Polímeros Química Geral Prof. Sérgio Henrique Pezzin UDESC - Joinville O que são Polímeros? Polímeros são macromoléculas compostas pela repetição de uma unidade básica, chamada mero. O que são Polímeros? Por exemplo, o Polietileno (PE), produzido a partir do monômero etileno (ou eteno), é composto pela repetição de milhares de unidades (meros) -(CH2-CH2)- : Onde n (Grau de Polimerização) normalmente é superior a 10.000. Ou seja, uma molécula de polietileno é constituída da repetição de 10.000 ou mais unidades -(CH2-CH2)-. Porque os polímeros são tão interessantes? • Leveza • Flexibilidade • Baixas Temperaturas de Processamento. • Ajuste Fino de Propriedades através de Aditivação • Baixas Condutividades Elétrica e Térmica • Maior Resistência a Corrosão • Porosidade • Reciclabilidade • Alta resistência ao impacto Cronologia da Tecnologia dos Polímeros 1ª Fase - Polímeros, Materiais Naturais Por que os polímeros demoraram tanto a surgir, viabilizando-se comercialmente apenas nos últimos 50 anos? Polímeros são compostos orgânicos, ou seja, baseados em átomos de carbono, produzidos por reações químicas de grau relativamente alto de sofisticação. Cronologia da Tecnologia dos Polímeros 1ª Fase - Polímeros, Materiais Naturais Por isso, até o século passado, os principais materiais estudados eram: a borracha, a goma-laca e a gutta-percha, extraídos de vegetais. Por volta de 1860, já havia a moldagem industrial de plásticos naturais reforçados com fibras, como a goma-laca e a gutta-percha. Cronologia da Tecnologia dos Polímeros 2ª Fase - Polímeros Naturais Modificados • 1828: WOHLER (Alemanha) sintetiza uréia em laboratório, derrubando a teoria da Força Vital. Com isto, as pesquisas sobre química orgânica se multiplicam, criando a base para o desenvolvimento dos materiais poliméricos, através da alteração de polímeros naturais de modo a torná-los mais adequados a certas aplicações. • 1839: GOODYEAR (E.U.A.) descobre a vulcanização da borracha natural. Cronologia da Tecnologia dos Polímeros 2ª Fase - Polímeros Naturais e Modificados • 1835-1900: Grande progresso no desenvolvimento de derivados de celulose, tais como o nitrato de celulose (nitrocelulose), celulóide (nitrocelulose plastificada com cânfora) e fibras de viscose. • 1910: Começa a funcionar a primeira fábrica de rayon nos E.U.A. • 1924: Surgem as fibras de acetato de celulose. Cronologia da Tecnologia dos Polímeros 3ª Fase - Polímeros Sintéticos • 1838: REGNAULT (França) polimeriza o cloreto de vinila (PVC) com auxílio da luz do sol. O PVC se tornaria comercial apenas em 1927. • 1898: EINHORN & BISCHOFF descobrem, sem querer, o policarbonato. Esse material só voltou a ser desenvolvido em 1950. • 1907: BAEKELAND (E.U.A.) sintetiza resinas de fenol-formaldeído (baquelite). É o primeiro plástico totalmente sintético que surge em escala comercial Cronologia da Tecnologia dos Polímeros 3ª Fase - Polímeros Sintéticos • 1924: STAUDINGER desvenda as estruturas do polietileno e da borracha natural. • 1928: CAROTHERS (Du Pont) & FLORY sintetizam o neoprene, os poliésteres e as poliamidas. • Anos 50: ZIEGLER & NATTA desenvolvem catalisadores eficientes para polimerização por adição, permitindo um grande incremento da produção de PE, PP, POM, PET, PC e copolímeros. Classificação dos Polímeros • Classificação Quanto ao Tipo de Estrutura Química • Classificação Quanto às Características de Fusibilidade • Classificação Quanto ao Comportamento Mecânico • Classificação Quanto à Escala de Fabricação • Classificação Quanto ao Tipo de Aplicação Classificação Quanto ao Tipo de Estrutura Química A composição de um polímero pode apresentar apenas um único tipo de mero (cadeia homogênea) ou dois ou mais meros (cadeia heterogênea) Quando a cadeia é homogênea, diz-se que o polímero é um homopolímero, caso a cadeia seja heterogênea, o polímero é designado copolímero. Homopolímero É o polímero constituído por apenas um tipo de unidade estrutural repetida. Ex.: Polietileno, poliestireno, poliacrilonitrila, poli(acetato de vinila) Se considerarmos A como o mero presente em um homopolímero, sua estrutura será: ~A-A-A-A-A-A~ Copolímero É o polímero formado por dois ou mais tipos de meros. Ex.: SAN, NBR, SBR Os copolímeros podem ser divididos em: • Copolímeros estatísticos (ou randômicos) • Copolímeros alternados • Copolímeros em bloco • Copolímeros grafitizados (ou enxertados) Copolímeros Estatísticos ou Randômicos Nestes copolímeros os meros estão dispostos de forma desordenada na cadeia do polímero ~A-A- B-A-B-B~ Copolímeros Alternados Nestes copolímeros os meros estão ordenados de forma alternada na cadeia do polímero ~A-B-A-B-A-B~ Copolímeros em Bloco O copolímero é formado por sequências de meros iguais de comprimentos variáveis ~A-A- B-B-B -A-A~ Copolímeros Graftizados ou Enxertados A cadeia principal do copolímero é formada por um tipo de unidade repetida, enquanto o outro mero forma a cadeia lateral (enxertada) ~A–A–A–A–A–A~ B B B B B B Propriedades e Aplicações dos Termoplásticos e Termorrígidos Polipropileno - PP • Monômero : H2C=CHCH3 • Polímero: -(H2C-CHCH3)n- Propileno (gás) Polipropileno • Densidade: 0,90 a 0,92 g/cm3 • Espessura: 0,3mm a 20mm Polipropileno - PP • Características: – Resistência química a ácidos,álcalis,graxas,óleos; – Alta resistência a abrasão; – Peso específico baixo; – Atóxico; – Absorve pouco a umidade; – Baixo custo; – Fácil moldagem e coloração; – Alta resistência a fratura por flexão ou fadiga; – Boa resistência ao impacto acima de 150oC; – Boa estabilidade térmica; – Sensibilidade a agentes de oxidação e a luz UV Polipropileno - PP • Aplicações: – Pára-choques de automóveis – Brinquedos – Recipientes para alimentos – Tubos para cargas de caneta – Peças de interior de automóveis Polipropileno - PP Poliestireno - PS • Monômero : H2C=CHC6H5 Estireno (líquido) • Polímero : -(H2C=CHC6H5)n Poliestireno • Densidade : 1,04 a 1,07 g/cm3 • Espessura : 0,14mm a 10mm Poliestireno - PS • Aplicações: – PS cristal: amorfo, duro, com brilho e elevado índice de refração. Usado em artigos de baixo custo. – PS resistente ao calor: difícil processamento. Usado em gabinetes de rádio e TV, grades de ar condicionado, ventiladores e exaustores, eletrodomésticos. – PS de alto impacto: contém borracha. Usado para gavetas de geladeira e brinquedos. – PS expandido: é conhecido como isopor. Usado como protetor de equipamentos, isolante térmico, pranchas de flutuação, geladeiras isotérmicas. Poliestireno - PS Polietileno - PE • Monômero : H2C-CH2 Etileno (gás) • Polímero: -(CH2-CH2)n Polietileno • Densidade : 0,94 a 0,98 g/cm3 • Espessura: 0,3mm a 20mm Polietileno - PE • Aplicações: – Objetos de uso doméstico; – Embalagens; – Revestimento de frigorífico; – Material hospitalar; – Brinquedos; – Peças automobilísticas; – Garrafas flexíveis Polietileno - PE Poli (cloreto de vinila) - PVC • Monômero : H2C=CHCl Cloreto de vinila (gás) • Polímero : -(CH2 – CHCl)n Poli (cloreto de vinila) • Densidade : 1,4 g/cm3 Poli (cloreto de vinila) - PVC • Características: – Resistente à ação de fungos, bactérias, insetos e roedores; – Resistente à maioria dos reagentes químicos; – Bom isolante térmico, elétrico e acústico; – Impermeável a gases e líquidos; – Resistente a intempéries; – Durável; – Não propaga chamas; – Baixo custo Poli (cloreto de vinila) - PVC • Aplicações: – PVC rígido: duro e tenaz. Usado em tubos, carcaças de utensílios domésticos, baterias, instalações elétricas, cartões de crédito, construção civil – PVC flexível: revestimento de fios e cabos elétricos, cortinas de banheiro, bandejas, cintos, mangueiras de jardim, artigos infláveis, garrafas de água mineral, frascos de cosméticos. – PVC de alto impacto: utilizado em exteriores como perfis de janelas, pavimentos, revestimentos de fachadas Poli(cloreto de vinila) - PVC Poli(tetrafluoretileno) - PTFE • Características: – Boa resistência mecânica, térmica e química; – Fácil reciclabilidade; – Baixo coeficiente de fricção; – Baixa aderência; – Boa resistência ao impacto Poli(tetrafluoretileno) - PTFE • Aplicações: – Garrafas para óles vegetais e produtos de limpeza; – Na forma de fibras(roupas) não amassa e tem lavagem e secagem rápidas; – Películas cinematográficas; – Fitas magnéticas; – Filmes; – Placas para radiografia; – Carburadores e componentes elétricos de carros Poli(tetrafluoretileno) - PTFE Poli(metacrilato de metila) - PMMA • Características: – Semelhante ao vidro; – Conhecido como acrílico; – Propriedades mecânicas boas; – Resistência ao impacto boa; – Resistência a intempéries elevada; – Tranparente Polimetacrilato de metila - PMMA • Aplicações: – Painéis; – Letreiros; – Vidraças; – Fibras ópticas; – Visores; – Lentes; – Vidros de relógio Poli(metacrilato de metila) - PMMA Policarbonato - PC • Características: – Semelhante ao vidro (transparência); – Excelente resistência ao impacto; – Excelente propriedades mecânicas; – Boa estabilidade dimensional; – Resistência a intempéries; – Resistência a chama; – Bom isolamento térmico; – Boa usinabilidade Policarbonato - PC • Aplicações: – Compact-Discs(CD´s) – Janelas de segurança; – Óculos de segurança; – Bandejas, jarros de água, tigelas, frascos; – Escudos de proteção; – Aquários; – Garrafas retornáveis; – Visores de máquinas Policarbonato - PC Copolímero Acrilonitrila-butadienoestireno - ABS • Aplicações: – Cartões telefônicos; – Malas de viagem; – Capacetes; – Brinquedos; – Peças automobilísticas Acrilonitrila-butadieno-estireno ABS Poliamidas - Nylon • Características: – Boas propriedades mecânicas; – Resistente a abrasivos; – Baixo coeficiente de atrito; – Absorve água e outros líquidos Poliamidas - Nylon Resinas Fenólicas - Termorrígidos • Laminado Industrial Termofixo , obtido da combinação de tecidos de algodão ou papéis especiais com resinas do tipo Fenólica. O resultado desta combinação é um produto que pode ser fornecido de várias formas: chapas , tarugos, tubos , peças usinadas e moldadas em geral Resinas Fenólicas - Termorrígidos • • • • • • • • • • • Baixo peso específico : 1,3 - 1,4; Baixo coeficiente de atrito : normal 0,22 / grafitado 0,07; Resistente a altas temperaturas (até 150oC); Excelente resistência mecânica; Baixa absorção de água; Resistente a óleos e graxas minerais; Isolante elétrico; Fácil de ser trabalhado; Resistente a água do mar; Resistente a agentes corrosivos (ácidos); Estabilidade dimensional Resinas Fenólicas - Termorrígidos • Aplicações: – buchas, mancais, polias, guias para laminadores, flanges etc. – peças frezadas torneadas , plainadas , furadas tais como : engrenagens(modulo 2 - 5 ), anéis de vedação , polias , etc. – mini-engrenagens, palhetas para bombas de vácuo, etc.. – Alongamento para motores; – telefones; – Instalações elétricas Resinas Fenólicas - Termorrígidos Produtos: Epoxis - Termorrígidos – – – – – – – – – – – – Automotiva Embalagens de bebidas e alimentos (enlatados) Construção civil (revestimentos de pisos, adesivos) Naval e Nautico Eletrodomésticos Autopeças Eletroeletrônicos Manutenção anti-corrosiva Móveis Transformadores de distribuição Buchas Isoladoras, Disjuntores Transformadores de medição de corrente e potencial Epoxis - Termorrígidos Produtos: Poliésteres - Termorrígidos – Alta resistência mecânica; – Alta resistência elétrica; – Estabilidade dimensional; – Resistência ao UV; – Auto-extinção; – Resistência química; – Resistência a temperatura Poliésteres - Termofixos – Chaveiros, Crachás, Placas Indicativas; – Relógios; – Eletro-eletrônicos; – Automobilístico; – Móveis escolares; – Capacetes Como se Faz um Polímero ? • A reação química que conduz à formação de polímeros chama-se polimerização. • As reações de polimerização foram divididas, a princípio, em dois grupos conhecidos como polimerização por condensação e por adição. Polimerização por Condensação • Ocorre a eliminação de uma pequena molécula (por exemplo, H2O, HCl, etc.). • Forma polímeros cujas unidades repetitivas possuem um número de átomos menor que os monômeros de partida. • As policondensações seguem o mecanismo de reação em etapas, e termina quando um dos reagentes é completamente consumido. Polimerização por Adição • As reações de adição são aquelas que formam polímeros com unidades repetitivas de fórmula molecular idêntica aos monômeros. • Quase todas as poliadições envolvem um mecanismo em cadeia. Polimerização em Etapas • Reações sem distinção quanto à taxa e natureza da iniciação, propagação e terminação. • Crescimento aleatório das cadeias • altos graus de conversão necessários para se obter altos graus de polimerização. Polimerização em Cadeia • O centro ativo é uma insaturação e não há formação de subprodutos. • Tipos: radicalar, catiônica e aniônica. • crescimento rápido das cadeias com altos graus de conversão. Polimerização por Etapa (“condensação”) Polimerização por Etapa (“condensação”) Polimerização por Etapa (“condensação”) Polimerização em Etapas • Fatores importantes: – Temperatura e tempo de reação – Adição de catalisador – Esteoquimetria – Funcionalidade dos monômeros Polimerização em Etapas • Maneiras de se terminar uma polimerização em etapas: – Adição não estequiométrica dos reagentes. – Adição de um reagente monofuncional. – Redução da temperatura. Polimerização Vinílica em Cadeia (adição - radicais livres) Iniciadores : Polimerização Vinílica em Cadeia Polimerização Vinílica em Cadeia Polimerização Vinílica em Cadeia Polimerização Vinílica em Cadeia Polimerização Vinílica em Cadeia Polimerização Vinílica em Cadeia Polimerização Vinílica Ziegler-Natta Polimerização Vinílica Ziegler-Natta Polimerização Vinílica Ziegler-Natta Polimerização Vinílica Ziegler-Natta Compostos Vinílicos Polimerização Vinílica Ziegler-Natta Polimerização Vinílica Ziegler-Natta Polimerização Vinílica Ziegler-Natta Polimerização Vinílica Ziegler-Natta Polimerização Vinílica Ziegler-Natta Polimerização Vinílica Ziegler-Natta Características próprias das Macromoléculas Emaranhamento de cadeias Grande somatória de forças intermoleculares Baixa velocidade de deslocamento Distribuição de Massa Molar Distribuição de Massa Molar Polímeros Não Lineares Cadeias ramificadas entrecruzadas Cadeias Polímeros Não Lineares Cadeias micelares Dendrímeros Vulcanização: Um exemplo de reticulação de polímeros A Transição Vítrea A Transição Vítrea Cristalinidade em Polímeros Cristalinidade em Polímeros Cristalinidade em Polímeros Cristalinidade em Polímeros Cristalinidade em Polímeros Cristalinidade em Polímeros Taticidade Taticidade Fibras Elastômeros Termoplásticos • Ionômeros Elastômeros Termoplásticos • Copolímeros Bloco Elastômeros Termoplásticos