santo andré, são Bernardo, são caetano, diadema, Mauá, rib.pires e r.g.da serra ANO 3 Nº 92 27 a 30 de março 2009 www. abcdmaior. com.br INFORMAÇÃO 24 HORAS POR DIA O Tigre, que disputa a Série A2 do Paulista, promove mais uma edição de sua peneira; o atacante Raul (foto à esq.) foi revelado nas categorias de base. Página 12 r$ 0,50 Irregularidade troca carne por ovo frito na merenda Dois contratos firmados na gestão do prefeito William Dib, em São Bernardo, deixaram mais de 90 mil crianças comendo ovo frito. O tCE (tribunal de Contas do Estado) avaliou que houve irregularidade e cancelou os contratos, o que deixou as escolas da rede municipal sem carne bovina e de frango no cardápio. Os contratos foram assinados em 2004 e renovados sem licitação em 2006. nesse periodo, dois secretários gerenciaram os contratos: Admir Ferro e neide Felicidade. Sem ingredientes, as merendeiras apelaram para a criatividade para alimentar as crianças e serviram ovos, marcarrão com sardinha e verduras. Pág. 5 Luciano Vicioni Amanda Perobelli Atraso na aprovação da Lei Billings emperra projetos habitacionais A não aprovação da Lei Específica da Billings, que está na Assembleia Legislativa desde outubro, atrasa o processo de regularização fundiária em áreas de manancial. O projeto criará diretrizes para regularizar a situação de 850 mil pessoas que vivem em ocupações irregulares nas margens da represa. Página 9 Luciano Vicioni Represa Billings, que banha cinco cidades do ABCD, completa 84 anos nesta sexta-feira Criatividade culinária: merendeira de escola municipal em São Bernardo frita ovo porque não tem carne para servir Caixa Econômica investe na Região na semana em que o presidente Lula anuncia um programa de construção de 1 milhão de casas populares, a nova superintendente da Caixa Econômica no ABCD, Marjori Oliveira, fala como pretende incentivar os programas habitacionais da Região e o acesso ao crédito. Em entrevista exclusiva, Marjori fala dos investimentos no ABCD. Página 3 Alfabetização de adultos perde verba em Sto. André Professores do MOVA, curso de alfabetização de adultos, dão aulas de graça em Santo André, desde que a Prefeitura suspendeu o repasse de verba. Alunos cirticam decisão do prefeito Aidan Ravin. Página 4 Banco do Povo tem crédito para pequenos comerciantes O programa Banco do Povo - Crédito Solidário empresta dinheiro para quem não tem garantias, avalista ou fiador. Inadimplência é de 0,5%. Página 6 Alma sustentável Vanessa Selicani Sandro Vinícius Ortega Nicodemo, 28 anos, faz parte de uma geração que resolveu subverter os sonhos de quem vira “gente grande”. Nem mansão, nem carro importado, nem muito dinheiro. Ele quer uma casa pequena no meio do mato, produzindo o que come e com uma bicicleta na garagem. Pendurada na bolsa, leva a canequinha plástica para tomar água. Evita comer carne. “São dezenas de litros d’água para se produzir um quilo de carne”, justifica. Utiliza transporte público. Recicla papéis. Em 2001, Sandro caminhava para outra direção, cursando faculdade de Engenharia. Um ano em meio aos números foi suficiente para que percebesse estar perdido. Amanda Perobelli Debaixo de protestos dos pais, que aguardavam a conclusão do curso, decidiu tentar gestão ambiental. Mais pela curiosidade do que por qualquer vocação natural. Um acidente que se transformou num dos maiores encontros dos vinte e poucos anos de Sandro. O ex-estudante de engenharia começava a receber a conversão verde. E absorveu o que aqueles livros e professores falavam sobre consumo desenfreado, fim da água potável, destruição das áreas verdes e de todos aqueles valores invertidos. Sandro sabia, por experiência própria, que faltava apenas uma mudança de olhar, um novo ângulo sobre as coisas para que as outras pessoas percebessem o que para ele era religião. Dentro de ONGs (Orga- nizações Não-Governamentais) e movimentos sociais, o jovem ambientalista resolveu optar por um ativismo mais burocrático. Caçar autoridades e políticos para “vender” suas idéias verdes. “Era a forma de mudar o planejamento das coisas de uma forma mais ampla.” Nesta caminhada, Sandro conseguiu o apoio de todos os candidatos a prefeito da Região no ano passado para a Agenda 21, documento que estipula o papel de cada País para solucionar problemas sócio-ambientais. “Queremos regionalizar estes compromissos para cada realidade dos municípios”, explica. Sandro é inquieto. A paixão pelos desafios trouxe vários empregos, projetos, pessoas e ideias novas. O ambientalista tem desejo de semear. E quando fala de sonhos, perde a subjetividade. “Queria mesmo perceber que o mundo caminha para a sustentabilidade.” Sandro Vinícius Ortega Nicodemo: ‘Desejo de semear’ ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 02 Não ao desenvolvimentismo Editorial O ABCD MAIOR se propõe contribuir para que a Região encontre o caminho do crescimento econômico, com democracia, justiça social e equilíbrio ambiental. Uma direção bastante distinta do desenvolvimentismo pregado por alguns, que só enxerga o crescimento econômico sem medir os meios utilizados para alcançá-lo. Esta edição é particularmente rica de conteúdos que mostram esta orientação editorial: na pagina 3, a nova superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Marjorie Soraia de Oliveira, explica a proposta do governo federal de construir um milhão de casas; na página 9, e com artigo do deputado Alex Manente publicado nesta página, o ABCD MAIOR discute a lei específica da Billings, cujo objetivo deveria ser a preservação de um dos principais patrimônios ambientais da Região. Da mesma forma, discute também a falta de recursos para o Mova em Santo André (página 4). O equilíbrio na cobertura de projetos para tirar a Região e o País da crise e as preocupações com o social e o meio ambiente está no cerne da proposta editorial deste jornal. Ao contrário de muitos veículos, o que importa é trazer ao leitor informações que possam ajudá-lo a entender os vários ângulos da realidade em que vive. Sem preconceitos, sem partidarismo, sem encetar campanhas contra autoridades, como a que vem vitimando a Secretária de Educação de São Bernardo, Cleusa Repulho, também ouvida nesta edição (página 5). A matéria sobre a crise da merenda escolar, em São Bernardo, que trazemos em manchete, levanta um pouco do véu que esconde as verdadeiras razões desta campanha contra Cleusa Repulho. E a irrregularidade na concorrência da merenda escolar em São Bernardo, responsabilidade do governo Willian Dib, revelada nesta edição é apenas a ponta de um iceberg. Um iceberg que já mostrou sua extensão em CPI realizada na Câmara Municipal de São Paulo e nas várias denúncias de corrupção registradas em torno desta questão. Responsável por contratos milionários em prefeituras de todo o País, ele também exige a atenção de quem quer pensar o desenvolvimento regional com democracia e justiça social. Antonio Ledes Lei da Billings: responsabilidade de todos Alex Manente* Prioridade - A Prefeitura de Sto. André reforma calçada da av. Perimetral para aumentar área de estacionamento dos carros. Mas esqueceu de olhar para os pedestres. Mulher negra: sujeito de luta Ivete Garcia* Artigo O debate sobre machismo e racismo tem no mês de março duas importantes oportunidades: o Dia Internacional da Mulher (8) e o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial (21). A somatória dessas datas evidencia as múltiplas desigualdades sofridas pelas mulheres negras. Embora no Brasil o racismo seja crime inafiançável e imprescritível, comumente os ‘lugares’ destinados à população negra são de sub-cidadania, estabelecendo-se uma ordem incontestável na escala econômica e social – homem branco, mulher branca, homem negro e mulher negra. Essa ordem é expressa na vida concreta das pessoas: no corpo; no trabalho; na cultura; nas oportunidades sociais, políticas e econômicas. No universo de 6 milhões de empregados domésticos, por exemplo, 95% são mulheres e 57%, negras. As mulheres negras se organizam nos mais variados espaços, pelo respeito à dignidade; oportunidades enquanto cidadãs e visibilidade como sujeitos políticos. Me chamou atenção o livro Mulheres Negras do Brasil, de Shuma Schumaher e Erico Vital Brazil. O livro recebeu em 2008 o Prêmio Jabuti (1o lugar na categoria Direitos Humanos). A pesquisa que embasou o livro provocou um profundo mergulho em contundentes silêncios da historiografia brasileira. Segundo os autores, com exceção dos escritos sobre o sistema escravocrata e, por vezes, uma ou outra alusão ao mito Chica da Silva, não se encontraram muitas outras informações sobre mulheres negras em nossos museus, currículos escolares, livros didáticos ou narrativas oficiais. As buscas por justiça social e racial das mulheres negras não podem ficar restritas apenas aos que de alguma maneira foram despertados para esse tema. Em nome da democracia, devemos reforçar essas lutas em nosso cotidiano, reforçar e ampliar os apoios e ações concretas dos movimentos sociais e das instituições públicas e privadas. A superação do racismo e do machismo deve ser cada vez mais uma responsabilidade de toda a sociedade, e não apenas das mulheres e dos homens que enfrentam diretamente seus efeitos no dia-a-dia. * Ivete Garcia é socióloga, mestre em administração e militante feminista. Foi assessora dos Direitos da Mulher na Prefeitura de Santo André; vereadora, presidenta da Câmara e vice-prefeita da cidade. ABCD Maior – MP Editora Ltda. Endereço: Travessa Monteiro Lobato, 95, Centro, SBC – CEP 09721-140 – Fone: 4127-3055. CTP/Impressão: Gráfica Folha da Manhã S/A – Fone: 3224-7712. Diretor e Jornalista Responsável: Celso Horta (Mtb 140002/51/66/SP) – Diretor de redação: Walter Venturini - Editoras: Juliana Finardi e Valéria Cabrera - Redação: Diego Sartorato, Júlio Gardesani, Liora Mindrisz, Renan Fonseca, Vanessa Selicani, Vinicius Morende e Walter Fernandes. Estagiários: Carol Scorce, Cinthia Isabel, Deise Cavignato, Fabiola Andrade, Gustavo Pinchiaro e Paula Cristina. Fotografia: Luciano Vicioni, Amanda Perobelli e Antonio Ledes- Diagramação e editoração: Guilherme Horta – Tratamento de imagem: Fabiano Ibidi - Secretaria: Jéssica D’Andréa - Comercial - Jader Reinecke - Fone 4128-1439 ou e-mail: [email protected]. br. Distribuição: Nadir Leonardi - Cepemi Sistema de Informações e Divulgação. Site: www.abcdmaior.com. br - e-mail: [email protected]. Os artigos são de responsabilidade dos autores e não expressam necessariamente a opinião deste jornal. Publicação bissemanal. Tiragem: 35 mil exemplares. Circulação em Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Marcado historicamente como maior polo industrial do Brasil, o ABCD assistiu na década de 1950 ao desenvolvimento urbano, econômico e liderou a lista de oportunidades de empregos no país. São Bernardo, berço do setor automobilístico que aqueceu a economia regional, herdou não apenas o bônus por se tornar o município mais industrializado, mas o ônus por abrigar milhões de trabalhadores que migraram para suprir a demanda da mãode-obra. Resultado: o crescimento populacional desordenado no entorno da Represa Billings. Devido à falta de controle na ocupação da cidade de forma acelerada e irregular, a Billings tem um quadro preocupante. Embora protegida pela Lei de Proteção de Mananciais, estudo do ISA (Instituto Socioambiental) revelou que o maior reservatório de água da região metropolitana perdeu 6,6% da cobertura florestal nativa entre 1989 e 1999. A pesquisa também apontou que a represa sofreu adensamento urbano de quase 32% neste período. Dez anos mais tarde, retomamos o debate sobre a necessidade de mobilizar o poder público e a sociedade civil para reverter essa situação. Chegamos ao limite das discussões sobre a Lei Específica da Billings, a ser aprovada pela Assembleia Legislativa neste semestre. Em tramitação na Casa desde 2008, a medida trata da regulamentação fundiária no entorno da represa, a solução imediata para evitar a total destruição do principal tesouro natural de São Bernardo. Na análise mais simples sobre a importância da legislação ressalta-se o poder que a Prefeitura terá para aumentar a fiscalização e evitar novas ocupações irregulares. O Executivo terá ainda a capacidade de medir o compromisso ambiental das empresas interessadas em investir na cidade. Será possível buscar parceiros que apóiam a causa, rumo ao desenvolvimento sustentável. Evoluir sem esgotar os recursos naturais para o futuro. Aprovar a Lei Específica da Billings significa garantir às famílias a oportunidade de regularizar os imóveis em áreas de mananciais e torná-las responsáveis pela compensação ambiental. A partir daí, terão o direito de exigir tratamento e redirecionamento do esgoto jogado na represa e cobrar saneamento básico. Levando o discurso adiante, esbarramos na expansão urbana que provocará o Trecho Sul do Rodoanel. A via acelerará a urbanização da bacia e comprometerá ainda mais o manancial. Mais um motivo para insistir na aprovação da matéria antes da conclusão das obras, caso contrário, o avanço populacional não será contido e a Billings sofrerá as consequências. Por conta de todos os pontos expostos, o cidadão terá deveres similares para a manutenção e aplicabilidade da lei, que só será concretizada com apoio da sociedade. Para isso, a criação de uma Escola de Educação Ambiental em São Bernardo também entra na pauta de discussões. A conscientização é a melhor arma para garantir o sucesso de uma medida em favor do meio ambiente e da população. Tornar a Lei Específica da Billings real ao lado do beneficiado direto é a única forma de evitar a propagação de novas residências na área preservada, liquidar a poluição da bacia e salvar a represa. * Alex Manente é deputado estadual pelo PPS e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Represa Billings. ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 03 Caixa discute projetos e investimentos para a Região PAC e habitação são prioridades da nova superintendente da Caixa Econômica Federal no ABCD Fotos: Amanda Perobelli Representantes da regional do ABCD da Caixa Econômica Federal devem se reunir na próxima semana para discutir o programa Minha Casa, Minha Vida, lançado esta semana pelo governo federal. O objetivo é disponibilizar o acesso ao programa, que deverá construir um milhão de habitações em todo o País a partir de abril. O ABCD MAIOR antecipa o debate e traz a entrevista com a superintende regional da Caixa no ABCD, Marjori Soraia Oliveira. Defensora de investimentos sociais e recém-empossada num dos cargos mais estratégicos para a Região, Marjori falou sobre o programa habitacional, acesso ao crédito, crise financeira mundial e PAC. vinicius morende [email protected] ABCD MAIOR – Em quais áreas a Caixa Econômica Federal investirá mais recursos no ABCD neste ano? Marjori Soraia de Oliveira – Principalmente nas áreas de saneamento, habitação popular e nas áreas de mananciais por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Na habitação, especialmente, pois é um ramo que aquece a economia e mantém empregos. Um pedido específico que fiz para a Região é a implementação de ações voltadas para indústria vin- ‘Ações voltadas apar a indústria’ culada às montadoras, setor com um cenário de risco grande. Nós estamos trabalhando para fomentar o crédito e aquecê-lo. Já conseguimos autorização para atuar nos feirões de veículos com uma linha bem simples de financiamento. Estes são os setores com mais atenção, mas todos vão receber. Não vamos deixar ninguém de fora. ABCD – Quanto o PAC deve investir na Região? Marjori – Só no ABCD, temos mais de R$ 500 milhões nas obras do PAC para todos os municípios. Lógico que as obras são proporcionais à base territorial, ao número de habitantes e necessidades. Temos obras fantásticas para o ABCD. Você vê isso pelo número de famílias que vão auxiliar. Tenho muito interesse em termos sociais e em termos ambientais. Tem muita verba do PAC para cuidar da área de mananciais e para regularizar a situação fundiária. Tem também um setor que desenvolvemos muito no ABCD, que é a lucratividade da área comercial, que neste momento de crise é de ex- fazer as mesmas exigências que o Banco Central e isto dificulta o crédito, principalmente em alguns setores mais atingidos. ABCD – Então o dinheiro chega às empresas? Marjori – Não tivemos problema do dinheiro não chegar ao empresário. Desde que a gente perceba que é uma empresa idônea, mesmo em dificuldade, e tem um projeto, o crédito chega nas mãos dela. Nós temos acompanhado esta evolução. Para isso, temos o Proger (Programa de Geração de Emprego e Renda) para apoiar projetos. Mas tem de ter a contrapartida de gerar os empregos que promete. Para segurar os efeitos da crise, não adianta colocarmos um monte de crédito na praça e as pessoas não terem emprego para honrar o crédito. Então, tentamos manter este ciclo aquecido. Marjorie Soraia de Oliveira: ‘Temos R$ 500 mi do PAC para o ABCD’ trema importância. ABCD – A Caixa participará do programa federal para a construção de 1 milhão de residências (“Minha Casa, Minha Vida”). Já há informações sobre o programa no ABCD? Marjori – O que sei dizer é que as casas são para famílias com renda até R$1.370, com grande parte da verba subsidiada. As pessoas pagarão mensalidades de cerca de R$ 20 ou R$ 25. Mas ainda não sabemos orçamento para a Região, quantidades por municípios, se vai ser adequado ao déficit local etc. De qualquer maneira, como a habitação é uma de nossas prioridades, aumentamos o orçamento de R$ 19 milhões em 2008 para R$ 22 milhões neste ano. De acordo com nossos estudos, esta verba gera mais de 370 mil empregos. Mas o orçamento é ilimitado. Aumenta conforme a demanda. No ano passado, oferecemos R$ 31 milhões. A expectativa para este ano é que o resultado será muito maior. ABCD – Com a crise financeira mundial, ficou mais difícil acessar o crédito? Marjori – Nós não alteramos a configuração da análise de risco do tomador. Na verdade, nem o Banco Central exige hoje uma capacidade maior em termos de garantias para as empresas. O que acho é que os bancos privados começaram a ABCD – Nestes últimos meses, a Caixa recebeu mais solicitações de crédito? Marjori – Estamos analisando diversas solicitações de crédito para empresas da Região. Após o início da crise, houve uma procura maior por conta do aumento do risco de crédito nos bancos privados. Nós conseguimos aplicar no ano passado R$ 50 milhões para pessoas jurídicas. Para o ABCD, isso é pouco. Podemos aplicar muito mais. Para este ano, temos orçamento de R$ 70 milhões, mas ele também não tem limite. ABCD – Quais serão as prioridades de sua gestão na superintendência da Caixa no ABCD? Marjori – Em qualquer regional, quem vai assu- mir recebe diretrizes da vice-presidência e da superintendência nacional. No ABCD como nas outras regionais, nós temos de fomentar, principalmente, o desenvolvimento local em habitação, na área social, fazer saneamento. São obras que não aparecem, mas que melhoram a saúde dos moradores. Hoje temos o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como facilitador. O programa mostrou para os prefeitos que é importante fazer estas obras, pois por meio do saneamento você vai economizar futuramente na saúde, por exemplo. ABCD – Qual o papel da Caixa no PAC para a Região? Marjori – Além da superintendência, a área técnica, de engenharia (ambiental, civil etc), está muito envolvida. Funciona da seguinte maneira: o município apresenta sua capacidade técnica e financeira, pois há a exigência de que dê contrapartida do orçamento, e as obras são habilitadas. Então, o recurso chega e fica bloqueado. Os engenheiros da Caixa vão até as obras e verificam se está tudo em ordem, se a etapa foi cumprida. Para isso, há cronogramas físico e financeiro. Caso cumpra a etapa, recebe o valor; se não, o dinheiro fica bloqueado. Nós ainda damos a chance para regularizar. Por exemplo, em São Bernardo, não tinha nenhuma obra iniciada e agora já caminhamos com dois projetos que priorizamos, o do ribeirão dos Couros, para evitar as enchentes na Anchieta, e o Três Marias, para transferir 3 mil famílias de barracos em áreas de manancial para casas de alvenaria em outro lugar. ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 04 Aidan corta verba, mas MOVA resiste em Sto.André Número de alunos dosc cursos de alfabetização caiu pela metade; educadores mantêm aulas sem salários Júlio Gardesani [email protected] Desde que o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), desistiu de pagar todos os contratos da Administração em seu 15º dia de governo, o MOVA (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos) resiste para manter suas atividades no município. Sem o repasse, o MOVA passou de 105 turmas em dezembro para menos de 50 em março. As que continuam, contam com o trabalho voluntário dos educadores, que decidiram manter as aulas mesmo sem receber salário. Mensalmente, Aidan deveria repassar R$ 45 mil ao MOVA-ABC, que possui contrato com a Prefeitura até dezembro deste ano. Sem o repasse referente aos meses de janeiro e fevereiro (não existe sinalização de que a Administração pagará o contrato em março), quase 900 pessoas deixaram de receber a alfabetização. Até dezembro, cerca de 1.600 pessoas frequentavam as aulas; atualmente não chega a 800 alunos. A verba deveria ser usada para o pagamento dos educadores, que recebiam R$ 618 por mês, compra de materiais escolares (canetas, lápis, cadernos e borrachas), manutenção das salas de aula e compra de lanches para as aulas realizadas nos bairros mais carentes. Além disso, o auxílio prestado pela Administração passada ao MOVA foi completamente cancelado: os alunos deixaram de ter aulas de computação e os educadores não possuem mais a assessoria da Secretaria de Educação. Dulceli Aparecida Moura, 39 anos, é um exemplo de educadora do MOVA que decidiu resistir. Mesmo sem receber um real, continua lecionando para cerca de 20 alunos, a maioria idosos, na sede da Sociedade Esportiva Colorado, na Vila Lutécia. “Acredito que o Aidan está com uma política de gueto: todos os programas que o PT abraçou ele quer cortar. Mas o MOVA não é isso e por isso continuo dando minhas aulas como voluntária”, diz Dulceli. Entre as alunas que assistem à aula de Dulceli, está Celina Rodrigues de Lima, 65 anos. Há um ano e três meses participa das aulas, aprendeu a ler, escrever e fazer contas no MOVA, mas está decepcionada. “Antes tinha lanche. Não tem mais. Não temos mais os cadernos, nem lápis, nem nada. Eu votei no Aidan, mas me arrependo. Fui pela cabeça dos outros. O prefeito precisa saber que não somos burros. Ah, se eu pudesse falar com esse homem!”, fala Celina, em tom desafiador. Ao lado de Celina, Marta André Domingos, 64 anos, também se revolta. “Eles vieram falar que quem tem até 50 anos deve ir para escola municipal e quem tem mais de 60 deveria ficar em casa. Com 60 anos aprendi a ler, escrever, nadar e bordar. Não somos burros, senhor prefeito”, desabafa. A Prefeitura de Santo André foi procurada, mas não respondeu à reportagem do ABCD MAIOR. Fotos: Luciano Vicioni “Antes tinha lanche. Não tem mais. Não temos mais os cadernos, nem lápis, nem nada”. Aula do Mova em Santo André:professores dão aula sem recursos da Prefeitura Decisão caminha na contramão do ABCD Um dos coordenadores da Comissão Nacional do MOVA, Ionildo Gomes de Aragão, acredita que Aidan caminha na contramão dos demais municípios do ABCD ao suspender o repasse. “Não havia a necessidade de parar o atendimento e o repasse. O que acontece é que o Aidan tem o entendi- mento que o MOVA é uma prática de partido, mas não é. As pessoas que estudam no MOVA não têm partido, são moradores que o elegeram”, afirmou Aragão. Em São Bernardo, a nova Administração já deu início ao projeto e até o final do ano deverá firmar a parceria com a instituição. De acordo com Aragão, existem 30 turmas em São Bernardo, mantidas pelo MOVA-ABC, que recebe verbas da iniciativa privada. Em Diadema, são 70 salas mantidas com apoio da Prefeitura. Mauá já deu início ao processo contratual: 30 salas serão abertas até o final do ano. Para 2009, a meta é aumentar para 90. (JG) Iniciativa privada poderá ajudar projeto Para tentar impedir que as aulas sejam paralisadas em Santo André, o coordenador do MOVA-ABC, Francisco Duart de Lima, o Alemão, pretende buscar parcerias com a iniciativa privada através do programa de adoção de alunos ou salas. “Estamos tentando, as- sim como durante a gestão do ex-prefeito William Dib (PSB), em São Bernardo, que impediu a implementação do MOVA, verbas de empresas e comerciantes. É uma lástima a decisão de Aidan. Para se ter uma idéia, a cidade de São Paulo tem 500 turmas do MOVA”, garantiu Alemão. Celina Rodrigues de Lima, 65 anos Um aluno adotado pode custar até R$ 72 mensais. Para adotar uma sala inteira, com toda a estrutura, são quase R$ 700 por mês; também existe a possibilidade de adotar uma sala por R$ 300, custeando apenas os materiais didáticos e um pequeno auxílio para o educador. (JG) Com 60 anos aprendi a ler, escrever, nadar e bordar. Não somos burros, senhor prefeito”. Marta André Domingos, 64 anos ONG recebeu de Damo tratamento privilegiado Ex-prefeito de Mauá encerrou mandato com dívidas, mas não deixou de pagar Instituto Sorrindo para a Vida Gustavo Pinchiaro [email protected] O ex-prefeito de Mauá Leonel Damo (PV) encerrou o mandato em 2008 com R$ 217 milhões em dívidas, sendo R$ 17 milhões em contratos e convênios não pagos. Entre os débitos com terceiros, entretanto, o Instituto Sorrindo para a Vida, uma ONG (Organização Não Governamental), foi o único a ser privilegiado, de acordo com o secretário de Saúde e vice-prefeito da Cidade, paulo Eugênio (PT). A instituição, que recebeu cerca de R$ 76 milhões da Prefeitura, teve todas as parcelas pagas. A última parcela paga ao instituto foi na gestão do prefeito Oswaldo, sob pressão de cortar os serviços na Saúde, caso o valor não fosse acertado. O valor cobrado pelo instituto era de R$ 3,2 milhões. Questionada por Paulo Eugênio, a entidade não teve como justificar todos os gastos. “Representantes do instituto chegaram na Prefeitura com uma folha sulfite e justificaram apenas metade dos gastos”, contou o secretário. De acordo com Paulo Eugenio, ainda assim, o Sorrindo para a Vida tentou receber os R$ 3,2 milhões, alegando que a metade do montante, não gasta, ficaria armazenada em uma espécie de “fundo”, para caso a Prefeitura quisesse executar outros projetos e programas. “Disseram que aquele dinheiro ficaria na reserva técnica. Sabendo da dificuldade financeira da nossa cidade, onde o ex-prefeito (Leonel Damo, PV) não pagou sequer o salário de dezembro do funcionalismo, pagamos só a metade, os encargos, e mandamos um oficio dizen- do que não tinha mais projetos e programas”, explicou Paulo Eugenio. Em 2007, Paulo Eugênio chegou a denunciar que o endereço declarado da ONG era, na verdade, um sex shop na Zona Leste da Capital. Outra questão diferenciada dos demais contratos do Executivo foi o prazo de execução dos serviços. De acordo com Paulo Eugenio, o Instituto tinha compromisso com a Prefeitura por 24 meses e receberia os R$ 76 milhões, no entanto, seis meses antes do final do contrato a verba paga pela Prefeitura já havia acabado. Com o fato, o contrato ficou oficialmente encerrado e não cancelado, como foi colocado pela oposição. “No dia 15 de fevereiro, o secretário de Finanças me liga e fala o seguinte: ‘o empenho desse contrato está esgotado’. Era um contrato de R$ 76 mi- Divulgação Sex shop: endereço foi delcarado como sede da ONG que prestava serviços à Prefeitura de Mauá lhões para ser executado em 24 meses, mas em 18 meses já havia sido gasto tudo. De fevereiro a outubro, o valor desse contrato foi de R$ 5,07 milhões. A sobra permitiu pagar o mês de fevereiro”, detalhou. O Instituto Sorrindo para a Vida foi procurado para esclarecer o caso, pelo telefone fixo da entidade, localizada na Avenida São Luis, 112, República, São Paulo. De acordo com a funcionária identificada pelo nome de Silvania, a entidade só fornece informações técnicas por meio de uma assessoria de imprensa. A assessoria ter- ceirizada da empresa foi procurada diversas vezes pelo telefone, mas não retornou as ligações. Já o ex-prefeito Leonel Damo apenas informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que esse não foi o único contrato honrado durante a gestão. ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 05 Sem carne, alunos se viram com ovo frito na merenda Administração William Dib deixou como herança a São Bernardo contratos cancelados por irregularidades DIEGO SARTORATO e CAROL SCORCE Os mais de 90 mil alunos da rede municipal de ensino de São Bernardo, que conta com 155 escolas de 1ª a 8ª séries, estão desde o início do ano letivo, em fevereiro, comendo ovo frito na merenda por falta de carne. Isso porque dois contratos da Secretaria de Educação para compra de carne bovina e de frango, feitos na gestão do ex-prefeito William Dib (PSB, 20022008), foram considerados irregulares pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) e tiveram de ser cancelados pela atual Administração. O o problema foi o critério de julgamento para avaliação dos preços, que teria priorizado o preço da arroba do boi do dia, e não um valor fixo como determina a lei de licitações. Os contratos foram celebrados em 2004 e renovados, sem nova licitação, em 2006, com a empresa New Quality, de Varginha (Minas Gerais). Ao longo desse período, dois secretários de Educação passaram pela Pasta: Admir Ferro (PSDB), atualmente exercendo mandato de vereador, e Neide Felicidade, considerada, à época, braço direito de Ferro na Prefeitura. A reportagem tentou entrar em contato com a empresa, mas o único telefone encontrado estava fora de serviço. Neide Felicidade também não foi localizada para comentar o assunto. Já Ferro, que, como integrante da Comissão de Fiscalização de Contratos e Convênios da Câmara foi obrigado a pedir esclarecimentos ao prefeito Luiz Marinho (PT) sobre o contrato que ele mesmo deixou irregular quando saiu da Administração, preferiu desconversar: “Eu? Eu não era secretário nessa época. Não sei de nada disso”, resumiu. De acordo com a atual secretária de Educação, Cleuza Repulho, há problemas de Fotos: Amanda Perobelli Merendeira frita ovo em escola municipal de São Bernardo: crianças não tiveram cardápio variado fornecimento e reclamação por parte dos pais de alunos. “Estamos enfrentando essa dificuldade, sim. Recebemos a notificação do TCE e fomos obrigados a cortar a compra de carne e de frango. Já fizemos nova licitação e resolvemos o problema do frango, e agora faremos um novo contrato de compra de carne. Publicamos o edital e faremos o pregão na sexta-feira (27/03). Se tudo der certo, em 15 dias a rede deve voltar a ter carne”, explica a secretária. De acordo com Cleuza, um acordo com os fornecedores de hortifrutigranjeiros garantiu aumento dos estoques de ovos e frutas para balancear a alimentação dos alunos. “Garantimos que, nutritivamente, os alunos não perdessem nada”, avalia. Quem não gostou do corte da carne na merenda foram pais e alunos. Uma das escolas que notificou reclamações para a Secretaria foi a EMEB Graciliano Ramos, no Riacho Grande. A diretora da unidade, Elenir Fagundes Santos, disse que as cozinheiras arriscam a criatividade para driblar o problema. No lugar da carne bovina entram ovos, macar- rão de sardinha e verduras. “Nós nos viramos com o que tem e não deixamos a quantidade de comida diminuir, mas é claro que não substitui. No conselho de educação deixei claro aos pais o problema. Estamos todos ansiosos por mudanças”, conta a diretora, que serve oito refeições por dia nos três turnos da escola aos 362 alunos. Com o frango de volta à mesa, a alimentação dos alunos começa a retonar ao normal, mas a expectativa de pais, alunos e professores é que a situação seja regularizada o quanto antes. A mesma empresa que teve o contrato cancelado em São Bernardo, a New Quality, também está envolvida em uma irregularidade de licitação em Ribeirão Pires, de 2007, que ainda não foi julgada pelo TCE. A Prefeitura de Ribeirão foi procurada para dar mais detalhes sobre o contrato, mas não deu resposta à reportagem sobre o assunto. Fórum Social discutirá Suspensão judicial não salários dos médicos intimida vereadores Encontro de movimentos sociais discutirá valorização do serviço público e do funcionalismo na Região Parlamentares de Diadema vão recorrer até últimas instâncias para garantir benefícios DIEGO SARTORATO [email protected] Karen Marchetti [email protected] O encontro setorial de saúde do Fórum Social do ABCD, que acontece neste sábado (28/03), em Mauá, terá, entre os itens da pauta, os baixos salários pagos aos médicos na rede pública da Região. De acordo com levantamento do Sindicato dos Servidores Públicos de São Bernardo (Sindserv), publicado com exclusividade pelo ABCD MAIOR na última terça-feira (24/03), São Bernardo paga os piores salários para médicos da Região – o piso é de apenas R$ 22 por hora –, menos de metade do que paga Ribeirão Pires (R$ 50 por hora), apesar de ter um orçamento municipal 20 vezes maior que o da cidade vizinha. Ainda assim, os salários das duas cidades estão bem abaixo do que se paga no setor privado. No Hospital Assunção, em São Bernardo, os médicos recebem cerca de R$ 68 por hora. “Vou colocar essa questão lá sim, já que discutiremos qualidade de serviço e terceirização. É um espaço para lidar sobre a valorização do servidor também. Vemos, com os dados que levantamos, que o funcio- Os 17 vereadores de Diadema não se intimidaram com a liminar da Justiça que suspende o pagamento do vale-refeição, de R$ 18 por dia e o 13º salário, de R$ 7.480, e vão recorrer, se necessário, até o STF (Supremo Tribunal Federal). Os benefícios, mesmo sob protestos, foram aprovados nas primeiras sessões deste ano. A liminar é fruto de ação civil pública proposta pelo promotor de Justiça de Diadema Jairo Edward De Luca. O promotor questiona a legalidade de os parlamentares aprovarem benefícios para si mesmos, já que os vereadores não têm direito a nenhuma nário público ganha infinitamente menos que no setor privado. Isso causa um custo alto para a população nos convênios fechados pelas prefeituras e dificuldade em preencher as vagas no concurso público. Ninguém quer vir trabalhar por esse valor, aí falta atendimento”, resume o presidente do Sindserv, Carlos Alberto da Silva, o Ketu. A discussão que se iniciará no Fórum Social do ABCD sobre os baixos salários será levada também à Mesa de Negociação Permanente instituída pelo prefeito Luiz Marinho (PT) na próxima segunda-feira (30/03) e à comissão municipal de trabalhadores da Saúde na quarta-feira (01/04), como forma de encontrar saída consensual e pacífica para a questão. “Vamos ver o que é que pode ser feito de uma forma que as coisas estejam menos tensionadas possível”, avalia Ketu. O encontro do Fórum Social do ABCD será no Teatro Municipal de Mauá, no Paço Municipal (avenida João Ramalho, 306, Vila Noêmia), a partir das 9h. Mais informações podem ser requisitadas pelo email jornada@abcdmaior. com.br. Participarão sindicatos, movimentos sociais e secretários municipais de Saúde, como representantes das prefeituras da Região. outra verba além do subsídio. De Luca ainda defende que a fixação do valor do subsídio somente vale para a legislatura subseqüente. A justificativa da Câmara foi embasada em artigos da Constituição e citou como exemplos outras cidades do País onde os vereadores recebem o 13º salário. “Não posso fazer juízo de valor na justificativa apresentada pela Câmara. Posso dizer que o Legislativo tem um posicionamento jurídico diferente do Ministério Público”, explicou o promotor. O secretário de Assuntos Jurídico da Câmara, Roberto Viola, disse que depois de todos os vereadores serem notificados entrará com recurso de agravo. Questionado se o processo na Justiça deverá demorar anos para chegar a uma conclusão, Viola foi enfático: “Geralmente, o recurso de agravo não demora muito. Mas até o julgamento os vereadores não têm direito a nenhum dos benefícios”, avaliou. Entretanto, a liminar da Justiça estabelece multa de R$ 1 mil para cada vale-refeição pago a partir da notificação. Provavelmente os parlamentares terão de prestar contas à Justiça, já que o presidente da Casa foi notificado na última segunda-feira (23/03) e dois dias depois, alguns vereadores teriam recarregado o cartão de valerefeição. Vereadores em Diadema: parlamentares vão recorrer pelo 13º salário e vale refeição de R$ 18,00 ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 06 Empreendedores da periferia têm crédito no Banco do Povo Modalidade de concessão de empréstimos, comum no Nordeste brasileiro, reduz inadimplência Amanda Perobelli Vinicius Morende [email protected] Uma modalidade boliviana de concessão de crédito solidário, também muito comum no Nordeste brasileiro, ajuda cada vez mais moradores das periferias do ABCD a melhorarem de vida. São os grupos solidários, formados geralmente por pequenos comerciantes informais que se unem para tomar empréstimos enquanto cooperam entre si. O programa é desenvolvido pelo Banco do Povo Crédito Solidário e a ideia é simples: emprestar dinheiro para quem não tem garantias, avalista ou fiador. O interessado, então, forma um grupo com outras pessoas com o mesmo objetivo e compartilha a responsabilidade de quitar as parcelas da dívida em dia, nem que tenha de ser socorrido pelos parceiros. A instituição financeira aponta que, em pouco mais de um ano e meio de implementação, os grupos solidários se tornaram a “menina dos olhos” do banco. Só em 2008, o Banco do Povo – Crédito Solidário realizou 1.364 operações do tipo num total de R$ 1,06 milhão emprestados, cerca de 43% das operações do ano passado. Para o coordenador do banco, Almir Pereira, a instituição deve reforçar a atuação com os grupos solidários nos próximos anos. “Pois, assim, temos certeza que estarmos atendendo os mais pobres”, afirma. Como funciona A concessão de crédito é gradativa, de acordo com o histórico do credor, e restrita aos empreendimentos com seis meses de atividade. Os limites individuais são de R$ 50 e R$ 5 mil. Ao receber um pedido de financiamento, o Banco do Povo realiza o levantamento do empreendimento. A comparação das análises entre empréstimos fez a instituição verificar que a maioria das pessoas dobra a renda após tomar dinheiro emprestado. O gerente operacional do banco, Fábio Maschio, cita o caso de uma confeiteira que vendia bolos para a comunidade e, com o apoio do grupo, montou um estabelecimento aberto ao público, aumentando o movimento. “Isso melhora a autoestima das pessoas. Notamos que eles se alimentam melhor, comem melhor e investem melhor na educação dos filhos”, afirmou. Empreendedores De acordo com o gerente 80% dos participantes dos grupos solidários são proprietários de pequenos comércios. Um deles é Rafael Chaves, dono de mercearia no Jd. do Estado, em Santo André, que dobrou as vendas com os empréstimos do Banco do Povo comprando mercadorias. “Vendo doces, sorvetes, gelinho, etc. Os empréstimos estão vindo muito bem”, afirma. Inadimplência Se considerarmos que os grupos do ABCD são formados por pessoas físicas, por serem informais, a inadimplência deles, cerca de 0,5%, é 14 vezes menor Divulgação Para o grupo de quatro empreendedores do Nova Harmonia verba gera renda e novos negócios Empréstimos de grupos solidários podem ser utilizados para compra de mercadorias e geram renda do que a média do mercado. Ao levar em conta que são pessoas jurídicas, o resultado é que emprestar dinheiro para os grupos solidários é quatro vezes menos arriscado que para pessoas jurídicas formais. Vale lembrar que a alta inadimplência de proprietários norte-americanos desencadeou a crise financeira mundial. Divulgação Para gerente do Banco do Povo crédito muda realidade da Região Nova Harmonia: cooperação bem-sucedida Entre mais de uma centena de grupos solidários ligados ao Banco do Povo – Crédito Solidário, está o Nova Harmonia, de Santo André. Um dos quatro pequenos empreendedores, Rafael Chaves, vendia seus produtos na rua quando passou em frente da unidade Vila Luzita da instituição financeira, próxima ao terminal de ônibus. Entrou para ver se vendia algo e saiu com uma ideia. Pouco depois retirava o empréstimo de R$ 1,9 mil, que beneficiou outros três conhecidos seus. Na ocasião da reporta- gem do ABCD MAIOR, o grupo acertava os detalhes do terceiro acordo, num total de R$ 8,4 mil em empréstimos em pouco mais de 11 meses de união. Além de Rafael, os outros dois integrantes do Nova Harmonia, José Maria de Moraes e Júlio Carlos dos Santos têm pequenas lojas de variedades em seus bairros. No caso de Moraes, que vendia produtos nas ruas antes de montar seu negócio, os empréstimos foram utilizados para capital de giro. “Hoje, compro mais mercadorias, vendo e ainda sobram produtos”, afirma. Para o pintor Laerte Antonio da Silva, o dinheiro serviu para comprar um compressor para pintura com revólver, outros equipamentos e ferramentas. “Também montei um showroom, no Jardim Santa Cristina (Santo André). Agora fico na rua e minha esposa na loja”, contou. Dono de uma mercearia, Rafael afirma ter sentido uma boa diferença depois dos empréstimos. “Espero que melhore mais ainda. Não tomo mais empréstimos em outros bancos”, afirmou. Nós Mulheres concorre ao Prêmio Sebrae Projeto de economia solidária gera renda para mulheres do Jardim Las Palmas, em São Bernardo; objetivo agora é exportar os produtos DEISE CAVIGNATO [email protected] O projeto Nós Mulheres, que conta com o trabalho de 25 artesãs, está concorrendo ao Prêmio Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). O concurso reune 100 entidades que trabalham com artesanato e está em fase de escolha das finalistas. O Nós Mulheres já está entre as 20 melhores. A sede do Nós Mulheres é a a garagem da coordenadora Lena Célia Auto, no Jardim Las Palmas, em São Bernardo. “O objetivo deste ano é ter uma sede. Há mais de dois anos que estamos guardando recursos, buscando verbas para comprar uma casa, porque aqui na garagem já não dá mais”, contou. O Nós Mulheres começou em 2000 com um grupo de amigas que ajudavam pessoas mais carentes. Algumas mulheres já faziam artesanato e ensinavam outras a fazer fuxico, crochê, tricô, cestaria de jornal. Mais de 200 mulheres passaram pelo projeto. A artesã Ângela Maria de Araújo faz presilhas de crochê e acredita que cada um é uma obra de arte: “Fazer objetos baratos e bonitos é o segredo”, falou. A venda dos produtos é o sustento de algumas mulheres. Trinta por cento do que é vendido é destinado para a compra de matéria prima, mas o dinheiro também serve para ajudar pessoas do bairro, como na compra de cestas básicas. “A gente cuida das mulheres que necessitam. Encaminhamos para o programa Brasil Alfabetizado, participamos do programa Jovem Dentista da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas) que dá tratamento dentário gratuito e fazemos captação de vagas de trabalho”, contou. O Nós Mulheres não recebe ajuda financeira de nenhuma empresa, mas ganha matéria-prima como cola e lã. Caso consiga mais parceiros, um outro sonho poderá ser realizado no futuro. A coordenadora do projeto quer exportar as tiaras, os cachecóis, os broches, colares e blusas. Esse exemplo de economia solidária mudou até o dia a dia das pessoas do bairro. Quem quiser ajudar o projeto pode ligar no telefone 4342-3136. Luciano Vicioni Lena Célia Auto, coordenadora do Nós Mulheres ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 07 Greve na Petrobras deve terminar nesta sexta-feira Movimento foi deflagrado na segunda-feira por tempo determinado; mais segurança é uma das reivindicações Fotos: Amanda Perobelli Deise Cavignato [email protected] A greve dos 650 funcionários da Recap (Refinaria Capuava), em Mauá, e do Terminal de Distribuição de São Caetano deve terminar nesta sexta-feira (27/03). Os trabalhadores entraram em greve por tempo determinado (cinco dias) na segunda-feira (23/03) para protestar pela garantia dos postos de trabalho nas empresas contratadas pela Petrobras, acabar com a precarização das condições de trabalho, garantir o pagamento das horas extras dos feriados trabalhados e estabelecer a distribuição justa da participação nos lucros e resultados. “Precisamos principalmente de segurança, pois desde 2000 aconteceram 165 mortes. São quase dois mortos por mês”, justificou o diretor do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo, Laércio Borges Longo. Divulgação Refinaria Capuava: greve começou na segunda-feira Nesta sexta-feira (27/03) termina a eleição para a presidência do Sindicato dos Químicos do ABC. O atual presidente, Paulo Lage, encabeça a chapa única. Em São Caetano, o trabalho é feito com operação reduzida e por isso a fábrica não está totalmente parada. Na terça-feira (245/03), o juiz determinou que os trabalhadores da Recap fossem liberados após a emissão de habeas corpus. Os funcionários que estavam dentro da companhia foram considerados em cárcere privado e não podiam sair porque seria considerado abandono de Trabalhadores da construção civil foram flagrados nesta semana vivendo em condições sub-humanas e com salários atrasados em obra da CDHU, em São Bernardo. A denúncia partiu do Sintracon. trabalho e daria demissão por justa causa. “Entrei na empresa às 10h de domingo e sai às 22h da segunda-feira. Minha pressão subiu e quatro colegas passaram mal, mas não puderam sair da fábrica”, contou o técnico de operação sênior Paulo Pessoa. De acordo com informações da Petrobras, os trabalhadores da Recap foram liberados antes do habeas corpus. ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 08 Fundação Casa inicia obra em Diadema até dezembro ABCD mantém 348 jovens internados em unidades espalhadas pelo Estado; só em Diadema são 86 menores Renan Fonseca [email protected] A Fundação Casa (antiga Febem) confirmou que começará a construir uma unidade em Diadema até o fim deste ano. O município possui 86 jovens internados em unidades espalhadas pelo Estado. De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, no momento Prefeitura e Estado dialogam sobre o terreno escolhido para a obra. Na Região, a cidade está em terceiro lugar no ranking de municípios que mais possuem jovens infratores dentro da Fundação. A vinda de um novo internato fará Diadema ter duas unidades da instituição. Atualmente, o município comporta a instalação de uma casa para jovens que cumprem a semiliberdade, onde estão 19 garotos. O prédio foi inaugurado em agosto de 2007. A Prefeitura preferiu não comentar o assunto e enviou nota informando que “não vai se pronunciar neste momento, enquanto aguarda o resultado de negociações”. A nova unidade terá capacidade para 56 menores infratores. Todas as cidades do ABCD possuem adolescentes que cumprem sentença em outras unidades de internação do Estado. São 348 jovens internados em várias unidades da Fundação. Liderando a lista, San- to André e São Bernardo, que possuem 91 menores infratores cada. Ribeirão Pires tem 11; São Caetano nove; e Rio Grande da Serra, sete. Os dados foram atualizados este mês pela Fundação Casa. Na Região, apenas Mauá comporta um internato, com capacidade 56 jovens, inaugurado em agosto de 2006. A ideia de uma unidade de internação sempre causa polêmica e divergência no diálogo entre os governos estadual e municipal. Desde 2006, a Fundação tenta abrir um internato em Santo André. Depois de meses de discussão a respeito da área para iniciar as obras, foi feito um acordo para que a unidade ocupasse uma área Luciano Vicioni Unidade da Fundação Casa em Mauá, única do ABCD: capacidade para atender 56 menores infratores às margens da avenida dos Estados, próximo ao Complexo Cassaquera. Entretanto, a Fundação aguarda um laudo sobre contaminação da área, que pode inviabilizar a obra. A princípio, em São Bernardo, o Estado ergueria duas unidades em um terreno na altura do km 23 da rodovia dos Imigrantes, área de 15 mil metros quadrados na região do Alvarenga que pertence ao Estado. No começo deste mês, o prefeito Luiz Marinho apresentou outras áreas à Fundação que considera mais adequadas para receber as unidades. Uma definição poderá surgir na reunião entre a presidente da Fundação Casa, Berenice Gianella, e integrantes do Consórcio Intermunicipal, que ocorre nesta sexta-feira (27/03). Descentralização Para o presidente da Fundação Criança e São Bernardo, Ariel de Castro Alves, a descentralização do atendimento é um dos pontos positivos de a cidade receber uma unidade de internato da Fundação Casa. “O adolescente infrator é fruto da sociedade e deve ser atendido pela comunidade de onde veio”, defende Ariel. No encontro desta sexta-feira no Consórcio Intermunicipal, que deve reunir secretários de Inclusão Social dos sete municípios do ABCD, Alves apresentará algumas ressalvas quanto ao modelo da Fundação Casa. “Temos de discutir o projeto arquitetônico e pedagógico dos novos internatos”, disse Na visão de Ariel, todas as cidades são favoráveis a instalação das novas unidades. “Atualmente, todos os dirigentes públicos entendem a importância de atender o menor infrator dentro do município, mas é necessário que o Estado apresente projetos sociais que atendam os bairros que vão sediar as novas unidades de internação.” ESCOLHA PRODUTOS * A COMPRA INTELIGENTE Mais comodidade Deixe seu banheiro do seu jeito com muita economia. de R$ 33,90 por R$ 20,90 m PISO PORTO FERREIRA R$ 9,90m 2 2 PORCELANATO PORTOBELLO REVESTIMENTO CRISTOFOLETTI 42x42 - Cx.1,62m 45x45 - Cx.1,58m Ref.53069 - Cod.850977 Cimento Natural Cod.728780 23,5x33 - Cx.2,00m Ref.23020 - Cod.134902 2 2 Foto ilustrativa. 2 de R$ 59,90 por de R$ 14,50 por R$ 29,60 m 2 R$ 49,90 am. GRANITO GRANÍFERA 40x40 - Br - Wave Am. 0,64m2 Cod.401455 R$ 219,00 R$ 64,90 Bica Média - Parede Max Cr C 34 1258 Cod.973670 TORNEIRA P/LAVATÓRIO FABRIMAR Digital Line - 1190 Cod.317489 C&C. Uma empresa 100% brasileira. Venda direta para empresas. de R$ 419,80 por R$ 6,95 R$ 749,90 R$ 407,90 ARGAMASSA PORCELANATO PORTOKOLL KIT LAVANDERIA FRANKE BACIA COM CAIXA ACOPLADA DECA 20kg - Piso Interno Cod.159026 de R$ 1.957,40 por R$1.799,90 R$ 149,90 de R$ 254,90 por R$178,90 R$224,90 100x150 - Cod.151173 VENEZIANA BANHEIRA JACUZZI BELFORT SASAZAKI Com motor - Mysia Br - 1,83x110 - G1 Cod.187518 4123 2244 100x120 - Grade Elo Cod.151165 S.A.C (Ligação Local) KL740 - 51x79x80 Ref.10194 - Cod.785903 40041444 CAIXA D´ÁGUA TIGRE C/ Tampa - 500 litros Cod.573221 R$ 299,90 1.000 litros - Cod.217166 São 40 lojas. São Paulo e Rio de Janeiro. Comece a pagar suas compras só em 8x ** nos cartões. de R$826,65 por Aço de R$ 212,90 por MISTURADOR P/ COZINHA DECA suas compras em sem juros Pague Sem fixação e assento Esmaltado de R$ 23,90 por para você. GE/GL17 - Duna Cods.295477/640484 R$ 22,90 TELHA ONDULADA ETERFLEX ETERNIT 153x110 - 6mm Cod.7048 de R$ 24,90 por R$ 27,90 183x110 - 6mm Cod.7480 ABRIL *** Santo André Shopping: Av. Industrial, 700 - ABC Plaza Shopping • Santo André Humaitá: Av. Pedro Américo, 23 Vila Humaitá • São Bernardo: Av. Kennedy, 377/415 - Jardim do Mar - Estacionamento gratuito nas lojas Humaitá e S. Bernardo Planos de pagamento e ofertas válidas somente para as lojas do estado de S. Paulo. Ofertas válidas de 27/03 a 02/04/09 ou enquanto durarem os estoques. 4x sem entrada, e a 1a a cada 30 dias, parcela mínima R$ 50,00, de 02 a 10x s/juros, pela Financeira, parcela mínima R$ 100,00, sendo a primeira sempre no ato da compra, e as demais a cada 30 dias. *Até 10x iguais sem juros no cartão C&C Visa, parcela mínima R$ 80,00 ou 10x sem juros no cartão Amex, parcela mínima de R$ 100,00 - **Até 8x s/juros nos cartões Visa, Hipercard, Mastercard, Redecard, Diners e Aura, parcela mínima R$ 100,00 – 0+5x, 0+6x e 0+7x s/juros pela Financeira, 1ª p/ 30 dias, parcela mínima R$ 100,00 – ***Pague somente em ABRIL: 0+4x s/juros, pela Financeira, entrada p/ 06.04.2009 e o saldo a cada 30 dias, parcela mínima de R$ 250,00 – Para todos os planos pela Financeira T.C. (tarifa de cadastro) até R$ 15,00 - Sujeito a aprovação de crédito - Consulte outros planos de pagamento nas lojas – Vendas em grande quantidade, sob consulta - Garantimos estoque inicial de 10 unidades/100 m2 por loja - Estoque central (Exceto encomendas) - Frete não incluso. Cobrimos qualquer oferta anunciada pela concorrência: Telhanorte, Leroy Merlin e DiCico. Promoção válida para produtos anunciados exclusivo em jornais (anúncio/encarte) de grande circulação, com marcas e especificações iguais, que tenham sido anunciados pela C&C e pela concorrência durante o período de 7 dias respeitando a validade dos anúncios enquanto durarem nossos estoques, devendo ser considerados para comparação somente o preço à vista. Quantidade limitada por cliente. Fotos ilustrativas. Promoção não cumulativa e não válida para saldos. Produtos disponíveis somente em algumas lojas. Consulte nosso televendas. Reservamo-nos o direito de futuras correções de erros gráficos ou de impressão. R$ 18,90 m2 REVESTIMENTO PORTOBELLO 30x40 - Cx.1,30m2 Cimento Natural Cod.728489 ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 09 Projetos habitacionais param à espera da Lei Billings Projeto daria mais agilidade em processos de regularização fundiária e desapropriações Fotos: Luciano Vicioni VANESSA SELICANI [email protected] A demora na aprovação da Lei Específica da Billings, que desde outubro aguarda votação na Assembleia Legislativa, atrasa o processo de regularização fundiária em áreas de manancial nos municípios da Região. Tida pelos ambientalistas mais críticos como a lei da anistia, o projeto irá criar diretrizes para regularizar a situação de cerca de 850 mil pessoas que vivem em ocupações irregulares nas margens da Billings. Diadema e São Bernardo trabalham em projetos que poderiam ser acelerados com a aprovação do marco legal. São Bernardo avança nesta sexta-feira (27/03) com a assinatura de um convênio com o Ministério das Cidades de R$ 145,5 milhões para a construção de um conjunto habitacional e urbanização de quatro bairros do Alvarenga. Serão 1.236 famílias removidas para o futuro Conjunto Três Marias e outras 1.488 que terão as casas reurbanizadas. “Tenho certeza de que se a lei já estivesse sido aprovada, o processo de aprovação do projeto teria sido bem Entenda a Lei Específica da Billings A represa Billings completa 84 anos nesta sexta-feira (27/03) sem a aprovação da Lei Específica mais rápido. Tivemos de nos basear em legislação antigas. Para planejarmos novos projetos, a nova lei será essencial”, afirmou a secretária de Habitação e Meio Ambiente de São Bernardo, Tássia de Menezes Regino. Já a vizinha Diadema planeja um audacioso PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para áreas de manancial, com investimento de R$ 33 milhões, que vai afetar quem vive no Sítio Joaninha, na rua Iguaçu e no Núcleo Caviuna. As 2 mil famílias que moram nestas áreas no entorno da Billings serão removidas para um único local ainda não definido. O espaço deixado pelas antigas habitações será reflorestado. Ainda sem licenciamento, a aprovação também depende de leis anteriores e poderia ser agilizada pela Lei Específica. “Sem ela, temos de manter negociação com Ministério Público e Secretaria de Meio Ambiente do Estado para ter certeza de não estar fazendo uma urbanização ilegal”, lembrou o secretário de Habitação de Diadema, Márcio Vale. Votação A Lei Específica da Billings encontra-se com a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia para parecer Principais pontos Divide o entorno da represa em seis áreas: Área de Intervenção, Área de Restrição à Ocupação, Área de Ocupação Dirigida, Área de Recuperação Ambiental e Área de Estruturação Ambiental do Rodoanel Áreas que forem regularizadas precisarão de programas de recuperação como coleta de esgoto, energia elétrica e abastecimento de água Imóveis regularizados, acima de 250 m², precisarão também apresentar compensação ambiental ou financeira de acordo com o tamanho do local Estipula metas de redução de fósforo na bacia (a substância é indicadora de poluição). As metas devem ser atendidas até 2015. Pede a elaboração de um PDPA (Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental) Determina um programa de monitoramento da qualidade da água Determina ampliação do sistema de coleta de esgoto Permite que indústrias lancem líquidos orgânicos na represa, desde que se comprovada inviabilidade técnica de instalação de rede coletora e que não comprometa qualidade da água técnico. Precisa ainda passar pela Comissão de Defesa do Meio Ambiente antes de entrar em votação. Foram sugeridas 63 emendas. A expectativa é que a lei seja aprovada até o fim deste semestre. Apesar das diversas audiências públicas, a Lei Específica da Billings ainda é uma grande desconhecida do grande público. O sogro do comerciante Egídio Gaspar de Souza, 65 anos, tem um imóvel no Parque Los Angeles desde que a represa nem existia. Às margens da Billings, Souza desconhece a lei, mas espera que venha para ajudar. “A gente vive há muito tempo aqui, mas se a lei disser que temos de sair, não tem problema”, afirmou. Você sabe o que é a Lei Específica da Billings ? “Desconheço. Mas é preciso fazer alguma coisa para que o volume de água da Billings volte a subir. Quando cheguei aqui, tinha muito mais água. Além disso, será muito melhor se conseguirmos a regularização” “Não sei o que é. Espero que não nos tirem daqui. O bairro já está urbanizado, apesar de tão próximo da represa. Tem gente aqui há mais de 20 anos. Se regularizarem, podemos buscar nossos direitos” Lucinéia de Souza Tenório, 29 anos, moradora do Parque Los Angeles Irene Alves Ramos, 62 anos, moradora do Las Palmas Egídio Gaspar de Souza, 65 anos, morador do Parque Los Angeles São Bernardo ganha Base Ambiental da Guarda Civil MDV vai ao MP contra prefeituras O MDV (Movimento em Defesa a Vida) promete entrar nesta sexta-feira (27/03) com uma representação no Ministério Público Federal contra cinco prefeituras do ABCD e a Capital, municípios banhados pela Billings. O movimento acusa os gestores públicos do passado e atuais de arbitrariedades e ilegalidades em ralação ao Código Florestal Brasileiro e pede a realização, em conjunto com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), de um levantamento da real situação das áreas de preservação permanente. O diagnóstico indicaria quais regiões estão preservadas ou poluídas. O pedido dos ambientalistas requer ainda a instauração de um “Ouvi dizer alguma coisa sobre regularização dessa região, mas achei que era o projeto dos japoneses. Se disserem que temos de sair daqui, paciência, a gente sai. Mas gosto muito de viver perto do mato. Não queria ir embora” Ocupação irregular às margens da represa Billings: para MDV, Prefeituras são principais inimigos inquérito público que identifique e puna os poluidores. A denúncia será a forma da ONG (Organização Não-Governamental) lembrar os 84 anos da represa Billings. No ano passado, ambientalistas da Região entregaram uma carta para os representantes dos comitês de bacia com pedidos de remuneração aos municípios e proprietários por serviços ambientais e ampliação de criação de parques. Mas não tiveram retorno. O ambientalista Virgílio de Farias, do MDV, disse que tentou várias vezes uma reunião com os prefeitos da Região, sem sucesso. Para ele, os maiores inimigos da represa são as prefeituras. “Os municípios são os responsáveis pelo uso do solo e induziram a ocupação irregular. São eles quem desmatam e jogam esgoto na represa. Mas, como me disse uma vez um político, peixe e macaco não votam”, afirmou. São Bernardo ganha nesta sexta-feira (27/03) uma Base Ambiental da Guarda Civil, no Riacho Grande. Serão disponibilizados inicialmente 20 GCMs (Guardas Civis Municipais) para fiscalizar as áreas de manancial da cidade, que contarão com cinco viaturas e uma lancha. No próximo semestre, uma segunda base será inaugurada dentro do Parque Estoril, com mais 80 GCMs. São Bernardo receberá ainda dois postos da Polícia Militar Florestal, que foram estipulados como compensação ambiental no EIARima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) do trecho Sul do Rodoanel. Uma delas ficará nas margens da via Anchieta, no lado oposto da Estação de Tratamento da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Es- tado de São Paulo). A outra deve ser instalada no Parque Los Angeles. Não há previsão de data para início da construção. “Nos preocupamos com as compensações do Rodoanel, porque a obra já está terminando e nada foi feito na cidade”, afirmou o futuro secretário de Meio Ambiente de São Bernardo, Giba Marson. O aumento da fiscalização, com quatro futuras bases, deve auxiliar a reduzir as ocupações irregulares e degradações ao meio ambiente no entorno da represa Billings. “Queremos um projeto moderno de fiscalização. Serão 100 guardas ambientais com uniforme especial, lanchas e viaturas para que o trabalho seja eficiente. Negociamos agora com a Dersa também para as bases do Rodoanel ”, explicou Marson. ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 10 Luciano Vicioni Wrap-árabe, prato feito com exclusividade às terças-feiras: frango, carne, calabresa, cogumelo ou queijo Sabores do mundo em São Bernardo Restaurante e Bar Giramundo promove toda terça-feira a noite árabe, com prato exclusivo e dança do ventre KAREn MARChEttI [email protected] O Restaurante e Bar Giramundo, em São Bernardo, é um local para conhecer e degustar diversos sabores do mundo. Porém, todas as terças-feiras, a Casa organiza uma noite árabe. Neste dia é incluso no cardápio um prato típico: wrap-árabe. A novidade na Região tem nome americano Wrap (em inglês significa embrulho ou enrolado), mas na verdade é um prato das culturas Síria e Libanesa. O delicioso petisco, ou pode-se chamar de um lanche, serve uma pessoa. O sanduíche enrolado é feito com pão folha. São cinco opções de recheios: frango, carne, calabresa, cogumelo e queijo. Entretanto, o chefe de cozinha da casa, Anderson Henrique, afirmou que o cliente pode incrementar o prato. “Com isso, o número de opções aumen- ta. Por exemplo, o que apresentamos ao ABCD MAIOR é o tradicional, feito de carne moída, tomate e temperos árabes”, ressaltou. De acordo com o chefe de cozinha, o wrap-árabe é assado em um forno típico do Líbano, conhecido como say. “A casa faz questão de manter a tradição. O cliente pode conferir o assar do sanduíche, que é uma novidade na Região”, acrescentou. Às terças-feiras, além de conhecer um pouco da culinária árabe, os interessados podem apreciar dança do ventre e música ao vivo. “O Giramundo é mágico. É um pequeno lugar no paraíso. A casa é um espaço para os apaixonados, para a família e para os jovens. Todas as idades têm espaço e conforto aqui”, disse o gerente Luiz Carlos Sanches. A idéia de inaugurar um bar onde oferece pratos de todas as culturas do mundo surgiu de uma das viagens ao exterior do proprietário Cristian El Chayb. O empresário trouxe idéias inovadoras no cardápio e na decoração. Depois de seis anos de sucesso em São Bernardo, o Giramundo terá uma unidade na rua das Figueiras, em Santo André, que deverá ser inaugurado no segundo semestre deste ano. Serviço O Giramundo, localizado à rua Olegário Herculano, 235 (travessa da avenida Kennedy), abre todos os dias a partir das 18h. O wrap-árabe custa entre R$ 9 e R$ 22. A casa aceita todos os cartões de crédito e débito e oferece em seu cardápio cervejas nacionais e importadas, além de chope e caipirinhas. De domingo a quinta-feira, a entrada custa R$ 5; de sexta e sábado, mulher paga R$ 7 e homem paga R$ 10. O telefone para reservas e mais informações é o 4123-3343. www.smabc.org.br ABCD MAIOR na TV O programa ABCD MAIOR em Revista deste sábado (28/03) mostra os reflexos da ditadura militar brasileira na Região. Depoimentos de trabalhadores perseguidos fazem parte da reportagem. O ABCD MAIOR em Revista é exibido, às 20h, aos sábados no canal 48, Rede NGT (com reprise aos domingos, às 11h), e no canal 8, TV+. Também fica disponível no site www.abcdmaior.com.br . • Vídeo Institucional • Motivacional • Promocional • Treinamento • Lançamento de Produtos • Eventos 4127-4888 Criando o modelo mais adequado e eficiente para cada mensagem ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 11 Divulgação Evento discute Cultura em São Bernardo Poder público quer ouvir os anseios dos produtores culturais da cidade e dos consumidores de cultura Liora Mindrisz [email protected] São Bernardo promove neste domingo (20/03) o 1º Encontro Municipal de Cultura, que reunirá artistas, governantes e interessados no tema. Será o primeiro passo na organização da Conferência Municipal de Cultura, que tem como principal objetivo ouvir os anseios dos agentes e produtores culturais da cidade. Além disso, na Conferência, que deve acontecer no fim deste ano, será instituído o novo Conselho de Cultura, formado por representantes da Administração e da comunidade civil. O evento deste domingo será no Pavilhão Vera Cruz, das 8h às 17h. “O primeiro encontro tem basicamente três objetivos. O primeiro é tornar públicas as diretrizes da Secretaria de Cultura que foram formula- das de acordo com o programa de governo. A segunda é ouvir os atores sociais, saber quais os interesses e as sugestões por meio do diálogo. E a última é preparar a realização da Conferência Municipal”, explicou o diretor de Cultura, Júlio Mendonça. Desde o começo do novo governo, uma equipe começou a percorrer os bairros da cidade, levantando a produção local. “Esses encontros por setor artístico também colaboram para a divulgação, embora não tenha apenas essa função. É o inicio de um diálogo”, disse. Participam do encontro o prefeito Luiz Marinho, o secretário de Cultura, Celso Frateschi, vereadores, sindicatos, grupos artísticos de São Bernardo e de outras cidades. “Também enviamos convites para as secretarias das outras cidades do ABCD”, disse Mendonça. “A participação é interessante porque os municípios do ABCD são próximos e muitos dos problemas são comuns. Essa será uma forma de trocar experiências”, acrescentou o diretor O evento começará às 8h com o credenciamento dos participantes. O período da manhã será reservado para a apresentação do Programa de Governo, com espaço para perguntas e opiniões. À tarde, os participantes se dividirão em seis eixos: descentralização e gestão participativa, memória e patrimônio, cultura e educação, economia da cultura, desenvolvimento das artes e cultura digital. Das 13h30 às 15h será feita a apresentação dos eixos orientadores e encaminhamentos para as pré-conferências e Conferência Municipal. O encerramento do encontro será às 17h. Santo André São Caetano Diadema Teatro Após passar por São Bernardo, o espetáculo “A Invenção de Loren”, da Cia. Delas de Teatro chega ao Sesi Santo André (praça. Dr. Armando de Arruda Pereira, 100, Santa Terezinha). A peça é inspirado em A Invenção de Morel, do argentino Bioy Casares. A comédia é centrada numa empresa que “vende” amigos imaginários para pessoas solitárias. As apresentações acontecem neste sábado (28/03) e domingo (29/03), às 20h. A entrada é franca. Música A Cia. Filarmônica leva ao Teatro Paulo Machado de Carvalho (alameda Conde de Porto Alegre, 840, Santa Maria) o espetáculo The Beatles’ Songs neste sábado (28/03), às 21h. Com nova formação, a Cia agita o público com músicas como “Help, Hey Jude” e “I Wanna Hold Your Hand”. Os ingressos custam R$ 50 (inteira), R$ 40 (antecipado) e R$ 25 (meia entrada para estudantes, idosos acima de 60 anos, e professores da rede municipal e estadual). Música O Teatro Clara Nunes (rua Graciosa, 300, Centro) recebe nesta sexta-feira (27/03), às 20h, a Banda Jazz Sinfônica com sua apresentação mensal. O toque especial do show fica por conta da participação da cantora paulistana Patty Ascher.Os músicos apresentam o show “Big Rock Band”, onde pretendem reviver clássicos que marcaram o cenário do Rock Brasileiro nos anos 80 e consagraram compositores do gênero. A entrada é franca. Luciano Vicioni Comemoração – O Dia do Circo é celebrado no Brasil nesta sexta-feira (27/03) em homenagem ao nascimento do palhaço Piolim, que comandou o circo Piolim por mais de 30 anos. No ABCD, algumas comemorações estão programadas. O Sesc Santo André (rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar) apresenta neste domingo (29/03), às 15h, o espetáculo Le Cirque Magique, da Cia. dos Arlequins. Os ingressos custam R$ 2 e R$ 4. Em Diadema, o Circo Escola (avenida Afonso Monteiro da Cruz, 259, no Jardim Inamar) também festeja com apresentações. Nesta sexta, às 16h, a Companhia Tápias Voadores mostra seu espetáculo e ainda homenageia os personagens do mundo do circo, entre eles o palhaço Picolino, com mais de 90 anos. A entrada é franca. Ainda em Diadema, a Santa Casa (rua Dois de Julho, 465, Jardim Canhema) apresenta neste sábado (28/03), às 10h, o espetáculo Transformação, que mostra como a arte pode transformar a vida das pessoas. A apresentação faz parte do Projeto Trupe Santa Casa: Magia, Cidadania e Alegria. Espetáculo de humor com improvisações em que a platéia interage na criação das cenas Fenômeno na internet chega ao ABCD Com quatro sessões extras, o espetáculos Os Improváveis está neste fim de semana no Teatro Lauro Gomes Paula Cristina [email protected] Um show de improvisação que virou mania na internet chegou a São Bernardo como um furacão. A apresentação do espetáculo Os Improváveis, que ocorreria apenas neste sábado (28/03), teve os ingressos esgotados em três horas, e quatro sessões extras foram abertas para o público da Região. “Essa vendagem tão grande, num período tão curto, é algo inédito no ABCD. É um recorde para a produtora na Região”, explicou Luana Maharyshe, umas das organizadoras do evento. “Se pensarmos que são artistas da internet, e que não são tão conhecidos do grande público, o fenômeno torna-se maior ainda”, completou. A peça teatral que inova com jogos de improvisação sempre atrai o público. “Começamos na internet, sem muitos contratos com teatros, e agora temos uma agenda lotadíssima”, afirma Elídio Sanna, um dos protagonistas da peça. De acordo com o ator, as quatro sessões extras aqui na Região não vão fazer com que o pique diminua. “Nós somos criativos e vamos nos esforçar para fazer todo mundo rir bastante”, garante. Com a maior parte dos ingressos Teatro – O espetáculo “O dono da videolocadora”, da Cia Grite de Teatro, encerra neste fim de semana a temporada no Teatro da Universidade Municipal de São Caetano (avenida Goiás, 3.400). As ultimas apresentações serão na sexta-feira (27/03) às 21h, no sábado (28/03), às 20h, e no domingo (29/03), às 19h. A comédia dramática tem como tema a discussão sobre a crise de nossos valores culturais, como a falta de tempo e a desvalorização da arte. A montagem, em parceria com a universidade, dá inicio as comemorações de 15 anos da Companhia. Os ingressos custam R$ 14 (inteira) e R$ 7 (meia). esgotados, quem não conseguir ir ao teatro pode acessar o site www.youtube.com/improváveis. Até o fechamento desta edição, havia entradas para a sessão desta sexta-feira (27/03), às 21h, no teatro Lauro Gomes, no Rudge Ramos, em São Bernardo. Criado, produzido e encenado pela Cia. Barbixas de Humor, o espetáculo “Os Improváveis” conta com improvisações em que a platéia interage na criação das cenas. Com influência do programa inglês “Whose Line is it Anyway?”, os improváveis já atingiram, em um portal da internet, a marca de 4 milhões de acessos por mês. Divulgação ABCD MAIOR - Edição No 92 - 27 a 30 de março de 2009 - Pág. 12 NOTAS Série A2 Tigre espera por 800 garotos em peneiras Após garantir a reabilitação no Campeonato Paulista da Série A2, o Tigre, nono colocado com 19 pontos, tenta entrar no G8 na partida contra a Catanduvense, sábado (28/03), às 19h, em Catanduva. Clube do ABCD tenta angariar novas promessas para as categorias sub-15 e sub-17 Luciano Vicioni Walter Fernandes [email protected] O atacante Raul, revelado pelas categorias de base do São Bernardo: sonho de milhares de garotos São Bernardo, Edgar Montemor, acredita em uma presença maciça de interessados. “Acredito que venham cerca de 200 garotos por dia, cerca de 800 no total.” O dirigente afirma ainda que gostaria de escolher muitos meninos para as categorias de base, mas haverá uma seleção bastante criterio- sa. “Teremos muitos aqui e precisamos analisar corretamente”, pondera. Dois ex-jogadores do Corinthians estão entre os responsáveis pela seleção de novas promessas. Edson Boaro comanda as categorias de base do time da Região, enquanto Juninho Fonseca, que já dirigiu o Timão, 1 GUARDA-ROUPA BÚZIOS 6 portas, 2 gavetas, 1 sapateira. Prateleiras internas. Produzido em MDP. Nos padrões: maple/tabaco, mogno, marfim, tabaco/branco e branco/maple. 6 portas gavetas 1 sapateira COZINHA LAURA Vôlei O Santander/São Bernardo tenta vaga nas semifinais da Superliga masculina de vôlei neste sábado (28/03) contra o Tigre/ Unisul/Joinville, às 13h, no ginásio Poliesportivo, em São Bernardo. 2 132 3 4 4 peças e 9 portas. 1 2 3 4 Paneleiro simples Armário triplo Armário de geladeira Armário duplo Noo padrão: mel/branco 4 peças 399 à vista ,00 00 à vista ,00 O NT 699 •M R$ M ÇA E Z• R$ 2 9 Em busca do G4, o Santo André, sexto colocado com 27 pontos, joga em casa neste sábado (28/03), às 19h10, contra o Oeste. Já o São Caetano pega o Bragantino, às 20h30, do mesmo dia, no interior. AR AB R A às 12h ou das 14h às 18h. Os garotos precisam estar acompanhados dos pais ou responsáveis, levar documento de identidade e atestado certificando que estão aptos para a prática esportiva. O clube aconselha que usem meiões, calção preto e camiseta branca. O diretor de futebol do Paulistão LAN Não é novidade alguma que milhões de garotos espalhados pelo Brasil têm o sonho de tornar-se jogador de futebol. Esses meninos buscam oportunidades nos principais clubes profissionais e precisam de muita força de vontade, técnica e raça para conquistar um espaço neste seleto grupo. O São Bernardo Futebol Clube, que disputa a Série A2 do Campeonato Paulista, realiza nos próximos dias mais uma edição de sua peneira, o que pode ser um impulso para o início da carreira desses garotos. O Tigre promove a avaliação nos dias 30 e 31 de março para a equipe sub-15 (nascidos em 1994 e 1995), e nos dias 5 e 6 de abril para o sub-17 (1991, 1992 e 1993). As peneiras serão realizadas no estádio do Baetão (avenida Armando Ítalo Setti, 901). Os interessados devem comparecer ao local das 8h toma conta dos juniores que disputam a próxima edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Com vasta experiência na observação de jovens talentos, Airton Gonçalves, presidente da Sociedade Esportiva Jardim do Lago, em São Bernardo, aconselha os garotos que disputarão a peneira a irem para o campo com uma chuteira bastante confortável. Outra dica é que mostrem versatilidade. “Se tiverem muitos atacantes, eles podem mostrar que sabem jogar também em outras posições”, esclarece. Gonçalves também reconhece uma nova jóia para ser lapidada. “A gente sabe quem é talentoso pela maneira como se posiciona em campo. Sabemos se vai ser um jogador ou simplesmente um atleta.” No time profissional do Tigre, diversos jogadores saíram das categorias de base para integrar o elenco profissional. Destaques para o goleiro Igor e para os atacantes Raul, Danielzinho e Diogo. É MUITO O FÁCIL FÁ ÁC E NÃO ÃO PRECISA PR P RE COMPRAR NADA. NADA CORRA CORR RA P R PRA R MARABRAZ ARA E FALE COM UM VENDEDOR. VOCÊ PODE GANHAR R$ 50.000,00. PARTICIPE. Chenille SALA DE JANTAR RAFAELA 116 conjunto de mesa com 4 cadeiras, tampo de madeira retangular de 1,20 x 0,75 m. produzido em madeira maciça. Nos padrões: branco, mel, mogno e tabaco. Aceitamos os cartões SAC - Tel.: (11) 4898 7001 • [email protected] à vista ,00 4 Z• 799 AR AB R cadeiras SANTO ANDRÉ SÃO BERNARDO DO CAMPO DIADEMA • R. Gal. Glicério, 171 •Central Plaza Shopping • R. Gal. Glicério, 288 Av. Dr. Francisco Mesquita, 1000 • R. Marechal Deodoro, 1495 • Av. São José, 58 • Pr. Pres. Castelo Branco, 69 A R$ Nos padrões: vinho, bege e marrom-claro. à vista M ÇA E ,00 O NT Revestido em chenille. Estrutura em pinus e eucalipto. Pés em madeira. 54 •M CONJUNTO ESTOFADO CIVIC 469 LAN R$ As ofertas anunciadas são válidas de 27/03/2009 a 03/04/2009 ou enquanto durarem os estoques. Após esta data os produtos voltarão ao seu valor de tabela. Estoque de 30 peças por oferta anunciada. Fica ressaltada a retificação das ofertas anunciadas. A garantia de nossos produtos é de 90 dias e cobre, exclusivamente, defeitos de fabricação. Imagens ilustrativas e peças decorativas não fazem parte dos preços anunciados TAC sob consulta. O preço anunciado é para pagamento à vista (dinheiro, cheque ou cartão de débito). Para o concurso “Quer 50 mil reais?” com validade de 09/03/2009 a 25/04/2009 consulte o regulamento nas lojas. SAC – [email protected]. anuncio 50.0002 3.indd 1 25.03.09 16:33:29