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Delegação:
Travessa de S. Pedro, nº 4
3320-236 Pampilhosa da Serra
A voz do regionalismo
Director:
César Oliveira
— fundado em 1999 —
A N O X • N . º 1 1 9 • P R E Ç O :  1 , 1 5 P U B L I C A Ç Ã O M E N S A L A S S I N AT U R A A N U A L :  1 2 , 5 0 M A I O 2 0 0 9
EDITORIAL
O
nosso “SERRAS” completa
neste mês de Maio de 2009
dez anos de vida, sendo este
nº 119, o ponto de viragem para
uma nova direcção. Por voltas
inconfessáveis da vida, coube-me
assumir a coordenação do mesmo, e
consequentemente a tarefa vir junto
dos nossos leitores, assinantes, e
colaboradores, trazer uma palavra de
esperança para o futuro e firmando
desde já o compromisso, de que tudo
farei para continuar o seu caminho
com um rumo bem definido.
Todos sabemos que os jornais
regionais deixam em todos nós uma
marca, que nem mesmo o tempo
consegue apagar da nossa memória.
Recordo-me aqui de outras publi­
cações, por exemplo quem não se
lembra do CORREIO DA SERRA, que
nunca conseguiu chegar tão longe
quanto o nosso SERRAS. No entanto,
guardo com saudade aquele jornal
e ainda hoje sinto o entusiasmo da
primeira hora, quer por aquele quer
pelo nosso SERRAS.
Meus Amigos, dir-vos-ei em
jeito de apresentação, que sou um
Pampilhosense, que tal como tantos
outros, bem cedo saiu da aldeia, a
Póvoa da Raposeira, onde com
intervalos maiores, ou menores, ali
volta sempre. Hoje, felizmente, porque
a vida é em tudo diferente da dos meus
tempos de menino e moço, posso
mais facilmente matar a saudade e
a nostalgia do “cantinho” onde nasci,
regressando com mais frequência às
minhas raízes mais profundas.
Foi a pedido insistente do Presidente
da Casa do Concelho de Pampilhosa
da Serra, que decidi tomar a meu
cargo esta missão. Não sou, tal como
os meus antecessores, profissional
de informação, mas tudo farei pa­­­ra
que sintam desse lado, uma direc­
ção correcta e isenta, oportuna e
objectiva.
Habituado que estou a grandes
de­­sa­­fios, aceito agora mais este, com
alguma tranquilidade e sem qualquer
alarmismo, esperando desde já não vir
a defraudar as vossas expectativas.
Acreditem, que tudo faremos para
agradar aos nossos assinantes e
leitores, “juizes” do nosso trabalho
e tentaremos sempre disponibilizar
informação com rigor e isenção,
mesmo que para tal tenhamos que
enfrentar naturais incómodos.
Temos noção exacta, que a tarefa
não será fácil; primeiro, porque
o César Oliveira na qualidade de
director e António Rosa como editor,
conseguiram elevar a fasquia a um
nível tal, que hoje nos orgulha a todos.
Em segundo lugar, porque a crise
internacional a que o nosso país não
escapou nos trará maiores dificuldades
ainda. Neste campo, estamos desde
já abertos a ideias, pois temos
consciência que iremos necessitar de
muita “arquitectura”, para enfrentar os
a cont.
na 14
pág. 4
a pág.
Inaugurações e preocupação social
marcam feriado municipal
a pág. 10 e 11
DIÁSPORA PAMPILHOSENSE Luís Filipe Brites Lameiras
Leonel Antão Henriques Juiz de Direito e Docente do
Empresário de diversões
“Padrões é a ‘capital’,
no nosso concelho,
dos carrosséis que
percorrem o país
divertindo milhares de
pessoas todos os anos”
a pág. 7
A PEDRA-D’ARMAS DA CASA GRANDE,
NO CARREGAL DO ZÊZERE
Algumas
achegas
heráldicogenealógicas
a pág. 3
Centro de Estudos Judiciários
“Encaro a extinção da comarca da Pampilhosa com
muita tristeza. Fico perplexo quando ouço propalar aos
poderes públicos nacionais a necessidade do combate
à interioridade e à desertificação mas, em matéria
de actos concretos, vejo estas supressões e extinções,
retirando ao cidadão comum o ‘tribunal da sua terra’,
obrigando-o a deslocações, tantas vezes insuportáveis,
se quiser ver reconhecido o direito que lhe assiste”
a página 4 e 5
Breves
REVISTA JURÍDICA ENTREVISTA PRESIDENTE
DA ASSEMBLEIA DA CASA CONCELHIA António Amaro Rosa
O
actual presidente da mesa da
Assembleia-Geral da Casa do
Concelho de Pampilhosa e
Procurador da República de profissão,
João Ra­­mos, foi recentemente
objecto de uma entrevista entretanto
publicada na edição de Março da revista
jurídica “Vida Judiciária (n.º 132), uma
publicação men­­sal editada pelo Grupo
Vida Económica.
Ao longo de sete páginas o procurador
João Ramos, a prestar funções no
Departamento Central de Investigação
e Acção Penal (DCIAP), exprime a
sua opinião pessoal relativamente
à actualidade jurídica portuguesa,
recorrendo à sua considerável
experiência judicial que já soma 23
anos.
Assim, os paraísos fiscais (offshores),
a diversidade legislativa de cada Estado
em matéria criminal e processual, a falta
de meios humanos na Polícia Judiciária,
o mediatismo da justiça e a pressão
dos media, o segredo de justiça, a
qualidade da legislação portuguesa,
a revisão do Estatuto do Ministério
Público, o excesso de licenciados em
Direito, a qualidade de ensino no Centro
de Estudos Judiciários, o balanço da
revisão do Código de Processo Penal
e a problemática do Mapa Judiciário
foram alguns dos assuntos abordados
Ficha Técnica
Propriedade
Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra
Fundada em 1 de Junho de 1941
(D.R. 3.ª Série, n.º 149, de 1995-06-30)
Instituição de Utilidade Pública
(D.R. 2.ª Série, n.º 126, de 1985-06-01)
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Jornal “Serras da Pampilhosa”
Fundado em Junho de 1999
Inscrito no Instituto da Comunicação Social
sob o n.º 123.552
NIF: 501 437 193
Depósito Legal: 228892/05
Redacção: Rua das Escolas Gerais, n.º 82,
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Delegação: Travessa de São Pedro, n.º 4,
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Director
Armindo Antunes
Redactor
César Oliveira
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Direcção da Casa do Concelho
de Pampilhosa da Serra
Concepção e Grafismo
Beta Vicente e Sérgio Vicente
Fotolito e Impressão
Vigaprintes – Artes Gráficas, Lda.
Núcleo Emp. Quinta da Portela, n.º 38
Guerreiros – 2670-379 Loures
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(ver CAIXA).
Apesar de opinar
so­­­bretudo sobre a
actualidade
jurídica
portuguesa, o Procurador
da República João
Ramos não deixou de
focar as discrepâncias
entre o Interior e o Litoral,
recorrendo às suas raízes
e experiência pessoal.
“Os legisladores sonham
tanto que esquecem que a
maioria da população não
está ao nível daquela elite.
Eu, que tenho origens no
Interior, desde pequenino
vejo essa enorme injustiça
que substituiu aquilo
que tradicionalmente
nas sociedades menos
democráticas se dizia
‘diz-me quem são os
teus pais e dir-te-ei quem
és’ por ‘diz-me onde
nasceste e dir-te-ei quem és e o que tu
podes ser’. E isso irrita-me, pois é uma
condenação à nascença. Por exemplo,
no meu concelho, Pampilhosa da Serra,
os jovens do 5.º ano só podem escolher
uma área, pois não existe alternativa.
Portanto, as pessoas não podem ser
outra coisa; se quiserem outra coisa
têm de sair dali, mas sair dali representa
para os pais um sacrifício enorme, o que
limita as pessoas.”
Apesar de ser mais conhecido pelo seu
vasto currículo associativo e regionalista,
João Ramos exerce desde há algum
tempo funções junto DCIAP, um órgão
da Procuradoria-Geral da República
com as funções de coordenação
e de direcção da investigação e de
prevenção da criminalidade violenta,
altamente organizada ou de especial
complexidade, dirigido pela mediática
procuradora Cândida Almeida.
EXCERTOS DA ENTREVISTA
CONCEDIDA À REVISTA “VIDA JUDICIÁRIA”
“Se calhar não faz muito sentido nós
querermos acabar com offshores
internacionais quando Portugal tem
um offshore e não diligencia para
que isso acabe.”
“Se tenho um processo em que
tenho urgência porque a pessoa
está presa, mas se existe uma carta
rogatória, posso demorar 7, 8 ou
mais meses a ter os dados para
depois pensar qual a tese que vou
definir com base naquela documentação.”
“Prender uma pessoa que rouba à
velhinha da esquina é facílimo e se
calhar os prazos que estão no código até pecam por excessivos, pois
num mês temos essa criminalidade
resolvida. Mas a alta criminalidade,
aquela que nos preocupa por estar
ligada aos grandes grupos financeiros e bancários ou que possam
estar ligadas a grandes organizações terroristas, essa criminalidade
é de difícil combate por manifesta
falta de meios.”
“O próprio legislador pune crimes
de furto com penas até 8 anos, mas
eu faço uma fraude fiscal de milhões de euros e se apenas estiver
em causa o valor desse dinheiro, a
minha pena é de três anos, o que
não faz sentido.”
“Não pauto as minhas acções pelo
maior ou menor mediatismo que a
informação dá. Aliás, os meus 23
anos de experiência dizem-me que
os media nunca estão satisfeitos
com os resultados.”
“Se a comunicação social sindica
tudo, porque razão não pode sindicar a justiça? Temos de nos habituar
a esse tipo de atitude, até porque já
passaram mais de 30 anos sobre o
25 de Abril. A democracia também
tem de chegar aos tribunais.”
“Em Portugal as revisões são tão
constantes e de tudo. (…) E como
se fazem revisões parciais, muitas
vezes estas destroem a filosofia do
sistema e depois quem tem de aplicar a lei vê-se constrangido. E por
vezes o que notamos é este ‘foi o
senhor que pediu?’. É muita coincidência e eu já tenho uma idade
em que já não acredito em coincidências.”
“A função de Ministério Público
é uma função que sem ter essa
noção cobrada de que é acima de
tudo uma carreira de deveres, mais
tarde ou mais cedo têm-se muitos
dissabores, porque os nossos direitos são muito poucos.”
2
S
ituada a meio da encosta que vai
do rio Zêzere ao Cabeço da Urra, a
aldeia de Lobatinhos é para mim a
mais bela do Mundo.
Não nasci lá por mero acaso. Minha
mãe foi passar o Natal desse ano a Lisboa
e eu resolvi nascer lá, mas logo aos dois
anos decidi mudar-me para os Lobatinhos
e em boa hora o fiz, pois se não o tivesse
feito hoje não teria na memória aquele
cheiro maravilhoso a urzes e estevas, os
sons dos chocalhos das cabras à noite a
chegar do monte, o sabor da água pura
Zé Antunes
e cristalina brotando das rochas; não
teria subido as oliveiras à procura dos
ninhos dos pintassilgos e ouvido o seu
belo cantar; não teria pescado bogas no
Zêzere; e não teria visto as estrelas no
Cabeço da Urra. “Meu Deus, como é belo
ver as estrelas no Cabeço da Urra”.
Todos nós, os que tivemos a sorte de
viver nesta aldeia, passamos sem o saber
à beira da felicidade. Hoje pergunto-me
porque todos fugimos de lá? Será que
não iremos voltar?
Eu penso que sim.
CORREIO DO LEITOR
Exmo. Senhor
Director do “Serras da Pampilhosa”
Quero apenas, por este meio, juntar
a minha palavra a propósito da saída do
António Amaro Rosa do quadro redactorial
do nosso jornal. Nunca tive oportunidade
de conhecer pessoalmente este ilustre
pampilhosense, na medida em que os
nossos contactos, e foram vários ao longo
dos últimos 4 anos, resumiram-se à troca
de mails relacionados com a colaboração
no “Serras” em variados domínios e a
que sempre procurei dar seguimento por
forma a ir ao encontro das solicitações
que me fez, e tantas foram, quer de
natureza informativa quer de participação
nos conteúdos do jornal.
Mas, não obstante essa circunstância,
po­­derei afirmar que conheço bem a
ca­­pacidade de trabalho do António Amaro
Rosa, bem expressa em cada número do
“Serras”, e os seus conhecimentos no
capítulo da investigação histórica postos
ao serviço do nosso jornal, tanto em termos
culturais como jornalísticos, que deixou
bem patentes na totalidade dos números do
jornal que foram editados em todo o tempo
que se manteve na Redacção do “Serras” e
de que agora decidiu desligar-se.
Numa análise feita à distância a que
me encontro, e sem a disponibilidade de
outros elementos que me possibilitem
uma análise mais aprofundada, creio que
o seu afastamento voluntário da edição do
jornal representa uma perda, na medida
em que a minha convicção é a de que,
com uma persistência que merece ser
sublinhada, António Amaro Rosa foi, em
minha opinião, o grande suporte do nosso
jornal em termos de conteúdos, numa
busca incessante de temas de interesse,
com relevo para a história e para a cultura,
perfeitamente integrado numa equipa,
com o César Oliveira e a Beta Vicente,
ambos com uma dedicação notoriamente
exemplar, como outros mais, que teima
em manter de pé, com muita dignidade
e grande qualidade, este projecto cultural
que, em tal domínio, ultrapassa tudo
quanto o movimento regionalista da BeiraSerra produziu em toda a sua história de
mais de 80 anos.
As criticas que muitas vezes se fazem
ao trabalho voluntário, as exigências e
reclamações por tudo e por nada, mesmo
por motivos irrisórios, numa atitude de
apoucamento do trabalho de quem, sem
qualquer interesse pessoal ou financeiro,
despende tempo e energias em projectos
de natureza comunitária, pondo neles o
seu saber ao serviço de todos, geram
sempre, para lá do natural cansaço,
alguma frustração, levando a que a
disponibilidade que é crescentemente mais
difícil encontrar a nível individual seja cada
vez menos acarinhada e merecidamente
reconhecida.
O “Serras” é para nós, pampilhosenses,
um jornal especial. Diferente na forma de
o fazer, no conteúdo das suas páginas,
no sentido do seu rumo editorial, na
familiaridade do seu próprio nome. Falanos do que é nosso, do nosso passado,
do nosso presente, aponta-nos o futuro.
Foi fundado por nós, pampilhosenses,
tem-se mantido dignamente ao longo
dos anos, poderá ou não ter um futuro
que honre a década que já passou, o
que depende de nós, mas já ficará na
história como o periódico de mais longa
duração que os pampilhosenses criaram e
procuraram consolidar.
O “Serras” é um jornal que urge
manter, a bem da nova concepção de
regionalismo, a bem do nosso concelho,
a bem das comunidades pampilhosenses.
O
I
RE
R
O
C
DO R
O
T
I
E
L
Aníbal Pacheco
Porto, 2009.04.10
Ficha de Inscrição
Nome___________________________________________________________________________
Morada_ ________________________________________________________________________
Tiragem: 1.500 exemplares
Periodicidade: mensal
Preço avulso:  1,15
Assinatura anual:  12,50
Cód. Postal ___________ -________ _ _______________________________
Telef./Telemóvel_____________________
E-mail: _ ___________________________
!
Todos os artigos são da exclusiva responsa­
bilidade dos seus autores e não traduzem
a opinião da Direcção do jornal e/ou dos
órgãos sociais da Casa do Concelho de
Pampilhosa da Serra.
A MAIS BELA ALDEIA
Desejo receber os 12 números do Jornal “Serras da Pampilhosa”, pelo valor de  12,50.
200__ / ____ / _______ Ass. _________________________________
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
E
Cultura
A PEDRA-D’ARMAS DA CASA GRANDE, NO CARREGAL DO ZÊZERE:
Nuno M. Figueira
Algumas achegas heráldico-genealógicas
m Abril de 2003 foi publicado um artigo
– no “Serras da Pampilhosa”, n.o 46,
Ano IV – da autoria de José Caldeira,
onde este sábio genealogista, com quem
muito temos aprendido, afirmava, acerca
das considerações heráldico-genealógicas
que tecia sobre a pedra de armas da Quinta
de Nossa Senhora da Boa-Memória, na
aldeia dos Padrões (freguesia de Portela
do Fojo), que esta «[…] se encontra numa
região muito pobre em heráldica familiar
– toda a zona dos actuais concelhos de
Arganil, Góis e Pampilhosa da Serra. […] E
isto não se explica por falta de famílias de
grandes prosápias que por aqui habitaram.
Talvez as causas se possam procurar na
pobre alvenaria de xisto que encurta a vida
das casas, no absentismo dos senhores,
e principalmente no desleixo, no desprezo
pelas coisas do passado e no preconceito
ignorante. […]», tendo finalizado o seu artigo
com a expressão «[…] este é talvez o último
monumento heráldico do concelho.».
Bastante esclarecidos ficámos nós, e muito
provavelmente os restantes leitores deste
jornal cultural, quanto à descrição heráldica
daquela pedra de armas e quanto à família
Barata de Lima e Tovar, a ela ligada. Mas
o que nunca imaginámos era que existia
pelo menos mais uma pedra de armas
representativa da heráldica familiar no território
do actual município da Pampilhosa da Serra,
a não ser em Janeiro de 2008, enquanto
Casa Grande no Carregal do Zêzere (Dornelas do Zêzere_Pampilhosa da Serra)
Descrição da Pedra-d’Armas
O conjunto é formado por um escudo que
parece ser do estilo francês moderno, isto é,
boleado nos cantos inferiores e terminando
em ponta, encimado por um coronel, estando
todo o conjunto incluso numa cartela com
estilização vegetal.
O escudo é esquartelado, com um
escudete sobre o todo, apresentando no
primeiro quartel as armas dos Barrigas, no
segundo quartel as armas dos Coutinhos,
no terceiro quartel as armas dos Castros,
no quarto quartel as armas dos Silveiras e
Quinta do Vínculo dos Senhores da Frazoeira, na Frazoeira (Dornes_Ferreira do Zêzere)
navegávamos na “Net_Pampilhosense”, no
cibersítio da aldeia do Carregal do Zêzere
(freguesia de Dornelas do Zêzere), quando
nos deparámos com a pedra de armas dos
Viscondes de Tinalhas, numa casa desta
aldeia, a Casa Grande (Casa Meireles) armas
estas idênticas às que existem no solar da
Quinta do Vínculo dos Senhores da Frazoeira,
localizada na aldeia da Frazoeira, na freguesia
de Dornes (município de Ferreira do Zêzere).
Tal descoberta veio a merecer da nossa parte
um pequeno estudo sobre a referida pedra de
armas para satisfação da nossa curiosidade,
o qual partilhamos agora com os leitores
deste periódico cultural pampilhosense.
no escudete colocado no ponto de honra
temos as armas dos Câmaras. Por diferença
temos uma orla de dois ramos de silva
de verde, no quarto quartel (brasão dos
Silveiras). O coronel, embora pareça ser
uma coroa de nobreza, bastante similar à
de marquês, muito provavelmente será uma
de visconde, que consiste num aro de ouro
com arabescos, sobre o qual pousam oito
pérolas, quatro grossas e quatro pequenas,
e das quais podem ser vistas três grandes e
duas pequenas.
As armas dos Barrigas são em campo
de vermelho, um castelo de prata com as
portas e as frestas de negro, firmado sobre
um rochedo de sua cor, cercado de água, em
ponta, e na torre do meio uma bandeira de
prata, carregada da cruz da Ordem de Cristo,
hasteada de ouro e movente da fresta (esta
bandeira consiste numa variante do brasão
concedido a Lopo Barriga).
As armas dos Coutinhos são em campo
de ouro, cinco estrelas de cinco raios de
vermelho dispostas em aspa.
As armas dos Castros tanto podem ser de
“seis arruelas” como de “treze arruelas”, sendo
que neste caso estamos perante os "Castros
de Seis-Arruelas (ramo supostamente
ilegítimo da família Castro), cujas armas são
em campo de prata, seis arruelas de azul,
dispostas duas, duas e duas.
As armas dos Silveiras tanto podem ser
as dos Silveiras portugueses como a dos
Silveiras flamengos, também chamados
Vandragas (do flamengo “Van Der Hagen”,
que na nossa língua significa “da Silveira”),
sendo que neste caso estamos perante os
Silveiras de origem portuguesa cujas armas
são em campo de prata, três faixas de
vermelho.
As armas dos Câmaras, neste caso na
variante usada pelo ramo dos Condes da
Ribeira Grande, são em campo de verde,
com uma torre coberta de prata, rematada
por uma cruzeta de ouro, e sustida por dois
lobos rompantes de sua cor afrontados.
Não conhecemos nenhuma carta de
brasão que conceda este conjunto de armas,
apenas se conhecendo estas armas com esta
disposição heráldica através da escultura em
granito existente na Casa Grande, no Carregal
Capela da Sagrada Família da Quinta do
Vínculo dos Senhores da Frazoeira, na
Frazoeira (Dornes_ Ferreira do Zêzere)
Solar dos Viscondes de Tinalhas em Tinalhas_Castelo Branco
do Zêzere, e da pintura policromática em
azulejo, existente na Quinta do Vínculo dos
Senhores da Frazoeira, propriedade também
destes mesmo viscondes.
Os Viscondes de Tinalhas
Foi 1.o Visconde de Tinalhas José
Coutinho Barriga da Silveira de Castro e
Câmara Castelo Branco, nascido na Soalheira
(Fundão), aos 19 de Julho de 1802, filho
legítimo de Tomás António Coutinho Barriga
da Silveira Castro e Câmara e de sua mulher
D. Joana de Meireles Guedes Cabral, neto
paterno de António Luís Coutinho Barriga da
Câmara, e de sua mulher Maria do Carmo
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
R. Melo da Câmara, e materno de António
de Meireles Ferreira de Carvalho Gramacho,
natural de Tinalhas, e de sua mulher Eusébia
Dias Cabral, natural de Tinalhas. Casou em
1843 com D. Maria Guilhermina Ribeiro
Leitão, filha legítima de Fabião Francisco
Leitão Guedelha, natural do Orvalho (Oleiros),
e de sua mulher D. Ana Máximo Ribeiro, neta
paterna de José António Leitão, natural de
Cambas (Oleiros), e de sua mulher Cecília
Francisca Guedelha, natural do Vilarinho
(Vilar Barroco), e materna do Capitão João
José Duarte Ribeiro, natural do Casal da
Serra, e de sua mulher Joana Delgado
Simões, natural do Freixial do Campo.
Foi Fidalgo da Casa Real e senhor dos
Morgadios dos Olhos de Água e de Alviela.
Em 1887 já tinha falecido. O título foi-lhe
concedido pelo rei D. Luís I, por Decreto de
10 de Outubro de 1870.
