XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 ANÁLISE DE MODELOS MATEMÁTICOS PARA PIEZORESISTORES DE DIAMOND-LIKE CARBON Marina Geremia – [email protected] Rodrigo Couto Moreira– [email protected] Alberto Moi – [email protected] Luiz Antônio Rasia – [email protected] Unijuí - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Rua do Comércio, 3000, Bairro Universitário CEP 98700-000. Ijuí/RS – Brasil Resumo. Este artigo apresenta os coeficientes piezoresistivos longitudinais obtidos para filmes finos semicondutores tipo amorfo aC: H. Foram utilizados medidas experimentais e modelos matemáticos em simulações de computador. Os resultados mostram que uma redução do coeficiente de piezoresistivo longitudinal ocorre devido ao aumento da concentração de impurezas nos filmes analisados. Palavras chave: modelagem matemática, elementos sensores, piezoresistores, semicondutores, gauge fator 1. INTRODUÇÃO O foco deste trabalho são os elementos sensores piezoresistivos baseados em filmes finos semicondutores tipo Diamond Like Carbon – DLC obtidos por um sistema de magnetron sputtering reativo. Usam-se as equações tradicionalmente conhecidas para o silício monocristalino e policristalino para determinar o valor dos coeficientes piezoresistivos, de filmes de DLC amorfos e dopados com nitrogênio. Neste artigo apresentamos os resultados do efeito piezoresistivo para um filme do tipo carbono amorfo hidrogenado (a-C:H/p-Si) com um conteúdo de nitrogênio variando entre 0% a 60%. Estes valores são comparados com os modelos obtidos por Kanda (1982) para o silício monocristalino onde os valores de concentração de impurezas foram obtidos de forma indireta através de simulações matemáticas e considerando resultados experimentais de variação de temperatura na faixa de 30oC - 270 oC (Rasia, 2009), o qual utilizou para a fabricação do piezosensor a técnica de deposição denominada magnetron sputtering. O modelo de multivalley de Kanda (1982) é usado como comparativo neste trabalho por ser muito bem sucedido na descrição do efeito piezoresistivo, neste modelo até as magnitudes relativas dos coeficientes piezoresistivos concordam com os experimentos. 2. TEORIA O efeito da piezoresistividade, , consiste na alteração da resistência elétrica, R, de um material semicondutor quando sobre ele é aplicada uma determinada tensão mecânica, dada pela Eq. (1). XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 (1) Os coeficientes piezoresistivos, πs, para material tipo P e tipo N, estão relacionados com os níveis da concentração de impurezas dopantes, orientação cristalográfica do material, temperatura e com o tipo de condutividade (Kanda, 1982) dados pela matriz da Equação (2). (2) Em muitos casos os esforços mecânicos, , são componentes ao longo do eixo do cristal semicondutor, porém, em outros casos trabalha-se em um sistema de coordenadas orientadas arbitrariamente, de modo que, deve ser usada a Lei de Hooke generalizada para determinar os coeficientes de deformação elásticas, , expressados através da Equação (3). (3) Sendo que , é um tensor de quarta ordem de constantes de deformações elásticas do substrato ou filme considerado para a produção dos elementos sensores ou mesmo diafragmas. Na forma matricial, a Eq. (3) pode ser escrita de acordo com a Eq. (4) (4) Os coeficientes piezoresistivos e os esforços mecânicos podem ser convertidos para deformações mecânicas através do uso do modulo de Young, , (Richeter et al, 2005) de acordo com a Equação (5) (5) Onde, é a deformação elástica longitudinal do corpo de prova (adimensional). Em termos técnicos, escalarmente, os sensores de carga e pressão podem ser descritos através da Equação (6): XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 (6) Observando-se trabalhos relacionados é obtido informações sobre muitas das propriedades dos materiais, porém, cabe ao projetista avaliar e determinar aquelas que são importantes para um projeto específico. Neste trabalho pretende-se fazer avaliações de características relevantes para um projeto de transdutor piezoresistivo de pressão. A sensibilidade mecânica é alterada principalmente pela resistividade do material, da mobilidade, da temperatura, , e da concentração de impurezas, . Já os coeficientes de piezoresistência dependem da temperatura e de . Portanto, as propriedades elétricas de sensores piezoresistores são extremamente sensíveis à presença de impurezas, mesmo em pequenas concentrações (Rasia, 2009). Sendo que a concentração de impurezas é dada pela Equação (7). (7) O diagrama ilustrado na Figura 1 (Próprio autor) mostra como um material semicondutor se comporta em termos elétricos, mecânicos e térmicos (Rasia, 2009). A partir da análise destas propriedades inicia-se o projeto de um transdutor. Figura 1 - Diagrama de “efeitos cruzados” em semicondutores. Além das dependências representadas no diagrama da Figura 1, o sinal e a magnitude do efeito piezoresistivo estão associados com o tipo de dopante, temperatura, orientação e qualidade cristalográfica (Maisell, 1983). 3. CARACTERÍSTICAS DO DLC Os filmes de carbono tipo diamante são materiais amorfos com uma estrutura de átomos de carbono cujas ligações variam entre ligações do tipo grafite e do diamante. Esses materiais XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 possuem combinação incomum de propriedades elétricas, ópticas, térmicas e mecânicas. As suas propriedades mais importantes são: dureza, alta densidade de portadores, baixa rugosidade, o fato de ser quimicamente inerte (Grilll, 1999) e a possibilidade de ser produzido de forma intrínseca, tipo-p e tipo-n, com um band gap que varia entre 0,5 V até próximo de 4 V (Santos, 2005). Além de apresentarem alta resistência, os filmes a – C:H apresentam ótima cobertura de degrau, podem ser utilizados como barreiras ante corrosão e possuem a vantagem de serem depositados com excelente uniformidade e baixa rugosidade em grandes áreas. Porém possuem como desvantagem alta tensão mecânica interna e baixa estabilidade, mas estes problemas podem ser minimizados de forma considerável através das melhorias nas técnicas de deposição. Estas interferem fortemente nas características elétricas dos filmes de DLC. Sendo que, somente alterando-se a temperatura de deposição a resistividade pode variar de até (Santos, 2005). O efeito piezoresistivo nos filmes de DLC pode ser definido como uma composição de aglomerados de forma irregular em uma matriz isolante como mostra a figura abaixo. Nesta descrição, os aglomerados com energia de ligação não local criam condições para as ligações formarem os primeiros pares, e, posteriormente, formarem as ligações C – C (etileno) as recombinações das ligações formam então anéis hexagonais como no benzeno. A seguir as aglomerações se tornam grafíticos dentro da matriz Na figura o tamanho dos aglomerados são indicados por s que é relativamente grande e a distância entre dois aglomerados é indicada por d que é típica d tunelamento. Analogamente ao modelo de muitos vales para o silício onde os elipsoides de energia são deformados quando um esforço mecânico é aplicado, neste modelo para o a – C:H observa-se que, quando uma tensão mecânica é aplicada sobre o piezoresistor, o valor da distância entre dois aglomerados aumenta e, consequentemente, o valor da piezoresistência também aumenta. Quando uma tensão mecânica de compressão é aplicada, a distância entre os aglomerados deve diminuir, de modo que o valor da piezoresistência acompanha esta diminuição (Rasia, 2009). O efeito piezoresistivo descrito desta maneira segue o modelo que explica o fator de sensibilidade ou “gauge fator” em resistores de filme espesso estabelecendo a relação empírica entre o valor da resistência elétrica e a sensibilidade (GF), onde os materiais muito resistivos devem apresentar altos valores de GF (Maisel, 1983). A Figura 2 (Rasia, 2009) mostra o comportamento de um filme de DLC antes e após um esforço mecânico. Figura 2 - Modelo para filmes de DLC. (a) sem esforço mecânico e (b) com esforço mecânico. XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 Como existem muitas semelhanças entre os diferentes filmes, é possível aproximá-los aos modelos equivalentes aos do silício com estrutura cúbica e modelar o elemento sensor de maneira prática (Rasia, 2009). Os filmes de DLC analisados neste trabalho apresentam 40% , 60% ou nenhuma taxa de concentração de nitrogênio em sua estrutura, estes valores são escolhidos afim de maximizar a sensibilidade e reduzir ao máximo a dependência dessa medida com a temperatura. Já o valor máximo de manteve em 60% em consequêncio do aumento de emissão de campo que este dopante proporciona. Os filmes nitrogenados apresentam grande variação em suas estruturas (ligações de carbono) e elétricas e a resistência elétrica diminui a medida que a concentração de nitrogênio aumenta. 4. MODELO MATEMÁTICO Neste trabalho são usados modelos matemáticos de primeira e segunda ordem para analisar resultados experimentais obtidos em trabalhos anteriores (Rasia, 1997). Buscando minimizar problemas com o desvio, analisaremos um modelo matemático dependente somente dos efeitos da temperatura, que é dado pela Equação (8). (8) Onde, os parâmetros com índice são medidos à temperatura de referência considerada. De outro modo pode-se usar um modelo mais complexo considerando uma equação de segunda ordem dada pela Equação (9). (9) Onde, e são os TCRs de primeira e segunda ordem dos piezoresistores em função da temperatura . Verifica-se que o sinal e a magnitude do efeito piezoresistivo está associada com o tipo de dopante, temperatura, orientação e qualidade cristalográfica. Portanto, todas as propriedades físicas de um material são dependentes da temperatura de modo que, os modelos físicos dos piezoresistores devem levar este fato em consideração de acordo com a Eq. (10). (10) Onde, é a pressão aplicada, é a temperatura, é a resistência sem esforço mecânico na temperatura de referência (300K), é o coeficiente piezoresistivo de cisalhamento no plano x-y e é o esforço mecânico de cisalhamento médio (Rasia, 2009). 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Usando os dados experimentais obtidos por (Rasia, 2009) para um filme de a-C:H/Si/Ag de resistividade média, ρavg= 4.22 MΩ.cm foi realizado a simulação matemática visando obter os coeficientes piezoresistivos longitudinais para o filme. Foram obtidos os coeficientes longitudinais e não os transversais dado que estes são diretamente proporcionais ao XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 coeficiente de Poisson tendo assim pouco importância na deflexão máxima sofrida pelo sensor. Os valores foram comparados com filmes contendo algum nível de dopante, de nitrogênio que aumenta as propriedades de emissão de campo e reduz o esforço mecânico interno nos filmes, e os resultados são os mostrados na Figura 3 (Próprio autor). Figura 3 - Coeficiente piezoresistivo longitudinal para diferentes filmes de DLC. A variação dos valores dos coeficientes piezoresistivos longitudinais é melhor observada em temperaturas acima de 100 ºC nos filmes dopados com 40% e 60% de nitrogênio. Em determinadas faixas de temperatura estes filmes dopados apresentam comportamento linear crescente e em outras decrescente, isto ocorre devido as alterações que o dopante produz nas características das propriedades do filme e à dependência destas com a temperatura. A Figura 4 (Próprio autor) mostra o valor da resistência em função da variação da concentração de dopantes N, para o filme a-C:H não dopado. Figura 4 - Resistência em função da variação da concentração de dopantes N para a-C:H não dopado. Na Fig. 4 observa-se o comportamento exponencial da resistência em função da variação da concentração de dopantes para filmes de DLC não dopados, este comportamento esta de acordo com o que é sugerido por Kanda (1982) para filmes de Si não dopados. Verifica-se XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 ainda na Fig. 4 que, dependendo dos processos de fabricação, o piezoresistor tende a assumir um valor médio constante de resistência elétrica. A Figura 5 (Próprio autor) mostra o valor da resistência em função da variação da concentração de dopantes N, para o filme a-C:H dopado com 40% de nitrogênio. Figura 5 - Resistência em função da variação da concentração de dopantes N para a-C:H dopado com 40% de nitrogênio. O comportamento elétrico em função da concentração de dopantes , observado na Figura 5, se deve as alterações provocadas pela incorporação de nitrogênio neste filme. Ë possível constatar na Fig. 5 um aumento considerável na resistividade do material em relação a Fig. 4. A Figura 6 (Próprio autor) mostra o valor da resistência em função da variação da concentração de dopantes N, para o filme a-C:H dopado com 40% de nitrogênio. Figura 6 - Resistência em função da variação da concentração de dopantes N para a-C:H dopado com 60% de nitrogênio. É possível verificar na Fig. 6 valores de resistividade maiores se comparados à Fig. 4 e próximos se comparados à Fig. 5, portanto fica evidente que a concentração de nitrogênio influencia na resistência do material. O projetista avalia e determina a quantidade de dopante ideal para um projeto específico. XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 A Figura 7 (Próprio autor) mostra o valor do coeficiente piezoresistivo, que representa a variação da resistência a um esforço mecânico que possui direção paralela ao fluxo da corrente, em função da variação da concentração de dopantes N, para o filme a-C:H não dopado. Figura 7 - Coeficiente piezoresistivo longitudinal em função da variação da concentração de dopantes N para a-C:H não dopado. O comportamento exponencial do coeficiente piezoresistivo longitudinal em função da variação da concentração de dopantes para filmes de DLC não dopados, encontrado na Fig. 7, é característico para filmes de semicondutores não dopados. Verifica-se ainda na Fig. 7 que o coeficiente piezoresistivo longitudinal tende a assumir um valor médio constante. A Figura 8 (Próprio autor) mostra o valor do coeficiente piezoresistivo, , em função da variação da concentração de dopantes N, para o filme a-C:H dopado com 40% de nitrogênio. Figura 8 - Coeficiente piezoresistivo longitudinal em função da variação da concentração de dopantes N para a-C:H dopado com 40% de nitrogênio. O comportamento do coeficiente piezoresistivo longitudinal em função da concentração de dopantes , encontrado na Figura 8, é resultado da incorporação de nitrogênio neste filme. Ë possível verificar na Fig. 8 um aumento considerável no valor do coeficiente piezoresistivo longitudinal em relação a Fig. 7. A Figura 9 (Próprio autor) mostra o valor do coeficiente piezoresistivo, , em função da variação da concentração de dopantes N, para o filme a-C:H dopado com 60% de nitrogênio. XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 Figura 9 - Coeficiente piezoresistivo longitudinal em função da variação da concentração de dopantes N para a-C:H dopado com 60% de nitrogênio. É possível verificar na Fig. 9 valores para o coeficiente piezoresistivo longitudinal maiores se comparados à Fig. 7 e à Fig. 8, portanto fica evidente que a concentração de nitrogênio influencia o coeficiente piezoresistivo do material. Os resultados mostrados acima indicam que se pode estimar com boa precisão o comportamento piezoresistivo do sensor, apesar dos valores dos coeficientes piezoresistivos serem relativamente pequenos. Na Fig. 10 (Próprio autor) observa-se o comportamento da variação da resistência em função da deformação mecânica, strain, . Figura 10 - Comportamento da variação da resistência mecânica. em função da deformação Verifica-se na Fig. 10 que ao passo que a variação na resistência elétrica aumenta ao passo que a deformação elétrica aumenta. O comportamento linear crescente apresentado na figura esta de acordo com os valores sugeridos por Kanda (1982). 6. CONCLUSÃO Este trabalho é o indicativo de que são necessárias novas simulações para aperfeiçoar os modelos estabelecidos de obtenção do coeficiente piezoresistivo. Observou-se que existe certa XVII Encontro de Modelagem Computacional V Encontro de Ciência e Tecnologia de Materiais Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Petrópolis/RJ, Brasil. 15-17 out. 2014 coerência entre os resultados obtidos com aqueles propostos por Santos (2005). Em muitas situações, em especial, aquelas em que o filme é dopado os modelos propostos para filmes cristalinos podem ser aplicados. REFERÊNCIAS Kanda, Y..“A graphical representation of the piezoresistance coefficients in silicon,” IEEE Transactions on Electron Devices, vol. ED-29, no. 1, pp. 64 - 70, jan. 1982. Rasia, L. A.. “Estudo e aplicação das propriedades elétricas, térmicas e mecânicas de materiais amorfos piezoresistivos em transdutores de pressão”. Tese de Doutorado, 190 p. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009. Maisel, L.; GLANG, R.. "Handbook of thin fiIm technology". McGraw-Hillbook Company, 1983. Grill, A.. Diamond and Related Materials. Volume 8, página 428, 1999. Santos, A. M.. Desenvolvimento e aplicação de processos com plasma de alta densidade para deposição de filmes de carbono. 2005. Dissertação - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. Richter, J.; Hansen, O.; A. Larsen, N.; Hansen, J. L.; Eriksen, G. F.; Thomsen, E. V.. “Piezoresistance of silicon and strained Si0.9Ge0.1,” Sensors and Actuators, A 123-124, pp. 388 – 396, 2005. Abstract. This article presents the longitudinal piezoresistive coefficients obtained for amorphous semiconductor thin film type aC: H. experimental measurements and mathematical models in computer simulations were used. The results show that a reduction of the longitudinal piezoresistive coefficient occurs due to the increased concentration of impurities in the films analyzed. Keywords: mathematical modeling, sensor elements, piezoresistors, semiconductor, gauge factor