Valor gasto em estádios é maior que investimentos em educação em 2013 Os R$ 8 bilhões gastos com a construção dos estádios para a Copa do Mundo é maior que o valor de investimentos em educação no ano passado, e equivalem ao dobro do investido pelo governo federal em saúde em 2013, segundo notícia divulgada pela Associação Contas Abertas. Em 2013, o Ministério da Saúde investiu R$ 3,9 bilhões. No Ministério da Educação, os valores aplicados no exercício passado foram de R$ 7,6 bilhões, informa a entidade, que acompanha e divulga as execuções orçamentárias, financeira e contábil da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Na tentativa de se defender em relação às críticas sobre a disparidade entre os gastos com os estádios que serviram de sede para os jogos do campeonato mundial da Fifa e os investimentos nos dois setores, o governo federal afirmou que os “investimentos” federais em saúde e educação foram de R$ 825 bilhões desde 2010, mais de 100 vezes o valor gasto em estádios – R$ 8 bilhões. No entanto, a Contas Abertas explica que os R$ 825 bilhões estão relacionados a todos os dispêndios com saúde e educação, desde o pagamento de pessoal aos gastos com o custeio das pastas, e não apenas aos investimentos (GND4). Estes – que englobam apenas as aplicações em obras e compra de equipamentos, ou seja, contribuem diretamente para a formação ou aquisição de um bem de capital – foram bem mais baixos. De acordo com pesquisa realizada pela Contas Abertas com dados do Ministério do Planejamento, de 2010 para cá, R$ 719,6 bilhões foram gastos nos Ministérios da Saúde e da Educação, considerados os valores correntes de cada ano. Os investimentos representam apenas R$ 47,5 bilhões deste montante. O governo também anunciou que, em 2014, serão “investidos” R$ 106 bilhões em saúde e R$ 83,3 bilhões em educação, lembrando que não há discriminação entre o que será destinado para a esfera pública e qual montante vai subsidiar a educação e saúde particulares. O orçamento atualizado para os Ministérios prevê dotações ainda maiores – R$ 106,7 bilhões e R$ 112,4 bilhões, respectivamente -, mas os recursos orçados para investimentos somam R$ 9,9 bilhões e R$ 14,1 bilhões. Em termos de comparação exclusivamente em investimentos, com os R$ 8 bilhões gastos na construção dos estádios, seria possível construir 4 mil Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) de porte II, que cobrem locais que possuem entre 100 mil e 200 mil habitantes e recebem até 300 pacientes diariamente. Com o mesmo valor também seria possível erguer 2.263 escolas com capacidade de 432 alunos por turno, cada. Uma escola com 12 salas de aula e quadra coberta, financiada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), custa R$ 3,5 milhões. Fonte: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN 18/06/2014 Disponível em http://www.andes.org.br/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=6864