UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO DE ESTUDOS GERAIS INSTITUTO DE BIOLOGIA PROGRAMA DE NEUROIMUNOLOGIA MARIA CRISTINA SALIMENA DA SILVA ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO DIMORFISMO SEXUAL NA LESÃO MUSCULAR DE CAMUNDONGO mdx COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE TESE SUBMETIDA À UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE VISANDO A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM NEUROIMUNOLOGIA Orientador(as):Thereza Quírico-Santos Jussara Lagrota-Cândido NITERÓI 2008 ii MARIA CRISTINA SALIMENA ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO DIMORFISMO SEXUAL NA LESÃO MUSCULAR DE CAMUNDONGOS mdx COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE Orientadoras Professora Dra. Thereza Quírico - Santos Professora Dra. Jussara Lagrota - Cândido iii Tese submetida à Coordenação do curso de pós-graduação de Neuroimunologia do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense, como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Doutor em Neuroimunologia - área de concentração: Patologia Celular. Banca Examinadora: Profª Dra. Thereza Fonseca Quirico dos Santos (orientadora) Profª Dra. Andréia Alice da Silva Profª Dra. Valéria Coelho Dr. Vinicius Cota de Almeida Profª Dra. Maria de Fátima Pinho (revisora) Profª Dra. Márcia Cury El-Cheik (suplente) Profº Dr. Maurício Verícimo iv A parte experimental deste trabalho foi executada nos Laboratórios de Patologia Celular e Imunopatologia do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), com suporte financeiro da Coordenação de Apoio ao Pessoal de Ensino Superior (CAPES). v FICHA CATALOGRÁFICA S 165 SALIMENA, MARIA CRISTINA Estudo da influência do dimorfismo sexual na lesão muscular de camundongos mdx com distrofia muscular de Duchenne/ Maria Cristina Salimena. [s.n.]; Niterói, 2008. 185f. Tese (Doutorado em Neuroimunologia) Universidade Federal Fluminense, 2008. 1. Distrofia Muscular 2. Distrofia Muscular de Duchenne 3.Músculo Esquelético 4.Camundongo I.Título CDD.591.1852 vi DEDICATÓRIA À minha família, em especial aos meus pais e ao meu marido, que pacientemente me incentivava e ajudava de forma incondicional e aos meus filhos, que me alegravam nas horas mais difíceis. vii AGRADECIMENTOS Às minhas orientadoras Professoras Thereza Quírico e Jussara LagrotaCândido, que alternando momentos de ansiedade e puro entusiasmo, dedicaram-se com afinco à minha formação científica. Às amigas Nina e Bartira, pelo apoio e estímulo, compartilhando todos os momentos difíceis com palavras de incentivo e muito carinho, além da ajuda fantástica no processamento histológico. Aos amigos, Douglas e Guilherme, pela disponibilidade no dia-a-dia, ajudando sempre que eu precisava e prontos para ouvir minhas lamúrias. A todos os alunos de iniciação científica, estagiários e bolsistas dos laboratórios de Patologia Celular e Imunopatologia, sempre muito solidários, ajudando-me a superar as dificuldades e sempre presentes com palavras de estímulo. Ao Professor Claudio Serfaty e ao aluno Pablo do Laboratório de Neuroplasticidade, pela amizade e incrível ajuda na digitalização das imagens, na utilização do microscópio de fluorescência, do criostato e na produção do ELVAX. viii A minha grande amiga doutora Sônia de Oliveira Couto que possibilitou o meu afastamento temporário do trabalho, permitindo que tivesse maior disponibilidade de tempo para desenvolver e concluir esta tese. Em especial, ao amigo Wagner, que abriu a primeira porta para o renascer dos meus conhecimentos e ao amigo Heliomar, que concretizou estes conhecimentos. Um sincero agradecimento a todos os colegas do mestrado e doutorado e professores do curso de pós-graduação em Neuroimunologia, pela convivência muito agradável e estímulo continuado, através dos quais pude obter uma nova visão da ciência. À minha família, que sempre serviu de alicerce para todas as minhas conquistas. A DEUS, que fortaleceu o meu espírito, acalmou minha impaciência e manteve a minha perseverança. Um agradecimento especial à CAPES que viabilizou o desenvolvimento do trabalho experimental. ix EPÍGRAFE O excesso de luz cega a vista. O excesso de som ensurdece o ouvido. A cobiça do impossível destrói a ética. Por isto, o sábio em sua alma determina a medida para cada coisa. Todas as coisas visíveis lhe são apenas setas que apontam para o invisível. Lao Tse x ÍNDICE 1.1 Características gerais do músculo esquelético ...................................... 2 1.2 Regeneração do tecido muscular ........................................................... 7 1.3 Metaloproteases e remodelagem muscular .......................................... 10 1.4 Regulação hormonal do músculo esquelético ...................................... 11 1.5 Influência do sistema imune no músculo esquelético .............................. 19 1.6 Interações do tecido muscular e tecido adiposo ...................................... 22 1.7 Receptores de estrogênios – Moduladores e bloqueadores ............... 26 1.8 Distrofia muscular de Duchenne........................................................... 28 1.9 Camundongo mdx - modelo murino da DMD ...................................... 31 2.0 OBJETIVOS ......................................................................................... 34 2.1 Objetivo geral ....................................................................................... 34 2.2 Objetivos específicos............................................................................ 34 3.0 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................... 36 3.1 Animais................................................................................................. 36 3.2 Castração cirúrgica............................................................................... 36 3.3 Análise histológica ................................................................................ 37 3.4 Reação histoquímica da miosina-ATPase ............................................ 38 3.5 Reação histoquímica: tecido adiposo ................................................... 39 3.6 Imunohistoquímica ............................................................................... 39 3.7 Zimografia ............................................................................................ 42 3.8 Preparação da resina Elvax com tamoxifen ......................................... 43 3.9 Implante de elvax no músculo esquelético ........................................... 44 4.0 RESULTADOS...................................................................................... 46 4.1 Efeito da castração no músculo esquelético do mdx ............................ 46 xi 4.3 Influência da castração no número de mioblastos ativados (NCAM) e de células-tronco (Sca-1) presentes nos músculos esqueléticos (gastrocnêmio e solear) do mdx............................................................................................... 61 4.4 Efeitos da castração cirúrgica na atividade das metaloproteases 2 e 9 no músculo esquelético ................................................................................. 70 4.5 Efeito do tratamento com tamoxifen no músculo gastrocnêmio do mdx72 4.6 Análise de mioblastos ativados (NCAM) e células-tronco (Sca-1) no músculo esquelético do camundongo mdx tratado com tamoxifen ............... 76 4.7 Presença de macrófagos: Mac-1 e F4/80 no gastrocnêmio de mdx tratados com tamoxifen. ................................................................................ 80 4.8 Efeito da castração sobre o número de adipócitos presentes no músculo gastrocnêmio do mdx .................................................................................... 85 4.9 Efeito do tratamento com e sem tamoxifen no número de adipócitos no músculo esquelético do mdx ......................................................................... 89 5.0 DISCUSSÃO..........................................................................................93 6.0 CONCLUSÕES ..................................................................................... 99 7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................113 xii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AP-1 Proteína ativadora tipo 1 BMD Distrofia Muscular de Becker CS Células satélites CAMs Moléculas de adesão celular CMD Distrofia Muscular Congênita DGC Complexo de glicoproteínas associadas à distrofina DMD Distrofia Muscular de Duchenne ECM Matriz extracelular ER Receptor de estrogênio ERE Elemento de resposta ao estrogênio FGF Fator de crescimento de fibroblasto FGF-b Fator de crescimento básico de fibroblastos GRMD Distrofia Muscular em cão da raça golden retriever GH Hormônio do crescimento HGF Fator de crescimento do hepatócito HSP70 Proteína de choque térmico 70 HLA Complexo principal de histocompatibilidade humano ICAM-1 Molécula de adesão intercelular-1 IFN- Interferon-gama IL Interleucina IGF1 Fator de crescimento do tipo 1 semelhante à insulina LFA-1 Molécula de adesão do tipo 1 associada a função do linfócito LGDM Distrofia Muscular da Cintura e Membros LIF Fator inibitório de leucemia LN Laminina MRF Fatores regulatórios miogênicos MCP-1 Proteína quimioatraente de macrófagos-1 MyHC Miosina de cadeia pesada MDSC Células-tronco derivadas do músculo MMPs Metaloproteases xiii NFқB Fator nuclear-κB NO Óxido nítrico eNOS Óxido nítrico sintase endotelial OVX Ovariectomia OOX Orquiectomia PAI-1 Inibidor do ativador do plasminogênio SERM Receptor seletivo de estrogênio TGF- Fator TI-CL Colágeno tipo I TIII-CL Colágeno tipo III TIV-CL Colágeno tipo IV TNF- Fator de necrose tumoral- TN Tenascina TIMPs Inibidores de metaloproteinases TG Triglicerídeos VCAM-1 Molécula de adesão vascular VLA Antígeno de expressão tardia de transformação de crescimento RESUMO Camundongo mdx, o modelo animal da distrofia muscular de Duchenne, desenvolve uma miopatia inflamatória recessiva ligada ao cromossoma X, caracterizada por degeneração das miofibras esqueléticas e substituição por tecido conjuntivo. O objetivo deste trabalho foi estabelecer uma possível relação do dimorfismo sexual com o padrão da lesão e mudanças no microambiente do músculo esquelético durante diferentes fases da miopatia. Foram incluídos camundongos machos e fêmeas das linhagens mdx e controle C57 (não-distrófico) com 4 e 8 semanas de vida pós-natal. Um grupo de camundongos mdx foi submetido à castração cirúrgica: ovariectomia (OVX) e orquiectomia (OOX) e outro grupo foi tratado com tamoxifen, droga agonista do receptor de estrógeno dissolvida em resina ELVAX, implantada no músculo esquelético direito, tendo o contralateral como controle não tratado. Secções transversais de músculo gastrocnêmio incluído em parafina foram processadas para histoquímica e coradsa pelo picrosírius, Giemsa, oil red e imunohistoquímica para identificação de molécula de adesão NCAM, células progenitoras (SCA-1) e macrófagos (Mac-1+ e F4-80). Fragmentos congelados de músculo foram processados para determinação da atividade das metaloproteases MMP-2 e MMP-9. A análise histomorfométrica mostrou nos camundongos mdx machos não operados e OOX, um percentual maior de mionecrose e menor regeneração do que nas fêmeas controle e OVX, que exibiram percentual maior de miofibras regenerando (64%, p<0.0001). Não houve diferença significativa no número de adipócitos no músculo gastrocnêmio dos camundongos mdx machos (p>0.05) e fêmeas (p>0.05), embora mdx machos apresentassem menor número de adipócitos que as fêmeas pareadas. Camundongos mdx machos e fêmeas, em especial os castrados (OOX e OVX), apresentaram maior atividade da MMP-2 e -9 do que o grupo controle C57 não-distrófico. Análise intergrupo mostrou atividade aumentada da MMP-9 no mdx macho OOX e da MMP-2 nas fêmeas mdx OVX. Músculo esquelético de camundongos mdx, machos e fêmeas, tratados com a droga tamoxifen apresentaram maior número de células musculares íntegras e redução acentuada de macrófagos do que o músculo contralateral. Em conjunto, os resultados indicam os efeitos benéficos dos hormônios sexuais femininos endógenos e do modulador do receptor de estrógeno, tamoxifen, como estratégia de tratamento capaz de minimizar inflamação e mionecrose (efeito antinflamatório), de funcionar como mantenedores da integridade estrutural das miofibras esqueléticas (integridade do sarcolema) e de promover regeneração muscular no camundongo mdx com distrofia de Duchenne. ABSTRACT Mdx mouse, the animal model of Duchenne muscular dystrophy, lacks dystrophin and develops an X- linked recessive inflammatory myopathy characterized by degeneration of skeletal muscle fibers and replacement by connective tissue. The present work aimed to establish a possible relation of the sexual dimorphism with changes in the microenvironment of the skeletal muscle and lesion pattern at distinct phases of the myopathy. Male and female mdx and control nondystrophic C57 mice with 4 and 8 weeks of postnatal life. A group of mdx was submitted to the surgical castration: ovariectomy (OVX) and orchiectomy (OOX), and another group treated with tamoxifen, an agonist of estrogen receptor dissolved in ELVAX resin implanted locally in the right gastrocnemius muscle, with corresponding contralateral used as non-treated control muscle. Transversal sections of gastrocnemius muscle embedded in paraffin were processed for histochemistry and stained with syrius red, Giemsa, oil red, ATPase enzyme and also immunohistochemistry for identification of adhesion molecule NCAM, progenitor cells (SCA) and macrophages (Mac-1+ and F4-80). Frozen muscle fragments were processed for determination of metalloprotease MMP-2 and MMP-9 activities. Morphometric analysis showed higher percentage of mionecrose and lesser regeneration in non-operated and OOX mdx males than in both groups of females non-operated and OVX, which presented higher percentage of regenerated fibers. Mdx male and female mice did not show significant difference in the number of adipocytes in the gastrocnemius muscle, but mdx male presented less adipocytes than corresponding mdx females. Comparing to control (C57) nondystrophic mice, both male and female mdx mice, especially the castrated ones (OOX, OVX), presented higher MMP-2 and -9 activities. However, mdx intergroup analysis showed augmented MMP-9 activity in OOX males and of MMP-2 in females OVX. Comparing with the contralateral muscle, male and female mdx muscles treated with tamoxifen presented increased numbers of myofibers with membrane integrity and marked reduction of macrophages than the contralateral muscle of C57 and mdx mice. Altogether, the results indicate a beneficial effect of endogenous sexual female hormone and also the estrogen modulator receptor (tamoxifen) as therapeutic strategy capable of mitigating inflammation e myonecrosis (antiinflammatory effect), functioning as structural membrane stabilizer (sarcolemma integrity) and promoting muscle regeneration in mdx mice with Duchenne dystrophy. 2 1. INTRODUÇÃO 1.1 Características gerais do músculo esquelético O músculo esquelético estriado ou voluntário é constituído por miofibras, células cilíndricas de 1 a 300 m de comprimento e 10 a 50 m de diâmetro com múltiplos núcleos elípticos localizados na periferia do citoplasma. O epimísio é uma bainha de tecido conjuntivo que envolve o músculo e se estende internamente formando septos denominados perimísio, que contornam os fascículos, organizando feixes contendo dezenas de fibras musculares envoltas individualmente pelo endomísio e com extensa rede vascular e inervação. No músculo esquelético e cardíaco, os elementos contráteis do citoesqueleto estão altamente organizados formando padrões característicos de cruzamento de miosina e actina (bandas clara e escura) alinhadas ao longo do comprimento, dando uma aparência estriada na microscopia ótica. A faixa escura (banda A) é anisotrópica e a faixa clara é isotrópica (banda I), apresentando uma faixa mais escura central, a linha Z (Randall, 2000). A estriação da miofibrila deve-se à repetição de unidades iguais, os sarcômeros, constituídos de filamentos de actina e filamentos grossos de miosina dispostos longitudinalmente. Cada sarcômero é formado pela região da miofibrila compreendida entre duas linhas Z sucessivas e contém uma banda A separando duas semibandas I (Tortora, 2003). Essa organização é mantida por diversas proteínas, como a desmina, que liga as miofibrilas umas às outras e a distrofina, que liga os filamentos de actina às proteínas integrais da membrana plasmática (Michele e Campbell, 2003). Para a contração muscular ocorrer, é necessário que as cabeças das miosinas tracionem os filamentos finos de 3 actina para a direção central, ocasionando o encurtamento do sarcômero (Maughan, Watson et al., 1983). A contração do músculo esquelético depende de impulsos nervosos que estimulam a liberação de cálcio estocado pelo retículo sarcoplasmático. Tropomiosina, uma proteína fibrosa que une os filamentos de actina, associa-se a um complexo de três polipeptídeos: a Troponina C (unindo-se com o cálcio), troponina I (inibitório) e a troponina T (unindo-se com a tropomiosina). Existem diferentes tipos de fibras musculares esqueléticas, cada uma com diferentes isoformas de proteínas e propriedades funcionais. As fibras musculares lentas (tipo I) são especializadas em contração lenta e as fibras do tipo II na contração rápida. Um padrão distinto de estimulação elétrica da inervação da fibra pode regular a expressão de genes e o tamanho da fibra muscular (Carroll, Nicotera et al., 1999). Com base nas características funcionais e estruturais, as fibras musculares esqueléticas são classificadas (Tabela I) em três tipos principais: tipo I, IIA e IIB (Brooke e Kaiser, 1970; Randall, 2000). 4 Tipos de fibra Tipo I Tipo IIA Tipo IIB Tempo de contração Lenta Rápida Muito rápida Tamanho do n. motor Pequeno Grande Muito grande Resistência à fadiga Alta Intermediária Pequena Atividade Aeróbica Produção de força Lenta Alta Muito alta Densidade de mitocôndria Alta Alta Pequena Densidade de capilares Alta Intermediária Pequena Alta Alta Pequena Pequena Alta Alta Capacidade oxidativa Capacidade glicolítica Estocagem de energia A. longa duração Triglicerídeos A. curta duração CP, Glicogênio CP, Glicogênio Tabela 1 – Tipos de fibras musculares Referência: http://www.brianmac.demon.co.uk/muscle.htm (acessado em 14/01/2008) CP = fosfocreatina 5 A diversidade funcional entre os tipos de fibras musculares dos mamíferos deve-se à presença de várias isoformas de miosina e somente a um tipo de actina. A molécula de miosina é um hetero-hexímero formado por duas cadeias pesadas de miosina e dois pares de cadeias leves, considerados regulatórios por determinarem a velocidade e a força das fibras musculares. A miosina de cadeia pesada (MyHC), uma proteína sarcomérica usada como marcador de diferenciação muscular (Fulton e Alftine, 1997), tem várias isoformas. Esta característica permite classificar as fibras musculares em até 7 tipos diferentes (Weiss e Leinwand, 1996; Scott, Stevens et al., 2001), sendo quatro delas no músculo esquelético do adulto. A MyHC I, presente nas fibras musculares vermelhas de contração lenta, possui metabolismo mais oxidativo pelo maior conteúdo de mitocôndrias e grande resistência à fadiga. Nas fibras musculares brancas de contração rápida e menor resistência à fadiga predominam as do tipo IIB (rápida glicolítica), IID/X (rápida intermediária) e IIA (rápida oxidativa) (Reiser, Moss et al., 1985; Schiaffino e Reggiani, 1996), todas ricas em MyHC II. As fibras do tipo IIC são consideradas não diferenciadas (Brooke e Kaiser, 1970). A isoforma MyHC IIB aparece progressivamente no desenvolvimento do músculo esquelético e é a isoforma que predomina (70%) no animal adulto, chegando acima de 90% nos músculos gastrocnêmio e quadríceps (Jansen, Windau et al., 1996). As isoformas IID/X e IIA são principalmente expressas no diafragma, enquanto a isoforma do tipo I, nos músculos posturais e solear, porém, dependendo do estímulo, pode ocorrer mudança no tipo de fibra. A composição da fibra muscular é influenciada por fatores hormonais e do microambiente (Ianuzzo, Patel et al., 1977; Nwoye e Mommaerts, 1981; 6 Pette e Staron, 1997). Em resposta a um estímulo, há transição na expressão da isoforma seguindo o padrão IIB IID/X IIA I. Existem também as fibras híbridas, coexpressando IIB e IID/X, IID/X e IIA e I e IIA representando talvez estágios de conversão da fibra (Staron e Pette, 1993). A inatividade do músculo ocasiona uma mudança no tamanho e na expressão do tipo de fibra, seguindo obrigatoriamente I IIA IID/X IIB e o sentido oposto com um aumento da atividade e sobrecarga funcional (Booth e Criswell, 1997). A denervação causa atrofia e mudança do tipo de fibra lenta para rápida (Sieck, 1994). 7 1.2 Regeneração do tecido muscular No músculo esquelético, a formação de novos mionúcleos para crescimento e reparo da fibra depende da disponibilidade de uma população de células precursoras mononucleares chamadas células satélites (CS). Essas células estão localizadas internamente entre a lâmina basal e o sarcolema das fibras musculares. Durante o desenvolvimento, muitas células satélites estão se dividindo e contribuindo com mionúcleos para o crescimento da miofibra. No músculo maduro, as células satélites estão quiescentes, mas podem ser ativadas em resposta injúria (Mouly, Aamiri et al., 2005), sendo identificadas pela expressão dos marcadores: NCAM , M-Caderina e Pax 7. Estas células contribuem para a reposição de mioblastos, osteoblastos, adipócitos e condrócitos (Asakura, Komaki et al., 2001). As células satélites estão presentes em todos os tipos de fibras musculares, embora com distribuição desigual. A porcentagem de CS no músculo solear (contração lenta) do adulto é duas vezes mais alta do que nos músculos de contração rápida (ex: tibial anterior e extensor longo dos dedos). A população de células satélites varia também com a idade: ao nascimento, representam uma população de 30%, reduzindo-se de forma acentuada (menor que 5%) dois meses após o parto, porém mais lentamente na vida adulta (Bischoff e Heintz, 1994). Após injúria muscular, ocorre ativação das células mononucleares inflamatórias e das células com potencial miogênico. Os neutrófilos são as principais células inflamatórias que migram rapidamente para o tecido após injúria, enquanto macrófagos representam os maiores responsáveis pela 8 fagocitose de debris celulares e pela ativação de células miogênicas 48 horas após a lesão. As miofibras regeneradas apresentam nucleação central, geralmente são basofílicas, refletindo alta síntese protéica e expressam isoformas de MyHC embrionárias e de desenvolvimento. Membros da família de fatores regulatórios miogênicos (MRF) possuem um papel central na miogênese do músculo esquelético (Muntoni, Brown et al., 2002; Chen e Goldhamer, 2003; Charge e Rudnicki, 2004) e pertencem à superfamília de fatores de transcrição bHLH (basic helix-loop-helix) (Charge e Rudnicki, 2004). Os MRFs primários, MyoD e Myf5, são necessários para a ativação das células satélites, enquanto os MRFs secundários, miogenina e MRF-4, são essenciais para a diferenciação terminal dos miotubos. A expressão dos MRFs é modulada por fatores presentes no microambiente da lesão muscular (Charge e Rudnicki, 2004), como: o fator de crescimento do hepatócito (HGF), o fator inibitório de leucemia (LIF),interleucina-6 (IL-6) e interleucina -1 (Cantini e Carraro, 1995; Bisschop, Gayan-Ramirez et al., 1997; Floss, Arnold et al., 1997; Jiang e Hiscox, 1997; Austin, Bower et al., 2000). O fator de crescimento de fibroblastos (FGF) aumenta a proliferação de células satélites, a diferenciação e a fusão com o crescimento de miotubos (Dodson, Allen et al., 1985; Florini, Ewton e Magri, 1991; Delany, Pash et al., 1994; Fryburg, Jahn et al., 1995; Goldspink, Cox et al., 1995). O fator de crescimento transformador beta (TGFβ) age como um fator regulatório da proliferação e diferenciação de mioblastos (Charge e Rudnicki, 2004). Células-tronco derivadas do músculo (MDSC) são caracterizadas pela expressão de marcadores celulares e pela capacidade de diferenciação miogênica. MDSCs apresentando os fenótipos de superfície Sca-1+CD45+ e 9 Sca-1+CD45- estão localizadas entre as fibras musculares principalmente associadas a vasos sangüíneos (Asakura, 2003). MDSCs CD45+ isoladas de músculo normal apresentam potencial miogênico muito limitado in vitro e in vivo, mas possuem alto potencial hematopoiético. Em contraste, células MDSCs CD45- se diferenciam prontamente em linhagens miogênicas in vivo e in vitro (Mckinney-Freeman, Jackson et al., 2002). Alguns estudos mostram que MDSCs CD45+ também são capazes de originar células miogênicas em alguns modelos experimentais de lesão muscular, mas não está esclarecida a exata contribuição das diferentes populações de progenitores durante a regeneração do tecido muscular (Peng e Huard, 2004). Apesar de as células-tronco hematopoiéticas circularem e migrarem para diferentes tecidos, existe evidência indicando que as células-tronco residentes são as responsáveis pela regeneração e reparo do tecido muscular (Peng e Huard, 2004). 10 1.3 Metaloproteases e remodelagem muscular A matriz extracelular (ECM) é formada por uma rede complexa de macromoléculas constituídas de polissacarídeos e proteínas estruturais. ECM é uma estrutura dinâmica que regula o comportamento celular através de interações com fatores de crescimento, determinando a ativação de vias clássicas de transdução de sinais que induzem a proliferação, regulam a expressão gênica, influenciam na migração e posicionamento no microambiente (Alberts e Ronca, 1997). A remodelagem da ECM é mediada por proteases, em especial as metaloproteases (MMPs), uma família de endopeptidases dependentes de zinco (Kieseier, Schneider et al., 2001) e classificadas de acordo com a especificidade do substrato (colagenases, gelatinases, estromelisinas, matrilisinas e tipo membranar). Estas enzimas possuem características comuns incluindo o modo de ativação, a seqüência de aminoácidos conservada no sítio ativo de ligação ao metal e inibição por inibidores específicos conhecidos como inibidores de metaloproteinases (TIMPs). A maioria das MMPs é secretada como zimogênio e sua ativação é caracterizada pela perda de aproximadamente 10-kDa no seu peso molecular (Kherif, Lafuma et al., 1999). A remodelagem da ECM durante a regeneração e degeneração muscular sugere uma alta regulação da atividade lítica da matriz durante a regeneração do músculo, inclusive mioblastos secretam MMP-2 de forma constitutiva (Kherif, Lafuma et al., 1999). MMP-2 está envolvida na regulação da integridade e composição da ECM no músculo esquelético, regulando a proliferação, diferenciação de mioblastos e reparo da miofibra após a injúria (El 11 Fahime, Torrente et al., 2000; Wiendl, Hohlfeld et al., 2005). O tratamento prévio de mioblastos com concanavalina A, um mitógeno indutor de MMP, aumenta a migração de mioblastos injetados por via intramuscular (El Fahime, Torrente et al., 2000). Após injúria muscular, a forma ativa de MMP-2 associada com a regeneração deste tecido está transitoriamente aumentada dentro de 24 horas. A MMP-9 é produzida por várias células (ex: neutrófilos, macrófagos, linfócitos, mastócitos) e permanece ativa por vários dias (Kherif, Lafuma et al., 1999). Durante a remodelagem muscular, algumas proteínas da ECM promovem sinais estimulatórios ou inibitórios para a migração de células. A integrina 7 1 influencia a motilidade de mioblastos ao longo da membrana basal rica em laminina (LN) durante a regeneração muscular (El Fahime, Torrente et al., 2000). 1.4 Regulação hormonal do músculo esquelético Existe uma contínua renovação de proteínas, síntese e perda, que mantém a integridade funcional e a qualidade do músculo esquelético. Importantes reguladores deste processo são os hormônios como o do crescimento (GH) e os sexuais (testosterona), que estimulam o crescimento muscular, principalmente pelos aumento da síntese protéica, pelos hormônios que diminuem a perda de proteínas (ex: insulina) e pelos hormônios do estresse, que aumentam o catabolismo muscular (glucagon, glicocorticóides e catecolaminas). Os hormônios tireoidianos são também essenciais durante o crescimento muscular, mas o excesso e ou deficiência causam destruição do músculo. Estudos recentes mostraram que MDSCs originadas de camundongos fêmeas apresentam maior capacidade regenerativa comparadas 12 com os machos, respondendo a baixos níveis de estresse oxidativo e com grande proliferação (Deasy, Lu et al., 2007). Compreender os mecanismos que levam à regulação da síntese e perda de proteínas no metabolismo muscular é essencial para elucidar os mecanismos de destruição muscular. A perda ou ganho de proteínas musculares é determinada pelo balanço entre síntese e degradação de proteínas. As taxas de renovação muscular são afetadas por muitas condições fisiológicas, como alimentação (Rennie, Edwards et al., 1982), jejum (Cheng, Pacy et al., 1987), idade (Welle, Thornton et al., 1993; Yarasheski, Zachwieja et al., 1993) e também doenças (Rennie, 1985). Os hormônios são os maiores reguladores de renovação de proteínas nestas condições. Muitas endocrinopatias são caracterizadas por destruição muscular e perda da função (Ruff e Weissmann, 1988). Muitos estudos têm mostrado os efeitos da insulina sobre o metabolismo protéico do músculo. Estes estudos mostram o efeito anabólico da insulina sobre o músculo, estimulando a captação de aminoácidos, síntese de proteína e inibição da quebra de proteínas (Florini, 1987; Kettelhut, Wing et al., 1988; Sugden e Fuller, 1991; Garlick, Essen et al., 1992; Wright e Sutherland, 2008). O efeito anabólico da insulina é evidente, uma vez que pacientes diabéticos, deficientes de insulina, têm grande destruição muscular e isto é revertido com o tratamento de insulina. Outros estudos sugerem que a redução induzida pela insulina na quebra da proteína muscular ocorre principalmente nas proteínas não miofibrilares (Arfvidsson, Zachrisson et al., 1991; Moller-Loswick, Zachrisson et al., 1994). O efeito anabólico do hormônio do crescimento (GH) em crianças e adultos deficientes GH é bem estabelecido (Collipp, Thomas et al., 1973; 13 Jorgensen, Pedersen et al., 1989; Cuneo, Salomon et al., 1991; Smith, Barua et al., 1992; Jorgensen, Moller et al., 1994). Nos idosos, que apresentam diminuição da secreção GH, a suplementação GH determina o aumento da massa muscular. Estudos em animais têm mostrado que GH aumenta as taxas de síntese de proteínas e diminui a quebra de proteínas no tecido muscular (Florini, 1987; Kettelhut, Wing et al., 1988; Sugden e Fuller, 1991; Ewton, Roof et al., 1994; Fryburg, Jahn et al., 1995; Di Iorio, Abate et al., 2006). A infusão de IGF-1 no músculo esquelético de humanos mostrou um aumento no metabolismo de proteínas, com um aumento na síntese protéica (Elahi, Mcaloon-Dyke et al., 1993). O efeito estimulatório de IGF-1 sobre a síntese de proteínas no músculo pode ser atenuado inibindo-se o concomitante aumento no fluxo de sangue pelo inibidor do óxido nítrico. Isto indica que o efeito de IGF-1 sobre a síntese de proteína no músculo esquelético depende, em parte, da produção do óxido nítrico (Fryburg, 1996). A ação metabólica do GH pode, em parte ou inteiramente, ser secundária à produção de IGF-1. Assim, o hormônio do crescimento pode atuar diretamente ou indiretamente via IGF-1, dependendo da ação metabólica e do tecido (Yarasheski, 1994; Pash, Delany et al., 1995). Muito pouco é conhecido sobre a interação de vários hormônios e fatores de crescimento e possíveis efeitos aditivos. Quando os hormônios GH e insulina foram administrados simultaneamente aumentaram a síntese de proteínas e não alteram o catabolismo de proteínas (Gore, Honeycutt et al., 1991; Fryburg, Louard et al., 1992). Em pacientes com distrofia miotônica, a suplementação com GH exerce efeito positivo sobre a potência muscular, indicando possível efeito benéfico sobre o metabolismo de proteínas 14 (Vlachopapadopoulou, Zachwieja et al., 1995). Ambos, GH e IGF-1, têm efeitos sobre a síntese de proteínas quando administrados diretamente, embora estes efeitos não sejam observados quando administrados sistemicamente. IGF-1 também pode causar hipoglicemia, o que limita a administração sistêmica, porém o efeito pode ser contornado com a administração simultânea com GH. A ação metabólica e interação destes hormônios não são ainda inteiramente conhecidas e mais estudos são necessários, especialmente em relação à distrofia muscular. Os efeitos anabólicos da testosterona sobre o músculo esquelético são bem conhecidos (Mooradian, Morley et al., 1987). A testosterona e derivados estruturais induzem acréscimo de massa muscular e síntese de proteína em indivíduos jovens e idosos (Ferrando, Sheffield-Moore et al., 2002). Esteróides anabólicos são utilizados para melhorar o ganho de massa muscular após treinamento físico. Dose suprafisiológica de testosterona, especialmente em combinação com treinamento de potência, aumenta a massa e potência muscular em homens saudáveis (Bhasin, Storer et al., 1996). A administração de testosterona aumenta os níveis de IGF-1 em homens normais, sugerindo que os efeitos deste hormônio podem ser via IGF-1 (Hobbs, Plymate et al., 1993; Harridge, 2007). Embora seja conhecido que esteróides aumentam a massa muscular, muito pouco se sabe sobre os efeitos nos processos diretamente envolvidos no remodelamento muscular, tal como inflamação. A testosterona e seus análogos modulam a atividade de macrófagos (Brain, Benton et al., 1976; Keller, Ershler et al., 1996). Citocinas e outras proteínas secretadas por macrófagos podem regular a proliferação de células satélites (Merly, Lescaudron et al., 1999). Existem evidências de que a testosterona é 15 crítica tanto no início como na resolução da resposta inflamatória muscular, contribuindo para o sucesso do crescimento e regeneração (Bondesen, Mills et al., 2004). A testosterona aumenta a expressão de molécula de adesão e isto também pode ser um regulador positivo das células satélites (Zhang, Wang et al., 2002). Níveis séricos de testosterona e androgênios adrenais declinam com a idade em machos (Rennie e Millward, 1983; Rennie, Smith et al., 1994). Em mulheres idosas, os níveis de testosterona também estão diminuídos, particularmente após a menopausa. Dados epidemiológicos sugerem a existência de uma relação entre níveis reduzidos de testosterona e declínio na massa, potência e força do músculo (Rodier, Richard et al., 1984; Robert, Beaufrere et al., 1985; Bach, Salemi et al., 1995). A reposição de testosterona resulta no aumento da massa e força muscular em populações de homens idosos hipogonodais (Ruff e Weissmann, 1988; Salomon, Cuneo et al., 1989; Sakurai, Aarsland et al., 1995). Outro mecanismo pelo qual a testosterona aumenta a massa muscular tem sido mostrado através do aumento do número de células satélites (Stiegler, Rett et al., 1989) que também expressam receptores de androgênios (Tessari, Biolo et al., 1990). A exposição a androgênios, de maneira dose dependente, aumenta a expressão de IGF-1 no músculo diafragma de ratos (Tessari, Inchiostro et al., 1991). Os efeitos de estrogênios e progesterona sobre o metabolismo de proteínas é pouco conhecido. A menopausa está associada à perda muscular acelerada (Mooradian, Morley et al., 1987). Contudo, não está claro se a reposição de estrogênio pode aumentar ou não a massa muscular. Alguns estudos têm evidenciado que a terapia de substituição hormonal não previne 16 mudanças promovidas pela menopausa na composição do corpo (Beckett, 1992) ou melhora na massa muscular (Nair, Halliday et al., 1987; Newman, Heslin et al., 1994), o que é contrariado por outros estudos que mostraram a melhora da potência muscular (Nair, Garrow et al., 1983; Pacy, Cheng et al., 1990; Pacy, Bannister et al., 1991). Um mecanismo pela qual a perda de estrogênio pode contribuir para a sarcopenia relacionada com a idade pode ser devido ao aumento de citocinas pró-inflamatórias como IL-6 e TNF-alfa (Palmer, 1990; Pearlstone, Wolf et al., 1994). IL-6 diminui níveis de IGF-1 tanto in vitro e in vivo (Pozefsky, Felig et al., 1969; Preedy e Garlick, 1985). Baixo nível de IGF-1 pode estimular a IL-6, sugerindo um elo entre IGF-1 e IL-6 (Preedy e Garlick, 1988). Cappola e colaboradores examinaram os efeitos dos baixos níveis de IGF-1 e altos níveis de IL-6 (individualmente e combinados) sobre a mobilidade, habilidade e morte celular (Cappola, Bandeen-Roche et al., 2001). Estes autores concluíram que a combinação de baixos níveis de IGF-1 e altos de IL-6 confere um risco progressivo de não habilidade e morte em mulheres mais velhas, sugerindo um efeito na falta de regulação dos sistemas imune e endócrino (Ramsay, 1966). Deficiência de estrogênio aumenta vias pró-inflamatórias, uma vez que o estrogênio diminui a expressão de IL-6 e apresenta efeitos inibitórios sobre as vias do NF-kB (Reeds e Palmer, 1983; Reeds, Hay et al., 1985) e AP-1 para a transcrição do gene do TNF-alfa (Rennie, 1985). Além disto, foi mostrado que o estrogênio afeta a expressão de HSP70 em diversos tecidos, incluindo a do músculo esquelético (Rennie, Bennegard et al., 1984). A indução de HSP70 após exercício muscular foi maior em ratos machos do que em fêmeas (Rennie, Edwards et al., 1982). 17 Glicocorticóides, glucagon e catecolaminas são considerados os mais importantes hormônios catabólicos. Estes hormônios são elevados em situações clínicas de estresse intenso (Alberti, Batstone et al., 1980) e a perda de proteínas é vista resultando no aumento da quebra de proteínas em excesso. O tratamento com glicocorticóides induz a um decréscimo da síntese de proteína e, possivelmente, a um aumento da quebra de proteínas em animais (Florini, 1987; Garlick, Burns et al., 1988; Sugden e Fuller, 1991). Na síndrome de Cushing, o aumento da produção glicocorticóide mostra um grande efeito sobre o músculo esquelético com marcada destruição e fraqueza muscular. Também o mesmo ocorre com administração intensiva de cortisol numa variedade de situações clínicas (Horber, Scheidegger et al., 1985). Apesar de o tratamento com prednisona (glicocorticóide sintético) melhorar a potência e a função muscular em pacientes com DMD (Distrofia muscular de Duchenne) não foram encontradas diferenças nas taxas de síntese protéica (Rifai, Welle et al., 1995). A ação específica dos glicocorticóides sobre o metabolismo de proteínas musculares é difícil de ser determinada, pois outros hormônios também são afetados pelo tratamento. O glucagon atua principalmente no fígado, entretanto, a incubação de músculo de rato com altas concentrações de glucagon resulta no decréscimo da síntese de proteínas (Preedy e Garlick, 1985; 1988). A liberação de aminoácidos a partir do músculo pode estar aumentada (Kraenzlin, Keller et al., 1989) ou diminuída (Del Prato, Defronzo et al., 1990) em similares protocolos de infusão da epinefrina. 18 Os hormônios da tireóide, embora essenciais para o crescimento, exibem efeito catabólico no músculo esquelético durante os estados de hipotireoidismo e hipertireoidismo (Ramsay, 1966; Kissel e Mendell, 1992), determinando fraqueza muscular e, posteriormente, perda da massa muscular (Zurcher, Horber et al., 1989). A tireoidectomia induz à atrofia muscular pela diminuição da síntese e aumento da degradação de proteínas (Garlick, Burns et al., 1988), porém também no hipertireoidismo tem sido reportado aumento do catabolismo protéico (Gelfand, Hutchinson-Williams et al., 1987). Prostaglandinas e citocinas são importantes reguladoras do metabolismo de proteínas musculares (Palmer, 1990; Bistrian, Schwartz et al., 1992), aumentam a síntese de proteínas musculares induzida pela insulina (Reeds e Palmer, 1983; Reeds, Hay et al., 1985). Contudo, a influência sobre a ação da insulina pode ser diferente em humanos e em animais, dependendo do tipo de prostaglandina e da espécie animal (Garlick, Burns et al., 1988; Stiegler, Rett et al., 1989). Citocinas estão entre os prováveis mediadores da sarcopenia, observada durante diversos estados de doenças (Bistrian, Schwartz et al., 1992). Em ratos, estas geralmente induzem destruição muscular pelo aumento da quebra de proteínas (Kettelhut, Wing et al., 1988; Flores, Bistrian et al., 1989; Goodman, 1991). Os efeitos diretos e indiretos de prostaglandinas e citocinas sobre o metabolismo de proteínas no músculo em humanos ainda precisam ser estabelecidos. 19 1.5 Influência do sistema imune no músculo esquelético O microambiente tecido muscular esquelético contém, além das células musculares e respectivos progenitores, vários tipos celulares, como: fibroblastos, células endoteliais e do sistema imune, que contribuem para a funcionalidade e manutenção da homeostase. O sistema imunológico inato é vital para o processo de cicatrização. Macrófagos e neutrófilos, presentes no processo inflamatório que acompanha a lesão muscular, apresentam um papel importante na remoção de debris tissulares. Entretanto, em modelos de lesão muscular já foi mostrado que neutrófilos podem promover dano muscular através da produção de moléculas citotóxicas e citolíticas (Tidball, 2005), além de aumentar o estresse oxidativo (Beray-Berthat, Croci et al., 2003; Tidball e Wehling-Henricks, 2007a; b). Camundongos deficientes de neutrófilos apresentam uma regeneração tecidual eficiente sem formação de cicatriz (Wadman, 2005). Além da atividade fagocítica, os macrófagos secretam citocinas, fatores de crescimento e óxido nítrico (NO) (Shi, Wakil et al., 1997; Cowin, Brosnan et al., 1998; Oliveira, ElCheikh et al., 2000; Sandler, Mentink-Kane et al., 2003; Park e Barbul, 2004). NO regula a formação de colágeno, a proliferação celular e a contração da lesão em modelos animais de reparo tecidual (Hesse, Modolell et al., 2001; Witte e Barbul, 2002; Park e Barbul, 2004). No músculo esquelético já foi mostrado que macrófagos são essenciais para desencadear o processo de regeneração após transplante de mioblastos (Lescaudron, Peltekian et al., 1999). Além disso, o meio condicionado de cultura de macrófagos peritoneais 20 pode aumentar a proliferação de mioblastos in vitro, bem como o número de células expressando Myo-D. A primeira população de macrófagos que entra no músculo lesado tem grande capacidade fagocítica e participa na destruição de restos celulares e, posteriormente, uma população mais regulatória estimularia a regeneração, promovendo o reparo do sarcolema lesado (Tidball e WehlingHenricks, 2007a). O sucesso da regeneração e crescimento muscular parecem depender da ativação seqüencial e subseqüente supressão da sinalização de citocinas. Três citocinas comumente classificadas como inflamatórias, fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucina-1 beta (IL-1b) e interleucina-6 (IL-6), apresentam efeitos diversos no músculo esquelético (Tsujinaka, Fujita et al., 1996; Langen, Schols et al., 2002). Tanto TNF-α como IL-6, em baixas concentrações, podem atuar como fator de crescimento para o músculo esquelético (Warren, Hulderman et al., 2002; Li, 2003), mas também podem induzir destruição em altas concentrações ou com exposições crônicas (Tsujinaka, Fujita et al., 1996; Langen, Schols et al., 2002). TNF-α está freqüentemente associado a doenças de destruição muscular. Contudo, este também é crítico para o sucesso da regeneração muscular a partir de injúria por cardiotoxina (Chen, Gerken et al., 2005). IL-1b pode suprimir a síntese de proteínas (Cooney, Maish et al., 1999; Strle, Broussard et al., 2004) e induzir fibrose cardíaca (Hwang, Lee et al., 2001). Na inflamação do tecido muscular, várias populações de células do sistema imune expressam e liberam diferentes citocinas e quimocinas, contudo, recentes descobertas também indicam que células musculares são fontes destes fatores. Mioblastos humanos produzem uma variedade de citocinas constitutivamente, tais como, IL-6 e TGF-β. Outras 21 citocinas como IL-4, IL-10 e IFN-γ e também IL-1α, IL-1β e TNF-α são encontradas em mioblastos somente depois de estimulação. Receptores específicos de citocinas não têm sido descritos em células musculares, entretanto, o fato de mioblastos responderem a várias citocinas in vitro sugere a presença de tais receptores. Diferentes citocinas aumentam a expressão de quimocinas CXCL8 (IL-8), CXCL9, CXCL10, CCL3 (MIP-1a), CCL20 (MIP-3a) e CCL5 (RANTES) em miotubos de humanos. Dados sobre a expressão de receptores de quimocinas sobre células musculares são escassos. CCR1 e CCR5 são expressos em células musculares não necróticas, porém CCR2B é detectável em células satélites e fibras regenerando-se (Figarella-Branger, Civatte et al., 2003). Mioblastos de humanos podem expressar uma variedade de moléculas imunológicas, incluindo MHC, moléculas coestimulatórias (Nagaraju, 2001), e secretam várias citocinas, quimocinas e moléculas de adesão celular (FigarellaBranger, Civatte et al., 2003) tão bem como receptores do sistema imune (Mantegazza, Hughes et al., 1991; Roy, Dansereau et al., 1991; Goebels, Michaelis et al., 1992; Wiendl, Behrens et al., 2000). Em condições inflamatórias, células musculares expressam moléculas de MHC I e II e, também, moléculas de adesão, citocinas e receptores de quimocinas e moléculas co-estimulatórias. Mioblastos de humanos expressam constitutivamente LFA-1 (molécula de adesão do tipo 1 associada à função do linfócito), embora LFA-1, LFA-2 e LFA-3 não sejam detectáveis em miotubos. Depois da estimulação, in vitro, com citocinas pró-inflamatórias, a molécula de adesão intercelular -1 (ICAM-1) é detectável na superfície de mioblastos (Marino, Scuderi et al., 2003). Mioblastos não expressam as moléculas co- 22 estimulatórias B7-1 (CD80) e B7-2 (CD86) (Behrens, Kerschensteiner et al., 1998; Bernasconi, Confalonieri et al., 1998), mas expressam B7-H1, um outro membro da família B7, durante processos inflamatórios. B7-H1 exerce fortes propriedades imunoinibitórias sobre as células T CD4 e CD8 . Assim, B7-H1 poderia atuar como um imunorregulador negativo produzido pelas células musculares para controle da inflamação local (Wiendl, Mitsdoerffer et al., 2003). 1.6 Interações do tecido muscular e tecido adiposo O tecido adiposo é um tecido conjuntivo especializado e apresenta várias funções, como: isolamento térmico, barreira física ao trauma, armazenamento energético e secreção de proteínas e peptídios bioativos com ação local e à distância, sendo também considerado como um órgão endócrino ativo (Prins, 2002; Fantuzzi, 2005; Trayhurn e Wood, 2005). Este tecido está disperso pelo organismo, em depósitos sem ligação física entre si, cuja atividade secretória é regulada por mecanismos humorais e hormonais não totalmente esclarecidos. Nestes depósitos individuais de tecido adiposo, encontram-se vários tipos celulares (macrófagos, fibroblastos, pré-adipócitos e adipócitos) com atividade secretora variável. O tecido adiposo se comunica com outros órgãos através de ácidos graxos livres e adipocinas. Este tecido secreta mais de 50 adipocinas, podendo-se agrupá-las de acordo com as suas principais funções: imunológica, cardiovascular, metabólica e endócrina. Dentro do primeiro grupo, incluem-se IL-6, TNF-α e os componentes do sistema complemento B, C3 e D (adipsina). Estas moléculas têm funções bem definidas nos estágios inflamatórios, mas também são produzidas pelo tecido adiposo 23 em condições não-inflamatórias. Tanto TNF-α como IL-6 exercem um papel importante no metabolismo dos lípidios e da glicose, como, por exemplo, inibindo a lipoproteína lipase, induzindo a lipólise e aumentando a captação de glicose. Os níveis de IL-6 estão aumentados na obesidade e diminuem com a perda de peso, sendo também um marcador de resistência à insulina (Prins, 2002; Berg e Scherer, 2005). Os componentes do sistema complemento adipsina ou fator D foram as primeiras proteínas identificadas como sendo produzidas pelo adipócito. A presença dos fatores B e D é necessária à síntese de fator C3a, a partir de C3. O fator C3a é posteriormente clivado em ASP (proteína estimuladora de acilação) (Prins, 2002; Xu, Barnes et al., 2003). Esta proteína intervém na síntese e no armazenamento de triglicerídeos (TG). A sua deficiência (em ratos) está associada à diminuição da gordura corporal e ao aumento da sensibilidade à insulina (Prins, 2002; Havel, 2004). No grupo das adipocinas com função predominantemente cardiovascular, destacam-se as moléculas do eixo renina angiotensina e o inibidor de ativação do plasminogênio (PAI-1). Há uma forte associação entre obesidade e o risco cardiovascular, sobretudo da gordura visceral (Gregoire, 2001; Prins, 2002; Xu, Barnes et al., 2003; Berg e Scherer, 2005). O tecido adiposo influencia diretamente o metabolismo de lípidios e carboidratos. As adipocinas envolvidas nestes processos são os ácidos graxos livres (AGL), a adiponectina, a resistina, o AGRP (agouti related petide) e a visfatina. O paradigma da função endócrina do tecido adiposo é a leptina. A sua produção é quase exclusiva do tecido adiposo e desempenha um papel fundamental na regulação dos depósitos energéticos, da fertilidade e do sistema imunológico (Fantuzzi, 2005; Mitchell, Armstrong et al., 2005). Além da produção de leptina, o adipócito tem 24 uma função importante no metabolismo dos hormônios esteróides, predominantemente de interconversão. O tecido adiposo intervém no metabolismo dos esteróides sexuais em duas vias bioquímicas: a via 17-β hidroxiesteróide oxireductase, que cataliza a conversão de androstenediona em testosterona e a de estrona em estradiol e a outra via dependente da aromatase P450 que cataliza a conversão de androstenediona em estrona e de testosterona em estradiol. Estas vias contribuem significativamente para os níveis de esteróides sexuais na mulher (sobretudo na pós-menopausa). Assim, as adipocinas desempenham um papel importante na homeostasia energética, sensibilidade à insulina, resposta imunológica e doença vascular (Gregoire, 2001; Prins, 2002; Xu, Barnes et al., 2003; Fantuzzi, 2005). Os adipócitos podem se expandir dentro e fora das fibras musculares esqueléticas, influenciando as células musculares via sinalização parácrina e endócrina. O tecido adiposo comunica-se com o músculo esquelético através de mediadores metabólicos, incluindo os ácidos de gorduras livres e adipocinas. Adipocinas, tais como TNF-α, IL-6, leptina, MCP-1, TIMP-1 (inibidor tipo 1 de metaloproteinase tecidual) e a glicoproteína transportadora de retinol (RBP-4), estão implicadas no desenvolivimento de resistência à insulina no músculo (Sartipy e Loskutoff, 2003; Yang, Graham et al., 2005) . A adiponectina é um hormônio protéico envolvido na manutenção da homeostase energética nos tecidos metabolicamente ativos através da ativação de receptores da adiponectina, AdipoR1 e AdipoR2, que sinalizam quinase dependente de AMP (AMPK) no fígado e no músculo (Bluher, Bullen et al., 2006). A adiponectina também exerce ações antinflamatórias por reduzir a 25 expressão da molécula de adesão vascular-1 (VCAM-1), E-selectina, ICAM-1 e IL-8 em células endoteliais da aorta induzidas por TNF-α (Ouchi, Kihara et al., 1999; Kobashi, Urakaze et al., 2005). Além disso, a adiponectina também inibe o fator nuclear-κB (NF-κB) estimulado por TNF-α em células endoteliais e macrófagos (Ouchi, Kihara et al., 2000; Kobashi, Urakaze et al., 2005; Yamaguchi, Argueta et al., 2005), estimula a produção da citocina antinflamatória IL-10 por macrófagos (Wulster-Radcliffe, Ajuwon et al., 2004), aumenta a produção do inibidor de metalloproteinase-1 em macrófagos de humanos (Kumada, Kihara et al., 2004) e também atua como um importante regulador da sintase do óxido nítrico endotelial (eNOS). O tecido adiposo, além de contribuir com fatores endócrinos e metabólicos para o tecido muscular, também pode ser uma origem de célulastronco com capacidade miogênica (Zuk, Zhu et al., 2002; Mizuno, 2003; Strem, Hicok et al., 2005). Células-tronco do tecido adiposo podem ser rapidamente induzidas a diferenciar-se em tecido muscular quando estimuladas por fatores miogênicos ou ainda em macrófagos a partir de pré-adipócitos (Charriere, Cousin et al., 2003). Também fatores derivados do músculo (miocinas) podem afetar as células adiposas. As miocinas, assim como as adipocinas, fazem parte da sinalização entre músculo e tecido adiposo, importante na modulação da taxa de massa de gordura e resistência à insulina. A IL-6 é fortemente produzida no músculo esquelético durante e após o exercício (Steensberg, Keller et al., 2002). A estimulação de curta duração de miócitos com IL-6 por concentrações similares àquelas durante o exercício tem um efeito positivo sobre a sensibilidade à insulina nas células musculares esqueléticas (Weigert, Hennige 26 et al., 2005), indicando um papel importante no suprimento de energia durante o exercício porque também ativa a lipólise no tecido adiposo (Van Hall, Steensberg et al., 2003). Outra miocina, IL-15, secretada por miócitos, influencia na proliferação de adipócitos e secreção de adiponectina (Quinn, Strait-Bodey et al., 2005). 1.7 Receptores de estrogênios – Moduladores e bloqueadores Os efeitos do estradiol são mediados através de receptores localizados no núcleo e atuam como fatores de transcrição (Aranda e Pascual, 2001; Klinge, 2001). A expressão do gen é regulada pela união direta de estradiol ao receptor de estrogênio e se liga a uma seqüência específica do DNA chamada de elemento de resposta ao estrogênio (ERE) (Klinge, Jernigan et al., 2004). Receptores de estrogênios também estão localizados na membrana celular e são importantes nos efeitos metabólicos imediatos (Klinge, Jernigan et al., 2004). O primeiro receptor de estrogênio foi denominado ER-α em 1986 (Green, Kumar et al., 1986) e somente 10 anos depois foi identificado o segundo receptor de estrogênio, ER-β (Kuiper e Gustafsson, 1997). Existe uma grande similaridade entre estes dois receptores, sugerindo que o ER-β pode reconhecer e unir-se a elementos responsivos ao estrogênio (EREs) tal com o ER-α, mas cada receptor pode ter distintos espectros de ligantes, sendo possível que o ER-β antangonize as ações ER-α. Tecidos-alvo para estrogênio incluem os alvos clássicos, com alto conteúdo de ER-α: útero, glândulas mamárias, placenta, fígado, sistema nervoso central, sistema cardiovascular e osso e os alvos não clássicos, como: a próstata, testículos, ovário, glândula pineal, glândula tireóide, pele, 27 paratireóide, adrenais, pâncreas, tecido linfóide e trato urinário, onde predomina o ER-β e a expressão do ER-α é muito pouco ou quase imensurável. O músculo esquelético expressa receptores de estrogênio, sendo assim, responsivo para estrogênio (Dionne, Lesage et al., 1979; Meyer e Rapp, 1985; Gustafsson, 1999; Lemoine, Granier et al., 2002; Lemoine, Granier et al., 2003; Wiik, Glenmark et al., 2003). No músculo maduro, o estrogênio ativa a expressão de cadeia pesada da miosina (MHC), fenótipo do músculo e, portanto, previne injúria muscular (Warren, Williams et al., 1996; Stupka, Lowther et al., 2000; Kadi, Karlsson et al., 2002; Tiidus, 2003; Feng, Li et al., 2004). O estrogênio regula vias de sinalização de receptores acoplados à proteína G, na qual tem sido identificado como regulador do crescimento muscular (Kraus, Bernard et al., 1989; Sillence, Reich et al., 1995; Enns, Iqbal et al., 2008; Enns e Tiidus, 2008). Mioblastos também possuem receptores de estrogênios funcionalmente competentes e que podem transativar genes endógenos como c-fos e erg-1 na proliferação de mioblastos (Kahlert, Grohe et al., 1997). Mediadores químicos que inibem a função dos estrogênios são chamados de antiestrogênios. Estes podem ser de dois tipos: moduladores dos receptores de estrogênio (SERMs) e inibidores da aromatase. Tamoxifen, raloxifene e ICI 182,780 (faslodex, fulvestrant) são exemplos de SERMs. As classes de SERMs apresentam atividade dupla de agonista e antagonista, dependendo do subtipo de receptor no mesmo tecido e/ou em tecidos diferentes; também podem ser específicos para um subtipo de receptor (Stewart e Stern, 1986; Rutqvist e Mattsson, 1993; Wenger, 2002; Jensen e Jordan, 2003; Lewis e Jordan, 2005). O tamoxifen tem sido terapeuticamente 28 usado para mulheres com câncer de mama como um agente antiestrogênico desde 1970. Este também funciona como um agente estrogênico no osso e no metabolismo de gordura. O tamoxifen é um modulador seletivo do receptor de estrogênios (Goldenberg e Froese, 1982; Perry, Kang et al., 1995; Ferlini, Scambia et al., 1999) que funciona como antagonista em alguns tecidos como na mama e útero e agonista em outros tecidos tais como coração e osso (Stewart e Stern, 1986; Love, Mazess et al., 1992; Rutqvist e Mattsson, 1993; Li, Takahashi et al., 1996; Fitts, Klein et al., 2001; Eugster, Rubin et al., 2003; Jensen e Jordan, 2003; Fitts, Klein et al., 2004). No músculo, apresenta propriedades agonistas uma vez que fêmeas ovariectomizadas tratadas com este agente modulador tiveram destruição muscular reduzida de modo semelhante aos ratos machos (Koot, Amelink et al., 1991). Os inibidores de aromatase letrozole, anastrozole e exemestane atuam como antiestrogênios por bloquearem a conversão de androgênios em estrogênios ativos. 1.8 Distrofia muscular de Duchenne A distrofia muscular do tipo Duchenne (DMD) é uma miopatia inflamatória grave de evolução fatal, caracterizada pela destruição progressiva das fibras musculares esqueléticas e substituição precoce por tecido conjuntivo e adiposo (Duchenne, 1868; Dubowitz, 1985; Hoffman, Brown et al., 1987; Deconinck e Dan, 2007; Hopf, Turner et al., 2007). A presença de mutações no cromossomo X (locus Xp21) é a base genética responsável pela distrofia muscular de Duchenne (Greenstein, 1977; Emery, 1989; Fayssoil, Orlikowski et al., 2008). O produto normal do gene DMD é uma proteína de 427 kDa denominada distrofina, presente nas células musculares esqueléticas estriadas 29 normais, células endoteliais e algumas células do sistema nervoso central (Mehler, 2000; Cyrulnik e Hinton, 2008) . Nos indivíduos com DMD, a distrofina está ausente ou é expressa como molécula truncada não-funcional (Mendell, Sahenk et al., 1995; Van Der Berg, 1995; Den Dunnen e Beggs, 2006). O gene da distrofina é extremamente grande (3,4 Mb), contém 79 exons e 2,4 milhões de bases. A sua grande complexidade propicia uma alta taxa de novas mutações, sendo que, em 65% dos pacientes, ocorre perda de uma parte do DNA (deleção), em 5%, duplicação do gene e, em 30% dos casos, mutações pontuais (Hoffman, 1996; Lim e Rando, 2008). A distrofina é a proteína mais abundante na fibra muscular, representando aproximadamente 5% das proteínas do citoesqueleto. Tal proteína apresenta localização na porção interna do sarcolema, formando uma trama associada a um complexo de glicoproteínas (DGC) constituído pelas distroglicanas, sarcoglicanas, sintrofinas, distrobrevinas, sarcospana e - actinina (Watkins, Cullen et al., 2000; Kanagawa e Toda, 2006). Atualmente, acredita-se que todo esse complexo DGC-distrofina, além do suporte estrutural, participe na transdução de sinais provenientes da interação da fibra muscular com a matriz extracelular (Watkins, Cullen et al., 2000; Ervasti, 2007). A organização desse complexo é essencial para a integridade da fibra muscular, uma vez que defeitos em outras proteínas do complexo resultam em diferentes tipos de distrofias musculares (Allikian e Mcnally, 2007). O papel da distrofina no músculo esquelético ainda não está totalmente elucidado, embora existam várias hipóteses para sua função como proteína estrutural de membrana, estabilizadora do sarcolema durante o estresse da 30 contração muscular, proteína estabilizadora de outras proteínas membranares e proteína moduladora da homeostase dos íons cálcio. Estas hipóteses não são excludentes entre si, podendo a distrofina exercer mais de uma função no músculo. A deficiência ou ausência da distrofina leva à fosforilação acentuada, alteração na homeostase do cálcio intracelular, redução do conteúdo de triglicerídeos, instabilidade e perda da integridade do sarcolema, culminando com apoptose e necrose das fibras musculares e liberação de enzimas como piruvato e creatinaquinase (Tews, Goebel et al., 1997; Infante e Huszagh, 1999; Deconinck e Dan, 2007). Na DMD, o músculo responde com ciclos de regeneração e degeneração, numa tentativa, sem sucesso, de substituir a perda das fibras musculares (Cullen e Mastaglia, 1980; Miike, 1983; Brasseur, Onolfo et al., 1997). Os efeitos epistáticos decorrentes da deficiência de distrofina são de grande importância, influenciando na gravidade da doença. Por exemplo, a ausência de distrofina produz uma doença progressiva em humanos e em gatos, mas uma doença benigna em camundongos que apresentam expectativa de vida normal. Além disso, o comprometimento muscular difere entre os músculos, o que ressalta a importância da influência de fatores epigenéticos (Tidball e Wehling-Henricks, 2004). As anormalidades histológicas mais comuns na miofibra na DMD são: desorganização das bandas I e Z; presença de fibras arredondadas com tamanho variado (fibras gigantes e pequenas) com sarcoplasma grosseiramente granular; vacuolização e fragmentação; nucleação central; mionecrose e fibrose intersticial precoce, geralmente associada à deposição de tecido adiposo. DMD ainda permanece uma doença incurável e os tratamentos disponíveis clinicamente são todos paliativos. A terapia celular com 31 transferência de mioblastos e células-tronco poderia corrigir os problemas primários, porém ainda existem várias dificuldades a serem superadas nesse tipo de tratamento (Rodino-Klapac, Chicoine et al., 2007). A obtenção de um vetor apropriado para um gene tão grande como o da distrofina, a expressão limitada de distrofina numa pequena área próxima à inoculação e a meia vida curta do mioblasto transfectado bem como a rejeição imunológica ainda são obstáculos a serem superados (Bogdanovich, Perkins et al., 2004; Negroni, Butler-Browne et al., 2006). Outra esperança é o tratamento como oligonucleotídeos tanto para correção da tradução como para terapia gênica, mas o alto custo, a não-disponibilidade sistêmica e a rejeição imunológica ainda são problemas a serem solucionados para o uso como terapêutica (Bertoni, 2008). 1.9 Camundongo mdx - modelo murino da DMD O camundongo distrófico mdx, mutante de uma colônia de C57BL10/ScSn, apresenta uma mutação pontual na região HqBpa do cromossomo X (Smith e Schofield, 1994), ocasionando a substituição de uma Citosina por Timina no par de nucleotídeos 3185 do exon 23 do gene da distrofina. Isto determina um código de terminação no lugar da Glutamina, gerando uma proteína truncada com 27% do tamanho normal que não é expressa (Sicinski, Geng et al., 1989). O camundongo mdx apresenta níveis muito elevados da enzima creatinaquinase no soro, o que indica extensa degeneração muscular. Contudo, esses animais desenvolvem fenótipo benigno da doença com poucos sintomas clínicos aparentes, apresentando uma 32 sobrevida praticamente normal e uma regeneração do tecido muscular eficiente (Bulfield, Siller et al., 1984). O músculo do mdx apresenta poucas alterações histológicas no período pós-natal, porém, logo após o desmame, inicia-se a fase de mionecrose extensa (Cullen e Mastaglia, 1980) acompanhada por intenso infiltrado inflamatório constituído principalmente de macrófagos, linfócitos T e raros linfócitos B (Mcdouall, Dunn et al., 1990; Spencer, Walsh et al., 1997; LagrotaCandido, Vasconcellos et al., 2002). Na oitava semana de vida pós-natal, a mionecrose é parcialmente compensada pela regeneração da miofibra, sendo evidente um elevado número de fibras regeneradas com nucleação central (Nonaka, 1998). Nos camundongos mdx mais idosos- com 24 semanas- ainda ocorre uma discreta mionecrose com redução na regeneração e aumento na fibrose, porém, após 52 semanas de vida pós-natal, os camundongos mdx apresentam um declínio significativo do peso corporal e da massa muscular (Lefaucheur, Pastoret et al., 1995). As fibras musculares do mdx idoso apresentam grande variação no tamanho, inclusive com miofibras atrofiadas, fragmentadas e aumento da fibrose no endomísio (Pastoret e Sebille, 1995; Lagrota-Candido, Vasconcellos et al., 2002). Resultados da dissertação de mestrado (Salimena, Lagrota-Cândido et al.,2004) mostraram que camundongos mdx machos e fêmeas apresentavam diferenças no processo de regeneração muscular nas diferentes fases da doença. As fêmeas apresentavam menor inflamação e mionecrose, porém maior regeneração muscular e deposição de tecido adiposo que os camundongos machos na idade adulto jovem (6 semanas pós-natal), porém as alterações eram mais graves nas fêmeas idosas (24 semanas). Estes dados 33 sugerem que os hormônios femininos são particularmente responsáveis pelas diferenças na lesão muscular do camundongo mdx, favorecendo a resolução da mionecrose e promovendo a regeneração dos músculos esqueléticos. 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Estudar a influência do dimorfismo sexual na lesão muscular de camundongos mdx com distrofia muscular de Duchenne. 2.2 Objetivos específicos Comparar as alterações histomorfológicas presentes nos músculos esqueléticos (solear e gastrocnêmio) na fase de regeneração nos camundongos distróficos machos e fêmeas após castração cirúrgica e tratamento com agonista do receptor de estrógeno (tamoxifen). Analisar a expressão da atividade das metaloproteinases, MMP-9 e MMP-2, nos músculos esqueléticos (gastrocnêmio) de camundongos mdx machos e fêmeas após castração cirúrgica. 35 Diferenciar os tipos de miofibras (I, IIA e IIB) presentes na fase de regeneração muscular de camundongos mdx machos e fêmeas após castração cirúrgica. Analisar nos animais submetidos à castração cirúrgica e tratados com tamoxifen o fenótipo: das células com marcadores de células-tronco hematopoiéticas (SCA-1), macrófagos (Mac-1+, F4/80) presentes nos focos de inflamação; das células regenerando com marcadores de molécula de adesão NCAM; e dos adipócitos. Relacionar as diferenças da miopatia entre os gêneros e o possível efeito benéfico dos agonistas de estrogênio na modulação do microambiente da lesão muscular do camundongo mdx. 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Animais Camundongos distróficos mdx e controle não-distróficos C57BL10/J (C57) foram mantidos no Biotério de Patologia Celular do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) em gaiolas plásticas forradas com maravalha de pinus autoclavada, em ambiente com temperatura (20 oC) e ciclo de luz (12h/12h) controlados, recebendo suplemento vitamínico vitagold semanalmente, ração (Nuvital, Paraná, Brasil) e água filtrada ad libitum. 3.2 Castração cirúrgica Camundongos mdx e C57 machos e fêmeas selecionados com idade de 28 dias foram anestesiados com ketamina (50mg/kg) e xilasina (20mg/kg). As fêmeas 37 foram submetidas à ovariectomia (OVX) através de duas pequenas incisões para-espinhais na região dorsal entre a crista ilíaca e as costelas mais inferiores; e já os machos foram submetidos à orquiectomia (OOX) através de incisão mediana do saco escrotal. O grupo SHAM recebeu apenas a incisão cirúrgica sem a retirada das gônadas. Camundongos machos e fêmeas, não operados, pareados também na mesma idade, foram usados como controle. Os animais foram sacrificados por inalação de éter e, 4 semanas após cirurgia, na idade correspondente à fase de regeneração muscular (8 semanas), foram estudados . Após assepsia com solução de álcool iodado, os músculos gastrocnêmio e solear foram cuidadosamente dissecados e retirados. 3.3 Análise histológica Os músculos gastrocnêmio e solear foram fixados em formol Millonig tamponado (pH 7,2) durante 48h na temperatura ambiente. Após lavagem em água corrente durante 4 h os tecidos foram desidratados em soluções crescentes de álcool etílico (70%, 95%, 100%) durante 60 minutos em cada etapa e passados 3 vezes em álcool absoluto. Posteriormente, foram submetidos a 3 passagens em xilol para a completa retirada do álcool e da gordura do material. A impregnação e a inclusão com parafina foram realizadas em duas incubações a 60 o C por 1 hora. Todo o processamento foi feito automaticamente por meio de um processador de tecidos (LuPe PT -5, Brasil). Os blocos foram cortados semi-serialmente em micrótomo Spencer 820 (American Optical, USA) na espessura de 5 m e colocados em lâminas desengorduradas, previamente filmadas, com solução glicerol-albumina. Em seguida, os cortes foram desparafinizados em três lavagens de 3 minutos com 38 xilol e hidratados em concentrações decrescentes de etanol (100% I e II, 95% e 70%) durante 3 minutos para cada etapa e submersos em água destilada por também 3 minutos. A digitalização dos fragmentos de músculo corados foi obtida por meio de uma câmera digital Sound Vision (USA) acoplada ao microscópio Axioplan (Zeiss, Oberkolchen, Germany), sendo analisada a totalidade de cortes transversais com objetiva 20x. A mionecrose foi identificada pela presença de fibras degenerando-se e necróticas, com sarcoplasma eosinofílico pálido e infiltrado inflamatório, enquanto fibras regenerando-se foram identificadas pelo citoplasma fortemente basofílico e nucleação central. A superfície total e área ocupada pela mionecrose e fibras regenerando-se foram determinadas com o Programa de análise de Imagens Scion (National Institute of Health Image Program, USA). A diferença entre as duas medidas foi expressa como percentual de área patológica do tecido. 3.4 Reação histoquímica da miosina-ATPase Cortes congelados de 10 m de espessura de músculo esquelético (solear, gastrocnêmio) foram processados para coloração da Miosina-ATPase em pH 9,4 (Hayashi e Freiman, 1966). Os cortes foram incubados em uma solução de ATP e cloreto de cálcio pH 9,4 por 30 minutos em temperatura ambiente, deixados no cloreto de cálcio a 1% por 5 minutos e, posteriormente, no cloreto de cobalto a 5% por 5 minutos. A seguir, os cortes foram lavados em 4 passagens rápidas na água destilada e deixados de 15 a 30 segundos no sulfeto de amônia a 0,1%; em seguida, os cortes foram desidratados em álcool absoluto, passados em xilol e montados em bálsamo. Os tipos de miofibras 39 foram classificados segundo o padrão de coloração: cor branca para as fibras do tipo I, parda para as fibras do tipo IIA e cor escura para fibras do tipo IIB (Round, Matthews et al., 1980). 3.5 Reação histoquímica: tecido adiposo Cortes congelados de 10 m de espessura do músculo esqueléticogastrocnêmio- foram processados para coloração do tecido adiposo segundo o método Oil Red O (ORO) (Casselman, 1954). Os cortes foram bem lavados em água destilada, depois rapidamente passados em fosfato triatil (60%). Em seguida, foram incubados com oil red por 15 minutos. Novamente foram passados em fosfato tritehyl, em seguida, bem lavados com água destilada. Os núcleos foram contracorados com hematoxilina de Mayer por 2 minutos. Os cortes foram desidratados em álcool absoluto, passados em xilol e montados em bálsamo. 3.6 Imunohistoquímica Os músculos, gastrocnêmio e solear, de camundongos mdx controle, SHAM e castrados foram cuidadosamente removidos e congelados em nitrogênio líquido. Cortes de 8 m de espessura foram colocados em lâminas desengorduradas e previamente filmadas com poli-L-lisina (Sigma Chemical, Mo, USA) e mergulhados em PBS por 5 minutos para hidratação. A inibição da peroxidase endógena foi feita com água oxigenada a 3% por 30 min. As lâminas foram hidratadas com PBS durante 5 minutos e logo após houve a fase 40 de bloqueio de ligações inespecíficas com PBS/BSA a 2% por 30 minutos a 37o C. A seguir, os cortes foram incubados com anticorpo primário diluído em PBS (1 h, 37o C) (Ver Tabela 1). Após três lavagens de 5 minutos com PBS, os cortes foram incubados com anticorpo secundário apropriado (30 min/ 23 oC) em câmara úmida (ver tabela II). Após novas lavagens com PBS/BSA a 0,1%, a atividade da peroxidase foi revelada com aminoametilcarbazol (AEC, Sigma) na presença de água oxigenada a 3%. Todos os cortes foram contracorados suavemente com hematoxilina de Mayer e montados em gelatina, glicerina e fenol. 41 Tabela 2 - Relação de anticorpos monoclonais utilizados na imunohistoquímica. Especificidade Origem Formato Fonte Diluição NCAM rato purificado BD -PharMingen 1/200 SCA1 rato purificado BD -PharMigen 1/200 F4/80 rato purificado Serotec 1/40 Mac 1 rato biotinilado BD-PharMingen 1/30 Tabela 3- Relação de conjugados utilizados na imunohistoquímica Conjugado Marca Diluição Anti-IgG de rato/peroxidase Sigma 1/400 Anti-IgG de coelho Zymed 1/400 Estreptoavidina/peroxidase Sigma 1/200 Foram obtidas imagens digitalizadas da área total do corte transversal com objetiva 20x. As imagens foram quantificadas no programa Scion. 42 3.7 Zimografia Os músculos foram dissecados, pesados, imediatamente congelados em nitrogênio líquido e homogeneizados em tampão de extração 100 mM Tris– HCl, pH 7.6, 200 mM NaCl, 100 mM CaCl2 e a 1% Triton X-100 a 4°C. Após a centrifugação a 15000xg, foram preparadas alíquotas de 100μL e procedeu-se à dosagem de proteína pelo método de Lowry (Lowry, Rosebrough et al., 1951). As zimografias foram executadas segundo protocolo previamente descrito (Heussen e Dowdle, 1980) em gel de poliacrilamida SDS-PAGE a 7,5%, contendo gelatina (Merck do Brasil) na concentração de 2 mg/mL e géis de entrada poliacrilamida a 5% (w/v). A eletroforese foi realizada com a concentração de 60 g de proteína para cada uma das amostras aplicadas nos géis a 165 Volts por um tempo médio de 60 minutos (Power Pac 200 – BioRad, EUA). Após a eletroforese, os géis foram lavados duas vezes a 2.5% Triton X-100 para total remoção do SDS, em seguida procedeu-se à incubação a 37◦C em tampão contendo 10 mM Tris–HCl buffer, pH 7.5, 5 mM CaCl2, ZnCl2 1μM. SDS é o agente responsável pela ativação das metaloproteinases mesmo na forma inativa sem clivagem proteolítica (Talhouk, Chin et al., 1991). Os géis foram corados pelo Coomassie blue R250 (Sigma Chem. Co, USA) e descorados em solução descorante contendo 50% de metanol, 10% de ácido acético e 40% de H2O. A atividade da gelatinase foi visualizada por bandas não marcadas em um fundo azul representando áreas de proteólise no substrato de proteína. As metaloproteases são secretadas na forma latente e necessitam da clivagem do terminal peptídico NH2 para ativação. A análise semiquantitativa foi feita 43 usando o programa de análise de imagem (Scion Program National Institutes of Health, Image Program, EUA). 3.8 Preparação da resina Elvax com tamoxifen O ELVAX é uma resina industrial composta de acetato de etileno vinil (também conhecido como EVA), bastante usado em neurociências para estudos de liberação local de drogas e macromoléculas em geral, como os antagonistas de receptores glutamatérgicos ou inibidores de cinases (Cline e Constantine-Paton, 1990; Jablonska, Gierdalski et al., 1999; Colonnese, Shi et al., 2003). Este trabalho utilizou o protocolo já estabelecido para liberação de macromoléculas via ELVAX (Smith, Cordery et al., 1995). Esferas de ELVAX 40W (DuPont, USA) foram lavadas com trocas diárias de álcool etílico a 95% durante 5 a 7 dias sob agitação constante. Ao final deste período, os glóbulos foram secos e posteriormente submetidos à dissolução em diclorometano (100mg/ml) sob agitação durante 5 a 10 minutos. Após a dissolução completa, foi adicionado a droga tamoxifen (10 l/ml) ao volume final da solução de ELVAX diluído em diclorometano e homogeneizado em um agitador de tubos durante 1 minuto. Ao final desta etapa, os tubos contendo a preparação foram rapidamente imersos em uma mistura de gelo seco/acetona (com temperatura em cerca de -80ºC) por 30 minutos para que houvesse a repolimerização do ELVAX. O conteúdo dos tubos, já repolimerizado, foi removido e transferido para um congelador a -4ºC e mantido por pelo menos 5 dias. Após este período, as amostras foram liofilizadas a vácuo por 12 horas. Durante este procedimento o tubo ficou imerso em um 44 uma mistura de gelo e álcool etílico a 95% com temperatura em torno de 4ºC. A amostra de ELVAX livre de diclorometano, com forma cilíndrica e com diâmetro relativamente constante, foi armazenada em freezer a -20ºC. Os cilindros de ELVAX foram incluídos em meio de inclusão (OCT) e cortados em criostato com espessura 120 m. Os cortes de ELVAX permaneceram a -20ºC desde o momento da criomicrotomia até o momento exato do implante nos animais. 3.9 Implante de elvax no músculo esquelético Camundongos mdx, machos e fêmeas, selecionados com idade de 4 semanas, foram anestesiados intraperitonealmente com injeção de ketamina e xilasina (70 e 20 mg/kg body weight). Numa pequena incisão cirúrgica longitudinal feita através da pele e da fáscia na parte posterior da pata traseira, na altura do músculo gastrocnêmio direito, foi cuidadosamente colocada a esfera de ELVAX (120μm de diâmetro) contendo tamoxifen (1mM). O grupo controle recebeu somente o implante de ELVAX com PBS.Todos os grupos de animais receberam igual alimentação para evitar interferência nos resultados. Os animais foram sacrificados por deslocamento cervical, 8 semanas após cirurgia, na idade correspondendo a mudanças no microambiente associadas com regeneração muscular. Após assepsia local com solução de álcool iodado, os músculos gastrocnêmios foram cuidadosamente dissecados e retirados. O implante de ELVAX com tamoxifen e com PBS foi colocado no gastrocnêmio direito (TXGd). O músculo gastrocnêmio esquerdo (TXGe) sem implante 45 (ELVAX), foi também retirado para verificar um possível efeito sistêmico do tamoxifen neste músculo esquelético. 4. RESULTADOS 4.1 Efeito da castração no músculo esquelético do mdx Foram estudados os músculos gastrocnêmio e solear dos três grupos de machos e fêmeas na idade de 8 semanas: Grupo 1 mdx controle Grupo 2 mdx SHAM operado, não-castrado Grupo 3 mdx castrado (macho: orquiectomizado -OOX ou fêmea: ovariectomizado -OVX). Foram estudados dois tipos de músculos: o músculo gastrocnêmio, o mais acometido na distrofia muscular de Duchenne, e o solear. Conforme publicamos anteriormente (Salimena, Lagrota-Candido et al., 2004), o músculo gastrocnêmio das fêmeas mdx do grupo controle (não operadas) apresentou foco inflamatório mais discreto, menor área de mionecrose e maior regeneração do que os machos mdx pareados (Figura 1D e 1A). Neste trabalho verificamos que este perfil também é repetido no músculo solear (Figura 2D e 2A). 47 O músculo gastrocnêmio de camundongos mdx machos castrados (Figura 1C) apresentou maiores infiltrado inflamatório e mionecrose, e menor área de miofibras com regeneração do que os camundongos mdx machos controle (Figura 1A). O mesmo foi observado nas fêmeas (Figura 1D, 1E, 1F), já que as fêmeas castradas (OVX) apresentaram mais mionecrose e focos com inflamação do que o grupo controle e também em relação ao grupo SHAM (operado, mas não castrado) (Figura 1F e 1D/1E). Entretanto, os grupos de camundongo mdx fêmeas controle e castradas apresentaram áreas regenerando-se maiores que o grupo mdx fêmea SHAM (Figura 1D/1F e 1E). Este padrão também foi observado de modo semelhante no músculo solear (Figura 2). 48 Figura 1- Efeito da castração na histologia do músculo gastrocnêmio do mdx. Coloração de picrosírios nos cortes histológicos do músculo gastrocnêmio de machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F). Controle não castrado (A, D), SHAM=operado e não castrado (B, E) e castrado (C, F). Barra = 100 Estrela = infiltrado inflamatório, seta = miofibra em regeneração. m. 49 Figura 2 - Efeito da castração na histologia do músculo solear do mdx. Coloração de picrosirius nos cortes histológicos do músculo solear de machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F). Controle não castrado (A, D), SHAM = operado e não castrado (B, E) e castrado (C, F). Barra = 100 inflamatório, seta = miofibra em regeneração. m. Estrela = infiltrado 50 A análise histomorfométrica mostrou que camundongos mdx machos controle e SHAM apresentavam um aumento significativo (p< 0.001) das áreas com mionecrose em relação às fêmeas pareadas, tanto no músculo gastrocnêmio como no solear (Figura 3). Entre os camundongos mdx machos, os castrados e SHAM apresentaram aumento significativo (p<0.001) das áreas com mionecrose no músculo gastrocnêmio com relação ao grupo controle. Padrão semelhante, porém com alterações mais discretas, também foi observado no músculo solear (Figura 3). As fêmeas mdx castradas (OVX) apresentaram tanto no músculo gastrocnêmio como no solear maior área com mionecrose (p<0.001) do que as fêmeas mdx controle e SHAM, sendo a área de mionecrose no gastrocnêmio superior à de todos os grupos de mdx machos (Figura 3). As áreas de regeneração nos músculos gastrocnêmios eram maiores em todos os grupos de fêmeas comparados com os grupos de machos pareados (Figura 4). A análise estatística também mostrou que as áreas de regeneração eram significativamente (p<0.01) mais extensas nos camundongos mdx machos e fêmeas controle comparados com os outros grupos estudados, SHAM e castrados (Figura 4). 51 Fêmeas - gastrocnêmio 80 % % Machos - gastrocnêmio 80 60 60 40 * 20 20 0 0 Fêmeas - solear Machos -solear 80 % % * 40 * 80 60 60 40 40 20 0 * * 20 * 0 Figura 3- Morfometria do músculo gastrocnêmio e solear das áreas com mionecrose do mdx. Músculo gastrocnêmio de camundongos mdx machos e fêmeas. Cada barra representa a média de 3 animais e seu desvio padrão. Azul =controle, vinho=SHAM operado, sem castração e amarelo=castrado. * p<0,01. Eixo y = percentual da área total ocupada pela mionecrose. 52 * * * * * * * Figura 4- Morfometria das áreas com miofibras em regeneração do músculo gastrocnêmio e solear do mdx. Músculo gastrocnêmio de camundongos mdx machos e fêmeas. Cada barra representa a média de 3 animais e seu desvio padrão. Azul = controle, vinho = SHAM operado, sem castração e amarelo = castrado. Eixo y = percentual da área total ocupada pelas fibras em regeneração. 53 4.2 Distribuição das miofibras segundo atividade ATPase Foram estudados dois tipos de músculo: o gastrocnêmio, de contração rápida, composto essencialmente de fibras brancas/glicolíticas, especializado em velocidade e força; e o solear, de contração lenta, composto por fibras vermelhas/ oxidativas e com maior resistência à fadiga. Pelo padrão da atividade da miosina-ATPase em pH 9.6, as miofibras do Tipo I apresentam coloração branca (baixa atividade da miosina-ATPase), as do Tipo IIB apresenta coloração escura (alta atividade da miosina-ATPase) e as do Tipo IIA, uma coloração intermediária correspondendo a uma atividade intermediária da miosina-ATPase. Para este estudo foram realizados cortes histológicos transversais de 10 m de espessura dos músculos esqueléticos, gastrocnêmio e solear, de pelo menos 3 animais e analisados cinco campos de fotografias com objetiva de 20x. O músculo gastrocnêmio dos camundongos C57BL10 não-distróficos (Mccormick, Burns et al., 2004) apresentou predominância de fibras do tipo IIB (55% - 60%), um percentual menor de fibras do tipo IIA (35% - 32%) e poucas fibras do tipo I (5% - 8%); enquanto o solear tinha percentual maior de miofibras do tipo I (80% - 85%), menos IIA (19% - 14%) e poucas do tipo IIB (1%). Contudo, compararando-se os dados da literatura do percentual do grupo dos camundongos C57 com os grupos distróficos percebeu-se uma diminuição significativa das miofibras do tipo IIB e um aumento das miofibras do tipo IIA em ambos os sexos dos camundongos distróficos. As fêmeas mdx 54 apresentaram um número maior das miofibras IIA e IIB em comparação com os grupos dos camundongos mdx machos (Figura 5 D, E, F x 5 A, B, C). No músculo distrófico gastrocnêmio dos grupos mdx machos e fêmeas controle, SHAM e castrados foi observada (Figuras 5 e 9) pouca perda das miofibras do tipo I, sem significativa diferença entre os grupos mdx machos. Entretanto, nos grupos mdx fêmeas, houve diferenças significativas (p<0,05) entre os grupos mdx controle e OVX e os grupos SHAM e OVX. Em relação às fibras do tipo IIA e IIB, nos camundongos mdx machos controle (Figura 5A) foi observado um aumento significativo (p<0.01) em relação aos grupos SHAM e OOX. (Figura 5B, C). Resultado semelhante também foi observado nas fêmeas (Figura 5D, E, F). No músculo solear, nos camundongos distróficos machos e fêmeas predominavam as fibras do tipo I, como nos camundongos não-distróficos (C57-dados da literatura). Entretanto, os camundongos mdx, machos e fêmeas, apresentaram uma pequena perda das miofibras do tipo I e um aumento das miofibras IIA em relação aos camundongos não distróficos (C57). Os grupos de camundongos mdx machos (Figura 6A, B, C) apresentaram uma diminuição significativa (p<0.05) do número de miofibras do tipo I e um aumento do número de miofibras IIA quando comparados com as fêmeas mdx pareadas (Figura 6D, E, F). Entre os grupos dos machos distróficos, os camundongos SHAM e castrados (Figura 6B, C) tiveram sempre um menor número de miofibras dos tipos I e IIA em relação ao grupo mdx machos controle (Figura 6A). As fêmeas distróficas também apresentaram esta mesma diferença. 55 Figura 5 - Atividade da Miosina-ATPase no músculo gastrocnêmio do mdx. Fragmentos (10μm) do músculo esquelético gastrocnêmio de mdx machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F). Foram utilizados pelo menos 3 animais por grupo. Controle (A, D); SHAM operado (B, E); castrado (C, F). Barra = 100 m. Estrela = fibra de IIA, seta = fibra tipo IIB 56 Figura 6 - Atividade da Miosina-ATPase no músculo solear do mdx após a castração. Fragmentos (10μm) do músculo esquelético de mdx machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F). Foram utilizados pelo menos 3 animais por grupo. Controle (A, D); SHAM operado (B, E); castrado (C, F). Barra-100μm. Estrela = fibra de IIA, seta = fibra tipo IIB, seta grossa = fibra IA 57 A análise histomorfométrica do músculo gastrocnêmio mostrou (Figura 7) que nos camundongos machos mdx o percentual de miofibras do tipo I foi muito baixo em relação ao C57: controle (3%) e nos grupos SHAM e OOX (2%). Contudo, predominaram as miofibras tipo IIA no controle (55,67%), SHAM (42,67%) e OOX (36,42%). O percentual das miofibras IIB não era muito alto: controle (35,18%), SHAM (30,91%) e OOX (25,21%). Nas fêmeas mdx pareadas, a marcação das miofibras do tipo I também era baixa nos grupos controle (8%), SHAM (7,7%) e OVX (5%) enquanto predominavam miofibras do tipo IIA nos grupos controle (63,5%), SHAM (49,83%) e OVX (46,32%). O percentual das miofibras IIB também diminuiu: controle (43,3%), SHAM (35,2%) e OVX (30%). Todos estes dados foram comparados com o músculo gastrocnêmio dos camundongos C57BL10 não distróficos - fibras do tipo IIB (60- 65%), um percentual menor de fibras do tipo IIA (32-35%) e poucas fibras do tipo I (5-8%). Também foram observadas diferenças significativas entre controle, SHAM e castrados no percentual de miofibras do tipo I e IIA no músculo solear dos camundongos mdx machos e fêmeas. Análise histomorfométrica do músculo solear mostrou (Figura 8) que nos camundongos machos mdx o percentual de miofibras do tipo I era muito mais alto no controle (70%) do que nos grupos SHAM e OOX (65% e 61%), mas quando comparado com o grupo C57(dados da literatura: miofibras do tipo I – 80-85%) tinha ocorrido uma pequena perda destas miofibras (5 a 10%). Contudo, aumentaram em média 50% as miofibras do tipo IIA nos mdx machos controle (35,6%), SHAM (32,67%) e OOX (30,2%) em relação aos grupos de camundongos machos C57 (IIA -15% a 19%). E o percentual das miofibras IIB era muito baixo: controle (0,8%), SHAM (0,9%) e 58 OOX (0,5%). Nas fêmeas mdx pareadas, a marcação das miofibras do tipo IIB também era baixa, controle (1%), SHAM (0,7%) e OVX (1,5%), enquanto predominavam miofibras do tipo I: controle (78%), SHAM (75,7%) e OVX (75,8%). O percentual das miofibras IIA dos camundongos mdx fêmeas: controle (33,8%), SHAM (29,3%) e OVX (26,2%), também aumentou em média de 50%, comparados aos camundongos C57 (miofibras IIA -14% a 19%) (Figura 8). 59 Tipo I - Machos Tipo I - Fêmeas 10 8 % % 10 8 6 6 4 4 2 2 0 0 * Tipo IIA - Machos Tipo IIA - Fêmeas 100 80 60 % % 100 * 80 * 60 * 40 40 20 20 0 0 Tipo IIB - Fêmeas Tipo IIB - Machos 100 % % 100 80 80 60 60 40 * * * 20 0 40 20 * * 0 Figura 7 - Morfometria da atividade Miosina-ATPase do músculo gastrocnêmio após a castração em camundongos mdx machos e fêmeas. As barras representam a média e o desvio padrão (n=3). Azul = controle, vinho = SHAM, operado e amarelo = castrado. 60 Tipo I - Fêmeas % 100 * 80 * 60 40 20 0 Tipo IIA - Fêmeas % % Tipo IIA - Machos 100 80 100 80 60 40 60 * * 40 20 20 0 0 5 * Tipo IIB - Fêmeas % % TipoIIB - Machos * 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 Figura 8 - Morfometria da atividade Miosina-ATPase do músculo solear de camundongos mdx machos e fêmeas. As barras representam a média e o desvio padrão (n=3). Azul = controle, vinho = SHAM, operado e amarelo = castrado. * 61 4.3 Influência da castração no número de mioblastos ativados (NCAM) e de células-tronco (Sca-1) presentes nos músculos esqueléticos (gastrocnêmio e solear) do mdx. A regeneração muscular, evidenciada pelo número de células NCAM, foi mais significativa no músculo gastrocnêmio em relação ao solear do camundongo mdx (Figuras 9 e 10). As fêmeas mdx controle apresentaram maior expressão de NCAM no músculo gastrocnêmio do que os machos mdx controle (Figura 9D, A). Entretanto, o grupo de camundongos distróficos operados, mas não castrados (SHAM), mostrou que o estresse da cirurgia induziu a uma menor expressão de miofibras NCAM em ambos os gêneros (Figura 9E, B). Estes achados foram confirmados pela morfometria (Figura 11). Contudo, a castração causou uma redução acentuada da expressão de NCAM no músculo gastrocnêmio para NCAM nos machos (Figura 9C) e, nas fêmeas, um intenso aumento (Figura 9F) em relação ao macho pareado castrado (Figura 9C), porém a expressão de NCAM era semelhante com as fêmeas mdx controle (Figura 9D).Um padrão similar também foi observado no músculo solear (Figura 10). 62 Figura 9 - Expressão de NCAM no músculo gastrocnêmio do mdx. Imunomarcação com anticorpo específico para NCAM em fragmentos (10μm) do músculo gastrocnêmio de mdx machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F). Controle (A, D); SHAM operado (B, E); castrado (C, F). Barra = 100 m. 63 Figura 10 - Expressão de Sca-1 no músculo solear do camundongo mdx. Imunomarcação com anticorpo específico para Sca-1 em fragmentos (10μm) do músculo solear de camundongos mdx machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F). Controle (A, D); SHAM operado (B, E); castrado (C, F). Barra = 100 m. 64 As análises morfométricas dos músculos gastrocnêmio e solear mostraram que as fêmeas distróficas controle apresentaram uma imunomarcação maior do que os machos pareados (fêmea = gastrocnêmio 300 e solear -89, macho = gastrocnêmio - 238 e solear - 60). Comparando os grupos controle com os grupos SHAM, nos músculos gastrocnêmio e solear, nós observamos uma redução (valor de p<0,05) após o estresse da cirurgia (grupo SHAM) em ambos os gêneros (Figura 11). Contudo, comparando os grupos controle com os castrados, em ambos os músculos de contração rápida e lenta, as fêmeas mdx submetidas à castração tiveram números semelhantes aos do grupo controle (controle= gastrocnêmio - 300 e solear - 89, OVX= gastrocnêmio - 325 e solear - 95), entretanto ocorreu uma diminuição significativa (p<0.05) nos machos castrados (OOX = gastrocnêmio - 59 e solear - 33) comparativamente ao controle (gastrocnêmio - 238 e solear - 60) (Figura 11). 65 400 Machos - gastrocnêmio 400 300 Fêmeas - gastrocnêmio 300 200 200 * * 100 * 0 0 100 100 Machos - solear 100 75 75 50 * * Fêmeas - solear * 50 25 25 0 0 Figura 11- Histomorfometria da expressão de NCAM no músculo do mdx após castração cirúrgica. Foram analisados fragmentos (10μm) de músculo esquelético imunomarcados com anticorpo NCAM de mdx macho e fêmea submetidos ou não à castração. (n=3). Azul = controle, vinho = SHAM operado, sem castração e amarelo = castrado. Eixo y = número de miofibras positivas para NCAM. 66 Independentemente do gênero, a expressão de Sca-1 foi maior no músculo gastrocnêmio (Figura 12) do que no solear (Figura13). Os grupos de fêmeas mdx: controle, SHAM e OVX apresentaram mais células Sca-1 positivas no gastrocnêmio do que machos pareados (Figura 12). O estresse da cirurgia (grupo SHAM) nos músculos gastrocnêmio e solear causou uma redução na imunomarcação em ambos os gêneros: machos (Figura 14B, 15B) e fêmeas (Figuras 12E, 13E). Contudo, a castração cirúrgica nas fêmeas causou um aumento de células Sca-1 positivas no gastrocnêmio e no solear (Figuras 12F,13F), dado este confirmado pela morfometria (Figura 16). O oposto ocorreu nos machos mdx castrados, observando-se uma diminuição na quantidade de células Sca-1 positivas no gastrocnêmio (44%, p <0.05) e solear (39%, p<0,05) - Figuras 12C, 13C e Figura 14. 67 Figura 12 - Expressão de Sca-1 no músculo gastrocnêmio do mdx. Fragmentos (10μm) do músculo gastrocnêmio de mdx machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F) corados com anticorpo anti Sca-1. Animais controles (A, D), SHAM operados (B, E) e castrados (C, F). Anticorpo monoclonal anti-Sca-1. Controle, SHAM e castrado. Aumento 200x. 68 Figura 13 - Expressão de Sca-1 no músculo solear do mdx. Fragmentos (10μm) do músculo solear de mdx machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F) corados com anticorpo anti Sca-1. Animais controle (A, D), SHAM operados (B, E) e castrados (C, F). Anticorpo monoclonal anti-NCAM. Controle, SHAM e castrado. Aumento 200x. 69 Machos - gastrocnêmio % Fêmeas - gastrocnêmio 100 100 % 80 80 60 60 40 40 * * 20 20 0 0 100 % 100 80 80 60 60 40 40 20 20 0 * Fêmeas - solear Machos - solear % * * * * * 0 Figura 14 - Morfometria da expressão de Sca-1 no músculo do mdx após castração cirúrgica. Foram analisados fragmentos (10μm) de músculos esqueléticos (gastrocnêmio e solear) imunomarcados com anticorpo Sca-1 de mdx macho e fêmea submetidos ou não à castração. (n=3) Azul = controle, vinho = SHAM operado e amarelo = castrado. Y = percentual da área total ocupada pela imunomarcação positiva. * p<0,05. 70 4.4 Efeitos da castração cirúrgica na atividade metaloproteases 2 e 9 no músculo esquelético das A atividade da MMP- 9 no músculo gastrocnêmio de camundongos machos e fêmeas adultos não-distróficos (C57BL10) não foi detectada, entretanto foram encontrados constitutivamente baixos níveis de MMP-2 (Figura 15A) compatíveis com a secreção constitutiva no músculo esquelético (Kherif, Lafuma et al., 1999). Todos os grupos de camundongos distróficos, machos e fêmeas, apresentaram a atividade da MMP-9, sendo porém mais elevada nos machos do que nas fêmeas (p<0.001). A castração cirúrgica causou um aumento significativo (p< 0.001) da atividade da MMP-9 independentemente do gênero (4,6 vezes nos machos-OOX e 11 vezes nas fêmeas-OVX) comparativamente ao grupo controle distrófico. As fêmeas mdx (grupo controle) apresentaram maior percentual (25%) de lise protéica induzida pela MMP-2 ativa do que os machos pareados (13%). A castração cirúrgica também induziu a um aumento da atividade da MMP-2 tanto em machos (2 vezes, p<0.01) como nas fêmeas (1,8 vezes, p<0.05), se comparados com o grupo controle distrófico. O estresse da operação, evidenciado no grupo SHAM operado, causou, na atividade da MMP-9, um aumento nas fêmeas e uma diminuição nos machos quando comparados com o grupo controle distrófico, entretanto, as fêmeas SHAM operadas apresentaram uma diminuição da atividade da MMP-2 (2 vezes, p<0.01) e os machos SHAM uma maior atividade da MMP-2 (1,5 p<0.05) comparativamente ao grupo controle distrófico. 71 A Cm mdxm OVX OVX SHAMf SHAMm SHAMm SHAMm OOX OOX MMP-9 ←MMP-9 ←MMP-2 ativa B Figura 15 - Atividades das MMP-9 e MMP-2 ativas no músculo gastrocnêmio após a castração cirúrgica. A- Zimograma ilustrativo: Zimografia de músculo esquelético gsastrocnêmio após a castração.Cm = controle C57 macho, mdxm = mdx macho, OVX = Fêmea castrada, SHAMf = fêmea SHAM operada, SHAMm = macho SHAM operado, OOX = macho castrado. As áreas claras são de lise no fundo corado com Coomassie R-250. B- Análise semi-quantitativa das atividades da MMP-9 e MMP-2 no músculo gastrocnêmio de camundongos mdx machos e fêmeas. Azul =controle, vinho=SHAM operado e amarelo=castrado. Os resultados foram expressos como média ( SD). UA = unidade arbitrária. 72 4.5 Efeito do tratamento gastrocnêmio do mdx com tamoxifen no músculo Os músculos gastrocnêmios do grupo controle mdx machos apresentaram menor área de miofibras em regeneração, comparativamente com os grupos tratados com o tamoxifen (Figura 16A, B, C). O mesmo ocorreu com o grupo mdx das fêmeas, destacando a maior regeneração nos grupos tratados com tamoxifen (Figura 16D, E, F). Os grupos de camundongos distróficos, machos e fêmeas, que receberam tamoxifen local no gastrocnêmio direito apresentaram mais células musculares basofílicas (Figura 16B, E) do que os grupos mdx, machos e fêmeas, controle (Figura 16A e D) e tamoxifen não via local (gastrocnêmio esquerdo - Figura 16C e F). 73 Figura 16 - Efeito do tratamento com tamoxifen na histologia do músculo gastrocnêmio de mdx machos e fêmeas. Músculo gastrocnêmio machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F). Controle mdx (A, D), músculo direito implantado com ELVAX contendo tamoxifen (B, E) e músculo esquerdo (contralateral) não implantado diretamente com tamoxifen (C, F). Barra = 100 inflamatório. m. Seta = fibra em regeneração, estrela = infiltrado 74 Análise histomorfométrica mostrou (Figura 17) que, nos camundongos machos mdx, o percentual de miofibras em regeneração era menor no grupo que não recebeu tratamento com tamoxifen (Controle: 180%) e maior nos grupos com tamoxifen (gastrocnêmio direito: 418% e gastrocnêmio esquerdo: 221%). De modo semelhante, nas fêmeas mdx pareadas, a marcação das miofibras em regeneração também era baixa no grupo controle (331%), porém maior nos grupos que receberam tamoxifen (gastrocnêmio direito: 458% e gastrocnêmio esquerdo: 379%). A média das miofibras em regeneração das fêmeas mdx dos grupos controle e grupo de tamoxifen (gastrocnêmio esquerdo) foram 2x maiores que dos grupos de machos mdx pareados (Figura 17A). O percentual da área de miofibras em regeneração dos machos mdx do grupo tratado com tamoxifen local (gastrocnêmio direito: 418%) foi semelhante ao do grupo de fêmeas mdx tratadas com tamoxifen local (gastrocnêmio direito: 458%). Todos os grupos de camundongos fêmeas mdx tiveram maior número de miofibras íntegras do que mdx machos pareados (Figura 17B). A quantidade de miofibras íntegras foi maior no gastrocnêmio direito com implante de tamoxifen nos mdx- machos (254) e fêmeas (326) do que no músculo contralateral correspondente. Nas fêmeas mdx controle, o número de miofibras íntegras do gastrocnêmio era menor (106) do que nos grupos tratados com tamoxifen (gastrocnêmio direito: 326 e gastrocnêmio esquerdo: 261). O mesmo ocorreu com o grupo dos machos: controle (sem implante): 78; gastrocnêmio com implante (direito): 254; e gastrocnêmio contralateral (esquerdo): 179. 75 fêmeas * machos * * * fêmeas machos * * * * Figura 17 - Morfometria do músculo gastrocnêmio de camundongos mdx machos e fêmeas após tratamento com tamoxifen Análise histológica do músculo gastrocnêmio corado por Giemsa. Em A, representação gráfica do percentual da área ocupada por miofibras se regenerando basofílicas e com nucleação central. Em B, o número de miofibras íntegras por corte histológico. Cada barra representa a média de 3 animais e seu desvio padrão. Branco = mdx (controle), azul = gastrocnêmio direito implantado com ELVAX sem tamoxifen (PBS) e amarelo= gastrocnêmio esquerdo não implantado com ELVAX, vermelho = gastrocnêmio direito implantando com ELVAX contendo tamoxifen e verde = gastrocnêmio esquerdo não implantado diretamente com ELVAX (contralateral). *p<0.05 76 4.6 Análise de mioblastos ativados (NCAM) e células-tronco (Sca1) no músculo esquelético do camundongo mdx tratado com tamoxifen Todos os grupos de mdx fêmeas, controle, ELVAX sem tamoxifen (PBS) e ELVAX com tamoxifen, tiveram maior área de regeneração do que os machos mdx pareados (Figura 18D, E, F e 18A, B, C). Apesar de o grupo de fêmeas mdx controle apresentar grande número de células NCAM positivas no músculo gastrocnêmio comparado com os machos mdx controle (Figura 18D, A), os mdx, machos e fêmeas, tratados com tamoxifen apresentaram maior imunomarcação para NCAM em ambos os músculos gastrocnêmios, direito e esquerdo (Figura 18E, F, B, C) relativamente a todos os outros grupos estudados. Estes achados foram confirmados pela morfometria (Figura 20). Também, independentemente do gênero, a expressão de Sca-1 foi maior no músculo gastrocnêmio que recebeu tratamento com tamoxifen local (Figura 19). Os grupos de fêmeas mdx: controle, tamoxifen no gastrocnêmio direito e tamoxifen no gastrocnêmio esquerdo (contralateral), apresentaram de modo consistente uma quantidade maior de células positivas para Sca-1 comparativamente aos machos pareados (Figura 19). A análise histomorfométrica (Figura 20), confirmou o aumento significativo (p<0.05) na expressão de NCAM e Sca-1 no grupo dos camundongos tratados com tamoxifen, independentemente do sexo. Em ambos os sexos, a imunomarcação para NCAM e Sca-1 foi maior no grupo que recebeu tamoxifen no local (músculo direito). 77 Figura 18 - Imunomarcação para NCAM no músculo gastrocnêmio do mdx após tratamento com tamoxifen Imunohistoquímica com anticorpo monoclonal anti-NCAM de fragmentos (10μm) do músculo gastrocnêmio (direito e esquerdo) de mdx machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F) tratados com tamoxifen. Mdx machos e fêmeas: Controle (A, D); tratamento com ELVAX com tamoxifen local - gastrocnêmio direito (B, E) e contralateral- gastrocnêmio esquerdo (C, F). Barra = 100 m. 78 Figura 19 - Presença de células Sca-1 no músculo gastrocnêmio do mdx tratado com tamoxifen. Imunohistoquímica com anticorpo monoclonal anti-Sca-1 de fragmentos (10μm) do músculo gastrocnêmio (direito e esquerdo) de mdx machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F) submetidos ao tratamento com tamoxifen. Controle mdx (A, D); tratamento com ELVAX tamoxifen local - gastrocnêmio direito (B, E) e contralateral - gastrocnêmio esquerdo (C, F). Barra = 100 m. 79 * * * * * * * * Figura 20 - Morfometria de NCAM e Sca-1 no músculo do mdx após tratamento com tamoxifen. Foram analisados fragmentos (10μm) de músculo esquelético direito e esquerdo imunomarcados com anticorpo anti-NCAM ou Sca-1 de mdx machos e fêmeas submetidos ou não a tratamento com tamoxifen. (n=3) Branco = mdx controle, azul = gastrocnêmio direito implantando com ELVAX sem tamoxifen e amarelo= gastrocnêmio esquerdo não implantado com ELVAX, vermelho = gastrocnêmio direito implantando com ELVAX contendo tamoxifen e verde = gastrocnêmio esquerdo (contralateral) não implantado com ELVAX diretamente. 80 4.7 Presença de macrófagos: Mac-1 e F4/80 no gastrocnêmio de mdx tratados com tamoxifen. Todos os grupos de mdx machos, com e sem tratamento com tamoxifen tiveram maior área de marcação com os anticorpos específicos para Mac-1 e F4/80 em relação aos grupos de fêmeas mdx pareadas (Figuras 21 e 22). Os músculos gastrocnêmios (direito e esquerdo) do grupo controle mdx machos apresentaram maior área com marcação para macrófagos (Mac-1 e F480), comparados com o grupo tratado com tamoxifen (Figuras 21A e 22A X Figuras 21B, 22B e 21C, 22C). O mesmo ocorreu com o grupo das fêmeas, destacando-se a maior marcação para macrófagos no grupo controle comparando com os grupos tratados com tamoxifen (Figuras 23D e 24D x Figuras 21E, 22E e 21F, 22F). Contudo, os grupos de mdx, machos e fêmeas, que receberam tamoxifen local, no gastrocnêmio direito, foram os que menos apresentaram marcação para macrófagos (Figuras 21B, E e 22B, 22E), comparados com os grupos mdx: controle e gastrocnêmio contralateral (esquerdo) (Figuras 21A, C, D, F e 22A, C, D, F). 81 Figura 21 - Presença de células Mac-1 no músculo gastrocnêmio do mdx após tratamento com tamoxifen. Imunohistoquímica com anticorpo monoclonal anti-Mac-1 de fragmentos (10μm) do músculo gastrocnêmio (direito e esquerdo) de mdx machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F) submetidos ao tratamento com tamoxifen. Controle mdx (A, D); tratamento com ELVAX tamoxifen local - gastrocnêmio direito (B, E) e contralateral - gastrocnêmio esquerdo (C, F). Barra = 100 m. 82 Figura 22 - Presença de células F4/80 no músculo gastrocnêmio do mdx após tratamento com tamoxifen. Imunohistoquímica com anticorpo monoclonal anti-F4/80 de fragmentos (10μm) do músculo gastrocnêmio (direito e esquerdo) de mdx machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F) submetidos ao tratamento com tamoxifen. Controle mdx (A, D); tratamento com ELVAX tamoxifen local - gastrocnêmio direito (B, E) e contralateral - gastrocnêmio esquerdo (C, F). Barra = 100 m. 83 A análise morfométrica mostrou (Figura 23) que, nos camundongos machos mdx controle, o percentual de área com marcação para macrófagos (Mac-1: 86% e F4/80: 76%) era maior (p<0.01) do que naqueles que receberam tratamento com tamoxifen via local (gastrocnêmio direito - Mac-1: 61% e F4/80: 50%) e contralateral (gastrocnêmio esquerdo - Mac-1: 70% e F4/80: 58%). De modo semelhante, nas fêmeas mdx pareadas, a marcação das áreas com macrófagos era alta (p<0.05) no grupo controle (Mac-1: 50% e F4/80: 52%) e menor nos grupos que receberam tamoxifen local (gastrocnêmio direito – Mac1: 26% e F4/80: 32%) e contralateral (gastrocnêmio esquerdo - Mac-1: 35% e F4/80: 40%). Todos os grupos de camundongos tratados com ELVAX sem tamoxifen (com PBS), tanto machos quanto fêmeas mdx, apresentaram marcação para macrófagos (Mac-1 e F4/80) semelhante à marcação dos músculos controle. A quantidade da área com macrófagos foi menor no grupo de mdx machos, tratados com tamoxifen (Mac-1 = gastrocnêmio direito: 62% e gastrocnêmio esquerdo: 70% / F4/80 = gastrocnêmio direito: 51% e gastrocnêmio esquerdo: 59%) comparativamente aos tratados com ELVAX sem tamoxifen com PBS (Mac-1 = gastrocnêmio direito: 82% e gastrocnêmio esquerdo: 84% / F480 = gastrocnêmio direito: 73% e gastrocnêmio esquerdo: 75%). Ocorreu o mesmo com os grupos de fêmeas tratadas com tamoxifen, sendo menor nestes grupos tratados (Mac-1 = gastrocnêmio direito: 26% e gastrocnêmio esquerdo: 35% / F480 = gastrocnêmio direito: 32% e gastrocnêmio esquerdo: 40%) comparados com aqueles tratados com ELVAX sem tamoxifen- com PBS (Mac-1 = gastrocnêmio direito: 44% e gastrocnêmio esquerdo: 45% / F480 = gastrocnêmio direito: 49% e gastrocnêmio esquerdo: 50%). 84 ** ** * * ** * ** * Figura 23 - Morfometria da quantificação Mac-1 e F4/80 no músculo do mdx após tratamento com tamoxifen. Foram analisados fragmentos (10μm) de músculo esquelético direito e esquerdo imunomarcados com anticorpo Mac-1 e F4/80 de mdx machos e fêmeas submetidos ao tratamento de ELVAX com tamoxifen. (n=3) Branco = mdx controle, azul = gastrocnêmio direito implantando com ELVAX sem tamoxifen (PBS) e amarelo = gastrocnêmio esquerdo (contralateral), vermelho = gastrocnêmio direito implantando com ELVAX contendo tamoxifen e verde = gastrocnêmio esquerdo (contralateral). A marcação foi quantificada através do percentual da área total que foi positiva para Mac-1 ou F4/80. * p < 0,05, ** p < 0,01. 85 4.8 Efeito da castração sobre o número de adipócitos presentes no músculo gastrocnêmio do mdx O estudo do músculo gastrocnêmio dos grupos dos camundongos mdx machos (Figura 24) mostrou que os camundongos mdx machos controle (Figura 24A) apresentaram igual o número de adipócitos comparados com os camundongos mdx machos SHAM (Figura 24B) e mdx machos castrados (Figura 24C). O mesmo ocorreu com o grupo das fêmeas mdx controle comparado com os grupos fêmeas mdx SHAM e OVX (Figuras 24D, E, F), estes últimos sem diferença significativa entre si. Se compararmos os grupos de camundongos mdx fêmeas com os camundongos mdx machos, todas as fêmeas de todos os grupos controles (não operadas), SHAM (operadas, mas não castradas) e OVX (castradas) apresentaram maior número de adipócitos do que os machos mdx pareados (Figuras 24D, E , F e Figuras 24A, B, C). 86 Figura 24 - Efeito da castração no número de adipócitos no corte histológico do músculo esquelético do mdx macho e fêmea. Músculo gastrocnêmio de camundongos mdx machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F). Controle não-castrado (A, D), SHAM=operado e não castrado (B, E) e castrado (C, F). Barra 100 m. 87 A análise histomorfométrica mostrou que não houve diferença significativa (p> 0.05) entre os grupos de camundongos mdx machos controle, SHAM e OOX em relação ao número de adipócitos (controle=5, SHAM=7 e OOX=7). Entre os grupos das fêmeas mdx (controle=16, SHAM=18 e OVX=16) também não se observou diferença significativa (p>0.05) do número de adipócitos (Figura 25). Contudo, a análise estatística mostrou que o número de adipócitos presentes nos músculos das fêmeas mdx (controle, SHAM e OVX) era maior que nos grupos dos machos mdx pareados (p<0.05). Número adipócitos 88 25 * 20 * * 15 10 5 0 ContMdx ShamMdx OOXMdx Figura 25 - Morfometria do número de adipócitos presentes no músculo esquelético do mdx após a castração. Cada barra representa a média de 3 animais e seu desvio padrão. Azul, machos e vermelho, fêmeas. Foi quantificado o número de adipócitos por toda a área do músculo. 89 4.9 Efeito do tratamento com e sem tamoxifen no número de adipócitos no músculo esquelético do mdx O estudo do músculo gastrocnêmio dos grupos dos camundongos mdx machos controle (Figura 26A) apresentou igual número de adipócitos comparativamente aos camundongos mdx machos com ELVAX sem tamoxifen (Figura 26B) e mdx machos com tratamento com tamoxifen (Figura 26C). O mesmo ocorreu com o grupo das fêmeas mdx controle (Figura 26D), comparado com os grupos fêmeas mdx com ELVAX sem tamoxifen e com tamoxifen (Figura 26E, F), não havendo diferença na quantidade de adipócitos. Se compararmos os grupos de camundongos mdx fêmeas com os camundongos mdx machos, as fêmeas de todos os grupos controle, ELVAX sem tamoxifen e com tamoxifen (Figuras 26D, E, F) apresentaram maior número de adipócitos do que os machos mdx pareados (Figuras 26A, B, C). 90 Figura 26 - Efeito do tratamento com tamoxifen no número de adipócitos. Músculo gastrocnêmio de camundongos mdx machos (A, B, C) e fêmeas (D, E, F). Controle mdx (A, D), ELVAX sem tamoxifen- PBS (B, E) e ELVAX com tamoxifen (C, F). Barra 100 m. 91 A análise histomorfométrica mostrou não haver diferença significativa (p> 0.05) entre os grupos de camundongos mdx machos controle, ELVAX sem tamoxifen-com PBS e ELVAX com tamoxifen com relação ao número de adipócitos (controle=5, ELVAX sem tamoxifen-PBS = 4 e ELVAX com tamoxifen = 6). Entre os grupos das fêmeas mdx (controle=16, ELVAX sem tamoxifen-com PBS=15 e ELVAX com tamoxifen=16), também não se observou diferença significativa (p>0.05) no número de adipócitos (Figura 27). Contudo, a análise estatística mostrou que a presença de adipócitos nos músculos das fêmeas mdx (controle, ELVAX sem tamoxifen-PBS e ELVAX com tamoxifen) era maior do que os grupos dos machos mdx pareados (p<0.05). 92 de adipócitos 20 N° 25 5 * * * 15 10 0 Controle Sem TX Com TX Figura 27 - Morfometria do número de adipócitos presentes no músculo esquelético do mdx após implante do ELVAX com e sem tamoxifen. Músculo gastrocnêmio de camundongos mdx machos e fêmeas. Cada barra representa a média de 3 animais e seu desvio padrão. Machos, azul e fêmeas, vermelho. 5. DISCUSSÃO O conjunto de resultados deste trabalho suporta a hipótese da ação benéfica dos hormônios sexuais femininos endógenos e do tratmento com tamoxifen, um modulador do receptor de estrogênio, na regeneração muscular e na integridade das miofibras esqueléticas. Estudos dos sistemas cardiovascular, neuromuscular e outros mostraram que estrogênios exercem efeitos moduladores na imunidade, como exemplo a castração cirúrgica de fêmeas (OVX), que causa imunodepressão e ativa macrófagos para um estado pró-inflamatório (Mendelsohn e Karas, 1999; Roof e Hall, 2000; Knoferl, Schwacha et al., 2002), porém administração de 17b-estradiol restaura parâmetros da imunidade celular de fêmeas ovariectomizadas e machos com baixos níveis de estrogênio circulante após trauma hemorrágico (Zellweger, Ayala et al., 1995; Kahlke, Dohm et al., 2000; Knoferl, Diodato et al., 2000; Knoferl, Jarrar et al., 2001; Porter, Wang et al., 2001; Pfeilschifter, Koditz et al., 2002). Parte dos efeitos protetores do estrogênio e da regulação da resposta imunológica inata, principalmente sobre os macrófagos, é dependente da interação de 17β- 94 estradiol com receptores de estrogênios (ER) alfa e beta (Mcdonnell, 2004; Zhang e Trudeau, 2006). A sinalização de ER beta ativa respostas antinflamatórias, sendo considerado um fator crítico para a sobrevivência celular (Baker, Brautigam et al., 2004; Wang, Wang et al., 2006) e para a manutenção da integridade da miofibra, porque fêmeas deficientes de estrogênios apresentam altos níveis de creatinafosfoquinase (CK) após exercícios (Amelink e Bar, 1986; Bar, Amelink et al., 1988). Neste estudo, todos os grupos de camundongos mdx fêmeas em comparação com os machos pareados tiveram pequenos focos de mionecrose e menor infiltrado inflamatório, porém as fêmeas submetidas à castração cirúrgica (OVX) apresentaram infiltrado inflamatório mais proeminente do que os machos pareados. Hormônio do crescimento (GH) e IGF-1 são fatores de crescimento do músculo esquelético (Ullman e Oldfors, 1989; Johnson, Halstead et al., 1998) e do músculo cardíaco (Guler, Zapf et al., 1988), importantes na manutenção do alto índice de regeneração muscular observado nas fêmeas castradas. Como o tratamento com estradiol aumenta também os níveis de IGF-1 no soro (Breier, Gluckman et al., 1988; Enright, Quirke et al., 1990), é possível que estradiol exógeno possa ser primariamente responsável pela indução de níveis aumentados de IGF-1. Nos músculos esqueléticos maduros, as células satélites estão normalmente num estado inativo e podem ser ativadas em resposta à lesão muscular ou doença (Bischoff e Heintz, 1994; Morgan e Partridge, 2003). As células satélites quando ativadas proliferam e se fundem no local onde estavam as miofibras necróticas, formando novos miotubos. Estas células são 95 definidas pela sua posição entre a lâmina basal e o sarcolema e, quando ativadas, pela expressão de proteínas tais com MyoD, M-caderina; c-Met, Pax7, molécula de adesão N-CAM, CD34 e o fator regulatório miogênico Myf5 (Negroni, Butler-Browne et al., 2006). No músculo adulto, a expressão de NCAM é restrita à junção neuromuscular, sendo, porém, reexpressa nas miofibras se regenerando (Bani, Lagrota-Candido et al., 2008). Todos os grupos de camundongos mdx fêmeas apresentaram maior regeneração nos músculos de contração rápida (gastrocnêmio) e de contração lenta (solear). Proporções semelhantes de células satélites foram encontradas entre indivíduos jovens e idosos e mulheres e homens, sendo que as células satélites de mulheres apresentaram áreas celulares e nucleares maiores do que as dos homens (Roth, Martel et al., 2000). A base fisiológica para esta diferença é desconhecida. Em relação a esses dados, a castração nos camundongos mdx machos (OOX) diminuiu o número de miofibras se regenerando. Em contraste, as fêmeas mdx castradas (OVX) apresentaram o número de miofibras se regenerando em quantidade maior que as fêmeas mdx não castradas (controle). A ovariectomia aumenta os níveis de IGF-1 e com a ausência na produção de estrogênios pelos ovários, os órgãos periféricos, como músculo e tecido adiposo, podem estar compensando com o aumento nos níveis locais de estrogênio. O aumento de IGF-1 pode estar associado à estimulação da proliferação de células satélites como também da diferenciação e fusão para o crescimento dos miotubos (Dodson, Allen et al., 1985; Florini, Ewton e Roof, 1991; Delany, Pash et al., 1994; Fryburg, Jahn et al., 1995; Goldspink, Cox et al., 1995). É claro que existem outros fatores de crescimento responsáveis pela proliferação de células musculares, entres eles, HGF exerce 96 um efeito direto sobre a proliferação e diferenciação de células satélites (Allen, Sheehan et al., 1995; Bischoff, 1997), além de ser fator quimioatraente para células satélites. Além dos fatores de crescimento responsáveis pela proliferação, diferenciação e fusão das células musculares, citocinas (ex: IL-6) promovem a proliferação e fusão de células satélites (Cantini e Carraro, 1995). A IL-15 induz a diferenciação de mioblastos (Quinn, Haugk et al., 1995) e LIF, uma citocina produzida macrófagos e mioblastos, também influencia a proliferação e diferenciação de células musculares (Austin, Bower et al., 1992; Barnard, Bower et al., 1994; Kurek, Nouri et al., 1996). Dentre os principais hormônios responsáveis pela proliferação e diferenciação de mioblastos, podemos citar insulina, leptina e testosterona (Florini, 1987; Celotti e Negri Cesi, 1992; Chandler, Byrne et al., 1994; Joubert e Tobin, 1995; Mcfarland, Pesall et al., 1995; Doumit, Cook et al., 1996; Chen, Zajac et al., 2005; Isidori, Giannetta et al., 2005; Chen, Li et al., 2006). Os hormônios corticosteróides inibem a síntese e estimulam a degradação de proteínas no músculo esquelético (Haymond e Horber, 1992; Montano e Lim, 1997; Hasselgren, 1999), mas não alteram o número de mioblastos e nem o número e tamanho de miotubos formados (Braun, Buschhausen-Denker et al., 1989). Os corticosteróides usados como terapêutica na DMD são considerados de grande importância (Brooke, Fenichel et al., 1987; Fenichel, Florence et al., 1991; Griggs, Moxley et al., 1991) na melhora da função e potência muscular (Fenichel, Cooper et al., 1990; Fenichel, Florence et al., 1991), talvez devido ao efeito antinflamatório e imunossupressor (Parrillo e Fauci, 1979; Kissel, Burrow et al., 1991). Entre os efeitos da prednisona nos músculos de pacientes com DMD, observa-se aumento da mioglobina (Park, 97 Hill et al., 1979), de células satélites (Schmalbruch e Hellhammer, 1976; Gibson e Schultz, 1983) e da regeneração (Guerriero e Florini, 1980). Os esteróides também podem promover estabilização de membrana (Seeman, 1966) e diminuir o número da apoptose (Sklar, Hudson et al., 1991). Nos camundongos distróficos sem castração, de ambos os gêneros, porém submetidos ao estresse da cirurgia, o número de mioblastos proliferando, evidenciados pela expressão de NCAM, estava reduzido, dado este interpretado como sendo em parte devido ao estresse da cirurgia, que, embora promovendo uma maior liberação de corticosteróides, não foi suficiente para manter ou aumentar o número de células satélites. Há uma crescente evidência de que diversos tipos de células residentes e não residentes encontradas no músculo possam reconstituir o reservatório de células satélites (Grounds, White et al., 2002; Asakura, 2003; Chen e Goldhamer, 2003). Nas doenças como DMD, onde células satélites entram rapidamente num estado de exaustão, outra fonte alternativa podem ser as células-tronco. Numerosos estudos têm confirmado que células-tronco residentes e não residentes no músculo são capazes de se fundirem com as miofibras deficientes de distrofina. De fato, uma porcentagem maior de células de distrofina positivas foram obtidas a partir de células-tronco Sca-1 e CD34+ no camundongo mdx (Gussoni, Soneoka et al., 1999; Asakura, Seale et al., 2002; Deasy e Huard, 2002; Tamaki, Akatsuka et al., 2002; Tamaki, Akatsuka et al., 2003). Células oriundas da medula óssea ou do músculo esquelético têm propriedades similares (80% expressam Sca-1), sendo capazes, quando injetadas por via intravenosa, de restaurar parcialmente a expressão de distrofina no músculo do camundongo mdx (Gussoni, Soneoka et al., 1999; 98 Jackson, Mi et al., 1999). A marcação de células-tronco (Sca-1) estava maior em todos os grupos de fêmeas mdx castradas (OVX) em comparação com os grupos de machos mdx normais e castrados (OOX). Durante a castração natural, observada no envelhecimento, a produção de hormônios sexuais femininos pelos ovários é insignificante sendo, então, compensada pela sua produção em órgãos periféricos. O estrogênio induz a transcrição de fatores como c-fos e erg-1, que contribuem para a proliferação de mioblastos (Kahlert, Grohe et al., 1997) e através de vias ligadas a receptores acoplados à proteína G foi identificado que estes hormônios regulam o crescimento do músculo esquelético (Kraus, Bernard et al., 1989; Sillence, Reich et al., 1995). O limitado impacto de células-tronco na substituição das fibras deficientes de distrofina nunca excedeu a 1%, talvez seja porque, em camundongos mdx, as células satélites e as células-tronco residentes sejam capazes de reposição com precursores miogênicos por toda a vida, o que explicaria também o pobre recrutamento das células-tronco precursoras da medula óssea. Na DMD, as miofibras do tipo IIB são mais afetadas que fibras musculares esqueléticas de pequeno calibre (Karpati e Carpenter, 1986). A heterogeneidade de tipos de fibras musculares contribui para uma variedade de capacidades funcionais, que podem se adaptar mudando o tamanho e a composição do tipo de fibra influenciada pela idade, gênero, exercício e doenças musculares. Contudo, é importante analisar os tipos de miofibras e a sua evolução durante a doença e verificar o quanto as suas propriedades bioquímicas, metabólicas, morfológicas e fisiológicas estão sendo influenciadas durante o curso de uma determinada doença. Um dos métodos mais informativos de identificação dos tipos de fibras é a detecção da cadeia pesada 99 da miosina (MHC)(Scott, Stevens et al., 2001; Toniolo, Maccatrozzo et al., 2007). As miofibras MHC lentas são maiores e estão aumentadas seletivamente nas populações de miofibras que não se regeneram, enquanto as fibras de contração rápida IIB, IIX ou IIA estão diminuídas. Em geral, o aumento de miofibras lentas pode ser devido a respostas adaptativas pelos sistemas enzimáticos metabólicos e consumo de energia, porque as fibras lentas têm consumo menor de energia do que as fibras rápidas (Crow e Kushmerick, 1982). Nossos estudos confirmam os resultados destes autores, mostrando substituição maior das células musculares glicolíticas (brancas contração rápida) por fibras intermediárias (menos rápidas) em ambos os gêneros do mdx. As miofibras lentas podem ser mais adaptáveis para o estresse distrófico do que as rápidas para compensar a habilidade reduzida da função muscular. Dois mecanismos são propostos para explicar o aumento seletivo das miofibras lentas durante a degeneração muscular progressiva no mdx: fibras lentas podem ser mais resistentes ao estresse mecânico do que as miofibras rápidas ou à mudança de isoformas de MHC rápida para tipo lenta como visto na hipertrofia e exercício (Gregory, Low et al., 1986). A sobrevivência seletiva de miofibras lentas pode ser conseqüência das fibras expressarem mais utrofina, proteína homóloga à distrofina, em comparação às miofibras rápidas (Gramolini, Belanger et al., 2001; Chakkalakal, Stocksley et al., 2003). Estrogênios também parecem influenciar no fenótipo do músculo esquelético (Florini, Ewton e Magri, 1991; Sillence, Reich et al., 1995). Nossos resultados mostram que camundongos mdx fêmeas tiveram um maior número de miofibras de contração lenta e intermediária (tipo I e principalmente IIA) 100 comparados com os grupos de machos pareados. O estresse e a castração, em ambos os gêneros dos camundongos distróficos, também levaram a uma diminuição do número de todos os tipos de miofibras, principalmente das miofibras rápidas nos camundongos mdx machos castrados. Dados da literatura indicam que testosterona aumenta as fibras do tipo II (Gutmann, Hanzlikova et al., 1970) e estrogênio inibe desenvolvimento de fibras do tipo IIB e ativa formação de miofibras de contração lenta (Simoneau, Lortie et al., 1985; Suzuki e Yamamuro, 1985). Outras diferenças têm sido relatadas entre gêneros, em relação ao fluxo de sangue, temperatura e diferenças na utilização de energia devido a diferenças nas dimensões do músculo esquelético. O gênero também interfere na proporção e no tamanho de tipos de miofibras (Porter, Stuart et al., 2002). Além disso, a deficiência da distrofina pode levar à mudança para miofibra do tipo lenta via sinalização calcineurina / NFAT no músculo esquelético porque a calcineurina e o conteúdo de proteína NFATc1 ativado são mais altos nos camundongos mdx do que nos tipos selvagens (Allen, Sartorius et al., 2001; Stupka, Plant et al., 2006). Contudo, permanece possível que ambos os mecanismos possam ser ativados ao mesmo tempo, porque a cascata calcineurina/NFAT pode regular não somente os promotores de MHC, mas também o promotor da utrofina (Chakkalakal, Stocksley et al., 2003; Spangenburg e Booth, 2003; Michel, Dunn et al., 2004). A calcineurina, tem um papel importante influenciando o fenótipo do tipo de fibra (Michel, Dunn et al., 2004), sendo descrito em ratos e camundongos, a indução da transição de isoformas MHC a partir de rápidas para lentas (Dunn, Burns et al., 1999; Allen, Sartorius et al., 2001). Uma possibilidade é a participação do fator de crescimento IGF-1, importante para o crescimento pós-natal do músculo 101 esquelético (Lupu, Terwilliger et al., 2001) e capaz de ativar múltiplas vias de sinalização dependentes de cálcio, incluindo a via calcineurina e NFAT (Michel, Dunn et al., 2004). A administração de estrogênio aumenta os níveis de calcineurina e da fosfatase de células em cultura (Rider, Foster et al., 1998; Rider e Abdou, 2001). O aumento na porcentagem das miofibras lentas também é visto, em outras situações, como treinamento com exercício de alta intensidade e curta duração e estimulação elétrica crônica de baixa freqüência, onde se observa mudança nos subtipos de fibras do tipo II devido à fosforilação de NFATc1, o que contribui para a transformação de fibras rápidas para lentas. Os exercícios de longa duração mudam o padrão de expressão das miofibras do tipo II para I (Delp e Pette, 1994; Pette e Staron, 2001). Uma dieta rica, contendo 35% de proteína, induz mudança na isoforma de MHC II para MHC I no músculo gastrocnêmio de ratos de modo semelhante aos exercícios de longa duração. Em conjunto, atividade física (Holloszy, 1967), dieta com alto conteúdo proteico e hormônios sexuais femininos podem contribuir para a mudança de miofibras do tipo rápida para lenta (White, Cattaneo et al., 2000; Brodsky, Suzara et al., 2004). Dentre as mais importantes metaloproteinases associadas com a função e disfunção do músculo esquelético, estão as MMP-9 e MMP-2 (Carmeli, Moas et al., 2004). Nossos estudos mostram que, no músculo de camundongo normal, a atividade da MMP-9 não era detectada diferentemente daquela da MMP-2. Estes dados confirmam o reportado na literatura que demonstra que a MMP-2, mas não a expressão da MMP-9, é constitutiva em músculos normais. Todos os camundongos mdx, machos e fêmeas, apresentaram uma atividade aumentada das MMP -2 e -9, em especial os grupos castrados. Sabemos que 102 no camundongo mdx, tanto as formas ativa e pró-ativa da MMP-2 e MMP-9 são expressas em níveis significativamente elevados (Gosselin, Williams et al., 2007), mas com variações influenciadas pela fase da doença. A ativação da MMP-2 ocorre concomitantemente com a regeneração de novas miofibras, mas da MMP-9 está associada principalmente com a resposta inflamatória, migração celular e provavelmente com a ativação de células satélites (Kherif, Lafuma et al., 1999). Nosso estudo apresentou diferenças importantes entre os gêneros, já que a atividade da MMP-9 estava mais elevada em todos os grupos de camundongos mdx machos comparados com os grupos mdx fêmeas pareadas. O contrário ocorreu com a MMP-2, uma vez que camundongos mdx fêmeas apresentavam atividade mais elevada que os mdx machos pareados. Se hormônios sexuais são potentes inibidores de respostas inflamatórias no músculo esquelético do mdx, então, pode-se especular que a secreção e ativação da MMP-9 são dependentes da modulação hormonal. Outros estudos, nos modelos de injúria por isquemia e reperfusão, mostram uma redução marcante da atividade das MMP-2 e MMP-9 duas e quatro horas após tratamento com estradiol E2 (Liu, Wen et al., 2005). Estudos no músculo esquelético de pacientes com DMD e mdx mostram haver um aumento dos inibidores das MMPs (TIMP-1 e TIMP-2) e da atividade MMP-2 e MMP-9 (Kherif, Lafuma et al., 1999; Gosselin, Williams et al., 2007), sugerindo que a alteração na regulação das MMPs e seus inibidores pode contribuir para a patogênese do músculo esquelético e que a atividade hormonal possa controlar o processo de remodelagem tecidual. De fato, dados da literatura indicam que hormônio sexual feminino é estimulador específico da liberação da MMP-2 (Wingrove e Stevenson, 1997), um fator importante na remodelagem tecidual, 103 por regular a integridade e composição da ECM e do tecido conjuntivo no músculo esquelético após injúria. Os hormônios corticosteróides inibem a expressão de genes pró-inflamatórios e podem suprimir a síntese de MMPs. Este tipo de tratamento pode reduzir a deposição de colágeno subepitelial pela diminuição da expressão da MMP-9 (Hoshino, Takahashi et al., 1999). A inibição da atividade das MMPs com hormônios esteróides pode ser usada como estratégia terapêutica para reduzir a severidade por injúria e reperfusão (Roach, Fitridge et al., 2002). O estrogênio diminui a produção de citocinas inflamatórias por diferentes tipos de macrófagos, também bloqueia a produção de MMP-9, prostaglandina E, induz a síntese de óxido nítrico e atenua a liberação de superóxido e da atividade fagocítica (Vegeto, Ghisletti et al., 2004). Espécies reativas de oxigênio têm um papel importante na ativação de MMPs. Uma vez que o estrogênio diminui a produção de radicais livres, (Tiidus e Houston, 1993; Bruce-Keller, Barger et al., 2001) é possível modular a expressão de MMPs e influenciar a remodelagem do tecido muscular. Atualmente têm sido usados como alvos farmacêuticos os receptores de estrogênio, que representam uma descoberta potente para uso de drogas seletivas e específicas para controlar a evolução de diversas doenças (BarrettConnor, Mosca et al., 2006). Receptores de estrogênios endógenos representam uma grande ferramenta de estudo da atividade hormonal sobre as células inflamatórias e não inflamatórias. Para distinguir os mecanismos de ação dos hormônios sexuais femininos, usamos tamoxifen, que é capaz de modular o receptor seletivo de estrogênio (SERM). Esta droga tem efeito agonista ao do estrogênio nos músculos esqueléticos (Wenger, 2002; Riggs e Hartmann, 2003). O tratamento com tamoxifen aumentou a regeneração no 104 músculo gastrocnêmio de ambos os sexos, porém maior nos camundongos mdx fêmeas. Em relação ao tipo de tratamento, a liberação da droga local sobre o músculo gastrocnêmio (direito) ocasionou maior regeneração das células musculares do que no músculo contralateral. Estudos mostraram outro modulador de receptor de estrogênio, o raloxifeno, que diminuiu a expressão da atividade gelatinolítica e estes efeitos foram acompanhados pela redução do tamanho da lesão e inibição do acúmulo de macrófagos em células de musculatura lisa (Bellosta, Baetta et al., 2007). O tratamento com tamoxifen induziu um aumento no número de células musculares íntegras nos camundongos mdx machos e fêmeas, comparados com os grupos controle e sem tamoxifen. O comprometimento da integridade funcional da membrana das células musculares, comum na DMD, induz um aumento do influxo de cálcio ativando proteases dependentes de cálcio, tais como calpaínas, aumentadas em concentração e atividade nos tecidos distróficos. Portanto, é possível que a redução na destruição da membrana seguida ao tratamento com tamoxifen, seja, em parte, responsável pela estabilização de membrana, assim como pode ser explicada pelo tratamento por hormônios esteróides como a prednisona (Khan, 1993), pelo estrogênio (Bar, Amelink et al., 1988; Koot, Amelink et al., 1991; Tiidus e Bombardier, 1999) e pelos efeitos antinflamatórios. Também foi alvo de nossos estudos o efeito do tratamento com tamoxifen nas células do infiltrado inflamatório, sendo evidenciada por imunohistoquímica com os anticorpos F480 e Mac-1+ uma redução acentuada na população de macrófagos no músculo gastrocnêmio dos camundongos mdx machos e fêmeas comparados com os grupos controle sem tamoxifen. O infiltrado inflamatório influencia a fisiopatologia da lesão muscular na DMD 105 (Spencer e Tidball, 2001; Porter, Stuart et al., 2002). Embora mutações da distrofina sejam a causa primária de DMD, o processo secundário, envolvendo persistente inflamação, prejudica a regeneração e exacerba a progressão da doença. Neste sentido, foi evidenciado que a redução no número de macrófagos em músculos deficientes de distrofina diminui a lesão no sarcolema (Lundberg, Brengman et al., 1995). Contudo, nem todos os macrófagos são fagocíticos (St Pierre e Tidball, 1994) e diferentes subpopulações podem executar funções distintas resultando em efeitos diversos na produção de citocinas antinflamatórias, efeitos antiapoptóticos e liberação de fatores de crescimento necessários para um ambiente para favorecer a proliferação e migração de células satélites para a regeneração da miofibra (Chazaud, Sonnet et al., 2003). Neste contexto, é importante analisar a função específica de cada população de macrófago em relação à regulação da inflamação na lesão muscular na DMD e qual a influência dos hormônios sexuais e drogas moduladoras (ex., tamoxifen) na função das células do infiltrado inflamatório e expressão de moléculas de adesão. Existem fortes evidências de que os estrógenos influenciem as respostas inflamatórias em vários tecidos, inclusive no músculo esquelético (Amelink, Kamp et al., 1988; Tiidus, Bombardier et al., 1998). Dados na literatura mostram que os hormônios sexuais femininos (estrogênios) reduzem o número de células inflamatórias, inibem a expressão de moléculas de adesão (Schneider e Gallagher, 1999) e também influenciam o processo de regeneração das miofibras ao induzirem a proliferação de mioblastos (Schneider e Sannes, 2001). Um achado interessante na lesão muscular de machos e fêmeas mdx é a presença de tecido adiposo, muito mais exuberante na fêmea. O tecido adiposo também é visto como um órgão 106 endócrino (Prins, 2002). A adiponectina, hormônio produzido pelo tecido adiposo, pode funcionar como um modulador atenuando respostas inflamatórias excessivas numa variedade de tecidos. Esse hormônio reduz a expressão de molécula de adesão cellular vascular-1 (VCAM-1), E-selectina, molécula de adesão intracelular-1 e IL-8, a interação de monócitos ativados em células endoteliais e também inibe a ativação fator nuclear-κB (NF-κB) em células endoteliais (Ouchi, Kihara et al., 1999; Ouchi, Kihara et al., 2000; Kobashi, Urakaze et al., 2005). Os hormônios sexuais influenciam nos níveis plasmáticos de adiponectina e leptina. Assim, o tecido adiposo de mulheres produz mais adiponectina e leptina do que o tecido adiposo de homens (Iglesias, Eiras et al., 2006). Experimentos em cultura de células mostram que a adiponectina tem efeitos antinflamatórios e antiapoptóticos sobre miócitos cardíacos e fibroblastos (Kobayashi, Ouchi et al., 2004; Lin, Lin et al., 2004; Shibata, Sato et al., 2005). Camundongos mdx machos apresentaram menor número de adipócitos do que as mdx fêmeas pareadas, podendo ser este também outro fator que contribui para o menor infiltrado inflamatório nas fêmeas, embora não se observem grandes diferenças entre o número de adipócitos no tecido muscular dos grupos de camundongos mdx tratados com tamoxifen. A distrofia muscular de Duchenne ainda não tem cura; porém os benefícios, melhora da qualidade de vida e aumento da sobrevida, são obtidos com o atendimento multiprofissional. A fisioterapia e exercícios ajudam na prevenção da contratura muscular permanente em torno das articulações. Às vezes, a cirurgia se torna necessária para a liberação de músculos contraídos e doloridos. Inúmeras pesquisas têm sido feitas nos últimos anos para se obter 107 a cura da doença. As famílias com membros que apresentam DMD são instruídas a buscar um aconselhamento genético, para avaliação do risco de transmissão do traço da distrofia muscular aos descendentes. O transplante de mioblastos não tem tido muito sucesso, uma vez que os mioblastos são incapazes de migrarem para longe da inoculação e 80% sofrem morte maciça (Bhagavati e Xu, 2004; Negroni, Butler-Browne et al., 2006). Existem as linhas de pesquisas que se voltam para a terapia genética ou para a terapia medicamentosa. A terapia genética utiliza a transferência do gene da distrofina ou parte dele para cada célula muscular, ou ainda, a correção do defeito genético por técnicas especializadas. A terapia medicamentosa, realizada com drogas, não tem ação sobre o gene e atua na célula muscular bloqueando a sua degeneração. Muitos progressos têm sido feitos nas duas possibilidades de tratamento. A terapia genética ainda está sob investigação, pois apesar de facilitar a produção de distrofina pelos músculos, ainda é baixo o nível de expressão do produto do gene e este estimula uma resposta imune. Contudo, atualmente, a terapia medicamentosa é a opção mais viável para os pacientes com DMD. A partir do início da década de 90, alguns trabalhos foram divulgados relatando benefícios com a corticoterapia (Khan, 1993). A prednisona, um corticoesteróide, vem sendo investigado como um meio de alívio temporário para a melhora da fraqueza muscular em DMD. Porém, os efeitos colaterais dos corticóides são grandes (ganho de peso, hipertensão, obesidade, osteoporose e catarata). Atualmente, têm sido usados como alvos farmacêuticos os receptores de estrogênio, que representam uma descoberta potente para uso de drogas seletivas e específicas para controlar a evolução de diversas desordens 108 patológicas. Receptores de estrogênios endógenos representam uma grande ferramenta de estudo da atividade hormonal sobre as células inflamatórias e não inflamatórias. Recentemente foi mostrado que a combinação de hormônios esteróides sexuais com tamoxifen no camundongo mdx tem ação antinflamatória e imunossupressiva resultando numa significativa melhora da força e função muscular esquelética (A.P.Calvalsan, 2005). O tamoxifen também tem sido apontado como inibidor de fibroblastos e de sua taxa de síntese de colágeno (Hu, Hughes et al., 1998), eficiente na melhora da função mitocondrial e capaz de ter efeito positivo no balanço pró-oxidante e antioxidante (Ragaz e Coldman, 1998; Zhao, Wang et al., 2006). Aqui mostramos que o tratamento com tamoxifen induziu um aumento de células musculares íntegras nos camundongos mdx machos e fêmeas. Embora mutações da distrofina sejam a causa primária de DMD, o processo secundário, envolvendo persistente inflamação, prejudica a regeneração e exacerba a progressão da doença. Neste sentido, é evidenciado que a redução do número de macrófagos em músculos deficientes de distrofina diminui a lesão no sarcolema. Assim, a regulação da inflamação e da resposta inflamatória quanto ao tipo de população de macrófagos precisa ser elucidada no estudo de DMD. Futuramente, outros estudos serão necessários para quantificar o número total de macrófagos e suas subpopulações pró e antinflamatórias, bem como a produção local de citocinas, os efeitos na integridade estrutural da membrana da célula muscular esquelética e remodelagem tecidual, para que algo possa ser utilizado como uma estratégia promisssora no tratamento da DMD. 6. CONCLUSÕES ►Os grupos de camundongos mdx fêmeas apresentaram pequenos focos de mionecrose e menor infiltrado inflamatório em comparação com os grupos machos pareados. Entretanto, as fêmeas que sofreram castração cirúrgica (ovariectomia) tiveram níveis altos de infiltrado inflamatório assim como os machos, o que sugere a importância do hormônio sexual feminino na manutenção da integridade estrutural da membrana da célula muscular esquelética. ► A imunomarcação com NCAM de mioblastos regenerando em todos os grupos de camundongos mdx fêmeas estava em número maior nos músculos de contração rápida (gastrocnêmio) e de contração lenta (solear) do que nos mdx machos pareados. Entretanto, nos camundongos machos distróficos castrados (OOX), houve um decréscimo significativo do número destas células, 110 mas não nas fêmeas castradas (OVX). Isto indica que a castração nas fêmeas induza a uma maior produção de hormônios sexuais femininos nos órgãos periféricos, que continuam protegendo a miofibra. Neste contexto, é importante monitorar os níveis séricos de hormônios sexuais antes e após a castração. ► A imunomarcação para Sca-1 estava maior em todos os grupos de fêmeas mdx do que nos machos mdx pareados não-castrados; e menores ainda nos camundongos machos mdx castrados (OOX). Fêmeas mdx castradas (OVX) também apresentaram valores mais elevados comparativamente aos grupos de fêmeas mdx controle e SHAM. Estes resultados sugerem que as células- tronco contribuem de modo mais efetivo na regeneração do músculo esquelético das fêmeas. ►Pela atividade da enzima ATPase, predominantemente, houve substituição das células musculares glicolíticas (brancas- de contração rápida) por fibras intermediárias (menos rápidas) em ambos os gêneros distróficos. As miofibras lentas podem ser mais adaptáveis ao estresse da lesão muscular da distrofinopatia do que as rápidas. Os camundongos mdx fêmeas tiveram um maior número de miofibras de contração lenta e intermediária (tipo I e principalmente IIA) do que os machos pareados. O estresse e a castração, em 111 ambos os gêneros dos camundongos distróficos, também levaram a uma diminuição do número de todos os tipos de miofibras, principalmente das miofibras rápidas nos camundongos mdx machos castrados. Estes resultados estão de acordo com a literatura, mostrando que camundongos mdx têm perda do tipo de miofibras rápida (IIB) e um aumento relativo no percentual de miofibras intermediárias (IIA). ►No músculo do camundongo normal, a atividade da MMP-9 está ausente, enquanto a MMP-2 é constitutiva. Todos os camundongos mdx, machos e fêmeas, apresentaram atividade das MMP-2 e MMP-9 aumentadas, em especial os grupos castrados. A atividade da MMP-9 era maior em todos os camundongos mdx machos comparados com as mdx fêmeas pareadas. Em contraste, a atividade da MMP-2 nos camundongos mdx fêmeas era maior que nos grupos mdx machos pareados. Estes dados indicam que o aumento da atividade da MMP-2 nos camundongos mdx fêmeas está associado com maior regeneração e remodelagem muscular, enquanto o aumento da atividade da MMP-9 nos machos, com a maior atividade inflamatória e mionecrose. ►Camundongos mdx machos e fêmeas tratados com a droga tamoxifen, com efeitos agonista ao do hormônio estrogênio no músculo esquelético, apresentaram maior número de células musculares íntegras do que os grupos 112 controle e sem tratamento com tamoxifen. Isto sugere que esta droga, em ambos os sexos, pode contribuir para manter a integridade estrutural da membrana muscular. ► A imunomarcação para população de macrófagos (F4/80 e Mac-1), mostrou uma maior redução deles no músculo gastrocnêmio dos camundongos mdx machos e fêmeas tratados com tamoxifen do que nos grupos controle e sem tamoxifen. Estes dados indicam possíveis efeitos, desta droga com efeitos antinflamatório e antiapoptótico. ►Não houve diferenças entre o número de adipócitos presentes no músculo esquelético (gastrocnêmio) dos grupos de camundongos mdx machos e fêmeas. Entretanto, quando analisamos a diferença entre os gêneros, os grupos de mdx machos tinham menor número de adipócitos do que os grupos de mdx fêmeas pareadas. Isto sugere que a maior quantidade de adipócitos pode favorecer o grupo de fêmeas mdx com liberação local de adipocinas, exercendo efeitos antinflamatórios, antiapoptóticos, anabólicos e também promovendo a diferenciação em células miogênicas regulatórios. ou em macrófagos 113 ►Em conjunto, os resultados sugerem que os hormônios sexuais femininos exercem efeitos benéficos no músculo distrófico, especialmente na manutenção da integridade estrutural das miofibras esqueléticas, nas atividades antinflamatória e antiapoptótica, promovendo a regeneração e a remodelagem muscular. 114 6. 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