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ROMANTISMO E REALISMO NO ENSINO MÉDIO
Raquel de Oliveira Sacramento 1
Márcia Cristina Bento Zanoteli 2
Cristine Simone de Freitas Souza 3
Resumo
O projeto desenvolvido nas turmas da segunda série do ensino médio da Escola
Estadual Ordem e Progresso, pelos bolsistas da Capes, no Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação à Docência, teve como objetivo discutir com os alunos o campo da
literatura. Foram elaborados, para tanto, projetos que visam uma discussão crítica acerca
da sociedade atual e seus valores, naquilo que se aproximam e se afastam dos séculos
XVIII e XIX, focando nos períodos denominados Romantismo e seu sucessor, o
Realismo. Os pibidianos, orientados pela professora Cristiane Simone, esperavam criar
momentos de reflexão dentre as inúmeras possibilidades que a literatura oferece e
suscitar o interesse dos alunos ao apresentarmos os fatos literários de forma criativa e
inovadora. Na primeira etapa do projeto, em que o enfoque estava no período
romântico, os alunos foram instigados a produzirem uma paródia musical em que as
características principais do movimento fossem abordadas. Após a socialização do
material produzido pelos discentes, passou-se a discussão de algumas obras românticas
clássicas, sobre estas, os alunos, divididos em grupos, produziram um jogo didático. A
importância de considerarmos os gêneros do discurso no ensino da Língua Pátria
ressaltada por Lopes (2011) foi considerada ao utilizarmos os gêneros conto e notícia
para trabalhar com o Realismo, uma vez que, seguindo uma lista de sugestões, cada
aluno exercitou a produção textual ao produzir uma notícia baseada nos textos literários.
As propostas foram bem recebidas pelos discentes, o que evidenciou a necessidade de
os educadores buscarem, considerando a realidade da escola, novas maneiras de
alcançar os alunos.
Palavras-chave: Ensino de Literatura. Realismo. Romantismo.
1
Autora. Graduanda em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Bolsista da Capes
no Pibid. [email protected]
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Coautora. Graduanda em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Bolsista da
Capes no Pibid. [email protected].
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Coautora. Graduada em letras pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Professora da
Escola Estadual Ordem e Progresso. Professora Supervisora Bolsista da Capes no Pibid.
[email protected]
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1 Introdução
Compreende-se como romantismo um movimento artístico, político e filosófico
surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa, que teve uma durabilidade por
grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao
racionalismo e ao iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os
estados nacionais na Europa.
É um período estilístico, consoante à nova conceituação e
terminologia, e a perspectiva sintética, que tendem a vigorar
doravante na historiografia literária. É, ademais, um conjunto
de atividades em face da vida, e um método literário.
(COUTINHO, 2004).
A fase romântica rompeu com a tradição clássica, imposta pelo período árcade, e
apresentou novas concepções literárias, dentre as quais podemos apontar: a observação
das condições do estado de alma, das emoções, da liberdade, desabafos sentimentais,
valorização do índio, a manifestação do poder de Deus, através da natureza acolhedora
ao homem, à temática voltada para o amor, para a saudade e o subjetivismo.
A pesquisa e a reflexão são objetivos relevantes para a criação de um projeto
didático, para aplicar em sala, em turmas de 2º ano do Ensino Médio, de forma
alternativa e para quebrar a rotina das mesmas atividades e materiais propostos a eles.
Os alunos gostam de coisas inovadoras, que os estimulem a estudar um determinado
conteúdo, algo divertido. Desta forma, a etapa do Romantismo foi pensada de maneira
em que os alunos se interessassem pelo assunto e ficassem instigados a aprimorar seus
conhecimentos sobre tal período. Uma vez que Cardoso (1995) afirma que:
É fundamental manter um ambiente de alegria e de lucidade na
classe. Sem humor, o educador não experiência o encontro
existencial com o educando e bloqueia o próprio processo de
ensino-aprendizagem. A educação tradicional colocou as
virtudes: atenção, dedicação e responsabilidade como
incompatíveis com a alegria e descontração.
Os professores, em geral, baseiam-se nos livros didáticos para elaborarem suas
aulas e atividades em sala, além disso, esse material auxilia no comprimento do
conteúdo didático proposto pelos parâmetros da LDB (Lei de Diretrizes e bases). No
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entanto, no cotidiano escolar, pode-se perceber que o livro não é suficiente para instigar
a curiosidade dos alunos frente aos conteúdos trabalhados em sala.
Os temas escolhidos para serem trabalhados na segunda etapa do projeto foram
os Períodos Literários do Realismo e Naturalismo, baseamo-nos nas definições de
Cereja e Magalhães (2005) para tratarmos os temas. Os autores dizem que: “Embora o
Realismo e o Naturalismo tenham objetivos diferentes, ambas as tendências se
aproximaram no projeto de Observar, documentar e denunciar a realidade social”. O
projeto, portanto, tinha como objetivo fazer com que o aluno percebesse o texto literário
de forma crítica ao produzirem uma notícia baseada em alguma das famosas obras
realistas por nós indicada.
Durante a execução desta etapa enfocamos ainda a questão da diferença de
gêneros literários, tendo em vista a importância de os discentes serem capazes de ler e
produzir textos em diferentes gêneros. Pois, de acordo com Lopes (2011) “(...) os
gêneros são compreendidos como práticas de linguagem, como ações sociais, e a análise
do funcionamento dos gêneros é uma espécie de chave para entender os modos de
participação dos sujeitos nas ações da comunidade”.
Iremos, portanto, mostrar neste artigo como foram as partes pragmáticas do
projeto “Romantismo e Realismo no Ensino Médio”, salientando as percepções de todos
os envolvidos no processo – supervisores do PIBID, bolsistas do PIBID e alunos do 2º
ano do Ensino Médio. Os momentos de trabalho em sala de aula ocorreram às quintasfeiras, dia em que a professora Cristiane tem aula de literatura, com todas as turmas do
2º ano da escola.
2. Desenvolvimento da Primeira Etapa
O uso dos recursos tecnológicos na escola torna o ambiente mais dinâmico,
atrativo e prazeroso, contribuindo significativamente com a qualidade do ensino e da
aprendizagem, é importante que o professor entenda isso, e use desses recursos para
melhorar a sua aula. Assim sendo, depois de todo período de preparação, em que nos
dedicamos à elaboração do projeto, partimos para a etapa de aplicação. No primeiro
momento, as cinco turmas com as quais a professora Cristiane trabalha, foram levadas
em seus devidos horários para a sala de multimídia da escola, onde apresentamos a eles
nossa proposta de trabalho. Nós nos apresentamos enquanto bolsistas do PIBID de
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língua portuguesa e explicitamos a importância da parceria entre as universidades e as
escolas fomentadas pelo projeto, além de mostramos nossos objetivos e expectativas em
relação ao desenvolvimento das atividades. Também explicamos o conceito de paródia e
relembramos as características do romantismo, as quais já haviam sido discutidas com a
professora em sala de aula. Todas as etapas do projeto, inclusive as datas previstas para
realização, foram explicadas neste dia. Usando o tema escolhido, o Romantismo, como
dito anteriormente, indicamos 2 livros e 2 filmes antes da nossa apresentação aos
alunos, para que os mesmos já estivessem inteirados do assunto.
Com os recursos didáticos, livros e filmes, indicados aos alunos, escolhemos
duas propostas de trabalho, a primeira foi à construção de uma paródia, para a qual os
alunos poderiam pegar qualquer melodia conhecida, de qualquer música, ou até mesmo
criar uma e, em cima da mesma, criar uma letra de música, tendo como tema o
Romantismo. A letra por eles composta deveria conter as três fases do romantismo, sua
história dentro e fora do Brasil, bem como suas principais características.
Seguindo a linha de nossa proposta de projeto, depois da paródia escrita e
corrigida, os alunos iriam criar um vídeo em que todos teriam que estar presentes na
composição de conteúdo. No entanto, a elaboração do vídeo e a escolha de locais,
figurinos, cenas e cinematografias ficariam por conta da escolha dos próprios alunos, a
proposta é de deixar suas ideias fluírem, para que o produto final tenha a “cara do
grupo” e ao mesmo tempo ampliassem seus conhecimentos. Ao término do trabalho os
alunos deveriam gravar duas cópias em CD e entregar aos Pibidianos de letras.
Além da paródia, foi pedido aos alunos que criassem um jogo didático, e este
jogo poderia ser uma reprodução de quaisquer jogos que eles conhecessem. Logo, teria
de conter caixa, tabuleiro, regras de jogo, manual de instrução, cartas com o comando
do jogo e dois dados de seis faces. O tema do jogo também seria o Romantismo, mas
dessa vez teriam que utilizar os conteúdos e/ou ideias dos livros Senhora e Lucíola (José
de Alencar), do filme “Moulin Rouge” (Braz Luhrmann) e da adaptação
cinematográfica de “Orgulho e Preconceito” (Jane Austen) para fortalecimento do
aprendizado da turma, podendo assim, ser jogos de perguntas e respostas, comparando
as obras literárias com as cinematográficas, ao mesmo tempo em que englobasse o
Romantismo, isso dependeria da criatividade de cada aluno. Lembramos-lhes ainda, que
iríamos avaliar o conteúdo, o objetivo do jogo, a clareza das questões por eles
produzidas, dentre outras questões que serão explicitadas aqui posteriormente.
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Dividimos as turmas em cinco grupos, cada grupo deveria conter entre 8 a 10
alunos, dependendo do número de estudantes na turma. Para finalizar o encontro,
mostramos aos alunos um vídeo produzido pelo humorista Marcelo Adnet chamado
“Gaiola das cabeçudas” com o objetivo de exemplificar a paródia, uma vez que o vídeo
transmite de maneira humorística conhecimentos culturais no ritmo de funk.
Uma semana depois, nos reunimos novamente com os alunos, focando na
primeira proposta de trabalho, a paródia. Neste encontro, eles deveriam nos mostrar as
ideias que tiveram, tais como a música a ser parodiada e um esquema da letra que
desejavam colocar no ritmo. A grande maioria dos grupos já tinha se decidido, no
entanto, alguns ainda estavam indecisos quanto à canção que iriam parodiar. O papel
dos pibidianos nesta etapa foi o de revisar as letras que já estavam prontas, observando
se atendiam ao objetivo da atividade e dando sugestões para enriquecer o trabalho.
Além disso, neste momento foram discutidas com os grupos as ideias para a gravação
dos vídeos e os materiais que seriam necessários. Ao final desta aula, poucos foram os
grupos que ainda precisavam trabalhar em suas letras e melodias.
Na semana seguinte, no dia 29/05, os alunos apresentaram à professora Cristiane
uma prévia do trabalho, já com letras e melodias juntas, para que ela pudesse avaliar e
ajustar evitando posteriores problemas para a gravação dos vídeos, que seriam
apresentados no final. Os ajustes finais foram realizados com sucesso, uma vez que a
programação para as gravações já estavam prontas e planejadas, para que eles
estivessem, com os trabalhos finalizados no dia programado para a apresentação final.
No dia 05/06, os alunos foram novamente conduzidos à sala de multimídia da
escola para apresentarem seus trabalhos, cada turma no seu devido horário de aula da
Língua Portuguesa. Todos levaram seus vídeos gravados em CDs, e como já havíamos
pedido a eles que testassem as mídias para que não tivéssemos problemas, a
apresentação foi bastante interessante e criativa. Percebemos que, de uma forma geral,
houve muito empenho na participação do projeto, sendo o resultado excelente. O clima
de descontração predominou durante a exibição dos vídeos, uma vez que deixamos livre
aos alunos, o uso da ironia e dos ritmos musicais.
Para colocar em prática a segunda atividade que havíamos proposto, nos
reunimos com os alunos na quarta-feira seguinte (12/06), para elaborarmos os jogos
didáticos, com os quais eles iriam trabalhar as obras pertencentes ao período romântico.
Os mesmos grupos que haviam produzido as paródias se reuniram para elaborar os
jogos, para isso, dissemos a eles que podiam se inspirar em jogos de tabuleiro já
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consagrados no mercado, tais como “Imagem e ação”, “Perfil”, “Jogo da vida”, “Jogo
da memória”, etc. Em posse destas informações, os grupos definiram o tipo de jogo e
como fariam para produzir, considerando que precisavam usar as obras por nós
indicadas.
O sexto e último momento foi à entrega dos jogos, no dia 19/06, quando os
grupos levaram os trabalhos. Para que nos ajudassem na avaliação, trocamos os jogos
entre os grupos. Enquanto os alunos jogavam, os pibidianos e a professora Cristiane
circulavam entre os grupos para observarem o andamento dos jogos. Após algum
tempo, fizemos perguntas aos grupos tais como:
•
O objetivo foi cumprido?
•
As questões estão claras?
•
O jogo foi criativo?
•
As regras estão claras?
•
O jogo está trabalhando bem o movimento literário do Romantismo?
Depois de questionarmos aos alunos sobre os jogos e se os mesmos estavam
seguindo os requisitos propostos, nós “pibidianos”, nos reunimos para avaliarmos, esta
englobando todo o processo e levando em conta o ponto de vista dos grupos sobre os
trabalhos dos colegas e, por fim, a nossa opinião sobre toda a realização e o
procedimento dos alunos na execução e construção de seus jogos.
3 Desenvolvimento da Segunda Etapa
Nesta segunda etapa, passado o momento de planejamento, ocorreu o primeiro
encontro do semestre com os alunos, no qual apresentamos o projeto. Mostramos a eles,
através de apresentação de slides, quais eram nossos objetivos com o projeto e como ele
deveria ser executado. Discutimos com eles ainda, o cronograma de atividades, para que
eles ficassem cientes dos prazos que teriam.
A princípio perguntamos aos alunos sobre as características do movimento
literário do romantismo, o qual foi trabalhado com eles, por nós no primeiro semestre de
2013. Esse momento foi importante para que obtivéssemos um feedback do trabalho
que já havíamos realizado. O retorno obtido foi satisfatório, posto que os estudantes nos
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dissessem com bastante agilidade, as características do romantismo.
Após
relembrarmos o romantismo, passamos para a explicação do movimento realista,
mostramos a eles as características, as principais obras do período, bem como as
pinturas que também retratavam o movimento.
Com a finalidade de explicar o projeto que seria desenvolvido por eles, lhes
apresentamos o gênero jornalístico, especificamente a notícia. Além de mostrar as
características textuais do gênero, exibimos exemplos de notícias sobre o movimento
social “Black Bloc” em diferentes suportes. O que serviu para que percebessem as
especificidades requeridas por cada suporte – jornal escrito, blog e jornal televisivo.
Para finalizar o encontro, entregamos a eles o conto “A cartomante” de Machado
de Assis e solicitamos que este fosse lido por eles, para discutirmos na próxima aula.
Pedimos que, ao realizarem a leitura, prestassem bastante atenção afim de que fossem
capazes de perceber os traços específicos do realismo no conto.
No segundo encontro com os alunos, perguntamos a eles se conseguiram realizar
a tarefa por nós solicitada na semana que se passara. A maioria afirmou que leu o conto,
no entanto, muitos afirmaram que não haviam compreendido bem o texto. Por causa
disso, resolvemos realizar uma leitura em conjunto com os alunos, com o intuito de
ajudá-los a compreender o texto.
A professora Cristiane foi pedindo aos alunos que lessem em voz alta o texto, de
tempos em tempos, parávamos a leitura e lhes perguntávamos o que eles haviam
entendido. Fomos auxiliando-os na compreensão ao fazermos perguntas específicas e
trazermos o conto para a realidade deles. Conseguimos perceber que, quanto mais
líamos, mais eles se interessavam e entendiam o conto de Machado de Assis. Os alunos,
de uma forma geral, participaram deste momento e conseguiram ter um pensamento
crítico sobre o assunto, posto que percebesse o quanto a história contada pelo autor, era
próxima dos noticiários sensacionistas da televisão.
Ao término da leitura do conto, pedimos a eles que relessem o texto para a
próxima semana, afim de que fosse possível a realização de uma atividade sobre o
mesmo.
Com o intuito de exemplificar o projeto que eles fariam, propomos aos alunos
que construíssemos uma notícia com base no conto “A cartomante” em conjunto na sala
de aula. Para que a atividade fosse bem organizada e possibilitasse uma avaliação mais
individual dos alunos, fomos sorteando a ordem de participação, munidos da lista de
chamada.
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Assim, o primeiro aluno sorteado deveria escolher a manchete da notícia. O
segundo, por sua vez, ajudar na construção do lead e assim, sucessivamente. Neste
momento, percebemos que os alunos conseguiram assimilar o conteúdo sobre o gênero
textual da notícia, uma vez que, os mesmos foram capazes de elaborar um texto
noticiando os acontecimentos narrados no conto de Machado de Assis.
Ao final, mostramos aos alunos uma notícia, construída pelos pibidianos, a qual
também referia o conto, para que eles pudessem perceber que eram capazes de fazer um
bom trabalho. Reafirmamos os passos do trabalho que eles deveriam produzir, os quais
seriam:
•
Decidir em grupo qual seria o suporte escolhido por eles para a apresentação das
notícias.
•
Analisar a lista de sugestões de obras realistas, a qual seria disponibilizada por
nós no e-mail oficial da turma.
•
Escolher entre um conto, um filme ou um livro dentre as obras listadas para
utilizar como base na criação da notícia.
•
Produzir uma notícia baseada na obra escolhida, considerando os aspectos do
realismo, as características do gênero notícia e as especificidades do suporte.
•
Enviar por e-mail para um dos pibidianos com o texto pronto, para que este seja
lido e devolvido com as devidas sugestões.
•
Adequar o texto às sugestões dos pibidianos e da professora.
•
Agrupar todos os textos produzidos pelos integrantes do grupo, de acordo com o
suporte escolhido.
Passada uma semana do último encontro com os alunos, nós começamos a
receber os textos produzidos pelos alunos por e-mail. Entendemos que, agindo dessa
maneira, poderíamos atender a cada estudante individualmente, e, assim, poder avaliar
seu desempenho e nosso projeto.
Utilizamos a ferramenta de revisão do Word para fazer as devidas sugestões,
como o objetivo de aprimorar a produção textual, considerando para tanto os aspectos
que havíamos solicitado. Uma parte dos alunos corrigiu o texto e nos o enviou
novamente para reavaliação.
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Foi combinado com os alunos um dia para a etapa de apresentação de seus
trabalhos. Cada aluno apresentou um breve resumo da obra com a qual trabalhou e
como construiu sua notícia, eles disseram ainda quais foram às características realistas
que encontraram no texto por eles trabalhado.
Os grupos que optaram por fazerem jornais escritos foram orientados a nos
entregar alguns exemplares para que pudéssemos acompanhar a apresentação. Aqueles
que desejaram apresentaram um jornal no formato televisivo projetaram o vídeo para a
turma e nos entregaram o material gravado em CD. Já os grupos que preferiram fazer
um blog, fizeram um print na página on line para nos explicar a organização que foi
feita, além disso, eles nos passaram o link de seus respectivos blogs, para que
pudéssemos avaliar mais detalhadamente.
5 Conclusão
Os alunos do 2º ano da Escola Ordem e Progresso foram muito participativos e
com essa motivação ficamos muito gratificados pela receptividade do projeto, ao
vermos o êxito nas apresentações. Além da avaliação do próprio projeto, a professora
Cristine, incluiu na prova bimestral conteúdos relacionados ao período literário por nós
estudados, e, percebeu que, em sua maioria, os alunos assimilaram o Romantismo de
forma bastante satisfatória.
De modo geral, notamos que cada turma teve suas dificuldades ao pensar uma
forma criativa e de superação de seus limites e também tiveram seus acertos e alcance
de objetivos. Assim, tentamos ajudar ao máximo na criação dando dicas e orientações,
visando que todos os grupos obtivessem êxito em suas atividades, para que ninguém
saísse prejudicado.
Outro ponto positivo do projeto por nós percebido foi o fato do trabalho ter
envolvido alunos que, em geral são desinteressados com as matérias regulares da escola.
Pudemos notar também que eles ao mesmo tempo em que se divertiam, e desfrutavam
dos seus produtos finais, estavam aprendendo e que o Pibid contribui para que a
criatividade dos alunos fosse explorada. Principalmente, no que diz respeito aos
estudantes que apresentam certa resistência ao formato formal da educação. Os bolsistas
envolvidos puderam se aproximar mais dos alunos e de suas realidades com o projeto,
pois como diz Barreiro (1990):
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Diferentemente do livro didático e outros recursos, os quais se
presumem que o professor tem o maior conhecimento (o que
implica uma relação de desequilíbrio entre os dois
interlocutores, alunos e professor) a musica permite fazer
surgir em classe uma relação pedagógica distinta, igualitária e
mais construtiva.
A aplicação e desenvolvimento da segunda etapa do projeto foi uma experiência
que nos colocou, como futuros professores, em contato direto e constante com as
produções de texto dos alunos do 2º ano da Escola Estadual Ordem e Progresso.
Tivemos a possibilidade de trabalhar com os alunos a existência de mecanismos
específicos de separação dos gêneros literários e textuais, através das abordagens de
contos do Realismo/Naturalismo e do gênero jornalístico (notícia). Além disso, em sua
maioria, os discentes, foram capazes de perceber as diferenças entre os períodos
literários por nós abordados, tal como diz Eça de Queiroz:
[...] o Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo é
a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos
pinta a nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que
saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenarmos o
que houve de mal na sociedade.
Os alunos conseguiram perceber as obras literárias como um conjunto de valores
ideológicos e visões de uma época, e compreenderam também, que o contexto em que
vivem colabora para a construção do significado dos textos transformados em notícias.
Nosso objetivo - que os alunos questionassem os valores e motivos dos personagens dos
contos lidos a partir da compreensão do contexto histórico e da biografia do autor e
refletissem sobre a maneira que a sociedade atual aborda e lida com os mesmos temas
propostos nas obras literárias foi alcançado com sucesso.
A universidade, juntamente com a experiência docente do Pibid, proporciona a
nós, alunos de licenciatura, uma visão reflexiva a respeito do papel do professor como
facilitador e não fonte de conhecimento. Passamos então a pensar nosso fazer docente,
de forma que as atividades propostas envolvam os alunos efetivamente como
protagonistas do processo de aprendizagem.
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Referências
ASSIS, Machado de. Contos. 14. ed. Série Bom Livro. São Paulo: Ática, 1990.
BARREIRO C.M. Las canciones como refuerzo de lãs cuatro destrezas, em Bello, P.
A. Feria, et al. Didáctica de lãs segundas lengua. Estratégias y recursos básicos. Madrid:
Santillena, 1990.
CARDOSO, C. M. A canção da Inteireza: uma visão holística da educação. São Paulo:
Summus, 1995.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira:
ensino médio. 3. Ed. São Paulo: Atual, 2005.
COUTINHO, Afrânio; COUTINHO, Eduardo de Faria. A literatura no Brasil: Era
romântica. 7 Ed. rev. e atual; Global Editora: São Paulo, SP, 2004.
LOPES, Maria Ângela Paulino Teixeira. Estratégias de textualização em gêneros
opinativos: Uma aplicação didática. Belo Horizonte: PUC Minas, 2011.
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