j v er ei ro 2014 • a no 55 •n º1 Escravidão Branca 38 8 a n ei /f e ro jornal da associação médica brasileira Médica cubana abandona Mais Médicos e denuncia trabalho análogo à escravidão Presidente da AMB, Florentino Cardoso, avalia setor de saúde AMB condena a abertura desenfreada de novos cursos de medicina Movimento médico terá campanha de comunicação j n ei /f e ro v er ei ro 2014 • a no 55 •n º1 Escravidão Branca 38 8 a Médica cubana abandona Mais Médicos e denuncia trabalho análogo à escravidão Conteúdo Movimento médico terá campanha de comunicação Campanha arrecada recursos para comunicação do movimento médico 16 Entrevista com Érico Gomes Antônio de Arruda Ex-presidente da AMB está entre os deputados mais atuantes de 2013 18 Presidente da AMB comenta expectativas para a saúde no Brasil Univadis oferece a nova edição do Manual Merck na íntegra 20 Entrevista – Nivio Moreira 22 Esclarecimentos aos médicos brasileiros 23 Edital de Convocação Eleições 2014 24 Entrevista – Deputado Osmar Gasparini Terra (PMDB-RS) 26 CADE participa de reunião da Câmara Técnica de Implantes Editorial 3 Palavra do presidente 4 Entrevista com Angelo Amato Vicenzo De Paola 5 6 Cubana abandona Mais Médicos e denuncia trabalho escravo 10 AMB contrata Cubana 11 AMB Cria Programa de Apoio ao Médico Estrangeiro 12 AMB condena a abertura desenfreada de novos cursos de medicina 15 2 8 Presidente da AMB, Florentino Cardoso, avalia setor de saúde Foto: Marina Barbosa jornal da associação médica brasileira Mais Médicos recebe críticas em audiência no STF 13 Portais destacam erros médicos de cubanos 14 Criação de novas faculdades de medicina é atitude inconsequente, diz diretor científico 27 Departamento Cultural faz balanço das atividades 28 Agenda 30 Especialidades 31 Federadas/notas 32 Livros/títulos e certificados www.amb.org.br A indispensável contribuição de todos Esta primeira edição do JAMB de 2014 está repleta de notícias visando a informar a todos sobre a real situação do país na área da saúde após as medidas governamentais de cunho eleitoreiro, desafiando e desrespeitando a luta encetada pelas entidades médicas em prol de uma assistência de qualidade à população. A atuação desta entidade demonstra que não se curvou ante a vergonhosa atitude governamental, permanecendo na luta. Neste número, temos um panorama da atuação da AMB, por intermédio de seus diretores, comissões e departamentos, em um trabalho incansável. Temos entrevistas com médicos renomados que atuam nas sociedades de especialidades e no congresso nacional. Matéria importante trata da questão do governo federal estar prestes a adotar a política de ampliação do número de escolas de medicina, sem obedecer a critérios que possam garantir a sua qualidade, e sem adequar as existentes, que se encontram, em sua maioria, sem condições mínimas de funcionamento. O Dr. Edmund Baracat, diretor científico da AMB, aborda a questão com propriedade e considera inconsequente a decisão. Entrevistas com deputados federais mostram a luta no congresso pela categoria e pela política de saúde do país, destacando-se a do ex-presidente da AMB, Eleuses Paiva, incluído na lista dos deputados mais atuantes de 2013, que tem sido incansável na luta pela melhoria da saúde e em prol dos médicos brasileiros. Destaca-se ainda a entrevista do presidente da AMB, o Dr. Florentino Cardoso, que aponta o subfinanciamento, a má gestão e a corrupção como os principais problemas da saúde pública brasileira. Critica o programa Mais Médicos, que não age sobre os problemas cruciais, não oferece as condições de trabalho adequadas, e nem garante que os médicos estejam preparados para atender o paciente, pois não foram submetidos ao Revalida. Outra entrevista importante foi com o atual presidente da JDN (Junior Doctors Network), Nivio Moreira, que expôs seus planos à frente da entidade, que tem como objetivo lutar pela formação e qualificação dos médicos jovens. Há notícias sobre a diretoria cultural, destacando-se a III Viagem Cultural e os prêmios do II Concurso de Crônica e Contos. A educação médica continua sendo um dos pilares da AMB, que incentiva as federadas a promoverem eventos com tal objetivo. O projeto Univadis continua atuante. Destaca-se, também, a matéria sobre a médica cubana Ramona Rodriguez, que abandonou o programa Mais Médicos e pediu refugio às instâncias competentes. Imediatamente, a AMB ofereceu apoio, contratando-a para exercer funções administrativas na sede da entidade, em Brasília. O presidente, Florentino Cardoso, de imediato anunciou a criação, pela AMB, da Comissão de Apoio aos Médicos Cubanos, para garantir apoio, fornecer assistência legal e garantir as respectivas liberdade e integridade. É importante ressaltar que as atitudes governamentais, como a implementação do programa Mais Médicos na saúde pública e a tentativa de, na saúde suplementar, adotar medidas prejudiciais aos médicos e à população, não enfraquecem a nossa luta, que permanece incansável, e que visa a agregar todos os médicos para o fortalecimento desse movimento. Para reflexão: “Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis” - Bertold Brecht. Jane Maria Cordeiro Lemos Diretora de Comunicações 2 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 Associação Médica Mundial DIRETORIA Presidente Florentino de Araújo Cardoso Filho Primeiro vice-presidente Jorge Carlos Machado Curi Segundo vice-presidente Newton Monteiro de Barros Vice-presidentes Lairson Vilar Rabelo; Antonio Fernando Carneiro; Carlos David A. Bichara; Maria Sidneuma M. Ventura; Álvaro R. Barros Costa; Petrônio A. Gomes; José Luiz Weffort; Celso Ferreira Ramos Filho; José Fernando Macedo; Murillo R. Capella. Secretário-geral Aldemir Humberto Soares 1º Secretário Antonio Jorge Salomão 1º Tesoureiro José Luiz Bonamigo Filho 2º Tesoureiro Murilo Rezende de Melo Diretores Acadêmico Marcos Pereira de Ávila Atendimento ao Associado Guilherme B. Brandão Pitta Científico Edmund Chada Baracat Comunicações Jane Maria Cordeiro Lemos Cultural Hélio Barroso dos Reis DAP Robson Freitas de Moura Defesa Profissional Emílio César Zilli Economia Médica Roberto Queiroz Gurgel Marketing José Carlos V. Collares Filho Proteção ao Paciente Rogério Toledo Júnior Relações Internacionais Miguel Roberto Jorge Saúde Pública Modesto A. de Oliveira Jacobino Assuntos Parlamentares José Luiz Dantas Mestrinho Diretora Responsável Jane Maria Cordeiro Lemos Editor Responsável Aldemir Humberto Soares Conselho Editorial Antonio Jorge Salomão; José Luiz Bonamigo Filho; Edmund Chada Baracat; Florentino de Araújo Cardoso Filho. Editor Executivo César Teixeira (MTB 12.315) Colaboração Ana Paula Davim, Helena Fernandes Departamento Comercial Fone (11) 3178-6809/6801 Tiragem 50.000 exemplares Periodicidade Bimestral Impressão RR Donnelley Filiado à ANATEC Redação e Administração Rua São Carlos do Pinhal, 324 01333-903 – São Paulo – SP Tel. (11) 3178-6800 / 3178-6816 (Fax) E-mail: [email protected] Assinatura Anual R$ 60,00; avulso R$ 10,00 Fone (11) 3178-6800, ramal 130 Editora Manole Editor gestor: Walter Luiz Coutinho Editora: Karin Gutz Inglez Produção editorial: Julia Carvalho, Juliana Penna, Juliana Morais e Cristiana Gonzaga S. Corrêa Capa: Rafael Zemantauskas Projeto gráfico e diagramação: Sopros Design Foto de capa: Mariana Barbosa Os anúncios e opiniões publicados no JAMB são de inteira responsabilidade de seus anunciantes e autores. A AMB e a Editora Manole não se responsabilizam pelo seu conteúdo. Tiragem auditada pela BDO Florentino Cardoso Luta incessante Inicia-se 2014 e persistem as incessantes lutas para que tenhamos mais saúde e mais respeito ao bom médico e à medicina. Este ano, teremos Copa do Mundo no Brasil, quando o recurso público não é priorizado para aquilo que mais a população precisa e é seu bem maior: a saúde. A improvisação, que teima em persistir, vai mostrar uma infraestrutura urbana que deixa muito a desejar, inacabada. Além disso, teremos eleições para presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Momentos de muitas promessas, certamente as mesmas de sempre, priorizando a saúde, a educação e a segurança, que caem no esquecimento logo após a conclusão do pleito. Que tristeza! Já não podemos mais ver tanto sofrimento do nosso povo, com promessas vãs. Dizer que médicos brasileiros não querem ir a determinados locais para trabalhar não é verdade. Pois muitos lá foram e não tiveram condições de trabalho e/ou, simplesmente, levaram calotes. Falar que o programa Mais Médicos levará médicos formados no exterior somente aos locais onde não há médicos também não é verdade. Muitos estão nas capitais e em locais onde médicos brasileiros foram demitidos. Essa é a política tendenciosa, da propaganda enganosa, que tanto sofrimento leva ao nosso povo. Sempre aceitamos que médicos formados no exterior viessem trabalhar no Brasil, desde que revalidando o diploma e com garantias trabalhistas. Com o programa Mais Médicos, o governo tenta ludibriar a população, dizendo que vai resolver nosso caótico sistema de saúde público. Não combate adequadamente o subfinanciamento, a má gestão, nem a corrupção. E algo mais grave acontece quando médicos cubanos são submetidos a trabalho análogo à escravidão, em solo brasileiro, que foi extinto em Redenção, Ceará, no dia 25 de março de 1884. Há médicos cubanos recebendo cerca de 10% do que recebem os outros médicos participantes do mesmo programa. Um absurdo! E como abrir tantas novas vagas em cursos de medicina existentes e novos? O que será feito dos alunos da Universidade Gama Filho? Como abrir 18.000 novas vagas de residência médica em tão pouco tempo? E sob quais condições? Quem serão os seus supervisores, os preceptores? Residência médica a distância? Quanto descalabro! Vamos pensar bem nesses e em outros assuntos e usar nossa força para mudar esse cenário, de maneira democrática, com o voto, escolhendo pessoas comprometidas com a verdade e com o que realmente a nossa população quer e precisa muito. Florentino Cardoso Presidente da Associação Médica Brasileira janeiro/fevereirO 2014 • JAMB • 3 Arquivo pessoal ANGELO AMATO VINCENZO DE PAOLA Em dezembro de 2013, Angelo De Paola assumiu a presidência da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC). Professor titular e chefe da disciplina de Cardiologia da Escola Paulista de Medicina, coordenador do Setor de Arritmias e Eletrofisiologia da Unifesp, de Paola já foi editor dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas e diretor de Comunicação e Científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia. De Paola concedeu a seguinte entrevista ao JAMB. JAMB - Quais são seus planos para esta gestão? R - Além de prover educação continuada e incentivar a produção e divulgação científica, a nossa sociedade estará comprometida com o nosso desenvolvimento social, indissociável do científico. O problema do nosso país são as grandes desigualdades regionais assistenciais e científicas. Procuraremos diminuí-las, tentando integrar todas as nossas facilidades de informação, os nossos departamentos científicos e as nossas regionais. JAMB - Quais são os principais problemas encontrados na especialidade? R - O deslumbramento tecnológico desvalorizou a principal ferramenta diagnóstica e terapêutica, que é a avaliação clínica e o relacionamento humano. Eles precisam ser resgatados e a consulta clínica cardiológica precisa ser devidamente remunerada, assim como métodos propedêuticos simples, como a eletrocardiografia, o teste ergométrico e a ecocardiografia. JAMB - O que o associado pode esperar desta nova diretoria? R - A nossa sociedade está comprometida com a formação e a informação do cardiologista. Para isso, uma educação continuada de alta qualidade, utilizando a nossa universidade corporativa e as modernas tecnologias de informação estarão cada vez mais disponíveis para os sócios. Finalmente, o incentivo à produção científica requer ações afirmativas que estarão sempre presentes na nossa gestão. JAMB - Os preços atuais dos principais procedimentos da especialidade contemplam os anseios da categoria? R - Não. Os principais procedimentos, que são os métodos mais simples em cardiologia, como consulta, eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico, estão muito defasados e extremamente desvalorizados. Ainda não conseguimos implantar plenamente a CBHPM. 