Mega-eventos, turismo e
produção do espaço
FLG 1564- Geografia do Turismo
Profa. Dra. Rita de Cássia Ariza da Cruz
Mega-eventos
• …o que torna um evento “mega” refere-se, basicamente, à larga
escala de abrangência (expressividade internacional), duração e
visibilidade (proporcionada, entre outros, pela cobertura
midiática), ao forte poder de atração de pessoas, capitais
(investimentos) e, sobretudo, à sua dimensão espacial, ou seja,
ao seu poder de induzir, direta ou indiretamente, consideráveis
transformações espaciais nas cidades nas quais os mesmos
ocorrem, manifestadas materialmente através da construção de
edificado (em geral), obras de infra-estrutura, disponibilização
(ou conquista) de novos terrenos (dotando-os de infra-estrutura
e edificações diversas) e, por vezes, ressignificando áreas
inteiras para a realização do mega-evento e, ao mesmo tempo,
prevendo sua utilização futura, dado o seu caráter efêmero.
(Molina, 2012)
As exposições universais
• Têm início na Europa na segunda metade do século
XIX;
• Marcadas por ideias de civilização,
desenvolvimento, progresso e modernidade; imagem
de uma sociedade industrial sem conflitos (Molina,
2012)
• Londres, 1851, The Great Exhibition of the Works of
Industry of all Nations, com duração aproximada de
cinco meses (01 de maio à 11 de outubro de 1851)
Exposições universais e
origem do turismo de massa
• “Há que se considerar que a primeira Exposição
Universal coincidiu com as primeiras viagens
organizadas, inaugurando uma forma então
embrionária do que hoje se conhece por turismo de
massa e excursionismo” (Molina, 2012)
Palácio de Cristal, Londres
(Canogar, 1992 apud Molina, 2012)
O Brasil e as Exposições
Universais
• Até a Exposição Nacional de 1908 no Rio de Janeiro, o
país participou das seguintes Exposições Universais:
Londres (1862), Paris (1867 e 1889), Viena (1873),
Filadélfia (1876), Buenos Aires (1882), Chicago (1893) e
Louisiana (1904). Organizou, também, as Exposições
Nacionais de 1861 (preparatória à Exposição de 1862 e
Londres), 1866 (preparatória à Exposição de Paris em
1867), 1873 (organizada meses antes da sua participação
na Exposição de Viena, realizada no mesmo ano), 1875
(preparatória à Exposição da Filadélfia em 1876), 1881
(preparatória da Exposição de Buenos Aires em 1882) e
1888 (preparatória à Exposição de Paris de 1889).
(Molina, 2012)
O Exemplo do Rio de Janeiro
• A “Paris dos Trópicos” e a Exposição Nacional de
1908 e a Exposição Internacional de 1922
• A Copa do Mundo de 1950 e a “Cidade
Maravilhosa”
• A Rio-92
• Jogos Panamericanos 2007
• Copa 2014 e Jogos Olímpicos 2016
Mega-eventos na
contemporaneidade
• Neoliberalismo e competição entre cidades
• A produção do espaço enquanto produção material
e simbólica (H. Lefébvre)
• Papel geopolítico (BRICs: China (Olimpíadas 2008;
África do Sul (Copa 2010); Dheli, India (Common
wealth Games 2010); Brasil (Copa 2014); Russia
(Copa, 2018)
• Harvey, 2005/Rolnik, 2012
Mega-eventos e processos
espaciais urbanos
• Valorização do espaço/especulação imobiliária
• Fragmentação
• Produção/reforço de áreas de centralidade
• Segregação socio-espacial/remoção de pessoas
Referências Bibliográficas
• HARVEY, David. A produção capitalista do espaço.
SP: AnnaBlume, 2005.
• MOLINA, Fábio S. Mega-eventos e produção do
espaço urbano no Rio de Janeiro: da “Paris dos
Trópicos”à “Cidade Olímpica”. Tese de Doutorado,
FFLCH/USP, 2012.
• ROLNIK, Raquel. “Coisas nada civilizadas ocorrem
quando um país prepara um mega-evento. Entrevista
concedida à Revista da Adusp, n. 52, pp. 6-13, 2012.
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