MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DECEx
-
DESMil
-
DEPA
ESCOLA DE FORMAÇÃO COMPLEMENTAR DO EXÉRCITO E COLÉGIO MILITAR DE SALVADOR
1º Ten Al DANIELA MAIA DOS SANTOS
PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS COMO ALTERNATIVA PARA A
REDUÇAO DE CUSTO NA FARMÁCIA DA SEÇÃO DE SAÚDE DA EsFCEx/CMS
Salvador
2011
1º Ten Al DANIELA MAIA DOS SANTOS
PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS COMO ALTERNATIVA PARA A
REDUÇAO DE CUSTO NA FARMÁCIA DA SEÇÃO DE SAÚDE DA EsFCEx/CMS
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado à Comissão
de Avaliação de Trabalhos
Científicos da Divisão de
Ensino da Escola de Formação
Complementar do Exército,
como exigência parcial para a
obtenção
do
título
de
Especialista em Aplicações
Complementares às Ciências
Militares.
Orientador: Cel Weber
Salvador
2011
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DECEx - DESMil - DEPA
ESCOLA DE FORMAÇÃO COMPLEMENTAR DO EXÉRCITO E COLÉGIO MILITAR DE
SALVADOR
1º Ten Al DANIELA MAIA DOS SANTOS
PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS COMO ALTERNATIVA PARA A
REDUÇAO DE CUSTO NA FARMÁCIA DA SEÇÃO DE SAÚDE DA EsFCEx/CMS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Comissão de Avaliação
de Trabalhos Científicos da Divisão de
Ensino da Escola de Formação
Complementar do Exército, como
exigência parcial para a obtenção do
título de Especialista em Aplicações
Complementares às Ciências Militares.
Aprovado em: ______ / ________________ /2011
_____________________________________________________
Cel R1 José Lindolfo Weber da Silva - Presidente
Escola de Formação Complementar do Exército
_________________________________________________
Cap Marilda dos Anjos Carvalho – 1º Membro
Escola de Formação Complementar do Exército
______________________________________________________
Cap Paulo Sérgio Gomes Fernandes – 2º Membro
Escola de Formação Complementar do Exército
1
PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS COMO ALTERNATIVA PARA A
REDUÇAO DE CUSTO NA FARMÁCIA DA SEÇÃO DE SAÚDE DA EsFCEx/CMS
Daniela Maia dos Santos¹
RESUMO: A melhor alocação dos recursos destinados as farmácias hospitalares está intimamente
relacionada com uma gestão de estoques de qualidade. Dessa forma, é preciso que esses recursos
sejam alocados de maneira racional, eliminando desperdícios e reduzindo custos. A partir da
observação do nível de estoque e dos pedidos de medicamentos para a seção de saúde da Escola
de Formação Complementar do Exército e Colégio Militar de Salvador, EsFCEx/CMS, é possível
observar a eficiência da gestão de suprimentos da referida seção e analisar a positividade do
processo de compras. Sabe-se que é necessário haver um bom planejamento que viabilize uma
previsão eficaz, proporcionando uma provisão de qualidade. Sabe-se também que tão importante
quanto uma boa aquisição de medicamentos, é a forma correta de armazená-los. De nada adianta
realizar uma compra eficiente se existem falhas no acondicionamento desse material. Dessa forma, o
trabalho traz uma proposta de organização e padronização dos medicamentos, o método de
classificação ABC, com o objetivo de facilitar e tornar mais claro o planejamento e,
conseqüentemente o processo de aquisição de medicamentos.
Palavras-Chave: Padronização de medicamentos. Custos. Gestão de Estoques.