4 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 Atualmente, vários seguros de saúde pagam valores aviltantes sem nenhuma preocupação com a qualidade do serviço que está sendo prestado ao usuário. JAMB - O que será feito para mudar isso? R - A Diretoria de Qualidade Assistencial da SBC, coordenada pelo dr. Pedro de Albuquerque, está organizando a formação da Comissão Nacional de Honorários Médicos da SBC (CNHM/SBC), com a inclusão dos presidentes de todos os Departamentos e Regionais Estaduais da nossa sociedade. Essa comissão atuará alinhada à AMB e ao CFM para ter um canal de negociação técnico, transparente e cidadão com o governo, a Agência Nacional de Saúde (ANS) e os planos de saúde, e poderá contribuir muito para corrigir as discrepâncias do nosso sistema assistencial. JAMB - A atual qualificação do programa de residência no país é satisfatória? R - A formação do cardiologista é muito dependente da estrutura humana e material adequada. Precisa ser atualizada continuamente para ser considerada satisfatória. A SBC estudou profundamente e publicou as competências necessárias para a formação cardiológica (Arq. Bras. Cardiol. 2012; 98:98-103). Além de atividades teóricas, corpo docente, centros de treinamento e conteúdo programático qualificados, existe a necessidade de aperfeiçoamento ético na sua área de atuação, assim como no compromisso com o desenvolvimento contínuo e excelência profissional, buscando e incorporando continuamente as novas informações dessa área de atuação. JAMB - O ensino na graduação contempla as necessidades do especialista? R - Precisamos de uma grande reforma curricular que está sendo estudada há anos pela universidade e deve ser apoiada pelas sociedades científicas, que devem estar profundamente comprometidas com o nosso desenvolvimento científico e social. Na grade curricular, o conhecimento da Cardiologia deve ser claramente aumentado para melhor formação do médico em geral. Em um país em que 30% das mortes são cardiovasculares, existe a necessidade de mudar a mentalidade extemporânea de formar profissionais direcionados e pouco capacitados. ■ Arquivo pessoal Érico Antônio Gomes de Arruda Infectologista do Hospital São José de Doenças Infecciosas, de Fortaleza/CE, Érico Antônio Gomes de Arruda já foi diretor-clínico. Fez residência em Clínica Médica (HSPE/SP - 1989) e Infectologia (HC-FMUSP/SP – 1990 a 1992), mestrado em Infectologia pela FMUSP (1996) e Doutorado em Ciências Médicas pela UFC (2011). Foi presidente da Sociedade Cearense de Infectologia por duas gestões, 2º Secretário e Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e atualmente é consultor do Departamento Nacional de DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Em janeiro, assumiu a presidência da SBI e concedeu ao JAMB a seguinte entrevista: JAMB - Quais são seus planos para esta gestão? R - Promover uma gestão descentralizada, em que as decisões importantes não sejam baseadas na vontade do presidente ou da diretoria, mas reflitam o pensamento da maioria dos sócios. Nesse contexto, pretendemos, primeiro, revitalizar o site da SBI, tornando-o mais dinâmico e atualizado, com artigos comentados, como também revitalizar boletins on-line, facilitando a divulgação de informações científicas e administrativas. Em segundo lugar, reformular e renovar a representação dos associados nos Comitês Científicos, dar respostas a demandas que surjam de eventuais questões referentes ao enfrentamento de epidemias ou outros agravos. E, por último, aumentar o número de sessões (apresentações de conteúdos científicos), em forma de cursos rápidos de educação a distância, valorizando os associados que carecem de mais atualização científica. JAMB - De que a especialidade mais precisa atualmente no Brasil? R - No aspecto mais específico, precisamos de mais profissionais. Nossa área não tem um atrativo de mercado, apesar de ser uma área estratégica para a nação, que ainda convive com alta prevalência de tantas doenças infecciosas. É fundamental, portanto, que incentivemos a formação desse especialista, por meio da expansão responsável de programas de residência médica, melhorando e ampliando aqueles já existentes e criando novos programas em áreas necessitadas, mas com qualidade necessária para formação de um profissional de excelência. Ademais, precisamos acelerar o desenvolvimento tecnológico, por intermédio de pesquisas com novas tecnologias (medicamentos, vacinas, reagentes e aparelhos para diagnóstico) e ampliar o acesso a medicamentos mais modernos, já existentes, de alto custo, beneficiando a boa prática do especialista e a qualidade de vida dos pacientes. JAMB - O que o associado pode esperar desta nova diretoria? R - Uma questão que consideramos crucial é representar a SBI no que seja necessário, dando resposta às diversas demandas, sobre os assuntos que nos dizem respeito, sem deixar vácuos onde podemos fazer a diferença. Isso vai nos fazer mais presentes e mais notados, permitindo que todos os segmentos, e a sociedade em geral, reconheçam e valorizem o infectologista. JAMB - Qual avaliação faz do programa Mais Médicos? R - Prover profissionais de saúde qualificados em áreas remotas do país e minorar a má qualidade e a alta rotatividade na Estratégia de Saúde da Família é uma demanda urgente. De uma forma emergencial, concordamos com intervenções temporárias, incluindo a contratação de médicos estrangeiros. Entretanto, criticamos que isso se faça à revelia das orientações e decisões emanadas do diálogo entre o governo e as entidades médicas. Falo do Revalida, instituído através de Portaria Interministerial, em março de 2011. Caso tal modelo não houvesse atendido às demandas, um novo diálogo deveria ter ocorrido, na perspectiva de construir, de forma democrática, uma alternativa para o ingresso de novos profissionais médicos para essas áreas mais desassistidas, sem descuidar de tantos outros ajustes necessários ao bom funcionamento do Sistema. Somos favoráveis à carreira de estado para médicos, enfermeiros, dentistas, farmacêuticos e bioquímicos, sustentada por um incremento de financiamento, que fortaleceria o SUS, corrigiria a desigualdade de distribuição entre diferentes regiões e garantiria profissionais de qualidade em áreas mais remotas. ■ JAMB - Como atrair novos sócios e também os recém-formados? R - Pretendemos divulgar a SBI, mostrando ao infectologista a vantagem de ser associado, além daquilo que já é clássico (descontos em congressos e recebimento das edições do BJID), fomentando o acesso ao novo portal, que já está reformulado, mais dinâmico e que terá um conteúdo melhor. Mostraremos também os benef ícios de associar-se e lutaremos para que o Título de Especialista seja incentivado pelos programas e considerado substituto da monografia requisitada na conclusão da residência médica. janeiro/fevereirO 2014 • JAMB • 5 Política médica Presidente da AMB comenta expectativas para a saúde no Brasil O presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso, comenta, nesta entrevista, o atual momento da saúde brasileira, após a implementação do programa Mais Médicos em 2013, e aponta as suas expectativas para este ano. JAMB - Quais são os principais problemas da saúde pública atualmente no Brasil? R - Subfinanciamento, má gestão e corrupção são os três principais problemas da saúde pública no Brasil e que não são verdadeiramente enfrentados pelo governo. O governo tem desviado o foco e quer imputar aos médicos a culpa pelo caos no sistema público de saúde. Há muito tempo, reconhecemos a insuficiência dos recursos. Em 2000, a União contribuía com 59% do total de recursos na saúde. Hoje, somente 45% (Estados e Municípios 55%). A aprovação da PEC 29, de 2000, não foi suficiente para resolver o financiamento da saúde, pois a União não participa com o que deveria. Temos muitos exemplos da gestão temerária, como a situação de hospitais federais no Rio de Janeiro (Andaraí, Ipanema, Bonsucesso, Servidores, etc.), sob a responsabilidade do Ministério da Saúde. A degradante situação de pacientes em corredores, e até no chão, em emergências das grandes cidades; a longa fila de espera para consultas, exames e cirurgias. A corrupção no setor da saúde está estampada semanalmente em nossos jornais. 6 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 JAMB - O programa Mais Médicos traz soluções para esses problemas? R - Não. O programa criado pelo governo em nenhum momento ataca os principais problemas da saúde pública. É um programa mal desenhado, que não oferece a estrutura adequada para os profissionais trabalharem e que não comprova quais deles possuem os conhecimentos e habilidades necessários para exercer a medicina no Brasil. Isso coloca em risco a saúde da população pobre, que já sofre demais sadia. Oferecer mais médicos sem organizar a gestão da saúde de forma profissional e comprometida não irá resolver os problemas de saúde em nosso país. É necessário aplicar os recursos nos locais adequados e da maneira correta, coibindo qualquer tipo de corrupção ou desvio de dinheiro, além de disponibilizar, no mínimo, equipamentos para exames básicos e medicamentos para que a população possa prosseguir com seus tratamentos. Além disso, são imperativos controles e avaliações sistemáticas. Infelizmente, há “viés de contaminação” de gestores do sistema de saúde público nos três níveis (municipal, estadual e federal), misturando politicagem e visão eleitoreira, quando deveria preponderar a competência técnica. JAMB - Quais são as expectativas para a saúde em geral no país? R - O acesso poderá ser ampliado nesse momento. Porém, sem qualidade, a população vai sofrer muito, especialmente a mais pobre e carente, que depende exclusivamente do SUS. É também necessário investir mais em pesquisa e desenvolvimento, retirando as amarras existentes, para que o Brasil seja competitivo em nível mundial. Não vislumbramos melhorias se não acontecer aumento do financiamento, melhorias da gestão e sério combate à corrupção. Precisamos, sim, melhorar o acesso com qualidade. Na saúde suplementar, a ANS precisa exercer melhor seu papel e entender que o Brasil têm de conviver bem com os dois sistemas. O governo precisa se concentrar em seu verdadeiro foco como agência reguladora. Precisamos cada vez mais trabalhar com diretrizes e saúde baseada em evidências. JAMB - Qual deve ser o principal objetivo do movimento médico neste ano? R - União, causas coletivas, melhorias para a saúde de nossa população. Esclarecer aos nossos pacientes, amigos, nossas famílias as verdades do sistema de saúde brasileiro. Buscar dados e informações precisas e divulgar amplamente. Focar em contribuir para melhorias na assistência, no ensino, na pesquisa. Atentar para a importância do acesso com qualidade, da boa formação médica, tanto na graduação quanto na pós-graduação. No âmbito associativo, estreitar ainda mais as relações entre todas as entidades médicas, nossas federadas da AMB e nossas sociedades de especialidade. JAMB - Quais as dificuldades que o movimento enfrentará? R - A “guerra política”, especialmente por se tratar de um ano eleitoral e de Copa do Mundo, em que discursos dissimulados são frequentes e ocorre manipulação de dados e informações. Vamos pautar as verdades e contribuir para a escolha de pessoas comprometidas com as causas sociais, que realmente impactam na vida das pessoas. Ainda é imperativo que mostremos quem somos à população, o que fazemos, como trabalhamos, em que condições, sob que regime de trabalho e remuneração. JAMB - Como avalia a política atual de ensino médico e de escolas de medicina? R - O governo tem se mostrado preocupado com quantidade. Nós defendemos ter a quantidade necessária e com qualidade. Deveria haver mais rigor com a qualidade do ensino. Nesse momento, temos o exemplo da Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, mostrando o caos lá instalado e onde não se enxerga a devida preocupação com os alunos que lá estudam. Existem outros cursos de medicina que não são bem avaliados. Na contramão, o governo diz que vai ampliar vagas em escolas existentes e abrir novas escolas. O que o governo tem feito com as escolas que não são bem avaliadas? Na residência médica, que tem sido o melhor padrão de formação para a assistência, o governo interfere negativamente, como o Provab (Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica) e a abertura de vagas, sem se preocupar com a manutenção dos critérios de qualidade. Defendemos mais vagas para a residência médica, notadamente nas áreas básicas. Queremos ajudar a construir as melhores condições de saúde para o nosso povo, quer seja ele atendido pelo sistema público ou privado. Durante toda a nossa formação médica, a faculdade e a residência, por exemplo, estamos em instituições em que atendemos e tratamos os pacientes do sistema público de saúde. Gostamos dos pacientes e eles jamais deixarão de ser nosso principal foco. ■ janeiro/fevereirO 2014 • JAMB • 7 Mais médicos Cubana abandona Mais Médicos e denuncia trabalho escravo 8 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 Zeca Ribeiro I mediatamente após a notícia do afastamento da médica cubana Ramona Rodrigues (foto) do seu cargo no Programa Mais Médicos, em Pacajá (PA), e seu pedido de refúgio no Brasil, a Associação Médica Brasileira ofereceu apoio incondicional à profissional. Primeiro, em nota à imprensa, prestando total solidariedade, além de condenar “a situação precária, humilhante, próxima à escravidão, a que os cubanos estão sendo submetidos no Brasil”. A nota informou ainda sobre a criação da Comissão de Apoio aos Profissionais Cubanos, no sentido de fornecer assistência legal para garantir a liberdade e a integridade desses profissionais. Ramona declarou à imprensa o motivo que a levou a abandonar o Programa: constatar que estava recebendo menos do que os R$ 10 mil pagos a profissionais de outros países, que prestam o mesmo tipo de trabalho no Mais Médicos. Ela divulgou o seu contrato de prestação de serviços, intermediado pela empresa Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos S.A. – e não a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), que deveria ser a responsável pela intermediação, conforme divulgado pelo governo na época do lançamento do Programa. Pelo contrato, dos R$ 10 mil reais (U$ 4 mil) pagos pelo governo brasileiro, chegavam às suas mãos apenas R$ 800 (US$ 400) pagos no Brasil e outros R$ 1200 (US$ 600) depositados em uma conta cubana, a receber quando retornasse a Cuba. “O que nos preocupa é que os documentos divulgados pela doutora Ramona comprovam a exploração de trabalho próxima à escravidão. Em pleno século 21, não podemos admitir, em um país com uma economia pujante como a nossa, tal tipo de tratamento como o demonstrado a essa profissional”, declarou o presidente Florentino Cardoso, em entrevista em vídeo disponibilizada no site da AMB. “Queremos nos solidarizar e oferecer o apoio necessário a todos os profissionais cubanos que hoje atuam no país. A população brasileira pode estar ciente de que a AMB estará atenta a essa situação, no sentido de garantir que a legislação seja respeitada e seus direitos sejam preservados”, completou. A AMB ofereceu também a Ramona Rodriguez um emprego na área administrativa em seu escritório em Brasília, facilitando, assim, que pleiteie um visto de trabalho para permanecer em território nacional. A contratação foi concretizada no dia 11 de fevereiro e, além do vínculo empregatício, ainda garantirá suporte para Ramona realizar o Revalida, exame obrigatório para que médicos formados no exterior trabalhem no Brasil. “A AMB dará a ela o apoio necessário e irá ajudá-la, se este for seu desejo, naquilo que for preciso para revalidar o diploma médico, inclusive oferecendo capacitação”, acrescenta Florentino Cardoso. “A Associação Médica Brasileira não tem constrangimento em afirmar que qualquer médico formado no exterior pode trabalhar no Brasil, desde que aprovado pelo Revalida”, diz o presidente da AMB. Refúgio Com assessoria do partido político Democratas (DEM), Ramona protocolou um pedido de refúgio no país, tornando-se o primeiro caso de deserção entre os cubanos participantes do Mais Médicos. O protocolo de refúgio no Conare (Comitê Nacional para Refugiados) garante a Ramona a permanência em território nacional com a mesma isonomia e direitos de qualquer cidadão brasileiro. Segundo o Secretário Nacional de Justiça, Paulo Abraão, não há prazo para que o processo seja julgado, pois há outros à frente. Seguindo o exemplo de profissionais venezuelanos que obtiveram permissão para trabalhar nos Estados Unidos, Ramona também pediu auxílio ao governo norte-americano, solicitando visto, no sentido de se beneficiar de um programa exclusivo a profissionais de Cuba, oferecido desde 2006 por aquele país. Ação trabalhista Ramona informou que acionou a justiça trabalhista para pedir indenização por danos morais, além do ressarcimento da diferença do valor pago pelo Brasil a médicos de outros países ( R$ 10 mil) durante os quatro meses em que trabalhou no país. A ação foi preparada pela assessoria jurídica do DEM e protocolada na justiça trabalhista do Pará. E ela alega danos morais, sob o argumento de que teve sua honra atingida por ter sido “discriminada” em relação aos demais médicos participantes do programa. O DEM também prometeu protocolar representação no Ministério Público do Trabalho, solicitando ação coletiva contra o Mais Médicos. “O Brasil terá de responder por dano moral não apenas à médica cubana, mas a todos os cubanos que aqui atuam, pois a legislação brasileira estabelece que nenhum trabalhador pode ser tratado de forma desigual”, disse o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO). O Ministério Público do Trabalho, por sua vez, por intermédio do procurador da 10ª Região, Sebastião Caixeta, confirmou que está se preparando para processar a União, caso o governo continue pagando salário menor aos médicos cubanos que o oferecido aos médicos de outras nacionalidades. Novos abandonos Além de Ramona, o Ministério da Saúde confirmou que outros 4 médicos também abandonaram o programa: Ortélio Guerra, que atuava em Pariqueraçu (SP) e migrou para os Estados Unidos, e outros três que não justificaram afastamento e que trabalhavam nos municípios de Rio do Antônio, na Bahia, Belém de São Francisco, em Pernambuco, e Timbira, no Maranhão. No total, 22 cubanos deixaram o programa, sendo que 17 alegaram problemas de saúde. ■ janeiro/fevereirO 2014 • JAMB • 9 Mais médicos AMB contrata Cubana JAMB - Como era o seu dia a dia no Programa? R - Às 8 horas da manhã já estávamos no posto de saúde, onde os doentes nos aguardavam. Trabalhava até às 17 horas, com duas horas para almoço, isso de segunda a quinta-feira. JAMB - Que tipos de doença tratava? R - Principalmente as intestinais, como parasitas e giárdias. Também havia muitos doentes com gastrite, diabéticos, asmáticos e muitas outras enfermidades. 10 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 Maisa Thomaz N ão podemos compactuar com a afirmação de que estes médicos cubanos estão fazendo um curso e, por isso, recebendo uma bolsa de US$ 400. Eles estão trabalhando, prestando assistência à nossa população. Quem vier trabalhar no Brasil deve estar de acordo com as nossas leis. Não somos contra nenhum médico formado no exterior atuar em nosso país, desde que faça o exame de revalidação do diploma”, destacou o presidente da AMB, Florentino Cardoso, durante a cerimônia que celebrou o contrato de trabalho entre a entidade e a médica cubana Ramona Rodriguez, na sede da Associação Médica de Brasília (foto). Ramona começou a trabalhar na sede administrativa da AMB, em Brasília, no dia 12 de fevereiro. Seu contrato prevê remuneração de R$ 3 mil, além de todos os benefícios e garantias trabalhistas, para atuar como assessora da diretoria e presidência da AMB, já que legalmente não pode exercer a medicina no país. A AMB também irá auxiliá-la a encontrar uma moradia em Brasília e o apoio necessário para capacitá-la a revalidar o diploma médico. Ela concedeu a seguinte entrevista ao JAMB. JAMB - Tinha equipamentos para atendimento? R - Eram poucos e também faltavam medicamentos. JAMB - Então os pacientes não tinham acesso aos medicamentos necessários? R - Apenas ao básico. JAMB - Quando atuou na Bolívia, o sistema de trabalho oferecido era o mesmo que no Brasil? R - Não, porque na Bolívia era uma missão humanitária. Este (Mais Médicos) tem contrato de trabalho. Lá, o salário era de US$ 200, e outros US$ 100 para alimentação, que entregávamos a um responsável pela compra dos alimentos da casa em que morávamos. Além disso, eles pagavam a moradia e o transporte. JAMB - Como encarou a proposta de trabalho da AMB? R - Agradeço à AMB e espero ajudar no que for preciso e que também me ajudem, pois desejo revalidar meu diploma para ficar aqui. É isso que pretendo fazer. ■ Mais médicos V Maisa Thomaz AMB CRIA PROGRAMA DE APOIO AO MÉDICO ESTRANGEIRO isando a garantir proteção à liberdade e à integridade dos profissionais trazidos de outros países pelo programa Mais Médicos do governo federal, a AMB criou o Programa de Apoio ao Médico Estrangeiro. O objetivo é atender tanto médicos cubanos como de outras nacionalidades que necessitem de orientação ou que estejam insatisfeitos no Programa Mais Médicos, pelas condições oferecidas. “Com esse programa, demonstramos à sociedade que os médicos brasileiros não são contra a vinda de médicos formados no exterior para atuar no Brasil. Defendemos que eles devem fazer o Revalida e, agora, por meio dos programas de educação médica continuada da AMB e de nossas especialidades, estamos oferecendo essa possibilidade”, destacou o presidente da AMB, Florentino Cardoso. Por intermédio do programa, a AMB oferecerá, de forma sigilosa e gratuita, uma cartilha ao médico com instruções dos procedimentos a serem seguidos na própria localidade em que está atuando; assessoria jurídica durante os trâmites legais para pedido de refúgio ou asilo po- lítico no país; curso preparatório para o exame Revalida; aulas de português; e suporte de ONGs voltadas para a garantia dos direitos individuais do médico. O Programa de Apoio ao Médico Estrangeiro da AMB pode ser acessado pelo telefone (11) 97078-4610 ou pelo e-mail [email protected]. O presidente da AMB informou que já recebeu consultas de mais de uma dezena de médicos cubanos interessados em saber mais detalhes sobre o programa e que os casos estão sendo estudados individualmente. “Estamos determinados a ajudar pessoas que respeitamos e que estão expostas a situações indignas, seja de ordem salarial ou de liberdade de expressão. Não compactuamos com o que está sendo feito com os cubanos, que trabalham igual aos demais estrangeiros, mas que, apenas por serem cubanos, recebem salário menor, além de estarem sujeitos a outras restrições. A AMB defende o respeito a todos os médicos, independentemente de serem formados aqui ou não. Por isso, desde o início, sempre exigiu transparência do nosso governo quanto ao programa. No entanto, até hoje, [o governo] continua devendo respostas a algumas perguntas como, por exemplo, quais convênios temos com a Opas? Por que se paga mais pelos médicos cubanos que, por sua vez, recebem menos? Por que não temos acesso a tais contratos? Por que não se paga diretamente aos profissionais?”. Estes foram alguns dos questionamentos do presidente da AMB na entrevista coletiva à imprensa, na sede da entidade (foto), ao anunciar o programa. ■ janeiro/fevereirO 2014 • JAMB • 11 Mais médicos Mais Médicos recebe críticas em audiência no STF José Bonamigo Florentino Cardoso, durante a audiência no STF O presidente Florentino Cardoso e o diretor José Bonamigo representaram a AMB na audiência pública sobre o programa Mais Médicos, no dia 26 de novembro, convocada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello. Ele é o relator das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) 5035 e 5037, que contestam dispositivos da Medida Provisória (MP) 621/2013, que instituiu o programa. Durante dois dias, foram ouvidos 24 expositores, entre representantes de entidades do governo, do poder público e da sociedade civil, sendo que as informações subsidiarão o julgamento da ADI, foi ajuizada pela AMB. A ação, com pedido cautelar, foi ajuizada no STF no dia 23 de agosto. O Conselho Federal de Medicina tem o atributo de amicus curiae, e busca suspender a MP 621, o decreto 8.040 e a portaria 1.369, de 8 de julho de 2013, por violação das normas constitucionais, todas ligadas ao programa Mais Médicos. O presidente Florentino Cardoso creditou ao subfinanciamento, à má gestão dos recursos e à corrupção as principais causas do “caos na saúde pública brasileira”. Disse que não se trata só de discutir o acesso da população à saúde, mas acesso de qualidade, criticando a dispensa da revalidação do diploma para os médicos estrangeiros contratados para atuar no programa. “Os que se formaram em outros países são bem-vindos no Brasil, desde que realizem e sejam aprovados no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos, o Revalida. Nossa população já sofre demais sadia, não merece uma medicina inferior, praticada por profissionais não avaliados”, afirmou Cardoso. Florentino fez ainda outros questionamentos sobre o programa, como em relação ao cumprimento da legislação trabalhista e ao fato de o governo brasileiro dar tratamento diferenciado para médicos provenientes da Europa, enquanto os cubanos, por exemplo, que exercem as mesmas funções, têm tratamentos e remunerações diferenciados. José Bonamigo reforçou que a exigência do Revalida foi estabelecida pelo próprio Ministério da Saúde e da Educação em 2011, e não é um exame elaborado por entidades médicas. “É