Sede:Rua das Escolas Gerais, 82 – 1100-220 LISBOA Tel./Fax 218 861 082 – [email protected] www.casadapampilhosa.org Delegação: Travessa de S. Pedro, nº 4 3320-236 Pampilhosa da Serra A voz do regionalismo Director: César Oliveira — fundado em 1999 — A N O X • N . º 1 1 9 • P R E Ç O : 1 , 1 5 P U B L I C A Ç Ã O M E N S A L A S S I N AT U R A A N U A L : 1 2 , 5 0 M A I O 2 0 0 9 EDITORIAL O nosso “SERRAS” completa neste mês de Maio de 2009 dez anos de vida, sendo este nº 119, o ponto de viragem para uma nova direcção. Por voltas inconfessáveis da vida, coube-me assumir a coordenação do mesmo, e consequentemente a tarefa vir junto dos nossos leitores, assinantes, e colaboradores, trazer uma palavra de esperança para o futuro e firmando desde já o compromisso, de que tudo farei para continuar o seu caminho com um rumo bem definido. Todos sabemos que os jornais regionais deixam em todos nós uma marca, que nem mesmo o tempo consegue apagar da nossa memória. Recordo-me aqui de outras publi cações, por exemplo quem não se lembra do CORREIO DA SERRA, que nunca conseguiu chegar tão longe quanto o nosso SERRAS. No entanto, guardo com saudade aquele jornal e ainda hoje sinto o entusiasmo da primeira hora, quer por aquele quer pelo nosso SERRAS. Meus Amigos, dir-vos-ei em jeito de apresentação, que sou um Pampilhosense, que tal como tantos outros, bem cedo saiu da aldeia, a Póvoa da Raposeira, onde com intervalos maiores, ou menores, ali volta sempre. Hoje, felizmente, porque a vida é em tudo diferente da dos meus tempos de menino e moço, posso mais facilmente matar a saudade e a nostalgia do “cantinho” onde nasci, regressando com mais frequência às minhas raízes mais profundas. Foi a pedido insistente do Presidente da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, que decidi tomar a meu cargo esta missão. Não sou, tal como os meus antecessores, profissional de informação, mas tudo farei para que sintam desse lado, uma direc ção correcta e isenta, oportuna e objectiva. Habituado que estou a grandes desafios, aceito agora mais este, com alguma tranquilidade e sem qualquer alarmismo, esperando desde já não vir a defraudar as vossas expectativas. Acreditem, que tudo faremos para agradar aos nossos assinantes e leitores, “juizes” do nosso trabalho e tentaremos sempre disponibilizar informação com rigor e isenção, mesmo que para tal tenhamos que enfrentar naturais incómodos. Temos noção exacta, que a tarefa não será fácil; primeiro, porque o César Oliveira na qualidade de director e António Rosa como editor, conseguiram elevar a fasquia a um nível tal, que hoje nos orgulha a todos. Em segundo lugar, porque a crise internacional a que o nosso país não escapou nos trará maiores dificuldades ainda. Neste campo, estamos desde já abertos a ideias, pois temos consciência que iremos necessitar de muita “arquitectura”, para enfrentar os a cont. na 14 pág. 4 a pág. Inaugurações e preocupação social marcam feriado municipal a pág. 10 e 11 DIÁSPORA PAMPILHOSENSE Luís Filipe Brites Lameiras Leonel Antão Henriques Juiz de Direito e Docente do Empresário de diversões “Padrões é a ‘capital’, no nosso concelho, dos carrosséis que percorrem o país divertindo milhares de pessoas todos os anos” a pág. 7 A PEDRA-D’ARMAS DA CASA GRANDE, NO CARREGAL DO ZÊZERE Algumas achegas heráldicogenealógicas a pág. 3 Centro de Estudos Judiciários “Encaro a extinção da comarca da Pampilhosa com muita tristeza. Fico perplexo quando ouço propalar aos poderes públicos nacionais a necessidade do combate à interioridade e à desertificação mas, em matéria de actos concretos, vejo estas supressões e extinções, retirando ao cidadão comum o ‘tribunal da sua terra’, obrigando-o a deslocações, tantas vezes insuportáveis, se quiser ver reconhecido o direito que lhe assiste” a página 4 e 5 Breves REVISTA JURÍDICA ENTREVISTA PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA CASA CONCELHIA António Amaro Rosa O actual presidente da mesa da Assembleia-Geral da Casa do Concelho de Pampilhosa e Procurador da República de profissão, João Ramos, foi recentemente objecto de uma entrevista entretanto publicada na edição de Março da revista jurídica “Vida Judiciária (n.º 132), uma publicação mensal editada pelo Grupo Vida Económica. Ao longo de sete páginas o procurador João Ramos, a prestar funções no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), exprime a sua opinião pessoal relativamente à actualidade jurídica portuguesa, recorrendo à sua considerável experiência judicial que já soma 23 anos. Assim, os paraísos fiscais (offshores), a diversidade legislativa de cada Estado em matéria criminal e processual, a falta de meios humanos na Polícia Judiciária, o mediatismo da justiça e a pressão dos media, o segredo de justiça, a qualidade da legislação portuguesa, a revisão do Estatuto do Ministério Público, o excesso de licenciados em Direito, a qualidade de ensino no Centro de Estudos Judiciários, o balanço da revisão do Código de Processo Penal e a problemática do Mapa Judiciário foram alguns dos assuntos abordados Ficha Técnica Propriedade Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra Fundada em 1 de Junho de 1941 (D.R. 3.ª Série, n.º 149, de 1995-06-30) Instituição de Utilidade Pública (D.R. 2.ª Série, n.º 126, de 1985-06-01) Sede: Rua das Escolas Gerais, n.º 82, 1100-220 Lisboa Telefone e Fax: 218 861 082 Internet: www.casadapampilhosa.org E-mail: [email protected] Jornal “Serras da Pampilhosa” Fundado em Junho de 1999 Inscrito no Instituto da Comunicação Social sob o n.º 123.552 NIF: 501 437 193 Depósito Legal: 228892/05 Redacção: Rua das Escolas Gerais, n.º 82, 1100-220 Lisboa Telefone e Fax 218 861 082 E-mail: [email protected] Delegação: Travessa de São Pedro, n.º 4, 3320-236 Pampilhosa da Serra Director Armindo Antunes Redactor César Oliveira E-mail: [email protected] Coordenação Direcção da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra Concepção e Grafismo Beta Vicente e Sérgio Vicente Fotolito e Impressão Vigaprintes – Artes Gráficas, Lda. Núcleo Emp. Quinta da Portela, n.º 38 Guerreiros – 2670-379 Loures Telefone: 219 831 849 – Fax: 219 830 784 E-mail: [email protected] (ver CAIXA). Apesar de opinar sobretudo sobre a actualidade jurídica portuguesa, o Procurador da República João Ramos não deixou de focar as discrepâncias entre o Interior e o Litoral, recorrendo às suas raízes e experiência pessoal. “Os legisladores sonham tanto que esquecem que a maioria da população não está ao nível daquela elite. Eu, que tenho origens no Interior, desde pequenino vejo essa enorme injustiça que substituiu aquilo que tradicionalmente nas sociedades menos democráticas se dizia ‘diz-me quem são os teus pais e dir-te-ei quem és’ por ‘diz-me onde nasceste e dir-te-ei quem és e o que tu podes ser’. E isso irrita-me, pois é uma condenação à nascença. Por exemplo, no meu concelho, Pampilhosa da Serra, os jovens do 5.º ano só podem escolher uma área, pois não existe alternativa. Portanto, as pessoas não podem ser outra coisa; se quiserem outra coisa têm de sair dali, mas sair dali representa para os pais um sacrifício enorme, o que limita as pessoas.” Apesar de ser mais conhecido pelo seu vasto currículo associativo e regionalista, João Ramos exerce desde há algum tempo funções junto DCIAP, um órgão da Procuradoria-Geral da República com as funções de coordenação e de direcção da investigação e de prevenção da criminalidade violenta, altamente organizada ou de especial complexidade, dirigido pela mediática procuradora Cândida Almeida. EXCERTOS DA ENTREVISTA CONCEDIDA À REVISTA “VIDA JUDICIÁRIA” “Se calhar não faz muito sentido nós querermos acabar com offshores internacionais quando Portugal tem um offshore e não diligencia para que isso acabe.” “Se tenho um processo em que tenho urgência porque a pessoa está presa, mas se existe uma carta rogatória, posso demorar 7, 8 ou mais meses a ter os dados para depois pensar qual a tese que vou definir com base naquela documentação.” “Prender uma pessoa que rouba à velhinha da esquina é facílimo e se calhar os prazos que estão no código até pecam por excessivos, pois num mês temos essa criminalidade resolvida. Mas a alta criminalidade, aquela que nos preocupa por estar ligada aos grandes grupos financeiros e bancários ou que possam estar ligadas a grandes organizações terroristas, essa criminalidade é de difícil combate por manifesta falta de meios.” “O próprio legislador pune crimes de furto com penas até 8 anos, mas eu faço uma fraude fiscal de milhões de euros e se apenas estiver em causa o valor desse dinheiro, a minha pena é de três anos, o que não faz sentido.” “Não pauto as minhas acções pelo maior ou menor mediatismo que a informação dá. Aliás, os meus 23 anos de experiência dizem-me que os media nunca estão satisfeitos com os resultados.” “Se a comunicação social sindica tudo, porque razão não pode sindicar a justiça? Temos de nos habituar a esse tipo de atitude, até porque já passaram mais de 30 anos sobre o 25 de Abril. A democracia também tem de chegar aos tribunais.” “Em Portugal as revisões são tão constantes e de tudo. (…) E como se fazem revisões parciais, muitas vezes estas destroem a filosofia do sistema e depois quem tem de aplicar a lei vê-se constrangido. E por vezes o que notamos é este ‘foi o senhor que pediu?’. É muita coincidência e eu já tenho uma idade em que já não acredito em coincidências.” “A função de Ministério Público é uma função que sem ter essa noção cobrada de que é acima de tudo uma carreira de deveres, mais tarde ou mais cedo têm-se muitos dissabores, porque os nossos direitos são muito poucos.” 2 S ituada a meio da encosta que vai do rio Zêzere ao Cabeço da Urra, a aldeia de Lobatinhos é para mim a mais bela do Mundo. Não nasci lá por mero acaso. Minha mãe foi passar o Natal desse ano a Lisboa e eu resolvi nascer lá, mas logo aos dois anos decidi mudar-me para os Lobatinhos e em boa hora o fiz, pois se não o tivesse feito hoje não teria na memória aquele cheiro maravilhoso a urzes e estevas, os sons dos chocalhos das cabras à noite a chegar do monte, o sabor da água pura Zé Antunes e cristalina brotando das rochas; não teria subido as oliveiras à procura dos ninhos dos pintassilgos e ouvido o seu belo cantar; não teria pescado bogas no Zêzere; e não teria visto as estrelas no Cabeço da Urra. “Meu Deus, como é belo ver as estrelas no Cabeço da Urra”. Todos nós, os que tivemos a sorte de viver nesta aldeia, passamos sem o saber à beira da felicidade. Hoje pergunto-me porque todos fugimos de lá? Será que não iremos voltar? Eu penso que sim. CORREIO DO LEITOR Exmo. Senhor Director do “Serras da Pampilhosa” Quero apenas, por este meio, juntar a minha palavra a propósito da saída do António Amaro Rosa do quadro redactorial do nosso jornal. Nunca tive oportunidade de conhecer pessoalmente este ilustre pampilhosense, na medida em que os nossos contactos, e foram vários ao longo dos últimos 4 anos, resumiram-se à troca de mails relacionados com a colaboração no “Serras” em variados domínios e a que sempre procurei dar seguimento por forma a ir ao encontro das solicitações que me fez, e tantas foram, quer de natureza informativa quer de participação nos conteúdos do jornal. Mas, não obstante essa circunstância, poderei afirmar que conheço bem a capacidade de trabalho do António Amaro Rosa, bem expressa em cada número do “Serras”, e os seus conhecimentos no capítulo da investigação histórica postos ao serviço do nosso jornal, tanto em termos culturais como jornalísticos, que deixou bem patentes na totalidade dos números do jornal que foram editados em todo o tempo que se manteve na Redacção do “Serras” e de que agora decidiu desligar-se. Numa análise feita à distância a que me encontro, e sem a disponibilidade de outros elementos que me possibilitem uma análise mais aprofundada, creio que o seu afastamento voluntário da edição do jornal representa uma perda, na medida em que a minha convicção é a de que, com uma persistência que merece ser sublinhada, António Amaro Rosa foi, em minha opinião, o grande suporte do nosso jornal em termos de conteúdos, numa busca incessante de temas de interesse, com relevo para a história e para a cultura, perfeitamente integrado numa equipa, com o César Oliveira e a Beta Vicente, ambos com uma dedicação notoriamente exemplar, como outros mais, que teima em manter de pé, com muita dignidade e grande qualidade, este projecto cultural que, em tal domínio, ultrapassa tudo quanto o movimento regionalista da BeiraSerra produziu em toda a sua história de mais de 80 anos. As criticas que muitas vezes se fazem ao trabalho voluntário, as exigências e reclamações por tudo e por nada, mesmo por motivos irrisórios, numa atitude de apoucamento do trabalho de quem, sem qualquer interesse pessoal ou financeiro, despende tempo e energias em projectos de natureza comunitária, pondo neles o seu saber ao serviço de todos, geram sempre, para lá do natural cansaço, alguma frustração, levando a que a disponibilidade que é crescentemente mais difícil encontrar a nível individual seja cada vez menos acarinhada e merecidamente reconhecida. O “Serras” é para nós, pampilhosenses, um jornal especial. Diferente na forma de o fazer, no conteúdo das suas páginas, no sentido do seu rumo editorial, na familiaridade do seu próprio nome. Falanos do que é nosso, do nosso passado, do nosso presente, aponta-nos o futuro. Foi fundado por nós, pampilhosenses, tem-se mantido dignamente ao longo dos anos, poderá ou não ter um futuro que honre a década que já passou, o que depende de nós, mas já ficará na história como o periódico de mais longa duração que os pampilhosenses criaram e procuraram consolidar. O “Serras” é um jornal que urge manter, a bem da nova concepção de regionalismo, a bem do nosso concelho, a bem das comunidades pampilhosenses. O I RE R O C DO R O T I E L Aníbal Pacheco Porto, 2009.04.10 Ficha de Inscrição Nome___________________________________________________________________________ Morada_ ________________________________________________________________________ Tiragem: 1.500 exemplares Periodicidade: mensal Preço avulso: 1,15 Assinatura anual: 12,50 Cód. Postal ___________ -________ _ _______________________________ Telef./Telemóvel_____________________ E-mail: _ ___________________________ ! Todos os artigos são da exclusiva responsa bilidade dos seus autores e não traduzem a opinião da Direcção do jornal e/ou dos órgãos sociais da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra. A MAIS BELA ALDEIA Desejo receber os 12 números do Jornal “Serras da Pampilhosa”, pelo valor de 12,50. 200__ / ____ / _______ Ass. _________________________________ CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA E Cultura A PEDRA-D’ARMAS DA CASA GRANDE, NO CARREGAL DO ZÊZERE: Nuno M. Figueira Algumas achegas heráldico-genealógicas m Abril de 2003 foi publicado um artigo – no “Serras da Pampilhosa”, n.o 46, Ano IV – da autoria de José Caldeira, onde este sábio genealogista, com quem muito temos aprendido, afirmava, acerca das considerações heráldico-genealógicas que tecia sobre a pedra de armas da Quinta de Nossa Senhora da Boa-Memória, na aldeia dos Padrões (freguesia de Portela do Fojo), que esta «[…] se encontra numa região muito pobre em heráldica familiar – toda a zona dos actuais concelhos de Arganil, Góis e Pampilhosa da Serra. […] E isto não se explica por falta de famílias de grandes prosápias que por aqui habitaram. Talvez as causas se possam procurar na pobre alvenaria de xisto que encurta a vida das casas, no absentismo dos senhores, e principalmente no desleixo, no desprezo pelas coisas do passado e no preconceito ignorante. […]», tendo finalizado o seu artigo com a expressão «[…] este é talvez o último monumento heráldico do concelho.». Bastante esclarecidos ficámos nós, e muito provavelmente os restantes leitores deste jornal cultural, quanto à descrição heráldica daquela pedra de armas e quanto à família Barata de Lima e Tovar, a ela ligada. Mas o que nunca imaginámos era que existia pelo menos mais uma pedra de armas representativa da heráldica familiar no território do actual município da Pampilhosa da Serra, a não ser em Janeiro de 2008, enquanto Casa Grande no Carregal do Zêzere (Dornelas do Zêzere_Pampilhosa da Serra) Descrição da Pedra-d’Armas O conjunto é formado por um escudo que parece ser do estilo francês moderno, isto é, boleado nos cantos inferiores e terminando em ponta, encimado por um coronel, estando todo o conjunto incluso numa cartela com estilização vegetal. O escudo é esquartelado, com um escudete sobre o todo, apresentando no primeiro quartel as armas dos Barrigas, no segundo quartel as armas dos Coutinhos, no terceiro quartel as armas dos Castros, no quarto quartel as armas dos Silveiras e Quinta do Vínculo dos Senhores da Frazoeira, na Frazoeira (Dornes_Ferreira do Zêzere) navegávamos na “Net_Pampilhosense”, no cibersítio da aldeia do Carregal do Zêzere (freguesia de Dornelas do Zêzere), quando nos deparámos com a pedra de armas dos Viscondes de Tinalhas, numa casa desta aldeia, a Casa Grande (Casa Meireles) armas estas idênticas às que existem no solar da Quinta do Vínculo dos Senhores da Frazoeira, localizada na aldeia da Frazoeira, na freguesia de Dornes (município de Ferreira do Zêzere). Tal descoberta veio a merecer da nossa parte um pequeno estudo sobre a referida pedra de armas para satisfação da nossa curiosidade, o qual partilhamos agora com os leitores deste periódico cultural pampilhosense. no escudete colocado no ponto de honra temos as armas dos Câmaras. Por diferença temos uma orla de dois ramos de silva de verde, no quarto quartel (brasão dos Silveiras). O coronel, embora pareça ser uma coroa de nobreza, bastante similar à de marquês, muito provavelmente será uma de visconde, que consiste num aro de ouro com arabescos, sobre o qual pousam oito pérolas, quatro grossas e quatro pequenas, e das quais podem ser vistas três grandes e duas pequenas. As armas dos Barrigas são em campo de vermelho, um castelo de prata com as portas e as frestas de negro, firmado sobre um rochedo de sua cor, cercado de água, em ponta, e na torre do meio uma bandeira de prata, carregada da cruz da Ordem de Cristo, hasteada de ouro e movente da fresta (esta bandeira consiste numa variante do brasão concedido a Lopo Barriga). As armas dos Coutinhos são em campo de ouro, cinco estrelas de cinco raios de vermelho dispostas em aspa. As armas dos Castros tanto podem ser de “seis arruelas” como de “treze arruelas”, sendo que neste caso estamos perante os "Castros de Seis-Arruelas (ramo supostamente ilegítimo da família Castro), cujas armas são em campo de prata, seis arruelas de azul, dispostas duas, duas e duas. As armas dos Silveiras tanto podem ser as dos Silveiras portugueses como a dos Silveiras flamengos, também chamados Vandragas (do flamengo “Van Der Hagen”, que na nossa língua significa “da Silveira”), sendo que neste caso estamos perante os Silveiras de origem portuguesa cujas armas são em campo de prata, três faixas de vermelho. As armas dos Câmaras, neste caso na variante usada pelo ramo dos Condes da Ribeira Grande, são em campo de verde, com uma torre coberta de prata, rematada por uma cruzeta de ouro, e sustida por dois lobos rompantes de sua cor afrontados. Não conhecemos nenhuma carta de brasão que conceda este conjunto de armas, apenas se conhecendo estas armas com esta disposição heráldica através da escultura em granito existente na Casa Grande, no Carregal Capela da Sagrada Família da Quinta do Vínculo dos Senhores da Frazoeira, na Frazoeira (Dornes_ Ferreira do Zêzere) Solar dos Viscondes de Tinalhas em Tinalhas_Castelo Branco do Zêzere, e da pintura policromática em azulejo, existente na Quinta do Vínculo dos Senhores da Frazoeira, propriedade também destes mesmo viscondes. Os Viscondes de Tinalhas Foi 1.o Visconde de Tinalhas José Coutinho Barriga da Silveira de Castro e Câmara Castelo Branco, nascido na Soalheira (Fundão), aos 19 de Julho de 1802, filho legítimo de Tomás António Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara e de sua mulher D. Joana de Meireles Guedes Cabral, neto paterno de António Luís Coutinho Barriga da Câmara, e de sua mulher Maria do Carmo CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA R. Melo da Câmara, e materno de António de Meireles Ferreira de Carvalho Gramacho, natural de Tinalhas, e de sua mulher Eusébia Dias Cabral, natural de Tinalhas. Casou em 1843 com D. Maria Guilhermina Ribeiro Leitão, filha legítima de Fabião Francisco Leitão Guedelha, natural do Orvalho (Oleiros), e de sua mulher D. Ana Máximo Ribeiro, neta paterna de José António Leitão, natural de Cambas (Oleiros), e de sua mulher Cecília Francisca Guedelha, natural do Vilarinho (Vilar Barroco), e materna do Capitão João José Duarte Ribeiro, natural do Casal da Serra, e de sua mulher Joana Delgado Simões, natural do Freixial do Campo. Foi Fidalgo da Casa Real e senhor dos Morgadios dos Olhos de Água e de Alviela. Em 1887 já tinha falecido. O título foi-lhe concedido pelo rei D. Luís I, por Decreto de 10 de Outubro de 1870. Foi 2.o Visconde de Tinalhas Tomás de Aquino Coutinho Barriga da Silveira de Castro e Câmara, nascido em Tinalhas, aos 10 de Janeiro de 1848, filho dos 1.os viscondes. Casou na Capela do Carregal do Zêzere aos 24 de Julho de 1868 com O 3º Visconde de Tinalhas Brasão da Família Barriga (Lopo Barriga) Brasão da Família Coutinho Brasão da Família Castro (Seis-Arruelas) Brasão da Família Silveira (Portugal) Brasão da Família Câmara (Condes da Ribeira Grande) Coroa de Visconde Armas da Quinta do Vínculo dos Senhores da Frazoeira, na Frazoeira (Dornes_Ferreira do Zezere) sua prima em 3.o grau D. Maria José de Meireles Guedes Cabral, nascida aos 10 de Maio de 1853, filha do Dr. Teodoro Cardoso Meireles Gramacho e de sua mulher D. Luí sa de Meireles Taborda de Magalhães. Foi Moço Fidalgo com exercício no Paço, grande proprietário no município de Castelo Branco, vereador e presidente da Câmara Municipal de São Vicente da Beira (em cujos cargos promoveu os mais diversos melhoramentos locais), deputado em várias legislaturas e procurador-geral do distrito de Castelo Branco. Politicamente, seguiu a dissidência de João Franco, de quem era grande amigo, tendo ingressado no Partido RegeneradorLiberal. Faleceu aos 4 de Janeiro de 1916. O título foi-lhe renovado por D. Luís I, por Decreto de 9 de Dezembro de 1887 e foi elevado a Par do Reino aos 19 de Maio de 1906. Foi 3.o e último Visconde de Tinalhas o Dr. José de Meireles Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara, nascido em Tinalhas (São Vicente da Beira), aos 9 de Agosto de 1880, filho dos 2.os viscondes. Bacharel formado em Direito, foi um grande proprietário nos municípios de Castelo Branco, de Ferreira do Zêzere, do Fundão, de Idanha-a-Nova e de Pampilhosa da Serra, tendo contribuído para o progresso da agricultura, destacando-se a sua actividade social a favor das classes trabalhadoras e de instituições de caridade. Foi também vereador da Câmara Municipal de Castelo Branco e vogal da Junta-Geral do Distrito de Castelo Branco. Faleceu solteiro e sem geração em Tinalhas (São Vicente da Beira), em 1970. Usou o título por Alvará do Conselho de Nobreza, de 1 de Maio de 1952. Da mesma maneira que José Caldeira acabou o seu artigo referindo que a Quinta dos Padrões «[…] teve a rara sorte de sobreviver ao afastamento gradual dos seus senhores e à sua alienação. A excepcional conservação da pedra de armas é disso exemplo. Que assim continue a bem da preservação do património histórico e artístico da região. Que as autarquias não esqueçam […] este […] monumento heráldico», também nós aqui apelamos para que as entidades públicas, não só as locais, mas também as nacionais, não deixem desaparecer este monumento, que é um bem de todos nós. BIBLIOGRAFIA FONTES IMPRESSAS: CALDEIRA, JOSÉ: A PEDRA DE ARMAS DA QUINTA DE NOSSA SENHORA DA MEMÓRIA EM PADRÕES – ALGUMAS ACHEGAS HERÁLDICO-GENEALÓGICAS; “Serras da Pampilhosa” (jornal mensal da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra), Ano IV, N.o 46, Abril de 2003, Secção “Tradições”. FREIRE; BRAAMCAMP: ARMARIA PORTUGUESA; Reimpressão Fac-similada a partir da 1.a Edição, Cota d’Armas Editores e Livreiros, Lisboa, Janeiro de 1989. MATOS, LOURENÇO CORREIA DE; AMARAL, LUÍS: LEITURA DE BACHARÉIS – ÍNDICES DOS PROCESSOS; 1.a Edição, Guarda-Mor – Edições de Publicações Multimédia Limitada, Lisboa, 2006. NÓBREGA, ARTUR VAZ-OSÓRIO DA: COMPÊNDIO PORTUGUÊS DE HERÁLDICA DE FAMÍLIA; 1.a Edição, Mediatexto, Lisboa, 2003. NOGUEIRA, JOAQUIM EURICO ANES DUARTE: CARREGAL; “Serras da Pampilhosa” (jornal mensal da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra), Ano VIII, N.o 110, Agosto de 2008, Secção “Aldeia do Mês”. ROLÃO, MANUEL ESTEVAM MARTINHO DA SILVA: FAMÍLIAS DA BEIRA BAIXA – RAÍZES E RAMOS, I Volume (Abreu a Felizes); 1.a Edição, Edição do Autor, Rio de Mouro, 2007. SOUSA, MANUEL DE: AS ORIGENS DOS APELIDOS DAS FAMÍLIAS PORTUGUESAS; 1.a Edição, Sporpress, Mem Martins, Novembro de 2001. TAVORA, DOM LUIZ DE LANCASTRE E (MARQUÊS DE ABRANTES): DICIONÁRIO DAS FAMÍLIAS PORTUGUESAS; 2.a Edição, Quetzal, Viseu, Outubro de 1999. ZÚQUETE, DOUTOR AFONSO EDUARDO MARTINS (direcção, coordenação e compilação): ARMORIAL LUSITANO; 4.a Edição, Edições Zairol Limitada, Lisboa, 2000. NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL, Volume Terceiro; 2.a Reimpressão da 1.a Edição, Edições Zairol Limitada, Lisboa, 2000. CIBERGRAFIA: CARREGAL DO ZÊZERE (PAMPILHOSA DA SERRA): http:// carregal.com.sapo.pt/link4.html REGRAS FUNDAMENTAIS DA HERÁLDICA (COROAS E CORONÉIS): http://pwp.netcabo.pt/0218254001/terravista/coroa.html GENEALL.NET: http://www.geneall.net/P/tit_page.php?id=1446 HISTÓRIA DOS BRASÕES: http://www.genealogy.com/users/s/ a/n/Pietro-F-Santin/FILE/0009text.txt TERRAS DO XISTO: http://www.dbgoncalves.com/terras_do_ xisto.htm IMAGENS: CARREGAL DO ZÊZERE (PAMPILHOSA DA SERRA): http:// carregal.com.sapo.pt/images%202/carregal_do_zezere033.JPG; http://carregal.com.sapo.pt/images3/carregal_diamant_2_001.jpg FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN – BIBLIOTECA DE ARTE: http://www.biblartepac.gulbenkian.pt/ipac20/ipac.jsp?session=1N347 4JN24921.342024&profile=ba&uri=link=3100027~!1357151~!3100024 ~!3100022&aspect=basic_search&menu=search&ri=1&source=~!fcgb ga&term=Capela+da+Sagrada+Fam%C3%ADlia%2C+Frazoeira+%5 B+Material+gr%C3%A1fico+%5D&index=ALTITLE#focus FERREIRA DIGITAL – O PORTAL DE FERREIRA DO ZÊZERE: http://www.ferreiradigital.com/default.asp?s=153&template=10&lang= 1&n=84 REGRAS FUNDAMENTAIS DA HERÁLDICA (COROAS E CORONÉIS): http://pwp.netcabo.pt/0218254001/terravista/coroa.html ROLÃO, MANUEL ESTEVAM MARTINHO DA SILVA: FAMÍLIAS DA BEIRA BAIXA – RAÍZES E RAMOS, I Volume (Abreu a Felizes); 1.a Edição, Edição do Autor, Rio de Mouro, 2007. ZÚQUETE, DOUTOR AFONSO EDUARDO MARTINS (direcção, coordenação e compilação): ARMORIAL LUSITANO; 4.a Edição, Edições Zairol Limitada, Lisboa, 2000. NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL, Volume Terceiro; 2.a Reimpressão da 1.a Edição, Edições Zairol Limitada, Lisboa, 2000. 3 Entrevista Luís Filipe Brites Lameiras – Juiz de Direito e Docente do Centro de Estudos Judiciários “Ao longo dos anos, têm saído da Pampilhosa da Serra gerações de juristas brilhantes e hoje mesmo, o concelho mostra-se representado nas nossas mais altas instâncias judiciais. Isso para já não falar em advogados e em outros profissionais do Direito e que têm prestigiado, no país e até no estrangeiro, o nome do nosso concelho” Apesar de nascido em Lisboa, Luís Lameiras é um jurista com fortes raízes pampilhosenses, mais exactamente na Aldeia Cimeira. Não obstante as limitações decorrentes do seu ofício de juiz de direito, de docente e de autor de escritos jurídicos, o nosso entrevistado gosta de acompanhar a realidade do concelho de Pampilhosa da Serra e de o ajudar na medida das suas disponibilidades, tendo-lhe, por isso, cabido encerrar o “1.º Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra” com a apresentação de uma comunicação sobre o eventual rumo futuro do Processo Civil Português. As recordações, as aspirações e as expectativas serviram de mote para uma conversa entre Luís Lameiras e o “SERRAS DA PAMPILHOSA”, onde está bem patente o receio de que o legislador português “escreva a Direito por serras tortas”, esquecendo as especificidades A ntónio Amaro Rosa e César Oliveira do território pampilhosense. Serras da Pampilhosa – Antes de mais, como é que se define a si próprio: um “alfacinha” ou um pampilhosense nascido em Lisboa? Luís Lameiras – Costumo dizer que sou um “aldeano”, do concelho da Pampilhosa, que nasceu e vive em Lisboa. Verdadeiramente, as minhas origens estão em Aldeia Cimeira, que é uma das “três aldeias” (com a Fundeira e a do Meio), que distam cerca de cinco quilómetros da vila e que têm um carisma muito próprio. Esta é uma marca que me acompanha sempre. Na minha vida profissional e quotidiana, que decorre habitualmente na cidade de Lisboa, faço questão, sempre que posso, de expressar e divulgar essa origem, junto de amigos e de colegas. A Pampilhosa e, em particular, a pequena Aldeia Cimeira, são referenciais sempre presentes, cuja lembrança ajuda a ultrapassar as dificuldades do dia-adia, especialmente quando se pensa na natureza e na liberdade que todo aquele espaço serrano proporciona. SP – Qual é actualmente a sua ligação à Pampilhosa da Serra em geral e à Aldeia Cimeira em particular? LL – Existem laços de muito afecto com o espaço e com o ambiente da serra. Desde sempre que me lembro dos muitos tempos passados na Aldeia, da liberdade 4 e da descontracção que marcavam as minhas estadias lá, em contraponto com o reboliço da vida na cidade. Naturalmente que as boas recordações de criança e as saudades desse tempo marcaram sempre, e marcam ainda a minha vida de hoje. É portanto, essencialmente, uma ligação de muito carinho com todos os lugares que, no passado, me proporcionaram momentos de abundante felicidade. Creio ser essa a razão que faz com que, ao longo do ano, vá tendo alguma nostalgia das ocasiões em que lá me consigo deslocar. O que, infelizmente, nem sempre é possível, pelo menos, com a regularidade que desejaria. SP – Desloca-se com alguma regularidade a Aldeia Cimeira e/ou à vila de Pampilhosa da Serra? LL – Todos os anos vou, pelo menos, uma vez a Aldeia Cimeira, no mês de Agosto, durante duas ou três semanas. Até ao momento presente, não houve nenhum ano em que assim não fosse. É, aliás, um hábito que tenciono continuar manter ao longo de toda a vida. Claro está que, nesse período, em que estou na Aldeia, não deixo de visitar a vila da Pampilhosa, seja para rever as pessoas, fazer compras ou, simplesmente, para descansar ou tomar café. Sinto, aliás, que a visita anual que faço à Aldeia contribui, em muito, para recuperar o ânimo necessário para enfrentar o diaa-dia quotidiano, na cidade, até ao ano seguinte. Verdadeiramente, ainda não consegui encontrar um outro espaço ou um outro ambiente que tanto me ajudasse no repouso e na descontracção que procuro. SP – O que o levou a enveredar pela magistratura judicial? LL – Se recuar à minha infância e juventude, creio que, já então, sentia necessidade de defender os sentimentos da justiça, do rigor e da responsabilidade. Com a licenciatura em Direito, veio a necessidade da opção profissional e, aí, a maior consciencialização da importância daqueles valores. Entendi, nessa altura, em consciência e coerência com os princípios éticos e, até, religiosos que tinha por certos, que só como juiz me conseguiria realizar profissionalmente. Por isso, concorri ao Centro de Estudos Judiciários e enveredei por essa carreira judicial. Realizei o meu primeiro julgamento (que não esqueço) no tribunal de Oeiras, no ano de 1989, com 25 anos. Hoje, 25 anos decorridos, creio ter feito a opção certa e, a par com o trabalho no tribunal, acompanho e oriento outros jovens candidatos a juízes e a procuradores para, eles próprios, encontrarem também o rumo certo para o seu futuro profissional. SP – Quanto tempo dedica à escrita de obras? LL – Infelizmente, não tanto como aquele que desejaria. Essencialmente, a minha escrita é sobre matérias técnicojurídicas, destinadas ao uso na formação de magistrados, com divulgação interna, apenas no Centro de Estudos Judiciários. Ainda assim, nos últimos dois anos publiquei, para o público em geral, duas obras jurídicas (na área do processo civil e dos recursos) e diversos artigos científicos em revistas da especialidade. Não escondo também que gostava de, um dia, poder escrever uma obra sobre as origens, a história e a vida das gentes do nosso concelho, à semelhança do que um ilustríssimo magistrado, juiz do Supremo Tribunal de Justiça, oriundo da nossa região, o senhor conselheiro Salvador da Costa, publicou em Junho de 2007, sobre a sua terra, Meda de Mouros, concelho de Tábua, e cuja leitura a todos recomendo. SP – Neste momento tem algum projecto em curso? Pode adiantar-nos algum pormenor? LL – Todos os projectos que tenho em curso são de natureza técnica. Vou começar a trabalhar na feitura de uma segunda edição da minha obra sobre recursos em processo civil, que é uma matéria que interessa muito a quem, diariamente, trabalha nos tribunais, sejam advogados, sejam juízes. Estou a ultimar um texto sobre providências cautelares em matéria de direito da propriedade industrial. Estou a preparar um artigo sobre prova pericial em processo civil, destinada a psicólogos e psiquiatras. E penso começar a escrever, logo que possa, um livro sobre a importância do julgamento da matéria de facto em processo civil que é, talvez, a temática mais nuclear da justiça cível. Além disso, em parceria com um colega, juiz desembargador, estou a conceber e a preparar uma reforma da legislação processual civil para a República da Guiné-Bissau (embora este projecto esteja neste momento suspenso por razões que são públicas e conhecidas). SP – Em que medida as suas raízes pampilhosenses influenciam a sua escrita e/ou o seu modo de ser? LL – Naturalmente que a paz e a tranquilidade que transmite o ambiente da serra condiciona a personalidade e o carácter de todos aqueles que daí são originários. Pessoalmente, no meu quotidiano, é a lembrança e a nostalgia da serra, que já referi, que acabam por influenciar alguns comportamentos e, até, alguns diálogos e conversas que vou tendo. O contacto com um ou outro CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA Entrevista Luís Filipe Brites Lameiras – Juiz de Direito e Docente do Centro de Estudos Judiciários “O Regionalismo claramente continua a fazer sentido. As associações regionalistas podem ter um papel importante na divulgação das suas terras, das suas gentes, da sua cultura, tudo dando a conhecer a quem ainda as não conhece” amigo, da Aldeia, a visita de algum familiar, ocasionalmente em Lisboa, a participação num ou noutro evento regionalista, são também acontecimentos que contribuem para manter acesa a chama da saudade e para lembrar que a “terra” lá está, sempre, à espera de uma nova visita. SP – Certamente acompanha a vida do nosso concelho. Como o vê hoje e quais as suas perspectivas quanto ao seu futuro? LL – Creio que a vila de Pampilhosa da Serra é muito vítima da sua situação geográfica, de interioridade, de serra e, a mais de tudo, num vale íngreme que pouco permite o seu alargamento. Vejo, com pena, o envelhecimento da população, a contínua saída dos mais novos e dos mais qualificados para o litoral, a desertificação de muitos lugares. Também me entristece a opção política de, ao contrário do que se afirma, se ir dificultando cada vez mais o acesso aos serviços públicos de qualidade (saúde, escola e outros), principalmente por se não criarem as condições de motivação para a fixação de muitos profissionais de qualidade no concelho. Por outro lado, satisfaz-me ver uma Câmara Municipal esforçada e dinâmica em iniciativas que tendem a contrariar aquelas más condições (deixo aqui a minha homenagem ao seu actual presidente que me parece ter exercido o cargo de modo muito adequado), como me alegra constatar muitos dos filhos do concelho com propostas louváveis de incentivo e de divulgação da sua terra (e rendo aqui homenagem à Casa do Concelho e aos seus dirigentes). Parece-me que, com capacidade de iniciativa, com dinamismo, e com opções correctas, será ainda possível revitalizar este concelho. Lembrava apenas aqui a aposta no turismo rural, hoje tão na moda, e que pode ser uma opção de sucesso, dadas as condições das serranias da Pampilhosa. SP – Pensa que o Regionalismo ainda faz algum sentido hoje? Chegou a ter alguma experiência nesse campo? LL – Como quase tudo na vida, o Regionalismo não pode hoje ter a mesma razão de ser que tinha há algumas dezenas de anos. Ele nasceu, a partir dos anos 4050, como uma necessidade daqueles que emigravam das serras para a cidade, por um lado, como agregação de pessoas com origens e interesses comuns, por outro, como contributo para o desenvolvimento das suas terras. Os tempos actuais, e particularmente a partir dos anos 80, com a facilidade de vias de acesso, de meios de comunicação e com o papel das autarquias locais, fizeram esgotar algumas daquelas justificações. Mas não todas. O Regionalismo claramente continua a fazer sentido, diria até, cada vez mais, se bem que com uma outra vocação. As associações regionalistas podem ter, agora, um papel importante na divulgação das suas terras, das suas gentes, da sua cultura, tudo dando a conhecer a quem ainda as não conhece. O enriquecimento humano que resulta da CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA agregação de pessoas, da mesma origem e com os tais interesses comuns, continua a existir. Numa perspectiva mais prática, deverão ser as associações regionalistas a defender, junto dos poderes públicos (em particular, das autarquias, mas também dos poderes nacionais) os interesses dos seus associados e das terras que as viram nascer. Pessoalmente, contudo, nunca tive experiência relevante nesse campo. Se bem que, em meados dos anos 80, cheguei a participar na formalização da Comissão de Melhoramentos de Aldeia Cimeira, rapidamente me tive que afastar dessas lides, talvez porque – como escreveu o evangelista – quantas vezes se é estimado em muito lugar, mas não na nossa própria terra… SP – Como encara a eventual extinção da comarca de Pampilhosa da Serra? LL – Encaro a extinção da comarca da Pampilhosa com muita tristeza. Sem querer aqui entrar em apreciações globais da nova lei de organização judiciária (que conheço por exigências profissionais), não resisto à nota da sua mais que discutível razoabilidade e sensatez. Em particular, fico perplexo quando ouço propalar aos poderes públicos nacionais a necessidade do combate à interioridade e à desertificação mas, em matéria de actos concretos, vejo estas supressões e extinções, retirando ao cidadão comum – que é a verdadeira origem e o destino do serviço de justiça – o “tribunal da sua terra”, obrigando-o a deslocações, tantas vezes insuportáveis, se quiser ver reconhecido o direito que lhe assiste. Sem ser, como se sabe, um problema exclusivamente da Pampilhosa, mas de muitas outras comarcas, fica, aqui também, a impressão de uma supremacia de critérios meramente economicistas, esquecendo a vertente fundamental do humanismo e da defesa da pessoa concreta. SP – Que balanço fez do “1º Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra”? LL – O “1.º Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra” foi o acontecimento mais importante e de maior interesse em que participei, desde sempre, organizado no quadro das iniciativas de âmbito regionalista. O seu balanço é, a meu ver, de êxito total e de verdadeira excelência. O que foi, aliás, reconhecido por todos (não conheço opiniões diferentes). Conseguiu congregar um grupo de juristas, de áreas variadas, com origens na Pampilhosa; conseguiu criar um ambiente de excelente confraternização; conseguiu, do ponto de vista técnico, um conjunto de intervenções de excelente qualidade; conseguiu um dinamismo e uma adesão que eu não julgava possível; em suma, creio que tudo funcionou ao mais alto nível. Não posso, claro está, deixar de dar aqui uma palavra de parabéns à comissão organizadora pelo estrondoso êxito. SP – Quais as suas expectativas para a 2.ª edição do encontro de juristas? LL – Em primeiro lugar, parece-me que, depois do êxito reconhecido do 1º encontro, claramente se justificava uma 2.ª edição do mesmo. Era o que todos aqueles que participámos no 1.º encontro esperávamos. As expectativas são, claro está, elevadas. Como em tudo, a experiência inicial da organização irá servir como instrumento na preparação do novo evento. Para além do encontro na vila, e do convívio entre todos, sempre ligado a este tipo de acontecimentos, espero que, do ponto de vista técnicojurídico, as participações atinjam o nível de interesse das que antes tiveram lugar. E não tenho dúvidas de que a 2.ª edição vai continuar a merecer uma adesão elevada, que superará, quero crer, até a do 1.º encontro, tanto mais que, alguns colegas e amigos que neste não participaram, já me manifestaram o seu interesse em comparecer no que aí vem. SP – Está disponível para integrar uma futura associação pampilhosense de juristas? LL – Vejo com muito agrado e satisfação a criação de uma associação de juristas pampilhosenses, que naturalmente terei muita honra e gosto em integrar. Ao longo dos anos, têm saído da Pampilhosa da Serra gerações de juristas brilhantes e, hoje mesmo, o concelho mostra-se representado nas nossas mais altas instâncias judiciais, desde a primeira instância até ao Supremo Tribunal de Justiça, passando pelos Tribunais da Relação. Isso para já não falar em advogados e em outros profissionais do Direito, igualmente brilhantes, e que têm prestigiado, no país e até no estrangeiro, o nome do nosso concelho. Esta realidade, de tantos desconhecida, mas verdadeira, mostra bem que se justifica a criação da associação. No que a mim próprio diz respeito, já fui contactado nesse sentido e, como disse, será com grande satisfação que darei o contributo que se tiver por útil e necessário. SP – Como pode, em seu entender, uma associação regional ou profissional ajudar a “vender” um território, como o concelho de Pampilhosa da Serra? LL – Através da organização de eventos e de iniciativas, no próprio concelho, mas principalmente fora dele, onde houver pampilhosenses disponíveis para liderar e organizar esses projectos. Quem conhece o concelho da Pampilhosa sabe quais são as suas riquezas: a serra, o ar puro e saudável, a descontracção e a tranquilidade que proporciona. Outra riqueza do concelho é o seu capital humano – as pessoas e o acolhimento cordial que podem proporcionar aos forasteiros que o visitem. É importante, desse ponto de vista, dar a conhecer estas riquezas. E aí as associações regionalistas devem e podem ter um desempenho de relevo. Lembro, com saudade, que há alguns anos atrás eram organizados convívios regulares, seja na sede da Casa do Concelho, seja em espaços ao ar livre. No Verão, por exemplo, era habitual encontrar ao domingo um ou mais piqueniques na zona do Monsanto; no tempo das castanhas era comum a organização de magustos, alguns mesmo patrocinados por particulares mais comprometidos com o ideal regionalista; havia também passeios turísticos, organizados, aos finsde-semana, com destino a locais variados. Eram eventos que tinham muita adesão e que eram participados, não apenas por naturais do concelho, mas por outros amigos e, até, por alguns curiosos que, ao passarem, sentiam vontade de parar e de ver. Vejo, com pena, que hoje essa tradição se perdeu, se bem que fosse um meio privilegiado de recriar o ambiente aldeano e, até, de fazer nascer a vontade de visitar o concelho a quem o ainda não conhecia. Nos dias de hoje, parece-me que a organização de alguns eventos, de cariz mais técnico-profissional, ou com um sentido mais lúdico e descontraído, pode ainda ajudar a divulgar as potencialidades do concelho. SP – Face à sua experiência profissional e reconhecida qualidade, que ajuda pode “emprestar” ao nosso concelho? LL – Essencialmente, o que posso prometer é muito boa vontade e a disponibilidade possível para colaborar em qualquer iniciativa que ajude a promover o concelho da Pampilhosa. A minha vida profissional é bastante absorvente e, por isso, acabo por não poder dispor de muito tempo livre para me dedicar a outros interesses. Seja como for, não posso descartar a hipótese de vir a ajudar todos aqueles que tanto se esforçam e trabalham (quase sempre desinteressadamente) por dar algum brilho à região que os viu nascer. Acho, por exemplo, que seria interessante pensar-se em acontecimentos de natureza cultural, ou mesmo de outro tipo, a realizar na vila da Pampilhosa, ou em outros lugares do concelho, que tivessem por destinatários os próprios residentes no mesmo, em particular, por exemplo, as crianças e os jovens, e onde fosse possível motivar esta geração mais nova para assuntos e interesses que, porventura, lhes não fossem tão familiares. Teria de ser naturalmente por impulso das entidades locais (a Câmara Municipal, a Escola, PERFIL L uís Filipe Brites Lameiras nasceu em Lisboa a 12 de Janeiro de 1964, sendo filho de um casal de pampilhosenses, António Francisco Lameiras e Alice da Conceição Brites. É casado e reside na capital portuguesa. Exerceu o cargo de Juiz de Direito nos tribunais de Oeiras, de Mação, de Vale de Cambra, no Tribunal de Polícia de Lisboa e no Tribunal Criminal do Porto. Actualmente exerce funções nas Varas Cíveis de Lisboa, acumulando-as ainda com as de docente da jurisdição cível no Centro de Estudos Judiciários. Para além da licenciatura em Direi to possui o Curso de Formação de Magistrados Judiciais e o Curso de Formação Pedagógica Inicial de Forma dores. Gosta de ocupar os seus tempos livres na realização de viagens, com a escrita e a leitura. A Literatura, a História e o Cinema são áreas do seu interesse pessoal. outras), por serem essas quem melhor conhece a realidade da vida no concelho. Mas, claro está, a participação de todos, da diáspora e não só, permitiria uma maisvalia interessante e – quem sabe até – resultados que poderiam até surpreender. Se nisso houvesse interesse (mas, como digo, dependendo das instituições locais), porquê não pensarmos, alguns de nós, em irmos duas ou três vezes, durante o ano, à Pampilhosa dar algum apoio e cooperação àquelas gentes? É uma ideia, se calhar pouco viável, mas que pessoalmente até me seduz. SP – Preocupa-se em dar a conhecer as suas raízes pampilhosenses aos seus descendentes? Os seus filhos gostam de visitar Pampilhosa da Serra? LL – Tenho um único filho, o Bernardo Francisco, que tem agora 13 anos. Desde sempre tentei transmitir-lhe o gosto pela “terra” e a satisfação pelas férias do verão na Aldeia. Ele conhece as suas raízes pampilhosenses e sabe que os avós nasceram e cresceram na Aldeia Cimeira. Como qualquer criança (lembro-me de mim próprio), sente a diferença entre o ambiente da cidade e o ambiente da Aldeia, e não é alheio à maior liberdade que esta permite. Também para ele, os dias passados na Aldeia servem para retemperar forças e recarregar as baterias para mais um ano de trabalho. 5 Actualidade Regionalismo CASTANHEIRA DA SERRA INVADE LISBOA N em as Linhas de Torres travavam esta invasão, quais Invasões Francesas rumo á capital. Se naquele tempo os soldados vinham de arma em riste, a invasão que aconteceu no passado dia 19 de Abril, contrastou pela positiva porque foi pacífica e de gente boa. O tempo estava primaveril e a convidar a um passeio. Naquele Domingo a “invasão” aconteceu no Campo Grande, em Lisboa, onde centena e meia de naturais, familiares e amigos de Castanheira da Serra, encheram como nunca se tinha visto, a cantina da Universidade Lusófona. O motivo de tamanha enchente era simples mas com muito significado para aquela gente serrana. A sua colectividade, a Comissão de Melhoramentos de Castanheira da Serra, comemorava 57 anos de fundação. Aldeia antiga da região do Alto Ceira, freguesia de Fajão, mas de aspecto rejuvenescido, tem ao longo dos tempos sofrido grandes transformações e melhoramentos, mais recentemente graças à actividade da sua Comissão de Melhoramentos. Foi agradável o momento de evocar a origem desta colectividade, pelas 13:30 horas, tendo a direcção da colectividade convocado os seus associados, familiares e amigos, para comemorar os 57 anos de fundação, com um grande almoço de convívio. Estão de parabéns, as e os dirigentes da Comissão de Castanheira da Serra, por terem conseguido cativar a presença de tantos castanheirenses e amigos, encontrando-se a sala de tal maneira cheia que houve necessidade de colocar mais mesas aproveitando todos os pequenos espaços, e alguns dirigentes cederam o seu lugar, tantos foram os que ali se deslocaram. Será porque a colectividade tem como lideres mulheres? Na mesa de honra encontravase, Raquel Henriques, presidente da Assembleia Geral, Julieta Pereira, presidente da direcção, e marido António Camba, Carlos Simões, pela Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra e Jornal Serras da Pampilhosa, António Lopes Machado, da Comarca de Arganil, Isaura Fernandes e marido pela Liga pró-melhoramentos da Freguesia de Fajão, e Maria Glória Gomes, também da direcção. Estavam representadas algumas colectividades congéneres, como foi o caso de Camba, de Vale Derradeiro, de Covanca, de Ponte de Fajão e de Gralhas. Após o delicioso almoço, abriu a sessão de intervenções a presidente da assembleia-geral com uma saudação aos presentes, passando de imediato a palavra para a presidente da direcção, Julieta Pereira, que manifestou a sua alegria com uma efusiva saudação a todos, manifestando-se satisfeita e agradecida por ver tanta gente naquela sala. Cumprimentou as entidades e as colectividades presentes e em especial algumas pessoas que já não vinham aqueles convívios a algum tempo. Deixou uma palavra especial Vale Derradeiro Almoço aniversário A Direcção da União e Progresso de Vale Derradeiro vai realizar o seu almoço regionalista anual, no próximo dia 31 de Maio, pelas 12h30m, na QUINTA O BARCO, sita Quinta da Senhora da Graça, em Alverca do Ribatejo. Os interessados devem efectuar a marcação do almoço para os seguintes contactos: (Se for de comboio garantimos transporte desde a estação de comboios de Alverca até ao restaurante basta que nos contacte) Marco António Nunes de Almeida... 96 356 79 00 Paulo Jorge Nunes de Almeida ........ 96 356 78 97 Fernando Neves de Almeida ............ 96 364 24 99 Rest. “A Camponesa do Alva”…….. 21 795 90 85 No decorrer deste almoço comemorativo do 41º aniversário desta Colectividade serão ainda distinguidos com o emblema de prata, os sócios que perfazem 25 anos de associativismo. No fim e para continuar a abrilhantar a nossa animada festa, teremos bolo de aniversário para todos os presentes e a actuação do Rancho Folclórico de Serpins. 6 para a Margarida e Glória e lamentou a ausência da Lurdes Tomé por se encontrar doente. Evocou a memória daqueles que serviram a colectividade desde a fundação ao longo dos 57 anos de actividade e enumerou os melhoramentos realizados em 2008 na Castanheira da Serra e as necessidades do momento, destacando a necessidade de reparar a piscina que está rachada, tendo pedido já apoio à Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, também a Ponte do Valzinho, assim como a construção de uma churrasqueira, para a qual já receberam donativo do sócio Gabriel no valor de 1000,00€. Referiu-se á instalação de equipamentos da exploração da energia eólica nos terrenos adjacentes à aldeia, tendo-se já formado uma comissão de compartes, para reivindicar o que lhes pertence por direito devido à ocupação dos terrenos, com a finalidade de obter algo para o benefício de todos. Terminou apelando para a participação no leilão que se iria seguir. Seguidamente interveio o António Henriques Camba que leu um discurso no qual reforçava os agradecimentos da presidente aos presentes, enaltecendo o seu amor à aldeia. Disse ser aquele um dia especial, visto que há pessoas que marcam a diferença pela positiva, e não gostaria de deixar passar o tempo sem ser feita uma referência especial a José de Almeida Fernandes, tratando-se de alguém que tem apoiado as sucessivas gerações e acompanhado a colectividade desde a fundação, independentemente de quem a dirigia. Disse ser alguém que sempre soube manter a diferença, por ser um amigo cujo objectivo è a terra que o viu nascer, nunca tendo abandonado ninguém. Terminou afirmando que temos que estar gratos ao amigo José Fernandes, dedicandolhe a maior estima e agradecer-lhe publicamente tudo o que tem feito pela Castanheira da Serra. Encerrou com uma salva de palmas. Marco Almeida, presidente da União e Progresso de Vale Derradeiro, agradeceu o convite e deu os parabéns aos castanheirenses, enaltecendo o elevado número de presenças, o que só dá ânimo a quem dirige uma colectividade, sendo um sinal de vitalidade e um bom ponto de partida para iniciar a mudança e adaptação do regionalismo aos novos desafios da sociedade actual. Colocou a sua colectividade ao dispor para se juntar a outras na procura de soluções de desenvolvimento da região. Apelou também para a presença no almoço de aniversário da colectividade da sua aldeia, no dia 31 de Maio, em local a anunciar brevemente. Pela Liga de Fajão, a sua presidente Sr.ª Isaura Fernandes cumprimentou os elementos da mesa e dirigiu-se com simpatia às colectividades, apresentando os cumprimentos em nome da C.M. Ponte de Fajão e do G.U.P. Gralhas que tem o seu almoço no dia 24 de Maio. Deu os parabéns à colectividade castanheirense pela sua meritória acção ao longo dos 57 anos de existência, e pela extraordinária adesão àquela festa regionalista, devendo ser interpretada como um incentivo à sua louvável actividade. Isaura Fernandes continuou e surpreendeu os presentes, dizendo que iria contar o “último conto de Fajão” !!! Referiu-se concretamente à recente inauguração da estrada Rolão-Fajão, realizada no feriado municipal, tendo já levado “algumas bocas” que vão no sentido de ser “uma vergonha”, não ter estado ninguém de Fajão na dita inauguração. Pela sua parte pessoal disse não ter sabido de tal evento, e por parte da Liga a que preside não foi recebido nenhum convite ou comunicação. Lembrou que em 1941, foi a Liga de Fajão e os seus grandes dirigentes e sócios, que tiveram o papel preponderante para a abertura daquela via, então vital para o desenvolvimento da região e em especial Fajão. Afirmou que agora foi uma beneficiação muito importante da estrada, mas as criticas que ouviu foram injustas não só pela razão apontada, mas principalmente Carlos Simões pelo facto de que, quem devia estar não esteve, pois considerou ser obrigação da Junta de Freguesia de Fajão estar presente, como autarquia local e representante da população. De seguida, Carlos Simões apresentou os cumprimentos da Casa Concelhia, realçando também o elevado número de pessoas presentes, mostrando que o movimento regionalista ainda é capaz de surpreender os mais cépticos. Disponibilizou a instituição que representava para apoiar a colectividade em festa e todas as outras. Aproveitou a oportunidade para anunciar alguns eventos programados pela Casa, como o Torneio de Futsal com dez equipas do concelho, a realizar entre 25 de Abril e 30 de Maio, em Lisboa, a realização do 2ºTorneio Primavera, com colectividades de Alfama onde os pampilhosenses se podem inscrever para jogos tradicionais, o aniversário da Casa no dia 14 de Junho na sede, e a 2ª edição do Encontro de Juristas Pampilhosenses, em Setembro, na vila. Na qualidade de dirigente da congénere de Camba, Carlos Simões realçou a acção da colectividade em festa no desenvolvimento da região do Alto Ceira e não só. Alertou mais uma vez para o grave problema do isolamento daquela região, no que se refere ás ligações por telefone fixo e à inexistência de rede de telefone móvel no Alto Ceira. Questionou a moral daqueles que falam e apregoam o desenvolvimento do interior, quando nem sequer há telefone e muito menos Internet naquela abandonada região. Disse ser de primordial importância a união e acção das colectividades para resolver este e outros problemas comuns. Após um breve agradecimento e despedida por parte de Raquel Pereira, presidente da assembleiageral, realizou-se um leilão de ofertas, algumas vindas de Castanheira da Serra, pela voz de Arménio Ramos, que rendeu valiosos fundos. Um grupo de senhoras cantou o Hino da Castanheira e todos cantaram os parabéns e brindaram à colectividade saboreando o bolo de aniversário. Foi mais uma alegre jornada de convívio e debate de ideias do regionalismo serrano, tendo todos no final dado por bem empregue a agradável tarde de Domingo passada em convívio e amizade. CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA Diáspora Pampilhosense Leonel Antão Henriques, empresário de diversões “Como empresário, desde 1986 sempre pertenci ao bairro fiscal de Pampilhosa da Serra e é assim que tenciono continuar, dando a minha contribuição para o melhoramento da nossa terra” A diáspora pampilhosense caracterizou-se, sobretudo no passado, por alguma diversidade e singularidade nas diversas profissões exercidas pelos emigrantes pampilhosenses. Limpa-chaminés, sucateiros, empresários da restauração, condutores de táxis, vendedores de sapatos, entre outros, foram alguns dos ramos trilhados por pampilhosenses fora do seu território de nascimento. Seguramente que um dos mais castiços ramos de negócio adoptado por pampilhosenses é o do nosso entrevistado: os carrosséis. Leonel Antão Henriques explica ao “SERRAS DA PAMPILHOSA” como nasceu na ponta Sul do concelho esse curioso negócio de divertir miúdos e graúdos. Nuno Marques Figueira Serras da Pampilhosa – Onde nasceu? Leonel Antão Henriques – Nasci na bela aldeia dos Padrões, a última aldeia do concelho de Pampilhosa da Serra, a Sul, banhada pelos rios Zêzere e Unhais, o que faz dela uma península. Para quem não sabe, é a “capital”, no nosso concelho, dos divertimentos (carrosséis) que percorrem o país divertindo milhares de pessoas todos os anos. SP – E com que idade deixou o nosso concelho e rumou para outro local? LAH – Deixei o nosso concelho ainda em criança para acompanhar os meus pais nesta actividade sazonal dos carrosséis, o que acontecia normalmente entre os meses de Março e Novembro, meses esses em que são realizadas as principais festas e romarias de todo o Norte do país. A maioria dos empresários da nossa terra explora a zona Norte, que é considerada pela nossa associação de diversões (a Associação Portuguesa das Empresas de Diversão) desde Coimbra até Bragança, entre outras. SP – Conte-nos resumidamente as circunstâncias que o levaram a deixar a Pampilhosa? LAH – Bem, as circunstâncias que me levaram a deixar a Pampilhosa, mais propriamente a aldeia dos Padrões foi, precisamente depois de completar a instrução primária, o seguimento desta mesma actividade que já era dos meus pais e da maioria dos padroenses, e que para uma criança era ainda mais apaixonante, pela aventura, o conhecer em cada ano novas terras, novos costumes e tradições, novos amigos, levar o nome das nossas terras serranas a outros lugares e no final de um ano de trabalho sermos mais ou menos recompensados pelo nosso trabalho, a parte financeira, a rentabilidade de uma profissão atractiva, mas dura diga-se, uma vida nómada, mas onde o contacto com as mais variadas classes sociais, a alegria de adultos e crianças em cada lugar é gratificante. Sendo eu natural de um concelho onde as perspectivas de bons empregos e uma vida melhor eram poucas, e nos concelhos vizinhos a realidade era a mesma, sinto que fiz a melhor CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA escolha em relação ao futuro. SP – Como foi a sua adaptação a um local longe das serras? LAH – A adaptação a um local longe das serras, para alguém que, como eu, fez disso vida logo de pequeno, torna-se num hábito. Quando chegava o mês de Março já só nos sentíamos bem nos locais onde iríamos explorar o negócio, para depois em Novembro o desejo ser o inverso, o desejo de regressar à nossa terra, à nossa gente, aos nossos amigos, para um repouso até à nova ‘tournée’. SP – Nesses locais frequentou outras escolas? LAH – Nunca frequentei escolas nas localidades por onde passei, porque em criança só em tempo de férias é que acompanhava os meus pais. Frequentei sempre as aulas na nossa terra. Hoje em dia essa situação já acontece com alguma frequência, com os nossos filhos, até por ser mais fácil o acompanhamento familiar SP – O que o levou a explorar o negócio dos carrosséis? LAH – O que me levou a explorar o negócio dos carrosséis foi o seguimento de uma actividade familiar, isto aliado às perspectivas de sucesso nesta área de lazer, no meu caso particular diversões para crianças. Esta profissão é uma das principais fontes de rendimento, criadora de riqueza e qualidade de vida da maioria da população dos Padrões. SP – Como é que uma aldeia sem qualquer tradição, no passado, na área dos carrosséis engloba tantos empresários desse ramo? LAH – É bom que se saiba que a área das pistas e carrosséis já é explorada no lugar de Padrões desde a década de 60. Tudo começou com um empresário do concelho vizinho de Pedrógão Grande, mais concretamente Valongo, que, ao ser incentivado por outro empresário, este de nacionalidade italiana, onde desde sempre existem as principais fábricas de diversões da Europa, investiu em carrosséis e para a mão-de-obra convidou jovens dos Padrões que aproveitaram esta hipótese de trabalho, na altura paga a 25 escudos que era mais do que o ganho na extracção de resina (18 escudos) ou no duro trabalho do campo. Foram estes jovens trabalhadores que, “com olho para o negócio” e com as dificuldades desses tempos, conseguiram chegar a empresários nesse ramo. Incutiram nos familiares e amigos o gosto e a aposta nessa área que, não esqueçamos, leva o nome da Pampilhosa bem longe SP – Como encara o regionalismo? Chegou a ter alguma experiência nesse campo? LAH – Encaro o regionalismo como um bem necessário, principalmente nas terras do Interior, onde o poder central demora mais a chegar e só por si as autarquias são insuficientes para tanta necessidade. O regionalismo é união, é gostarmos do que é nosso, é juntos lutarmos pelo engrandecimento da nossa terra. Além de ter vivido outras experiências a nível associativo, fiz parte dos órgãos sociais fundadores da Associação de Melhoramentos de Padrões e desde o início não mais deixei de lhes pertencer, colaborando e tentando dar o meu melhor pela nossa terra. SP – Pensa que o Regionalismo ainda faz sentido hoje? Ainda existem áreas para o Regionalismo? LAH – Quero acreditar que sim, embora entenda que nos tempos que correm seja cada vez mais difícil mobilizar pessoas com disponibilidade para abraçar causas. Hoje vivemos numa sociedade mais individualista e menos participativa, mas acho que a maioria ainda se mobiliza pelas suas terras natal. A meu ver sim, a bem das populações das nossas terras, existem áreas onde os movimentos associativos podem fazer algo pelas pessoas. São elos de ligação entra as gentes desta terra e as autarquias, lembrando as carências e colaborando na melhoria da qualidade de vida de todos. É importante mobilizar os mais novos com ligação as estas terra. Para esses o maior incentivo será o que de grandioso já foi feito nas diversas aldeias do nosso concelho pelos diversos movimentos regionalistas, como associações e comissões, em colaboração com entidades oficiais. SP – Desloca-se com alguma regularidade à sua terra natal? LAH – Não tanto quanto desejava, mas sempre que posso desloco-me aos Padrões, onde tenho casa e família. SP – Coloca a hipótese de contribuir para o futuro da Pampilhosa, nomeadamente através da realização de algum tipo de investimento? LAH – O futuro a Deus pertence. O que posso dizer é que, como empresário, desde 1986 sempre pertenci ao bairro fiscal de Pampilhosa da Serra e é assim que tenciono continuar, dando a minha contribuição para o melhoramento da nossa terra. SP – Quais são para si as principais diferenças da aldeia dos Padrões e da vila de Pampilhosa da Serra do seu tempo de menino e a de hoje? Do que tem mais saudade? LAH – As diferenças em relação à aldeia dos Padrões são bastantes. Hoje existe energia nas casas e nas ruas, água canalizada, estradas alcatroadas e mais qualidade de vida. Mas a beleza, o cheiro, o ar puro, os nossos pinheiros, os nossos rios, a nossa paisagem, isso é igual. A Pampilhosa também mudou no tempo: melhores acessos, mais infra-estruturas, cresceu dentro dos possíveis para um concelho que, como muitos outros, paga pela interioridade e desertificação. Saudades de menino? Sim, muitas, até das coisas mais insignificantes. Tenho saudades dos meus avós, das conversas em família junto à lareira, das brincadeiras com brinquedos inventados por nós à luz da candeia a azeite com um banco de cortiça que ainda PERFIL L eonel Antão Henriques nasceu na aldeia dos Padrões, na freguesia da Portela do Fojo, a 13 de Julho de 1964, sendo filho de Manuel Antão Henriques (Padrões) e de Arlete Simões Antão (Ribeiro do Soutelinho). É casado e reside na Senhora da Hora (concelho de Matosinhos). Possui o 4.º ano de escolaridade e é empresário de diversões. Nos tempos livres dedica-se à leitura e a ver televisão, gostando muito de aprofundar a sua cultura geral. hoje preservo, mas muito feliz. SP – Preocupa-se em dar a conhecer as suas raízes pampilhosenses aos seus descendentes? Os seus filhos gostam de visitar Pampilhosa da Serra? LAH – Tenho a preocupação de incutir aos meus filhos as minhas raízes, falandolhes do passado e das vivências dessa época. Eles, por seu lado, gostam de vir à aldeia sempre que podem, à casa da terra como gostamos de lhe chamar, embora também gostem de ir a Mondim de Basto, terra materna, e à Senhora da Hora que é onde estudam e têm amigos. SP – Pondera alguma vez regressar definitivamente ao concelho? LAH – Claro que sim, faz parte dos meus planos. Quando os meus filhos tiverem a sua independência, espero passar muito tempo na aldeia dos Padrões na nossa casa, na nossa terra, zelando por tudo o que os nossos antepassados, com muito sacrifício, nos deixaram. No fundo, cuidando das minhas raízes. À atenção dos nossos Leitores/assinantes Verificamos por parte de alguns assinantes, o não pagamento da assinatura do nosso SERRAS, havendo mesmo situações inacreditáveis. Estamos a tentar com a ajuda do Pedro Simões e da Natalina, colocar as finanças em ordem. A verdade é que em muitos casos, o não pagamento só pode ser devido a esquecimento ou falta de oportunidade, para regularizarem a situação e quem sabe se alguma falha nossa. Assim, pedimos a todos a melhor compreensão, no sentido de efectuarem quanto antes o pagamento das assinaturas do jornal, pois existem casos, que a não serem regularizados, nos obrigarão a tomar uma atitude menos agradável de suspensão do envio do jornal. O jornal O SERRAS é afinal, de todos e para todos os Pampilhosenses e bem sabemos, que sem ovos não se fazem omeletas. Alguns dirão certamente, que não é um bom começo, iniciar-mos o nosso trabalho, fazendo referência a aspectos menos agradáveis, mas este assunto é afinal de todos nós. Assim, ficamos a aguardar a vossa preciosa colaboração e, em caso de dúvida por favor contactem-nos. 7 Cultura ARQUIVO HISTÓRICO PAMPILHOSENSE "porque um povo sem memória é um povo que não existe" O parecer do brasão de armas do concelho de Pampilhosa da Serra N o seguimento do ano de 2008, no qual se comemoraram os (hipotéticos) 700 anos da criação da vila de Pampilhosa da Serra, e representando o corrente mês de Abril a evocação da autonomia pampilhosense, a descoberta e consequente publicação do documento que se segue não poderia ser mais oportuna e propositada. Muito embora fosse por demais conhecida a fixação das armas do concelho de Pampilhosa da Serra, já que tal fixação foi publicada em várias ocasiões no jornal oficial da República Portuguesa e foi objecto de análise no “SERRAS DA PAMPILHOSA” em rubrica própria (“Heráldica do Concelho de Pampilhosa da Serra”), o certo é que o parecer da Associação dos Arqueólogos Portugueses propriamente dito continuava, até hoje, a ser desconhecido. Por outras palavras, ainda que os pampilhosenses mais curiosos ou interessados tivessem acesso à portaria que fixou o brasão, o selo e a bandeira do concelho, o certo é que não conseguiam, no entanto, compreender, com a segurança necessária que esta matéria exige, o simbolismo de cada uma das peças e cores das nossas armas heráldicas. Hoje, finalmente, o “SERRAS DA PAMPILHOSA” orgulha-se de prestar mais esse serviço público à terra que lhe dá nome. No entanto, o seu a seu dono: a publicação deste importante documento deve-se ao esforço do distinto e incansável sócio da Casa do Concelho de Pampilhosa, Sr. José Alexandre, que, por iniciativa própria e insistentemente ao longo de vários meses, contactou a Associação dos Arqueólogos Portugueses no sentido de ali obter este e outros pareceres relacionados com alguns brasões do nosso concelho. Ficamos, nós Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra e o jornal “SERRAS DA PAMPILHOSA”, pois, uma vez mais em dívida para com este nosso amigo. Um grande bem-haja Sr. José Alexandre! Aproveitando o simbolismo inerente ao feriado municipal do 10 de Abril, o jornal “SERRAS DA PAMPILHOSA” prossegue uma sugestão formulada por outro importante colaborador deste periódico, Joaquim Nogueira, e aproveita a oportunidade para, de uma forma modesta, prestar homenagem, agora em 2009, às dez freguesias que compõem o concelho de Pampilhosa da Serra, que assinalou sete séculos de vida no ano transacto. Assim sendo, vamos reproduzir de seguida os símbolos e os editais relativos aos brasões, bandeiras e selos das autarquias locais, excepção feita às freguesias de Dornelas do Zêzere e de Vidual, relativamente às quais apenas iremos reproduzir o teor do parecer emitido pela Associação dos Arqueólogos Portugueses, uma vez que não conseguimos localizar no competente Diário da República a publicação do respectivo edital nem tãopouco a respectiva informação por parte das juntas de freguesia em causa, apesar de solicitada. BRASÃO DE ARMAS DE PAMPILHOSA DA SERRA Parecer formulado por Afonso de Dornelas e aprovado pela Secção de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Pela Câmara Municipal do concelho da Pampilhosa da Serra foi solicitado em 24 de Novembro de 1930, à Associação dos Arqueólogos Portugueses, para serem estudadas as armas e bandeira da mesma vila, conforme deliberação da Comissão Administrativa da mesma câmara tomada em sessão de 30 de Outubro do mesmo ano. Indicou a mesma câmara o nome do Sr. Dr. Cipriano Nunes Barata, para dar as necessárias informações sobre a história e vida local por forma a poderem colher-se os elementos indispensáveis para a organização simbólica das respectivas armas e portanto do selo e bandeira da vila da Pampilhosa. Com esses elementos e outros do domínio público, chegou-se à conclusão de que sendo a Pampilhosa da Serra uma vila criada pelo rei D. Dinis em 1308, tem sempre vivido da sua agricultura, não tendo qualquer outra circunstância de carácter histórico, monumental ou guerreiro que possa ser indicado nas suas armas. Pampilhosa da Serra é cercada por montanhas agrestes […] constituindo um vale, banhado pelo rio Unhais que, antes da ponte de Cabril, próximo de Pedrógão Pequeno, desagua na margem direita do Zêzere. Todo o concelho é montanhoso, sendo, em compensação, os seus campos regados por ribeiros que tornam muito fértil a região. O azeite, o mel, a aguar dente de medronho e os cereais são a verdadeira riqueza da terra e do que vivem os seus habitantes. É pois com estes elementos que teremos de organizar as armas da antiga vila da Pampilhosa da Serra, pelo que propomos sejam assim constituídas: - de negro com dois ramos de oliveira de ouro frutados do mesmo e atados em ponta de vermelho. Em chefe, três abelhas JUNTA DE FREGUESIA DE CABRIL Brasão, bandeira e selo Dr. José Gonçalves do Espírito Santo, presidente da Junta de Freguesia de Cabril, do município de Pampilhosa da Serra: Torna pública a ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo da freguesia de Cabril, do município de Pampilhosa da Serra, tendo em conta o parecer emitido em 29 de Março de 2005 pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Por tugueses, e que foi estabelecido, nos termos da alínea q) do n.º 2 do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, sob proposta desta Junta de Freguesia, em sessão da Assembleia de Freguesia de 5 de Junho de 2005: Brasão – escudo de ouro, duas espigas de milho de vermelho, folhadas de verde; em chefe, cão de negro, malhado de prata, passante, sustendo na boca um archote de negro, aceso de vermelho; em campanha, monte de verde movente da ponta, carregado de uma cabra de prata, realçada de negro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda 8 de ouro. Contra-chefe ondado de prata e de azul; - bandeira esquartelada de amarelo e azul. Cordões e borlas de ouro e azul. Lança e haste de ouro. O negro do campo das armas representa a terra, pois é da terra que vivem os seus habitantes. Os ramos de oliveira são de ouro porque este metal representa heraldicamente a riqueza. São atados de vermelho por este esmalte representar a força e o vigor, sendo com estas qualidades que os habitantes da Pampilhosa fizeram produzir a sua terra. As abelhas simbolizam a agricultura e o esforço para a produzir, portanto, são representadas pelo metal mais rico. Em contra-chefe é, pelas cores que a heráldica marca, representado o rio que completa a riqueza natural, tornando fértil a terra que sustenta os seus naturais. Como os principais esmaltes são o ouro e o azul, a bandeira é constituída pelas cores amarela e azul, e os cordões e borlas que a seguram à haste são de ouro e azul. E, como na composição das armas entra o ouro, a haste e a lança são deste metal. A coroa mural de quatro torres é a estabelecida para simbolizar as vilas. Assim fica portanto simbolizada a vila da Pampilhosa da Serra, ficando as suas armas com os elementos da vida própria, marcando os valores naturais e o esforço dos seus habitantes. Lisboa, 5 de Setembro de 1931. [Transcrição com ortografia e pontuação actualizadas, a par da supressão de repetições e emendas] Diário do Governo n.º 32, I série, de 1932-02-06 Portaria n.º 7.280 Atendendo ao que representou a comissão administrativa da Câmara Municipal do concelho de Pampilhosa da Serra, e tendo em vista o parecer da secção de heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses: manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro do Interior, que a constituição heráldica da bandeira, armas e selo daquele Município seja a seguinte: De negro, com dois ramos de oliveira de ouro frutados do mesmo, e atados em ponta vermelho. Em chefe, três abelhas de ouro. Contra-chefe, ondado de prata e de azul. Coroa mural de quatro torres de prata. Listel branco com as letras negras. Bandeira esquartelada de amarelo e azul. Cordões e borlas de ouro e azul. Lança e haste de ouro. Paços do Governo da República, 6 de Fevereiro de 1932. – O Ministro do Interior, Mário Pais de Sousa. JUNTA DE FREGUESIA DE FAJÃO Brasão, bandeira e selo branco a negro: «CABRIL – PAMPILHOSA da SERRA»; Bandeira – vermelha. Cordão e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro; Selo – nos termos da lei, com a le genda: «Junta de Freguesia de Cabril — Pampilhosa da Serra». 5 de Junho de 2005. – O Presidente da Junta, José Gonçalves do Espírito Santo. Augusto Fernandes de Almeida, presidente da Junta de Freguesia de Fajão, do município de Pampilhosa da Serra: Torna pública a ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo da freguesia de Fajão, do município de Pampilhosa da Serra, tendo em conta o parecer emitido em 2 de Maio de 2001 pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e que foi estabelecido, nos termos da alínea q) do n.º 2 do artigo 17.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, sob proposta desta Junta de Freguesia, em sessão da Assembleia de Freguesia de 24 de Junho de 2001: Brasão – escudo de ouro, com dois castanheiros de verde, arrancados do mesmo e com ouriços de ouro; em chefe, flor-de-lis de azul; movente da ponta, monte de três cômoros de verde. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: «FAJÃO»; Bandeira – esquartelada de azul e amarelo. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro; Selo – nos termos da lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Fajão. Pampilhosa da Serra». 25 de Junho de 2001. O Presidente da Junta, Augusto Fernandes de Almeida. CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA Cultura ARQUIVO HISTÓRICO PAMPILHOSENSE "porque um povo sem memória é um povo que não existe" O parecer do brasão de armas do concelho de Pampilhosa da Serra JUNTA DE FREGUESIA DE JANEIRO DE BAIXO Brasão, bandeira e selo José de Jesus Martins, presidente da Junta de Freguesia de Janeiro de Baixo, do município de Pampilhosa da Serra: Torna pública a ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo da freguesia de Janeiro de Baixo, do município de Pampilhosa da Serra, tendo em conta o parecer emitido em 22 de Outubro de 2003, pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e que foi estabelecido, nos termos da alínea q) do n.º 2 do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, sob proposta desta Junta de Freguesia, em sessão da Assembleia de Freguesia de 6 de Dezembro de 2003: Brasão – escudo de prata, dois pi nheiros arrancados de verde, com pinhas de vermelho, resinados de ouro, san grando cada um para um vaso de púrpura; em chefe, cruz da Ordem de Cristo; campanha diminuta ondada de azul e prata de três peças. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «JANEIRO de BAIXO». Bandeira – verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro. Selo – nos termos da Lei, com a le genda: «Junta de Freguesia de Janeiro de Baixo . Pampilhosa da Serra». 10 de Dezembro de 2003. O Presidente da Junta, José de Jesus Martins. JUNTA DE FREGUESIA DE PAMPILHOSA DA SERRA Brasão, bandeira e selo branco Albino Vaz Dias Barata, presidente da Junta de Freguesia de Pampilhosa da Serra, do município de Pampilhosa da Serra: Torna pública a ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo da freguesia de Pampilhosa da Serra, do município de Pampilhosa da Serra, tendo em conta o parecer emitido em 5 de Junho de 2001, pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e que foi estabelecido, nos termos da alínea q) do n.º 2 do artigo 17.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, sob proposta desta Junta de Freguesia, em sessão da assembleia de freguesia de 29 de Junho de 2001: Brasão – escudo de ouro, quatro arruelas de negro alinhadas em faixa; em chefe, florde-lis de azul, entre dois ramos de pinheiro de verde, com pinhas de vermelho; campanha ondada de azul e prata de três tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «FREGUESIA de PAMPILHOSA DA SERRA». Bandeira – azul. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro. Selo – nos termos da lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Pampilhosa da Serra». 4 de Julho de 2001. O Presidente da Junta, Albino Vaz Dias Barata. JUNTA DE FREGUESIA DE MACHIO Brasão, bandeira e selo Jaime Augusto Simões Durão, presidente da Junta de Freguesia de Machio, do município de Pampilhosa da Serra: Torna pública a ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo da freguesia de Machio, do município de Pampilhosa da Serra, tendo em conta o parecer emitido em 22 de Julho de 2004, pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e que foi estabelecido, nos termos da alínea q), do n.° 2 do artigo 17.° do Decreto-Lei n.° 169/99 de 18 de Setembro, sob proposta desta Junta de Freguesia, em sessão da Assembleia de Freguesia de 5 de Setembro de 2004: Brasão – escudo de ouro, ramo de castanheiro de verde, ouriçado do mesmo, com castanhas de vermelho e duas mós de azul furadas do campo, tudo ali nhado em roquete; campanha, de cinco burelas ondadas, de azul e prata. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «MACHIO». Bandeira – azul. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro. Selo – nos termos da Lei, com a le genda: «Junta de Freguesia de Machio. Pampilhosa da Serra». 6 de Setembro de 2004. O Presidente da Junta, Jaime Augusto Simões Durão. JUNTA DE FREGUESIA DE UNHAIS-O-VELHO Brasão, bandeira e selo branco José Lourenço Pereira Baptista, presidente da Junta de Freguesia de Unhaiso-Velho, do concelho de Pampilhosa da Serra: Torna pública a ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo branco da freguesia de Unhais-o-Velho, tendo em conta o parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses de 20 de Novembro de 1995, e que foi aprovado sob proposta da Junta de Fre guesia na sessão da Assembleia de Fre guesia em 6 de Janeiro de 1996. Brasão – escudo de prata, faixa de azul, ponteada no bordo superior e acomCASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA panhada em chefe de uma abelha de vermelho entre duas espigas de milho verde; em ponta, quatro burelas ondadas de azul. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: “UNHAIS-O-VELHO”. Bandeira – azul. Cordão de borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro; Selo – nos termos da lei, com a le genda: “Junta de Freguesia de Unhais-oVelho – Pampilhosa da Serra”. Junta de Freguesia de Unhais-o-Velho, 6 de Janeiro de 1996. – O Presidente, José Lourenço Pereira Baptista. António Amaro Rosa JUNTA DE FREGUESIA DE PESSEGUEIRO Brasão, bandeira e selo branco Manuel Fernando de Almeida, presidente da Junta de Freguesia de Pesse gueiro, do município de Pampilhosa da Serra: Torna pública a ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo da freguesia de Pessegueiro, do município de Pampilhosa da Serra, tendo em conta o parecer emitido em 11 de Abril de 2001 pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e que foi estabelecido, nos termos da alínea q) do n.º 2 do artigo 17.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, sob proposta desta Junta de Freguesia, em sessão da Assembleia de Freguesia de 30 de Junho de 2001: Brasão – escudo de prata, pesse gueiro de verde, arrancado e folhado do mesmo e frutado de vermelho, entre duas mós de vermelho, abertas do campo. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «PESSEGUEIRO»; Bandeira – verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro; Selo – nos termos da lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Pessegueiro . Pampilhosa da Serra». 1 de Julho de 2001. O Presidente da Junta, Manuel Fernando de Almeida. JUNTA DE FREGUESIA DE PORTELA DO FOJO Brasão, bandeira e selo branco Fernando Simões Valente, presidente da Junta de Freguesia de Portela do Fojo, concelho de Pampilhosa da Serra: Torna pública a ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo branco da freguesia de Portela do Fojo, tendo em conta o parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses de 24 de Janeiro de 1996, que foi aprovado sob proposta da Junta de Freguesia na sessão ordinária da Assembleia de Freguesia de 14 de Abril de 1996. Ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo da freguesia de Portela do Fojo, município de Pampilhosa da Serra: Brasão – escudo de prata, um pi nheiro arrancado de verde, com pinhas de ouro, acompanhado em chefe de suas abelhas de sua cor; planície de alvenaria de vermelho, lavrada de prata. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: “PORTELA DO FOJO”; Bandeira – de verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro; Selo – nos termos da lei, com a le genda: “Junta de Freguesia de Portela do Fojo – Pampilhosa da Serra”. Parecer emitido pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, nos termos da Lei n.º 53/91, de 7 de Agosto. Parecer da Comissão de Heráldica de 24 de Janeiro de 1996. Junta de Freguesia de Portela do Fojo, 5 de Junho de 1996. – O Presidente, Fernando Simões Valente JUNTA DE FREGUESIA DE VIDUAL Ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo da freguesia de Vidual, Município de Pampilhosa da Serra Parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses Brasão: escudo de azul, faixa de prata acompanhada em chefe de um lírio do mesmo, folhado de ouro e, em ponta, de três burelas ondadas de prata. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “VIDUAL”. Bandeira: amarela. Cordão e borlas de 53/91, de 7 de Agosto. ouro e azul. Haste e lança de ouro. Lisboa, 04 de Outubro de 1999. Selo: nos termos da Lei, com a legenda: O Secretário da Comissão de Herál“Junta de Freguesia de Vidual – Pampi dica lhosa da Serra. José Bènard Guedes Parecer emitido nos termos da Lei n.º 9 Destaque Actualidade Inaugurações e preocupação social marcam feriado municipal O feriado municipal de Pampilhosa da Serra - 10 de Abril – coincidiu, este ano, com a sexta feira Santa, dia marcante no calendário religioso. Dia cinzento, frio, com intermitentes chuviscos gélidos e cortantes, o 10 de Abril não foi propriamente um dia convidativo para grandes celebrações ao ar livre. Eventualmente também não estaria no pensamento da Câmara Municipal promover uns festejos ao nível daquilo que foi proporcionado o ano passado, pois então estávamos a comemorar 700 anos de vila. Este ano, o programa clara mente menos espectacular e sem evocações históricas, esteve mais virado para o social e para as inaugurações, não deixando todavia de demonstrar uma boa organização e um ritmo assinalável. Formalmente as cerimónias iniciaram-se com a recepção ao Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, Eduardo Cabrita. Rece bido pelo Senhor Presidente José Brito, Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra e José Cunha, Presidente da Assembleia Municipal. Tal como o ano passado, os trabalhos foram superiormente conduzidos pela Cristina Ven tura. Com uma voz bem colo cada e confiante, Cristina foi o toque de qualidade extra que pairou nestas comemorações. Com algum atraso face ao programa oficial, Cristina Ventura saudou todos os pre sentes e lembrou que esta cerimónia pretendia honrar “as mulheres e homens impares que teimam em amar a sua terra”, seguindo-se a assinatura de seis protocolos com importantes instituições concelhias como: Bombeiros Voluntários, Casa do Concelho, Fraternidade Pam pilhosense, Grupo Desportivo Pampilhosense, Rancho Fol clórico de Dornelas do Zêzere e Rancho Folclórico de Pampilhosa da Serra. No seguimento do programa, foi então formalizada a consti tuição da comissão instaladora da Fundação José Fernando Mesa de honra da Câmara Municipal de Pam pilhosa da Serra, José Brito, e depois de passar em revista a guarda de honra feita pelo corpo de Bombeiros de Pampilhosa da Serra, Eduardo Cabrita subiu as escadarias de acesso ao piso térreo dos paços do concelho onde tomou o lugar central na mesa de honra que iria presidir às cerimónias. Além de Eduardo Cabrita, compunham a mesa Jorge Cosme, representante do Governador Civil de Coimbra, Nunes Barata, uma fundação lançada pela sua viúva, Doutora Telma Barata, e que visa ajudar jovens estudantes universitários pampilhosenses carenciados, apoiar famílias sem posses para assegurar um bom nível de educação aos seus filhos e ainda incentivar a investigação nas ciências exactas. Tomaram posse como membros da co missão instaladora: Telma Ba rata, José Brito, Hermano Al meida e Carlos Simões. Presidente da Casa do Concelho assinando protocolo 10 Após a assinatura dos empossados, foi anunciado que a Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra entendeu atribuir a medalha de Mérito Municipal à Doutora Maria de Lurdes Telma Fernandes Barata pela acção que tem vindo a desenvolver em prol da educação no concelho, nomeadamente com a oferta do valioso fundo documental e bibliográfico à Biblioteca Municipal Dr. José Fernandes Nunes Barata e com o Fundo que agora cria e coloca ao serviço das famílias mais carenciadas. Na resposta, Telma Barata começou por “evocar os 701 anos da terra que foi e é do meu marido”, para depois dizer que apenas aspira a “promover o bem estar dos seus habitantes mais carenciados” e viver “um mundo real onde não caiba a mentira e a violência”. Deixou também uma mensagem de esperança “que esta nossa oferta atraia outras a esta missão” e terminou bastante comovida referindo que “a medalha que agora recebi vai ter muito peso na minha vida, é uma promoção”. Prosseguindo o programa estabelecido, Cristina Ventu ra chamou então os home nageados com a medalha Municipal de Bons Serviços, os antigos funcionários: José Pereira Dias Martins; Júlio Batista Gaspar, Maria Alice Cortez Veiga e Maria Odete Nunes Simões, que receberam a respectiva medalha das mãos do Presidente José Brito. Após este recordar de bons ofícios e onde pairou alguma nostalgia, foi a vez do Senhor Presidente da edilidade usar da palavra. José Brito, começou por agradecer a presença de tantas individualidades e por lembrar que “esta cerimónia serve para perpetuar a nossa memória colectiva”, falou tam bém da dignidade com que a Câmara Municipal “soube valorizar os 700 anos de Vila” garantindo que as “iniciativas culturais são para manter, embora este seja um ano difícil”. Dirigindo-se ao Senhor Secretário de Estado disse “agradecemos a requalificação das vias municipais deterioradas com os incêndios de 2005 e posteriormente com as cheias”, por isso estamos “eternamente gratos”. Em seguida, lembrou que o monumento ao Bombeiro a inaugurar depois da conclusão da sessão solene era “uma homenagem à garra serrana que merece toda a nossa gratidão” e que os “funcionários que agora se reformaram, merecem todo o nosso agradecimento”. Sobre a fundação cuja co missão instaladora acabara de tomar posse, José Brito não deixou de referir que “também o município participará finan César Oliveira Secretário de Estado entrega medalha a Telma Barata ceiramente”, virando então o seu discurso mais para questões internas, anunciando desde logo que “o próximo orçamento será o maior de sempre, não esquecendo o rigor e o grande enfoque na educação”. Terminou referindo que “tere mos engenho e arte para ultrapassar as dificuldades e não nos acomodaremos na nossa cadeira, vamos continuar a lutar por uma grande acessibilidade pelo vale do Zêzere”. Eduardo Cabrita foi o último orador da sessão solene e começou por dizer que estava ali “com sentimento profundo de solidariedade institucional e com respeito pelo trabalho que aqui se desenvolve”. Elogiou as gentes da Pampilhosa, “o que marca estas terras é este sentimento de orgulho na his tória e a confiança no futuro” para além de “ter uma Casa Regional das mais conhecidas e empenhadas”. Tal como o ano passado, deixou um nota para a necessidade de uma vincada união regional, pois “é fundamental que o QREN seja dirigido a conjuntos de municípios e onde haja complementaridade”, embora tenha avisado que “nas difi culdades é necessário concer tação e o papel hoje é mais difícil, embora esteja em fase final de concurso público um grande projecto para resolver o problema das acessibilidades do Pinhal Interior”. Deixou, todavia, alguma esperança no futuro e na “necessidade de apostar em factores que contrariem a desertificação, como as energias renováveis, turismo tradicional e produtos “gourmet” ou noutra vertente os centros educativos, a aposta na qualificação, inglês ou informática como forma de abrir novos horizontes para o mundo”. Terminou reafirmando que “boas acessibilidades e melhor educação são factores de competitividade”. Cristina Ventura deu então a sessão por encerrada, pediu, no entanto, a atenção de todos os presentes para o acto que se seguiria, a apresentação da Carta Arqueológica do Concelho. Antes de passar a palavra aos autores da Carta, Cristina Ventura justificou “es te trabalho que resultou de muitos anos de estudo e de Inauguração da Estrada Rolão - Fajão CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA Destaque Actualidade Inaugurações e preocupação social marcam feriado municipal Apresentação da carta Arqueológica prospecção, num território surpreendentemente rico em vestígios arqueológicos”, que “as montanhas da Pampilhosa encerram valiosos patrimónios que servirão de apoio ao desenvolvimento integrado pro movido pelo município”. O arqueólogo Carlos Batata considerou que o concelho da Pampilhosa foi uma verdadeira surpresa, tal a quantidade de vestígios pré históricos encon trados e que “existem mais de 150 montículos associados a túmulos” e estes demonstram que “embora este seja um local muito frio era habitado por pastores e não apenas como local de pastorícia”. Mostrou-se agradado com o apoio recebido e garantiu que ainda estamos numa fase muito preliminar de conhecer a nossa verdadeira pré história. Todos os convidados e pre sentes deslocaram-se então para junto do tribunal, praticamente em frente à agência da CGD, onde foi inaugurado com pompa e circunstância o monumento ao Bombeiro. Para a conclusão do pro grama oficial faltava ainda a deslocação ao alto concelho para inauguração do troço de estrada Rolão – Fajão, o que levou a entidades oficiais a tomarem lugar nas viaturas camarárias. Tempo frio e ven toso, agreste mesmo, serviu de “desculpa” para uma rápida inauguração e regresso à vila para o almoço de encerramento, realizado nas antigas instalações da resineira. Monumento ao Bombeiro ANTIGO PROFESSOR PAMPILHOSENSE LANÇA “HISTÓRIA E SUPERSTIÇÕES NA BEIRA BAIXA” Nuno Miguel Figueira N o pretérito dia 15 de Abril o salão nobre da Casa da Comarca da Sertã, instituição sediada em Lisboa que representa os municípios de Oleiros, de Proença-a-Nova, da Sertã e de Vila de Rei e as freguesias de Amêndoa e de Cardigos no município de Mação, foi palco da apresentação da segunda edição do livro «Histórias e Superstições na Beira Baixa», obra da autoria do albicastrense de 43 anos de idade José Carlos Duarte Moura, licenciado em História, presidente da Outrem – Associação de Defesa do Ambiente e Património e fundador da revista “Pampilho”, aquando da sua passagem por terras da Pampilhosa da Serra na década de 90 enquanto professor. José Carlos Duarte Moura, como professor de História, percorreu vários municípios da Beira Baixa (Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova, Oleiros, Pampilhosa da Serra, Proença-a-Nova, Sertã e Vila N os leitores e particularmente ao autor Joaquim Eurico Nogueira, os meus mais sinceros pedidos de desculpa, César Oliveira pois reconheço que a falta do mapa abaixo prejudicou a excelência do artigo. EXPOSIÇÃO DE PINTURA DE CHRISTINE SEWELL oi inaugurada, no passado dia 18 de Abril, a exposição de pintura de Christine Sewell, na galeria 1 do CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA simbiose entre o sacro e o profano. A apresentação do livro, que teve como anfitrião Pedro Amaro, presidente da Direcção da Casa da Comarca da Sertã, ao contrário do habitual, não contou com um mero resumo do livro por parte do seu autor. O autor interagiu com o público, não apenas partilhando as histórias que sabia e que publicou, mas pondo estes também a participar incitando os presentes a contar “as suas histórias”. Aqui está uma publicação que não pode passar despercebida aos pampilhosenses! Aldeias desaparecidas da freguesia de Dornelas a última edição – número de Abril – publi cámos um excelente artigo “Aldeias desaparecidas da freguesia de Dornelas”, da autoria de Joaquim Eurico Nogueira. Lamentavelmente e por razões que sou o único responsável, o artigo em questão não foi acompanhado do necessário mapa da freguesia de Dornelas do Zêzere e que muito ajudaria à compreensão “geográfica” do tema em análise. Assim, resta-me apresentar a todos F de Rei) e aproveitou a sua passagem por estas inóspitas paragens do Interior português para recolher histórias dum povo marcadamente religioso e supersticioso, fruto do seu isolamento, deste modo recuperando as memórias de quem sempre soube viver em perfeita Edifício Monsenhor Nunes Pereira. A inauguração desta exposição decorreu por volta das 19.30 horas, e contou, entre muitos amigos e admiradores, com a presença do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, José Brito. Esta exposição conta 49 quadros ilustrados com episódios da vida quotidiana Pampilhosense e estará patente ao público até dia 29 de Maio de 2009. 11 Actualidade Regionalismo A Páscoa na Póvoa A imaginação faz a festa, a união a vontade de continuar a acreditar D ando continuidade ao “vamos todos como os da Póvoa” e confirmando a realidade dos últimos anos, a Póvoa viveu, durante o fim de semana da Páscoa, mais uma grande jornada de convívio, de união e de amizade. Ano após ano, a Comissão de Melhoramentos tem idealizado programas interessantes e do Os homens da Póvoa agrado de todos quantos nos visitam, no entanto, este ano, pensamos ter superado todas as expectativas e, passados vários dias sobre o evento, o principal tema de conversa continua a ser a noite de sexta feira de Páscoa. A Páscoa na Póvoa não se resume a simples almoço ou actividade. É um fim de semana em cheio, com diversas actividades, muita animação, que envolve e depende do trabalho de muita gente. Luís Gonçalves, há vários anos convidado obrigatório das nossas festas, encarregou-se de escrever sobre alguns dos pontos mais marcantes, por isso e para não nos alongarmos demasiado, vamos apenas deixar alguns agradecimentos, sempre necessários quando As mulheres da Póvoa merecidos. Efectivamente se, ao longo dos anos, temos enaltecido o trabalho das mulheres da Póvoa, na verdade o principal suporte aos consecutivos êxitos que tem marcado a Páscoa na nossa aldeia, temos “TONY CARREIRA” E AS “DOCE” NA PÓVOA Luís Gonçalves Póvoa - Pampilhosa da Serra com Páscoa diferente “E agora, meus senhores e minhas senhoras, o menino bonito das Serras da Pampilhosa, “Tony Carreira”. Uma enorme salva de palmas fez-se ouvir na sala apinhada, enquanto ao som de “Sonhos de menino” o “Tony Carreira” da Póvoa entrava sorridente, acompanhado de duas jovens que encaixavam como uma luva no papel. A plateia contagiada cantava, e cantou de tal forma afinada que o nosso “Tony”, teve que fazer breve pausa para dar espaço às fãs. As gentes da Póvoa, freguesia de Pampilhosa da Serra, já nos habituaram a surpresas que fogem frequentemente ao conceito estabelecido de festa popular. conhecidas, apresentadas pelos jovens e menos jovens da aldeia. Este ano, e porque no ano anterior soube a pouco, as gentes da Póvoa, em espectáculo inédito nas Serras da Pampilhosa, deliciaram durante mais de 2 horas os presente. Numa animação surpresa apresentaramse em palco improvisado, um naipe enorme de artistas capaz de fazer inveja aos mais afamados cabarés. Uma espécie de “Moulin Rouge” à moda serrana. A encenação a cargo dos jovens da aldeia e apresentada pela “Catarina Furtado”, que recebeu o corpo do César Oliveira, teve a companhia da elegantíssima “Barbara Guimarães” apresentada pelo Mota, antigo jogador do Pampilhosense. Os “empregados” As Jovens Doce Em 2007, provou-se um pouco de um programa recheado, para em 2008 se apreciar algo diferente, com um espectáculo de personagens mais ou menos 12 de bar, vestidos a rigor, foram apresentados pelo sempre bem disposto Amadeu, José Serra, que também deu corpo a “Quim Barreiros” e pelo Horácio Barata. Perante uma sala bem composta, onde não faltaram representantes do poder autárquico, e convidados vindos p ro p o s i t a d a m e n t e de Paris, desfilaram “artistas” das mais variadas tendências. Marco Paulo, Bom bocas, Mário Gil, Ro mana, Clemente, Ana Malhoa, José Malhoa, Rute Marlene, Tony Carreira, Toy, Mónica Cintra, António Varia ções, Ágata, Emanuel, Tonicha, Quim Barreiros, Trio Odemira, Doce, e no final cantou-se de forma emotiva em homenagem às mães da Póvoa, “Amor de mãe”. Em duas horas de beleza e cor, onde não faltou a boa disposição dos apresentadores, embora os saltos altos não parassem de torturar a “Bárbara Guimarães” e a “Catarina Furtado”, apreciouse a beleza inesperada de uma “Mónica Cintra”, de um “Mário Gil”, compenetrado como ninguém no papel, e pudemos ficar boquiabertos com o elevado profissionalismo das “Doce”, que nada ficaram a dever às originais. “António Variações”, apresentado pelo Rui Chorincas, fez-nos lembrar o singular artista de “O corpo é que paga”, enquanto “o meu perfume de mulher”, nos provou que brincadeira e bom gosto, nada têm a ver com idade. O nosso último destaque vai para o “monumental” Striptease encenado de forma muito “profissional pelo povoense Jorge Madruga. A plateia delirante, pedia mais e mais, e os gestos atrevidos sucediam-se, enquanto o fôlego faltava de tanta gargalhada. O Quim Barreiros na Póvoa A Póvoa, na freguesia de Pampilhosa da Serra, já era referência na organização de festas onde a matança do porco pontuava positivamente, começa agora a destacar-se na organização de eventos fora do contexto habitual. Novos e menos novos aderem de forma espontânea, e começam logo ali a delinear a estratégia para o ano seguinte. As senhoras da Póvoa, mais conservadoras, mas nem por isso menos participativas, já fizeram saber que para o ano também querem entrar na festa. Ficamos à espera e fazemos votos que consigam surpreender tudo e todos, pois argumentos não lhe faltam, e podem sempre aproveitar a O nosso António Variações experiência do ano anterior. E “Vamos todos como os da Póvoa”. CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA Actualidade Regionalismo A Páscoa na Póvoa agora – e com todo o prazer – que enaltecer o interesse e a entrega da juventude, tanta alegria e irreverência que nos faz acreditar que as próximas festas apenas podem ser... um novo êxito. E, já agora, que dizer do esforço dos homens da Póvoa, do trabalho, da animação, do cantar, sei lá ... um espectáculo. Verificamos assim que os agradecimentos são extensivos César Oliveira a todos e nada mais justo. Se todos trabalham, todos merecem aplausos (mesmo os que vêm propositadamente de Paris, não é Zeca e Teresinha?) e a Póvoa é assim, os de cá e os de lá, homens e mulheres, jovens e idosos, todos vão como os da Póvoa. E até para o ano... e novas surpresas. Está prometido! O jantar de 6ª feira ALBERTO MENDES DE OLIVEIRA Comissão de Melhoramentos da Póvoa, presta homenagem a um homem tranquilo “....o meu destino está traçado e, publicamente, assumo que, respeitando o passado da minha família, não será por mim que a Comissão de Melhoramentos da Póvoa acabará,...” (Tiago Oliveira na homenagem a seu avô) Foi no passado dia 11 de Abril, que a pacata aldeia da Póvoa, freguesia de Pampilhosa da Serra, prestou homenagem a Alberto Mendes de Oliveira, um seu natural que ao longo da sua vida sempre foi, como disse Júlio de Oliveira Antão no seu elogio público, “Um homem simples no seu trato, sensato e discreto na manifestação dos seus sentimentos, conciliador mas de profunda sensibilidade.” Alberto Mendes de Oliveira, nasceu na Póvoa a 9 de Setembro de 1930, filho de Manuel Mendes de Oliveira e Maria Emília Conceição Batista. Contraiu matrimónio com Maria Felisbela de Almeida Mendes no Inverno de 1955, e a 21 de Novembro de 1958 nasce o seu primeiro e único filho, César Almeida Mendes de Oliveira. Filho de esquecer o seu berço...” De facto, Alberto Mendes de Oli veira, o Senhor Alberto, nutre pela pequena aldeia da Póvoa um carinho tal, capaz de con tagiar os que o rodeiam, ao ponto de ser muito fácil para o visitante sentir-se em casa. Sempre preocupado com o bem-estar dos outros, pronto e disponível nos momentos de maior aflição, guarda dentro da sua aparência tranquila um certo humor, difícil de qualificar, mas Os nossos garçons Strip sobre palco improvisado Festa acabou em beleza CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA Luís Gonçalves família prestigiada e com recursos para a época, o jovem Alberto decide aos 18 anos tentar a sua sorte em Lisboa, mas pouco tempo depois é forçado a regressar devido à doença do pai, tendo retornado mais tarde à capital. Segundo Júlio Antão, “Mereceu ao longo da sua vida de trabalho, a confiança, a estima e consideração das entidades e dos colegas onde prestou serviço.” Homenageado pela Embaixada Americana, pelo modo como desempenhou as suas funções, recebeu desta o convite para regressar mesmo depois de reformado, caso fosse essa a sua vontade. Continuando a citar o Senhor Presidente da Comissão de Melhoramentos da Póvoa, “Sem o seu apoio e sacrifício, preocupação e desejo de ser útil, não seria possível aos utilizadores da Casa da Aldeia da Póvoa, usufruírem da mesma nos seus momentos de lazer”. Homem capaz de cativar os mais cépticos, desinteressado na ajuda que proporciona aos visitantes e moradores da aldeia, era no dia da sua merecida homenagem um homem feliz, sem nunca perder a tranquilidade que é a “imagem de marca” deste serrano de gema. Tal sentimento, era visivelmente partilhado pela esposa que fez questão de o acompanhar em toda a cerimónia. Foi com uma lágrima teimosa no canto do olho, que descerrou a placa de xisto previamente colocada na sala da Casa da Aldeia, onde se pode ler: “Embalado por sonhos de menino, cedo rumou à grande cidade, sem nunca sem nunca abandonar o seu ar afável e tranquilo. No almoço que se seguiu à simples cerimónia de homenagem, vários foram os amigos, que por carta ou pessoalmente fizeram questão de estar com o Senhor Alberto naquele dia. De entre todos, registamos com enorme satisfação a presença de Arnaldo Rodrigues de Almeida, que leu uma quem é neto. De voz trémula mas seguro nas ideias que transmitia, prendou o homenageado e os presentes, com a promessa de dar continuidade ao trabalho de seu bisavô, avô, e pai. “Se o meu avô desde sempre fez parte da Comissão de Melhoramentos da Póvoa, é preciso não esquecer que o seu pai – o meu bisavô Manuel Mendes – esteve ligado à sua criação, ainda na década de trinta e depois foi figura importante na sua consolidação; já o meu pai, relativamente à Comissão, dispensa comentários quanto ao seu envolvimento, ora isto significa que o meu destino está traçado e, publicamente, assumo que, respeitando o passado da minha família, não será por mim que a Comissão de Melhoramentos da Póvoa acabará, também eu estou disponível para seguir os passos do meu avô de tudo fazer pelo bem da Póvoa. É esta a prenda que aqui deixo do fundo do meu coração.” O jovem lembrou ainda os seus tempos de menino, passados na Póvoa, mostrando a grande cumpli cidade que sempre houve entre avô e neto e recordou : “... a sua grande preocupação de não me deixar ir para festa nenhuma sem uma “notita” no bolso, pois não queria que me faltasse Tiago Oliveira encerrando a sessão bonita mensagem enviada pela esposa Aurora. Ainda durante o almoço, José Brito, presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, quis associarse à homenagem prestada, tendo na ocasião entregue ao homenageado a medalha de prata do Município pampilhosense. De entre as várias intervenções, mais ou menos emotivas, há que salientar a do jovem Tiago Oliveira, neto do homenageado, que para surpresa de todos mostrou bem de quem é filho, de nada.” Familiares e amigos, puderam desta forma prestar homenagem ao Senhor Alberto, no dia em que até S. Pedro mostrou gostar do homenageado e da Póvoa e a todos contemplou com uma radiosa tarde de Primavera. Seguiu-se um bonito espectáculo de folclore a cargo do Rancho Folclórico da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra e do Rancho Folclórico de Pampilhosa da Serra. 13 Actualidade INAUGURAÇÃO DA III FEIRA DO LIVRO DE PAMPILHOSA DA SERRA o passado dia 15 de Abril pelas 14h00 inaugurou-se a 3.ª edição da Feira do Livro de Pampilhosa N Nacional de Leitura. Foram entregues os livros do Pano Nacional de Leitura e num acto simbóli- da Serra. Uma organização do Município de Pampilhosa da Serra através da Biblioteca Municipal e em parceria com o Agrupamento de Escolas de Pampilhosa da Serra – Escalada. Esta edição conta com a presença de 11 editoras e de cerca de 5000 títulos para venda até ao dia 15 de Maio. Na sessão de abertura o Presidente da Câmara, José Brito, deu as boas vindas aos alunos do Agrupamento e deu a conhecer a adesão do Município de Pampilhosa da Serra ao Plano co foram entregues a cada delegado de turma alguns exemplares para os transportarem até à Biblioteca da Escola. Também, foram entregues pelo Sr. Presidente dois exemplares da recente Carta Arqueológica do Concelho, da autoria dos arqueólogos Carlos Batata e Filomena Gaspar à Biblioteca Escolar de Pampilhosa da Serra. A Feira poderá ser visitada na Biblioteca Municipal de segunda a sextafeira no horário das 10h30 às 12h30 e das 14h00 às 19h00, até ao dia 15 de Maio. ACTIVIDADES DA CASA DO CONCELHO ABRIL 2009 I – Breve retrospectiva das iniciativas desenvolvidas Depois da consagração do Rancho Folclórico da Casa e da Pampilhosa da Serra, que completou 25 anos em Março de 2009, sucederam-se os convites e actuações. No 4 dia de Abril, nas comemorações do aniversário do Rancho da Ribeira de Celavisa realizadas na Casa da Comarca de Arganil, no dia 11 na Póvoa, no dia 19 na Associação de Moradores do Condado - Marvila e no dia 25 de Abril no Lar de Idosos de Pampilhosa da Serra, nas Meãs e finalmente na mostra de produtos regionais em Pedrógão Grande. O sucesso destas participações merecem o incentivo de todos os pampilhosenses em futuras realizações. No dia 10 de Abril, a direcção da CCPS e o Serras estiveram representados nas comemorações do Município de Pampilhosa da Serra, que atribuiu a diversas entidades e à Casa do Concelho o habitual subsídio de apoio às suas actividades. Para além de agradecermos o apoio recebido, registamos com satisfação a referência elogiosa do Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, Dr. Eduardo Cabrita, ao dinamismo da nossa instituição, tendo mostrado a sua disponibilidade para participar nas comemorações do próximo aniversário da Casa e do Jornal. No dia 18 a direcção realizou a sua reunião mensal, destacando-se as seguintes deliberações: a) Aprovação do novo associado Carlos Filipe Fonseca Machado dos Santos (Póvoa), que foi igualmente designado para completar o elenco de delegados da Casa do Concelho em Pampilhosa da Serra, que já incluía os seguintes elementos: Esmeralda Alexandre, Luis Dias, Luis Estêvão e Ruas Mendes; b) Adesão da CCPS à Associação das Casas Regionais em Lisboa, que já inclui 16 Casas; c) Actualização da tabela de publicações do Serras, que introduziu a possibilidade de pequenas inserções a partir de 100 € / ano; d) Participação no Torneio Primavera, organizado pela Junta de Freguesia de Santo Estevão, em moldes similares ao realizado em 2007 com as colectividades do bairro de Alfama; e) Apoio à divulgação da peregrinação que um grupo de pampilhosenses fará, de bicicleta, de 10 a 13 de Junho, passando por Fátima e levando duas imagens dos beatos Francisco e Jacinta para a Pampilhosa da Serra; f) Preparações das próximas iniciativas em que a Casa está envolvida: Torneio de Futsal, Fim-desemana das Regiões, Aniversários da Casa e do Serras e 2.º Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra. No dia 22 a CCPS esteve em duas reuniões importantes. Uma promovida pela Associação das Casas Regionais em Lisboa para preparar o Fim-de-semana das Regiões (Praça da Figueira - 29, 30 e 31 de Maio). Outra na Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura Recreio A Liga do Sobral de Baixo vai, no dia 21 de Junho, organizar uma excursão à nossa aldeia, para uma matança de porco. Assim, informamos todos os amigos interessados que poderão fazer a sua inscrição para os seguintes contactos: Hélder Almeida: 965444543; Fernanda Neves: 919947295; António Antunes: 962668324; Miguel Neves: 966336728 LIGA DE MELHORAMENTOS DO SOBRAL DE BAIXO Almoço Comemorativo do 64º Aniversário Esta Liga de Melhoramentos tendo sempre em mente o regionalismo nesta região, tem como resultado a obra que está à vista de todos quantos visitam esta nossa aldeia do Sobral de Baixo. A direcção da Liga vai cumprir o que está previsto no seu plano de actividades e não pode deixar de assinalar condignamente e em festa a comemoração dos 64 anos de fundação, homenageando a acção dos fundadores e seguidores como base para perspectivar o futuro. Continuando a tradição, a comemoração constará de um grande e sensacional Almoço de Convívio, que se vai realizar no próximo dia 24 de Maio, pelas 13,00 horas, servido no restaurante “Stadium”, que fica no Estádio Universitário, em frente ao Hospital de Santa Maria. Após o almoço, teremos a entrega de emblemas de prata aos sócios que completam 25 anos de associados, ao que seguirá o tradicional leilão de ofertas. Pelas 12,00 horas, será celebrada Missa na Venerável Ordem Terceira de São Francisco do Campo Grande, que fica no Campo Grande, 358, ao lado Universidade Lusófona, em memória dos sócios e familiares falecidos. Seria para nós uma honra contar com a vossa presença, pelo que, solicitamos a marcação junto da direcção, ou para: Helder Almeida: 965444543; Fernanda Neves: 919947265: Miguel Neves: 966336728 14 e Desporto onde foram analisados: a possibilidade de instalação de um posto público de internet na sede da Casa, o esclarecimento do direito das colectividades filiadas na CPCCRD à redução em 50% da taxa dos direitos nas festas que organizam, as comemorações dos aniversários de ambas as entidades e a disponibilidade da Confederação para organizar na nossa sede, provavelmente em Outubro, um Sábado de Formação intensiva que incluirá aspectos gerais do associativismo e temas específicos ligados à comunicação e imagem, contabilidade e fiscalidade aplicadas às associações. II – Aniversário da Casa e do Jornal “Serras da Pampilhosa” (14 Junho de 2009) Conforme já explicámos anteriormente, face ao calendário de iniciativas e eventos previstos para o próximo mês de Junho, a direcção deliberou confirmar o almoço do 68.º aniversário da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, associado ao 10.º aniversário do jornal “Serras da Pampilhosa”, para o próximo dia 14 de Junho de 2009, na sede da CCPS (Rua das Escolas Gerais, 82, em Lisboa). Se o Sr. Secretário Adjunto e da Administração Local confirmar a sua presença e pudermos contar com a presença da Câmara Municipal de Lisboa, a par dos nossos autarcas e da Junta de Santo Estevão, poderemos vir a ter mais uma jornada histórica. Os colaboradores que criaram e mantiveram o “Serras” nos 10 anos da sua existência serão, naturalmente, os convidados mais significativos para nós, mas os assinantes e sobretudo os empresários que têm sido uma das principais bases de sustentação do jornal (a par do Município de Pampilhosa da Serra) terão uma atenção muito especial. Iremos convidar todos os empresários que têm ou tiveram participações no “Serras” e outros que já mostraram disponibilidade para o efeito, mas como nestas coisas pode haver sempre uma ou outra falha involuntária, pedimos desde já a todos quantos tenham interesse em estar presentes e colaborar e que eventualmente não sejam contactados, o favor de nos informarem de imediato, para que possamos contar com a sua presença imprescindível. A gastronomia estará a cargo dos nossos colegas dos Corpos Sociais, Fernando Santos e José Alexandre, coadjuvados pela D. Lurdes e outros colaboradores e os elementos do Rancho assegurarão o serviço das mesas. A animação musical contará com a actuação do Rancho da Casa, mas também com os “Lisboa A4”, um grupo musical ligado ao fado, que certamente será do agrado de todos os presentes. III – Outros Eventos promovidos pela Casa O Torneio de Futsal, que pelo terceiro ano consecutivo está decorrer todos os Sábados e Feriados, à tarde, de 25 de Abril a 30 de Maio, no Varejense (Av. Afonso III – Alto de s. João), à tarde, envolvendo equipas de 10 localidades do concelho de Pampilhosa da Serra. O Fim-de-semana das Regiões, nos dias 29, 30 e 31 de Maio, na Praça da Figueira, em Lisboa, em parceria com a Associação das Casas Regionais e a Câmara de Lisboa, será uma excelente oportunidade para promovermos, não só a CCPS e as Filiadas, mas também o nosso concelho. Já garantimos o apoio e participação do Município de Pampilhosa da Serra, do Grupo Musical Fraternidade Pampilhosense, da Pampitece e tocadores de concertinas. Haverá um palco onde actuarão, entre outros agrupamentos, o nosso Rancho e a “Banda da Pampilhosa” e um Stand, que será uma mostra da Casa e do nosso concelho. Resta-nos aguardar a presença em massa dos pampilhosenses, que poderão trazer os vossos familiares e amigos. A preparação do 2.º Encontro de Juristas da Pampilhosa da Serra, previsto para o mês de Setembro, já se encontra em pleno desenvolvimento. A criação de uma estrutura organizativa dos Juristas Pampilhosenses, com o apoio e patrocínio da CCPS, também já está a ser estudada. Os elementos responsáveis por estas iniciativas dar-vos-ão conta dos pormenores, cabendo à direcção da Casa um forte apelo a todos os pampilhosenses para que estejam atentos e acompanhem de perto as realizações que irão decorrer e que terão uma importância estratégica para o futuro de todos nós. IV – Agradecimentos Por lapso não foram mencionados na última informação os donativos concedidos ao Rancho da CCPS, por ocasião do almoço do 25.º Aniversário, pelos que agradecemos em nome da Direcção da Casa os seguintes contributos: Aires Fernandes Almeida: 1500€, Anselmo Gaspar: 1000€ (e mais 1000€ para uma inserção no Serras), Junta de Freguesia da Pampilhosa da Serra: 1000€, Manufacturas Roma: 500€, José Carlos Silva; 200€, Paulo Almeida: 155€, Isaura Fernandes: 150€ e Anselmo Lopes: 100€. A oferta do bolo de aniversário, pelo Sr. Fernando Nunes, e todos os trabalhos gráficos da Vigaprintes foram outros apoios muito importantes, sem esquecer toda a colaboração prestada por actuais e anteriores elementos do Rancho e outros membros dos corpos sociais e pampilhosenses. Nas actuações que se seguiram há a registar as seguintes contribuições: C. M. Povoa - 150€, Associação de Marvila - 100€ e Região de Turismo do Centro – autocarro para a Pedrogão Grande. Agradecemos mais uma vez o subsídio à CCPS atribuído pelo Município de Pampilhosa da Serra, destinado a apoiar as actividades do Rancho e do Jornal, no valor de 7.000€, bem como a salva de prata que o Município ofereceu do Rancho por ocasião do 25.º aniversário. Anselmo Lopes Presidente da Direcção da CCPS EDITORIAL cont. da pág. 1 tempos que se avizinham. Importa dizer no entanto, que como muitos de nós sabemos, o SERRAS vive de alguns subsídios, e das assinaturas, mas também da publicidade que muitos amigos Pampilhosenses e não só, nos confiam. A todos esses amigos e conterrâneos pedimos e contamos com a vossa imprescindível colaboração. No tocante aos conteúdos futuros, gostaria de contar com a colaboração das gentes do território pampilhosense, que conjuntamente com os colaboradores habituais, poderão dar a sua ajuda, necessária para manter elevada a qualidade da edição mensal. Só a conjugação de todos esses esforços, acrescidos da vontade inabalável de bem servir por parte da equipa que irá gerir a publicação do nosso SERRAS, nos permitirão seguir em frente, com passos seguros e de cabeça levantada. Gostaríamos de lembrar mais uma vez, que os elementos do jornal não têm quaisquer proventos pelo trabalho que aqui desempenham, servindo isso sim, esta missão em verdadeiro sacerdócio e também alguma carolice, privando-se muitas vezes do descanso e do convívio familiar, lhes é devido. Assim, enquanto o fadista que canta o fado vadio pelas adegas, tem a compensação do silêncio durante o seu desempenho e, se a actuação for boa as palmas vêm no fim, por aqui no SERRAS, não queremos o tal silêncio, mas antes pedimos a todos colaboração, sugestões e alguma compreensão. Não nos batam palmas, mas por favor não nos atirem pedras. Fiquem com a certeza que, “faremos o melhor, esperando o pior e aceitaremos de ânimo igual, o que de bom ou mau nos possa acontecer”. Finalmente, seja-me permitido deixar aqui e agora, palavras de grande apreço e agradecimento a todos, quantos ao longo destes dez anos, sabe-se lá com que dificuldades, contribuíram de forma estóica e galharda, para que o SERRAS chegasse até nós. Para os grandes timoneiros, que foram o César de Oliveira e o António Rosa, vão agradecimentos muito especiais, com a certeza que continuarão a dar-nos todo o seu apoio, para assim podermos continuar a seguir em frente e levar até vós se possível um SERRAS ainda melhor. Posto tudo isto, e porque os serranos não são gente de muita conversa, vamos ao trabalho, pois é imperativo não perder-mos tempo. O futuro é já amanhã. César Oliveira CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA Actualidade UNIÃO PROGRESSIVA DE VALE SERRÃO aLMOÇO ANUAL 2009 António Barata Lopes A UPVS realizou, no dia 25 de Abril um almoço convívio, comemorativo dos 53 anos da sua fundação. Este convívio decorreu na casa de convívio, em Vale Serrão. Estiveram presentes representantes do poder local e regional (Dra. Alexandra Tomé representante da Câmara Municipal; Sr. Albino Barata, Dª Fernanda e Sr. Soares pela Junta de Freguesia; Dr. António Sérgio representante da Santa Casa da Misericórdia da Pampilhosa da Serra, Sr. José Neves nosso Presidente da Assembleia Geral representando a casa do Concelho de Pampilhosa da Serra e ainda o Pároco de Pampilhosa da Serra). A ementa foi rica (chanfana á nossa moda, febras entremeada, doces confeccionados por habitantes da terra) e bem regada com vinho proveniente da nossa terra. Tivemos a presença da aparelhagem de som, Flor do Zêzere, do nosso amigo António Garcia. Podemos dizer que as presenças ultrapassaram a centena e excederam todas as nossas expectativas. Tivemos um salão cheio de gente e de calor humano. Não queríamos deixar de agradecer a resposta que os Valserrenses nos deram neste momento tão importante para a nossa colectividade. Queríamos ainda dizer que é muito gratificante para a Direcção o carinho demonstrado por todos sem excepção, e o sinal que nos deram que querem continuar, de que o regionalismo está bem vivo, e pronto para as batalhas difíceis que teremos de enfrentar no futuro. Para os profetas da desgraça, que dizem que o regionalismo não tem futuro, os Valserrenses deram a resposta, comparecendo em massa, mostrando uma alegria, colaboração e vontade de realizações futuras que nos surpreendeu agradavelmente. A todos sem excepção o nosso bem haja. O almoço começou cerca das 13.00, sempre com gente que não esperávamos a chegar e para os quis tiveram de improvisar acolhimentos em cima da hora, mas como o nosso lema é bem receber todos acomodámos e todos daqui com certeza saíram satisfeitos com o pouco mas generoso que lhes oferecemos. Seguiram-se os discursos da praxe, tendo sido frisado que pela primeira vez tivemos nesta nossa “gerência” a presença do Dr. António Sérgio, o que muito nos agradou. Todos os outros são já velhos amigos sempre presentes nos nossos eventos, e que recebemos sempre com muito carinho e muito gosto. As elogiosas e simpáticas palavras ao trabalho desenvolvido pela nossa colectividade, do Presidente da Freguesia de Pampilhosa da Serra Sr. Albino Barata e a presença de quase todo o Staff da Junta, foram momentos de elevada emoção, e que recebemos com muito agrado e satisfação. Queremos desde já agradecer e dizer que estamos sempre ao dispôr para colaborar, e em conjunto engrandecermos e levar cada vez mais longe o nome da Pampilhosa da Serra. Vem-nos sempre à lembrança a citação proferida pelo grande Presidente dos E.U.A. J.F. Kennedy “"Não pergunte o que seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país." É com esse espírito que encaramos o nosso trabalho. Não queremos deixar de referir, que como já vai sendo costume a nossa colaboradora Dª Graça, declamou mais uns versos da sua autoria, feitos de improviso, em que chamava a atenção para a ausência por doença de um dos elementos dos corpos sociais da nossa colectividade, sempre grande animador e entusiasta das nossas realizações, Sr. Fernando Barata Gonçalves. Para ele os nossos desejos de rápidas melhoras. Após o almoço, houve lugar ao toque de guitarradas e concertina com o nosso conterrâneo José Bernardo Pereira e mais um amigo do Vale Pereiras que fez questão de estar presente e que saudamos com muito agrado. Tivemos a presença da Dª Alda, esposa do José Bernardo Pereira, que colaborou de forma abnegada e que com a sua maneira de estar nos alegra sempre a todos, e a quem não há protocolo que resista, sempre com os seus dichotes que nos divertem e a quem queremos agradecer também. Não fosse termos de realizar a nossa Assembleia-Geral, e a festa teria continuado. Mas foi apenas interrompida. Forma eleitos os corpos gerentes da UPVS para 2009, havendo apenas uma lista, tendo-se optado por uma solução de continuidade. Foram discutidos alguns assuntos de interesse para a nossa terra, sempre de forma pacífica e ordeira como é nosso apanágio. Mas a festa e o convívio não pararam, houve ainda lugar a um lanche ajantarado, com caldo verde, febras e entremeadas. O recinto da casa de convívio, foi abandonado, já noite dentro, mais cedo que o costume, pois a chuva e o frio, tornaram o ambiente desagradável, embora o calor humano persistisse em ficar. Queremos ainda agradecer especialmente a: A todos os elementos da direcção, corpos sociais, delegação e outros que nos deram o seu abnegado apoio, muitas vezes com sacrifícios pessoais e familiares. Às senhoras que em Vale Serrão foram inexcedíveis e que contribuíram para que o almoço convívio fosse um sucesso. Aos elementos do poder local e regional pela sua presença. Saudações Valserrenses Futsal anima tardes de Lisboa Conforme amplamente divulgado nos meios regionalistas, está a decorrer a bom ritmo e grande espírito de camaradagem mais um torneio de futsal organizado pela Casa do Concelho de CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA Pampilhosa da Serra. Nos próximos fins de semana, a pretexto de uns bem renhidos jogos de futebol (todos querem ganhar, como é lógico) muita juventude pampilhosense se reúne nos pavilhão do Varejense, perto do Alto de S. João. Ao director Carlos Simões cabe a dinamização do evento e a recepção a todos quantos nos queiram visitar. Merecida Inauguração em Pampilhosa da Serra C onforme já tinha sido noticiado, no passado dia 25 de Abril, procedeuse à inauguração da estrada que, pelo alto da Serra, faz a ligação directa entre o Alto das Aldeias e a Cruz dos Lobatos, também denominada Estrada do Cabeço da Urra. A brilhante e concorrida inauguração teve o seu início por volta das 11 horas e trinta minutos no Alto das Aldeias, com a presença do anterior e do actual Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, Ex.mos. Senhores Hermano Manuel G. Nunes de Almeida e José Alberto Pacheco Brito Dias, que iniciaram e concluíram, respectivamente, a obra e que depois, alguns elogios à boa forma como a Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra tem sabido gerir os seus recursos, com os princípios da justiça e da equidade sempre bem presentes, e finalizou agradecendo à Autarquia a concretização da obra inaugurada, realçando a significativa me lhoria nas acessibilidade a estas aldeias e a uma grande parte do concelho que daí resultaram, e o Sr. António Mendes G. Barata, também a elogiar o excelente trabalho que a Câmara tem realizado e a agradecer a realização deste importante melhoramento. Também o Senhor Presi dente da Junta de Freguesia de Pampilhosa da Serra, Sr. Albino Dias Barata, realçou a procederam ao corte da fita, dando início às respectivas cerimónias da inauguração. O cortejo percorreu a estrada em direcção à Cruz dos Lobatos, tendo sido aí descerrada uma placa evocativa desta cerimónia. Posteriormente, o cortejo festivo rumou em direcção à casa de convívio dos Lobatos, onde foi gentilmente servido um agradável almoço a todos aqueles que se quiseram associar a esta festa, organizada pelas Comissões de Melhoramentos das aldeias de Lobatos, Lobatinhos, SignoSamo e Sobral Magro. De destacar que honraram com a sua presença no evento os Presidentes anteriores e actual da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, já acima referidos, o Presidente da Junta de Freguesia de Pampilhosa da Serra e restante elenco autárquico, o Presidente da Junta de Freguesia de Janeiro de Baixo, o Presi dente da Junta de Freguesia da Portela importância desta obra para a Freguesia e para o Concelho e agradeceu a sua concretização. O Presidente da Câmara Municipal cessante, Sr. Hermano de Al meida, começou por agradecer o convite para participar na cerimónia e lembrou que esta obra era uma aspiração destas aldeias que já vinha de algum tempo atrás e que a sua realização se tornou bastante mais fácil com a pronta disponibilidade na cedência dos terrenos por parte dos habitantes das aldeias envolvidas. A cerimónia terminou com a alocução proferida pelo Presidente da Câmara Municipal em exercício, o Sr. José Brito, que agradeceu o convite e a realização desta iniciativa, relembrando que a Câmara ao realizar obras como esta está apenas a fazer aquilo que lhe compete, melhorando as condições de vida das populações e, simultaneamente, melhorando a rede viária do concelho, actualmente já com bastante qualidade, e reiterou que estará permanentemente do Fojo, o Presidente da Junta de Fre guesia do Machio, o Presidente dos Bombeiros Voluntários de Pampilhosa da Serra e restantes convivas em número significativo. Após o almoço, usaram da palavra, pela comissão organizadora, o Sr. António Mendes Garcia, que começou por agra decer a presença de todos, tecendo, disponível para, em qualquer circunstância que as necessidades o exijam, colaborar na resolução das necessidades mais sentidas pelos seus munícipes. A Comissão Organizadora António Martins Fernandes Lopes António Mendes Garcia José Santos Mendes 15 Desporto Regresso às vitórias mesmo com nove unidades 5ª Jornada da 1º Div/Distrital Série A – Apuramento de Campeão Estádio: Campo Pampilhosense Assistência: Cerca de 60 espectadores Árbitro: João Calado Auxiliares: Telmo Fernandes, Resultado ao intervalo: 1-0 GD Pampilhosense: Braçal, Rabeca, João Luís, Pedro Barata, Samuel, Rodrigo, Filipe Brito, Marco Alegre (Ricardo Marques 81m), João Neves (Capitão 72m), Carlos Alegre e Paulo Marques (Samuel Carlota 91m). Suplentes: Roldão, Chapa, Deco, Capitão, Marcelo, Chapa e Samuel Carlota. Treinador: Carlos Alegre Golos: Paulo Marques 40m e Marco Alegre 60m. O Pampilhosense recebeu, ontem, a equipa do Lagares da Beira. Duas formações separadas por sete pontos na tabela classificativa, no quarto e quinto posto respectivamente. Ambas as equipas vinham de derrotas na jornada anterior, e a vitória neste desafio era o objectivo primordial, mais para a equipa serrana Pampilhosense 2-0 Lagares da Beira que ainda mantém intactas as aspirações em alcançar o segundo posto na classificação. O jogo inicia-se com algum equilíbrio. Mas passado o primeiro quarto de hora é a equipa visitante que consegue algum controlo da partida. Com isso também os primeiros lances de perigo, primeiro num remate cruzado com o guarda-redes Braçal a defender a “meias” com a trave da sua baliza, pouco depois o Lagares da Beira quase voltava a marcar, num lance em que resultaria em auto-golo da equipa do Pampilhosense, valeu a atenção de Braçal a fazer uma boa estirada. A partir da meia hora a equipa da casa consegue sacudir o maior ascendente dos visitantes, e começa a surgir com maior perigo na área contrária. O primeiro sinal surgiu de uma bola parada, com Rodrigo a cruzar tenso e Marco Alegre a surgir atraso para a emenda. Até que aos 40m, numa boa jogada de ataque da equipa serrana entre Carlos Alegre e Rabeca, com este último a entrar na área contrária e a cruzar atrasado para Paulo Marques marcar o primeiro. No minuto seguinte, numa jogada muito idêntica à do golo, Paulo Marques serve Filipe Brito mas o médio serrano atira à trave, e na recarga cabeceia para grande defesa do guardião forasteiro. O Pampilhosense desperdiçava uma boa ocasião para dilatar o marcador, mas não e fez, e os últimos minutos da primeira parte seriam jogados dentro da área serrana, com o Lagares da Beira a tentar igualar ainda antes do descanso. Tal não aconteceu e ao intervalo, o placar, dava vantagem ao Pampilhosense. Numa primeira parte muito “musculada” o golo que resultou da melhor jogada colectiva de todos os 45m, fazia a diferença. No reatamento esperava-se uma equipa do Lagares da Beira mais perigosa, mas foi a formação da casa que desde cedo começou a desperdiçar ocasiões para sentenciar a partida. Na primeira Paulo Equipa de Futsal (GDP – Juniores) seja em qualquer escalão etário, tanto no Balanço da época 2008/2009 futsal, futebol de onze ou de sete, o imporJorge Ramos O GD Pampilhosense terminou a sua participação no campeonato distrital de juniores de futsal. Um projecto de formação inédito, de à meia dúzia de anos a esta parte, que enriqueceu desportivamente dez jovens pampilhosense com idades entre os 15 e 18 anos. Para a maioria destes jovens foi a primeira experiencia no desporto federado, e foi para todos eles, a estreia na modalidade de futsal. Principalmente por estas razões, os objectivos prendiam-se essencialmente por permitir aos mais novos alguma experiencia que, só, a participação na competição possibilita. Os resultados ficariam para segundo plano, pois nestas idades, mais importante que os aspectos tácticos ou técnicos, estão os intelectuais ou morais. Em jeito de balanço final, deve-se referir que o saldo é extremamente positivo, embora como em tudo na vida, há sempre aspectos menos positivos. Desportivamente falando, e no capítulo dos resultados, a equipa classificou-se na quinta posição da geral, ficando a um lugar que daria acesso á Fase Final de Apuramento de Campeão. Perante equipas com largos anos de experiencia na modalidade, com atletas que praticam 16 Jorge Ramos futsal há quatro ou cinco anos e em alguns casos até mais, os nossos jovens portaramse muito bem. Deixaram uma boa imagem competitiva. A luta pela fase final decorreu até às últimas jornadas, e não fosse uma segunda volta menos positiva baseada, principalmente, em alguns castigos disciplinares, e o quarto lugar teria sido alcançado. Na Taça de Encerramento, que poderia servir como prémio de “consolação” as coisas não correu de feição, as muitas ausências de atletas, pelas mais diversas razões, não permitiu uma melhor participação nesta prova. Mas como já foi referido, em termos globais a experiencia é satisfatória e positiva. No futuro esperase que o Pampilhosense possa continuar ligado à formação, se possível com uma maior número de atletas praticantes, tante é manter os nossos jovens “viciados” no desporto. Para terminar apenas referir os elementos que fizeram parte da equipa de Juniores de Futsal 2008/2009, na foto da esquerda para a direita: Braçal (Seccionista), Samuel (Ala), Valter (GR), David (Ala/Pivô), João Neves (Seccionista), Dias (Massagista); Em baixo da esquerda para a direita: Gonçalo (Pivot), Deco (Universal), Zézito (Fixo/Ala), Joel (Ala/Pivô)) e Marcelo (Ala/ Pivô). Não estão na foto: João Pedro (GR) e Pedro Albuquerque (Pivô). Marques isolado atira ao lado, pouco depois tante, dentro da área do Pampilhosense, o mesmo jogador surge também isolado, consegue a rotação mas o remate sai fraco ainda em melhor posição, mas permite e acaba nas mãos do guarda-redes Braçal. a intervenção do guarda-redes contrário. Pouco depois o árbitro dá por terminado Também Marco Alegre esteve perto do o desafio e o Pampilhosense regressa as golo, mas quando poderia correr sozinho vitórias. A vitória da equipa do Pampilhosense é para a baliza, precipitou-se e rematou fraco. O Pampilhosense ameaçava o segundo justa e merecida. Não esteve tão bem na golo, e em contra-ataque aproveitava o primeira parte, mas na segunda metade fez adiantamento da equipa contrária para criar por justificar os três pontos. Mesmo com lances de muito perigo. Até que aos 60m, nove unidades durante largos minutos a Carlos Alegre cruza da direita para Marco formação de Pampilhosa da Serra soube Alegre, este na cara do golo remata de dominar e controlar a contenda. Um prémio pronto e faz o segundo para a sua equipa. justíssimo que mantém a equipa na luta Este tento veio dar maior tranquilidade ao pelo segundo posto da classificação. A equipa de arbitragem não realizou um conjunto da casa, tranquilidade que se alterou em apenas um minuto, entre os 70m trabalho positivo. Foram vários os erros do e 71m, com as expulsões de João Luís (por árbitro da partida e foi mais um desafio, acumulação de amarelos) e Samuel (verme dirigido por esta equipa de arbitragem, lho directo). Faltavam ainda jogar cerca de em que, o Pampilhosense se vê forçado 20m, e o Pampilhosense via-se reduzido a terminar a partida com menos unidades a nove elementos. No entanto a equipa que o adversário. Relembramos que a últiserrana manteve sempre os seus índices de ma expulsão de um jogador pampilhosense concentração elevados, e mesmo com nove ocorreu em Setembro, na primeira jornada elementos fechou bem os caminhos para a do campeonato. sua baliza, não permitindo grandes espaços Resultados: para os avançados contrários visarem a S. Pedro Alva 2-2 Góis sua baliza. O mais perto que, o Lagares da COJA 0-1 Académica SF Beira esteve do golo foi já em período de Pampilhosense 2-0 Lagares da Beira compensação, quando o avançado visiClassificação: CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA Actualidade O Itinerâncias Projecto Trilhos, promovido pelo Município de Pampilhosa da Serra, voltou a realizar as suas já habituais Itinerâncias durante as férias lectivas durante os dias 6 e 7 de Abril. Como o tema principal foi a Páscoa, as crianças das várias freguesias tiveram oportunidade de construir uma galinha da Páscoa usando muitos materiais lúdicos que lhes permitiram desenvolver algumas competências. Ao contrário das Itinerâncias anteriores, esta acção foi partilhada pelos idosos do centro de dia/lar da freguesia de Fajão e pelos centros de dia da Amoreira e Malhada do Rei. Assim, as crianças tiveram oportunidade de ensinar os mais velhos a realizar trabalhos lúdicos, CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA como por exemplo, uma galinha da Páscoa. Para além disso, os idosos e as habituais crianças participantes nestas Itinerâncias, tiveram oportunidade de visualizar em tempo real fotografias sobre os trabalhos realizados, o que promoveu, de certa forma uma estimulação da auto-estima de todos os participantes. Na Amoreira, e seguindo um pouco a linha do Trilhos portas abertas, as crianças puderam dar uma formação aos idosos sobre novas tecnologias de informação e comunicação e ofereceram uma galinha da Páscoa construída por eles. Nesta actividade para além de estar presente a equipa técnica do Trilhos, esteve também a vereadora Alexandra Tomé que participou activamente em todas as actividades propostas. Esta acção foi considerada como positiva e com a promessa de se repetir mais vezes. ONDE ESTÃO AS ABELHAS? “Quando as abelhas desaparecerem, ao Homem restarão só quatro anos de vida. Acabam-se as abelhas, acaba a polinização, acabam as plantas, acabam os animais, acaba o homem.” Este era o tema e o começo de um trabalho publicado na revista Única/ Expresso, de 28 de Abril de 2007. À data da publicação, li o artigo (com o interesse próprio de quem pratica a apicultura como hobby), mas sem no entanto lhe dar a importância que o trabalho poderia merecer, em virtude de me parecer, na altura, enfermar de algum exagero. Conhecedor empírico de algumas enfermidades que afectam os insectos, nunca me tinha apercebido que o fenómeno assumisse uma dimensão tão preocupante. Ocasionalmente as colmeias sofriam pequenas baixas, sem no entanto atingirem a relevância que o referido artigo fazia supor. Baixas normalmente atribuídas à insectos himenópteros, caberá aos entendidos na matéria estudarem a melhor alternativa. O vento, os pássaros e os outros insectos, poderão não ser suficientes para a passagem do pólen entre a maioria das plantas. Neste ano de 2009, chegaram-me ecos de vários apicultores serranos que lamentam o súbito desaparecimento das abelhas, em alguns casos superior a 50% das colónias. Há situações em que os cortiços tradicionais que alguns produtores ainda utilizam como apoio à exploração, foram os mais visados pelas deserções, chegando mesmo aos 80% das unidades. As abelhas partem deixando os cortiços/ colmeias, com favos repletos de mel, o que não deixa de ser ainda mais surpreendente. Na nossa terra, embora não estando em doença parasitária conhecida pela Varrose, tanto na inadequação como na resistência ao tratamento. A respeito de doenças, contrariamente ao que seria de supor, o Ministério da Agricultura apenas subsidia o tratamento às explorações com mais de vinte e cinco colmeias, deixando as restantes sem qualquer apoio. Em meu entender, esta dualidade de critérios suscita algumas dúvidasquantoàsverdadeiraspreocupações na luta pela erradicação da doença, dando a ideia que as pequenas explorações não estão expostas às enfermidades. Não podemos esquecer que o remédio, com Iva a 20%, ultrapassa os cinco euros por colmeia e a produção em alguns casos é muito baixa. Contabilizando os custos com as que não escapam aos surtos de doenças e deserções, os ganhos não deverão ir muito além do tratamento, o que poderá de certo modo criar alguma desmotivação na luta contra a parasitária Varrose. causa elevados investimentos é uma mais valia que se vai perdendo, atendendo à boa qualidade do mel produzido na região e à desmotivação que o estranho facto vai provocando nos poucos resistentes que ainda vão teimando pela prática da apicultura. Trata-se de uma região integrada numa zona controlada, onde o mel é produzido a partir de uma flora diversificada, predominada pela queiró, razão suficiente para se obter uma das melhores qualidades que se produzem em Portugal. Só quem algum dia provou mel directamente do favo, colhido de um cortiço da região, pode dar uma opinião avalizada em relação ao sabor distinto e genuíno, que não se encontra em muitos outros comercializados no país. O verdadeiro motivo para esta calamidade só os cientistas o saberão, mas pode muito bem passar pela desorientação das obreiras, pelo simples facto de não se encontrar mortandade na proximidade das colmeias, conduzindo ao rápido colapso do resto Dois anos depois da publicação do referido artigo sou forçado a concluir que de facto algo de anormal se passa no reino das abelhas e que o tema não só era oportuno como ainda nos transporta a um assunto surpreendente e até agora inexplicável. Apesar da produção melífera ser uma actividade com baixa rentabilidade económica, há um motivo mais importante para que este fenómeno seja estudado com a urgência que a situação parece merecer. Sem dúvida que está em causa a polinização e na falta dos pequenos da comunidade. Para essa desorientação podem contribuir múltiplos factores como: as radiações electromagnéticas, as mondas químicas que hoje um pouco por todo o lado vão substituindo o amanho das terras, os locais de instalação dos apiários ou até um qualquer tipo de doença. Mas de uma coisa temos a certeza: é que algo está errado no nosso ecossistema e a natureza lança os sinais de alarme. Compete ao Homem saber interpretá-los para rapidamente os poder corrigir, para o bem da humanidade. Aristides Batista Victor 17 Cultura “MEMÓRIAS E RAÍZES” DOS HENRIQUES DA SILVA LANÇADO EM FAMÍLIA António Amaro Rosa O mais recente título pampi lhosense composto por 800 páginas, "Memórias e Raízes da Família Henriques da Silva", conheceu no dia 21 de Março o seu primeiro lançamento, num evento reservado à família e seus ramos. A herdade do Porto Velho, na freguesia de Couço, foi o palco escolhido para a apresentação da obra de Paulo Coutinho Rebelo, tendo estado presentes a mãe do autor e precursora do livro, Maria Irmã, as suas duas irmãs e cerca de 40 primos. Paulo Coutinho Rebelo começou por ler a dedicatória constante do novo livro histórico-genealógico e renovou os agradecimentos ali expressos. Seguidamente alguns familiares quiseram ouvir algumas histórias narradas no livro, assim como saber qual a figura que, no juízo do autor, merecia destaque pelos seus valores e actos, tendo o mesmo respondido apontando o nome do tenente coronel Manuel Henriques de Carvalho. Na mesma ocasião falou-se ainda no copo de N Nuno Marques Figueira CONTOS, LENDAS & MITOS DOS PADRÕES (PARTE IX): C baptismo da capela da quinta de Vale Côvo e a sua origem. No segui mento desta apresentação familiar foram vendidas cerca de 60% das obras existentes. Em jeito de balanço, na opinião do autor “a receptividade da obra foi extraordinária e carregada de muito interesse por todos os familiares “As bruxas da Relva do Lapão” onta-se que certa vez, na altura da apanha da azeitona, no início da década de 40 do século XX, já o ‘Ti Figueira’ e o ‘Ti Major’ tinham apanhado a sua azeitona toda e resolveram ir à adega que havia no Vale da Maceira, juntamente com mais uns 20 jornaleiros que tinham trabalhado na apanha, beber um tinto, enquanto a ‘Ti Arminda da Figueira’ ficava em casa a fazer filhós. Já para o fim da noite, quando estavam todos a voltar para a Na altura, a opinião foi unânime: eram as bruxas da Relva do Lapão (local que ficava na outra margem do rio e onde as bruxas costumavam reunir-se) que andavam por ali. Tempos depois, também à noite, vinha o ‘Ti Figueira’ sozinho a voltar para casa quando no momento em que ia a passar no Covão dos Folgares começa a ver uma luz no meio do mato. Primeiro hesita e pensa: «serão as bruxas?!» É então que se enche de coragem e resolve enfrentar as aldeia, começaram a ver uma luz em volta dum arbusto. Pararam todos e então os cães avançaram na direcção da luz e os homens começaram a fazer barulho, pelo que a luz se deslocou para o outro lado do rio Zêzere, na direcção dos Quelhos, no Vilar dos Condes Fundeiro. bruxas, mas quando lá chega a luz não passava duma lanterna que ali estava pendurada no meio do milho para assustar os texugos! nome dos apresentadores da obra e sequência das declarações”. Assim, “é com infinita felicidade que relato estes factos, pois uma das directrizes desta obra já foi atingida, sendo esta o aumento do saber histórico da região e de suas personagens ímpares”, conclui Paulo Coutinho Rebelo. EXPOSIÇÃO DE “JOSÉ MALHOA, COM A ARTE NA ALMA” o passado dia 25 de Abril, pelas 16 horas, na Sala de Exposições Temporárias do Museu Municipal de Pampilhosa da Serra, foi inaugurada a Exposição “José Malhoa, com a Arte na Alma”. Segundo os artistas, “esta exposição dá a conhecer o pintor José Malhoa (1855 1933), dando especial relevo ao modo como viveu e sentiu a nossa região, no Norte do Distrito de Leiria, ao mesmo tempo que se assinalam 75 anos da sua morte.” Do seu percurso de artista e das suas obras mais representativas, a exposição traça um roteiro para ver e para reflectir com os olhos da alma. Malhoa vivia em Figueiró dos Vinhos, entre Maio e Outubro, na sua casa, a que chamava "O Casulo". Inspirou-o a luz desta região montanhosa e ensolarada, na autenticidade O MIRADOURO DO POETA AO SOM DE BACH Ao som da música celestial de Bach tolda-me o sonho como se fosse de éter e o dia é mais dia, em eterno dia; e sinto na fronte o sopro de um Deus como se, em silêncio, me lançasse a benção. Ao som da música celestial de Bach solta-se a aurora e os ventos divagam sem muros de pedra, sem minas no chão, longe das sombras de mundos suspeitos. E eu julgo ter alma quando aperto a mão. Carvalho da Serra 18 LITERATURA POPULAR DA BEIRA SERRA de um povo rural, na paleta de cores da paisagem que brilha em modo maior, quando o Sol a reflecte. A sua pintura é arte e documento social de uma época marcante do Portugal interior. É pintura e é leitura. Mas Malhoa não fez só os seus retratos. Também conviveu com o povo, com a burguesia e com os senhores feudais. A exposição ficará patente ao público até dia 23 de Maio de 2009. Jovem poesia Partir para ficar No vazio Sem sentido, sem um rio. Coração esfomeado Ninguém à mesa para servir o amor. Eu quero partir daqui Rumo a ti Para ficar Partir para ficar Em ti. Quero libertar-me de mim Saciar-me no teu mar Sentir a tua fome Acabar com a minha. Acaba com o vazio agora Parte-me! Que eu quero partir Para ficar Partir para ficar Em ti. Agora somos gota Reis do oceano Ficámos… Pedro Alvez http://pedromiguelalvez.wordpress.com É TAREFA A EVITAR Na esfera do poder A mulher dona do lar Tem regras a defender Nos modos de governar. Restrigido ao meu lugar Tanto quanto me é devido Sem pretender contestar Destino do que é partido. Não faria mais sentido Guardar os cacos dos pratos De poucos é conhecido O modo de meter gatos. Malgrado os aparatos Destinos estão traçados Nem sempre os melhores tratos P’ro monte ou reciclados. Os partidos são bocados Por regra maus de juntar E se todos escaqueirados Recompor esmigalhados É tarefa a evitar PENSAMENTO ... de Praçais!!! ... e quantos ainda recordam? ... mas foi assim ... é!!! (permitam-me que deste modo, recorde aquela família, que para lá do seu concelho, percorria uma vasta zona, pondo pingos, reparando chapéus de chuva, remendando tachos e panelas, como metendo gatos nas loiças partidas.) ERRO Baseado numa história que nos foi contada por Artur Dias Barata Figueira e José Marques Tavares, dos Padrões. AINDA É CEDO Brincam gaivotas, gritos na tarde Do porto, no mar imenso dos teus olhos. Ainda é cedo amor, ainda é cedo; Há barcas ao longe, buscando abrigo. Chilreiam aves, anunciando a chegada Do amanhecer, no jardim dos teus olhos. Ainda é cedo amor, ainda é cedo; Há flores que dormem à tua espera. Cintilam pirilampos, riscos na noite Do aconchego, no abraço dos teus olhos. Ainda é cedo amor, ainda é cedo; Há sonhos de prazer por acontecer. Bailam promessas nos teus olhos E eu, quero sentir apenas Na amplitude de todos os céus, Como duas estrelitas pequenas, Serem eles prisioneiros dos meus. In "Um amor azul" Quim d ' Abreu CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA Actualidade ESPAÇO INTERNET DE PAMPILHOSA DA SERRA D ecorreu no passado dia 2 de Abril (Quinta Feira), no Espaço Internet de Pampilhosa da Serra, uma actividade temática “Oficina das Cores: Páscoa Digital”, dirigida a crianças e jovens com idades compreendidas entre os 3 e os 12 anos. participantes, bem como interligar a Páscoa com o uso das novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Esta actividade foi bem aceite pelas crianças/jovens que puderam construir um computador que coloriram ao seu gosto e imaginação. No final da A actividade teve como objectivos promover o convívio lúdico entre pares, desenvolver a criatividade dos actividade, os participantes tiveram direito a um brinde e um diploma de participação. CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA O TRILHOS COM SENTIDO Projecto Trilhos Com_ Sentido, promovido pelo Município de Pampilhosa da Serra, participou no passado dia 30 de Março num intercâmbio júnior promovido pelo projecto “Novos Rumos II”, de Santiago de Guarda – Ansião, projecto este também financiado e avaliado pelo Programa Escolhas. As crianças/jovens realizaram actividades atractivas para as suas idades como, um peddypaper pela floresta e que consistia, para além das pistas que tinham de recolher, na recolha de lixo existente e durante a tarde realizou-se uma visita ao castelo desta localidade. Esta actividade teve como objectivo promover o convívio inter-pares, a promoção de hábitos de vida saudáveis, o contacto com a Natureza, bem como a divulgação do património cultural da localidade. Foi sem dúvida uma vida diferente e cheia de diversão para estas 27 crianças que participaram. 19 Actualidade CONSELHEIRO SALVADOR DA COSTA E PROCURADORA CÂNDIDA ALMEIDA MARCAM EVOLUÇÃO DO 2.º ENCONTRO DE JURISTAS António Amaro Rosa O juiz conselheiro Salvador da Costa e a procuradora Cândida Almeida são dois dos reputados oradores que vão apresentar comunicações no âmbito do ”2.º Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra”, a ter lugar em Setembro. Os dois nomes representam uma nova faceta relativamente à 1.ª edição. Com efeito, enquanto que em 2008 a entidade organizadora deu prevalência à apresentação de comunicações por parte de juristas pam pilhosenses e de algumas comunicações locais, em 2009 a Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, procurando corres ponder a algumas sugestões dirigidas pelos participantes, decidiu abrir o âmbito de inter venção. Desta forma, Salvador da Costa, virá à vila pampilhosense na qualidade de “orador regional”, uma vez que aquele juiz conselheiro no Supremo Tribunal de Justiça é natural de Meda de Mouros, situada no concelho de Tábua. Já Cândida Almeida, a mediática procuradora ligada à investigação do caso “Freeport”, deslocar-se-á à “Capital do Sossego” na qualidade de “oradora nacional”. Em face deste alargamento dos oradores convidados, a organização do encontro pam pilhosense de juristas decidiu igualmente abrir o âmbito das inscrições, que assim deixa de se resumir aos juristas naturais e descendentes da Beira Serra e do Pinhal Interior, passando agora a admitir a entrada de interessados vindos de todos os pontos do país. Entretanto, a comissão organizadora do “2.º Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra” tem vindo a prosseguir as suas diligências no sentido de levar a bom termo este ambicioso projecto da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra. Para tanto, tem encetado diversos contactos com a autarquia pampilhosense e algumas forças vivas do concelho serrano, de forma a apresentar um vasto programa que não se resumirá ao conhecimento e debate jurídicos. Assim, a promoção da cultura e do turismo pampilhosenses é um grande objectivo que decorrerá em paralelo ao longo dos dois dias do encontro, sendo especialmente destinado aos inscritos no evento e aos seus acompanhantes. Por outro lado, tudo aponta para que a edição de 2009 marque o nascimento e o arranque de uma nova associação pampilhosense, mas desta feita uma colectividade com uma matriz jurídica. Com efeito, foi mandatada uma comissão instaladora de uma associação de juristas pampilhosenses, tendo em vista a prossecução de diversos objectivos relacionados com o Direito, a Justiça e a Segurança, com especial realce para o território de Pampilhosa da Serra. No entanto, a 2.ª edição do encontro de juristas não pretende ser um evento fechado em si mesmo e à comunidade pampilhosense. Para tanto está a ser organizada uma exposição aberta aos munícipes e visitantes do concelho, destinada a elevar o conhecimento sobre dez grandes figuras do Direito e da Justiça naturais do concelho de Pampilhosa da Serra e entretanto falecidas. Com vista a esse objectivo, a associação Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra formulou os respectivos convites a dez reputadas pessoas singulares e colectivas para a realização da exposição intitulada “10 Juristas Pampilhosenses: Cronobiografias e Objectos”, a ter lugar no Museu Municipal, sedeado no centro histórico da vila. À semelhança da edição passada, na qual demos a conhecer um dos sete oradores do “2.º Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra”, também aqui avançamos a identidade de outro convidado. Pedro Pereira Alves, reputado advogado de Arganil e de Pampilhosa da Serra, foi outro dos convidados pela comissão organizadora, cabendo-lhe a responsabilidade de apresentar a única “comunicação comarcã” do 2.º encontro, isto é, a comunicação que versará sobre a específica realidade da comarca judicial de Pampilhosa da Serra e que tem por título ”Ser Advogado em Terras de Pampilhosa da Serra” (VER CAIXA). Para a concretização do “2.º Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra”, a Direcção da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra (acessível em www.casadapampilhosa. org), liderada por Anselmo Lopes, nomeou a respectiva comissão organizadora, a qual é integrada por António Amaro Rosa ([email protected]), César Oliveira ([email protected]), Fernando Carvalho ([email protected]) e João Ramos ([email protected]), aos quais deverão ser dirigidos todos os pedidos de informação e de inscrição. 2.º ORADOR DO “2.º ENCONTRO DE JURISTAS DE PAMPILHOSA DA SERRA” “Ser Advogado em Terras de Pampilhosa da Serra”, por Pedro Pereira Alves Nasceu na freguesia de São Jorge da Beira concelho da Covilhã, paredesmeias com o concelho de Pampilhosa da Serra, a 25 de Julho de 1950, donde eram naturais parte dos seus ascendentes. Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Coimbra em 1974, como aluno voluntário, porquanto trabalhou e estudou simultaneamente. Foi professor da Escola Secundária de Arganil, onde em 1975 e 1976 chegou a ser presidente do Conselho Directivo. Em 22 de Janeiro de 1977 inscreveuse na Ordem dos Advogados, passando a exercer a advocacia em toda a Beira Serra, incluindo Pampilhosa da Serra, onde sempre manteve escritório. Foi Consultor Jurídico das Câmaras Municipais de Arganil, de Góis e de Pampilhosa da Serra, funções que ainda exerce nestas últimas duas. Na estrutura da Ordem dos Advogados, exerce as funções de delegado da Ordem dos Advogados na Comarca de Arganil, há mais de duas décadas, tendo sido membro do Conselho de Deontologia de Coimbra. Actualmente, participa, na formação de jovens advogados, na Área da Deontologia Profissional, sendo também membro dos Júri de Exames de Candidatos à Advocacia. Fora da sua actividade profissional tem tido uma acção importante na promoção e desenvolvimento da Beira Serra, participando em associações de desenvolvimento, associações empresariais, congressos, colóquios, reuniões múltiplas, entre outras e publicando diversos artigos na imprensa local e um pequeno livro com o título “Beira Serra que Futuro”? Em Setembro de 2009, Pedro Pereira Alves proferirá a comunicação “Ser Advogado em Terras de Pampilhosa da Serra”. Nas próprias palavras do jurista “Ser-se advogado é estar no epicentro da vida, passar por tudo, lidar com as mais inesperadas e apaixonantes situações e apropriar-se delas como suas. Advogado verdadeiro, é aquele que se concentra nesta arte de viver envolvido, apaixonado e cúmplice com aqueles, que nele confiam, mas também com aqueles que dele desconfiam, de forma a sorrir, ao invés, de chorar”. EXPOSIÇÃO “10 JURISTAS PAMPILHOSENSES: CRONOBIOGRAFIAS E OBJECTOS” No decurso do “2.º Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra” será inaugurada uma exposição cultural dedicada a dez juristas pampilhosenses de renome já falecidos. Para tanto, a comissão organizadora endereçou dez convites a outras tantas entidades singulares e colectivas para colaborarem com a Comissão Organizadora do encontro no intuito de se mostrar, a toda a comunidade de Pampilhosa da Serra e a todos os visitantes do concelho, algumas figuras pampilhosenses de renome. Visou-se criar, tanto quanto nos foi possível, uma exposição representativa do “Alto Concelho” e do “Baixo Concelho” de Pampilhosa da Serra, de leitura fácil e apelativa, que conterá dados biográficos e objectos pessoais e/ou alusivos a dez figuras jurídicas de todas as épocas históricas e que marcaram o panorama jurídico aos níveis regional e nacional. Assim, na exposição “10 Juristas Pampilhosenses: Cronobiografias e Objectos”, serão focados as seguintes personalidades (por ordem alfabética): 1. Artur Dias da Silva Nogueira (freguesia de Dornelas do Zêzere); 2. Bento Dias de Carvalho (freguesia de Dornelas do Zêzere); 3. Cipriano Nunes Barata (freguesia de Pampilhosa da Serra); 4. Francisco Augusto das Neves e Castro (freguesia de Pampilhosa da Serra); 5. José Acúrsio das Neves (freguesia de Fajão); 6. José Fernando Nunes Barata (freguesia de Pampilhosa da Serra); 7. José Maria Cardoso (freguesia de Fajão); 8. José Maria Henriques da Silva (freguesia de Pampilhosa da Serra); 9. Manuel Baptista (freguesia de Pampilhosa da Serra); e 10. Manuel Barata de Lima da Fonseca Arnaut (freguesia de Portela do Fojo). Ao longo das próximas edições do jornal “SERRAS DA PAMPILHOSA” daremos a conhecer, em cada número, uma breve biografia de 2 destes 10 nomes, a par do perfil dos respectivos cronobiógrafos entretanto convidados pela Comissão Organizadora do “2.º Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra”. Assim, e seguindo a ordem atrás enunciada, damos a conhecer nesta edição as figuras de: Artur Dias da Silva Nogueira, a abordar por Joaquim Eurico Nogueira; e de Bento Dias de Carvalho, a abordar por José Artur Anes Duarte Nogueira. Artur Dias da Silva Nogueira (1918-2006) Nasceu a 3 de Novembro de 1918 em Dornelas do Zêzere e faleceu a 16 de Maio de 2006, com 87 anos de idade, na sua residência em Murtal (Parede), tendo sido sepultado no jazigo da família Dias-Nogueira, na sua terra natal. Concluiu no ano de 1937 o curso de Magistério Primário em Lisboa. Posteriormente, matriculou-se na Universidade de Coimbra, onde concluiu o curso de Direito, com média final de 16 valores, em 1944. Após o cumprimento do serviço militar, foi nomeado adido de legação, ficando colocado no Ministério dos Negócios Estrangeiros, na Repartição dos Negócios Políticos, desde Dezembro de 1945 a Junho de 1947. Nessa data requereu admissão no Ministério da Justiça tendo exercido o cargo de delegado do Procurador da República em Vila Real de Santo António (Julho de 1947 a Janeiro de 1950) e Lamego (até meados de 1951). Em seguida, optou voltar para o Ministério dos Negócios Estrangeiros seguindo a carreira diplomática. Ao completar 65 anos de idade em 1983, Artur Dias da Silva Nogueira passou à disponibilidade, tendo fixado residência em Murtal. Não obstante, manteve sempre grande ligação afectiva à aldeia de Dornelas do Zêzere, onde mantinha uma casa construída no século XVIII pela família paterna. Perfil do cronobiógrafo: Joaquim Eurico Nogueira nasceu a 11 de Junho de 1965 em Joanesburgo, na África do Sul, e é filho de Artur Dias da Silva Nogueira e Maria Lídia Anes Roque Duarte. Actualmente reside em Parede, distrito de Lisboa. Ainda muito jovem mostrou interesse pela matemática, o que o levou a inscrever-se no curso de matemática pura da Faculdade de Ciências de Lisboa, em 1983. Concluiu o curso em 1989, o mestrado em 1993 e o doutoramento em 2002 tendo-se especializado em Álgebra e Teoria dos Números. Desde Setembro de 1989 é docente-investigador na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Publicou os seguintes livros de matemática: “Curiosidades numéricas” (Sociedade Portuguesa de Matemática; 2001); “Contar e fazer contas” (Gradiva, 2004, em colaboração com outros autores) e “A magia das sucessões” (Sociedade Portuguesa de Matemática; 2008). Para além do gosto pela matemática também, desde cedo, evidenciou interesse (para o qual foi motivado pelo tio, D. Eurico Nogueira, e pelo irmão José Artur) por questões de ordem histórico-regionalista, o que o levou à publicação de vários livros e artigos versando esta temática. Publicou os seguintes livros de cariz histórico-regionalista: “Tempo que passa” (edição de autor; 2005); “Dornelas do Zêzere, Subsídios para uma monografia” (edição de autor; 2001). Publicou diversos artigos de matemática (sobre recorrências lineares) em revistas especializadas internacionais assim como artigos de cariz histórico-regionalista no jornal “SERRAS DA PAMPILHOSA”. Apresentou no “Encontro Cultural de Pampilhosa da Serra”, realizado em Novembro de 2008, a comunicação “Padre José Nogueira de Almeida (1878-1945): um sacerdote pampilhosense nos tempos da 1.ª República”. Bento Dias de Carvalho (1749-18??) Nascido em 2 de Julho de 1749 no Carregal foi o segundo filho varão de Manuel Dias de Carvalho, natural do Carregal e de Helena Maria Fernandes, natural de Silvares, uma família de proprietários agricultores localmente bem posicionada em termos sociais e económicos, ligada ao Carregal. Matriculou-se na Faculdade de Cânones em 1 de Outubro de 1765, com dezasseis anos. Até 1770 renovou sucessivamente a matrícula e a 10 de Maio de 1771 foi aprovado no exame de bacharelato. Em 6 de Junho do mesmo ano fez exame de licenciatura. Em 1770 Bento Dias de Carvalho, na altura no quinto ano canónico, defende publicamente conclusões (uma dissertação de pós-graduação, nos nossos dias) devendo ter acabado o curso nesse ano ou no seguinte. Regressou em seguida à origem. Em data desconhecida, é nomeado cónego da Sé da Guarda a cujo cabido se manteria ligado até ao falecimento ocorrido nos inícios do século XIX, talvez na segunda década. Perfil do cronobiógrafo: José Artur Anes Duarte Nogueira nasceu em Durban (África do Sul) a 12 de Abril de 1954, sendo filho de Artur Dias da Silva Nogueira e de Maria Lídia Anes Roque Duarte. Tem as raízes em Dornelas do Zêzere (freguesia do concelho de Pampilhosa da Serra). É advogado e professor catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa e da Universidade Lusíada, em Lisboa. Possui uma considerável obra publicada, versando essencialmente sobre a História do Direito Português, donde se destacam: “Sociedade e direito em Portugal na Idade Média: dos primórdios ao século da universidade” (Lisboa; Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, 1994), “Objecto e método na história do direito: algumas considerações” (Coimbra Editora, 2003), ”Municipalismo e direito: considerações histórico-jurídicas sobre o direito local” (in “Estudos em homenagem a Cunha Rodrigues”; Coimbra Editora, 2001), “O direito processual civil português: linhas gerais” (in:” Estudos em homenagem ao Professor Doutor Pedro Soares Martínez”; Almedina, 2000), “A estrutura administrativa dos municípios medievais: alguns aspectos” (Sep. da “Revista da Faculdade de Direito”, n.º 25), “O ordenamento primitivo em Roma: o Jus e Fas” (Livraria Cruz, 1979), “Algumas reflexões sobre o direito subsidiário nas Ordenações Afonsinas” (Coimbra; 1980), “Riba-Coa e a sua ligação histórica ao Reino de Portugal” (Livraria Cruz, 1982), “Direito romano: relatório sobre o programa, o conteúdo e os métodos de ensino” (Coimbra Editora, 2000) É ainda director da revista jurídica “Lusíada. Direito”, editada pela Cooperativa de Ensino Universidade Lusíada. Publicou em 2004, em parceria com o seu tio, D. Eurico Dias Nogueira, bispo emérito de Braga, o livro “Dornelas do Zêzere: contos, poesias, orações, rezas e lengalengas”. Inaugurou o “1.º Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra”, a 13 de Setembro de 2008, mediante a apresentação da comunicação “Juristas setecentistas e oitocentistas com ligação à freguesia de Dornelas”.