Hospital Regional da Asa Sul – HRAS Doenças Infecciosas e Parasitárias - DIP Diogo Pedroso - Agosto / 2010 www.paulomargotto.com.br Doença da arranhadura do gato - DAG Etiologia Bactérias / Vírus / Clamídia Obscura – 1980 Bacilos pleomórficos argilofílicos Linfonodo acometido Sítio de inoculação cutânea Conjuntiva de pacientes Etiologia - Bartonella Bartonella henselae agente causal primário Bartonella claridgeiae Bartonella quintana Formas mais graves Angiomatose bacilar Bacteremia prolongada Doença ocular Etiologia - Bartonella Bacilos gram negativos Capacidade de aderir / invadir – eritrócitos dos felinos e humanos Proliferar – cls endoteliais Angioproliferativas - imunodeprimidos Epidemiologia Universal Sazonal Outono / inverno (60%) Relacionada com ciclo reprodutivos dos felinos ○ Aumento do número de filhotes desmamados Epidemiologia Todas as raças Pessoas menores de 21 anos (80%) Ligeira predominância sexo masculino Imunocompetentes Soroprevalência População mineira – 13% Rio de janeiro em HIV + 40% Epidemiologia Gatos domésticos – reservatório Exposição gatos Arranhadura (83%) Lambedura Simples contato (90%) Angiomatose bacilar Exposição gatos Pulgas Epidemiologia Cão – eventualmente >> reservatórios Bartonella spp. Gato – jovens >> fonte primária de infecção Filhotes de gatos com pulgas Arranhadura / Mordedura – filhote de gato Variáveis fortemente associadas a DAG Epidemiologia Gatos jovens < 12 meses – 15x Arranhadura por gatos jovens – 28X Filhotes de gatos infestados por pulgas – 29X Pulgas de felinos – Ctenocephalides felis Família – Pulcidae Vetor infecções entre felinos Microabrasões cutâneas – saliva/fezes Epidemiologia Veterinários e tratadores de animais Grupo de maior risco 25 a 30% - teste intradérmico positivo ○ Infecção prévia Manifestações Clínicas Lesão de inoculação Adenomegalia Doença disseminada Infecção hepática / baço Infecção sistema nervoso central Acometimento ocular Quadro Clínico 3 a 50 dias Contato com gato 3 a 10 dias Vesícula / Pápula Permanece por semanas (8 a 20 semanas) Crostas Aumento dos linfonodos regionais Quadro Clínico 3 a 50 dias Aumento dos linfonodos regionais Contato com gato 3 a 10 dias Vesícula / Pápula Permanece por semanas (8 a 20 semanas) Geralmente únicos 2 a 3 meses Crostas Resolução espontânea Lesão de inoculação Lesão de Inoculação Braço / mão – 50% Perna – 30% Tronco e pescoço – 10% Lesão conjuntival – 10% Lesão de inoculação Manifestações cutâneas Incomuns Eritema multiforme Eritema nodoso Púrpura trombocitopênica Adenomegalia Única (85%) Axilar Cervical Supraclavicular Submandibular Inguinal Epitroclear Doloroso / Firme / 1 a 10 cm Móvel / Fibroelástico Não aderido aos planos profundos Adenomegalia Raramente acomete – mais de um linfonodo Duração – 2 a 3 meses Anos - casos excepcionais Supuração 15% Manifestações oculares Síndrome Oculoglandular de Parinaud Neuroretinite Papilite Neurite óptica Retinocoroidite focal Síndrome Oculoglandular Parinaud 1 a 2%- forma atípica mais freqüente (2-8%) Conjuntivite unilateral Granuloma conjuntival Linfonodo pré-auricular Mínima hiperemia conjuntival Sem secreção purulenta Não pruriginosa Indolor Neuroretinite 1 a 2% dos casos Diminuição da acuidade visual Edema nervo óptico Exsudato macular Geralmente unilateral Febre Mal-estar Manifestações Neurológicas Encefalopatia (mais comum) Mielite transversa Radiculites Ataxia Cerebelar Manifestações Neurológicas Encefalopatia Confusão mental Desorientação Progressão para coma – 1 a 6 semanas após início do quadro de linfadenopatia Convulsões Sinais focais Manifestações Neurológicas Encefalopatia CT de crânio – normal (maioria dos pacientes) Pleocitose – mononuclear (<50 cell/mm3) – 20 – 30% Alteração no eletroencefalograma Diagnóstico Diferencial 786 adenopatias 50% - agente infeccioso identificado ○ B. henselae – 31% Micobacteriose – 7% Doenças malignas – 6% Diagnóstico indeterminado – 45% Diagnóstico Preenchimento de 3 de 4 critérios abaixo: História epidemiológica Teste intradérmico positivo Padrão histológico de linfonodo e outro material Exclusão clínica e etiológica de outras causas de adenomegalia regional VERONESI, 2010 Diagnóstico Preenchimento de 3 de 4 critérios abaixo: História epidemiológica Sorologia negativas para outras causas de adenomegalias; pus estéril de aspirado de linfonodo; PCR positiva e/ou lesão hepática ou esplênica na CT Sorologia positiva - >1:64 Biópsia – inflamação granulomatosa ou coloração da prata positiva Up To Date Diagnóstico Alguns especialistas afirmam que a sorologia positiva geralmente é adequada para o diagnóstico Atípicos – biopsia Teste intadérmico Inexistências de antígenos padronizados Possibilidade de transmissão de outros patógenos Positivo – 36% dos casos Não aprovado pelo FDA Sorologias IFI / Imunoenzimáticos Ag específicos Imunofluorescência ○ S 88% / E 97% EIA ○ S 85% / E 98-99% IgG < 1:64 – sugere não ter tido a doença IgG 1:64 – 1:256 – repetir teste em 10 a 14 dias IgG > 1:256 – sugere infecção recente ou ativa PCR (Polymerase chain reaction) Diferenciação entre as espécies Sensibilidade 43 – 76% Diagnóstico Histopatológico Biopsia Hiperplasia linfoide Proliferação arteriolar Hiperplasia de células reticulares Espessamento das paredes ateriolares Granulomas inespecíficos Cultura – coloração por prata Tratamento Na maioria dos casos Não recomendada Não altera evolução clínica dos quadros típicos Acompanhar até involução Se adenomegalia grande, com sinais de flutuação – punção com agulha grossa Tratamento - Linfadenites Prospectivo, randomizado, placebocontrolado 29 pacientes imunocompetentes Adultos e crianças Azitromicina for 5 dias 7 / 14 pacientes – tratados Redução do volume do linfonodo em >80% durante 30 dias de follow-up Bass, JW, Freitas, BC, Freitas, AD. Prospective randomized doubleblind placebo-controlled evaluation of azithromycin for treatment of cat-scratch disease. Pediatr Infect Dis J 1998; 17:447. Tratamento - Linfadenites Série de casos 4 pacientes 3 crianças Azitromicina oral por 5 a 10 dias 50% redução do tamanho do linfonodo no D5 e resolução completa no D14 Chia, JK, Nakata, MM, Lami, JL, et al. Azithromycin for the treatment of cat-scratch disease. Clin Infect Dis 1998; 26:193. Tratamento - Linfadenites Série não-randomizada 5 pacientes adultos Linfadenite dolorosa Ciprofloxacina oral Redução rápida do quadro clínico Holley, HP. Successful treatment of cat-scratch disease with ciprofloxacin. JAMA 1991; 265:1563 Tratamento - Linfadenites Muitos especialistas – não recomendam tratar nos casos leves-moderados Recomendação Azitromicina – curso de 5 dias Intolerantes à azitromicina ○ Cursos de 7 a 10 dias Tratamento - Linfadenites Cursos de 7 a 10 dias Claritromicina (15 a 20 mg/kg/dia 12/12 hs < 45,5kg // 500 mg 12/12 hs > 45,5 kg) Rifampicina (10 mg/kg/dose 12/12 hs max 600mg/dia) Bactrim (40 mg/kg/dia 12/12 hs) Ciprofloxacina (>17 anos – 500mg 12/12 hs) Tratamento - Hepatoesplenomegalia Rifampicina >> monodroga – 10 14 dias Rápido desenvolvimento de resitência Rifampicina + Gentamicina (4,5 – 6 mg/kg/dia 8/8 horas) Tempo de tratamento – 10 – 14 dias Rifampicina + Azitromicina Tratamento – Neurorretinites Doença Neurológica Terapia ideal – desconhecida Adultos Doxiciclina (100 mg 12/12 hs) + Rifampicina ○ Duração de tratamento – 4 a 6 semanas (ocular) 10 a 14 dias (neurológico) Crianças < 8 anos Rifampicina (20 mg/kg/dia 12/12 hs – max 600mg) + Azitromicina ou Bactrim Tratamento Eficácia das drogas Rifampicina Azitromicina Ciprofloxacina Bactrim Tratamento Corticosteróides Febre prolongada Pericardite Retinite Abscessos hepáticos e esplênicos Encefalopatia Prognóstico Excelente Resolução complete em alguns meses Imunidade duradoura Angiomatose bacilar Stoler e cols - 1983 com a epidemia HIV Pacientes com doença avançada – nódulos subcutâneos disseminados Agente inicialmente – organismo rickettsia-like, Rochalimaea quintana Angiomatose bacilar Lesões de pele – inespecíficas Tamanho variável, únicas/múltiplas Pápulas, nódulos ou placas Mais característica – pápula roxa purpúrica Lesões em mucosa Oral, anal, conjuntival ou gastrointestinal Fígado, baço, médula ósea Lesão exofítica crostosa conjuntival em ângulo interno do olho direito Lesões exofíticas com ulceração central Lesões papulares eritematosas e lesões cervicais subcutâneas Profilaxia Evitar brincadeiras com gatos menores de 12 meses Após acidente lavar com água e sabão Controle de pulgas nos gatos Sem necessidade de isolamento Vacinas – proteção > cepas homólogas De acordo com o veterinário que removeu a flecha, ela entrou acima do olho direito e apenas raspou o crânio do felino