GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Rosalba Ciarlini Rosado Governadora SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA DA PECUÁRIA E DA PESCA Tarcísio Bezerra Dantas Secretário EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO RIO GRANDE DO NORTE José Geraldo Medeiros da Silva Diretor Presidente Alexandre Medeiros Wanderley Diretor de Administração e Finanças José Flamarion de Oliveira Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento ISSN 0103-4197 OUTUBRO, 2013 Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S/A vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca Documentos 44 Xiquexique e Mandacaru na Alimentação Animal José Geraldo Medeiros da Silva Guilherme Ferreira da Costa Lima Emerson Moreira de Aguiar Margareth Maria Teles Rêgo NATAL, RN 2013 Exemplares desta publicação podem ser obtidos na: Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S/A – EMPARN Gerência de Transferência de Tecnologias e Comunicação – GTTC Av. Eliza Branco Pereira dos Santos, s/n – Parque das Nações CEP 59.158-160 Parnamirim, RN Fone: (84) 3232 5871 Fax: (84) 3232 5868 www.emparn.rn.gov.br [email protected] Comitê Editorial Presidente: Maria de Fátima Pinto Barreto Secretária-Executiva: Vitória Régia Moreira Lopes Membros: Aldo Arnaldo de Medeiros Marcone César Mendonça das Chagas Teresinha Lúcia dos Santos Fernandes Marciane da Silva Maia José Araújo Dantas Maria Cléa Santos Alves Salvador Barros Torres Revisão de texto Maria de Fátima Pinto Barreto Projeto gráfico e capa Leânio Robson de Almeida (www.leaniorobson.com.br) 1ª edição 1ª impressão (2013): 2.000 exemplares Todos os direitos reservados A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610) S586x Silva, José Geraldo Medeiros da. Xiquexique e mandacaru na alimentação animal / José Geraldo Medeiros da Silva ... [et al.] ; Revisado por Maria de Fátima Pinto Barreto. – Natal, RN: EMPARN, 2013. 32p. : il. – (EMPARN. Série Documentos; 44) ISSN 0103 4197 1. Alimentação animal – Xiquexique e mandacaru. 2. Alimentação de ruminantes – Plantas nativas – Caatinga. 3. Cactáceas – Alimentação animal. 4. Forragens – Período de secas. 5. Dieta dos ruminantes – Forragem. 6. Alimentação animal – Desempenho – Bovinos. 7. Desempenho – Ovinos. 8. Desempenho – Caprinos. I. Autor. II. Título. RN / EMATER / BIBLIOTECA CDU 636.084 AUTORES José Geraldo Medeiros da Silva Zootecnista, D.Sc., Pesquisador da EMPARN, EMPARN, Caixa Postal 188, 59.158-160, Parnamirim, RN. E-mail: [email protected] Guilherme Ferreira da Costa Lima Médico Veterinário, Ph.D, Pesquisador da Embrapa, EMPARN, Caixa Postal 188, 59.158-160, Parnamirim, RN. E-mail: [email protected] Emerson Moreira de Aguiar Engenheiro Agrônomo, D.Sc., Professor da UFRN, Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias – UFRN, 59.072-970, Natal,RN.E-mail:[email protected] Margareth Maria Teles Rêgo Engenheira Agrônoma, D.Sc., Bolsista/PNPD Capes/UFRN/Emparn, EMPARN, Caixa Postal 188, 59.158-160, Parnamirim/RN.Email:[email protected] APRESENTAÇÃO No semiárido brasileiro, a maioria dos sistemas de produção animal tem a vegetação de caatinga como principal suporte forrageiro dos ruminantes. Tendo em vista a grande sazonalidade na oferta de forragens desse tipo de pastagem, em geral o período seco se caracteriza por um grande déficit na disponibilidade de volumosos tanto em quantidade, como em qualidade. Após a seca de 2012, que em muitos municípios do Nordeste continuou em 2013, ficou claro mais uma vez, pelo grande número de mortes de bovinos e redução dos rebanhos do semiárido, que é praticamente impossível conduzir sistemas pecuários nessa região sem a formação de reservas forrageiras estratégicas. Nesse sentido, um dos principais desafios das empresas de pesquisa e universidades da região, é o da identificação de espécies nativas e introduzidas capazes de garantir a formação dessas reservas forrageiras que viabilizem a alimentação dos rebanhos no período seco. Dessa forma, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte – EMPARN, vem desenvolvendo pesquisas desde 1994, em parceria com a Embrapa Semiárido, UFRN, UFRPE, UFPB e Banco do Nordeste, envolvendo a utilização das cactáceas nativas xiquexique e mandacaru como volumosos estratégicos na alimentação de ruminantes. Este documento apresenta os resultados obtidos nos ensaios de desempenho com bovinos, ovinos e caprinos, utilizando dietas com altas participações dessas cactáceas. José Geraldo Medeiros da Silva Diretor Presidente da EMPARN SUMÁRIO INTRODUÇÃO.......................................................................................11 CULTIVO................................................................................................12 VALOR NUTRITIVO................................................................................15 DESEMPENHO DE BOVINOS................................................................16 DESEMPENHO DE OVINOS..................................................................19 DESEMPENHO DE CAPRINOS..............................................................21 CONCLUSÕES.......................................................................................25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................25 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Xiquexique e Mandacaru na Alimentação Animal José Geraldo Medeiros da Silva Guilherme Ferreira da Costa Lima Emerson Moreira de Aguiar Margareth Maria Teles Rêgo INTRODUÇÃO Nos sertões do Nordeste brasileiro nos quais as palmas forrageiras (Opuntia ficus indica Mill, e Nopalea cochenillifera Salm-Dyck) não se adaptam ou apresentam baixos rendimentos, as cactáceas nativas xiquexique [Pilosocereus gounellei (A. Weber ex K. Schum.) Byl ex Rowl.] e mandacaru (Cereus jamacaru DC.) se sobressaem em relação a essas espécies introduzidas, e são utilizadas durante períodos de seca prolongados como volumosos estratégicos na alimentação dos ruminantes. Em cinco localidades da Bahia e de Pernambuco, Cavalcanti e Resende (2004) avaliando a utilização das plantas nativas da caatinga na alimentação animal no período seco, registraram que o mandacaru foi utilizado por 46,5% dos produtores, enquanto o xiquexique por 10,5%, o facheiro (P. pachycladus Ritter) por 12,3% e a coroa de frade (Melocactus bahiensis Britton & Rose) por 7%. O xiquexique é um cacto colunar que atinge altura de até 3,75m, com diâmetro da copa variando de 1,45 a 3,27m (CAVALCANTI e RESENDE, 2007b), com brotações basais desenvolvendo-se inicialmente em posição horizontal e posteriormente quase verticalmente, em forma de candelabro, com grande quantidade de espinhos. Essa cactácea também recebe o nome de alastrado em determinadas áreas semiáridas nordestinas (ANDRADE-LIMA, 1989). O mandacaru é a cactácea colunar mais conhecida das caa11 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL tingas (RIZZINI, 1992). Apresenta altura das plantas variando de 3,75 a 6,54m, com seu tronco ou caule principal desenvolvendo brotações laterais com número médio de 13,5 por planta (CAVALCANTI e RESENDE, 2006), estreitando para o ápice, com numerosos espinhos. Encontra-se em solos pedregosos, em cima de serras e individualmente as plantas dessa espécie são espaçadas por grandes distâncias na vegetação da caatinga. Taylor e Zappi (2002), classificaram o xiquexique como espécie exclusiva da caatinga, com ampla distribuição geográfica, e o mandacaru como espécie predominantemente da caatinga, mas que ocorre em outros tipos de ambiente. Essas espécies habitam em condições edafoclimáticas caracterizadas por elevadas temperaturas, precipitações pluviométricas irregulares e baixa fertilidade natural do solo. Ben Salem et al. (2004) ressaltaram que as cactáceas são caracterizadas por alta eficiência de uso de água. Na caatinga do Rio Grande do Norte, Lima (1998) destacou o xiquexique e o mandacaru, com ampla utilização como volumosos estratégicos nos períodos de seca prolongados; no entanto, apresentou como uma das limitações dessas forrageiras o alto custo da mão de obra no processamento com a retirada dos espinhos. O objetivo desta publicação é apresentar os resultados de pesquisa obtidos com a utilização do xiquexique e mandacaru na alimentação de bovinos, ovinos e caprinos na região semiárida brasileira. CULTIVO Em períodos de grandes secas no Nordeste brasileiro, as cactáceas nativas, particularmente o xiquexique e o mandacaru são utilizadas no arraçoamento animal, oriundas de áreas de ocorrência natural, o que indica a necessidade de um manejo conservacionista e sustentável destas espécies, bem como a implantação de áreas cultivadas. Segundo Cavalcanti e Resende (2007a), essas plantas 12 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL apresentam bom desenvolvimento em áreas de solos degradados, podendo repovoar áreas onde não é mais possível o cultivo de lavouras tradicionais, sendo importantes na sustentabilidade e conservação da biodiversidade do bioma caatinga. As estacas das referidas cactáceas devem ser colhidas das brotações laterais das plantas adultas, e o plantio deve ser realizado em covas de 15cm de profundidade, no sentido vertical. Em cada cova, pode-se adicionar esterco (bovino, ovino, caprino) em combinação com o solo, uma vez que estudos desenvolvidos por Cavalcanti e Resende (2007a) mostraram melhor crescimento das referidas cactáceas quando o substrato de plantio era composto da mistura solo e esterco. Resultados de pesquisa (SILVA et al., 2006a, 2006b) indicam que os espaçamentos mais adensados apresentam maiores produtividades, sendo para o xiquexique o espaçamento 1,0 x 1,0m e para o mandacaru 2,0 x 1,5m respectivamente, conforme indicado na Tabela 1. Tabela 1. Produtividade do xiquexique e do mandacaru cultivados no Campo Experimental e de Produção de Cruzeta- RN Produção do xiquexique (kg/ha/6,5 anos) Espaçamentos (m) Matéria Verde Matéria Seca 1,0 x 1,0 5.915 1.120 1,5 x 1,0 5.254 1.008 2,5 x 1,0 2,5 x 2,0 3.660 1.980 765 424 Produção do mandacaru 2,0 x 1,5 3,0 x 1,5 3,0 x 2,0 3,0 x 3,0 (kg/ha/10 anos) Matéria Verde Matéria Seca 56.951 45.090 34.576 28.918 13.040 9.361 8.493 6.717 Dados adaptados de Silva et al. (2006a ; 2006b) 13 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Como demonstrado na Tabela 1, mesmo demandando períodos longos para formação de reservas estratégicas de forragem (Figuras 1 e 2), as produções obtidas no xiquexique e particularmente no mandacaru (1.304 kg de MS/ano) permitem incluir essas cactáceas como opções de reserva de água e alimentos para ruminantes em períodos de grandes secas no Nordeste; além de suas adequações agroecológicas para o manejo sustentável das espécies no forrageamento animal com plantas da caatinga. Figura 1 - Cultivo do xiquexique com 7 anos Figura 2 - Cultivo do mandacaru com 7 anos 14 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL VALOR NUTRITIVO O xiquexique e o mandacaru apresentam baixos conteúdos de MS na sua composição (Tabela 2), e a exemplo de outras espécies de cactáceas, necessitam ser ofertados conjuntamente com alimentos fibrosos a fim de incrementar os teores de MS e fibra efetiva da ração (FERREIRA, 2005). Dessa forma, Ben Salem et al. (1996) relataram que a suplementação de dietas baseadas em cactos com alimentos fibrosos, pode prevenir distúrbios digestivos pelo melhoramento da atividade microbiana no rúmen, e que o nível de participação da cactácea em uma dieta pode alcançar 55% da MS. Tabela 2. Composição química do xiquexique e do mandacaru em porcentagem da matéria seca Espécie Item Matéria seca Matéria orgânica Proteína bruta Extrato etéreo FDN FDA CHT CNF Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Sódio FDN - Fibra em detergente Xiquexique Mandacaru 13,59 86,34 4,91 0,71 50,63 36,71 80,72 30,09 0,04 1,56 3,10 1,62 0,23 16,43 89,49 8,17 1,67 53,02 41,61 79,65 26,63 0,08 0,95 3,31 0,92 0,05 neutro; FDA - Fibra em detergen- te ácido; CHT - Carboidratos totais; CNF – Carboidratos não fibrosos . Dados adaptados de Silva (1998) Segundo Silva (1998), as oscilações das porcentagens de MS das cactáceas estão relacionadas com fatores climáticos, idade da planta, época do ano e manuseio no preparo da amostra (retirada dos espinhos). O valor de 8,17% de proteína bruta (PB) no manda15 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL caru é considerado suficiente para atendimento dos requerimentos mínimos de PB (VAN SOEST, 1994), e o valor de PB do xiquexique ficou acima ao valor apresentado por Germano et al. (1991) de 4,66%. Silva et al. (2010) obtiveram 5,39% para o nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) do nitrogênio total do xiquexique. Esse valor em porcentagem (%) do nitrogênio total, indica que a maior porcentagem do nitrogênio dessa cactácea está disponível para o desenvolvimento dos microorganismos do rúmen. As porcentagens de fibra em detergente neutro (FDN) e carboidratos-não-fibrosos (CNF) das referidas cactáceas (Tabela 2) permitem que as mesmas em associação a outros alimentos na dieta para ruminantes, atendam aos requerimentos mínimos em termos de FDN e máximos de CNF para dietas de vacas lactantes. Segundo o NRC (2001) valores de FDN inferiores a 25% ou de CNF superiores a 44% na MS das dietas, podem causar alterações no padrão de fermentação ruminal, com consequente queda na digestibilidade da fibra e no teor de gordura do leite. Confirmando resultados de outras pesquisas que destacaram a riqueza de alguns minerais na família Cactaceae, os valores apresentados na Tabela 2 situam-se entre os apresentados por Germano et al. (1991), principalmente de cálcio, potássio e magnésio na MS das cactáceas. Com relação à digestibilidade das cactáceas nativas, Barbosa (1997) apresentou a digestibilidade in vitro da MS de 73,54% no mandacaru e 65,80% no xiquexique. Esses valores qualificam essas espécies como de bom valor forrageiro quando comparadas a outras forrageiras, indicando a possibilidade de elevação do consumo animal quando associadas a outros alimentos. DESEMPENHO DE BOVINOS Em pesquisas substituindo 50% e 75% da MS de silagem de sorgo forrageiro por xiquexique ou mandacaru, com adição de 1,7 kg de concentrado na engorda de novilhas das raças Pardo-suíça, Gir e Guzerá em regime de confinamento, Lima et al. (1996) e Silva (1998) obtiveram maiores valores de ganhos de peso médios, dos animais 16 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL que foram alimentados com o mandacaru em suas dietas (Tabela 3). Para o consumo de MS nas pesquisas com as garrotas e novilhas (Tabela 3), houve variação em todas as associações dos alimentos nas dietas experimentais. Os valores de consumo voluntário médio de MS nos tratamentos podem ser atribuídos às diferenças dos nutrientes em quantidade e/ou, qualidade na composição química das cactáceas. Segundo Silva (1998), os valores de consumo de MS obtidos na pesquisa com as garrotas permitiram estimar o consumo de nutrientes das dietas em que os tratamentos com participação de xiquexique (50% e 75%) apresentaram déficits de consumos de PB (-0,076 e -0,075 kg/dia) e os com mandacaru (50% e 75%) de -0,028 e -0,005 kg/dia respectivamente. Os valores com menores déficits de PB, maiores ganhos de peso médio dos animais, e as melhores conversões foram obtidos pelas dietas com as associações de silagem de sorgo e mandacaru. Nessa pesquisa a maior porcentagem de PB na MS do mandacaru (Tabela 2), pode justificar esses resultados. Tabela 3. Desempenho Desempenhode degarrotas garrotas ee novilhas alimentadas com difeTabela rentes associações cactos de e silagem rentes associações de cactos ede silagem sorgo de sorgo Xiquexique Item Silagem de sorgo (50%) Silagem de sorgo (25%) Mandacaru Silagem de sorgo (50%) Silagem de sorgo (25%) *Garrotas (222 kg) CMS (kg/dia) GP (g/dia) 5,40 5,14 538 534 13,88 18,04 **Novilhas (281 kg) 9,63 9,62 CMS (kg/dia) 5,31 6,57 6,58 6,45 CA (g MS/g GP) 307 5,18 CA (g MS/g GP) GP (g/dia) 389 5,54 514 505 716 695 10,33 13,00 9,19 9,28 CMS – Consumo médio individual diário de MS; GP – Ganho de peso diário e CA – Conversão alimentar Dados adaptados de Silva (1998)* e Lima et al. (1996)** 17 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Com relação à produção de leite, Silva et al. (2005) realizaram pesquisa com vacas Pardo-suíças com média de peso de 520 kg (figura 3), alimentadas com dietas contendo até 50,0% de xiquexique com base na MS, em substituição à silagem de sorgo forrageiro numa relação volumoso/concentrado de 70/30 (Tabela 4). Nesse trabalho, o consumo de MS não foi alterado pela inclusão dos níveis de xiquexique na dieta. No entanto, observou-se que, à medida em que aumentou a participação do xiquexique nas dietas, diminuiu o conteúdo de MS das mesmas, consequentemente, os animais, para suprirem suas necessidades, ingeriram maiores volumes da matéria natural das dietas, o que provavelmente regulou o consumo de MS. A média de consumo da matéria natural por vaca/dia com 50% de inclusão de xiquexique na dieta foi de 53kg de xiquexique, 12kg de silagem e 5,8kg de concentrado. Não houve efeito dos níveis de xiquexique na dieta sobre o coeficiente da digestibilidade aparente da matéria seca, produção e composição do leite. A ausência de significância desses parâmetros na referida pesquisa, pode ser explicada pelo correto balanceamento das dietas experimentais, com relação aos teores de nutrientes, principalmente pelo equilíbrio dos teores da FDN e CNF da dieta. Segundo Mertens (2001), as proporções de PB, extrato etéreo e cinzas são relativamente constantes em dietas de vacas leiteiras, o equilíbrio mais importante a ser alcançado nas dietas é entre fibra solúvel em detergente neutro e carboidratos não fibrosos. Tabela 4. Desempenho de vacas leiteiras alimentadas com diferentes níveis de xiquexique em substituição à silagem de sorgo Níveis de xiquexique na dieta (%) Item 0 12,5 25,0 37,5 50,0 Consumo de MS (kg/vaca/dia) 15,20 15,14 15,67 14,89 15,18 Digestibilidade da MS (%) 65,07 64,46 58,62 59,02 61,26 Leite produzido (kg/dia/vaca) 14,34 14,80 15,26 14,89 14,72 Teor de gordura do leite (%) 3,59 3,63 3,09 3,13 3,18 Variação de Peso (g/vaca/dia) +141 +306 +553 +694 +623 Dados adaptados de Silva et al. (2005) 18 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Figura 3. Vacas consumindo xiquexique, silagem e concentrado Silva et al. (2005) relataram na pesquisa (Tabela 4), que houve variação positiva de peso das vacas em todas as dietas experimentais (0,46 kg/dia) sem ocorrência de diarreias nos animais, apresentando produção de leite, com média de 14,80 kg de leite/dia. DESEMPENHO DE OVINOS Visando avaliar a melhor associação do xiquexique ou do mandacaru com fenos de sabiá e flor-de-seda associados a vagem de algarobeira triturada na ração de pequenos ruminantes, Silva et al. (2010a) desenvolveram experimento com ovinos da raça Morada Nova em confinamento (Figura 4), durante 84 dias (Tabela 5). Os tratamentos experimentais corresponderam, com base na MS, a 30% de cactácea + 30% de feno + 40% de concentrado, sendo: xiquexique + feno de sabiá ou feno de flor-de-seda e mandacaru + feno de sabiá ou feno de flor-de-seda. O concentrado foi representado por 100% de algaroba. 19 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Tabela 5. Desempenho de ovinos alimentados com diferentes associações de cactos e fenos Xiquexique Item Mandacaru CV (%) Feno de sabiá Feno de flor-de-seda Feno de sabiá Feno de flor-de-seda 66,44 63,42 69,39 67,49 9,42 944,73b 1.544,25ab 1.150,17ab 1.731,53a 27,47 GP(g/dia) 84,52 95,71 76,66 86,19 14,31 CA(gMS/gGP) 7,25ab 6,01b 9,10a 7,34ab 15,24 CMS (g/kg0.75) CAV (g/dia) Médias seguidas de letras distintas na linha diferem (P<0,05) entre si pelo teste Tukey. a, b CMS – Consumo de MS em gramas por unidade de tamanho metabólico; CAV - Consumo de água voluntária em gramas por dia; GP– Ganho de peso diário e CA – Conversão alimentar Dados adaptados de Silva et al. (2010a) Com relação ao desempenho dos ovinos (Tabela 5), o consumo de MS não diferiu entre as dietas experimentais, e situa-se entre os valores de consumo apresentados por Ben Salem et al. (1996), pesquisando níveis crescentes de palma na dieta de ovinos que variaram Figura 4. Ovino consumindo cacto, feno e algaroba. 20 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL de 53,3 g/kg0,75 a 97,6 g/kg0,75. O consumo de água voluntária em gramas/dia, só diferiu significativamente entre as dietas com xiquexique e feno de sabiá, em relação à dieta com o mandacaru e feno de flor de seda. Apesar do consumo de MS não ter diferido entre os tratamentos, a dieta com xiquexique e feno de sabiá promoveu menor consumo de água, pelo maior conteúdo de água contida no xiquexique (79,28%), enquanto a dieta com mandacaru e feno de flor-de-seda promoveu maior consumo, pelo menor conteúdo de água contida no mandacaru (72,49%). Esses resultados se assemelham aos de Bispo et al. (2007), que utilizando palma em níveis crescentes na ração de ovinos observaram que à medida que se elevou a participação da cactácea nas dietas, a ingestão de água foi reduzida. Resultados similares foram observados por Ben Salem et al. (1996), chegando à completa suspensão ao consumirem 600g de matéria seca (MS) da cactácea por dia. O ganho de peso dos animais em g/dia não diferiu e a conversão alimentar (CA) apresentou diferença entre as dietas experimentais, sendo a CA mais eficiente para a dieta com xiquexique e feno de flor-de-seda com 6,01, e a menos eficiente para a dieta com mandacaru e feno de sabiá com 9,10 (Tabela 5). Vale destacar no trabalho com ovinos, que 100% das dietas utilizadas foram preparadas a partir de cinco espécies oriundas da caatinga ou naturalizadas, acrescidas apenas de uma mistura mineral e água à vontade. DESEMPENHO DE CAPRINOS Em pesquisa avaliando o efeito da utilização do mandacaru sobre o ganho de peso com caprinos, Cavalcanti e Resende (2006) demonstraram que os animais que receberam suplementação diária da cactácea após o período de pastoreio na caatinga tiveram ganho de peso no período experimental, em relação ao seu peso inicial de 5,16%, enquanto os animais que não receberam suplementação permanecendo em pastoreio exclusivamente na caatinga, perderam 21 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL 5,25% em relação ao seu peso inicial, e os que receberam apenas a cactácea em suas dietas em confinamento, estas perdas foram de 2,74%. Em outra pesquisa, Cavalcanti e Resende (2007b) utilizando o xiquexique no manejo alimentar de caprinos relataram que os animais que receberam suplementação diária da cactácea após o período de pastoreio na caatinga tiveram ganho de peso no período experimental, em relação ao seu peso inicial de 4,93%, os que não receberam suplementação permanecendo exclusivamente na caatinga, perderam 6,23% em relação ao seu peso inicial, e os que receberam apenas a cactácea em suas dietas, apresentaram perda de peso de 3,72%. Nestas pesquisas, os referidos autores confirmaram que estas cactáceas fornecidas exclusivamente não atendem as exigências nutricionais dos animais. Utilizando o xiquexique ou o mandacaru com fenos de sabiá e flor-de-seda associados a vagem de algarobeira triturada na ração de pequenos ruminantes, Silva et al. (2011) desenvolveram experimento com cabras da raça Saanen em confinamento (Figura 5), durante 68 dias (Tabela 6). Os tratamentos experimentais corresponderam, com base na MS, a 30% de cactácea + 30% de feno + 40% de concentrado, sendo: xiquexique + feno de sabiá ou feno de flor-de-seda e mandacaru + feno de sabiá ou feno de flor-de-seda. O concentrado foi constituído de 57,5% de algaroba, 37,5% de farelo de soja, e 5% de mistura mineral. 22 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Tabela 6. Desempenho de cabras alimentadas com diferentes associações de cactos e fenos Xiquexique Item Feno de sabiá CMS (g/kg0.75) 110,44a CAV (g/dia) 5.818,37ab PL(g/dia) 1.385,25 G(%) 2,93 Feno de flor-de-seda 69,75b Feno de sabiá 99,75a Mandacaru CV Feno de slor-de-seda (%) 68,05b 13,90 5.034,04bc 6.584,87a 4.456,25c 16,38 1.268,92 1.376,62 1.146,78 19,37 3,04 14,56 2,78 3,15 Médias seguidas de letras distintas na linha diferem (P<0,05) entre si pelo teste Tukey. a, b CMS – Consumo de MS em gramas por unidade de tamanho metabólico; CAV - Consumo de água voluntária em gramas por dia; PL – Produção de leite; G – Gordura do leite Dados adaptados de Silva et al. (2011) Em relação às cabras leiteiras, o consumo de MS, diferiu entre as dietas experimentais (Tabela 6). O consumo de MS foi maior nas dietas que tinham em suas associações o feno de sabiá, em relação àquelas que tinham feno de flor-de-seda. Os consumos de MS das cabras indicam que as dietas com participação do feno de flor-de-seda foram inferiores aos consumos estimados pelo NRC (1981); e com as associações do feno de sabiá foram superiores aos estimados, que é de 94,97 g/kg0,75 para animais com peso e produção de leite correspondentes ao deste trabalho. O consumo de água voluntária em gramas/dia diferiu entre a dieta com o mandacaru e feno de sabiá (6.584,87 g/dia), em relação às dietas com mandacaru e feno de flor-de-seda (4.456,25 g/dia) e xiquexique com feno de flor-de-seda (5.034,04 g/dia), que não diferiram entre si. Costa et al. (2009) substituindo até 28% de farelo de milho por palma forrageira na dieta de cabras leiteiras, relataram que a cada percentagem de inclusão da palma forrageira, houve um decréscimo de 80ml na ingestão de água voluntária. Não houve diferença na produção e na porcentagem de gordura do leite entre os tratamentos experimentais (Tabela 6). Para a 23 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL Figura 5. Cabra consumindo cacto, feno e concentrado. produção de leite, a ausência de significância pode ser explicada pelo correto balanceamento das dietas experimentais, e para os valores obtidos das porcentagens de gordura do leite podem ser justificados pelo atendimento do valor da FDN efetiva das dietas (35,89% a 43,99%), recomendado por Lu et al. (2005). Na pesquisa com as cabras, as combinações dos alimentos proporcionaram maiores consumos de nutrientes pelos animais nas dietas que continham o feno de sabiá, com pequenos déficits nos consumos de nutrientes digestíveis totais (NDT) nas dietas que continham as associações com o feno de flor-de-seda (SILVA et al., 2011), apresentando uma boa produção de leite com média de 1.294,39 g/dia. 24 XIQUEXIQUE E MANDACARU NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL CONCLUSÕES A utilização do xiquexique e mandacaru na composição das dietas de bovinos, ovinos e caprinos representa importante opção alimentar em períodos de seca prolongados. O plantio dessas cactáceas pode contribuir também para recuperação de áreas degradadas, para um manejo conservacionista das espécies, e para a formação de bancos de reserva de água e forragem na região semiárida do Nordeste brasileiro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE-LIMA, D. Plantas das caatingas. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 1989. 245p. BARBOSA, H. P. 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