Notícia Notícias Página 1 de 2 Data: 16/11/2010 Luis Henrique Vilas, professor e concessionário: ser sustentável é ser lucrativo Sustentabilidade é um tema muito abordado atualmente – a exemplo recente do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, bastante pautado pelo tema –, mas poucas vezes direcionado de maneira interessante para as empresas. Ser sustentável não é só cuidar do meio ambiente e da sociedade, mas também ser lucrativo. Sustentabilidade pode ser definida como “a forma de produção (ou prestação de serviços) economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente adequada”, essa é a visão de Luiz Henrique Lopes Vilas, professor e pesquisador da Unec (Centro Universitário de Caratinga) na área de Gestão Ambiental. Trabalhar essa questão não é mais um diferencial, de acordo com o professor, e sim uma necessidade, tanto em questões legais como econômicas. “O consumidor está mais consciente da questão ambiental, novas classes surgem e se movimentam. É preciso estar atento a isso e oferecer um diferencial, valor agregado ao serviço prestado e ao produto vendido”, afirma ele, citando que não basta a empresa ter essa visão, sendo que seus parceiros também devem acompanhar esse objetivo. “As pessoas estão bem informadas, sabem pesquisar para conhecer de quem são clientes ou fregueses. Se sua empresa é sustentável, mas atua com um parceiro que não é, isso pode prejudicar o negócio. Levando o exemplo ao extremo: quem se informa não vai comprar de uma empresa que negocia com outra que explora o trabalho infantil, por exemplo”, alerta o professor. De acordo com ele, é por isso que existe um movimento contraditório dentro do setor automotivo. Vilas afirma que a maioria das montadoras tem certificação ambiental, enquanto a maior parte das concessionárias e distribuidoras não possuem nenhum tipo de licenciamento nessa área. “É como se o setor não jogasse no ‘mesmo time’. A montadora restringe fornecedores que não tenham padrões ambiental e socialmente adequados, mas pode sofrer http://www.sincodiv.org.br/telas/noticias/imprimir.aspx?id=683 19/11/2010 Notícia Página 2 de 2 alguma repercussão negativa por conta das condições de sua rede de distribuição que, no fim das contas, é quem representa a marca”. Medidas para ser sustentável O que se pode fazer, então, para ser sustentável? Como começar essa adaptação? Vilas diz que parece complicado, mas é simples, e dá algumas dicas de como se adequar e obter rentabilidade sobre o investimento. “Em primeiro lugar”, pontua ele, “é necessário um envolvimento coletivo no assunto, começando pelos gestores do negócio”. É preciso que se proponha uma política ambiental dentro da concessionária apontando os aspectos de principal impacto, bem como planos emergenciais de mudança de conduta e tentativa de implementar um Sistema de Gestão Ambiental para a empresa. “Tudo isso, claro, sem se esquecer de treinar bem seus colaboradores e fornecer dados que mostrem a importância, necessidade e vantagens de se estar ambientalmente adequado”. Para se elaborar um Sistema de Gestão Ambiental de qualidade é preciso dar quatro passos fundamentais: · Possuir licença (concedida pelas prefeituras) – o que exige algumas adequações; · Prevenir ao máximo a poluição – com medidas emergenciais e diretas; · Melhorar a eficiência na utilização dos recursos como água e energia – por meio de conscientização e parâmetros estabelecidos dentro das casas; · Melhorar e comprovar continuamente seu desempenho ambiental. Luiz Henrique Lopes Vilas é economista. Especialista em Fontes Alternativas de Energia, mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade e distribuidor Randon em Minas Gerais, falou sobre o tema Sustentabilidade no XX Congresso Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), que ocorreu na capital paulista em 2010. Para ler outros textos desta reportagem acesse: Futuro é presente: Toyota Pat Lobb, a 1ª concessionária dos EUA a construir uma unidade “verde” Brasileiro confia mais em empresas que investem em sustentabilidade Produção e edição: Juliana de Moraes e Renan De Simone http://www.sincodiv.org.br/telas/noticias/imprimir.aspx?id=683 19/11/2010