uma prova simples, de conhecimentos básicos, diferente do exame que fazemos para ingressar na residência médica, por exemplo”. O diretor da AMB finalizou com uma comparação sobre a vinda de médicos sem revalidação do diploma e o Judiciário. “Caso o Brasil decidisse importar advogados para suprir as demandas de assistência jurídica, os senhores aceitariam profissionais que não realizassem o Exame da Ordem?”, questionou. O procurador do Trabalho, Sebastião Vieira Caixeta, apontou irregularidades no programa. Disse que o programa “tem, de fato, uma relação de trabalho mascarada por um programa de aperfeiçoamento”. Já os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) defenderam a criação da carreira de estado em medicina, e o resgate da participação da União no financiamento da medicina no Brasil. O representante da Associação Nacional dos Médicos Residentes, Juracy Barbosa Júnior, defendeu “qualidade, e não quantidade” Em conversa com jornalistas, ao final da audiência pública, o ministro Marco Aurélio afirmou que pretende liberar para julgamento, ainda no primeiro semestre de 2014, as ações que questionam o programa Mais Médicos. Com informações das assessorias de imprensa do STF e do DEM 12 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 Portais destacam erros médicos de cubanos E m reportagem publicada em seu porCardoso também relata a campanha de tal, o UOL destacou duas páginas que difamação que a categoria vem sofrendo no reúnem prescrições e denunciam gra- país: “o governo está difamando os médicos ves erros dos profissionais do Mais Mé- brasileiros, pegando como exemplo aqueles dicos. São os tumbirs Mais Médicos e que batem ponto e não atendem os pacienCubanadas, seção especial do site perito.med, tes, como se isso fosse a regra”, e argumenta que já relatava casos de erros médicos no Bra- que o salário pago aos estrangeiros é, na versil antes da importação de profissionais. dade, o que “poucos ganham aqui pelo turno Em entrevista, o infectologista Francisco de trabalho”. Cardoso, responsável por administrar e che“O prefeito de Porto Alegre e presidencar a veracidade de todas as denúncias que te da Frente Nacional de Prefeitos, José Forchegam para o Cubanadas, afirma que os er- tunati (PDT), havia aberto vagas para cirurros “são tão grosseiros que colocam em dúvi- gião vascular com salário de R$ 900. Todas da se são médicos de fato”. as cidades que apareciam sem nenhum méAo ser perguntado se há denúncias de dico já os tiveram. Eles foram embora pormédicos brasileiros, Cardoso enfatiza: “a boa que não há plano de carreira. Porque foram medicina não pode encobrir a má prática. Te- ameaçados por prefeitos por não terem aceimos mais casos de brasileiros no site, porque tado algo. Por terem ficado mais populaa página existe há três anos. O Mais Médicos res que as famílias que dominavam a região. tem apenas alguns meses, mas em porcenta- Porque não havia escolas para seus filhos, gem, o programa tem mais casos de erros”. porque não podiam descansar nem aos doO profissional faz duras críticas ao méto- mingos, pois só havia um médico na cidade”, do de contratação dos médicos do programa: completa. A entrevista na íntegra com Fran“o governo nem checa se esses estrangeiros são cisco Cardoso pode ser acessada em http:// médicos”, afirmando que ele próprio tentou se noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/ inscrever diversas vezes no programa, sem su- redacao/2014/01/15/criador-de-blog-quecesso. “Nunca conseguia finalizar por proble- -traz-erros-do-mais-medicos-diz-que-promas no site. Só acontecia isso com brasileiros”. grama-e-midiatico.htm. ■ janeiro/fevereirO 2014 • JAMB • 13 Novos cursos Criação de novas faculdades de medicina é atitude inconsequente, diz diretor científico C om a Portaria n. 646/2013 da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), de 2 de dezembro de 2013, o Ministério da Educação (MEC) divulgou a lista contendo os 42 municípios pré-selecionados para sediar novos cursos de medicina, iniciativa que faz parte do programa Mais Médicos. Só em São Paulo, são 16 municípios listados, sendo os demais em outros 12 Estados. Dos mais de 200 municípios interessados, 154 finalizaram o processo para receber cursos. Nessa primeira fase, podiam se inscrever cidades que não fossem capitais, nem contassem com cursos de graduação, ou que tivessem mais de 70 mil habitantes. Após a pré-seleção, visitas técnicas ficarão responsáveis por verificar equipamentos públicos e programas de saúde. Somente após essa etapa, será divulgada a lista definitiva, quando, então, será aberto edital para definir as instituições que receberão os novos cursos. O diretor científico da Associação Médica Brasileira, Edmund Baracat, desaprova a medida. “É uma atitude inconsequente, tendo em vista a precariedade da infraestrutura e de recursos humanos de boa parte das universidades públicas hoje existentes no país. Nas condições atuais, é inviável a ampliação de vagas na intensidade e no curto espaço de tempo em que se pretende. Não é o melhor caminho para a melhoria da saúde no país”. Ele relembra situações como a dos alunos de Medicina da Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo, que estiveram em greve por 82 dias e, em junho, posicionaram-se a favor do fechamento da graduação por falta de estrutura básica no curso. Já o campus de Medicina de Macaé, no Rio de Janeiro, continua sofrendo por falta de docentes e estrutura laboratorial desde sua abertura, em 2009. A meta do governo federal é criar 11.447 novas vagas de graduação em quatro anos, sendo que, hoje, já são cerca de 18 mil no país. Estão previstas, também, 12 mil vagas em residência médica. ■ Aprovada proposta de exame de proficiência em medicina A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou projeto que institui exame nacional de proficiência em medicina como requisito para o exercício da profissão de médico no país. O Projeto de Lei do Senado (PLS) n. 217/2004, do ex-senador Tião Viana (PT-AC), segue agora para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), em caráter terminativo. O texto original previa que o estudante graduado em medicina deveria passar por um exame nacional de proficiência para adquirir o registro profissional e exercer a profissão. Após audiências públicas para instruir a proposta, o relator na CE, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), apresentou substitutivo ao projeto original. O novo texto estabelece que o exame seja realizado em duas etapas, sendo a primeira ao final do segundo ano curricular e a segunda ao final do curso. Exame O exame de proficiência em Medicina avaliará competências éticas e cognitivas, e habilidades profissionais, tomando por base os padrões mínimos requeridos para o exercí- 14 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 cio da profissão, sendo realizado anualmente. A inscrição será gratuita. Caberá ao Conselho Federal de Medicina (CFM), à coordenação nacional do exame e aos conselhos regionais a sua aplicação. O substitutivo prevê a supressão da previsão de prova prática. A proposta também sugere a aplicação de penalidades – já em vigor pela Lei n. 10.861/2004 – aos cursos com percentuais de aprovação inferiores a 60% no exame, constatados por três vezes em um período de cinco anos. Eles poderão sofrer suspensão temporária da abertura de processo seletivo de cursos de graduação e cassação da autorização de funcionamento de instituição de educação superior ou do reconhecimento de cursos oferecidos. “Essa matéria, além de ser terminativa na CAS, irá ao plenário e à Câmara. E ela só entra em vigor dois anos após a sua tramitação. Nós temos certeza de que, daqui a 3 anos, não vai se precisar do Mais Médicos”, afirmou Miranda. ■ Fonte: Agência Senado Política médica Campanha arrecada recursos para comunicação do movimento médico E Na foto, da esquerda para a direita: Jonatas Froes, Sadao Futaki, José Bonamigo e Alysson Santos, durante a assinatura do contrato na sede da AMB. César Teixeira m dezembro, a AMB efetivou a contratação de empresa especializada em comunicação e marketing, com objetivo de desenvolver mecanismos para arrecadação de recursos financeiros para campanhas de comunicação. “Nesta fase inicial, nossas ações serão dirigidas exclusivamente para as redes sociais, com o intuito de potencializar a arrecadação de recursos. Em uma segunda fase é que pretendemos desenvolver peças ou ações específicas de comunicação voltadas propriamente ao movimento médico”, diz Alysson Santos, coordenador da campanha. Segundo Alysson, provavelmente ainda no primeiro bimestre, já deverá estar em funcionamento um hot site, que servirá como ferramenta de apoio à campanha de arrecadação. “A AMB entendeu que deveria apoiar movimentos de comunidades médicas que surgiram espontaneamente em redes sociais pelo fato de defenderem eticamente o movimento médico e suas bandeiras. Nesse caso, especificamente, a AMB disponibilizou todo o suporte necessário e apoio organizacional (conta corrente especial) para que os médicos possam colaborar”, explica o 1º Tesoureiro da AMB, José Bonamigo. Para essa campanha, as contribuições podem ser feitas em nome da Associação Médica Brasileira, no Banco do Brasil, agência 4.223-4, conta corrente 9.954-6 (CNPJ 61.413.605/0001-07). O link para a campanha no Facebook é https://www.facebook. com/groups/567218453337480/. Membros de diversos grupos em redes sociais, como o Facebook, entre eles Dignidade Médica (https:// www.facebook.com/groupssoumedico/?fref=ts), Valorização da Medicina (https://www.facebook.com/groups/ valorizacaomedica/?fref=ts), Médicos Brasil (https:// www.facebook.com/groups/medicosbrasil/), estudantes de Medicina do Brasil (https://www.facebook.com/gr oups/218998818117965/?fref=ts), entre outros, já manifestaram apoio e estão contribuindo com a campanha. ■ Na foto, durante o evento, da esq. para dir.: Vinícius Azevedo; Nívio Moreira; Lady Diana Lopes; Antônio Carlos Lopes; Marcus Vinícius Garcia; Welisson Moraes; Isac Borges Lacerda; Jovarci Motta; Jorge Oliveira. Empossada a diretoria da AEMED-ES Aemed-ES A s políticas públicas de saúde e os desafios da medicina brasileira” foi o tema do fórum que aconteceu em Vitória, em novembro, organizado pela Associação dos Estudantes de Medicina do Espírito Santo (AEMED-ES). Com o evento, teve início um circuito nacional de debates que visa a entender como as políticas públicas atuam na sociedade, seus significados e as suas perspectivas. Durante o evento, aconteceu a posse da diretoria da AMED-ES. Visite a página da entidade no Facebook, bastando para isso digitar ‘AEMED-ES’. ■ janeiro/fevereirO 2014 • JAMB • 15 Política médica Ex-presidente da AMB está entre os deputados mais atuantes de 2013 E laborado anualmente pela revis- desde 2012. Dentre esses critérios, Eleuses ta Veja desde 2011, com a colabo- Paiva (PSD/SP) foi considerado o 5º mais ração do Núcleo de Estudos sobre empenhado entre os deputados federais. o Congresso (Necon), do InstiDentre as muitas proposições de Eleututo de Estudos Sociais e Políti- ses em defesa da saúde pública e dos mécos da Universidade do Estado do Rio Ja- dicos, estão o projeto que obriga o governeiro, o ranking que avalia a atuação dos no a destinar 10% de sua arrecadação bruta parlamentares nomeou o ex-presidente da para o setor de saúde; e outro que exige toAMB, Eleuses Paiva, entre os deputados tal transparência nas contas publicitárias mais atuantes de 2013. do governo federal, estadual e municiO objetivo é reconhecer a atuação de pal, para evitar a autopromoção de polítideputados e senadores que trabalharam cos com dinheiro público. Especificamente durante o ano em favor de um país mais para a classe médica, o deputado também moderno e competitivo. Para isso, a clas- trabalha pela criação da carreira de médisificação leva em consideração nove ei- co de estado, semelhante ao que ocorre no xos fundamentais para atingir um avanço Ministério Público e Magistratura, e outro significativo – da diminuição da carga tri- que responsabiliza as faculdades pela quabutária ao aprimoramento das relações de lidade do ensino que oferecem, obrigandotrabalho. Para chegar ao resultado, os en- -as a garantir a capacitação dos formanvolvidos no estudo avaliaram as 243 pro- dos por meio de um plano de recuperação. posições eleitas mais relevantes entre as Outro projeto pede isenção do Imposto de centenas de Projetos de Lei, Medidas Pro- Renda a pessoas portadoras de deficiênvisórias e Propostas de Emenda à Consti- cia; também no âmbito social, outro platuição que tramitaram no Congresso Na- no de sua autoria prevê a obrigatoriedade cional no ano passado. para a realização de exame de oximetria