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Escravidão
Branca
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jornal da associação médica brasileira
Médica cubana
abandona
Mais Médicos
e denuncia
trabalho
análogo à
escravidão
Presidente da AMB, Florentino
Cardoso, avalia setor de saúde
AMB condena a abertura desenfreada
de novos cursos de medicina
Movimento médico terá
campanha de comunicação
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ei ro 2014 • a no
55
•n
º1
Escravidão
Branca
38
8
a
Médica cubana
abandona
Mais Médicos
e denuncia
trabalho
análogo à
escravidão
Conteúdo
Movimento médico terá
campanha de comunicação
Campanha arrecada
recursos para comunicação
do movimento médico
16
Entrevista com Érico Gomes
Antônio de Arruda
Ex-presidente da AMB está
entre os deputados mais
atuantes de 2013
18
Presidente da AMB comenta
expectativas para a saúde
no Brasil
Univadis oferece a nova edição
do Manual Merck na íntegra
20
Entrevista – Nivio Moreira
22
Esclarecimentos aos médicos
brasileiros
23
Edital de Convocação Eleições 2014
24
Entrevista – Deputado Osmar
Gasparini Terra (PMDB-RS)
26
CADE participa de reunião da
Câmara Técnica de Implantes
Editorial
3
Palavra do presidente
4
Entrevista com Angelo Amato
Vicenzo De Paola
5
6
Cubana abandona
Mais Médicos e denuncia
trabalho escravo
10
AMB contrata Cubana
11
AMB Cria Programa
de Apoio ao Médico
Estrangeiro
12
AMB condena a abertura desenfreada
de novos cursos de medicina
15
2
8
Presidente da AMB, Florentino
Cardoso, avalia setor de saúde
Foto: Marina Barbosa
jornal da associação médica brasileira
Mais Médicos
recebe críticas
em audiência no STF
13
Portais destacam erros
médicos de cubanos
14
Criação de novas
faculdades de medicina
é atitude inconsequente,
diz diretor científico
27 Departamento Cultural faz
balanço das atividades
28 Agenda
30
Especialidades
31 Federadas/notas
32
Livros/títulos e certificados
www.amb.org.br
A indispensável
contribuição de todos
Esta primeira edição do JAMB de 2014 está repleta de notícias visando a informar a todos sobre a real situação do país na área da saúde após as medidas governamentais de cunho eleitoreiro, desafiando e desrespeitando a luta encetada
pelas entidades médicas em prol de uma assistência de qualidade à população.
A atuação desta entidade demonstra que não se curvou ante a vergonhosa atitude governamental, permanecendo na luta.
Neste número, temos um panorama da atuação da AMB, por intermédio de seus diretores, comissões e departamentos, em um trabalho incansável.
Temos entrevistas com médicos renomados que atuam nas sociedades de especialidades e no congresso nacional. Matéria importante trata da questão do
governo federal estar prestes a adotar a política de ampliação do número de escolas de medicina, sem obedecer a critérios que possam garantir a sua qualidade, e sem adequar as existentes, que se encontram, em sua maioria, sem condições mínimas de funcionamento. O Dr. Edmund Baracat, diretor científico da
AMB, aborda a questão com propriedade e considera inconsequente a decisão.
Entrevistas com deputados federais mostram a luta no congresso pela categoria e pela política de saúde do país, destacando-se a do ex-presidente da AMB,
Eleuses Paiva, incluído na lista dos deputados mais atuantes de 2013, que tem
sido incansável na luta pela melhoria da saúde e em prol dos médicos brasileiros. Destaca-se ainda a entrevista do presidente da AMB, o Dr. Florentino Cardoso, que aponta o subfinanciamento, a má gestão e a corrupção como os principais problemas da saúde pública brasileira. Critica o programa Mais Médicos,
que não age sobre os problemas cruciais, não oferece as condições de trabalho
adequadas, e nem garante que os médicos estejam preparados para atender o
paciente, pois não foram submetidos ao Revalida.
Outra entrevista importante foi com o atual presidente da JDN (Junior Doctors Network), Nivio Moreira, que expôs seus planos à frente da entidade, que tem
como objetivo lutar pela formação e qualificação dos médicos jovens. Há notícias
sobre a diretoria cultural, destacando-se a III Viagem Cultural e os prêmios do II
Concurso de Crônica e Contos. A educação médica continua sendo um dos pilares da AMB, que incentiva as federadas a promoverem eventos com tal objetivo.
O projeto Univadis continua atuante.
Destaca-se, também, a matéria sobre a médica cubana Ramona Rodriguez,
que abandonou o programa Mais Médicos e pediu refugio às instâncias competentes. Imediatamente, a AMB ofereceu apoio, contratando-a para exercer funções administrativas na sede da entidade, em Brasília. O presidente, Florentino Cardoso, de imediato anunciou a criação, pela AMB, da Comissão de Apoio
aos Médicos Cubanos, para garantir apoio, fornecer assistência legal e garantir
as respectivas liberdade e integridade. É importante ressaltar que as atitudes governamentais, como a implementação do programa Mais Médicos na saúde pública e a tentativa de, na saúde suplementar, adotar medidas prejudiciais aos médicos e à população, não enfraquecem a nossa luta, que permanece incansável,
e que visa a agregar todos os médicos para o fortalecimento desse movimento.
Para reflexão: “Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam
um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas
há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis” - Bertold Brecht.
Jane Maria Cordeiro Lemos
Diretora de Comunicações
2
• JAMB •
janeiro/fevereiro
2014
Associação Médica Mundial
DIRETORIA
Presidente
Florentino de Araújo Cardoso Filho
Primeiro vice-presidente
Jorge Carlos Machado Curi
Segundo vice-presidente
Newton Monteiro de Barros
Vice-presidentes
Lairson Vilar Rabelo; Antonio Fernando
Carneiro; Carlos David A. Bichara;
Maria Sidneuma M. Ventura; Álvaro R. Barros Costa;
Petrônio A. Gomes; José Luiz Weffort;
Celso Ferreira Ramos Filho; José Fernando
Macedo; Murillo R. Capella.
Secretário-geral
Aldemir Humberto Soares
1º Secretário
Antonio Jorge Salomão
1º Tesoureiro
José Luiz Bonamigo Filho
2º Tesoureiro
Murilo Rezende de Melo
Diretores
Acadêmico
Marcos Pereira de Ávila
Atendimento ao Associado
Guilherme B. Brandão Pitta
Científico
Edmund Chada Baracat
Comunicações
Jane Maria Cordeiro Lemos
Cultural
Hélio Barroso dos Reis
DAP
Robson Freitas de Moura
Defesa Profissional
Emílio César Zilli
Economia Médica
Roberto Queiroz Gurgel
Marketing
José Carlos V. Collares Filho
Proteção ao Paciente
Rogério Toledo Júnior
Relações Internacionais
Miguel Roberto Jorge
Saúde Pública
Modesto A. de Oliveira Jacobino
Assuntos Parlamentares
José Luiz Dantas Mestrinho
Diretora Responsável
Jane Maria Cordeiro Lemos
Editor Responsável
Aldemir Humberto Soares
Conselho Editorial
Antonio Jorge Salomão;
José Luiz Bonamigo Filho;
Edmund Chada Baracat;
Florentino de Araújo Cardoso Filho.
Editor Executivo
César Teixeira (MTB 12.315)
Colaboração
Ana Paula Davim, Helena Fernandes
Departamento Comercial
Fone (11) 3178-6809/6801
Tiragem
50.000 exemplares
Periodicidade
Bimestral
Impressão
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Filiado à ANATEC
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Rua São Carlos do Pinhal, 324
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Assinatura
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Editora Manole
Editor gestor: Walter Luiz Coutinho
Editora: Karin Gutz Inglez
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Juliana Morais e Cristiana Gonzaga S. Corrêa
Capa: Rafael Zemantauskas
Projeto gráfico e diagramação: Sopros Design
Foto de capa: Mariana Barbosa
Os anúncios e opiniões publicados no JAMB são de inteira
responsabilidade de seus anunciantes e autores.
A AMB e a Editora Manole não se responsabilizam pelo seu conteúdo.
Tiragem auditada pela BDO
Florentino Cardoso
Luta incessante
Inicia-se 2014 e persistem as incessantes lutas
para que tenhamos mais saúde e mais respeito ao
bom médico e à medicina.
Este ano, teremos Copa do Mundo no Brasil,
quando o recurso público não é priorizado para
aquilo que mais a população precisa e é seu bem
maior: a saúde. A improvisação, que teima em
persistir, vai mostrar uma infraestrutura urbana
que deixa muito a desejar, inacabada.
Além disso, teremos eleições para presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Momentos de muitas promessas,
certamente as mesmas de sempre, priorizando a
saúde, a educação e a segurança, que caem no esquecimento logo após a conclusão do pleito. Que
tristeza!
Já não podemos mais ver tanto sofrimento do
nosso povo, com promessas vãs. Dizer que médicos brasileiros não querem ir a determinados locais para trabalhar não é verdade. Pois muitos lá
foram e não tiveram condições de trabalho e/ou,
simplesmente, levaram calotes.
Falar que o programa Mais Médicos levará
médicos formados no exterior somente aos locais onde não há médicos também não é verdade.
Muitos estão nas capitais e em locais onde médicos brasileiros foram demitidos. Essa é a política
tendenciosa, da propaganda enganosa, que tanto
sofrimento leva ao nosso povo.
Sempre aceitamos que médicos formados
no exterior viessem trabalhar no Brasil, desde
que revalidando o diploma e com garantias trabalhistas.
Com o programa Mais Médicos, o governo tenta ludibriar a população, dizendo que vai
resolver nosso caótico sistema de saúde público. Não combate adequadamente o subfinanciamento, a má gestão, nem a corrupção. E algo
mais grave acontece quando médicos cubanos
são submetidos a trabalho análogo à escravidão,
em solo brasileiro, que foi extinto em Redenção,
Ceará, no dia 25 de março de 1884. Há médicos
cubanos recebendo cerca de 10% do que recebem os outros médicos participantes do mesmo
programa. Um absurdo!
E como abrir tantas novas vagas em cursos
de medicina existentes e novos? O que será feito
dos alunos da Universidade Gama Filho? Como
abrir 18.000 novas vagas de residência médica em tão pouco tempo? E sob quais condições?
Quem serão os seus supervisores, os preceptores? Residência médica a distância? Quanto descalabro!
Vamos pensar bem nesses e em outros assuntos e usar nossa força para mudar esse cenário,
de maneira democrática, com o voto, escolhendo pessoas comprometidas com a verdade e com
o que realmente a nossa população quer e precisa muito.
Florentino Cardoso
Presidente da Associação Médica Brasileira
janeiro/fevereirO 2014
• JAMB •
3
Arquivo pessoal
ANGELO AMATO
VINCENZO DE PAOLA
Em dezembro de 2013, Angelo De Paola assumiu a presidência da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC).
Professor titular e chefe da disciplina de Cardiologia da Escola Paulista de Medicina, coordenador do Setor
de Arritmias e Eletrofisiologia da Unifesp, de Paola já foi editor dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia,
presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas e diretor de Comunicação e Científico da
Sociedade Brasileira de Cardiologia. De Paola concedeu a seguinte entrevista ao JAMB.
JAMB - Quais são seus planos para esta gestão?
R - Além de prover educação continuada e
incentivar a produção e divulgação científica, a
nossa sociedade estará comprometida com o
nosso desenvolvimento social, indissociável do
científico. O problema do nosso país são as grandes
desigualdades regionais assistenciais e científicas.
Procuraremos diminuí-las, tentando integrar todas
as nossas facilidades de informação, os nossos
departamentos científicos e as nossas regionais.
JAMB - Quais são os principais problemas
encontrados na especialidade?
R - O deslumbramento tecnológico desvalorizou
a principal ferramenta diagnóstica e terapêutica,
que é a avaliação clínica e o relacionamento
humano. Eles precisam ser resgatados e
a consulta clínica cardiológica precisa ser
devidamente remunerada, assim como métodos
propedêuticos simples, como a eletrocardiografia,
o teste ergométrico e a ecocardiografia.
JAMB - O que o associado pode
esperar desta nova diretoria?
R - A nossa sociedade está comprometida com
a formação e a informação do cardiologista.
Para isso, uma educação continuada de alta
qualidade, utilizando a nossa universidade
corporativa e as modernas tecnologias de
informação estarão cada vez mais disponíveis
para os sócios. Finalmente, o incentivo à
produção científica requer ações afirmativas que
estarão sempre presentes na nossa gestão.
JAMB - Os preços atuais dos principais
procedimentos da especialidade
contemplam os anseios da categoria?
R - Não. Os principais procedimentos, que são
os métodos mais simples em cardiologia, como
consulta, eletrocardiograma, ecocardiograma
e teste ergométrico, estão muito defasados
e extremamente desvalorizados. Ainda não
conseguimos implantar plenamente a CBHPM.
4
• JAMB •
janeiro/fevereiro
2014
Atualmente, vários seguros de saúde pagam valores
aviltantes sem nenhuma preocupação com a qualidade
do serviço que está sendo prestado ao usuário.
JAMB - O que será feito para mudar isso?
