Cascavel, terça-feira, 25 de agosto de 2015 - Ano XVIV- Nº 1912 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo Lima, limão e limonada... Médico surpreende colegas e quer voltar ao batente Luiz Carlos de Lima tem muitos amigos. Alguns deles, notoriamente cornetas, costumam propagar a seguinte anedota: o carteiro devidamente uniformizado passava naquele endereço da rua Paraná, onde está o hospital. Lima, de “plantão” na calçada, o pegou pelo braço e o internou imediatamente. Assustado, o carteiro disse: - Por que me internou, doutor? - Você está muito amarelo, respondeu Lima. O médico pediatra não se ofende com as piadas. E explica: “o paciente chega para mim e diz que foi ao médico tal, ao sicrano, beltrano e ao fulano, nenhum deles resolveu seu problema. Então eu interno mesmo!”. Este era o espírito do veterano doutor, aos 84 anos de idade, no final da tarde de ontem, quando recebeu o Pitoco em seu apartamento, na região das “mansões suspensas” da rua Minas Gerais. Ele se recupera de um AVC que o deixou quase dois meses entre a vida e a morte. Lima dirigia seu carro na Rua Mato Grosso quando sofreu o mal súbito e “apagou”. O carro desgovernado colidiu. “É nesta hora que o cético se agarra a cruz”, relata Lima, que nunca foi muito religioso, mas agora passou a estudar o espiritismo, como dr Lima: Lima e a filha Carla: recuperado fazia o pai dele, pecuarista em Ribeirão Preto. Tiro e facão - Lima graduou-se em Medicina nos anos 50, na Federal, em Curitiba. Relatou, cinco anos atrás nas páginas amarelas da revista “Aldeia”, que ainda estudante, ouviu de um velho judeu o seguinte conselho: “Você quer ganhar dinheiro na profissão? Então fique longe do asfalto”. Com o canudo na mão, o doutor venceu os 500 kms entre a capital e o entroncamento rodoviário de Cascavel no ano de 1962. O sujeito que o levaria para Nova Aurora, destino final (longe do asfalto), o deixou em um endereço onde hoje está o “polo da balada”. “Ele ficou Bala de prata O título desta reportagem é o mesmo que foi aplicado na reportagem da revista: Lima, limão e limonada. O sorriso permanente na face isenta das sequelas comuns em casos de AVC, mostra que é possível fazer deste limão azedo uma doce limonada. O doutor não perdeu sua característica mais notória: o bom humor do contador de histórias. Longe de se vitimizar, nosso personagem busca em detalhes ocorrências de meio século atrás, do tempo da bonança entregue aos pioneiros da medicina. Coisas da época do bom conselho do velho judeu, em que a distância do asfalto era a regua dos desbravadores do Oeste. No chumbo trocado entre réus e interventores judiciais, “queimaram” um cartucho no Emilio Martini. A coluna dele – segundo o próprio especula, a mando de alguém influente ali na Tancredo Neves – foi “fuzilada” no jornal Hoje. Martini assinava a coluna “Cartucho” no periódico fazia 15 anos. “Juízo, senhores juízes... quero o Cartucho de volta” de me pegar na manhã seguinte para seguirmos viagem, mas naquela mesma noite se suicidou”, relata Lima. Então o doutor ficou por aqui e testemunhou cenas típicas do Velho Oeste, como o dia em que um grupo de feridos a bala e facão foi deixado em frente ao hospital. Logo veio um recado dos matadores. – Avisa o médico que se ele salvar algum destes quem morre é o doutor! Lima ignorou o recado e tratou os baleados. “Viciado” em hospital, ele trabalhou mais de meio século de domingo a domingo, incluindo incontáveis e longas noites de plantão. E a maior dificuldade da família, neste período de enfermidade, é segurá-lo em casa. Ainda ontem, sem que ninguém soubesse, ele havia agendado para atender uma paciente às 16 horas no hospital. A missão foi abortada. Planos para o futuro? Sim, os há. Com os filhos Carla, Lima Junior e Keila, ele está construindo na Rua Londrina uma casa de saúde de longa permanência, voltada para idosos. O Instituto Felicitá estará pronto em janeiro, segundo estimativas da doutora Carla. Ao julgar pela disposição manifestada ontem, doutor Lima estará lá. E não na condição de paciente... Caça ao Zé Após perder o registro da OAB em São Paulo, o ex-ministro José Dirceu também poderá deixar de ser cidadão honorário do Paraná. A distinção lhe foi entregue em 2003, por iniciativa do então deputado André Vargas. Na semana passada, o roliço deputado estadual Francischini requereu a cassação do título. (Valmor Lemainski, em rede social, protestando contra o fim da coluna no jornal “Hoje”) 66 anos E o azulão saiu do vermelho Como um arranjo imobiliário bem costurado salvou uma instituição de Cascavel No fundo do poço, doze anos atrás, o Tuiuti reunia não mais que algumas dezenas de abnegados para lhe suprir o oxigênio vital que impedia o nostálgico desaparecimento. Não era nem sombra do vigoroso e pioneiro clube social dos anos 60 e 70, quando mantinha uma respeitável esquadra de futebol tipo “terrão” e sediava o principal evento cultural da época, o Fercapo. Chegou, no auge, a contar mais de 1,5 mil sócios e protagonizar o clássico dos boleiros da época, o Tuicial, acrônimo para Tuiuti x Comercial. A cidade era praticamente dividida, entre os azuis do Tuiuti de um lado e os vermelhos do Comercial, de outro. Mas os tempos românticos um dia acabariam. E acabaram. O Azulão esteve muito perto da extinção no início dos anos 2000. Foi quando gente como a dupla de Luiz, o Carlos Berto e o Volpato, entre outros, começaram as tratativas com um terceiro Luiz, o João, da JL. Pelo ajuste inicial – depois revisto e readequado – o JL ficaria com os 7,5 mil metros centrais do clube falimentar, e construiria uma nova estrutura no São Cristovão, atrás do West Side. Era negócio para, em dias de hoje, algo em torno de R$ 8 milhões. Inicialmente, como o problema era grana, o JL construiu o salão social inspirado naquele da Associação Coopavel. Recém apresentada para os “efeitos colaterais” na economia do polo universitário, como a demanda para locação de formaturas, Cascavel gerava oportunidades. zados de escritório de São Paulo, com 40 andares. Concluso o magnífico salão passou a injetar recursos no Tuiuti. Finalmente, o azulão começava a sair do vermelho. Com receitas de locação e mais alguns caraminguás do JL, o clube se reconstruiu. A propósito, agora em agosto, faz um ano que a JL entregou em Curitiba, no Jardim Botânico, 550 apartamentos em cinco torres de 30 pavimentos, onde restam ainda 40 unidades para comercializar. O salão de eventos pode render, em momentos de pico do calendário, até R$ 25 mil por locação. No terreno do Azulão que saiu do vermelho, A JL executa 102 apartamentos. E no conjunto da obra, os parceiros de ontem mostraram como um arranjo imobiliário engenhoso pode salvar uma instituição símbolo da cidade. O número de associados multiplicou-se por sete. Hoje, para ser sócio patrimonial, precisava comparecer com R$ 3 mil de “jóia” e pagar duzentos pixulecos por mês. Há outros formatos, como para os sócios contribuintes, mas a verdade é que o Tuiuti, que nesta terça-feira completa 66 anos, renasceu das cinzas. Em tempo: o Tuiuti celebrou o aniversário em seu garboso salão social no último sábado. Longa vida ao Azulão! Como negócio promissor é aquele que seja bom para os dois lados, o JL também não reclama. Ele entregou uma das torres, edificada exatamente sobre onde estava o ginásio do Tuiuti, local de muitas peleias, como aquela histórica apuração manual de votos que confrontou Edgar e Salazar no meio dos anos 90. João Luiz entrega uma segunda torre no início de 2016 e a terceira no final do mesmo ano. Em compasso de espera está o quarto empreendimento, um edifício corporativo, na face para a Rua Paraná. “Vamos esperar a economia reagir”, disse o empresário, hoje pela manhã. The end “Haja hoje para tanto ontem” (Paulo Leminski) A ideia é produzir ali um edifício inspirado nos grandes prédios automati- Aquele abraço Para os assinantes Nelson Tressoldi, João Oliveira, Ricardo Coppini, Claudionor P. Souza, João e Rose Gurgacz, Diorges Charles Passarini, Dr. Luiz Carlos Toso, Padre Marcos Martini, Claudemir Satanoga e Elvio Svaigen. Pitocas Requerimento do vereador Jorge Menegatti busca entender terceirizações da empresa paulista que executa as obras na avenida Brasil. Suspeita-se que parte das máquinas locadas pela empresa sejam de propriedade de gente influente no Centro Civico. Mesmo com o Legislativo enxutão, Toledo não se satisfaz. A Associação Comercial (Acit), inicia outra ofensiva na contenção e pede agora a redução no número de parlamentares O professor Anderson Nasareno Alves Dias, coordenador de Pós-Graduação da FAG e consultor empresarial na área de educação, passa a assinar uma coluna na revista “Aldeia”.