Agência atende à necessidade principal de formação profissional de maneira orientada e supervisionada, buscando trabalhar, na medida do possível, com a mesma dinâmica de uma agência de mercado. O cenário exposto demonstra que o projeto contribui de maneira efetiva no aprimoramento dos alunos do curso de Publicidade e Propaganda em sua formação profissional e humana. A realização de suas atividades neste cenário representa um grande diferencial pedagógico e mercadológico, uma vez que a inserção de egressos do curso da UCDB no mercado de trabalho regional é expressiva e crescente. REFERÊNCIAS BARRETO, Roberto Mena. Criatividade em propaganda. São Paulo: Editora Summus, 2004. CORREIA, Roberto. Contato imediato com o planejamento de propaganda. São Paulo: Global, 1986. LUPETTI, Marcélia. Administração em publicidade: A verdadeira alma do negócio. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. PREDEBON, José. Curso de propaganda: do anúncio a comunicação integrada. São Paulo: Editora Atlas, 2004. RIBEIRO, Julio. Tudo o que você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência para explicar. São Paulo: Atlas, 1995. SAMPAIO, Rafael. Propaganda de A a Z: como usar a propaganda para construir marcas e empresas de sucesso. Rio de Janeiro: Campus, 1999. SANT´ANNA, Armando. Propaganda: teoria, técnica e pratica. São Paulo: Cengage Learning, 1998. 5 IMAGENS PARA A PAZ: UM CAMINHO PARA A HUMANIDADE NA UNIVERSIDADE Responsável pelo trabalho: Dayvison Carlos Costa dos Santos Universidade Federal do Pará (UFPA) Autores: Dayvison Carlos Costa dos Santos1; Ellen Karoline Silva da Silva 2; Nilzi Regina Santos Cunha3 Orientadora: Kátia Marly Leite Mendonça4 Área temática: Comunicação Resumo O presente resumo tem por objetivo a elucidação da profusão de imagens na sociedade moderna como condicionante do comportamento social, ético e moral dos seres humanos, visando o entendimento da necessidade da disseminação de produções imagético-midiáticas que proporcionem uma formação e uma educação para valores, promovendo, assim, relações sociais mais humanas. Nesse sentido, descreve os objetivos, métodos e resultados do Projeto Imagens para a Paz, do Programa de Extensão Universitária Peregrinos da paz, que através de recursos imagéticos, no caso, filmes cinematográficos, colabora para o fomento da ética, da cultura de paz e da não-violência na comunidade universitária. Palavras-chave: Imagens; Ética; Imagens para a Paz; Imagético. Abstract This summary aims to elucidate the profusion of images in modern society as a condition of social, ethical and moral behavior of human beings, the need for understanding the spread of image-media productions that provide training and education for values, thereby promoting more humane social relations. In this sense, describes the 1 Graduando de Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Bolsista de Extensão do Programa de Extensão Peregrinos da Paz (PIBEX/UFPA). E-mail: [email protected]. 2 Graduanda de Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Bolsista de Extensão do Programa de Extensão Peregrinos da Paz (PIBEX/UFPA). E-mail: [email protected]. 3 Graduanda de Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Bolsista PIBIC/CNPq. E-mail: [email protected]. 4 Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA/ UFPA) e Coordenadora do Programa de Extensão Universitária Peregrinos da Paz. E-mail: [email protected] objectives, methods and results (partial) Project Images for Peace Program Pilgrims University Extension peace, who through pictorial resources, in this case, movies, contributes to the promotion of ethics, culture peace and non-violence in the university community. Keywords: Images; Ethics; Images for Peace; imagery. Introdução Uma das mais evidentes características da modernidade é a enorme interferência imagética e midiática nas relações sociais como um todo. Nessa elaboração social, a maior parte das relações humanas não é mais fundamentada em tradições, mas naquilo que é disseminado pelos meios de comunicação de massa. Essa fundamentação das relações humanas nos meios de comunicação é elucidada diferentemente por diversos pensadores, das mais diversas áreas do conhecimento, tais como Theodor Adorno, Walter Benjamin, Gabriel Marcel, Guy Debord e outros. Fazendo parte do mesmo processo de modernização da vida, temos o progresso econômico, científico e tecnológico – aspectos relativamente convenientes à sociedade – no entanto, acompanhando todo esse desenvolvimento, verifica-se uma realidade social paradoxal, onde a violência, a desvalorização da vida humana, a desintegração familiar, a não percepção do outro, dentre outras coisas, aparecem como substrato do mesmo processo modernizador. Dito de outra forma, o programa da modernidade tem gerado uma exacerbada degradação moral e ética, a qual tem gerado prejuízos socioculturais e humanos incalculáveis. Novelas, seriados, videogames, programas de TV, filmes cinematográficos, etc. Todos esses são fatores que, em uma sociedade do espetáculo (Debord, 1997) – condicionada sempre por espetáculos imagéticos – sem nossa percepção, tem enorme importância na vida diária, orientando nossas ações e comportamentos sociais, éticos e morais. Essa implicação comportamental é afirmada por Mendonça (2013): “imagens de violência que vão gerar imaginários e ações violentas: um evento se sucede ou é mostrado como ficção, logo após começaram a acontecer eventos da mesma natureza no plano real.”. (MENDONÇA, 2013, p.184). O ambiente acadêmico não se exclui dos impactos sociais decorrentes da profusão imagética. Os impactos prejudiciais podem ser percebidos na frieza das relações inter- humanas ocorrentes nas universidades, na indiferença pelo outro (professor, aluno ou técnico) e pela despreocupação com a educação axiomática nesse ambiente. Isto também é fruto da expansão de relações Eu-Isso, ligadas estritamente a racionalidade instrumental, neste espaço, em detrimento do ensejo a relações Eu-Tu, frutos de uma disponibilidade para o Diálogo humano com o outro (Buber, 2001). Sabe-se, como foi dito acima, que a manutenção e ampliação desses problemas sociais são estabelecidas e legitimadas pela produção imagético-midiática na modernidade. Assim, se faz necessária a reflexão crítica sobre este tipo de produção, visando seus impactos socioculturais, morais e éticos na formação do ser humano, no espaço acadêmico. E não somente isso, mas o fomento e promoção da difusão de produções imagéticomidiáticas que, no sentido de seus impactos sociais e axiomáticos, produzam estabilidade social, valorização da vida, Diálogo, percepção do outro, valorização do outro e progresso das faculdades éticas e morais humanas (Buber, 2001). Em uma palavra, que produzam genuína humanidade. É exatamente nesse sentido que o Projeto Imagens para a Paz se coloca. Através da exibição de filmes pré-selecionados e debate posteriores, visa-se o estímulo à reflexão sobre os nexos existentes entre ética e imagens, e a valorização de produções imagéticas que educam para valores morais, sendo propulsoras de relações inter-humanas imbuídas de eticidade. Material e metodologia O Programa de Extensão Peregrinos da Paz, que existiu como projeto de extensão de 2006 a 2013, atua, desde sua fundação, de diversas maneiras, dentre elas, a ação direta em escolas públicas – com atividades promovidas junto aos alunos – e o curso de formação em ética – direcionado a professores da rede pública de ensino básico – visando sempre o fomento de uma cultura de paz e não-violência na sociedade paraense. Tendo em vista a percepção do papel das imagens (filmes, novelas, etc.) na formação humana, na contemporaneidade, a partir de 2013, o Programa passou a atuar também nesse viés. Para tanto, pôs em prática o Projeto Imagens para a Paz, que visa à formação em ética através de recursos imagéticos, neste caso, filmes cinematográficos. As atividades do projeto tinham como público-alvo os discentes da UFPA, e ocorreram em diferentes espaços da Universidade Federal do Pará, tais como, o Centro de Capacitação da UFPA e o Auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, congregando discentes de diversos cursos de graduação desta universidade, como por exemplo, Letras, Ciências Sociais e Serviço Social. Nos encontros, eram feitas as sessões de cinema, onde eram usados: computador, projetor vídeo, e caixas de som. Após o término dos filmes, aconteciam amplos debates em torno das questões sociais, éticas e morais expostas nas produções imagéticas, donde se tiravam paradigmas ou direções éticas para ações humanas exercidas dentro do espaço acadêmico, bem como na vida social em geral. O Imagens para a Paz aconteceu entre os meses de maio e dezembro de 2013, fazendo a exibição e debates dos filmes: Homens e Deuses, de Xavier Beauvois; Dersu Uzala, de Akira Kurosawa; Uma Amizade sem Fronteiras, de François Dupeyron; Minhas Tardes com Margueritte, de Jean Becker; O Sacrifício, de Andrei Tarkovsky; A cor do Paraíso, de Majid Majidi; Adorável Professor, de Stephen Herek; e, A Lenda do Santo Beberrão, de Ermanno Olmi. A metodologia usada para formulação deste resumo foi: pesquisa bibliográfica e documental dos textos orientadores do Programa Peregrinos da Paz; e a observação participativa assistemática das atividades do Projeto Imagens para a Paz. Resultados e discussões Nas atividades efetuadas pelo Imagens para a Paz são facilmente constados indícios dos resultados projetados. Os filmes exibidos no projeto possuem, em geral, o foco nas relações inter-humanas e no modo como elas podem se desenvolver de maneira mais saudável, mesmo estando mergulhadas em realidades sociais altamente problemáticas. Nos debates, nota-se nas falas dos participantes, a compreensão do caráter formador e educacional das imagens fílmicas, ensejando a reflexão crítica das relações sociais modernas e clarificando a possibilidade de recuperação de valores, vinculados ou não às religiões, os quais podem promover relações sociais mais saudáveis e verdadeiramente humanas na sociedade contemporânea, contrapondo-se, assim, ao movimento corrente de desumanização, frieza e indiferença da era moderna. Aliás, evidencia-se nas falas dos participantes um despertar da consciência e da resistência ética, focando nas escolhas éticas ou não, que fazemos no decorrer da vida. O filme traz uma mensagem para nossa vida, e me tocou de forma profunda, pois mostra como somos seres humanos dotados de livre arbítrio, capazes de fazer escolhas e projetos que mudam ou não nossas vidas. Desta forma, Minhas tardes com Margueritte tem como centro a ideia de que o futuro depende de nós mesmos, e das escolhas que fizermos tanto no individual quanto no coletivo. (Trecho de uma resenha produzida por um (a) dos (as) participantes do projeto Imagens para a Paz 2013) Conclusão Diante dos problemas postos pela contemporaneidade no tocante à seletividade e aos impactos das imagens nas faculdades morais e éticas do ser humanos, conclui-se que o Imagens para a Paz tem cumprido um importante papel, no sentido de promover uma modelo de educação ética através das imagens, e não apenas isso, mas também a conscientização do poder das imagens, principalmente as fílmicas, na formação da pessoa humana, podendo assim, promover tanto malefícios, quanto benefícios, sociais, morais e éticos, a depender da boa seleção de imagens. Entendemos, por fim, que os objetivos do projeto têm sido alcançados e que uma cultura universitária de paz esta sendo alicerçada também através das imagens e das ações do Programa Peregrinos da Paz. Referências ADORNO. Theodor. O Fetichismo da Música e a Regressão da Audição. In: Benjamin. W. et alii. Textos Escolhidos. Os Pensadores. São Paulo. Abril Cultural. 1983. BENJAMIN, Walter. A Obra de Arte na época de sua Reprodutibilidade Técnica. In: Benjamin. W. et alii. Textos Escolhidos. Os Pensadores. São Paulo. Abril Cultural. 1983. BUBER, Martin. Eu e Tu. 8ª Edição. São Paulo. Centauro. 2001. DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. São Paulo. Contraponto. 1997. MARCEL, Gabriel. Los hombres contra lo humano. Madrid. Caparrós Editores. 2001. MENDONÇA, K. M. L. Entre a dor e a esperança: educação para o diálogo em Martin Buber. Riberão Preto. Memorandum 17, p. 45-59. Out-2009. _______________. Televisão: da profusão de imagens a cegueira ética. Porto Alegre. FAMECOS mídia, cultura e tecnologia. v. 20, n. 1, pp. 179-192, janeiro/abril 2013. WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Livraria Pioneira, 1985. CONSTRUINDO SABERES: divulgando os trabalhos realizados na UEG ÁREA TEMÁTICA: Comunicação Camila Francisca de Oliveira¹ Universidade Estadual de Goiás - Unidade de São Luís de Montes Belos. (UEG-SLMB) Andréa Kochhann Machado de Moraes² Wanessa Cristina de Lacerda Landó³ RESUMO O presente artigo é resultado da proposta de ação extensionista, que está na modalidade de projeto, tem como tema central a divulgação da Universidade Estadual de Goiás e das Ações da Pró Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis, do período de 2012, 2013 e 2014. Essa ação se justifica pela necessidade da comunidade conhecer de fato o que a Universidade juntamente com a PrE (Pró Reitoria de Extensão) tem realizado. Após várias discussões efetivadas pelos componentes do Ciext, (Comitê Institucional de Extensão) juntamente com a equipe de Extensão, fora percebida a necessidade e a importância do presente projeto. O projeto se alicerça na apresentação de slides informativos sobre as ações da PrE e UEG, nos totens interativos nos Vapt-Vupt, localizados na cidade de Goiânia – GO. Inicialmente elegeremos quatro que estão localizados na Rodoviária, Praça da Bíblia, Detran e Praça A. O projeto tem como meta a divulgação da UEG e das principais ações realizadas pela PrE, sendo que será entregue folders informativos as pessoas que estiverem presentes no momento da enquete/avaliação, que será realizada a cada 2 meses. Intenciona-se também a publicação de artigos sobre a temática. Palavras-chave: Comunicação. Interatividade. Universidade. INTRODUÇÃO O projeto de extensão está vinculado a PrE – Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da Universidade Estadual de Goiás, cadastrado com o título “Universidade Estadual de Goiás e Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis: Construindo Saberes”, teve sua primeira vigência no ano de 2013 e reeditado 1. Camila Francisca de Oliveira: acadêmica do Curso de Pedagogia da UnU de São Luis de Montes Belos. Email: [email protected] 2. Andrea Kochhann: Pedagoga e Mestre em Educação. Dedicação Exclusiva da UEG – UnU de São Luis de Montes Belos – GO. Email: [email protected] 3. Wanessa Cristina de L. Landó: Pedagoga e Mestre em Educação. UEG – UnU de São Luis de Montes Belos. Email: [email protected] em 2014. A proposta se justifica devido à necessidade da comunidade conhecer de fato o que a Universidade juntamente com a PrE tem realizado, ou seja, a UEG precisa ser conhecida por todos dos Estado de Goiás e quiçá outras pessoas que estiverem no Estado, pois, infelizmente ainda há muitas pessoas não conhecem a UEG ou reconhecem seu potencial. Assim, como a UEG a PrE precisa ser conhecida e reconhecida como parte fundamental do tripé universitário. A escolha do tema partiu da realidade de observação de uma das professoras do projeto. A professora Andréa Kochhann ao analisar a movimentação do público goianiense nos Vapt Vupts percebeu que seria um ponto de grande alcance para informações através dos totens interativos, porque enquanto o público aguarda ser chamado para ser atendido, tem sua atenção voltada para os mesmos. Outra questão é que a UEG pode ainda não ser tão conhecida como deve, por falta de divulgação. Unindo as duas reflexões chegou-se a temática, que ao ser compartilhada com a professora Wanessa Landó aceitou a proposta de coordenar o projeto. Buscou-se informações sobre o assunto e foi constatado que não havia nenhum projeto sobre o tema. Então, consolidou-se o desejo de oficializar a ação. A proposta partiu da PrE, e como a professora Wanessa Landó é docente da UnU de São Luis de Montes Belos, e trabalhava com a disciplina de Mídias e Educação, no Curso de Pedagogia, além de ser membro do CIEXT- Comitê Institucional de Extensão, fora feito o convite e a mesma aceitou. A relevância maior dessa proposta se faz pela conscientização por parte, inicialmente das professoras orientadoras dessa ação e dos acadêmicos envolvidos e posteriormente de todos os que tiverem contato a divulgação. Conhecer a UEG e os trabalhos da PrE se torna relevante para a comunidade goiana e acadêmica. MATERIAL E METODOLOGIA O projeto se alicerça na execução na apresentação de slides informativos sobre ações da PrE e UEG, nos totens interativos nos Vapt Vupts, localizados na cidade de Goiânia-GO. Inicialmente escolhemos quatro Vapt Vupts que estão localizados na Rodoviária, Praça da Bíblia, Detran e Praça A. O projeto tem como metas divulgação da UEG nas principais ações realizadas pela PrE, sendo que será entregue folders informativos as pessoas que estiverem presentes no momento da enquete/avaliação, que será realizada a cada dois meses. Diante de tal proposta, o projeto será desenvolvido pelos acadêmicos da Unidade Universitária de São Luís de Montes Belos-GO, que são: Camila Francisca de Oliveira, Elenaice Silva de Paula, Naiara Gomes de Sousa e Weiriani Borges de Oliveira, matriculadas nos cursos de Pedagogia e Letras. A avaliação do projeto será feita através um artigo científico para a divulgação da ação, e assim pretendemos efetivar o tripé da Universidade: ensino-pesquisa-extensão, sabendo-se que, o principio da indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão são fundamentais no fazer acadêmico, sendo assim, a relação entre ensino e a extensão conduz as mudanças no processo pedagógico, pois alunos e professores constituem-se em sujeitos do ato de aprender. Ao mesmo tempo em que a extensão possibilita a democratização do saber acadêmico, por meio dela, este saber retorna à universidade, testado e reelaborado. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram realizadas várias reuniões acerca do assunto, para a execução do projeto. Em junho de 2013 as professoras Andréa Kochhann e Wanessa Landó, foram recebidas na Segplan – Secretaria de Planejamentos, no Palácio das Esmeraldas em Goiânia, pela Solange, coordenadora deste departamento para que pudessem apresentar a proposta do projeto e proporem a agenda de trabalho. Já em agosto do mesmo ano, a professora Wanessa Landó foi novamente recebida no Palácio para uma nova reunião, em que já apresentou materiais iniciais para aprovação da coordenadora. No final do ano surge um componente importante para agregar valores no projeto, Marcelo Costa, Coordenador Geral do Departamento de Comunicação da UEG. Onde a professora Andréa apresentou a proposta detalhadamente, seguidas de reuniões previamente agendadas nos meses de Outubro e Novembro de 2013. O grupo cadastrado no projeto apresentou resultados parciais do mesmo no II Simpósio de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis, na cidade de Ceres - GO, no mês de maio de 2013, o trabalho foi apresentado em forma de banner e o mesmo, após ser avaliado foi selecionado para apresentação em Dourados/MS, no VI SEREX, ocorrido no mês de agosto, onde além do banner, foi realizada uma comunicação oral, seguida da publicação de um artigo. Já no mês de Outubro do mesmo ano, apresentou-se novamente na UnU de São Luís de Montes Belos, no II Seminário de Pesquisa e Extensão em forma de comunicação oral. O movie maker contendo algumas informações sobre a UEG pode ser conferido no link http://www.youtube.com/watch?v=V41BBR_TGVs. CONCLUSÃO É intuito que as pessoas ao participarem do projeto conheçam com detalhes a UEG e as ações da PrE. É intenção despertar nas mesmas o desejo de conhecer e querer participar dessa Instituição que oferece ensino público e de qualidade em Goiás e de tamanha importância. REFERÊNCIAS Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras. O Plano Nacional de Extensão Universitária. Coleção Extensão Universitária, vol. I. Disponível em: http://www.renex.org.br ,2007. NOGUEIRA, Maria das Dores Pimentel. (org) Extensão Universitária: Diretrizes conceituais e políticas. 2000. PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional 2010-2019 – Universidade Estadual de Goiás/ LEMOS, J. R. et. al. Anápolis: UEG, 2010. PPI – Projeto Pedagógico Institucional – Universidade Estadual de Goiás/ LEMOS, J. R; SAHIUM, P. F. (orgs) – Anápolis: Universidade Estadual de Goiás, 2011. SERRANO et al. Avaliação Nacional Da Extensão Universitária. Brasília: MEC/SESu, Paraná: UFPR, Ilhéus: UESC, 2001. Mapeamento Cultural: a rede da cultura na fronteira Área temática: Comunicação e Cultura Responsável pelo trabalho: Ramon Fernandes Lourenço Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) Autor: Ramon Fernandes Lourenço Resumo: O projeto Mapeamento Cultural é uma iniciativa da Pró-reitoria de Extensão, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, e tem como objetivo descobrir os agentes e os fluxos que criam a dinâmica cultural de Foz do Iguaçu, buscando desenhar a rede de produção das ações culturais na região trinacional. Este projeto vem responder a uma necessidade já apontada pela população, onde a demanda por acesso e pelo fomento à produções artístico-culturais cresce continuamente. Ao desvendar a rede por onde estes projetos acontecem, será possível entender sua dinâmica de desenvolvimento, encontrando as dificuldades e oportunidades, e também ressaltando características importantes da identidade desta região. O que se pretende com este mapeamento é ressaltar a qualidade e o potencial dos projetos culturais desenvolvidos na região, fomentando as interconexões desta rede produtiva, apoiado nos conceitos de mapeamento colaborativo, cultura, cultura digital e redes sociais. Palavras-chave: mapeamento colaborativo, cultura digital e redes sociais. Introdução: A cidade de Foz do Iguaçu foi fundada em 1914, e sua maior marca é a forte vocação turística, sendo mundialmente conhecida pelas Cataratas do Iguaçu, pela Usina Hidrelétrica de Itaipu e pelo turismo de compras no Paraguai e na Argentina. Além de seus atrativos turísticos, a cidade é também conhecida pela sua multiculturalidade, reforçada pela sua localização fronteiriça e também pela presença de mais de 70 etnias e seus costumes, o que possibilita um ambiente criativo e propício para trocas culturais. Destacam-se entre os principais referenciais materiais desta multiculturalidade o Templo Budista e a Mesquita, convivendo pacificamente como símbolos desta grande diversidade cultural. Mas é na vivência e no desenho dos bairros e das grandes regiões de Foz do Iguaçu que é possível entender como os fluxos culturais acontecem no cotidiano, e é por meio deles que a cidade respira e se desenvolve. Por conta de seu acelerado crescimento, em razão da construção da Itaipu Binacional, a cidade se dividiu em grandes regiões, onde é possível constatar a existência de bairros autônomos, com seus próprios pequenos centros comerciais e áreas de convivência, tornando o fluxo da cidade mais descentralizado e distribuído. Este fluxo descentralizado e distribuído ressalta a grande diversidade cultural aqui existente, porém, traz consigo um grande desafio que deve ser transposto para o desenvolvimento de projetos relacionados à cultura: a dificuldade de integração e o distanciamento dos agentes que trabalham com cultura. Este desafio é o que motivou a criação do projeto de extensão Mapeamento Cultural, que iniciou suas atividades em Março de 2013 e tem como objetivo descobrir os agentes e os fluxos que criam a dinâmica cultural de Foz do Iguaçu, buscando desenhar a rede de produção das ações culturais da região trinacional. Material e Metodologia Para o desenvolvimento das primeiras linhas de atuação do projeto Mapeamento Cultural foi necessária a realização de uma pesquisa bibliográfica inicial para localizar e definir alguns conceitos chave que auxiliaram no direcionamento deste trabalho. Como ponto de partida foi o próprio conceito de cultura, pois ele é parte central do objeto que está sendo analisado. Desta forma, este Mapeamento Cultural aborda a cultura como pano de fundo para identificar a rede de agentes culturais na cidade de Foz do Iguaçu, entendendo, tal qual Geertz (1989, p.24), que: […] a cultura não é um poder, algo ao qual podem ser atribuídos casualmente os acontecimentos sociais, os comportamentos, as instituições ou os processos; ela é um contexto, algo dentro do qual eles podem ser descritos de forma inteligível. Ao entender a cultura como contexto é possível caracterizar o mapeamento destas redes de pessoas, grupos e instituições como um estudo cultural, mesmo que o objetivo deste levantamento não seja descrever com densidade características específicas de cada agente, mas sim possibilitar uma visão abrangente sobre quem são e onde estão inseridos na cidade. Desta forma, partiu-se para explorar a ferramenta mapa, sendo ele um recurso que permite trabalhar as informações de forma diversificada que, com informações baseadas na localização geográfica, possibilita uma leitura do contexto e uma visualização rápida da rede de agentes que estão sendo mapeados. Como afirma Cosgrove (2005, p.28), "o mapa permanece um modo poderoso de visualizar e representar os aspectos espaciais de como culturas se formam, interagem e mudam" e o mapeamento desta dinâmica de formação, interação e adaptação, inerente à cultura, será melhor traduzido com a linguagem multimídia da web. Seguindo com estes direcionamentos conceituais, o projeto foi sendo desenvolvido seguindo algumas etapas bem definidas: da padronização da informação, a escolha da ferramenta, a realização de uma Pesquisa Exploratória e a Coleta de Dados final. Para dar conta das informações que seriam coletadas por este mapeamento, foi necessário criar uma padronização da informação que seria levantada sobre cada agente cultural, definindo, por sua