ABSTRACT: The best allocation of resources for hospital pharmacies is closely related to an
inventory management quality. Thus, is necessary that these resources be allocated in a rational way,
eliminating waste and reducing costs. From the observation of the inventory level and applications for
medicines for the EsFCEx / CMS health section, is possible to observe the efficiency of the supply
management of this section and analyze the positivity of the purchasing process. It is known that good
planning is necessary to make possible an effective prediction, providing a quality provision. We also
know that as important as a good buy drugs, is the correct way to store them. There is no point
making a purchase efficient if there are flaws in the packaging of this material. Thus, the work brings a
proposal for the organization and standardization of drugs, ABC analysis, in order to facilitate and
clarify the planning and consequently the process of drug procurement.
Keywords: Standardization of drugs. Costs. Inventory Management.
1 Introdução
A crise mundial na década de 70
abriu espaço para novas idéias no campo da
administração pública. Já no início dos anos
80 o modelo burocrático weberiano de
administração mostrava-se inadequado e
incapaz de satisfazer as necessidades dos
usuários da Administração pública. Além
disso, o cenário da época era de restrição
orçamentária, o que agravava a situação.
Nesse contexto surge a idéia de reforma
gerencial do Estado Brasileiro, afastando-se
do modelo burocrático indo em direção a
novas formas de gerenciamento. Dentre as
principais características desse modelo,
podemos destacar o aumento da eficácia,
eficiência e efetividade da administração
pública.
Porém, a escassez de recursos ainda é
uma realidade presente na administração
pública; é um problema com o qual estamos
sempre lidando, sendo uma condição
inerente à existência do ser humano, tendo
em vista que os bens estão disponibilizados
de forma limitada. A melhor alocação
desses recursos de modo a atender às
necessidades ilimitadas dos agentes
econômicos está intimamente relacionada
com uma gestão de suprimentos de
qualidade. Sabemos que os recursos
públicos
destinados
às
farmácias
¹ Bacharel em Ciências Econômicas. Universidade Federal Fluminense, Niterói, Brasil. [email protected]
2
hospitalares são escassos. Dessa forma, é
preciso que esses recursos sejam alocados
de
maneira
racional,
eliminando
desperdícios e reduzindo os custos. A idéia
é simples, ou seja, garantir a máxima
eficiência com o mínino de recursos,
produzindo uma quantidade ótima (fazer
mais com menos).
Segundo Novaes (2006), a descoberta
de novas doenças e o desenvolvimento de
técnicas mais avançadas para o tratamento
das mesmas, aumenta a necessidade de
investimento no setor, além disso, a
tendência é de queda no que se refere ao
montante de recursos destinados à farmácia
hospitalar. A problemática aumenta se
considerarmos o aumento da expectativa de
vida da população ao longo dos anos. Cada
vez menos recursos são disponibilizados, o
que implica em uma redução da oferta. Em
contra partida, a demanda aumenta, o que
certamente provoca desequilíbrios. Um
bom planejamento, aliado a técnicas
apropriadas
diminuem os
impactos
negativos dessa condição, proporcionando
maior previsibilidade e estabilidade.
Tendo em vista essas considerações, e
a natureza limitada dos recursos públicos, é
razoável propor medidas que visem ao
aperfeiçoamento na gestão de suprimentos,
de maneira a alocar de modo mais eficiente
os meios escassos disponíveis, reduzindo
custos e ampliando a capacidade de
investimentos.
A idéia é identificar mudanças a
serem feitas e sugerir uma proposta de
melhoria para a farmácia da seção de saúde
da Escola de Formação Complementar do
Exército e Colégio Militar de Salvador,
EsFCEx/CMS, pois segundo Falconi
(2009):
“Nós, seres humanos, somos
avessos às mudanças. Sempre que
saímos da rotina nos cansamos e
nos estressamos. No entanto,
estamos num mundo de mudanças
contínuas e nossa própria vida é de
um dinamismo às vezes assustador.
Uma organização não é diferente.
Ela vive num mundo de constante
mudança e as pessoas devem estar
preparadas para isto.”
