PROJETO DE LEI Nº11/2015
“DENOMINAÇÃO DE
LOGRADOURO PÚBLICO”.
A Câmara Municipal Decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Fica denominada de Avenida “Empresário João Batista Oliveira” a Avenida
“Jornalista Márcio Canuto”, localizado no Bairro do Barro Duro.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
Sala das Sessões, 21 de fevereiro de 2015.
SILVÂNIO BARBOSA
Vereador
JUSTIFICATIVA
Em que pese a Avenida supramencionada já ser denominada como Avenida
Jornalista Márcio Canuto, esta denominação encontra óbice na Lei 645/77, tendo em vista
levar o nome de pessoa viva. Portanto, é necessária a substituição do nome deste
logradouro para Avenida “Empresário João Batista Oliveira”, tendo em vista homenagear
este que foi um grande homem.
BIOGRAFIA DE JOÃO BATISTA OLIVEIRA
João Batista Oliveira era o sétimo filho do casal Otacílio Martins Oliveira e Maria
Rocha Oliveira. Nasceu em 12 de agosto de 1955, em Maravilha (AL), onde viveu com
seus onze irmãos até a adolescência. Foi nesse pequeno município que ele iniciou a sua
vida escolar. Na escola Grupo Escolar Professor Atanagildo Brandão, João Batista concluiu
o primário (nomenclatura da época) e, como a cidade não oferecia estrutura educacional,
não seguiu com os estudos.
Em 1975, após o falecimento de seu pai, João Oliveira, então com 20 anos de idade,
mudou-se com a família para a cidade de Maceió, onde viveu o resto de sua vida. Eram
tempos difíceis. Na ausência do pai, se viu na obrigação de abrir mão da continuação dos
seus estudos para ajudar a mãe na complementação das despesas da casa e na criação dos
irmãos. Assim, para ganhar a vida, começou trabalhando como lavador de carro em um
Posto de Gasolina. Por seu bom desempenho, foi promovido posteriormente ao cargo de
gerente. Foi o seu primeiro emprego e lá permaneceu até 1979.
Em janeiro de 1979, casou-se com Eliséte Martins Oliveira, também natural de
Garanhus-PE. Com muita luta e muita dedicação João criou seus três filhos: Krerley Irraciel
Martins Oliveira, Klebert Anderson Martins Oliveira e Kathianna Dayse Martins Oliveira
além da filha de coração Maria Genura Pereira Marques. Hoje, adultos e com suas famílias
formadas, eles reconhecem o valor deste homem que, mesmo com pouca escolaridade,
ensinou-lhes não só a importância da educação para o desenvolvimento das pessoas, mas
também a importância da firmeza de propósito, da integridade, da honestidade e do amor
pelos seres humanos enquanto valores que norteiam todos os aspectos da vida.
Em 1980, ingressou na CEAL (Companhia Energética de Alagoas) exercendo a
função de motorista, e seguidamente motorista e eletricista durante dez anos. Com a
estabilidade oferecida por esse emprego, João Batista se mudou para sua casa própria no
bairro Benedito Bentes. Era o ano de 1986. No entanto, ele não se manteve passivo diante
das carências da sua comunidade. Compreendeu então a necessidade de investir em um
projeto de maior alcance. E assim, em 1988, com o seu espírito empreendedor, fundou a
escola Mundo Fantástico, hoje Colégio Fantástico. Com isso, abriu campo para novos
empregos e mais uma opção para a formação de crianças através de uma educação focada
não só no conteúdo, mas também em aspectos importantes para a formação dos jovens,
como o lazer - através da música - através do esporte e a cultura. Campos deficientes nesse
bairro.
Para João Oliveira, a realidade sociocultural do bairro (drogas, violência, crianças
ociosas e expostas a diversas situações problemas) clamava por atividades e um espaço que
despertasse nessas crianças o desejo de se sentirem úteis e capazes de serem melhores.
Com essa perspectiva, no ano de 1990 fundou a Banda Fanfarra que abrilhantou os
eventos educacionais e culturais de nosso estado, bem como de estados vizinhos, criando
assim uma oportunidade de estimular os jovens para o universo musical, envolvendo-os
com espaços culturais que transcendem os muros da escola, promovendo a convivência
harmônica entre os componentes do grupo. E acreditando no esporte como elemento de
inclusão, em 1992 inaugurou o Ginásio de Esportes Otacílio Martins de Oliveira - nome
dado em homenagem ao seu pai, um local de recreação que motivou uma inter-relação
sadia entre esses jovens, beneficiando assim toda a comunidade.
João Batista não só beneficiou as crianças do Benedito Bentes com um local de
lazer. Além disso, com sua dedicação, ele despertou em muitos jovens atletas o desejo de
participação e engajamento. Inúmeras vitórias foram alcançadas em várias modalidades
esportivas, como por exemplo, o título de vice-campeão brasileiro de futsal na categoria
infanto-juvenil no torneio realizado no estado da Paraíba. Com isso, não só ampliou a
galeria de troféus, mas também divulgou e valorizou o nome da comunidade do Benedito
Bentes.
Como empreendedor, preocupou-se também com a situação educacional da
comunidade da Usina Cachoeira do Meirim que não oferecia às crianças locais a
oportunidade para continuarem seus estudos. Dessa forma, em 1998, João Oliveira criou o
Mundo Fantástico Unidade II, a preço Bolsa Salário Educação do MEC. Abriu portas para
jovens de baixo poder aquisitivo, oferecendo mensalidades a preço popular. Também
disponibilizava bolsas de estudos totais ou parciais, bem como programas de monitoria. O
Colégio Fantástico fundado para atender as necessidades da comunidade, também atendeu a
sua. Foi nas carteiras do colégio que ele pôde concluir sua educação básica.
Nesta mesma época, tentou junto a Creche Adoção e Juizado de Menores, manter
sobre seus cuidados 20 crianças na idade entre três a cinco anos. Oferecia casa,
alimentação, saúde, segurança e lazer. As barreiras legais e burocráticas impediram essa
realização, mas não permitiu que desistisse de seu objetivo que se fez presente através do
Projeto criado Ler para Viver, criado em 08/01/2003. Esse projeto tinha por objetivo
atender crianças carentes de 3 a 5 anos para ser iniciados na leitura. No Colégio Fantástico
eram oferecidas atividades para que estas crianças tivessem contato com os livros e com o
maravilhoso mundo da leitura, além de oferecer a eles duas refeições diárias. Quando elas
já estavam na idade escolar, eram encaminhados-através da Prefeitura Comunitária, a
escolas públicas. Após quatro anos de existência foi entregue a uma unidade da Igreja
Batista do Benedito Bentes, denominada: Igreja Batista Betel.
Enfim, foi um cidadão que muito colaborou para o crescimento e bem estar de sua
comunidade, sempre participando e apoiando as diversas entidades sociais, tais como:
Prefeitura Comunitária; Igreja Católica; Igrejas Evangélicas; Clínica ÚNICA - Unidade do
Câncer, Gincanas Beneficentes para pessoas atingidas pelas cheias e seca; shows
beneficentes no Ginásio de Esportes; APALA; Pessoas carentes da comunidade, etc.
João Batista de Oliveira morreu no dia 14 de abril de 2011 em consequência de um
câncer cerebral. Sua luta contra essa doença vinha se prolongando por diversos meses, mas
nunca lhe tirou a força e nem a vontade de viver. Foi um grande homem que deixa muitas
saudades pelo bom pai, pelo amigo que sempre foi e, sobretudo, pelo ser humano engajado
e dedicado a contribuir para uma qualidade de vida melhor para a sua comunidade.
A comunidade Benedito Bentes perdeu um filho dedicado, mas suas boas ações
continuam no coração daqueles que foram agraciados por sua luz. É por meio de seus feitos
que hoje, podemos sentir a sua presença e dizer: “a morte não é o fim”.
Pela relevância e grande profissional que o Empresário João Batista Oliveira foi,
solicito a aprovação desse pleito pelos meus pares.
Sala das Sessões, 21 de fevereiro de 2015.
SILVÂNIO BARBOSA
Vereador
Download

PROJETO DE LEI Nº11/2015 - Câmera Municipal de Maceió