R - A Diretoria de Qualidade Assistencial da SBC, coordenada
pelo dr. Pedro de Albuquerque, está organizando a
formação da Comissão Nacional de Honorários Médicos
da SBC (CNHM/SBC), com a inclusão dos presidentes de
todos os Departamentos e Regionais Estaduais da nossa
sociedade. Essa comissão atuará alinhada à AMB e ao CFM
para ter um canal de negociação técnico, transparente
e cidadão com o governo, a Agência Nacional de Saúde
(ANS) e os planos de saúde, e poderá contribuir muito para
corrigir as discrepâncias do nosso sistema assistencial.
JAMB - A atual qualificação do programa
de residência no país é satisfatória?
R - A formação do cardiologista é muito dependente
da estrutura humana e material adequada. Precisa
ser atualizada continuamente para ser considerada
satisfatória. A SBC estudou profundamente e publicou as
competências necessárias para a formação cardiológica
(Arq. Bras. Cardiol. 2012; 98:98-103). Além de atividades
teóricas, corpo docente, centros de treinamento e
conteúdo programático qualificados, existe a necessidade
de aperfeiçoamento ético na sua área de atuação, assim
como no compromisso com o desenvolvimento contínuo
e excelência profissional, buscando e incorporando
continuamente as novas informações dessa área de atuação.
JAMB - O ensino na graduação contempla
as necessidades do especialista?
R - Precisamos de uma grande reforma curricular que
está sendo estudada há anos pela universidade e deve
ser apoiada pelas sociedades científicas, que devem
estar profundamente comprometidas com o nosso
desenvolvimento científico e social. Na grade curricular,
o conhecimento da Cardiologia deve ser claramente
aumentado para melhor formação do médico em geral. Em
um país em que 30% das mortes são cardiovasculares, existe
a necessidade de mudar a mentalidade extemporânea de
formar profissionais direcionados e pouco capacitados. ■
Arquivo pessoal
Érico Antônio
Gomes de Arruda
Infectologista do Hospital São José de Doenças Infecciosas, de Fortaleza/CE, Érico Antônio Gomes de Arruda
já foi diretor-clínico. Fez residência em Clínica Médica (HSPE/SP - 1989) e Infectologia (HC-FMUSP/SP – 1990
a 1992), mestrado em Infectologia pela FMUSP (1996) e Doutorado em Ciências Médicas pela UFC (2011). Foi
presidente da Sociedade Cearense de Infectologia por duas gestões, 2º Secretário e Vice-Presidente da Sociedade
Brasileira de Infectologia (SBI) e atualmente é consultor do Departamento Nacional de DST/AIDS e Hepatites
Virais do Ministério da Saúde. Em janeiro, assumiu a presidência da SBI e concedeu ao JAMB a seguinte entrevista:
JAMB - Quais são seus planos para esta gestão?
R - Promover uma gestão descentralizada, em que
as decisões importantes não sejam baseadas na
vontade do presidente ou da diretoria, mas reflitam
o pensamento da maioria dos sócios. Nesse contexto,
pretendemos, primeiro, revitalizar o site da SBI,
tornando-o mais dinâmico e atualizado, com artigos
comentados, como também revitalizar boletins
on-line, facilitando a divulgação de informações
científicas e administrativas. Em segundo lugar,
reformular e renovar a representação dos associados
nos Comitês Científicos, dar respostas a demandas
que surjam de eventuais questões referentes ao
enfrentamento de epidemias ou outros agravos. E, por
último, aumentar o número de sessões (apresentações
de conteúdos científicos), em forma de cursos rápidos
de educação a distância, valorizando os associados
que carecem de mais atualização científica.
JAMB - De que a especialidade mais
precisa atualmente no Brasil?
R - No aspecto mais específico, precisamos de mais
profissionais. Nossa área não tem um atrativo de mercado,
apesar de ser uma área estratégica para a nação, que ainda
convive com alta prevalência de tantas doenças infecciosas.
É fundamental, portanto, que incentivemos a formação
desse especialista, por meio da expansão responsável de
programas de residência médica, melhorando e ampliando
aqueles já existentes e criando novos programas em
áreas necessitadas, mas com qualidade necessária para
formação de um profissional de excelência. Ademais,
precisamos acelerar o desenvolvimento tecnológico,
por intermédio de pesquisas com novas tecnologias
(medicamentos, vacinas, reagentes e aparelhos para
diagnóstico) e ampliar o acesso a medicamentos mais
modernos, já existentes, de alto custo, beneficiando a boa
prática do especialista e a qualidade de vida dos pacientes.
JAMB - O que o associado pode
esperar desta nova diretoria?
R - Uma questão que consideramos crucial é
representar a SBI no que seja necessário, dando
resposta às diversas demandas, sobre os assuntos
que nos dizem respeito, sem deixar vácuos onde
podemos fazer a diferença. Isso vai nos fazer
mais presentes e mais notados, permitindo que
todos os segmentos, e a sociedade em geral,
reconheçam e valorizem o infectologista.
JAMB - Qual avaliação faz do
programa Mais Médicos?
R - Prover profissionais de saúde qualificados em
áreas remotas do país e minorar a má qualidade e a
alta rotatividade na Estratégia de Saúde da Família é
uma demanda urgente. De uma forma emergencial,
concordamos com intervenções temporárias, incluindo
a contratação de médicos estrangeiros. Entretanto,
criticamos que isso se faça à revelia das orientações
e decisões emanadas do diálogo entre o governo e as
entidades médicas. Falo do Revalida, instituído através
de Portaria Interministerial, em março de 2011. Caso
tal modelo não houvesse atendido às demandas, um
novo diálogo deveria ter ocorrido, na perspectiva de
construir, de forma democrática, uma alternativa para
o ingresso de novos profissionais médicos para essas
áreas mais desassistidas, sem descuidar de tantos outros
ajustes necessários ao bom funcionamento do Sistema.
Somos favoráveis à carreira de estado para médicos,
enfermeiros, dentistas, farmacêuticos e bioquímicos,
sustentada por um incremento de financiamento,
que fortaleceria o SUS, corrigiria a desigualdade
de distribuição entre diferentes regiões e garantiria
profissionais de qualidade em áreas mais remotas. ■
JAMB - Como atrair novos sócios e
também os recém-formados?
R - Pretendemos divulgar a SBI, mostrando
ao infectologista a vantagem de ser associado,
além daquilo que já é clássico (descontos em
congressos e recebimento das edições do BJID),
fomentando o acesso ao novo portal, que já
está reformulado, mais dinâmico e que terá um
conteúdo melhor. Mostraremos também os
benef ícios de associar-se e lutaremos para que
o Título de Especialista seja incentivado pelos
programas e considerado substituto da monografia
requisitada na conclusão da residência médica.
janeiro/fevereirO 2014
• JAMB •
5
Política médica
Presidente da
AMB comenta
expectativas
para a saúde
no Brasil
O
presidente da Associação Médica
Brasileira, Florentino Cardoso, comenta, nesta entrevista, o atual momento da saúde brasileira, após a
implementação do programa Mais
Médicos em 2013, e aponta as suas expectativas para este ano.
JAMB - Quais são os principais problemas
da saúde pública atualmente no Brasil?
R - Subfinanciamento, má gestão e corrupção
são os três principais problemas da saúde pública no Brasil e que não são verdadeiramente enfrentados pelo governo. O governo tem desviado o foco e quer imputar aos médicos a culpa
pelo caos no sistema público de saúde. Há muito
tempo, reconhecemos a insuficiência dos recursos. Em 2000, a União contribuía com 59% do total de recursos na saúde. Hoje, somente 45% (Estados e Municípios 55%). A aprovação da PEC
29, de 2000, não foi suficiente para resolver o financiamento da saúde, pois a União não participa com o que deveria. Temos muitos exemplos
da gestão temerária, como a situação de hospitais federais no Rio de Janeiro (Andaraí, Ipanema,
Bonsucesso, Servidores, etc.), sob a responsabilidade do Ministério da Saúde. A degradante situação de pacientes em corredores, e até no chão,
em emergências das grandes cidades; a longa fila
de espera para consultas, exames e cirurgias. A
corrupção no setor da saúde está estampada semanalmente em nossos jornais.
6
• JAMB •
janeiro/fevereiro
2014
JAMB - O programa Mais Médicos traz
soluções para esses problemas?
R - Não. O programa criado pelo governo em
nenhum momento ataca os principais problemas da saúde pública. É um programa mal desenhado, que não oferece a estrutura adequada para os profissionais trabalharem e que não
comprova quais deles possuem os conhecimentos e habilidades necessários para exercer a medicina no Brasil. Isso coloca em risco a
saúde da população pobre, que já sofre demais
sadia. Oferecer mais médicos sem organizar a
gestão da saúde de forma profissional e comprometida não irá resolver os problemas de
saúde em nosso país. É necessário aplicar os recursos nos locais adequados e da maneira correta, coibindo qualquer tipo de corrupção ou
desvio de dinheiro, além de disponibilizar, no
mínimo, equipamentos para exames básicos
e medicamentos para que a população possa
prosseguir com seus tratamentos. Além disso,
são imperativos controles e avaliações sistemáticas. Infelizmente, há “viés de contaminação”
de gestores do sistema de saúde público nos
três níveis (municipal, estadual e federal), misturando politicagem e visão eleitoreira, quando
deveria preponderar a competência técnica.
JAMB - Quais são as expectativas para
a saúde em geral no país?
R - O acesso poderá ser ampliado nesse momento. Porém, sem qualidade, a população vai
sofrer muito, especialmente a mais pobre e carente, que depende exclusivamente do SUS. É também necessário investir mais em pesquisa e desenvolvimento, retirando as amarras existentes,
para que o Brasil seja competitivo em nível mundial. Não vislumbramos melhorias se não acontecer aumento do financiamento, melhorias da gestão e sério combate à corrupção. Precisamos, sim,
melhorar o acesso com qualidade. Na saúde suplementar, a ANS precisa exercer melhor seu papel e entender que o Brasil têm de conviver bem
com os dois sistemas. O governo precisa se concentrar em seu verdadeiro foco como agência reguladora. Precisamos cada vez mais trabalhar
com diretrizes e saúde baseada em evidências.
JAMB - Qual deve ser o principal objetivo
do movimento médico neste ano?
R - União, causas coletivas, melhorias para a saúde de nossa população. Esclarecer aos nossos pacientes, amigos, nossas famílias as verdades do
sistema de saúde brasileiro. Buscar dados e informações precisas e divulgar amplamente. Focar em
contribuir para melhorias na assistência, no ensino,
na pesquisa. Atentar para a importância do acesso com qualidade, da boa formação médica, tanto
na graduação quanto na pós-graduação. No âmbito associativo, estreitar ainda mais as relações entre todas as entidades médicas, nossas federadas da
AMB e nossas sociedades de especialidade.
JAMB - Quais as dificuldades que o
movimento enfrentará?
R - A “guerra política”, especialmente por se tratar de
um ano eleitoral e de Copa do Mundo, em que discursos dissimulados são frequentes e ocorre manipulação de dados e informações. Vamos pautar as
verdades e contribuir para a escolha de pessoas comprometidas com as causas sociais, que realmente impactam na vida das pessoas. Ainda é imperativo que
mostremos quem somos à população, o que fazemos, como trabalhamos, em que condições, sob que
regime de trabalho e remuneração.
JAMB - Como avalia a política atual de ensino médico e de escolas de medicina?
R - O governo tem se mostrado preocupado com
quantidade. Nós defendemos ter a quantidade
necessária e com qualidade. Deveria haver mais
rigor com a qualidade do ensino. Nesse momento, temos o exemplo da Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, mostrando o caos lá instalado e onde não se enxerga a devida preocupação
com os alunos que lá estudam. Existem outros
cursos de medicina que não são bem avaliados.
Na contramão, o governo diz que vai ampliar vagas em escolas existentes e abrir novas escolas. O
que o governo tem feito com as escolas que não
são bem avaliadas? Na residência médica, que
tem sido o melhor padrão de formação para a
assistência, o governo interfere negativamente, como o Provab (Programa de Valorização dos
Profissionais na Atenção Básica) e a abertura de
vagas, sem se preocupar com a manutenção dos
critérios de qualidade. Defendemos mais vagas
para a residência médica, notadamente nas áreas
básicas. Queremos ajudar a construir as melhores condições de saúde para o nosso povo, quer
seja ele atendido pelo sistema público ou privado. Durante toda a nossa formação médica, a faculdade e a residência, por exemplo, estamos em
instituições em que atendemos e tratamos os pacientes do sistema público de saúde. Gostamos
dos pacientes e eles jamais deixarão de ser nosso
principal foco. ■
janeiro/fevereirO 2014
• JAMB •
7
Mais médicos
Cubana abandona
Mais Médicos e denuncia
trabalho escravo
8
• JAMB •
janeiro/fevereiro
2014
Zeca Ribeiro
I
mediatamente após a notícia do afastamento da médica cubana Ramona Rodrigues (foto) do seu cargo no Programa
Mais Médicos, em Pacajá (PA), e seu pedido de refúgio no Brasil, a Associação
Médica Brasileira ofereceu apoio incondicional à profissional. Primeiro, em nota à imprensa, prestando total solidariedade, além
de condenar “a situação precária, humilhante, próxima à escravidão, a que os cubanos estão sendo submetidos no Brasil”. A nota informou ainda sobre a criação da Comissão de
Apoio aos Profissionais Cubanos, no sentido
de fornecer assistência legal para garantir a liberdade e a integridade desses profissionais.
Ramona declarou à imprensa o motivo
que a levou a abandonar o Programa: constatar que estava recebendo menos do que
os R$ 10 mil pagos a profissionais de outros
países, que prestam o mesmo tipo de trabalho no Mais Médicos. Ela divulgou o seu
contrato de prestação de serviços, intermediado pela empresa Sociedade Mercantil
Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos S.A. – e não a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), que deveria
ser a responsável pela intermediação, conforme divulgado pelo governo na época do lançamento do Programa. Pelo contrato, dos
R$ 10 mil reais (U$ 4 mil) pagos pelo governo brasileiro, chegavam às suas mãos apenas R$ 800 (US$ 400) pagos no Brasil e outros
R$ 1200 (US$ 600) depositados em uma conta
cubana, a receber quando retornasse a Cuba.
“O que nos preocupa é que os documentos divulgados pela doutora Ramona comprovam a exploração de trabalho próxima à escravidão. Em pleno século 21, não
podemos admitir, em um país com uma economia pujante como a nossa, tal tipo de tratamento como o demonstrado a essa profissional”, declarou o presidente Florentino
Cardoso, em entrevista em vídeo disponibilizada no site da AMB. “Queremos nos solidarizar e oferecer o apoio necessário a todos
os profissionais cubanos que hoje atuam no
país. A população brasileira pode estar ciente de que a AMB estará atenta a essa situação,
no sentido de garantir que a legislação seja
respeitada e seus direitos sejam preservados”,
completou.
A AMB ofereceu também a Ramona Rodriguez um emprego na área administrativa
em seu escritório em Brasília, facilitando, assim, que pleiteie um visto de trabalho para
permanecer em território nacional. A contratação foi concretizada no dia 11 de fevereiro e,
além do vínculo empregatício, ainda garantirá
suporte para Ramona realizar o Revalida, exame obrigatório para que médicos formados no
exterior trabalhem no Brasil.
“A AMB dará a ela o apoio necessário
e irá ajudá-la, se este for seu desejo, naquilo que for preciso para revalidar o diploma
médico, inclusive oferecendo capacitação”,
acrescenta Florentino Cardoso. “A Associação Médica Brasileira não tem constrangimento em afirmar que qualquer médico formado no exterior pode trabalhar no Brasil,
desde que aprovado pelo Revalida”, diz o presidente da AMB.
Refúgio
Com assessoria do partido político Democratas (DEM), Ramona protocolou um pedido de
refúgio no país, tornando-se o primeiro caso
de deserção entre os cubanos participantes do
Mais Médicos. O protocolo de refúgio no Conare (Comitê Nacional para Refugiados) garante a Ramona a permanência em território
nacional com a mesma isonomia e direitos de
qualquer cidadão brasileiro. Segundo o Secretário Nacional de Justiça, Paulo Abraão, não
há prazo para que o processo seja julgado,
pois há outros à frente.
Seguindo o exemplo de profissionais venezuelanos que obtiveram permissão para trabalhar nos Estados Unidos, Ramona também
pediu auxílio ao governo norte-americano,
solicitando visto, no sentido de se beneficiar
de um programa exclusivo a profissionais de
Cuba, oferecido desde 2006 por aquele país.
Ação trabalhista
Ramona informou que acionou a justiça
trabalhista para pedir indenização por danos morais, além do ressarcimento da diferença do valor pago pelo Brasil a médicos de outros países ( R$ 10 mil) durante os
quatro meses em que trabalhou no país. A
ação foi preparada pela assessoria jurídica
do DEM e protocolada na justiça trabalhista do Pará. E ela alega danos morais, sob
o argumento de que teve sua honra atingida por ter sido “discriminada” em relação
aos demais médicos participantes do programa.
O DEM também prometeu protocolar representação no Ministério Público do
Trabalho, solicitando ação coletiva contra o
Mais Médicos. “O Brasil terá de responder
por dano moral não apenas à médica cubana, mas a todos os cubanos que aqui atuam,
pois a legislação brasileira estabelece que nenhum trabalhador pode ser tratado de forma
desigual”, disse o deputado Ronaldo Caiado
(DEM-GO).
O Ministério Público do Trabalho, por
sua vez, por intermédio do procurador da
10ª Região, Sebastião Caixeta, confirmou que
está se preparando para processar a União,
caso o governo continue pagando salário
menor aos médicos cubanos que o oferecido
aos médicos de outras nacionalidades.
Novos abandonos
Além de Ramona, o Ministério da Saúde confirmou que outros 4 médicos também abandonaram o programa: Ortélio Guerra, que
atuava em Pariqueraçu (SP) e migrou para os
Estados Unidos, e outros três que não justificaram afastamento e que trabalhavam nos
municípios de Rio do Antônio, na Bahia, Belém de São Francisco, em Pernambuco, e
Timbira, no Maranhão. No total, 22 cubanos
deixaram o programa, sendo que 17 alegaram problemas de saúde. ■
janeiro/fevereirO 2014
• JAMB •
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Mais médicos
AMB contrata Cubana
JAMB - Como era o seu dia a dia no
Programa?
R - Às 8 horas da manhã já estávamos
no posto de saúde, onde os doentes nos
aguardavam. Trabalhava até às 17 horas, com
duas horas para almoço, isso de segunda a
quinta-feira.
JAMB - Que tipos de doença tratava?
R - Principalmente as intestinais, como
parasitas e giárdias. Também havia muitos
doentes com gastrite, diabéticos, asmáticos
e muitas outras enfermidades.
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• JAMB •
janeiro/fevereiro
2014
Maisa Thomaz
N
ão podemos compactuar com a afirmação de que estes médicos cubanos estão fazendo um curso e, por
isso, recebendo uma bolsa de US$
400. Eles estão trabalhando, prestando assistência à nossa população. Quem vier
trabalhar no Brasil deve estar de acordo com
as nossas leis. Não somos contra nenhum médico formado no exterior atuar em nosso país,
desde que faça o exame de revalidação do diploma”, destacou o presidente da AMB, Florentino Cardoso, durante a cerimônia que celebrou o contrato de trabalho entre a entidade
e a médica cubana Ramona Rodriguez, na
sede da Associação Médica de Brasília (foto).
Ramona começou a trabalhar na sede administrativa da AMB, em Brasília, no dia 12 de
fevereiro. Seu contrato prevê remuneração de
R$ 3 mil, além de todos os benefícios e garantias trabalhistas, para atuar como assessora da
diretoria e presidência da AMB, já que legalmente não pode exercer a medicina no país.
A AMB também irá auxiliá-la a encontrar
uma moradia em Brasília e o apoio necessário
para capacitá-la a revalidar o diploma médico.
Ela concedeu a seguinte entrevista ao JAMB.
JAMB - Tinha equipamentos para
atendimento?
R - Eram poucos e também faltavam
medicamentos.
JAMB - Então os pacientes não tinham
acesso aos medicamentos necessários?
R - Apenas ao básico.
JAMB - Quando atuou na Bolívia, o
sistema de trabalho oferecido era o
mesmo que no Brasil?
R - Não, porque na Bolívia era uma missão
humanitária. Este (Mais Médicos) tem
contrato de trabalho. Lá, o salário era de
US$ 200, e outros US$ 100 para alimentação,
que entregávamos a um responsável pela
compra dos alimentos da casa em que
morávamos. Além disso, eles pagavam a
moradia e o transporte.
JAMB - Como encarou a proposta de
trabalho da AMB?
R - Agradeço à AMB e espero ajudar no que
for preciso e que também me ajudem, pois
desejo revalidar meu diploma para ficar aqui.
É isso que pretendo fazer. ■
Mais médicos
V
Maisa Thomaz
AMB CRIA PROGRAMA
DE APOIO AO MÉDICO
ESTRANGEIRO
isando a garantir proteção à liberdade e à integridade dos profissionais
trazidos de outros países pelo programa Mais Médicos do governo federal,
a AMB criou o Programa de Apoio
ao Médico Estrangeiro.
O objetivo é atender tanto médicos cubanos como de outras nacionalidades que necessitem de orientação ou que estejam insatisfeitos no Programa Mais Médicos, pelas
condições oferecidas.
“Com esse programa, demonstramos à sociedade que os médicos brasileiros não são
contra a vinda de médicos formados no exterior para atuar no Brasil. Defendemos que eles
devem fazer o Revalida e, agora, por meio dos
programas de educação médica continuada da
AMB e de nossas especialidades, estamos oferecendo essa possibilidade”, destacou o presidente da AMB, Florentino Cardoso.
Por intermédio do programa, a AMB oferecerá, de forma sigilosa e gratuita, uma cartilha
ao médico com instruções dos procedimentos
a serem seguidos na própria localidade em que
está atuando; assessoria jurídica durante os trâmites legais para pedido de refúgio ou asilo po-
lítico no país; curso preparatório para o exame Revalida; aulas de português; e suporte de
ONGs voltadas para a garantia dos direitos individuais do médico. O Programa de Apoio ao
Médico Estrangeiro da AMB pode ser acessado pelo telefone (11) 97078-4610 ou pelo
e-mail [email protected].
O presidente da AMB informou que já recebeu consultas de mais de uma dezena de médicos cubanos interessados em saber mais detalhes sobre o programa e que os casos estão
sendo estudados individualmente.
“Estamos determinados a ajudar pessoas
que respeitamos e que estão expostas a situações indignas, seja de ordem salarial ou de liberdade de expressão. Não compactuamos com o
que está sendo feito com os cubanos, que trabalham igual aos demais estrangeiros, mas que,
apenas por serem cubanos, recebem salário
menor, além de estarem sujeitos a outras restrições. A AMB defende o respeito a todos os médicos, independentemente de serem formados
aqui ou não. Por isso, desde o início, sempre
exigiu transparência do nosso governo quanto
ao programa. No entanto, até hoje, [o governo]
continua devendo respostas a algumas perguntas como, por exemplo, quais convênios temos
com a Opas? Por que se paga mais pelos médicos cubanos que, por sua vez, recebem menos? Por que não temos acesso a tais contratos?
Por que não se paga diretamente aos profissionais?”. Estes foram alguns dos questionamentos
do presidente da AMB na entrevista coletiva à
imprensa, na sede da entidade (foto), ao anunciar o programa. ■
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Mais médicos
Mais Médicos recebe
críticas em audiência no STF
José Bonamigo
Florentino Cardoso, durante
a audiência no STF
O
presidente Florentino Cardoso e o diretor José Bonamigo representaram a AMB na audiência pública
sobre o programa Mais Médicos, no dia 26 de novembro, convocada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello. Ele é o relator
das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) 5035
e 5037, que contestam dispositivos da Medida Provisória
(MP) 621/2013, que instituiu o programa.
Durante dois dias, foram ouvidos 24 expositores,
entre representantes de entidades do governo, do
poder público e da sociedade civil, sendo que as informações subsidiarão o julgamento da ADI, foi ajuizada pela AMB. A ação, com pedido cautelar, foi ajuizada no STF no dia 23 de agosto. O Conselho Federal
de Medicina tem o atributo de amicus curiae, e busca suspender a MP 621, o decreto 8.040 e a portaria
1.369, de 8 de julho de 2013, por violação das normas
constitucionais, todas ligadas ao programa Mais Médicos.
O presidente Florentino Cardoso creditou ao subfinanciamento, à má gestão dos recursos e à corrupção
as principais causas do “caos na saúde pública brasileira”. Disse que não se trata só de discutir o acesso da população à saúde, mas acesso de qualidade, criticando a
dispensa da revalidação do diploma para os médicos estrangeiros contratados para atuar no programa.
“Os que se formaram em outros países são bem-vindos no Brasil, desde que realizem e sejam aprovados no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas
Médicos, o Revalida. Nossa população já sofre demais
sadia, não merece uma medicina inferior, praticada
por profissionais não avaliados”, afirmou Cardoso.
Florentino fez ainda outros questionamentos sobre o programa, como em relação ao cumprimento
da legislação trabalhista e ao fato de o governo brasileiro dar tratamento diferenciado para médicos
provenientes da Europa, enquanto os cubanos, por
exemplo, que exercem as mesmas funções, têm tratamentos e remunerações diferenciados.
José Bonamigo reforçou que a exigência do Revalida foi estabelecida pelo próprio Ministério da
Saúde e da Educação em 2011, e não é um exame elaborado por entidades médicas.
“É uma prova simples, de conhecimentos básicos,
diferente do exame que fazemos para ingressar na residência médica, por exemplo”. O diretor da AMB finalizou com uma comparação sobre a vinda de médicos sem revalidação do diploma e o Judiciário. “Caso
o Brasil decidisse importar advogados para suprir as
demandas de assistência jurídica, os senhores aceitariam profissionais que não realizassem o Exame da
Ordem?”, questionou.
O procurador do Trabalho, Sebastião Vieira Caixeta, apontou irregularidades no programa. Disse
que o programa “tem, de fato, uma relação de trabalho mascarada por um programa de aperfeiçoamento”.
Já os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM-GO)
e Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) defenderam a
criação da carreira de estado em medicina, e o resgate da participação da União no financiamento da medicina no Brasil. O representante da Associação Nacional dos Médicos Residentes, Juracy Barbosa Júnior,
defendeu “qualidade, e não quantidade”
Em conversa com jornalistas, ao final da audiência pública, o ministro Marco Aurélio afirmou que
pretende liberar para julgamento, ainda no primeiro
semestre de 2014, as ações que questionam o programa Mais Médicos.
Com informações das assessorias de imprensa do STF e do DEM
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Portais
destacam
erros
médicos de
cubanos
E
m reportagem publicada em seu porCardoso também relata a campanha de
tal, o UOL destacou duas páginas que difamação que a categoria vem sofrendo no
reúnem prescrições e denunciam gra- país: “o governo está difamando os médicos
ves erros dos profissionais do Mais Mé- brasileiros, pegando como exemplo aqueles
dicos. São os tumbirs Mais Médicos e que batem ponto e não atendem os pacienCubanadas, seção especial do site perito.med, tes, como se isso fosse a regra”, e argumenta
que já relatava casos de erros médicos no Bra- que o salário pago aos estrangeiros é, na versil antes da importação de profissionais.
dade, o que “poucos ganham aqui pelo turno
Em entrevista, o infectologista Francisco de trabalho”.
Cardoso, responsável por administrar e che“O prefeito de Porto Alegre e presidencar a veracidade de todas as denúncias que te da Frente Nacional de Prefeitos, José Forchegam para o Cubanadas, afirma que os er- tunati (PDT), havia aberto vagas para cirurros “são tão grosseiros que colocam em dúvi- gião vascular com salário de R$ 900. Todas
da se são médicos de fato”.
as cidades que apareciam sem nenhum méAo ser perguntado se há denúncias de dico já os tiveram. Eles foram embora pormédicos brasileiros, Cardoso enfatiza: “a boa que não há plano de carreira. Porque foram
medicina não pode encobrir a má prática. Te- ameaçados por prefeitos por não terem aceimos mais casos de brasileiros no site, porque tado algo. Por terem ficado mais populaa página existe há três anos. O Mais Médicos res que as famílias que dominavam a região.
tem apenas alguns meses, mas em porcenta- Porque não havia escolas para seus filhos,
gem, o programa tem mais casos de erros”.
porque não podiam descansar nem aos doO profissional faz duras críticas ao méto- mingos, pois só havia um médico na cidade”,
do de contratação dos médicos do programa: completa. A entrevista na íntegra com Fran“o governo nem checa se esses estrangeiros são cisco Cardoso pode ser acessada em http://
médicos”, afirmando que ele próprio tentou se noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/
inscrever diversas vezes no programa, sem su- redacao/2014/01/15/criador-de-blog-quecesso. “Nunca conseguia finalizar por proble- -traz-erros-do-mais-medicos-diz-que-promas no site. Só acontecia isso com brasileiros”.
grama-e-midiatico.htm. ■
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Novos cursos
Criação de novas
faculdades de medicina
é atitude inconsequente,
diz diretor científico
C
om a Portaria n. 646/2013 da Secretaria de Regulação
e Supervisão da Educação Superior (Seres), de 2 de dezembro de 2013, o Ministério da Educação (MEC) divulgou a lista contendo os 42 municípios pré-selecionados para
sediar novos cursos de medicina, iniciativa que faz parte do
programa Mais Médicos.
Só em São Paulo, são 16 municípios listados, sendo os
demais em outros 12 Estados. Dos mais de 200 municípios
interessados, 154 finalizaram o processo para receber cursos. Nessa primeira fase, podiam se inscrever cidades que
não fossem capitais, nem contassem com cursos de graduação, ou que tivessem mais de 70 mil habitantes.
Após a pré-seleção, visitas técnicas ficarão responsáveis
por verificar equipamentos públicos e programas de saúde. Somente após essa etapa, será divulgada a lista definitiva, quando,
então, será aberto edital para definir as instituições que receberão os novos cursos. O diretor científico da Associação Médica
Brasileira, Edmund Baracat, desaprova a medida.
“É uma atitude inconsequente, tendo em vista a precariedade da infraestrutura e de recursos humanos de boa
parte das universidades públicas hoje existentes no país.
Nas condições atuais, é inviável a ampliação de vagas na intensidade e no curto espaço de tempo em que se pretende.
Não é o melhor caminho para a melhoria da saúde no país”.
Ele relembra situações como a dos alunos de Medicina da Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo, que estiveram em greve por 82 dias e, em junho, posicionaram-se a favor do fechamento da graduação por
falta de estrutura básica no curso. Já o campus de Medicina de Macaé, no Rio de Janeiro, continua sofrendo por
falta de docentes e estrutura laboratorial desde sua abertura, em 2009.
A meta do governo federal é criar 11.447 novas vagas
de graduação em quatro anos, sendo que, hoje, já são cerca
de 18 mil no país. Estão previstas, também, 12 mil vagas em
residência médica. ■
Aprovada proposta de exame
de proficiência em medicina
A
Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou
projeto que institui exame nacional de proficiência em
medicina como requisito para o exercício da profissão de
médico no país. O Projeto de Lei do Senado (PLS) n. 217/2004,
do ex-senador Tião Viana (PT-AC), segue agora para a
Comissão de Assuntos Sociais (CAS), em caráter terminativo.
O texto original previa que o estudante graduado em medicina deveria passar por um exame nacional de proficiência
para adquirir o registro profissional e exercer a profissão. Após
audiências públicas para instruir a proposta, o relator na CE,
senador Cyro Miranda (PSDB-GO), apresentou substitutivo
ao projeto original. O novo texto estabelece que o exame seja
realizado em duas etapas, sendo a primeira ao final do segundo
ano curricular e a segunda ao final do curso.
Exame
O exame de proficiência em Medicina avaliará competências éticas e cognitivas, e habilidades profissionais, tomando por base os padrões mínimos requeridos para o exercí-
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janeiro/fevereiro
2014
cio da profissão, sendo realizado anualmente. A inscrição
será gratuita. Caberá ao Conselho Federal de Medicina
(CFM), à coordenação nacional do exame e aos conselhos
regionais a sua aplicação. O substitutivo prevê a supressão
da previsão de prova prática.
A proposta também sugere a aplicação de penalidades – já em vigor pela Lei n. 10.861/2004 – aos cursos com percentuais de aprovação inferiores a 60% no
exame, constatados por três vezes em um período de
cinco anos. Eles poderão sofrer suspensão temporária da
abertura de processo seletivo de cursos de graduação e
cassação da autorização de funcionamento de instituição
de educação superior ou do reconhecimento de cursos
oferecidos.
“Essa matéria, além de ser terminativa na CAS, irá ao
plenário e à Câmara. E ela só entra em vigor dois anos após
a sua tramitação. Nós temos certeza de que, daqui a 3 anos,
não vai se precisar do Mais Médicos”, afirmou Miranda. ■
Fonte: Agência Senado
Política médica
Campanha arrecada recursos
para comunicação do
movimento médico
E
Na foto, da esquerda para a direita: Jonatas Froes,
Sadao Futaki, José Bonamigo e Alysson Santos, durante a
assinatura do contrato na sede da AMB.
César Teixeira
m dezembro, a AMB efetivou a contratação de
empresa especializada em comunicação e marketing, com objetivo de desenvolver mecanismos
para arrecadação de recursos financeiros para campanhas de comunicação.
“Nesta fase inicial, nossas ações serão dirigidas exclusivamente para as redes sociais, com o intuito de potencializar a arrecadação de recursos. Em uma segunda fase é
que pretendemos desenvolver peças ou ações específicas
de comunicação voltadas propriamente ao movimento
médico”, diz Alysson Santos, coordenador da campanha.
Segundo Alysson, provavelmente ainda no primeiro bimestre, já deverá estar em funcionamento
um hot site, que servirá como ferramenta de apoio à
campanha de arrecadação.
“A AMB entendeu que deveria apoiar movimentos de comunidades médicas que surgiram espontaneamente em redes sociais pelo fato de defenderem
eticamente o movimento médico e suas bandeiras.
Nesse caso, especificamente, a AMB disponibilizou todo o suporte necessário e apoio organizacional (conta corrente especial) para que os médicos
possam colaborar”, explica o 1º Tesoureiro da AMB,
José Bonamigo.
Para essa campanha, as contribuições podem
ser feitas em nome da Associação Médica Brasileira, no Banco do Brasil, agência 4.223-4, conta corrente 9.954-6 (CNPJ 61.413.605/0001-07). O link para
a campanha no Facebook é https://www.facebook.
com/groups/567218453337480/.
Membros de diversos grupos em redes sociais,
como o Facebook, entre eles Dignidade Médica (https://
www.facebook.com/groupssoumedico/?fref=ts), Valorização da Medicina (https://www.facebook.com/groups/
valorizacaomedica/?fref=ts), Médicos Brasil (https://
www.facebook.com/groups/medicosbrasil/), estudantes de Medicina do Brasil (https://www.facebook.com/gr
oups/218998818117965/?fref=ts), entre outros, já manifestaram apoio e estão contribuindo com a campanha. ■
Na foto, durante o evento, da esq. para dir.: Vinícius Azevedo; Nívio Moreira;
Lady Diana Lopes; Antônio Carlos Lopes; Marcus Vinícius Garcia; Welisson
Moraes; Isac Borges Lacerda; Jovarci Motta; Jorge Oliveira.
Empossada a
diretoria da AEMED-ES
Aemed-ES
A
s políticas públicas de saúde e os desafios da medicina
brasileira” foi o tema do fórum que aconteceu em Vitória, em novembro, organizado pela Associação dos
Estudantes de Medicina do Espírito Santo (AEMED-ES).
Com o evento, teve início um circuito nacional de debates
que visa a entender como as políticas públicas atuam na
sociedade, seus significados e as suas perspectivas.
Durante o evento, aconteceu a posse da diretoria da AMED-ES. Visite a página da entidade no Facebook, bastando para isso digitar ‘AEMED-ES’. ■
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Política médica
Ex-presidente da AMB
está entre os deputados
mais atuantes de 2013
E
laborado anualmente pela revis- desde 2012. Dentre esses critérios, Eleuses
ta Veja desde 2011, com a colabo- Paiva (PSD/SP) foi considerado o 5º mais
ração do Núcleo de Estudos sobre empenhado entre os deputados federais.
o Congresso (Necon), do InstiDentre as muitas proposições de Eleututo de Estudos Sociais e Políti- ses em defesa da saúde pública e dos mécos da Universidade do Estado do Rio Ja- dicos, estão o projeto que obriga o governeiro, o ranking que avalia a atuação dos no a destinar 10% de sua arrecadação bruta
parlamentares nomeou o ex-presidente da para o setor de saúde; e outro que exige toAMB, Eleuses Paiva, entre os deputados tal transparência nas contas publicitárias
mais atuantes de 2013.
do governo federal, estadual e municiO objetivo é reconhecer a atuação de pal, para evitar a autopromoção de polítideputados e senadores que trabalharam cos com dinheiro público. Especificamente
durante o ano em favor de um país mais para a classe médica, o deputado também
moderno e competitivo. Para isso, a clas- trabalha pela criação da carreira de médisificação leva em consideração nove ei- co de estado, semelhante ao que ocorre no
xos fundamentais para atingir um avanço Ministério Público e Magistratura, e outro
significativo – da diminuição da carga tri- que responsabiliza as faculdades pela quabutária ao aprimoramento das relações de lidade do ensino que oferecem, obrigandotrabalho. Para chegar ao resultado, os en- -as a garantir a capacitação dos formanvolvidos no estudo avaliaram as 243 pro- dos por meio de um plano de recuperação.
posições eleitas mais relevantes entre as Outro projeto pede isenção do Imposto de
centenas de Projetos de Lei, Medidas Pro- Renda a pessoas portadoras de deficiênvisórias e Propostas de Emenda à Consti- cia; também no âmbito social, outro platuição que tramitaram no Congresso Na- no de sua autoria prevê a obrigatoriedade
cional no ano passado.
para a realização de exame de oximetria de
Além dos critérios do Necon, a revis- pulso, chamado de teste do coraçãozinho,
ta Veja aplicou, ainda, outras exigências para todos os recém-nascidos. O ex-prepara se chegar ao ranking dos melhores de- sidente da AMB, gestões de 1999/2002 e
sempenhos de 2013, incluindo a cláusula 2002/2005, e atual deputado federal (PSD/
de ética e a Lei da Ficha Limpa, em vigor SP) falou ao JAMB.
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2014
JAMB - Dos seus projetos apresentados,
tem algum que considera mais importante?
R - Todos já citados são importantes, mas há um
em especial – que pretende obrigar o governo
federal a destinar 10% de toda a sua arrecadação
bruta à saúde – que me deixa inconformado pela
gigantesca resistência que vem encontrando na
Câmara. Enquanto isso, milhares de brasileiros
padecem nos corredores dos hospitais e dos
demais serviços de saúde à espera de atenção e
resolução aos seus problemas. Faltam recursos,
faltam equipamentos, falta modernização.
E, ao lado da falta de recursos, há o sofrível
gerenciamento do pouco que existe. Para
nosso espanto, números divulgados pelo TCU
revelam que dos insuficientes R$ 93,4 bilhões
do orçamento do setor em 2012, R$ 17 bilhões
nem sequer foram utilizados. Em vez de melhorar o orçamento da saúde, o governo recorre à
falácia da importação de médicos estrangeiros,
como se todo o problema se restringisse à falta de médicos. Falta de médico se resolve com
a criação de uma carreira de estado. Mesmo assim, não adianta ter médico e não ter infraestrutura que garanta a eficácia.
JAMB - Como se sente estando entre os
cinco deputados mais bem avaliados?
R - Feliz e, ao mesmo tempo, estimulado. Não
por razão meramente pessoal, mas porque o
ranking divulgado pela revista presta um serviço a favor da política ao revelar que há deputados e senadores que levam a sério seus mandatos e tratam com responsabilidade questões
importantes para o país. Penso que ser citado
pela revista como um dos cinco melhores do
Brasil, com base em pesquisas da Transparência Brasil e da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro, faz justiça a todos os deputados que
atuam com seriedade no Congresso, e é um
bom estímulo para persistirmos na luta.
JAMB - Há algum tema que pretende
focar neste ano?
R - É inaceitável que a legislação eleitoral
permita a contribuição de empreiteiras e
particulares para as campanhas dos candidatos. Mais uma vez, vou me empenhar para
extirpar essa prerrogativa da legislação, pois
a empreiteira que dá dinheiro a um político
cobra retorno mais tarde. Essa é uma das razões do desvirtuamento das concorrências e
licitações. Também estarei ao lado dos eleitores que promoveram os grandes protestos
de 2013, no sentido de que tenham em mente que não adianta só denegrir a imagem dos
políticos. É preciso denunciar os corruptos
e os incompetentes e substituí-los por quem
tenha compromisso com o bem comum, em
especial com a saúde pública e a educação. ■
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Univadis
Univadis oferece a
nova edição do Manual
Merck na íntegra
O
s profissionais de saúde registrados no portal
Univadis já contam com acesso à 19ª edição do
Manual Merck na íntegra em português. É a primeira vez que a obra é lançada no Brasil de forma simultânea nas versões impressa e on-line. Com mais
de 115 anos de tradição, o Manual Merck se tornou
referência para a classe médica. Hoje, é um dos livros
de saúde mais acessados na web em todo o mundo.
A 19ª edição do Manual Merck oferece as mais atualizadas discussões sobre patologias específicas, organizadas por sistemas ou por especialidade médica. Com mais
de 4.000 páginas organizadas em 23 capítulos, a nova edição foi elaborada por um corpo clínico editorial independente de 18 médicos especialistas, entre mestres, doutores e PhD, e revisada por 13 consultores e mais de 300
médicos especialistas em diferentes áreas de atuação.
Médicos e estudantes de medicina encontram, no
Manual Merck, explicações simples e práticas sobre
causa, diagnóstico, tratamento e prevenção de mais de
2.000 doenças, além de poder esclarecer a hipótese diagnóstica de cada uma delas por meio de sinais e sintomas. Cada seção do Manual Merck apresenta a sequência de avaliação e pormenoriza as primeiras e segundas
linhas para o tratamento em formato de texto ou
tabelas, disponibilizando, também, ricas informações de
etiologia e fisiopatologia que asseguram a compreensão
das recomendações para a prática clínica diária.
Além dos artigos selecionados do The Lancet,
JAMA, cursos do BMJ Learning acreditados pela
AMB e outras ferramentas, recomendo o acesso gratuito ao novo Manual Merck, na íntegra e em português, no Univadis – www.univadis.com.br.
Edmund Baracat – Diretor Científico da AMB
Confira os destaques do Manual Merck 19ª edição, no Univadis
Doenças infecciosas
Aprimore seus conhecimentos sobre os princípios gerais para diagnóstico e tratamento das doenças sistêmicas fúngicas, histoplasmose, coccidioidomicoses e paracoccidioidomicoses, blastomicoses, esporotricose, criptococose, candidíase sistêmica, aspergilose
e mucormicose, entre outras afecções.
Ginecologia e obstetrícia
Confira a seção dedicada a anormalidades menstruais e sangramento uterino anormal: tensão pré-menstrual, dismenorreia funcional, dismenorreia adquirida, amenorreia, anovulação, síndrome
do ovário policístico, insuficiência ovariana prematura e hemorragia uterina disfuncional.
Distúrbios hepáticos e biliares
Conteúdo interessante sobre os distúrbios biliares extra-hepáticos:
fisiologia do metabolismo dos ácidos biliares, colelitíase, colecistite,
coledocolitíase, colangite, entre outros.
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janeiro/fevereiro
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Distúrbios oftálmicos: doenças do aparelho lacrimal
Revisão das principais doenças oftalmológicas, dentre as quais o
aprofundamento do aparelho lacrimal (dacriostenose congênita, adquirida, crônica e aguda) e doenças da retina, como retinopatia hipertensiva e diabética, oclusão da artéria/veia central da retina, degeneração macular, descolamento de retina e retinose pigmentar.
Distúrbios endócrinos e metabólicos
Leia sobre as relações hipotálamo-pituitárias, controles hipotalâmicos, função pituitária anterior e posterior.
Distúrbios osteomusculares e do tecido
conjuntivo: lesões comuns nos esportes
Capítulo dedicado à compreensão da atividade excessiva e suas consequências, fratura metatársica por estresse, inflamação dolorosa dos
músculos tibiais, tendinites, dor patelofemoral, estiramento muscular,
síndrome piriforme, estiramento lombar, epicondilite lateral e medial.
Ano Novo.
Conteúdo novo no Univadis.
A mais nova edição do Manual Merck disponível
no Univadis.
19ª edição em português;
23 capítulos e mais de 4 mil páginas com abordagem
por sistema e especialidade médica, abrangendo mais
de 2 mil doenças;
Elaborado por 18 mestres,
doutores e PhDs e revisado
por um corpo clínico
independente de mais de
300 médicos especialistas em
diferentes áreas de atuação;
Mais de 115 anos de tradição.
Acesse www.univadis.com.br
e confira o Manual Merck 19ª edição.
Entrevista
Entrevista – Nivio Moreira
Em outubro, durante o encontro do Junior Doctors Network (JDN), na véspera da Assembleia Anual
da Associação Médica Mundial (WMA), em Fortaleza, Nivio Moreira, coordenador do Comitê de
Médicos Jovens da AMB, foi eleito presidente do JDN para o mandato de 2013/2014. Nesta entrevista
ao Jamb, ele fala dos seus planos à frente da entidade.
dentes ao redor do mundo e, na última
gestão, fui secretário do grupo. O Brasil tem muito a contribuir a nível global.
Fui presidente da Associação Nacional
dos Médicos Residentes (ANMR), liderei a última greve dos residentes e tenho participado ativamente nas entidades médicas desde o tempo estudantil.
Ocupo o cargo de presidente do Comitê
de Médicos Jovens da AMB e da APM,
tendo sido eleito conselheiro na nova
gestão do CREMESP este ano.
JAMB - Qual a duração do mandato?
Quais suas atribuições como
chair (presidente)?
R – O mandato tem duração de um ano,
seguido de um ano como past-chair. Entre as funções do presidente, estão: representar o JDN na WMA e em eventos
importantes, como na reunião da Organização Mundial da Saúde; coordenar as
ações do grupo, entre outras tarefas.
JAMB - Por que decidiu se candidatar à
presidência do JDN?
R - Participo das atividades do JDN desde
2011, na reunião de fundação do grupo, no
congresso da WMA no Uruguai. Durante esse período, participei ativamente, elaborando políticas que possam contribuir
para melhorar a formação dos médicos resi20
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janeiro/fevereiro
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JAMB - Quais são os planos para o
seu mandato?
R – Temos planos de ampliar e integrar
as atividades do JDN na América Latina,
Ásia e Oceania. Queremos aproveitar a
experiência de atividades desenvolvidas na Europa, Canadá e Estados Unidos
para aprimorar a organização e a participação dos médicos jovens. Estamos desenvolvendo políticas sobre a formação
médica e o mercado de trabalho.
JAMB - Existe algum objetivo especial?
R - Temos dois projetos importantes. O
primeiro é um mapeamento global do treinamento do médico residente nos diferentes continentes, com objetivo de conhecer
as diversas formas de especialização médica. O segundo é um grupo de trabalho sobre qualidade de vida na residência médica, que estamos desenvolvendo há um ano
e temos obtido dados preocupantes, como
o aumento de risco de transtornos mentais e excesso de trabalho.
JAMB - Qual o objetivo principal do JDN?
R - Integrar, compartilhar e desenvolver
a representação a nível nacional e mundial dos médicos jovens e residentes.
JAMB - Como o médico brasileiro
pode se associar ao JDN?
R - O médico jovem e residente, até 10
anos após a sua graduação, pode fazer sua
inscrição como membro do JDN (www.
wma.net). Nos três anos iniciais, não há
cobrança associativa. As informações podem ser acessadas no site da AMB (www.
amb.org.br). Também estamos finalizando
uma parceria com a ANMR, que possibilitará a todos os associados da entidade serem sócios automaticamente do JDN.
JAMB - Quantos países têm sócios no
JDN?
R - Temos associados em mais de 90 países
no mundo e esse número cresce a cada ano.
JAMB - Qual a relação entre o JDN
e a WMA?
R - Somos a representação dos médicos
jovens e residentes na WMA e parceiros
das entidades médicas dos países associados. No Brasil, é a Associação Médica Brasileira a entidade representativa
na WMA.
JAMB - Gostaria de esclarecer algo ou
enviar uma mensagem ao jovem médico
brasileiro?
R - O Brasil tem um papel importante no cenário médico mundial. Temos uma medicina desenvolvida – mesmo com problemas – e uma
liderança na América Latina. Mesmo que muitos governantes não reconheçam nossa competência e qualidade, e busquem menosprezar
o papel importante que desempenhamos na
sociedade, temos que nos orgulhar de sermos
médicos. Sabemos que o problema da saúde no
Brasil é a falta de recurso e gestão ineficaz. Temos força para nos unir e lutar por melhores
condições de formação e trabalho para os médicos e para a população. ■
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
• JAMB •
21
Direito de resposta
Esclarecimento aos médicos brasileiros
O Conselho Federal de Medicina (CFM) tem atuado fortemente na cena política nacional em defesa do bom exercício profissional. Assim, repudia veementemente afirmações publicadas na edição 1387, do Jornal da Associação Médica Brasileira, em entrevista com o deputado Ronaldo Caiado e na reportagem Governo pressiona e Mais Médicos agora é lei. Diante disso, o CFM
apresenta os seguintes esclarecimentos para manter os médicos e a sociedade bem informados sobre os fatos que ocorreram:
1) Ao contrário do que foi dito e sugerido pelo deputado Ronaldo Caiado, em entrevista, e na reportagem específica sobre o tema, o Conselho Federal de Medicina não fez acordos, participou de negociações ou foi cooptado pelo governo e por
sua base aliada durante o processo de discussão e votação da MP do Mais Médicos, no Congresso Nacional;
2) Nunca houve adesão do CFM ao mal-intencionado programa Mais Médicos ou ao governo. Todos os representantes
da entidade agiram de forma idônea e ética, cientes de suas responsabilidades e, em nenhum momento, privilegiaram necessidades particulares em detrimento do coletivo;
3) A ação do CFM buscou, sobretudo, fazer alterações importantes no texto final construído pelo relator da matéria, o deputado federal Rogério Carvalho (PT/SE). Se esta proposta tivesse sido aprovada, a medicina brasileira sofreria danos irreversíveis;
4) O ponto mais polêmico era a criação de um Fórum de Regulação das atividades na área da saúde que, em síntese, dava
ao Ministério da Saúde superpoderes para dizer o que os médicos poderiam e não poderiam fazer. Ou seja, permitiria-se a
montagem de uma agência de regulação das profissões da área da saúde, com possibilidade de transferir competências e atribuições dos médicos para outras categorias;
5) Com o aval de lideranças médicas, o CFM conseguiu a retirada deste ponto do relatório, que estava inserido no Capítulo 5 do documento. Em todo esse processo, o CFM convidou representantes de entidades, como a Associação Médica Brasileira (AMB), e políticos para ajudar na tomada de decisões. Esse caminho não foi o mesmo seguido por alguns grupos, que
optaram por negociações isoladas com o governo acerca de itens previstos na MP do Mais Médicos, que acabaram sendo eliminados;
6) Por outro lado, o CFM não abriu mão de registrar os médicos em atividade, conforme informado pelo parlamentar.
Inclusive, ressalte-se que a emenda que transferiu para o Ministério da Saúde a responsabilidade de cadastrar os intercambistas foi apresentada pelo deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM/MS), colega de bancada de Ronaldo Caiado.
7) Com a mudança, sem querer, o relatório da MP 621 reforçou intenção anterior dos CRMs de não registrarem os intercambistas. Pela lógica, eles não revalidaram seus diplomas e, portanto, não são legalmente médicos no Brasil. Se os CRMs os
inscrevessem, legitimariam a farsa montada pelo governo. Quem acompanhou o debate jurídico em torno do programa, lembra que, desde o início, os conselhos pediram na Justiça o direito de não registrar esse grupo.
8) Saliente-se que o CFM e os CRMs mantêm sua postura crítica ao Mais Médicos. Trata-se de iniciativa eivada de vícios
que a tornam um exemplo de como o governo manipula uma necessidade real e legítima para justificar um programa eleitoreiro e midiático. Essa posição nunca mudou, assim como a postura de enfrentamento dessa iniciativa;
9) Finalmente, lamentamos que colegas e lideranças manifestem opinião repleta de falsas acusações e ofensas pessoais.
Quem atira sobre o CFM e suas lideranças adjetivos que os desqualificam é desafiado a provar com documentos, fatos e dados concretos suas conjecturas e teorias. O que não podemos é admitir que isso ocorra de forma intencional para desqualificar o CFM, os CRMs e causar clima de desarmonia no meio médico.
Finalmente, reiteramos o compromisso do CFM e dos CRMs com a categoria médica, com a profissão e com a sociedade. Os Conselhos de Medicina permanecerão atentos, denunciando em todas as instâncias os abusos e as ilegalidades
vinculadas ao Mais Médicos, para evitar que as vidas de milhões de pacientes sejam colocadas em risco e defender a dignidade de nossos colegas e de nossa profissão.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
22
• JAMB •
janeiro/fevereiro
2014
Associação Médica Brasileira
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
ELEIÇÕES TRIÊNIO 2014-2017
A Associação Médica Brasileira convoca seus associados com • São condições de elegibilidade para os cargos da
Diretoria:
direito a voto para as eleições dos cargos eletivos da entidade
que irão se realizar em todo o território nacional, em pleito únia) Para qualquer cargo: ter a condição de associado
co, no dia 28 de agosto do corrente ano.
efetivo há mais de três anos, estar em pleno gozo de
• As votações e apurações serão organizadas e dirigidas
seus direitos estatutários, contados da data de sua
pelas entidades Federadas, filiadas à Associação Médica
inscrição como associado até o último dia do prazo
Brasileira, assegurando-se em todos os níveis e momentos
fixado para a apresentação das chapas;
a participação de fiscais ou representantes legais das
b) Para cada um dos dez cargos de Vice-Presidente,
chapas concorrentes;
residir ou exercer a profissão nas respectivas regiões:
Centro,
Centro-Oeste, Norte, Norte-Nordeste,
• A Associação Médica Brasileira poderá designar
Nordeste,
Leste-Nordeste, Leste-Centro, Leste-Sul,
representantes para acompanhar o processo de votação e
Centro-Sul
e Sul;
apuração;
c) Para os cargos de Secretário-Geral, 1º Secretário, 1º
• As Federadas deverão encaminhar à Associação Médica
Tesoureiro, 2º Tesoureiro, residir ou exercer a profisBrasileira a relação dos associados filiados até 30.03.2014;
são na cidade sede da AMB;
• Para efeito de estabelecimento do número de delegados,
as Federadas deverão encaminhar à Associação Médica
Brasileira, até às 18:00 horas do dia 16.07.2014, o número
de associados efetivos, quites até 30.06.2014;
• Até 30.07.2014, a Associação Médica Brasileira expedirá
circular às Federadas, informando o número de delegados
de cada uma delas;
• É permitido que o débito dos associados que constem da
relação fechada em 30.03.2014 seja quitado até o dia da
votação;
• Os associados que quitarem as anuidades entre 30.06.2014
até a data das eleições deverão ter encaminhado os
respectivos pagamentos junto com a ata das eleições;
• Cada candidato deve dar sua anuência escrita para
inclusão na respectiva chapa, com declaração da
Federada constando a data de inscrição como associado e
comprovante de quitação até a data de registro da chapa;
• O pedido de registro da chapa para concorrer aos cargos da
Diretoria deve ser feito na secretaria da Associação Médica
Brasileira até às 18:00 horas do primeiro dia útil do mês
de agosto deste ano, mediante apresentação subscrita por
cinquenta ou mais associados efetivos pertencentes, no
mínimo, a três entidades federadas;
• O registro dos candidatos a delegados das Federadas
junto à Associação Médica Brasileira será processado na
Federada respectiva, até as 18:00 horas do primeiro dia útil
do mês de agosto;
• Somente poderão inscrever-se como candidatos
a delegados os associados que tenham há mais de
um ano a condição de associado efetivo, contado
retroativamente a partir do último dia do prazo fixado
para a apresentação das chapas;
• A secretaria da Associação Médica Brasileira expedirá
às Federadas, até o décimo quinto dia útil do mês de
agosto, a relação das chapas para concorrer aos cargos
da Diretoria, devidamente inscritas e respectivas
constituições;
• A ata geral das eleições de cada Federada deverá ser
encaminhada à Associação Médica Brasileira até o dia 18
do mês de setembro seguinte às eleições, acompanhada
dos pagamentos relativos às anuidades e/ou outros
débitos, juntados até o dia das eleições;
São Paulo, 03 de fevereiro de 2014
Dr. Aldemir Humberto Soares
Secretário-Geral
Dr. Florentino de Araújo Cardoso Filho
Presidente
janeiro/fevereirO 2014
• JAMB •
23
Entrevista
Deputado Osmar
Gasparini Terra
Ex-prefeito da cidade de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, secretário estadual de Saúde em duas oportunidades, e
presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS) também por dois mandatos; o médico
Osmar Terra, atualmente, é deputado federal pelo PMDB-RS. Atuante na área médica, com passagens pelo Sindicato
Médico, tem dedicado seu mandato à defesa das causas ligadas à área da saúde. Terra concedeu entrevista ao JAMB.
JAMB - Qual a sua leitura sobre o
programa Mais Médicos?
R - O programa Mais Médicos poderia ser um grande
programa estruturante do SUS, mas não foi. Concebido às
pressas, para responder ao movimento popular de junho,
virou só uma maneira do governo desviar a atenção da
população de sua responsabilidade como governo, em
financiar e estruturar melhor a saúde brasileira, colocando
a culpa dos desacertos na categoria médica. Todas as
tentativas de estabelecer, minimamente, uma carreira para
os profissionais da saúde, da PEC dos deputados Eleuses
e Caiado até a tentativa de emendar a medida provisória
do Mais Médicos, minha e do deputado João Ananias,
foram boicotadas ou vetadas pelo governo federal.
JAMB - O senhor acredita que esse programa será capaz
de alterar os indicadores da saúde em nosso país?
R - Nem o governo acredita nisso. O impacto será muito
pequeno e temporário, caso não se estabeleça uma política
duradoura de recursos humanos no SUS. O resultado maior
para o governo ele já conseguiu. Foi temporariamente
transferir a culpa do mau funcionamento dos serviços
públicos para a categoria médica. E passar a ideia para a
opinião pública de que o Mais Médicos resolverá todos
os problemas de atendimento de que eles sofrem, sem
precisar gastar mais com a saúde! Se essa ilusão durar
até as eleições, já terá cumprido seu papel. Na verdade,
para atender 80% da população brasileira na rede básica,
necessitamos, hoje, de 50 mil equipes de Saúde da Família,
com médicos cumprindo 40 horas semanais. Temos 30
mil, das quais só a metade conta com médicos cumprindo
o horário integral, além de um número significativo sem
médicos. A vinda dos 7 mil bolsistas (sim, são só bolsistas
temporários) que estão previstos no programa significa um
acréscimo de um profissional médico em 14% dos postos de
saúde necessários no país. É só! 86% da população brasileira
não perceberá qualquer mudança no atendimento básico
e 100% não sentirá qualquer mudança no atendimento
médico hospitalar e de especialidades com o programa.
Simplesmente porque não está prevista a contratação
24
• JAMB •
janeiro/fevereiro
2014
de médicos para o atendimento nesse nível! Assim, o
impacto nos indicadores de saúde será muito pequeno,
localizado e sem resultado significativo nacional.
JAMB - Qual a sua visão sobre o veto da
presidente Dilma à criação de uma carreira
de estado no programa Mais Médicos?
R - A justificativa é de que abriria a possibilidade
de carreira para médicos estrangeiros. Na verdade,
isso poderia ter sido acertado em um Projeto de Lei
Complementar. Mas deveria ter sido mantida a carreira
como uma demonstração de interesse do governo na
questão! Como a carreira exigiria mais recursos, tudo
leva a crer que o governo usou uma desculpa para
vetar e não gastar mais com a saúde! É bom que se diga
que o problema maior da saúde pública brasileira é o
financiamento precário. Por isso, não temos carreira
nem valores de tabela adequados para o atendimento
especializado e hospitalar! O governo brasileiro gasta,
per capita, com a saúde pública metade do que o Chile e
a Argentina gastam. Assim, enquanto não garantirmos
pelo menos 10% da receita bruta federal para a saúde, não
resolveremos qualquer questão estrutural do sistema.
JAMB - O senhor implantou a carreira quando foi
secretário no RS; é possível estendê-la para o âmbito
federal? Há desinteresse do governo em fazê-lo?
R - Quando fui prefeito de Santa Rosa (RS), de 1993
a 1996, criei uma fundação pública de saúde e carreira
para todos os profissionais de nível superior. Fizemos
uma pesquisa de mercado, e pagávamos para o
médico 30 salários mínimos por 40 horas semanais,
com dedicação exclusiva. Os profissionais podiam
ter atividades extras, como plantões, ou no caso de
professores universitários. O mesmo tratamento demos
aos dentistas, enfermeiros, psicólogos, etc. Sempre
com o salário definido pelo que melhor se pagava no
estado, acrescido de 20%. Além disso, havia os avanços
da carreira e a aposentadoria integral. Assim, atraímos
muitos profissionais de todo estado, e até de fora do Rio
Grande do Sul, para trabalharem na rede básica de Santa Rosa!
Como secretário de Estado consegui estabelecer também
uma carreira para as funções essenciais da saúde estadual.
JAMB - Na sua visão, porque o médico tem
sido tão desvalorizado ultimamente?
R - O médico tem uma formação longa e complexa,
lida direto com a vida e a qualidade de vida do ser
humano, portanto é um profissional que se valoriza
naturalmente no mercado de trabalho. Acredito que
a tentativa do governo de demonizar a categoria, no
fundo, é um artif ício para gastar menos no SUS e se
isentar da responsabilidade pelo mau funcionamento
do sistema. Nada mais. Na verdade, nenhum governo
dos últimos 30 anos, à exceção de um curto período
de Jatene e de Serra como ministros, agiu para
aumentar, realmente, os recursos para a saúde.
rápido impacto na saúde da população hoje, teríamos que
ter uma carreira nacional bancada pelo Ministério da Saúde,
com contratação e concursos regionalizados para médicos
e demais profissionais do setor. Além disso, teríamos que
ter uma tabela com reajustes mais frequentes, que fosse
atraente aos especialistas. Para isso, necessitamos, no
mínimo, de um aumento de 60% do que é repassado à saúde
pelo governo federal. Isso poderia ser atingido por etapas.
JAMB - Qual o estágio do seu projeto de lei
antidrogas? Confia em sua aprovação?
R - Acredito que as drogas, lícitas e ilícitas, representam
o maior problema de saúde e de segurança que temos
hoje no Brasil. A epidemia do crack já é a maior causa de
mortes entre jovens de 15 a 25 anos. Meu projeto de lei foi
aprovado por ampla maioria na Câmara dos Deputados, e
agora está em análise no Senado. Tenho conversado com
senadores e tenho recebido forte apoio. Os legisladores
JAMB - Em sua opinião, o que deveria ser feito para
vivem o drama da sociedade devastada pelas drogas e
resolver os problemas da saúde em nosso país?
que não aceita a sua liberação. No Projeto de Lei procuro,
Mais financiamento? Melhor gerenciamento?
entre outras medidas, restaurar o papel da família e do
R - Toda gestão exige a melhor aplicação possível dos recursos
médico, ao estabelecer a internação involuntária por
disponíveis. Mas na saúde brasileira, o peso maior dos
solicitação de familiar ou responsável com avaliação médica,
problemas é puxado pelo subfinanciamento crônico. A saúde é
dispensando o processo judicial para a internação. Os
o “patinho feio” de todos os governos. Na visão dos economistas, psiquiatras precisam ser mais acreditados no Sistema de
a saúde gasta muito e melhora pouco. Ora, para termos um
Saúde Mental, que hoje ouve muito mais os sociólogos. ■
www.amb.org.br
[email protected]
Tel.: (11)3178-6800
janeiro/fevereirO 2014
• JAMB •
25
Câmara
César Teixeira
CADE participa de reunião da
Câmara Técnica de Implantes
N
o último encontro de 2013, no dia 6 de dezembro, membros da Câmara Técnica de Implantes
receberam representantes do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para debater sobre a distorção existente no valor de implantes
no Brasil. Foi pontuado que, entre regiões, cidades e,
RAMB
Conselho editorial da
Revista da AMB define
ganhadores do Prêmio
Liberato Di Dio
O
Conselho Editorial da Revista da Associação
Médica Brasileira (RAMB) escolheu os dois
trabalhos vencedores do Prêmio Prof. Liberato
Di Dio, da edição de 2012.
Flavia Mori Sarti, Marislei Nishijima, Antonio
Carlos Coelho Campino e Denise Cavallini Cyrillo
são os autores do artigo “A comparative analysis of
outpatient costs in HIV treatment programs”, reali-
26
• JAMB •
janeiro/fevereiro
2014
até mesmo, entre hospitais, a discrepância pode ser
maior que 200%.
Por trás da diferença de preços, Luis Carlos Sobania, coordenador da Câmara Técnica, destaca a inclusão de “porcentagens distribuídas entre diversos agentes”, o que leva o ônus para o consumidor final, que
não tem conhecimento da cadeia. “Isso faz com que
não existam recursos para melhorar os honorários
médicos”, afirmou.
A representante do CADE, Raquel Ferreira, solicitou mais dados para poder agir, mas afirmou que levará o assunto à direção do órgão.
Ainda na pauta do encontro, tratou-se também
sobre a lista de materiais de implantes da Sociedade
Brasileira de Neurofisiologia Clínica, que ainda não
tem amparo nas listas do SUS e da ANS. A Sociedade
foi orientada a conduzir a situação diretamente com
os órgãos, com o respaldo da Câmara Técnica.
Na primeira reunião, prevista para 2014, serão
convidados representantes do CADE, Fenasaúde e
Unimed, para apresentação de novas informações sobre a distorção nos preços de órteses, próteses e materiais especiais. ■
zado na Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), que ficou com a primeira colocação e o prêmio de R$ 3.000,00. O artigo foi publicado no volume 58, nº 5, do ano de 2012 da RAMB.
Já o segundo lugar e o prêmio em dinheiro de R$
2.000,00 será entregue a Dario Jose Hart Pontes Signorini, Michelle Carreira Miranda Monteiro, Maria
de Fátima Castro de Andrade, Dario Hart Signorini e Walter de Araújo Eyer-Silva, pelo artigo “What
should we know about metabolic syndrome and lipodystrophy in AIDS?”, realizado no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal
do Estado do Rio de Janeiro, e publicado na RAMB,
volume 58, nº 1, de 2012.
Os prêmios devem ser entregues durante a primeira reunião do Conselho Científico da AMB deste
ano, prevista para o mês de março. ■
Departamento
Cultural faz
balanço das
atividades
O
departamento cultural da AMB, representado pelo
diretor Hélio Barroso dos Reis, esteve reunido no
dia 24 de janeiro na sede da Associação. Na pauta do encontro, temas como o relatório de prestação de
contas do departamento; avaliação da 3ª Viagem Cultural
para Israel e Jordânia, com produção de edição especial
do JAMB Cultura; discussão e proposta de roteiro para a
próxima viagem cultural; cronograma de produção dos
livros JAMB Cultura e AMB/Especialidades Médicas.
O diretor cultural apresentou a Daniela Manole,
diretora da Editora Manole, subsídios para elaboração
de um cronograma para a produção de dois livros: o
JAMB Cultura, uma coletânea de todas as edições do
caderno cultural do JAMB, e o livro AMB/Especialidades, que pretende reunir a história das associações de
especialidades filiadas à AMB.
“Para viabilizar essas publicações, estamos trabalhando na elaboração de um projeto no sentido de garantir incentivos da Lei Rouanet, que compensa imposto de renda aos possíveis patrocinadores de pessoa
f ísica e jurídica”, explica Hélio Barroso.
César Teixeira
Cultural
Uma avaliação da viagem cultural para Israel e
Jordânia foi o item seguinte da pauta. “A viagem à
Grécia, terra de Hipócrates, pai da Medicina, por
ter sido a primeira, foi marcante, mas esta, a Israel
e Jordânia, certamente será inesquecível”, comentou Barroso.
O diretor apresentou também sua proposta de
roteiro para a próxima viagem a ser promovida pelo
departamento cultural: um passeio pelas ruínas Asteca e Maia, em solo mexicano. O roteiro detalhado ainda está sendo definido, assim como a data final, que provavelmente deverá ficar entre setembro
e outubro de 2014.
Hélio Barroso também aprovou o relatório de
prestação de contas produzido pelo departamento
de comunicação, com um resumo das atividades do
departamento cultural referente ao período de novembro de 2011 a janeiro de 2014. Por fim, o diretor cultural reuniu-se com o secretário-geral, Aldemir Soares. Em pauta, os mesmos assuntos, além da
versão em inglês do livro AMB 60 anos. ■
Ganhadores do II Concurso de Crônicas e Contos
D
urante o encontro, também foram ratificados os
nomes dos vencedores do II Concurso Nacional
de Crônicas e Contos da AMB. Na categoria
crônicas, o ganhador foi Hermes Bernardi, de Ouro
Fino (MG), com o texto A Fera e a Bela. O segundo lugar ficou com Eu, Hospital de Custódia e Tratamento, de Ildo Simões Ramos, da Clínica Geral e
Pneumologia de Salvador (BA). O terceiro colocado
foi Alma Branca, de Hélio Begliomini, urologista de
São Paulo (SP).
Na categoria contos, o vencedor foi Marcelo
Gurgel Carlos da Silva, da Medicina do Trabalho, Fortaleza (CE), com o texto Arrastão Funesto. O segundo
lugar ficou com Invisibilidade, de José Eugênio Bor-
ges de Almeida, de Maragogi (AL). Foi classificado em
terceiro lugar, o conto O velho médico, de Cássio Camilo Almeida de Negri, da Radiologia e Diagnóstico
por Imagem, em Piracicaba (SP).
Os vencedores receberão certificados e suas obras
foram publicadas nesta edição do Jamb Cultura. A comissão julgadora foi composta por Guido A. Palomba (SP), Carlos Davi Bichara (PA), Murillo R. Capella
(SC), Armando José C. Bezerra (DF) e Arnóbio Moreira Félix (MG).
“Estamos honrados com a qualidade dos trabalhos
apresentados à comissão julgadora, incentivando a diretoria cultural a promover outros concursos literários”, finalizou Hélio Barroso. ■
janeiro/fevereirO 2014
• JAMB •
27
Agenda
NOVEMBRO
DEZEMBRO
Diretoria
Diretoria
(SP) – Painel de debates: incorporação do TAVI (Implante
Transcateter de Valva Aórtica) no Sistema Único de Saúde
do Brasil – Emílio Zilli;
3
(SP) – Reunião de Diretoria Executiva;
3
(SP) – Reunião sobre Educação Médica Continuada –
José Bonamigo, Antonio Salomão e Edmund Baracat;
6
(SP) – Reunião da Câmara Técnica de Implantes – Luiz Carlos
Sobânia;
6
(BA) – Solenidade de abertura do IV Brasil Prevent & II Latin
American Prevent – Emílio Zilli;
(SP) – Reunião da Câmara Técnica de Implantes – Luiz Carlos Sobânia;
5
(SP) – Reunião da Comissão de Combate ao Tabagismo – Antônio P.
Mirra;
5
(SP) – Reunião CAP e publicidade – Aldemir Soares e José Bonamigo;
5
(SP) – Reunião com a SBNPE – Aldemir Soares e Jorge Curi;
6
(SP) – Reunião da Comissão de Medicina Paliativa – Newton Barros;
7
(SP) – Reunião com a SOBRICE – Aldemir Soares;
7
(SP) – Reunião com Leonardo Frighetto – Sociedade Brasileira de
Radiocirurgia - Aldemir Soares, Felipe Nasser, Ricardo Augusto,
Joaquim Maurício, Rodrigo Gobbo, Marcos Menezes e José Hugo;
10
8
(RN) – XXX Congresso Brasileiro de Arritmias Cardíacas – Emílio
Zilli;
11 a 13
11
(ES) – Sessão solene em homenagem ao Dia do Médico – Hélio
Barroso;
11 e 12
(PE) – Terceiro Fórum Global sobre Recursos Humanos para a Saúde
– José Bonamigo;
(SP) – Reunião com a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia
– Aldemir Soares;
(DF) – 11ª Sessão plenária do CFM – Aldemir Soares;
13
(SP) – Prova teórica para titulação em área de atuação em DOR
– Newton Barros;
13 e 14
(SP) – Solenidade de comemoração dos 50 anos da Associação
Brasileira de Cirurgia Pediátrica – Murillo Capella;
13
(RJ) – Reunião da Comissão Executiva da COMSU – Emílio Zilli;
16
(SP) – Reunião sobre Sistema AMB – José Bonamigo;
13
(BA) – 55º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia –
FEBRASGO – José Bonamigo;
16
(SP) – Reunião com a Simple Brasil - José Bonamigo;
(SP) – Reunião de Diretoria Executiva;
(PR) – Solenidade de abertura do 45º Congresso Brasileiro de
Ortopedia e Traumatologia – José Bonamigo;
17
14
19
(SP) – Reunião com a Ernest Young – José Bonamigo e Murilo Melo;
19
(SP) – Reunião da Diretoria Executiva;
25 e 26
(DF) – Audiência pública – programa Mais Médicos – Florentino
Cardoso, José Bonamigo, Aldemir Soares, Antonio Salomão
e Emilio Zilli;
26
(DF) – Reunião da CAP – Florentino Cardoso, José Bonamigo e José
Luiz Dantas Mestrinho;
26
(DF) – Seminário sobre atendimento de urgência e emergência – Lairson Vilar Rabelo;
27 a 29
(DF) – 10ª Sessão plenária do CFM – Aldemir Soares;
27
(SP) - Reunião da Comissão de Dor – Newton Barros;
Presidência
18 e 19
18
(DF) – Comissão de Assuntos Políticos – José Bonamigo;
(SP) – Reunião com a Ernest & Young – Murilo Melo;
Presidência
3
(SP) – Reunião com a Icatu Seguros;
3
(SP) – Reunião com a Itaú Vida e Previdência;
3
(SP) – Reunião com HCD International;
3
(SP) – Reunião de Diretoria Executiva;
6
(DF) – I Congresso Brasileiro do Sistema Brasileiro de
Transplantes;
17
(SP) – Reunião com Conselho Federal de Medicina;
17
(SP) – Reunião de Diretoria Executiva;
1
(CE) – Debate: políticas públicas de saúde e atualidade;
18
(SP) – Posse da diretoria da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica;
6
(RJ) – Abertura do Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva;
18
(SP) – Reunião com Antonio Britto – Interfarma;
17
(RN) – XXXIV Congresso Brasileiro de Urologia;
19
(SP) – Solenidade de posse da diretoria da Sociedade Brasileira de
Cardiologia;
19
(SP) – Reunião com Fábio Freire sobre residência médica;
19
19
(SP) – Reunião com a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e com a Sociedade Brasileira de Pediatria;
(SP) – Reunião com a Sociedade Brasileira de Pediatria e a
Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.
24
(GO) – Semana Brasileira do Aparelho Digestivo;
25 e 26
28
3
1
(DF) – Audiência pública – Programa Mais Médicos;
26
(DF) – Reunião da CAP;
30
(PA) – XL Congresso Brasileiro de Alergia e Imunopatologia;
• JAMB •
janeiro/fevereiro
2014
CURTA
a página
da
no
Acompanhe as principais notícias da entidade e informações de interesse da categoria médica
www.facebook.com/AMBoficial
Associação Médica Brasileira
Especialidades
Diretrizes clínicas
para nutrição parenteral
e enteral
Anestesiologia
Na foto, da
esquerda para
a direita, Jorge
Curi, Odery
Ramos, da
SBNPE; e
Gustavo Kliger,
da Felanpe.
Durante o Congresso Brasileiro de Nutrição Parenteral e
Enteral, realizado em Recife, o vice-presidente da AMB,
Jorge Curi, entregou a autorização da AMB, para a Felanpe (Federação Latino Americana de Nutrição Parenteral) elaborar as diretrizes clínicas latino-americanas,
com base nas diretrizes brasileiras produzidas pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral e pela
AMB.
Infectologia
Em 21 de janeiro, na sede da AMB, aconteceu a cerimônia de posse da nova diretoria da Sociedade Brasileira de
Infectologia (gestão de 2014 e 2015). Esta é a nova diretoria: Érico Arruda, presidente; Thaís Guimarães, vice-presidente; Mônica Jacques de Moraes, 1ª secretária;
Luís Fernando Aranha Camargo, 1º tesoureiro; Heloísa Ramos Lacerda de Melo, coordenação científica; Alexandre Cunha, coordenação de divulgação; Cristiane da
Cruz Lamas, coordenação de informática.
Cirurgia Plástica
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica tem nova diretoria para o biênio 2014 e 2015: João de Moraes Prado
Neto, presidente; Luciano Ornelas Chaves, secretário-geral; Luis Henrique Ishida, tesoureiro; Niveo Steffen, 1º
vice-presidente; Denis Calazans Loma, 2º vice-presidente; Henrique Nascimento Radwanski, secretário adjunto;
e Arnaldo Lobo Miró, tesoureiro adjunto.
SBPC/ML
A sede da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/
Medicina Laboratorial (SBPC/ML) tem nova diretoria
para o biênio 2014 e 2015. Presidente: Paula Fernandes
Távora (MG); vice-presidente: César Alex de Oliveira
Galoro (SP); diretor administrativo: Lucia Helena Ca-
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valheiro Villela (RJ); diretor científico: Nairo Massakazu Sumita (SP); diretor de comunicação: Gustavo Aguiar
Campana (SP); diretor financeiro: Leila Carmo Sampaio
Rodrigues (RJ); diretor de acreditação e qualidade: Wilson Shcolnik (RJ); diretor de eventos: Armando Alves
da Fonseca (RJ); diretor de defesa de profissional: Vitor
Mercadante Pariz (SP).
2014
No dia 11 de janeiro de 2014, no Rio de Janeiro, tomou posse a diretoria executiva da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, gestão 2014, eleita pela assembleia geral em novembro de 2013. Presidente: Sylvio Valença de Lemos
Neto; vice-presidente: Oscar César Pires; secretário-geral:
Ricardo Almeida de Azevedo; tesoureiro: Sérgio Luiz do
Logar Mattos; diretor do Departamento Científico: Getúlio Rodrigues de Oliveira Filho; diretor do Departamento
de Defesa Profissional: Antônio Fernando Carneiro; diretor do Departamento Administrativo: Erick Freitas Curi.
Cardiologia
A Sociedade Brasileira de Cardiologia informa a composição de sua diretoria executiva para a gestão de 2014 e
2015: Angelo Amato V. De Paola, presidente; Sergio Tavares Montenegro, vice-presidente; Jacob Atié, diretor financeiro; Maria da Consolação Vieira Moreira, diretora
científica; Emilio Cesar Zilli, diretor administrativo; Pedro Ferreira de Albuquerque, diretor de qualidade assistencial; Maurício Batista Nunes, diretor de comunicação.
Ortopedia e Traumatologia
A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
(SBOT) tem nova diretoria. Arnaldo Hernandez, presidente; Marco Antonio Percope de Andrade, 1º vice-presidente;
Luiz Antonio Munhoz da Cunha, 2º vice-presidente; João
Baptista Gomes dos Santos, secretário geral; Adalberto Visco, 1º secretário; Carlos Alfredo Lobo Jasmin, 1º tesoureiro;
Sandro Reginaldo, diretor de comunicação e marketing.
Patologia
A Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) tem nova diretoria para o biênio de 2013 e 2015. O presidente é o patologista Carlos Alberto Fernandes Ramos, formado pela
Universidade Federal da Paraíba. Confira a composição
da diretoria executiva da SBP para o biênio de 2013: Carlos Alberto Fernandes Ramos, presidente; Myriam Dumas
Hahn, assuntos acadêmicos; José Carlos Corrêa, assuntos profissionais; Ricardo Artigiani Neto, secretário-geral;
Sueli Aparecida Maeda Pereira, tesoureira.
Federadas
Notas
São Paulo
Interfarma Realiza
Projeto Social
Dando continuidade às ações de modernizar os processos, a Associação Paulista
de Medicina (APM) passa a adotar, a partir deste ano, a eleição eletrônica, com
votação e contagem de votos pela internet. Assim, os médicos não precisarão
se deslocar aos hospitais para votar. Para
participar das eleições, que ocorrerão
em agosto, é fundamental manter o cadastro atualizado na APM. Para isso, basta entrar em contato com a central de relacionamento: (11) 3188-4200 ou central.
[email protected].
Minas Gerais
As obras da etapa inicial da reforma e ampliação da sede da Associação Médica de
Minas Gerais (AMMG), iniciadas no final
de 2013, devem ser concluídas até junho.
O projeto está orçado em R$ 30 milhões
e a conclusão está prevista para junho de
2015. Após a reforma, a área da AMMG
será acrescida em 9 mil m2, distribuídos
em 13 pavimentos, que serão destinados
à alocação dos departamentos de especialidades médicas, setores administrativos e
uma loja de 230 m2. O projeto ainda prevê
um centro de convenções de médio porte,
com capacidade para 2.500 pessoas e 127
vagas de estacionamento.
O
projeto institucional de responsabilidade social da Interfarma,
Geral na Saúde, busca estimular
o potencial de crianças e adolescentes
para divulgar e debater temas ligados à
saúde, gerando conhecimento e incentivando novas atitudes de autocuidado
na família e na comunidade. A participação ocorre pelo blog http://geralnasaude.com.br/, no qual jovens e educadores podem se registrar como
correspondentes e enviar suas notícias,
ou simplesmente se informar e interagir
com comentários e opiniões. O projeto
está trabalhando em parceria com 10
Unidades Básicas de Saúde da zona sul
de São Paulo, com o Hospital Geral do
Grajaú e com os Doutores da Alegria,
que atuam em hospitais em diferentes
regiões da cidade. Alguns temas relevantes em saúde já foram publicados e
os correspondentes podem complementar com textos, fotografias, vídeos
e gravações de voz. ■
Revalida aprova
9% dos médicos
P
ouco mais de 9% dos médicos que fizeram a segunda etapa do Exame Nacional
de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição
de Educação Superior Estrangeira (Revalida), de 2013, foram aprovados e poderão exercer a medicina no Brasil. Dos 111 médicos
selecionados para a segunda etapa, 109 foram aprovados, dentre
eles, 50 brasileiros. Este ano, o teste teve o maior índice de reprovação na primeira etapa, desde que
começou a ser aplicado, em 2011.
Dos 1.595 candidatos que fizeram
a prova, apenas 155, ou 9,72%, passaram para a segunda etapa. Depois dos brasileiros, bolivianos e
colombianos, com 22 e 6 aprovações, respectivamente, terão o diploma revalidado. ■
Pernambuco
No dia 14 de janeiro, a Associação Médica de Pernambuco (AMPE) realizou
a reunião dos delegados e a Assembleia
Geral dos Associados. Foram apresentadas as contas e ações realizadas em
2013. Destacaram-se os investimentos na infraestrutura, que proporcionaram melhorias na prestação dos serviços,
parcerias com outras instituições e o engajamento da AMPE nas lutas nacionais
e estaduais pela melhoria da saúde.
Paraná
A Associação Médica do Paraná (AMP)
divulgou o seu calendário de atividades
deste ano. Além das reuniões mensais de
diretoria e da AMP cultural, em 7 de junho será realizada reunião do Conselho
Deliberativo, enquanto a Assembleia de
Delegados ocorrerá em 18 de outubro.
Já o tradicional jantar de aniversário da
AMP, que este ano completará 81 anos,
acontecerá no dia 2 de julho.
Quase 60% são Reprovados no Exame do Cremesp
D
os 2.843 médicos recém-formados que prestaram o Exame do
Conselho Regional de Medicina
de São Paulo (Cremesp) em 2013, 1.684
não atingiram o critério mínimo para
aprovação. O índice de reprovação de
59,2% é maior que o de 2012, quando a
prova se tornou obrigatória e o índice
atingiu 54,5%.
Daqueles que prestaram a prova,
1.159 são egressos de escolas particulares. Desses, 1.379 foram reprovados,
um índice de 71%. A prova também foi
realizada por 485 médicos formados em
outros estados, que desejam fazer residência médica em São Paulo. Destes,
350 foram reprovados, um índice de
72,2%. Apesar de obrigatório para
conseguir a licença médica, o exame
não tem caráter eliminatório. Isso
significa que mesmo que o médico
não passe na prova, ele ainda poderá
exercer a medicina.
“Infelizmente, o Conselho ainda
não pode negar o registro para
quem não atinge o mínimo de 60%
de acerto”, diz Bráulio Luna Filho, diretor do Cremesp e coordenador do
exame. “Nos Estados Unidos, o grau
de reprovação da medicina como
um todo é de menos de 10%. Lá, a
avaliação é melhor. No Brasil, é médico quem pode pagar uma mensalidade”, completa. ■
janeiro/fevereirO 2014
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Livros
Atlas de Dermatologia
Luna Azulay-Abulafia
Larissa Hanauer de Moura
David Rubem Azulay
Fabiano Roberto de Pereira Carvalho Leal
Aguinaldo Bonalumi Filho
Editora Elsevier
Os especialistas pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
(SBD) lançaram a segunda edição do Atlas de Dermatologia:
da Semiologia ao Diagnóstico durante o 68º Congresso
da Sociedade Brasileira de Dermatologia em Brasília
(DF). Esta edição conta com 209 colaboradores e 1.900
fotografias das dermatoses mais frequentes, além de
exemplos de casos raros, ensinando a reconhecer as lesões
elementares e em quais doenças elas são encontradas.
A cura da infelicidade – Como
antidepressivos melhoram,
pioram e moldam a vida
de milhões de pessoas
Katherine Sharpe
Editora Gutenberg
Por meio de memórias, história da ciência e reportagem, a
obra aborda problemas como a depressão e o uso de
antidepressivos, que afetam milhões de pessoas, e levanta
questões como qual é a real necessidade de fazer uso regular
de antidepressivos e em que casos são realmente indicados.
Manual de Dermatologia
– 3ª Edição
Cyro Festa Neto,
Luiz Carlos Cucé
Vitor Manoel Silva dos Reis
Editora Manole
Guia prático de dermatologia voltado para estudantes de
medicina, residentes em dermatologia, dermatologistas,
clínicos gerais ou médicos de outras especialidades. O
conteúdo, de fácil acesso, é uma fonte de pesquisa rápida
e foi organizado para facilitar a compreensão e o estudo
das doenças.
Pré-Hospitalar
Gustavo Feriani
Jorge Michel Ribera
Maria Cecília de Toledo Damasceno
Pedro J. Rozolen Jr.
Ricardo Galesso Cardoso
Editora Manole
Obra do Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências
(GRAU) que aborda toda a experiência do grupo que desempenha, há
24 anos, um importante papel no atendimento pré-hospitalar (APH)
no estado de São Paulo. Completamente ilustrado, Pré-hospitalar
foi escrito por profissionais com larga experiência prática em APH e
aborda temas muito atuais, como atendimento de vítimas de armas
menos letais (como bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha),
logística, bases técnicas e administrativas do APH, os principais tipos
de traumas, as emergências clínicas e cirúrgicas, o cuidado dos grupos
com necessidades distintas de abordagem, como idosos e gestantes, e
os eventos com grandes aglomerações de pessoas, além de desastres.
Condutas em Emergências Obstétricas
Baha M. Sibai
Mickey Karram
Editora Elsevier
Em forma de videoatlas, a obra é adaptada à realidade brasileira
e fundamental para a qualificação e atualização dos obstetras do
país. Fornece o passo a passo para o diagnóstico e tratamento das
emergências na forma de orientação e desenvolvimento de protocolos.
A obra também enfatiza a necessidade de uma abordagem em equipe
e multidisciplinar, e usa apresentação de casos com discussões de
especialistas, fotografias, ilustrações e algoritmos para salientar o
manejo adequado das situações. Vídeos para a maioria dos temas
abordados estão disponíveis no DVD que acompanha o livro, que
contém numerosas apresentações em PowerPoint e procedimentos
cirúrgicos. Um vídeo de demonstração único ensina como tratar a
parada cardíaca materna, com técnicas de reanimação cardiopulmonar.
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janeiro/fevereiro
2014
Títulos de
especialista
Cirurgia da Mão
26 de março – Maceió (AL) – Inf. Tel. (82) 3202-4900
Otorrinolaringologia
22 de março – Inf. Tel. (11) 5053-7500 ou www.aborlccf.org.br
Endoscopia
22 de março – Inf. Tel. (11) 3148-08200 ou www.sobed.org.br
Reumatologia
14 e 15 de março – São Paulo (SP) –
Inf. Tel. (11) 3289-7165 ou [email protected].,bnr
Cirurgia Plástica
7 de março – São Paulo (SP) –
Inf. Tel. (11) 3044-0000 ou [email protected]
Neurocirurgia
21 e 22 de março (em local a definir) –
Inf. (11) 3658-3235 ou [email protected]
Cirurgia Cardiovascular
2 de abril – Inf. Tel. (11) 3849-0341 ou [email protected]
Medicina de Família e Comunidade
6 de abril (em local a definir) –
Inf. Tel. (21) 2524-8321 ou www.sbmfc.org.br
Patologia
4 e 5 de abril – Inf. Tel. (11) 5080-5298 ou [email protected]
Medicina Nuclear
12 de abril – São Paulo (SP) –
Inf. Tel. (11) 3262-5438 ou [email protected]
Geriatria
28 a 30 de abril – Belém (PA) –
Inf. Tel. (21) 2285-8115 ou www.sbgg.org.br
Pediatria
31 de maio (em local a definir) –
Inf. Tel. (21) 2548-1999) ou www.sbp.com.br
Mastologia
23 de maio – São Paulo (SP) – Inf. Tel. (21) 2262-7306 /
(21) 2220-7111 ou [email protected]
Clínica Médica – 24 de maio – São Paulo
(SP) – 8 de novembro – Curitiba (PR) – Inf.
(11) 5572-4285 ou www.sbcm.org.br
Certificados de área
de atuação
Endoscopia Digestiva
22 de março de 2014 –
Inf. Tel. (11) 3148-08200 ou www.sobed.org.br
Reumatologia Pediátrica
14 de março – São Paulo (SP) –
Inf. Tel. (11) 3289-7165 ou [email protected]
Gastroenterologia pediátrica
26 de março – Natal (RN) –
Inf. Tel. (21) 2548-1999 ou www.sbp.com.br
Endocrinologia pediátrica
14 e 15 de maio – Florianópolis (SC) –
Inf. (21) 25790312 ou www.endocrino.org.br
Medicina de Urgência
24 de maio – São Paulo (SP) – 8 de novembro – Curitiba
(PR) – Inf. Tel. (11) 5572-4285 ou www.sbcm.org.br
Ecocardiografia
15 de agosto e 12 de outubro – São Paulo (SP) –
Inf. Tel. (11) 3120-3363 ou www.provaespecial.dic.eco.br
Download

Escravidão Branca Escravidão Branca