‘ EBSERH E D I T R A APRESENTAÇÃO...........................................................................3 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO...........................................................5 1. Informações Literais e Inferências possíveis.................................6 2. Ponto de Vista do Autor................................................................7 3. Significado de Palavras e Expressões.........................................7 4. Relações entre ideias e recursos de coesão..................................8 5. Figuras de Estilo............................................................................9 QUESTÕES GABARITADAS...........................................................14 GABARITO.................................................................................23 APRESENTAÇÃO O curso de Língua Portuguesa para EBSERH tem como objetivo discutir os conhecimentos de língua pátria que são exigidos nos editais das diversas bancas organizadoras escolhidas para cada concurso dos hospitais universitários federais. Neste sentido, o curso foi dividido em quatro aulas. Para cada uma, há o conteúdo teórico e questões que são discutidas em vídeo. Cada aula aborda uma área específica de conhecimento: A primeira discute a Interpretação de Textos, observando os seguintes aspectos: informações literais e inferências possíveis; ponto de vista do autor; significação contextual de palavras e expressões; relações entre ideias e recursos de coesão; figuras de estilo. A segunda analisa a Ortografia, explorando o emprego das letras; a divisão silábica; a acentuação gráfica; os encontros vocálicos e consonantais e os dígrafos. Já a terceira traz as Classes de Palavras - substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos, advérbios, preposições, conjunções, interjeições. Faz-se a análise de conceituações, classificações, flexões, emprego e locuções. A última aula culmina com a Sintaxe, observando a estrutura da oração e do período; a concordância (verbal e nominal); a regência (verbal e nominal); a crase; a colocação de Pronomes e a pontuação. Por fim, farei uma sucinta apresentação sobre mim. Meu nome é Luzana Pedreira. Tenho formação em Letras Vernáculas com Inglês pela Universidade Católica do Salvador (UCSal) e em Administração de Empresas pela Faculdade Rui Barbosa. Fiz especialização em Gramática e Texto pela UNIFACS e cursos de extensão em Análise do Discurso na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 1987, iniciei minhas atividades docentes em colégios da rede particular de ensino, em Salvador-Ba, onde leciono gramática, técnicas de redação, compreensão e interpretação de textos e literatura. Desde 2000, leciono também em cursos preparatórios para concursos públicos, auxiliando diversos candidatos para os principais certames do país (Receita Federal, Tribunais de Contas, BACEN, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, INSS, Tribunais Regionais, Ministério da Saúde, dentre outros). Essa atividade, nos últimos anos, tomou praticamente toda a minha carga horária. Em 2013, passei a gravar aulas online para a área fiscal e para tribunais, tendo agora essa nova atividade como parte do meu dia a dia. Profª. Luzana Pedreira Neste curso será aplicada a consagrada e eficaz metodologia do Concursos PSI, o método DIRETO AO PONTO® que consiste na apresentação da síntese fundamental dos conteúdos estudados + destaque de pontos relevantes + apresentação de questões de concursos anteriores. Essa é a fórmula do sucesso! A persistência é o caminho do êxito. Charles Chaplin Prezado (a) Aluno(a): Esta é a primeira aula do nosso curso de teoria e questões comentadas para a EBSERH. Nesta aula, discutiremos a interpretação de textos, observando os seguintes aspectos: informações literais e inferências possíveis; ponto de vista do autor; significação contextual de palavras e expressões; relações entre ideias e recursos de coesão; figuras de estilo Comecemos com o conceito de texto. O texto é uma construção. Segundo Koch & Travaglia, o texto deve ser entendido como “uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou audição), que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ ouvinte, leitor), em uma situação de interação comunicativa, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente da sua extensão.” Isso significa que não é um amontoado de frases, mas um conjunto organizado, em que seja possível identificar partes e estabelecer relações entre elas e entre os elementos que as compõem. Perceber esse aspecto faz parte da compreensão do tema ou do assunto que sustenta qualquer texto. O texto mostra as ideias da sociedade e da época em que foi produzido. O texto “deve ser visto como uma sequência de atos de linguagem (escritos e falados) e não uma sequência de frases de algum modo coesas. Com isto, entram, na análise do texto, tanto as condições gerais dos indivíduos como os conceitos institucionais de produção e recepção, uma vez que estes são responsáveis pelos processos de formação de sentidos comprometidos com processos sociais e configurações ideológicas.” (Marcuschi, 1983:22) Todo texto também revela uma intenção. Quanto mais clara for a intenção para quem escreve, melhor poderão ser trabalhados os recursos pertinentes a cada estrutura. O sentido de um texto “é construído na interação texto-sujeitos (leitores/ouvintes). A leitura é, pois, uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos, que se realiza evidentemente com base nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior de um evento comunicativo.”(Ingedore Koch & Vanda Elias) Assim, a leitura é uma atividade que leva em conta as experiências e os conhecimentos do leitor. Ela exige bem mais do que o conhecimento linguístico, visto que um texto não é um mero produto da codificação de um emissor a ser decodificado por um receptor passivo. (idem) 1. Informações Literais e Inferências possíveis Um texto traz informações literais, presentes na superfície textual, mas também apresenta dados que exigem conhecimentos outros para a sua plena compreensão. Muitas vezes, o leitor reconhece e compreende as palavras de um texto, mas se mostra incapaz de perceber satisfatoriamente o seu sentido como um todo. Há elementos implícitos que precisam ser recuperados pelo leitor para a produção do sentido. A partir de elementos presentes no texto, estabelecem-se relações com as informações implícitas. Por isso, o leitor precisa estabelecer relações dos mais diversos tipos entre os elementos do texto e o contexto, de forma a interpretá-lo adequadamente. Algumas atividades são realizadas com esse objetivo. Entre elas está a produção de pressuposições, inferências ou subentendidos. Os pressupostos são ideias não expressas de maneira explícita, e sim por meio de palavras ou expressões contidas no texto. Esses pressupostos podem ser encontrados, no texto, por meio de indicadores linguísticos. A Pressuposição mostra um conteúdo que fica à margem da discussão, é a informação implícita. Assim, por exemplo, a frase “Aquele homem parou de ensinar ” traz a pressuposição de que ele ensinava antes. Nesse caso, a pressuposição é marcada linguisticamente pela presença do verbo “parar de”. Existem também pressuposições que não apresentam marca linguística; esses tipos de pressuposição denominam-se inferências ou subentendidos. As Inferências são informações que não precisam ser explicitadas no momento da produção do texto; são também chamadas de subentendidos. Observe o exemplo: “Maria foi ao curso e assistiu à aula.” Ao ter acesso a esse período, o leitor recupera os conhecimentos relativos ao ato de ir ao curso: no curso há carteiras, livros, cadernos; há professores que ministram as aulas, alunos que assistem às aulas. Enfim, isso não precisa ser dito explicitamente. Daí a importância das inferências na interação verbal. A retomada do texto através de inferências é feita com base em conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passa com os processos de informação literais. 2. Ponto de Vista do Autor Segundo Platão & Fiorin (Para entender o texto: leitura e redação), as frases ou os enunciados que lemos ou ouvimos chegam até nós como uma forma pronta e acabada, mas é evidente que esses enunciados não sugiram do nada: eles foram produzidos por alguém. Dessa forma, qualquer enunciado – aquilo que foi dito ou escrito – pressupõe alguém que o tenha produzido. Todo texto reconta um outro texto. O papel do leitor é perceber a posição do autor, suas intenções. A compreensão do texto não requer que os conhecimentos do texto e os do leitor coincidam, mas que possam interagir dinamicamente. (Alliende & Condemarín) Observando o texto narrativo, percebemos que o narrador não se confunde com o autor do texto ou com o escritor, tanto é verdade, que o narrador pode ser um personagem, aparecendo nos próprios enunciados. Há dois modos básicos de narrar: o narrador introduz-se no discurso, produzindo-o, então em primeira pessoa, ou ausenta-se dele, criando um discurso em terceira pessoa. O narrador em primeira pessoa é personagem do texto, conhece o fato por tê-lo vivenciado. Ele não tem acesso a sentimentos, pensamentos e intenções dos outros personagens, mas pode relatar suas percepções, seus sentimentos e pensamentos. É a forma ideal de explorar o interior de um personagem. O narrador em terceira pessoa pode assumir duas posições diante do que narra: 1. Ele conhece tudo, até os pensamentos e sentimentos dos personagens. Comenta, analisa e critica tudo. É como se estivesse presente a todos os acontecimentos e tudo visse. É chamado narrador onisciente (sabe tudo). 2. O narrador também conhece os fatos, mas não invade o interior dos personagens para comentar comportamento, intenções e sentimentos. Essa posição cria um efeito de objetividade ou de neutralidade. É como se a história se narrasse sozinha. Esse tipo é chamado de narrador observador. 3. Significado de Palavras e Expressões As palavras de uma língua não têm um significado único, correspondem a várias ideias, o que determina o valor de cada uma delas é o contexto, o sentido que queremos dar-lhes. Esses variados sentidos situam-se em dois planos: denotação e conotação, compreendendo dois aspectos: denotativo ou literal e conotativo ou figurado. A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Sentido conotativo ou figurado é aquele em que a palavra é usada em seu valor afetivo, contextual. Cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.