Foi 2.o Visconde de Tinalhas Tomás
de Aquino Coutinho Barriga da Silveira de
Castro e Câmara, nascido em Tinalhas,
aos 10 de Janeiro de 1848, filho dos 1.os
viscondes. Casou na Capela do Carregal
do Zêzere aos 24 de Julho de 1868 com
O 3º Visconde de Tinalhas
Brasão da Família
Barriga (Lopo Barriga)
Brasão da Família
Coutinho
Brasão da Família Castro
(Seis-Arruelas)
Brasão da Família
Silveira (Portugal)
Brasão da Família Câmara
(Condes da Ribeira Grande)
Coroa de Visconde
Armas da Quinta do Vínculo dos
Senhores da Frazoeira, na Frazoeira
(Dornes_Ferreira do Zezere)
sua prima em 3.o grau D. Maria José de
Meireles Guedes Cabral, nascida aos 10 de
Maio de 1853, filha do Dr. Teodoro Cardoso
Meireles Gramacho e de sua mulher D. Luí­­
sa de Meireles Taborda de Magalhães. Foi
Moço Fidalgo com exercício no Paço, grande
proprietário no município de Castelo Branco,
vereador e presidente da Câmara Municipal
de São Vicente da Beira (em cujos cargos
promoveu os mais diversos melhoramentos
locais), deputado em várias legislaturas
e procurador-geral do distrito de Castelo
Branco. Politicamente, seguiu a dissidência
de João Franco, de quem era grande amigo,
tendo ingressado no Partido RegeneradorLiberal. Faleceu aos 4 de Janeiro de 1916.
O título foi-lhe renovado por D. Luís I, por
Decreto de 9 de Dezembro de 1887 e foi
elevado a Par do Reino aos 19 de Maio de
1906.
Foi 3.o e último Visconde de Tinalhas o Dr.
José de Meireles Coutinho Barriga da Silveira
Castro e Câmara, nascido em Tinalhas (São
Vicente da Beira), aos 9 de Agosto de 1880,
filho dos 2.os viscondes. Bacharel formado
em Direito, foi um grande proprietário nos
municípios de Castelo Branco, de Ferreira do
Zêzere, do Fundão, de Idanha-a-Nova e de
Pampilhosa da Serra, tendo contribuído para
o progresso da agricultura, destacando-se
a sua actividade social a favor das classes
trabalhadoras e de instituições de caridade.
Foi também vereador da Câmara Municipal
de Castelo Branco e vogal da Junta-Geral do
Distrito de Castelo Branco. Faleceu solteiro
e sem geração em Tinalhas (São Vicente
da Beira), em 1970. Usou o título por Alvará
do Conselho de Nobreza, de 1 de Maio de
1952.
Da mesma maneira que José Caldeira
acabou o seu artigo referindo que a Quinta dos
Padrões «[…] teve a rara sorte de sobreviver
ao afastamento gradual dos seus senhores e
à sua alienação. A excep­­cional conservação
da pedra de armas é disso exemplo. Que
assim con­­tinue a bem da preservação do
patri­mónio histórico e artístico da região. Que
as autarquias não esqueçam […] este […]
monumento heráldico», também nós aqui
apelamos para que as entidades pú­­­blicas,
não só as locais, mas também as nacionais,
não deixem desaparecer es­­­te monumento,
que é um bem de todos nós.
BIBLIOGRAFIA
FONTES IMPRESSAS:
CALDEIRA, JOSÉ: A PEDRA DE ARMAS DA QUINTA DE NOSSA
SENHORA DA MEMÓRIA EM PADRÕES – ALGUMAS ACHEGAS
HERÁLDICO-GENEALÓGICAS; “Serras da Pampilhosa” (jornal mensal
da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra), Ano IV, N.o 46, Abril de
2003, Secção “Tradições”.
FREIRE; BRAAMCAMP: ARMARIA PORTU­GUESA; Reimpressão
Fac-similada a partir da 1.a Edição, Cota d’Armas Editores e Livreiros,
Lisboa, Janeiro de 1989.
MATOS, LOURENÇO CORREIA DE; AMARAL, LUÍS: LEITURA DE
BACHARÉIS – ÍNDICES DOS PROCESSOS; 1.a Edição, Guarda-Mor –
Edições de Publicações Multimédia Limitada, Lisboa, 2006.
NÓBREGA, ARTUR VAZ-OSÓRIO DA: COM­­PÊNDIO PORTUGUÊS
DE HERÁLDICA DE FAMÍLIA; 1.a Edição, Mediatexto, Lisboa, 2003.
NOGUEIRA, JOAQUIM EURICO ANES DUARTE: CARREGAL;
“Serras da Pampilhosa” (jornal mensal da Casa do Concelho de
Pampilhosa da Serra), Ano VIII, N.o 110, Agosto de 2008, Secção
“Aldeia do Mês”.
ROLÃO, MANUEL ESTEVAM MARTINHO DA SILVA: FAMÍLIAS
DA BEIRA BAIXA – RAÍZES E RAMOS, I Volume (Abreu a Felizes); 1.a
Edição, Edição do Autor, Rio de Mouro, 2007.
SOUSA, MANUEL DE: AS ORIGENS DOS APELIDOS DAS
FAMÍLIAS PORTUGUESAS; 1.a Edição, Sporpress, Mem Martins,
Novembro de 2001.
TAVORA, DOM LUIZ DE LANCASTRE E (MARQUÊS DE
ABRANTES): DICIONÁRIO DAS FAMÍLIAS PORTUGUESAS; 2.a
Edição, Quetzal, Viseu, Outubro de 1999.
ZÚQUETE, DOUTOR AFONSO EDUARDO MARTINS (direcção,
coordenação e compilação): ARMORIAL LUSITANO; 4.a Edição,
Edições Zairol Limitada, Lisboa, 2000.
NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL, Volume Terceiro; 2.a
Reimpressão da 1.a Edição, Edições Zairol Limitada, Lisboa, 2000.
CIBERGRAFIA:
CARREGAL DO ZÊZERE (PAMPILHOSA DA SERRA): http://
carregal.com.sapo.pt/link4.html
REGRAS FUNDAMENTAIS DA HERÁLDICA (COROAS E
CORONÉIS): http://pwp.netcabo.pt/0218254001/terravista/coroa.html
GENEALL.NET: http://www.geneall.net/P/tit_page.php?id=1446
HISTÓRIA DOS BRASÕES: http://www.genealogy.com/users/s/
a/n/Pietro-F-Santin/FILE/0009text.txt
TERRAS DO XISTO: http://www.dbgoncalves.com/terras_do_
xisto.htm
IMAGENS:
CARREGAL DO ZÊZERE (PAMPILHOSA DA SERRA): http://
carregal.com.sapo.pt/images%202/carregal_do_zezere033.JPG;
http://carregal.com.sapo.pt/images3/carregal_diamant_2_001.jpg
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN – BIBLIOTECA DE ARTE:
http://www.biblartepac.gulbenkian.pt/ipac20/ipac.jsp?session=1N347
4JN24921.342024&profile=ba&uri=link=3100027~!1357151~!3100024
~!3100022&aspect=basic_search&menu=search&ri=1&source=~!fcgb
ga&term=Capela+da+Sagrada+Fam%C3%ADlia%2C+Frazoeira+%5
B+Material+gr%C3%A1fico+%5D&index=ALTITLE#focus
FERREIRA DIGITAL – O PORTAL DE FERREIRA DO ZÊZERE:
http://www.ferreiradigital.com/default.asp?s=153&template=10&lang=
1&n=84
REGRAS FUNDAMENTAIS DA HERÁLDICA (COROAS E
CORONÉIS): http://pwp.netcabo.pt/0218254001/terravista/coroa.html
ROLÃO, MANUEL ESTEVAM MARTINHO DA SILVA: FAMÍLIAS
DA BEIRA BAIXA – RAÍZES E RAMOS, I Volume (Abreu a Felizes); 1.a
Edição, Edição do Autor, Rio de Mouro, 2007.
ZÚQUETE, DOUTOR AFONSO EDUARDO MARTINS (direcção,
coordenação e compilação): ARMORIAL LUSITANO; 4.a Edição,
Edições Zairol Limitada, Lisboa, 2000.
NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL, Volume Terceiro; 2.a
Reimpressão da 1.a Edição, Edições Zairol Limitada, Lisboa, 2000.
3
Entrevista
Luís Filipe Brites Lameiras – Juiz de Direito e Docente
do Centro de Estudos Judiciários
“Ao longo dos anos, têm saído da Pampilhosa da Serra gerações de juristas brilhantes
e hoje mesmo, o concelho mostra-se representado nas nossas mais altas instâncias
judiciais. Isso para já não falar em advogados e em outros profissionais do Direito e que
têm prestigiado, no país e até no estrangeiro, o nome do nosso concelho”
Apesar de nascido em Lisboa, Luís Lameiras é um jurista com fortes raízes pampilhosenses, mais exactamente na Aldeia Cimeira. Não obstante as limitações decorrentes
do seu ofício de juiz de direito, de docente e de autor de escritos jurídicos, o nosso entrevistado gosta de acompanhar a realidade do concelho de Pampilhosa da Serra e
de o ajudar na medida das suas disponibilidades, tendo-lhe, por isso, cabido encerrar o “1.º Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra” com a apresentação de uma
comunicação sobre o eventual rumo futuro do Processo Civil Português. As recordações, as aspirações e as expectativas serviram de mote para uma conversa entre Luís
Lameiras e o “SERRAS DA PAMPILHOSA”, onde está bem patente o receio de que o legislador português “escreva a Direito por serras tortas”, esquecendo as especificidades
A
­ ntónio Amaro Rosa e César Oliveira
do território pampilhosense.
Serras da Pampilhosa – Antes de
mais, como é que se define a si próprio:
um “alfacinha” ou um pampilhosense
nascido em Lisboa?
Luís Lameiras – Costumo dizer
que sou um “aldeano”, do concelho
da Pampilhosa, que nasceu e vive em
Lisboa. Verdadeiramente, as minhas
origens estão em Aldeia Cimeira, que é
uma das “três aldeias” (com a Fundeira
e a do Meio), que distam cerca de cinco
quilómetros da vila e que têm um carisma
muito próprio. Esta é uma marca que
me acompanha sempre. Na minha vida
profissional e quotidiana, que decorre
habitualmente na cidade de Lisboa, faço
questão, sempre que posso, de expressar
e divulgar essa origem, junto de amigos e
de colegas. A Pampilhosa e, em particular,
a pequena Aldeia Cimeira, são referenciais
sempre presentes, cuja lembrança ajuda
a ultrapassar as dificuldades do dia-adia, especialmente quando se pensa na
natureza e na liberdade que todo aquele
espaço serrano proporciona.
SP – Qual é actualmente a sua
ligação à Pampilhosa da Serra em geral
e à Aldeia Cimeira em particular?
LL – Existem laços de muito afecto
com o espaço e com o ambiente da serra.
Desde sempre que me lembro dos muitos
tempos passados na Aldeia, da liberdade
4
e da descontracção que marcavam as
minhas estadias lá, em contraponto com o
reboliço da vida na cidade. Naturalmente
que as boas recordações de criança e
as saudades desse tempo marcaram
sempre, e marcam ainda a minha vida
de hoje. É portanto, essencialmente,
uma ligação de muito carinho com
todos os lugares que, no passado, me
proporcionaram momentos de abundante
felicidade. Creio ser essa a razão que
faz com que, ao longo do ano, vá tendo
alguma nostalgia das ocasiões em que lá
me consigo deslocar. O que, infelizmente,
nem sempre é possível, pelo menos, com
a regularidade que desejaria.
SP – Desloca-se com alguma
regularidade a Aldeia Cimeira e/ou à
vila de Pampilhosa da Serra?
LL – Todos os anos vou, pelo menos,
uma vez a Aldeia Cimeira, no mês de
Agosto, durante duas ou três semanas.
Até ao momento presente, não houve
nenhum ano em que assim não fosse. É,
aliás, um hábito que tenciono continuar
manter ao longo de toda a vida. Claro
está que, nesse período, em que estou
na Aldeia, não deixo de visitar a vila da
Pampilhosa, seja para rever as pessoas,
fazer compras ou, simplesmente, para
descansar ou tomar café. Sinto, aliás,
que a visita anual que faço à Aldeia
contribui, em muito, para recuperar o
ânimo necessário para enfrentar o diaa-dia quotidiano, na cidade, até ao ano
seguinte. Verdadeiramente, ainda não
consegui encontrar um outro espaço
ou um outro ambiente que tanto me
ajudasse no repouso e na descontracção
que procuro.
SP – O que o levou a enveredar pela
magistratura judicial?
LL – Se recuar à minha infância e
juventude, creio que, já então, sentia
necessidade de defender os sentimentos
da justiça, do rigor e da responsabilidade.
Com a licenciatura em Direito, veio a
necessidade da opção profissional e, aí, a
maior consciencialização da importância
daqueles valores. Entendi, nessa altura,
em consciência e coerência com os
princípios éticos e, até, religiosos que
tinha por certos, que só como juiz me
conseguiria realizar profissionalmente.
Por isso, concorri ao Centro de Estudos
Judiciários e enveredei por essa carreira
judicial. Realizei o meu primeiro julgamento
(que não esqueço) no tribunal de Oeiras,
no ano de 1989, com 25 anos. Hoje, 25
anos decorridos, creio ter feito a opção
certa e, a par com o trabalho no tribunal,
acompanho e oriento outros jovens
candidatos a juízes e a procuradores para,
eles próprios, encontrarem também o
rumo certo para o seu futuro profissional.
SP – Quanto tempo dedica à escrita
de obras?
LL – Infelizmente, não tanto como
aquele que desejaria. Essencialmente, a
minha escrita é sobre matérias técnicojurídicas, destinadas ao uso na formação
de magistrados, com divulgação interna,
apenas no Centro de Estudos Judiciários.
Ainda assim, nos últimos dois anos
publiquei, para o público em geral, duas
obras jurídicas (na área do processo
civil e dos recursos) e diversos artigos
científicos em revistas da especialidade.
Não escondo também que gostava de,
um dia, poder escrever uma obra sobre
as origens, a história e a vida das gentes
do nosso concelho, à semelhança do
que um ilustríssimo magistrado, juiz do
Supremo Tribunal de Justiça, oriundo
da nossa região, o senhor conselheiro
Salvador da Costa, publicou em Junho de
2007, sobre a sua terra, Meda de Mouros,
concelho de Tábua, e cuja leitura a todos
recomendo.
SP – Neste momento tem algum
projecto em curso? Pode adiantar-nos
algum pormenor?
LL – Todos os projectos que tenho
em curso são de natureza técnica. Vou
começar a trabalhar na feitura de uma
segunda edição da minha obra sobre
recursos em processo civil, que é uma
matéria que interessa muito a quem,
diariamente, trabalha nos tribunais, sejam
advogados, sejam juízes. Estou a ultimar
um texto sobre providências cautelares
em matéria de direito da propriedade
industrial. Estou a preparar um artigo sobre
prova pericial em processo civil, destinada
a psicólogos e psiquiatras. E penso
começar a escrever, logo que possa, um
livro sobre a importância do julgamento
da matéria de facto em processo civil
que é, talvez, a temática mais nuclear da
justiça cível. Além disso, em parceria com
um colega, juiz desembargador, estou
a conceber e a preparar uma reforma
da legislação processual civil para a
República da Guiné-Bissau (embora
este projecto esteja neste momento
suspenso por razões que são públicas e
conhecidas).
SP – Em que medida as suas raízes
pampilhosenses influenciam a sua
escrita e/ou o seu modo de ser?
LL – Naturalmente que a paz e a
tranquilidade que transmite o ambiente
da serra condiciona a personalidade
e o carácter de todos aqueles que daí
são originários. Pessoalmente, no meu
quotidiano, é a lembrança e a nostalgia
da serra, que já referi, que acabam por
influenciar alguns comportamentos e,
até, alguns diálogos e conversas que
vou tendo. O contacto com um ou outro
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
Entrevista
Luís Filipe Brites Lameiras – Juiz de Direito e Docente
do Centro de Estudos Judiciários
“O Regionalismo claramente continua a fazer sentido. As associações regionalistas
podem ter um papel importante na divulgação das suas terras, das suas gentes, da
sua cultura, tudo dando a conhecer a quem ainda as não conhece”
amigo, da Aldeia, a visita de algum familiar,
ocasionalmente em Lisboa, a participação
num ou noutro evento regionalista, são
também acontecimentos que contribuem
para manter acesa a chama da saudade e
para lembrar que a “terra” lá está, sempre,
à espera de uma nova visita.
SP – Certamente acompanha a vida
do nosso concelho. Como o vê hoje e
quais as suas perspectivas quanto ao
seu futuro?
LL – Creio que a vila de Pampilhosa
da Serra é muito vítima da sua situação
geográfica, de interioridade, de serra e, a
mais de tudo, num vale íngreme que pouco
permite o seu alargamento. Vejo, com
pena, o envelhecimento da população, a
contínua saída dos mais novos e dos mais
qualificados para o litoral, a desertificação
de muitos lugares. Também me entristece
a opção política de, ao contrário do que
se afirma, se ir dificultando cada vez
mais o acesso aos serviços públicos
de qualidade (saúde, escola e outros),
principalmente por se não criarem as
condições de motivação para a fixação
de muitos profissionais de qualidade no
concelho. Por outro lado, satisfaz-me
ver uma Câmara Municipal esforçada
e dinâmica em iniciativas que tendem a
contrariar aquelas más condições (deixo
aqui a minha homenagem ao seu actual
presidente que me parece ter exercido o
cargo de modo muito adequado), como
me alegra constatar muitos dos filhos
do concelho com propostas louváveis
de incentivo e de divulgação da sua
terra (e rendo aqui homenagem à Casa
do Concelho e aos seus dirigentes).
Parece-me que, com capacidade de
iniciativa, com dinamismo, e com opções
correctas, será ainda possível revitalizar
este concelho. Lembrava apenas aqui a
aposta no turismo rural, hoje tão na moda,
e que pode ser uma opção de sucesso,
dadas as condições das serranias da
Pampilhosa.
SP – Pensa que o Regionalismo ainda
faz algum sentido hoje? Chegou a ter
alguma experiência nesse campo?
LL – Como quase tudo na vida, o
Regionalismo não pode hoje ter a mesma
razão de ser que tinha há algumas dezenas
de anos. Ele nasceu, a partir dos anos 4050, como uma necessidade daqueles que
emigravam das serras para a cidade, por
um lado, como agregação de pessoas com
origens e interesses comuns, por outro,
como contributo para o desenvolvimento
das suas terras. Os tempos actuais, e
particularmente a partir dos anos 80,
com a facilidade de vias de acesso, de
meios de comunicação e com o papel
das autarquias locais, fizeram esgotar
algumas daquelas justificações. Mas
não todas. O Regionalismo claramente
continua a fazer sentido, diria até, cada
vez mais, se bem que com uma outra
vocação. As associações regionalistas
podem ter, agora, um papel importante
na divulgação das suas terras, das suas
gentes, da sua cultura, tudo dando a
conhecer a quem ainda as não conhece.
O enriquecimento humano que resulta da
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
agregação de pessoas, da mesma origem
e com os tais interesses comuns, continua
a existir. Numa perspectiva mais prática,
deverão ser as associações regionalistas a
defender, junto dos poderes públicos (em
particular, das autarquias, mas também
dos poderes nacionais) os interesses dos
seus associados e das terras que as viram
nascer. Pessoalmente, contudo, nunca
tive experiência relevante nesse campo.
Se bem que, em meados dos anos 80,
cheguei a participar na formalização da
Comissão de Melhoramentos de Aldeia
Cimeira, rapidamente me tive que afastar
dessas lides, talvez porque – como
escreveu o evangelista – quantas vezes
se é estimado em muito lugar, mas não
na nossa própria terra…
SP – Como encara a eventual
extinção da comarca de Pampilhosa
da Serra?
LL – Encaro a extinção da comarca
da Pampilhosa com muita tristeza. Sem
querer aqui entrar em apreciações globais
da nova lei de organização judiciária (que
conheço por exigências profissionais),
não resisto à nota da sua mais que
discutível razoabilidade e sensatez. Em
particular, fico perplexo quando ouço
propalar aos poderes públicos nacionais
a necessidade do combate à interioridade
e à desertificação mas, em matéria de
actos concretos, vejo estas supressões
e extinções, retirando ao cidadão comum
– que é a verdadeira origem e o destino
do serviço de justiça – o “tribunal da
sua terra”, obrigando-o a deslocações,
tantas vezes insuportáveis, se quiser ver
reconhecido o direito que lhe assiste.
Sem ser, como se sabe, um problema
exclusivamente da Pampilhosa, mas
de muitas outras comarcas, fica, aqui
também, a impressão de uma supremacia
de critérios meramente economicistas,
esquecendo a vertente fundamental
do humanismo e da defesa da pessoa
concreta.
SP – Que balanço fez do “1º Encontro
de Juristas de Pampilhosa da Serra”?
LL – O “1.º Encontro de Juristas de
Pampilhosa da Serra” foi o acontecimento
mais importante e de maior interesse em
que participei, desde sempre, organizado
no quadro das iniciativas de âmbito
regionalista. O seu balanço é, a meu ver,
de êxito total e de verdadeira excelência. O
que foi, aliás, reconhecido por todos (não
conheço opiniões diferentes). Conseguiu
congregar um grupo de juristas, de áreas
variadas, com origens na Pampilhosa;
conseguiu criar um ambiente de excelente
confraternização; conseguiu, do ponto de
vista técnico, um conjunto de intervenções
de excelente qualidade; conseguiu um
dinamismo e uma adesão que eu não
julgava possível; em suma, creio que tudo
funcionou ao mais alto nível. Não posso,
claro está, deixar de dar aqui uma palavra
de parabéns à comissão organizadora
pelo estrondoso êxito.
SP – Quais as suas expectativas para
a 2.ª edição do encontro de juristas?
LL – Em primeiro lugar, parece-me
que, depois do êxito reconhecido do
1º encontro, claramente se justificava
uma 2.ª edição do mesmo. Era o que
todos aqueles que participámos no 1.º
encontro esperávamos. As expectativas
são, claro está, elevadas. Como em tudo,
a experiência inicial da organização irá
servir como instrumento na preparação
do novo evento. Para além do encontro
na vila, e do convívio entre todos, sempre
ligado a este tipo de acontecimentos,
espero que, do ponto de vista técnicojurídico, as participações atinjam o nível
de interesse das que antes tiveram lugar. E
não tenho dúvidas de que a 2.ª edição vai
continuar a merecer uma adesão elevada,
que superará, quero crer, até a do 1.º
encontro, tanto mais que, alguns colegas
e amigos que neste não participaram,
já me manifestaram o seu interesse em
comparecer no que aí vem.
SP – Está disponível para integrar
uma futura associação pampilhosense
de juristas?
LL – Vejo com muito agrado e satisfação
a criação de uma associação de juristas
pampilhosenses, que naturalmente terei
muita honra e gosto em integrar. Ao longo
dos anos, têm saído da Pampilhosa da
Serra gerações de juristas brilhantes
e, hoje mesmo, o concelho mostra-se
representado nas nossas mais altas
instâncias judiciais, desde a primeira
instância até ao Supremo Tribunal
de Justiça, passando pelos Tribunais
da Relação. Isso para já não falar em
advogados e em outros profissionais do
Direito, igualmente brilhantes, e que têm
prestigiado, no país e até no estrangeiro, o
nome do nosso concelho. Esta realidade,
de tantos desconhecida, mas verdadeira,
mostra bem que se justifica a criação
da associação. No que a mim próprio
diz respeito, já fui contactado nesse
sentido e, como disse, será com grande
satisfação que darei o contributo que se
tiver por útil e necessário.
SP – Como pode, em seu entender,
uma associação regional ou profissional
ajudar a “vender” um território, como o
concelho de Pampilhosa da Serra?
LL – Através da organização de eventos
e de iniciativas, no próprio concelho, mas
principalmente fora dele, onde houver
pampilhosenses disponíveis para liderar
e organizar esses projectos. Quem
conhece o concelho da Pampilhosa sabe
quais são as suas riquezas: a serra, o
ar puro e saudável, a descontracção e
a tranquilidade que proporciona. Outra
riqueza do concelho é o seu capital humano
– as pessoas e o acolhimento cordial que
podem proporcionar aos forasteiros que
o visitem. É importante, desse ponto de
vista, dar a conhecer estas riquezas. E
aí as associações regionalistas devem
e podem ter um desempenho de relevo.
Lembro, com saudade, que há alguns
anos atrás eram organizados convívios
regulares, seja na sede da Casa do
Concelho, seja em espaços ao ar livre. No
Verão, por exemplo, era habitual encontrar
ao domingo um ou mais piqueniques
na zona do Monsanto; no tempo das
castanhas era comum a organização de
magustos, alguns mesmo patrocinados
por particulares mais comprometidos
com o ideal regionalista; havia também
passeios turísticos, organizados, aos finsde-semana, com destino a locais variados.
Eram eventos que tinham muita adesão e
que eram participados, não apenas por
naturais do concelho, mas por outros
amigos e, até, por alguns curiosos que,
ao passarem, sentiam vontade de parar
e de ver. Vejo, com pena, que hoje essa
tradição se perdeu, se bem que fosse um
meio privilegiado de recriar o ambiente
aldeano e, até, de fazer nascer a vontade
de visitar o concelho a quem o ainda não
conhecia. Nos dias de hoje, parece-me
que a organização de alguns eventos, de
cariz mais técnico-profissional, ou com um
sentido mais lúdico e descontraído, pode
ainda ajudar a divulgar as potencialidades
do concelho.
SP – Face à sua experiência
profissional e reconhecida qualidade,
que ajuda pode “emprestar” ao nosso
concelho?
LL – Essencialmente, o que posso
prometer é muito boa vontade e a
disponibilidade possível para colaborar
em qualquer iniciativa que ajude a
promover o concelho da Pampilhosa.
A minha vida profissional é bastante
absorvente e, por isso, acabo por não
poder dispor de muito tempo livre para
me dedicar a outros interesses. Seja
como for, não posso descartar a hipótese
de vir a ajudar todos aqueles que tanto
se esforçam e trabalham (quase sempre
desinteressadamente) por dar algum
brilho à região que os viu nascer. Acho, por
exemplo, que seria interessante pensar-se
em acontecimentos de natureza cultural,
ou mesmo de outro tipo, a realizar na vila
da Pampilhosa, ou em outros lugares do
concelho, que tivessem por destinatários
os próprios residentes no mesmo, em
particular, por exemplo, as crianças e os
jovens, e onde fosse possível motivar
esta geração mais nova para assuntos
e interesses que, porventura, lhes não
fossem tão familiares. Teria de ser
naturalmente por impulso das entidades
locais (a Câmara Municipal, a Escola,
PERFIL
L
uís Filipe Brites Lameiras nasceu
em Lisboa a 12 de Janeiro de
1964, sendo filho de um casal
de pampilhosenses, António Francisco
Lameiras e Alice da Conceição Brites. É
casado e reside na capital portuguesa.
Exerceu o cargo de Juiz de Direito nos
tribunais de Oeiras, de Mação, de Vale
de Cambra, no Tribunal de Polícia de
Lisboa e no Tribunal Criminal do Porto.
Actualmente exerce funções nas Varas
Cíveis de Lisboa, acumulando-as ainda
com as de docente da jurisdição cível no
Centro de Estudos Judiciários.
Para além da licenciatura em Direi­­
to possui o Curso de Formação de
Magistrados Judiciais e o Curso de
Formação Pedagógica Inicial de Forma­
dores. Gosta de ocupar os seus tempos
livres na realização de viagens, com a
escrita e a leitura. A Literatura, a História
e o Cinema são áreas do seu interesse
pessoal.
outras), por serem essas quem melhor
conhece a realidade da vida no concelho.
Mas, claro está, a participação de todos,
da diáspora e não só, permitiria uma maisvalia interessante e – quem sabe até –
resultados que poderiam até surpreender.
Se nisso houvesse interesse (mas, como
digo, dependendo das instituições locais),
porquê não pensarmos, alguns de nós,
em irmos duas ou três vezes, durante
o ano, à Pampilhosa dar algum apoio
e cooperação àquelas gentes? É uma
ideia, se calhar pouco viável, mas que
pessoalmente até me seduz.
SP – Preocupa-se em dar a conhecer
as suas raízes pampilhosenses aos seus
descendentes? Os seus filhos gostam
de visitar Pampilhosa da Serra?
LL – Tenho um único filho, o Bernardo
Francisco, que tem agora 13 anos. Desde
sempre tentei transmitir-lhe o gosto pela
“terra” e a satisfação pelas férias do verão
na Aldeia. Ele conhece as suas raízes
pampilhosenses e sabe que os avós
nasceram e cresceram na Aldeia Cimeira.
Como qualquer criança (lembro-me de
mim próprio), sente a diferença entre
o ambiente da cidade e o ambiente da
Aldeia, e não é alheio à maior liberdade
que esta permite. Também para ele, os
dias passados na Aldeia servem para
retemperar forças e recarregar as baterias
para mais um ano de trabalho.
5
Actualidade
Regionalismo
CASTANHEIRA DA SERRA INVADE LISBOA
N
em as Linhas de Torres
travavam esta invasão, quais
Invasões Francesas rumo á
capital. Se naquele tempo os soldados
vinham de arma em riste, a invasão
que aconteceu no passado dia 19 de
Abril, contrastou pela positiva porque
foi pacífica e de gente boa.
O tempo estava primaveril e a convidar
a um passeio. Naquele Domingo a
“invasão” aconteceu no Campo
Grande, em Lisboa, onde centena e
meia de naturais, familiares e amigos
de Castanheira da Serra, encheram
como nunca se tinha visto, a cantina
da Universidade Lusófona. O motivo
de tamanha enchente era simples mas
com muito significado para aquela
gente serrana. A sua colectividade,
a Comissão de Melhoramentos de
Castanheira da Serra, comemorava 57
anos de fundação.
Aldeia antiga da região do Alto
Ceira, freguesia de Fajão, mas de
aspecto rejuvenescido, tem ao
longo dos tempos sofrido grandes
transformações e melhoramentos,
mais recentemente graças à actividade
da sua Comissão de Melhoramentos.
Foi agradável o momento de evocar
a origem desta colectividade, pelas
13:30 horas, tendo a direcção da
colectividade convocado os seus
associados, familiares e amigos, para
comemorar os 57 anos de fundação,
com um grande almoço de convívio.
Estão de parabéns, as e os dirigentes
da Comissão de Castanheira da
Serra, por terem conseguido cativar a
presença de tantos castanheirenses e
amigos, encontrando-se a sala de tal
maneira cheia que houve necessidade
de colocar mais mesas aproveitando
todos os pequenos espaços, e alguns
dirigentes cederam o seu lugar, tantos
foram os que ali se deslocaram. Será
porque a colectividade tem como
lideres mulheres?
Na mesa de honra encontravase, Raquel Henriques, presidente da
Assembleia Geral, Julieta Pereira,
presidente da direcção, e marido
António Camba, Carlos Simões, pela
Casa do Concelho de Pampilhosa da
Serra e Jornal Serras da Pampilhosa,
António Lopes Machado, da Comarca
de Arganil, Isaura Fernandes e marido
pela Liga pró-melhoramentos da
Freguesia de Fajão, e Maria Glória
Gomes, também da direcção.
Estavam representadas algumas
colectividades congéneres, como foi
o caso de Camba, de Vale Derradeiro,
de Covanca, de Ponte de Fajão e de
Gralhas.
Após o delicioso almoço, abriu a
sessão de intervenções a presidente da
assembleia-geral com uma saudação
aos presentes, passando de imediato a
palavra para a presidente da direcção,
Julieta Pereira, que manifestou a sua
alegria com uma efusiva saudação
a todos, manifestando-se satisfeita e
agradecida por ver tanta gente naquela
sala. Cumprimentou as entidades
e as colectividades presentes e em
especial algumas pessoas que já não
vinham aqueles convívios a algum
tempo. Deixou uma palavra especial
Vale Derradeiro
Almoço aniversário
A Direcção da União e Progresso de Vale Derradeiro vai realizar o seu almoço regionalista
anual, no próximo dia 31 de Maio, pelas 12h30m, na QUINTA O BARCO, sita Quinta da
Senhora da Graça, em Alverca do Ribatejo.
Os interessados devem efectuar a marcação do almoço para os seguintes contactos:
(Se for de comboio garantimos transporte desde a estação de comboios de Alverca até ao
restaurante basta que nos contacte)
Marco António Nunes de Almeida... 96 356 79 00
Paulo Jorge Nunes de Almeida ........ 96 356 78 97
Fernando Neves de Almeida ............ 96 364 24 99
Rest. “A Camponesa do Alva”…….. 21 795 90 85
No decorrer deste almoço comemorativo do 41º aniversário desta Colectividade serão ainda
distinguidos com o emblema de prata, os sócios que perfazem 25 anos de associativismo.
No fim e para continuar a abrilhantar a nossa animada festa, teremos bolo de aniversário
para todos os presentes e a actuação do Rancho Folclórico de Serpins.
6
para a Margarida e Glória
e lamentou a ausência
da Lurdes Tomé por se
encontrar doente. Evocou
a memória daqueles que
serviram a colectividade
desde a fundação ao
longo dos 57 anos de
actividade e enumerou
os
melhoramentos
realizados em 2008 na
Castanheira da Serra
e as necessidades do
momento, destacando a
necessidade de reparar a piscina que
está rachada, tendo pedido já apoio à
Câmara Municipal de Pampilhosa da
Serra, também a Ponte do Valzinho,
assim como a construção de uma
churrasqueira, para a qual já receberam
donativo do sócio Gabriel no valor
de 1000,00€. Referiu-se á instalação
de equipamentos da exploração da
energia eólica nos terrenos adjacentes
à aldeia, tendo-se já formado uma
comissão de compartes, para
reivindicar o que lhes pertence por
direito devido à ocupação dos terrenos,
com a finalidade de obter algo para o
benefício de todos. Terminou apelando
para a participação no leilão que se
iria seguir.
Seguidamente interveio o António
Henriques Camba que leu um discurso
no qual reforçava os agradecimentos
da presidente aos presentes,
enaltecendo o seu amor à aldeia. Disse
ser aquele um dia especial, visto que
há pessoas que marcam a diferença
pela positiva, e não gostaria de deixar
passar o tempo sem ser feita uma
referência especial a José de Almeida
Fernandes, tratando-se de alguém que
tem apoiado as sucessivas gerações e
acompanhado a colectividade desde
a fundação, independentemente de
quem a dirigia. Disse ser alguém que
sempre soube manter a diferença,
por ser um amigo cujo objectivo è a
terra que o viu nascer, nunca tendo
abandonado ninguém. Terminou
afirmando que temos que estar gratos
ao amigo José Fernandes, dedicandolhe a maior estima e agradecer-lhe
publicamente tudo o que tem feito
pela Castanheira da Serra. Encerrou
com uma salva de palmas.
Marco Almeida, presidente da
União e Progresso de Vale Derradeiro,
agradeceu o convite e deu os parabéns
aos castanheirenses, enaltecendo
o elevado número de presenças, o
que só dá ânimo a quem dirige uma
colectividade, sendo um sinal de
vitalidade e um bom ponto de partida
para iniciar a mudança e adaptação
do regionalismo aos novos desafios
da sociedade actual. Colocou a sua
colectividade ao dispor para se juntar
a outras na procura de soluções de
desenvolvimento da região. Apelou
também para a presença no almoço
de aniversário da colectividade da sua
aldeia, no dia 31 de Maio, em local a
anunciar brevemente.
Pela Liga de Fajão, a sua presidente
Sr.ª Isaura Fernandes cumprimentou
os elementos da mesa e dirigiu-se
com simpatia às colectividades,
apresentando os cumprimentos em
nome da C.M. Ponte de Fajão e do
G.U.P. Gralhas que tem o seu almoço
no dia 24 de Maio. Deu os parabéns à
colectividade castanheirense pela sua
meritória acção ao longo dos 57 anos
de existência, e pela extraordinária
adesão àquela festa regionalista,
devendo ser interpretada como um
incentivo à sua louvável actividade.
Isaura Fernandes continuou e
surpreendeu os presentes, dizendo que
iria contar o “último conto de Fajão” !!!
Referiu-se concretamente à recente
inauguração da estrada Rolão-Fajão,
realizada no feriado municipal, tendo
já levado “algumas bocas” que vão no
sentido de ser “uma vergonha”, não
ter estado ninguém de Fajão na dita
inauguração. Pela sua parte pessoal
disse não ter sabido de tal evento,
e por parte da Liga a que preside
não foi recebido nenhum convite ou
comunicação. Lembrou que em 1941,
foi a Liga de Fajão e os seus grandes
dirigentes e sócios, que tiveram o papel
preponderante para a abertura daquela
via, então vital para o desenvolvimento
da região e em especial Fajão. Afirmou
que agora foi uma beneficiação muito
importante da estrada, mas as criticas
que ouviu foram injustas não só pela
razão apontada, mas principalmente
Carlos Simões
pelo facto de que, quem devia estar
não esteve, pois considerou ser
obrigação da Junta de Freguesia de
Fajão estar presente, como autarquia
local e representante da população.
De seguida, Carlos Simões
apresentou os cumprimentos da
Casa Concelhia, realçando também
o elevado número de pessoas
presentes, mostrando que o
movimento regionalista ainda é capaz
de surpreender os mais cépticos.
Disponibilizou a instituição que
representava para apoiar a colectividade
em festa e todas as outras. Aproveitou
a oportunidade para anunciar alguns
eventos programados pela Casa,
como o Torneio de Futsal com dez
equipas do concelho, a realizar entre
25 de Abril e 30 de Maio, em Lisboa,
a realização do 2ºTorneio Primavera,
com colectividades de Alfama onde os
pampilhosenses se podem inscrever
para jogos tradicionais, o aniversário
da Casa no dia 14 de Junho na sede,
e a 2ª edição do Encontro de Juristas
Pampilhosenses, em Setembro, na
vila.
Na qualidade de dirigente da
congénere de Camba, Carlos Simões
realçou a acção da colectividade em
festa no desenvolvimento da região
do Alto Ceira e não só. Alertou mais
uma vez para o grave problema do
isolamento daquela região, no que
se refere ás ligações por telefone fixo
e à inexistência de rede de telefone
móvel no Alto Ceira. Questionou a
moral daqueles que falam e apregoam
o desenvolvimento do interior, quando
nem sequer há telefone e muito menos
Internet naquela abandonada região.
Disse ser de primordial importância
a união e acção das colectividades
para resolver este e outros problemas
comuns.
Após um breve agradecimento
e despedida por parte de Raquel
Pereira, presidente da assembleiageral, realizou-se um leilão de ofertas,
algumas vindas de Castanheira da
Serra, pela voz de Arménio Ramos,
que rendeu valiosos fundos. Um
grupo de senhoras cantou o Hino
da Castanheira e todos cantaram os
parabéns e brindaram à colectividade
saboreando o bolo de aniversário.
Foi mais uma alegre jornada
de convívio e debate de ideias do
regionalismo serrano, tendo todos
no final dado por bem empregue a
agradável tarde de Domingo passada
em convívio e amizade.
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
Diáspora Pampilhosense
Leonel Antão Henriques, empresário de diversões
“Como empresário, desde 1986 sempre pertenci ao bairro fiscal de Pampilhosa da Serra e é assim que tenciono continuar, dando a minha contribuição para o melhoramento da nossa terra”
A diáspora pampilhosense caracterizou-se, sobretudo no passado, por alguma diversidade e singularidade nas diversas profissões exercidas pelos emigrantes
pampilhosenses. Limpa-chaminés, sucateiros, empresários da restauração, condutores de táxis, vendedores de sapatos, entre outros, foram alguns dos ramos trilhados por
pampilhosenses fora do seu território de nascimento. Seguramente que um dos mais castiços ramos de negócio adoptado por pampilhosenses é o do nosso entrevistado:
os carrosséis. Leonel Antão Henriques explica ao “SERRAS DA PAMPILHOSA” como nasceu na ponta Sul do concelho esse curioso negócio de divertir miúdos e graúdos.
­
Nuno Marques Figueira
Serras da Pampilhosa – Onde
nasceu?
Leonel Antão Henriques – Nasci na
bela aldeia dos Padrões, a última aldeia
do concelho de Pampilhosa da Serra, a
Sul, banhada pelos rios Zêzere e Unhais,
o que faz dela uma península. Para quem
não sabe, é a “capital”, no nosso concelho,
dos divertimentos (carrosséis) que percorrem o país divertindo milhares de pessoas
todos os anos.
SP – E com que idade deixou o nosso
concelho e rumou para outro local?
LAH – Deixei o nosso concelho ainda
em criança para acompanhar os meus pais
nesta actividade sazonal dos carrosséis,
o que acontecia normalmente entre os
meses de Março e Novembro, meses
esses em que são realizadas as principais
festas e romarias de todo o Norte do país.
A maioria dos empresários da nossa terra
explora a zona Norte, que é considerada
pela nossa associação de diversões (a
Associação Portuguesa das Empresas de
Diversão) desde Coimbra até Bragança,
entre outras.
SP – Conte-nos resumidamente as
circunstâncias que o levaram a deixar a
Pampilhosa?
LAH – Bem, as circunstâncias que
me levaram a deixar a Pampilhosa, mais
propriamente a aldeia dos Padrões foi,
precisamente depois de completar a
instrução primária, o seguimento desta
mesma actividade que já era dos meus
pais e da maioria dos padroenses, e que
para uma criança era ainda mais apaixonante, pela aventura, o conhecer em
cada ano novas terras, novos costumes e
tradições, novos amigos, levar o nome das
nossas terras serranas a outros lugares
e no final de um ano de trabalho sermos
mais ou menos recompensados pelo
nosso trabalho, a parte financeira, a rentabilidade de uma profissão atractiva, mas
dura diga-se, uma vida nómada, mas onde
o contacto com as mais variadas classes
sociais, a alegria de adultos e crianças em
cada lugar é gratificante. Sendo eu natural
de um concelho onde as perspectivas de
bons empregos e uma vida melhor eram
poucas, e nos concelhos vizinhos a realidade era a mesma, sinto que fiz a melhor
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
escolha em relação ao futuro.
SP – Como foi a sua adaptação a um
local longe das serras?
LAH – A adaptação a um local longe
das serras, para alguém que, como eu, fez
disso vida logo de pequeno, torna-se num
hábito. Quando chegava o mês de Março
já só nos sentíamos bem nos locais onde
iríamos explorar o negócio, para depois em
Novembro o desejo ser o inverso, o desejo
de regressar à nossa terra, à nossa gente,
aos nossos amigos, para um repouso até
à nova ‘tournée’.
SP – Nesses locais frequentou outras
escolas?
LAH – Nunca frequentei escolas nas
localidades por onde passei, porque em
criança só em tempo de férias é que
acompanhava os meus pais. Frequentei
sempre as aulas na nossa terra. Hoje em
dia essa situação já acontece com alguma
frequência, com os nossos filhos, até por
ser mais fácil o acompanhamento familiar
SP – O que o levou a explorar o negócio dos carrosséis?
LAH – O que me levou a explorar o
negócio dos carrosséis foi o seguimento
de uma actividade familiar, isto aliado às
perspectivas de sucesso nesta área de
lazer, no meu caso particular diversões
para crianças. Esta profissão é uma das
principais fontes de rendimento, criadora
de riqueza e qualidade de vida da maioria
da população dos Padrões.
SP – Como é que uma aldeia sem
qualquer tradição, no passado, na
área dos carrosséis engloba tantos
empresários desse ramo?
LAH – É bom que se saiba que a área
das pistas e carrosséis já é explorada no
lugar de Padrões desde a década de 60.
Tudo começou com um empresário do
concelho vizinho de Pedrógão Grande,
mais concretamente Valongo, que, ao ser
incentivado por outro empresário, este de
nacionalidade italiana, onde desde sempre
existem as principais fábricas de diversões
da Europa, investiu em carrosséis e para
a mão-de-obra convidou jovens dos
Padrões que aproveitaram esta hipótese
de trabalho, na altura paga a 25 escudos
que era mais do que o ganho na extracção
de resina (18 escudos) ou no duro trabalho
do campo. Foram estes jovens trabalhadores que, “com olho para o negócio”
e com as dificuldades desses tempos,
conseguiram chegar a empresários nesse
ramo. Incutiram nos familiares e amigos
o gosto e a aposta nessa área que, não
esqueçamos, leva o nome da Pampilhosa
bem longe
SP – Como encara o regionalismo?
Chegou a ter alguma experiência nesse
campo?
LAH – Encaro o regionalismo como um
bem necessário, principalmente nas terras
do Interior, onde o poder central demora
mais a chegar e só por si as autarquias são
insuficientes para tanta necessidade. O
regionalismo é união, é gostarmos do que
é nosso, é juntos lutarmos pelo engrandecimento da nossa terra. Além de ter vivido
outras experiências a nível associativo, fiz
parte dos órgãos sociais fundadores da
Associação de Melhoramentos de Padrões
e desde o início não mais deixei de lhes
pertencer, colaborando e tentando dar o
meu melhor pela nossa terra.
SP – Pensa que o Regionalismo ainda
faz sentido hoje? Ainda existem áreas
para o Regionalismo?
LAH – Quero acreditar que sim, embora
entenda que nos tempos que correm seja
cada vez mais difícil mobilizar pessoas
com disponibilidade para abraçar causas.
Hoje vivemos numa sociedade mais individualista e menos participativa, mas acho
que a maioria ainda se mobiliza pelas suas
terras natal. A meu ver sim, a bem das
populações das nossas terras, existem
áreas onde os movimentos associativos
podem fazer algo pelas pessoas. São elos
de ligação entra as gentes desta terra e
as autarquias, lembrando as carências e
colaborando na melhoria da qualidade de
vida de todos. É importante mobilizar os
mais novos com ligação as estas terra.
Para esses o maior incentivo será o que de
grandioso já foi feito nas diversas aldeias
do nosso concelho pelos diversos movimentos regionalistas, como associações
e comissões, em colaboração com entidades oficiais.
SP – Desloca-se com alguma regularidade à sua terra natal?
LAH – Não tanto quanto desejava,
mas sempre que posso desloco-me aos
Padrões, onde tenho casa e família.
SP – Coloca a hipótese de contribuir
para o futuro da Pampilhosa, nomeadamente através da realização de algum
tipo de investimento?
LAH – O futuro a Deus pertence. O
que posso dizer é que, como empresário,
desde 1986 sempre pertenci ao bairro
fiscal de Pampilhosa da Serra e é assim
que tenciono continuar, dando a minha
contribuição para o melhoramento da
nossa terra.
SP – Quais são para si as principais
diferenças da aldeia dos Padrões e da
vila de Pampilhosa da Serra do seu
tempo de menino e a de hoje? Do que
tem mais saudade?
LAH – As diferenças em relação à aldeia
dos Padrões são bastantes. Hoje existe
energia nas casas e nas ruas, água canalizada, estradas alcatroadas e mais qualidade de vida. Mas a beleza, o cheiro, o ar
puro, os nossos pinheiros, os nossos rios,
a nossa paisagem, isso é igual. A Pampilhosa também mudou no tempo: melhores
acessos, mais infra-estruturas, cresceu
dentro dos possíveis para um concelho
que, como muitos outros, paga pela interioridade e desertificação. Saudades de
menino? Sim, muitas, até das coisas mais
insignificantes. Tenho saudades dos meus
avós, das conversas em família junto à
lareira, das brincadeiras com brinquedos
inventados por nós à luz da candeia a
azeite com um banco de cortiça que ainda
PERFIL
L
eonel Antão Henriques nasceu na
aldeia dos Padrões, na freguesia
da Portela do Fojo, a 13 de Julho
de 1964, sendo filho de Manuel Antão
Henriques (Padrões) e de Arlete Simões
Antão (Ribeiro do Soutelinho). É casado e
reside na Senhora da Hora (concelho de
Matosinhos).
Possui o 4.º ano de escolaridade e é
empresário de diversões. Nos tempos
livres dedica-se à leitura e a ver televisão,
gostando muito de aprofundar a sua
cultura geral.
hoje preservo, mas muito feliz.
SP – Preocupa-se em dar a conhecer
as suas raízes pampilhosenses aos seus
descendentes? Os seus filhos gostam
de visitar Pampilhosa da Serra?
LAH – Tenho a preocupação de incutir
aos meus filhos as minhas raízes, falandolhes do passado e das vivências dessa
época. Eles, por seu lado, gostam de vir à
aldeia sempre que podem, à casa da terra
como gostamos de lhe chamar, embora
também gostem de ir a Mondim de Basto,
terra materna, e à Senhora da Hora que é
onde estudam e têm amigos.
SP – Pondera alguma vez regressar
definitivamente ao concelho?
LAH – Claro que sim, faz parte dos
meus planos. Quando os meus filhos tiverem a sua independência, espero passar
muito tempo na aldeia dos Padrões na
nossa casa, na nossa terra, zelando por
tudo o que os nossos antepassados, com
muito sacrifício, nos deixaram. No fundo,
cuidando das minhas raízes.
À atenção dos nossos Leitores/assinantes
Verificamos por parte de alguns assinantes, o não pagamento da assinatura
do nosso SERRAS, havendo mesmo situações inacreditáveis.
Estamos a tentar com a ajuda do Pedro Simões e da Natalina, colocar as
finanças em ordem. A verdade é que em muitos casos, o não pagamento só
pode ser devido a esquecimento ou falta de oportunidade, para regularizarem
a situação e quem sabe se alguma falha nossa.
Assim, pedimos a todos a melhor compreensão, no sentido de efectuarem
quanto antes o pagamento das assinaturas do jornal, pois existem casos,
que a não serem regularizados, nos obrigarão a tomar uma atitude menos
agradável de suspensão do envio do jornal.
O jornal O SERRAS é afinal, de todos e para todos os Pampilhosenses e
bem sabemos, que sem ovos não se fazem omeletas.
Alguns dirão certamente, que não é um bom começo, iniciar-mos o nosso
trabalho, fazendo referência a aspectos menos agradáveis, mas este assunto
é afinal de todos nós.
Assim, ficamos a aguardar a vossa preciosa colaboração e, em caso de
dúvida por favor contactem-nos.
7
Cultura
ARQUIVO HISTÓRICO PAMPILHOSENSE
"porque um povo sem memória é um povo que não existe"
O parecer do brasão de armas do concelho de Pampilhosa da Serra
N
o seguimento do ano de 2008,
no qual se comemoraram os
(hipotéticos) 700 anos da criação
da vila de Pampilhosa da Serra, e
representando o corrente mês de Abril a
evocação da autonomia pampilhosense, a
descoberta e consequente publicação do
documento que se segue não poderia ser
mais oportuna e propositada.
Muito embora fosse por demais
conhecida a fixação das armas do concelho
de Pampilhosa da Serra, já que tal fixação
foi publicada em várias ocasiões no jornal
oficial da República Portuguesa e foi objecto
de análise no “SERRAS DA PAMPILHOSA”
em rubrica própria (“Heráldica do Concelho
de Pampilhosa da Serra”), o certo é que o
parecer da Associação dos Arqueólogos
Portugueses propriamente dito continuava,
até hoje, a ser desconhecido. Por outras
palavras, ainda que os pampilhosenses
mais curiosos ou interessados tivessem
acesso à portaria que fixou o brasão, o
selo e a bandeira do concelho, o certo
é que não conseguiam, no entanto,
compreender, com a segurança necessária
que esta matéria exige, o simbolismo de
cada uma das peças e cores das nossas
armas heráldicas.
Hoje, finalmente, o “SERRAS DA
PAMPILHOSA” orgulha-se de prestar mais
esse serviço público à terra que lhe dá
nome.
No entanto, o seu a seu dono: a
publicação deste importante documento
deve-se ao esforço do distinto e incansável
sócio da Casa do Concelho de Pampilhosa,
Sr. José Alexandre, que, por iniciativa
própria e insistentemente ao longo de
vários meses, contactou a Associação dos
Arqueólogos Portugueses no sentido de ali
obter este e outros pareceres relacionados
com alguns brasões do nosso concelho.
Ficamos, nós Casa do Concelho de
Pampilhosa da Serra e o jornal “SERRAS
DA PAMPILHOSA”, pois, uma vez mais
em dívida para com este nosso amigo. Um
grande bem-haja Sr. José Alexandre!
Aproveitando o simbolismo inerente
ao feriado municipal do 10 de Abril, o
jornal “SERRAS DA PAMPILHOSA”
prossegue uma sugestão formulada
por outro importante colaborador deste
periódico, Joaquim Nogueira, e aproveita a
oportunidade para, de uma forma modesta,
prestar homenagem, agora em 2009, às
dez freguesias que compõem o concelho
de Pampilhosa da Serra, que assinalou
sete séculos de vida no ano transacto.
Assim sendo, vamos reproduzir de
seguida os símbolos e os editais relativos
aos brasões, bandeiras e selos das
autarquias locais, excepção feita às
freguesias de Dornelas do Zêzere e de
Vidual, relativamente às quais apenas iremos
reproduzir o teor do parecer emitido pela
Associação dos Arqueólogos Portugueses,
uma vez que não conseguimos localizar
no competente Diário da República a
publicação do respectivo edital nem tãopouco a respectiva informação por parte
das juntas de freguesia em causa, apesar
de solicitada.
BRASÃO DE ARMAS DE PAMPILHOSA DA SERRA
Parecer formulado por Afonso de
Dornelas e apro­­­­vado pela Secção
de Heráldica da Associação dos
Arqueólogos Portugueses.
Pela Câmara Municipal do concelho
da Pampilhosa da Serra foi solicitado em
24 de Novembro de 1930, à Associação
dos Arqueólogos Portugueses, para
serem estu­dadas as armas e bandeira
da mesma vila, conforme deli­beração
da Comissão Admi­­­nistrativa da mesma
câmara tomada em sessão de 30 de
Outubro do mesmo ano.
Indicou a mesma câmara o nome
do Sr. Dr. Cipriano Nu­­­nes Barata, para
dar as ne­ces­­­sárias informações so­bre a
história e vida local por forma a poderem
colher-se os elementos indispensáveis
para a organização simbólica das
respectivas armas e portanto do selo e
bandeira da vila da Pampilhosa.
Com esses elementos e outros
do domínio público, che­­­gou-se à
conclusão de que sendo a Pampilhosa
da Serra uma vila criada pelo rei D.
Dinis em 1308, tem sempre vivido da
sua agricultura, não tendo qual­­­quer
outra circunstância de carácter histórico,
monumental ou guerreiro que possa ser
indicado nas suas armas.
Pampilhosa da Serra é cercada por
montanhas agrestes […] constituindo um
vale, banhado pelo rio Unhais que, antes
da ponte de Cabril, próximo de Pe­drógão
Pequeno, desagua na margem direita do
Zêzere.
Todo o concelho é montanhoso, sendo,
em compensação, os seus campos
regados por ribei­ros que tornam muito
fértil a região. O azeite, o mel, a aguar­
dente de medronho e os cereais são a
verdadeira riqueza da terra e do que vivem
os seus habitantes.
É pois com estes elementos que
teremos de organizar as armas da antiga
vila da Pampilhosa da Serra, pelo que
propomos sejam assim constituídas:
- de negro com dois ramos de oliveira
de ouro frutados do mesmo e atados em
ponta de vermelho. Em chefe, três abelhas
JUNTA DE FREGUESIA DE CABRIL
Brasão, bandeira e selo
Dr. José Gonçalves do Espírito Santo, presidente da Junta de Freguesia
de Cabril, do município de Pampilhosa
da Serra:
Torna pública a ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo da
freguesia de Cabril, do município de
Pampilho­sa da Serra, tendo em conta
o parecer emitido em 29 de Março
de 2005 pela Comissão de Heráldica
da Associação dos Arqueólogos Por­­
tugueses, e que foi estabelecido, nos
termos da alínea q) do n.º 2 do artigo
17.º do Decreto-Lei n.º 169/99, de
18 de Setembro, sob proposta desta
Junta de Freguesia, em sessão da Assembleia de Fre­guesia de 5 de Junho
de 2005:
Brasão – escudo de ouro, duas espigas de milho de vermelho, folhadas
de verde; em chefe, cão de negro,
malhado de prata, passante, sustendo
na boca um archote de negro, aceso
de vermelho; em campanha, monte de
verde movente da ponta, carregado
de uma cabra de prata, real­çada de
negro. Coroa mural de prata de três
torres. Listel branco, com a legenda
8
de ouro. Contra-chefe ondado de prata
e de azul;
- bandeira esquartelada de amarelo
e azul. Cordões e borlas de ouro e azul.
Lança e haste de ouro.
O negro do campo das armas
representa a terra, pois é da terra que
vivem os seus habitantes.
Os ramos de oliveira são de ouro porque
este metal re­pre­senta heraldicamente
a riqueza. São atados de vermelho por
este esmalte representar a força e o
vigor, sendo com estas qualidades que
os habitantes da Pampilhosa fizeram
produzir a sua terra.
As abelhas simbolizam a agri­­­­­­­cultura e
o esforço para a produzir, portanto, são
repre­sentadas pelo metal mais rico.
Em contra-chefe é, pelas co­res que a
heráldica marca, repre­­sentado o rio que
completa a ri­queza natural, tornando
fértil a terra que sustenta os seus
naturais.
Como os principais esmaltes são o
ouro e o azul, a bandeira é constituída
pelas cores amarela e azul, e os cordões
e borlas que a seguram à haste são de
ouro e azul. E, como na composição das
armas entra o ouro, a haste e a lança são
deste metal.
A coroa mural de quatro torres é a
estabelecida para simbolizar as vilas.
Assim fica portanto simbolizada a
vila da Pampilhosa da Serra, ficando as
suas armas com os elementos da vida
própria, marcando os valores naturais e
o esforço dos seus habitantes.
Lisboa, 5 de Setembro de 1931.
[Transcrição com ortografia e pontua­ção
actualizadas, a par da supressão de repetições
e emendas]
Diário do Governo n.º 32, I série, de
1932-02-06
Portaria n.º 7.280
Atendendo ao que re­pre­­­­sentou a
comissão admi­nis­trativa da Câmara
Municipal do concelho de Pampilhosa
da Serra, e tendo em vista o parecer
da secção de he­ráldica da Associação
dos Arqueólogos Portugueses: man­­­da
o Governo da República Portuguesa,
pelo Ministro do Interior, que a
constituição heráldica da bandeira,
armas e selo daquele Município seja
a seguinte:
De negro, com dois ramos de
oliveira de ouro frutados do mesmo, e
atados em ponta vermelho. Em chefe,
três abelhas de ouro. Contra-chefe,
ondado de prata e de azul. Coroa
mural de quatro torres de prata. Listel
branco com as letras negras.
Bandeira esquartelada de amarelo e
azul. Cordões e borlas de ouro e azul.
Lança e haste de ouro.
Paços do Governo da República, 6
de Fevereiro de 1932. – O Ministro do
Interior, Mário Pais de Sousa.
JUNTA DE FREGUESIA DE FAJÃO
Brasão, bandeira e selo branco
a negro: «CABRIL – PAMPILHOSA da
SERRA»;
Bandeira – vermelha. Cor­dão e borlas de ouro e verme­lho. Haste e lança
de ouro;
Selo – nos termos da lei, com a le­
genda: «Junta de Freguesia de Cabril —
Pampilhosa da Serra».
5 de Junho de 2005. – O Presidente
da Junta, José Gonçalves do Espírito
Santo.
Augusto Fernandes de Almeida, presidente da Junta de Fre­guesia de Fajão,
do município de Pampilhosa da Serra:
Torna pública a ordenação heráldica
do brasão, bandeira e selo da freguesia
de Fajão, do município de Pampilhosa da
Serra, tendo em conta o parecer emitido
em 2 de Maio de 2001 pela Comissão de
Heráldica da Associação dos Arqueólogos Por­­­tugueses, e que foi estabelecido, nos termos da alínea q) do n.º 2 do
artigo 17.º da Lei n.º 169/99, de 18 de
Setembro, sob proposta desta Junta de
Freguesia, em sessão da Assembleia de
Freguesia de 24 de Junho de 2001:
Brasão – escudo de ouro, com dois
castanheiros de verde, arrancados do
mesmo e com ouriços de ouro; em chefe,
flor-de-lis de azul; movente da ponta, monte de três cômoros de verde. Coroa mural
de prata de quatro torres. Listel branco,
com a legen­da a negro: «FAJÃO»;
Bandeira – esquartelada de azul e
amarelo. Cordão e borlas de ouro e azul.
Haste e lança de ouro;
Selo – nos termos da lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Fajão.
Pampilhosa da Serra».
25 de Junho de 2001. O Presidente da
Junta, Augusto Fernandes de Almeida.
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
Cultura
ARQUIVO HISTÓRICO PAMPILHOSENSE
"porque um povo sem memória é um povo que não existe"
O parecer do brasão de armas do concelho de Pampilhosa da Serra
JUNTA DE FREGUESIA DE JANEIRO DE BAIXO
Brasão, bandeira e selo
José de Jesus Martins, presidente da
Junta de Freguesia de Janeiro de Baixo,
do município de Pampilhosa da Serra:
Torna pública a ordenação heráldica
do brasão, bandeira e selo da freguesia
de Janeiro de Baixo, do município de
Pampi­lhosa da Serra, tendo em conta
o parecer emitido em 22 de Outubro de
2003, pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses,
e que foi estabelecido, nos termos da
alínea q) do n.º 2 do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro,
sob proposta desta Junta de Freguesia,
em sessão da Assembleia de Freguesia
de 6 de Dezembro de 2003:
Brasão – escudo de prata, dois pi­
nheiros arrancados de verde, com pinhas
de vermelho, resinados de ouro, san­
grando cada um para um vaso de púrpura; em chefe, cruz da Ordem de Cristo;
campanha diminuta ondada de azul e prata de três peças. Coroa mural de prata de
três torres. Listel branco, com a legenda a
negro: «JANEIRO de BAIXO».
Bandeira – verde. Cordão e borlas de
prata e verde. Haste e lança de ouro.
Selo – nos termos da Lei, com a le­
genda: «Junta de Freguesia de Janeiro de
Baixo . Pampilhosa da Serra».
10 de Dezembro de 2003. O Presidente
da Junta, José de Jesus Martins.
JUNTA DE FREGUESIA DE PAMPILHOSA DA SERRA
Brasão, bandeira e selo branco
Albino Vaz Dias Barata, presidente da
Junta de Freguesia de Pampilhosa da Serra, do município de Pampilhosa da Serra:
Torna pública a ordenação heráldica
do brasão, bandeira e selo da freguesia
de Pampilhosa da Serra, do município de
Pampilhosa da Serra, tendo em conta o
parecer emitido em 5 de Junho de 2001,
pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e que
foi estabelecido, nos termos da alínea q)
do n.º 2 do artigo 17.º da Lei n.º 169/99, de
18 de Setembro, sob proposta desta Junta
de Freguesia, em sessão da assembleia de
freguesia de 29 de Junho de 2001:
Brasão – escudo de ouro, quatro arruelas
de negro alinhadas em faixa; em chefe, florde-lis de azul, entre dois ramos de pinheiro
de verde, com pinhas de vermelho; campanha ondada de azul e prata de três tiras.
Coroa mural de prata de três torres. Listel
branco, com a legenda a negro: «FREGUESIA de PAMPILHOSA DA SERRA».
Bandeira – azul. Cordão e borlas de
ouro e azul. Haste e lança de ouro.
Selo – nos termos da lei, com a legenda:
«Junta de Freguesia de Pampilhosa da
Serra».
4 de Julho de 2001. O Presidente da
Junta, Albino Vaz Dias Barata.
JUNTA DE FREGUESIA DE MACHIO
Brasão, bandeira e selo
Jaime Augusto Simões Durão, presidente da Junta de Freguesia de Machio,
do município de Pampilhosa da Serra:
Torna pública a ordenação heráldica do
brasão, bandeira e selo da freguesia de
Machio, do município de Pampilhosa da
Serra, tendo em conta o parecer emitido
em 22 de Julho de 2004, pela Comissão
de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e que foi estabelecido,
nos termos da alínea q), do n.° 2 do artigo
17.° do Decreto-Lei n.° 169/99 de 18 de
Setembro, sob proposta desta Junta de
Freguesia, em sessão da Assembleia de
Freguesia de 5 de Setembro de 2004:
Brasão – escudo de ouro, ramo de
castanheiro de verde, ouriçado do mesmo, com castanhas de vermelho e duas
mós de azul furadas do campo, tudo ali­
nhado em roquete; campanha, de cinco
burelas ondadas, de azul e prata. Coroa
mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «MACHIO».
Bandeira – azul. Cordão e borlas de
ouro e azul. Haste e lança de ouro.
Selo – nos termos da Lei, com a le­
genda: «Junta de Freguesia de Machio.
Pampilhosa da Serra».
6 de Setembro de 2004. O Presidente
da Junta, Jaime Augusto Simões Durão.
JUNTA DE FREGUESIA DE UNHAIS-O-VELHO
Brasão, bandeira e selo branco
José Lourenço Pereira Baptista, presidente da Junta de Freguesia de Unhaiso-Velho, do concelho de Pampilhosa da
Serra:
Torna pública a ordenação heráldica do
brasão, bandeira e selo branco da freguesia de Unhais-o-Velho, tendo em conta o
parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses
de 20 de Novembro de 1995, e que foi
aprovado sob proposta da Junta de Fre­
guesia na sessão da Assembleia de Fre­
guesia em 6 de Janeiro de 1996.
Brasão – escudo de prata, faixa de
azul, ponteada no bordo superior e acomCASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
panhada em chefe de uma abelha de vermelho entre duas espigas de milho verde;
em ponta, quatro burelas ondadas de
azul. Coroa mural de prata de três torres.
Listel branco, com a legenda a negro, em
maiúsculas: “UNHAIS-O-VELHO”.
Bandeira – azul. Cordão de borlas de
prata e azul. Haste e lança de ouro;
Selo – nos termos da lei, com a le­
genda: “Junta de Freguesia de Unhais-oVelho – Pampilhosa da Serra”.
Junta de Freguesia de Unhais-o-Velho,
6 de Janeiro de 1996. – O Presidente, José
Lourenço Pereira Baptista.
António Amaro Rosa
JUNTA DE FREGUESIA DE PESSEGUEIRO
Brasão, bandeira e selo branco
Manuel Fernando de Almeida, presidente da Junta de Freguesia de Pesse­
gueiro, do município de Pampilhosa da
Serra:
Torna pública a ordenação heráldica
do brasão, bandeira e selo da freguesia
de Pessegueiro, do município de Pampilhosa da Serra, tendo em conta o parecer emitido em 11 de Abril de 2001 pela
Comissão de Heráldica da Associação
dos Arqueólogos Portugueses, e que
foi estabelecido, nos termos da alínea q)
do n.º 2 do artigo 17.º da Lei n.º 169/99,
de 18 de Setembro, sob proposta desta
Junta de Freguesia, em sessão da Assembleia de Freguesia de 30 de Junho
de 2001:
Brasão – escudo de prata, pesse­
gueiro de verde, arrancado e folhado
do mesmo e frutado de vermelho, entre
duas mós de vermelho, abertas do campo. Coroa mural de prata de três torres.
Listel branco, com a legenda a negro:
«PESSEGUEIRO»;
Bandeira – verde. Cordão e borlas de
prata e verde. Haste e lança de ouro;
Selo – nos termos da lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Pessegueiro
. Pampilhosa da Serra».
1 de Julho de 2001. O Presidente da
Junta, Manuel Fernando de Almeida.
JUNTA DE FREGUESIA DE PORTELA DO FOJO
Brasão, bandeira e selo branco
Fernando Simões Valente, presidente
da Junta de Freguesia de Portela do
Fojo, concelho de Pampilhosa da Serra:
Torna pública a ordenação heráldica do
brasão, bandeira e selo branco da freguesia de Portela do Fojo, tendo em conta o
parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses
de 24 de Janeiro de 1996, que foi aprovado sob proposta da Junta de Freguesia na sessão ordinária da Assembleia de
Freguesia de 14 de Abril de 1996.
Ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo da freguesia de Portela do
Fojo, município de Pampilhosa da Serra:
Brasão – escudo de prata, um pi­
nheiro arrancado de verde, com pinhas
de ouro, acompanhado em chefe de
suas abelhas de sua cor; planície de alvenaria de vermelho, lavrada de prata.
Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro, em
maiúsculas: “PORTELA DO FOJO”;
Bandeira – de verde. Cordão e borlas
de prata e verde. Haste e lança de ouro;
Selo – nos termos da lei, com a le­
genda: “Junta de Freguesia de Portela
do Fojo – Pampilhosa da Serra”.
Parecer emitido pela Comissão de
Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, nos termos da Lei n.º
53/91, de 7 de Agosto.
Parecer da Comissão de Heráldica de
24 de Janeiro de 1996.
Junta de Freguesia de Portela do Fojo,
5 de Junho de 1996. – O Presidente, Fernando Simões Valente
JUNTA DE FREGUESIA DE VIDUAL
Ordenação heráldica do brasão, bandeira e selo
da freguesia de Vidual, Município de Pampilhosa da Serra
Parecer da Comissão de Heráldica da
Associação dos Arqueólogos Portugueses
Brasão: escudo de azul, faixa de prata
acompanhada em chefe de um lírio do
mesmo, folhado de ouro e, em ponta, de
três burelas ondadas de prata. Coroa mural
de prata de três torres. Listel branco, com a
legenda a negro: “VIDUAL”.
Bandeira: amarela. Cordão e borlas de
53/91, de 7 de Agosto.
ouro e azul. Haste e lança de ouro.
Lisboa, 04 de Outubro de 1999.
Selo: nos termos da Lei, com a legenda:
O Secretário da Comissão de Herál“Junta de Freguesia de Vidual – Pampi­
dica
lhosa da Serra.
José Bènard Guedes
Parecer emitido nos termos da Lei n.º
9
Destaque
Actualidade
Inaugurações e preocupação social
marcam feriado municipal
O
feriado municipal de
Pampilhosa da Serra - 10
de Abril – coincidiu, este
ano, com a sexta feira Santa,
dia marcante no calendário
religioso.
Dia cinzento, frio, com
intermitentes chuviscos gélidos
e cortantes, o 10 de Abril não foi
propriamente um dia convidativo
para grandes celebrações ao ar
livre. Eventualmente também
não estaria no pensamento da
Câmara Municipal promover
uns festejos ao nível daquilo
que foi proporcionado o ano
passado, pois então estávamos
a comemorar 700 anos de vila.
Este ano, o programa clara­
mente menos espectacular
e sem evocações históricas,
esteve mais virado para o social
e para as inaugurações, não
deixando todavia de demonstrar
uma boa organização e um ritmo
assinalável.
Formalmente as cerimónias
inicia­­­ram-se com a recepção
ao Senhor Secretário de Estado
Adjunto e da Administração
Local, Eduardo Cabrita. Rece­
bido pelo Senhor Presidente
José Brito, Presidente da Câmara
Municipal de Pampilhosa da
Serra e José Cunha, Presidente
da Assembleia Municipal.
Tal como o ano passado, os
trabalhos foram superiormente
conduzidos pela Cristina Ven­
tura. Com uma voz bem colo­
cada e confiante, Cristina foi o
toque de qualidade extra que
pairou nestas comemorações.
Com algum atraso face
ao programa oficial, Cristina
Ventura saudou todos os pre­
sentes e lembrou que esta
cerimónia pretendia honrar “as
mulheres e homens impares que
teimam em amar a sua terra”,
seguindo-se a assinatura de seis
protocolos com importantes
instituições concelhias como:
Bombeiros Voluntários, Casa do
Concelho, Fraternidade Pam­
pilhosense, Grupo Desportivo
Pampilhosense, Rancho Fol­
cló­­rico de Dornelas do Zêzere
e
Rancho
Folclórico
de
Pampilhosa da Serra.
No seguimento do programa,
foi então formalizada a consti­
tuição da comissão instaladora
da Fundação José Fernando
Mesa de honra
da Câmara Municipal de Pam­
pilhosa da Serra, José Brito, e
depois de passar em revista a
guarda de honra feita pelo corpo
de Bombeiros de Pampilhosa da
Serra, Eduardo Cabrita subiu as
escadarias de acesso ao piso
térreo dos paços do concelho
onde tomou o lugar central na
mesa de honra que iria presidir
às cerimónias. Além de Eduardo
Cabrita, compunham a mesa
Jorge Cosme, representante do
Governador Civil de Coimbra,
Nunes Barata, uma fundação
lançada pela sua viúva, Doutora
Telma Barata, e que visa ajudar
jovens estudantes universitários
pampilhosenses carenciados,
apoiar famílias sem posses
para assegurar um bom nível
de educação aos seus filhos e
ainda incentivar a investigação
nas ciências exactas. Tomaram
posse como membros da co­
missão instaladora: Telma Ba­
rata, José Brito, Hermano Al­
meida e Carlos Simões.
Presidente da Casa do Concelho assinando protocolo
10
Após a assinatura dos
empossados, foi anunciado
que a Câmara Municipal de
Pampilhosa da Serra entendeu
atribuir a medalha de Mérito
Municipal à Doutora Maria de
Lurdes Telma Fernandes Barata
pela acção que tem vindo a
desenvolver em prol da educação
no concelho, nomeadamente
com a oferta do valioso fundo
documental e bibliográfico à
Biblioteca Municipal Dr. José
Fernandes Nunes Barata e com
o Fundo que agora cria e coloca
ao serviço das famílias mais
carenciadas.
Na resposta, Telma Barata
começou por “evocar os 701
anos da terra que foi e é do meu
marido”, para depois dizer que
apenas aspira a “promover o
bem estar dos seus habitantes
mais carenciados” e viver “um
mundo real onde não caiba a
mentira e a violência”. Deixou
também uma mensagem de
esperança “que esta nossa
oferta atraia outras a esta
missão” e terminou bastante
comovida referindo que “a
medalha que agora recebi vai
ter muito peso na minha vida, é
uma promoção”.
Prosseguindo o programa
es­­­ta­­­belecido, Cristina Ven­tu­­
ra chamou então os home­
na­­­geados com a medalha
Municipal de Bons Serviços,
os antigos funcionários: José
Pereira Dias Martins; Júlio
Batista Gaspar, Maria Alice
Cortez Veiga e Maria Odete
Nunes Simões, que receberam
a respectiva medalha das mãos
do Presidente José Brito.
Após este recordar de bons
ofícios e onde pairou alguma
nostalgia, foi a vez do Senhor
Presidente da edilidade usar da
palavra. José Brito, começou
por agradecer a presença de
tantas individualidades e por
lembrar que “esta cerimónia
serve para perpetuar a nossa
memória colectiva”, falou tam­
bém da dignidade com que
a Câmara Municipal “soube
valorizar os 700 anos de Vila”
garantindo que as “iniciativas
culturais são para manter,
em­­­bora este seja um ano
difícil”. Dirigindo-se ao Senhor
Secretário de Estado disse
“agradecemos a requalificação
das vias municipais deterioradas
com os incêndios de 2005 e
posteriormente com as cheias”,
por isso estamos “eternamente
gratos”. Em seguida, lembrou
que o monumento ao Bombeiro
a inaugurar depois da conclusão
da sessão solene era “uma
homenagem à garra serrana que
merece toda a nossa gratidão” e
que os “funcionários que agora
se reformaram, merecem todo o
nosso agradecimento”.
Sobre a fundação cuja co­
missão instaladora acabara de
tomar posse, José Brito não
deixou de referir que “também
o município participará finan­
César Oliveira
Secretário de Estado entrega medalha a Telma Barata
ceiramente”, virando então o
seu discurso mais para questões
internas, anunciando desde
logo que “o próximo orçamento
será o maior de sempre, não
esquecendo o rigor e o grande
enfoque na educação”.
Terminou referindo que “tere­
mos engenho e arte para
ultrapassar as dificuldades e não
nos acomodaremos na nossa
cadeira, vamos continuar a lutar
por uma grande acessibilidade
pelo vale do Zêzere”.
Eduardo Cabrita foi o último
orador da sessão solene e
começou por dizer que estava
ali “com sentimento profundo
de solidariedade institucional e
com respeito pelo trabalho que
aqui se desenvolve”. Elogiou
as gentes da Pampilhosa, “o
que marca estas terras é este
sentimento de orgulho na his­
tória e a confiança no futuro”
para além de “ter uma Casa
Regional das mais conhecidas
e empenhadas”. Tal como o
ano passado, deixou um nota
para a necessidade de uma
vincada união regional, pois
“é fundamental que o QREN
seja dirigido a conjuntos
de municípios e onde haja
complementaridade”, embora
tenha avisado que “nas difi­
culdades é necessário concer­
tação e o papel hoje é mais
difícil, embora esteja em fase
final de concurso público um
grande projecto para resolver o
problema das acessibilidades do
Pinhal Interior”. Deixou, todavia,
alguma esperança no futuro
e na “necessidade de apostar
em factores que contrariem a
desertificação, como as energias
renováveis, turismo tradicional
e produtos “gourmet” ou noutra
vertente os centros educativos,
a aposta na qualificação, inglês
ou informática como forma de
abrir novos horizontes para o
mundo”. Terminou reafirmando
que “boas acessibilidades e
melhor educação são factores
de competitividade”.
Cristina Ventura deu então a
sessão por encerrada, pediu,
no entanto, a atenção de todos
os presentes para o acto que
se seguiria, a apresentação
da Carta Arqueológica do
Con­­­­celho. Antes de passar a
palavra aos autores da Carta,
Cristina Ventura justificou “es­
te trabalho que resultou de
muitos anos de estudo e de
Inauguração da Estrada Rolão - Fajão
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
Destaque Actualidade
Inaugurações e preocupação
social marcam feriado municipal
Apresentação da carta Arqueológica
prospecção, num território
sur­­­preendentemente rico em
vestígios arqueológicos”, que
“as montanhas da Pampilhosa
encerram valiosos patrimónios
que servirão de apoio ao
desenvolvimento integrado pro­
movido pelo município”.
O arqueólogo Carlos Batata
considerou que o concelho da
Pampilhosa foi uma verdadeira
surpresa, tal a quantidade de
vestígios pré históricos encon­
trados e que “existem mais de
150 montículos associados a
túmulos” e estes demonstram
que “embora este seja um local
muito frio era habitado por
pastores e não apenas como
local de pastorícia”. Mostrou-se
agradado com o apoio recebido
e garantiu que ainda estamos
numa fase muito preliminar de
conhecer a nossa verdadeira
pré história.
Todos os convidados e pre­
sentes deslocaram-se então para
junto do tribunal, praticamente
em frente à agência da CGD,
onde foi inaugurado com pompa
e circunstância o monumento
ao Bombeiro.
Para a conclusão do pro­
grama oficial faltava ainda a
deslocação ao alto concelho
para inauguração do troço de
estrada Rolão – Fajão, o que
levou a entidades oficiais a
to­­­marem lugar nas viaturas
camarárias. Tempo frio e ven­
toso, agreste mesmo, serviu
de “desculpa” para uma rápida
inauguração e regresso à vila
para o almoço de encerramento,
realizado nas antigas instalações
da resineira.
Monumento ao Bombeiro
ANTIGO PROFESSOR PAMPILHOSENSE LANÇA
“HISTÓRIA E SUPERSTIÇÕES NA BEIRA BAIXA”
Nuno Miguel Figueira
N
o pretérito dia 15 de Abril o salão
nobre da Casa da Comarca da
Sertã, instituição sediada em
Lisboa que representa os municípios de
Oleiros, de Proença-a-Nova, da Sertã
e de Vila de Rei e as freguesias de
Amêndoa e de Cardigos no município
de Mação, foi palco da apresentação
da segunda edição do livro «Histórias
e Superstições na Beira Baixa», obra
da autoria do albicastrense de 43 anos
de idade José Carlos Duarte Moura,
licenciado em História, presidente da
Outrem – Associação de Defesa do
Ambiente e Património e fundador da
revista “Pampilho”, aquando da sua
passagem por terras da Pampilhosa
da Serra na década de 90 enquanto
professor.
José Carlos Duarte Moura, como
professor de História, percorreu vários
municípios da Beira Baixa (Belmonte,
Castelo Branco, Covilhã, Fundão,
Idanha-a-Nova, Oleiros, Pampilhosa da
Serra, Proença-a-Nova, Sertã e Vila
N
os leitores e particularmente ao autor
Joaquim Eurico Nogueira, os meus
mais sinceros pedidos de desculpa,
César Oliveira
pois reconheço que a falta do mapa
abaixo prejudicou a excelência do artigo.
EXPOSIÇÃO DE PINTURA DE CHRISTINE SEWELL
oi inaugurada, no passado dia 18
de Abril, a exposição de pintura de
Christine Sewell, na galeria 1 do
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
simbiose entre o sacro e o profano.
A apresentação do livro, que teve
como anfitrião Pedro Amaro, presidente
da Direcção da Casa da Comarca da
Sertã, ao contrário do habitual, não
contou com um mero resumo do livro
por parte do seu autor. O autor interagiu
com o público, não apenas partilhando
as histórias que sabia e que publicou,
mas pondo estes também a participar
incitando os presentes a contar “as suas
histórias”.
Aqui está uma publicação que
não pode passar despercebida aos
pampilhosenses!
Aldeias desaparecidas
da freguesia de Dornelas
a última edição
– número de
Abril – publi­
cá­­mos um excelente
artigo “Aldeias desaparecidas da freguesia
de Dornelas”, da autoria de Joaquim Eurico
Nogueira.
Lamentavelmente e
por razões que sou o
único responsável, o
artigo em questão não
foi acompanhado do
necessário mapa da
freguesia de Dornelas
do Zêzere e que muito
ajudaria à compreensão “geográfica” do
tema em análise.
Assim, resta-me apresentar a todos
F
de Rei) e aproveitou a sua passagem
por estas inóspitas paragens do Interior
português para recolher histórias
dum povo marcadamente religioso e
supersticioso, fruto do seu isolamento,
deste modo recuperando as memórias
de quem sempre soube viver em perfeita
Edifício Monsenhor Nunes
Pereira.
A inauguração desta
exposição decorreu por
volta das 19.30 horas,
e contou, entre muitos
amigos e admiradores,
com a presença do Senhor
Presidente da Câmara
Municipal de Pampilhosa
da Serra, José Brito.
Esta exposição conta
49 quadros ilustrados
com episódios da vida quo­­tidiana
Pampilhosense e estará patente ao
público até dia 29 de Maio de 2009.
11
Actualidade
Regionalismo
A Páscoa na Póvoa
A imaginação faz a festa,
a união a vontade de continuar a acreditar
D
ando
continuidade
ao “vamos todos
como os da Póvoa” e
confirmando a realidade dos
últimos anos, a Póvoa viveu,
durante o fim de semana da
Páscoa, mais uma grande
jornada de convívio, de união e
de amizade.
Ano após ano, a Comissão de
Melhoramentos tem idealizado
programas interessantes e do
Os homens da Póvoa
agrado de todos quantos nos
visitam, no entanto, este ano,
pensamos ter superado todas
as expectativas e, passados
vários dias sobre o evento, o
principal tema de conversa
continua a ser a noite de sexta
feira de Páscoa.
A Páscoa na Póvoa não
se resume a simples almoço
ou actividade. É um fim de
semana em cheio, com diversas
actividades, muita animação,
que envolve e depende do
trabalho de muita gente.
Luís Gonçalves, há vários
anos convidado obrigatório das
nossas festas, encarregou-se
de escrever sobre alguns dos
pontos mais marcantes, por
isso e para não nos alongarmos
demasiado, vamos apenas
deixar alguns agradecimentos,
sempre necessários quando
As mulheres da Póvoa
merecidos.
Efectivamente se, ao longo
dos anos, temos enaltecido
o trabalho das mulheres da
Póvoa, na verdade o principal
suporte aos consecutivos
êxitos que tem marcado a
Páscoa na nossa aldeia, temos
“TONY CARREIRA” E AS “DOCE” NA PÓVOA
Luís Gonçalves
Póvoa - Pampilhosa da Serra com Páscoa diferente
“E agora, meus senhores e
minhas senhoras, o menino
bonito das Serras da Pampilhosa,
“Tony Carreira”. Uma enorme
salva de palmas fez-se ouvir
na sala apinhada, enquanto ao
som de “Sonhos de menino” o
“Tony Carreira” da Póvoa entrava
sorridente, acompanhado de
duas jovens que encaixavam
como uma luva no papel. A
plateia contagiada cantava, e
cantou de tal forma afinada que
o nosso “Tony”, teve que fazer
breve pausa para dar espaço
às fãs.
As gentes da Póvoa, freguesia
de Pampilhosa da Serra, já
nos habituaram a surpresas
que fogem frequentemente ao
conceito estabelecido de festa
popular.
conhecidas, apresentadas pelos
jovens e menos jovens da aldeia.
Este ano, e porque no ano
anterior soube a pouco, as
gentes da Póvoa, em espectáculo
inédito nas Serras da Pampilhosa,
deliciaram durante mais de
2 horas os presente. Numa
animação surpresa apresentaramse em palco improvisado, um
naipe enorme de artistas capaz
de fazer inveja aos mais afamados
cabarés. Uma espécie de “Moulin
Rouge” à moda serrana.
A encenação a cargo dos jovens
da aldeia e apresentada pela
“Catarina Furtado”, que recebeu
o corpo do César Oliveira, teve
a companhia da elegantíssima
“Barbara Guimarães” apresentada
pelo Mota, antigo jogador do
Pampilhosense. Os “empregados”
As Jovens Doce
Em 2007, provou-se um pouco
de um programa recheado,
para em 2008 se apreciar algo
diferente, com um espectáculo
de personagens mais ou menos
12
de bar, vestidos a rigor, foram
apresentados pelo sempre bem
disposto Amadeu, José Serra,
que também deu corpo a “Quim
Barreiros” e pelo Ho­­­rácio Barata.
Perante uma sala bem
composta, onde não
faltaram representantes
do poder autárquico,
e convidados vindos
p ro p o s i t a d a m e n t e
de Paris, desfilaram
“artistas” das mais
variadas tendências.
Marco Paulo, Bom­­
bo­­­cas, Mário Gil, Ro­­­
mana, Clemente, Ana
Malhoa, José Malhoa,
Rute Marlene, Tony
Carreira, Toy, Mónica
Cintra, António Varia­
ções, Ágata, Emanuel,
Tonicha, Quim Barreiros,
Trio Odemira, Doce,
e no final cantou-se
de forma emotiva em
homenagem às mães da Póvoa,
“Amor de mãe”.
Em duas horas de beleza e cor,
onde não faltou a boa disposição
dos apresentadores, embora os
saltos altos não parassem de
torturar a “Bárbara Guimarães” e
a “Catarina Furtado”, apreciouse a beleza inesperada de uma
“Mónica Cintra”, de um “Mário
Gil”,
compenetrado
como
ninguém no papel, e pudemos
ficar boquiabertos com o elevado
profissionalismo das “Doce”, que
nada ficaram a dever às originais.
“António Variações”, apresentado
pelo Rui Chorincas, fez-nos
lembrar o singular artista de “O
corpo é que paga”, enquanto “o
meu perfume de mulher”, nos
provou que brincadeira e bom
gosto, nada têm a ver com idade.
O nosso último destaque vai
para o “monumental” Striptease
encenado de forma muito
“profissional pelo povoense Jorge
Madruga. A plateia delirante, pedia
mais e mais, e os gestos atrevidos
sucediam-se, enquanto o fôlego
faltava de tanta gargalhada.
O Quim Barreiros na Póvoa
A Póvoa, na freguesia
de Pampilhosa da
Serra, já era referência
na organização de
festas onde a matança
do porco pontuava
positivamente, começa
agora a destacar-se na
organização de eventos
fora do contexto
habitual. Novos e
menos novos aderem
de forma espontânea,
e começam logo ali a
delinear a estratégia
para o ano seguinte.
As senhoras da Póvoa,
mais conservadoras,
mas nem por isso
menos participativas,
já fizeram saber que
para o ano também
querem entrar na festa.
Ficamos à espera e
fazemos votos que
consigam surpreender
tudo e todos, pois
argumentos não lhe
faltam, e podem
sempre aproveitar a
O nosso
António
Variações
experiência do ano anterior.
E “Vamos todos como os da Póvoa”.
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
Actualidade
Regionalismo
A Páscoa na Póvoa
agora – e com todo o prazer
– que enaltecer o interesse e
a entrega da juventude, tanta
alegria e irreverência que nos
faz acreditar que as próximas
festas apenas podem ser... um
novo êxito. E, já agora, que
dizer do esforço dos homens
da Póvoa, do trabalho, da
animação, do cantar, sei lá ...
um espectáculo.
Verificamos assim que os
agradecimentos são extensivos
César Oliveira
a todos e nada mais justo.
Se todos trabalham, todos
merecem aplausos (mesmo os
que vêm propositadamente de
Paris, não é Zeca e Teresinha?)
e a Póvoa é assim, os de cá e
os de lá, homens e mulheres,
jovens e idosos, todos vão
como os da Póvoa.
E até para o ano... e novas
surpresas. Está prometido!
O jantar de 6ª feira
ALBERTO MENDES DE OLIVEIRA
Comissão de Melhoramentos da Póvoa,
presta homenagem a um homem tranquilo
“....o meu destino está traçado e,
publicamente, assumo que, respeitando
o passado da minha família, não
será por mim que a Comissão de
Melhoramentos da Póvoa acabará,...”
(Tiago Oliveira na homenagem a seu avô)
Foi no passado dia 11 de Abril, que
a pacata aldeia da Póvoa, freguesia
de Pampilhosa da Serra, prestou
homenagem a Alberto Mendes de
Oliveira, um seu natural que ao longo da
sua vida sempre foi, como disse Júlio
de Oliveira Antão no seu elogio público,
“Um homem simples no seu trato,
sensato e discreto na manifestação dos
seus sentimentos, conciliador mas de
profunda sensibilidade.”
Alberto Mendes de Oliveira, nasceu
na Póvoa a 9 de Setembro de 1930, filho
de Manuel Mendes de Oliveira e Maria
Emília Conceição Batista. Contraiu
matrimónio com Maria Felisbela de
Almeida Mendes no Inverno de 1955,
e a 21 de Novembro de 1958 nasce
o seu primeiro e único filho, César
Almeida Mendes de Oliveira. Filho de
esquecer o seu
berço...” De
facto, Alberto
Mendes de Oli­­
veira, o Senhor
Alberto, nutre
pela pequena
aldeia da Póvoa
um carinho tal,
capaz de con­­
tagiar os que
o rodeiam, ao
ponto de ser
muito fácil para
o visitante sentir-se em casa.
Sempre preocupado com o bem-estar
dos outros, pronto e disponível nos
momentos de maior aflição, guarda
dentro da sua aparência tranquila um
certo humor, difícil de qualificar, mas
Os nossos garçons
Strip sobre palco improvisado
Festa acabou em beleza
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
Luís Gonçalves
família prestigiada e com recursos para
a época, o jovem Alberto decide aos
18 anos tentar a sua sorte em Lisboa,
mas pouco tempo depois é forçado
a regressar devido à doença do pai,
tendo retornado mais tarde à capital.
Segundo Júlio Antão, “Mereceu
ao longo da sua vida de trabalho, a
confiança, a estima e consideração
das entidades e dos colegas onde
prestou serviço.” Homenageado pela
Embaixada Americana, pelo modo
como desempenhou as suas funções,
recebeu desta o convite para regressar
mesmo depois de reformado, caso
fosse essa a sua vontade. Continuando
a citar o Senhor Presidente da Comissão
de Melhoramentos da Póvoa, “Sem o
seu apoio e sacrifício, preocupação e
desejo de ser útil, não seria possível
aos utilizadores da Casa da Aldeia da
Póvoa, usufruírem da mesma nos seus
momentos de lazer”.
Homem capaz de cativar os mais
cépticos, desinteressado na ajuda
que proporciona aos visitantes e
moradores da aldeia, era no dia da
sua merecida homenagem um homem
feliz, sem nunca perder a tranquilidade
que é a “imagem de marca” deste
serrano de gema. Tal sentimento, era
visivelmente partilhado pela esposa
que fez questão de o acompanhar em
toda a cerimónia.
Foi com uma lágrima teimosa no
canto do olho, que descerrou a placa
de xisto previamente colocada na sala
da Casa da Aldeia, onde se pode ler:
“Embalado por sonhos de menino, cedo
rumou à grande cidade, sem nunca
sem nunca abandonar o seu ar afável
e tranquilo.
No almoço que se seguiu à simples
cerimónia de homenagem, vários
foram os amigos, que por carta ou
pessoalmente fizeram questão de estar
com o Senhor Alberto naquele dia. De
entre todos, registamos com enorme
satisfação a presença de Arnaldo
Rodrigues de Almeida, que leu uma
quem é neto.
De voz trémula mas seguro nas
ideias que transmitia, prendou o
homenageado e os presentes, com
a promessa de dar continuidade ao
trabalho de seu bisavô, avô, e pai. “Se
o meu avô desde sempre fez parte
da Comissão de Melhoramentos da
Póvoa, é preciso não esquecer que o
seu pai – o meu bisavô Manuel Mendes
– esteve ligado à sua criação, ainda
na década de trinta e depois foi figura
importante na sua consolidação; já o
meu pai, relativamente à Comissão,
dispensa comentários quanto ao seu
envolvimento, ora isto significa que o meu
destino está traçado e, publicamente,
assumo que, respeitando o passado da
minha família, não será por mim que a
Comissão de Melhoramentos da Póvoa
acabará, também eu estou disponível
para seguir os passos do meu avô de
tudo fazer pelo bem da Póvoa. É esta
a prenda que aqui deixo do fundo do
meu coração.”
O jovem lembrou ainda os seus
tempos de menino, passados na
Póvoa, mostrando a grande cum­­pli­­
cidade que sempre houve entre avô
e neto e recordou : “... a sua grande
preocupação de não me deixar ir para
festa nenhuma sem uma “notita” no
bolso, pois não queria que me faltasse
Tiago Oliveira
encerrando
a sessão
bonita mensagem enviada pela esposa
Aurora. Ainda durante o almoço, José
Brito, presidente da Câmara Municipal
de Pampilhosa da Serra, quis associarse à homenagem prestada, tendo na
ocasião entregue ao homenageado
a medalha de prata do Município
pampilhosense.
De entre as várias intervenções, mais
ou menos emotivas, há que salientar
a do jovem Tiago Oliveira, neto do
homenageado, que para surpresa de
todos mostrou bem de quem é filho, de
nada.”
Familiares e amigos, puderam desta
forma prestar homenagem ao Senhor
Alberto, no dia em que até S. Pedro
mostrou gostar do homenageado e da
Póvoa e a todos contemplou com uma
radiosa tarde de Primavera.
Seguiu-se um bonito espectáculo de
folclore a cargo do Rancho Folclórico
da Casa do Concelho de Pampilhosa
da Serra e do Rancho Folclórico de
Pampilhosa da Serra.
13
Actualidade
INAUGURAÇÃO DA III FEIRA DO
LIVRO DE PAMPILHOSA DA SERRA
o passado dia 15 de Abril pelas
14h00 inaugurou-se a 3.ª edição
da Feira do Livro de Pampilhosa
N
Nacional de Leitura.
Foram entregues os livros do Pano
Nacional de Leitura e num acto simbóli-
da Serra.
Uma organização do Município
de Pampilhosa da Serra através da
Biblioteca Municipal e em parceria
com o Agrupamento de Escolas de
Pampilhosa da Serra – Escalada.
Esta edição conta com a presença de
11 editoras e de cerca de 5000 títulos
para venda até ao dia 15 de Maio.
Na sessão de abertura o Presidente
da Câmara, José Brito, deu as boas
vindas aos alunos do Agrupamento e
deu a conhecer a adesão do Município
de Pampilhosa da Serra ao Plano
co foram entregues a cada delegado de
turma alguns exemplares para os transportarem até à Biblioteca da Escola.
Também, foram entregues pelo Sr.
Presidente dois exemplares da recente
Carta Arqueológica do Concelho, da
autoria dos arqueólogos Carlos Batata
e Filomena Gaspar à Biblioteca Escolar
de Pampilhosa da Serra.
A Feira poderá ser visitada na Biblioteca Municipal de segunda a sextafeira no horário das 10h30 às 12h30 e
das 14h00 às 19h00, até ao dia 15 de
Maio.
ACTIVIDADES DA CASA DO CONCELHO ABRIL 2009
I – Breve retrospectiva das
iniciativas desenvolvidas
Depois da consagração do Rancho Folclórico da
Casa e da Pampilhosa da Serra, que completou 25
anos em Março de 2009, sucederam-se os convites
e actuações. No 4 dia de Abril, nas comemorações
do aniversário do Rancho da Ribeira de Celavisa
realizadas na Casa da Comarca de Arganil, no
dia 11 na Póvoa, no dia 19 na Associação de
Moradores do Condado - Marvila e no dia 25 de
Abril no Lar de Idosos de Pampilhosa da Serra,
nas Meãs e finalmente na mostra de produtos
regionais em Pedrógão Grande. O sucesso destas
participações merecem o incentivo de todos os
pampilhosenses em futuras realizações.
No dia 10 de Abril, a direcção da CCPS e o
Serras estiveram representados nas comemorações
do Município de Pampilhosa da Serra, que atribuiu
a diversas entidades e à Casa do Concelho o
habitual subsídio de apoio às suas actividades.
Para além de agradecermos o apoio recebido,
registamos com satisfação a referência elogiosa do
Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Administração
Local, Dr. Eduardo Cabrita, ao dinamismo da nossa
instituição, tendo mostrado a sua disponibilidade
para participar nas comemorações do próximo
aniversário da Casa e do Jornal.
No dia 18 a direcção realizou a sua reunião
mensal, destacando-se as seguintes deliberações:
a) Aprovação do novo associado Carlos Filipe
Fonseca Machado dos Santos (Póvoa), que foi
igualmente designado para completar o elenco de
delegados da Casa do Concelho em Pampilhosa
da Serra, que já incluía os seguintes elementos:
Esmeralda Alexandre, Luis Dias, Luis Estêvão e
Ruas Mendes;
b) Adesão da CCPS à Associação das Casas
Regionais em Lisboa, que já inclui 16 Casas;
c) Actualização da tabela de publicações do
Serras, que introduziu a possibilidade de pequenas
inserções a partir de 100 € / ano;
d) Participação no Torneio Primavera, organizado
pela Junta de Freguesia de Santo Estevão, em
moldes similares ao realizado em 2007 com as
colectividades do bairro de Alfama;
e) Apoio à divulgação da peregrinação que um
grupo de pampilhosenses fará, de bicicleta, de 10
a 13 de Junho, passando por Fátima e levando
duas imagens dos beatos Francisco e Jacinta para
a Pampilhosa da Serra;
f) Preparações das próximas iniciativas em que
a Casa está envolvida: Torneio de Futsal, Fim-desemana das Regiões, Aniversários da Casa e do
Serras e 2.º Encontro de Juristas de Pampilhosa
da Serra.
No dia 22 a CCPS esteve em duas reuniões
importantes. Uma promovida pela Associação
das Casas Regionais em Lisboa para preparar o
Fim-de-semana das Regiões (Praça da Figueira
- 29, 30 e 31 de Maio). Outra na Confederação
Portuguesa das Colectividades de Cultura Recreio
A Liga do Sobral de Baixo vai, no dia 21 de Junho, organizar uma excursão à
nossa aldeia, para uma matança de porco. Assim, informamos todos os amigos
interessados que poderão fazer a sua inscrição para os seguintes contactos:
Hélder Almeida: 965444543; Fernanda Neves: 919947295; António Antunes:
962668324; Miguel Neves: 966336728
LIGA DE MELHORAMENTOS
DO SOBRAL DE BAIXO
Almoço Comemorativo do 64º Aniversário
Esta Liga de Melhoramentos tendo sempre em mente o regionalismo nesta região, tem
como resultado a obra que está à vista de todos quantos visitam esta nossa aldeia do Sobral
de Baixo. A direcção da Liga vai cumprir o que está previsto no seu plano de actividades
e não pode deixar de assinalar condignamente e em festa a comemoração dos 64 anos
de fundação, homenageando a acção dos fundadores e seguidores como base para
perspectivar o futuro.
Continuando a tradição, a comemoração constará de um grande e sensacional Almoço
de Convívio, que se vai realizar no próximo dia 24 de Maio, pelas 13,00 horas, servido no
restaurante “Stadium”, que fica no Estádio Universitário, em frente ao Hospital de Santa
Maria.
Após o almoço, teremos a entrega de emblemas de prata aos sócios que completam 25
anos de associados, ao que seguirá o tradicional leilão de ofertas.
Pelas 12,00 horas, será celebrada Missa na Venerável Ordem Terceira de São Francisco
do Campo Grande, que fica no Campo Grande, 358, ao lado Universidade Lusófona, em
memória dos sócios e familiares falecidos.
Seria para nós uma honra contar com a vossa presença, pelo que, solicitamos a marcação
junto da direcção, ou para:
Helder Almeida: 965444543; Fernanda Neves: 919947265: Miguel Neves: 966336728
14
e Desporto onde foram analisados: a possibilidade
de instalação de um posto público de internet na
sede da Casa, o esclarecimento do direito das
colectividades filiadas na CPCCRD à redução em
50% da taxa dos direitos nas festas que organizam,
as comemorações dos aniversários de ambas as
entidades e a disponibilidade da Confederação
para organizar na nossa sede, provavelmente
em Outubro, um Sábado de Formação intensiva
que incluirá aspectos gerais do associativismo
e temas específicos ligados à comunicação e
imagem, contabilidade e fiscalidade aplicadas às
associações.
II – Aniversário da Casa e do Jornal
“Serras da Pampilhosa” (14 Junho de 2009)
Conforme já explicámos anteriormente, face ao
calendário de iniciativas e eventos previstos para
o próximo mês de Junho, a direcção deliberou
confirmar o almoço do 68.º aniversário da Casa do
Concelho de Pampilhosa da Serra, associado ao
10.º aniversário do jornal “Serras da Pampilhosa”,
para o próximo dia 14 de Junho de 2009, na sede
da CCPS (Rua das Escolas Gerais, 82, em Lisboa).
Se o Sr. Secretário Adjunto e da Administração
Local confirmar a sua presença e pudermos contar
com a presença da Câmara Municipal de Lisboa,
a par dos nossos autarcas e da Junta de Santo
Estevão, poderemos vir a ter mais uma jornada
histórica.
Os colaboradores que criaram e mantiveram
o “Serras” nos 10 anos da sua existência serão,
naturalmente, os convidados mais significativos
para nós, mas os assinantes e sobretudo os
empresários que têm sido uma das principais
bases de sustentação do jornal (a par do Município
de Pampilhosa da Serra) terão uma atenção muito
especial. Iremos convidar todos os empresários
que têm ou tiveram participações no “Serras”
e outros que já mostraram disponibilidade para
o efeito, mas como nestas coisas pode haver
sempre uma ou outra falha involuntária, pedimos
desde já a todos quantos tenham interesse em
estar presentes e colaborar e que eventualmente
não sejam contactados, o favor de nos informarem
de imediato, para que possamos contar com a sua
presença imprescindível.
A gastronomia estará a cargo dos nossos
colegas dos Corpos Sociais, Fernando Santos
e José Alexandre, coadjuvados pela D. Lurdes e
outros colaboradores e os elementos do Rancho
assegurarão o serviço das mesas. A animação
musical contará com a actuação do Rancho da
Casa, mas também com os “Lisboa A4”, um grupo
musical ligado ao fado, que certamente será do
agrado de todos os presentes.
III – Outros Eventos promovidos pela Casa
O Torneio de Futsal, que pelo terceiro ano
consecutivo está decorrer todos os Sábados e
Feriados, à tarde, de 25 de Abril a 30 de Maio, no
Varejense (Av. Afonso III – Alto de s. João), à tarde,
envolvendo equipas de 10 localidades do concelho
de Pampilhosa da Serra.
O Fim-de-semana das Regiões, nos dias 29, 30
e 31 de Maio, na Praça da Figueira, em Lisboa, em
parceria com a Associação das Casas Regionais
e a Câmara de Lisboa, será uma excelente
oportunidade para promovermos, não só a CCPS
e as Filiadas, mas também o nosso concelho. Já
garantimos o apoio e participação do Município de
Pampilhosa da Serra, do Grupo Musical Fraternidade
Pampilhosense, da Pampitece e tocadores de
concertinas. Haverá um palco onde actuarão, entre
outros agrupamentos, o nosso Rancho e a “Banda
da Pampilhosa” e um Stand, que será uma mostra
da Casa e do nosso concelho. Resta-nos aguardar
a presença em massa dos pampilhosenses, que
poderão trazer os vossos familiares e amigos.
A preparação do 2.º Encontro de Juristas
da Pampilhosa da Serra, previsto para o
mês de Setembro, já se encontra em pleno
desenvolvimento. A criação de uma estrutura
organizativa dos Juristas Pampilhosenses, com
o apoio e patrocínio da CCPS, também já está
a ser estudada. Os elementos responsáveis por
estas iniciativas dar-vos-ão conta dos pormenores,
cabendo à direcção da Casa um forte apelo a todos
os pampilhosenses para que estejam atentos e
acompanhem de perto as realizações que irão
decorrer e que terão uma importância estratégica
para o futuro de todos nós.
IV – Agradecimentos
Por lapso não foram mencionados na última
informação os donativos concedidos ao Rancho da
CCPS, por ocasião do almoço do 25.º Aniversário,
pelos que agradecemos em nome da Direcção da
Casa os seguintes contributos: Aires Fernandes
Almeida: 1500€, Anselmo Gaspar: 1000€ (e
mais 1000€ para uma inserção no Serras), Junta
de Freguesia da Pampilhosa da Serra: 1000€,
Manufacturas Roma: 500€, José Carlos Silva;
200€, Paulo Almeida: 155€, Isaura Fernandes:
150€ e Anselmo Lopes: 100€. A oferta do bolo
de aniversário, pelo Sr. Fernando Nunes, e todos
os trabalhos gráficos da Vigaprintes foram outros
apoios muito importantes, sem esquecer toda
a colaboração prestada por actuais e anteriores
elementos do Rancho e outros membros dos
corpos sociais e pampilhosenses. Nas actuações
que se seguiram há a registar as seguintes
contribuições: C. M. Povoa - 150€, Associação de
Marvila - 100€ e Região de Turismo do Centro –
autocarro para a Pedrogão Grande.
Agradecemos mais uma vez o subsídio à CCPS
atribuído pelo Município de Pampilhosa da Serra,
destinado a apoiar as actividades do Rancho e
do Jornal, no valor de 7.000€, bem como a salva
de prata que o Município ofereceu do Rancho por
ocasião do 25.º aniversário.
Anselmo Lopes
Presidente da Direcção da CCPS
EDITORIAL
 cont. da pág. 1
tempos que se avizinham.
Importa dizer no entanto, que co­­­­­mo
muitos de nós sabemos, o SERRAS vive
de alguns subsídios, e das assinaturas,
mas também da publicidade que
muitos amigos Pampilhosenses e
não só, nos confiam. A todos esses
amigos e conterrâneos pedimos e
contamos com a vossa imprescindível
colaboração.
No tocante aos conteúdos futuros,
gostaria de contar com a colaboração
das gentes do território pampilhosense,
que conjuntamente com os
colaboradores habituais, poderão
dar a sua ajuda, necessária para
manter elevada a qualidade da edição
mensal. Só a conjugação de todos
esses esforços, acrescidos da vontade
inabalável de bem servir por parte da
equipa que irá gerir a publicação do
nosso SERRAS, nos permitirão seguir
em frente, com passos seguros e de
cabeça levantada.
Gostaríamos de lembrar mais uma
vez, que os elementos do jornal não
têm quaisquer proventos pelo trabalho
que aqui desempenham, servindo
isso sim, esta missão em verdadeiro
sacerdócio e também alguma carolice,
privando-se muitas vezes do descanso
e do convívio familiar, lhes é devido.
Assim, enquanto o fadista que canta
o fado vadio pelas adegas, tem a
compensação do silêncio durante o
seu desempenho e, se a actuação
for boa as palmas vêm no fim, por
aqui no SERRAS, não queremos o tal
silêncio, mas antes pedimos a todos
colaboração, sugestões e alguma
compreensão. Não nos batam palmas,
mas por favor não nos atirem pedras.
Fiquem com a certeza que, “faremos o
melhor, esperando o pior e aceitaremos
de ânimo igual, o que de bom ou mau
nos possa acontecer”.
Finalmente, seja-me permitido deixar
aqui e agora, palavras de grande apreço
e agradecimento a todos, quantos ao
longo destes dez anos, sabe-se lá
com que dificuldades, contribuíram de
forma estóica e galharda, para que o
SERRAS chegasse até nós.
Para os grandes timoneiros, que foram
o César de Oliveira e o An­­tónio Rosa, vão
agradecimentos mui­­to especiais, com
a certeza que continuarão a dar-nos
todo o seu apoio, para assim podermos con­­ti­nuar a seguir em frente e
levar até vós se possível um SERRAS
ainda melhor.
Posto tudo isto, e porque os serranos
não são gente de muita conversa,
vamos ao trabalho, pois é imperativo
não perder-mos tempo. O futuro é já
amanhã.
César Oliveira
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
Actualidade
UNIÃO PROGRESSIVA DE VALE SERRÃO
aLMOÇO ANUAL 2009
António Barata Lopes
A
UPVS realizou, no dia 25 de Abril um
almoço convívio, comemorativo dos
53 anos da sua fundação.
Este convívio decorreu na casa de
convívio, em Vale Serrão.
Estiveram presentes representantes
do poder local e regional (Dra. Alexandra
Tomé representante da Câmara Municipal;
Sr. Albino Barata, Dª Fernanda e Sr. Soares
pela Junta de Freguesia; Dr. António Sérgio
representante da Santa Casa da Misericórdia da Pampilhosa da Serra, Sr. José
Neves nosso Presidente da Assembleia
Geral representando a casa do Concelho
de Pampilhosa da Serra e ainda o Pároco
de Pampilhosa da Serra).
A ementa foi rica (chanfana á nossa moda,
febras entremeada, doces confeccionados
por habitantes da terra) e bem regada com
vinho proveniente da nossa terra.
Tivemos a presença da aparelhagem
de som, Flor do Zêzere, do nosso amigo
António Garcia.
Podemos dizer que as presenças ultrapassaram a centena e excederam todas
as nossas expectativas. Tivemos um salão
cheio de gente e de calor humano.
Não queríamos deixar de agradecer a
resposta que os Valserrenses nos deram
neste momento tão importante para a
nossa colectividade.
Queríamos ainda dizer que é muito gratificante para a Direcção o carinho demonstrado por todos sem excepção, e o sinal
que nos deram que querem continuar, de
que o regionalismo está bem vivo, e pronto
para as batalhas difíceis que teremos de
enfrentar no futuro.
Para os profetas da desgraça, que dizem
que o regionalismo não tem futuro, os
Valserrenses deram a resposta, comparecendo em massa, mostrando uma alegria,
colaboração e vontade de realizações futuras que nos surpreendeu agradavelmente.
A todos sem excepção o nosso bem
haja.
O almoço começou cerca das 13.00,
sempre com gente que não esperávamos a chegar e para os quis tiveram de
improvisar acolhimentos em cima da hora,
mas como o nosso lema é bem receber
todos acomodámos e todos daqui com
certeza saíram satisfeitos com o pouco
mas generoso que lhes oferecemos.
Seguiram-se os discursos da praxe,
tendo sido frisado que pela primeira vez
tivemos nesta nossa “gerência” a presença
do Dr. António Sérgio, o que muito nos
agradou. Todos os outros são já velhos
amigos sempre presentes nos nossos
eventos, e que recebemos sempre com
muito carinho e muito gosto.
As elogiosas e simpáticas palavras ao
trabalho desenvolvido pela nossa colectividade, do Presidente da Freguesia de
Pampilhosa da Serra Sr. Albino Barata e a
presença de quase todo o Staff da Junta,
foram momentos de elevada emoção, e
que recebemos com muito agrado e satisfação. Queremos desde já agradecer e
dizer que estamos sempre ao dispôr para
colaborar, e em conjunto engrandecermos
e levar cada vez mais longe o nome da
Pampilhosa da Serra.
Vem-nos sempre à lembrança a citação
proferida pelo grande Presidente dos
E.U.A. J.F. Kennedy “"Não pergunte o que
seu país pode fazer por você. Pergunte
o que você pode fazer por seu país." É
com esse espírito que encaramos o nosso
trabalho.
Não queremos deixar de referir, que
como já vai sendo costume a nossa
colaboradora Dª Graça, declamou mais
uns versos da sua autoria, feitos de improviso, em que chamava a atenção para a
ausência por doença de um dos elementos
dos corpos sociais da nossa colectividade,
sempre grande animador e entusiasta das
nossas realizações, Sr. Fernando Barata
Gonçalves. Para ele os nossos desejos de
rápidas melhoras.
Após o almoço, houve lugar ao toque
de guitarradas e concertina com o nosso
conterrâneo José Bernardo Pereira e mais
um amigo do Vale Pereiras que fez questão
de estar presente e que saudamos com
muito agrado. Tivemos a presença da Dª
Alda, esposa do José Bernardo Pereira,
que colaborou de forma abnegada e que
com a sua maneira de estar nos alegra
sempre a todos, e a quem não há protocolo que resista, sempre com os seus
dichotes que nos divertem e a quem queremos agradecer também.
Não fosse termos de realizar a nossa
Assembleia-Geral, e a festa teria continuado. Mas foi apenas interrompida.
Forma eleitos os corpos gerentes da
UPVS para 2009, havendo apenas uma
lista, tendo-se optado por uma solução
de continuidade. Foram discutidos alguns
assuntos de interesse para a nossa terra,
sempre de forma pacífica e ordeira como é
nosso apanágio.
Mas a festa e o convívio não pararam,
houve ainda lugar a um lanche ajantarado,
com caldo verde, febras e entremeadas.
O recinto da casa de convívio, foi abandonado, já noite dentro, mais cedo que o
costume, pois a chuva e o frio, tornaram
o ambiente desagradável, embora o calor
humano persistisse em ficar.
Queremos ainda agradecer especialmente a:
A todos os elementos da direcção,
corpos sociais, delegação e outros que nos
deram o seu abnegado apoio, muitas vezes
com sacrifícios pessoais e familiares.
Às senhoras que em Vale Serrão foram
inexcedíveis e que contribuíram para que o
almoço convívio fosse um sucesso.
Aos elementos do poder local e regional
pela sua presença.
Saudações Valserrenses
Futsal anima tardes de Lisboa
Conforme amplamente divulgado
nos meios regionalistas, está a decorrer
a bom ritmo e grande espírito de
camaradagem mais um torneio de futsal
organizado pela Casa do Concelho de
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
Pampilhosa da Serra.
Nos próximos fins de semana, a
pretexto de uns bem renhidos jogos de
futebol (todos querem ganhar, como é
lógico) muita juventude pampilhosense
se reúne nos pavilhão do Varejense,
perto do Alto de S. João.
Ao director Carlos Simões cabe a
dinamização do evento e a recepção a
todos quantos nos queiram visitar.
Merecida Inauguração em
Pampilhosa da Serra
C
onforme já tinha sido noticiado, no
passado dia 25 de Abril, procedeuse à inauguração da estrada que,
pelo alto da Serra, faz a ligação directa
entre o Alto das Aldeias e a Cruz dos
Lobatos, também denominada Estrada do
Cabeço da Urra.
A brilhante e concorrida inauguração
teve o seu início por volta das 11 horas e
trinta minutos no Alto das Aldeias, com a
presença do anterior e do actual Presidente
da Câmara Municipal de Pampilhosa
da Serra, Ex.mos. Senhores Hermano
Manuel G. Nunes de Almeida e José
Alberto Pacheco Brito Dias, que iniciaram e
concluíram, respectivamente, a obra e que
depois, alguns elogios à boa forma como a
Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra
tem sabido gerir os seus recursos, com os
princípios da justiça e da equidade sempre
bem presentes, e finalizou agradecendo
à Autarquia a concretização da obra
inaugurada, realçando a significativa me­
lho­­ria nas acessibilidade a estas aldeias
e a uma grande parte do concelho que
daí resultaram, e o Sr. António Mendes
G. Barata, também a elogiar o excelente
trabalho que a Câmara tem realizado e a
agradecer a realização deste importante
melhoramento. Também o Senhor Presi­
dente da Junta de Freguesia de Pampilhosa
da Serra, Sr. Albino Dias Barata, realçou a
procederam ao corte da fita, dando início
às respectivas cerimónias da inauguração.
O cortejo percorreu a estrada em
direcção à Cruz dos Lobatos, tendo sido
aí descerrada uma placa evocativa desta
cerimónia.
Posteriormente, o cortejo festivo rumou
em direcção à casa de convívio dos
Lobatos, onde foi gentilmente servido um
agradável almoço a todos aqueles que se
quiseram associar a esta festa, organizada
pelas Comissões de Melhoramentos das
aldeias de Lobatos, Lobatinhos, SignoSamo e Sobral Magro.
De destacar que honraram com a
sua presença no evento os Presidentes
anteriores e actual da Câmara Municipal
de Pampilhosa da Serra, já acima referidos,
o Presidente da Junta de Freguesia de
Pampilhosa da Serra e restante elenco
autárquico, o Presidente da Junta de
Freguesia de Janeiro de Baixo, o Pre­si­
den­te da Junta de Freguesia da Portela
importância desta obra para a Freguesia
e para o Concelho e agradeceu a sua
concretização. O Presidente da Câmara
Municipal cessante, Sr. Hermano de Al­
mei­­da, começou por agradecer o convite
para participar na cerimónia e lembrou que
esta obra era uma aspiração destas aldeias
que já vinha de algum tempo atrás e que a
sua realização se tornou bastante mais fácil
com a pronta disponibilidade na cedência
dos terrenos por parte dos habitantes das
aldeias envolvidas. A cerimónia terminou
com a alocução proferida pelo Presidente
da Câmara Municipal em exercício, o Sr.
Jo­­sé Brito, que agradeceu o convite e a
realização desta iniciativa, relembrando
que a Câmara ao realizar obras como
esta está apenas a fazer aquilo que lhe
compete, melhorando as condições de
vida das populações e, simultaneamente,
melhorando a rede viária do concelho,
actualmente já com bastante qualidade,
e reiterou que estará permanentemente
do Fojo, o Presidente da Junta de Fre­
gue­sia do Machio, o Presidente dos
Bom­­­beiros Voluntários de Pampilhosa da
Serra e restantes convivas em número
significativo.
Após o almoço, usaram da palavra,
pela comissão organizadora, o Sr. António
Mendes Garcia, que começou por agra­
de­cer a presença de todos, tecendo,
disponível para, em qualquer circunstância
que as necessidades o exijam, colaborar na
resolução das necessidades mais sentidas
pelos seus munícipes.
A Comissão Organizadora
António Martins Fernandes Lopes
António Mendes Garcia
José Santos Mendes
15
Desporto
Regresso às vitórias mesmo com nove unidades
5ª Jornada da 1º Div/Distrital Série A –
Apuramento de Campeão
Estádio: Campo Pampilhosense
Assistência: Cerca de 60 espectadores
Árbitro: João Calado
Auxiliares: Telmo Fernandes,
Resultado ao intervalo: 1-0
GD Pampilhosense: Braçal, Rabeca, João
Luís, Pedro Barata, Samuel, Rodrigo, Filipe
Brito, Marco Alegre (Ricardo Marques 81m),
João Neves (Capitão 72m), Carlos Alegre e
Paulo Marques (Samuel Carlota 91m).
Suplentes: Roldão, Chapa, Deco, Capitão,
Marcelo, Chapa e Samuel Carlota.
Treinador: Carlos Alegre
Golos: Paulo Marques 40m e Marco Alegre 60m.
O
Pampilhosense recebeu, ontem, a
equipa do Lagares da Beira. Duas
formações separadas por sete
pontos na tabela classificativa, no quarto
e quinto posto respectivamente. Ambas
as equipas vinham de derrotas na jornada
anterior, e a vitória neste desafio era o objectivo primordial, mais para a equipa serrana
Pampilhosense 2-0 Lagares da Beira
que ainda mantém intactas as aspirações
em alcançar o segundo posto na classificação.
O jogo inicia-se com algum equilíbrio.
Mas passado o primeiro quarto de hora
é a equipa visitante que consegue algum
controlo da partida. Com isso também os
primeiros lances de perigo, primeiro num
remate cruzado com o guarda-redes Braçal
a defender a “meias” com a trave da sua
baliza, pouco depois o Lagares da Beira
quase voltava a marcar, num lance em
que resultaria em auto-golo da equipa do
Pampilhosense, valeu a atenção de Braçal
a fazer uma boa estirada. A partir da meia
hora a equipa da casa consegue sacudir o
maior ascendente dos visitantes, e começa
a surgir com maior perigo na área contrária.
O primeiro sinal surgiu de uma bola parada,
com Rodrigo a cruzar tenso e Marco Alegre
a surgir atraso para a emenda. Até que
aos 40m, numa boa jogada de ataque
da equipa serrana entre Carlos Alegre e
Rabeca, com este último a entrar na área
contrária e a cruzar atrasado para Paulo
Marques marcar o primeiro. No minuto
seguinte, numa jogada muito idêntica à do
golo, Paulo Marques serve Filipe Brito mas
o médio serrano atira à trave, e na recarga
cabeceia para grande defesa do guardião
forasteiro. O Pampilhosense desperdiçava
uma boa ocasião para dilatar o marcador,
mas não e fez, e os últimos minutos da
primeira parte seriam jogados dentro da
área serrana, com o Lagares da Beira a
tentar igualar ainda antes do descanso.
Tal não aconteceu e ao intervalo, o placar,
dava vantagem ao Pampilhosense. Numa
primeira parte muito “musculada” o golo
que resultou da melhor jogada colectiva de
todos os 45m, fazia a diferença.
No reatamento esperava-se uma equipa
do Lagares da Beira mais perigosa, mas
foi a formação da casa que desde cedo
começou a desperdiçar ocasiões para
sentenciar a partida. Na primeira Paulo
Equipa de Futsal (GDP – Juniores)
seja em qualquer escalão etário, tanto no
Balanço da época 2008/2009
futsal, futebol de onze ou de sete, o imporJorge Ramos
O GD Pampilhosense terminou a sua
participação no campeonato distrital de
juniores de futsal. Um projecto de formação
inédito, de à meia dúzia de anos a esta parte,
que enriqueceu desportivamente dez jovens
pampilhosense com idades entre os 15 e
18 anos. Para a maioria destes jovens foi a
primeira experiencia no desporto federado,
e foi para todos eles, a estreia na modalidade de futsal. Principalmente por estas
razões, os objectivos prendiam-se essencialmente por permitir aos mais novos alguma experiencia que, só, a participação na
competição possibilita. Os resultados ficariam para segundo plano, pois nestas idades,
mais importante que os aspectos tácticos
ou técnicos, estão os intelectuais ou morais.
Em jeito de balanço final, deve-se referir que
o saldo é extremamente positivo, embora
como em tudo na vida, há sempre aspectos
menos positivos. Desportivamente falando,
e no capítulo dos resultados, a equipa
classificou-se na quinta posição da geral,
ficando a um lugar que daria acesso á Fase
Final de Apuramento de Campeão. Perante
equipas com largos anos de experiencia
na modalidade, com atletas que praticam
16
Jorge Ramos
futsal há quatro ou cinco anos e em alguns
casos até mais, os nossos jovens portaramse muito bem. Deixaram uma boa imagem
competitiva. A luta pela fase final decorreu
até às últimas jornadas, e não fosse uma
segunda volta menos positiva baseada,
principalmente, em alguns castigos disciplinares, e o quarto lugar teria sido alcançado. Na Taça de Encerramento, que poderia
servir como prémio de “consolação” as
coisas não correu de feição, as muitas
ausências de atletas,
pelas mais diversas
razões, não permitiu
uma melhor participação nesta prova.
Mas como já foi
referido, em termos
globais a experiencia
é satisfatória e positiva. No futuro esperase que o Pampilhosense possa continuar ligado à formação,
se possível com uma
maior número de
atletas praticantes,
tante é manter os nossos jovens “viciados”
no desporto. Para terminar apenas referir os
elementos que fizeram parte da equipa de
Juniores de Futsal 2008/2009, na foto da
esquerda para a direita: Braçal (Seccionista),
Samuel (Ala), Valter (GR), David (Ala/Pivô),
João Neves (Seccionista), Dias (Massagista); Em baixo da esquerda para a direita:
Gonçalo (Pivot), Deco (Universal), Zézito
(Fixo/Ala), Joel (Ala/Pivô)) e Marcelo (Ala/
Pivô). Não estão na foto: João Pedro (GR) e
Pedro Albuquerque (Pivô).
Marques isolado atira ao lado, pouco depois tante, dentro da área do Pampilhosense,
o mesmo jogador surge também isolado, consegue a rotação mas o remate sai fraco
ainda em melhor posição, mas permite e acaba nas mãos do guarda-redes Braçal.
a intervenção do guarda-redes contrário. Pouco depois o árbitro dá por terminado
Também Marco Alegre esteve perto do o desafio e o Pampilhosense regressa as
golo, mas quando poderia correr sozinho vitórias.
A vitória da equipa do Pampilhosense é
para a baliza, precipitou-se e rematou fraco.
O Pampilhosense ameaçava o segundo justa e merecida. Não esteve tão bem na
golo, e em contra-ataque aproveitava o primeira parte, mas na segunda metade fez
adiantamento da equipa contrária para criar por justificar os três pontos. Mesmo com
lances de muito perigo. Até que aos 60m, nove unidades durante largos minutos a
Carlos Alegre cruza da direita para Marco formação de Pampilhosa da Serra soube
Alegre, este na cara do golo remata de dominar e controlar a contenda. Um prémio
pronto e faz o segundo para a sua equipa. justíssimo que mantém a equipa na luta
Este tento veio dar maior tranquilidade ao pelo segundo posto da classificação.
A equipa de arbitragem não realizou um
conjunto da casa, tranquilidade que se
alterou em apenas um minuto, entre os 70m trabalho positivo. Foram vários os erros do
e 71m, com as expulsões de João Luís (por árbitro da partida e foi mais um desafio,
acumulação de amarelos) e Samuel (verme­ dirigido por esta equipa de arbitragem,
lho directo). Faltavam ainda jogar cerca de em que, o Pampilhosense se vê forçado
20m, e o Pampilhosense via-se reduzido a terminar a partida com menos unidades
a nove elementos. No entanto a equipa que o adversário. Relembramos que a últiserrana manteve sempre os seus índices de ma expulsão de um jogador pampilhosense
concentração elevados, e mesmo com nove ocorreu em Setembro, na primeira jornada
elementos fechou bem os caminhos para a do campeonato.
sua baliza, não permitindo grandes espaços
Resultados:
para os avançados contrários visarem a
S. Pedro Alva 2-2 Góis
sua baliza. O mais perto que, o Lagares da
COJA 0-1 Académica SF
Beira esteve do golo foi já em período de
Pampilhosense 2-0 Lagares da Beira
compensação, quando o avançado visiClassificação:
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
Actualidade
O
Itinerâncias
Projecto Trilhos, promovido
pelo Município de Pampilhosa
da Serra, voltou a realizar as
suas já habituais Itinerâncias durante
as férias lectivas durante os dias 6
e 7 de Abril. Como o tema principal
foi a Páscoa, as crianças das várias
freguesias tiveram oportunidade
de construir uma galinha da Páscoa
usando muitos materiais lúdicos que
lhes permitiram desenvolver algumas
competências.
Ao contrário das Itinerâncias
anteriores, esta acção foi partilhada
pelos idosos do centro de dia/lar da
freguesia de Fajão e pelos centros de
dia da Amoreira e Malhada do Rei.
Assim, as crianças tiveram
oportunidade de ensinar os mais
velhos a realizar trabalhos lúdicos,
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
como por exemplo, uma galinha da
Páscoa. Para além disso, os idosos e as
habituais crianças participantes nestas
Itinerâncias, tiveram oportunidade de
visualizar em tempo real fotografias
sobre os trabalhos realizados, o
que promoveu, de certa forma uma
estimulação da auto-estima de todos
os participantes.
Na Amoreira, e seguindo um pouco
a linha do Trilhos portas abertas, as
crianças puderam dar uma formação
aos idosos sobre novas tecnologias
de informação e comunicação e
ofereceram uma galinha da Páscoa
construída por eles.
Nesta actividade para além de estar
presente a equipa técnica do Trilhos,
esteve também a vereadora Alexandra
Tomé que participou activamente em
todas as actividades propostas.
Esta acção foi considerada como
positiva e com a promessa de se repetir
mais vezes.
ONDE ESTÃO AS ABELHAS?
“Quando as abelhas desaparecerem, ao
Homem restarão só quatro anos de vida.
Acabam-se as abelhas, acaba a polinização,
acabam as plantas, acabam os animais,
acaba o homem.”
Este era o tema e o começo de um
trabalho publicado na revista Única/
Expresso, de 28 de Abril de 2007. À data
da publicação, li o artigo (com o interesse
próprio de quem pratica a apicultura como
hobby), mas sem no entanto lhe dar a
importância que o trabalho poderia merecer,
em virtude de me parecer, na altura, enfermar
de algum exagero. Conhecedor empírico
de algumas enfermidades que afectam os
insectos, nunca me tinha apercebido que
o fenómeno assumisse uma dimensão tão
preocupante. Ocasionalmente as colmeias
sofriam pequenas baixas, sem no entanto
atingirem a relevância que o referido artigo
fazia supor. Baixas normalmente atribuídas à
insectos himenópteros, caberá aos
entendidos na matéria estudarem a melhor
alternativa. O vento, os pássaros e os outros
insectos, poderão não ser suficientes para
a passagem do pólen entre a maioria das
plantas.
Neste ano de 2009, chegaram-me
ecos de vários apicultores serranos que
lamentam o súbito desaparecimento das
abelhas, em alguns casos superior a 50%
das colónias. Há situações em que os
cortiços tradicionais que alguns produtores
ainda utilizam como apoio à exploração,
foram os mais visados pelas deserções,
chegando mesmo aos 80% das unidades.
As abelhas partem deixando os cortiços/
colmeias, com favos repletos de mel, o que
não deixa de ser ainda mais surpreendente.
Na nossa terra, embora não estando em
doença parasitária conhecida pela Varrose,
tanto na inadequação como na resistência
ao tratamento.
A respeito de doenças, contrariamente
ao que seria de supor, o Ministério da
Agricultura apenas subsidia o tratamento
às explorações com mais de vinte e cinco
colmeias, deixando as restantes sem
qualquer apoio. Em meu entender, esta
dualidade de critérios suscita algumas
dúvidasquantoàsverdadeiraspreocupações
na luta pela erradicação da doença, dando
a ideia que as pequenas explorações não
estão expostas às enfermidades. Não
podemos esquecer que o remédio, com
Iva a 20%, ultrapassa os cinco euros por
colmeia e a produção em alguns casos é
muito baixa. Contabilizando os custos com
as que não escapam aos surtos de doenças
e deserções, os ganhos não deverão ir
muito além do tratamento, o que poderá de
certo modo criar alguma desmotivação na
luta contra a parasitária Varrose.
causa elevados investimentos é uma mais
valia que se vai perdendo, atendendo à
boa qualidade do mel produzido na região
e à desmotivação que o estranho facto
vai provocando nos poucos resistentes
que ainda vão teimando pela prática da
apicultura. Trata-se de uma região integrada
numa zona controlada, onde o mel é
produzido a partir de uma flora diversificada,
predominada pela queiró, razão suficiente
para se obter uma das melhores qualidades
que se produzem em Portugal. Só quem
algum dia provou mel directamente do favo,
colhido de um cortiço da região, pode dar
uma opinião avalizada em relação ao sabor
distinto e genuíno, que não se encontra em
muitos outros comercializados no país.
O verdadeiro motivo para esta calamidade
só os cientistas o saberão, mas pode muito
bem passar pela desorientação das obreiras,
pelo simples facto de não se encontrar
mortandade na proximidade das colmeias,
conduzindo ao rápido colapso do resto
Dois anos depois da publicação do
referido artigo sou forçado a concluir que
de facto algo de anormal se passa no
reino das abelhas e que o tema não só
era oportuno como ainda nos transporta
a um assunto surpreendente e até agora
inexplicável. Apesar da produção melífera
ser uma actividade com baixa rentabilidade
económica, há um motivo mais importante
para que este fenómeno seja estudado
com a urgência que a situação parece
merecer. Sem dúvida que está em causa
a polinização e na falta dos pequenos
da comunidade. Para essa desorientação
podem contribuir múltiplos factores como:
as radiações electromagnéticas, as mondas
químicas que hoje um pouco por todo
o lado vão substituindo o amanho das
terras, os locais de instalação dos apiários
ou até um qualquer tipo de doença. Mas
de uma coisa temos a certeza: é que
algo está errado no nosso ecossistema
e a natureza lança os sinais de alarme.
Compete ao Homem saber interpretá-los
para rapidamente os poder corrigir, para o
bem da humanidade.
Aristides Batista Victor
17
Cultura
“MEMÓRIAS E RAÍZES” DOS HENRIQUES DA
SILVA LANÇADO EM FAMÍLIA
António Amaro Rosa
O
mais recente título pam­­pi­­
lhosense composto por 800
páginas, "Memórias e Raízes
da Família Henriques da Silva",
conheceu no dia 21 de Março o
seu primeiro lançamento, num
evento reservado à família e seus
ramos. A herdade do Porto Velho,
na freguesia de Couço, foi o palco
escolhido para a apresentação da
obra de Paulo Coutinho Rebelo,
tendo estado presentes a mãe do
autor e precursora do livro, Maria
Irmã, as suas duas irmãs e cerca de
40 primos.
Paulo Coutinho Rebelo começou
por ler a dedicatória constante do
novo livro histórico-genealógico
e renovou os agradecimentos ali
expressos. Segui­da­mente alguns
familiares quiseram ouvir al­­­gumas
histórias narradas no livro, as­­sim
como saber qual a figura que, no
juízo do autor, merecia destaque
pelos seus valores e actos, tendo
o mesmo res­­­pon­­­dido apontando o
nome do te­­nen­­te coronel Manuel
Henriques de Carvalho. Na mesma
ocasião falou-se ainda no co­­­po de
N
Nuno Marques Figueira
CONTOS, LENDAS & MITOS DOS PADRÕES (PARTE IX):
C
baptismo da capela da quinta de
Vale Côvo e a sua origem. No segui­
mento desta apresentação familiar
fo­­­­ram vendidas cerca de 60% das
obras existentes.
Em jeito de balanço, na opinião
do autor “a receptividade da obra foi
extraordinária e carregada de muito
interesse por todos os familiares
“As bruxas da Relva do Lapão”
onta-se que certa vez,
na altura da apanha da
azeitona, no início da
década de 40 do século XX, já o
‘Ti Figueira’ e o ‘Ti Major’ tinham
apanhado a sua azeitona toda e
resolveram ir à adega que havia
no Vale da Maceira, juntamente
com mais uns 20 jornaleiros que
tinham trabalhado na apanha,
beber um tinto, enquanto a ‘Ti
Arminda da Figueira’ ficava em
casa a fazer filhós.
Já para o fim da noite, quando
estavam todos a voltar para a
Na altura, a opinião foi unânime:
eram as bruxas da Relva do
Lapão (local que ficava na outra
margem do rio e onde as bruxas
costumavam reunir-se) que
andavam por ali.
Tempos depois, também à
noite, vinha o ‘Ti Figueira’ sozinho
a voltar para casa quando no
momento em que ia a passar no
Covão dos Folgares começa a ver
uma luz no meio do mato.
Primeiro hesita e pensa: «serão
as bruxas?!» É então que se enche
de coragem e resolve enfrentar as
aldeia, começaram a ver uma luz
em volta dum arbusto. Pararam
todos e então os cães avançaram
na direcção da luz e os homens
começaram a fazer barulho, pelo
que a luz se deslocou para o outro
lado do rio Zêzere, na direcção
dos Quelhos, no Vilar dos Condes
Fundeiro.
bruxas, mas quando lá chega a luz
não passava duma lanterna que
ali estava pendurada no meio do
milho para assustar os texugos!
nome dos apresentadores da obra
e sequência das declarações”.
Assim, “é com infinita felicidade
que relato estes factos, pois uma
das directrizes desta obra já foi
atingida, sendo esta o aumento
do saber histórico da região e de
suas personagens ímpares”, conclui
Paulo Coutinho Rebelo.
EXPOSIÇÃO DE “JOSÉ MALHOA,
COM A ARTE NA ALMA”
o passado dia 25 de Abril,
pelas 16 horas, na Sala de
Exposições Temporárias do
Museu Municipal de Pampilhosa da
Serra, foi inaugurada a Exposição
“José Malhoa, com a Arte na Alma”.
Segundo os artistas, “esta
exposição dá a conhecer o
pintor José Malhoa (1855 1933), dando especial relevo
ao modo como viveu e sentiu
a nossa região, no Norte do
Distrito de Leiria, ao mesmo
tempo que se assinalam 75
anos da sua morte.”
Do seu percurso de artista
e das suas obras mais
representativas, a exposição
traça um roteiro para ver e para
reflectir com os olhos da alma.
Malhoa vivia em Figueiró dos
Vinhos, entre Maio e Outubro,
na sua casa, a que chamava
"O Casulo". Inspirou-o a luz
desta região montanhosa e
ensolarada, na autenticidade
O MIRADOURO DO POETA
AO SOM DE BACH
Ao som da música celestial de Bach
tolda-me o sonho como se fosse de éter
e o dia é mais dia, em eterno dia;
e sinto na fronte o sopro de um Deus
como se, em silêncio, me lançasse a benção.
Ao som da música celestial de Bach
solta-se a aurora e os ventos divagam
sem muros de pedra, sem minas no chão,
longe das sombras de mundos suspeitos.
E eu julgo ter alma quando aperto a mão.
Carvalho da Serra
18
LITERATURA POPULAR DA BEIRA SERRA
de um povo rural, na paleta de cores
da paisagem que brilha em modo
maior, quando o Sol a reflecte. A sua
pintura é arte e documento social de
uma época marcante do Portugal
interior. É pintura e é leitura. Mas
Malhoa não fez só os seus retratos.
Também conviveu com o povo, com
a burguesia e com os senhores
feudais.
A exposição ficará patente ao
público até dia 23 de Maio de 2009.
Jovem poesia
Partir para ficar
No vazio
Sem sentido, sem um rio.
Coração esfomeado
Ninguém à mesa para servir o amor.
Eu quero partir daqui
Rumo a ti
Para ficar
Partir para ficar
Em ti.
Quero libertar-me de mim
Saciar-me no teu mar
Sentir a tua fome
Acabar com a minha.
Acaba com o vazio agora
Parte-me!
Que eu quero partir
Para ficar
Partir para ficar
Em ti.
Agora somos gota
Reis do oceano
Ficámos…
Pedro Alvez
http://pedromiguelalvez.wordpress.com
É TAREFA A EVITAR
Na esfera do poder
A mulher dona do lar
Tem regras a defender
Nos modos de governar.
Restrigido ao meu lugar
Tanto quanto me é devido
Sem pretender contestar
Destino do que é partido.
Não faria mais sentido
Guardar os cacos dos pratos
De poucos é conhecido
O modo de meter gatos.
Malgrado os aparatos
Destinos estão traçados
Nem sempre os melhores tratos
P’ro monte ou reciclados.
Os partidos são bocados
Por regra maus de juntar
E se todos escaqueirados
Recompor esmigalhados
É tarefa a evitar
PENSAMENTO
... de Praçais!!! ... e quantos
ainda recordam? ... mas foi
assim ... é!!!
(permitam-me que deste modo, recorde
aquela família, que para lá do seu concelho,
percorria uma vasta zona, pondo pingos,
reparando chapéus de chuva, remendando
tachos e panelas, como metendo gatos nas
loiças partidas.)
ERRO
Baseado numa história que nos foi
contada por Artur Dias Barata Figueira e
José Marques Tavares, dos Padrões.
AINDA É CEDO
Brincam gaivotas, gritos na tarde
Do porto, no mar imenso dos teus olhos.
Ainda é cedo amor, ainda é cedo;
Há barcas ao longe, buscando abrigo.
Chilreiam aves, anunciando a chegada
Do amanhecer, no jardim dos teus olhos.
Ainda é cedo amor, ainda é cedo;
Há flores que dormem à tua espera.
Cintilam pirilampos, riscos na noite
Do aconchego, no abraço dos teus olhos.
Ainda é cedo amor, ainda é cedo;
Há sonhos de prazer por acontecer.
Bailam promessas nos teus olhos
E eu, quero sentir apenas
Na amplitude de todos os céus,
Como duas estrelitas pequenas,
Serem eles prisioneiros dos meus.
In "Um amor azul"
Quim d ' Abreu
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
Actualidade
ESPAÇO INTERNET
DE PAMPILHOSA DA SERRA
D
ecorreu no passado dia 2 de Abril
(Quinta Feira), no Espaço Internet
de Pampilhosa da Serra, uma
actividade temática “Oficina das Cores:
Páscoa Digital”, dirigida a crianças e
jovens com idades compreendidas entre
os 3 e os 12 anos.
participantes, bem como interligar a
Páscoa com o uso das novas Tecnologias
de Informação e Comunicação.
Esta actividade foi bem aceite pelas
crianças/jovens que puderam construir
um computador que coloriram ao
seu gosto e imaginação. No final da
A actividade teve como objectivos
promover o convívio lúdico entre
pares, desenvolver a criatividade dos
actividade, os participantes tiveram
direito a um brinde e um diploma de
participação.
CASA DO CONCELHO PAMPILHOSA DA SERRA
O
TRILHOS COM SENTIDO
Projecto Trilhos Com_
Sentido,
promovido
pe­­­lo Município de Pampilhosa da Serra, participou no
passado dia 30 de Março num
intercâmbio júnior promovido
pelo projecto “Novos Rumos II”,
de Santiago de Guarda – Ansião,
projecto este também financiado e avaliado pelo Programa
Escolhas.
As crianças/jovens realizaram
activi­dades atractivas para as
suas idades como, um peddypaper pela floresta e que consistia, para além das pistas que
tinham de recolher, na recolha
de lixo exis­tente e durante a
tarde realizou-se uma visita ao
castelo desta localidade.
Esta actividade teve como
objectivo promover o convívio inter-pares, a promoção
de hábitos de vida saudáveis,
o contacto com a Natureza,
bem como a divulgação do
património cultural da localidade.
Foi sem dúvida uma vida
diferente e cheia de diversão
para estas 27 crianças que participaram.
19
Actualidade
CONSELHEIRO SALVADOR DA COSTA E PROCURADORA CÂNDIDA ALMEIDA
MARCAM EVOLUÇÃO DO 2.º ENCONTRO DE JURISTAS
António Amaro Rosa
O
juiz conselheiro Salvador da Costa e
a procuradora Cândida Almeida são
dois dos reputados oradores que vão
apresentar comunicações no âmbito do ”2.º
Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra”,
a ter lugar em Setembro.
Os dois nomes representam uma nova
faceta relativamente à 1.ª edição. Com
efeito, enquanto que em 2008 a entidade
organizadora deu prevalência à apresentação
de comunicações por parte de juristas pam­­­
pi­­­­lhosenses e de algumas comunicações
lo­­cais, em 2009 a Casa do Concelho de
Pam­­­pilhosa da Serra, procurando cor­­­res­
pon­­­der a algumas sugestões dirigidas pelos
participantes, decidiu abrir o âmbito de inter­
venção. Desta forma, Salvador da Costa,
vi­­­rá à vila pampilhosense na qualidade de
“orador regional”, uma vez que aquele juiz
conselheiro no Supremo Tribunal de Justiça
é natural de Meda de Mouros, situada no
concelho de Tábua. Já Cândida Almeida, a
me­­­­­diática procuradora ligada à investigação
do caso “Freeport”, deslocar-se-á à “Capital
do Sossego” na qualidade de “oradora
nacional”.
Em face deste alargamento dos oradores
convidados, a organização do encontro pam­­
pilhosense de juristas decidiu igualmente abrir
o âmbito das inscrições, que assim deixa de se
resumir aos juristas naturais e descendentes
da Beira Serra e do Pinhal Interior, passando
agora a admitir a entrada de interessados
vindos de todos os pontos do país.
Entretanto, a comissão organizadora do “2.º
Encontro de Juristas de Pampilhosa da Serra”
tem vindo a prosseguir as suas diligências no
sentido de levar a bom termo este ambicioso
projecto da Casa do Concelho de Pampilhosa
da Serra. Para tanto, tem encetado diversos
contactos com a autarquia pampilhosense e
algumas forças vivas do concelho serrano,
de forma a apresentar um vasto programa
que não se resumirá ao conhecimento e
debate jurídicos. Assim, a promoção da
cultura e do turismo pampilhosenses é um
grande objectivo que decorrerá em paralelo
ao longo dos dois dias do encontro, sendo
especialmente destinado aos inscritos no
evento e aos seus acompanhantes.
Por outro lado, tudo aponta para que a edição
de 2009 marque o nascimento e o arranque
de uma nova associação pampilhosense,
mas desta feita uma colectividade com uma
matriz jurídica. Com efeito, foi mandatada
uma comissão instaladora de uma associação
de juristas pampilhosenses, tendo em vista
a prossecução de diversos objectivos
relacionados com o Direito, a Justiça e a
Segurança, com especial realce para o
território de Pampilhosa da Serra.
No entanto, a 2.ª edição do encontro de
juristas não pretende ser um evento fechado
em si mesmo e à comunidade pampilhosense.
Para tanto está a ser organizada uma exposição
aberta aos munícipes e visitantes do concelho,
destinada a elevar o conhecimento sobre
dez grandes figuras do Direito e da Justiça
naturais do concelho de Pampilhosa da Serra
e entretanto falecidas. Com vista a esse
objectivo, a associação Casa do Concelho de
Pampilhosa da Serra formulou os respectivos
convites a dez reputadas pessoas singulares
e colectivas para a realização da exposição
intitulada “10 Juristas Pampilhosenses:
Cronobiografias e Objectos”, a ter lugar no
Museu Municipal, sedeado no centro histórico
da vila.
À semelhança da edição passada, na qual
demos a conhecer um dos sete oradores
do “2.º Encontro de Juristas de Pampilhosa
da Serra”, também aqui avançamos a
identidade de outro convidado. Pedro Pereira
Alves, reputado advogado de Arganil e de
Pampilhosa da Serra, foi outro dos convidados
pela comissão organizadora, cabendo-lhe
a responsabilidade de apresentar a única
“comunicação comarcã” do 2.º encontro,
isto é, a comunicação que versará sobre a
específica realidade da comarca judicial de
Pampilhosa da Serra e que tem por título ”Ser
Advogado em Terras de Pampilhosa da Serra”
(VER CAIXA).
Para a concretização do “2.º Encontro de
Juristas de Pampilhosa da Serra”, a Direcção
da Casa do Concelho de Pampilhosa da
Serra (acessível em www.casadapampilhosa.
org), liderada por Anselmo Lopes, nomeou
a respectiva comissão organizadora, a
qual é integrada por António Amaro Rosa
([email protected]), César Oliveira
([email protected]), Fernando Carvalho
([email protected]) e João
Ramos ([email protected]), aos quais
deverão ser dirigidos todos os pedidos de
informação e de inscrição.
2.º ORADOR DO “2.º ENCONTRO DE JURISTAS DE
PAMPILHOSA DA SERRA”
“Ser Advogado em Terras de Pampilhosa da Serra”,
por Pedro Pereira Alves
Nasceu na freguesia de
São Jorge da Beira concelho
da Covilhã, paredesmeias com o concelho de
Pampilhosa da Serra, a 25
de Julho de 1950, donde
eram naturais parte dos seus
ascendentes.
Licenciou-se em Direito pela Faculdade
de Direito de Coimbra em 1974, como aluno
voluntário, porquanto trabalhou e estudou
simultaneamente. Foi professor da Escola
Secundária de Arganil, onde em 1975 e
1976 chegou a ser presidente do Conselho
Directivo. Em 22 de Janeiro de 1977 inscreveuse na Ordem dos Advogados, passando a
exercer a advocacia em toda a Beira Serra,
incluindo Pampilhosa da Serra, onde sempre
manteve escritório. Foi Consultor Jurídico
das Câmaras Municipais de Arganil, de Góis
e de Pampilhosa da Serra, funções que ainda
exerce nestas últimas duas.
Na estrutura da Ordem dos Advogados,
exerce as funções de delegado da Ordem
dos Advogados na Comarca de Arganil, há
mais de duas décadas, tendo sido membro
do Conselho de Deontologia de Coimbra.
Actualmente, participa, na formação de
jovens advogados, na Área
da Deontologia Profissional,
sendo também membro
dos Júri de Exames de
Candidatos à Advocacia.
Fora da sua actividade
profissional tem tido
uma acção importante
na promoção e desenvolvimento da Beira
Serra, participando em associações de
desenvolvimento, associações empresariais,
congressos, colóquios, reuniões múltiplas,
entre outras e publicando diversos artigos
na imprensa local e um pequeno livro com o
título “Beira Serra que Futuro”?
Em Setembro de 2009, Pedro Pereira Alves
proferirá a comunicação “Ser Advogado em
Terras de Pampilhosa da Serra”. Nas próprias
palavras do jurista “Ser-se advogado é estar
no epicentro da vida, passar por tudo, lidar
com as mais inesperadas e apaixonantes
situações e apropriar-se delas como suas.
Advogado verdadeiro, é aquele que se
concentra nesta arte de viver envolvido,
apaixonado e cúmplice com aqueles, que
nele confiam, mas também com aqueles que
dele desconfiam, de forma a sorrir, ao invés,
de chorar”.
EXPOSIÇÃO “10 JURISTAS PAMPILHOSENSES:
CRONOBIOGRAFIAS E OBJECTOS”
No decurso do “2.º Encontro de Juristas de
Pampilhosa da Serra” será inaugurada uma
exposição cultural dedicada a dez juristas
pampilhosenses de renome já falecidos.
Para tanto, a comissão organizadora
endereçou dez convites a outras tantas
entidades singulares e colectivas para
colaborarem com a Comissão Organizadora
do encontro no intuito de se mostrar, a toda
a comunidade de Pampilhosa da Serra e a
todos os visitantes do concelho, algumas
figuras pampilhosenses de renome.
Visou-se criar, tanto quanto nos foi
possível, uma exposição representativa do
“Alto Concelho” e do “Baixo Concelho”
de Pampilhosa da Serra, de leitura fácil e
apelativa, que conterá dados biográficos e
objectos pessoais e/ou alusivos a dez figuras
jurídicas de todas as épocas históricas e que
marcaram o panorama jurídico aos níveis
regional e nacional. Assim, na exposição “10
Juristas Pampilhosenses: Cronobiografias
e Objectos”, serão focados as seguintes
personalidades (por ordem alfabética):
1. Artur Dias da Silva Nogueira (freguesia de
Dornelas do Zêzere);
2. Bento Dias de Carvalho (freguesia de Dornelas
do Zêzere);
3. Cipriano Nunes Barata (freguesia de
Pampilhosa da Serra);
4. Francisco Augusto das Neves e Castro
(freguesia de Pampilhosa da Serra);
5. José Acúrsio das Neves (freguesia de Fajão);
6. José Fernando Nunes Barata (freguesia de
Pampilhosa da Serra);
7. José Maria Cardoso (freguesia de Fajão);
8. José Maria Henriques da Silva (freguesia de
Pampilhosa da Serra);
9. Manuel Baptista (freguesia de Pampilhosa
da Serra); e
10. Manuel Barata de Lima da Fonseca Arnaut
(freguesia de Portela do Fojo).
Ao longo das próximas edições do jornal
“SERRAS DA PAMPILHOSA” daremos a
conhecer, em cada número, uma breve
biografia de 2 destes 10 nomes, a par do perfil
dos respectivos cronobiógrafos entretanto
convidados pela Comissão Organizadora
do “2.º Encontro de Juristas de Pampilhosa
da Serra”. Assim, e seguindo a ordem atrás
enunciada, damos a conhecer nesta edição
as figuras de: Artur Dias da Silva Nogueira, a
abordar por Joaquim Eurico Nogueira; e de
Bento Dias de Carvalho, a abordar por José
Artur Anes Duarte Nogueira.
Artur Dias da Silva Nogueira (1918-2006)
Nasceu a 3 de Novembro de 1918 em
Dornelas do Zêzere e faleceu a 16 de Maio
de 2006, com 87 anos de idade, na sua
residência em Murtal (Parede), tendo sido
sepultado no jazigo da família Dias-Nogueira,
na sua terra natal.
Concluiu no ano de 1937 o curso
de Magistério Primário em Lisboa.
Posteriormente, matriculou-se na
Universidade de Coimbra, onde concluiu
o curso de Direito, com média final de 16
valores, em 1944. Após o cumprimento do
serviço militar, foi nomeado adido de legação,
ficando colocado no Ministério dos Negócios
Estrangeiros, na Repartição dos Negócios
Políticos, desde Dezembro de 1945 a Junho
de 1947. Nessa data requereu admissão no
Ministério da Justiça tendo exercido o cargo
de delegado do Procurador da República em
Vila Real de Santo António (Julho de 1947 a
Janeiro de 1950) e Lamego (até meados de
1951).
Em seguida, optou voltar para o Ministério
dos Negócios Estrangeiros seguindo a carreira
diplomática. Ao completar 65 anos de idade
em 1983, Artur Dias da Silva Nogueira passou
à disponibilidade, tendo fixado residência em
Murtal. Não obstante, manteve sempre grande
ligação afectiva à aldeia de Dornelas do
Zêzere, onde mantinha uma casa construída
no século XVIII pela família paterna.
Perfil do cronobiógrafo:
Joaquim Eurico Nogueira nasceu a 11
de Junho de 1965 em Joanesburgo, na
África do Sul, e é filho de Artur Dias da Silva
Nogueira e Maria Lídia Anes Roque Duarte.
Actualmente reside em Parede, distrito de
Lisboa. Ainda muito jovem mostrou interesse
pela matemática, o que o levou a inscrever-se
no curso de matemática pura da Faculdade
de Ciências de Lisboa, em 1983. Concluiu
o curso em 1989, o mestrado em 1993 e o
doutoramento em 2002 tendo-se especializado
em Álgebra e Teoria dos Números. Desde
Setembro de 1989 é docente-investigador
na Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Nova de Lisboa.
Publicou os seguintes livros de matemática:
“Curiosidades numéricas” (Sociedade
Portuguesa de Matemática; 2001); “Contar
e fazer contas” (Gradiva, 2004, em
colaboração com outros autores) e “A magia
das sucessões” (Sociedade Portuguesa de
Matemática; 2008).
Para além do gosto pela matemática
também, desde cedo, evidenciou interesse
(para o qual foi motivado pelo tio, D. Eurico
Nogueira, e pelo irmão José Artur) por questões
de ordem histórico-regionalista, o que o
levou à publicação de vários livros e artigos
versando esta temática. Publicou os seguintes
livros de cariz histórico-regionalista: “Tempo
que passa” (edição de autor; 2005); “Dornelas
do Zêzere, Subsídios para uma monografia”
(edição de autor; 2001). Publicou diversos
artigos de matemática (sobre recorrências
lineares) em revistas especializadas
internacionais assim como artigos de cariz
histórico-regionalista no jornal “SERRAS DA
PAMPILHOSA”. Apresentou no “Encontro
Cultural de Pampilhosa da Serra”, realizado
em Novembro de 2008, a comunicação “Padre
José Nogueira de Almeida (1878-1945): um
sacerdote pampilhosense nos tempos da 1.ª
República”.
Bento Dias de Carvalho (1749-18??)
Nascido em 2 de Julho de 1749 no Carregal
foi o segundo filho varão de Manuel Dias de
Carvalho, natural do Carregal e de Helena
Maria Fernandes, natural de Silvares, uma
família de proprietários agricultores localmente
bem posicionada em termos sociais e
económicos, ligada ao Carregal.
Matriculou-se na Faculdade de Cânones
em 1 de Outubro de 1765, com dezasseis
anos. Até 1770 renovou sucessivamente
a matrícula e a 10 de Maio de 1771 foi
aprovado no exame de bacharelato. Em
6 de Junho do mesmo ano fez exame
de licenciatura. Em 1770 Bento Dias de
Carvalho, na altura no quinto ano canónico,
defende publicamente conclusões (uma
dissertação de pós-graduação, nos nossos
dias) devendo ter acabado o curso nesse
ano ou no seguinte. Regressou em seguida
à origem.
Em data desconhecida, é nomeado
cónego da Sé da Guarda a cujo cabido se
manteria ligado até ao falecimento ocorrido
nos inícios do século XIX, talvez na segunda
década.
Perfil do cronobiógrafo:
José Artur Anes Duarte Nogueira nasceu
em Durban (África do Sul) a 12 de Abril de
1954, sendo filho de Artur Dias da Silva
Nogueira e de Maria Lídia Anes Roque
Duarte. Tem as raízes em Dornelas do Zêzere
(freguesia do concelho de Pampilhosa da
Serra).
É advogado e professor catedrático
da Faculdade de Direito de Lisboa e da
Universidade Lusíada, em Lisboa. Possui
uma considerável obra publicada, versando
essencialmente sobre a História do Direito
Português, donde se destacam: “Sociedade
e direito em Portugal na Idade Média: dos
primórdios ao século da universidade” (Lisboa;
Faculdade de Direito da Universidade de
Lisboa, 1994), “Objecto e método na história
do direito: algumas considerações” (Coimbra
Editora, 2003), ”Municipalismo e direito:
considerações histórico-jurídicas sobre o
direito local” (in “Estudos em homenagem a
Cunha Rodrigues”; Coimbra Editora, 2001),
“O direito processual civil português: linhas
gerais” (in:” Estudos em homenagem ao
Professor Doutor Pedro Soares Martínez”;
Almedina, 2000), “A estrutura administrativa
dos municípios medievais: alguns aspectos”
(Sep. da “Revista da Faculdade de Direito”,
n.º 25), “O ordenamento primitivo em Roma:
o Jus e Fas” (Livraria Cruz, 1979), “Algumas
reflexões sobre o direito subsidiário nas
Ordenações Afonsinas” (Coimbra; 1980),
“Riba-Coa e a sua ligação histórica ao Reino
de Portugal” (Livraria Cruz, 1982), “Direito
romano: relatório sobre o programa, o
conteúdo e os métodos de ensino” (Coimbra
Editora, 2000)
É ainda director da revista jurídica “Lusíada.
Direito”, editada pela Cooperativa de Ensino
Universidade Lusíada. Publicou em 2004,
em parceria com o seu tio, D. Eurico Dias
Nogueira, bispo emérito de Braga, o livro
“Dornelas do Zêzere: contos, poesias,
orações, rezas e lengalengas”. Inaugurou o
“1.º Encontro de Juristas de Pampilhosa da
Serra”, a 13 de Setembro de 2008, mediante
a apresentação da comunicação “Juristas
setecentistas e oitocentistas com ligação à
freguesia de Dornelas”.
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Actualidade - Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra