UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM DA COMPETÊNCIA
EM INFORMAÇÃO E DAS REDES SOCIAIS PARA
APRENDIZAGEM
Por: Simone Alves da Silva
Orientador
Profa. Mary Sue Carvalho Pereira
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM DA COMPETÊNCIA
EM INFORMAÇÃO E DAS REDES SOCIAIS PARA
APRENDIZAGEM
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do grau de especialista em Tecnologia
Educacional.
Por: Simone Alves da Silva.
3
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, que
me deu forças para alcançar mais esse
objetivo. Agradeço à minha mãe e ao
meu “namorido” pelo apoio e incentivo.
À Professora Mary Sue pela paciência
e compreensão.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia à minha mãe e
ao meu “namorido”, que são os meus
grandes amores.
5
RESUMO
Aborda os aspectos históricos e aportes teóricos da competência em
informação, bem como da comunicação, da informação, do discurso e a teoria
do agir comunicativo de Habermas, elementos essenciais ao entendimento da
dinâmica da sua concepção. Apresenta a prática da rede social baseada na
internet, como uma proposta de um novo ambiente de ensino-aprendizagem,
uma vez que as novas tecnologias da informação e comunicação favorecem
um aprendizado multidisciplinar. Analisa se a competência em informação e as
redes sociais podem contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem.
6
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão de literatura nos campos da competência
em informação e das redes sociais, com vistas a analisar a contribuição destes
no processo de ensino-aprendizagem no campo da Tecnologia Educacional.
Para tanto, foi realizada pesquisa bibliográfica em bases de dados e
bibliotecas, bem como análise do conteúdo do material obtido.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - Competência Informacional: aspectos históricos e
aportes teóricos
10
CAPÍTULO II - Redes Sociais: um novo rumo para o processo de
ensino-aprendizagem
18
CAPÍTULO III – Competência em informação e Redes Sociais:
um caminho para a inteligência coletiva?
23
CONCLUSÃO
29
BIBLIOGRAFIA
31
INDICE
FOLHA DE AVALIAÇÃO
34
.
8
INTRODUÇÃO
No contexto da Sociedade da Informação os estudos sobre o
desenvolvimento da competência informacional (information literacy) tanto
teórico quanto prático pode trazer contribuições no processo de aprendizagem
no âmbito da Tecnologia Educacional, por desenvolver no indivíduo habilidades
essenciais que garantam o acesso, busca, assimilação e uso da informação,
assim como o espírito crítico, reflexivo e questionador resultando na
acumulação de conhecimentos, que teoricamente sustentam os avanços
científicos, técnicos e organizacionais, os quais codificados em vários formatos
informacionais introduzem inovação que irão continuamente transformar a
sociedade. No entanto alguns teóricos apontam que pesquisas nessa área
ainda são muito incipientes no Brasil e pressupõe-se que ainda não há estudos
dessa temática no campo da Tecnologia Educacional.
A relação entre a Competência Informacional e a Tecnologia
Educacional estabelece-se no uso das diversas tecnologias, dentre as quais
destacamos as redes sociais, no âmbito da internet, que nesse contexto
caracteriza-se como ferramenta de apoio ao ensino e aprendizagem, e pelo
fato desta e a busca de informação estar fortemente ligadas. No entanto, é
importante destacar que muitos estudantes mesmo considerados nativos
digitais (que escrevem, lêem, criam e pesquisam em formato digital), não
saibam utilizar essa ferramenta como uma fonte de pesquisa, meio de
produção do conhecimento e geração do saber. O acesso às tecnologias de
informação e comunicação não garante o uso adequado da informação. Este,
por sua vez, está diretamente relacionado à prática de leitura, capacidade de
transformar a informação em conhecimento, capacidade de aprender a
aprender, bem como assumir uma postura ética em sua produção e uso nos
ambientes virtuais.
O uso e a assimilação eficiente da informação e do conhecimento
são aspectos fundamentais ao processo de ensino e aprendizagem, o que
destaca a importância da abordagem da competência informacional no campo
da Tecnologia Educacional.
9
Tendo em vista esses pressupostos, foi realizada uma revisão de
literatura nos campos da competência em informação e das redes sociais,
onde analisamos as possíveis contribuições que estas abordagens podem
trazer para o desenvolvimento de uma pedagogia libertadora baseada em um
processo de ensino-aprendizagem para construção da inteligência coletiva que
se caracteriza como um aprendizado transdisciplinar, incorporando habilidades,
valores pessoais e sociais e remetendo a um saber agir responsável na
apreensão, produção, uso da informação e geração do conhecimento em
ambientes educativos digitais ou virtuais.
Para tanto, no primeiro capítulo abordamos os aspectos históricos e
os aportes teóricos da competência informacional, neste último tratamos
também alguns elementos que são essenciais para o seu entendimento como:
o processo de comunicação, fundamental à produção e transmissão de
informação e conhecimento; o conceito de informação e algumas correntes de
pensamento acerca desse conceito; e o papel do discurso no processo de
desenvolvimento
da
competência
em
informação
–
para
então
compreendermos como o estudo dessa temática no campo da Tecnologia
Educacional pode tornar-se axial para o desenvolvimento do processo de
ensino-aprendizagem.
No segundo capítulo, trabalhamos com a noção de redes sociais
baseadas na internet, como um novo ambiente para o desenvolvimento do
processo de ensino-aprendizagem, e as vantagens da interação e da
colaboração proporcionadas pelas redes sociais. Buscamos entender o
processo de aprendizagem. para analisar a viabilidade de aplicação desta
noção em conjunto com a competência em informação.
E
finalmente,
no
terceiro
capítulo
versamos,
a
partir
do
questionamento: competência em informação e redes sociais podem se
constituir em um caminho para a construção da inteligência coletiva? - sobre a
importância da aplicação dessas duas temáticas para a aprendizagem.
10
CAPÍTULO I
COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO: aspectos históricos e
aportes teóricos.
A competência em informação (information literacy) tem origem na
Biblioteconomia na década de 70, nos Estados Unidos, e vem se
desenvolvendo como uma temática de estudo dentro da Ciência da
Informação, no que concerne ao comportamento do usuário na busca,
assimilação
e
uso
da
informação,
relacionando-se
ao
processo
de
aprendizagem.
Em 1974 Paul Zurkowsky, então presidente da Information Industry
Association, submeteu um relatório à National Commission on Libraries and
Information Science – NCLIS, no qual utilizou a expressão information literacy,
que enfatiza a importância do indivíduo ter habilidades e competências para
utilizar os diversos recursos informacionais e construir, a partir desse contato
com um mundo de significações, o conhecimento:
Pessoas treinadas na utilização dos recursos de informação
para o seu trabalho podem ser chamadas de [competentes em
informação]. Elas aprenderam técnicas e habilidades para lidar
com um grande número de ferramentas informacionais para
encontrar informação visando a solução de seus problemas
(1975, p. 6, tradução nossa).
O surgimento do conceito coincide com a época em que a
Biblioteconomia e a Ciência da Informação têm uma relação mais estreita com
as teorias construtivistas da educação em seus estudos sobre a informação e
os processos cognitivos, que contribuíram para o desenvolvimento de noções
presentes no discurso da competência em informação como: aprender a
aprender, aprendizagem ao longo da vida, pensamento crítico, aprendizagem
por soluções de problemas, etc.