(FALCONI, 2009, P 89)
A metodologia inicial se dará em
forma de pesquisa bibliográfica. Será um
trabalho
qualitativo,
visando
à
interpretação, compreensão e classificação
das informações obtidas, por meio de uma
revisão bibliográfica sobre gestão de
farmácia hospitalar. A fundamentação
teórica ocorrerá, principalmente, por
intermédio de artigos científicos e
publicações literárias sobre o tema. O
trabalho se inicia com uma abordagem
sobre administração de suprimentos com
uma rápida explanação sobre estocagem e
armazenagem e, apresenta a sua finalização
ressaltando pontos importantes sobre o
processo de compras.
2 Administração de Suprimentos
Para que se tenha um resultado
positivo no que se refere ao processo de
compras, é preciso que haja uma gestão de
suprimentos de qualidade. É necessário
haver um bom planejamento que viabilize
uma previsão eficaz, proporcionando uma
provisão de qualidade. A empresa
estabelece os seus objetivos e a, partir daí,
realiza o seu planejamento para alcançá-los.
Uma vez alcançados, estes deixam de ser
objetivos e tornam-se realidade, além disso,
o alcance dos objetivos garante a
continuidade da empresa. Nesse sentido, a
gestão de suprimentos é, portanto,
fundamental em qualquer organização
pública, e, nesta ótica o setor de compras é
o responsável pela utilização ótima dos
recursos,
por
meio
das
diversas
modalidades disponibilizadas na legislação
em vigor e, em consonância com os
objetivos organizacionais.
A gestão de suprimentos pode ser
resumida como um conjunto de atividades
cujo objetivo principal é oferecer uma
correta gestão dos recursos disponibilizados
à administração pública. Esse conjunto de
atividades compreende procedimentos de
compra, aquisição e estocagem dos
3
materiais necessários à existência da
organização. Na farmácia da seção de saúde
da EsFCEx/CMS, a aquisição de materiais é
feita através do mercado de medicamentos
em geral e da cadeia de suprimentos, sendo
esta última formada por um conjunto de
órgãos que atuam de forma coesa
efetivando o suprimento dentro do Exército
Brasileiro. Essa aquisição é regulada pelas
normas administrativas relativas ao
suprimento de 5 de julho de 2002,
NARSUP, tendo como objetivos principais
a redução do número de procedimentos
referentes à administração da função
logística de suprimento, a padronização dos
procedimentos administrativos nas classes
de suprimentos e o aumento da eficácia da
atividade de suprimento. Cada material
necessário à organização possui uma classe
própria, sendo a classe VIII a de material de
saúde. No âmbito da EsFCEx/CMS os
pedidos para a aquisição de materiais
hospitalares odontológicos são feitos
semestralmente, enquanto que os materiais
radiológicos possuem pedidos trimestrais.
De forma geral, é fundamental que
exista uma gestão de suprimentos de
qualidade capaz de proporcionar a máxima
satisfação ao cliente, que pode ser traduzido
como o usuário da Farmácia da Seção de
Saúde da EsFCEx/CMS, além de garantir a
redução dos custos.
2.1 Armazenagem/estocagem
Tão importante quanto uma boa
aquisição de medicamentos, é a forma
correta de armazená-los. De nada adianta
realizar uma compra eficiente se existem
falhas no acondicionamento desse material.
É preciso haver instalações adequadas, além
disso, é importante a utilização de técnicas
capazes de oferecer o controle necessário a
utilização desse material.
A gama de medicamentos existente
em uma farmácia hospitalar é bastante
variada. Dessa forma, é preciso que se
busque uma forma racional de organização.
A técnica de classificação ABC procura
classificar os medicamentos separando-os
de acordo com o seu impacto no sistema
como um todo. O grau de importância de
cada elemento, a quantidade utilizada e o
seu valor monetário já são suficientes para
classificá-los. Outros elementos como o
tempo de permanência do medicamento em
estoque, relacionamento com fornecedores
aumentam a qualidade das informações o
que contribui para melhora da técnica.
Dessa forma, é possível aplicar a cada
espécie de medicamento a técnica mais
apropriada, aumentando assim a eficiência
no gerenciamento destes. A técnica é
simples e consiste em agrupar os
medicamentos em três classes, a saber: A, B
e C.
A classe A corresponde aos
medicamentos mais caros e disponíveis em
menor quantidade. Na classe C estão os
medicamentos de baixo valor e disponíveis
em grandes quantidades. A classe B
representa um ponto intermediário entre as
classes A e B. Segundo Novaes (2006), a
forma de organizar os medicamentos em
três classes não é definitiva, podendo variar
de uma organização para outra.
De acordo com o gráfico 1 abaixo,
que exemplifica de forma genérica uma
curva ABC, é possível verificar que 10%
dos medicamentos armazenados são
responsáveis por 70% do valor total do
estoque, pertencendo à classe A de
medicamentos. Na classe B, 40% dos
medicamentos representam 20% do valor
do estoque e, finalmente, 50% dos
medicamentos respondem por 10% do valor
total do estoque, fazendo parte da classe C.
Gráfico 1: Curva ABC
Valor de Estoque %
10
20
70
10
40
Número
de50itens %
A classificação ABC permite ao
administrador observar as flutuações no
estoque e, assim, mensurar o grau de
incerteza em relação à determinada classe
de medicamentos, permitindo que as
prioridades, em relação à aquisição de
medicamentos, sejam estabelecidas. É uma
excelente ferramenta de análise e redução
de custos.
3 Considerações sobre o processo de
compras
Com a evolução das técnicas de
gestão pública, a tendência que se observa é
a redução dos custos em prol de um ganho
de eficiência, fazendo com que as
estratégias organizacionais se modifiquem
de modo a enxugar processos e redefinir
setores chave. Nesse sentido, é razoável
supor que a área de compras possui um
caráter estratégico nas organizações, pois
dada a sua flexibilidade, é possível haver
adaptação a flutuações no mercado sendo,
portanto, uma peça importante na redução
de custos. Considerando a farmácia
hospitalar um exemplo de organização
pública, não fica difícil perceber a sua
importância para a Administração Pública.
Assim como ocorre na compra no
setor privado, a compra no setor público
tem como objetivo o menor preço ao
mesmo tempo em que garanta a qualidade.
Porém, a compra pública percorre um
caminho mais longo, pois além de
identificar o menor preço que prevalece em
um mercado competitivo, é preciso adequar
essa escolha à uma série de procedimentos
específicos e previstos, na Lei nº 8.666 de
21 de junho de 1993, que vão desde
autorizações, pedidos, despachos, cotações,
mapas de preços passando por notas de
empenho, liquidação e finalmente o
pagamento.
Nesse sentido, para que se possa
garantir a qualidade do processo, é preciso
que se utilize uma base de dados de
qualidade, ou seja, é preciso trabalhar com 4
o máximo de informações. Em última
instância, é a qualidade das informações
que define se o objetivo de atingir a
eficiência no processo decisório será
alcançado ou não. Maldonado (2008)
apresenta em seu trabalho algumas razões
para a ineficiência no processo de compras.
Entre as principais razões destacam-se:
falhas no fluxo de informação, prejudicando
a linearidade; a desorganização no fluxo de
material, desperdiçando insumos; a
ausência do líder; a dificuldade de
reestruturação das fases do processo devido
à desorganização e desconhecimento do
processo como um todo. Nesse caso, cada
colaborador só conhece a sua atividade,
ignorando a totalidade do processo.
Em relação à essas razões, podemos
dizer que devido às falhas no fluxo de
informações, não há clareza sobre a real
importância da informação, nem por parte
de quem envia, nem por parte de quem
recebe a informação. A desorganização no
fluxo de material prejudica o controle,
favorecendo
o
desperdício
e,
conseqüentemente, a ineficiência. A
ineficiência técnica do líder pode prejudicar
a condução do grupo, dificultando o alcance
dos resultados. A falta de conhecimento do
processo como um todo dificulta a sua
reestruturação e a implementação de
melhorias.
Além
disso,
provoca
desmotivação e falta de interesse, uma vez
que por conhecer apenas a sua atividade, o
trabalhador não percebe a importância da
sua atribuição, ignorando os resultados.
Todas essas falhas são resultado de
uma visão equivocada em relação ao que se
entende por processo. Muitas vezes o
processo é entendido como uma estrutura
rígida e tradicional, porém, Chiavenatto
(1988) diz:
“Ora,
processo
é
qualquer
fenômeno que apresente mudança
contínua no tempo ou qualquer
operação ou tratamento contínuo.
O conceito de processo implica
que os acontecimentos e as
5
relações sejam dinâmicos, em
evolução, sempre em mudança,
contínuos. O processo não é uma
coisa parada, estática: é móvel, não
tem um começo, nem um fim, nem
uma seqüência fixa de eventos. Os
elementos do processo agem uns
sobre os outros. Cada um afeta
todos os demais.”
(CHIAVENATO, 1988, P. 363)
Na medida em que o processo de
compras se torna mais detalhado, com
maior fluxo e clareza das informações, se
torna mais fácil a sua otimização,
diminuindo
processos
redundantes,
aumentando a capacidade de tomada de
decisão e harmonizando a relação entre a
atividade-fim
e
atividade-meio
da
organização.
Dentre os objetivos do processo de
compras, podemos destacar que: deve ser
capaz de satisfazer, com segurança, às
necessidades da organização; deve garantir
bom relacionamento com fornecedores
fixos e procurar estabelecer novas relações
de modo a se antecipar às necessidades não
previstas e situações emergenciais; realizar
compras de maneira racional, buscando
obter uma alocação ótima de recursos;
administrar os estoques de maneira
eficiente oferecendo qualidade com menor
custo; estabelecer bom relacionamento
interdepartamental com o objetivo de evitar
barreiras de modo a garantir a boa execução
do trabalho; preparar os funcionários,
desenvolvendo políticas que certifiquem o
alcance dos objetivos.
Tendo em vista essas considerações, é
importante ressaltar o papel do comprador
no processo de compras. É necessário que
esse profissional esteja conectado com as
metas e com o objetivo organizacional e
que tenha conhecimento das necessidades
estratégicas da organização. É necessário
especificar corretamente o material a ser
pedido. Nesse caso, os funcionários que
irão trabalhar diretamente com o material
devem participar do processo fornecendo o
máximo de informações. Além disso, é
preciso definir as unidades e quantidades do
material, exigindo clareza por parte do
fornecedor. O comprador deve ser capaz de
mensurar o impacto de sua atividade em
toda a organização, afastando-se do perfil
individualista e limitado.
Maldonado (2008) apresenta em seu
trabalho a evolução do perfil do comprador,
apontando
cinco
estágios
de
desenvolvimento. O primeiro deles é o
primitivo, onde o comprador não apresenta
qualificações especiais. Além disso,
percebe o processo de compras como algo
burocrático. Nesse estágio, o comprador
dedica cerca de 80% do tempo disponível
às atividades burocráticas; o segundo
estágio é o da conscientização, onde o
comprador
ainda
permanece
sem
qualificações especiais, porém dedica
menos tempo, cerca de 60 a 79%, às
atividades burocráticas; o terceiro estágio é
o do desenvolvimento, nesse caso, o
comprador
já
possui
qualificações
acadêmicas formais e consegue reconhecer
a função de compras e suprimentos. O
tempo dedicado às atividades burocráticas
cai de 40 a 59%; o quarto estágio é o da
maturação, nesse caso, o comprador já
possui qualificação gerencial exigida,
dedicando menos tempo às atividades
burocráticas, cerca de 20 a 30%. E,
finalmente, o quinto estágio é o avançado,
onde o comprador está intimamente ligado
às questões estratégicas da organização.
Nesse caso, preocupa-se com o custo total
de aquisição e com a administração da base
de fornecedores. Menos de 20% do seu
tempo disponível é dedicado às atividades
burocráticas.
Essa evolução do perfil do comprador
faz com que este se afaste da figura reativa,
que pode ser traduzida como uma visão
antiga e ultrapassada da atividade de
compras onde o comprador apenas se
preocupa em identificar um fornecedor
disposto a oferecer um serviço, e se
aproxime da figura proativa, uma visão
mais moderna da atividade de compras,
onde o comprador extrapola as relações
simplistas entre cliente e fornecedor,
buscando obter parcerias, potencializando a
sua atividade.
Dessa forma, para que se possa
classificar a atividade de comprador como
sendo uma atividade de qualidade, é preciso
que haja uma política de investimento em
capital humano, fazendo com que estes
profissionais se tornem cada vez mais
qualificados. É esse investimento que
determinará o perfil reativo ou proativo do
comprador.
Portanto, é preciso que se aperfeiçoe
o processo de compras, minimizando as
distorções, procurando obter o máximo de
eficiência, uma vez que esse setor possui
um papel importante na vida da
organização: depende dele a prestação de
serviços com qualidade.
4 Cenário Existente
O gráfico ao lado mostra o nível de
estoque da seção de saúde da EsFCEx/CMS
em 30 de dezembro de 2010. Estava
disponível nessa data um total de 2.969
unidades de medicamentos, divididos entre
dez categorias, dentre elas: medicamentos
referentes ao sistema digestivo; sangue e
órgãos
hematopoiéticos;
sistema
cardiovascular;
oftalmológicos,
dermatológicos e otológicos; hormônios
não sexuais; antiparasitários; referentes a
alergia;
sistema
nervoso;
sistema
respiratório e sistema músculo-esquelético.
É possível observar que algumas das
classes de medicamentos necessitam de
unidades adicionais para completar a
dotação ótima. De forma geral pode-se
dizer que o estoque de medicamentos
encontra-se em um nível seguro.
A técnica utilizada para o controle de
estoque é a PEPS, primeiro que entra é o
primeiro que sai, onde os medicamentos
adquiridos há mais tempo são os primeiros
a serem liberados, em contrapartida, os
medicamentos adquiridos recentemente
permanecem no estoque. Dessa forma, o
primeiro medicamento que entra é o
primeiro que sai. Os pedidos de
medicamentos
possuem
periodicidade
semestral e são feitos por meio de licitações
ou diretamente pela cadeia de suprimentos.
6
Gráfico 2: Estoque X Dotação
Fonte: Pedido nº 001/2010 Fornecimento para consumo no 1°
semestre de 2011 - EsFCEx/CMS.
Gráfico 3: Estoque X Dotação
Fonte: Pedido nº 001/2010 - Fornecimento7
para consumo no 1° semestre de 2011 EsFCEx/CMS.
Com base no pedido de fornecimento
para o consumo no primeiro semestre de
2011, podemos observar que de um pedido
de 2012 unidades de medicamentos, foram
entregues apenas 1195, o que representa
59,40% do total do pedido. Esse resultado
pode ser considerado regular. Existem
alguns casos críticos como o do
antiespasmódico Escopolamina, N-butil
brometo 10mg, pertencente ao grupo dos
medicamentos referentes ao sistema
digestivo, representado no gráfico abaixo:
Gráfico 5: Mebendazol 100mg
Gráfico 4: Escopolamina, N-butil brometo
10 mg
Fonte: Fonte: Pedido nº 001/2010 Fornecimento para consumo no 1° semestre
de 2011 - EsFCEx/CMS.
Fonte: Fonte: Pedido nº 001/2010 Fornecimento para consumo no 1° semestre
de 2011 - EsFCEx/CMS.
Observa-se que o estoque existente
era de 86 unidades sendo a dotação para o
universo considerado de 150 unidades. O
pedido feito para esse medicamento foi de
144 unidades e não houve entrega de
unidades.
Outro caso crítico é o do Mebendazol,
100 mg, pertencente ao grupo dos
antiparasitários, representado no gráfico
abaixo:
É possível observar que o estoque
estava zerado e em contra partida, a dotação
para o universo considerado é de 150
unidades. Foi feito um pedido de 45
unidades e não houve entrega de unidades.
Outros casos além esses também
foram identificados, assim como alguns
medicamentos
que
não
estavam
relacionados na nota de pedido foram
entregues na farmácia da seção de saúde da
EsFCEx/CMS, como é o caso do
Bicarbonato de Sódio, pertencente a classe
de medicamentos do sistema digestivo.
Essas situações de não conformidade
configuram-se como não desejáveis para o
bom funcionamento da farmácia. O
segundo caso representa um custo
desnecessário, pois aumenta o custo de
manutenção de estoque, representando uma
situação da qual objetiva-se afastar da
organização.
8
8
5 Conclusão
Sabe-se que a identificação do
problema é o ponto de partida para a
inovação dentro de uma organização. Toda
organização tem melhorias a serem feitas
em muitas áreas, além disso, o líder deve
saber direcionar a sua equipe para conduzir,
da melhor maneira, essas melhorias,
fazendo com que a organização esteja em
constante mudança. Estabelece-se uma
meta a ser seguida, e, ao longo do tempo, as
situações ideais passam a ser reais. Sendo
assim, outras situações ideais passam a ser
novas metas, num processo contínuo, que
garanta a existência da organização.
Nesse sentido, foi possível identificar
uma situação de não conformidade em
relação aos pedidos de medicamentos feitos
na farmácia da seção de saúde da
EsFCEx/CMS, e buscar uma situação ideal
a ser perseguida. Sabemos que os custos de
armazenagem
estão
relacionados
diretamente com a quantidade de material e
o tempo de permanência no estoque. Dessa
forma, pode-se admitir que a situação ideal
é aquela em que se encontra o equilíbrio
entre quantidade de material versus tempo
de permanência em estoque. Vimos que o
método de classificação ABC possui a
vantagem de diminuir os custos de estoque,
pois torna mais clara a aplicação dos
recursos financeiros investidos no estoque.
A partir da utilização dessa técnica é
possível ter mais clareza quanto ao giro de
estoque de cada item, e, conseqüentemente,
observar melhor as flutuações na demanda
por medicamento. Sendo assim, as
diretrizes para o controle de estoque, tais
como a quantidade de itens a permanecer
no
estoque,
a
periodicidade
de
reabastecimento e o nível ótimo de estoque
para um determinado período, se tornam
mais claras e fáceis de serem alcançadas. A
partir dessa implementação, portanto,
partindo da idéia de garantir a máxima
eficiência com o mínino de recursos,
produzindo uma quantidade ótima (fazer
mais com menos), pode-se dizer que a
classificação ABC se torna uma alternativa
viável, e uma proposta a ser seguida, para a
redução dos custos de estoque na farmácia
da seção de saúde da EsFCEx/CMS. A
partir da padronização de medicamentos e
correta classificação dos mesmos, de acordo
com a técnica, será possível obter uma
organização mais eficiente. Além disso, a
melhora da organização pode ser
considerada uma externalidade positiva
para aqueles que se utilizam dessa farmácia.
Referências
BATISTA, Marco; MALDONADO, José.
O papel do comprador no processo de
compras em instituições públicas de
ciência e tecnologia em saúde (C&T/S).
Rio de Janeiro: Revista de Administração
pública. Vol. 1, 2008. 18p.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da
Administração. São Paulo: Atlas, 1988.
FALCONI, Vicente. O verdadeiro Poder.
Práticas de Gestão que conduzem a
resultados revolucionários. INDG - Instituto
de Desenvolvimento Gerencial, 2009. 159p.
NOVAES, M.L.O. Gestão das farmácias
hospitalares através da padronização de
medicamentos e utilização da curva
ABC. Disponível
em:<http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/
anais_13/artigos/962.pdf>
9
Download

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO