Exame de Qualificação | 22/09/2002
Neste caderno você encontrará um conjunto de 40 (quarenta) páginas numeradas seqüencialmente,
contendo 64 (sessenta e quatro) questões das seguintes áreas: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias. A tabela
periódica encontra-se na última página.
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Instruções
1. Verifique se o seu nome, número de inscrição, número do documento de identidade e língua estrangeira
escolhida estão corretos no cartão de respostas.
Se houver erro, notifique o fiscal.
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2. Ao receber autorização para abrir este caderno, verifique se a impressão, a paginação e a numeração
das questões estão corretas.
Caso ocorra qualquer erro, notifique o fiscal.
3. As questões de números 17 a 22 da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias deverão ser
respondidas de acordo com a sua opção de Língua Estrangeira: Espanhol, Francês ou Inglês.
4. Leia atentamente cada questão e escolha a alternativa que mais adequadamente responde a cada uma
delas. Marque sua resposta no cartão de respostas, cobrindo fortemente o espaço correspondente à letra
a ser assinalada; utilize caneta preta, preferencialmente, ou lápis preto nº 2, conforme o exemplo abaixo:
5. A leitora de marcas não registrará as respostas em que houver falta de nitidez e/ou marcação de mais
de uma letra.
6. O cartão de respostas não pode ser dobrado, amassado, rasurado ou manchado. Exceto sua assinatura,
nada deve ser escrito ou registrado fora dos locais destinados às respostas.
7. Você dispõe de 4 (quatro) horas para fazer esta prova.
8. Ao terminar a prova, entregue ao fiscal o cartão de respostas e este caderno.
Boa prova!
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Com base no texto abaixo, responda às questões de números 01 a 05.
01
02
03
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05
06
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Não sou arquiteto nem urbanista. Se há alguma coisa que me autorize a lhes falar e me qualifique a fazê-lo
será o fato de que, além de cineasta, sou um viajante que viu muitos lugares, que viveu e trabalhou em
diferentes cidades do mundo, que fixou sua câmera diante de numerosas paisagens – especialmente diante de
paisagens urbanas, mas também no campo, perto de fronteiras, sob cruzamentos de autopistas ou no deserto.
O cinema é uma cultura urbana. Nasceu no final do século XIX e se expandiu com as grandes metrópoles do
mundo. O cinema e as cidades cresceram juntos e se tornaram adultos juntos. O filme é a testemunha desse
desenvolvimento que transformou as cidades tranqüilas da virada do século nas cidades de hoje, em plena
explosão, febris, onde vivem milhões de pessoas. O filme testemunhou as destruições das duas guerras mundiais.
O filme viu os arranha-céus e os guetos engrossarem, viu os ricos cada vez mais ricos e os pobres, mais pobres.
O cinema é o espelho adequado das cidades do século XX e dos homens que aí vivem. Mais que outras artes,
o cinema é um documento histórico do nosso tempo. Esta que chamam de sétima arte é capaz, como nenhuma
outra arte, de apreender a essência das coisas, de captar o clima e os fatos do seu tempo, de exprimir suas
esperanças, suas angústias e seus desejos numa linguagem universalmente compreensível. O cinema é também
diversão, e a “diversão” é, por excelência, uma necessidade do cidadão: a cidade teve que inventar o cinema
para não morrer de tédio. O cinema se funda na cidade e reflete a cidade.
Todos vocês sabem a que ponto as cidades mudaram. Estas mudanças parecem se acelerar, e nós nos habituamos
tão bem a elas quanto à rapidez com que ocorrem. Mas não é só o nosso meio urbano que muda: “as imagens”
também mudam.
Pode-se até mesmo constatar que as imagens e as cidades conheceram um desenvolvimento semelhante,
talvez paralelo.
Se mostrar foi noutra época a missão primeira, a missão mais nobre das imagens, o seu fim parece ser cada
vez mais vender. Eu creio que as imagens seguiram uma evolução comparável e paralela àquela das nossas
cidades. Assim como elas, nossas cidades se superaram e continuam a fazê-lo. Como elas, nossas cidades se
tornaram cada vez mais frias, cada vez mais distanciadas. Como elas, nossas cidades são cada vez mais
alienadas e alienantes; como as imagens, as cidades nos constrangem a viver com freqüência cada vez maior
“experiências de segunda mão”, e têm uma orientação cada vez mais comercial. As pessoas são obrigadas a
partir para os bairros periféricos: os centros estão muito caros. Os centros estão ocupados pelos bancos e
hotéis, pela indústria do consumo e do espetáculo.
O que é pequeno desaparece. Em nossa época, só o que é grande parece poder sobreviver.
(Adaptado de WENDERS, W. A paisagem urbana. In: Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional , nº 23, 1994.)
Questão 0
1
01
O cinema é o espelho adequado das cidades do século XX e dos homens que aí vivem. (l. 10)
O período acima funciona como tópico do terceiro parágrafo porque:
(A) contrapõe-se à discussão que foi exposta pelo parágrafo anterior
(B) enuncia um conceito que será contestado pela frase final do parágrafo
(C) apresenta uma idéia que será desenvolvida no decorrer do parágrafo
(D) justifica a autoridade do enunciador que foi afirmada no primeiro parágrafo
2
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 0
2
02
O autor emprega um discurso marcadamente expositivo, mas que também recorre a figuras de
linguagem típicas da literatura, como a metonímia.
Um exemplo de metonímia está em :
(A) “O filme viu os arranha-céus e os guetos engrossarem,” (l. 9)
(B) “viu os ricos cada vez mais ricos e os pobres, mais pobres.” (l. 9)
(C) “Esta que chamam de sétima arte é capaz,” (l. 11)
(D) “Em nossa época, só o que é grande parece poder sobreviver.” (l. 29)
Questão 03
As pessoas são obrigadas a partir para os bairros periféricos: os centros estão muito caros. (l. 26 - 27)
O valor semântico que o trecho grifado apresenta em relação à parte inicial dessa frase é de:
(A) causa
(B) tempo
(C) finalidade
(D) conseqüência
Questão 04
Um dos procedimentos de coesão textual é o emprego dos pronomes para retomar idéias contidas em
palavras, orações ou mesmo períodos.
A alternativa em que se emprega o pronome sublinhado no processo de substituição de uma oração é:
(A) “O filme é a testemunha desse desenvolvimento que transformou as cidades tranqüilas” (l. 6 - 7)
(B) “Estas mudanças parecem se acelerar, e nós nos habituamos tão bem a elas quanto à rapidez com
que ocorrem.” (l. 16 - 17)
(C) “Se mostrar foi noutra época a missão primeira, a missão mais nobre das imagens, o seu fim
parece ser cada vez mais vender.” (l. 21 - 22)
(D) “Assim como elas, nossas cidades se superaram e continuam a fazê-lo.” (l. 23)
Questão 05
Todos vocês sabem a que ponto as cidades mudaram. (l. 16)
No período transcrito acima, revela-se uma importante estratégia argumentativa, cujo objetivo em
relação ao leitor é:
(A) identificá-lo com as idéias e opiniões do autor
(B) convencê-lo das crenças e motivações do autor
(C) apresentar-lhe o paralelo entre o cinema e a cidade
(D) sensibilizá-lo por meio de uma informação compartilhada
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Com base no texto abaixo, responda às questões de números 06 a 10.
01
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05
06
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Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, deixando o coração bater em pedras, dando areia,
cobra-d’água inocente, risos-líquidos, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da
escravatura pisaram.
(...)
Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de terra, gargantas de
negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legumes e verduras enchendo caminhões,
cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e
bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.
(...)
Cidade de Deus deu a sua voz para as assombrações dos casarões abandonados, escasseou a fauna e a flora,
remapeou Portugal Pequeno e renomeou o charco: Lá em Cima, Lá na Frente, Lá Embaixo, Lá do Outro Lado do
Rio e Os Apês.
Ainda hoje, o céu azula e estrelece o mundo, as matas enverdecem a terra, as nuvens clareiam as vistas e o
homem inova avermelhando o rio. Aqui agora uma favela, a neofavela de cimento, armada de becos-bocas,
sinistros-silêncios, com gritos-desesperos no correr das vielas e na indecisão das encruzilhadas.
Os novos moradores levaram lixo, latas, cães vira-latas, exus e pombagiras em guias intocáveis, dias para se
ir à luta, soco antigo para ser descontado, restos de raiva de tiros, noites para velar cadáveres, resquícios de
enchentes, biroscas, feiras de quartas-feiras e as de domingos, vermes velhos em barrigas infantis, revólveres,
orixás enroscados em pescoços, frango de despacho, samba de enredo e sincopado, jogo do bicho, fome,
traição, mortes, jesus cristos em cordões arrebentados, forró quente para ser dançado, lamparina de azeite
para iluminar o santo, fogareiros, pobreza para querer enriquecer, olhos para nunca ver, nunca dizer, nunca,
olhos e peito para encarar a vida, despistar a morte, rejuvenescer a raiva, ensangüentar destinos, fazer a
guerra e para ser tatuado. Foram atiradeiras, revistas Sétimo Céu, panos de chão ultrapassados, ventres
abertos, dentes cariados, catacumbas incrustadas nos cérebros, cemitérios clandestinos, peixeiros, padeiros,
missa de sétimo dia, pau para matar a cobra e ser mostrado, a percepção do fato antes do ato, gonorréias
malcuradas, as pernas para esperar ônibus, as mãos para o trabalho pesado, lápis para as escolas públicas,
coragem para virar a esquina e a sorte para o jogo de azar. Levaram também as pipas, lombo para polícia
bater, moedas para jogar porrinha e força para tentar viver. Transportaram também o amor para dignificar a
morte e fazer calar as horas mudas.
Por dia, durante uma semana, chegavam de trinta a cinqüenta mudanças, do pessoal que trazia no rosto e nos
móveis as marcas das enchentes. Estiveram alojados no estádio de futebol Mario Filho e vinham em caminhões
estaduais cantando:
Cidade Maravilhosa
cheia de encantos mil...
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.)
Questão 06
A transcrição dos versos cantados pelos moradores que chegavam à Cidade de Deus produz, no texto,
um efeito de:
(A) ênfase
(B) ironia
(C) reiteração
(D) fragmentação
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 0
7
07
Ainda hoje, o céu azula e estrelece o mundo, as matas enverdecem a terra, as nuvens clareiam as
vistas e o homem inova avermelhando o rio. (l. 13 - 14)
Na passagem acima, o último elemento da seqüência de verbos relacionados a cor e luz apresenta,
em relação aos anteriores, uma diferença quanto ao sentido.
Essa diferença está relacionada à seguinte atitude do homem:
(A) equilíbrio
(B) submissão
(C) destruição
(D) renovação
Questão 08
Aqui agora uma favela, a neofavela de cimento, armada de becos-bocas, sinistros-silêncios, com
gritos-desesperos (l. 14 - 15)
Na passagem acima, o emprego dos artigos e dos elementos modificadores produz um certo efeito.
Esse efeito pode ser descrito como:
(A) um recurso de transgressão da ordem direta da frase
(B) uma crescente especificação do substantivo “favela”
(C) uma progressiva ampliação dos marcadores adverbiais “Aqui agora”
(D) uma acentuada valorização dos vocábulos compostos como “becos-bocas”
Questão 09
As enumerações presentes no quinto parágrafo compõem um painel da vida na Cidade de Deus.
Essa composição está baseada, sobretudo, no seguinte procedimento narrativo:
(A) descrição de aspectos sociais da violência policial
(B) justaposição de símbolos religiosos de origens diversas
(C) referência a comportamentos próprios das grandes cidades
(D) reunião de elementos díspares do cotidiano daquela comunidade
Questão 1
0
10
O texto aborda formas de desigualdade social.
Uma dessas desigualdades pode ser depreendida da seguinte seqüência:
(A) “os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.” (l. 2 - 3)
(B) “carro de boi desafiando estradas de terra, gargantas de negros cantando samba duro,” (l. 5 - 6)
(C) “jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.” (l. 7 - 8)
(D) “remapeou Portugal Pequeno e renomeou o charco:” (l. 11)
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Com base no texto abaixo, responda às questões de números 11 a 13.
O PROBLEMA NÃO É A ESCASSEZ DE RECURSOS
03
Assessor da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Libânio diz que o levantamento sobre as
condições de vida no Rio demonstra que a relação da instituição com o Brasil se dará cada vez mais no campo
da informação e menos no de recursos financeiros.
04
O GLOBO:
01
02
05
Por que o Rio foi escolhido para ter o primeiro Relatório de Desenvolvimento
Humano de uma cidade?
10
JOSÉ CARLOS LIBÂNIO: Primeiro, pela oferta de recursos intelectuais, que permitiu não só a criação de
novos indicadores, como também desagregá-los. O Brasil foi o primeiro país a ter um índice para todas as
cidades. Com a experiência, resolvemos enfrentar o desafio de fazer o mesmo em nível local. O Rio foi
escolhido porque se destaca no imaginário nacional e mundial. Era preciso identificar suas peculiaridades e
talentos para planejar o seu futuro.
11
Em que situação de desenvolvimento humano o Rio se encontra?
12
15
LIBÂNIO: Olhamos para a vida carioca por diversos prismas e aparece uma cidade inusitada. Está entre as
quatro capitais com melhores condições de vida. Mas, se comparada a outras capitais, sofre uma intensa
desproporção de renda. Em termos de desigualdades, está em 11º. Fica claro que a dificuldade da cidade é a
repartição dos recursos. A Zona Sul, por exemplo, tem renda per capita cinco vezes maior do que a Zona Norte.
16
Os problemas do Rio atingem a todos da mesma maneira?
17
20
LIBÂNIO: A vantagem do relatório é justamente olhar a informação desagregada, fechando o zoom do
microscópio, para identificar onde a cidade está bem e onde não está. Médias, normalmente, mais escondem
do que revelam. Não podemos supor, por exemplo, que todas as áreas pobres da cidade têm as mesmas
condições de saneamento e acesso à água.
21
Como a ONU espera que o relatório seja aproveitado?
22
LIBÂNIO: O Brasil está se graduando junto à ONU e ao Banco Mundial. Isso significa que virão menos
recursos a fundo perdido destes dois organismos. Vai ser preciso que haja mobilização da sociedade, porque
vemos que o problema não é a escassez de recursos. A tendência é de que a ONU mande mais recursos para
África e Ásia. Para o Brasil, os recursos serão mandados em ordem decrescente. O país poderá continuar
contando com a ONU, mas a colaboração para o desenvolvimento se dará cada vez mais no campo da
informação e menos da mobilização dos recursos financeiros.
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(LIBÂNIO, José Carlos. O GLOBO, 24/03/2001.)
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 1
1
11
Por que o Rio foi escolhido para ter o primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano de uma cidade?
(l. 4 - 5)
A resposta do entrevistado à pergunta acima apresenta um problema interno de encadeamento ou
seqüenciação.
Esse problema ocorre porque:
(A) não existe uma relação de sentido entre as duas frases que encerram a fala
(B) emprega-se o termo “primeiro“ sem um outro termo que mostre a progressão
(C) falta uma ligação efetiva entre a resposta e o objetivo que a pergunta apresenta
(D) apresentam-se orações que se relacionam pelo conectivo “porque“ de forma inadequada
Questão 12
Fica claro que a dificuldade da cidade é a repartição dos recursos. (l. 14 - 15)
Logo após essa afirmação de Libânio, o entrevistador faz nova pergunta a ela relacionada.
De acordo com o sentido dessa pergunta e da resposta que lhe é dada, pode-se dizer que seu objetivo
seria levar o entrevistado a:
(A) levantar hipóteses
(B) expandir sua análise
(C) generalizar estatísticas
(D) contestar comparações
Questão 13
Médias, normalmente, mais escondem do que revelam. Não podemos supor, por exemplo, que todas
as áreas pobres da cidade têm as mesmas condições de saneamento e acesso à água. (l. 18 - 20)
O trecho transcrito acima critica um uso específico do seguinte método de raciocínio:
(A) dedutivo
(B) dialético
(C) indutivo
(D) silogístico
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Com base no texto abaixo, responda às questões de números 14 a 16.
BICHO URBANO
Se disser que prefiro morar em Pirapemas
ou em outra qualquer pequena cidade
do país
estou mentindo
ainda que lá se possa de manhã
lavar o rosto no orvalho
e o pão preserve aquele branco
sabor de alvorada
Não não quero viver em Pirapemas
Já me perdi
Como tantos outros brasileiros
me perdi, necessito
deste rebuliço de gente pelas ruas
e meu coração queima gasolina (da
comum)
como qualquer outro motor urbano
A natureza me assusta.
Com seus matos sombrios suas águas
suas aves que são como aparições
me assusta quase tanto quanto
esse abismo
de gases e de estrelas
aberto sob minha cabeça.
(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1987.)
Questão 14
esse abismo
de gases e de estrelas
aberto sob minha cabeça.
O vocábulo sob reforça o sentido da metáfora construída pelos três últimos versos.
Essa metáfora sugere o seguinte elemento característico das cidades grandes:
(A) multidão
(B) desordem
(C) diversidade
(D) profundidade
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 15
O eu poético justifica sua preferência pela cidade grande, apoiando-se em uma contraposição com a
vida na cidade pequena. Contudo, não mostra uma visão simplista, de separação entre um espaço
bom e outro mau.
Esse tipo de contraposição está exemplificado, no poema, pela menção a:
(A) obstáculos naturais e rebuliço das ruas
(B) sensação de perda e igualdade com outros brasileiros
(C) medo da natureza e conforto da vida na cidade grande
(D) elementos positivos da cidade pequena e necessidades pessoais
Questão 16
ainda que lá se possa de manhã
lavar o rosto no orvalho
A expressão sublinhada pode ser substituída, sem alteração do sentido básico, por:
(A) como
(B) embora
(C) visto que
(D) uma vez que
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS | ESPANHOL
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
ANHOL
| ESP
ESPANHOL
Com base no texto abaixo, responda às questões de números 17 a 20.
¿POR QUÉ SON IMPORT
ANTES LOS PPARCHES*
ARCHES*
IMPORTANTES
DE NA
TURALEZA EN LAS CIUDADES Y SUS BORDES?
NATURALEZA
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El habitante de la ciudad (urbanita) al no producir sus alimentos ha mutilado una de las relaciones más
fuertes que el hombre mantiene con la naturaleza, la de la interdependencia cotidiana. El alimento no sólo es
una necesidad básica sino la vinculación diaria más directa con la naturaleza (Moore Lappè, 2001), y en la
ciudad esa relación está intermediada por los supermercados.(...)
Sabemos poco y nada del funcionamiento de aquello que más afectamos: la naturaleza, y a pesar de esa
ignorancia colectiva es la ciudad y su gente la que moviliza ciertos nutrientes y agota otros, crea hábitats que
nunca existieron, hace transfluencias entre cuencas hídricas, aumenta la temperatura y manipula ecosistemas
dentro y fuera del aglomerado urbano.
La terrible ironía es que como parte de un sistema urbano somos absolutamente dependientes de producciones
de agua, suelo, aire limpio, materias primas y alimentos, y de servicios de descomposición de residuos
orgánicos y formación de suelos y no sabemos casi nada de cómo funciona esa maravillosa industria de
bienes y servicios que es la naturaleza.(...)
En algunos países se viene desarrollando una estrategia para mitigar esa ignorancia colectiva del urbanita
sobre la estructura y el funcionamiento de la naturaleza y en tal estrategia la herramienta más poderosa es la
RESERVA NATURAL EDUCATIVA URBANA (RNEU); el objetivo son los niños como transferidores
transgeneracionales hacia los adultos y la modalidad educativa pone énfasis tanto en la tarea concreta
(sembrar, transplantar, construir y reconstruir hábitats y refugios), como en la observación.
Una RNEU tiene como objetivo principal estimular un cambio en la sociedad urbana en cuanto a su modalidad
de comprender y relacionarse con la naturaleza.(...)
JORGE MORELLO
Grupo de Ecología del Paisaje, Centro de Estudios Avanzados, UBA
http://www.vidasilvestre.org.ar/urbano
* Parche - Pedazo de tela con un bálsamo que se pone sobre una herida para tratarla.
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS | ESPANHOL
Questão 17
El título del texto propone al lector una pregunta.
Se puede inferir su respuesta, aclarando que los espacios naturales junto a las ciudades son
importantes porque:
(A) constituyen cultivos y espacios de ocio de los urbanistas
(B) ofrecen bienes y servicios para la existencia de la comunidad urbana
(C) denuncian la ignorancia y explotación de los seres humanos en las ciudades
(D) producen los hábitats y ecosistemas naturales fuera de aglomerados urbanos
Questão 18
Al caracterizar el urbanita como dependiente de la naturaleza a pesar de sus actitudes de ruptura con
el medioambiente, el enunciador utiliza un recurso para comprobar y dar validez a su posición.
Respecto al tema, tal recurso consiste en:
(A) citar el discurso de un autor
(B) describir las medidas punitivas
(C) ejemplificar las soluciones de expertos
(D) cuestionar la perspectiva de ecologistas
Questão 19
Con base en lo leído, se puede inferir el objetivo de Morello al componer su texto y ponerlo en una
página de Internet.
Su objetivo se puede entender como:
(A) presentar el medio natural a los adultos
(B) aceptar un cambio en la sociedad actual
(C) difundir un programa de educación ecológica
(D) proteger a los niños de la transferencia de información
Questão 20
no sólo es una necesidad básica sino la vinculación diaria más directa con la naturaleza (l. 2 - 3)
El fragmento que transmite una idea de inclusión que se asemeja a la presentada arriba es:
(A) “a pesar de esa ignorancia colectiva es la ciudad y su gente la que moviliza ciertos nutrientes” (l. 5 - 6)
(B) “no sabemos casi nada de cómo funciona esa maravillosa industria de bienes” (l. 11 - 12)
(C) “se viene desarrollando una estrategia para mitigar esa ignorancia” (l. 13)
(D) “la modalidad educativa pone énfasis tanto en la tarea concreta (...), como en la observación.” (l. 16 - 17)
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS | ESPANHOL
Com base no texto abaixo, responda às questões de números 21 e 22.
ASÍ SE PRESENT
A EL FUTURO
PRESENTA
http://www.pasotes.com
Questão 2
1
21
La viñeta establece una contraposición entre dos planos de realidad.
Se puede describirlos como:
(A) el reino de sueño y de virtualidad / el ámbito científico
(B) la vida informatizada y solitaria / la existencia socializada
(C) la sociedad tecnológica y comercial / el ambiente campesino
(D) el mundo de investigación y de trabajo / la perspectiva artística
Questão 22
Así se presenta el futuro
Al observar la relación entre el título y la imagen del personaje sentado en el centro de la viñeta, se
concluye que la vida moderna puede llevarnos a:
(A) buscar nuevos tratamientos
(B) abandonar las comodidades
(C) retroceder a lo prehistórico
(D) necesitar clases de vocabulario
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS | FRANCÊS
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
| FRANCÊS
Com base no texto abaixo, responda às questões de números 17 a 20.
DES CENT
AINES DE MÉNAGES CHERCHENT TTOUJOURS
OUJOURS UN LOGEMENT
CENTAINES
01
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S’il fallait encore une preuve de l’acuité de la crise du
logement, la Ville de Montréal l’a obtenue en moins de
trois jours: son service téléphonique 868-GÎTE a répondu
à quelque 600 appels, tandis que son bureau d’aide de
la rue Saint-Antoine a reçu 500 citoyens depuis le début
de la semaine.
Ces deux services sont le fer de lance du programme mis sur
pied par la Ville pour aider ceux qui n’ont pas trouvé de
logement et craignent de se retrouver à la rue le 1er juillet.
Une cinquantaine de personnes font la queue pour visiter un
logement à louer.
12
On offre notamment aux plus pauvres un supplément au loyer, une aide financière qui limite le coût du loyer
à 25% du revenu total. Les locataires se voient attribuer une attestation qu’ils doivent présenter au propriétaire
du logement convoité.
13
Il semble que dans bien des cas, même cette mesure n’est pas suffisante.
14
“J’ai obtenu mon attestation lundi et je suis en recherche intensive, mais ça n’augure pas bien du tout,
affirme Emmanuel Diouf, d’origine sénégalaise et père d’un garçon de sept ans. Quand les propriétaires
entendent un accent africain et les cris d’un enfant en bruit de fond, ils me disent que l’appartement a été loué."
10
11
15
16
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18
Johanne Goupil et son fils Danick ont également obtenu une attestation de supplément de revenu. Dans leur
cas, ils doivent trouver un logement avant demain.
20
“Sinon, c’est la rue, précise Danick Goupil. Je regardais tout à l’heure un robineux avec son chien en train de
quêter: c’est ce qui m’attend si je ne trouve rien."
21
“Tout ce qu’on nous offre, ce sont des trous dans lesquels un chien ne voudrait pas vivre, dit Johanne Goupil."
22
Cette année, on devrait dépasser de loin le bilan du programme d’aide de l’été 2001, alors que la Ville avait
aidé 57 ménages à se reloger et 75 autres avaient pu entreposer leurs biens dans les locaux municipaux. C’est
qu’entre-temps, le taux d’inoccupation est passé de 1,4% à 0,6%, ce qui représente quelque 5000 logements
de moins sur le marché.
19
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24
25
À maintes reprises, la Ville de Montréal a assuré qu’aucun locataire ne se trouverait à la rue le 1er juillet.
Le conseiller responsable de l’habitation, Michel Prescott, a exhorté “tous les Montréalais" à participer à
l’opération. Les propriétaires qui ont des logements disponibles devraient les mettre en location, tandis que
les familles des sans-logis devraient les héberger, dit M. Prescott.
KARIM BENESSAIEH
http://www.cyberpresse.ca
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Questão 17
Pour faire face à la crise du logement, la Ville de Montréal a créé un programme d’aide aux locataires.
D’après le texte, cette mesure a le but suivant:
(A) offrir aux familles les plus pauvres un supplément au loyer
(B) stimuler l’hébergement des sans-logis chez leurs familles
(C) permettre la garde des biens des ménages dans des entrepôts
(D) satisfaire les besoins des propriétaires de logements disponibles
Questão 18
Tout ce qu’on nous offre, ce sont des trous dans lesquels un chien ne voudrait pas vivre, dit Johanne
Goupil. (l. 21)
Les logements proposés à la locataire peuvent être qualifiés comme:
(A) retirés
(B) mal famés
(C) dangereux
(D) inhabitables
Questão 19
Dans le but de résoudre les problèmes de logement, la mairie de Montréal essaie de stimuler une
participation active de la société.
L'alternative qui montre un exemple de cette participation c'est:
(A) diminution des prix des loyers
(B) mise en location des logements inoccupés
(C) utilisation du service téléphonique 868-GÎTE
(D) contribution financière au programme d'aide de l'été 2002
Questão 20
La proposition exprimant l'idée de temps est indiquée dans l'extrait ci-dessous:
(A) “Ces deux services sont le fer de lance du programme mis sur pied par la Ville pour aider ceux qui
n’ont pas trouvé de logement” (l. 7 - 9)
(B) “Il semble que dans bien des cas, même cette mesure n’est pas suffisante.” (l. 13)
(C) “Quand les propriétaires entendent un accent africain et les cris d’un enfant en bruit de fond, ils me
disent que l’appartement a été loué.” (l. 15 - 16)
(D) “Je regardais tout à l’heure un robineux avec son chien en train de quêter: c’est ce qui m’attend
si je ne trouve rien.” (l. 19 - 20)
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Com base no texto abaixo, responda às questões de números 21 e 22.
KAZE
http://www.kazedu9.org
Questão 2
1
21
D’après la lecture de la bande dessinée, l’appelation des cafés est, généralement, définie par:
(A) les patronymes des propriétaires
(B) les préférences des habitués
(C) les lieux environnants
(D) les noms des rues
Questão 22
Dans la dernière vignette de la bande dessinée on observe un changement.
Ce changement concerne l’opposition suivante:
(A) la ville x l’intérieur du café
(B) le nom du café x l’activité de la clientèle
(C) l'emplacement des immeubles x les lieux publics
(D) le point de vue du dessin x l’observation du personnage
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS | INGLÊS
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
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Com base no texto abaixo, responda às questões de números 17 a 20.
URBAN AGRICUL
TURE
AGRICULTURE
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
After the Industrial Revolution, urbanites became separated from nature, confined as they were to narrow
indoor spaces, and prevented from feeling the soil under their feet by modern transportation and urban
infrastructures. The residence and the workplace became separated. Although the urban sprawl spread to
consume many formerly rural spaces, some green areas persisted inside metropolitan areas.
The first type of planned urbanization created to bring people closer to nature was the garden city of the
nineteenth century, designed for low population densities. Small houses were surrounded by a garden and
public green spaces were conceived for the whole urban community. Several neighbourhoods and towns were
built according to this design in France, Germany, the United Kingdom and the United States, usually directly
linked to heavy industries and well-known private enterprises (...). By the end of the century, the Spanish
visionary Arturo Soria y Mata expressed his notion of the ideal city through a particular form of garden city,
i.e. linear in shape (...). Residences were surrounded by woodland and had horticultural spaces and family
gardens. The British planner Ebenezer Howard theorized a concentric model of a garden city, similar to the
satellite towns and green belts of twentieth-century cities.
Even so, urban agriculture was seen as an oxymoron until the 1980s. With the evolution of environmental
sciences, urban planners began to emphasize the importance of interrelationships between human beings and
nature. Urbanites could appreciate the immutable cycle of seasons that our ancestors had marvelled at, before
the age of artificiality and machines. In most cities, home gardens remained the only bond with nature, and
nurturing small livestock or pets, together with watering, fertilizing and cropping fruit plants, or tending
spices, vegetables and medicinal plants, enhanced the well-being of urbanites. Today, as some Western European
and North American urban populations increasingly seek out green space, cities are being transformed,
spreading through the countryside, intertwining built-up and farming spaces (…).
The cities of the third millennium will be the responsibility of concerned citizens, who aim to stimulate and
enhance the well-being of humankind through promotion of contact between humans and nature. (…)
ISABEL MARIA MADALENO
http://www.fao.org
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Questão 17
According to the text, man has always been fond of nature.
The fragment which best expresses this feeling is:
(A) “confined as they were to narrow indoor spaces,” (l. 1 - 2)
(B) “The residence and the workplace became separated.” (l. 3)
(C) “urban populations increasingly seek out green space,” (l. 20)
(D) “The cities of the third millennium will be the responsibility of concerned citizens,” (l. 22)
Questão 18
The ideas in the text are organized in a logical way.
The author arranges them according to one of the following criteria:
(A) time
(B) place
(C) manner
(D) importance
Questão 19
For the author, one of the biggest challenges of the millennium has to do with:
(A) rural populations
(B) ecological awareness
(C) migratory movements
(D) agricultural machinery
Questão 20
After the Industrial Revolution, urbanites became separated from nature, confined as they were to
narrow indoor spaces, and prevented from feeling the soil under their feet by modern transportation
and urban infrastructures. (l. 1 - 3)
The underlined words refer to an element of the city which means the following:
(A) plants
(B) suburbs
(C) machines
(D) residents
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Com base no texto abaixo, responda às questões de números 21 e 22.
http://us.news2.yimg.com
Questão 2
1
21
The telemarketing operator in the comic strip makes use of a strategy to achieve his goal.
This strategy consists of:
(A) avoiding problems in the future
(B) allowing calls during dinner hour
(C) identifying the purpose of the caller
(D) showing the usefulness of the product
Questão 22
The man looks angry probably because of two of the following reasons:
(A) he does not know “Caller I.D.” and his wife is impatient
(B) this is not a local telephone call and his wife is looking at him
(C) this is not the first call from “Caller I.D.” and his dinner is interrupted
(D) he does not enjoy talking on the phone and his dinner is getting cold
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Exame de Qualificação | 22/09/2002