PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DA RAÇA SENEPOL Campo Grande, MS, 20 de maio de 2013. Equipe Programa Geneplus/Embrapa Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes (gilberto.menezes.embrapa.br) Luiz Otávio Campos da Silva ([email protected]) Paulo Roberto Costa Nobre ([email protected]) Roberto Augusto de Almeida Torres Júnior ([email protected]) Lucas Nascimento Silva ([email protected]) Andrea Gondo ([email protected]) Antonio do Nascimento Rosa ([email protected]) Leonardo Martin Nieto ([email protected]) 1. Considerações iniciais Um programa de melhoramento genético não se resume em uma avaliação genética. A avaliação genética é uma importante fase do plano de trabalho definido para o rebanho. Um programa de melhoramento pode ser resumidamente caracterizado, da seguinte forma: estabeleça um planejamento, onde são decididos os objetivos, as metas e como alcançá-los. Nesta fase, se define as características a serem consideradas. Apresenta o programa ao grupo interno da fazenda de modo que todos tenham conhecimento da proposta de trabalho e da sua particular função. Desta forma a expectativa é de que o estabelecimento do programa seja aceito e conduzido de forma responsável. O s dados serão coletados de forma correta. Neste sentido, é desejável que os d ados sejam coletados em um ambiente próprio para este fim, software específico ou planilha com recurso para contemplar as definições do plano de trabalho. Este ambiente além de oferecer recurso para coleta deve igualmente propiciar disponibilidade para armazenamento dos dados coletados na fazenda. Uma cópia é enviada para o Programa Geneplus Embrapa. Após a atualização do banco de dados, processam-se críticas, consistências, ajustes e a 1 constituição dos arquivos finais que serão submetidos às análises que gerarão os resultados que se denominam avaliações genéticas. A fase seguinte é a apresentação destes resultados para a fazenda. Desta forma os dados coletados agora são informações à disposição do usuário. Estas informações devem ser interpretadas e aplicadas corretamente. Para tanto, o cliente do Programa Geneplus Embrapa dispõe de um grupo de Técnicos preparados a oferecer a devida assessoria na identificação de quais animais serão utilizados no processo reprodutivo, qual a participação de cada um destes animais identificados e como serão combinados. A Tecnologia Geneplus pressupõe a avaliação contínua do Programa da Fazenda. Portanto, com o conhecimento das tendências genéticas disponibilizadas é possível ter quantificado o progresso alcançado em cada uma das características consideradas de forma que se possa alterar de necessário. 2. Plano de coleta de dados A coleta de dados é atividade fundamental de um programa de melhoramento genético. Da formação de um banco de dados consistente e confiável depende o sucesso de todo o programa. Uma avaliação genética de boa qualidade somente é possível se estão disponíveis dados de qualidade. Em outras palavras, a avaliação não é milagrosa, se está baseada em dados incorretos, ela será incorreta. Assim, é importante que todos os envolvidos no programa estejam comprometidos em trabalhar para que a coleta de dados seja feita de forma correta, sempre em busca de minimizar os erros. Isso significa saber quais são as informações necessárias a serem coletadas em cada fase e fazer esta coleta com responsabilidade. Por esta razão, é decisivo a clara definição do que coletar e não menos importante, o adequado treinamento de quem fará a coleta, especialmente dos funcionários que estão envolvidos nesta atividade. A seguir está descrito o plano de coleta de dados que envolve as fases de nascimento, maternal, desmama e sobreano. Estão definidos os dados a serem coletados em cada fase, bem como recomendações de como preencher as planilhas a serem usadas na coleta dos dados. 2 2.1. Nascimento As informações a serem coletadas ao nascimento permite a identificação dos touros e matrizes. Ressalta-se a presença de campos na planilha para incluir informações sobre as receptoras usadas em programas de FIV/TE (fertilização in vitro/transferência de embrião). Para que os dados de animais provenientes de FIV/TE sejam aproveitados nas avaliações genéticas, é fundamental que sejam coletados dados identificação, data (ou ano) de nascimento e das receptoras, grupo tais como genético (composição racial). Os dados a serem coletados são: • Animal - identificação do animal nascido (série e número do bezerro) • Sexo - sexo do animal: M (macho), F (fêmea) • Data - data de nascimento do animal nascido • Peso - peso do animal ao nascimento • Touro - identificação do pai do animal nascido (nome e RGD) • Vaca - identificação da mãe biológica do animal nascido (Nome e RGD) • Receptora (em caso de FIV/TE) - identificação da vaca receptora (mãe de aluguel) - composição racial da receptora (grupo genético) - Data (ou ano) de nascimento da receptora • Grupo de manejo (GM - necessário quando se trabalha dois lotes da mesma idade e mesmo RA no mesmo dia, e são fundamentalmente de manejos diferentes) - grupo de manejo formado por animais de idades semelhantes e que serão criados em um mesmo pasto (piquete) - um grupo de manejo pode ser identificado, por exemplo, como "0911/10/1", indicando que este grupo é formado por animais nascidos de setembro (mês 09) a novembro (mês 11) do ano de 2010 (10) e criados no pasto 1 • Condição ao parto (opcional) - condição do parto: morto, natimorto (morto até 48 horas), aborto; • Assistência ao parto (opcional) - assistência ao parto: Não, Sim, Cirúrgico; • Defeitos (opcional) - qualquer defeito observado • Observações (opcional) 2.2. Maternal A avaliação da fase maternal é feita em animais com idade próxima dos 120 dias (4 meses). Para a avaliação genética desta fase, são aproveitados somente dados de animais com idade no intervalo entre 75 dias (2,5 meses) e 165 dias (5,5 meses). Deve-se ressaltar que dados fora deste intervalo não são aproveitados. Os dados a serem coletados são: • Animal - identificação do animal nascido (série e número do bezerro) • Sexo - sexo do animal: M (macho), F (fêmea) • Data - data da pesagem • Peso - peso do animal na fase maternal • RA - regime alimentar (RA) que deve ser identificado como: 1 (pasto), 2 (suplementado) e 3 (confinado/estabulado) 2.3. Desmama A avaliação à desmama é feita, naturalmente no momento da desmama, em animais com idade próxima dos 240 dias (8 meses). Para a avaliação genética desta fase, são aproveitados somente dados de animais com idade no intervalo entre 195 dias (6,5 meses) e 285 dias (9,5 meses). Deve-se ressaltar que dados fora deste intervalo não são aproveitados. Os dados a serem coletados são: • Animal - identificação do animal nascido (série e número do bezerro) • Sexo - sexo do animal: M (macho), F (fêmea) • Data - data da pesagem • Peso - peso do animal ao desmame • CFD - conformação frigorífica do animal à desmama - escore de conformação frigorífica: 1 e 2 (fundo), 3 e 4 (meio), 5 e 6 (cabeceira) • RA - regime alimentar (RA) que deve ser identificado como: 1 (pasto), 2 (suplementado) e 3 (confinado/estabulado) Observação: A conformação frigorífica é constituída, basicamente, por três componentes principais da anatomia: estrutura, musculosidade e precocidade de acabamento. A estrutura envolve as dimensões de comprimento do corpo, profundidade e arqueamento das costelas. A musculosidade pode ser avaliada pela observação de massas musculares do traseiro (coxão), entrepernas e dianteiro (paleta). A precocidade de acabamento é indicada pela deposição de gordura na carcaça, podendo ser apreciada pela observação do fio do lombo até a inserção da cauda, cobertura de costelas e parte ventral do animal. A avaliação da conformação frigorífica deve ser feita avaliando-se, comparativamente, todos os animais de um determinado grupo de manejo, os quais serão classificados nas categorias: fundo, meio e cabeceira, cada uma das quais com os seus limites inferior e superior, totalizando-se, portanto, uma escala de seis pontos. • Peso Vaca - peso da vaca à desmama; • ECC - escore de condição do corporal da vaca à desmama - 1 e 2 (magra), 3 e 4 (média), 5 e 6 (gorda) • Observações 2.4. Sobreano A avaliação ao sobreano é feita em animais com idade próxima dos 450 dias (15 meses). Para a avaliação genética desta fase, são aproveitados somente dados de animais com idade no intervalo entre 375 dias (aproximadamente 13 meses) e 5 95 dias (aproximadamente 19 meses). Devese ressaltar que dados fora deste intervalo não são aproveitados e a diferença de idade entre o animal mais novo e o mais velho do lote a serem avaliados juntos não deve ultrapassar 90 dias. As informações a serem coletadas são: • Animal - identificação do animal nascido (série e número do bezerro) • Sexo - sexo do animal: M (macho), F (fêmea) • Data - data da pesagem • Peso - peso do animal ao sobreano • CE - circunferência escrotal do animal ao sobreano • CFS - conformação frigorífica do animal ao sobreano - escore de conformação frigorífica: 1 e 2 (fundo), 3 e 4 (meio), 5 e 6 (cabeceira) • U - escore (nota) de umbigo do animal ao sobreano - 1 (colado), 2 (curto), 3 (normal), 4 (penduloso), 5 (muito penduloso) • A - escore de aprumo do animal ao sobreano - 1 (correto), 2 (defeito de dianteiro), 3 (defeito de traseiro), 4 (defeito em ambos) • P - escore de pelo do animal ao sobreano - 1 (pelo zero), 2 (pouco pelo), 3 (pelo mediano), 4 (muito pelo) • RA - regime alimentar (RA) que deve ser identificado como: 1 (pasto), 2 (suplementado) e 3 (confinado/estabulado) • Observações 2.5. Ultrassonografia de carcaça A avaliação via ultrassonografia será realizada próxima a avaliação de sobreano. As informações a serem coletadas na "Ultrassonografia de carcaça" são: • Animal - identificação do animal • Sexo - sexo do animal: M (macho), F (fêmea) • Data Nascimento. - data de nascimento do animal • Touro - identificação do pai do animal • Vaca - identificação da mãe biológica do animal • AOL - Área de olho de lombo (cm2) • EGS - Espessura de gordura subcutânea (mm) • MAR - Marmoreio (%) • Observações - qualquer observação relevante