vez, quais as informações mais importantes que deveriam constar na plataforma online. Este foi um momento muito importante para o projeto, pois foi assim que foi descoberto a iniciativa do Ministério da Cultura de criar um banco de dados nacional que reuniria informações sobre os agentes culturais de todo o país, o Sistema Nacional de Informação e Indicadores Culturais (SNIIC). Vale ressaltar que nesta etapa do projeto Mapeamento Cultural o SNIIC ainda não havia sido lançado, sendo necessário contato com membros do Ministério para obter informações sobre a organização das informações do Sistema. Desta forma foi criada a padronização de informações dos agentes culturais, seguindo as linhas gerais do SNIIC, mas adaptando-as as necessidades locais. Após definida a padronização das informações, foi necessário se debruçar sobre a escolha da ferramenta na qual seria disponibilizada o mapeamento online. Desta forma, a equipe do projeto Mapeamento Cultural analisou uma série de experiências colaborativas que trabalham com informações georreferênciadas. Nesta etapa verificou-se que a maioria destas iniciativas se utilizam do Google Mapas como base para seus mapeamentos aliado a outras plataformas livres. Isto significa que a tecnologia Google é a que possibilita a base do georreferenciamento, mas que a plataforma final era a fusão entre a tecnologia Google e software livre. E foi justamente este movimento que utiliza o software livre como base de seu trabalho que foi o escolhido para criar o mapeamento cultural. O software utilizado é um tema do Wordpress desenvolvido para ser uma ferramenta aberta e de fácil acesso, chamada Mapas de Vista. Com esta ferramenta é possível criar os mapas necessários, distribuindo conteúdos multimídia para complementar as informações. Com a padronização das informações e a plataforma definida foi o momento de se iniciar a pesquisa exploratória para conseguir as primeiras informações e testar toda a metodologia até então estabelecida. Esta pesquisa foi realizada aproveitando da realização de quatro eventos municipais dirigidos à agentes culturais. Entre os meses de abril e julho de 2013 foram feitos cadastros dos participantes destes eventos, por meio de um questionário preenchido no momento da inscrição dos participantes. Estes cadastros forneceram os primeiros dados que subsidiaram o teste, tanto da padronização da informação, quanto da plataforma online escolhida. Desta forma foi possível publicar a primeira versão do Mapeamento Cultural UNILA, já disponível para acesso. Os próximos passos serão no sentido de aprofundar as informações dos agentes já cadastrados e de iniciar um trabalho de mobilização e motivação do acesso por estes agentes na ferramenta, pois somente assim esta ferramenta poderá auxiliar na criação da rede de cultura da cidade. Resultados e Discussões O primeiro resultado deste projeto vem responder aos questionamentos comuns da comunidade, que afirmam que Foz do Iguaçu é uma cidade sem cultura, onde não há produção cultural. De fato o que este projeto desvendou em sua pesquisa exploratória foi justamente o contrário, há um grande número de agentes e espaços culturais na cidade, porém estes agentes tem atuação muito regionalizada, ficando restritos aos seus bairros mais próximos. O resultado da pesquisa exploratória foi a identificação e o cadastramento de 135 profissionais das artes e da cultura da região, 40 instituições e/ou grupos formais e informais que trabalham diretamente com estes temas e 66 escolas e colégios do município. Assim, é possível reconhecer que estes são números expressivos, ainda mais em se tratando de uma cidade que é composta por pouco mais de 256.000 habitantes e que conta com pouca infraestrutura de apoio ao desenvolvimento do setor cultural. Somando-se a este mapeamento inicial, os resultados deste projeto são potencializados ao vinculá-lo a outras iniciativas da Pró-reitoria de Extensão da UNILA. Uma das propostas que está em andamento é a inclusão dos projetos e programas de extensão no mapeamento, possibilitando uma forma diferenciada de divulgação destas ações. Ao indicar no mapa o projeto e/ou programa de extensão justamente na comunidade em que ele atua, a universidade disponibiliza, de uma forma bem prática e de fácil compreensão, a informação sobre o que está em desenvolvimento e quais os resultados para comunidade envolvida. Além de identificar os agentes culturais da região e de promover as ações de extensão de forma geral, o projeto Mapeamento Cultural assume um papel político ao vinculá-lo a atuação da PROEX no Conselho Municipal de Políticas Culturais de Foz do Iguaçu. Como a pró-reitoria tem uma cadeira como representante da universidade neste Conselho, é possível ter acesso ao cenário cultural da cidade e se manter próximo de toda a discussão para o desenvolvimento das políticas de cultura do município. Desta forma, foi com o desenvolvimento do projeto Mapeamento Cultural que está em andamento o diálogo para a criação do Sistema Municipal de Informações e Indicadores Culturais (SMIIC), que utilizará da mesma base de informações da qual é criada o mapeamento, o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais. É desta forma que o projeto Mapeamento Cultural contribui com o estabelecimento da rede de agentes culturais de Foz do Iguaçu, por meio da facilitação da informação do cenário cultural e das ações integradas da Pró-reitoria de Extensão da UNILA. Conclusão Assim, ao trabalhar para cumprir seu objetivo de mapear os agentes culturais da cidade de Foz do Iguaçu, o projeto possibilita a visualização e o fortalecimento da rede por onde as ações culturais se desenvolvem, assumindo junto à outras ações da Pró-reitoria um papel estratégico na construção dos novos caminhos da cultura da cidade. Além disto, o projeto se posiciona como uma importante ação para a Pró-reitoria de Extensão, pois cumpre o papel de identificar a comunidade e suas características, facilitando para que professores e alunos possam se integrar mais facilmente às dinâmicas locais, facilitando a integração dos projetos de extensão com suas comunidades. Referências COSGROVE, Denis. Mapping/Cartography. In: Sibley, David et al., orgs. Cultural Geography: A critical dictionary of key concepts. Londres: Tauris, 2005, p.27-33. GEERTZ, Clifford. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. Editora Vozes – 1° Ed. 1997: Petrópolis – RJ. OLIVEIRA, Roberto Reis de. Espaço, território, região: Pistas para um debate sobre comunicação regional - trabalho apresentado no X Congresso da Lusocom – “Comunicação, Cultura e Desenvolvimento”, promovido pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, Portugal, 27 a 29 de setembro de 2012, GT Sociologia da Comunicação. Disponível em: http://www.uff.br/ciberlegenda/ojs/index.php/revista/article/viewFile/659/358 . Acessado em: 26/03/2014. SEEMANN, Jörn. Cartografia e cultura: abordagens para a geografia cultural. In: Zeny Rosendahl; Roberto Lobato Correa. (Org.). Temas e caminhos da geografia cultural. Rio de Janeiro: Editora de UERJ, 2010, v. 1, p. 115-156. TV UFBA uma experiência em processo Área Temática: Comunicação Marise Berta de Souza Universidade Federal da Bahia (UFBA) Resumo: A comunicação se propõe abordar o espaço de produção de uma televisão universitária, a webtv UFBA, como ambiente capaz de promover a convergência entre ensino, pesquisa e extensão; inovação de linguagens; de técnicas e de formatos televisivos; através da divulgação de seus conteúdos, direcionados para a comunicação de interesse público que valorizam a transmissão e a socialização do conhecimento, dando visibilidade a temáticas que privilegiam o diálogo entre campos do conhecimento, a construção de identidades, produções culturais e expressões artísticas. Palavras-chave: TV Universitária, produção e difusão de conhecimento. 1 - Introdução A TV UFBA foi criada em 2001, como um programa institucional da Pró-Reitoria de Extensão, em parceria com a NET, a primeira operadora de TV a cabo em Salvador. A lei N°8.977, de 1995, estabeleceu um acordo abrindo para as Televisões Comunitárias, Legislativas e Universitárias o direito à veiculação de seus programas. Assim, com um canal exclusivo para universidades locais, nasceu o Canal Universitário, a partir de um consórcio entre a Universidade Federal da Bahia / UFBA, a Universidade do Estado da Bahia / UNEB, a Universidade Católica do Salvador / UCSAL e a Universidade Salvador / UNIFACS, ocupando inicialmente o Canal 16 da NET. No entanto, duas das universidades saíram do consórcio, tornando insustentável a permanência no canal fechado. Hoje, a TV UFBA atua como web tv e está passando por um processo de reformulação e redimensionamento institucional tendo em vista torná-la uma ferramenta central da política de visibilidade das atividades da Universidade Federal da Bahia. Posicionada na PróReitoria de Extensão, através da Coordenação de TV e Mídias Digitais, articula e projeta um processo acadêmico interdisciplinar que busca a interação transformadora entre a Universidade e demais setores da sociedade. Nesse sentido, entende-se que essa comunicação se faz em espaço e tempo apropriados. Propõe-se apresentar neste fórum, 6º CBEU, a experiência em processo, entendendo esse local como propício para a discussão e exposição da síntese da proposta, uma vez que as questões aqui discutidas trarão subsídios que alimentarão essa experiência de (re) construção em processo. 2- Contexto e elementos de (re) construção De maneira ampla, a televisão universitária brasileira, aqui denominada TVU, ao longo de seus 45 anos de experiência1, vem se conformando como um espaço privilegiado de produção de programas regionais sensíveis à nossa diversidade e dimensão, uma vez que estariam sendo desenvolvidos em um ambiente que possui a preocupação prioritária com o campo da Educação e com a área da pesquisa: a universidade. Assim, os programas produzidos e difundidos, tenderiam a apresentar um formato educativo e criativo, e ainda estariam subsidiados pelas pesquisas desenvolvidas. A partir desse pressuposto, a televisão universitária brasileira (TVU), e em especial a TV UFBA, deveria levar em consideração preceitos éticos e estéticos, a divulgação da produção da universidade e a valorização da cidadania, constituindo, assim, um importante diferencial na sua programação, priorizando os aspectos do regional e do local, principal enfoque da TVU, e tendo como referência o conceito do interesse público e social, sem excluir a criatividade e a invenção, cabendo ainda um contexto de espaço permeável à colaboração advinda do interior da comunidade acadêmica, mas também de além de seus limites. Não se pode desconhecer que depois de décadas de pesquisas sobre linguagens que contemplassem o maior número de telespectadores, os denominados meios de comunicação de massa, atualmente, buscam alternativas em programas que atendam de maneira específica à segmentação dos públicos, quer seja por gênero, territorialidade, faixa etária ou classe social. Sob a perspectiva da televisão aberta brasileira, observa-se que representações sociais tendem a ser produzidas nos eixos comerciais, sobretudo Rio de Janeiro e São Paulo, refletindo estereótipos regionais nas grades de programação. Esse modo de produção elege padrões de beleza, fórmulas de sucesso profissional, modelos de competência que podem se distanciar das necessidades cotidianas, a depender do 1 Cf. Cláudio Magalhães. Dossiê TV Universitária: 45 anos de experiência. Revista ABTU. TV Universitária + TV Pública. ABTU – Associação Brasileira de Televisão Universitária, nº 0, 2013. local em que o programa esteja sendo veiculado, devido à diversidade territorial brasileira. Dessa forma, constata-se que o vínculo comercial ainda é um forte determinante no desenvolvimento da grade de programação, o que acarreta não só na concentração da produção no eixo Rio de Janeiro - São Paulo, e na sua veiculação em território nacional, determinando padrões éticos e estéticos – como no desenvolvimento de programas ditados pela audiência. Estes programas tendem a se afastar dos objetivos formativo e informativo, que deveriam nortear os meios de comunicação, e fazem a opção pela fórmula de entretenimento agregado à venda de produtos. Distanciam-se, portanto, tanto das manifestações sociais regionais, como das produções culturais identitárias. É importante ressaltar que sob o conceito, “campo público de televisão”, algumas emissoras - legislativas, comunitárias, educativas e universitárias - se reuniram e colocaram como objetivo precípuo o interesse público, que deve ser traduzido em uma programação que contemple alguns princípios norteadores: a formação da cidadania, a educação, a democratização, a diversidade da informação e a valorização da cultura. Nesse ambiente, a televisão universitária brasileira (TVU)2 se evidencia pela sua sedimentação - dos segmentos que integram o “campo publico de televisão” é um dos mais antigos - pelo seu crescimento e pela diversidade de modelos de gestão e programação. Nesse contexto, a proposta de reformulação da TV UFBA reivindica uma linha editorial, revista e ampliada. A sua atualização se faz necessária de forma a tanto dar continuidade como contemplar novas possibilidades de produção de conteúdo diferenciadas. Essa atualização baseia-se na perspectiva da indissociabilidade do tripé ensino, pesquisa e extensão e direciona o foco de suas ações para a comunicação de interesse público que valorize a transmissão e socialização do conhecimento, dando visibilidade a temáticas que privilegiem o diálogo entre campos do conhecimento, a construção de identidades, produções culturais e expressões artísticas. A estratégia prevista para levar esse intento adiante consiste em voltar-se para as comunidades interna e externa, sensibilizando-as através de uma programação, 2 Cf. Alzimar R. Ramalho. A contribuição dos canais universitários para a comunicação pública. Revista ABTU. TV Universitária+ TV Pública. ABTU – Associação Brasileira de Televisão Universitária, nº 0, 2013. com conteúdo e linguagem próprios, que contemple a divulgação e a difusão do conhecimento gerado na universidade, divulgação científica, artística e cultural que promovam e reforcem a convivência democrática, a inclusão e a participação social. O desafio desse processo consiste em integrar a televisão universitária da UFBA aos seus demais segmentos, afastando-a de uma tendência à cultura universitária departamentalizada, estendendo-a a toda comunidade acadêmica. Essa perspectiva vem de encontro ao que preconiza Cláudio Magalhães, doutor em Educação, membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Televisão Universitária -ABTU, ao indicar os rumos da TVU: “servir de contraponto. Uma alternativa, um antirreferencial, um lugar onde a prioridade é a integração, a comunicação na acepção correta e etimológica, de ‘colocar em comum’. A Televisão Universitária oferece a oportunidade de uma integração ativa entre ensino, pesquisa e extensão, sociabilizando seus atores principais: alunos, professores, dirigentes, funcionários e a comunidade onde atua” (Magalhães, 2002:50). 3 - Conclusão Dessa maneira, “a experiência em processo” postula o estreitamento dos vínculos entre a universidade e a sociedade, tendo em perspectiva a diversidade cultural, a cidadania e a democracia, pois o diálogo transformador travado entre a universidade e a sociedade é tributário da natureza do conhecimento produzido e de como ele é devolvido e posto à disposição para a sociedade. O canal universitário é um mediador e difusor desse conhecimento. Portanto, é possível inferir que a necessidade de visibilidade da universidade, em se desvelar e promover a reflexão crítica e construtiva tem no canal universitário um instrumento de interlocução potente e privilegiado, em que se torna possível efetivar a defesa da participação plural, diversa e democrática de todos os seus atores. Referências MAGALHÃES, Cláudio. Manual para uma TV universitária. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. ________________Dossiê TV Universitária: 45 anos de experiência. Revista ABTU. TV Universitária + TV Pública. ABTU – Associação Brasileira de Televisão Universitária, nº 0, 2013. RAMALHO, Alzimar. A contribuição dos canais universitários para a comunicação pública. Revista ABTU. TV Universitária + TV Pública. ABTU – Associação Brasileira de Televisão Universitária, nº 0, 2013. Programa de Educação em Software Livre (PESL): incentivo a cultura digital de liberdade de conhecimento dentro e fora da Universidade Arlindo F. da Conceição Email: [email protected] Endereço: Rua Talim, 330. São José dos Campos-SP. Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Resumo: O Programa de Educação em Software Livre (PESL) é uma ação extensionista da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que visa fomentar o uso de ferramentas abertas de software e incentivar a cultura da liberdade de conhecimento. Suas atividades abrangem 6 municípios do Estado de São Paulo e consistem basicamente em cursos, oficinas e na preparação de material didático digital. Área temática: comunicação Palavras-chave: software livre, linux, vídeo Introdução Desde o ano de 2003, o Governo Federal tem fomentado o uso de Software Livre, tanto na esfera pública, quanto na sociedade [1]. Uma das razões para esse esforço é o reconhecimento da contribuição do uso de ferramentas abertas para a liberdade do conhecimento e para a Inclusão Digital. Entretanto, apesar da iniciativa pública, a maioria dos sistemas utilizados pela população ainda são proprietários – muitas vezes utilizados por meio de cópias irregulares. Por que isso acontece? Uma das razões é, sem dúvida, a carência de iniciativas e ações de Inclusão Digital que ensinem Software Livre e suas ferramentas. Desse modo, para suprir essa lacuna, o Programa de Educação em Software Livre (PESL), oferece oficinas sobre Software Livre e cria espaços de Inclusão Digital em seis (6) das maiores cidades do Estado de São Paulo (Capital, São José dos Campos, Santos, Guarulhos, Osasco e Diadema), onde se encontram os campi da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Além da organização de espaços de encontros presenciais dentro dos campi da UNIFESP, o PESL articula uma rede de colaborações de pesquisadores e – sobretudo – de alunos para a construção de conteúdo didático sobre Software Livre. Este conteúdo é disponibilizado nos canais eletrônicos do programa no Youtube, Slideshare e no portal do programa [2]. Desde a sua criação, em 2008, o Programa de Educação em Software Livre levou para milhares de pessoas os conhecimentos produzidos na Universidade sobre ferramentas abertas. Investir em ações semelhantes é uma forma segura de fomento e disseminação do uso de Software Livre, assim como na ampliação de espaços de Inclusão Digital. Material e Metodologia As oficinas, minicursos e palestras utilizam-se de uma metodologia não apenas expositiva, mas sobretudo prática e reflexiva. Atualmente, por exemplo, o curso inicial sobre o uso do Software Livre ministrado regularmente pelo PESL em São José dos Campos tem a seguinte estrutura: reflexão sobre os princípios de Software Livre, apresentação expositiva sobre as principais ferramentas abertas, exibição de vídeo sobre a instalação do Linux, exercícios práticos sobre como utilizar as ferramentas do Linux (realizado em laboratório). Por fim, os alunos gravam o seu próprio CD de Linux para que possam avançar em seus estudos e atuar como replicadores de conhecimentos. Ao final de cada curso, uma ficha de avaliação é dada aos participantes para que possam avaliar o programa. Até o presente momento, as atividades do programa tem sido muito bem avaliadas. Os principais cursos oferecidos são: • Inclusão digital: oficinas semanais sobre temas básico de tecnologia digital, tais como Internet, privacidade, segurança e ferramentas disponíveis (e-mail, sites de notícias). • Introdução ao Software Livre e suas ferramentas. Nesta oficina de 4 horas são apresentados: os conceitos que norteiam a liberdade de conhecimento e o Software Livre, a distribuição Ubuntu do sistema operacional Linux, sua instalação e ferramentas de escritório abertas baseadas no Libre Office. • Comandos Linux. Um curso de 4 horas sobre o uso de ferramentas internas do sistema operacional Ubuntu. • Introdução à programação de computadores. Um curso para jovens de escolas públicas para o ensino de técnicas básicas de criação de programas de computador. Utiliza-se a linguagem Python. • Entre outras oficinas e atividades. A partir de 2011, voltamos esforços para uma nova frente de trabalho, que consiste na criação e disponibilização de conteúdo didático eletrônico (vídeo e slides) sobre Software Livre. O processo de avaliação desses materiais é realizado diretamente pela comunidades que acessam os conteúdos. Temos recebido bons feedbacks dessa iniciativa. Outro indicador positivo da ação é o alto volume de acessos. Desde o segundo semestre de 2011, quando foi iniciada essa modalidade de ação, a visualização de vídeos e slides já ultrapassou os 50.000 acessos. O PESL possui um coordenador geral e coordenadores locais nos demais campi da UNIFESP. A coordenação geral fica a cargo do campus São José dos Campos, onde são conduzidos os cursos de Bacharelado em Ciência da Computação e Engenharia de Computação. O portal está hospedado em um provedor comercial. Em 2013, quando recebeu auxílio financeiro no contexto do Edital ProExt, coordenado pelo MEC, o PESL chegou a ter 28 bolsistas atuando em 6 diferentes campi. Em cada um dos campi os coordenadores locais promoviam reuniões semanais de sincronização de atividades. Não há um alinhamento geral sobre quais atividades devem ser conduzidas em cada campus, pois as realidades locais são muito diferentes. Resultados e Discussões Todas as atividades do PESL são abertas e gratuitas. As oficinas são divulgadas principalmente nas escolas públicas do entorno da Universidade e para a própria comunidade universitária. Desse modo, a comunidade do entorno da Universidade, principalmente alunos de escolas públicas, é a principal beneficiada. Alguns desses alunos, quando ainda eram alunos do ensino médio, tiveram o seu primeiro contato com uma Universidade Pública através das oficinas do PESL; alguns deles vieram a ser alunos de graduação da UNIFESP. Além disso, como mencionado acima, o material eletrônico produzido pelos alunos bolsistas e voluntários do PESL já ultrapassou os 50.000 acessos. Este volume de acessos indica que a produção de material eletrônico é uma forma eficiente de se fazer Extensão Universitária. Demonstra que é viável – e desejável – utilizar a capacidade de produção de conteúdo dos estudantes de graduação. Demonstra ainda que é possível, mesmo com estratégias simples, aproveitar as novas ferramentas de Tecnologia de Informação para fazer com que o conhecimento produzido na Universidade ultrapasse os seus muros. Conclusão O Programa de Educação em Software Livre articula perfeitamente as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão. Para demonstrar essa perfeita e indissociável articulação, utilizemos como exemplo o campus São José dos Campos da UNIFESP. Neste campus está lotado o Departamento de Ciência e Tecnologia, que conduz diversos cursos de Ciências Exatas, alguns na área de Computação. O campus conta atualmente com cerca de 1500 alunos, 90 professores e 50 servidores administrativos, sendo todos eles usuários do sistema operacional Linux, pois todos os laboratórios didáticos deste campus são baseados em Software Livre (Linux, distribuição Ubuntu). Existe no campus, desse modo, uma massa crítica de centenas de usuários (que certamente está entre as maiores do Estado) avançados do Sistema Operacional Linux e suas ferramentas. Atualmente, o PESL é o canal que permite levar o conhecimento desses usuários à comunidade. A interação entre o PESL e as atividades de Ensino também é direta. O PESL contribui para o ensino apresentando aos novos alunos o sistema Linux, que eles precisam aprender para utilizar os laboratórios. Em contrapartida, são estes próprios alunos que após alguns semestres contribuem para o PESL ministrando voluntariamente oficinas e elaborando conteúdo didático. Além disso, a participação dos alunos de graduação em atividades de extensão é contabilizado como créditos acadêmicos. O programa de Extensão também tem interações positivas com a Pesquisa, pois oficinas e palestras sobre ferramentas avançadas também são oferecidas. Pode-se citar, por exemplo, o oferecimento de oficinas sobre as ferramentas Latex e IPv6. Outro potencial apoio à Pesquisa é a formação de competência em ferramentas abertas. Nos últimos anos foi frequente a consulta de pesquisadores aos bolsistas do projeto para o apoio em tarefas tais como instalação de Bancos de Dados e de Sistemas Web. Esse tipo de colaboração tende a aumentar. Referências [1] Portal do Software Livre no Governo Brasileiro. Acessível a partir de: http://softwarelivre.gov.br. [2] Portal do Programa de Educação em Software Livre (PESL). Acessível a partir de: http://www.pinguim.pro.br. EDUCOMUNICAÇÃO POPULAR TRANSFORMANDO A AGRICULTURA FAMILIAR PELOS CAMPOS DE SÃO BORJA Comunicação; STROFF, Luiz Gabriel Universidade Federal do Pampa(UNIPAMPA) STROFF, Luiz Gabriel¹; SILVA, Merli Leal² Resumo Este artigo busca descrever e refletir sobre uma proposta formativa na região fronteiriça de São Borja, a partir do projeto de extensão pedagogia freireana: a produção Agroecológica com agricultores familiares: certificação, comercialização e comunicação popular. Vamos descrever a etnografia construída a partir do trabalho para a produção de biofertilizante, visando à transição agroecológica em uma (1) pequena propriedade familiar e um (1) assentamento. O método freireano servirá para nortear todas as ações do projeto, considerando o dialogismo, emancipação e politização como pressupostos da intervenção entre os sujeitos do campo e o grupo de pesquisadores extensionistas. Palavras-chave: Paulo Freire; Educação no campo; Comunicação. Introdução A base teórica que deu suporte ao projeto foi a realidade da educação no campo, captada a partir do estudo de autores pontuais e cuidadosamente escolhidos: Ribeiro, Vendramini, Movimento dos Sem Terra (MST), entre outros. Neste trabalho, iremos refletir sobre o novo projeto da pedagogia freireana: educomunicação e agroecologia com agricultores familiares em São Borja. O contexto da pesquisa-ação A cidade de São Borja fica aproximadamente a 600 km da capital, Porto Alegre. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2013), primitivamente, São Borja foi aldeia de indígenas do grupo Tupi-Guarani. O povoado banhado pelo rio Uruguai foi fundado em 1682, ocasião do retorno jesuítico às Missões Orientais, sendo o mais antigo dos chamados Sete Povos das Missões. A produção agrícola é voltada basicamente para a produção de arroz e soja em sistema extensivo. Praticamente não há produção de hortaliças e frutas na cidade, tampouco de forma agroecológica, a agricultura familiar produz pouco e a maioria dos alimentos precisa vir de outras cidades. O uso de herbicidas e agrotóxicos é predominante, o que é péssimo do ponto de vista ambiental. O método utilizado nas ações ¹ Graduando do curso de Comunicação Social- Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Pampa e bolsista do Projeto de de pedagogia freireana: educação e comunicação no campo ²Professora Dra. Em educação pela USP e professora adjunta do curso de comunicação da Unipampa, coordenadora do projeto de pedagogia freireana: educação e comunicação no campo de extensão é a pesquisa-ação, que busca refletir sobre os fenômenos sociais na prática, em oposição à pesquisa tradicional, que é considerada como “independente”, “não-reativa” e “objetiva”. Como o próprio nome já diz, a pesquisa-ação procura unir a pesquisa à ação ou prática, isto é, desenvolver o conhecimento e a compreensão como parte da prática. A pesquisa-ação surgiu da necessidade em superar a lacuna entre teoria e prática. Agricultura familiar e processo de educação popular Para aprofundar a reflexão em torno do tema da educação no campo com agricultura familiar, é fundamental definir quem são os atores sociais deste contexto. Segundo Neves (2012), a agricultura familiar diferencia-se da agricultura patronal e da agricultura campesina a partir de um viés organizativo da produção e das relações de trabalho. Neste sentido, é um arranjo produtivo onde os membros da família atuam em todos os processos e são beneficiados por políticas públicas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) decreto número 1.946, (BRASIL, 1996). Segundo a autora citada, trata-se de uma agricultura de subsistência, voltada a suprir as necessidades da família, primeiramente. Outro fator diferenciador desse tipo de produção é que ele é economicamente camponês, isto é, o modo de produzir é orientado por objetivos construídos pela vida familiar e comunidade próxima, integrando-se à vida das cidades através das feiras e mercados. A agricultura familiar no município de São Borja é arregimentada por famílias assentadas e alguns pequenos produtores com terra própria. Foram selecionados dois grupos de sujeitos do campo para o trabalho: um assentamento da área rural de São Borja e uma propriedade rural da agricultura familiar. A dinâmica formativa deu-se em círculos de debate cultura. O Projeto de Formação em empreendedorismo Agroecológico em Sistema de Economia Solidária visa à formação organizacional produtiva de trabalhadores e trabalhadoras do campo- agricultura familiar (assentados ou não) a partir da valorização de seu saber, cultura e identidade. O registro do projeto é composto por várias estratégias educomunicativas, a saber: blog; fan page; fotografia; vídeo-documentário de todas as etapas para produção do biofertilizante e aplicação na terra, semeadura e colheita das hortaliças. Na etapa de colheita os agricultores debaterão com a equipe conteúdos sobre comercialização de produtos agroecológicos: produto; preço; ponto de venda; promoção. Vamos descrever o contexto dos sujeitos do campo a partir de um mergulho em suas realidades nas lidas do cotidiano, em assentamentos e em pequenas propriedades. O cotidiano da vida produtiva no campo Nos últimos 20 anos, as regiões campesinas sofreram total abandono. Você viaja pelo interior e vê o vazio no espaço rural, nas casas e escolas. Os jovens buscam oportunidades na cidade em função da falta de perspectiva de futuro profissional. Trabalhar na terra é trabalho pesado, e o dinheiro é curto. Os bancos emprestam e depois cobram juros abusivos. Para começar a reverter tal situação, é fundamental esforço coletivo de agentes sociais comprometidos com a mudança a partir da educação popular e da comunicação comunitária. Para tanto, a integração de vários campos do conhecimento no âmbito das instituições federais alocadas na região da fronteira oeste do Rio Grande do Sul pode desvelar possibilidades de crescimento social, econômico e político. A agricultura familiar do município de São Borja, conforme é possível observar em visitas de campo já realizadas, observação indireta e também em reuniões com pequenos agricultores de outros projetos de extensão já realizados no campus local, carece de conhecimento sobre produção agroecológica e desenvolvimento sustentável. Mesmo o MST, que tem como uma de suas bandeiras esse tema, não mantém em São Borja nenhum assentamento 100% livre de venenos. Vemos o campo como um território com características fundamentais para fortalecer os laços de proximidade entre pessoas, grupos sociais e instituições que podem ser mobilizadas e convertidas em um trunfo crucial para o estabelecimento de iniciativas voltadas para o desenvolvimento sustentável local através da educação, da comunicação popular, da arte, da cultura local mediante o estímulo de práticas cooperativas de economia solidária. Este projeto de extensão pensa o desenvolvimento não como decorrência da ação verticalizada do poder público, mas como resultado da criação de condições para que agentes locais se mobilizem em torno de uma visão de futuro, de um diagnóstico de suas potencialidades, de seus constrangimentos e de meios para perseguir um projeto próprio de desenvolvimento sustentável. Para caracterizar o sujeito do campo neste trabalho, utilizamos da etnografia como base metodológica, uma vez que dialoga igualmente com o método freireano. O primeiro foco de investigação-ação nos levou a entender o processo produtivo em propriedades de agricultura familiar, gerenciada por famílias. O segundo foi a construção do processo em dois assentamentos do MST em São Borja. Agricultura familiar: além do capital Pensar além do capital, na perspectiva de Mészáros (2002), é fazer os indivíduos viverem positivamente à altura dos desafios das condições sociais, historicamente em transformação. O capital embebe a todos dos valores da sociedade de mercadorias, como algo natural e lógico. Analisar a produção de alimentos pelo pequeno produtor e assentado é buscar entender uma lógica produtiva menos contaminada pela sociedade de consumo pósmoderna. Pensar educação e o trabalho no campo é buscar outras relações de produção. O trabalho, que deveria ser uma propriedade interna, ativa, do homem, em consequência da alienação capitalista se torna exterior ao trabalhador (‘o trabalho é exterior ao trabalhador, isto é, não pertence ao seu ser essencial; [...] O trabalhador, portanto, só se sente ele mesmo fora de seu trabalho, e em seu trabalho sente-se fora de si mesmo’). (...) A alienação transforma a atividade espontânea no “trabalho forçado”, uma atividade que é um simples meio de obter fins essencialmente animais (comer, beber, procriar), e com isso ‘o que é animal se torna humano e o que é humano se torna animal’. (MÉSZÁROS, 1981, p. 141). Agroecologia e educação popular no campo Segundo Paludo (2001), a educação popular continua viva, atual e necessária. O capital, da forma como se instituiu, gera exploração e opressão. Nesse sentido, o sistema agroecológico nos parece o que mais coaduna com o projeto preconizado pela educação popular. Algumas características citadas por Caldart (2012), no verbete agroecologia, são bastante definitivas como opção produtiva e ideológica, a saber: [.] é um conjunto de conhecimentos sistematizados, baseados em técnicas e saberes tradicionais (dos povos originários camponeses) que incorporam princípios ecológicos e valores culturais às práticas agrícolas, que em função do capital e da tecnologia foram negligenciadas como opção na produção limpa de alimentos. (CALDART, 2012, p. 57). Considerações provisórias fundamentais A vida no campo é difícil. Todas as contradições do sistema capitalista estão personificadas nas relações de exploração e opressão às quais os sujeitos do campo estão submetidos. O sistema social faz o mínimo, há desconhecimento das lutas no campo pela sociedade, gerando discriminação. O sistema escolar não reconhece a especificidade de formação para o campo e cria uma escola “urbana” para os camponeses. As práticas de produção sustentável são vistas como não-rentáveis e atrasadas, o mercado de defensivos e herbicidas químicos só gera baixa produtividade e doenças para quem as utiliza. São fortes os entraves para uma produção limpa, sustentável e solidária. Ainda assim, o território campesino é repleto da riqueza humana, fartura alimentar, simplicidade e solidariedade. Os povos do campo se descobrem sujeitos políticos por intermédio de grupos como o MST e a Pastoral da Terra, e graças ao engajamento de educadores e educadoras que fizeram do campo seu espaço de sociabilidades e troca de saberes. Este projeto está buscando a intensa aproximação da universidade com a produção de conhecimento do campo. Entender a cultura dos assentados e das pequenas propriedades é uma forma de aprendermos outros conteúdos para a criação de uma nova ordem social. Estamos, neste momento, no meio do caminho. Porém, cremos que o maior passo foi ter conseguido entrar, sem preconceitos e com os olhos abertos e cheios de gratidão, por esta forma de produção da vida. A agroecologia é pano de fundo para a criação de um modo de relação social mais solidária e comprometida com a preservação do meio ambiente. Criar uma rede de produção orgânica a partir da troca de saberes, por meio da comunicação, educação e das ciências da terra, é um desafio que se impõe a partir do comprometimento político da equipe multidisciplinar e cooperativa. Referências bibliográficas: BRASIL. Decreto nº 1.946, de 28 de junho de 1996. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 01 jul. 1996. CALDART, Roseli Salete (Org.) Dicionário de educação no campo. Rio de Janeiro: Escola Politécnica de saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012. CARNEIRO, Maria Josá; MALUF, Renato (Orgs.) Para além da produção: multifuncionalidade e agricultura familiar. Rio de Janeiro: Mauad, 2003. FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação, uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 1980. GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Dados básicos. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=431800>. Acesso em: 25 jul. 2013. NEVES, Delma Pessanha. Agricultura familiar. In: CALDART, Roseli Saleteet al.(Orgs.). Dicionário da educação do campo. Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, 2012. p.32-38. MÉSZÁROS, I. Marx: a teoria da alienação. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. MÉSZÁROS, I. Para além do capital: rumo a uma teoria da transição. São Paulo: Boitempo, 2002. PALUDO, Conceição. Educação popular em busca de alternativas: uma leitura desde o campo democrático popular. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2001. COM LEGENDA: ESTRATÉGIA DE OTIMIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS INTERCAMBISTAS DA ESCOLA DE DESIGN DA UEMG Área Temática: Comunicação Responsável pelo trabalho: Vânia Myrrha de Paula e Silva Instituição: Escola de Design, Universidade do Estado de Minas Gerais, ED-UEMG Autores: Vânia Myrrha de Paula e Silva¹; Giselle Hissa Safar²;Michel Souza³. Resumo: O artigo descreve o planejamento e implantação de projeto que propõe uma transformação educativa ao contemplar novos espaços de aprendizagem, a partir de uma perspectiva extensionista. O Projeto consiste em um instrumento didático - uma plataforma web e redes sociais - para disseminar os estudos e pesquisas científicas realizadas por alunos e ex-alunos de intercâmbio da Escola de Design, assim como, a cultura e os costumes dos países e das instituições de ensino que os recebem através de programas de intercâmbio, entre eles o programa Ciência sem Fronteiras (CsF). Palavras-chave: intercâmbio; interface web; mobilidade acadêmica Vânia Myrrha de Paula e Silva [email protected] Universidade do Estado de Minas Gerais, Brasil MSc, professora e Chefe do Departamento de Contextualização e Fundamentação Giselle Hissa Safar [email protected] Universidade do Estado de Minas Gerais, Brasil MSc, professora e coordenadora do Centro de Extensão Michel Souza [email protected] Designer Gráfico Introdução Intercâmbio, no sentido estrito da palavra, é uma “troca ou permuta” (FERREIRA, 2010), mas o termo é comumente empregado em relações comerciais ou culturais entre nações e mais especificamente, no campo da educação, ao se referir a estudantes que vivem um período fora de seu país. Os benefícios dessa experiência externa de vivência em outras culturas, aprendizado de outras línguas e estabelecimento de contatos internacionais eram entendidos até a pouco tempo atrás, como de ordem pessoal e o mais comum era a iniciativa ser do próprio interessado, devidamente apoiado pela família que arcava com a totalidade das despesas ou participava de um sistema de permuta de lares. Agências especializadas foram então sendo criadas para organizar o processo e facilitar as negociações entre as partes, bem como providenciar, para os jovens, atividades que vão desde cursos de línguas a empregos temporários. Esse cenário sofreu uma grande mudança com o lançamento do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF), fruto “... de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.”1 O entendimento, por parte do governo federal, de que a consolidação e expansão de algumas áreas tidas como de caráter estratégico para a competitividade brasileira poderiam ser promovidas por meio da mobilidade internacional de nossos estudantes, justificou a implantação do Programa que, no período de 2011 a 2015 objetiva distribuir “...até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação.”2 Fomentado pelo CNPq e pela CAPES, agencias ligadas à pesquisa e à qualificação, o Programa oferece um exemplo claro da interface pesquisa-ensino. A adesão foi ampla, tanto das instituições quanto dos jovens, principalmente na modalidade graduação sanduiche que oferece para os candidatos um ano de bolsas e outras ajudas de custo para cursar aulas na graduação de algumas prestigiosas instituições estrangeiras, de diversas nacionalidades. Só na Escola de Design da UEMG, em dois anos, 45 jovens participaram ou ainda participam do programa em países como Alemanha, Austrália, Canadá, Chile, China, Coréia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Inglaterra, Irlanda, Itália e Portugal. Considerando-se a almejada integração entre ensino, pesquisa e extensão, o desafio era criar um projeto extensionista capaz de se articular a essas ações de pesquisa e ensino de modo a permitir que a experiência de internacionalização dos alunos não se restringisse ao âmbito individual e pudesse ser compartilhada, de forma produtiva, com mais pessoas. 1 2 http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/o-programa ibidem Surgiu, assim, o projeto ‘COM LEGENDA’ - Rede de Comunicação com Intercambistas da ED-UEMG que propõe uma transformação educativa ao contemplar novos espaços de aprendizagem, a partir de uma perspectiva extensionista. O Projeto consiste em um instrumento didático - uma plataforma web e redes sociais - para disseminar os estudos e pesquisas científicas realizadas por alunos e ex-alunos de intercâmbio da Escola de Design, assim como, a cultura e os costumes dos países e das instituições de ensino que os recebem através de programas de intercâmbio, entre eles o programa Ciência sem Fronteiras (CsF). O projeto se baseia na necessidade de estimular e promover a troca de experiências entre a comunidade acadêmica da Escola de Design e os alunos que se encontram em instituições de ensino no exterior, com a finalidade de manter contato com outros sistemas educacionais, tomar conhecimento de suas relações com o design, a tecnologia e a inovação. Além disso, busca atrair o interesse de novos alunos para os programas de intercâmbio, bem como criar oportunidade de novos conhecimentos para aqueles, que por algum motivo particular, não podem participar. A partir da convicção de que a experiência internacional contribui para incrementar a qualificação da formação profissional e pessoal dos estudantes, fundamentado nos conceitos de “inteligência coletiva” (Lévy, 2004), conhecimento em rede (Cavalcanti&Nepomuceno, 2007) e cibercultura (Lévy, 1999) e orientado pelos princípios do design de interação (Preece, Rogers e Sharp, 2005) o projeto ‘Com Legenda’ propôs a criação e implementação de uma interface web para permitir que os intercambistas compartilhassem suas experiências e vivências entre si, com a comunidade acadêmica e com a comunidade em geral, centralizando as informações em um espaço próprio, e de fácil acesso, de modo a possibilitar o arquivamento das mesmas gerando um banco de dados que pudesse ser utilizado como fonte de pesquisa para estudos relacionados ao ensino, metodologia e tendências do design. Materiais e Metodologia Apresentado às instâncias decisórias da Escola de Design e previsto para uma ação continuada, o projeto foi aprovado e, desde o início envolveu expertises de diferentes atores da unidade. Para obtenção de recursos (bolsa) foi submetido e também aprovado nos editais de Apoio à Extensão da UEMG –PAEX, nos anos de 2013 e 2014. O projeto foi desenvolvido em três etapas tendo em vista a fase de concepção e implantação da interface web, a definição de sua linha editorial e o plano de execução e manutenção dos canais de comunicação criados. A interface web se justifica por constituir um meio abrangente de divulgação ao permitir um livre acesso às informações, facilidade na inserção de conteúdo, dinamismo entre a ocorrência dos fatos e a publicação, e a cocriação direta dos estudantes envolvidos. A etapa inicial do projeto, concepção e implantação da interface web, envolveu a participação do Laboratório de Design Gráfico da Escola de Design no Projeto de Naming e Identidade Visual, e foi acompanhada por uma estagiária bolsista, aluna do curso de Design Gráfico. A plataforma web, ferramenta básica necessária ao projeto, foi desenvolvida por um estagiário, também aluno de Design Gráfico e o professor responsável pelo E-DATA da Escola. Como recursos são utilizados Plataforma Web – Blog e Redes Sociais, Disco Virtual, Canais de Comunicação via Internet (Skype e Hangout). Na segunda fase, a definição da linha editorial foi feita pela equipe que a essa altura havia sido ampliada com a chegada de voluntários. O objetivo dessa fase era estabelecer uma pauta de temas que orientasse os estudantes intercambistas quanto ao conteúdo a ser produzido e enviado. A definição da frequência de postagem com os intercambistas levou em consideração as atividades acadêmicas nas instituições de ensino que os receberam. Foram criados procedimentos para que o material enviado pelos estudantes seja revisado e preparado para ser publicado na plataforma web e redes sociais. Na terceira fase do projeto ‘Com Legenda’, a participação do professor é fundamental, pois ele é o agente catalisador de uma rede de comunicação que interage através das redes sociais (grupo e fanpage no facebook) e do blog, onde os estudantes se unem para trocar experiências numa comunicação multidirecional a distância, que se encaixa nos conceitos muitos para muitos e muitos com muitos (Cavalcanti&Nepomuceno, 2007). Cumpre ao professor coordenador e sua equipe, coletar pautas sugeridas por professores e alunos da ED, acompanhar e moderar a interação do público alvo; manter frequência de postagem na plataforma web e redes sociais. O conteúdo da Plataforma Web abrange diversos assuntos, desde informações básicas para o estabelecimento do intercambista na cidade de destino até a apresentação de seus trabalhos acadêmicos mais relevantes, e foi dividido em categorias. Dentro dessas categorias é dada ao estudante a liberdade de escolher entre os assuntos sugeridos pela linha editorial de acordo com o momento que ele está vivendo. As postagens devem apresentar um caráter livre e dinâmico, reflexivos ou não e com mídia variada: fotografias, áudio, vídeos, textos, anotações, etc. Entre os temas sugeridos o estudante pode relatar sua visão pessoal sobre o processo de seleção para o programa de bolsas de estudo e os preparativos necessários para este, contribuindo para sanar dúvidas e auxiliar as escolhas dos futuros intercambistas. Outra questão de grande interesse é compartilhar os preparativos para a viagem através de um relato pessoal que ajude a esclarecer alguns aspectos práticos que costumam gerar dúvidas e insegurança. A vida prática e os assuntos corriqueiros como gastos com alimentação, transporte e moradia são informações importantes que colaboram para criar boas condições de adaptação a um novo dia a dia, que vai além da participação acadêmica em uma nova escola, mas que também envolve as horas de lazer, a receptividade dos moradores locais e dos colegas. . Os estudantes também apresentam a cidade e o país onde se encontram. Discutem suas condições ambientais e habitacionais, a mobilidade urbana e os serviços coletivos. Descrevem seus principais pontos turísticos e eventos, como museus, exposições, monumentos públicos e bibliotecas. Informam sobre o mercado referente ao design em cada local, assim como as oportunidades de trabalho na área e a valorização do trabalho do designer no país. Dentro das possibilidades de escolha dos temas passamos da cidade para a instituição de ensino que os recebem. O objetivo é apresentar a instituição em que estudam do ponto de vista de sua estrutura acadêmica e física. Resultados e Discussões O projeto está se desenvolvendo de acordo com as etapas previstas e foi recebido com entusiasmo pela comunidade acadêmica. A participação dos alunos tem sido significativa, respondendo às nossas expectativas. O Projeto ‘Com Legenda’ alcançou seus primeiros resultados e completou seu primeiro ano revelando cada vez mais o quanto pode haver de colaboração de “muitos para muitos” a partir de uma vontade e determinação em ajustar todas as variáveis previsíveis e imprevisíveis que se revelam ao longo do processo de desenvolvimento do projeto. Como proposto anteriormente, consolidou-se a interface web com a participação ativa dos intercambistas. Cumpriu seu papel esclarecedor, minimizando dúvidas através de seus temas/conteúdo na plataforma web e as interações constantes entre alunos e intercambistas. Atraiu o interesse dos alunos para os programas de intercâmbio, bem como criou oportunidade de novos conhecimentos para a comunidade em geral, ao compartilhar os estudos, pesquisas e vivências dos intercambistas. Contribuiu para disseminar a cultura e os costumes dos países e das instituições de ensino que receberam esses alunos. E, principalmente, gerou e continua gerando um banco de dados que pode contribuir como fonte de pesquisa para estudos relacionados ao ensino, metodologia e tendências do design. Em seu retorno o intercambista participa de encontros abertos ao público organizados pela equipe do projeto, para troca de experiências e informações. Cada intercambista apresenta uma síntese da sua vivência no exterior, por meio de vídeos, entrevistas, texto e imagem. Previstos para uma periodicidade semestral, até o momento foram realizados dois desses encontros, com grande adesão da comunidade acadêmica. Conclusão Os resultados obtidos pelo projeto ‘Com Legenda’ evidenciam o potencial das ações extensionistas para a consolidação e ampliação dos benefícios advindos de ações de pesquisa e ensino. Trata-se de uma rede aberta constantemente valorizada pelo que lhe é adicionado através da colaboração de vários indivíduos, coordenada em tempo real, que conduz a uma eficaz mobilização das habilidades individuais para o reconhecimento e o enriquecimento mútuos das pessoas. Referências CAVALCANTI, Marcos; NEPOMUCENO, Carlos. O Conhecimento em Rede – Como implantar projetos de inteligência coletiva. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. LÉVY, Pierre. Inteligencia Colectiva: por una antropologia del ciberespacio. Disponível em:< http://inteligenciacolectiva.bvsalud.org/channel.php?lang=es&channel=8>. Acesso em: 24 fev 2013. PREECE, J.; ROGERS, Y.; SHARP, H. Design de Interação: Além da Interação Homemcomputador. Porto Alegre: Bookman, 2005. Sítio “Ciencia sem Fronteiras”. Desenvolvido pelo Ministério da Educação e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. 2011. Apresenta o Programa de Intercâmbio Ciência sem Fronterias e oferece informações sobre editaois e procedimentos necessários para participantes potenciais. Disponível em < http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/> Acesso em 5 de março de 2014. CONSULTA ÀS BASES CIENTÍFICAS DE DADOS E GERENCIADOR ELETRÔNICO DE REFERÊNCIAS: ABORDAGEM À CONSTRUÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Área temática: Comunicação; Tecnologia da informação. Elizângela M. Oliveira Custódio Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) – Campus de Vilhena Deyvison de Lima Oliveira1; Sérgio C. de Gouveia Neto1; Elizângela M. Oliveira Custódio2 Resumo Inserir citações em texto científico e formatar as referências bibliográficas conforme as normas (ABNT, APA, Chicago e outros) pode tornar-se um tormento para alunos, professores e pesquisadores. Na mesma linha, entender a estrutura de divulgação do conhecimento científico (artigo) aceita pela comunidade acadêmica pode-se constituir uma dificuldade. Assim, a ação de extensão desenvolvida na Universidade Federal de Rondônia (UNIR) – Campus de Vilhena foi pensada para discutir estas questões, tendo como objetivo fornecer aos acadêmicos, professores dos cursos de Ciências Sociais Aplicadas (Ciências Contábeis, Administração, etc.) e comunidade externa, visão do processo de construção de artigos científicos, desde a consulta às bases de dados e gestão das referências até à publicação de trabalhos. A ação teve duração de 10 horas e foi desenvolvida em agosto de 2013. O curso foi dividido em três etapas: i) na primeira, discutiu-se a instalação de um gerenciador de referências gratuito (EndNote Web), a busca de artigos em bases de dados nacionais e internacionais e o gerenciamento de referências (exportação e arquivamento de PDFs); ii) a segunda etapa tratou da integração e uso do gerenciador como formatador de referências bibliográficas em processadores de texto (Word, open office etc.); e finalmente, iii) na terceira etapa, discutiram-se estruturas de artigos aceitos pela comunidade científica. Como resultados parciais, destaca-se a ampla aceitação do curso pela comunidade (considerando o número de inscritos – 67 alunos) e percentual de concluintes (77%). O curso está previsto para três edições (2013 a 2015), sendo esta a primeira edição. Palavras-chave: EndNote Web. Estrutura de artigos. 1. Introdução A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES) autarquia ligada ao Ministério da Educação, possui em seu Portal de Periódicos CAPES, uma base de dados constituídos por revistas científicas nacionais e internacionais (SOARES, 2004). Este banco de dados está disponível para instituições que assinam convênio com a CAPES, podendo ser usados por alunos de graduação e pós-graduação. Da mesma forma, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) mantém em parceria com outras instituições, a base de artigos científicos SCIELO 1 2 Professores dos cursos de Ciências Contábeis e Administração da UNIR. Professora do curso de Ciências Contábeis da UNIR, responsável pelo trabalho. (Scientific Electronic Library On-Line). O Scielo congrega revistas de universidade brasileiras e estrangeiras, disponibilizando artigos gratuitamente para o meio acadêmico. Além destas bases de dados brasileiras, existem as bases internacionais, por exemplo, a Web of Science (ISI), Ebscohost, Pubmed e outros. Apesar da disponibilidade destes bancos de dados na internet, procurar um artigo, catalogar e retirar os principais dados para as referências deste pode tornar-se um tormento. Outra questão trabalhosa é a inserção de citações no texto e sua formatação nas referências, de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) ou demais estilos. Neste sentido, o gerenciador de referências Endnote Web, desenvolvido pela Thomson Reuters, é uma das opções que visa simplificar e amenizar estas dificuldades, buscando em bases científicas as referências e permitindo a sua exportação das bases de dados dos periódicos diretamente para o gerenciador. O programa é gratuito, sendo que o acesso é livre, mediante cadastro no sítio: www.myendnoteweb.com (REUTERS, 2013). Como gerenciador de banco de dados, o EndNote Web registra as principais informações, tais como: nome dos autores, da revista e do artigo; data, páginas do artigo etc. Ou seja, ajuda no preparo de bibliotecas pessoais, tão úteis ao aluno, professor e pesquisador. Por fim, permite também a formatação de acordo com as normas da ABNT (ou demais) e além desta, outras tais como o sistema Chicago de formatação de referências de artigo, totalizando mais de 3.000 formas de citações. As dificuldades por parte de alunos de graduação também são visíveis quando da elaboração de referencial teórico para artigos científicos e trabalhos de conclusão, o que fundamenta a necessidade dos recursos disponíveis na Web. Neste sentido, discussões e compartilhamento de trabalhos que enfoquem a estrutura do processo da construção científica e dos trabalhos já reconhecidos (publicados) tende a contribuir com a compreensão do processo de produção científica. As maiores dificuldades de acadêmicos, professores e pesquisadores estão principalmente na estrutura de trabalhos, em formatos aceitos pela comunidade científica. Desta forma, a ação de extensão foi pensada para discutir estas questões, tendo como objetivo geral, fornecer aos acadêmicos, professores dos cursos de Ciências Sociais Aplicadas (Ciências Contábeis, Administração, etc.) e comunidade em geral da cidade de Vilhena, estado de Rondônia, uma visão do processo de construção de artigos científicos, desde a consulta de bases de dados, gestão das referências, à publicação de trabalhos. Como objetivos específicos, pode-se destacar: a. Desenvolver habilidades de consulta às bases de dados científicas oficiais no campo das ciências sociais aplicadas; b. Favorecer o domínio de recurso eletrônico para gestão de referências; c. Desenvolver visão holística do processo de construção de artigos científicos em ciências sociais aplicadas. 2. Material e Metodologia O curso de extensão “Consulta às bases de dados científicas e gerenciador eletrônico de referências: abordagem à construção de artigos científicos” foi realizado em duas turmas concomitantemente, nos dias 07, 10 e 24 de agosto de 2013, com carga horária total de 10 horas, de acordo com o regimento interno da UNIR e das regras de oferecimento de Curso de Extensão da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis da Universidade (PROCEA), da UNIR com o apoio do Departamento Acadêmico de Ciências Contábeis - DECC. Foi intercalada a parte teórica (exposição dos conteúdos) com a prática (atividades desenvolvidas no Laboratório de Contabilidade – LABCONT). As atividades ocorreram em três etapas: na primeira – com duração de duas horas – foi apresentado aos acadêmicos e membros da comunidade externa à universidade, instruções para instalação do gerenciador de referências Endnote Web, bem como instruções sobre o acesso às principais bases de dados científicas da área (disponível gratuitamente); na segunda – com duração de quatro horas, foi explorada a aplicação do Endnote Web no processo de construção científica, o que abrange a utilização deste programa para inserção e formatação de referências em editores de texto. Na terceira – duração de quatro horas, a estrutura do processo de construção de artigos científicos foi discutida e debatida com os acadêmicos. Para esta última etapa, artigos científicos da área de ciências da informação nos mais bem avaliados periódicos e livros específicos (VOLPATO, 2010) foram utilizados como referências para a condução das atividades. O curso teve a seguinte ementa: 1ª Etapa: 1. Instalação do plug-in do EndNote Web no Word: www.myendnoteweb.com; Format/Cite While You Write Plug-In; 2. Bases de dados: Capes: busca avançada; localizar por área do conhecimento; enviar para “meu espaço”; salvar no EndNote Web; ISI: a) buscar um tema; b) filtrar resultados por áreas de pesquisa, tipos de documento, ano etc.; c) escolher um registro para mapa de citações; d) enviar alguns artigos ao EndNote Web; Scielo: a) Coleções do Scielo; b) Busca por assuntos; c) Principais revistas de Ciências Sociais e Ciências Sociais Aplicadas; d) Números das revistas; e) Como exportar a referência para o EndNote Web; EbscoHost: a) buscar um tema; b) filtrar resultados por áreas de pesquisa, tipos de documento, ano etc.; c) enviar alguns artigos ao EndNote Web; 2ª Etapa: 1. Gerenciador de referências EndNote Web: Criar grupo; Transferir referências para o grupo; Inserir novas citações manuais; Compartilhar grupos; Selecionar os principais estilos; Imprimir lista de referências; Usar o EndNote Web enquanto escreve. 3ª Etapa: 1. Estrutura do processo de construção científica: A leitura da produção científica atual: fontes para concepção do problema de pesquisa; Escolha do referencial: qualidade dos periódicos (Qualis); as principais fontes (artigos, livros, sítios eletrônicos, resenhas etc.?); A estrutura de um artigo científico; A escrita: impessoalidade, objetividade etc.; Publicação: o processo de submissão da produção científica em Ciências Contábeis e Administração; benefícios da publicação para o aluno, professor, instituição, sociedade... 3. Resultados e Discussões 3.1. Relação entre inscritos, vagas e concluintes do curso de extensão A carga horária foi cumprida nas três etapas do curso. Houve 67 (sessenta e sete) inscritos do total de 40 vagas previstas, o que corresponde 1,67 candidatos por vaga. Devido a esta alta procura, foram abertas duas turmas que tiveram as suas atividades realizadas de forma concomitantemente. Do total de inscritos, 52 concluíram o curso ou 77,61% dos inscritos concluíram às 10 horas de curso. 3.2. Perfil do público participante e avaliação Participaram do curso alunos matriculados na graduação em três cursos do Campus de Vilhena (Universidade Federal de Rondônia), a saber: Administração, Ciências Contábeis e Jornalismo. Também participaram servidores técnicos da universidade, acadêmicos de outras instituições e graduados – estes representando a comunidade externa. A avaliação das atividades (autoavaliação ao final do curso e e-mails avulsos de feedback) revelou que os participantes apresentavam demandas e interesses diversos nos conteúdos do curso de extensão. Para os alunos de graduação, os objetivos de aprendizagem abrangiam o gerenciamento de referências tanto para pesquisas intermediarias das suas graduações quanto para as atividades de conclusão de curso. Já os graduados, os conteúdos do curso contribuíram para construção de pesquisas com vistas ao ingresso em pós-graduação e docência no ensino superior. Um depoimento de participante do curso com esse perfil demonstra seu interesse e aproveitamento: Bom dia Prof., como já havia dito, fiquei mto (sic) satisfeita com o curso, todos os ensinos que recebi. Em poucas horas tive acesso a diversas informações de grande relevância. A propósito tenho grande interesse em lecionar na Universidade, porque além de contar ponto pra ingresso em Mestrado e Doutorado é uma experiência a mais no meu curriculum profissional (E-mail de participante do curso). Quanto aos servidores da área técnica, as ferramentas utilizadas e demonstradas na extensão contribuirão para a construção de projetos relacionados à gestão da universidade (termo de referência, licitações etc.) e construção de projetos de pesquisa para qualificação do quadro de técnicos na pós-graduação stricto sensu. 4. Conclusão O curso foi realizado e os conteúdos foram ministrados na íntegra, com a participação dos alunos. Contudo, houve dificuldades para o desenvolvimento das atividades e estes problemas que merecem uma reflexão. Apesar do apoio dos Departamentos de Ciências Contábeis, Comunicação Social e Informática da UNIR, houve dificuldades com a infraestrutura, tais como, computadores com acesso a internet. Para este tipo de curso, é necessária toda uma infraestrutura da instituição para o desenvolvimento das atividades, tais como computadores com acesso a internet, além de acesso ao banco de dados de artigos da CAPES, que disponibiliza o acesso ao banco de dados do Web of Science. Convém destacar que somente instituições que tem convênio assinado com a CAPES pode ter acesso aos artigos do Web of Science, o que pode constituir um problema em algumas universidades. Contudo, foi possível mostrar durante o curso de extensão que é possível usar outros bancos de dados, por exemplo, o SCIELO que é público e gratuito. Além disso, o SCIELO tem uma boa integração com o portal de periódicos da CAPES e com o Endnote Web, o que pode facilitar a catalogação, e posterior referenciamento dos dados de artigos consultados. Referências BRASIL. CAPES - Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior. Periódicos. Disponível em:<http://www.periodicos.capes.gov.br/>. Acesso em: 14 jan. 2011. REUTERS, Thomson. EndNote Web 3.5. v. 2013. Disponível em: http://www.myendnoteweb.com. Acesso em 20/03/2013. VOLPATO, L. G. Dicas para redação científica. 3ª. ed. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. RUAH ACÚSTICO: ENTRE CLAVES E COMPASSOS, A EXPRESSÃO DE UMA UNIVERSIDADE RENOVADA! Área temática: Cultura Responsável pelo trabalho: Adauto Alves da Silva Junior Adauto Alves da SILVA JUNIOR1; Cleiton Silva Ferreira MILAGRES2 Fundação Universidade Federal do Tocantins (UFT) Resumo: O projeto teve como objetivo principal a interação entre acadêmicos e a comunidade externa, possibilitando a socialização entre ambos. Com a utilização dos espaços do próprio campus para a apresentação dos artistas de modo que fossem vistos tanto pelos acadêmicos quanto pela comunidade externa. O projeto propôs também realizar um levantamento dos alunos artistas do campus, inseridos nos chamados GOU´s – Grupos de Oração Universitário que propõe uma outra forma de socialização com o foco na evangelização, mas também inseridos na temática da musicalidade. Como resultado das ações percebeu-se que o foco na musicalidade permitiu esta ser interpretado como um instrumento de interação e valorização humana, proporcionando sociabilidade entre a comunidade local e os universitários no ambiente do campus. Palavras chaves: musicalidade, interação, valorização humana Introdução O ser humano constrói seu imaginário com base nos fatos que encontra e vivencia no decorrer das interações sociais. As fantasias seriam combinações de elementos retirados da realidade e reelaborados pela imaginação (Cunha (2009) apud Vygotsky (1990). É com esta representação social que se pretendeu trabalhar a musicalidade no campus universitário de Araguaína, Tocantins. O trabalho teve por objetivo mostrar as ações que foram realizadas através do projeto na UFT campus de Araguaína, através de canções, momentos de reflexão e atividades de 1 2 Acadêmico de Licenciatura em Matemática da Fundação Universidade Federal do Tocantins. Professor Assistente I do curso de Gestão de Cooperativas da Fundação Universidade Federal do Tocantins. valorização humana. As ações do projeto despertou, em cada jovem, aquele chamado vital ao amor ao próximo, à responsabilidade social e ao exercício ético-profissional. Acredita-se que a transformação radical do coração humano é o caminho primordial para o aperfeiçoamento da sociedade e, para isso, seria importante uma atividade cultural e artística de relevância universitária e de caráter extensionista. Percebe-se, portanto, que é nessa exposição que “os sentimentos, imagens e pensamentos que se reorganizam enquanto o ser humano partilha a música, procedem de vivências reais, de experiências já apropriadas e constituintes de suas subjetividades.” (CUNHA, 2009, p.4) A música trabalha áreas específicas da expressão vocal e corporal, promovendo a produção mais verdadeira e qualificada da voz, proporcionando uma atenção diferenciada no cantor e comunicador, seja na expressão facial, nos movimentos, na respiração, na emoção bem direcionada, na expressão corporal conscientizada e na concentração sobre todas as nuances que concernem à produção da própria voz. Na busca de um meio de interação entre a comunidade e a academia, notamos um certo distanciamento dos acadêmicos e a comunidade externa, tanto na divulgação de resultados dos estudos como a participação da comunidade nas ações de pesquisa e extensão do campus Araguaína. Em discussão com os estudantes vinculados aos GOU´s – Grupo de Oração Universitário, encontrou-se no meio cultural, atividades que mesclassem os ambientes, a música, por sua vez, possibilitou a promoção da socialização entre as pessoas, permitindo o contato, a conversa e o surgimento de caminhos que levam a cooperação e a solidariedade. Metodologia No campus da UFT Araguaína existem a atuação de 2 GOUS´s, sendo um no horário matutino e outro noturno, ambos se reúnem semanalmente e utilizam o espaço para evangelização e também para debater sobre ética-profissional, amor ao próximo e práticas artísticas. O projeto contou um calendário de ações construído em parceria com os estudantes vinculados aos GOUS. Foi realizado também um espaço de formação em parceria com a comunidade local com oficinas sobre técnica de voz e expressão corporal, musicalidade e teatro e dança. Juntamente com o professor orientador, foi estruturado um evento para que se desse início as atividades do projeto, onde contamos com a participação do cantor Abner Santos, do Estado de São Paulo. A escolha de como se daria os rumos do projeto dependeria da aceitação local quanto às canções a serem apresentadas e ainda, o debater sobre um espaço de socialização promovido pelos estudantes vinculados aos Grupos de Oração Universitários (GOU´s). Com base no envolvimento direto dos estudantes na participação dos GOU’s (Grupos de oração universitário) foi realizado uma coleta de dados, referentes as atividades que os acadêmicos desempenham no meio musical, a fim de saber o estilo de cada um, se tocava algum instrumento, se cantava e se era compositor. Resultados e Discussões Com as atividades que fizemos, notamos que houve uma participação representativa de ambas as partes convidadas, comunidade acadêmica e comunidade externa, e com momentos de reflexões e muita musicalidade podemos ver as interações entre as pessoas, cada um reagiu à sua maneira aos assuntos abordados, mas vimos como essas reações se entrelaçam na vivência humana. Entendemos que a música tem por si um papel de interação da mente humana, como também tem papel de promoção humana, contribuindo na discussão de assuntos relevantes da sociedade, como política, sociabilidade e cultura. A vinda do cantor e poeta incentivou os estudantes a debater sobre a questão da musicalidade e sociabilidade. A vinda do artista até Araguaína foi com o apoio da comunidade local não havendo custos para a Universidade. As figuras a seguir mostram a atividade chamada de Ruah Acústico executada no campus: Figura 1 – Memória Fotográfica do Ruah – público e apresentação musical Na participação do evento de formação os estudantes tiveram a oportunidade de aprender sobre técnicas musicais e ainda técnicas artísticas, voltadas ao teatro e a dança. Figura 2 – Memória Fotográfica da Equipe da oficina Outro ponto possibilitado pelo projeto foi o levantamento de informações junto a estudantes da UFT, campus Araguaína. Para um dos integrantes do GOU “Foi muito bom estar em contato com a comunidade acadêmica e realizar a pesquisa. Mais interessante e ver que na hora das pessoas informarem o estilo musical que mais gostavam elas não se enquadravam só em um especifico, mas as vezes até em cinco estilos diferentes” e acrescentou, “notar que em nosso meio há mais cantores do que pessoas que tocam foi inesperado e vimos que no meio acadêmico há poucos que se arriscam em compor suas próprias letras”. Para facilitar a aplicação do questionário, o bolsista aplicou o questionário com estudantes que estavam na discussão semanal que o GOU promove no campus. Os gráficos a seguir mostram os resultados alcançados: Figura 5 – Gráfico da Pesquisa sobre estilos musicais Segundo relato de um estudante “é triste notar que ainda muitos não tentaram aprender e se encaixar em alguma dessas áreas, muitos dos entrevistados passam a maior parte do seu tempo na faculdade e ainda não há um incentivo muito grande nesta parte artística no campus de Araguaína”. A fala ressalta a preocupação em promover espaços dialógicos dentro do campus Araguaína para incluir movimentos sociais culturais as práticas acadêmicas, o que vem a favorecer o crescimento do individuo. Conclusão O projeto teve grandes ganhos na interação dos acadêmicos e da comunidade com os temas abordados. Pode se notar que a música atua como instrumento de socialização e como meio de disseminar valores importantes para a formação profissional. Para a comunidade acadêmica, além de promover ações culturais no campus e participações em eventos de capacitação musical, possibilitou fortalecer e incentivar os talentos musicais. Uma das maiores problemáticas em relação ao campus foi a escassez de materiais para uso nas apresentações, tais como: microfones, caixas de som, mesas de som, no entanto com a parceria da comunidade foi possível realizar a ação extensionista no campus, que carece de promoções culturais. Por fim, acredita-se que os Gous também são um espaço a ser valorizado, pois possibilita discutir questões práticas e vivenciadas no cotidiano dos estudantes universitários elencando elementos culturais importantes e que favorecem o exercício éticoprofissional do estudante envolvido. Referencias Bibliográficas: CUNHA, R. A vivência social da música. Simpósio de Música da Faculdade de Artes do Paraná, 3, 2007, Curitiba. Anais eletrônicos... Curitiba, 2007. Disponível em: www.fap.pr.gov.br/.../IIISimpdemusica/.../A_vivencia_social_da_musica_Rosemyriam_Cunh a.pdf Acesso em: 10 jan 2014. VYGOTSKY, Liev Semionovitch. Psicologia da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1999. Título INTEGRAÇÃO VIA ONDAS SONORAS Área temática Comunicação Responsável pelo trabalho María Gimena Machado Ortiz. Instituição Universidade Federal de Integração Latino-Americana (UNILA) Nome dos Autores (1) María Gimena Machado Ortiz; (2) Ana Silvia Andreu da Fonseca; (3) Jorge Alejandro Antonioli Romero. Resumo “Webrádio Unila: Integração via ondas sonoras” tem atuado em diversas áreas de forma interdisciplinar e interinstitucional desenvolvendo atividades pluriparticipativas que envolvem diretamente a comunidade universitária, bem como com a sociedade de Foz do Iguaçu e a tríplice fronteira. Os procedimentos metodológicos foram de diferentes naturezas de acordo com as atividades desenvolvidas. Dentre elas, destacam-se: trabalhos em grupo, revisão bibliográfica, seminários, organização e participação em eventos da área de comunicação; planejamento, organização e realização de projetos comunicativos em paralelo com outros projetos e instituições. Em relação aos objetivos do projeto, conseguiu-se canalizá-los através de práticas comunicacionais materializados em programas radiofônicos. A difusão de avanços e resultados de projetos de Iniciação Científica e Extensão universitária da UNILA cumpriu uma de suas principais funções, constituindo-se como janela de diálogo e intercâmbio entre a instituição e a sociedade. Até agora, foram desenvolvidos dez programas radiofônicos inteiramente autónomos e produzidos pelos participantes envolvidos. Quanto às atividades, foram realizados eventos e coberturas de eventos; confecção de planos pedagógicos para gravação com estudantes da UNILA e aulas de educomunicação com ênfase em rádio para alunos argentinos e brasileiros de escolas públicas, práticas de discussão e de capacitação sobre áreas adjacentes que formam parte do projeto, como a implementação de plataforma web, matriz digital, gravações em estúdio, edição sonora, entre outras. A reflexão teórica resultou em objetivos, missão, visão, perfil e valores, peças fundamentais e estruturais do projeto definidas sobre a base do multiculturalismo e do Palavras-chave Introdução plurilinguismo (Português, Espanhol e Guarani). Comunicação comunitária – Integração sociocultural latino-americana – Plurilinguismo. O presente trabalho tem como objetivo principal servir como resumo do projeto anteriormente citado, bem como apresentar novos desafios sobre o mesmo. É por isso que consideramos de suma relevância deixar um marco teórico-prático científico sobre outra perspectiva de comunicação alternativa latino-americana, com vistas a talvez ser uma referência em integração regional. Webrádio UNILA: Integração via ondas sonoras tem como principais características seu contexto não só geográfico, por ter sua sede de trabalho na tríplice fronteira ArgentinaBrasil-Paraguai, mas ser consciente das peculiaridades sociais, políticas, comunicacionais e econômicas de tal contexto. Ela propõe-se como veículo de comunicação que integra não somente a comunidade acadêmica da UNILA, mas também a comunidade na qual está inserida e, por sua característica latino-americanista, também diversos países do continente com suas diferenças e similitudes, respeitando as diferenças linguísticas e culturais. Além disso, tem atuado não apenas como meio de comunicação, mas também como conector de outros eventos relevantes para a universidade e a sociedade em seu conjunto, apoio a congressos e palestras. Igualmente, foram lecionadas aulas em escolas da tríplice fronteira sobre educomunicação (NCE-ECA/USP, s./d.), tendo como resultado que, acompanhado pela Webrádio, que uma delas formaria sua própria rádio comunitária com participação de alunos e direção. No ambiente interno da universidade, consideramos pertinente nos mostrar como uma janela para a sociedade, dando a conhecer ações de pesquisa e ensino a partir da voz de seus próprios atores.O multiculturalismo cotidiano na UNILA, por sua base de comunidade acadêmica latinoamericana, fez propor à equipe de trabalho,um desafio de inclusão de línguas originárias – isso se vê presente em toda a identidade sonora da rádio (trilhas e vinhetas) e em diversos programas. Contemplando isso, também se realizarão programas de trabalho com alunos estrangeiros que cursam a disciplina de Português, os quais participam com miniprogramas ou colaborações em programas já estabelecidos, praticando a língua ensinada em aula com formato radial. Material e Metodologia Nosso universo de trabalho é amplo pois nossa principal via de comunicação é através da internet, como o manifestam diversos autores (GARCÍA-CANCLINI, 2003; PRATA, 2009).Desde 2012 estabelecemos laços de cooperação com diversos organismos comunitários e empresas, assim como com escolas de ensino fundamental e projetos afins. Na atualidade, temos mantido as parcerias e ampliado as mesmas com base nas necessidades. O começo das atividades como projeto de extensão foi em setembro de 2012. Nos meses restantes daquele ano foram utilizados diversas atividades prévias, como revisão bibliográfica, aprendizado de edição por parte dos bolsistas, reuniões de encaminhamento etc., já que se elaborou a política e a base teórica a partir da qual se implementaria o sistema comunicacional do projeto. Para isso, trabalhou-se com textos que nos preparassem para que elaborássemos nossa própria base teórica, que, por sua vez, nortearia nossa prática. Foi de vital importância a participação no encontro da Red de Comunicadores del Mercosur, em Puerto Iguazú, Misiones, Argentina, com o fim de dar a conhecer Webrádio UNILA ao conjunto de comunicadores do Mercosul, trocar experiências em comunicação, e começar a pensar um plano de integração para os comunicadores da América Latina. Este evento se deu em Outubro de 2012. Logo depois de estarmos assentados sobre essas bases, começamos a prática comunicacional, com produção de programas radiofônicos que foram de relevância para a situação contextual que continuam em execução. Lecionaram-se aulas de rádio-comunicação para a comunidade acadêmica nos meses de outubro e novembro de 2012. Em maio e junho de 2013, os próprios bolsistas participaram de um minicurso sobre produção e locução radiofônicas com o professor colaborador do projeto, um jornalista. A partir de julho de 2013 as transmissões gravadas foram colocadas ao ar, no site. Para isso, foram necessárias parcerias com diversas empresas e organizações comunitárias da cidade, porque não possuíamos – e ainda não possuímos – estúdio próprio. Em 2013, realizaram-se cursos de educomunicação na Escuelas Intercultural Bilingüe n, 2, de Puerto Iguazu, Argentina. Para isso se realizou, revisão bibliográfica sobre a temática e a planificação das aulas em conjunto com o professor Mário Ramão Villalva, que, além de colaborador da webrádio, é coordenador do curso de Letras, Artes e Mediação Cultural da UNILA. Além disso, fomos parte da organização de eventos, como o Seminário “Comunicação, Emancipação e Integração na América Latina” e atividades em função da visita da historiadora Anita Prestes à cidade e da 9ª Feira Internacional do Livro de Foz do Iguaçu. Acreditamos sumamente importante ressaltar a elaboração da política do programa, das gravações e da edição do programa “En que andamos?”, o qual procura mostrar os projetos de pesquisa e extensão da UNILA, que foi realizado em uma primeira etapa de março a setembro de 2013. A partir de maio de 2013, com a efetivação das etapas anteriormente citadas, começou-se outro plano de produção com relação direta ao nosso contexto: a produção do programa “Boletim de Notícias”, que busca relatar os eventos mais importantes da agenda cultural, política e social da tríplice fronteira, contando entre seus membros com um jornalista que atua em Foz do Iguaçu (Alexandre Palmar), a coordenadora da webrádio e docente da UNILA (Dra. Ana S. Fonseca) e esta bolsista (Gimena Machado). Foram realizados diversos trabalhos em conjunto com a Secretaria de Comunicação de UNILA, como a montagem de uma playlist especial para eventos institucionais, em julho de 2013, de forma a fomentar o reconhecimento da rádio em espaços fora da Internet. Resultados e Discussões Atualmente nos encontramos na etapa de discussão de continuação de trabalhos anteriormente realizados, além de ampliar o espectro da equipe com vistas à participação direta da comunidade da região e da comunidade acadêmica. É por isso que nos encontramos em plena atividade de relacionamento do projeto com “GUATÁ Cultura em Movimento”, organização de mídia livre de Foz do Iguaçu, para planificação de maior espaço radial para a população da cidade. Com relação aos resultados das discussões e das práticas de comunicação, cabe mencionar as parcerias efetivadas e/ou a serem firmadas com, sobretudo, as seguintes entidades: rádio Transamérica Foz FM, Vision Art Produções e portal H2Foz. Contamos hoje com diversos programas gravados e editados, grande parte deles produzidos por alunos estrangeiros de Português Língua Adicional em conjunto com a equipe, outros com a participação de voluntários e outros produzidos unicamente pelos membros da própria equipe. Em março de 2013 foi colocado no ar nosso site próprio www.radiounila.com, que conta com todos os programas e boletins gravados e já editados. Resultados dos cursos feitos pela equipe deram continuidade ao intercâmbio com escolas interculturais bilíngues de fronteira, sobretudo a Escola Municipal Adele Scalco de Foz do Iguaçu (Brasil) e a Escuela n. 2 de Puerto Iguazu (Argentina), onde nosso colaborador e bolsistas dão formação em produção radiofônica para as crianças do ensino fundamental, trabalhando com aproximadamente 60 alunos. Parte de tais atividades foram realizadas em conjunto com um curso de extensão ligado à Webrádio UNILA, com apoio da Guatá Cultura em Movimento. Cerca de 150 estudantes hispano-falantes de Línguas Adicionais da UNILA já produziram e gravaram programas / matérias jornalísticas e/ou rádio-teatro para a Webrádio Unila em Português (cursos de Música, Geografia, História, Ciência Política & Sociologia, Ciências Biológicas, Engenharia de Energias Renováveis, Cinema & Audiovisual, Relações Internacionais e Integração, Antropologia, Arquitetura e Urbanismo, e Ciências Econômicas). Está em processo o intercâmbio com a Comissão de Direitos Humanos (CDH) de Foz, o boletim eletrônico de um bairro – o Cidade Nova Informa (CNI) – e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, subseção Foz do Iguaçu, para produção de futuros programas voltados à realidade da cidade.Como resultado de estudos da bibliografia proposta (como, por exemplo, MARTÍN-BARBERO, 2009; PARRAHINOJOSA, 2013) e discussões prévias, formulou-se uma política própria que envolve missão, visão, valores e elaboração de uma grade de programação.Desde que o site da webrádio passou a transmitir programação contínua, 24 horas por dia, em julho de 2013, até março de 2014, recebeu cerca 10 mil visitantes. Conclusão Considerando nosso complexo contexto sociocultural, acreditamos que tem se cumprido, em sua maioria, os objetivos de extensão universitária que propusemos desde o começo como equipe.Ademais, esse projeto orgulha-se de poder continuar trabalhando com outras ações de extensão. Pensamos em apresentar num futuro próximo uma versão ampliada da webrádio com o fim de transformá-la em programa de extensão, em função das possibilidades que ainda nos desafiam. No corrente mês, nos encontramos com novos objetivos, como a transmissão ao vivo – o que nos possibilitará simultâneo contato com os ouvintes. A equipe inteira, inclusive os professores direta ou indiretamente envolvidos, reconhecem os ganhos acadêmicos, sobretudo em termos de formação em comunicação radiofônica e na relação com organizações comunitárias – este, aliás, é o foco para continuarmos as ações. Referências GARCÍA CANCLINI, Néstor. Leitores, expectadores e internautas. Trad.: Goldberger, A. São Paulo: Observatório Itaú Cultural/ Iluminuras, 2003. MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia [1987]. Pref.: García Canclini, N. Trad.: Polito, R.; Alcides, S. 6ª ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009. NCE-ECA/USP. Caderno da galera 2: o rádio na sala de aula. Apostila do Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da Escola de Comunicações e Artes (ECA). Universidade de São Paulo (USP), s/d. PARRA HINOJOSA, Daniela. “Las apuestas de la comunicación alternativa para la integración popular latinoamericana”. In: Anales del I. Encuentro de Estudios Sociales desde América Latina. Universidad Nacional de Córdoba (UNC) / Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Foz do Iguaçu, Out 2013 – no prelo. PRATA, Nair. WEBrádio: novos gêneros, novas formas de interação. Florianópolis: Insular, 2009. (Fig. 2. Gráfico estatístico do acervo) Conclusão Percebeu-se a importância da informação tratada a fim de proporcionar a disseminação da informação entre as instituições pares e/ou interessadas nas temáticas em questão, e o incentivo a essa disseminação através da divulgação e das doações das duplicatas. Esse trabalho busca também a valorização, a preservação, e a divulgação da história da extensão universitária, proporcionando o acesso a um leque de informações nas diferentes áreas temáticas da extensão na UFF e em outras instituições de ensino e pesquisa. Sendo assim, entendemos que o mesmo visa o aprimoramento da formação cultural do cidadão, além de suprir os técnicos da instituição e outros profissionais interessados, assim buscando o reconhecimento como instituição social, essencial ao exercício da cidadania, devido ao intercâmbio informacional e à democratização do conhecimento que proporciona. Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro, ago. 2002. 23 p. ANDRADE, Maria Teresinha Dias de Andrade; et al.. Mudanças e inovações: novo modelo de organização e gestão de biblioteca acadêmica. Ci. Inf., Brasília, v. 27, n. 3, set./dez. 1998. 311-318 p. CALLIAN, Amanda dos Santos. Seleção de software e sistema de automação de bibliotecas para o Centro de Memória da Extensão da Universidade Federal Fluminense. Niterói, SEMEXT 2012. MIRANDA, Antonio. Os conceitos de organização baseada na informação e no conhecimento e desenvolvimento de serviços bibliotecários. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 22, n. 3, 227-232 p, set./dez. 1993. SERRANO, Rossana Maria Maior. Conceitos de extensão universitária: um diálogo com Paulo Freire. [s.l.], [s.d]. VERGUEIRO, Waldomiro de Castro Santos. Desenvolvimento de coleções: uma nova visão para o planejamento de recursos informacionais. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 22, n. 1, p. 13-21, jan./abr. 1993. APRENDIZAGEM ATRAVÉS DOS CONCEITOS DE WEB 1.0 E WEB 2.0 APLICADO AO ENSINO DE CIÊNCIAS Comunicação e Educação Patrícia Mota Milhomem Universidade Federal do Pará – Campus de Tucuruí (UFPA – CAMTUC) Autores: Patrícia M. Milhomem 1; Mateus H. R. de Almeida2; Wellington da S. Fonseca3; RESUMO O presente artigo relata as atividades desenvolvidas e as experiências adquiridas através do projeto de extensão universitária intitulado “Engenhatube”, que se utiliza dos conceitos de Web 1.0 e Web 2.0 para o disseminação do conhecimento técnico-científico através de mídias audiovisuais postadas no website do Programa de Extensão Laboratório de Engenhocas (labengenhocas.ufpa.br) e no Canal do YouTube denominado Engenhatube Camtuc. As mídias encontradas nesses meios são elaboradas por discentes dos cursos de engenharia civil, elétrica e mecânica do Campus Universitário de Tucuruí da UFPA (Universidade Federal do Pará), como também conta com a contribuição dos alunos das escolas estaduais de nível médio de Tucuruí. Dessa forma, o projeto pretende contribuir para formação de alunos de nível técnico, superior na área de engenharia e ciências exatas e de nível médio, principalmente, nas disciplinas de física, química e matemática. Palavras-chave: Ensino-aprendizagem, Redes sociais, Mídias audiovisuais. INTRODUÇÃO Atualmente, computadores com acesso a internet nas salas de aula, museus e bibliotecas são usados como ferramenta essencial para o processo de aprendizagem, tanto quanto os livros. O computador e suas tecnologias associadas, sobretudo a internet são capazes de promover uma revolução na educação, sendo assim, instrumentos úteis no processo de ensinoaprendizagem. Com isso, a tendência é a de que as escolas e salas de aula de amanhã não estejam limitadas pelas paredes de prédios, mas venham a ser módulos de uma comunidade de 1 Graduanda em Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará - Campus Tucuruí Graduando em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Pará - Campus Tucuruí 3 Professor MS.c. em Engenharia Elétrica, Faculdade de Engenharia Elétrica, UFPA - Campus Tucuruí 2 aprendizagem conectadas em redes com bibliotecas, centros comunitários, museus, universidades e residências. Por esta razão, a escola deve alterar a sua concepção tradicional e deve começar por estabelecer pontes com outros universos de informação e abrir-se a outras situações de aprendizagem (CARVALHO et al, 2006). Esta aprendizagem pode ser realizada através do uso de mídias para a educação, podendo ser feita de duas formas: mídias que põem em comunicação um ser humano e uma máquina, da qual ele extrai informações que transforma em conhecimento; mídias que ligam seres humanos entre si, para que eles troquem informações e juntos construam conhecimentos, conceitos conhecidos na literatura como Web 1.0 e Web 2.0 respectivamente. A geração da Internet, “Web 1.0” teve como principal atributo disponibilizar uma enorme quantidade de informação a qual todos podem acessar. No entanto, o papel do usuário nesse cenário era de apenas espectador da informação, não tendo autorização para alterar ou reeditar o seu conteúdo (BOTTENTUIT & COUTINHO, 2008). Como mudança, surgiu o conceito de “Web 2.0”, o qual operou com grande impacto na sociedade. A visão de Web 2.0, desenvolve-se nas ideias de colaboração entre varias pessoas, oferecem condições adequadas para o desenvolvimento de uma proposta de ensinoaprendizagem que poderá atender as demandas da sociedade. Nesse contexto, é necessário levar em consideração o desenvolvimento de competências que envolvem autonomia na aprendizagem, disciplina, criatividade, capacidade de se adaptar à mudança, colaboração (PEREIRA & FERREIRA, 2011). Portanto, o presente artigo relata as experiências desenvolvidas no projeto de extensão universitária intitulado "Engenhatube", o qual tem por objetivo divulgar mídias audiovisuais na internet, com teor educacional proporcionando a oportunidade de estímulo ao estudo e divulgação da ciência e da tecnologia. Dessa forma, será discutida a metodologia aplicada para concretização do projeto e apresentação dos resultados obtidos, além de descrever as colaborações profissionais para os discentes responsáveis e a interferência no modo de aprendizagem das ciências. MATERIAL E METODOLOGIA Pensando de forma a relacionar as tecnologias de informações ao ensino, no desenvolvimento do projeto, inicialmente realizou-se uma sondagem das atividades em andamento no CAMTUC, a fim de elaborar um banco de dados dos projetos de extensão e pesquisa a serem acompanhados pelos integrantes do Engenhatube. Em posse dos dados, editou-se o material reunido deixando em um formato padrão para que, desta forma pudesse ser divulgado as atividades que estão sendo desenvolvidas e estabelecer um cronograma para elaboração das mídias, vislumbrando atingir não somente o público-alvo dos projetos, mais os internautas como todo. A partir destas informações foram estabelecidas diretrizes para a estruturação e organização do website e da página da web no YouTube. Criou-se o website denominado "Laboratório de Engenhocas" no próprio provedor da UFPA, podendo ser acessado no endereço “labengenhocas.ufpa.br”. Após criação das plataformas na internet, as discentes bolsistas foram encarregadas de produzir as mídias audiovisuais com o auxílio de uma filmadora e dois refletores, fornecidos pelo Laboratório de Engenhocas. As edições destas mídias foram executadas na sala do Programa Laboratório de Engenhocas, localizado na Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Tucuruí (UFPA-CAMTUC). A primeira atividade do CAMTUC registrada foi às apresentações de experimentos desenvolvidos pelos discentes de Engenharia Civil 2011 na disciplina Física Experimental Aplicada, em que os alunos através do trabalho em equipe e monitorados pelos integrantes do programa de extensão Laboratório de Engenhocas, tinham que apresentar os experimentos com caráter lúdico e, principalmente, aplicando os conceitos observados com situações do cotidiano (SILVA et al, 2012). Ao término da disciplina, a outra atividade programada foi às gravações individuais dos participantes do Laboratório de Engenhocas, nessa etapa foram gravadas mídias de experimentos físicos feitos com matérias alternativos, de baixo custo ou reutilizados, visto que este é um caráter imprescindível do programa, uma vez que o mesmo tem como objetivo motivar os internautas a reproduzir os experimentos, despertá-los a consciência socioambiental e incentivar a cursar engenharia. Outra atividade que contribui para o enriquecimento da plataforma no YouTube, foi a primeira Feira de Ciências das Escolas Públicas Estaduais de Tucuruí, onde foram adicionados vídeos dos projetos executados pelos alunos do ensino médio, desenvolvidos através do trabalho em grupo sob tutoria dos seus professores. RESULTADOS E DISCUSSÕES O site foi criado para o compartilhamento de informações e divulgação dos projetos desenvolvidos no Camtuc. Entretanto, as atividades do projeto Engenhatube cresceram pela união de projetos, como: Jogoteca Tucunaré, Laboratório de Engenhocas, Feira de Ciências e Inovação Tecnológica, Introdução à Supercondutividade e Nanotecnologia que formam o Programa Laboratório de Engenhocas. A partir da construção do website, criou-se também o canal Engenhatube Camtuc (Figura 1a) na página da web YouTube (Figura 1b), no qual também estão sendo postadas as mídias produzidas. Iniciou-se a agravação e edição dos vídeos com a participação dos integrantes do Laboratório de Engenhocas, os quais explicam a montagem dos experimentos, demonstram dinâmicas para serem apresentados na comunidade e relatam os conceitos que os envolvem. Figura 1 - (a) Web site; (b) Canal no Youtube A realização da Primeira Feira de Ciência e Inovação Tecnológica das Escolas Estaduais de Ensino Médio de Tucuruí, contribuiu com mídias audiovisuais postadas no YouTube e no site do Laboratório. Essas mídias representam os melhores projetos desenvolvidos na Feira de Ciência escolhidos pelos pesquisadores da UFPA. Dessa forma, em apenas um ano e meio de criação do Projeto Engenhatube disponibilizamos vinte e oito mídias que se encontram editadas e disponíveis para acesso no portal do YouTube e no site do Laboratório de Engenhocas. Obtendo um total de 8884 (oito mil oitocentos e oitenta e quatro) visualizações, número que cresce a cada dia, e uma média de aproximadamente 494 visualizações mensais, além de ter um expressivo número de acessos semanais (Gráfico 1). Gráfico 1 – Número de visualizações por semana do canal Engenhatube Camtuc Portanto, através do Projeto Engenhatube está sendo possível compartilhar o conhecimento adquirido na Universidade, e até mesmo em projetos realizados com alunos do ensino médio, para a disseminação de Ciência e Tecnologia na região Amazônica. CONCLUSÃO Aprender a utilizar os recursos da Web para contribuir com o processo de ensino aprendizagem na educação brasileira, se tornou fundamental na era do conhecimento. Por isso, o projeto Engenhatube usufrui dessas ferramentas para repassar, transmitir, levar o conhecimento adquirido na universidade para a comunidade de um modo geral, contribuindo na melhoria do ensino-aprendizagem, uma vez que as mídias desenvolvidas são altamente educacionais voltadas para o ensino das ciências. O projeto Engenhatube, pretende contribuir ainda mais para a aquisição de conhecimento. Pois, em breve serão postados mais vídeos referentes aos eventos organizados pelo Campus de Tucuruí, aos trabalhos desenvolvidos pelos bolsistas do projeto Introdução a robótica, Nanotecnologia e Supercondutividade, como também, o acompanhamento da terceira Feira de Ciência das Escolas Estaduais de Ensino Médio de Tucuruí. REFERÊNCIAS BOTENTTUIT, J. B. J.; COUTINHO, C. M. P. As ferramentas da Web 2.0 no apoio à Tutoria na formação em E-learning. In: Association Francophone Internationale de Recherche Scientifique em Education (AFIRSE): Lisboa, 2008. CARVALHO A. A.; MOURA, A.; PEREIRA, L. & CRUZ, S. Blogue - uma ferramenta com potencialidades pedagógicas. Anais do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd, 2006. PEREIRA, A. F.; FERREIRA, P. da S. NTIC e Educação: Web 2.0. 2º Simpósio Educação e Comunicação. UFG, 2011. SILVA, Samara P. Engenhatube. Anais: XV – Jornada de Extensão da UFPA. Belém: UFPA, 2012. SILVA, S. P., SANTOS, H. N., SILVA, D. B., LIMA, D. S., FONSECA, W. S., & ALEIXO, V. F. A responsabilidade socioambiental estimulada através da metodologia PBL: uma experiência na região Amazônica no Ensino de Engenharia. Anais: IV International Symposium on Project Approaches in Engineering Education PAEE. São Paulo: PUC, 2012. JUVENTUDES: TOCANDO O FUTURO Comunicação Victor Humberto Pereira Barbosa¹ Benedito Dielcio Moreira² Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) Resumo Este trabalho apresenta o projeto “Tocando o Futuro”, realizado por membros da “UFMT” na região pantaneira do Estado do Mato Grosso, no município de Barão de Melgaço. Desenvolvido junto aos jovens da região ribeirinha, são realizadas ações de capacitação para o uso de diferentes mídias. O presente trabalho discute como foi o contato inicial e o desenvolvimento das oficinas e as atividades pedagógicas propostas pelo projeto. Palavras Chave Cultura juvenil, produção midiática, região pantaneira, UFMT. Introdução A fim de promover a inclusão digital e valorizar a cultura científica e os saberes populares da comunidade pantaneira, professores, técnicos e alunos do curso de Comunicação Social da UFMT participam do projeto “Tocando o Futuro”. Por meio de atividades de intervenção, com foco na capacitação de jovens para o uso de diferentes mídias, são desenvolvidas inúmeras oficinas em três escolas rurais da região pantaneira de Mato Grosso: Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço e Santo Antônio do Leverger. Entre os objetivos do projeto estão também a difusão do direito à informação e do conhecimento científico, bem como criar condições para que os jovens possam, com autonomia, produzir vídeos, jornais e programas radiofônicos. Neste texto, tratamos exclusivamente das atividades desenvolvidas no município de Barão de Melgaço. _____________________________ ¹ Aluno de graduação em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda na Universidade Federal do Mato Grosso ² Doutor em Educação e professor no curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso. Coordenador do projeto de pesquisa 317/CAP/2010 “Tocando o Futuro”. Os encontros são realizados quinzenalmente, sempre aos sábados, em uma escola às margens do rio Cuiabá, em uma comunidade distante 50 minutos de barco da sede do município. Como já dito, o propósito do projeto é valorizar a cultura científica e capacitar os jovens para a documentação em áudio e vídeo de suas experiências na escola e dos saberes da comunidade. Para isso, as atividades foram divididas em duas fases. Na primeira, durante o processo de aprendizagem mútua, os temas foram livres, de modo que os jovens pudessem documentar a história da comunidade e seu cotidiano. A segunda fase, planejada em conjunto com os jovens, está próxima de ser concluída. Metodologia Encontrar formas de socialização com os jovens da comunidade foi um dos nossos maiores desafios. Dinâmicas de grupo, aquecimento da voz, exercícios de desinibição, além de conversas nos períodos de almoço foram algumas das ações que utilizamos para nos aproximarmos do grupo. As oficinas propriamente ditas foram deixadas para um segundo momento, pois foi priorizada a construção de uma relação mais próxima com a comunidade. Ainda como parte do processo de aproximação, foram disponibilizadas para uso dos jovens as tecnologias digitais que dispúnhamos, tais como câmeras de filmagem e máquinas fotográficas, uma vez que o afastamento geográfico e as condições econômicas não proporcionam muitas opções de tecnologia. Estávamos certos, naquele começo de caminhada, que a coleta de informações e a discussão de ideias com os alunos seriam essenciais para o desenvolvimento de um diálogo e para o reconhecimento do campo de atividades. Para conhecermos os hábitos de mídias dos jovens e a disponibilidade de tecnologias de informação e comunicação foi aplicado um questionário sobre consumo midiático. Conforme foi constatado, a acessibilidade às mídias é muito restrita. Apesar disso, o uso do celular é muito constante no círculo social das crianças e jovens com mais de 10 anos. É muito comum os alunos escutarem musicas no celular, especialmente do gênero funk, trocar SMS e, raramente, acessar a internet. Nesta comunidade, somente alguns jovens participam de redes sociais, como o Facebook, por exemplo. Eles também não têm o costume de ler jornais ou revistas, mas acompanham as novelas e os telejornais. O projeto atende neste município três comunidades ribeirinhas. Por conta da distância entre elas e as dificuldades de comunicação, não há uma forte ligação entre os alunos que não são da mesma comunidade, exceção para aqueles que compartilham da mesma escola. Após a imersão no grupo e o relacionamento já estabelecido, iniciamos de modo mais pedagógico as oficinas e as atividades propostas. Inicialmente os alunos tiveram um contato com as oficinas de redação e jornal. A ideia destas oficinas é tanto capacitar o aluno a documentar em texto a sua participação no projeto, quanto contribuir para a superação das dificuldades de escrita e leitura. Paralelamente ao desenvolvimento das oficinas de redação e jornal, ocorreram as atividades externas de fotografia, ocasião em que os jovens receberam noções básicas de fotografia. Nesta fase foi percebido, ainda, muita hesitação dos alunos para expressar suas ideias. Para incentivá-los, buscou-se sempre promover uma amizade e um relacionamento desprovidos de hierarquia, para que todos pudessem compartilhar dos conhecimentos. Geralmente em todo processo que se inicia o envolvimento se dá de forma crescente, à medida que as atividades e relacionamentos avançam. A expectativa, porém, com o que viria pela frente, com as atividades programadas, animaram os jovens e os universitários. Resultados Após iniciado o processo pedagógico, as produções começaram a tomar uma forma mais consistente. Desenvolve-se um processo de criação coletiva, com a contribuição de ideias de todos os alunos, nas diferentes etapas de produção. Ressaltamos aqui a importância da imaginação e o respeito á toda e qualquer ideia, como ferramentas de construção no momento da produção midiática em vídeos, textos jornalísticos, programas de rádio e fotografias. Para a produção das peças de mídia, foram escolhidos pelos estudantes temas como boiadeiros, musicais, festas e relacionamento. A produção midiática em vídeo foi a que mais atraiu os jovens e crianças. Gradativamente o relacionamento dos alunos com os universitários foi melhorando. Em setembro de 2013 ocorreu um evento de apresentação da produção dos jovens a toda comunidade ribeirinha. Para isso, devido a pouca infraestrutura do local, foram instalados em um armazém da comunidade, ao lado da escola, um sistema de som e uma tela para projeção dos vídeos e fotografia. A apresentação, organizada pela equipe da UFMT, permitiu que os familiares, membros e lideres da comunidade visualizassem os produtos e os resultados obtidos até o momento. Foram exibidos vídeos sobre o projeto em outras regiões, fotografias e dois curtas-metragens produzidos pelos alunos, que também apresentaram uma coreografia de dança. Além disso, no mesmo dia foi distribuído o “Jornal da Comunidade”, resultante das oficinas de jornal e redação. Ao verem seu trabalho materializado, os alunos verificam o potencial das mídias e da comunicação para contribuir com sua comunidade. Entrevistas com os moradores confirmaram a satisfação dos jovens com a presença do projeto “Juventudes Tocando o Futuro”. Foi constatado, segundo depoimento dos pais dos alunos participantes do projeto, o crescente interesse dos filhos pelas atividades. A apatia verificada no início não está mais presente nos encontros, o que é muito importante para a evolução do nosso relacionamento e para o cumprimento dos objetivos estabelecidos no projeto. Conclusões Apesar de interrupções no projeto devido a feriados e greves, um processo de construção de conhecimento foi estabelecido. O universo de aprendizado dos alunos foi ampliado com uma nova abordagem pedagógica, nunca antes presenciada pela comunidade. O objetivo primário foi atingido: foram realizados curtas-metragens com narrativas criadas pelos próprios alunos, um jornal com historias de pescadores e textos dos alunos sobre o contexto das comunidades da região, consciência ambiental e social, além de entrevistas e um programa de rádio. Todo o material produzido até o momento permitiu aos alunos e à comunidade uma nova perspectiva sobre as ferramentas de mídia, mostrando novas possibilidades de enxergar a realidade. O entrosamento com os alunos tornou possível aprimorar o método de trabalho e redefinir as metodologias que se mostraram falhas. Para isso, a formação de grupos menores de trabalho foi uma das soluções encontradas. As oficinas propostas na segunda fase do projeto visam objetivamente a valorização dos saberes populares, a identidade cultural dos membros das comunidades e a documentação de experiências científicas na escola. Para tornar isso possível, elas são mais reflexivas. Nesta presente etapa acontece a elaboração de um ensaio fotográfico da fauna pantaneira, um programa de rádio sobre artistas populares; um vídeo científico sobre as queimadas na região, outro sobre os saberes populares, com abordagem sobre um instrumento musical típico da região, a Viola de Cocho, e a segunda edição do jornal da comunidade. A instalação de uma ilha de edição e a disponibilização de câmeras e maquinas fotográficas na escola irão possibilitar que os alunos tenham capacidade de realizar a todas as etapas da produção, até a edição, com autonomia. O estimulo à criatividade, organização e trabalho em grupo possibilitou o acesso a novas experiências. O desenvolvimento das atividades permitiu a construção de uma visão menos passiva, mais participativa e critica da informação. Demonstrou que independente da idade, classe social ou região sempre existe um potencial criativo que precisa ser estimulado. A ação transformadora do projeto foi promover entre os alunos o desejo de criar produtos que valorizassem o contexto de sua comunidade, além de apresentar as mídias como formas de construção e propagação de conhecimento. CENTRO DE MEMÓRIA DA EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE COMO FERRAMENTA DE DISSEMINAÇÃO E TROCA DE INFORMAÇÕES NO CAMPO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA1 Área temática: Comunicação Responsável pelo trabalho: Ellen Cortez Contreiras Instituição: Universidade Federal Fluminense (UFF) Nomes dos Autores: Ellen Cortez Contreiras2 ; Gabriella Oliveira Araujo 3; Rafael Haddad Cury Pinto.4 Resumo: O presente artigo aborda a iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal Fluminense (PROEX-UFF) de criar de um Centro de Memória da Extensão da Universidade Federal Fluminense (CEMEX-UFF) com o intuito de preservar e disponibilizar as informações a cerca das ações extensionistas realizadas pela Universidade Federal Fluminense (UFF). O projeto do CEMEX foi idealizado e concebido em ambiente digital, pois elegemos a criação de um site como a maneira mais ágil, eficaz e contemporânea de disseminação do nosso acervo e de comunicação com a comunidade acadêmica e a sociedade em geral, garantindo assim que a memória extensionista de nossa instituição permaneça sempre “atraente e viva”. Palavras-Chave: Centro de Memória, Extensão Universitária, PROEX-UFF. Introdução 1 Artigo a ser apresentado no 6º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária a ser realizado na cidade de Belém do Pará/PA em maio de 2014; 2 Professor Associado III; Coordenadora Acadêmica do CEMEX-UFF. E-mail: [email protected] 3 Graduando em História da UFF. Bolsista de Extensão do CEMEX-UFF. E-mail: [email protected]; 4 Graduando em História da UFF. Bolsista de Extensão do CEMEX-UFF. E-mail: [email protected] 1 As atividades extensionistas na UFF são desenvolvidas há mais de 40 anos, em todo o estado do Rio de Janeiro, e na cidade de Oriximiná, no estado do Pará, garantindo o reconhecido perfil extensionista da instituição, por todo o Brasil. O CEMEX-UFF foi construído com o intuito de identificar, reunir, organizar e preservar o registro dessa trajetória de forma a consolidar um instrumento de pesquisa e disseminação de informações sobre sua história, programas e projetos, tanto para o público acadêmico quanto para a população em geral. Seus objetivos e metas foram formatados em consonância com a política nacional para a extensão universitária, formulada pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (FORPROEX). A escolha do formato digital para o CEMEX-UFF considerou a agilidade, a acessibilidade e a contemporaneidade no acesso à pesquisa tanto do público interno, como do externo, em nível nacional e internacional; e a possibilidade de proporcionar maior visibilidade às ações desenvolvidas pela comunidade acadêmica de nossa universidade. Material e Metodologia As discussões sobre o suporte a ser utilizado pelo CEMEX-UFF estiveram presentes desde a formulação do projeto inicial, ou seja: se presencial e/ou digital. Decidimos começar o CEMEX-UFF no ambiente digital, pois consideramos que dessa maneira poderíamos disponibilizar as informações de forma mais completa, em especial para o público alvo inicial, a saber: os docentes, os discentes, técnicos administrativos das universidades públicas e particulares; e professores e alunos do ensino médio. Sendo assim, ficou definido que a disposição das informações aconteceria através de dois grandes blocos: o lado direito, abordando a história do Centro de Memória, o acervo das ações extensionistas, publicações, multimídias, etc.; e o lado esquerdo, abordando a história da extensão, da PROEX-UFF e de seus projetos. Cabe citar, que a necessidade de uma equipe interdisciplinar do trabalho começa se afirmar logo no início desse processo de definições, tendo em vista as diversas temáticas envolvidas na formatação desse instrumento. Iniciamos à alimentação do site, utilizando os resultados do projeto “Inventário de Projetos de Extensão” e a construção de um banco de dados que viabilizasse um sistema de busca sobre as ações extensionistas em andamento ou já realizadas pela universidade, segundo o ano de realização, coordenador, título, unidade, departamento, e áreas temáticas definidas pelo FORPROEX. Contudo, diante das dificuldades relacionadas à instalação 2 física do CEMEX-UFF, que acabavam por prejudicar o desenvolvimento do conjunto das atividades previstas, resolvemos dirigir esforços nas pesquisas relacionadas à temática em questão, adensando o projeto com o intuito de seu encaminhamento ao Edital MEC/PROEXT/2010. A contemplação nesse Edital fortaleceu bastante a equipe, e propiciou a compra equipamentos necessários à continuidade do trabalho, e a realização de Visitas Técnicas aos diversos Centros de Memória e afins, que desenvolvem trabalhos relacionados à preservação e divulgação da memória, particularmente nas instituições de ensino superior localizadas na Região Sudeste do país, durante o ano de 2011. A partir de então, retomamos as atividades relacionadas à alimentação do site, com a produção de textos e artigos relativos à história da extensão no Brasil e no mundo, realizadas através de uma profícua pesquisa de artigos, monografias, dissertações, e teses a respeito, além de outras publicações, que foram complementadas com pesquisas referentes à história da extensão na UFF. Nesse último ano de 2013, o CEMEX-UFF passou a integrar o organograma da PROEX-UFF, através da Divisão de Difusão, Informação e Memória. Suas ações continuaram voltadas para a concretização da alimentação do site, visando o desencadeamento de um projeto de divulgação do mesmo, que será desenvolvido inicialmente no âmbito da própria UFF. Destacamos também, que o primeiro passo nesse sentido já foi iniciado através da parceria com o Jornal “Extensão em Foco” da PROEXUFF, editado trimestralmente, com a produção de uma série de artigos sobre o tema “extensão universitária”, a serem publicadas pelo mesmo. Discussões e Resultados Sobre as discussões enfrentadas durante esse período de desenvolvimento do projeto, gostaríamos de destacar: 1 - a riqueza do processo de organização do site, que nos remeteu ao desafio de estabelecer o que realmente caberia a um site sobre a memória extensionista da UFF, onde ele se diferenciava de um site oficial de comunicação da PROEX, e onde o mesmo se diferenciava de um Centro de Referência e/ou Documentação; 2 – a identificação nas pesquisas sobre a constante preocupação com a disseminação e com a própria produção de conhecimento na universidade, e sua relação com a melhoria das condições de vida da população; ressaltando o distanciamento dessa produção e da própria universidade, assim como a desvalorização do “saber popular”, 3 como temas recorrentes de artigos e projetos, que constituem um desafio para as instituições de ensino superior, e campo privilegiado para a reflexão dos extensionistas; 3 - o caráter interdisciplinar do Programa, que propicia a integração e o enriquecimento na formação dos bolsistas de várias áreas de conhecimento, assim como do próprio CEMEX-UFF, desde o início de sua execução. Quanto aos resultados, destacamos: 1 – os artigos publicados no Jornal “Extensão Em FOCO”: “40 anos da Extensão na UFF”, “A história do Centro de Memória da Extensão”, “Primeiras falas sobre a extensão no mundo”, e “As primeiras falas sobre a extensão no Brasil”; 2 – a contemplação do CEMEX-UFF pelo Edital MEC/PROEXT/2010 e 2014; 3 – apresentação de trabalhos nos congressos nacionais e internacionais: 5º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária – “Fronteiras da Extensão” de 08 a 11/11/2011, XI Congreso Iberoamericano de Extension Universitária: Integracion, Extension, Docencia e Investigacion para la Inclusion y Cohesion Social, de 22 a 25 de novembro de 2011, Santa Fé, Argentina, e no XII Congreso Iberoamericano de Extensión Universitária, em Quito, Equador, em novembro de 2013. Conclusão O CEMEX-UFF foi construído não só como um local para a reunião, organização e registro de informações sobre a extensão universitária da Universidade Federal Fluminense, mas, sobretudo, como um instrumento propício à disseminação das mesmas. A opção pelo ambiente digital, através do endereço http://www.proex.uff.br/memorias/, considera a ampliação dessas possibilidades de troca, particularmente, entre a comunidade acadêmica e outras instituições, o incentivo à realização de novas ações extensionistas, e o auxílio à formulação de estratégias de ação da PROEX, que estejam voltadas para indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e sua relação com as demandas da sociedade. Igualmente, entendemos que a estrutura do CEMEX-UFF deve privilegiar o dinamismo das informações, tornando a memória da extensão da UFF “atraente e viva”, de forma acessível ao cotidiano daqueles que se interessem ou vierem a precisar de informações sobre a extensão, particularmente aquela desenvolvida em nossa universidade. Referências 4 CUNHA, Lenilda Soares. Extensão na Universidade Federal Fluminense: gênese, natureza, amplitude e compromissos. Niterói, 1990. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal Fluminense, 1990. ______. Mal Estar da Universidade: atenção dos anos 90, Niterói, 2001. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal Fluminense, 2001. EDMONDSON, Ray. Memória do Mundo: diretrizes para salvaguarda do patrimônio documental. UNESCO, 2002. FÓRUM NACIONAL DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS. Programa Universidade Cidadã. Brasília, 1999. ______. Secretaria de Ensino Superior do MEC. Plano Nacional de extensão Universitária. Brasília, 1999. NOGUEIRA, Maria das Dores Pimentel. Políticas de extensão universitária brasileira: 1975-1999. (Dissertação de Mestrado em Educação). Belo Horizonte: UFMG/FaE, 1999. SILVA, Antonio Fernando Lyra da Apresentação. In: SOUZA, Maria Lúcia Melo Teixeira de. Subsídios: resgatando a memória da extensão na UFF. Niterói: UFF/Pró-Reitoria de Extensão, 2001. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - Pró-Reitoria de Extensão. Banco de Dados da PROEX. Niterói, 1999. Sites CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO – CNPq. Política Nacional de Memória da Ciência e da Tecnologia: relatório da comissão especial constituída pela portaria116/2003 do presidente do CNPq em 04 de julho de 2003. Brasília: CNPq, 30 set. 2003. Disponível em: http://ghtc.ifi.unicamp.br/SBHC/MemoriaCT.pdf. Acesso em: mar. 2014. MARTINS, Roberto de A. A memória científica nas universidades: estratégias para a preservação do patrimônio científico e tecnológico brasileiro. Disponível em: http://ghtc.ifi.unicamp.br/SBHC/Centros-de-memoria-RAM.htm Acesso em: mar. 2014. 5 O PROGRAMA EXTENSÃO EM CENA COMO FERRAMENTA DE INFORMAÇÃO ENTRE A RELAÇÃO COMUNIDADE ACADÊMICA E POPULAÇÃO LOCAL EM PARNAÍBA, PIAUÍ. Área Temática: Comunicação Wygma Wendell da Silva AZEVEDO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ (UFPI) Rita de Cássia Pereira de Carvalho1; Wygma Wendell da Silva Azevedo2; Simone Cristina Putrick3; RESUMO É de suma importância envolver a comunidade local nas atividades desenvolvidas pelas universidades, sendo assim, uma das formas para que isto aconteça é trabalhando a extensão, uma vez que esta é uma ferramenta essencial da universidade. O projeto “Extensão em Cena” apresenta propostas de maneira que o público terá informações do que é desenvolvido dentro da universidade tanto pelos alunos quanto professores. Dessa forma, o projeto visa identificar a importância do projeto “Extensão em Cena” como difusor das atividades propostas dentro da universidade para proporcionar o envolvimento da comunidade, de forma que ultrapasse seus limites físicos e abrangendo o envolvimento da população. A sugestão é oferecer um programa na televisão local de forma dinâmica, onde haverá interação entre professores pesquisadores, alunos envolvidos com programas de extensão, ONG’s, núcleos artísticos, esportistas, as entidades de base, Diretório de Centros Estudantis – DCE’s e Centros Acadêmicos CA’s, chamadas "entidades de base" do Movimento Estudantil – ME da UFPI. Os resultados parciais em andamento obtidos até o momento são como, por exemplo, o levantamento de quais professores tem programas ou projetos, quais e quantos trabalhos de extensão existentes, os parceiros irão apoiar, confecção de vinhetas para divulgação na mídia e nos bairros. Quando a equipe idealizadora do projeto estiver com todos os resultados alcançados, será percebido que os conhecimentos as práticas surgidas através do aprendizado universitário, quando colocados a disposição da população proporcionam a troca de saberes e a valorização das atividades acadêmicas fora da universidade. PALAVRAS-CHAVE: Extensão, Informação, Tecnologia INTRODUÇÃO A tecnologia tem se tornado uma ferramenta fundamental na fomentação de várias atividades, e é utilizada no processo de difusão e na relação entre academia e comunidade. 1 Bacharel em Turismo, pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Parnaíba. Acadêmico do Curso de Bacharelado em Turismo, pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Parnaíba. 3 Mestre em Meio ambiente e desenvolvimento regional, Coordenadora Especial de Extensão do Campus Parnaíba e Professora do Curso de Turismo. 2 Nos últimos anos tem-se observado que a mídia audiovisual, é um meio de divulgação de forma clara e acessível e, que através desta torna o processo informativo de fácil acesso. Com esta perspectiva, o presente trabalho busca identificar a importância do projeto Extensão em Cena como difusor das atividades propostas dentro da universidade para proporcionar o envolvimento da comunidade, de forma que ultrapasse seus limites físicos e abrangendo o envolvimento da população. Nesse sentido o projeto objetiva identificar a importância de um programa de TV direcionado a todos os estudantes universitários parnaibanos e a comunidade em geral, de forma que sejam analisadas as formas de desenvolvimento do projeto para buscar meios que atinjam as metas propostas. O projeto versa sobre a dificuldade na disseminação do conhecimento produzido pela academia, que necessita que tais informações sejam expandidas pela comunidade, para que os envolvidos tenham acesso as pesquisas realizadas na universidade e possam contribuir para a formatação de novos estudos. O’Brien (2006) diz que sistema de informação pode ser definido simplesmente como um grupo de elementos inter- relacionados ou em interação que formam um todo unificado. A partir disto compreende-se que o sistema de informação são as ferramentas utilizadas de forma completa ou agregada que forma algo qualificado para a sua função. EXTENSÃO EM AÇÃO Pretende-se apresentar um programa de televisão em parceria com a TV Delta de Parnaíba e Universidade Federal do Piauí – Campus Parnaíba, onde a comunidade acadêmica desta universidade e das demais poderão obter uma nova percepção da universidade a partir deste método, um envolvimento entre comunidade acadêmica e população local, proporcionando uma relação mais próxima dos envolvidos como uma troca de informações. Para isto, tem-se pensado em um programa de televisão onde o tema seja a apresentação de programas e projetos de ensino, pesquisa e extensão da Universidade Federal do Piauí (UFPI), com o intuito de difundir o conhecimento acadêmico com a população de Parnaíba, e possibilitar aos acadêmicos um canal de veiculação de seus resultados e futuras ações universitárias de importância não só para os acadêmicos dos cursos, mas para a comunidade em geral. Assim, busca-se melhorar o sistema de informação dos acadêmicos, visto que a ausência de informações quando ingressados na academia é notória. Este projeto é importante não somente para o curso de Bacharelado em Turismo, curso este que está sendo o protagonista do projeto, mas para a atividade turística do município de Parnaíba, já que ele vai servir como uma ponte entre a academia e população. Além de passar informações acerca dos cursos, o programa fará um link direto dos principais produtos turísticos da região. MATERIAL E METODOLOGIA A ideia é apresentar um programa interativo, entre professores pesquisadores, alunos envolvidos com programas de extensão, ONG’s, núcleos artísticos, esportistas, as entidades de base, Diretório de Centros Estudantis – DCE’s e Centros Acadêmicos CA’s, chamadas "entidades de base" do Movimento Estudantil – ME da UFPI. Essas entidades apresentam seus programas de extensão, ensino e pesquisa, além de apresentar os eventos realizados pela universidade, a repercussão dos mesmos para a mídia e para o público-alvo, qual foi o retorno para a cidade que se encontra beneficiada pela captação dos eventos que estão acontecendo, e sobre os futuros eventos. A partir de então será apresentado o programa piloto que consiste em apresentar as técnicas de: roteirização/ técnica de produção e entrevista/ técnica de filmagem e edição, estas que são feitas pela TV, em conjunto aos desenvolvedores do programa, com a intenção de deixar o programa bem apresentado e em formato original. O processo atual consiste na capacitação, busca de parceiros e apoio, estruturação das temáticas abordadas e organização do roteiro para a execução do plano piloto através de reuniões com os coordenadores do projeto e com a TV Delta em Parnaíba. Durante o período de desenvolvimento é perceptível a importância deste projeto na atividade turística local, visto que esta será uma ferramenta fundamental e de base para a promoção do turismo através das informações repassadas à comunidade local através das entrevistas. É importante ressaltar que este projeto levará em conta a construção de ideias dos acadêmicos envolvidos, tornando assim uma oficina de saberes e um espaço de troca de conhecimentos enquanto acadêmico, pesquisador e população. CONCLUSÃO Com isto, entende-se que o projeto levará a suma de conhecimentos e será um momento de relação da comunidade acadêmica com a população local, este sendo uma ferramenta fundamental na universidade quanto tratado o tripé ensino, pesquisa e extensão. Para que isto aconteça, é necessária a participação dos meios acadêmicos como formador e utilizador dos seus conhecimentos teóricos às práticas de vivências na comunidade como laboratório de aprendizado. Também compete aos parceiros e órgãos envolvidos, a participação, orientação e maneiras de estimular a comunidade local a se envolver no projeto. Entende-se ainda que o projeto é de suma importância no que tange a elaboração de ferramentas de relação entre comunidade e estudantes da Universidade, além de envolver as outras universidades locais, proporcionando assim a troca de saberes e a promoção das atividades acadêmicas como ferramenta de utilização pública e oferta para melhorias sociais locais. 1 A BAIXADA ALÉM DA FACHADA: a mídia como imagem afirmativa do lugar Área Temática: Comunicação Responsável pelo Trabalho: Janaina Nascimento Simões de Souza Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Autores: Janaina Nascimento Simões de Souza1; Joice dos S. Barros2; Nathália Carolina S. de Souza 3 Resumo O Grupo de Estudos em Marketing, Tecnologia e Ecologia (GEMTE), da UFRRJ, durante o ano de 2011 realizou diferentes pesquisas e ações com o objetivo de fazer um levantamento de dados sobre municípios da Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro. Além dos lugares que foram visitados e pesquisados, descobriram-se pessoas anônimas, moradoras da região, que se destacam por fazerem a diferença localmente através de ações socioambientais, recebendo reconhecimento pela Universidade e divulgação de suas ações través da 2º edição da “Revista Destinos – Olhares Além da Fachada” com tema Baixada Fluminense. Como um Programa de Extensão, diferentes atividades foram desenvolvidas pelo GEMTE em parceria com outros grupos de intervenção da UFRRJ. Durante um ano, houve a realização de concurso cultural com evento de premiação, oficinas, debates, entrevistas com moradores e pesquisadores sobre o assunto, levantamento de trabalhos de artistas locais, sendo todo o material de resultado organizado em artigos publicados na revista, que possui a função de “espelho” afirmativo do que há de bom, belo e interessante em uma região onde estas qualidades são pouco divulgadas pela mídia de massa. Palavras-Chave: Baixada Fluminense, Revista Destinos, Lugar. Introdução O papel da universidade deve ser compreendido além das paredes das salas de aula, deve atuar com o objetivo de transformar a comunidade na qual está inserida e, ao mesmo tempo, ser por ela transformada. De acordo com Paulo Freire (2006), o conhecimento não é estendido do que se julga conhecedor para o não conhecedor, para o autor o conhecimento se constitui numa relação homem-mundo, em que acontece a transformação e o aperfeiçoamento através da crítica dessas relações. Aplicando o conceito desenvolvido por Paulo Freire, percebe-se que a universidade pode contribuir para o desenvolvimento da comunidade local, e vice-versa, aprendendo, avaliando, criticando e melhorando sua relação com a sociedade. Desta forma, o Grupo de 1 Professora da UFRRJ. Coordenadora do Programa Destinos e do Grupo de Estudos em Marketing, Tecnologia e Ecologia - GEMTE. [email protected] 2 Bacharel em Administração UFRRJ, ex Bolsista de Extensão, integrante do GEMTE. 3 Bacharel em Administração UFRRJ, ex Bolsista de Extensão, integrante do GEMTE 2 Estudos em Marketing, Tecnologia e Ecologia (GEMTE) buscou, no ano de 2011, realizar pesquisas, debates, eventos e atividades que permitissem a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) participar da troca de conhecimentos em municípios, politica, histórica ou geograficamente, considerados pelo grupo como pertencentes à Baixada Fluminense, sendo eles Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São João de Meriti e Seropédica, a fim de desenvolverem a 2ª edição da “Revista Destinos: Olhares além da Fachada”4. A equipe de extensionistas foi composta por quatro discentes bolsistas e dois voluntários, trabalhando com quatro docentes. Os alunos que atuaram no projeto são de áreas multidisciplinares, dos cursos de Administração, Turismo, Letras e Ciência da Computação, sendo o trabalho coordenado por professores dos cursos de Administração e Gestão Ambiental. Inicialmente, com a finalidade de ampliar os conhecimentos da equipe, foram realizadas rodas de leitura e debates conduzidos por docentes que compunham o grupo e por professores convidados pesquisadores da região, a fim de se compreender o lugar como fato social total, no sentido elaborado por Marcel Mauss (2003). Nesses Fenômenos Sociais Totais, como nos propomos chamá-los, exprimem-se, de uma só veze, as mais diversas instituições: religiosas, jurídicas e morais – estas sendo políticas e familiares ao mesmo tempo; econômicas, estas formando formas particulares da produção e do consumo, ou melhor, do fornecimento e da distribuição; sem contar os fenômenos estéticos em que resultam esses fatos e os fenômenos morfológicos que essas instituições manifestam (MAUSS, 2003, p.189). Ao compreender que “o lugar se mescla com seus habitantes” (SOUZA, 2013, p. 96), percebe-se que as interações entre os fenômenos sociais e os elementos naturais, dão significados aos lugares. Nesse sentido a Revista Destinos apresentou a Baixada Fluminense, não como uma região no espaço, mas como um lugar no sentido de Tuan (1983) e Briggs (1972). De acordo com o geógrafo Yi-Fu Tuan, lugares são espaços geográficos diferenciados dotados de valor, construídos à medida que o lugar é conhecido (TUAN, 1983). Da mesma forma, o historiador Asa Briggs entende o conceito de lugar como ambientes que favorecem diferentes experiências através da vivência, notando que, cada indivíduo ou grupo vivencia o lugar de forma diferente (BRIGGS, 1972). 4 A revista Destinos Baixada Fluminense está disponível em http://r1.ufrrj.br/im/gemte/pdf/Revista_Destinos_02.pdf 3 Considero os lugares, como Susanne Langer (1953) o faz em Feling and Form, como “coisas criativas”, “domínios étnicos que se tornaram visíveis, tangíveis, sensíveis”. Em relação a isto um navio, mudando constantemente de localização é, mesmo assim, um lugar encerrado em sim mesmo e um acampamento cigano é bem diferente de um acampamento indígena, apesar de, geograficamente, estar situado num local em que os índios acampavam anteriormente (BRIGGS, 1972, p. 78). Para se cumprir com a proposta de trazer “olhares além da fachada”, a fim de conhecer algumas informações “escondidas” entre as comunidades da Baixada, realizou-se o concurso cultural “Apareça com a GEMTE”, cujo objetivo era premiar, com publicação do texto e câmera digital, equipes de alunos e professor do ensino médio de escolas da Baixada Fluminense que escrevessem matérias sobre pessoas que se destacam por criarem bem social importante onde vivem. Os vencedores foram alunos e professora de escola privada de Nova Iguaçu (RJ), que concorreram com pequeno vídeo e matéria sobre a história de vida da moradora “Tia Carminha”, a qual transformou a sua própria casa em Belford Roxo em uma creche-escola, o Centro Comunitário Alegria do Saber, a fim de beneficiar as famílias pobres no local. “Quando nos referimos a lugares, estamos falando de vida (...)” (BRIGGS, 1972, p. 94). Foram também ofertadas oficinas na cidade de Japeri. Antes, verificaram-se com os professores quais temas eram importantes para serem trabalhados, desta forma as atividades foram organizadas com o objetivo de dialogar com os participantes sobre temas como mercado de trabalho, elaboração de currículo, oportunidades de pequenos negócios, administração financeira familiar, educação ambiental e consumo responsável. A cidade de Japeri foi escolhida, como lugar de intervenção, porque representa o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) entre os municípios da Baixada Fluminense, de acordo com dados do IBGE de 2010. O certificado de uma Universidade Pública foi, também, um dos motivadores para a presença dos alunos. Alguns afirmaram que recebiam o primeiro certificado de suas vidas. A confirmação da extensão como função acadêmica da universidade não passa apenas pelo estabelecimento da interação ensino e pesquisa, mas implica a sua inserção na formação do aluno, do professor e da sociedade, na composição de um projeto político-pedagógico de universidade e sociedade em que a crítica e autonomia sejam os pilares da formação e da produção do conhecimento (JEZINE, 2004, p.3) A Baixada Fluminense é uma região composta por cidades dormitórios, que foi e, ainda continua sendo, palco de má gestão política, má distribuição de renda, desorganização do planejamento urbano e cenas de extermínio. A mesma Baixada também 4 é fornecedora das águas do Rio Guandu, que abastecem a cidade do Rio de Janeiro, lugar de ecoturismo e turismo de aventura, esportes diferenciados como Golfe, Rugby, e voo de asa delta, possuidora de unidades de conservação, como a Reserva Biológica do Tinguá, em Nova Iguaçu, lugar de poetas, compositores e escolas de samba. Esta é a Baixada detalhada na revista Destinos, ainda que se considere a primeira, a atenção principal fica na segunda. Esta Baixada contrapõe toda imagem midiática estigmatizada que construiu um conceito de lugar distante, difícil e perigoso. A Baixada bonita geograficamente, interessante culturalmente, e com pessoas engajadas serve de “espelho” para a valorização local. Quando um indivíduo é obrigado a se ver refletido num espelho construído de modo a refletir uma imagem deformada, ele tem de procurar freneticamente outros homens com outros espelhos, pois de outra forma chegará a esquecer que um dia já teve outro rosto (BERGER, 1989, p. 116-117). Material e Metodologia Para a realização do trabalho, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, observação participante e a realização de entrevistas semiestruturadas. Dessa forma houve a preocupação em dar voz escrita a comunidade local e também entender componentes mais profundos da sociedade e região pesquisada, daí a importância do método da entrevista, que é capaz de captar o dito, os significados, os sentimentos, a realidade experimentada pelo entrevistado, as reações, a subjetividade inerente a todo ser humano (VERGARA, 2009). A observação participante e a experimentação, também foram métodos os trabalhadurante as oficinas no município e Japeri. As oficinas foram realizadas para 30 moradores da cidade, onde estes puderam desenvolver mapas e alternativas de educação ambiental e valorização da região, jogos de consumo responsável e planejamento financeiro familiar. Resultados e Discussão Como resultados da extensão no período compreendido entre os meses de abril a dezembro de 2011, podem ser destacados a interação com moradores dos municípios trabalhados, assim como o levantamento de informações sobre lugares, pessoas e oportunidades da região. Além disso, as oficinas realizadas na cidade de Japeri, o concurso cultural e o levantamento de artistas locais, toda a experiência e seus resultados, materializados, divulgados e eternizados, na publicação da Revista. 5 Os alunos que participaram das atividades afirmaram desenvolver conhecimentos além das salas de aula, percebendo-se que a extensão é uma importante ferramenta de transformação dos conhecimentos teóricos em boas práticas sociais. A maioria dos discentes que participou do projeto é moradora da Baixada, e entretanto, mostraram-se surpreendidos com a nova imagem que construíram sobre o lugar, agora percebido como potência para o turismo cultural, esportivo, de aventura e para o ecoturismo, ao perceberem o lugar com interessantes atrativos naturais, patrimônios tombados, residido por pessoas engajadas e inovadoras. Conclusão Há, na região, muitos grupos e indivíduos organizados para o desenvolvimento e a preservação cultural e ambiental do local. Percebeu-se que há um bom nível de conhecimento das comunidades a respeito das soluções locais, de acordo com as necessidades de cada município. A 2ª Edição da Revista “Destinos – Olhares Além da Fachada” cumpriu com o objetivo de divulgar parte do que está oculto na Baixada Fluminense, como as belas paisagens e pessoas que vivificam a região culturalmente. A educação, a arte e a cultura são peças fundamentais para o desenvolvimento e a sustentabilidade local. Referências BERGER, Peter. Perspectivas Sociológicas - Uma Visão Humanística. 9 ed., Petrópolis: Vozes, 1989. 202 p. BRIGGS, Asa. O conceito de lugar. In: A Humanização do Meio Ambiente. Simpósio do Instituto Smithsoniano. São Paulo: Cultrix, 1972, p. 74-95. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 34ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 2006. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Cidades@. Disponível em <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em 01/11/2011. JEZINE, Edineide. As Práticas Curriculares e a Extensão Universitária. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, II. Belo horizonte, 2004. MAUSS, Marcel. Ensaio Sobre a Dádiva, Forma e Razão da troca nas Sociedades Arcaicas. In: Sociologia e Antropologia. 2003 SOUZA, Janaina Nascimento Simões de. Identidade e Representação: os Moradores da Praia do Aventureiro – Ilha Grande – RJ. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2013. 405 p. TUAN, Yi-Fu. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. Tradução de Lívia de Oliveira. São Paulo: DIFEL, 1983. 250 p. VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de coleta de dados no campo. São Paulo: Atlas, 2009. O USO DO VÍDEO COMO FERRAMENTA PARA A SENSIBILIZAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO CUIDADO A FAMÍLIA HOSPITALIZADA Área Temática: Saúde Responsável pelo trabalho: Jaqueline Muniz Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) Jaqueline Sena Muniz¹; Eude Alves Barbosa²; Kátia Santana Freitas³. 1- Acadêmica do oitavo semestre de Enfermagem da UEFS. Membro do Núcleo Integrado de Estudos e Pesquisas sobre o Cuidar/Cuidado (NUPEC)- UEFS. Bolsista do Projeto de Extensão “Produção do cuidado para a promoção do conforto de famílias no Hospital Geral Cleriston Andrade”. 2- Professora do Departamento de Saúde da UEFS. Pesquisadora do NUPEC. Integrante do projeto de extensão “Produção do cuidado para a promoção do conforto de famílias no Hospital Geral Cleriston Andrade”. 3- Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta do Departamento de Saúde da UEFS. Pesquisadora do NUPEC. Coordenadora do projeto de extensão “Produção do cuidado para a promoção do conforto de famílias no Hospital Geral Cleriston Andrade”. RESUMO: O presente estudo objetivou relatar à experiência da elaboração de um vídeo informativo com intuito de sensibilizar a equipe de enfermagem para a promoção do conforto de famílias em situação de hospitalização A elaboração do vídeo constou de uma fase preparatória, resultante de leituras de textos e artigos que tinham ênfase na promoção de conforto o acolhimento a esses familiares, seguida da fase de síntese dos materiais selecionados. Após a visualização do vídeo, os profissionais mostraram-se sensibilizados e dispostos a melhorar o vinculo e diminuir o distanciamento com as famílias. Conclui-se que a tecnologia aplicada além de promover a sensibilização dos profissionais a cerca da temática família e conforto, foi importante para que os mesmo assumissem uma reflexão crítica a cerca do seu modo de trabalho. Palavras-chave: Família; Conforto; Informação. Introdução A internação hospitalar gera diversos desconfortos ao paciente e seus familiares, como medo, insegurança e ansiedade. O desconhecimento da condição clínica, tratamento e a mudança para um ambiente onde as normas e rotinas são estranhas, potencializa negativamente essa situação (SALIMENA et.al 2011). De modo geral, as instituições hospitalares e suas equipes não estão preparadas para receber os familiares, a indiferença com a qual os acompanhantes/ familiares são tratados chama atenção para uma abordagem humanizada desses indivíduos. Para a promoção do conforto e cuidado humanizado efetivo deve haver uma sensibilização da equipe de atendimento hospitalar, a fim de que a presença do familiar seja considerada pela equipe de enfermagem uma aliada no cuidado, pois ao estabelecer relações de vínculo e confiança, a família pode colaborar na recuperação da pessoa hospitalizada. Para isso, a comunicação efetiva através do fornecimento de informações para atender as necessidades de conforto da família, esclarece dúvidas e ajuda o familiar a sentir-se digno e reconhecido (SZARESKI, 2009). Para tanto, é fundamental que os profissionais de enfermagem fortaleçam as relações humanas, estejam atentos à vulnerabilidade dos familiares e estabeleçam uma relação de confiança e segurança com o objetivo de atender às suas demandas para a promoção do conforto (PETTENGILL; ANGELO, 2005). Devido a continua interação com as pessoas hospitalizadas, os profissionais de saúde são apontados como as pessoas estratégicas para o cuidado a família, no entanto, esses profissionais de enfermagem podem não estar conscientes do significado de conforto para a família, o que pode influenciar negativamente na identificação das medidas de conforto efetivas para a sua promoção. Este estudo objetivou relatar à experiência da elaboração de um vídeo informativo com intuito de sensibilizar a equipe de enfermagem para a promoção do conforto de famílias em situação de hospitalização. Metodologia Trata-se de um relato de experiência sobre a elaboração de vídeo que tem como publico alvo os profissionais de enfermagem que atuam nas unidades de clinica medica e centro cirúrgico de um hospital público do interior da Bahia, durante a vivência no Projeto de Extensão da Universidade Estadual de Feira de Santana intitulado “Produção do cuidado para a promoção do conforto de famílias”. A elaboração do vídeo constou de uma fase preparatória, resultante de leituras de textos e artigos localizados nas bases eletrônicas Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO), que tinham ênfase na promoção de conforto aos familiares de pacientes hospitalizados nessas respectivas unidades e na postura da equipe de saúde ao promover o acolhimento a esses familiares. Foram encontrados 10 artigos. Após a leitura, iniciou-se a fase de síntese dos materiais selecionados. Em seguida foram agendadas reuniões, com os membros do Projeto Produção do cuidado, para sumarização das ideias centrais e discussão dos tópicos a serem trabalhados no vídeo. Foi elaborado um roteiro com os temas a serem desenvolvidos para a análise prévia dos participantes do projeto. A seguir, foram elaborados os slides a serem inseridas informações referentes às temáticas escolhidas, bem como as imagens que representassem a informação, e por último a trilha sonora a ser executada durante a apresentação. Os encontros para a apresentação ocorreram em uma sala privativa no hospital. Os materiais utilizados para a reprodução do vídeo na clínica médica e cirúrgica foram projetor multimídia e notebook. Resultados e Discussões Os conteúdos abordados no vídeo tinham por finalidade promover a sensibilização e reflexão crítica da equipe de enfermagem a cerca da temática família e conforto, então o mesmo era composto por frases e imagens que contemplava os desconfortos vividos pela família durante o processo de hospitalização, além disso, continham orientações para a o estabelecimento de uma relação harmoniosa entre o profissional de saúde e a família. Após assistirem ao vídeo, os profissionais mostraram-se sensibilizados e dispostos a melhorar o vínculo e diminuir o distanciamento com as famílias, aprovando, portanto a proposta educativa, mostrando-se agentes colaboradores para que o projeto pudesse se consolidar no hospital. A temática acolhimento dos familiares foi a que mais despertou o interesse para a discussão, alguns presentes relataram que a falta de tempo provocado por um número escassos de profissionais nos hospitais público dificultam a relação inicial com as famílias, uma vez que a prioridade nesse momento é prestar assistência ao paciente. Outros pontos também foram contemplados na discussão como a falta de assistência ao bem estar psíquico dos profissionais, sendo que os mesmos também passam por alterações emocionais e modificações em suas rotinas devido à jornada de trabalho e a forma ríspida que alguns familiares abordam o profissional dificultando ainda mais a criação de uma relação harmoniosa entre os mesmos. Implementações de temáticas para serem abordados no vídeo foram solicitados por alguns profissionais principalmente na perspectiva de melhorar o vinculo entre família e profissionais de saúde, tendo como ênfase a ideia central que gentileza gera gentileza. Conclusões Essa tecnologia de cuidado foi evidenciada como uma ferramenta importante na prática clínica diária, sendo um método de sensibilização para os profissionais de saúde, fazendo-os melhorar alguns conceitos, reaver algumas posturas, resultando numa relação mais harmoniosa com os familiares. A visualização do vídeo para esses profissionais além do caráter educativo, também tornou-se um estímulo para exporem suas idéias, solicitar por mudanças e apoio. Assim, o vídeo que antes tinha como abordagem central a promoção do conforto de famílias, transformou-se uma ferramenta impar para a troca de experiências entre profissionais do serviço de enfermagem e integrantes do projeto. O cuidado centrado na família tem sido pouco discutido nos cursos de graduação em Enfermagem, e ao considerar que a formação universitária se refletirá na assistência prestada e na forma como ocorrerá o acolhimento às pessoas e suas famílias. Essa pratica é relevante, pois estimula nos graduandos de enfermagem o olhar crítico sobre esses sujeitos e o reconhecimento da importância da promoção do conforto às famílias de pessoas hospitalizadas. Referências SALIMENA, A. M. O; ANDRADE, M.P.; CARDOSO, M.C. Familiares na sala de espera do centro cirúrgico: sentimentos e percepções. Cienc Cuid Saude, v. 10, n. 4, p. 773-780. 2011. PETTENGILL, M. A. M.; ANGELO, M. Vulnerabilidade da família: desenvolvimento do conceito. Rev Latino-am Enfermagem, v.13, n.6, p.982-988, 2005. SZARESKI, C. O familiar acompanhante no cuidado ao adulto hospitalizado na perspectiva da equipe de enfermagem. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, 2009. RELATO DA EXPERIÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO NO PROJETO EXTENSIONISTA RONDON: OPERAÇÃO VANDERLEI ALVES Área temática: Comunicação Responsável pelo trabalho: P. MANTOVANI Instituição: Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Autores: Paula Maria Mantovani1; Leandro Correa dos Santos2; Gilson Campos Ferreira da Cruz3 Resumo O presente trabalho vem relatar as experiências vividas por alunos universitários, que participaram da Operação Vanderlei Alves, do Projeto Rondon nos estados do Paraná e Santa Catarina, realizado pela UDESC em parceria com outras instituições de ensino, e como que este projeto extensionista amplia a formação profissional e social do indivíduo participante. Este trabalho também faz uma breve descrição dos métodos empregados para a elaboração e execução das atividades, a escolha dos temas a serem trabalhados e dos objetivos a serem alcançados através da execução do projeto. O Projeto Rondon permite que os acadêmicos coloquem em prática tudo o que aprenderam na faculdade através de atividades multidisciplinares, em equipes formadas por outros acadêmicos de diferentes cursos, áreas de formação e instituições de ensino, com o intuito de promover o bem estar social da comunidade através do trabalho voluntário, promovendo palestras de conscientização, oficinas e atividades lúdicas, promovendo não só a transmissão de conhecimento dos alunos para as pessoas beneficiadas pelo projeto, mas o enriquecimento curricular do acadêmico, que muito aprende através do contato direto com a sociedade para o qual está sendo preparado para atuar. Palavras-chave: Rondon, extensão, comunidade Introdução O Projeto Rondon oportuniza o trabalho interdisciplinar e uma vivência maior com questões sociais. Como todo projeto extensionista, busca oferecer as condições apropriadas para que o acadêmico possa colocar em prática tudo aquilo o que aprendeu até então no curso superior, através de trabalhos voluntários, oficinas e atividades que beneficiem a sociedade. As oficinas buscam atender a demanda da sociedade. Em geral, está voltada ao atendimento a famílias carentes dos. município. As atividades mais desenvolvidas foram as de prevenção e combate às drogas, sexualidade, recreação, campanhas contra o bullying, entre 1 2 Acadêmica de Graduação do Curso de Geografia Acadêmico de Graduação do Curso de Geografia Professor Adjunto do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa/Doutor em Ciências, área de concentração em Geografia Física, pela Universidade de São Paulo. 3 outras. As atividades e oficinas são organizadas e realizadas pelos próprios acadêmicos. Em razão da multidisciplinaridade das equipes, a área de abrangência e o número de pessoas beneficiadas tende a ser maior. Segundo Virgolin e Krug (2011) A participação dos universitários no projeto visa mobilizar diferentes setores da sociedade em benefício dos municípios de baixo desenvolvimento social. Busca a melhoria das condições de vida dessas comunidades, através da capacitação de multiplicadores. A importância do trabalho está essencialmente na busca da promoção do bem estar social, através da colaboração dos extensionistas na resolução de questões pertinentes e importantes à comunidade, através de campanhas de conscientização, palestras informativas e oficinas. Material e Metodologia As oficinas são desenvolvidas por, no mínimo, duas pessoas e todos do grupo participam das oficinas, revezando-se ao longo dos dias, ou seja, nunca um acadêmico rondonista desenvolve apenas um tipo de oficina, mas sim várias delas. Os materiais utilizados geralmente são cedidos pela prefeitura, escolas ou instituições. A participação o da comunidade é algo imprescindível para o sucesso da operação. A maioria das pessoas atendidas são de regiões de periferia, com baixo nível escolar e com vários problemas sociais, como drogas, criminalidade e infraestrutura precária ou inexistente. As oficinas tratam de assuntos importantes para a sociedade, buscando um maior aprofundamento e/ou abrangência na questão pelo público alvo. Diversas temáticas são abordadas, como a educação sexual, vocação profissional, consciência ambiental, participação do jovem na sociedade, entre outras. O Projeto Rondon também promove a simples participação dos acadêmicos em programas e atividades corriqueiras da cidade, onde os estudantes tem a oportunidade de experimentar uma breve imersão social e cultural através do contato mais direto com a comunidade. As atividades são realizadas em centros de convivência da terceira idade, APAE’s, escolas, creches, casas de repouso, hospitais e demais instituições direcionadas ao bem estar da comunidade. São promovidas brincadeiras dançantes, rodas de conversa, atividades lúdicas, artesanato, entre outras. Os acadêmicos também assistem a apresentações culturais realizadas pela comunidade, onde se observa a cultura e as origens daquele povo. Antes de toda e qualquer atividade são analisados o público alvo e a faixa etária a que se destina tal oficina para que se atinjam os objetivos e resultados favoráveis. Os materiais utilizados nas oficinas são em maioria doados por instituições participantes do projeto, que podem ser da própria cidade onde o mesmo está sendo realizado (prefeitura, secretaria da educação, núcleo de ensino) como também doados pelas universidades participantes. Dentre os materiais utilizados estão os preservativos, panfletos, tinta, pincéis, folhas de ofício, lápis de cor, canetinhas, e entre tantos outros materiais são utilizados e também reciclados. Resultados e Discussões Durante as atividades a Operação Vanderlei Alves em São Bento do Sul, Mafra e Rio Negro, foram realizadas diversas ações, principalmente na forma de oficinas, dentre as quais podemos destacar: meio ambiente, drogas, sexualidade, higiene e recreação, testes vocacionais, oratória, empreendedorismo, cine rondon, saúde na praça, auto medicação, cooperativismo e associativismo, artes cênicas, também foram realizadas revitalizações de hortas, jardins e distribuídos abraços grátis Em São Bento do Sul as atividades ocorreram de forma simultânea assim as faixas etárias abrangidas pelo projeto eram as mais variadas.O trabalho nos Cras evidenciaram diferentes realidades vividas pela comunidade carente e no desenvolvimento das oficinas várias histórias contadas pelas próprias crianças que e ali estavam tornou o momento mais participativo levando a conclusão do trabalho a uma grande roda de conversas (Figura 1). Figura 1 - Visita à APAE uma ação rondonista durante a Operação Vanderlei Alves em São Bento do Sul- SC Em Mafra, o colégio Beija-flor, que serviu de alojamento para os rondonistas teve a horta e a arena de apresentações revitalizadas. Os alunos participaram de oficinas de artesanato e robótica, onde construíram seu próprio robô. Os alunos da rede pública municipal participaram de palestras sobre educação sexual, participação política e carreira profissional (figura 2). Figura 2 - Alunos participam de palestra sobre educação sexual durante a Operação Vanderlei Alves em Mafra – SC No caso de Rio Negro um dos marcos do trabalho foi a atividade desenvolvida na praça da cidade, quando, em parceria com os bombeiros e com a Secretaria Municipal de Saúde, foi desenvolvida a atividade Saúde na Praça, onde foram feitas verificações de IMC, com dados de altura, peso e informações gerais das pessoas, além do que foi medida a pressão e a glicemia. Muitas pessoas aproveitaram esta ação, que teve em paralelo uma roda de chimarrão (Figura 3). Figura 3 - Saúde na praça, uma ação rondonista durante a Operação Vanderlei Alves em Rio Negro – PR Conclusões Em São Bento do Sul os trabalhos foram se tornando cada vez mais marcantes com o decorrer dos dias. A interação e a vivência do grupo tornou o desenvolvimento das oficinas mais tranquilos. Na APAE, o trabalho realizado à tarde foi de grandes experiências e muito aprendizado. Eles transmitiam sempre uma grande alegria e apresentavam o que eles mesmo criavam e confeccionavam em seu dia a dia. Em Mafra, a participação da comunidade foi essencial para o sucesso da operação. As pessoas mostravam-se interessadas nas atividades propostas pela equipe. Por ser uma cidade pequena, seu povo hospitaleiro contribuiu muito para a troca de experiências entre os rondonistas e a comunidade. Nos três municípios o apoio das prefeituras foi de grande importância para a Operação, pois deram todas as condições necessárias para a realização e desenvolvimento do projeto. Referências Bibliográficas OPERAÇÃO Vanderlei Alves. Disponível em http://www.velhotrem.com/operacao-vanderleialves/ Acesso em 30 mar. 2014 VIRGOLIN, Isadora Wayhs Cadore. KRUG, Marília de Rosso. Projeto Rondon: Um relato de experiência de extensão. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd156/projeto-rondonexperiencia-de-extensao.htm. Acesso em 30 mar 2014 A PRODUÇÃO AUDIOVISUAL NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUIVOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA: RECONHECENDO A IDENTIDADE DO ARQUIVISTA EM VÍDEO Área temática: Comunicação. Responsável: Rafael Chaves Ferreira. Instituição: Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Autores: Rafael Chaves Ferreira 1; Luiz Vilnei Possebon Filho 2; Douglas Ricardo Fortes Das Chagas3. Resumo: O trabalho de produção audiovisual a respeito de quem é o arquivista justifica-se por proporcionar aos arquivistas em formação, no caso os acadêmicos do Curso de Graduação em Arquivologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), reconhecer um pouco mais a atuação desta área profissional. Por meio de reuniões com a equipe de trabalho, definição de referencial teórico-conceitual, confecção de roteiro de entrevista, realização de entrevistas, cruzamento de informações levantadas, criação de roteiro do vídeo, definição de equipamentos e atores, filmagem e posterior edição de vídeo, é que foi possível, ao final, apresentar um produto capaz de ser dinâmico e ao mesmo tempo inteligível. Assim, buscou-se inovar fazendo um intercâmbio de conhecimentos tanto de pesquisa, ensino e extensão na disciplina Perspectivas Profissionais do Arquivista, em que parte da identidade deste profissional tornou-se mais visível caracterizando seu comportamento, atividades profissionais, subsidiando acadêmicos a ter inquietações sanadas ao iniciar algo chamado formação: acadêmica, profissional, social e ‘de vida’. Palavras-chave: Arquivista; produção audiovisual; identidade profissional. Introdução O Curso de Graduação em Arquivologia4 da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)5 foi instalado em 1977, mais precisamente há 37 anos. Dentre seus objetivos, 1 Participante do projeto. Arquivista do Centro de Educação Superior Norte - RS (CESNORS) da UFSM. Mestrando do Programa de Pós-Graduação Profissional em Patrimônio Cultural da UFSM. Aluno do Curso de Pós-Graduação Especialização a Distância em Gestão em Arquivos da UFSM. 2 Participante do projeto. Acadêmico do Curso de Graduação em Arquivologia da UFSM. 3 Participante do projeto. Acadêmico do Curso de Graduação em Arquivologia da UFSM. segundo seu atual Projeto Pedagógico de Curso (PPC)6, tem-se “[...] contribuir aos fins educativos institucionais, reforçando papéis, implementando ações capazes de contribuir com a formação de um cidadão capaz de atuar no contexto social, comprometido com a construção de uma sociedade mais justa, solidária e ética [...]” (UFSM, 2004). Ainda conforme o PPC do Curso, visualizamos o que diz quanto ao perfil desejado do formando e verificamos que o Curso tem por finalidade: [...] formar profissionais com domínio de conteúdos arquivísticos e interdisciplinares, capazes de interagir com o contexto através da implementação de práticas que contribuam com o benefício social; de compreender a realidade e atuar na solução de problemas através da reflexão crítica e da intervenção com o emprego do conhecimento de buscar aprimoramento contínuo e observar padrões éticos de conduta. (UFSM, 2004) Questiona-se: de que maneira(s)? Com que recurso(s)? Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo a produção audiovisual, como meio dinâmico e ao mesmo tempo inteligível, a respeito de quem é o arquivista, sua identidade profissional, que por vezes não é reconhecido – no sentido de não se conhecer suas competências, suas responsabilidades, seu campo de atuação – pelos próprios arquivistas em formação, os acadêmicos de Arquivologia. Por esta perspectiva, foi possível, por meio da iniciativa de um grupo de acadêmicos em realizar um projeto de extensão inserido nas atividades de ensino da disciplina Perspectivas Profissionais do Arquivista 7, produzir um vídeo que viesse a agir como subsídio para esclarecer possíveis dúvidas de acadêmicos que estão ingressando no Curso de Graduação em Arquivologia da UFSM. Material e Metodologia Neste projeto de extensão8, para que seu objetivo fosse alcançado, foi indispensável um método, ou seja, o emprego de processos e operações próprios em uma investigação, 4 Curso criado em 10 de agosto de 1976 pelo parecer nº 179/76 do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão da UFSM, tendo sua instalação em março de 1977, sendo o primeiro curso de graduação em Arquivologia criado por uma universidade. 5 Instituição Federal de Ensino Superior criada pela Lei Nº 3.834-C de 14 de dezembro de 1960, com a denominação de Universidade de Santa Maria, instalada solenemente em 18 de março de 1961. 6 Currículo de Curso Superior, anteriormente denominado Projeto Político Pedagógico de Curso (PPP). O vigente hoje no Curso de Arquivologia data de 2004. 7 Disciplina complementar de graduação (DCG), ofertada pelo Curso de Graduação em Arquivologia da UFSM, que tem por objetivo “preparar o futuro profissional para a realidade encontrada o mercado do trabalho, discutindo pontos relacionados à formação, postura profissional, novos nichos arquivísticos, abrindo espaço para relato de experiências de egressos do Curso de Arquivologia da UFSM.” (UFSM, 2004). 8 Projeto “Arquivista em movimento: o profissional no vídeo”, registrado no GEAIC/UFSM sob o nº 033318. isto quer dizer, procedimentos intelectuais e técnicos (GIL, 2008). As atividades do projeto iniciaram em outubro de 2012, enquanto sua finalização ocorreu em fevereiro de 2013. Basicamente, foi empregado para o seu desenvolvimento: - reuniões com equipe de trabalho, composta por quatro acadêmicos e uma docente, a qual era responsável pela disciplina e também coordenadora do projeto; - definição de referencial teórico-conceitual por meio de pesquisa em livros, periódicos, sítios eletrônicos e outras fontes que vieram a enriquecer a fundamentação teórica, destacando os relacionados a: o comportamento profissional, o perfil e a visibilidade do arquivista, a área arquivística no mercado de trabalho brasileiro, a metodologia de entrevista e a produção de vídeo; - confecção de roteiro de entrevista, esta como instrumento de coleta de dados; - realização de entrevistas em um número de três arquivistas – uma arquivista aposentada, outra atuante em instituição pública e a última docente – para ter o que se chamou de “referencial real”, e posterior estudo das informações obtidas; - cruzamento destas informações com o que se levantou no referencial teóricoconceitual, tendo como reflexo desta intercepção a efetiva criação e filmagem do vídeo; - criação de roteiro do vídeo; - definição de equipamentos para filmagem: um tripé, uma Câmera Digital Sony Cyber-shot DSC-W560 14.1 mega pixels; - definição de pessoas para atuarem no vídeo, assim como locais para filmagem; - filmagem e posterior edição de vídeo, em que foi utilizado o programa Vegas Movie Studio HD Platinum 10.0; - apresentação do vídeo em sala de aula; - disponibilização do mesmo à Coordenação do Curso e via YouTube. Resultados e Discussões Os resultados que se pretendiam alcançar ao finalizar o projeto estavam relacionados diretamente a cumprir com o objetivo definido. Juntamente a isto, percebeuse que foi possível: - produzir conhecimento a cerca do profissional arquivista em atuação no mercado de trabalho brasileiro; - aplicar uma metodologia que permitiu entender tal produção; - promover espaço para autorreflexão quanto a quem é o arquivista; - oportunizar espaço para diálogo com arquivistas experientes a fim de se reconhecer melhor a identidade deste profissional, contribuindo para a produção do vídeo; - compreender mais a prática arquivística frente à atuação do arquivista em instituições, independente de serem públicas ou privadas, afinal, “seu espaço de trabalho está garantido em toda e qualquer instituição que produza, armazene e disponibilize informação, independente do suporte” (SOUZA, 2011, p. 51); - auxiliar os acadêmicos que estão ingressando no Curso de Graduação Arquivologia da UFSM no sentido de lhes fornecer subsídios para que possam ter noções quanto ao comportamento, perfil e atividades do arquivista inserido no mercado de trabalho brasileiro, deste profissional “[...] polivalente, com conhecimento, ao mesmo tempo amplo e específico, para dar conta do tratamento das informações contidas nos registros documentais produzidos pelas inúmeras atividades da sociedade” (SOUZA, 2011, p. 01); - disponibilizar o produto final deste projeto, o vídeo produzido, à Coordenação do Curso de Arquivologia da UFSM para que esta utilize como modo de aperfeiçoar a inserção dos acadêmicos no Curso, podendo “ser um grande diferencial no processo de informação, e se usado de forma coerente, poderá ser aproveitado todo o seu potencial educativo” (SANTOS; KLOSS, 2010, p. 06); - alcançar satisfação pessoal em estar proporcionando algo que servirá como meio de esclarecer, ao menos um pouco, um possível futuro profissional de indivíduos que estão ingressando no Ensino Superior. Como resultado prático e direto do trabalho, houve a criação do roteiro para as entrevistas, do roteiro do vídeo e este finalizado, com cenas captadas em espaços abertos, como a conhecida Vila Belga, patrimônio histórico e cultural de Santa Maria, Rio Grande do Sul, e espaços administrativos, como os do Departamento de Arquivo Geral (DAG), localizado no prédio da Reitoria da UFSM. O link para acesso ao vídeo encontra-se postado no sítio eletrônico YouTube, no seguinte endereço: http://www.youtube.com/watch?v=mmGtrW5pqiE&feature=youtu.be. Conclusão Na perspectiva de se produzir um vídeo, este projeto teve por finalidade, por meio de seu produto final, permitir aos acadêmicos do Curso de Graduação em Arquivologia da UFSM compreender um pouco o que diz respeito ao arquivista no contexto do mercado de trabalho brasileiro, sendo a produção pensada, em especial, para os acadêmicos que iniciam o Curso. Foram demarcadas questões quanto a “Quem é este profissional?”, “Suas atribuições são postas em ação? Como?”, “Qual a realidade do mercado de trabalho desta área profissional nas instituições brasileiras?”. Apontamentos fundamentais para se ter noção sobre a atuação do profissional que, antes de tudo, é cidadão e deve estar ciente disto. Executado o projeto, com seu produto finalizado, notou-se que houve enriquecimento nos conhecimentos sobre a prática arquivística a todos os envolvidos, despertando o interesse pela continuidade na produção de outros futuros projetos desta natureza. Também, acredita-se que foi possível motivar outros acadêmicos a realizar atividades neste sentido, despertando a criatividade e curiosidade quanto ao ‘mundo arquivístico’ nas mais diferentes mídias. Parte da identidade profissional do arquivista tornou-se mais visível caracterizando seu comportamento, atividades profissionais, subsidiando acadêmicos a ter inquietações sanadas ao iniciar algo chamado formação: acadêmica, profissional, social e ‘de vida’. Referências GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2008. SANTOS, P. R. dos; KLOSS, S. A criança e a mídia: a importância do uso do vídeo em escolas de Joaçaba – SC. In: XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul, 2010, Novo Hamburgo. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2010/resumos/R20-0957-1.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2014. SOUZA, K. I. M. de. Arquivista, visibilidade profissional: Formação, Associativismo e Mercado de trabalho. Brasília: Starprint, 2011, 252p. SOUZA, L. Cresce a demanda por cursos de arquivologia. O Fluminense, Rio de Janeiro, 11 dez. 2011. Disponível em: <http://jornal.ofluminense.com.br/editorias/empregos-enegocios/cresce-demanda-por-cursos-de-arquivologia>. Acesso em: 20 mar. 2014. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM). Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD). Projeto Político-Pedagógico do Curso de Arquivologia. UFSM. PROGRAD: 2004. Disponível em: <http://w3.ufsm.br/prograd/cursos/ARQUIVOLOGIA/>. Acesso em: 02 abr. 2014. ANTROPOLOGIA DA RÁDIO: ESTUDOS SOBRE PRODUÇÃO E DIFUSÃO DE REPRESENTAÇÕES E IDENTIDADES SURDAS1 Coordenação: Msc. Alexandre Mauricio Fonseca de Azevedo Supervisão: Msc. Maria Lizete Sampaio Sobral Bolsista: Leila Chaves INTRODUÇÃO Este trabalho visa apresentar a experiência do projeto de extensão intitulado Antropologia da Rádio: estudos sobre produção e difusão de representações e identidades surdas, que desenvolveu atividades relacionadas aos modos de produção e difusão em meios de comunicação de radiodifusão atuantes nos município de Belém/PA, e de Soure, na Ilha do Marajó, estado do Pará. Mais especificamente, o projeto voltou suas ações para o favorecimento de propostas de inclusão de pessoas surdas moradoras desses municípios, em seu contexto cultural, tendo em vista a restituição e/ou fortalecimento de seus laços sociais. A fim de alcançar tais objetivos, buscou-se a aproximação com as rádios locais, por reconhecermos sua relevância como importantes meios de comunicação que visam, também, a produção de bens imateriais, normalmente dirigidos a um público ouvinte. A possibilidade de alcançarmos com este projeto um público não ouvinte, caso específico das comunidades surdas, corroborou, também, com a formação dos alunos regularmente matriculados nos Cursos de Letras da Universidade Federal do Pará, Campus de Soure e de Belém, que assim puderam dispor de importante campo de experimentação para o desenvolvimento de trabalhos de tradução e interpretação,sobretudo em LIBRAS, desta forma intermediando uma profícua interação entre os meio de comunicação (rádios parceiras do projeto), a comunidade acadêmica, os surdos e o público externo em geral. 1 Projeto de Extensão aprovado no Edital PROEXT 2013 nº 02 do Ministério da Educação (MEC). Dados gerais do Projeto:Esfera de aprovação: Proext 2013/MEC (Edital nº 02); Instituição: Universidade Federal do Pará (UFPA); Período de vigência: de março de 2013 à março de 2014; Unidade Acadêmica: Instituto de Letras e Comunicação (ILC); Subunidade: Faculdade de Línguas Estrangeiras e Modernas (FALEM); Grande área: Ciências Humanas – Antropologia; Área temática principal: Cultura; Linha de extensão: Grupos sociais vulneráveis. Contato do responsável: [email protected] Aspectos metodológicos fundamentais O Projeto Antropologia da Rádio que ocorreu no período de março de 2013 a março de 2014, possibilitou a implementação de ações conjuntas, inclusive o desenvolvimento de novas tecnologias, tais como a criação de dispositivos de conexão virtual (e-mails, sites, e blogger, fanpage), criação e edição de imagens, dentre outros, que favoreceram a comunicação entre ouvintes e não ouvintes. Nesse sentido, a Rádio Guaraní de Soure, com quem, mais intensamente, desenvolvemos algumas das ações do projeto, permitiu que, parte de sua programação de maior audiência no município de Soure fosse gravada e adaptada a um sistema de comunicação audiovisual inserida em plataforma virtual, visualizada via internet. No que diz respeito a esta tarefa específica, os vídeos foram produzidos pela bolsista2 de Soure, que em seguida, dava encaminhamento do material à equipe de Belém e, a partir daí, iniciavam-se os trabalhos de tradução das notícias para a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, e sua respectiva inclusão em plataforma digital. "A inserção do computador inserido na escola pode auxiliar no desenvolvimento de competências do aluno surdo, incluindo a aprendizagem da escrita na língua portuguesa, como segunda língua, e com isso, as tecnologias digitais se mostram como um apoio para acesso a ambientes que promovam interações. " (VIEIRA 2010, p. 8) De acordo com o Blog Antropologia da Rádio, percebemos a evolução do Projeto, assim como por meio do sítio virtual criado para divulgação do projeto, que registrou um considerável número de acessos pelo público. Mais precisamente, foram registradas em torno de mil e quinhentas visualizações do mundo todo. Fundamentação teórica Historicamente, as pessoas surdas tem sido encaradas sob a perspectiva de um estigma, e, muitas vezes, não tem seus direitos individuais reconhecidos, sendo submetidos a práticas de perseguição e segregação social, que lhes deixam profundas marcas. Segundo GOFFMAN (2007), a etimologia do termo “estigma” está intimamente associada aos Gregos, como um elemento de auxílio visual, para reavivar as marcas corporais destinadas a expor o que se tinha de estranho e detestável no status moral da pessoa assim designada. 2 O projeto contou com a participação de bolsistas ouvintes, regularmente matriculados nos cursos de Letras da Universidade Federal do Pará, de um bolsista surdo voluntário, e de uma intérprete de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, todos supervisionados por uma supervisora que atuava em conjunto com a Coordenação do Projeto. A fim de criar situações favoráveis para uma melhor inserção dos surdos no meio social em que vivem, e para promover uma comunicação mais democrática, a fim de favorecer sua efetiva participação na vida social, o Projeto Antropologia da Rádio fundamentou suas propostas de ação na abordagem que Pierre Bourdieu faz em seu trabalho intitulado “A Economia das trocas linguísticas” (1983), em que propõe uma “sociologia da denúncia da dominação linguística”, o que contribuiu como parâmetro à reflexão sobre as relações de dominação linguística no universo dos surdos. O alcance de sua teoria da dominação permitiu vislumbrar, também, a análise de fenômenos linguísticos, circunscritos em relações de dominação específicas contempladas no discurso social, a exemplo do acesso à comunicação radiofônica. Daí, a ideia de que as questões linguísticas acabam se tornando, também, campos de dominação e poder, os quais, por sua vez, estão relacionados a diferentes dimensões da vida comunitária. Na medida em que nos apropriamos das noções debatidas por Bourdieu em ‘A Economia das trocas linguísticas’ para a fundamentação das concepções que nortearam a construção deste projeto, estabelecemos uma posição crítica diante do que podemos entender como a aquisição de uma autonomia pela língua, o que significa dizer, compreender a estrutura da língua, em relação as condições sociais de produção, reprodução e circulação. O termo economia cunhado no texto, indica que não se trata de um campo específico, pois o fenômeno das trocas linguísticas amplia-se sobre diferentes esferas da vida social, inclusive convergindo em questões econômicas, no sentido mais estrito do termo. Com base nas concepções teóricas de Bourdieu, o projeto Antropologia da Rádio buscou compreender possíveis conexões entre o trabalho das rádios e o contexto linguístico em que insere a LIBRAS como a língua de uma minoria que está submetida a um processo de dominação não explícito - pois só quem reflete sobre essa questão linguística pode compreender e reconhecer o fenômeno da exclusão no universo da surdez. Conclusão A disfunção orgânica que caracteriza a surdez, de certo modo, pode interferir de maneira significativa na alternância do sujeito com o seu meio social, sobretudo uma disfunção que ocorre no campo da fala, uma das habilidades orgânicas essenciais dos humanos. Por outro lado, ainda que sejam limitadoras essas questões, nem sempre impedem a realização vital do sujeito na condição de troca com o mundo social. Isso quer dizer que, a despeito da deficiência auditiva, inibidora de relações, o projeto ora apresentado vislumbrou a possibilidade de pensar novas alternativas para explorar os recursos e potencialidades dos surdos no sentido de se fazerem reconhecidos e inseridos na sociedade. Tais reflexões desdobram-se em questionamentos acerca do que se constitui troca comunicativa entre mundos distintos. Isto é, perguntamos “como os deficientes podem estabelecer uma troca na condição de indivíduos considerados diferentes dentro de seu meio?” E ainda, “como as rádios podem contribuir no sentido de favorecer esse processo de reconhecimento da diferença, e de resgatar um lugar mais humano, de inclusão aos surdos? A partir de tais considerações, ponderamos levantar a importância de uma discussão sobre o fenômeno da surdez como uma problemática também social, neste Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, no sentido de qualificá-lo na condição de um estudo antropológico, e para oportunizar reflexões relevantes quanto à deficiência, em especial à surdez - como forma de pensar a integração dos surdos ao meio social. Vale ressaltar, ainda, que as discussões propostas aqui tem um caráter multidisciplinar e, acredita-se, podem favorecer o entrelaçamento teórico com outras temáticas tradicionais que são trazidas à luz das discussões quando se fala de problemáticas sociais, tais como família, infância, poder, trabalho - o que nos permite vislumbrar o fenômeno da deficiência atrelado ao universo de tudo aquilo que constitui a vida dos homens. Resultados alcançados O gráfico apresentado demonstra que os acessos à plataforma de divulgação do projeto, durante o ano de 2013, no período de Março a Dezembro, alcançaram um número próximo a quatrocentas visualizações, e no ano de 2014, apenas no último mês do projeto, fevereiro, chegaram ao número aproximado de 250 visualizações. No primeiro semestre de 2013, foram realizadas Jornadas de Extensão nas cidades de Belém e Soure, para divulgação das ações do Projeto Antropologia da rádio, com a realização de palestras e seminários que tiveram como foco de debate, temáticas tais como cultura, identidade, relações de pertencimento e reconhecimento das comunidades surdas nesses respectivos municípios. No segundo semestre de 2013, foram realizadas oficinas para surdos e ouvintes, que contaram com a participação de alunos dos cursos de Letras da UFPA, professores, tradutores/intérpretes e pessoas e profissionais com interesse na área. As oficinas tiveram como objetivos disseminar a ideia de cultura e Identidade Surda, difundir o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) com suas especificidades e variações linguísticas, auxiliar na complementação da formação dos alunos do Curso de Letras Libras e Português como segunda Língua da Universidade Federal do Pará, uma vez que principalmente os alunos deste curso atuaram como bolsitas do projeto. Sendo assim, os objetivos concernentes à propagação, produção e difusão de representações e identidades surdas, foram alcançados, em acordo com as propostas iniciais delimitadas pelo projeto Antropologia da Rádio. REFERÊNCIAS BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas in Sociologia (Organizador da coletânea: Renato Ortiz; reproduzido de Bourdieu, P. L’économie des échanges linguistique.Langue Française, 34, maio 1977, Traduzido por Paula Montero). São Paulo : Ática, 1983. GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. SANTANA, Ana Paula. BERGAMO, Alexandre. Cultura e Identidade Surda: Encruzilhada de lutas sociais teóricas. Campinas-SP, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v26n91/a13v2691.pdf> Acesso em: 02/02/2014. VIEIRA, Marilene Ferreira. InfoLibras: Perspectiva de inclusão digital para alunos surdos. Tucuruí-Pará, 2010. Curso de especialização (PUC-RIO). Disponível em: <http://ntetucurui.files.wordpress.com/2009/11/marilene_vfinal1.pdf> Acesso em: 02/02/2014. A FALA DOS FEIRANTES DE SANTA QUITÉRIA DO MARANHÃO: UMA ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA DOS “BORDÕES” Orientador (a): Lourdilene Vieira Barbosa Autor (a): Soanne Maria Spíndola Costa Coautores (as): Flaviana Silva Santos Mércia Suyla Sousa Nunes Resumo: o presente trabalho tem como objetivo discorrer e analisar os “bordões” utilizados por esses feirantes reconhecidos através da fala dos mesmos, levando em consideração o nível escolar, bem como os conhecimentos prévios adquiridos e vivenciados do mundo socialdos mesmos. Participaram da pesquisa 25 feirantes, identificados no trabalho como sujeitos. Como fundamentação para nosso trabalho, procuramos base de apoio em autores da área da sociolinguística, principalmente Bagno (2007), Bortoni-Ricardo (2005), Neves (2010), dentre outros. O trabalho se justifica pela necessidade de se compreender tais variações e seus principais causadores, visando sempre que a língua é um fator social e o principal meio de comunicação. Como metodologia para a realização, do nosso trabalho, aplicamos a observação participante, a entrevista, com perguntas e filmagens dos sujeitos em seu local de trabalho. Na analise, analisamos os bordões identificados, de acordo com o direcionamento teórico dos autores que utilizamos, e concluímos que feirantes escolarizados com até, no mínimo, o sexto ano do Ensino Fundamental estão mais próximos das variedades linguísticas mais prestigiadas socialmente, enquanto que feirantes não escolarizados estão mais próximos das variedades estigmatizadas. Palavras-chaves: Fala. Bordões. Sociolinguística.