Jornal da Associação Médica Brasileira março/abril 2011 Ano 52 • nº 1371 JORNAL DA ASSO CIAÇ ÃO MÉDICA BRASILE IRA MARÇO/ABRIL 2011 ANO 52 • Nº 1371 Conteúdo 2 10 3 12 Palavra do presidente Simpósio de Atendimento à Vítimas de Desastre 4 14 Editorial Entrevista com Antonio Geraldo da Silva 5 Entrevista com Guttemberg de Araújo 6 Residência Médica Conselho Cientifíco AMB comemora 60 anos 16 Dia Nacional de Alerta 18 Educação Médica Continuada 19 24 29 Hospitalar Federadas 25 30 Internacional Jurídico 26 31 Artigo: Estudar sempre! Agenda 28 32 Especialidades Livros/Títulos Dependência Química 7 Comissão de Assuntos Políticos 20 Câmaras Técnicas 8 Gota a Gota 22 Frente Parlamentar da Saúde 9 Defesa Profissional 23 Prêmio "Pesquisa Clínica" EDITORIAL 60 ANOS DE GLÓRIAs www.amb.org.br Nossa entidade maior acaba de completar 60 anos. Neste mais de meio século de existência, foi firme ao fiel cumprimento dos seus estatutos defendendo o médico em todas as instâncias, seja na área científica, técnica e associativa. Em outubro, em conjunto com as festividades do Dia do Médico teremos oportunidade de comemorar esse tempo glorioso. Toda a sua trajetória em defesa do médico e da medicina de qualidade para os pacientes estará reunida no livro “AMB 60 anos”, que vem sendo carinhosamente desenvolvido pelo Departamento Cultural, sob a liderança do diretor Hélio Barroso. A festa será completada com a cerimônia de posse da nova diretoria no centenário Teatro Municipal de São Paulo. Com o mesmo instinto maternal a AMB prossegue hoje com sua nobre missão de 60 anos atrás: a defesa da classe médica brasileira, sob os pilares da ética e da dignidade. Esta edição do Jamb traz exemplos da atuação da nossa entidade nessa linha: o movimento realizado em 7 de abril em defesa da saúde suplementar, que pode ser acompanhado nas páginas 16 e 17. O prestígio da entidade pode ser comprovado com a presença do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, que escolheu a nossa casa para assinar documento garantindo aumento no valor da bolsa e nas vagas de residência médica no Estado. No campo científico, a AMB, dentro do seu programa de Educação Médica Continuada, lança novas aulas, desta vez abordando a sepse. Ainda com relação a este assunto, sugiro a leitura do excelente artigo “Estudar sempre”, nas páginas 26 e 27, de autoria do ex-presidente do Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Mundial DIRETORIA P residente José Luiz Gomes do Amaral P rimeiro Vice -P residente José Carlos Raimundo Brito S egundo Vice -P residente Newton Monteiro de Barros Vice -P residentes José Luiz Dantas Mestrinho, Moacyr Basso Junior, Carlos David Araújo Bichara, Gutemberg Fernandes de Araújo, Wilberto Silva Trigueiro, Cléber Costa de Oliveira, Jésus Almeida Fernandes, Celso Ferreira Ramos Filho, Jurandir Marcondes Ribas Filho, Murillo Ronald Capella S ecretário -G eral Aldemir Humberto Soares 1º S ecretário Luc Louis Maurice Weckx 1º Tesoureiro Florisval Meinão 2º Tesoureiro Amilcar Martins Giron D iretores A cadêmico José Luiz Weffort Atendimento ao A ssociado Jane Maria Cordeiro Lemos Edson Andrade. Ainda no campo científico, destacamos também mais dois eventos com envolvimento da AMB: o Simpósio de Atendimento a Vítimas de Desastres e o Fórum de Segurança na Condução de Motocicleta. C ientífico Por último, gostaria de destacar que, mais uma vez, a AMB volta a ter seu nome inserido na Hospitalar 2011, de 24 a 27 de maio. Além de um estande – localizado na rua L, 35, no Pavilhão Vermelho – realizará o Fórum de Qualidade em Medicina. Em parceria com o Conselho Regional de Enfermagem, promoverá evento sobre boas práticas em saúde, que será uma prévia do 1º Fórum Brasileiro de Medicina da AMB e 2º de Enfermagem do Coren-SP, que ocorrerá de 4 a 7 de outubro, em São Paulo, compartilhando ainda outro estande, na rua M 23. Durante a Hospitalar, também serão realizadas as reuniões do Conselho Científico, Diretoria Plena e Conselho Deliberativo. Como se vê, aos 60 anos, a AMB renova a sua gloriosa história. M arketing Edmund Chada Baracat Comunicações Elias Fernando Miziara Cultural DAP Hélio Barroso dos Reis Robson Freitas de Moura D efesa P rofissional Roberto Queiroz Gurgel E conomia M édica Marcos Bosi Ferraz Geraldo Ferreira Filho P roteção ao Paciente Wirlande Santos da Luz R elações I nternacionais Miguel Roberto Jorge S aúde P ública Florentino de Araujo Cardoso Filho. D iretor R esponsável Elias Fernando Miziara E ditor R esponsável Aldemir Humberto Soares Conselho E ditorial Amilcar M. Giron, Edmund C. Baracat, José L. Gomes do Amaral, Luc M. Weckx, Florisval Meinão, José Carlos R. Brito, Hélio Barroso dos Reis E ditor E xecutivo César Teixeira (Mtb 12.315) Colaboração Natália Cesana, Helena Fernandes D iagramação, E ditoração e A rte Sollo Comunicação D epartamento Comercial Fone (11) 3178-6809/6801 Tiragem 60.000 exemplares Periodicidade Bimestral I mpressão Duograf Filiado à ANATEC R edação e A dministração Aldemir Humberto Soares Editor Responsável Rua São Carlos do Pinhal, 324 01333-903 – São Paulo – SP Tel. (11) 3178-6800 Fax (11) 3178-6816 E-mail: [email protected] A ssinatura Anual R$ 60,00; avulso R$ 10,00 Fone (11) 3178-6800, ramal 130 2 NOVEMBR JANEIR O/FE O/DEZEMBR VEREIR O 2011 O 2009 Os médicos e a medicina suplementar Em 1988, a nova Constituição brasileira caracterizou o sistema de saúde do País, o SUS, definindo os papéis dos setores público e privado, denominado “suplementar” ou o dos “planos de saúde”. A regulação da saúde suplementar se inicia, entretanto, 10 anos depois, com as leis 9656/98 e 9961/2000, esta última, a que criou a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Essas iniciativas, contudo, não eliminaram insatisfações nem impediram a multiplicação de conf litos nessa área. Nos mais de 11 anos seguintes, a ANS passou a cuidar das coberturas e das garantias financeiras das operadoras de planos de saúde. As propostas da ANS voltadas para regulamentação passaram ao largo das relações entre médicos e operadoras de planos de saúde. Ao verem coibidas as práticas abusivas que aplicavam aos usuários, as operadoras passaram a reduzir os custos por meio da interferência na prática clínica, restringindo intervenções diagnósticas e terapêuticas. As lacunas no processo regulatório permitiram que, ano após ano, se ampliasse o descompasso entre reajustes aplicados aos “beneficiários” e remuneração médica. Na última década, a ANS tem autorizado reajustes dos planos individuais, em média, 2% acima da inflação, o que resulta em acúmulo de 20% no período. Os planos coletivos (80% dos planos de saúde) são objeto de negociação direta e todos foram reajustados em valores substancialmente superiores aos concedidos aos individuais. Tal majoração, porém, não foi considerada com relação a eventuais reajustes na remuneração médica. Em 1996, ao analisar diversos elementos que compõem o custo da consulta, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) chegou ao valor de R$ 29. Se esse montante fosse corrigido pela variação do salário mínimo, deveria ser R$ 130. Caso fosse pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seria R$ 70. As poucas operadoras que reajustaram honorários médicos, dificilmente remuneram as consultas acima de R$ 50. A situaçāo é ainda mais grave no que concerne aos procedimentos médicos. As empresas têm resistido a reajustar proporcionalmente os procedimentos médicos e quando o fazem aplicam reajustes aos que são menos frequentes. Assim, muitos médicos veem-se obrigados a limitar suas atividades no sistema de saúde suplementar. Para solucionar tais graves distorções, a AMB propôs a utilização da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que reúne os procedimentos tecnicamente qualificados e os hierarquiza, para trazer coerência e valorização ao trabalho do médico. Foi criado recentemente, pela ANS, um grupo de trabalho para buscar acordo entre operadoras e médicos. Nesta instância, as empresas recusaram-se a adotar a CBHPM e a considerar reajustes. Apesar de a Resolução Normativa 71 da ANS exigir que contratos entre médicos e operadoras incluam cláusulas tratando de critérios para reajuste e periodicidade de sua aplicaçāo, essas empresas têm sistematicamente ignorado essa obrigaçāo. Assim cresce a insatisfaçāo e o movimento em busca da regularização dos contratos se alastra pelo País. É urgente reajustar consultas e procedimentos dentro de um processo de hierarquização que traga transparência à valorização do trabalho médico. O reajuste tem de ser regulado por contrato e balizado pela lógica de hierarquização incorporada na CBHPM. A ANS deve atuar como facilitadora desse processo, arbitrando os reajustes. Quando não for possível, deve participar ativamente do acordo com as empresas. Mais do que uma prerrogativa da ANS, esta é uma obrigação, que a sociedade espera que seja cumprida. José Luiz Gomes do Amaral Presidente da Associação Médica Brasileira Florisval Meinão Coordenador da Comissão Nacional de Consolidação e Defesa da CBHPM Florentino Cardoso Diretor de Saúde Pública MAR ÇO/ABRIL 2011 3 entrevista Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria para a gestão 2010/2013 fala ao JAMB sobre os principas problemas que envolvem a psiquiatria em nosso país. Quase uma década após sua sanção, a lei 10216 está sendo cumprida de proteção e direitos de portadores de transtornos mentais? R - Na prática, a lei 10.216, de 2001, tem sido continuamente descaracterizada. Seus efeitos, que deveriam beneficiar os pacientes, correm no sentido contrário porque o governo adota modelos equivocados. Nos últimos anos, a coordenação de saúde mental do Ministério da Saúde vem, por meio de portarias, tentando subtrair da assistência os princípios desta lei, que garante ao paciente o direito a “ter acesso ao melhor tratamento, consentâneo às suas necessidades”. O melhor tratamento é o que o médico está capacitado a indicar. Mas o que vemos é a exclusão dos médicos e, especialmente, dos psiquiatras no planejamento e na linha de frente de atendimento dos pacientes. Os responsáveis pela área estão orientados por interesses ideológicos e corporativistas. Para atingir seus objetivos, ignoram critérios técnicos e científicos das decisões. A isso, somamos a política de desospitalização e despsiquiatrização do doente mental, considerando-o não mais como doente, mas como vítima ideológica da sociedade e da medicina. Com a justificativa de “humanizar o tratamento”, grupos militantes na saúde mental com forte influência no governo pretendem reclassificar a doença mental como mero “sofrimento psíquico”, termo vago e inespecífico, cuja origem é social. Recentemente, o senhor afirmou que “a orientação das políticas públicas na área é equivocada e o sucateamento da rede de atendimento é patrocinado pelo próprio governo há 20 anos”. Como aconteceu isso? R - Infelizmente, a “reforma psiquiátrica” produziu desassistência e caminha para a construção de um sistema incapaz de oferecer atendimento médico de qualidade. O governo generalizou os casos de má gestão e de mau atendimento em hospitais psiquiátricos para invalidá-los como serviço de saúde. Dessa maneira, sucateou todo um sistema de atendimento médico para privilegiar a chamada assistência comunitária representada pelos CAPS. Nos últimos 4 MAR ÇO/ABRIL 2011 dez anos, o número de leitos psiquiátricos no país foi reduzido de 120 mil para menos de 36 mil, e não foi criada nenhuma alternativa para atender às pessoas que ficaram sem esses espaços. Não existe justificativa técnica nem ética para isso. O que a ABP reforça é a existência de uma rede de serviços integrada e hierarquizada, oferecendo um bom atendimento, com leitos em hospitais gerais e UBS, unidades de emergência, ambulatórios especializados, residências terapêuticas, atenção preventiva, CAPS e também hospitais especializados. Além disso, a oferta de CAPS é muito inferior ao fechamento de leitos psiquiátricos. E está provado que parte significativa destes centros não funciona como deveria. Agravando ainda mais as consequências desta distorção inaceitável, vemos agora que, na ausência de hospitais de custódia, pacientes que cumprem medida de segurança têm sido sistematicamente admitidos nos hospitais psiquiátricos. Ressalte-se ainda a preocupante carência de psiquiatras diante das demandas existentes. Isso talvez se deva, também, à relativização do papel do médico na assistência global em saúde mental. A rede privada e a rede pública estão preparadas para atender o dependente de drogas? Há alguma substância ilícita em que o número de usuários esteja crescendo ou que preocupe o senhor? R - O equívoco na orientação das políticas públicas fica evidente em momentos agudos como o que vivemos, com o aumento do consumo de drogas e a clara incapacidade do Estado em prestar atendimento aos dependentes químicos. Como não existe um planejamento inteligente e diante da necessidade de dar uma resposta para a opinião pública, o governo anuncia medidas improvisadas e de eficácia duvidosa. A verdade é que não existe um local capacitado para dar conta do problema. Assim como nas demais áreas da saúde mental, é preciso definir um modelo terapêutico que utilize rede integrada e hierarquizada, cuja porta de entrada seja a unidade básica de saúde ou as emergências. A equipe deve estar treinada para o diagnóstico e para o encaminhamento do paciente. Há, ainda, Foto: Divulgação Antônio Geraldo da Silva medidas essenciais que vêm sendo ignoradas, como políticas de prevenção de todas as drogas permanentes e de tratamento baseados em evidências científicas. Algumas novelas tem discutido problemas sociais, como o crack. As inserções facilitam o trabalho do médico? R - Uma das principais missões da ABP é oferecer esclarecimento à população sobre os transtornos mentais e a importância de procurar ajuda médica. Neste sentido, entendemos que a mídia pode ser uma importante ferramenta na luta contra o estigma, desde que as ações tenham o devido embasamento médico e se prestem para o efetivo esclarecimento e conscientização da população. Como o senhor pretende trabalhar para melhorar a situação dos psiquiatras e do atendimento psiquiátrico no Brasil? A AMB pode contribuir de alguma forma? R - A AMB pode contribuir sempre, pois tem várias ferramentas para tal e vem sempre respondendo quando é chamada. A ABP concentrará esforços por uma urgente e eficiente reforma do modelo de assistência em saúde mental, que de fato beneficie a população. Para isso, urge uma mudança nas políticas públicas atuais, que, entendemos, devem incorporar os conhecimentos da psiquiatria moderna. Vamos lutar para abolir ideologias e o corporativismo vigente, e exigir que a saúde pública seja planejada com base em conhecimentos científicos validados pelas comunidades médicas brasileira e internacional e conduzida por médicos comprometidos com o atendimento prioritário das necessidades do paciente, o que não é o caso hoje. A situação atual tem a nossa resistência obstinada. Exigiremos reconhecimento compatível com nossa função primordial na promoção à saúde. Neste sentido, é muito importante nosso alinhamento com outras instituições médicas, como a AMB e também a Fenam e o CFM. Queremos aprofundar a integração com as entidades, ampliando as alianças e multiplicando a representatividade. Com o engajamento e a contribuição de todos, poderemos aprimorar nossas ações e, consequentemente, melhorar os serviços prestados à população. entrevista Gutemberg Fernandes de Araújo Foto: Divulgação Secretário Municipal de Saúde de São Luís desde 2009, o ex-presidente da Associação Médica do Maranhão e atual vice-presidente da região Norte –Nordeste da AMB fala ao Jamb sobre os principais problemas da saúde em seu Estado. Quais são os principais problemas de saúde na cidade de São Luís? citadas, tivemos avanços em todas uma responsabilidade sanitária dos as áreas. Entendo que a administra- municípios com o cumprimento efeti- R - São Luís apresenta dificuldades em todos os níveis, mas um chama atenção: o atendimento de emergência. São Luís é responsável pelo atendimento de urgência e emergência de praticamente todo o Estado. Recebemos uma superdemanda de pacientes de outros municípios, mesmo de procedimentos básicos e de média complexidade. Tal situação leva a um descompasso entre a procura e a capacidade instalada, levando a uma superpopulação nos hospitais de emergência e sérios problemas no acolhimento e demora na resolução dos problemas. Temos dois hospitais de emergência com aproximadamente 300 leitos e ainda atendemos em média quase 150 macas. Além dos problemas citados essa superpopulação de pacientes leva a um déficit de receitas sobrecarregando o município de São Luís, que já emprega 23% da arrecadação com a saúde. Na atenção básica temos uma cobertura de 35% da Estratégia Saúde da Família. Estamos trabalhando para ampliá-la e torná-la mais resolutiva. Estas dificuldades acima consequentemente levam a problemas na média complexidade que convive com estrangulamento nas internações, dificuldades de resolução de questões oncológicas, terapia renal substitutiva e especialistas insuficientes em oncologia, psiquiatria, nefrologia dentre outros. ção pública deveria ter continuida- vo das metas pactuadas. Como o senhor avalia esse período que está comandando a Secretaria de Saúde de São Luís? financiamento do sistema, asfixiado R - Avalio positivamente. Apesar das dificuldades anteriormente de. Entretanto, em muitos setores da saúde municipal estamos a reconstruir em vez de continuar. Nossas primeiras Como conciliar a carreira de médico, o associativismo e a política? ações foram dotar as unidades de saúde R - É uma questão de se aventurar a com profissionais, sobretudo médicos. renovar o brilho, amanhecendo tantas O segundo passo foi melhorar a infra- vezes como o sol e mudando as ativida- estrutura da rede. Nesse período, des do brilhar como diz o famoso escritor entregamos à população a primeira Baltasar Gracián. São situações construí- ressonância magnética de um hospital das ao longo dos anos. Uma é dependente público no Maranhão. Reconstruímos, da outra com um objetivo geral comum. reformamos e ampliamos unidades de Todas as ações caminham firmemente saúde, centro de especialidades odon- para ampliar o respeito ao profissional, tológicas, maternidade da zona rural, quer na sua valorização, melhores condi- Hospital da Criança, este totalmen- ções de trabalho, uma situação estável e te reformulado com construção de digna. Todos esses predicados levarão ambulatórios, unidade de cuidados de uma maneira inexorável a um aten- intensivos, do Hospital de Emergên- dimento competente e digno ao cidadão. cia - Socorrão II com implantação de Além disso, uma busca incessante por novos leitos, classificação de risco e um acesso sem obstáculos e de quali- reforma e ampliação da frota de veícu- dade à nossa população. Enfim, não há los da saúde. Demos início à reforma dificuldades. São ações solidárias e não das 42 unidades básicas de saúde com conflitantes. o objetivo de dar melhor condições de trabalho ao servidor e um melhor acolhimento ao usuário. Entretanto, ainda não é o suficiente. Trabalhamos focados no fortalecimento da atenção básica e na questão de recursos humanos. Investir nas pessoas, qualificá-las e incentivá-las associado à melhor gestão da saúde tem sido a tônica. Temos a consciência dos desafios a ser superados como um melhor por necessidades crescentes e recursos escassos, melhora da gestão permitindo gastar melhor o pouco disponível. Ainda, sensibilizar os gestores para Quais são as metas na área de saúde em São Luís para 2011? R - Modernização da tecnologia de informação da saúde em todos os níveis, maior resolução da atenção básica, criação de um centro de reabilitação, entrega de três novas unidades básicas de saúde e uma unidade de pronto atendimento, início da construção do Hospital Central de Emergência de São Luís, complemento da reforma das unidades básicas de saúde, fortalecimento das ações de controle da dengue com a implementação do Plano de Contingência da Dengue. MAR ÇO/ABRIL 2011 5 residência médica Fotos: César Teixeira Aumento no valor da bolsa e mais vagas na residência médica Assinatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, no documento ampliando o número de vagas e o aumento no valor da bolsa paga aos médicos aconteceu na sede da AMB. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve na sede da Associação Médica Brasileira na manhã do dia 1º de março para anunciar a ampliação do número de vagas de residência médica no Estado – de 4.848 para 5.051 vagas - e o aumento no valor da bolsa paga aos médicos residentes – de R$ 1.916,00 para R$ 2.338,00. “É uma alegria muito grande vir à casa dos médicos brasileiros firmar este aumento, pois nos causa preocupação saber que o número de escolas médicas está maior e que São Paulo recebe um quarto dos médicos residentes do País, mas as vagas de residência não acompanham esse processo. É preciso complementar a educação para podermos oferecer à população uma medicina segura e de qualidade”, disse. O secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, também veio 6 MAR ÇO/ABRIL 2011 à entidade e anunciou que o acordo de educação médica continuada e distribuição de diretrizes assinado entre a AMB e a Secretaria de Saúde, firmado em 2007, será renovado. “Ao assinar estes decretos, o governo de São Paulo não só trabalha na qualificação dos médicos paulistas, mas mostra a importância que a saúde tem ao oferecer uma política de qualidade para quem precisa mais”, disse Cerri. “É uma satisfação recebê-los neste dia tão importante em que vemos firmadas ações que beneficiam a valorização do médico e a saúde da população. Estamos celebrando a ampliação das opções de capacitação médica”, disse José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB. A mesa foi composta também por Edmund Baracat, diretor científico da AMB, e Linamara Battistella, secretária de Direitos da Pessoa com Deficiência. Residentes O presidente da Associação Na cional dos Médicos Residentes (ANMR), Victor Lima, celebrou os aumentos dados pelo governo paulista e frisou que tal medida derruba o argumento de que o aumento no valor da bolsa geraria diminuição de vagas. “A ANMR aproveita este momento de aproximação entre o governo do Estado de São Paulo e os médicos residentes para solicitar ainda apoio formal à luta contra a extinção do direito à moradia dos médicos residentes. A USP já provou que fornecer moradia não é empecilho para a expansão de vagas e auxilia na melhoria dos programas, já que desobriga o residente de trabalhar em outros empregos. Isso resulta em um melhor aprendizado, e o que é mais importante, em um atendimento de maior qualidade aos pacientes”, disse Lima. CAP CAP analisa projetos de lei e participa de audiência com parlamentares Reunida na sede da AMB no dia 24 de março, a Comissão de Assuntos Políticos analisou 43 projetos de lei apresentados por deputados federais e senadores em 2011. Destes, oito serão incluídos na Agenda Parlamentar da Saúde Responsável. A reunião foi coordenada pelo representante da AMB, Luc Weckx. O PL 396/11, por exemplo, que trata do fracionamento de medicamentos, foi considerado importante, pois os pacientes poderão comprar exatamente a dose indicada pela prescrição médica, evitando assim sobras e a automedicação. Outros projetos que passarão a constar da Agenda são: PL 484/11, que trata do chamado exame do pezinho expandido e o PL 570/11, que dispõe sobre o acolhimento aos usuários do SUS que necessitam de tratamento em local diverso de seu domicílio. Napoleão Puente de Salles, assessor parlamentar da AMB, CFM e Fenam, informou que a CAP está visitando todos os parlamentares médicos que iniciaram a legislatura 2011-2015 com o intuito de apresentar o trabalho desenvolvido, de acompanhamento de propostas na área da saúde e emissão de pareceres técnicos que subsidiam os relatores. Entre os meses de fevereiro e março, 29 deputados federais receberam os representantes da CAP. “Levando em consideração que a bancada dos médicos é atualmente a segunda maior do Congresso, com 45 deputados federais e 6 senadores, é muito importante esta aproximação que a CAP faz com os parlamentares, pois assim apresentamos nosso trabalho e nos colocamos à disposição para discutirmos projetos relativos à saúde”, disse Weckx. Lançamento da Agenda Parlamentar 2011 A versão impressa de 2011 da Agenda Parlamentar da Saúde Responsável foi lançada no dia 18 de março, durante o I Encontro Nacional de Conselhos de Medicina, em Goiânia (GO). Estão reunidos 140 projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional e são considerados prioritários para a classe médica e para a sociedade. Listados na Agenda, eles poderão ser acompanhados de perto pelos integrantes da CAP. A Agenda também está disponível online, no site das três entidades médicas. Você sabia? - Que o PL 398/11, do deputado Enio Bacci, pretende restringir a venda de bebidas alcoólicas e produtos fumígeros, derivados ou não do tabaco, a uma distância mínima de 200 metros das escolas públicas e privadas de ensino médio no país? - Que o PL 471/11, do deputado Inocêncio Oliveira, proíbe o uso de equipamentos individuais de proteção de trabalhadores em saúde fora do ambiente laboral? - Que o PL 578/11, da deputada Nilda Gondim, propõe a inserção de mensagem informativa nas embalagens, frascos e recipientes de produtos que provocam cárie dentária? - Que o PL 617/11, do deputado Marco Tebaldi, dispõe sobre a obrigatoriedade do uso de giz antialérgico nas escolas públicas e privadas? MAR ÇO/ABRIL 2011 7 Gota a gota Verba compleme n tar O Ministério da Saúde liberou, no mês de março, repasse financeiro complementar no valor de R$ 3,35 milhões para 18 estados. Ao todo, 86 municípios, nesses estados, receberão R$ 35.000,00 cada um. Os recursos serão transferidos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para os fundos municipais. O objetivo é custear ações de notificação, investigação, vigilância ambiental, controle de doenças, imunizações, sistemas de informação, supervisão, educação em saúde, comunicação e mobilização social na área de vigilância em saúde I mpo s to As Secretarias de Estado da Saúde e da Fazenda assinaram resolução estabelecendo isenção da cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) para a importação de equipamentos médico-hospitalares, realizados por clínicas ou hospitais paulistas que ofereçam atendimento aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). As unidades que forem beneficiadas pela anistia fiscal precisarão apresentar à Secretaria da Saúde plano de trabalho para atendimento aos usuários do SUS, vinculado à aquisição dos equipamentos. A isenção de ICMS valerá para importação de aparelhos médicos sem similar produzido no país. T alidomida Depois de seis anos de discussão, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) enfim fechou o cerco contra a talidomida: a resolução, que entrará em vigor no prazo de 90 dias, vai impor um controle mais rígido sobre a prescrição e o descarte desse medicamento. A partir desse prazo, todas as reações adversas decorrentes do uso da talidomida deverão ser obrigatoriamente notificadas. Além disso - seguindo o exemplo usado nos maços de cigarro -, a embalagem do remédio e o folheto explicativo destinados aos médicos virão com uma imagem de uma criança acometida pela talidomida. Outra mudança é o aumento do controle dos resultados do uso do medicamento e o acompanhamento do descarte ou da devolução das sobras, caso o paciente morra no período. O uso indevido do remédio na gestação está causando malformações nos braços e pernas dos bebês, entre outros tipos de deficiência física, desde o fim dos anos 1950, quando o problema foi revelado. No Brasil há, ao menos, 613 vítimas. Estima-se que no mundo sejam 15 mil. C â n cer de mama e de colo do ú tero A presidente Dilma Rousseff anunciou que o governo investirá, até 2014, R$ 4,5 bilhões na prevenção, no diagnóstico e no tratamento do câncer do colo do útero e do câncer de mama. Um dos primeiros passos do programa será implantar 20 novos centros especializados no diagnóstico e no tratamento da fase inicial do câncer do colo de útero, em estados das regiões Norte e Nordeste. A presidente ainda garantiu a criação de 32 novos serviços especializados para radioterapia e quimioterapia, e atualizar os equipamentos de 48 serviços em todo o Brasil. T ra n s pla n te s O número de transplantes de medula óssea realizados no país cresceu 10,7% no ano passado. Ao todo, 1.695 cirurgias foram realizadas em 2010 contra 1.531 no ano anterior. Um comparativo com 2003 indica um crescimento de 74,3%. Atualmente, o Brasil possui 2 milhões de doadores cadastrados - o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, atrás dos Estados Unidos (5 milhões de doadores) e da Alemanha (3 milhões de doadores). Em 2003, o cadastro brasileiro contava com apenas 49,5 mil voluntários. Dados mostram ainda que o número de transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, pulmão, rim, pâncreas) cresceu 7% no mesmo período. No ano passado, foram realizados 6.422 transplantes do tipo, contra 5.999 em 2009. Em 2003, foram realizados 4.194 procedimentos - um aumento de 53,12%. " cir u rgia pedi á trica – M a n u al pr á tico " O cirurgião pediátrico e vice-presidente da AMB da região Nordeste, Wilberto Trigueiro, acaba de lançar o livro "Cirurgia Pediátrica – Manual Prático". Com 376 páginas, o manual relata a experiência do médico durante mais de 30 anos dedicados exclusivamente à cirurgia pediátrica e tem a colaboração de 27 médicos de renomada competência. O manual apresenta mais de 120 temas abordados de forma atualizada, objetiva e didática, com fotos coloridas e exames de imagem e foi editado pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) e Conselho Federal de Medicina (CFM). 8 MAR ÇO/ABRIL 2011 P ortal Está no ar, desde 15 de março, o novo portal corporativo da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Entre as reformulações, está o acesso facilitado às perguntas frequentes e aos canais de atendimento da agência, como forma de reforçar a integração entre público e órgão. O novo portal (www.ans.gov.br) se vale ainda da compilação de toda a legislação do setor, com as referências de alterações e revogações marcadas no texto e áreas destinadas aos dois principais públicos da ANS: consumidor e operadoras de planos de saúde. ma n u al a n tib u ll y i n g O comportamento bullying, violência escolar realizada entre estudantes, é um tema que tem se destacado com uma das principais preocupações de pais e educadores. O livro “Manual Antibullying”, de Gustavo Teixeira, tem por objetivo a orientação de pais, professores e profissionais de saúde mental na infância e adolescência sobre este grave problema comportamental. M al de P ar k i n s o n Pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, descobriram uma droga que impede a progressão da doença de Parkinson. Um gene, chamado DJ-1, pode aumentar a produção de antioxidantes, como a glutationa, para reduzir os efeitos debilitantes do excesso de oxigênio nas células cerebrais. Além disso, a ativação do gene DJ-1 ajuda a eliminar as células de proteínas anormais que poderiam se acumular e matar as células do cérebro. Mas, para converter essa descoberta em um tratamento prático para a doença de Parkinson, era necessário encontrar um medicamento para ligar o gene DJ-1. Depois de testar várias drogas, a equipe descobriu que o fenilbutirato ativa o DJ-1 e conserva os neurônios dopaminérgicos. Camundongos que receberam a droga mantiveram a capacidade normal de movimento durante o envelhecimento, não tiveram declínios na função mental e seus cérebros não acumularam a proteína que causa o Mal de Parkinson. Espera-se para os próximos meses os primeiros resultados da aplicação da droga em seres humanos, com vistas a verificar se a droga é segura e não gera efeitos colaterais danosos. defesa profissional AMB debate defesa profissional com especialidades Roberto Gurgel, diretor de Defesa Profissional da AMB, pontuou quais são as reivindicações gerais dos médicos para que possam exercer as atividades de forma satisfatória: reajustes dos honorários médicos, tendo como base os valores da CBHPM edição 2010; regularização dos contratos conforme a Resolução ANS nº 71/2004; e aprovação de projeto de lei que contemple a relação entre médicos e planos de saúde. Fotos: César Teixeira Diretores da AMB reuniram-se no dia 15 de março, na AMB, com representantes de defesa profissional das especialidades médicas. Dentre os assuntos debatidos, ganhou atenção especial o planejamento do movimento de mobilização pela saúde suplementar, ocorrido no dia 7 de abril (veja mais detalhes na páginas 16 e 17). Roberto Gurgel, Florisval Meinão e Florentino Cardoso coordenaram os debates “O movimento do dia 7 foi um grande alerta às operadoras de que todos os médicos estão alinhados pelas mesmas reivindicações. A partir deste alerta começam as negociações, de acordo com os pleitos específicos de cada especialidade“, explicou Gurgel. Florisval Meinão, 1º tesoureiro da AMB e coordenador da Comissão Nacional de Consolidação e Defesa da CBHPM, lembrou que a grande aspiração dos médicos é que os contratos com as operadoras de saúde contenham critérios claros e regulares de reajustes dos honorários. “O movimento do dia 7 de abril foi apenas uma das etapas da estratégia de mobilização montada pela AMB, CFM e Fenam. Depois disso, entre maio e junho, os médicos devem Participação dos diretores de defesa profissional foi bastante ativa marcar reuniões com as empresas de planos de saúde e negociar os reajustes. A partir de julho, o movimento entra em outra fase, caso as reivindicações não tenham sido atendidas”, disse Meinão. Também presente à reunião, o diretor de Saúde Pública da AMB, Florentino Cardoso, chamou atenção para a continuidade do movimento após o evento de abril. “É importante que este movimento de defesa profissional continue regionalmente após o pontapé inicial dado pelas entidades nacionais. As sociedades de especialidade têm todas as condições de capilarizar as informações até o médico da ponta”, frisou. MAR ÇO/ABRIL 2011 9 Fotos: César Teixeira científico Conselho Científico em sua primeira reunião em 2011 A primeira reunião de 2011 do Conselho Científico da AMB ocorreu no dia 17 de março, na sede da AMB. Representando a entidade estavam José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB, Aldemir Soares, secretário-geral, e Edmund Baracat, diretor científico. O primeiro item da pauta, informes sobre a residência médica, foi apresentado por José Carlos Nicolau, representante da AMB dentro da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Nicolau informou que há uma solicitação dentro da CNRM para que as sociedades de especialidade 10 MAR ÇO/ABRIL 2011 indiquem, em cada estado, representantes que possam acompanhar os processos de avaliação dos cursos de medicina. A finalidade é que seja montado um banco de avaliadores. “As sociedades têm que indicar pessoas com conhecimento em avaliação médica, de todos os estados. Com isso, a CNRM provavelmente acionará direto a especialidade para fazer a avaliação, mas seria importante que a AMB também seja informada para que possa acompanhar. Seria interessante ainda que o avaliador sempre mande um relatório para a sociedade, dando ciência do processo”, explicou Aldemir Soares. “Se as sociedades não enviarem os nomes para o banco de avaliadores, outros farão a avaliação pela sociedade. E isso não pode acontecer, pois é a especialidade médica quem fiscaliza o conteúdo programático da residência”, finalizou Baracat. A seguir, Eduardo de Souza Meirelles e Ana Patrícia de Paula, representantes da Sociedade Brasileira de Reumatologia, falaram sobre a Portaria nº 3443/10, que institui, no âmbito do Ministério da Saúde, a Câmara Técnica em Reumatologia. Uma das metas de trabalho do grupo é elaborar e instituir diretrizes clínicas relativas ao tratamento da doença, que serão elaboradas pela sociedade de reumatologia, em parceria com a AMB. José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB, informou ainda que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) colocou em consulta pública propos- José C. Nicolau: informes sobre Residência Médica ta de incentivo à qualificação de prestadores de serviços na saúde suplementar. “A princípio a proposta poderá valorizar o título de especialista médico e os processos de atualização. De qualquer forma, as sociedades de especialidade devem ler cuidadosamente o documento e enviar à AMB comentários e sugestões”, disse. Edmund Baracat frisou mais uma vez a importância de que todos os representantes de especialidade que vêm ao Conselho Científico informem as respecti- Eduardo Meireles: meta é elaborar diretrizes na área reumatológica vas sociedades sobre as solicitações e decisões tomadas durante a reunião. Ao final, Aldemir Soares informou também que o rol de procedimentos da ANS está novamente em consulta pública. Este ano as especialidades puderam enviar diretamente para os representantes da ANS sugestões para a nova listagem, mas poucas se manifestaram. Em todo caso, ainda é possível enviar contribuições, pois a consulta só será aberta no mês de maio. Especialidade reuniram-se pela primeira vez em 2011 MAR ÇO/ABRIL 2011 11 Saúde Pública simpósio Fotos: César Teixeira/ Helena Fernandes I Simpósio de Atendimento a Vítimas de Desastre Simpósio reuniu autoridades das áreas civil e militar Ocorreu entre 30 de março e 1° de abril, em São Paulo, o I Simpósio Internacional de Atendimento a Desastres. O evento foi realizado pela AMB em parceria com a Associação Paulista de Medicina, Escola Paulista de Medicina/Unifesp, Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP) e Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos. Na cerimônia de abertura, José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB, SPDM, CMLP, ressaltou a importância da integração entre Medicina Civil e Militar. “Nesse momento em que os desastres tornam-se mais frequentes, é preciso reunir todas as valências nesse campo e mobilizar a sociedade.” Florentino Cardoso, diretor de Saúde Pública da AMB, destacou que a realização do evento era um dia de José W. de Figueiredo 12 MAR ÇO/ABRIL 2011 Miguel Jodas aprendizado. “Que as experiências trocadas aqui no dia de hoje se disseminem pelo país e que juntos possamos enfrentar qualquer tipo de desastre.” Para Walter Albertoni, reitor da Unifesp, São Paulo precisa de um hospital base para atendimento de vítimas de desastres. “A Unifesp está aberta para recebê-lo”, disse. O evento foi dividido em ciclos de palestras que mesclaram a experiência de profissionais portugueses e brasileiros. Paulo Maia, presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos, proferiu palestra sobre a experiência portuguesa. Ele apresentou o plano de atendimento a desastres do Hospital Geral de Santo António da Universidade do Porto. “A triagem dos doentes é o aspecto mais complexo do plano, pois é difícil definir quem será socorrido primeiro.” Maia também falou sobre Carlos Eid Eduardo Camerini o uso de voluntários nesse tipo de emergência. “São bem-vindos, mas não podem entrar no sistema sem formação. Precisam ser treinados para saber como colaborar e participar integrando todas as forças.” O tenente-coronel médico Eduardo Camerini, diretor do Instituto de Fisiologia Aeroespacial Brigadeiro Médico Roberto Teixeira, mostrou como funciona o departamento de Medicina Aeroespacial da Aeronáutica e relatou a atuação da Aeronáutica no terremoto do Haiti em janeiro de 2010. “Além de resgatarmos os militares brasileiros feridos, montamos um hospital de campanha que se tornou referência em Porto Princípe.” O capitão de Mar e Guerra do 8º distrito naval José Amalth do Espírito Santo explicou que a Marinha não pode ser acionada como Defesa Civil, pois essa não é a função prevista em Domingos Hernandez José Amalth lei. “É necessário que as Forças Armadas recebam o pedido por meio do Poder Central e que não haja prejuízo para as atividades de defesa do país.” Em 2008, foi criado o Centro de Medicina Operativa da Marinha, que visa transferir a experiência de guerra para os tempos de paz. O 1º tenente médico José Walter Vieira de Figueiredo explicou a história do Hospital Militar de São Paulo. Também relatou que os soldados do Exército brasileiro feridos no Haiti foram trazidos para fazer reabilitação em São Paulo. Adiantou que, em breve, um grupo de soldados brasileiros participará de uma missão de paz no Equador para desarmar minas terrestres. O capitão da Polícia Militar do Estado de São Paulo Miguel Jodas ministrou palestra sobre a experiência dos bombeiros. Depois dos grandes acidentes aéreos que ocorreram em São Paulo, Jodas fez um alerta. “Não existe plano de solução de desastre no Estado e na cidade. Outro acidente em Congonhas ou Cumbica geraria o caos, pois falta preparo com o entorno no gerenciamento da emergência.” António Marques, médico do Hospital Geral Santo António, falou sobre planificação e resposta a desastres. Para ele é preciso treinar muitas vezes para aprender. “O aprendizado Paulo Maia; Antônio Marques; José Luiz Gomes Amaral, Florentino Cardoso; Carlos Secco e Humberto Machado deve ser no cotidiano e não no momento de catástrofe. Um bom plano deve ser resumido e de conhecimento de todos.” Durante o evento, a AMB foi convidada por Domingos Hernandez, coordenador municipal do Sistema de Urgência e Emergências, para participar da elaboração do plano de desastre para a cidade de São Paulo. “É uma instância nova que nasceu depois da queda do telhado da Igreja Renascer em janeiro de 2009”. Carlos Eid, coordenador do Sistema Médico de Atendimento às Calamidades no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, finalizou o ciclo de palestras. Na visão dele, as instituições civis devem unir forças, porém é a Defesa Civil quem deve definir o escopo da ação. “As equipes precisam ter treinamento contínuo, exercícios fora do cotidiano e depois podem oferecer-se para atender vítimas em situação de desastre fora do país.” O dia foi encerrado com questionamentos da plateia. Gomes do Amaral afirmou que haverá outros eventos para discutir o tema. Nos dias 31 de março e 1 de abril, foram ministrados cursos práticos de preparação de hospitais para desastres e os princípios da Medicina de Catástrofe. Veja as conclusões do evento no site da AMB – www. amb.org.br Fotos : César Teixeira Ministro da Saúde participa do evento Alexandre Padilha, ministro da Saúde, discursou durante o I Simpósio de Atendimento a Desastres, em 30 de abril. “O tema desastres deixou de ser um exercício pontual e voluntário. Não pode ser tratado de forma ocasional. Morte em situação de catástrofes, segundo a Organização Mundial da Saúde, passou a ser o principal problema de saúde pública no mundo.” Para o ministro, o Simpósio foi muito bem-sucedido, pois, além de debates, trata de capacitação e treinamento. “Esse evento insere-se no momento que o Ministério está construindo uma proposta concreta de Força Nacional de Atendimento a Desastres. Precisamos ter um grau crescente de profissionalização nos vários níveis de saúde pública no país.” Segundo Padilha, os próximos passos do Ministério serão elaborar um protocolo nacional de enfrentamento de desastres e criar um programa permanente de treinamento, aproveitando a capacidade dos hospitais federais. MAR ÇO/ABRIL 2011 13 Saúde Pública capa AMB prepara cerimônia de comemoração dos 60 anos O ano de 2011 começou com uma série de eventos no sentido de comemorar os 60 anos da AMB, completados no dia 26 de janeiro. O primeiro deles foi a organização, pelo departamento cultural da AMB, de uma viagem cultural à Grécia (mais detalhes no Jamb Cultura). Outra ação comemorativa e destinada aos associados foi o lançamento do I Concurso 14 MAR ÇO/ABRIL 2011 Nacional de Contos e Crônicas da AMB, cuja premiação maior será a publicação das obras ganhadoras no Jamb Cultura. Aproveitando o tema escolhido pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense, “Sambar faz bem à saúde”, a AMB incentivou a participação da categoria nas alas destinadas aos médicos no desfile na Marquês de Sapucaí. Também ficou a cargo do departamento cultural a criação do selo comemorativo ao sexagenário da entidade. lançamento do livro comemorativo No entanto, a cerimônia oficial que marcará a comemoração dos 60 anos da entidade ocorrerá por ocasião das festividades do dia do médico, no dia 22 de outubro, no Teatro Municipal, em São Paulo. lidades da AMB, em áreas diversas, Nesse dia também acontecerá a cerimônia de posse das novas diretorias da AMB e da Associação Paulista de Medicina, eleitas no pleito de 25 de agosto. A programação deste evento ainda está sendo definida em conjunto com o cerimonial do Teatro Municipal. O evento ainda será palco do aos 60 anos da entidade, cuja publicação também está sendo coordenada pelo departamento cultural da AMB. A obra conta a história pormenorizada da entidade nestas seis décadas de existência. “O que a AMB fez e faz pelos médicos, pela sociedade, pela medicina e pelo país é descrito em detalhes nas páginas desta verdadeira obra de arte”, conta Hélio Barroso dos Reis, diretor cultural da AMB e organizador da publicação. “Ela demarca as principais ações e finacomo cultural, política, educativa e histórica”, completa. Quase 40 autores, entre diretores da AMB, médicos, historiadores e jornalistas participam desse projeto que apresentará a trajetória da entidade em várias ações temporais: o ontem, o hoje e o amanhã. “É uma obra que está sendo cuidadosamente elaborada. Toda a história da entidade está disciplinarmente organizada de forma a valorizar adequadamente suas ações”, conclui Barroso. Convite Dr. José Luiz Gomes do Amaral Presidente Associação Médica Brasileira Dra. Waleska Santos Presidente Hospitalar Feira + Fórum Convidam os profissionais médicos a participar do Fórum da AMB: Qualidade em Medicina, a ocorrer no dia 25 de maio, durante a feira Hospitalar. Convidam também para visitar a HOSPITALAR 2011, maior feira e fórum de saúde das Américas, a realizar-se de 24 a 27 de maio, nos pavilhões Expo Center Norte - São Paulo. Com informações qualificadas e interação entre os profissionais das várias etapas da saúde, estes eventos vão agregar valor à sua experiência diária no hospital e no consultório. www.hospitalar.com MAR ÇO/ABRIL 2011 15 Fotos : César Teixeira mobilizAÇÃO Cerca de mil médicos protestam no dia nacional de mobilização pelas ruas de São Paulo Médicos de todo o Brasil mobilizam-se em defesa da saúde suplementar Associações médicas, conselhos de medicina, sindicatos médicos e associações de especialidade de todo o Brasil estiveram mobilizados no dia 7 de abril, em defesa da saúde suplementar. Nesta data, em que se comemorou o Dia Mundial da Saúde, os médicos suspenderam por 24 horas as consultas e a realização de procedimentos eletivos. Além disso, as entidades médicas organizaram reuniões, assembleias, passeatas e coletivas de imprensa para esclarecer a população sobre os problemas que os médicos enfrentam na saúde privada e cujos reflexos incidem diretamente no atendimento prestado aos pacientes. Na cidade de São Paulo, a Associação Paulista de Medicina (APM), 16 MAR ÇO/ABRIL 2011 Conselho Regional de Medicina (Cremesp) e o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) reuniram cerca de mil médicos em passeata pelo centro da capital (foto acima). Em coro, eles pediam por mais respeito e pelo fim da interferência e da exploração cometidas pelas operadoras dos planos de saúde. “Nunca houve uma mobilização tão grande como esta. Isso é prova de que os médicos da saúde suplementar não aguentam mais trabalhar com contratos irregulares, sem cláusula de reajuste periódico como determina a ANS, e com tanta interferência dos planos de saúde. Estamos em constante mobilização para recuperarmos nossa dignidade profissional”, disse Florisval Meinão, representante da diretoria da AMB e coordenador da Comissão Nacional de Consolidação e Defesa da CBHPM. Os médicos reivindicam o reajuste dos honorários médicos tendo como balizador a CBHPM 2010; regularização dos contratos conforme a Resolução ANS Nº 71/2004 e a aprovação de projeto de lei que contemple a relação entre médicos e planos de saúde. Coletiva - A suspensão dos atendimentos foi precedida por uma coletiva de imprensa, no dia 5 de abril, na sede da AMB, em que compareceram jornalistas dos principais veículos de comunicação. Representantes das três entidades médicas nacionais esclareceram os motivos que culminaram na mobilização e as etapas do movimento: depois do dia 7, serão iniciadas as negociações com os planos e em junho, após a avaliação dos resultados, deverão ser convocadas assembleias estaduais para definir as ações futuras. “Este movimento pretende colocar às claras a difícil relação que temos com os planos de saúde e, acima de tudo, visa proteger a população vinculada à saúde suplementar”, disse Florentino Cardoso, diretor de Saúde Pública da AMB e representante do presidente da entidade, ao abrir a coletiva. Coletiva de imprensa na sede da AMB Resultados - De acordo com os coordenadores de cada Comissão Estadual de Honorários Médicos, que negocia os reajustes de valores diretamente com as operadoras de planos de saúde, depois do alerta dado no dia 7, a maioria dos Estados já iniciou as tratativas com as empresas. As entidades têm enviado comunicados especificando os três principais itens de reivindicações dos médicos e, em algumas regiões, as comissões já têm agendado reuniões com os planos de saúde para o mês de maio. Outro importante resultado foi a aprovação do requerimento apresentado pelo deputado Eleuses Paiva (DEM-SP), solicitando a realização de audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara para discutir a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O anúncio foi feito no dia da coletiva à imprensa. “Uma vez que foi deflagrado um movimento nacional, o Congresso passa a ter preocupação com o desequilíbrio econômico e com a quebra de autonomia que tem recaído sobre os médicos”, disse Paiva. Foram publicadas ainda, nos respectivos Diários Oficiais Estaduais, as Resoluções nº 237/11, pelo Conselho Regional do Espírito Santo, que sugere o valor de R$ 80,00 para consultas médicas e fixa como database o dia 1º de maio para reajuste, e a de nº 04/11, pelo Conselho Regional de Pernambuco, que dispõe sobre os honorários médicos, tendo como referência a CBHPM. De acordo com os coordenadores das comissões destes Estados, as resoluções servirão como balizador nas negociações. Médicos de São Paulo na escadaria da igreja da Praça da Sé Florisval Meinão durante movimento em São Paulo Deputado federal Eleuses Paiva fala aos médicos MAR ÇO/ABRIL 2011 17 educação continuada AMB lança aulas de educação médica sobre sepse A Educação Médica Continuada da AMB lança mais um programa de aulas à distância. Trata-se do curso sobre sepse, elaborado em parceria com o Instituto Latino-americano de Sepse (ILAS), responsável pela implementação da Campanha de Sobrevivência à Sepse no Brasil, com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A primeira parte do curso está estruturada em nove aulas. A cada semana dois novos temas serão lançados. Até o momento, estão disponíveis as lições “Introdução – conceitos” e “Epidemiologia”. “O objetivo principal destas aulas é fornecer aos profissionais que atuam em terapia intensiva, medicina de urgência ou setores com alta incidência de infecções graves informações gerais e as diretrizes atuais do tratamento da sepse”, explica Leonardo da Silva, coordenador do Programa de Educação Médica Continuada. Cada aula completa valerá 0,5 ponto na recertificação do título de especialista para as seguintes Temas abordados no curso de sepse – Introdução – conceitos; – Epidemiologia; – Fisiopatogenia; – Importância da terapia precoce; – Abordagem do agente infeccioso; – Avaliação da hipoperfusão; – Reposição volêmica; – Uso de vasopressores; – Estratégias para implementação de protocolos de sepse nas instituições. 18 MAR ÇO/ABRIL 2011 áreas: anestesiologia, cancerologia, cardiologia, cirurgia geral, cirurgia torácica, cirurgia digestiva, cirurgia pediátrica, cirurgia plástica, cirurgia vascular, clínica médica, coloproctologia, geriatria, ginecologia e obstetrícia, hematologia, infectologia, medicina intensiva, medicina preventiva, nefrologia, neurocirurgia, ortopedia e traumatologia, otorrinolaringologia, pediatria, pneumologia, urologia. De acordo com dados do ILAS, a sepse é a principal causa de morte em unidades de terapia intensiva nãocardiológicas. Cerca de 18 milhões de óbitos são registrados anualmente em todo o mundo. Levando-se em conta os atuais dados nacionais, percebe-se que a mortalidade por sepse no país, mormente em hospitais públicos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), é muito elevada, oscilando em torno de 60%, bastante acima da mortalidade mundial. Esse fato, por si só, justifica o planejamento de ações voltadas a sua redução. Acesse as aulas no item “Sepse” e faça seu cadastro: http://www. amb.org.br/emc/ dependência química AMB participa de audiência pública sobre crack no Senado “Enfatizamos que, para conter o avanço do crack no país, é necessário um esforço conjunto entre as diversas esferas envolvidas para reorganizar as estruturas de atendimento aos usuários e capacitar os profissionais de saúde de todas as áreas”, disse Amaral. Ele destacou também que as políticas de saúde pública e o tratamento de dependentes do crack devem ter como foco a reinserção social, criando oportunidades de estudo e trabalho para os indivíduos em tratamento. O presidente da AMB citou ainda que a entidade criou uma comissão Foto: Agência Senado/J.Freitas O presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, foi um dos debatedores na audiência pública requerida pela Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos de Álcool, “Crack” e Outras Drogas, no dia 20 de abril, no Senado, em Brasília (DF) (foto ao lado). para discutir álcool, drogas e crack, cuja presidência está a cargo do médico psiquiatra Ronaldo Laranjeira. A audiência fez parte de um ciclo de debates de três dias destinado a discutir o uso disseminado do crack sob os aspectos social, segurança pública, legislação e saúde pública/ tratamento. Os proponentes dos debates foram os senadores Welington Dias, Waldemir Moka, Ana Amélia e Vanessa Grazziotin. Participaram ainda Carlos Vital Corrêa Lima, representando o CFM; Emmanuel Fortes Cavalcanti, representando a Associação Brasileira de Psiquiatria; Padre Haroldo Rahm, da Instituição Padre Haroldo; e frei Hans Stapel, representante da Fazenda da Esperança. AMB cria Fórum Permanente de Segurança na Condução de Motocicleta de unidades, representando 25,5% dos veículos motorizados. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, 86% do mercado é formado por motos que custam até R$ 6 mil com cilindrada inferior a 150cc. Foto: Helena Fernandes O que os médicos podem fazer para reduzir o peso dessa tragédia? Com o intuito de debater o assunto, a AMB criou o Fórum Permanente de Segurança na Condução de Motocicleta. Motociclistas reunidos na AMB com o presidente José Luiz Gomes do Amaral Entre 1998 e 2008, os óbitos por acidentes de trânsito aumentaram 23,9%. Enquanto as mortes de ocupantes de automóvel duplicaram, de caminhão triplicaram e de ciclistas quadruplicaram, as mortes de motociclistas aumentaram 754%. Homens representam 75% dos compradores e as ocorrências fatais concentram-se na faixa etária dos 16 aos 30 anos. Em 1970, as 62 mil motocicletas registradas no país representavam 2,4% do total de veículos motorizados. No ano passado, eram 16,5 milhões “É necessário uma visão mais clara de todos os aspectos envolvidos no problema. Isso inclui a percepção do médico que cuida das vítimas de acidentes de trânsito nos prontosocorros, salas de cirurgia e nas unidades de reabilitação. Também é preciso ouvir a opinião dos motociclistas que diariamente se expõem a esses riscos”, explica José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB. MAR ÇO/ABRIL 2011 19 câmaras técnicas Câmara debate com ANS revisão da rol “Foi solicitado a cada sociedade que enviasse à AMB uma planilha com os procedimentos prioritários que poderiam constar do novo rol, detalhados da seguinte forma: nome do procedimento, descrição, custo, disponibilidade, diretrizes e referências. Assim, a ANS terá a percepção do que cada área considera importante”, explicou Giron. De acordo com Martha Oliveira, gerente geral de Regulação Assistencial da ANS, antes de o rol de procedimentos ser colocado em consulta pública, as sociedades de especialidade tiveram a oportunidade de enviar, via AMB, quais eram as demandas mais importantes. “Pela análise prévia que fizemos do material recebido, muitos dos procedimentos listados realmente são importantes, mas outros já estão no rol com nomenclatura diferente ou ainda não estão nem na CBHPM. Isso tudo será levado em conta no momento da revisão”, explicou Martha. Foto: César Teixeira Na reunião da Câmara Técnica da CBHPM, ocorrida em 11 de março e coordenada por Amilcar Giron, representantes da ANS esclareceram uma nova etapa no processo de revisão do rol de procedimentos médicos, com o intuito de aproximar a agência das sociedades de especialidade. (Foto ao lado) Após reunião com a ANS, a Câmara Técnica da CBHPM passou às avaliações das solicitações encaminhadas pelas sociedades de especialidade. O Departamento de Imagem Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia solicitou a inclusão dos seguintes procedimentos: ecodopplercardiograma com estresse físico, ecodopplercardiograma sob estresse físico ou farmacológico com contraste, ecodopplercardiograma com avaliação do sincronismo cardíaco, ecodopplercardiograma para ajuste de marcapasso, ecodopplercardiograma intracardíaco. Todos foram aprovados. Já a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Fa cial solicitou a inclusão do procedimento sinusotomia frontal intranasal com balão por videoendoscopia, que a princípio foi autorizado, mas a sociedade deverá encaminhar às operadoras uma relação de procedimentos excludentes. Por fim a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia conseguiu que o procedimento “teste de fibronectina fetal – indicador bioquímico para parto prematuro”, fosse incluso na CBHPM. Fenasaúde apresenta proposta de incorporações dos portes da CBHPM Na quarta-feira, dia 16 de março, durante reunião do grupo de trabalho de honorários médicos da ANS, ocorrida no Rio de Janeiro (RJ), a Fenasaúde apresentou proposta de hierarquização dos procedimentos de acordo com a CBHPM. O trabalho de migração, porém, será feito em duas etapas. A previsão é que esteja terminado em dois anos, devido ao impacto financeiro que causará. “Solicitamos que nesse período de migração de portes não haja, em hipótese alguma, redução nos 20 MAR ÇO/ABRIL 2011 honorários médicos. De qualquer forma, esta é uma ótima conquista pois a Fenasaúde é responsável hoje por grande contingente do mercado”, disse Florisval Meinão, 1º tesoureiro da AMB e representante da entidade na ANS. A AMB solicitou ainda que seja firmado o compromisso anual de que todos os contratos de trabalho sejam adequados à Resolução ANS nº 71/04, que determina que os critérios de reajuste sejam claros e periódicos. Durante reunião da Câmara Técnica de Implantes, realizada no dia 11 de março (Foto ao lado), Joselito Pedrosa, representante da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa), apresentou o passo a passo do modo como se obtém o registro e como é feito o controle de mercado dos produtos de saúde. Pedrosa falou ainda sobre como é possível realizar o rastreamento destes itens e informou que a Anvisa está preparando uma resolução sobre eventos adversos, que deverá entrar em consulta pública em breve. Sobre o trabalho conjunto que a AMB e Anvisa começaram a desenvolver no ano passado, o representante da Anvisa esclareceu que, devido a reformulações internas, ocorreram alguns atrasos, mas que está em curso a produção de uma nomenclatura que irá formatar implantes com procedimentos médicos. “Esta nomenclatura será submetida aos parceiros da Anvisa, dentre eles a AMB”, explicou Luc Weckx, coordenador da Câmara Técnica de Implantes. Outro ponto da pauta foi em relação Fotos: César Teixeira Implantes discute unificação de nomenclatura ao trabalho com o Ministério da Saúde. A consultora da Câmara Técnica, Patrícia Medina, relatou a visita feita no mês de outubro ao Ministério a fim de que fosse apresentada a intenção da CT em trabalhar com a mesma nomenclatura de órteses e próteses tanto para a saúde suplementar como para o SUS. No entanto, em virtude da transição de governo, o assunto não foi mais discutido. “A Câmara Técnica enviará carta à coordenadoria geral de média e alta complexidade do Ministério solicitando a nomeação de um novo representante para a próxima reunião”, disse Weckx. Por fim, Sérgio Madeira, representante da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes, discorreu sobre os custos reais e extras envolvidos no mercado de órteses e próteses. Para que o debate seja aprofundado, serão convocados para o próximo encontro representantes de hospitais, da Ordem dos Advogados do Brasil e de outros segmentos envolvidos. Avaliação de Tecnologias aprova novo formulário No dia 25 de fevereiro, a Câmara Técnica de Avaliação de Tecnologias em Saúde da AMB debateu mais alguns pontos sobre o processo de trabalho do grupo. A reunião foi coordenada por Marcos Bosi Ferraz, presidente da CT. “Os formulários são pautados em critérios universais e servem apenas como roteiro para facilitar a avaliação crítica dos estudos e consequentemente o sustento da evidência para a tecnologia em questão”, explicou Bernardo. Os documentos foram aprovados pela CT e já estão disponíveis na página da AMB. Outro ponto discutido foi em relação ao envio dos nomes dos avaliadores indicados pelas Sociedades. A lista parcial também está disponível no site. Desta vez, Wanderley Bernardo, representante da AMB e coordenador do Projeto Diretrizes, apresentou dois formulários voltados para a fase 3 dos trabalhos, ou seja, para a avaliação que as Sociedades de Especialidade deverão fazer de cada artigo científico indicado como balizador da tecnologia em questão. MAR ÇO/ABRIL 2011 21 frente parlamentar A Frente Parlamentar da Saúde (FPS), uma das mais representativas e importantes do Congresso Nacional, composta por mais de 250 deputados e senadores, tem nova diretoria para o período 2011/2013. O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) foi mantido na presidência enquanto que o ex-presidente da AMB e deputado federal, Eleuses Paiva (DEM-SP), foi escolhido para a vice-presidência juntamente com Marcus Pestana (PSDB-MG) e João Ananias (PCdoB-CE). Segundo Perondi, a Frente Parlamentar da Saúde é diferente de todas as outras, pois trabalha como um colegiado, dentro de um sistema democrático, onde as entidades do setor de saúde também têm voz. 22 MAR ÇO/ABRIL 2011 “Nós trabalhamos com o maior tesouro, que é a vida. Estamos todos juntos, parlamentares e entidades nacionais, neste grande desafio, que é a defesa intransigente do Sistema Único de Saúde e a valorização do profissional do setor. Aqui somos o Partido da Saúde”, destacou Perondi. O parlamentar ressalta que, desta vez, estão inscritos na FPS 30 senadores e 12 ex-secretários estaduais de saúde, que conhecem na ponta os problemas do setor. “O grande desafio da Frente será a regulamentação da Emenda 29, que fixa os valores mínimos a se investir em Saúde pela União, pelos Estados e pelos municípios. Precisamos trazer mais recursos para o Sistema Único de Saúde”, afirma Eleuses Paiva. fotos: César Teixeira Frente Parlamentar da Saúde elege nova diretoria Eleuses Paiva Darcísio Perondi Fotos: arquivo pessoal prêmio Kesselring é premiado por trabalho com pesquisa clínica Gustavo Kesselring, ex-representante da AMB na Comare (Comissão Técnica Multidisciplinar e de Atualização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais) e vicepresidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica, recebeu em 30 de abril o Prêmio de Sócio Honorário 2011 concedido pela Academia Americana de Investigadores e de Pesquisa Clínica. A distinção foi entregue durante a Conferência Global de Profissionais de Pesquisa Clínica, que ocorreu em Seatle, Estados Unidos. “Essa homenagem é prestada anualmente em distinção a pessoas que tiveram uma contribuição marcante para medicina farmacêutica”, explicou Jonathan Seltzer, presidente da Academia. “O prêmio é o reconhecimento do trabalho que tenho feito no Brasil nos últimos 24 anos e também traduz a crescente importância do país no cenário internacional da pesquisa clínica”, disse Kesselring, que foi o primeiro brasileiro a receber a condecoração. Kesselring recebe o prêmio MAR ÇO/ABRIL 2011 23 hospitalar AMB na Feira+ Fórum Hospitalar 2011 Qualidade em Medicina é o foco das atividades da AMB na Feira + Fórum Hospitalar 2011, maior evento de saúde da América Latina, que acontecerá de 24 a 27 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo. Além do estande, localizado na Rua L 35, no Pavilhão Vermelho, a AMB fará o I Fórum AMB Qualidade em Medicina, 25 de maio, a partir das 8h30, no auditório 2. Em 26 de maio, no auditório 14, a partir das 8h30, a AMB, em parceria com o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, promove encontro sobre boas práticas em saúde. “O objetivo é debater como os gestores dos sistemas público e privado estão trabalhando para atingir metas e expectativas relacionadas à qualidade no atendimento dos diferentes sistemas de saúde”, explica Aldemir Humberto Soares, secretário-geral da AMB e coordenador da Comissão Organizadora Hospitalar 2011. O evento será uma prévia do 1º Fórum Brasileiro de Medicina da AMB e do 2º Fórum de Enfermagem do COREN-SP, que ocorrerá entre 4 a 7 de outubro, no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo. Além da apresentação do programa do Fórum, haverá um estande na Rua M 23 do Pavilhão Vermelho dedicado ao evento. 24 MAR ÇO/ABRIL 2011 Os eventos realizados pela AMB na Hospitalar são gratuitos, não precisam de confirmação, mas as vagas são limitadas. Com intuito de aprofundar o tema Qualidade em Medicina com os diretores e representantes das Sociedades de Especialidade, a AMB promoverá reunião da Diretoria Plena e Conselho Deliberativo na tarde de 25 de maio, no auditório 1A. O tema também estará na pauta da reunião do Conselho Científico que acontecerá em 26 de maio, no auditório 15. internacional AMB: forte atuação internacional José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB, participou da solenidade de posse do presidente do Colégio Médico da Bolívia e da celebração dos 200 anos da Sociedade de Medicina de Santa Cruz de la Sierra. “Os médicos bolivianos estão vivendo um momento muito difícil. A ministra da Saúde, Nila Heredia, anunciou que o Colégio Médico deveria ser despojado de suas funções de registro e regulação do exercício profissional”, explica Gomes do Amaral. A atitude fere a liberdade de organização dos médicos e atenta contra a qualidade da assistência à saúde do povo boliviano. Na ocasião, o presidente da AMB reiterou a visão da WMA a respeito das organizações médicas. O ponto de vista da entidade está apresentado em resoluções como: Declaração de Madri, sobre autonomia profissional e autorregulação; e a Declaração de Seul, sobre independência clínica. Confemel Em 24 de março, Pedro Wey Oliveira, assessor de Relações Internacionais da AMB, participou da reunião do Comitê Executivo da Confederação Médica LatinoAmericana e do Caribe (Confemel). Foi discutido o calendário de encontros do grupo durante o ano e a situação dos médicos de fronteira. “Os integrantes da Confemel devem se reunir em Córdoba, Espanha, entre 2 e 4 de junho para os trabalhos do Foro Iberoamericano de Entidades Médicas. Também marcaram as duas assembleias da entidade: a Extraordinária, de 23 a Foto: WMA Bolívia José Luiz Gomes do Amaral (último à direita), durante reunião da WMA 25 de agosto, em Caracas, Venezuela; e a Geral Ordinária, de 21 a 25 de novembro, na Cidade do Panamá, Panamá”, explicou Oliveira. Conselho da WMA Ocorreu em Sidney, Austrália, entre 7 e 9 de abril, a reunião anual do Conselho da Associação Médica Mundial (WMA). Além de José Luiz Gomes do Amaral, representaram a AMB no Conselho da Mundial Miguel Jorge (diretor de Relações Internacionais) e Roberto D´avila (presidente do CFM). A delegação da AMB contou ainda com Pedro Wey Oliveira, José Hiran Gallo, Desiré Calegari, Carlos Vital C. Lima e Dalvélio Madruga. Os delegados debateram a necessidade de a WMA prover políticas de suporte para troca de informações e conhecimento relativos à resposta a desastres. “Agora, estamos trabalhando na viabilização do projeto apresentado pelo Brasil sobre situações de catástrofe. Também está sendo elaborada uma diretriz sobre o tema”, relatou Gomes do Amaral. Antes da Assembleia Geral, que esse ano ocorrerá em Montevidéu, Uruguai, haverá um seminário para troca de experiências no setor. A reunião debateu a necessidade de proteger os médicos durante os conflitos armados. Foi recomendada a criação de mecanismo internacional para documentar atos de violência contra médicos e clínicas. Os cuidados médicos no fim da vida também foram discutidos. “A discussão sobre esse assunto também foi muito rica e decidiu-se enviar o texto para debate durante a Assembleia Geral”. Outro item relevante foi a “medicalização” da pena de morte. “Muitas associações médicas expressaram desconforto e constrangimento com relação à utilização de medicamentos na aplicação da pena de morte. Existe já uma resolução que afirma ser antiética a participação de médicos na pena capital durante qualquer etapa do processo de execução. Isso inclui o planejamento, instrução ou treinamento. Muitas associações médicas nacionais apoiam a elaboração de um documento expressando o repúdio dos médicos à aplicação de pena capital”, disse o presidente da AMB. MAR ÇO/ABRIL 2011 25 Educação Continuada ESTUDAR SEMPRE! A medicina é uma atividade humana repleta de coisas belas. São tantas que fica difícil enumerá-las. Vou me atrever a falar de uma delas: o seu inesgotável desejo de evoluir. Esta característica explica boa parte do seu sucesso e do nosso continuado prestígio perante a humanidade. O ser humano sabe que os médicos não se deterão frente ao desconhecido e que lutarão com todas as forças para superar os limites de nossas ignorâncias - sempre em benefício do homem - pois este é o nosso desiderato final. Em face destas características, não existe e nunca existirá na medicina o último livro a ser estudado por quem deseja ser um bom médico. Então a regra de ouro é ESTUDAR SEMPRE! 26 MAR ÇO/ABRIL 2011 Os que já se encontram na senda médica há algum tempo sabem que boa parte do que aprendemos nos bancos da faculdade hoje perdeu o valor científico ou foi ultrapassado por melhores evidências atuais. Ou seja, tratar uma pessoa da forma como aprendemos na faculdade ou na residência médica há 10 anos, ou pior, há 20 ou 30 anos, não se configura um ato correto, quer do ponto de vista ético ou científico, em uma boa parte dos casos. Isto não é ruim; muito pelo contrário, isto é muito bom; pois evidencia a pujança da nossa prática profissional e a vivacidade do nosso fazer. Isto demonstra de um modo inquestionável que a medicina é algo vivo e não fossilizado. Então, para sermos bons médicos é preciso estarmos atualizados e, para isto, é preciso estudar. Poucos são os profissionais que se preocupam tanto quanto nós no aprimoramento continuado. É por todos reconhecido o espetacular papel de nossas sociedades de especialidade neste esforço necessário e belo. Reconhecendo a importância da educação continuada, quando estive à frente do CFM, apoiado incondicionalmente por todos os conselheiros federais e pelos CRM’s, desenvolvemos uma política de educação médica continuada que ainda se encontra em vigor na administração atualmente tão bem conduzida pelo nosso companheiro Roberto Luiz d’Avila. A ideia é somarmos esforços para manter o médico atualizado e competente no seu labor. Na organização mundial da prática médica, adotamos o sistema Temos eventos de todos os tipos, desde grandes congressos anuais a eventos disponíveis pela internet. Todas as formas de educação continuada são válidas e podem ser utilizadas. O que vale é manter o médico especialista verdadeiro, isto é, quando ele afirmar que é um especialista significará que está efetivamente possuidor dos conhecimentos mais atuais e válidos de sua especialidade. Lembrem-se do nosso dever ético primordial: sermos bons e verdadeiros para os nossos pacientes. Assim, quando os induzimos a acreditar que possuímos uma determinada qualificação, passamos a ter com esse indivíduo o dever ético da verdade, e só podemos ser fiéis a este compromisso se efetivamente nos mantivermos atualizados. Esta é a essência da Comissão Nacional de Acreditação: manter os médicos especialistas atualizados, para mantê-los éticos. de qualificação profissional dentro daquilo que chamamos de especialidades médicas. No Brasil esta capacitação é aferida e concedida pela Comissão Nacional de Residência Médica, por meio dos programas de residência médica e pela Associação Médica Brasileira, por meio das sociedades médicas filiadas. Tudo recebendo a chancela e registro no sistema dos Conselhos de Medicina. Este é um sistema de sucesso que tem garantido a qualidade de nossa formação especializada, fato reconhecido nacional e internacionalmente. Em resumo: os nossos especialistas são bem formados! Isto quer dizer em termos jurídico-legais que um especialista brasileiro é um PERITO em sua área de atuação. A pergunta que se impõe face ao desenvolvimento contínuo e célere da medicina é, por quanto tempo? Antes de responder, lembrem-se do nosso compromisso primordial com a verdade. Sem a verdade rompese o contrato moral e ético da relação médico-paciente. Preocupados com este fato, criouse exigência de uma atualização permanente para os especialistas brasileiros através da Resolução CFM nº 1772/2005. Esta resolução objetiva incentivar o médico especialista a manter-se atualizado nos assuntos de sua especialidade. Com a resolução estruturou-se a Comissão Nacional de Acreditação (CNA), cujo objetivo é proceder à normatização dos procedimentos a serem adotados na certificação. O resultado de imenso esforço é que desde então temos mais de 28.000 eventos médicos registrados no sistema. Se o sistema apresenta alguma falha em sua execução cabe às entidades que o compõe fazer os ajustes necessários para que os seus objetivos sejam alcançados, porém jamais pensar em destruí-lo, pois um médico desatualizado, mais ainda aquele que se anuncia como especialista, é um perigo para os seus pacientes, pois lhes vende uma falsa segurança e lhes retira a oportunidade de obter assistência de melhor qualidade. Chegando até aqui resta apenas a pergunta mais importante: devemos defender a formalidade senil (diploma não certificado) ou a atualização sadia e ética? Se você fosse um paciente, qual escolheria? E como um bom médico, como nos ensinou a ser Maimônides, qual seria a sua resposta? A escolha é sua. Edson de Oliveira Andrade Professor Adjunto da Universidade Federal do Amazonas MAR ÇO/ABRIL 2011 27 Especialidades • otorrinolaringologia A saúde pública e privada do Brasil passa a contar, a partir de agora, com 213 novos médicos especializados em otorrinolaringologia. Eles foram aprovados na prova de Título de Especialista realizada nos dias 26 e 27 de fevereiro último, pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). O índice de aprovação foi 79% dos 269 candidatos. Este ano, as avaliações teóricas e práticas foram integralmente escritas, novidade que agradou à maioria dos residentes de otorrinolaringologia de todo o País, e aos 90 médicos examinadores. A relação dos aprovados está disponível no endereço http://www.aborlccf.org.br/imageBank/Relacao_Aprovados_TE_2011.pdf. • GASTROENTEROLOGIA Para estimular o acesso do associado e da população em geral, a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) investiu na reformulação e reestruturação de seu portal, deixando-o com um layout moderno e com o conteúdo renovado. Pacientes interessados poderão acompanhar notícias atuais de saúde, além de esclarecer dúvidas em relação aos sintomas de doenças, causas e tratamentos. No link “canal do paciente”, será possível fazer uma busca por médicos gastroenterologistas que possuem o Título de Especialista em Gastroenterologia pela Federação. Outra novidade fica por conta do EspecGastro, voltado para especialistas, que veio para revigorar a parte científica. O endereço do novo portal é www.fbg.org.br . • HEPATOLOGIA Entre os dias 27 de setembro e 1º de outubro, Salvador sediará o XXI Congresso Brasileiro de Hepatologia, que acontecerá no Pestana Bahia Hotel. As inscrições poderão ser feitas pelo site www.hepatologia2011. com.br até o dia 29 de agosto. A partir desta data, as inscrições somente poderão ser feitas no local do congresso. Os resumos dos trabalhos científicos deverão ser enviados eletronicamente, via site, e o prazo para os temas livres é 28 de junho de 2011. No evento estão previstos também o Curso Pós-Graduado, englobando o XIV Simpósio Internacional de Terapêutica em Hepatite Viral e o IV Simpósio de Terapia Intensiva em Gastroenterologia e Hepatologia da UGHHP, a I Semana Sul Americana de Fígado e o III Encontro Amazônico de Hepatites Virais. • CIRURGIA PLÁSTICA A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica lançou, em fevereiro, uma cartilha que estabelece novos limites para os procedimentos de cirurgia plástica, com o objetivo de garantir a segurança do paciente. O material foi apresentado durante a 12ª edição do Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, que aconteceu em São Paulo. Entre os pontos principais, a cartilha afirma que todo procedimento deve ser realizado em local (hospital ou casa de saúde) com equipamentos adequados e atualizados para o procedimento, sempre com desfibrilador disponível. O material frisa ainda a necessidade da presença de um anestesista antes e durante a operação, sendo proibido ao profissional fazer dois procedimentos ao mesmo tempo. 28 MAR ÇO/ABRIL 2011 consulta prima Atualização científica A AMB passa a oferecer a todos os médicos mais uma ferramenta de atualização científica. Por meio de parceria firmada recentemente com a Consulta Prima, empresa prestadora de serviços editoriais na área médica, o site da AMB possui agora uma sequência de chamadas para os mais relevantes artigos médicos publicados nas principais revistas científicas do mundo. Ao clicar na janela dedicada ao serviço, o médico será redirecionado para o site da Consulta Prima, onde poderá cadastrar seu e-mail e, assim, receber um breve texto sobre o artigo. A média de envio é de três a quatro textos novos por semana. “Em menos de 30 segundos, o médico saberá do que trata o artigo e se vale a pena ler o restante do resumo – ou mesmo usar o link disponibilizado para ler o abstract ou o texto completo do artigo original”, explicou Claudio Csillag, diretor editorial da Consulta Prima. Os trabalhos, provenientes de cerca de 50 publicações, especialmente do New England Journal of Medicine, Lancet, Journal of the American Medical Association, British medica Journal, Annals of Internal Medicine e a Biblioteca Cochrane, são selecionados de acordo com a relevância clínica e qualidade editorial. “Essa ferramenta, nos tempos que vivemos hoje, ao oferecer resumos estruturados sobre temas variados, auxiliará o médico a se atualizar”, disse Edmund Baracat, diretor científico da AMB. A Consulta Prima fornece aos médicos textos curtos sobre as pesquisas de maior impacto clínico das principais publicações médicas do mundo. É um serviço seletivo, em que textos são produzidos praticamente em tempo real e caracteriza-se pelo mais alto padrão médico, científico e editorial. Além disso, os textos são produzidos em português com foco nos interesses gerais do médico brasileiro. Outra característica é a independência editorial: não tem nem nunca terá propagandas ou interesses ocultos. Mais informações: www.consultaprima.com.br notas • Revalidação de diploma médico estrangeiro Os ministérios da Educação e da Saúde oficializaram, por meio de portaria interministerial, publicada no dia 18 de março, o modelo do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por universidades estrangeiras. Pelo novo modelo, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aplicará anualmente uma prova aos interessados na revalidação, com colaboração das universidades públicas participantes. O exame, chamado de Revalida, será realizado em duas etapas: a primeira será teórica, e a segunda, uma prova prática de habilidades clínicas. A avaliação será feita com base na matriz de correspondência curricular, documento elaborado pela comissão responsável pelo projeto, que teve como referência as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina. O Inep divulgará um edital com o cronograma e prazo de adesão das instituições e inscrição dos candidatos. •ANMR A Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) está lançando a campanha “Residentes sem Moradia: isso é Saúde?”. A proposta é garantir aos pós-graduandos o direito à moradia, suprimido pela Medida Provisória 521/2010, último ato do governo passado. A MP, embora já tenha força de lei, ainda deverá ser apreciada pelo Congresso Nacional. No início de fevereiro, a Associação obteve o apoio de parlamentares para a proposição de emendas que garantam moradia aos residentes. O avanço em Brasília contou com o apoio das principais entidades médicas do país (Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e Federação Nacional dos Médicos). •Acidentes domésticos O coordenador da Comissão de Acidentes Domésticos, Rogério Toledo Jr., apresentou no dia 22 de março, a todos os integrantes do grupo a proposta final do trabalho de prevenção e educação no combate a acidentes. O projeto é que um caminhão percorra, inicialmente, 25 cidades da região Sudeste e faça cerca de 50 mil visitas guiadas. Dentro do veículo haverá a réplica de uma casa mobiliada, com todos os perigos a que os moradores estão sujeitos em cada cômodo. Os visitantes poderão passear por essa casa e se deparar com situações comuns em toda cozinha, lavanderia ou banheiro e recebam uma dica educativa/ preventiva sobre a situação. Após aprovação do grupo, a Comissão aguarda agora que as sociedades de especialidade opinem sobre os acidentes mais comuns listados, e a finalização do processo de captação recursos. Federadas • pernambuco A antiga Sociedade de Medicina de Pernambuco, atual Associação Médica de Pernambuco (AMPE) está completando 170 anos de existência. Desde 4 de abril de 1841, vem prestando relevantes serviços à classe médica pernam- bucana. Foi berço de importantes entidades médicas (Sindicato dos Médicos, Cooperativas etc.) e de ensino (Faculdade de Medicina do Recife). No dia 12 abril, a AMPE celebrou oficialmente os seus 170 anos de fundação. Na ocasião, a AMB também foi homenageada, recebendo a Medalha do Mérito Maciel de Monteiro, que foi o primeiro presidente da AMPE, ministro dos Negócios Exteriores e conselheiro do Imperador Pedro II. Florentino Cardoso, diretor de Saúde Pública, representou a entidade no evento. • SANTA CATARINA O presidente da Associação Catarinense de Medicina, Genoir Simoni, foi eleito o novo presidente da Unimed Grande Florianópolis (Gestão 2011-2015), em eleição realizada no dia 31 de março, renovando a composição da Diretoria Executiva e dos Conselhos de Administração, Ética e Fiscal da Cooperativa Médica. Com a decisão do pleito, o médico passa a presidência da Associação Catarinense de Medicina para a vice-presidente da entidade, Márcia Ghella. Genoir Simoni foi presidente da ACM por duas gestões (2005-2008 e 2008-2011). Na presidência da ACM, imprimiu sua marca de empreendedor e porta-voz das lutas em defesa dos médicos e da qualidade da assistência à saúde da população de todo o estado. Esteve à frente de ações como a adoção da CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos) pelos planos de saúde e pela implantação da GDPM (Gratificação de Desempenho e Produtividade Médica) aos médicos servidores públicos estaduais. • SÃO PAULO Durante a Assembleia de Delegados, em 9 de abril, foi lançada oficialmente a nova marca da Associação Paulista de Medicina. A APM, de 80 anos, entra em uma nova fase de sua história cuja imagem reflete uma entidade madura, voltada ao futuro e cada vez mais pronta para cuidar dos interesses e das paixões dos médicos. Atenta a tudo o que interessa aos médicos, tanto em sua vida profissional como pessoal, a Associação Paulista de Medicina inaugura também um novo slogan: “Somos inspirados por suas paixões. Apaixone-se você também”. • RIO GRANDE DO SUL Com o apoio da Associação Médica do Rio Grande do Sul, no dia 23 de março ocorreu o lançamento oficial do Congresso Integrado das Entidades de Saúde – CIES, que ocorrerá nos dias 10 a 13 de maio de 2012, em Gramado-RS. O objetivo desse Congresso é a integração dos vários segmentos que compõem a área da saúde, com a finalidade da qualificação do atendimento à população do Rio Grande do Sul. O projeto é pioneiro para a área de saúde do Rio Grande do Sul, pois busca uma articulação estratégica do setor. MAR ÇO/ABRIL 2011 29 JURÍDICO Os limites da resiliência médica “O que não me mata me fortalece” – Friedrich Nietzsche entendimento de que ser médico é ser resiliente, principalmente por reconhecer o seu próprio papel e responsabilidades na sociedade. No ano de 1807, o físico inglês Thomas Young, ao estudar a tensão e deformação de barras metálicas, denominou de resiliência a capacidade de um material acumular energia sem que isto leve a sua ruptura. Após cessada a tensão, ele volta ao seu estado normal. O conceito da física modernamente foi assimilado pelo mundo corporativo, que considera como resilientes aqueles que desenvolveram habilidades para superar tensões, pressões, estresses, mantendo o equilíbrio emocional, sem significativas modificações pós-traumáticas. São também as pessoas que não desistem com facilidade frente às condições adversas, aos obstáculos e conjunturas negativas. Decretam tais circunstâncias como passageiras, pontuais e superáveis. A própria natureza da atividade médica conduz ao raciocínio de que a resiliência deva ser um dos atributos indispensáveis para a boa assistência. As angústias das adversidades cotidianas, as dificuldades pessoais de várias causas, o sofrimento emocional compartilhado com os pacientes, a luta pela vida, permitem o 30 MAR ÇO/ABRIL 2011 No entanto, até mesmo a origem etimológica da expressão resiliência do latim “saltar para trás”, ”voltar ao estado natural” - nos conduz a uma nova reflexão. Seria de valia para a Medicina “saltar para trás”? Ou até mesmo, o médico consegue voltar ao seu estado natural ao ser irrestritamente resiliente? Ao desenvolver a teoria da natureza do erro humano, James Reason apontou que diversos níveis de risco são identifícáveis para a ocorrência de incidentes, o que demonstra que no caso do ato médico, muito raramente o resultado adverso tem sua gênese na exclusiva participação deste. Influências organizacionais, bem como condições adversas de diversas naturezas atuam em sinergia. O erro é antes sistêmico. As defesas, barreiras e dispositivos de segurança devem ser prioritariamente desenvolvidas no próprio sistema. No nosso País, o médico, por sua alta resiliência, pode assumir riscos por falhas que são sistemáticas, exclusivamente. Em que pese serem riscos da sua rotina de trabalho, em situações limites, críticas e extremas, pode resultar em riscos para a assistência aos pacientes. Tais limites estão previstos nas normas éticas e legais e merecem apreciação. O código de ética médica estabelece que o médico deve recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente, bem como a dos demais profissionais, podendo inclusive suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições adequadas para o exercício profissional ou não o remunerar digna e justamente. Até mesmo o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, reconhecido com dispositivo legal aplicável na assistência à saúde, determina que o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados e riscos quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar. Respeitados esses limites, o médico deve fortalecer-se na resiliência, pois assim, beneficia o paciente, projeta a ciência para novos desafios e mantém vivo o prazer de ensinar a arte. Que o médico sempre consiga “voltar ao seu estado natural”. Roberto Augusto de Carvalho Campos Mestre e Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo. Professor Doutor do Departamento de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Assessor Jurídico da Associação Médica Brasileira Rosmari Aparecida Elias Camargo Mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Assessora Jurídica da Associação Médica Brasileira Agenda FEVEREIRO Diretoria • 2 (DF) – Reunião da Comissão Pró-SUS – Florentino Cardoso • 3 (DF)- Solenidade de anúncio do projeto de distribuição gratuita de medicamentos para hipertensão e diabetes – Elias Miziara • 3 (DF) - Reunião do grupo técnico para discussão do novo modelo de reajuste – Marcos Bosi • 3 (DF) – Reunião sobre honorários pagos aos médicos pelas operadoras de planos e seguros de saúde – Florisval Meinão • 4 (SP) – Reunião sobre o livro AMB 60 anos – Hélio Barroso • 4 (SP) - Cerimônia de posse de Jorge Elias Kalil Filho como diretor do Instituto Butantã – Edmund Baracat • 4 (SP) - Câmara Técnica de Implantes – Luc Weckx • 4 (RJ) – Solenidade de celebração do Dia Mundial do Câncer – Celso Ramos • 8 (DF) – Reunião da Diretoria Executiva da AMB com a Diretoria Executiva do CFM – Aldemir Soares. Amilcar Martins, Florisval Meinão, Luc Weckx e José Luiz Gomes do Amaral • 10 (RJ) - Reunião Copiss – Florisval Meinão • 15 (DF) – Reunião da Pró-SUS com integrantes do Ministério da Saúde – Florentino Cardoso • 15 (DF) - Câmara Técnica de Diagnóstico por Imagem – Aldemir Soares • 17 (SP) - Reunião da Comissão Pró-Sus – Florentino Cardoso e Roberto Gurgel • 18 (SP) – Reunião da Comissão de Consolidação e Defesa da CBHPM e da Comissão de Saúde Suplementar – Florisval Meinão, Florentino Cardoso, Jurandir Marcondes e Roberto Gurgel • 23 (DF) – Reunião da Comissão de Assuntos Políticos – Luc Weckx e Jurandir Marcondes • 23 (SP) – Solenidades de posse da Comissão de Estudos de Planos de Saúde e Assistência Médica da OAB-SP – Florisval Meinão • 24 (DF) - Reunião da Comissão Mista de Especialidades – Aldemir Soares e Edmund Baracat • 24 (DF) - Reunião extraordinária da Comissão de Saúde Suplementar – Florisval Meinão • 25 (SP) – Câmara Técnica de Avaliação de Novas Tecnologias – Marcos Bosi • 25 (SP) – Reunião sobre o livro AMB 60 anos – Hélio Barroso • 8 (DF) - Reunião da Diretoria Executiva da AMB com a Diretoria Executiva do CFM • 8 (SP) – Cerimônia de entrega dos certificados de acreditação canadense dos hospitais Geral de Pirajussara e Estadual de Diadema • 9 (DF) – Reunião com diretores da Anvisa para debater o controle da obesidade com uso de remédios • 10 (SP) – Encontro da comissão científica do I Congresso Nacional dos Hospitais Privados • 11 (PR) – Reunião com representantes da Associação Médica do Paraná • 16 (SP) - Teleconferência da Associação Médica Mundial • 16 (BA) – Reunião com representantes da Associação Bahiana de Medicina • 25 (SP) – Cerimônia de lançamento do livro Meio ambiente e Saúde – Desafios das Metrópoles • 17 (SP) - Reunião do Conselho Científico da AMB – Aldemir Soares, Edmund Baracat e José Luiz G. Amaral • 18 (GO) - I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina – Aldemir Soares • 18 (PR) - Outorga da medalha acadêmico Ary de Christan ao professor Doutor Ivo Pitanguy - Jurandir Ribas • 22 (AM) - Lançamento do Programa de Prevenção e Tratamento do Câncer de Colo de Útero e Mama – Aristóteles Alencar • 23 (RJ) - Reunião do Copiss – Florisval Meinão • 24 (RJ) - Reunião do Grupo Técnico do Rol de Procedimentos – Amilcar Giron • 24 (SP) – Reunião da Comissão de Assuntos Políticos – Luc Weckx, Jurandir Ribas e Wirlande Santos • 25 (MG) - Reunião do Conselho Delibera- MARÇO Diretoria • 1 (SP) – Visita de Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, e Giovanni Cerri, secretário de Saúde do Estado, para assinar o convênio de aumento das vagas e das bolsas de residência médica – Aldemir Soares, Edmund Baracat, Florisval Meinão, Luc Weckx, José Brito, Jurandir Ribas, Newton Barros, Roberto Gurgel • 1 (SP) - Lançamento da nova edição do “Comida que cuida- mais cor no prato e na vida durante o tratamento do câncer” – Robson Moura tivo e da Diretoria Plena • 30 e 31 (SP) - 1° Seminário Internacional do Atendimento a Desastres - Florentino Cardoso e José Luiz G. Amaral Presidência • 3 (SP) – Almoço com Milton Arruda Martins, secretario de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde. • 1 (MG) - Posse da Diretoria, do Conselho Superior e Conselho Fiscal da Academia Mineira de Medicina – Jésus Fernandes • 4 (SP) – Jantar em homenagem a Xanana Gusmão, primeiro ministro do Timor Leste com Geraldo Alckimin, governador do Estado de São Paulo e Giovanni Cerri, Secretário Estadual de Saúde • 11 (SP) – Câmara Técnica de Implantes – Luc Weckx • 16 (SP) – Teleconferência da Associação Médica Mundial • 11 (SP) – Câmara Técnica da CBHPM – Amilcar Giron • 17 (DF) – Reunião com Márcia Amaral, secretária-executiva do Ministério da Saúde • 15 (SP) - Reunião dos Diretores de Defesa Profissional – Roberto Gurgel, Florisval Meinão e Florentino Cardoso • 16 (SP) – Seminário Perspectivas do Setor Saúde no Brasil promovido pelo jornal Valor Econômico e Interfarma – José Luiz Gomes do Amaral e Florentino Cardoso • 16 (RJ) - Grupo de Trabalho de Honorários Médicos – Florisval Meinão • 16 (GO) - I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina – Aldemir Soares Presidência • 17 (GO) - Reunião extraordinária da Comissão de Saúde Suplementar – Florisval Meinão • 7 (SP) – Teleconferência do grupo de trabalho sobre placebo da Associação Médica Mundial • 17 (GO) - Apresentação da Agenda Parlamentar da Saúde Responsável – Luc Weckx • 18 (Santa Cruz de la Sierra, Bolívia) – Solenidade de posse da presidência do Colégio Médico da Bolívia e celebração dos 200 anos da Sociedade de Medicina de Santa Cruz de la Sierra • 19 (RJ) – Reunião com a diretoria da Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro • 21 (SP) – Reunião com representantes do Hospital Israelita Albert Einstein • 28 (SP) – Audiência com o deputado Arnaldo Faria de Sá • 29 (RJ) – Reunião na Agência Nacional de Saúde Suplementar sobre honorários médicos MAR ÇO/ABRIL 2011 31 livros Títulos/ Certificados Interação Medicamentosa Celmo Celeno Porto Editora Guanabara Medicamentos usados em associação podem ter alteradas a eficácia e a segurança. No livro, os principais fármacos foram organizados de maneira objetiva para facilitar a consulta rápida e foram escolhidos símbolos que sintetizam os conhecimentos sobre interações medicamentosas. Manual de condutas em Oncologia Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octávio Frias de Oliveira O manual reúne informações básicas para os médicos sobre ações, decisões e situações que já fazem parte da rotina de quem cuida de pacientes com câncer. O intuito é que os profissionais recebam orientações sobre doses e sobre quais fármacos utilizar, além de conhecimentos para a continuidade da assistência. Á lcool e Direção – Beber ou Dirigir Sérgio Dualibi, Ilana Pinsky e Ronaldo Laranjeira Editora Unifesp No livro estão apresentados resultados de estudos realizados por pesquisadores da Unifesp acerca dos acidentes associados a bebidas alcoólicas e direção. Também faz parte da obra uma pesquisa, realizada pela USP, sobre vítimas fatais de ocorrências de trânsito e evidências internacionais consagradas sobre o assunto. Tempo psicanalítico 42 – no. 1 – L aço social e perversão Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle O sujeito perverso, por conta de uma cisão no eu, percebe e recusa a castração, colocando o fetiche com estatuto de uma formação de compromisso entre as duas posições. A publicação destaca as diferentes modalidades de satisfação e gozo de ordem perversa que constituem estratégias encontradas na atualidade para lidar com o mal-estar assinalado por Freud como inerente à ordem humana. 32 MAR ÇO/ABRIL 2011 TÍTULOS DE ESPECIALISTA Anestesiologia – 13 de agosto – local a definir – Inf. (21) 2537-8100 ou www.sba.com.br Cirurgia Geral – 18 de junho – Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo, Belém, Curitiba, Recife, Fortaleza, Brasília, Vitória, Manaus e Salvador – Inf. (21) 2138-0653 ou [email protected] Alergia e Imunologia - 28 de maio – São Paulo (SP) - Inf. (11) 5575-6888 ou 5575-1204 Pediatria – 29 de maio – Várias capitais – Inf. (21) 2548-1999 ou [email protected] Urologia – 21 de novembro - Florianópolis (SC) – Inf. (21) 2245-4092 - www.sbu.org.br Endoscopia – 10 de junho – Goiânia (GO) – Inf. (11) 31488200 ou [email protected] Medicina de Família e Comunidade – 26 de junho – Brasília (DF) – Inf. www.sbmf.org.br Psiquiatria – 1º de novembro – Rio de Janeiro (RJ) – Inf. www.abpbrasil.org.br Genética Médica - 11 de julho – Cuiabá (MT) - Inf. (11) 50850188 ou [email protected] Coloproctologia - 2 de setembro – Rio de Janeiro (RJ) - Inf. (21) 2240-8927 - www.sbcp.org.br Medicina de Tráfego -26 de junho – Belo Horizonte (MG) – Inf. (11) 2137-2700 ou www.abramet.org.br Radiologia - 5 de junho, 6 de agosto – Várias capitais – Inf. (11) 3372-4544 ou www.cbr.org.br Radioterapia - 5 de junho, 6 e 7 de agosto – Várias capitais – Inf. (11) 3372-4544 ou www.cbr.org.br Medicina Nuclear - 5 de junho, 6 e 7 de agosto – Várias capitais – Inf. (11) 3372-4544 ou www.cbr.org.br Ultrassonografia geral - 5 de junho, 7 de agosto – Várias capitais – Inf. (11) 3372-4544 ou www.cbr.org.br Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia - 5 de junho, 7 de agosto – Várias capitais – Inf. (11) 3372-4544 ou www.cbr.org.br Clínica Médica – 28 de outubro - Curitiba (PR) – Inf. (11) 5572-4285 ou www.sbcm.org.br Endocrinologia e Metabologia - 24 de agosto – S. Paulo (SP) - Inf. (21) 2579-0312 ou www.sbem.org.br Cardiologia – 16 de setembro – Porto Alegre (RS) – Inf. (21) 3478-2757 Medicina de Tráfego – 17 de julho – Canoas (RS) – Inf. (11) 2137-2700 ou www.abramet.org.br Geriatria – 25 de julho – Porto de Galinhas (PE) – Inf. (21) 2285-8115 Cirurgia de Cabeça e Pescoço – 2 de setembro – Santos (SP) – Inf. (11) 3107-9529 ou [email protected] Medicina Esportiva – 15 de junho – Petrópolis (RJ) =- Inf. (11) 3106-8611 ou www.medicinado esporte.org.br CERTIFICADOs DE ÁREA DE ATUAÇÃO Neurologia- 17 de junho – local a definir - Inf. (11) 50849463 ou www.abneuro.org Neonatologia- 5 de setembro – São Paulo (SP) – Inf. (21) 2548-1999 - www.sbp.com.br Ergometria – 25 de junho –São Paulo (SP) ; 20 de Agosto Aracaju (SE); 29 de outubro – Salvador (BA) - Inf. (11) 3411-5500 ou [email protected] Endoscopia Digestiva – 10 de junho – Goiânia (GO) – Inf. (11) 3148-8200 ou [email protected] Psiquiatria Forense – 1º de novembro – Rio de Janeiro (RJ) – Inf. www.abpbrasil.org.br Psiquiatria da Infância e Adolescência – 1º de novembro – Rio de Janeiro (RJ) – Inf. www.abpbrasil.org.br Psicogeriatria – 1º de novembro – Rio de Janeiro (RJ) – Inf. www.abpbrasil.org.br Psicoterapia – 1º de novembro – Rio de Janeiro (RJ) – Inf. www.abpbrasil.org.br Neurorradiologia - 5 de junho, 7 de agosto – Várias capitais – Inf. (11) 3372-4544 ou www.cbr.org.br Densitometria óssea - 5 de junho, 7 de agosto – Várias capitais – Inf. (11) 3372-4544 ou www.cbr.org.br Medicina de Urgência – 28 de outubro - Curitiba (PR) – Inf. (11) 5572-4285 ou www.sbcm.org.br Atuação em Dor – data e local a definir – Inf. (21) 2537-8100 ou www.sba.com.br Neonatologia – Exame de Suficiência - 7 de Setembro - (21) 2548-1999 ou www.sbp.org.br Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia – 5 de junho – SP,RJ,DF, PE e PR – Inf. (11) 3372-4544 ou [email protected] Neurofisiologia clínica - 23 de outubro - Punta Del este (Uruguai) - Inf. (11) 3815-0892