de Além dos critérios do Necon, a revis- pulso, chamado de teste do coraçãozinho, ta Veja aplicou, ainda, outras exigências para todos os recém-nascidos. O ex-prepara se chegar ao ranking dos melhores de- sidente da AMB, gestões de 1999/2002 e sempenhos de 2013, incluindo a cláusula 2002/2005, e atual deputado federal (PSD/ de ética e a Lei da Ficha Limpa, em vigor SP) falou ao JAMB. 16 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 JAMB - Dos seus projetos apresentados, tem algum que considera mais importante? R - Todos já citados são importantes, mas há um em especial – que pretende obrigar o governo federal a destinar 10% de toda a sua arrecadação bruta à saúde – que me deixa inconformado pela gigantesca resistência que vem encontrando na Câmara. Enquanto isso, milhares de brasileiros padecem nos corredores dos hospitais e dos demais serviços de saúde à espera de atenção e resolução aos seus problemas. Faltam recursos, faltam equipamentos, falta modernização. E, ao lado da falta de recursos, há o sofrível gerenciamento do pouco que existe. Para nosso espanto, números divulgados pelo TCU revelam que dos insuficientes R$ 93,4 bilhões do orçamento do setor em 2012, R$ 17 bilhões nem sequer foram utilizados. Em vez de melhorar o orçamento da saúde, o governo recorre à falácia da importação de médicos estrangeiros, como se todo o problema se restringisse à falta de médicos. Falta de médico se resolve com a criação de uma carreira de estado. Mesmo assim, não adianta ter médico e não ter infraestrutura que garanta a eficácia. JAMB - Como se sente estando entre os cinco deputados mais bem avaliados? R - Feliz e, ao mesmo tempo, estimulado. Não por razão meramente pessoal, mas porque o ranking divulgado pela revista presta um serviço a favor da política ao revelar que há deputados e senadores que levam a sério seus mandatos e tratam com responsabilidade questões importantes para o país. Penso que ser citado pela revista como um dos cinco melhores do Brasil, com base em pesquisas da Transparência Brasil e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, faz justiça a todos os deputados que atuam com seriedade no Congresso, e é um bom estímulo para persistirmos na luta. JAMB - Há algum tema que pretende focar neste ano? R - É inaceitável que a legislação eleitoral permita a contribuição de empreiteiras e particulares para as campanhas dos candidatos. Mais uma vez, vou me empenhar para extirpar essa prerrogativa da legislação, pois a empreiteira que dá dinheiro a um político cobra retorno mais tarde. Essa é uma das razões do desvirtuamento das concorrências e licitações. Também estarei ao lado dos eleitores que promoveram os grandes protestos de 2013, no sentido de que tenham em mente que não adianta só denegrir a imagem dos políticos. É preciso denunciar os corruptos e os incompetentes e substituí-los por quem tenha compromisso com o bem comum, em especial com a saúde pública e a educação. ■ janeiro/fevereirO 2014 • JAMB • 17 Univadis Univadis oferece a nova edição do Manual Merck na íntegra O s profissionais de saúde registrados no portal Univadis já contam com acesso à 19ª edição do Manual Merck na íntegra em português. É a primeira vez que a obra é lançada no Brasil de forma simultânea nas versões impressa e on-line. Com mais de 115 anos de tradição, o Manual Merck se tornou referência para a classe médica. Hoje, é um dos livros de saúde mais acessados na web em todo o mundo. A 19ª edição do Manual Merck oferece as mais atualizadas discussões sobre patologias específicas, organizadas por sistemas ou por especialidade médica. Com mais de 4.000 páginas organizadas em 23 capítulos, a nova edição foi elaborada por um corpo clínico editorial independente de 18 médicos especialistas, entre mestres, doutores e PhD, e revisada por 13 consultores e mais de 300 médicos especialistas em diferentes áreas de atuação. Médicos e estudantes de medicina encontram, no Manual Merck, explicações simples e práticas sobre causa, diagnóstico, tratamento e prevenção de mais de 2.000 doenças, além de poder esclarecer a hipótese diagnóstica de cada uma delas por meio de sinais e sintomas. Cada seção do Manual Merck apresenta a sequência de avaliação e pormenoriza as primeiras e segundas linhas para o tratamento em formato de texto ou tabelas, disponibilizando, também, ricas informações de etiologia e fisiopatologia que asseguram a compreensão das recomendações para a prática clínica diária. Além dos artigos selecionados do The Lancet, JAMA, cursos do BMJ Learning acreditados pela AMB e outras ferramentas, recomendo o acesso gratuito ao novo Manual Merck, na íntegra e em português, no Univadis – www.univadis.com.br. Edmund Baracat – Diretor Científico da AMB Confira os destaques do Manual Merck 19ª edição, no Univadis Doenças infecciosas Aprimore seus conhecimentos sobre os princípios gerais para diagnóstico e tratamento das doenças sistêmicas fúngicas, histoplasmose, coccidioidomicoses e paracoccidioidomicoses, blastomicoses, esporotricose, criptococose, candidíase sistêmica, aspergilose e mucormicose, entre outras afecções. Ginecologia e obstetrícia Confira a seção dedicada a anormalidades menstruais e sangramento uterino anormal: tensão pré-menstrual, dismenorreia funcional, dismenorreia adquirida, amenorreia, anovulação, síndrome do ovário policístico, insuficiência ovariana prematura e hemorragia uterina disfuncional. Distúrbios hepáticos e biliares Conteúdo interessante sobre os distúrbios biliares extra-hepáticos: fisiologia do metabolismo dos ácidos biliares, colelitíase, colecistite, coledocolitíase, colangite, entre outros. 18 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 Distúrbios oftálmicos: doenças do aparelho lacrimal Revisão das principais doenças oftalmológicas, dentre as quais o aprofundamento do aparelho lacrimal (dacriostenose congênita, adquirida, crônica e aguda) e doenças da retina, como retinopatia hipertensiva e diabética, oclusão da artéria/veia central da retina, degeneração macular, descolamento de retina e retinose pigmentar. Distúrbios endócrinos e metabólicos Leia sobre as relações hipotálamo-pituitárias, controles hipotalâmicos, função pituitária anterior e posterior. Distúrbios osteomusculares e do tecido conjuntivo: lesões comuns nos esportes Capítulo dedicado à compreensão da atividade excessiva e suas consequências, fratura metatársica por estresse, inflamação dolorosa dos músculos tibiais, tendinites, dor patelofemoral, estiramento muscular, síndrome piriforme, estiramento lombar, epicondilite lateral e medial. Ano Novo. Conteúdo novo no Univadis. A mais nova edição do Manual Merck disponível no Univadis. 19ª edição em português; 23 capítulos e mais de 4 mil páginas com abordagem por sistema e especialidade médica, abrangendo mais de 2 mil doenças; Elaborado por 18 mestres, doutores e PhDs e revisado por um corpo clínico independente de mais de 300 médicos especialistas em diferentes áreas de atuação; Mais de 115 anos de tradição. Acesse www.univadis.com.br e confira o Manual Merck 19ª edição. Entrevista Entrevista – Nivio Moreira Em outubro, durante o encontro do Junior Doctors Network (JDN), na véspera da Assembleia Anual da Associação Médica Mundial (WMA), em Fortaleza, Nivio Moreira, coordenador do Comitê de Médicos Jovens da AMB, foi eleito presidente do JDN para o mandato de 2013/2014. Nesta entrevista ao Jamb, ele fala dos seus planos à frente da entidade. dentes ao redor do mundo e, na última gestão, fui secretário do grupo. O Brasil tem muito a contribuir a nível global. Fui presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), liderei a última greve dos residentes e tenho participado ativamente nas entidades médicas desde o tempo estudantil. Ocupo o cargo de presidente do Comitê de Médicos Jovens da AMB e da APM, tendo sido eleito conselheiro na nova gestão do CREMESP este ano. JAMB - Qual a duração do mandato? Quais suas atribuições como chair (presidente)? R – O mandato tem duração de um ano, seguido de um ano como past-chair. Entre as funções do presidente, estão: representar o JDN na WMA e em eventos importantes, como na reunião da Organização Mundial da Saúde; coordenar as ações do grupo, entre outras tarefas. JAMB - Por que decidiu se candidatar à presidência do JDN? R - Participo das atividades do JDN desde 2011, na reunião de fundação do grupo, no congresso da WMA no Uruguai. Durante esse período, participei ativamente, elaborando políticas que possam contribuir para melhorar a formação dos médicos resi20 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 JAMB - Quais são os planos para o seu mandato? R – Temos planos de ampliar e integrar as atividades do JDN na América Latina, Ásia e Oceania. Queremos aproveitar a experiência de atividades desenvolvidas na Europa, Canadá e Estados Unidos para aprimorar a organização e a participação dos médicos jovens. Estamos desenvolvendo políticas sobre a formação médica e o mercado de trabalho. JAMB - Existe algum objetivo especial? R - Temos dois projetos importantes. O primeiro é um mapeamento global do treinamento do médico residente nos diferentes continentes, com objetivo de conhecer as diversas formas de especialização médica. O segundo é um grupo de trabalho sobre qualidade de vida na residência médica, que estamos desenvolvendo há um ano e temos obtido dados preocupantes, como o aumento de risco de transtornos mentais e excesso de trabalho. JAMB - Qual o objetivo principal do JDN? R - Integrar, compartilhar e desenvolver a representação a nível nacional e mundial dos médicos jovens e residentes. JAMB - Como o médico brasileiro pode se associar ao JDN? R - O médico jovem e residente, até 10 anos após a sua graduação, pode fazer sua inscrição como membro do JDN (www. wma.net). Nos três anos iniciais, não há cobrança associativa. As informações podem ser acessadas no site da AMB (www. amb.org.br). Também estamos finalizando uma parceria com a ANMR, que possibilitará a todos os associados da entidade serem sócios automaticamente do JDN. JAMB - Quantos países têm sócios no JDN? R - Temos associados em mais de 90 países no mundo e esse número cresce a cada ano. JAMB - Qual a relação entre o JDN e a WMA? R - Somos a representação dos médicos jovens e residentes na WMA e parceiros das entidades médicas dos países associados. No Brasil, é a Associação Médica Brasileira a entidade representativa na WMA. JAMB - Gostaria de esclarecer algo ou enviar uma mensagem ao jovem médico brasileiro? R - O Brasil tem um papel importante no cenário médico mundial. Temos uma medicina desenvolvida – mesmo com problemas – e uma liderança na América Latina. Mesmo que muitos governantes não reconheçam nossa competência e qualidade, e busquem menosprezar o papel importante que desempenhamos na sociedade, temos que nos orgulhar de sermos médicos. Sabemos que o problema da saúde no Brasil é a falta de recurso e gestão ineficaz. Temos força para nos unir e lutar por melhores condições de formação e trabalho para os médicos e para a população. ■ NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 • JAMB • 21 Direito de resposta Esclarecimento aos médicos brasileiros O Conselho Federal de Medicina (CFM) tem atuado fortemente na cena política nacional em defesa do bom exercício profissional. Assim, repudia veementemente afirmações publicadas na edição 1387, do Jornal da Associação Médica Brasileira, em entrevista com o deputado Ronaldo Caiado e na reportagem Governo pressiona e Mais Médicos agora é lei. Diante disso, o CFM apresenta os seguintes esclarecimentos para manter os médicos e a sociedade bem informados sobre os fatos que ocorreram: 1) Ao contrário do que foi dito e sugerido pelo deputado Ronaldo Caiado, em entrevista, e na reportagem específica sobre o tema, o Conselho Federal de Medicina não fez acordos, participou de negociações ou foi cooptado pelo governo e por sua base aliada durante o processo de discussão e votação da MP do Mais Médicos, no Congresso Nacional; 2) Nunca houve adesão do CFM ao mal-intencionado programa Mais Médicos ou ao governo. Todos os representantes da entidade agiram de forma idônea e ética, cientes de suas responsabilidades e, em nenhum momento, privilegiaram necessidades particulares em detrimento do coletivo; 3) A ação do CFM buscou, sobretudo, fazer alterações importantes no texto final construído pelo relator da matéria, o deputado federal Rogério Carvalho (PT/SE). Se esta proposta tivesse sido aprovada, a medicina brasileira sofreria danos irreversíveis; 4) O ponto mais polêmico era a criação de um Fórum de Regulação das atividades na área da saúde que, em síntese, dava ao Ministério da Saúde superpoderes para dizer o que os médicos poderiam e não poderiam fazer. Ou seja, permitiria-se a montagem de uma agência de regulação das profissões da área da saúde, com possibilidade de transferir competências e atribuições dos médicos para outras categorias; 5) Com o aval de lideranças médicas, o CFM conseguiu a retirada deste ponto do relatório, que estava inserido no Capítulo 5 do documento. Em todo esse processo, o CFM convidou representantes de entidades, como a Associação Médica Brasileira (AMB), e políticos para ajudar na tomada de decisões. Esse caminho não foi o mesmo seguido por alguns grupos, que optaram por negociações isoladas com o governo acerca de itens previstos na MP do Mais Médicos, que acabaram sendo eliminados; 6) Por outro lado, o CFM não abriu mão de registrar os médicos em atividade, conforme informado pelo parlamentar. Inclusive, ressalte-se que a emenda que transferiu para o Ministério da Saúde a responsabilidade de cadastrar os intercambistas foi apresentada pelo deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM/MS), colega de bancada de Ronaldo Caiado. 7) Com a mudança, sem querer, o relatório da MP 621 reforçou intenção anterior dos CRMs de não registrarem os intercambistas. Pela lógica, eles não revalidaram seus diplomas e, portanto, não são legalmente médicos no Brasil. Se os CRMs os inscrevessem, legitimariam a farsa montada pelo governo. Quem acompanhou o debate jurídico em torno do programa, lembra que, desde o início, os conselhos pediram na Justiça o direito de não registrar esse grupo. 8) Saliente-se que o CFM e os CRMs mantêm sua postura crítica ao Mais Médicos. Trata-se de iniciativa eivada de vícios que a tornam um exemplo de como o governo manipula uma necessidade real e legítima para justificar um programa eleitoreiro e midiático. Essa posição nunca mudou, assim como a postura de enfrentamento dessa iniciativa; 9) Finalmente, lamentamos que colegas e lideranças manifestem opinião repleta de falsas acusações e ofensas pessoais. Quem atira sobre o CFM e suas lideranças adjetivos que os desqualificam é desafiado a provar com documentos, fatos e dados concretos suas conjecturas e teorias. O que não podemos é admitir que isso ocorra de forma intencional para desqualificar o CFM, os CRMs e causar clima de desarmonia no meio médico. Finalmente, reiteramos o compromisso do CFM e dos CRMs com a categoria médica, com a profissão e com a sociedade. Os Conselhos de Medicina permanecerão atentos, denunciando em todas as instâncias os abusos e as ilegalidades vinculadas ao Mais Médicos, para evitar que as vidas de milhões de pacientes sejam colocadas em risco e defender a dignidade de nossos colegas e de nossa profissão. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA 22 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 Associação Médica Brasileira EDITAL DE CONVOCAÇÃO ELEIÇÕES TRIÊNIO 2014-2017 A Associação Médica Brasileira convoca seus associados com • São condições de elegibilidade para os cargos da Diretoria: direito a voto para as eleições dos cargos eletivos da entidade que irão se realizar em todo o território nacional, em pleito únia) Para qualquer cargo: ter a condição de associado co, no dia 28 de agosto do corrente ano. efetivo há mais de três anos, estar em pleno gozo de • As votações e apurações serão organizadas e dirigidas seus direitos estatutários, contados da data de sua pelas entidades Federadas, filiadas à Associação Médica inscrição como associado até o último dia do prazo Brasileira, assegurando-se em todos os níveis e momentos fixado para a apresentação das chapas; a participação de fiscais ou representantes legais das b) Para cada um dos dez cargos de Vice-Presidente, chapas concorrentes; residir ou exercer a profissão nas respectivas regiões: Centro, Centro-Oeste, Norte, Norte-Nordeste, • A Associação Médica Brasileira poderá designar Nordeste, Leste-Nordeste, Leste-Centro, Leste-Sul, representantes para acompanhar o processo de votação e Centro-Sul e Sul; apuração; c) Para os cargos de Secretário-Geral, 1º Secretário, 1º • As Federadas deverão encaminhar à Associação Médica Tesoureiro, 2º Tesoureiro, residir ou exercer a profisBrasileira a relação dos associados filiados até 30.03.2014; são na cidade sede da AMB; • Para efeito de estabelecimento do número de delegados, as Federadas deverão encaminhar à Associação Médica Brasileira, até às 18:00 horas do dia 16.07.2014, o número de associados efetivos, quites até 30.06.2014; • Até 30.07.2014, a Associação Médica Brasileira expedirá circular às Federadas, informando o número de delegados de cada uma delas; • É permitido que o débito dos associados que constem da relação fechada em 30.03.2014 seja quitado até o dia da votação; • Os associados que quitarem as anuidades entre 30.06.2014 até a data das eleições deverão ter encaminhado os respectivos pagamentos junto com a ata das eleições; • Cada candidato deve dar sua anuência escrita para inclusão na respectiva chapa, com declaração da Federada constando a data de inscrição como associado e comprovante de quitação até a data de registro da chapa; • O pedido de registro da chapa para concorrer aos cargos da Diretoria deve ser feito na secretaria da Associação Médica Brasileira até às 18:00 horas do primeiro dia útil do mês de agosto deste ano, mediante apresentação subscrita por cinquenta ou mais associados efetivos pertencentes, no mínimo, a três entidades federadas; • O registro dos candidatos a delegados das Federadas junto à Associação Médica Brasileira será processado na Federada respectiva, até as 18:00 horas do primeiro dia útil do mês de agosto; • Somente poderão inscrever-se como candidatos a delegados os associados que tenham há mais de um ano a condição de associado efetivo, contado retroativamente a partir do último dia do prazo fixado para a apresentação das chapas; • A secretaria da Associação Médica Brasileira expedirá às Federadas, até o décimo quinto dia útil do mês de agosto, a relação das chapas para concorrer aos cargos da Diretoria, devidamente inscritas e respectivas constituições; • A ata geral das eleições de cada Federada deverá ser encaminhada à Associação Médica Brasileira até o dia 18 do mês de setembro seguinte às eleições, acompanhada dos pagamentos relativos às anuidades e/ou outros débitos, juntados até o dia das eleições; São Paulo, 03 de fevereiro de 2014 Dr. Aldemir Humberto Soares Secretário-Geral Dr. Florentino de Araújo Cardoso Filho Presidente janeiro/fevereirO 2014 • JAMB • 23 Entrevista Deputado Osmar Gasparini Terra Ex-prefeito da cidade de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, secretário estadual de Saúde em duas oportunidades, e presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS) também por dois mandatos; o médico Osmar Terra, atualmente, é deputado federal pelo PMDB-RS. Atuante na área médica, com passagens pelo Sindicato Médico, tem dedicado seu mandato à defesa das causas ligadas à área da saúde. Terra concedeu entrevista ao JAMB. JAMB - Qual a sua leitura sobre o programa Mais Médicos? R - O programa Mais Médicos poderia ser um grande programa estruturante do SUS, mas não foi. Concebido às pressas, para responder ao movimento popular de junho, virou só uma maneira do governo desviar a atenção da população de sua responsabilidade como governo, em financiar e estruturar melhor a saúde brasileira, colocando a culpa dos desacertos na categoria médica. Todas as tentativas de estabelecer, minimamente, uma carreira para os profissionais da saúde, da PEC dos deputados Eleuses e Caiado até a tentativa de emendar a medida provisória do Mais Médicos, minha e do deputado João Ananias, foram boicotadas ou vetadas pelo governo federal. JAMB - O senhor acredita que esse programa será capaz de alterar os indicadores da saúde em nosso país? R - Nem o governo acredita nisso. O impacto será muito pequeno e temporário, caso não se estabeleça uma política duradoura de recursos humanos no SUS. O resultado maior para o governo ele já conseguiu. Foi temporariamente transferir a culpa do mau funcionamento dos serviços públicos para a categoria médica. E passar a ideia para a opinião pública de que o Mais Médicos resolverá todos os problemas de atendimento de que eles sofrem, sem precisar gastar mais com a saúde! Se essa ilusão durar até as eleições, já terá cumprido seu papel. Na verdade, para atender 80% da população brasileira na rede básica, necessitamos, hoje, de 50 mil equipes de Saúde da Família, com médicos cumprindo 40 horas semanais. Temos 30 mil, das quais só a metade conta com médicos cumprindo o horário integral, além de um número significativo sem médicos. A vinda dos 7 mil bolsistas (sim, são só bolsistas temporários) que estão previstos no programa significa um acréscimo de um profissional médico em 14% dos postos de saúde necessários no país. É só! 86% da população brasileira não perceberá qualquer mudança no atendimento básico e 100% não sentirá qualquer mudança no atendimento médico hospitalar e de especialidades com o programa. Simplesmente porque não está prevista a contratação 24 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 de médicos para o atendimento nesse nível! Assim, o impacto nos indicadores de saúde será muito pequeno, localizado e sem resultado significativo nacional. JAMB - Qual a sua visão sobre o veto da presidente Dilma à criação de uma carreira de estado no programa Mais Médicos? R - A justificativa é de que abriria a possibilidade de carreira para médicos estrangeiros. Na verdade, isso poderia ter sido acertado em um Projeto de Lei Complementar. Mas deveria ter sido mantida a carreira como uma demonstração de interesse do governo na questão! Como a carreira exigiria mais recursos, tudo leva a crer que o governo usou uma desculpa para vetar e não gastar mais com a saúde! É bom que se diga que o problema maior da saúde pública brasileira é o financiamento precário. Por isso, não temos carreira nem valores de tabela adequados para o atendimento especializado e hospitalar! O governo brasileiro gasta, per capita, com a saúde pública metade do que o Chile e a Argentina gastam. Assim, enquanto não garantirmos pelo menos 10% da receita bruta federal para a saúde, não resolveremos qualquer questão estrutural do sistema. JAMB - O senhor implantou a carreira quando foi secretário no RS; é possível estendê-la para o âmbito federal? Há desinteresse do governo em fazê-lo? R - Quando fui prefeito de Santa Rosa (RS), de 1993 a 1996, criei uma fundação pública de saúde e carreira para todos os profissionais de nível superior. Fizemos uma pesquisa de mercado, e pagávamos para o médico 30 salários mínimos por 40 horas semanais, com dedicação exclusiva. Os profissionais podiam ter atividades extras, como plantões, ou no caso de professores universitários. O mesmo tratamento demos aos dentistas, enfermeiros, psicólogos, etc. Sempre com o salário definido pelo que melhor se pagava no estado, acrescido de 20%. Além disso, havia os avanços da carreira e a aposentadoria integral. Assim, atraímos muitos profissionais de todo estado, e até de fora do Rio Grande do Sul, para trabalharem na rede básica de Santa Rosa! Como secretário de Estado consegui estabelecer também uma carreira para as funções essenciais da saúde estadual. JAMB - Na sua visão, porque o médico tem sido tão desvalorizado ultimamente? R - O médico tem uma formação longa e complexa, lida direto com a vida e a qualidade de vida do ser humano, portanto é um profissional que se valoriza naturalmente no mercado de trabalho. Acredito que a tentativa do governo de demonizar a categoria, no fundo, é um artif ício para gastar menos no SUS e se isentar da responsabilidade pelo mau funcionamento do sistema. Nada mais. Na verdade, nenhum governo dos últimos 30 anos, à exceção de um curto período de Jatene e de Serra como ministros, agiu para aumentar, realmente, os recursos para a saúde. rápido impacto na saúde da população hoje, teríamos que ter uma carreira nacional bancada pelo Ministério da Saúde, com contratação e concursos regionalizados para médicos e demais profissionais do setor. Além disso, teríamos que ter uma tabela com reajustes mais frequentes, que fosse atraente aos especialistas. Para isso, necessitamos, no mínimo, de um aumento de 60% do que é repassado à saúde pelo governo federal. Isso poderia ser atingido por etapas. JAMB - Qual o estágio do seu projeto de lei antidrogas? Confia em sua aprovação? R - Acredito que as drogas, lícitas e ilícitas, representam o maior problema de saúde e de segurança que temos hoje no Brasil. A epidemia do crack já é a maior causa de mortes entre jovens de 15 a 25 anos. Meu projeto de lei foi aprovado por ampla maioria na Câmara dos Deputados, e agora está em análise no Senado. Tenho conversado com senadores e tenho recebido forte apoio. Os legisladores JAMB - Em sua opinião, o que deveria ser feito para vivem o drama da sociedade devastada pelas drogas e resolver os problemas da saúde em nosso país? que não aceita a sua liberação. No Projeto de Lei procuro, Mais financiamento? Melhor gerenciamento? entre outras medidas, restaurar o papel da família e do R - Toda gestão exige a melhor aplicação possível dos recursos médico, ao estabelecer a internação involuntária por disponíveis. Mas na saúde brasileira, o peso maior dos solicitação de familiar ou responsável com avaliação médica, problemas é puxado pelo subfinanciamento crônico. A saúde é dispensando o processo judicial para a internação. Os o “patinho feio” de todos os governos. Na visão dos economistas, psiquiatras precisam ser mais acreditados no Sistema de a saúde gasta muito e melhora pouco. Ora, para termos um Saúde Mental, que hoje ouve muito mais os sociólogos. ■ www.amb.org.br [email protected] Tel.: (11)3178-6800 janeiro/fevereirO 2014 • JAMB • 25 Câmara César Teixeira CADE participa de reunião da Câmara Técnica de Implantes N o último encontro de 2013, no dia 6 de dezembro, membros da Câmara Técnica de Implantes receberam representantes do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para debater sobre a distorção existente no valor de implantes no Brasil. Foi pontuado que, entre regiões, cidades e, RAMB Conselho editorial da Revista da AMB define ganhadores do Prêmio Liberato Di Dio O Conselho Editorial da Revista da Associação Médica Brasileira (RAMB) escolheu os dois trabalhos vencedores do Prêmio Prof. Liberato Di Dio, da edição de 2012. Flavia Mori Sarti, Marislei Nishijima, Antonio Carlos Coelho Campino e Denise Cavallini Cyrillo são os autores do artigo “A comparative analysis of outpatient costs in HIV treatment programs”, reali- 26 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 até mesmo, entre hospitais, a discrepância pode ser maior que 200%. Por trás da diferença de preços, Luis Carlos Sobania, coordenador da Câmara Técnica, destaca a inclusão de “porcentagens distribuídas entre diversos agentes”, o que leva o ônus para o consumidor final, que não tem conhecimento da cadeia. “Isso faz com que não existam recursos para melhorar os honorários médicos”, afirmou. A representante do CADE, Raquel Ferreira, solicitou mais dados para poder agir, mas afirmou que levará o assunto à direção do órgão. Ainda na pauta do encontro, tratou-se também sobre a lista de materiais de implantes da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica, que ainda não tem amparo nas listas do SUS e da ANS. A Sociedade foi orientada a conduzir a situação diretamente com os órgãos, com o respaldo da Câmara Técnica. Na primeira reunião, prevista para 2014, serão convidados representantes do CADE, Fenasaúde e Unimed, para apresentação de novas informações sobre a distorção nos preços de órteses, próteses e materiais especiais. ■ zado na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), que ficou com a primeira colocação e o prêmio de R$ 3.000,00. O artigo foi publicado no volume 58, nº 5, do ano de 2012 da RAMB. Já o segundo lugar e o prêmio em dinheiro de R$ 2.000,00 será entregue a Dario Jose Hart Pontes Signorini, Michelle Carreira Miranda Monteiro, Maria de Fátima Castro de Andrade, Dario Hart Signorini e Walter de Araújo Eyer-Silva, pelo artigo “What should we know about metabolic syndrome and lipodystrophy in AIDS?”, realizado no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, e publicado na RAMB, volume 58, nº 1, de 2012. Os prêmios devem ser entregues durante a primeira reunião do Conselho Científico da AMB deste ano, prevista para o mês de março. ■ Departamento Cultural faz balanço das atividades O departamento cultural da AMB, representado pelo diretor Hélio Barroso dos Reis, esteve reunido no dia 24 de janeiro na sede da Associação. Na pauta do encontro, temas como o relatório de prestação de contas do departamento; avaliação da 3ª Viagem Cultural para Israel e Jordânia, com produção de edição especial do JAMB Cultura; discussão e proposta de roteiro para a próxima viagem cultural; cronograma de produção dos livros JAMB Cultura e AMB/Especialidades Médicas. O diretor cultural apresentou a Daniela Manole, diretora da Editora Manole, subsídios para elaboração de um cronograma para a produção de dois livros: o JAMB Cultura, uma coletânea de todas as edições do caderno cultural do JAMB, e o livro AMB/Especialidades, que pretende reunir a história das associações de especialidades filiadas à AMB. “Para viabilizar essas publicações, estamos trabalhando na elaboração de um projeto no sentido de garantir incentivos da Lei Rouanet, que compensa imposto de renda aos possíveis patrocinadores de pessoa f ísica e jurídica”, explica Hélio Barroso. César Teixeira Cultural Uma avaliação da viagem cultural para Israel e Jordânia foi o item seguinte da pauta. “A viagem à Grécia, terra de Hipócrates, pai da Medicina, por ter sido a primeira, foi marcante, mas esta, a Israel e Jordânia, certamente será inesquecível”, comentou Barroso. O diretor apresentou também sua proposta de roteiro para a próxima viagem a ser promovida pelo departamento cultural: um passeio pelas ruínas Asteca e Maia, em solo mexicano. O roteiro detalhado ainda está sendo definido, assim como a data final, que provavelmente deverá ficar entre setembro e outubro de 2014. Hélio Barroso também aprovou o relatório de prestação de contas produzido pelo departamento de comunicação, com um resumo das atividades do departamento cultural referente ao período de novembro de 2011 a janeiro de 2014. Por fim, o diretor cultural reuniu-se com o secretário-geral, Aldemir Soares. Em pauta, os mesmos assuntos, além da versão em inglês do livro AMB 60 anos. ■ Ganhadores do II Concurso de Crônicas e Contos D urante o encontro, também foram ratificados os nomes dos vencedores do II Concurso Nacional de Crônicas e Contos da AMB. Na categoria crônicas, o ganhador foi Hermes Bernardi, de Ouro Fino (MG), com o texto A Fera e a Bela. O segundo lugar ficou com Eu, Hospital de Custódia e Tratamento, de Ildo Simões Ramos, da Clínica Geral e Pneumologia de Salvador (BA). O terceiro colocado foi Alma Branca, de Hélio Begliomini, urologista de São Paulo (SP). Na categoria contos, o vencedor foi Marcelo Gurgel Carlos da Silva, da Medicina do Trabalho, Fortaleza (CE), com o texto Arrastão Funesto. O segundo lugar ficou com Invisibilidade, de José Eugênio Bor- ges de Almeida, de Maragogi (AL). Foi classificado em terceiro lugar, o conto O velho médico, de Cássio Camilo Almeida de Negri, da Radiologia e Diagnóstico por Imagem, em Piracicaba (SP). Os vencedores receberão certificados e suas obras foram publicadas nesta edição do Jamb Cultura. A comissão julgadora foi composta por Guido A. Palomba (SP), Carlos Davi Bichara (PA), Murillo R. Capella (SC), Armando José C. Bezerra (DF) e Arnóbio Moreira Félix (MG). “Estamos honrados com a qualidade dos trabalhos apresentados à comissão julgadora, incentivando a diretoria cultural a promover outros concursos literários”, finalizou Hélio Barroso. ■ janeiro/fevereirO 2014 • JAMB • 27 Agenda NOVEMBRO DEZEMBRO Diretoria Diretoria (SP) – Painel de debates: incorporação do TAVI (Implante Transcateter de Valva Aórtica) no Sistema Único de Saúde do Brasil – Emílio Zilli; 3 (SP) – Reunião de Diretoria Executiva; 3 (SP) – Reunião sobre Educação Médica Continuada – José Bonamigo, Antonio Salomão e Edmund Baracat; 6 (SP) – Reunião da Câmara Técnica de Implantes – Luiz Carlos Sobânia; 6 (BA) – Solenidade de abertura do IV Brasil Prevent & II Latin American Prevent – Emílio Zilli; (SP) – Reunião da Câmara Técnica de Implantes – Luiz Carlos Sobânia; 5 (SP) – Reunião da Comissão de Combate ao Tabagismo – Antônio P. Mirra; 5 (SP) – Reunião CAP e publicidade – Aldemir Soares e José Bonamigo; 5 (SP) – Reunião com a SBNPE – Aldemir Soares e Jorge Curi; 6 (SP) – Reunião da Comissão de Medicina Paliativa – Newton Barros; 7 (SP) – Reunião com a SOBRICE – Aldemir Soares; 7 (SP) – Reunião com Leonardo Frighetto – Sociedade Brasileira de Radiocirurgia - Aldemir Soares, Felipe Nasser, Ricardo Augusto, Joaquim Maurício, Rodrigo Gobbo, Marcos Menezes e José Hugo; 10 8 (RN) – XXX Congresso Brasileiro de Arritmias Cardíacas – Emílio Zilli; 11 a 13 11 (ES) – Sessão solene em homenagem ao Dia do Médico – Hélio Barroso; 11 e 12 (PE) – Terceiro Fórum Global sobre Recursos Humanos para a Saúde – José Bonamigo; (SP) – Reunião com a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia – Aldemir Soares; (DF) – 11ª Sessão plenária do CFM – Aldemir Soares; 13 (SP) – Prova teórica para titulação em área de atuação em DOR – Newton Barros; 13 e 14 (SP) – Solenidade de comemoração dos 50 anos da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica – Murillo Capella; 13 (RJ) – Reunião da Comissão Executiva da COMSU – Emílio Zilli; 16 (SP) – Reunião sobre Sistema AMB – José Bonamigo; 13 (BA) – 55º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO – José Bonamigo; 16 (SP) – Reunião com a Simple Brasil - José Bonamigo; (SP) – Reunião de Diretoria Executiva; (PR) – Solenidade de abertura do 45º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia – José Bonamigo; 17 14 19 (SP) – Reunião com a Ernest Young – José Bonamigo e Murilo Melo; 19 (SP) – Reunião da Diretoria Executiva; 25 e 26 (DF) – Audiência pública – programa Mais Médicos – Florentino Cardoso, José Bonamigo, Aldemir Soares, Antonio Salomão e Emilio Zilli; 26 (DF) – Reunião da CAP – Florentino Cardoso, José Bonamigo e José Luiz Dantas Mestrinho; 26 (DF) – Seminário sobre atendimento de urgência e emergência – Lairson Vilar Rabelo; 27 a 29 (DF) – 10ª Sessão plenária do CFM – Aldemir Soares; 27 (SP) - Reunião da Comissão de Dor – Newton Barros; Presidência 18 e 19 18 (DF) – Comissão de Assuntos Políticos – José Bonamigo; (SP) – Reunião com a Ernest & Young – Murilo Melo; Presidência 3 (SP) – Reunião com a Icatu Seguros; 3 (SP) – Reunião com a Itaú Vida e Previdência; 3 (SP) – Reunião com HCD International; 3 (SP) – Reunião de Diretoria Executiva; 6 (DF) – I Congresso Brasileiro do Sistema Brasileiro de Transplantes; 17 (SP) – Reunião com Conselho Federal de Medicina; 17 (SP) – Reunião de Diretoria Executiva; 1 (CE) – Debate: políticas públicas de saúde e atualidade; 18 (SP) – Posse da diretoria da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica; 6 (RJ) – Abertura do Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva; 18 (SP) – Reunião com Antonio Britto – Interfarma; 17 (RN) – XXXIV Congresso Brasileiro de Urologia; 19 (SP) – Solenidade de posse da diretoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia; 19 (SP) – Reunião com Fábio Freire sobre residência médica; 19 19 (SP) – Reunião com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e com a Sociedade Brasileira de Pediatria; (SP) – Reunião com a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia. 24 (GO) – Semana Brasileira do Aparelho Digestivo; 25 e 26 28 3 1 (DF) – Audiência pública – Programa Mais Médicos; 26 (DF) – Reunião da CAP; 30 (PA) – XL Congresso Brasileiro de Alergia e Imunopatologia; • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 CURTA a página da no Acompanhe as principais notícias da entidade e informações de interesse da categoria médica www.facebook.com/AMBoficial Associação Médica Brasileira Especialidades Diretrizes clínicas para nutrição parenteral e enteral Anestesiologia Na foto, da esquerda para a direita, Jorge Curi, Odery Ramos, da SBNPE; e Gustavo Kliger, da Felanpe. Durante o Congresso Brasileiro de Nutrição Parenteral e Enteral, realizado em Recife, o vice-presidente da AMB, Jorge Curi, entregou a autorização da AMB, para a Felanpe (Federação Latino Americana de Nutrição Parenteral) elaborar as diretrizes clínicas latino-americanas, com base nas diretrizes brasileiras produzidas pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral e pela AMB. Infectologia Em 21 de janeiro, na sede da AMB, aconteceu a cerimônia de posse da nova diretoria da Sociedade Brasileira de Infectologia (gestão de 2014 e 2015). Esta é a nova diretoria: Érico Arruda, presidente; Thaís Guimarães, vice-presidente; Mônica Jacques de Moraes, 1ª secretária; Luís Fernando Aranha Camargo, 1º tesoureiro; Heloísa Ramos Lacerda de Melo, coordenação científica; Alexandre Cunha, coordenação de divulgação; Cristiane da Cruz Lamas, coordenação de informática. Cirurgia Plástica A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica tem nova diretoria para o biênio 2014 e 2015: João de Moraes Prado Neto, presidente; Luciano Ornelas Chaves, secretário-geral; Luis Henrique Ishida, tesoureiro; Niveo Steffen, 1º vice-presidente; Denis Calazans Loma, 2º vice-presidente; Henrique Nascimento Radwanski, secretário adjunto; e Arnaldo Lobo Miró, tesoureiro adjunto. SBPC/ML A sede da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial (SBPC/ML) tem nova diretoria para o biênio 2014 e 2015. Presidente: Paula Fernandes Távora (MG); vice-presidente: César Alex de Oliveira Galoro (SP); diretor administrativo: Lucia Helena Ca- 30 • JAMB • janeiro/fevereiro valheiro Villela (RJ); diretor científico: Nairo Massakazu Sumita (SP); diretor de comunicação: Gustavo Aguiar Campana (SP); diretor financeiro: Leila Carmo Sampaio Rodrigues (RJ); diretor de acreditação e qualidade: Wilson Shcolnik (RJ); diretor de eventos: Armando Alves da Fonseca (RJ); diretor de defesa de profissional: Vitor Mercadante Pariz (SP). 2014 No dia 11 de janeiro de 2014, no Rio de Janeiro, tomou posse a diretoria executiva da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, gestão 2014, eleita pela assembleia geral em novembro de 2013. Presidente: Sylvio Valença de Lemos Neto; vice-presidente: Oscar César Pires; secretário-geral: Ricardo Almeida de Azevedo; tesoureiro: Sérgio Luiz do Logar Mattos; diretor do Departamento Científico: Getúlio Rodrigues de Oliveira Filho; diretor do Departamento de Defesa Profissional: Antônio Fernando Carneiro; diretor do Departamento Administrativo: Erick Freitas Curi. Cardiologia A Sociedade Brasileira de Cardiologia informa a composição de sua diretoria executiva para a gestão de 2014 e 2015: Angelo Amato V. De Paola, presidente; Sergio Tavares Montenegro, vice-presidente; Jacob Atié, diretor financeiro; Maria da Consolação Vieira Moreira, diretora científica; Emilio Cesar Zilli, diretor administrativo; Pedro Ferreira de Albuquerque, diretor de qualidade assistencial; Maurício Batista Nunes, diretor de comunicação. Ortopedia e Traumatologia A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) tem nova diretoria. Arnaldo Hernandez, presidente; Marco Antonio Percope de Andrade, 1º vice-presidente; Luiz Antonio Munhoz da Cunha, 2º vice-presidente; João Baptista Gomes dos Santos, secretário geral; Adalberto Visco, 1º secretário; Carlos Alfredo Lobo Jasmin, 1º tesoureiro; Sandro Reginaldo, diretor de comunicação e marketing. Patologia A Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) tem nova diretoria para o biênio de 2013 e 2015. O presidente é o patologista Carlos Alberto Fernandes Ramos, formado pela Universidade Federal da Paraíba. Confira a composição da diretoria executiva da SBP para o biênio de 2013: Carlos Alberto Fernandes Ramos, presidente; Myriam Dumas Hahn, assuntos acadêmicos; José Carlos Corrêa, assuntos profissionais; Ricardo Artigiani Neto, secretário-geral; Sueli Aparecida Maeda Pereira, tesoureira. Federadas Notas São Paulo Interfarma Realiza Projeto Social Dando continuidade às ações de modernizar os processos, a Associação Paulista de Medicina (APM) passa a adotar, a partir deste ano, a eleição eletrônica, com votação e contagem de votos pela internet. Assim, os médicos não precisarão se deslocar aos hospitais para votar. Para participar das eleições, que ocorrerão em agosto, é fundamental manter o cadastro atualizado na APM. Para isso, basta entrar em contato com a central de relacionamento: (11) 3188-4200 ou central. [email protected]. Minas Gerais As obras da etapa inicial da reforma e ampliação da sede da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), iniciadas no final de 2013, devem ser concluídas até junho. O projeto está orçado em R$ 30 milhões e a conclusão está prevista para junho de 2015. Após a reforma, a área da AMMG será acrescida em 9 mil m2, distribuídos em 13 pavimentos, que serão destinados à alocação dos departamentos de especialidades médicas, setores administrativos e uma loja de 230 m2. O projeto ainda prevê um centro de convenções de médio porte, com capacidade para 2.500 pessoas e 127 vagas de estacionamento. O projeto institucional de responsabilidade social da Interfarma, Geral na Saúde, busca estimular o potencial de crianças e adolescentes para divulgar e debater temas ligados à saúde, gerando conhecimento e incentivando novas atitudes de autocuidado na família e na comunidade. A participação ocorre pelo blog http://geralnasaude.com.br/, no qual jovens e educadores podem se registrar como correspondentes e enviar suas notícias, ou simplesmente se informar e interagir com comentários e opiniões. O projeto está trabalhando em parceria com 10 Unidades Básicas de Saúde da zona sul de São Paulo, com o Hospital Geral do Grajaú e com os Doutores da Alegria, que atuam em hospitais em diferentes regiões da cidade. Alguns temas relevantes em saúde já foram publicados e os correspondentes podem complementar com textos, fotografias, vídeos e gravações de voz. ■ Revalida aprova 9% dos médicos P ouco mais de 9% dos médicos que fizeram a segunda etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida), de 2013, foram aprovados e poderão exercer a medicina no Brasil. Dos 111 médicos selecionados para a segunda etapa, 109 foram aprovados, dentre eles, 50 brasileiros. Este ano, o teste teve o maior índice de reprovação na primeira etapa, desde que começou a ser aplicado, em 2011. Dos 1.595 candidatos que fizeram a prova, apenas 155, ou 9,72%, passaram para a segunda etapa. Depois dos brasileiros, bolivianos e colombianos, com 22 e 6 aprovações, respectivamente, terão o diploma revalidado. ■ Pernambuco No dia 14 de janeiro, a Associação Médica de Pernambuco (AMPE) realizou a reunião dos delegados e a Assembleia Geral dos Associados. Foram apresentadas as contas e ações realizadas em 2013. Destacaram-se os investimentos na infraestrutura, que proporcionaram melhorias na prestação dos serviços, parcerias com outras instituições e o engajamento da AMPE nas lutas nacionais e estaduais pela melhoria da saúde. Paraná A Associação Médica do Paraná (AMP) divulgou o seu calendário de atividades deste ano. Além das reuniões mensais de diretoria e da AMP cultural, em 7 de junho será realizada reunião do Conselho Deliberativo, enquanto a Assembleia de Delegados ocorrerá em 18 de outubro. Já o tradicional jantar de aniversário da AMP, que este ano completará 81 anos, acontecerá no dia 2 de julho. Quase 60% são Reprovados no Exame do Cremesp D os 2.843 médicos recém-formados que prestaram o Exame do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) em 2013, 1.684 não atingiram o critério mínimo para aprovação. O índice de reprovação de 59,2% é maior que o de 2012, quando a prova se tornou obrigatória e o índice atingiu 54,5%. Daqueles que prestaram a prova, 1.159 são egressos de escolas particulares. Desses, 1.379 foram reprovados, um índice de 71%. A prova também foi realizada por 485 médicos formados em outros estados, que desejam fazer residência médica em São Paulo. Destes, 350 foram reprovados, um índice de 72,2%. Apesar de obrigatório para conseguir a licença médica, o exame não tem caráter eliminatório. Isso significa que mesmo que o médico não passe na prova, ele ainda poderá exercer a medicina. “Infelizmente, o Conselho ainda não pode negar o registro para quem não atinge o mínimo de 60% de acerto”, diz Bráulio Luna Filho, diretor do Cremesp e coordenador do exame. “Nos Estados Unidos, o grau de reprovação da medicina como um todo é de menos de 10%. Lá, a avaliação é melhor. No Brasil, é médico quem pode pagar uma mensalidade”, completa. ■ janeiro/fevereirO 2014 • JAMB • 31 Livros Atlas de Dermatologia Luna Azulay-Abulafia Larissa Hanauer de Moura David Rubem Azulay Fabiano Roberto de Pereira Carvalho Leal Aguinaldo Bonalumi Filho Editora Elsevier Os especialistas pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançaram a segunda edição do Atlas de Dermatologia: da Semiologia ao Diagnóstico durante o 68º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia em Brasília (DF). Esta edição conta com 209 colaboradores e 1.900 fotografias das dermatoses mais frequentes, além de exemplos de casos raros, ensinando a reconhecer as lesões elementares e em quais doenças elas são encontradas. A cura da infelicidade – Como antidepressivos melhoram, pioram e moldam a vida de milhões de pessoas Katherine Sharpe Editora Gutenberg Por meio de memórias, história da ciência e reportagem, a obra aborda problemas como a depressão e o uso de antidepressivos, que afetam milhões de pessoas, e levanta questões como qual é a real necessidade de fazer uso regular de antidepressivos e em que casos são realmente indicados. Manual de Dermatologia – 3ª Edição Cyro Festa Neto, Luiz Carlos Cucé Vitor Manoel Silva dos Reis Editora Manole Guia prático de dermatologia voltado para estudantes de medicina, residentes em dermatologia, dermatologistas, clínicos gerais ou médicos de outras especialidades. O conteúdo, de fácil acesso, é uma fonte de pesquisa rápida e foi organizado para facilitar a compreensão e o estudo das doenças. Pré-Hospitalar Gustavo Feriani Jorge Michel Ribera Maria Cecília de Toledo Damasceno Pedro J. Rozolen Jr. Ricardo Galesso Cardoso Editora Manole Obra do Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências (GRAU) que aborda toda a experiência do grupo que desempenha, há 24 anos, um importante papel no atendimento pré-hospitalar (APH) no estado de São Paulo. Completamente ilustrado, Pré-hospitalar foi escrito por profissionais com larga experiência prática em APH e aborda temas muito atuais, como atendimento de vítimas de armas menos letais (como bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha), logística, bases técnicas e administrativas do APH, os principais tipos de traumas, as emergências clínicas e cirúrgicas, o cuidado dos grupos com necessidades distintas de abordagem, como idosos e gestantes, e os eventos com grandes aglomerações de pessoas, além de desastres. Condutas em Emergências Obstétricas Baha M. Sibai Mickey Karram Editora Elsevier Em forma de videoatlas, a obra é adaptada à realidade brasileira e fundamental para a qualificação e atualização dos obstetras do país. Fornece o passo a passo para o diagnóstico e tratamento das emergências na forma de orientação e desenvolvimento de protocolos. A obra também enfatiza a necessidade de uma abordagem em equipe e multidisciplinar, e usa apresentação de casos com discussões de especialistas, fotografias, ilustrações e algoritmos para salientar o manejo adequado das situações. Vídeos para a maioria dos temas abordados estão disponíveis no DVD que acompanha o livro, que contém numerosas apresentações em PowerPoint e procedimentos cirúrgicos. Um vídeo de demonstração único ensina como tratar a parada cardíaca materna, com técnicas de reanimação cardiopulmonar. 32 • JAMB • janeiro/fevereiro 2014 Títulos de especialista Cirurgia da Mão 26 de março – Maceió (AL) – Inf. Tel. (82) 3202-4900 Otorrinolaringologia 22 de março – Inf. Tel. (11) 5053-7500 ou www.aborlccf.org.br Endoscopia 22 de março – Inf. Tel. (11) 3148-08200 ou www.sobed.org.br Reumatologia 14 e 15 de março – São Paulo (SP) – Inf. Tel. (11) 3289-7165 ou [email protected].,bnr Cirurgia Plástica 7 de março – São Paulo (SP) – Inf. Tel. (11) 3044-0000 ou [email protected] Neurocirurgia 21 e 22 de março (em local a definir) – Inf. (11) 3658-3235 ou [email protected] Cirurgia Cardiovascular 2 de abril – Inf. Tel. (11) 3849-0341 ou [email protected] Medicina de Família e Comunidade 6 de abril (em local a definir) – Inf. Tel. (21) 2524-8321 ou www.sbmfc.org.br Patologia 4 e 5 de abril – Inf. Tel. (11) 5080-5298 ou [email protected] Medicina Nuclear 12 de abril – São Paulo (SP) – Inf. Tel. (11) 3262-5438 ou [email protected] Geriatria 28 a 30 de abril – Belém (PA) – Inf. Tel. (21) 2285-8115 ou www.sbgg.org.br Pediatria 31 de maio (em local a definir) – Inf. Tel. (21) 2548-1999) ou www.sbp.com.br Mastologia 23 de maio – São Paulo (SP) – Inf. Tel. (21) 2262-7306 / (21) 2220-7111 ou [email protected] Clínica Médica – 24 de maio – São Paulo (SP) – 8 de novembro – Curitiba (PR) – Inf. (11) 5572-4285 ou www.sbcm.org.br Certificados de área de atuação Endoscopia Digestiva 22 de março de 2014 – Inf. Tel. (11) 3148-08200 ou www.sobed.org.br Reumatologia Pediátrica 14 de março – São Paulo (SP) – Inf. Tel. (11) 3289-7165 ou [email protected] Gastroenterologia pediátrica 26 de março – Natal (RN) – Inf. Tel. (21) 2548-1999 ou www.sbp.com.br Endocrinologia pediátrica 14 e 15 de maio – Florianópolis (SC) – Inf. (21) 25790312 ou www.endocrino.org.br Medicina de Urgência 24 de maio – São Paulo (SP) – 8 de novembro – Curitiba (PR) – Inf. Tel. (11) 5572-4285 ou www.sbcm.org.br Ecocardiografia 15 de agosto e 12 de outubro – São Paulo (SP) – Inf. Tel. (11) 3120-3363 ou www.provaespecial.dic.eco.br