Nesse sentido, o construtivismo configura-se como o principal
arcabouço teórico da competência em informação, lhe atribuindo princípios,
11
técnicas e métodos de construção do conhecimento baseado em experiências
anteriores e na utilização de variadas fontes de informação por meio da
mediação de educadores e profissionais da informação.
Na década de 80 os bibliotecários americanos apropriaram-se do
termo (information literacy) como uma reação ao relatório, A Nation at Risk,
publicado em 1983, o qual fazia críticas à situação da educação norteamericana e ignorava o papel educativo do bibliotecário e da biblioteca. Assim,
para os bibliotecários mostrarem a sua capacidade de contribuir no processo
de aprendizagem, desenvolveram projetos com base no conceito de
competência em informação (CAMPELLO, 2009).
Inicialmente a noção de competência em informação estava
relacionada às técnicas de localização e utilização de fontes de informação.
Posteriormente outras competências foram enfatizadas como: a flexibilidade
mental necessária para o enfrentamento de novas situações no ambiente
educacional, as habilidades para resolução de problemas de informação,
habilidade de localizar, avaliar e utilizar a informação à capacidade de aprender
a aprender (HATSCHBACK, 2002).
Na década de 90, as pesquisas nesse campo são direcionadas para
a formação com objetivo na aquisição da competência em informação,
destacando o papel educativo e o trabalho cooperativo entre bibliotecários e
professores (BEHRENS 1994 apud HATSCHBACH, 2002, p. 23).
É importante ressaltar que há várias acepções do conceito
information
informação,
literacy
como:
competência
letramento
informacional,
informacional,
alfabetização
competência
informacional
em
e
aprendizagem informacional. Portanto, neste trabalho será adotado o termo
competência em informação por ser a tradução mais adequada, conforme
consideram alguns teóricos (HATSBACH, 2002; DUDZIAK, 2005; VITORINO;
PIANTOLA, 2009).
12
O advento da Sociedade da Informação e das novas tecnologias de
informação e comunicação (TIC) foram os fatores determinantes para o
surgimento da noção de competência em informação e da evolução de suas
“bases conceituais, estruturas físicas e virtuais e tecnologias para o
aprendizado e aquisição do conhecimento”, tornando-se fundamental para
atender a emergência de lidar com um volume exponencial de informação
digital (HATSCHBACH; OLINTO, 2008, p.21), que exige uma nova adaptação
no relacionamento do indivíduo com o conhecimento, pois nesse novo contexto
a ação de conhecer é como construir um mosaico, onde cada pedaço
necessita ser assimilado para construção do saber, como destaca Campello
(2009, p. 12-13)
O letramento informacional [a competência em informação]
constituiria uma capacidade essencial, necessária aos
cidadãos para se adaptar à cultura digital, à globalização e à
emergente sociedade baseada no conhecimento. Implicaria
fundamentalmente que as pessoas tivessem capacidade de
entender suas necessidades de informação e de localizar,
selecionar e interpretar informações, utilizando-as de forma
crítica e responsável.
Shapiro e Hugues (1996 apud Hatschback, 2002, p. 20) corroboram
a discussão ao fazer uma breve análise desta nova área de estudo que
engloba
[...] tanto o conhecimento de como usar computadores e
acessar informação quanto a reflexão crítica sobre a natureza
da informação, sua infra-estrutura técnica e seu impacto no
contexto sócio-cultural-filosófico.
De acordo com o Livro Verde da Sociedade da Informação no Brasil
(2000, p. 45), uma educação pautada na filosofia da competência
informacional para a cidadania
Significa capacitar as pessoas para a tomada de decisões e
para a escolha informada acerca de todos os aspectos na vida
em sociedade que as afetam, o que exige acesso à informação
e ao conhecimento e capacidade de processá-los
judiciosamente, sem se deixar levar cegamente pelo poder
econômico ou político.
13
A competência em informação é um processo contínuo, que envolve
informação, conhecimento e inteligência. Incorpora habilidades, valores
pessoais e sociais e remete a um saber agir responsável na apreensão,
produção, uso e transferência da informação e do conhecimento para
resolução de problemas e tomada de decisão,caracterizando-se como um
movimento transdisciplinar.
Na concepção da American Library Association - ALA (2000, p.2,
tradução nossa) a competência em informação é:
[...] um conjunto de habilidades que o indivíduo deve ter para
reconhecer quando a informação é necessária e ter a
capacidade de localizar, avaliar e usar efetivamente a
informação [...] Pessoas competentes em informação são
aquelas que aprenderam como aprender. Elas sabem como
aprender porque sabem como a informação é organizada,
como encontrá-la e como usar a informação de forma que os
outros também possam aprender com ela.
Para Lévy (1999, p.27) a competência em informação está
condicionada às nossas interações com as coisas, com a informação e com o
outro, que culminam num aprendizado
Em nossas interações com as coisas, desenvolvemos
competências. Por meio de nossas relações com os signos e
com a informação adquirimos conhecimento. Em relação com
os outros, mediante iniciação e transmissão, fazemos viver o
saber. Competência, conhecimento e saber... são três modos
complementares do negócio cognitivo, e se transformam
constantemente uns nos outros. Toda atividade, todo ato de
comunicação, toda relação humana implica um aprendizado.
Dudziak (2008, p.31) entende a competência em informação “como
a mobilização de habilidades, conhecimentos e atitudes direcionadas ao
processo construtivo de significados a partir da informação, do conhecimento e
do aprendizado”. A autora em seu artigo “Information literacy: princípios,
filosofia e prática” (2003, grifo nosso), coloca que a competência em
informação compreende três concepções: da informação, do conhecimento
e da inteligência. Sendo esta última a mais abrangente por sua ênfase no
14
aprendizado contínuo, que está relacionado a uma rede de significados
adquiridos a partir do que se lê, ouve e fala, ou seja, na experiência. Constitui a
estrutura das habilidades, dos conhecimentos e dos valores sociais, que pode
levar à mudança social e individual.
Tal concepção vai além da apropriação tecnológica ou mudança dos
processos cognitivos, ela presume um estado permanente de mudanças, a
essência do aprendizado como fenômeno social. Hatscbach (2002, p.11)
enfatiza esse aspecto em seu estudo ao constatar a necessidade de um
aprendizado continuo que desenvolva a capacidade de análise crítica e
questionadora e a necessidade de se adquirir capacitação no uso da
informação, que é um elemento essencial na educação moderna. Para a
autora a competência em informação representa:
[...] a habilidade e a capacidade em utilizar a informação e o
conhecimento sobre a sistemática, o movimento da
informação. Além da capacitação no uso das ferramentas para
recuperação da informação, ela preconiza o conhecimento de
fontes, o pensamento crítico, a formulação de questões, a
avaliação, a organização e a utilização da informação
(HATSCBACH, 2002, p.48).
O trabalho de Christina Doyle (1994 apud HATSCBACH, 2002, p.19),
considerado por muitos teóricos como um marco, reúne as habilidades e
capacidades essenciais para uma pessoa lidar com a informação e o
conhecimento de modo eficiente e eficaz, assentada no aprendizado contínuo,
na análise crítica e questionadora e na capacidade de acessar os recursos
informacionais e avaliar seu conteúdo e validade, a saber
•
Reconhecer que uma informação precisa e correta é a base para
uma tomada de decisão inteligente;
•
Reconhecer a necessidade de informação;
•
Formular questões baseadas em necessidade de informação;
•
Identificar fontes potenciais de informação;
15
•
Desenvolver estratégias de pesquisa bem sucedidas;
•
Saber acessar diversas fontes de informação, inclusive o
computador e outras tecnologias;
•
Avaliar e organizar a informação para aplicação prática;
•
Integrar informações novas a conhecimentos já adquiridos;
•
Utilizar a informação de uma forma crítica para a resolução de
problemas.
Outro trabalho de grande relevância para a compreensão da
competência em informação e do seu papel educativo, é o de Christine Bruce
(1997, apud CAMPELLO, 2009, p.37, grifo do autor) que elaborou um modelo
relacional, no qual a competência em informação é vista como um fenômeno
experimentado por pessoas que interagem intensivamente com os diversos
formatos de recursos informacionais. Dessa forma, a competência em
informação se realiza por meio das diferentes relações entre indivíduo e
informação, gerando-se, assim, diferentes modos de conceber a noção de
competência em informação, como segue
•
Experiência da tecnologia da informação: a competência
informacional baseia-se na prática de usar as tecnologias
para recuperar a informação e se comunicar;
•
Experiência da fonte de informação: a competência em
informação é vista como a capacidade de buscar informações
em fontes apropriadas;
•
Experiência do processo de informação: a competência
em informação é definida como a capacidade de implementar
processos de busca de informação, de reconhecer a
necessidade de informação em determinadas circunstâncias
16
e de usar as informações encontradas para resolver um
problema ou tomar uma decisão;
•
Experiência do controle da informação: a competência em
informação é experimentada como a ação de encontrar
informações relevantes ou de gerenciá-las ou manipulá-las
para
torná-las
recuperáveis,
utilizando
determinados
instrumentos ou estratégias (arquivo manual, computador,
cérebro);
•
Experiência
de
construção
do
conhecimento:
a
competência em informação é relacionada a capacidade de
construir uma base pessoal de conhecimento em novas área
de interesse;
•
Experiência da extensão do conhecimento: a competência
em informação é considerada como a capacidade de
trabalhar
o
conhecimento
pessoal,
resultando
em
desenvolvimento de idéias originais ou soluções criativas;
•
Experiência da sabedoria: a competência informacional é
percebida como o uso da informação consciente e ética para
benefício de outros.
Percebe-se assim, que o processo de desenvolvimento da
competência em informação fundamenta-se na comunicação, essência da
existência humana e caracterizada como um processo de seleção de
sentido, autônoma e fechada, que se realiza por sistemas psíquicos,
através da subjetividade e da intersubjetividade. Lima, Lima e Moreira
(2010, p.672) apresentam os três níveis do processo de comunicação
elaborado por Luhmann, que compreende
•
A mensagem deve ser alcançada pelos outros;
•
Ao envolvê-los, que a mensagem seja entendida;
17
•
Para alcançar seu fim é fundamental que a mensagem seja
recebida, entendida e aceita.
Nesse sentido, a comunicação tem o importante papel de estimular
o sistema (mental ou social) a re-elaborar suas estruturas, pois ao completar o
processo comunicacional gera-se informação e conhecimento. De acordo com
Lima, Lima e Moreira (2010, p.672) “quando o provável não acontece, ou seja,
quando surge a diferença, surge, então, uma informação que faz com que o
sistema mude suas estruturas. Pode-se afirmar que a informação é uma
diferença”.
Na concepção de Kunzler (2004 apud LIMA; LIMA; MOREIRA, 2010,
p.672) a informação é
[...] uma diferença que provoca diferenças, na medida em que
o sistema modifica suas estruturas, tornando-se diferente, para
receber a informação. Toda mudança de estrutura gera
expectativas futuras, diversas daquelas que havia antes do
surgimento da informação.
A definição de Kunzler vai de encontro ao conceito de informação de
Belkin e Robertson (1976, p.198), para quem “informação é aquela que é
capaz de transformar estruturas”. No entanto, para que isso aconteça é
fundamental haver colaboração entre os atores para facilitar a difusão e o
compartilhamento de informações e conhecimentos por meio de canais ou
mecanismos de comunicação. Isto propicia a qualidade do sistema, a geração
de inovação e o aprendizado interativo.
Alguns teóricos como Capurro (2003) consideram a informação e o
conhecimento como fenômenos sociais que se concretizam, quando a
produção de significado e o processo linguístico dos signos estão dentro do
horizonte da realidade dos intérpretes e de sua estrutura de conhecimento, que
lhes permite interagir com o outro, com o mundo físico e com eles próprios.
Rendón Rojas (1998 apud GONZÁLEZ DE GÓMEZ, 2009)
apresenta uma noção de informação que se aproxima do olhar de Capurro, na
qual a informação é algo que está além dos dados, signos e dos elementos
18
que a acompanham e que servem como alegorias do real.
Já Zeman (1970, p.161) corrobora essa concepção, afirmando que a
evolução social do homem está condicionada a sua capacidade de aproveitar
melhor o seu tempo, extraindo o que é realmente útil da informação, pois “o
conhecimento social só retém o que há de mais importante na informação”.
González de Gómez (2009) apresenta algumas correntes de
pensamento acerca da informação como o formalismo analítico, o cognitivismo
e a hermenêutica. Porém, segundo sua concepção, estas seguem rumos
opostos, uma vez que, as duas primeiras reforçam a relação da informação
com a semântica, mas a isola do contexto da comunicação e da ação. E a
hermenêutica reconhece o contexto da interpretação, mas desconecta a
relação da informação com os processos gnosiológicos na prática cotidiana ou
especializada.
Mas, é na Teoria do Agir Comunicativo de Habermas, que se refere
ao uso da linguagem natural como meio de transferência de informação com a
finalidade de integração social, que González de Gómez (2009, p.25) encontra
o aporte teórico que permite alinhavar com mais clareza o entendimento
qualitativo da informação e a teoria social, por meio da noção de ações de
informação (interações informacionais), que no contexto da sociedade
contemporânea resultariam de três estratos:
•
Semântico-pragmático:
onde
se
manifestam
os
diferenciais pragmáticos da informação, conforme a
diversidade de atores, arranjos comunicacionais e focos
temáticos, cujas características são: polinômico (regras
e quadros normativos), heterológico (agrega formas
plurais e usos variados da linguagem) e polimórfico
(sujeito
a
variações,
seguindo
as
dinâmicas
socioculturais);
•
Dispositivo operacional e tecnológico: é definido pelas
ofertas tecnológicas, muitas vezes jogos monopólicos ou
19
oligopólicos da economia da informação;
•
Regulatório: remete às regras dos jogos sociais da
informação, corresponde ao regime de informação
institucional ou organizacional.
De acordo com González de Gómez (2009, p. 27) ação de
informação seria “aquela realizada por atores sociais em suas práticas e
atividades, ancoradas culturalmente numa forma de vida e geradas em
comunidades
epistêmicas
ou
configurações
coletivas
de
relações
intersubjetivas”.
Nesse sentido, o aspecto que possibilitará o desenvolvimento da
competência em informação e a interação entre os atores e por sua vez, a
concretização da informação e do conhecimento, é o discurso, um processo
comunicacional, cuja finalidade é expor as pretensões de validade da
informação dos participantes de um processo de argumentação, e deve seguir
os seguintes princípios arrolados por Habermas (LIMA; LIMA; MOREIRA,
2010, p. 686), a saber:
• Inclusão e caráter público: não pode haver exclusão de ninguém,
desde que tenha uma contribuição relevante no contexto de uma
pretensão de validade controversa;
• Igualdade comunicativa de direitos: todos têm a mesma chance
de se manifestar sobre um tema;
• Exclusão da ilusão e do engano: os participantes têm de acreditar
no que dizem;
• Ausência de coações: a comunicação deve ser livre de restrições
que impedem a formulação do melhor argumento, capaz de levar
a uma boa discussão.
O discurso, segundo Habermas (1989 apud LIMA; LIMA; MOREIRA,
2010,
p.
686),
fundamenta-se
numa
perspectiva
construtivista
da
20
aprendizagem, “na medida em que compreende a formação discursiva da
vontade e a argumentação em geral como formas de reflexão do agir
comunicativo” provocando uma mudança de atitude, princípio da pedagogia
construtivista. Assim, o incentivo à prática discursiva como método pedagógico
e como fundamento para o desenvolvimento da competência em informação,
não somente no ambiente das redes sociais, mas em qualquer contexto social,
torna-se fundamental por possibilitar o desenvolvimento do capital intelectual e
a geração de conhecimento e inovação.
Percebe-se assim, que estes aportes teóricos ressaltam a
importância da abordagem e do desenvolvimento da competência em
informação por docentes e profissionais da informação que devem trabalhar
em comum acordo com vistas a desenvolver indivíduos competentes que
busquem um aprendizado contínuo.
Contudo, as novas tecnologias da informação e comunicação se
constituem em um universo dinâmico que abriga diversas fontes de informação
em meios e formatos variados, que se usados em projetos pedagógicos
pautados no desenvolvimento da competência em informação, pode se
transformar em uma potente ferramenta para o aprendizado recíproco e
contínuo, tendo em vista que estamos na geração dos nativos digitais (que
escrevem, lêem, criam e pesquisam em formato digital), mas que muitas vezes
não sabem utilizar essa ferramenta para construção do conhecimento, que na
sociedade contemporânea, é um recurso fundamental ao desenvolvimento
econômico, social e cultural.
21
CAPÍTULO II
REDES SOCIAIS: novos rumos para o processo de
ensino-aprendizagem.
A década de 70 foi o marco da mudança de paradigma do
capitalismo
ocasionada
pela
revolução
tecnológica
concentrada
nas
tecnologias da informação e pelo advento da Sociedade da Informação, onde a
produtividade e a competitividade é medida pela produção e gerenciamento da
informação e do conhecimento para geração de inovação tecnológica. Esse
novo paradigma tecnológico e informacional provocou, em ritmo acelerado,
mudanças profundas na base material da sociedade contemporânea.
A partir de então, o desenvolvimento econômico passa a ser ditado
por um novo modo informacional de desenvolvimento, cuja fonte de
produtividade se encontra
[...] na tecnologia de geração de conhecimentos, de
processamento da informação e de comunicação de símbolos.
Na verdade conhecimento e informação são elementos cruciais
em todos os modos de desenvolvimento, visto que o processo
produtivo sempre se baseia em algum grau de conhecimento e
processamento da informação. Contudo, o que é específico ao
modo informacional de desenvolvimento é a ação de
conhecimento sobre os próprios conhecimentos como principal
fonte de produtividade. O processamento da informação é
focalizado na melhoria da tecnologia do processamento da
informação como produtividade, em um círculo virtuoso de
interação entre as fontes de conhecimentos tecnológicos e a
aplicação da tecnologia para melhorar a geração de
conhecimento e processamento da informação [...]
(CASTELLS, 2009, p.54).
Nesse cenário, as novas tecnologias da informação e comunicação
integram o mundo em redes globais, provocando uma remodelação no modo
de informar e de comunicar, que agora mediada por computador gera uma
enorme quantidade de comunidades virtuais e imprime alterações também no
processo de aprendizagem e conhecimento, bem como das ecologias
cognitivas tanto internas como externas à escola intensificando o pensamento
22
complexo, interativo e transversal, como afirma Moran (1997, p. 1)
A educação presencial pode modificar-se significativamente
com as redes eletrônicas. As paredes das escolas e das
universidades se abrem, as pessoas se intercomunicam,
trocam informações, dados, pesquisa. A educação continuada
é otimizada pela possibilidade de utilização de várias mídias,
acessando-as em tempo real como assincronicamente, isto é,
no horário favorável a cada indivíduo, e também pela facilidade
de por em contato educadores e educandos.
Castells (2009, p. 40) mostra o impacto que as novas tecnologias da
informação e comunicação estão provocando no sistema de comunicação
global, e que o sistema educacional deve estar atento para acompanhar tais
mudanças
[...] um novo sistema de comunicação que fala cada vez mais
uma língua universal digital tanto está promovendo a
integração global da produção e distribuição de palavras, sons
e imagens de nossa cultura como personalizando-os ao gosto
das identidades e humores dos indivíduos. As redes interativas
de computadores [internet] estão crescendo exponencialmente,
criando novas formas e canais de comunicação, moldando a
vida e, ao mesmo tempo, sendo moldada por ela.
A internet se configura como uma grande teia que possibilita a
produção, a transferência, o fluxo, o uso e a apropriação de informação em
todos os domínios da atividade humana e em tempo real, é fundamentada na
interação e colaboração dos atores sociais de um determinado contexto
(indivíduos, grupos e organizações), onde podemos encontrar uma variedade
de aplicações educacionais como: material de divulgação de pesquisa, de
apoio ao ensino e de comunicação - o que contribui para a aprendizagem, o
compartilhamento, a mobilização e a ação coletiva, como destaca o Livro
Verde da Sociedade da Informação no Brasil (2000, p. 46)
Além de propiciar uma rápida difusão de material didático e de
informações de interesse para pais, professores e alunos, as
novas tecnologias permitem, entre outras possibilidades, a
construção interdisciplinar de informações produzidas
individualmente ou em grupo por parte dos alunos, o
desenvolvimento colaborativo de projetos por parte de alunos
geograficamente dispersos, bem como a troca de projetos
didáticos entre educadores das mais diferentes regiões do
País. Conforme as velocidades de transmissão das redes vão
23
aumentando, novas aplicações para fins educacionais vão se
tornando viáveis, tais como laboratórios virtuais.
Castells (2003, p. 28) reforça a importância do uso das novas
tecnologias na educação como meio de propiciar uma aprendizagem dinâmica
que se dá em tempo real e a assunção do educando como produtor de
informação e conhecimento
Novos usos da tecnologia, bem como as modificações reais
nela introduzidas, são transmitidos de volta ao mundo inteiro,
em tempo real. Assim, o intervalo entre o processo de
aprendizagem pelo uso, e de produção pelo uso, é
extraordinariamente abreviado, e o resultado é que nos
envolvemos num processo de aprendizagem através da
produção, num feedback intenso entre a difusão e o
aperfeiçoamento [do indivíduo].
No entanto, há a necessidade de transformação dos atuais métodos
de ensino-aprendizagem e uma mudança de atitude por parte do educador
convencional, pois nesse novo contexto
O professor não é o “informador”, o que centraliza a
informação [...] o professor é o coordenador do processo, o
responsável na sala de aula. Sua primeira tarefa é sensibilizar
os alunos, motivá-los para a importância da matéria,
mostrando entusiasmo, ligação da matéria com os interesses
dos alunos [...] A internet é uma tecnologia que facilita a
motivação dos alunos pela novidade e pelas possibilidades
inesgotáveis de pesquisa que oferece (MORAN, 1997, p.4).
Por ser um meio de comunicação que permite a interação e
colaboração de muitos para muitos em escala global, onde o indivíduo pode se
posicionar como consumidor e produtor de informação, a internet torna-se, “a
expressão de nós mesmos através de um código de comunicação específico,
que devemos compreender se quisermos mudar nossa realidade” (Castells,
2003, p. 11). O autor alerta ainda, que a habilidade ou a inabilidade da
sociedade em lidar com essa tecnologia pode determinar o seu destino
Sem dúvida, a habilidade ou a inabilidade de as sociedades
dominarem a tecnologia e, em especial, aquelas tecnologias
que são estrategicamente decisivas em cada período histórico,
traça seu destino a ponto de podermos dizer que, embora não
determine a evolução histórica e a transformação social, a
tecnologia (ou sua falta) incorpora a capacidade de
24
transformação das sociedades, bem como os usos que a
sociedades, sempre em um processo conflituoso, decidem dar
ao seu potencial tecnológico (CASTELLS, 2009, p.44-45).
Essa interação e colaboração se dão através das redes sociais, as
quais são reguladas pelo uso da linguagem em contextos sócio-históricos
diferenciados e, cujas configurações se articulam com a racionalidade, o afeto
e o compromisso, características que somadas à sua flexibilidade e
adaptabilidade, afirmam sua natureza revolucionária. Moran (????, p. 6) em
seu artigo elenca algumas vantagens que a utilização dessa tecnologia
proporciona para a aprendizagem, a saber
•
Aumento da motivação e do interesse do educando pelas
aulas, pela pesquisa e pelo projeto;
•
Considerável aumento da confiança na busca e avaliação da
informação essencial para resolução de uma questão de
pesquisa, além de estarem mais abertos ao diálogo com o
educador;
•
Aumento
das
conexões
lingüísticas,
geográficas
e
interpessoais;
•
Desenvolvimento da aprendizagem cooperativa, a pesquisa
em grupo e a troca de resultados;
•
Desenvolvimento
da
intuição,
flexibilidade
mental
e
adaptação a novos ritmos
•
Desenvolvimento de novas formas de comunicação por meio
da escrita como a hipertextual e a multilinguistica;
•
Considerável aumento do estudo de línguas e
•
Riqueza de interação.
25
As redes sociais se constituiriam de sistemas ou regimes de
informação, os quais remetem não só a produção informacional, como também
a distribuição numa determinada formação social por canais determináveis
(troca coletiva), que prescreve sujeitos, agências organizacionais, padrões de
excelência e critérios para o seu processamento seletivo, funcionando como
qualificadores de informação e experiências (GONZÁLEZ DE GÓMEZ, 2009;
MARTELETO, 2010).
Na concepção de Issberner (2007), as redes originam-se das
conexões adequadas que os atores estabelecem entre si (presenciais ou
virtuais), e que na sua visão é vital para o desenvolvimento de um território.
Segundo a autora (2007, p.3), estas conexões são
[]] os links que permitem acessar informações relevantes,
seja a partir de interações com outras pessoas ou com acervos
remotos de informações. Quanto à forma, tais conexões
podem ser realizadas por meio de contatos presenciais ou
mediados por tecnologias, especialmente as tecnologias da
informação e comunicação, TIC's. O âmbito em que estes links
se estabelecem pode ser mais restrito, entre os atores de um
mesmo território, ou mais genérico, entre nós de redes
diferentes, ou entre organizações de distintos territórios.
De acordo com Marteleto (2010, p. 28) o conceito de redes sociais
“leva a uma compreensão da sociedade a partir dos vínculos relacionais entre
os
indivíduos,
os
quais
reforçariam
suas
capacidades
de
atuação,
compartilhamento, aprendizagem, captação de recursos e mobilização”. A
autora ressalta ainda, que devido aos estudos nesse campo enfocarem as
relações sociais e não os atributos dos grupos ou indivíduos, eles permitiram
compreender a sociedade de uma forma inovadora, na qual é possível verificar
os elos sociais que se estabelecem de acordo com os papéis e funções de
cada indivíduo e apresenta os princípios gerais para o estudo das redes sociais
(MARTELETO, 2010, p. 29):
•
Extensão e não finitude em relação ao espaço local;
•
Compreensão das redes densas advindas das relações de
proximidade, por exemplo, as familiares; e as redes ampliadas,
26
como as relações de trabalho;
Através da configuração das redes sociais e dos elos entre os
•
atores, é possível analisar o comportamento individual e coletivo
de seus membros.
Percebe-se assim que as noções de rede social estão intimamente
relacionadas com o aprendizado, por ser este um processo social e cumulativo,
que decorre
[]] das interações e vinculações estabelecidas entre
diferentes indivíduos []] por meio do qual os atores adquirem
e ampliam seus conhecimentos, visando aperfeiçoar suas
técnicas, seus procedimentos e atualizar suas capacitações e
habilidades, sendo, dessa forma, um fator determinante da
propensão a inovar de um território produtivo (ISSBERNER,
2007, p. 4-5).
Para Lastres e Ferraz (1999, p.50) o aprendizado é “um processo
que envolve uma combinação de experiências, reflexão, formação de
conceitos e experimentação”, cujas características mais importantes são: a
formação de estruturas mentais diversificadas e apropriadas que auxilie o
pensamento, a capacidade de transformar a informação obtida a partir do
processo de aprendizagem em conhecimento específico, o aprendizado ao
longo da vida do indivíduo e o aprender a aprender (CASTELLS, 2003).
Lima, Lima e Moreira (2010, p. 686) trazem uma visão diferenciada
do conceito, que corresponde à transformação das estruturas cognitivas do
indivíduo, de tal forma que se consegue resolver melhor um problema de
mesma grandeza do que anteriormente.
Segundo Paulo Freire (1981 apud LIMA; LIMA; MOREIRA, 2010,
p.677) aprender
[...] significa repensar e não armazenar idéias alheias,
implicando em assumir uma atitude crítica diante do que se
estuda e das visões do mundo. O processo de aprendizagem,
como ação cultural para a libertação, é um ato de
conhecimento em que os educandos assumem o papel de
sujeitos cognoscentes em diálogo com o educador, sujeito
27
cognoscente também. É uma tentativa corajosa de
desmitologização da realidade [...] os aprendizes dela
emergem para nela inserirem-se criticamente.
Observa-se,
que
o
ato
de
conhecer
está
intrinsecamente
relacionado com a interação (virtual ou presencial) entre os sujeitos e em um
“movimento dialético que vai da ação à reflexão sobre ela e desta a uma nova
ação” (LIMA; LIMA; MOREIRA, 2010, p.677), no qual estes assumem o papel
de criadores. Tal movimento dialético requer uma decodificação das situações
vividas pelo indivíduo para que esse repense a prática anterior e prepare-se
para uma nova prática baseada na relação entre teoria e prática. Lima, Lima e
Moreira (2010, p. 678) enfocam que no processo de aprendizagem
O fundamental é que a informação seja sempre precedida e
associada à problematização do objeto em torno de cujo
conhecimento ele dá esta ou aquela informação. O diálogo
requer que os sujeitos cognoscentes tentem apreender a
realidade no sentido de descobrir a razão de ser da mesma.
Assim, conhecer não é relembrar algo previamente conhecido,
e agora esquecido. O ato de conhecer implica na
problematização permanente da realidade ou da prática.
Lastres e Ferraz (1999, grifo nosso) ressaltam que, mais grave do
que não possuir fontes de acesso à informação, é não dispor da
capacidade de aprendizado e conhecimentos suficientes para fazer uso
das mesmas, tendo em vista a valorização do trabalho intelectual e das
habilidades e competências na sociedade contemporânea ressaltadas por
Castells (2003, p. 77)
A economia eletrônica não pode funcionar sem profissionais
capazes de navegar, tanto tecnicamente quanto em termos de
conteúdo, nesse profundo mar de informação, organizando-o,
focalizando-o, transformando-o em conhecimento específico
[...] os profissionais devem ser capazes de se reprogramar em
habilidades, conhecimento e pensamento segundo tarefas
mutáveis num ambiente empresarial em evolução. Um corpo
de profissionais autoprogramáveis requer certo tipo de
educação, de tal modo que o manancial de conhecimento e
informação acumulado na mente do profissional possa se
expandir e se modificar ao longo de toda a sua vida.
28
Dessa
forma,
verifica-se
que
o
aprendizado
é
um
fator
preponderante para o desenvolvimento econômico e social de uma nação, pois
a geração de conhecimento e inovação tem suas raízes na interação entre os
atores nos contextos social, cultural, político e econômico, onde estes
desenvolvem diferentes dinâmicas de aprendizado apontadas por Issberner
(2007, p. 6): learning by doing, learning by using e learning by interacting.
Outro exemplo de dinâmica de aprendizagem é o multiletramento proposto por
Mollica (2009), que busca compreender a complexidade de se conviver e
entender num mundo letrado e digital, por meio da análise das inúmeras
estratégias metacognitivas que o indivíduo tem para operar textos, imagens e
conexões de hipertexto.
Assim, o indivíduo competente poderá interagir no espaço do saber,
de forma autônoma e responsável considerando suas implicações ideológicas,
políticas e ambientais tanto individuais como coletivamente. Isso transcende ao
ato da busca, organização e uso da informação, pois requer que o indivíduo
tenha um comportamento reflexivo, crítico e ético no uso da informação, pois
conhecer implica questionar.
29
CAPÍTULO III
COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO E AS REDES SOCIAIS: o
caminho para a inteligência coletiva?
A institucionalização da economia informacional em escala global
requer transformações sociais, culturais, educacionais e institucionais básicas.
Já a sobrevivência do indivíduo nesse contexto está condicionada à sua
capacidade de descobrir, processar e aplicar a informação e o conhecimento
em meio eletrônico. Por essa razão torna-se capital compreender como as
redes sociais e a competência em informação podem contribuir para o
desenvolvimento da aprendizagem.
A valorização dessas habilidades e competências em lidar com a
informação e o conhecimento é explicitada na fala de Castells (2003, p. 80-81)
ao fazer a distinção entre mão-de-obra autoprogramável e mão-de-obra
genérica
A mão-de-obra genérica é corporificada por trabalhadores que
não tem habilidades especiais, ou habilidade especial de
adquirir habilidades no processo de produção, além daquelas
necessárias para o cumprimento de instruções dadas pela
administração. [...] À medida que conhecimento e informação
se difundem através do mundo, toda força de trabalho poderia
e deveria se tornar autoprogramável.
Partindo
dessa
premissa
Dudziak
(2008,
p.5)
considera
a
competência em informação como “Os faróis da Sociedade da informação”
devido ao seu caráter social e por esse campo se constituir como: uma fonte
para todas as riquezas; fator de promoção da inclusão social, do
desenvolvimento sócio-econômico e de promoção do bem-estar das pessoas,
que são fundamentais à vida e ao trabalho como destaca Lévy (1999, p. 19)
30
A prosperidade das nações, das regiões, das empresas e dos
indivíduos depende de sua capacidade de navegar no espaço
do saber. A força é conferida de agora em diante pela gestão
ótima dos conhecimentos, sejam eles técnicos, científicos, da
ordem da comunicação ou derivem da relação ética com o
outro. Quanto melhor os grupos humanos conseguem se
constituir em coletivos inteligentes, em sujeitos cognitivos,
abertos, capazes de iniciativas, de imaginação e reações
rápidas, melhor asseguram seu sucesso no ambiente
altamente competitivo que é o nosso.
Segundo o Livro Verde da Sociedade da Informação no Brasil
(2000, p. 45, grifo do autor) nesse contexto a educação vai além do
treinamento tecnológico, pois
[...] é o elemento-chave na construção de uma sociedade
baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado.
Parte considerável do desnível entre indivíduos, organizações,
regiões e países deve-se à desigualdade de oportunidades
relativas ao desenvolvimento da capacidade de aprender e
concretizar inovações. Por outro lado, educar em uma
sociedade da informação significa muito mais que treinar as
pessoas para o uso das tecnologias de informação e
comunicação: trata-se de investir na criação de competências
suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação
efetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões
fundamentadas no conhecimento, operar com fluência os
novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar
criativamente as novas mídias, seja em usos simples e
rotineiros, seja em aplicações mais sofisticadas. Trata-se
também de formar os indivíduos para “aprender a aprender”,
de modo a serem capazes de lidar positivamente com a
contínua e acelerada transformação da base tecnológica.
Bachelard (1970, p.266), implicitamente em seu pensamento,
destaca o papel social da escola, da biblioteca escolar, do docente e do
profissional da informação na formação da cultura científica, que a nosso ver,
deve ser fundamentada na competência em informação e na aprendizagem ao
longo da vida:
Uma cultura bloqueada num tempo escolar é a negação
mesma da cultura científica. Só há ciência por uma escola
permanente. É essa escola que a ciência deve fundar. Então,
os interesses sociais se invertem: a sociedade será feita para a
escola, e não mais a escola para a sociedade.
31
Assim, para se alcançar a cultura científica ressaltada por
Bachelard, é fundamental o desenvolvimento da competência em informação a
partir do ensino fundamental, baseada num aprendizado contínuo e voltada
para o desenvolvimento da capacidade de análise crítica e que estimule os
estudantes a terem uma mente aberta e flexível, porque “é neste período que
as bases para a vida social e profissional de cada indivíduo é formada”
(FREIRE; ESPÍRITO SANTO [2000], p.3). Com efeito, Hatschbach e Olinto
(2008, p.26) nos dão conta da importância do desenvolvimento da
competência em informação no período escolar que
[...] tem um grande impacto no desempenho do estudante, pois
fortalece sua capacidade de acessar, selecionar, avaliar e
incorporar a informação. Essa competência vai agir ativamente
no processo de assimilação, criação e transmissão do
conhecimento, elementos-chave para o crescimento intelectual.
Hatschback (2002, p.24) acrescenta ainda que a competência em
informação não é apenas uma questão de possuir habilidades, mas sobretudo
uma maneira de aprender e defende a integração desta ao currículo escolar,
que tem como fundamento
[...]
a
aprendizagem
transdisciplinar,
onde
o
conhecimento é organizado de acordo com grandes
temas, propiciando uma posição mais ativa do estudante
e permitindo sua autonomia para um aprendizado ao
longo da vida.
Percebe-se, assim, que a competência em informação tem grande
relevância no contexto social contemporâneo, onde o indivíduo para sobreviver
necessita desenvolver “habilidades e competências, que permitam os usos
conscientes, criativos e benéficos da informação” em seus diversos formatos, e
particularmente, no ambiente virtual (VITORINO; PIANTOLA, 2009, p.131).
Quando a informação é corretamente assimilada, modifica o estoque mental do
indivíduo promovendo assim o seu desenvolvimento pessoal (BARRETO,
2002, 2009; MATTOS; SANTOS, 2009; SANTOS; CARVALHO, 2009).
32
Nesse sentido, Lastres e Ferraz (1999, p.50) apontam que o
aprendizado é “um processo que envolve uma combinação de experiências,
reflexão, formação de conceitos e experimentação”. No caso da competência
em informação as características mais importantes do processo de
aprendizagem são: a formação de estruturas mentais diversificadas e
apropriadas que auxilie o pensamento, a capacidade de transformar a
informação
obtida
a
partir
do
processo
de
aprendizagem
em
conhecimento específico, o aprendizado ao longo da vida do indivíduo e o
aprender a aprender (CASTELLS, 2003, grifo nosso).
Assim, as ações de informação voltadas para o desenvolvimento da
competência em informação em redes sociais devem considerar os aspectos
civilizatórios intrínsecos ao ciberespaço como as novas estruturas de
comunicação, de regulação e de cooperação, linguagens e técnicas
intelectuais inéditas e modificação das relações de tempo e espaço
(LÉVY, 1999, grifo nosso). Deve-se atentar também para não privilegiar um tipo
de competência em informação focado nas habilidades digitais, o que se
configura em um grande erro segundo a opinião de Dudziak (2008). Por outro
lado, alguns teóricos defendem que a competência em informação inclui
também habilidades técnicas, considerando-as essenciais para que o indivíduo
explore efetivamente a grande gama de informação disponível na internet.
Essas proposições são fundamentais para construção de uma
inteligência coletiva, que parte do pressuposto do “trabalho em comum acordo”
no espaço do saber, e está relacionada às dimensões éticas e laços sociais
“em torno do aprendizado recíproco, da sinergia das competências, da
imaginação” (LÉVY, 1999, p.26) daí a emergência de projetos voltados para o
estudo do desenvolvimento da competência em informação.
Lévy (1999, p. 28-29) conceitua inteligência coletiva como “uma
inteligência distribuída por toda parte incessantemente valorizada, coordenada
em tempo real, que resulta em mobilização efetiva das competências”. Para
tanto, é fundamental segundo Dudziak (2008), privilegiar práticas pedagógicas
33
ativas voltadas ao aprendizado participativo e colaborativo, que cultivem
hábitos de inquirição e investigação em todos os níveis de idade e contextos;
os ambientes educacionais como a biblioteca, devem ser estimulantes e
disseminar a cultura de informação.
Nesse cenário, compreender como se dá o processo criativo do ser
humano e que este é dotado de múltiplas inteligências, é fundamental para que
o educador e o profissional de informação implementem estratégias didáticas e
um programa pedagógico fundado em um processo de aprendizagem,
relacionado com às nossas interações e vinculações com as coisas e as
tecnologias, com a informação e com o outro, como exposto por Lévy (1999,
p.27)
Em nossas interações com as coisas, desenvolvemos
competências. Por meio de nossas relações com os signos e
com a informação adquirimos conhecimento. Em relação com
os outros, mediante iniciação e transmissão, fazemos viver o
saber. Competência, conhecimento e saber [...] são três modos
complementares do negócio cognitivo, e se transformam
constantemente uns nos outros. Toda atividade, todo ato de
comunicação, toda relação humana implica um aprendizado.
O trabalho sobre a inteligência coletiva de Pierre Lévy (1999, p. 2829), traz importante contribuição para a discussão sobre a importância da
competência em informação no processo de aprendizagem em redes sociais,
ao considerar que a inteligência está distribuída por toda parte, porque todo
indivíduo possui um saber potencial que se aplica ao contexto em que está
inserido, logo este deve ser visto como fonte de conhecimento e como ator
ativo no aprendizado recíproco. Esta inteligência deve ser incessantemente
valorizada, assim devem-se realizar atividades para desenvolvê-la, empregá-la
e coordená-la em tempo real por meio das novas tecnologias da informação e
comunicação. Por fim, ressalta que o reconhecimento da inteligência do outro
deve ser incentivada e baseada em uma relação dialógica do educador ou
mediador com o educando, não o considerando uma caixa de depósito de
informações – o que é fundamental para construção da verdadeira identidade
social, da competência em informação e da aprendizagem.
34
Para Lima, Lima e Moreira (2010, p. 684) “quanto mais se prejudica
a força socializadora do agir comunicativo, sufocando a fagulha da liberdade
comunicativa nos domínios da vida privada, tanto mais fácil se torna formar
uma massa de atores isolados e alienados entre si”.
Castells (2003) reforça a importância da aplicação da competência
informacional e das redes sociais no processo de aprendizagem ao considerar
que pessoas com uma educação deficiente e sem as habilidades essenciais
para lidar satisfatoriamente com a informação e o conhecimento no ambiente
virtual, não esbarram apenas na barreira da língua, como também na questão
de avaliar o conteúdo e a validade da informação encontrada na internet.
As declarações desses teóricos ratificam a importância de projetos
de desenvolvimento da competência em informação em redes sociais
participativos e colaborativos entre bibliotecários, docentes e alunos desde o
ensino fundamental, desse modo o indivíduo irá interagir de forma correta e
ética em espaços de troca do saber resultando no aprendizado ao longo de
sua vida, porém, infelizmente, no Brasil os estudos e pesquisas sobre essa
temática é um desafio, tendo em vista que o país ainda luta contra o
analfabetismo real e o funcional. Segundo alguns pesquisadores, há um
considerável aumento dos estudos nesse campo, que se concentram na
definição de habilidades informativas e normas direcionadas aos setores
educacionais. Sendo, muito incipientes os estudos voltados à proposta de
modelos para aplicação com vistas a sua percepção e desenvolvimento
(DUDZIAK, 2008; VITORINO; PIANTOLA, 2009; CAMPELLO, 2009).
No entanto, é importante ressaltar que as pesquisas nesse campo
devem ter o cuidado de se embasar nos contextos culturais e sociais,
trajetórias e necessidades de cada grupo social, pois de acordo com Dudziak
(2008) essa noção é fundamental por não ser possível aplicar um modelo
conceitual, político e instrumental internacional a realidades específicas, sem
que haja um processo de reflexão e apropriação da comunidade local.
35
Mas, não podemos esquecer que ainda dispomos de um sistema
educacional precário e ultrapassado que se assenta em uma política
pedagógica conservadora em relação às condições impostas pela Era da
Informação. Além do fato de muitas vezes dispor de tecnologias, mas esbarrar
no problema do despreparo do educador para utilizá-la como ferramenta de
aprendizagem. Castells (2003, p. 212-217) explicita muito bem essa realidade
em sua fala
O sistema escolar como um todo [...] é por tudo que se sabe,
lamentavelmente inadequado para o uso dessa nova
metodologia de trabalho. Mesmo quando dispõe da tecnologia,
carece de professores capazes de usá-la com eficiência, além
de pedagogia e organização institucional para estimular novas
habilidades de aprendizado [a competência em informação].
[...] Embora a matrícula em escolas tenha aumentado
substancialmente, a maior parte da educação se reduz à
guarda de crianças, já que muitos professores não têm
educação eles próprios, são mal remunerados e
sobrecarregados de trabalho. Além disso, o sistema
educacional na maioria dos países é tecnologicamente
atrasado e institucionalmente burocratizado [...].
Contudo, observa-se que é notório que somente através da
educação e do aprendizado permanente fundamentados na competência em
informação e adotando-se as novas tecnologias da informação e comunicação,
que se desenvolverá a habilidade de saber o que procurar, como buscar, como
processar e como usar a informação e o conhecimento para transformá-los em
ação.
36
CONCLUSÃO
O desenvolvimento econômico e o desempenho competitivo na Era
da Informação requerem uma infra-estrutura de pesquisa e desenvolvimento
(P&D) centrada na pesquisa elementar e aplicada avançadas e um bom
sistema educacional, além de um sistema de comunicação eficiente entre
organizações e indivíduos. Na concepção de Castells (2009, p. 167) essas são
as condições necessárias para que “os países, empresas e indivíduos
ingressem no paradigma informacional”.
Nesse sentido, ressalta-se a importância de uma discussão mais
densa sobre o papel da competência em informação e das redes sociais para a
aprendizagem no campo da Tecnologia Educacional, face às mutações
políticas, econômicas, sociais e culturais impostas pela Sociedade da
Informação e pelo crescimento vertiginoso das novas tecnologias da
informação e comunicação, onde se privilegia a competitividade e a
produtividade baseadas na informação e no conhecimento para geração de
inovações tecnológicas, a multidisciplinaridade, a criatividade, o trabalho
intelectual, as habilidades e competências dos indivíduos.
Para tanto, neste trabalho, buscou-se mostrar o contexto histórico
do surgimento da noção da competência em informação, as diversas
definições do termo e seu aporte teórico, porém sem a pretensão de esgotar o
assunto.
Para uma melhor compreensão do processo de desenvolvimento da
competência em informação, bem como de construção do conhecimento por
meio do acesso, uso e assimilação adequada da informação baseadas na
interação e colaboração dentro de padrões éticos, abordou-se os princípios
teóricos da comunicação, da informação e do discurso no âmbito da Teoria do
Agir Comunicativo de Habermas, que se orienta no pensamento dialético
moderno de Hegel, no qual a constituição do ser se dá pela imbricação das
37
dialéticas da linguagem, do instrumento (as redes sociais) e da relação com o
outro.
Baseando-se nas dialéticas do pensamento moderno de Hegel e na
contribuição da competência em informação para a aprendizagem, procurou-se
entender a rede social como o ambiente tecnológico e altamente dinâmico que
favorece a sobreposição dessas dialéticas e como pode se constituir em um
novo meio de ensino-aprendizagem, uma vez que facilita a comunicação à
distância e a articulação de atividades pedagógicas que envolvam aspectos
emocionais, multiculturais, artísticos, colaborativos e interativos, destacandose, assim, como elemento fundamental para o ambiente de inovação, por
reforçar as capacidades de atuação, compartilhamento, aprendizagem e
mobilização de grupos e organizações.
Nesse contexto, a aprendizagem tem papel relevante no processo
de geração de conhecimentos e inovação, uma vez que está relacionada a
uma transformação que acontece na esfera do intangível por meio do discurso,
tornado-se assim indispensável ao desenvolvimento econômico e social de
uma nação. Assim o professor e o profissional da informação deixam de ser
transmissores de saberes prontos e passam a ser mentores e instigadores
ativos de uma nova dinâmica de pesquisa e aprendizagem.
Assim, a escola da sociedade da informação deve embasar seu
programa
curricular
numa
pedagogia
construtivista
e
pautada
no
desenvolvimento da competência em informação associada às novas
tecnologias de informação e comunicação, uma vez que esse novo cenário se
constitui numa estrutura social com base em redes abertas e altamente
dinâmicas suscetíveis de inovação, onde a informação, o conhecimento e o
aprendizado contínuo são recursos fundamentais ao seu desenvolvimento.
Assim as ações de informação em competência em informação no
ambiente das redes sociais, voltadas para o desenvolvimento da aprendizagem
e para a construção de uma inteligência coletiva assentam-se no trabalho em
um trabalho colaborativo entre os profissionais da informação, docentes e
38
estudantes que vai muito além dos limites da instituição de ensino, onde todos
são aprendizes e produtores de conhecimento. Embora a posição do educador
e do profissional da informação seja a de mediador entre o educando e o
incrível universo de informação da internet, que se bem utilizada, constitui
numa importante fonte de informação e expressão social.
No entanto, como mencionado por Pierre Lévy no tópico 3, é
fundamental considerar no ambiente das redes sociais alguns aspectos
civilizatórios que lhes são intrínsecos como as novas estruturas de
comunicação, de regulação e de cooperação, linguagens e técnicas
intelectuais inéditas e modificação das relações de tempo e espaço devendose desenvolver práticas e políticas adequadas à realidade nacional, de um
grupo social ou mesmo de uma comunidade.
Estes pressupostos teóricos fornecem um instrumental capital para
o campo da Tecnologia Educacional por fundar-se numa concepção de
aprendizagem dialógica e construtivista.
Apesar da importância dessas temáticas para o desenvolvimento
socioeconômico, geração de inovação e conhecimento, bem como para a
inclusão informacional e social, e bem-estar das pessoas: fatores fundamentais
para a construção de uma inteligência coletiva, os estudos dessas temáticas
no Brasil ainda são muito incipientes, merecendo assim maior atenção no
desenvolvimento de pesquisas para aprofundamento teórico e prático por parte
da comunidade acadêmica do campo da Tecnologia Educacional.
39
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43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO: ASPECTOS HISTÓRICOS E APORTE TEÓRICO
10
CAPÍTULO II
REDES SOCIAIS: NOVO RUMO PARA O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
21
CAPÍTULO III
COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO E AS REDES SOCIAIS:
O CAMINHO PARA CONSTRUIR A INTELIGÊNCIA
COLETIVA
29
CONCLUSÃO
36
BIBLIOGRAFIA
39
ÍNDICE
43
FOLHA DE AVALIAÇÃO
44
44
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes. Instituto a Vez do
Mestre
Título da Monografia: A importância da competência em informação e das
redes sociais para a aprendizagem
Autor: Simone Alves da Silva
Data da entrega:
Avaliado por: Mary Sue Carvalho Pereira
Conceito:
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