MARIA DO CÉU GUERRA
Maria do Céu Guerra de Oliveira e Silva nasceu em Lisboa.
Na Faculdade de Letras de Lisboa, onde ingressou no curso de Filologia
Românica, começa a interessar-se pelo teatro, e faz parte do Grupo Cénico
onde se estreia.
É um dos elementos do colectivo que arranca com o espaço da Casa da
Comédia. Sob a direcção de Fernando Amado, Céu Guerra faz “Deseja-se
Mulher”, de Almada Negreiros.
Mais tarde deixa a Casa da Comédia e participa na fundação do Teatro
Experimental de Cascais, onde se viria a profissionalizar. Durante os anos em
que esteve no TEC interpretou:
“Esopaida”, de António José da Silva (enc. Carlos Avilez);
“A Casa de Bernarda Alba”, de Federico Garcia Lorca (enc. Carlos Avilez);
“Auto de Mofina Mendes”, de Gil Vicente (enc. Carlos Avilez);
“A Maluquinha de Arroios”, de André Brun (enc. Carlos Avilez);
“D. Quixote”, de Yves Jamiaquel (enc. Carlos Avilez);
“O Comissário de Polícia”, de Gervásio Lobato (enc. Carlos Avilez);
“O Tempo e a Ira”, de John Osborne (enc. Artur Ramos)
“Bodas de Sangue”, de Federico Garcia Lorca (enc. Carlos Avilez);
“Maria Stuart”, de F. Schiller (enc. Carlos Avilez);
“Antepassados Vendem-se”, de Joaquim Paço d’Arcos (enc. Carlos Avilez);
“Um chapéu de palha de Itália”, de Labiche (enc. Carlos Avilez).
Transfere-se depois para a revista e para a comédia.
Entra na revista “O Zé faz tudo” (original de César Oliveira e Rogério
Bracinha), no Teatro Variedades, na comédia “Só as Borboletas são Livres”
no Teatro Laura Alves, na revista “Saídas da Casca” no Teatro ABC, em
“Tartufo” de Moliére (enc. Adolfo Marsillach), no Teatro Villaret, na revista
“É o fim da Macacada” (original de Francisco Nicholson, Mário Alberto,
Nicolau Breyner, Gonçalves Preto e Rolo Duarte), no Teatro ABC.
Volta à Casa da Comédia para a peça “A Doroteia”, de Nelson Rodrigues (enc.
Morais e Castro).
No Teatro Villaret, “Liberdade, Liberdade” (uma adaptação de Luís
Francisco Rebelo e Hélder Costa de um original de Millôr Fernandes e Flávio
Rangel com encenação de Luís Lima).
Está na fundação do Teatro Adóque, interpretando “Pides na Grelha”
(original de Francisco Nicholson, Mário Alberto e G. Preto).
É um dos fundadores do grupo de Teatro A BARRACA, onde tem centrado a
sua actividade profissional.
É directora, encenadora e actriz desta companhia, que conta já com 37 anos
de actividade ininterrupta. Interpretou:
“A Cidade Dourada” (enc. colectiva de um texto do grupo colombiano La
Candelaria)
“Histórias de Fidalgotes e Alcoviteiras, Pastores e Judeus, Mareantes e
outros Tratantes, sem esquecer suas Mulheres e Amantes” colagem de
textos de Gil Vicente, Ruzante e Fernão Lopes de Castanheda (enc. Hélder
Costa)
“Barraca conta Tira Dentes”, de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri
(enc. A. Boal)
“Ao Qu’Isto Chegou”, sketches e canções escritos por três dezenas de
autores portugueses (enc. A. Boal)
“Zé do Telhado”, de Hélder Costa (enc. A. Boal)
“D. João VI”, de Hélder Costa (enc. autor)
“Preto no Branco”, de Mário Fo (enc. Hélder Costa)
“É menino ou Menina?”, de Gil Vicente (enc. Hélder Costa)
“Fernão, Mentes?”, de Hélder Costa, sobre textos de Peregrinação de Fernão
Mendes Pinto (enc. autor)
“Tudo Bem”, colectivo (enc. Hélder Costa)
“Um Dia na Capital do Império”, de António Ribeiro Chiado (enc. Hélder
Costa)
“Santa Joana dos Matadouros”, de Bertold Brecht (enc. Hélder Costa)
“Calamity Jane”, de Hélder Costa e Maria do Céu Guerra (enc. Hélder Costa)
“O Diabinho da Mão Furada” (versão e encenação de Hélder Costa)
“O Baile”a partir da ideia de J.C. Penchenat e do filme de Ettore Scola
(encenação de Hélder Costa)
Em 1989 estreia-se como encenadora em “Menino da sua Mãe” textos de
Fernando Pessoa com a inclusão do inédito “Carta da Corcunda ao
Serrabeiro”.
A 27 de Dezembro do mesmo ano, inaugura o TeatroCinearte com a peça
“Margarida do Monte” de Marcelino Mesquita levada à cena pela Barraca com
encenação de Hélder Costa.
Em 1990 protagoniza a peça “Liberdade em Bremen” de Fassbinder.
Em 1991 dirige o espectáculo “Poesia em Lisboa” no Terraço do
TeatroCinearte.
Protagoniza “O Pranto de Maria Parda” de Gil Vicente, de cujo espectáculo
foi autora da dramaturgia, encenação e figurinos. Em 1992 o espectáculo
ganha o prémio internacional da Unesco para as Artes na Expo’92 de Sevilha.
Em 1992 produz o Ciclo Ionesco que estreou as peças “A Cantora
Careca”,“Macbett” e “O Rinoceronte”.
Em 1993 estreia a 12 de Outubro a Sala Estúdio do TeatroCinearte com a peça
“De Braços Abertos” original brasileiro de Maria Adelaide Amaral com
encenação de Fernanda Lapa.
“O Pranto de Maria Parda”, apresenta-se no 1º Festival das Nações do Chile
Em 1994 protagoniza a comédia “1ª Página”, de Ben Hecht e Charles Mac
Arthur.
“O Pranto de Maria Parda”, no Festival Internacional de Teatro de Bogotá e
Festival Orense da Venezuela.
Encena e protagoniza “Marly – a vampira de ourinhos”, original brasileiro de
Carlos Queiroz Telles.
Em 1995 protagoniza a peça “La Musica” de Marguerite Duras para a Rádio
Televisão Portuguesa, acompanhada pelo actor Sinde Filipe e realizado pelo
director Bento Pinto da França.
“O Pranto de Maria Parda”, no Festival Universitário de Cúcuta na Colômbia
e Venezuela, e no VI Festival de Artes Cénicas de S. Paulo, Brasil.
Em Abril de 1994 estreia “O Avarento”, de Moliére, encenada por Hélder
Costa.
“O Pranto de Maria Parda”, no Teatro de La Comune, a convite do Centro
Cultural Gulbenkian de Paris.
Digressão a Moçambique com “O Avarento” e “O Pranto de Maria Parda”, no
âmbito da Cena Lusófona.
Em 1996, faz a adaptação, dramaturgia e encenação de “O Último Baile do
Império”, a partir do romance de Josué Montello “O Baile da Despedida”,
com todo o elenco de A Barraca.
Protagoniza e realiza a direcção plástica da peça “Viva La Vida” de Hélder
Costa e César Oliveira.
Em 1997, faz a adaptação, encenação e protagoniza com Laura Soveral, a
peça “Xeque-Mate”, a partir do original de Anthony Schaffer “Sleuth”.
Encena a peça de Fassbinder “O Bode Expiatório”, com um elenco de jovens
actores onde se destaca Rita Lello, Pedro Tavares, Pedro Carraca, Gracinda
Nave, entre outros.
Em 1998, recital de poesia “Pessoalmente 4 poetas” com o qual já realizou
até hoje mais de 60 sessões em todo o país.
Participa e dirige plasticamente na Expo’98 com a peça “A Barca do Mundo”,
encenação de Hélder Costa para A Barraca.
Recitais de poesia no âmbito do programa “A Palavra do Dia” –Expo’98
Participação no filme de Margarida Gil “O Anjo da Guarda”.
Gravação da peça “O Pranto de Maria Parda” para a RTP.
Em 1999 protagoniza a peça “Um Dia Inesquecível” de Ettore Scola com
encenação de Hélder Costa.
Dramatiza a partir de textos de autores portugueses, encena e dirige
plasticamente a peça “Agosto – Histórias da Emigração” com todo o elenco
de A Barraca.
Inicia as gravações da Sitcom “Residencial Tejo” para a SIC.
Em 2000, na Barraca, protagoniza a peça “A Relíquia” de Eça de Queiróz
numa versão de António Victorino D’Almeida e encena e interpreta a peça “A
Balada do Café Triste” de Carson Maccullers; continua as gravações da
Sitcom “Residencial Tejo” para a SIC.
Inaugurou o novo consulado português no Rio de Janeiro com o espectáculo de
música e poesia intitulado “Versos Comunicantes”, feito a partir das relações
textuais de poetas brasileiros e portugueses.
Em 2001 encena na Barraca “Um Inverno Debaixo da Mesa”, de Roland
Topor, encena e interpreta “Havemos de Rir” de Maria Judite de Carvalho e
também o primeiro espectáculo para a infância da Barraca “Nós Temos os
Pés Grandes Porque Somos Muito Altas” de Carlos Santiago. Interpreta ainda
uma versão de “Pedro e o Lobo” de Prokoffiev sob a regência do maestro
António Victorino d’ Almeida
Em 2002 encena e interpreta o ciclo “P’la Mão de Gil Vicente”, no âmbito
das comemorações dos 500 anos sobre a primeira representação do mestre Gil
Vicente, que decorre entre Maio de 2002 e Março de 2003, composto por “A
Comédia de Rubena”, “O Velho da Horta”, “A Farsa de Inês Pereira” e “O
Auto das Fadas”.
Estreia ainda o espectáculo “António o dos Quadros” sobre a obra do poeta
António Quadros/João Pedro Grabato Dias, com Amélia Muge que compôs
canções do mesmo poeta.
Em 2003 protagoniza com Rita Lello “A Profissão da Srª Warren”, de Bernard
Shaw.
Participa no filme “Portugal S.A.” de Rui Guerra.
Estreou em Maio de 2004 o espectáculo sobre estórias da História do Teatro
intitulado “Ser e Não Ser”, de que é autora do texto e encenação.
Em 2005 estreou no S. Luiz o espectáculo “A Casa da Bernarda Alba”, de
Garcia Lorca, com encenação de Diogo Infante e Ana Luísa Guimarães.
Em 2006 estreou na Comuna “Todos os Caem” de Samuel Beckett, com
encenação de João Mota, premiado com um Globo de Ouro de interpretação.
Na Barraca estreou nesse ano o espectáculo “Felizmente Há Luar!” de Luis
de Sttau Monteiro com encenação de Helder Costa.
Em 2007 estreouna Barraca“A Herança Maldita”de Augusto Boal, com
encenação de Helder Costa, ainda neste ano estreou “Agosto – Contos da
Emigração”, espectáculo com dramaturgia e encenação suas.
Em 2008 estreou “Antígona” de Sófocles, espectáculo de que foi encenadora
e actriz, e fez parte do elenco do espectáculo “Obviamente Demito-o!” de
Helder Costa.
Em 2009 estreou “O Inspector Geral” de Nikolai Gogol de que foi encenadora
e actriz, e protagonizou “A Bicicleta de Faulkner” de Heather McDonald,
com encenação de Rita Lello.
Em 2010 foi a personalidade homenageada no FESTLIP – Festival de Teatro
de Língua Portuguesa, onde a Barraca esteve presente com o seu espectáculo
“Agosto – Contos da Emigração”. Neste mesmo ano foi ainda em digressão a
Macau com o mesmo espectáculo.
Em 2011 estreou “D.Maria, A Louca” de Antônio Cunha, um monólogo com
encenação sua. Em Setembro de 2012 fez uma digressão ao estado de Santa
Catarina e Rio de Janeiro com este espectáculo
Em 2013 estreou “ Menino de Sua Avó” de Armando Nascimento Rosa
No cinema destacam-se as suas participações nas longa-metragens "O Mal
Amado" e "A Guerra do Mirandum" de Fernando Matos Silva; "A Fuga", de Luis
Filipe Rocha, "Crónica dos Bons Malandros", de Fernando Lopes; "A Moura
Encantada", de Manuel Costa e Silva; "Saudades para D. Genciana" de Eduardo
Geada, “O Anjo da Guarda” de Margarida Gil, “Anthero - O Palácio da
Ventura”, de Zeca Medeiros, de entre outras longas, médias e curtasmetragens.
Em 1985 foi agraciada com a Ordem de Santiago da Espada e em 1994 com a
Ordem do Infante D. Henrique.
Recebeu a Medalha de Mérito Cultural da Camara Municipal de Cascais.
Foi-lhe atribuído o Prémio UNESCO para as Artes na Expo de Sevilha de 92 com
“O Pranto de Maria Parda” e o prémio de Melhor Actriz com os espectáculos
“Calamity Jane”, de Helder Costa e Maria do Céu Guerra, “Um dia na capital
do Império” de António Ribeiro Chiado, encenação de Hélder Costa, “É
Menino ou Menina?”, de Gil Vicente, encenação de Helder Costa.
Recentemente foi nomeada por 4 anos consecutivos para os Globos de Ouro na
categoria de melhor actriz de teatro, e venceu o prémio da categoria em
2006.
Em 2008 ganhou o prémio de Melhor Adaptação pelo Guia dos Teatro com
“Agosto - Contos da Emigração” e foi-lhe atribuído o prémio Carreira.
Em 2011 é distinguida com o Prémio Santareno de Teatro - "Interpretação"
2010/2011, atribuído pela Câmara Municipal de Santarem e o Instituto
Bernardo Santareno pelo desempenho na peça “D. Maria, a Louca” de
Antônio Cunha
É formadora do Curso Profissional de Interpretação no IDS – Instituto
Desenvolvimento Social.
Foi Professora do Departamento de Artes Cénicas da Universidade de Évora
Maio 2012
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MARIA DO CÉU GUERRA