UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM DA COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO E DAS REDES SOCIAIS PARA APRENDIZAGEM Por: Simone Alves da Silva Orientador Profa. Mary Sue Carvalho Pereira Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM DA COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO E DAS REDES SOCIAIS PARA APRENDIZAGEM Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Tecnologia Educacional. Por: Simone Alves da Silva. 3 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, que me deu forças para alcançar mais esse objetivo. Agradeço à minha mãe e ao meu “namorido” pelo apoio e incentivo. À Professora Mary Sue pela paciência e compreensão. 4 DEDICATÓRIA Dedico esta monografia à minha mãe e ao meu “namorido”, que são os meus grandes amores. 5 RESUMO Aborda os aspectos históricos e aportes teóricos da competência em informação, bem como da comunicação, da informação, do discurso e a teoria do agir comunicativo de Habermas, elementos essenciais ao entendimento da dinâmica da sua concepção. Apresenta a prática da rede social baseada na internet, como uma proposta de um novo ambiente de ensino-aprendizagem, uma vez que as novas tecnologias da informação e comunicação favorecem um aprendizado multidisciplinar. Analisa se a competência em informação e as redes sociais podem contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem. 6 METODOLOGIA Trata-se de uma revisão de literatura nos campos da competência em informação e das redes sociais, com vistas a analisar a contribuição destes no processo de ensino-aprendizagem no campo da Tecnologia Educacional. Para tanto, foi realizada pesquisa bibliográfica em bases de dados e bibliotecas, bem como análise do conteúdo do material obtido. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Competência Informacional: aspectos históricos e aportes teóricos 10 CAPÍTULO II - Redes Sociais: um novo rumo para o processo de ensino-aprendizagem 18 CAPÍTULO III – Competência em informação e Redes Sociais: um caminho para a inteligência coletiva? 23 CONCLUSÃO 29 BIBLIOGRAFIA 31 INDICE FOLHA DE AVALIAÇÃO 34 . 8 INTRODUÇÃO No contexto da Sociedade da Informação os estudos sobre o desenvolvimento da competência informacional (information literacy) tanto teórico quanto prático pode trazer contribuições no processo de aprendizagem no âmbito da Tecnologia Educacional, por desenvolver no indivíduo habilidades essenciais que garantam o acesso, busca, assimilação e uso da informação, assim como o espírito crítico, reflexivo e questionador resultando na acumulação de conhecimentos, que teoricamente sustentam os avanços científicos, técnicos e organizacionais, os quais codificados em vários formatos informacionais introduzem inovação que irão continuamente transformar a sociedade. No entanto alguns teóricos apontam que pesquisas nessa área ainda são muito incipientes no Brasil e pressupõe-se que ainda não há estudos dessa temática no campo da Tecnologia Educacional. A relação entre a Competência Informacional e a Tecnologia Educacional estabelece-se no uso das diversas tecnologias, dentre as quais destacamos as redes sociais, no âmbito da internet, que nesse contexto caracteriza-se como ferramenta de apoio ao ensino e aprendizagem, e pelo fato desta e a busca de informação estar fortemente ligadas. No entanto, é importante destacar que muitos estudantes mesmo considerados nativos digitais (que escrevem, lêem, criam e pesquisam em formato digital), não saibam utilizar essa ferramenta como uma fonte de pesquisa, meio de produção do conhecimento e geração do saber. O acesso às tecnologias de informação e comunicação não garante o uso adequado da informação. Este, por sua vez, está diretamente relacionado à prática de leitura, capacidade de transformar a informação em conhecimento, capacidade de aprender a aprender, bem como assumir uma postura ética em sua produção e uso nos ambientes virtuais. O uso e a assimilação eficiente da informação e do conhecimento são aspectos fundamentais ao processo de ensino e aprendizagem, o que destaca a importância da abordagem da competência informacional no campo da Tecnologia Educacional. 9 Tendo em vista esses pressupostos, foi realizada uma revisão de literatura nos campos da competência em informação e das redes sociais, onde analisamos as possíveis contribuições que estas abordagens podem trazer para o desenvolvimento de uma pedagogia libertadora baseada em um processo de ensino-aprendizagem para construção da inteligência coletiva que se caracteriza como um aprendizado transdisciplinar, incorporando habilidades, valores pessoais e sociais e remetendo a um saber agir responsável na apreensão, produção, uso da informação e geração do conhecimento em ambientes educativos digitais ou virtuais. Para tanto, no primeiro capítulo abordamos os aspectos históricos e os aportes teóricos da competência informacional, neste último tratamos também alguns elementos que são essenciais para o seu entendimento como: o processo de comunicação, fundamental à produção e transmissão de informação e conhecimento; o conceito de informação e algumas correntes de pensamento acerca desse conceito; e o papel do discurso no processo de desenvolvimento da competência em informação – para então compreendermos como o estudo dessa temática no campo da Tecnologia Educacional pode tornar-se axial para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. No segundo capítulo, trabalhamos com a noção de redes sociais baseadas na internet, como um novo ambiente para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, e as vantagens da interação e da colaboração proporcionadas pelas redes sociais. Buscamos entender o processo de aprendizagem. para analisar a viabilidade de aplicação desta noção em conjunto com a competência em informação. E finalmente, no terceiro capítulo versamos, a partir do questionamento: competência em informação e redes sociais podem se constituir em um caminho para a construção da inteligência coletiva? - sobre a importância da aplicação dessas duas temáticas para a aprendizagem. 10 CAPÍTULO I COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO: aspectos históricos e aportes teóricos. A competência em informação (information literacy) tem origem na Biblioteconomia na década de 70, nos Estados Unidos, e vem se desenvolvendo como uma temática de estudo dentro da Ciência da Informação, no que concerne ao comportamento do usuário na busca, assimilação e uso da informação, relacionando-se ao processo de aprendizagem. Em 1974 Paul Zurkowsky, então presidente da Information Industry Association, submeteu um relatório à National Commission on Libraries and Information Science – NCLIS, no qual utilizou a expressão information literacy, que enfatiza a importância do indivíduo ter habilidades e competências para utilizar os diversos recursos informacionais e construir, a partir desse contato com um mundo de significações, o conhecimento: Pessoas treinadas na utilização dos recursos de informação para o seu trabalho podem ser chamadas de [competentes em informação]. Elas aprenderam técnicas e habilidades para lidar com um grande número de ferramentas informacionais para encontrar informação visando a solução de seus problemas (1975, p. 6, tradução nossa). O surgimento do conceito coincide com a época em que a Biblioteconomia e a Ciência da Informação têm uma relação mais estreita com as teorias construtivistas da educação em seus estudos sobre a informação e os processos cognitivos, que contribuíram para o desenvolvimento de noções presentes no discurso da competência em informação como: aprender a aprender, aprendizagem ao longo da vida, pensamento crítico, aprendizagem por soluções de problemas, etc. Nesse sentido, o construtivismo configura-se como o principal arcabouço teórico da competência em informação, lhe atribuindo princípios, 11 técnicas e métodos de construção do conhecimento baseado em experiências anteriores e na utilização de variadas fontes de informação por meio da mediação de educadores e profissionais da informação. Na década de 80 os bibliotecários americanos apropriaram-se do termo (information literacy) como uma reação ao relatório, A Nation at Risk, publicado em 1983, o qual fazia críticas à situação da educação norteamericana e ignorava o papel educativo do bibliotecário e da biblioteca. Assim, para os bibliotecários mostrarem a sua capacidade de contribuir no processo de aprendizagem, desenvolveram projetos com base no conceito de competência em informação (CAMPELLO, 2009). Inicialmente a noção de competência em informação estava relacionada às técnicas de localização e utilização de fontes de informação. Posteriormente outras competências foram enfatizadas como: a flexibilidade mental necessária para o enfrentamento de novas situações no ambiente educacional, as habilidades para resolução de problemas de informação, habilidade de localizar, avaliar e utilizar a informação à capacidade de aprender a aprender (HATSCHBACK, 2002). Na década de 90, as pesquisas nesse campo são direcionadas para a formação com objetivo na aquisição da competência em informação, destacando o papel educativo e o trabalho cooperativo entre bibliotecários e professores (BEHRENS 1994 apud HATSCHBACH, 2002, p. 23). É importante ressaltar que há várias acepções do conceito information informação, literacy como: competência letramento informacional, informacional, alfabetização competência informacional em e aprendizagem informacional. Portanto, neste trabalho será adotado o termo competência em informação por ser a tradução mais adequada, conforme consideram alguns teóricos (HATSBACH, 2002; DUDZIAK, 2005; VITORINO; PIANTOLA, 2009). 12 O advento da Sociedade da Informação e das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) foram os fatores determinantes para o surgimento da noção de competência em informação e da evolução de suas “bases conceituais, estruturas físicas e virtuais e tecnologias para o aprendizado e aquisição do conhecimento”, tornando-se fundamental para atender a emergência de lidar com um volume exponencial de informação digital (HATSCHBACH; OLINTO, 2008, p.21), que exige uma nova adaptação no relacionamento do indivíduo com o conhecimento, pois nesse novo contexto a ação de conhecer é como construir um mosaico, onde cada pedaço necessita ser assimilado para construção do saber, como destaca Campello (2009, p. 12-13) O letramento informacional [a competência em informação] constituiria uma capacidade essencial, necessária aos cidadãos para se adaptar à cultura digital, à globalização e à emergente sociedade baseada no conhecimento. Implicaria fundamentalmente que as pessoas tivessem capacidade de entender suas necessidades de informação e de localizar, selecionar e interpretar informações, utilizando-as de forma crítica e responsável. Shapiro e Hugues (1996 apud Hatschback, 2002, p. 20) corroboram a discussão ao fazer uma breve análise desta nova área de estudo que engloba [...] tanto o conhecimento de como usar computadores e acessar informação quanto a reflexão crítica sobre a natureza da informação, sua infra-estrutura técnica e seu impacto no contexto sócio-cultural-filosófico. De acordo com o Livro Verde da Sociedade da Informação no Brasil (2000, p. 45), uma educação pautada na filosofia da competência informacional para a cidadania Significa capacitar as pessoas para a tomada de decisões e para a escolha informada acerca de todos os aspectos na vida em sociedade que as afetam, o que exige acesso à informação e ao conhecimento e capacidade de processá-los judiciosamente, sem se deixar levar cegamente pelo poder econômico ou político. 13 A competência em informação é um processo contínuo, que envolve informação, conhecimento e inteligência. Incorpora habilidades, valores pessoais e sociais e remete a um saber agir responsável na apreensão, produção, uso e transferência da informação e do conhecimento para resolução de problemas e tomada de decisão,caracterizando-se como um movimento transdisciplinar. Na concepção da American Library Association - ALA (2000, p.2, tradução nossa) a competência em informação é: [...] um conjunto de habilidades que o indivíduo deve ter para reconhecer quando a informação é necessária e ter a capacidade de localizar, avaliar e usar efetivamente a informação [...] Pessoas competentes em informação são aquelas que aprenderam como aprender. Elas sabem como aprender porque sabem como a informação é organizada, como encontrá-la e como usar a informação de forma que os outros também possam aprender com ela. Para Lévy (1999, p.27) a competência em informação está condicionada às nossas interações com as coisas, com a informação e com o outro, que culminam num aprendizado Em nossas interações com as coisas, desenvolvemos competências. Por meio de nossas relações com os signos e com a informação adquirimos conhecimento. Em relação com os outros, mediante iniciação e transmissão, fazemos viver o saber. Competência, conhecimento e saber... são três modos complementares do negócio cognitivo, e se transformam constantemente uns nos outros. Toda atividade, todo ato de comunicação, toda relação humana implica um aprendizado. Dudziak (2008, p.31) entende a competência em informação “como a mobilização de habilidades, conhecimentos e atitudes direcionadas ao processo construtivo de significados a partir da informação, do conhecimento e do aprendizado”. A autora em seu artigo “Information literacy: princípios, filosofia e prática” (2003, grifo nosso), coloca que a competência em informação compreende três concepções: da informação, do conhecimento e da inteligência. Sendo esta última a mais abrangente por sua ênfase no 14 aprendizado contínuo, que está relacionado a uma rede de significados adquiridos a partir do que se lê, ouve e fala, ou seja, na experiência. Constitui a estrutura das habilidades, dos conhecimentos e dos valores sociais, que pode levar à mudança social e individual. Tal concepção vai além da apropriação tecnológica ou mudança dos processos cognitivos, ela presume um estado permanente de mudanças, a essência do aprendizado como fenômeno social. Hatscbach (2002, p.11) enfatiza esse aspecto em seu estudo ao constatar a necessidade de um aprendizado continuo que desenvolva a capacidade de análise crítica e questionadora e a necessidade de se adquirir capacitação no uso da informação, que é um elemento essencial na educação moderna. Para a autora a competência em informação representa: [...] a habilidade e a capacidade em utilizar a informação e o conhecimento sobre a sistemática, o movimento da informação. Além da capacitação no uso das ferramentas para recuperação da informação, ela preconiza o conhecimento de fontes, o pensamento crítico, a formulação de questões, a avaliação, a organização e a utilização da informação (HATSCBACH, 2002, p.48). O trabalho de Christina Doyle (1994 apud HATSCBACH, 2002, p.19), considerado por muitos teóricos como um marco, reúne as habilidades e capacidades essenciais para uma pessoa lidar com a informação e o conhecimento de modo eficiente e eficaz, assentada no aprendizado contínuo, na análise crítica e questionadora e na capacidade de acessar os recursos informacionais e avaliar seu conteúdo e validade, a saber • Reconhecer que uma informação precisa e correta é a base para uma tomada de decisão inteligente; • Reconhecer a necessidade de informação; • Formular questões baseadas em necessidade de informação; • Identificar fontes potenciais de informação; 15 • Desenvolver estratégias de pesquisa bem sucedidas; • Saber acessar diversas fontes de informação, inclusive o computador e outras tecnologias; • Avaliar e organizar a informação para aplicação prática; • Integrar informações novas a conhecimentos já adquiridos; • Utilizar a informação de uma forma crítica para a resolução de problemas. Outro trabalho de grande relevância para a compreensão da competência em informação e do seu papel educativo, é o de Christine Bruce (1997, apud CAMPELLO, 2009, p.37, grifo do autor) que elaborou um modelo relacional, no qual a competência em informação é vista como um fenômeno experimentado por pessoas que interagem intensivamente com os diversos formatos de recursos informacionais. Dessa forma, a competência em informação se realiza por meio das diferentes relações entre indivíduo e informação, gerando-se, assim, diferentes modos de conceber a noção de competência em informação, como segue • Experiência da tecnologia da informação: a competência informacional baseia-se na prática de usar as tecnologias para recuperar a informação e se comunicar; • Experiência da fonte de informação: a competência em informação é vista como a capacidade de buscar informações em fontes apropriadas; • Experiência do processo de informação: a competência em informação é definida como a capacidade de implementar processos de busca de informação, de reconhecer a necessidade de informação em determinadas circunstâncias 16 e de usar as informações encontradas para resolver um problema ou tomar uma decisão; • Experiência do controle da informação: a competência em informação é experimentada como a ação de encontrar informações relevantes ou de gerenciá-las ou manipulá-las para torná-las recuperáveis, utilizando determinados instrumentos ou estratégias (arquivo manual, computador, cérebro); • Experiência de construção do conhecimento: a competência em informação é relacionada a capacidade de construir uma base pessoal de conhecimento em novas área de interesse; • Experiência da extensão do conhecimento: a competência em informação é considerada como a capacidade de trabalhar o conhecimento pessoal, resultando em desenvolvimento de idéias originais ou soluções criativas; • Experiência da sabedoria: a competência informacional é percebida como o uso da informação consciente e ética para benefício de outros. Percebe-se assim, que o processo de desenvolvimento da competência em informação fundamenta-se na comunicação, essência da existência humana e caracterizada como um processo de seleção de sentido, autônoma e fechada, que se realiza por sistemas psíquicos, através da subjetividade e da intersubjetividade. Lima, Lima e Moreira (2010, p.672) apresentam os três níveis do processo de comunicação elaborado por Luhmann, que compreende • A mensagem deve ser alcançada pelos outros; • Ao envolvê-los, que a mensagem seja entendida; 17 • Para alcançar seu fim é fundamental que a mensagem seja recebida, entendida e aceita. Nesse sentido, a comunicação tem o importante papel de estimular o sistema (mental ou social) a re-elaborar suas estruturas, pois ao completar o processo comunicacional gera-se informação e conhecimento. De acordo com Lima, Lima e Moreira (2010, p.672) “quando o provável não acontece, ou seja, quando surge a diferença, surge, então, uma informação que faz com que o sistema mude suas estruturas. Pode-se afirmar que a informação é uma diferença”. Na concepção de Kunzler (2004 apud LIMA; LIMA; MOREIRA, 2010, p.672) a informação é [...] uma diferença que provoca diferenças, na medida em que o sistema modifica suas estruturas, tornando-se diferente, para receber a informação. Toda mudança de estrutura gera expectativas futuras, diversas daquelas que havia antes do surgimento da informação. A definição de Kunzler vai de encontro ao conceito de informação de Belkin e Robertson (1976, p.198), para quem “informação é aquela que é capaz de transformar estruturas”. No entanto, para que isso aconteça é fundamental haver colaboração entre os atores para facilitar a difusão e o compartilhamento de informações e conhecimentos por meio de canais ou mecanismos de comunicação. Isto propicia a qualidade do sistema, a geração de inovação e o aprendizado interativo. Alguns teóricos como Capurro (2003) consideram a informação e o conhecimento como fenômenos sociais que se concretizam, quando a produção de significado e o processo linguístico dos signos estão dentro do horizonte da realidade dos intérpretes e de sua estrutura de conhecimento, que lhes permite interagir com o outro, com o mundo físico e com eles próprios. Rendón Rojas (1998 apud GONZÁLEZ DE GÓMEZ, 2009) apresenta uma noção de informação que se aproxima do olhar de Capurro, na qual a informação é algo que está além dos dados, signos e dos elementos 18 que a acompanham e que servem como alegorias do real. Já Zeman (1970, p.161) corrobora essa concepção, afirmando que a evolução social do homem está condicionada a sua capacidade de aproveitar melhor o seu tempo, extraindo o que é realmente útil da informação, pois “o conhecimento social só retém o que há de mais importante na informação”. González de Gómez (2009) apresenta algumas correntes de pensamento acerca da informação como o formalismo analítico, o cognitivismo e a hermenêutica. Porém, segundo sua concepção, estas seguem rumos opostos, uma vez que, as duas primeiras reforçam a relação da informação com a semântica, mas a isola do contexto da comunicação e da ação. E a hermenêutica reconhece o contexto da interpretação, mas desconecta a relação da informação com os processos gnosiológicos na prática cotidiana ou especializada. Mas, é na Teoria do Agir Comunicativo de Habermas, que se refere ao uso da linguagem natural como meio de transferência de informação com a finalidade de integração social, que González de Gómez (2009, p.25) encontra o aporte teórico que permite alinhavar com mais clareza o entendimento qualitativo da informação e a teoria social, por meio da noção de ações de informação (interações informacionais), que no contexto da sociedade contemporânea resultariam de três estratos: • Semântico-pragmático: onde se manifestam os diferenciais pragmáticos da informação, conforme a diversidade de atores, arranjos comunicacionais e focos temáticos, cujas características são: polinômico (regras e quadros normativos), heterológico (agrega formas plurais e usos variados da linguagem) e polimórfico (sujeito a variações, seguindo as dinâmicas socioculturais); • Dispositivo operacional e tecnológico: é definido pelas ofertas tecnológicas, muitas vezes jogos monopólicos ou 19 oligopólicos da economia da informação; • Regulatório: remete às regras dos jogos sociais da informação, corresponde ao regime de informação institucional ou organizacional. De acordo com González de Gómez (2009, p. 27) ação de informação seria “aquela realizada por atores sociais em suas práticas e atividades, ancoradas culturalmente numa forma de vida e geradas em comunidades epistêmicas ou configurações coletivas de relações intersubjetivas”. Nesse sentido, o aspecto que possibilitará o desenvolvimento da competência em informação e a interação entre os atores e por sua vez, a concretização da informação e do conhecimento, é o discurso, um processo comunicacional, cuja finalidade é expor as pretensões de validade da informação dos participantes de um processo de argumentação, e deve seguir os seguintes princípios arrolados por Habermas (LIMA; LIMA; MOREIRA, 2010, p. 686), a saber: • Inclusão e caráter público: não pode haver exclusão de ninguém, desde que tenha uma contribuição relevante no contexto de uma pretensão de validade controversa; • Igualdade comunicativa de direitos: todos têm a mesma chance de se manifestar sobre um tema; • Exclusão da ilusão e do engano: os participantes têm de acreditar no que dizem; • Ausência de coações: a comunicação deve ser livre de restrições que impedem a formulação do melhor argumento, capaz de levar a uma boa discussão. O discurso, segundo Habermas (1989 apud LIMA; LIMA; MOREIRA, 2010, p. 686), fundamenta-se numa perspectiva construtivista da 20 aprendizagem, “na medida em que compreende a formação discursiva da vontade e a argumentação em geral como formas de reflexão do agir comunicativo” provocando uma mudança de atitude, princípio da pedagogia construtivista. Assim, o incentivo à prática discursiva como método pedagógico e como fundamento para o desenvolvimento da competência em informação, não somente no ambiente das redes sociais, mas em qualquer contexto social, torna-se fundamental por possibilitar o desenvolvimento do capital intelectual e a geração de conhecimento e inovação. Percebe-se assim, que estes aportes teóricos ressaltam a importância da abordagem e do desenvolvimento da competência em informação por docentes e profissionais da informação que devem trabalhar em comum acordo com vistas a desenvolver indivíduos competentes que busquem um aprendizado contínuo. Contudo, as novas tecnologias da informação e comunicação se constituem em um universo dinâmico que abriga diversas fontes de informação em meios e formatos variados, que se usados em projetos pedagógicos pautados no desenvolvimento da competência em informação, pode se transformar em uma potente ferramenta para o aprendizado recíproco e contínuo, tendo em vista que estamos na geração dos nativos digitais (que escrevem, lêem, criam e pesquisam em formato digital), mas que muitas vezes não sabem utilizar essa ferramenta para construção do conhecimento, que na sociedade contemporânea, é um recurso fundamental ao desenvolvimento econômico, social e cultural. 21 CAPÍTULO II REDES SOCIAIS: novos rumos para o processo de ensino-aprendizagem. A década de 70 foi o marco da mudança de paradigma do capitalismo ocasionada pela revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da informação e pelo advento da Sociedade da Informação, onde a produtividade e a competitividade é medida pela produção e gerenciamento da informação e do conhecimento para geração de inovação tecnológica. Esse novo paradigma tecnológico e informacional provocou, em ritmo acelerado, mudanças profundas na base material da sociedade contemporânea. A partir de então, o desenvolvimento econômico passa a ser ditado por um novo modo informacional de desenvolvimento, cuja fonte de produtividade se encontra [...] na tecnologia de geração de conhecimentos, de processamento da informação e de comunicação de símbolos. Na verdade conhecimento e informação são elementos cruciais em todos os modos de desenvolvimento, visto que o processo produtivo sempre se baseia em algum grau de conhecimento e processamento da informação. Contudo, o que é específico ao modo informacional de desenvolvimento é a ação de conhecimento sobre os próprios conhecimentos como principal fonte de produtividade. O processamento da informação é focalizado na melhoria da tecnologia do processamento da informação como produtividade, em um círculo virtuoso de interação entre as fontes de conhecimentos tecnológicos e a aplicação da tecnologia para melhorar a geração de conhecimento e processamento da informação [...] (CASTELLS, 2009, p.54). Nesse cenário, as novas tecnologias da informação e comunicação integram o mundo em redes globais, provocando uma remodelação no modo de informar e de comunicar, que agora mediada por computador gera uma enorme quantidade de comunidades virtuais e imprime alterações também no processo de aprendizagem e conhecimento, bem como das ecologias cognitivas tanto internas como externas à escola intensificando o pensamento 22 complexo, interativo e transversal, como afirma Moran (1997, p. 1) A educação presencial pode modificar-se significativamente com as redes eletrônicas. As paredes das escolas e das universidades se abrem, as pessoas se intercomunicam, trocam informações, dados, pesquisa. A educação continuada é otimizada pela possibilidade de utilização de várias mídias, acessando-as em tempo real como assincronicamente, isto é, no horário favorável a cada indivíduo, e também pela facilidade de por em contato educadores e educandos. Castells (2009, p. 40) mostra o impacto que as novas tecnologias da informação e comunicação estão provocando no sistema de comunicação global, e que o sistema educacional deve estar atento para acompanhar tais mudanças [...] um novo sistema de comunicação que fala cada vez mais uma língua universal digital tanto está promovendo a integração global da produção e distribuição de palavras, sons e imagens de nossa cultura como personalizando-os ao gosto das identidades e humores dos indivíduos. As redes interativas de computadores [internet] estão crescendo exponencialmente, criando novas formas e canais de comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo moldada por ela. A internet se configura como uma grande teia que possibilita a produção, a transferência, o fluxo, o uso e a apropriação de informação em todos os domínios da atividade humana e em tempo real, é fundamentada na interação e colaboração dos atores sociais de um determinado contexto (indivíduos, grupos e organizações), onde podemos encontrar uma variedade de aplicações educacionais como: material de divulgação de pesquisa, de apoio ao ensino e de comunicação - o que contribui para a aprendizagem, o compartilhamento, a mobilização e a ação coletiva, como destaca o Livro Verde da Sociedade da Informação no Brasil (2000, p. 46) Além de propiciar uma rápida difusão de material didático e de informações de interesse para pais, professores e alunos, as novas tecnologias permitem, entre outras possibilidades, a construção interdisciplinar de informações produzidas individualmente ou em grupo por parte dos alunos, o desenvolvimento colaborativo de projetos por parte de alunos geograficamente dispersos, bem como a troca de projetos didáticos entre educadores das mais diferentes regiões do País. Conforme as velocidades de transmissão das redes vão 23 aumentando, novas aplicações para fins educacionais vão se tornando viáveis, tais como laboratórios virtuais. Castells (2003, p. 28) reforça a importância do uso das novas tecnologias na educação como meio de propiciar uma aprendizagem dinâmica que se dá em tempo real e a assunção do educando como produtor de informação e conhecimento Novos usos da tecnologia, bem como as modificações reais nela introduzidas, são transmitidos de volta ao mundo inteiro, em tempo real. Assim, o intervalo entre o processo de aprendizagem pelo uso, e de produção pelo uso, é extraordinariamente abreviado, e o resultado é que nos envolvemos num processo de aprendizagem através da produção, num feedback intenso entre a difusão e o aperfeiçoamento [do indivíduo]. No entanto, há a necessidade de transformação dos atuais métodos de ensino-aprendizagem e uma mudança de atitude por parte do educador convencional, pois nesse novo contexto O professor não é o “informador”, o que centraliza a informação [...] o professor é o coordenador do processo, o responsável na sala de aula. Sua primeira tarefa é sensibilizar os alunos, motivá-los para a importância da matéria, mostrando entusiasmo, ligação da matéria com os interesses dos alunos [...] A internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece (MORAN, 1997, p.4). Por ser um meio de comunicação que permite a interação e colaboração de muitos para muitos em escala global, onde o indivíduo pode se posicionar como consumidor e produtor de informação, a internet torna-se, “a expressão de nós mesmos através de um código de comunicação específico, que devemos compreender se quisermos mudar nossa realidade” (Castells, 2003, p. 11). O autor alerta ainda, que a habilidade ou a inabilidade da sociedade em lidar com essa tecnologia pode determinar o seu destino Sem dúvida, a habilidade ou a inabilidade de as sociedades dominarem a tecnologia e, em especial, aquelas tecnologias que são estrategicamente decisivas em cada período histórico, traça seu destino a ponto de podermos dizer que, embora não determine a evolução histórica e a transformação social, a tecnologia (ou sua falta) incorpora a capacidade de 24 transformação das sociedades, bem como os usos que a sociedades, sempre em um processo conflituoso, decidem dar ao seu potencial tecnológico (CASTELLS, 2009, p.44-45). Essa interação e colaboração se dão através das redes sociais, as quais são reguladas pelo uso da linguagem em contextos sócio-históricos diferenciados e, cujas configurações se articulam com a racionalidade, o afeto e o compromisso, características que somadas à sua flexibilidade e adaptabilidade, afirmam sua natureza revolucionária. Moran (????, p. 6) em seu artigo elenca algumas vantagens que a utilização dessa tecnologia proporciona para a aprendizagem, a saber • Aumento da motivação e do interesse do educando pelas aulas, pela pesquisa e pelo projeto; • Considerável aumento da confiança na busca e avaliação da informação essencial para resolução de uma questão de pesquisa, além de estarem mais abertos ao diálogo com o educador; • Aumento das conexões lingüísticas, geográficas e interpessoais; • Desenvolvimento da aprendizagem cooperativa, a pesquisa em grupo e a troca de resultados; • Desenvolvimento da intuição, flexibilidade mental e adaptação a novos ritmos • Desenvolvimento de novas formas de comunicação por meio da escrita como a hipertextual e a multilinguistica; • Considerável aumento do estudo de línguas e • Riqueza de interação. 25 As redes sociais se constituiriam de sistemas ou regimes de informação, os quais remetem não só a produção informacional, como também a distribuição numa determinada formação social por canais determináveis (troca coletiva), que prescreve sujeitos, agências organizacionais, padrões de excelência e critérios para o seu processamento seletivo, funcionando como qualificadores de informação e experiências (GONZÁLEZ DE GÓMEZ, 2009; MARTELETO, 2010). Na concepção de Issberner (2007), as redes originam-se das conexões adequadas que os atores estabelecem entre si (presenciais ou virtuais), e que na sua visão é vital para o desenvolvimento de um território. Segundo a autora (2007, p.3), estas conexões são []] os links que permitem acessar informações relevantes, seja a partir de interações com outras pessoas ou com acervos remotos de informações. Quanto à forma, tais conexões podem ser realizadas por meio de contatos presenciais ou mediados por tecnologias, especialmente as tecnologias da informação e comunicação, TIC's. O âmbito em que estes links se estabelecem pode ser mais restrito, entre os atores de um mesmo território, ou mais genérico, entre nós de redes diferentes, ou entre organizações de distintos territórios. De acordo com Marteleto (2010, p. 28) o conceito de redes sociais “leva a uma compreensão da sociedade a partir dos vínculos relacionais entre os indivíduos, os quais reforçariam suas capacidades de atuação, compartilhamento, aprendizagem, captação de recursos e mobilização”. A autora ressalta ainda, que devido aos estudos nesse campo enfocarem as relações sociais e não os atributos dos grupos ou indivíduos, eles permitiram compreender a sociedade de uma forma inovadora, na qual é possível verificar os elos sociais que se estabelecem de acordo com os papéis e funções de cada indivíduo e apresenta os princípios gerais para o estudo das redes sociais (MARTELETO, 2010, p. 29): • Extensão e não finitude em relação ao espaço local; • Compreensão das redes densas advindas das relações de proximidade, por exemplo, as familiares; e as redes ampliadas, 26 como as relações de trabalho; Através da configuração das redes sociais e dos elos entre os • atores, é possível analisar o comportamento individual e coletivo de seus membros. Percebe-se assim que as noções de rede social estão intimamente relacionadas com o aprendizado, por ser este um processo social e cumulativo, que decorre []] das interações e vinculações estabelecidas entre diferentes indivíduos []] por meio do qual os atores adquirem e ampliam seus conhecimentos, visando aperfeiçoar suas técnicas, seus procedimentos e atualizar suas capacitações e habilidades, sendo, dessa forma, um fator determinante da propensão a inovar de um território produtivo (ISSBERNER, 2007, p. 4-5). Para Lastres e Ferraz (1999, p.50) o aprendizado é “um processo que envolve uma combinação de experiências, reflexão, formação de conceitos e experimentação”, cujas características mais importantes são: a formação de estruturas mentais diversificadas e apropriadas que auxilie o pensamento, a capacidade de transformar a informação obtida a partir do processo de aprendizagem em conhecimento específico, o aprendizado ao longo da vida do indivíduo e o aprender a aprender (CASTELLS, 2003). Lima, Lima e Moreira (2010, p. 686) trazem uma visão diferenciada do conceito, que corresponde à transformação das estruturas cognitivas do indivíduo, de tal forma que se consegue resolver melhor um problema de mesma grandeza do que anteriormente. Segundo Paulo Freire (1981 apud LIMA; LIMA; MOREIRA, 2010, p.677) aprender [...] significa repensar e não armazenar idéias alheias, implicando em assumir uma atitude crítica diante do que se estuda e das visões do mundo. O processo de aprendizagem, como ação cultural para a libertação, é um ato de conhecimento em que os educandos assumem o papel de sujeitos cognoscentes em diálogo com o educador, sujeito 27 cognoscente também. É uma tentativa corajosa de desmitologização da realidade [...] os aprendizes dela emergem para nela inserirem-se criticamente. Observa-se, que o ato de conhecer está intrinsecamente relacionado com a interação (virtual ou presencial) entre os sujeitos e em um “movimento dialético que vai da ação à reflexão sobre ela e desta a uma nova ação” (LIMA; LIMA; MOREIRA, 2010, p.677), no qual estes assumem o papel de criadores. Tal movimento dialético requer uma decodificação das situações vividas pelo indivíduo para que esse repense a prática anterior e prepare-se para uma nova prática baseada na relação entre teoria e prática. Lima, Lima e Moreira (2010, p. 678) enfocam que no processo de aprendizagem O fundamental é que a informação seja sempre precedida e associada à problematização do objeto em torno de cujo conhecimento ele dá esta ou aquela informação. O diálogo requer que os sujeitos cognoscentes tentem apreender a realidade no sentido de descobrir a razão de ser da mesma. Assim, conhecer não é relembrar algo previamente conhecido, e agora esquecido. O ato de conhecer implica na problematização permanente da realidade ou da prática. Lastres e Ferraz (1999, grifo nosso) ressaltam que, mais grave do que não possuir fontes de acesso à informação, é não dispor da capacidade de aprendizado e conhecimentos suficientes para fazer uso das mesmas, tendo em vista a valorização do trabalho intelectual e das habilidades e competências na sociedade contemporânea ressaltadas por Castells (2003, p. 77) A economia eletrônica não pode funcionar sem profissionais capazes de navegar, tanto tecnicamente quanto em termos de conteúdo, nesse profundo mar de informação, organizando-o, focalizando-o, transformando-o em conhecimento específico [...] os profissionais devem ser capazes de se reprogramar em habilidades, conhecimento e pensamento segundo tarefas mutáveis num ambiente empresarial em evolução. Um corpo de profissionais autoprogramáveis requer certo tipo de educação, de tal modo que o manancial de conhecimento e informação acumulado na mente do profissional possa se expandir e se modificar ao longo de toda a sua vida. 28 Dessa forma, verifica-se que o aprendizado é um fator preponderante para o desenvolvimento econômico e social de uma nação, pois a geração de conhecimento e inovação tem suas raízes na interação entre os atores nos contextos social, cultural, político e econômico, onde estes desenvolvem diferentes dinâmicas de aprendizado apontadas por Issberner (2007, p. 6): learning by doing, learning by using e learning by interacting. Outro exemplo de dinâmica de aprendizagem é o multiletramento proposto por Mollica (2009), que busca compreender a complexidade de se conviver e entender num mundo letrado e digital, por meio da análise das inúmeras estratégias metacognitivas que o indivíduo tem para operar textos, imagens e conexões de hipertexto. Assim, o indivíduo competente poderá interagir no espaço do saber, de forma autônoma e responsável considerando suas implicações ideológicas, políticas e ambientais tanto individuais como coletivamente. Isso transcende ao ato da busca, organização e uso da informação, pois requer que o indivíduo tenha um comportamento reflexivo, crítico e ético no uso da informação, pois conhecer implica questionar. 29 CAPÍTULO III COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO E AS REDES SOCIAIS: o caminho para a inteligência coletiva? A institucionalização da economia informacional em escala global requer transformações sociais, culturais, educacionais e institucionais básicas. Já a sobrevivência do indivíduo nesse contexto está condicionada à sua capacidade de descobrir, processar e aplicar a informação e o conhecimento em meio eletrônico. Por essa razão torna-se capital compreender como as redes sociais e a competência em informação podem contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem. A valorização dessas habilidades e competências em lidar com a informação e o conhecimento é explicitada na fala de Castells (2003, p. 80-81) ao fazer a distinção entre mão-de-obra autoprogramável e mão-de-obra genérica A mão-de-obra genérica é corporificada por trabalhadores que não tem habilidades especiais, ou habilidade especial de adquirir habilidades no processo de produção, além daquelas necessárias para o cumprimento de instruções dadas pela administração. [...] À medida que conhecimento e informação se difundem através do mundo, toda força de trabalho poderia e deveria se tornar autoprogramável. Partindo dessa premissa Dudziak (2008, p.5) considera a competência em informação como “Os faróis da Sociedade da informação” devido ao seu caráter social e por esse campo se constituir como: uma fonte para todas as riquezas; fator de promoção da inclusão social, do desenvolvimento sócio-econômico e de promoção do bem-estar das pessoas, que são fundamentais à vida e ao trabalho como destaca Lévy (1999, p. 19) 30 A prosperidade das nações, das regiões, das empresas e dos indivíduos depende de sua capacidade de navegar no espaço do saber. A força é conferida de agora em diante pela gestão ótima dos conhecimentos, sejam eles técnicos, científicos, da ordem da comunicação ou derivem da relação ética com o outro. Quanto melhor os grupos humanos conseguem se constituir em coletivos inteligentes, em sujeitos cognitivos, abertos, capazes de iniciativas, de imaginação e reações rápidas, melhor asseguram seu sucesso no ambiente altamente competitivo que é o nosso. Segundo o Livro Verde da Sociedade da Informação no Brasil (2000, p. 45, grifo do autor) nesse contexto a educação vai além do treinamento tecnológico, pois [...] é o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado. Parte considerável do desnível entre indivíduos, organizações, regiões e países deve-se à desigualdade de oportunidades relativas ao desenvolvimento da capacidade de aprender e concretizar inovações. Por outro lado, educar em uma sociedade da informação significa muito mais que treinar as pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação: trata-se de investir na criação de competências suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação efetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias, seja em usos simples e rotineiros, seja em aplicações mais sofisticadas. Trata-se também de formar os indivíduos para “aprender a aprender”, de modo a serem capazes de lidar positivamente com a contínua e acelerada transformação da base tecnológica. Bachelard (1970, p.266), implicitamente em seu pensamento, destaca o papel social da escola, da biblioteca escolar, do docente e do profissional da informação na formação da cultura científica, que a nosso ver, deve ser fundamentada na competência em informação e na aprendizagem ao longo da vida: Uma cultura bloqueada num tempo escolar é a negação mesma da cultura científica. Só há ciência por uma escola permanente. É essa escola que a ciência deve fundar. Então, os interesses sociais se invertem: a sociedade será feita para a escola, e não mais a escola para a sociedade. 31 Assim, para se alcançar a cultura científica ressaltada por Bachelard, é fundamental o desenvolvimento da competência em informação a partir do ensino fundamental, baseada num aprendizado contínuo e voltada para o desenvolvimento da capacidade de análise crítica e que estimule os estudantes a terem uma mente aberta e flexível, porque “é neste período que as bases para a vida social e profissional de cada indivíduo é formada” (FREIRE; ESPÍRITO SANTO [2000], p.3). Com efeito, Hatschbach e Olinto (2008, p.26) nos dão conta da importância do desenvolvimento da competência em informação no período escolar que [...] tem um grande impacto no desempenho do estudante, pois fortalece sua capacidade de acessar, selecionar, avaliar e incorporar a informação. Essa competência vai agir ativamente no processo de assimilação, criação e transmissão do conhecimento, elementos-chave para o crescimento intelectual. Hatschback (2002, p.24) acrescenta ainda que a competência em informação não é apenas uma questão de possuir habilidades, mas sobretudo uma maneira de aprender e defende a integração desta ao currículo escolar, que tem como fundamento [...] a aprendizagem transdisciplinar, onde o conhecimento é organizado de acordo com grandes temas, propiciando uma posição mais ativa do estudante e permitindo sua autonomia para um aprendizado ao longo da vida. Percebe-se, assim, que a competência em informação tem grande relevância no contexto social contemporâneo, onde o indivíduo para sobreviver necessita desenvolver “habilidades e competências, que permitam os usos conscientes, criativos e benéficos da informação” em seus diversos formatos, e particularmente, no ambiente virtual (VITORINO; PIANTOLA, 2009, p.131). Quando a informação é corretamente assimilada, modifica o estoque mental do indivíduo promovendo assim o seu desenvolvimento pessoal (BARRETO, 2002, 2009; MATTOS; SANTOS, 2009; SANTOS; CARVALHO, 2009). 32 Nesse sentido, Lastres e Ferraz (1999, p.50) apontam que o aprendizado é “um processo que envolve uma combinação de experiências, reflexão, formação de conceitos e experimentação”. No caso da competência em informação as características mais importantes do processo de aprendizagem são: a formação de estruturas mentais diversificadas e apropriadas que auxilie o pensamento, a capacidade de transformar a informação obtida a partir do processo de aprendizagem em conhecimento específico, o aprendizado ao longo da vida do indivíduo e o aprender a aprender (CASTELLS, 2003, grifo nosso). Assim, as ações de informação voltadas para o desenvolvimento da competência em informação em redes sociais devem considerar os aspectos civilizatórios intrínsecos ao ciberespaço como as novas estruturas de comunicação, de regulação e de cooperação, linguagens e técnicas intelectuais inéditas e modificação das relações de tempo e espaço (LÉVY, 1999, grifo nosso). Deve-se atentar também para não privilegiar um tipo de competência em informação focado nas habilidades digitais, o que se configura em um grande erro segundo a opinião de Dudziak (2008). Por outro lado, alguns teóricos defendem que a competência em informação inclui também habilidades técnicas, considerando-as essenciais para que o indivíduo explore efetivamente a grande gama de informação disponível na internet. Essas proposições são fundamentais para construção de uma inteligência coletiva, que parte do pressuposto do “trabalho em comum acordo” no espaço do saber, e está relacionada às dimensões éticas e laços sociais “em torno do aprendizado recíproco, da sinergia das competências, da imaginação” (LÉVY, 1999, p.26) daí a emergência de projetos voltados para o estudo do desenvolvimento da competência em informação. Lévy (1999, p. 28-29) conceitua inteligência coletiva como “uma inteligência distribuída por toda parte incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em mobilização efetiva das competências”. Para tanto, é fundamental segundo Dudziak (2008), privilegiar práticas pedagógicas 33 ativas voltadas ao aprendizado participativo e colaborativo, que cultivem hábitos de inquirição e investigação em todos os níveis de idade e contextos; os ambientes educacionais como a biblioteca, devem ser estimulantes e disseminar a cultura de informação. Nesse cenário, compreender como se dá o processo criativo do ser humano e que este é dotado de múltiplas inteligências, é fundamental para que o educador e o profissional de informação implementem estratégias didáticas e um programa pedagógico fundado em um processo de aprendizagem, relacionado com às nossas interações e vinculações com as coisas e as tecnologias, com a informação e com o outro, como exposto por Lévy (1999, p.27) Em nossas interações com as coisas, desenvolvemos competências. Por meio de nossas relações com os signos e com a informação adquirimos conhecimento. Em relação com os outros, mediante iniciação e transmissão, fazemos viver o saber. Competência, conhecimento e saber [...] são três modos complementares do negócio cognitivo, e se transformam constantemente uns nos outros. Toda atividade, todo ato de comunicação, toda relação humana implica um aprendizado. O trabalho sobre a inteligência coletiva de Pierre Lévy (1999, p. 2829), traz importante contribuição para a discussão sobre a importância da competência em informação no processo de aprendizagem em redes sociais, ao considerar que a inteligência está distribuída por toda parte, porque todo indivíduo possui um saber potencial que se aplica ao contexto em que está inserido, logo este deve ser visto como fonte de conhecimento e como ator ativo no aprendizado recíproco. Esta inteligência deve ser incessantemente valorizada, assim devem-se realizar atividades para desenvolvê-la, empregá-la e coordená-la em tempo real por meio das novas tecnologias da informação e comunicação. Por fim, ressalta que o reconhecimento da inteligência do outro deve ser incentivada e baseada em uma relação dialógica do educador ou mediador com o educando, não o considerando uma caixa de depósito de informações – o que é fundamental para construção da verdadeira identidade social, da competência em informação e da aprendizagem. 34 Para Lima, Lima e Moreira (2010, p. 684) “quanto mais se prejudica a força socializadora do agir comunicativo, sufocando a fagulha da liberdade comunicativa nos domínios da vida privada, tanto mais fácil se torna formar uma massa de atores isolados e alienados entre si”. Castells (2003) reforça a importância da aplicação da competência informacional e das redes sociais no processo de aprendizagem ao considerar que pessoas com uma educação deficiente e sem as habilidades essenciais para lidar satisfatoriamente com a informação e o conhecimento no ambiente virtual, não esbarram apenas na barreira da língua, como também na questão de avaliar o conteúdo e a validade da informação encontrada na internet. As declarações desses teóricos ratificam a importância de projetos de desenvolvimento da competência em informação em redes sociais participativos e colaborativos entre bibliotecários, docentes e alunos desde o ensino fundamental, desse modo o indivíduo irá interagir de forma correta e ética em espaços de troca do saber resultando no aprendizado ao longo de sua vida, porém, infelizmente, no Brasil os estudos e pesquisas sobre essa temática é um desafio, tendo em vista que o país ainda luta contra o analfabetismo real e o funcional. Segundo alguns pesquisadores, há um considerável aumento dos estudos nesse campo, que se concentram na definição de habilidades informativas e normas direcionadas aos setores educacionais. Sendo, muito incipientes os estudos voltados à proposta de modelos para aplicação com vistas a sua percepção e desenvolvimento (DUDZIAK, 2008; VITORINO; PIANTOLA, 2009; CAMPELLO, 2009). No entanto, é importante ressaltar que as pesquisas nesse campo devem ter o cuidado de se embasar nos contextos culturais e sociais, trajetórias e necessidades de cada grupo social, pois de acordo com Dudziak (2008) essa noção é fundamental por não ser possível aplicar um modelo conceitual, político e instrumental internacional a realidades específicas, sem que haja um processo de reflexão e apropriação da comunidade local. 35 Mas, não podemos esquecer que ainda dispomos de um sistema educacional precário e ultrapassado que se assenta em uma política pedagógica conservadora em relação às condições impostas pela Era da Informação. Além do fato de muitas vezes dispor de tecnologias, mas esbarrar no problema do despreparo do educador para utilizá-la como ferramenta de aprendizagem. Castells (2003, p. 212-217) explicita muito bem essa realidade em sua fala O sistema escolar como um todo [...] é por tudo que se sabe, lamentavelmente inadequado para o uso dessa nova metodologia de trabalho. Mesmo quando dispõe da tecnologia, carece de professores capazes de usá-la com eficiência, além de pedagogia e organização institucional para estimular novas habilidades de aprendizado [a competência em informação]. [...] Embora a matrícula em escolas tenha aumentado substancialmente, a maior parte da educação se reduz à guarda de crianças, já que muitos professores não têm educação eles próprios, são mal remunerados e sobrecarregados de trabalho. Além disso, o sistema educacional na maioria dos países é tecnologicamente atrasado e institucionalmente burocratizado [...]. Contudo, observa-se que é notório que somente através da educação e do aprendizado permanente fundamentados na competência em informação e adotando-se as novas tecnologias da informação e comunicação, que se desenvolverá a habilidade de saber o que procurar, como buscar, como processar e como usar a informação e o conhecimento para transformá-los em ação. 36 CONCLUSÃO O desenvolvimento econômico e o desempenho competitivo na Era da Informação requerem uma infra-estrutura de pesquisa e desenvolvimento (P&D) centrada na pesquisa elementar e aplicada avançadas e um bom sistema educacional, além de um sistema de comunicação eficiente entre organizações e indivíduos. Na concepção de Castells (2009, p. 167) essas são as condições necessárias para que “os países, empresas e indivíduos ingressem no paradigma informacional”. Nesse sentido, ressalta-se a importância de uma discussão mais densa sobre o papel da competência em informação e das redes sociais para a aprendizagem no campo da Tecnologia Educacional, face às mutações políticas, econômicas, sociais e culturais impostas pela Sociedade da Informação e pelo crescimento vertiginoso das novas tecnologias da informação e comunicação, onde se privilegia a competitividade e a produtividade baseadas na informação e no conhecimento para geração de inovações tecnológicas, a multidisciplinaridade, a criatividade, o trabalho intelectual, as habilidades e competências dos indivíduos. Para tanto, neste trabalho, buscou-se mostrar o contexto histórico do surgimento da noção da competência em informação, as diversas definições do termo e seu aporte teórico, porém sem a pretensão de esgotar o assunto. Para uma melhor compreensão do processo de desenvolvimento da competência em informação, bem como de construção do conhecimento por meio do acesso, uso e assimilação adequada da informação baseadas na interação e colaboração dentro de padrões éticos, abordou-se os princípios teóricos da comunicação, da informação e do discurso no âmbito da Teoria do Agir Comunicativo de Habermas, que se orienta no pensamento dialético moderno de Hegel, no qual a constituição do ser se dá pela imbricação das 37 dialéticas da linguagem, do instrumento (as redes sociais) e da relação com o outro. Baseando-se nas dialéticas do pensamento moderno de Hegel e na contribuição da competência em informação para a aprendizagem, procurou-se entender a rede social como o ambiente tecnológico e altamente dinâmico que favorece a sobreposição dessas dialéticas e como pode se constituir em um novo meio de ensino-aprendizagem, uma vez que facilita a comunicação à distância e a articulação de atividades pedagógicas que envolvam aspectos emocionais, multiculturais, artísticos, colaborativos e interativos, destacandose, assim, como elemento fundamental para o ambiente de inovação, por reforçar as capacidades de atuação, compartilhamento, aprendizagem e mobilização de grupos e organizações. Nesse contexto, a aprendizagem tem papel relevante no processo de geração de conhecimentos e inovação, uma vez que está relacionada a uma transformação que acontece na esfera do intangível por meio do discurso, tornado-se assim indispensável ao desenvolvimento econômico e social de uma nação. Assim o professor e o profissional da informação deixam de ser transmissores de saberes prontos e passam a ser mentores e instigadores ativos de uma nova dinâmica de pesquisa e aprendizagem. Assim, a escola da sociedade da informação deve embasar seu programa curricular numa pedagogia construtivista e pautada no desenvolvimento da competência em informação associada às novas tecnologias de informação e comunicação, uma vez que esse novo cenário se constitui numa estrutura social com base em redes abertas e altamente dinâmicas suscetíveis de inovação, onde a informação, o conhecimento e o aprendizado contínuo são recursos fundamentais ao seu desenvolvimento. Assim as ações de informação em competência em informação no ambiente das redes sociais, voltadas para o desenvolvimento da aprendizagem e para a construção de uma inteligência coletiva assentam-se no trabalho em um trabalho colaborativo entre os profissionais da informação, docentes e 38 estudantes que vai muito além dos limites da instituição de ensino, onde todos são aprendizes e produtores de conhecimento. Embora a posição do educador e do profissional da informação seja a de mediador entre o educando e o incrível universo de informação da internet, que se bem utilizada, constitui numa importante fonte de informação e expressão social. No entanto, como mencionado por Pierre Lévy no tópico 3, é fundamental considerar no ambiente das redes sociais alguns aspectos civilizatórios que lhes são intrínsecos como as novas estruturas de comunicação, de regulação e de cooperação, linguagens e técnicas intelectuais inéditas e modificação das relações de tempo e espaço devendose desenvolver práticas e políticas adequadas à realidade nacional, de um grupo social ou mesmo de uma comunidade. Estes pressupostos teóricos fornecem um instrumental capital para o campo da Tecnologia Educacional por fundar-se numa concepção de aprendizagem dialógica e construtivista. Apesar da importância dessas temáticas para o desenvolvimento socioeconômico, geração de inovação e conhecimento, bem como para a inclusão informacional e social, e bem-estar das pessoas: fatores fundamentais para a construção de uma inteligência coletiva, os estudos dessas temáticas no Brasil ainda são muito incipientes, merecendo assim maior atenção no desenvolvimento de pesquisas para aprofundamento teórico e prático por parte da comunidade acadêmica do campo da Tecnologia Educacional. 39 BIBLIOGRAFIA ALA. American Library Association. The information literacy competencies for higher education. Washington, D.C., 2000. Disponível em: <www.ala. org/ala/acrl/acrlpubs/whitepapers/presidential.htm>. Acesso em: 20 jun. 2009. BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico. Disponível em: <http://groups.google.com.br/group/digitalsource>. Acesso em: 15 ago. 2010. BARRETO, Aldo Albuquerque. Mediações digitais. Datagramazero, Brasília, v.10, n.4, p. 1-18, ago. 2009. 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Acesso em: 05 jul. 2010. 43 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO: ASPECTOS HISTÓRICOS E APORTE TEÓRICO 10 CAPÍTULO II REDES SOCIAIS: NOVO RUMO PARA O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM 21 CAPÍTULO III COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO E AS REDES SOCIAIS: O CAMINHO PARA CONSTRUIR A INTELIGÊNCIA COLETIVA 29 CONCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIA 39 ÍNDICE 43 FOLHA DE AVALIAÇÃO 44 44 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes. Instituto a Vez do Mestre Título da Monografia: A importância da competência em informação e das redes sociais para a aprendizagem Autor: Simone Alves da Silva Data da entrega: Avaliado por: Mary Sue Carvalho Pereira Conceito: