COMUNICAÇÃO TÉCNICA
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Nº 172395
Exigências da NBR 15575 quanto ao desempenho de vedações verticais
Luciana Alves de Oliveira
Palestra apresentado no
SEMINÁRIO ANICER: NORMA DE
DESEMPENHO: SISTEMAS DE
VEDAÇÕES VERTICAIS, 2014, São
Paulo.
A série “Comunicação Técnica” compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em
eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública.
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Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
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02/07/2014
30 de julho a 02 de agosto
Exigências da NBR 15575 quanto ao
desempenho de vedações verticais
Luciana Oliveira - IPT
#EUVOUPRABELEM
[email protected]
Sistemas dos edifícios na NBR 15.575:2013
1. Geral
2. Estrutura
3. Pisos
4. Vedações verticais
5. Cobertura
6. Instalações
ESTRUTURA DA NORMA DE
DESEMPENHO
Exigências do
usuário
Edifício e suas
partes
Condições de
exposição
Requisitos de
desempenho
Qualitativos
Critérios de
desempenho
Quantitativos/ mensuraveis
Métodos de
avaliação
(ensaios ou analises)
Desempenho
x
processo de produção do edifício
QUAL O IMPACTO NO SETOR APÓS
PUBLICACAO DA NBR 15.575?
Normas técnicas, Códigos
municipais, outras
exigências e desempenho
Seleção da tecnologia
Benefícios custo / prazo
E desempenho
Solicitação de dados de
desempenho para os
fornecedores
Controle da qualidade obra/
conformidade
projeto/componente
entregue
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Desempenho
x
processo de produção do edifício
PROJETO
 Seleção tecnológica x
desempenho
 Contato e coleta de dados
com fornecedor
 Análise e solução de
interfaces
 Memorias de cálculo
 Projetos executivos
detalhados
 Projetos para produção
 Plano de manutenção
OBRA
 Conformidade com projeto
 Controle da qualidade dos
materiais (aceitação)
 Procedimentos de execução
 Definição de critérios de
aceitação da obra
SEGURANÇA
Requisitos de desempenho vedações verticais
A) SEGURANÇA
1. Desempenho estrutural
2. Segurança contra incêndio
3. Segurança no uso operação
B) HABITABILIDADE
4. Estanqueidade à agua
5. Desempenho térmico
6. Desempenho acústico
C) SUSTENTABILIDADE
6. Durabilidade
7. Manutenibilidade
Desempenho Estrutural
 QUAIS ESFORÇOS MECÂNICOS CONSIDERAR ????
1) Cargas verticais e horizontais (cargas permanentes, acidentais, devidas
ao vento, devidas ao uso)
Desempenho estrutural
1. 1) Verificação da estabilidade global (estado limite ultimo)
1.2 ) Verificação dos limites de deslocamentos/ falhas (estado limite de
serviço)
2) Resistência a impactos de corpo mole e corpo duro;
3) Resistência a cargas transmitidas por peças suspensas (pias, armários,
redes).
Desempenho Estrutural
1.1) Estabilidade
 Ensaio de compressão excêntrica
em paredes (flexo-compressão)
e resistência estrutural – Estado limite último
 Paredes c/ função estrutural:
NBR 15961, 15812, 16055
 Elementos estruturais: NBR
6118, NBR 7190 ; ABNT NBR
8800; ABNT NBR 9062
 Tecnologias c/
comportamento
desconhecido fazer ensaios
(gráfico: resistência x
deslocamento)
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Desempenho Estrutural
1.2) Estado
Desempenho Estrutural
deslocamentos, fissuras e
falhas que comprometam
o livre funcionamento de
componentes
limite de serviço
Desempenho Estrutural
Critérios quanto a deslocamentos e falhas sob ação de cargas de serviço
Desempenho Estrutural
2) Resistência a impactos de corpo mole
Estado limite de serviço
Suporte cantoneira L
Premissas
 Projetar interação laje-parede, verificando tempo de
deformação da estrutura, ligações não rígidas, etc.
 Projetar escoramentos nos vãos de portas e janelas,
considerando flechas máximas, evitando
comprometimento do funcionamento de portas e janelas
Suporte de face
mão francesa
 Projetar com vergas/contra-vergas evitando surgimento
de fissuras nas paredes
 Limitar deslocamentos/ desvios de prumo
Desempenho Estrutural
Desempenho Estrutural
Resistência a impactos de corpo mole - paredes
Cargas de ensaio e critérios de desempenho - parede
720
Suporte cantoneira L
Não ocorrência de ruína (estado
limite último)
480
360
Impacto externo
(acesso externo do
público; normalmente
andar térreo)
240
180
Não ocorrência de falhas (estado
limite de serviço)
Não ocorrência de falhas (estado
limite de serviço)
dh  h/125
dhr  h/625
Suporte de face
Não ocorrência de falhas (estado
limite de serviço)
120
mão francesa
360
Não ocorrência de ruptura nem
traspasse da parede pelo corpo
percussor de impacto (estado
180
limite último)
Vedação vertical
sem função
estrutural
Impactos internos
(todos os pavimentos)
120
Não ocorrência de falhas (estado
limite de serviço)
Limitação dos deslocamentos
horizontais:
dh  h/125
dhr  h/625
Paredes pesadas
 Paredes com 14cm de
espessura e h≤3,00m
– concreto armado,
– alvenaria de tijolos maciços
– alvenaria de vedação de blocos
cerâmicos de furo vertical
(11,5cm; 14cm e 19cm)
– alvenaria de bloco sílicocalcários
– alvenaria de bloco de concreto
celular
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Desempenho Estrutural
Desempenho Estrutural
3) Resistência a peças suspensas
Resistência a peças suspensas
Suporte cantoneira L
Suporte cantoneira L
Cargas de ensaio e critérios p/ peças suspensas fixadas por mão-francesa padrão
Carga de ensaio aplicada
em cada ponto
Carga de ensaio aplicada
em cada peça,
considerando dois pontos
Critérios de desempenho
Não ocorrência de falhas que
comprometam o estado limite de serviço
Suporte de face
0,4 kN
0,8 kN
Limitação dos deslocamentos
horizontais:
Suporte
de face
dh < h/500
dhr < h/2 500
Onde:
h é altura do elemento parede;
dh é o deslocamento horizontal instantâneo;
dhr é o deslocamento horizontal residual.
No caso de “redes de dormir”, deve
ser considerada uma carga de uso de
2 kN, aplicada em ângulo de 60° em
relação à face da vedação, adotandose coeficiente de segurança igual a 2
Desempenho Estrutural
Resistência a peças suspensas
Premissas de projeto
 Especificar os tipos de
fixação das peças suspensas
 Especificar carga resistente
da parede
 Adotar coeficientes de
segurança p/ calculo das
cargas de serviço (2,0 – carga
aplicada por 24 horas; 3,0 – carga
continua até ruptura)
SEGURANÇA
O que fazer????
 Cuidados com a fixação: o
parafuso deve entrar na
parede do bloco e a bucha
garantir boa ancoragem ao
bloco
Segurança no uso e operação
 Resultado =ƒespessura
paredes dos blocos + tipo
de fixação
 Resistência alv. de blocos cerâmicos
atende ao critério mínimo
de 80kgf/peça
Segurança no uso e operação
SEGURANÇA
 Os sistemas não podem
apresentar:
- rupturas, instabilidades,
tombamentos ou quedas que
gerem risco a integridade física
dos ocupantes ou transeuntes
nas imediações do imóvel;
- partes expostas cortantes ou
perfurantes;
– deformações e defeitos acima
dos limites especificados nas
NBR 15575-2 a NBR 15575-4.
Segurança contra incêndio
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Segurança contra incêndio
Reação ao fogo dos materiais
de revestimento / acabamento
das paredes
Resistência ao fogo das
paredes / elementos de
compartimentação horizontal
Segurança contra incêndio
Reação ao fogo –revestimento
Classificação dos materiais tendo como base o método ABNT NBR 9442 e IT 10 CB-SP
• TRRF= depende da altura
• Ocupação do edifício
Segurança contra incêndio
Reação ao fogo -revestimento
Segurança contra incêndio
Reação ao fogo –revestimento
 Revestimento/acabamento da face interna e miolos isolantes
(Classe I,II ou IIIA)
 Revestimentos/face externa das paredes de fachada (Classe I
ou IIB)
 Materiais incombustíveis não precisam ser ensaiados
(concreto, argamassa, revestimento de gesso, cerâmica, placa
de rocha, etc)
Segurança contra incêndio
Ensaio pelo método SBI, no qual
é considerado o comportamento
conjunto do isolante e das
chapas de revestimento
Segurança contra incêndio
Resistência ao fogo
Resistência ao fogo
 paredes estruturais p/ edificações habitacionais de até 05 pavimentos
(multifamiliares): TRRF >=30 minutos (CF= estabilidade, estanqueidade e
isolação térmica);
Potencial de atendimento TRRF=3Omin – edifícios de até 5 pav
 para outras alturas e demais edifícios, considerar ABNT NBR 14432;
 paredes de geminação de casas térreas e de sobrados, e paredes entre
unidades habitacionais são elementos de compartimentação horizontal,
portanto, TRRF>= 30 minutos;
 p/ parede de cozinha e ambiente fechado que abrigue gás, de unidade
habitacional unifamiliar, isolada, até 2 pavimentos, TRRF >= 30 min,
 paredes pesadas –
– parede de concreto (fck≤30MPa);
– alvenaria de blocos de concreto e blocos cerâmicos com 14cm e
revestimento de gesso
 Paredes de blocos cerâmicos estruturais tem potencial de ter
TRRF entre 90 e 120minutos
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HABITABILIDADE
Paredes de vedação
Esses dados são
exemplos, cada
fornecedor deve
apresentar seus
próprios dados
Estanqueidade à agua
Dados exemplos de resistência ao fogo de paredes de alvenaria s/ carga
Estanqueidade à agua
Estanqueidade à agua
Umidade proveniente de infiltração - fachada
Premissas
 projetar detalhes construtivos (ressaltos, molduras,
pingadeiras) que descolem a lâmina d´água das paredes
• Água de chuva
• Água acidental
evitar/minimizar lâmina d´água escorrendo pela fachada
• Ascensão capilar
 projetar as juntas adequadamente p/ impedir formação
de fissuras, ou outra abertura, evitando penetração de
água.
evitar aberturas que permitam a passagem de água,
• Água de uso /
lavagem
juntas entre blocos preferencialmente
preenchidas
Estanqueidade à agua
Estanqueidade à agua
FISSURAS QUE PERMITEM INFILTRAÇÕES
UMIDADE PROVENIENTE DE INFILTRAÇÕES
UMIDADE PROVENIENTE DE INFILTRAÇÕES
AUSÊNCIA DE DETALHES CONSTRUTIVOS
• Fissuras entre elemento estrutural e vedações
• Fissuras horizontais na parede do último pavimento
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02/07/2014
Estanqueidade à agua
• Fissuras entre elemento estrutural (vigas e pilares) e vedações
a) alvenaria
FISSURAS QUE PERMITEM INFILTRAÇÕES
UMIDADE PROVENIENTE DE INFILTRAÇÕES
UMIDADE PROVENIENTE DE INFILTRAÇÕES
FISSURAS QUE PERMITEM INFILTRAÇÕES
• Fissuras entre elemento estrutural e vedações
• Destacamentos no encontro entre paredes: juntas a prumo
Estanqueidade à agua
Ensaio para avaliar estanqueidade à água
de paredes externas – Águas de chuva
FISSURAS QUE PERMITEM INFILTRAÇÕES
UMIDADE PROVENIENTE DE INFILTRAÇÕES
UMIDADE PROVENIENTE DE INFILTRAÇÕES
FISSURAS QUE PERMITEM INFILTRAÇÕES
• Fresta na interface entre esquadria e vedação
• Fissuras no corpo da parede
• Fissuras no revestimento em argamassa
HABITABILIDADE
Produtos/ paredes cujo comportamento não é conhecido
Desempenho acústico
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Desempenho acustico
Desempenho acústico
Isolação a ruídos aéreos (externos) – paredes de fachada
Classe de
ruído
Localização da habitação
I
Habitação localizada distante de fontes
de ruído intenso de quaisquer naturezas.
II
Habitação localizada em áreas sujeitas a
situações de ruído não enquadráveis nas
classes I e III
III
Habitação sujeita a ruído intenso de
meios de transporte e de outras
naturezas, desde que esteja de acordo
com a legislação
D2m,nT,w
dB
Rw
dB*
Nível de
desempenho
≥ 20
≥25
≥30
≥25
≥30
≥35
≥30
≥25
≥30
≥35
≥30
≥35
≥40
≥35
M
I
S
M
I
S
M
≥35
≥40
I
≥40
≥45
S
Logo da
Empresa do
palestrante
NBR 15575-4 – SVVI – Paredes internas
Desempenho acústico
DESEMPENHO ACÚSTICO – Isolação a ruídos aéreos (internos)
Isolação a sons aéreos Elemento
Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação),
nas situações onde não haja ambiente dormitório
Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação),
no caso de pelo menos um dos ambientes ser dormitório
Conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall
(DnT,w obtida entre as unidades)
DnT,w
dB
Nível de
desempenho
40 a 44
45 a 49
 50
45 a 49
50 a 55
 55
M
I
S
M
I
S
 50
S
Premissas
 tipo de parede:
– parede pesada tende a ter melhor desempenho,
– parede leve, eventualmente, inclui isolantes
 tratamento interface parede x esquadria
 fechamento de frestas
 considerar desempenho acustico da esquadria
Logo da
Empresa do
 verificar necessidade de preenchimento das juntas
entre blocos
palestrante
Desempenho acústico
Desempenho acustico - Exemplos
Isolação a sons aéreos -
 Métodos de avaliação
– Ensaio em laboratorio: caracterização do produto
(Rw)
– Ensaio em campo: medição desempenho da unidade
(DnT,w)
Parede cega
Painel maciço de concreto de
10cm de espessura – fck=25MPa
Valor de Rw
determinado em
laboratório (dB)
Parede c/ painel pré– DATEC 007
46
Parede c/ painel pré– DATEC 003
48
Parede com esquadria
Necessario saber isolação sonora da janela para dimensionar isolação da fachada
Para atendimento do critério mínimo
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Desempenho acustico - Exemplos
Alvenaria de vedação
HABITABILIDADE
Esses dados são
exemplos, cada
fornecedor deve
apresentar seus
próprios dados
Desempenho térmico
 Método simplificado: calculo das caracteristicas
térmicas da parede:
Desempenho térmico
Método simplificado: Caracteristica térmica da parede
Requisito: Apresentar transmitância térmica e capacidade térmica que
proporcionem pelo menos desempenho térmico mínimo p/ para cada zona
bioclimática estabelecida na ABNT NBR 15220-3.
– Transmitancia térmica (U)
– Capacidade térmica (CT)
Transmitância Térmica U
W/m2.K
 Simulação térmica
–
–
–
–
Projeto arquitetura
Areas envidraçadas (expostas à radiação solar)
Pé-direito
Localização e posicionamento no terreno
Zonas 1 e 2
Zonas 3, 4, 5, 6, 7 e 8
U ≤ 2,5
a
 a ≤ 0,6
 a > 0,6
U ≤ 3,7
U ≤ 2,5
 é absortância à radiação solar da superfície externa da parede.
Capacidade térmica (CT)
kJ / m 2.K
 Medição in loco
Método simplificado: Caracteristica térmica da parede
Zona 8
Zonas 1,2, 3, 4, 5, 6 e 7
Sem exigência
≥ 130
Esses dados são
exemplos, cada
fornecedor deve
apresentar seus
próprios dados
CRIT 11.2.2 - PT 4
• Blocos cerâmicos de 6 furos Espessura 14 cm e argamassa de
revestimento
• 1,8 0 < U < 2,02 W/(m2.K)
• 108 < CT < 130kJ/(m2.K)
• Blocos cerâmicos de 8 furos Espessura 19 cm e argamassa de
revestimento
• 1,9< U < 1,80 W/(m2.K)
• 130 < CT < 140 kJ/(m2.K)
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Desempenho térmico por simulação computacional
sustentabilidade
Durabilidade e
Manutenibilidade
Temperatura [°C]
24
22
20
18
16
14
Simulação Software Energy Plus
12
10
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
Horário
Medida Exterior
Medida Interior
Calculada Interior
Durabilidade
Durabilidade
 atendimento aos requisitos de segurança e
habitabilidade
 historico do produto X locais de aplicação
(durabilidade x agressividade meio ambiente)
Vida Util minima de projeto (VUP)
 componentes metalicos x resistência à corrosão x
ambiente aplicação
 componentes sintéticos x resistência aos raios
solares
 componentes de madeira x resistência a organismos
xilofagos (cupins e fungos)
Durabilidade - Exemplos
MANUTENIBILIDADE
Projetar pensando na manutenção
 Verificar conhecimento/ informações do material
aplicado, para, posteriormente, definir:
–
–
–
–
–
Exposição em câmara de névoa salina
Ensaio de choque térmico
planos de inspeção
periodos de manutenção preventiva
métodos de manutenção preventiva e limpeza
acessos à fachada
métodos de manutenção corretiva
 Informações precisam constar do projeto e Manual
do proprietario
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COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº 172395 Exigências da NBR