RONDÔNIA Perfil Socioeconômico Industrial FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE RONDÔNIA SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO À MICRO E PEQUENAS EMPRESAS GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA Porto Velho–RO 2003 DIRETORIA FIERO PRESIDENTE: Julio Augusto Miranda Filho VICE-PRESIDENTES: Adélio Barofaldi Antonio Afonso Erdtmann Antonio Carlos do Nascimento Avalone Sossai de Farias Euzébio André Guareschi Giuliano Domingos Borges José Marcondes Cerrutti Jurandir Gomes de Almeida Luiz Antonio Appi Wagner José Araújo DIRETOR- SECRETÁRIO: José Carlos de Moura Lopes DIRETOR 2º SECRETÁRIO: Edson Carlos Coelho Costa DIRETORA-TESOUREIRA: Helena Aparecida Riça Mourão DIRETOR 2º TESOUREIRO: José de Jesus Oliveira DIRETORES: Adilson Popinhak Alan Gurgel do Amaral Carlos Frederico Hermes Carlos Jardel Guidin Delci Conte Gnoatto Edésio Guareschi Idemar Luis Pimentel Orletti Ilse Popinhak Luiz José Joner Osvaldo Duarte Rosalino Paulo Jair Kreuz Pedro Antonio Ferrazin Valentim Luiz Turatti Vilson dos Santos Waldemiro Onofre CONSELHO FISCAL - EFETIVOS: Eretiano Jacques Alves de Melo José Marques da Silva Pedro Teixeira Chaves SUPLENTES DE CONSELHO FISCAL: Antonio Félix da Silva Antonio Mario Weinsen João Daniel Kalsing DELEGADOS CONFEDERATIVOS - EFETIVOS: Julio Augusto Miranda Filho Mário Calixto Filho SUPLENTES DE DELEGADO REPRESENTANTE: Miguel de Souza Renato Antonio Souza Lima CONSELHO DELIBERATIVO ESTADUAL DO SEBRAE/RO Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – FIERO Federação do Comércio do Estado de Rondônia – FECOMÉRCIO Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia – FAPERON Federação das Associações Comerciais - FACER Banco do Brasil S/A Banco da Amazônia - BASA Caixa Econômica Federal – CEF Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Microempresas – SEBRAE/NA Associação de Micro e Pequenas Empresas de Rondônia – AMPERON Universidade Federal de Rondônia - UNIR Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social – SEAPES Agência de Desenvolvimento da Hidrovia do Madeira/Amazonas – ADHIMA CONSELHO FISCAL Federação das Associações Comerciais do Estado de Rondônia – FACER Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Microempresas – SEBRAE/NA Associação de Micro e Pequenas Empresas de Rondônia – AMPERON Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia – FAPERON Universidade Federal de Rondônia – UNIR Federação das Associações Comerciais – FACER Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – FIERO Julio Augusto Miranda Filho Presidente Antonio Alves da Silva Marrocos Neto Superintendente Serviço Social da Indústria – SESI DR/RO Nazareno Gomes Barbosa Diretor Superintendente Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI DR/RO Nazareno Gomes Barbosa Diretor Regional Instituto Euvaldo Lodi – IEL NR/RO Nahim José Aguiar Superintendente Equipe de Elaboração Coordenador: William José Curi Antônio Alves da S. Marrocos Neto Antônio da Rocha Guedes Ariosto José Nogueira Araújo Ervamary Robaina Israel Xavier Batista José Carlos de Sá Júnior Luiz Carlos Bianco Maria Emília da Silva Sérgio Ricardo V. Gonçalves RONDÔNIA Perfil Socioeconômico Industrial Fotos: Rosinaldo Machado Ficha Catalográfica preparada no Núcleo de Informação Tecnológica – NIT SENAI DR/RO. FIERO; SEBRAE/RO. Rondônia: perfil socioeconômico industrial. Porto Velho, 2003. 422p.: il. 1. Política Industrial – Rondônia. 2. Rondônia – Indústrias. 3. Rondônia – Condições econômicas. I. FIERO. II. SEBRAE/RO. III. Título. CDU 338.45 (085) Direitos reservados à FIERO. Composição gráfica, “copy-desk”, “layout” e editoração eletrônica a cargo de MC&A - Consultoria e Assistência Empresarial Ltda. CAPRI– Consultoria e Assessoria em Projetos e Informática Ltda. com editor Adobe InDesign 2.0 Impressão, montagem e encadernação a cargo da Divisão de Reprografia do SENAI DR/RO PALAVRA DO GOVERNADOR O Governo do Estado de Rondônia sente-se orgulhoso de poder contar com a inestimável parceria da Federação das Indústrias e do SEBRAE/RO no esforço conjunto de levar esta terra aos seus verdadeiros destinos de grandeza e justiça social. A publicação de trabalhos como este Perfil, marca registrada do empenho das forças produtivas rondonienses em participar efetivamente da construção de nosso desenvolvimento, só pode engrandecer o Estado e seu povo laborioso. Em minhas metas de governo, tenho insistido em dois vetores que considero fundamentais para levar a bom termo o desenvolvimento socioeconômico de Rondônia. O primeiro, é a parceria entre a administração pública e as forças vivas de todos os setores sociais do Estado. O segundo, é o direcionamento dos nossos esforços conjuntos em galgar patamares qualitativos na produção econômica de nosso povo, elevando e ampliando o grau de industrialização de nosso parque produtivo. Se é verdade que a vocação agrícola de Rondônia traçou nossos destinos desde os primeiros colonos que buscaram nossas terras na década de 70, também é verdade que a vocação desenvolvimentista do Estado já nos lançou no caminho da agroindustrialização, para não sermos reféns dos baixos preços dos produtos primários, mas podermos crescer igualmente no sentido do setor secundário da economia. Precisamos, contudo, reforçar ainda mais esta vertente, preocupando-nos com políticas públicas que apoiem as iniciativas fabris e busquem o aperfeiçoamento constante de nossa produção industrial. Este documento, por sua extensão e profundidade, certamente será bem recebido pelos técnicos do Governo do Estado, que nele irão se louvar para nos ajudar a definir os rumos adequados ao nosso processo de desenvolvimento industrial. O conhecimento dos indicadores econômicos e sociais é essencial para que o Poder Público possa traçar políticas que venham atender as demandas que se acumulam há décadas, e que novas frentes de ocupação se vii encarregam de ampliar. O levantamento sistemático dos potenciais econômicos servirá de base para o direcionamento do planejamento estatal. Confio que a colaboração permanente entre o Poder Público e a Iniciativa Privada, de onde aliás provenho, possa continuar e frutificar cada vez mais e melhor, fazendo realmente a diferença e trazendo benefícios para toda nossa sociedade trabalhadora. Ivo Narciso Cassol Governador do Estado de Rondônia viii PALAVRA DO PRESIDENTE DA FIERO É com imensa satisfação que entregamos a edição atualizada do Perfil Socioeconômico Industrial do Estado de Rondônia, um documento que reúne todas as informações necessárias para que o investidor tenha uma idéia clara das oportunidades que pode encontrar em nosso Estado. Rondônia já optou pela agroindústria por ser a Unidade da Federação que sintetiza, em sua economia, as características de todos os outros estados. Na Amazônia, somos o Estado com menos características regionais. Isso não Julio Augusto Miranda Filho é bom nem ruim. É a realidade. A nossa colonização foi feita a partir de paradigmas de segurança nacional, o que se refletiu nos modelos de assentamento rural e na criação de núcleos urbanos. A Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – FIERO respeita esta opção e contribui para o fortalecimento das empresas industriais e para o aumento do parque industrial do Estado, colocando toda sua estrutura a este serviço. Com a publicação deste documento, a FIERO quer oferecer subsídios aos consultores, planejadores e investidores, para elaborarem seus projetos com base em informações precisas sobre a infra-estrutura disponível. Ao Poder Público, oferecemos sugestões e análises conjunturais que possam servir ao planejamento de ações. Nesta oportunidade queremos agradecer a todos aqueles que contribuíram para a realização deste trabalho, seja através da disponibilização de dados, seja pelo trabalho de redação. Oportuno é lembrar o nome do empresário e político Miguel de Souza, que ao assumir a presidência da FIERO em 1988, se preocupou em iniciar os estudos sobre a economia do Estado em geral e sobre o setor industrial em particular. Várias são as publicações que foram lançadas pela Federação ix das Indústrias e que se tornaram referência obrigatória em todo estudo sério sobre Rondônia. Ao entregar o resultado de mais uma pesquisa, a FIERO rende as suas sinceras homenagens a Miguel de Souza por sua contribuição à industrialização de Rondônia. x PALAVRA DO SUPERINTENDENTE DO SEBRAE – RO O SEBRAE se orgulha de ter participado de forma efetiva desta edição atualizada – e ampliada – do “Perfil Industrial do Estado de Rondônia”, cumprindo sua função de agente de apoio ao desenvolvimento do Estado, especialmente quanto ao desenvolvimento da atividade empresarial do micro e pequeno negócio. Nos últimos anos, vimos o surgimento de um novo modo de pensar e o SEBRAE tem apostado no desenvolvimento local integrado e sustentável como estratégia de indução à Pedro Teixeira Chaves criação e fortalecimento destes micro e pequenos empreendimentos, sem esquecer sua responsabilidade social no que diz respeito à difusão de ações inovadoras como a cultura da cooperação e a formação de micro-financiamentos para auxiliar na inclusão social. Aliás, responsabilidade social tem sido o forte do Sistema S. Organizações como o SESC/SENAC/SEST/SENAT/SESI/SENAI/SEBRAE e o IEL vêm cumprindo seu papel de irradiador e disseminador das funções empresariais, tanto na área da pesquisa como na implementação e realização de tecnologias sociais que visam a promoção da cultura empreendedora e da busca por novas oportunidades de trabalho e renda. Em Rondônia, desde o ano 2000, temos concretas experiências de implantação do Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, o chamado DLIS, quando o Governo do Estado e o SEBRAE realizaram um projeto-piloto nos municípios de Machadinho, Pimenta Bueno, Cacoal, Espigão do Oeste e Jaru e, em seguida, em 2001, expandindo este trabalho para outros catorze municípios da região central do Estado. Impulsionado com a visão estratégica de um novo conceito de desenvolvimento, em 2002 nós pudemos, com a Prefeitura de Porto Velho, implantar o projeto “Cai n’Água” para sete bairros e ainda o Programa de Desenvolvimento Regional para outros onze municípios do interior, totalizando 31 municípios com a presença efetiva do xi SEBRAE, do Governo do Estado, das Prefeituras e Secretarias de Estados e demais parceiros. Desta forma, o sonhado Desenvolvimento Sustentável está sendo construído por organizações, Estado e pessoas “plugadas” com o que há de mais moderno em termos de metodologias de relação homem produtivo e meio ambiente, vislumbrando um milênio com mais humanidade, eqüidade e prosperidade para os que estão vivos e os que ainda virão. Nos próximos anos o SEBRAE continuará cumprindo sua nobre missão de colaborar com a cultura empreendedora para um novo Brasil e nosso estado seguramente estará no rol das economias de desenvolvimento sustentável com novas oportunidades de trabalho com inclusão social. xii PALAVRA DO SECRETÁRIO DE AGRICULTURA, PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL A maior preocupação do governo de Rondônia vem sendo a de estimular a produção estadual, de forma que ela possa enfrentar o desafio do “agro-business” como a saída saudável e duradoura para nosso desenvolvimento. Não por outro motivo se tem buscado estabelecer novos parâmetros de mobilização dos produtores, nos vários setores da nossa produção primária, capazes de elevar nossa produtividade a níveis que permitam e fortaleçam o setor industrial de transformação em Rondônia. Para um perfeito funcionamento das várias cadeias produtivas, no entanto, faz-se indispensável a disponibilidade de informações, dos mais variados tipos, que permitam à iniciativa privada adotar um rumo para seus investimentos e mantê-lo apesar de eventuais turbulências conjunturais. Temos, no governo, dado ênfase à elaboração de bancos de dados que permitam atender às demandas empresariais nos mais diferentes campos de atividade. Mas nosso esforço isolado pouco representa diante do desafio de registrar toda a atividade socioeconômica do Estado. Eis a razão para apoiarmos, entusiasmados, iniciativas como esta da FIERO e do SEBRAE, que trazem a lume um universo de informações preciosas e levantamentos acurados sobre nossa verdadeira posição no concerto brasileiro e especialmente da Região Norte, nos mais diversos campos, satisfazendo plenamente as necessidades de investidores de dentro ou de fora de nosso Estado. O Perfil Socioeconômico Industrial 2003 fornece os instrumentos que necessitávamos para subsidiar e orientar as ações da Secretaria de Agricultura, Produção e Desenvolvimento Econômico e Social em todo Estado, que aliado às propostas vindas do setor produtivo, servirão para alavancar um novo tempo de crescimento para Rondônia. Louve-se, portanto, não só a iniciativa como a própria parceria encontrada com o governo, fruto de diálogo democrático e aberto, que permitirá ampliar ainda mais o universo de leitores deste trabalho. xiii Por outra parte, e tiremos daqui o ensinamento para os pósteros, o próprio objetivo do trabalho se expandirá, na medida em que venha a servir também como fonte de referência para os estudos e projetos governamentais a curto e médio prazos, bem como suas orientações e propostas bem podem direcionar o esforço oficial para atender às demandas dos vários setores produtivos do Estado. Assim sendo, como numa via de mão dupla, ganham tanto a sociedade civil e os empreendedores de Rondônia, como a própria máquina administrativa pública, que já encontra facilitado seu trabalho de diagnose junto a tantos setores socioeconômicos quanto os abordados nesta obra. De parabéns, portanto, toda a sociedade rondoniense por mais esta iniciativa de grande expressão para nosso mundo empresarial. Luiz Cláudio Pereira Alves Secretário de Estado da Agricultura, Produção e Desenvolvimento Econômico e Social xiv SUMÁRIO Parte/Capítulo PARTE I Título Página Ambientação do Estudo ............................. 17 Capítulo 1 Cenário Regional ..................................... 19 Capítulo 2 Integração Regional ................................. 25 Capítulo 3 Aspectos Históricos ................................ 29 Capítulo 4 Administração Pública ............................. 49 Infra-estrutura ............................................. 55 Capítulo 5 Transportes ............................................ 57 Capítulo 6 Comunicações ........................................ 73 Capítulo 7 Comunicação Social ................................ 81 Capítulo 8 Energia Elétrica ....................................... 89 Capítulo 9 Infra-estrutura Urbana.............................. 99 Capítulo 10 Infra-estrutura Social ............................... 105 PARTE II PARTE III Meio Ambiente ............................................ 125 Capítulo 11 O Zoneamento ........................................ 127 Capítulo 12 Legislação Ambiental ............................... 141 PARTE IV Atividade Econômica .................................. 161 Capítulo 13 Extrativismo ........................................... 163 Capítulo 14 Agropecuária .......................................... 167 Capítulo 15 Perfil Industrial........................................ 217 Capítulo 16 Turismo ................................................. 273 Capítulo 17 Comércio ............................................... 297 Capítulo 18 Lei de Incentivos e Linhas de Crédito ......... 305 PARTE V Anexos Institucional O Papel da FIERO – Programação SESI/SENAI/IEL... 359 O SEBRAE Rondônia ........................................... 377 ...................................................................... 383 ******* xv Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Parte I Ambientação do Estudo APRESENTAÇÃO E ste trabalho apresenta um retrato atual de Rondônia, coletando, organizando e analisando dados e informações sobre o Estado e seu perfil socioeconômico e produtivo, como forma de subsidiar todos aqueles que se interessem pelo desenvolvimento desta região do Brasil. Buscou-se a pesquisa de um amplo leque que abrangesse todos os setores capazes de retratar a realidade rondoniense neste ano de 2003, dando continuidade a um trabalho que vem sendo realizado pela FIERO, através do IEL e hoje com o apoio do SEBRAE, primeiramente em 1985, depois em 1995 e 1997, com o objetivo de levantar o perfil industrial do Estado e pautado, em parte, pelo trabalho sobre o MERCOESTE realizado pelo SENAI. Nesta Primeira Parte, o estudo é contextualizado a partir dos aspectos regionais e daqueles particulares a Rondônia, num quadro sucinto, mas abrangente da superestrutura do Estado. 17 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 1 PERSPECTIVA REGIONAL R ondônia faz parte da região Norte brasileira, que é formada por sete Estados da federação: Amazonas, Pará, Tocantins, Rondônia, Roraima, Acre e Amapá, somando uma área total de 3,9 milhões de Km², o que equivale a mais de 45% do território nacional. A população da região atinge cerca de 13.784.895, o que corresponde a 7,79% da população brasileira. O comportamento econômico regional esteve estreitamente vinculado à produção da borracha em seus diversos ciclos, até o final da 2ª guerra. A partir daí entrou num longo período de estagnação e relativo isolamento econômico, com passagem de nível, reação econômica e política em meados da década de 70, através de governos que implementaram a ocupação dessa nova fronteira agrícola e a exploração de recursos naturais, com conseqüente indução da presença humana no Norte do país. O primeiro grande movimento migratório se deu através da Rodovia Transamazônica, na tentativa de um fluxo induzido de ocupação. Em seguida, o fluxo se deslocou em direção a Rondônia. A partir dos anos 70, portanto, não só a região Norte, mas toda a Amazônia, intensifica um processo de ocupação pelo incremento do crescimento econômico e populacional, pela diversificação da estrutura produtiva e por sua maior inserção na economia nacional. Entre 1970 e 1985, enquanto a economia nacional cresceu a taxas de 7% ao ano, a regional foi superior a 11%. A partir daí ocorreu uma retração da economia nacional que cresceu a uma taxa média de 1,23%, enquanto a da região cresceu 5,77%. O PIB da região Norte passou de 2,16% do PIB nacional em 1970, para 5,4% em 1990, com ligeiro declínio em 1996, registrando 4,6%, percentual que se manteve em 2000. Esse diferencial de comportamento da economia regional, comparativamente à nacional, é decorrente de efeitos retardados de investimentos, da transferência de capital para a região, em particular para Carajás, e da ampliação e dinamismo da Zona Franca de Manaus. Da mesma forma, a população regional demonstrou crescimento acelerado em função da intensificação migratória, em particular nas décadas de 70 e 80, passando de 3,87% da população brasileira em 1970; para 6,8%, 19 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 em 1990; 7,1%, em 1996 e 7,79% em 2000. Nesse período a taxa média de crescimento anual foi de 5%. A população regional cresceu de 3,6 milhões em 1970 para 11,29 milhões em 1996 e 13,78 milhões em 2000. Embora a população tenha mais que triplicado nesse período, a região Norte caracteriza-se pela menor densidade demográfica brasileira. Como resultante das dinâmicas econômica e populacional, o PIB per capita da região cresceu de US$ 196.7 em 1970 (55,91% do nacional) para US$ 1,367 em 1990 (71,9% do nacional) e US$ 1,998 em 2000 (aproximadamente 60% do PIB per capita nacional). Importante enfocar que em 2000, o PIB per capita de Rondônia (US$ 2,078) já superava o da região norte e correspondia a 63% do PIB per capita nacional (US$ 3,310). O acelerado crescimento dos anos 70 a 90 foi acompanhado de uma alteração na estrutura produtiva regional, com incremento significativo no setor industrial, tendo por base a Zona Franca de Manaus e o processo de industrialização ocorrido no Estado do Pará. Outro aspecto importante a ressaltar é o aumento da participação regional nas exportações brasileiras e a alteração de sua pauta, com substancial aumento dos produtos semi-elaborados no total exportado. A resultante econômica, populacional e de modernização trouxe em contrapartida alguns fatores negativos, em particular quanto ao meio ambiente, a aspectos sociais e de desigualdade intra-regional. Ocorre de pronto uma desigualdade e diferenciação intra-regional, condicionada por níveis de investimentos e de objetivos desiguais, com grandes diferenciações socioeconômicas e políticas. Como resultado destes fatores existem três pólos de desenvolvimento regional, desarticulados entre si e voltados prioritariamente para o Sudeste e para exportação: Carajás, núcleo eletro-eletrônico de Manaus e o pólo agrícola de Rondônia, ao que se soma, também, parte do Estado do Acre. Dá-se, desta forma uma dupla desigualdade regional: o confronto e o desequilíbrio entre o moderno e o tradicional e entre os diferentes pólos de desenvolvimento, que disputam privilégios do Estado, os recursos naturais e o capital. Em relação ao meio ambiente, a ocupação regional implicou necessariamente em desmatamentos com destruição de parcela significativa da floresta tropical, que manteve, a partir de 1978, um incremento médio anual próximo de 0,5%. As questões sociais não encontraram soluções correspondentes ao dinamismo econômico, caracterizando-se pela persistência de um quadro de pobreza, desigualdade e subemprego. Mas, ressalte-se, embora o processo acelerado e desordenado de ocupação, a maioria dos indicadores sociais da região em 2002, assemelha-se às médias nacionais. A região Norte registra um conjunto de fatores de dinamismo e de re20 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 sistência ao seu crescimento que, interagindo, formam as condicionantes de transformação do futuro regional. Um dos fatores de dinamismo ao crescimento se traduz pela grande potencialidade de recursos naturais, na verdade a maior do planeta, e de algumas tendências em andamento. A região, na verdade, concentra cerca de 1/3 das florestas tropicais úmidas do planeta, com mais de 300 milhões de hectares de floresta densa e mais de 100 milhões de hectares de floresta aberta, o que abriga um total de madeiras comercializáveis da ordem de 45 bilhões de metros cúbicos de madeira em pé. Este patrimônio se constitui no maior banco genético do planeta, com cerca de 30% do estoque genético do mundo, um inestimável banco de dados vivo, disponível para pesquisas no campo da genética e microbiologia e para o desenvolvimento de biotecnologia através dos seus diferentes ecossistemas, representados pelo material biológico de espécies animais, vegetais e microorganismos. O desenvolvimento da biotecnologia se baseia em grande medida na informação genética da biodiversidade, especialmente concentrada nas florestas tropicais úmidas, dominantes na região. Outro aspecto que pode dar dinamismo ao desenvolvimento regional são seus solos, dos quais 25 milhões de hectares não apresentam qualquer limitação à agricultura, além de apresentar vastas áreas de várzeas com grande potencial agrícola e ainda não exploradas. Na região, grandes reservas de elevados teores de minérios tradicionais (ferro, bauxita, ouro e cassiterita) e de minérios com novas aplicações tecnológicas (nióbio, manganês, titânio), somam juntas a maior concentração mineral do planeta. Some-se ainda a descoberta de gás natural e petróleo que poderá abrir caminho para um novo pólo de desenvolvimento na Amazônia Ocidental e permitirá soluções alternativas de menor impacto ambiental na geração de energia. Os rios da região compõem uma bacia hidrográfica de quase seis milhões de Km², além de vastos recursos pesqueiros e hidrelétricos. Num futuro não remoto, provável ou certamente, uma das maiores riquezas da região Norte dirá respeito à água. Considera-se que menos de 0,5% da água do planeta está disponível facilmente para utilização. Hoje, vários países sofrem de escassez de água e este problema tende, cada vez mais, a se agravar e tornar-se um dos principais fatores de disputas geoeconômicas e sociais. No mundo, quase 1,2 bilhão de pessoas não dispõe de água potável. Do total de água doce disponível, 11,6% está no Brasil e deles, 70% está na Amazônia. Somente os rios amazônicos respondem por 8 % de toda a água doce do planeta. Aspecto importante é que a contaminação da água na região Norte, através do comprometimento por esgotos domésticos e industriais, acúmulo de lixo nas margens dos rios, uso de agrotóxicos, é muito menor que em 21 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 outras regiões do planeta. Também se verifica que a região integra e articula um complexo ecológico transnacional pela continuidade e contiguidade da floresta, juntamente com o amplo sistema fluvial, o que a torna um fator de unificação de vários subsistemas ecológicos da América Latina. Percebe-se igualmente uma tendência de ampliação e propagação dos pólos de desenvolvimento, ou seja, o aumento de seus raios de influência em torno dos quais novas cidades e atividades econômicas vão gravitar. Verifica-se já uma integração com a Venezuela e Caribe, através da pavimentação da rodovia BR- 174, ligando Manaus, Boa Vista, BV-8 (marco Brasil-Venezuela), Caracas aos Portos Cabello e La Cruz, no Atlântico Norte. Outro aspecto importante é o da integração com o Oeste europeu, pela hidrovia Rio Madeira - Rio Amazonas e Atlântico Norte, em franca expansão desde 1998. Há, ainda, uma forte tendência à urbanização, pois embora a ocupação regional se associe numa primeira instância a terra, seu crescimento populacional está se dando de forma acentuada na forma de aglomerados urbanos. Neste caminhar, algumas cidades deverão desempenhar um papel catalisador no futuro. Existe ainda uma forte possibilidade da integração continental, ligando a Amazônia Ocidental ao Pacífico, o que permitirá um maior intercâmbio comercial com os países andinos numa primeira fase e, posteriormente, com os EUA e Ásia. As potencialidades da região se transformaram num foco de atenção mundial, por conta de suas riquezas e pela cada vez maior consciência dos problemas globais de conservação ambiental. Esses aspectos fazem da região Norte um palco de disputas geopolíticas que somados a problemas endógenos podem ser determinantes para o futuro regional. Já, entre os principais fatores endógenos de resistência às mudanças, destacam-se a fragilidade e instabilidade do sistema ecológico, vulnerável à ocupação econômica com tecnologias inadequadas, caracterizadas pelo intenso desmatamento, ameaçando a redução da principal potencialidade e riqueza regional. De outra parte, a realidade sócio-cultural, marcada ainda pela forte cultura extrativista do caboclo e das nações indígenas, leva a um processo traumático e conflituoso para a ocupação econômica, somado à deficiência de recursos humanos quer por índices de alfabetização, quer por níveis de escolaridade, universo este que é incompatível com as exigências de um novo caminho de desenvolvimento. Sendo uma economia de periferia, distante dos grandes centros nacionais e internacionais consumidores, cria um relativo isolamento da região, 22 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 com conseqüente aumento dos custos de integração regional. Realcem-se as dificuldades de ocupação humana na região, tendo em conta a densidade florestal, a intensidade das chuvas, elevado teor de umidade relativa e temperaturas também elevadas, o que propicia meios favoráveis à proliferação de pragas e doenças na agricultura, provoca doenças endêmicas no homem e dificulta o transporte interno. Também abundam os conflitos de terra, inclusive em áreas indígenas, caracterizados, de um lado, pela cultura dos “posseiros” e, de outro, por empresários rurais que definem suas próprias leis e suas próprias terras, com o Estado quase que invariavelmente caminhando a reboque desta situação. Observa-se uma deterioração do sistema e das instituições de pesquisa na região, o que vem diminuir a capacidade de domínio das informações genéticas da biodiversidade regional e, portanto, do aproveitamento econômico desta riqueza. Isto se deve à retração dos investimentos públicos e diminuição de recursos e mecanismos de incentivos ao desenvolvimento, incluindo-se aí a previsão da eliminação daqueles da Zona Franca de Manaus, além da transformação da SUDAM em agência de desenvolvimento. Também se verifica uma alteração demográfica na região, com redução das taxas gerais de crescimento populacional, decorrente do baixo crescimento vegetativo e da diminuição do processo migratório. Pode-se alinhar, ainda, como fator de resistência ao crescimento, a reorganização da estrutura produtiva mundial e a redução na demanda de matérias-primas e recursos naturais e, principalmente, uma mudança do perfil desta demanda e uma maior exigência em qualidade, o que afeta diretamente a região Norte. A questão ecológica, subjacente a este aspecto supracitado, é um dos nós górdios do desenvolvimento regional. As próprias leis nacionais sobre o assunto ainda são focos de discussões e divergências, que têm atrasado a adoção de políticas regionais de desenvolvimento, compatíveis com suas potencialidades e que não se oponham à auto-sustentabilidade e à preservação de seus recursos naturais. Todos os fatores até agora elencados estão na dependência ou se vinculam ao comportamento nacional que, por sua vez, também depende de fatores internacionais que caminham em direção à globalização. Os fatores mais importantes estão na esteira da reformulação ou não do papel do Estado e da estabilidade da economia nacional, na possibilidade de implementação de políticas regionais que beneficiem aquelas de menor desenvolvimento e competitividade, além da implementação de uma política ambientalista que defina com eficiência a proteção e o uso correto dos recursos naturais. Todas essas incertezas, entretanto, dependem muito de ações políticas regionais 23 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 capazes de negociar uma ação nacional para a região Norte e também da reforma dos estados da região. ***** 24 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Macchu Picchu CAPÍTULO 2 INTEGRAÇÃO REGIONAL – A SAÍDA PARA O PACÍFICO U ma das visões absolutamente necessárias ao empreendedor em Rondônia diz respeito à integração regional de caráter internacional, estruturada com base numa saída brasileira para o Oceano Pacífico. Efetivamente, no mapa da América do Sul, o território noroeste do Brasil, englobando Rondônia, Mato Grosso, sul do Pará, Amazonas e Acre, constitui o centro geográfico do continente. Essa região central apresenta posição privilegiada para expandir o comércio para o Oeste, em direção aos países andinos e ao Pacífico. A posição de Rondônia, em relação aos países vizinhos do norte da América do Sul, coloca o Estado em posição estratégica, o que facilita a conquista de novos mercados. Para fazer um comparativo de distâncias: tomando Porto Velho como referência, da capital de Rondônia a Santos são 3.300 quilômetros, enquanto que de Porto Velho a La Paz, na Bolívia, são 1.300 25 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 quilômetros. Com exceção de Rio Branco e Manaus, La Paz está muito mais perto de Porto Velho, do que de qualquer outra capital brasileira. Com a definição da instalação da ALCA em 2006, torna-se necessária a consolidação do Mercosul, arranjo econômico regional que, começando timidamente, já movimenta hoje um significativo volume de negócios, para um mercado em torno de 46 milhões de habitantes nos países parceiros. Levando-se em consideração os dados do mercado andino, envolvendo Peru, Bolívia, Equador, Chile, Venezuela e Colômbia, verifica-se que se trata de um mercado de 128 milhões de habitantes, ou mais que o dobro do Mercosul (excluído o Brasil, obviamente), com um PIB de US$ 365 milhões. Somando-se a este número a população brasileira e a dos parceiros do Mercosul, tem-se então um mercado com potencial de consumo extremamente atrativo, sob todos os aspectos, que não pode ser desprezado por nenhum investidor. A constituição de um eixo de integração com o mercado andino, oportuniza o acesso a produtos regionais necessários, como pescado, alho, azeitona, sal mineral e fosfato, bem como a um patrimônio cultural de valor inestimável, a ser explorado por meio do turismo. Tudo isso confere a essa parceria um enorme potencial de integração regional. Para consolidar essa integração, é imprescindível a construção de uma infra-estrutura básica que inclua estradas em boas condições, comunicação eficiente, integração aérea e desburocratização alfandegária. Contribuindo para a efetivação dos esforços de criação de um mercado comum na região, foi bastante importante a decisão dos presidentes dos países da América do Sul, em 1º de setembro de 2000, definindo os eixos de integração prioritários para receber investimentos. Seu ponto mais importante foi a definição de critérios para a integração continental, gerando como resultado a elaboração do Projeto IIRSA - Iniciativa para Integração da Infraestrutura Regional da América do Sul. Foram identificados sete eixos de integração e desenvolvimento regional, três dos quais diretamente relacionados à constituição de ligação com o Pacífico: Eixo Interoceânico, compreendido pelo Brasil, Bolívia, Paraguai, Peru e Chile; Eixo Multimodal do Amazonas e Eixo Peru-Brasil. As discussões já foram iniciadas, visando a uma integração em sua plenitude. No Brasil, para o Projeto IIRSA, foi instituída por decreto presidencial, em setembro de 2001, a Comissão Interministerial para a Integração da Infra-Estrutura da América do Sul, composta por representantes dos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão; das Relações Exteriores; dos Transportes; de Minas e Energia e das Comunicações. Os trechos brasileiros que dão acesso ao Peru e à Bolívia pelo Acre e por Rondônia, por exemplo, já estão 100% prontos, em termos de pavimen26 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 tação; faltando apenas a construção das respectivas pontes. Assim, Rondônia já tem hoje, bem próximo, um mercado potencial que importa a maior parte dos produtos que consome. Devido aos obstáculos naturais representados pelo deserto de Atacama e pelo Altiplano Andino, a expansão agrícola fica limitada. Este mercado pode ser atingido mesmo com as estradas na situação em que se encontram atualmente. Para isso é preciso que a ousadia empresarial deixe de ser uma exceção e passe a ser a regra na exploração desse novo mercado. Para consolidar essa relação comercial com o mercado andino é necessária a implantação de vôos regulares entre Porto Velho e os principais centros econômicos desses países. O primeiro passo já foi dado: os aeroportos de Porto Velho e Rio Branco já têm capacidade de receber vôos internacionais. O primeiro setor a ser beneficiado com a implantação desse vôo será o Turismo. Para os brasileiros será criada uma oportunidade de conhecer os pontos turísticos do altiplano andino, que atraem viajantes do mundo inteiro, como o Lago Titicaca (a 1.600 km de Porto Velho), as estações de esqui na neve em La Paz; as construções de Macchu Picchu e o Vale Sagrado dos Incas, no Peru, dentre tantos outros. Por outro lado, atrairemos os turistas que vêm da Europa e da América do Norte para a Amazônia, oferecendo, em Rondônia, as opções de visitas à lendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, ao Real Forte Príncipe da Beira e ao vale do Rio Guaporé, com suas belezas cênicas, entre tantas outras atrações do ecoturismo local. 27 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Por outro lado, a saída para o Pacífico reduzirá em muito a distância percorrida por produtos brasileiros até os portos asiáticos. Hoje, as exportações brasileiras saem do Porto de Santos ou Paranaguá, seguem pelo Canal do Panamá até São Francisco, nos Estados Unidos, e de lá cruzam o Pacífico até o mercado asiático, uma distância de 12.200 milhas marítimas. O acesso a um porto sul-americano do Pacífico representará enorme economia em fretes, tornando os produtos brasileiros mais competitivos naquele mercado consumidor percorrendo, em média, 8.700 milhas marítimas. Dois terços da população da Terra vivem em países da bacia do Oceano Pacífico, e com os quais o Brasil realiza trocas comerciais extremamente significativas. Praticamente todo o comércio brasileiro com a Ásia é feito pelo Canal do Panamá, que pode ser fechado em virtude de questões políticas ou de conflitos regionais. A implementação dos eixos de integração se justifica e promove retorno econômico dos investimentos a serem realizados em infra-estrutura. Esta afirmativa pode ser avaliada pelo impacto positivo que teve a conclusão da BR-174, que permitiu a ligação dos Estados da Bacia Amazônica com a Venezuela e o Caribe. O resultado foi o crescimento do comércio inter-regional em mais de 200%. No entanto, faz-se necessária uma política articulada de desenvolvimento regional que mostre as possibilidades de investimento para a iniciativa privada, sinalizando que o Governo Federal tomou a decisão política de desenvolver a região. Recentemente, a Universidade de São Paulo – USP e a Fundação Getúlio Vargas realizaram estudo mostrando ao País que a saída para o Pacífico deverá representar um incremento, num universo de dez anos, de mais de 60 milhões de toneladas de grãos produzidos no Centro-Oeste brasileiro e na Amazônia Ocidental. Além disso, poderá induzir uma verdadeira colonização através de assentamentos, desinflando os grandes centros populacionais do Sul e Sudeste brasileiros, como ocorreu no Estado de Rondônia, além de alavancar os projetos de infra-estrutura e agroindústria, com a geração de milhares de empregos. ****** 28 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 3 ASPECTOS HISTÓRICOS, SOCIOPOLÍTICOS E FISIOGRÁFICOS DE RONDÔNIA 1 - HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO ECONÔMICA DO ESTADO 1.1 - O Ciclo das Descobertas A origem histórica da ocupação do atual Estado de Rondônia remonta ao século XVII, com a penetração das Bandeiras que visavam a caça ao índio e a procura de ouro, madeiras nobres e especiarias. Em 1650, uma Bandeira comandada por Raposo Tavares alcançou o Vale do rio Guaporé. No início do século XVIII os portugueses, partindo de Belém, subiram o rio Madeira transpondo suas cachoeiras, atingiram o rio Guaporé e chegaram até o arraial de Bom Jesus, antigo nome da localidade de Cuiabá. Com a descoberta das minas de ouro do Arraial de Bom Jesus e Vila Bela, tornou-se mais freqüente a presença dos portugueses na região do Guaporé/Madeira. Pelo Tratado de Tordesilhas toda esta região pertencia à Espanha. Com a penetração das Bandeiras e o mapeamento dos rios Madeira, Guaporé e Mamoré, no período de 1722 a 1747, houve uma redefinição dos limites entre Portugal e Espanha, realizada através dos Tratados de Madri e de Santo Ildefonso, e Portugal passou a ter a posse definitiva da região e a defesa dos limites territoriais. As demarcações da área ocorreram a partir de 1781. Esta fase, apesar de não proporcionar uma ocupação econômica efetiva na região, deixou em seu rastro os primeiros indícios de agregados populacionais, centrados principalmente na catequese jesuítica e na política de “conservação de fronteiras” de Sebastião José de Carvalho e Mello, o Marquês de Pombal, cuja ação mais importante na área resultou na construção do Real Forte Príncipe da Beira e na criação da capitania de Mato Grosso, tendo como mandatário o Capitão General Antônio Rolim de Moura. 1.2 – O Primeiro Ciclo da Borracha A Revolução Industrial ocorrida no século XIX aumentou a demanda do mercado internacional da borracha e provocou um grande estímulo à sua produção na Amazônia, de onde era nativa. Esse fator desencadearia o hoje 29 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 chamado “Primeiro Ciclo da Borracha” (houve um segundo ciclo, como se verá adiante), entre 1877 e 1912, trazendo como efeito o deslocamento de grande contingente de mão-de-obra para sua exploração, o que levou a produzir sensíveis transformações na região. Os fatores que influenciaram a formação dessa corrente migratória estão relacionados com a grande seca que assolou o Nordeste entre 1877 e 1880 e a intensa propaganda dos governos brasileiro e regionais, que acenavam com prêmios e facilidades para os migrantes. Por essa época, Rondônia recebeu mais de oito mil homens que adentraram os rios e se estabeleceram nos seringais. A crescente expansão da produção de borracha e a progressiva incorporação de novas áreas de exploração, levaram os brasileiros a ocuparem parte do território da vizinha Bolívia, gerando assim um conflito internacional. Como aquele país, que havia perdido sua costa marítima para o Chile, não dispunha de saída para o Pacífico, a solução do conflito redundou na incorporação, pelo Brasil, do Estado do Acre, com o pagamento de 2 milhões de libras de indenização e o compromisso de construir uma estrada de ferro, em terras brasileiras, que permitisse o acesso da Bolívia ao rio Madeira, abaixo do último trecho encachoeirado, e daí com saída para o rio Amazonas e o Oceano Atlântico. Esse acordo foi consumado pelo Tratado de Petrópolis no ano de 1903, e a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré teve sua construção retomada 30 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 em 1905. Foi concluída em 1912, numa extensão de 366 Km, e consolidou nos seus extremos os maiores pólos populacionais: Guajará-Mirim, limite com a Bolívia, e Porto Velho, a jusante da última cachoeira do rio Madeira. Ao longo dessa via se desenvolveram alguns núcleos habitacionais e floresceu uma pequena economia de subsistência. Contudo, desde o início do seu funcionamento a ferrovia sofreu um impacto negativo causado pelo desinteresse que logo atingiu a borracha natural brasileira, superada pelos seringais de cultivo implantados pelos ingleses na Malásia, através de sementes oriundas da Amazônia, que permitiram suprir o mercado internacional por preços menores. O desaquecimento da extração da borracha natural aliado à falta de uma política de ocupação para a região, não permitiu que se realizasse um povoamento efetivo. A ferrovia Madeira-Mamoré, portanto, nasceu praticamente deficitária. A nacionalização, em 1931, ao contrário do que se esperava, levou ao déficit da ferrovia em crescimento contínuo até sua total inviabilidade, em 1971, quando foi desativada. Assim, o Primeiro Ciclo da Borracha, além de propiciar a construção da estrada de ferro, deixou como saldo populacional e econômico tão somente a ocupação de Guajará-Mirim e Porto Velho, exatamente os dois extremos da ferrovia, lançando a base para a formação de um mercado abrangendo as regiões Norte e Noroeste do Estado. 1.3 – O Ciclo do Telégrafo Após o declínio da borracha, Rondônia passa por um período de estagnação, a exemplo de toda a Amazônia, até o ano de 1940. A preocupação governamental com o isolamento e o esvaziamento da região resultou na decisão de implantar uma rede telegráfica entre Cuiabá e Porto Velho, cortando todo o Norte do Mato Grosso. Parte da região atingida por essa rede daria origem a Rondônia. À frente dessa missão estava o coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, que, para a implantação da rede telegráfica, iniciada em 1907 e concluída em 1915, utilizou mão-de-obra do sul do país. Foram esses homens que, somados aos migrantes eventuais, criaram povoados nas localidades onde os postos telegráficos foram instalados: Vilhena, Marco Rondon, Pimenta Bueno, Vila Rondônia, Ariquemes, entre outros. Essa expedição concorreu para o processo da ocupação de Rondônia, não só pela implantação destes povoados como também através da demarcação de seringais remanescentes do ciclo da borracha e outros, doados por Rondon como prêmio a alguns de seus auxiliares. Ainda persistem alguns desses seringais, mas a grande maioria foi desapropriada e deu origem, após o ano de 1970, a projetos de 31 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 colonização. O Ciclo do Telégrafo, ao contrário dos ciclos anteriores, cuja ação se inscreveu no Norte e no Noroeste do Estado, ocorreu no sentido Sul-Norte, deixando em sua esteira as raízes do que hoje são os municípios de Vilhena, Pimenta Bueno e Ji-Paraná, entre outros. 1.4 – O Segundo Ciclo da Borracha Extração de Látex Em 1943, durante a 2ª Guerra Mundial, a Malásia ficou isolada da Europa pela ocupação do sudeste asiático pelos japoneses, o que fez renascer a importância dos seringais da Amazônia. Dessa época data a última grande leva de migrantes para a região, composta quase que exclusivamente de nordestinos, vinculada à exploração da seringueira, e denominados “Soldados da Borracha”. Nesse mesmo ano, o Presidente Getúlio Vargas criou os territórios federais, entre eles o Território Federal do Guaporé, posteriormente Território de Rondônia, desmembrado de terras do Amazonas e Mato Grosso. Em 1945 foram criados os municípios de Guajará-Mirim, que ocupava toda a região do Vale do Guaporé, e Porto Velho, abrangendo toda a região de influência da atual BR-364. Esse novo ciclo econômico, acompanhado da alteração institucional havida com a criação do Território, não veio gerar efeitos capazes de provo32 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 car transformações substanciais na região, visto que teve curta duração e, quando de sua exaustão, não deixou qualquer sucedâneo capaz de provocar a incorporação da área ao espaço econômico nacional. Contudo, apesar do desaquecimento do mercado internacional da borracha, a região não se despovoou como no Primeiro Ciclo, mantendo alguns seringais ativos e prosseguindo o extrativismo da castanha e de algumas outras essências para atender o mercado europeu. Parte dos ex-soldados da borracha deixaram os seringais e se fixaram na Colônia Agrícola IATA, em Guajará-Mirim, criada em 1945, e na Colônia Agrícola do Candeias, em Porto Velho, criada em 1948. Os primeiros dados demográficos disponíveis registram no final da década de 40 uma população de 36.935 habitantes em Rondônia, sendo 13.816 na área urbana e 23.119 na área rural, tendo a cidade de Porto Velho cerca de 60% da população total da época. Além disso, o traçado telegráfico estabelecido por Rondon deu origem ao primeiro traçado para a construção da BR-29, posteriormente denominada BR-364. 1.5 – O Ciclo da Cassiterita Em 1958 foram descobertos os primeiros aluviões de cassiterita em Rondônia, nas áreas de seringais, dando início ao extrativismo mineral sob o regime de garimpo. Essa atividade induziu o fluxo de migrantes oriundos de diversos estados brasileiros, que se concentravam em Porto Velho e em alguns povoados que praticamente haviam desaparecido com a desativação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Pelo fato da garimpagem ser manual, era grande a exigência de mãode-obra, absorvendo praticamente 50% da população economicamente ativa da época, além de permitir o fortalecimento do comércio, de serviços e de algumas ramificações industriais. Ao lado do fluxo de garimpeiros também acorreram ao Território migrantes agricultores, e o governo criou novas colônias agrícolas em Porto Velho, implantadas até o final do ano de 1960. Infelizmente, essas colônias não prosperaram, quer pela baixa fertilidade dos solos, quer pela impossibilidade de concorrência com o garimpo. Entre 1958 e 1970 toda a economia local se desenvolveu à sombra da exploração da cassiterita. Entretanto, em 31 de março de 1971, através da Portaria Ministerial nº 195/70, expedida pelo Ministério das Minas e Energia, ocorreu a proibição sumária da garimpagem manual, sob a alegação de que o garimpo tinha um percentual de aproveitamento reduzido e inviabilizava a exploração complementar mecanizada. Embasava-se na alegação de que a exploração mecanizada era economicamente mais rentável. A medida culminou com a remoção dos garimpeiros para fora de 33 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Rondônia e privilegiou um reduzido número de empresas de grande porte, predominantemente multinacionais, o que, ironicamente, encerrou o Ciclo da Cassiterita, já que deixaram de circular riquezas locais e o resultado econômico da exploração passou a ser aplicado fora do Território. Entretanto, a exploração mecanizada do minério significou o primeiro impulso industrial no Estado, e Rondônia passou, no final da década de 70, a ser o maior produtor brasileiro com 10.000 toneladas de cassiterita por ano, representando 67,43% da produção nacional. Contudo, deve-se ressaltar que o mineral era exportado na forma bruta, sem qualquer beneficiamento industrial, além de se constituir num setor oligopolizado, o que acarretava limitação de emprego e de renda para o Território. Sem embargo das desvantagens econômicas e sociais advindas com a implantação da extração pelo regime de lavra mecanizada, essa atividade se constituiu na primeira experiência de empresa industrial em Rondônia. No final desse ciclo, em 1968, a BR-29, hoje BR-364, foi consolidada, fato que permitiu que, a partir de 1970, fosse iniciado o ciclo agrícola do então Território Federal de Rondônia, que permanece até hoje, e que iniciou a ligação econômica da região com os centros consumidores do Sul e Sudeste brasileiros. Em 1970, Rondônia contava com 111.064 habitantes, dos quais 84.048 residiam no município de Porto Velho. 1.6- O Ciclo Agrícola 1.6.1 - Aspectos da Demografia e da Migração Cronologicamente sucedâneo do “Ciclo da Cassiterita”, e beneficiando-se dos agregados populacionais de todos os ciclos anteriores, o “Ciclo Agrícola” consolidou a vocação de Rondônia como Estado produtor da Amazônia e entreposto comercial da Região Norte do país. As principais marcas desse ciclo são a presença maciça de investimentos federais nos projetos de colonização e a intensificação do fluxo migratório. O efeito imediato deste último fator foi a rápida formação de aglomerados urbanos e a ocupação efetiva do Estado ao longo da BR-364, de forma desordenada e veloz, o que tornou impraticável a ação do governo no que se refere ao controle ou antecipação do processo. O fenômeno ocorrido em Rondônia tem as mesmas características e é complemento da expansão da fronteira econômica do sistema produtivo, que ocupou num primeiro momento o Norte do Paraná, realimentou-se no Estado do Mato Grosso e chegou a Rondônia, como último estágio de sua escalada para a ocupação da Amazônia. Esse processo provocou no Estado a quebra da estrutura espacial 34 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 existente e que até então estava condicionada aos ciclos extrativos, concentrando a economia nos municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim. Com o Ciclo Agrícola essa hierarquia foi alterada; o eixo de importância econômica do Estado deslocou-se para os municípios situados ao longo da BR-364. Outro dado a ressaltar, porque demonstra também a quebra da estrutura espacial existente na época, é que em 1950, antes do Ciclo Agrícola, havia em Rondônia 530 estabelecimentos rurais, perfazendo uma área total ocupada de 693.775ha, com média de 1.309ha por estabelecimento. Com o Ciclo Agrícola, em 1980 o Estado passou a ter 48.371 estabelecimentos, perfazendo uma área ocupada de 5.223.631ha, com média de 107ha por estabelecimento. Em meados da década de 80, a migração alcançou em Rondônia níveis percentuais jamais atingidos no país. Chegaram nesta época cerca de 300.000 migrantes, com destino principalmente à área rural, maior responsável pela absorção da população economicamente ativa. Esses migrantes, expulsos dos campos mecanizados do Sul, já traziam considerável experiência agrícola e vinham para Rondônia à procura de terra própria, o que explica em sua maioria destinar-se à zona rural. Assim, o Estado passou a destacar-se na região amazônica por sua singularidade: destaque-se aqui seu crescimento populacional nas décadas de 70, chegando à casa dos 15,74%, contra 4,91% na Região Norte e 2,51% no Brasil. Disto resultou uma séria tensão social, que deu início à colonização oficial do Território com a criação do Projeto Integrado de Colonização (PIC) de Ouro Preto. Esta corrente migratória tornou-se cada vez mais forte, numa verdadeira explosão demográfica que levou o INCRA, como Coordenador da Política Agrária, a proceder a criação de vários Projetos Fundiários de Colonização e de Assentamento Dirigido, buscando a solução desse problema e a ordenação das novas ocupações. Constata-se também que, a partir da década de 80, houve um decréscimo acentuado na taxa de crescimento, em função das condições gerais do país, caracterizadas pela crise econômica, com influência marcante na retração do capital. Além disso colaboraram fatores inerentes ao Estado, especialmente o enfraquecimento das atividades extrativistas mineral e florestal, pelo declínio das principais culturas perenes: café, cacau e seringueira, todas afetadas pelo baixo preço, baixa produtividade e, no caso da seringueira, porque a borracha nativa perdera sua competitividade. O ritmo de crescimento populacional em Rondônia continua em processo de desaceleração, fato que também ocorre nos outros estados, o que reflete a intensificação do declínio da fecundidade, ocorrido de forma generalizada no Brasil, principalmente a partir da década de 80. Além disso, os fluxos migratórios que se dirigiram para Rondônia na década de 70 e 80, perderam intensidade 35 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 a partir dos anos 90. A ordem de grandeza da taxa de crescimento populacional na década de 50 indica que, além do crescimento natural, houve nesse período uma migração significativa, relacionada certamente com o 2º Ciclo da Borracha e início do Ciclo da Cassiterita. Em números absolutos, a população de Rondônia passou de 116.620 habitantes no início da década de 70, para 503.125 em 1980, em 1991 para 1.130.874 e em 2000 para 1.379.787 habitantes. De 1991 a 2002 há uma tendência de acomodação, a exemplo do que ocorreu em outras regiões do país, visto que não foram criados novos estímulos por parte do governo federal. Do ponto de vista da origem, os migrantes que aqui chegaram são agricultores provenientes, em sua maioria, do Sul e Centro-Sul do país e 2/3 do total passaram em pelo menos dois estados antes de Rondônia. Quanto aos estados, entre os que mais contribuíram para a migração, destacam-se, no ano 1980, o Estado do Paraná, com participação média de 39,0% do total, seguido do Mato Grosso com 17,5%, Mato Grosso do Sul com 9,8% e São Paulo com 6,8%. Embora o Estado do Paraná tenha concorrido com o maior índice quanto à origem (local de nascimento), sua participação no que diz respeito à procedência é bem superior, o que indica que os migrantes passaram por vários estados antes de se estabelecerem em Rondônia. As causas determinantes da migração estão, no geral, relacionadas ao modelo econômico e à política de desenvolvimento de cada região. No caso de Rondônia, essas causas vinculam-se principalmente à erradicação de cafezais do Norte do Paraná e sua gradativa substituição por outras culturas de menor exigência de mão-de-obra, além de geadas no Sul do país e da seca do Nordeste. No que diz respeito ao destino desses migrantes no Estado, destacou-se Porto Velho com 16,4%; Cacoal, 13%; Ariquemes, 10,1%; Rolim de Moura, 8,5% e Ji-Paraná com 8%. Foi observado que a maioria dos migrantes relacionados com a agropecuária destinava-se a Cacoal e Ariquemes, enquanto aqueles relacionados com o comércio e construção civil, em sua maior parte, destinavam-se a Porto Velho. Permanece em evidência a agropecuária como ocupação habitual (22,1%), embora este índice seja bastante inferior aos registrados em anos anteriores, o que demonstra o surgimento de outras atividades econômicas no Estado. Outra informação importante diz respeito à idade dos migrantes que compõem a força de trabalho economicamente ativa: cerca de 41,4% encontravam-se na faixa de 15 a 29 anos. 36 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Na década de 70, a migração caracterizava-se por ser eminentemente do tipo: procedência rural-destino rural, coerente, portanto, com o decréscimo da população rural de outras regiões do país. Entretanto, esta característica vem se modificando gradativamente a partir de 1980 de rural-rural passou ser rural-urbana ou mesmo urbana-urbana. Aspecto relevante é que grande parte dos migrantes com destino rural passa por um estágio urbano involuntário, por conta da morosidade do aparelho estatal em realizar os assentamentos ou por dificuldade de aquisições de terras particulares. De qualquer forma, registra-se a existência de bolsões de miséria nos bairros periféricos das cidades, situações de subemprego e fome, além de sintomas localizados de insegurança social. Como regra geral, as cidades não estavam preparadas para suportar os impactos do fluxo migratório, sendo ainda comum a insuficiência de água tratada, energia elétrica e esgotos sanitários. Em virtude do alto custo para manter os Centros de Triagem e Migração e, entendendo-se que não havia um fluxo migratório tão intenso no início dos anos 90, o governo do Estado optou pela desativação dos CETREMIs, interrompendo assim um acompanhamento mais efetivo do processo de migração. 1.6.2 - Aspectos da Estrutura Espacial Fundiária O Estado de Rondônia ocupa uma área de 238.512,8 km² e a maioria dos estabelecimentos rurais, cerca de 80%, possuem até l00ha, concentrando-se em 35% da área ocupada, denotando uma relativa desconcentração fundiária que se reveste de especial importância no que concerne à fixação da população nas áreas rurais. Os estabelecimentos com menos de l00ha empregam mais de 75% da força de trabalho agrícola. Isto se deve, em parte, ao tipo de exploração econômica destes estabelecimentos, com a predominância do cultivo temporário desenvolvido nos projetos de colonização implantados pelo INCRA, a partir de 1970. Calcula-se que existam no Estado cerca de dez mil famílias sem terras, enquanto que os registros fundiários do INCRA/RO mostram que os latifúndios rurais atingem uma superfície em torno dos quatro milhões de hectares, algo próximo a 17% da superfície territorial do Estado, concentrados em 1.800 imóveis. A este quadro se contrapõe uma distribuição equânime de aproximadamente onze milhões de hectares entre cerca de 90 mil famílias de agricultores, em sua grande maioria de pequeno e médio portes, o que gera uma melhor estrutura agrária. Esta distribuição modificou o regime de posse e uso da terra e incorporou terras ociosas ao processo produtivo, e contribui, 37 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 em muito, para o desenvolvimento geral do Estado. A conservação desta estrutura fundiária mais eqüitativa que a média de outros estados brasileiros significa, para Rondônia, que possui cerca de 40% de sua população na área rural, além da produção de alimentos, a capacidade de absorção da população economicamente ativa e conseqüente formação de mercado consumidor interno, e a possibilidade de engendrar atividades agro-industriais nos núcleos urbanos, que complementem o desenvolvimento e ampliem a geração de riquezas e oportunidades de novos empregos. 1.7 – A Industrialização em Rondônia Ainda que a industrialização do Estado seja objeto de capítulo específico, onde se transcrevem os resultados da pesquisa realizada em 2003 sobre o tema, aqui se ressaltarão alguns aspectos da inserção histórica desta atividade no desenvolvimento econômico de Rondônia. Pelas características de seu perfil produtivo, desde o início da ocupação de seus espaços, o antigo Território Federal não ensejou o aparecimento de indústrias, limitadas, de outra parte, pela carência de infra-estrutura que facilitasse seu surgimento e desenvolvimento. Afora, talvez, as pequenas olarias nascidas para o suprimento de tijolos e telhas utilizadas na construção civil ainda incipiente, e localizadas em Porto Velho e Guajará-Mirim, é possível afirmar-se que os primeiros equipamentos industriais surgidos foram os locomóveis das serrarias, pioneiras da industrialização no Estado. Mesmo em sua fase eminentemente extrativista, com a borracha e a castanha representando ponderável peso na pauta de exportação, não se verificou qualquer tentativa de industrialização ou simples beneficiamento destes produtos, a não ser de forma tardia, em relação ao primeiro, quando a produção de látex já entrava em declínio pela concorrência internacional. O beneficiamento da castanha para fins de exportação é ainda mais recente no quadro da industrialização de Rondônia. Pode-se igualmente afirmar que a descoberta de cassiterita em terras rondonienses ensejou um movimento de industrialização extrativa do mineral, com características ainda próximas da garimpagem, e que chegou a ter forte significado econômico, ainda que não tenha representado muito mais do que as atividades extrativas praticadas por pedreiras, areais e olarias. A colonização, iniciada em escala significativa através dos projetos patrocinados pelo INCRA, motivou, de sua parte, um forte apelo ao desenvolvimento da própria construção civil, que passou a ter nos órgãos governamentais uma fonte de serviços mais ou menos constante e em paulatina expansão ao longo de todo o eixo da BR-364. As pressões populares advindas do forte surto migratório, sentidas nos últimos anos do então Território, 38 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 aumentaram o mercado de obras públicas e trouxeram para Rondônia várias agências federais que estimularam, por seus servidores, o mercado habitacional, especialmente em Porto Velho. Pequenas indústrias caseiras, bem como oficinas de reparação de veículos, também se disseminaram por aquela época, na busca do atendimento à crescente demanda de bens industriais essenciais para a crescente população do Estado. Em outro movimento, a criação da Província Estanífera de Rondônia, a partir de 1970, e a proibição do garimpo manual da cassiterita, trouxeram os primeiros investimentos industriais de porte, representados pelas companhias mineradoras. A melhoria da malha viária, por sua vez, permitiu a rápida expansão da indústria madeireira, que se voltou majoritariamente para a exportação. Não por outros fatos estes segmentos (construção civil, madeireiro e minerador) capitalizam tanta importância no perfil do desenvolvimento industrial do Estado. Na década de 80, o que se observou no processo de industrialização foi o crescimento no número de empresas dos segmentos madeireiro, mineral, construção civil e alimentos. Com exceção do segmento mineral, os demais, até os dias atuais, se incluem entre os mais significativos pelo número de empregos gerados. Observa-se o crescente nível de importância do setor de produtos alimentícios que representa atualmente em números aproximados 25% do total de indústrias do Estado, contra 20% alcançados em 1987. Igual comportamento verificou-se também com o segmento das indústrias metal-mecânicas, que passou de 4% em número de estabelecimentos em 1995, para 15% em 1997, sobre o total. A atividade garimpeira deve ser considerada em separado porque não se constitui numa atividade empresarial nos termos tradicionais. Mas, ainda que sua contribuição para o Estado seja bem menor do que a das mineradoras, ela produz muito mais do que estas, tanto em relação ao ouro quanto à cassiterita. O setor industrial, a despeito de uma série de condições adversas, principalmente em termos de infra-estrutura e, em função dos reflexos negativos produzidos pela crise econômica nacional sobre a região, passou por modificações que, de certa forma, têm influenciado na conformação de seu perfil. Entretanto, seu crescimento, na última década, é um fato inquestionável. Em 1984 existiam aproximadamente 690 indústrias; em 1994, o número de estabelecimentos industriais somou 3.391 empresas, representando assim, um incremento da ordem de 491%. Em 1997 somam-se 3.754 indústrias (2.681 e 1.073, respectivamente na economia formal e informal). Em 2003 já somam mais de 3.580 indústrias somente na economia formal. 39 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 As mudanças que marcaram o desenvolvimento do setor, nesse período, estão diretamente relacionadas com o aumento da demanda dos mercados de outras regiões do país por matérias primas e ao crescimento populacional. Somam-se a tais fatores as pressões ecológicas nacionais e internacionais sobre a região, impondo aos agentes produtivos várias restrições para a exploração dos recursos naturais e, aos agentes financeiros, várias regras limitantes do financiamento para a produção industrial. Esse conjunto de fatores exerceu influência em maior ou menor grau sobre determinados segmentos industriais; todavia, o que se observou aqui foi a diversificação das atividades do setor e a ampliação do beneficiamento e transformação das matérias-primas locais, fato este facilmente comprovado quando se observa a participação do segmento agro-industrial, principalmente do ramo de alimentos, no quadro total das indústrias do Estado. Uma melhor visão do setor industrial de Rondônia poderá ser obtida no capítulo dedicado ao perfil industrial do Estado. 2 - ASPECTOS FISIOGRÁFICOS DO ESTADO 2.1 - Extensão, Localização, Limites e Divisão Política O Estado de Rondônia se localiza na Região Norte do Brasil, em área abrangida pela Amazônia Ocidental, e se limita ao Norte e Nordeste com o Estado do Amazonas, a Leste e Sudeste com o Mato Grosso, a Sudeste e Oeste com a República da Bolívia, a Noroeste com os estados do Amazonas e Acre, dentro das seguintes coordenadas - 7º55’ e 13º45’ de latitude Sul e 66º47’ e 59º55’ a Oeste de Greenwich, abrangendo uma área de 23.851.280 ha (238.512,8km²), correspondendo a 2,8% da superfície do Brasil e 6,19% da região Norte. O Estado encontra-se dividido em cinqüenta e dois municípios, nominados na relação a seguir: Municípios do Estado 40 Alto Alegre dos Parecis Alta Floresta do Oeste Alto Paraíso Alvorada d’Oeste Ariquemes Buritis Cabixi Cacaulândia - Mirante da Serra Monte Negro Nova Brasilândia do Oeste Nova Mamoré Nova União Novo Horizonte do Oeste Ouro Preto do Oeste Parecis Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - Cacoal - Pimenta Bueno Campo Novo de Rondônia - Pimenteiras Candeias do Jamari - Porto Velho Castanheiras - Presidente Médici Cerejeiras - Primavera de Rondônia Chupinguaia - Rio Crespo Colorado do Oeste - Rolim de Moura Corumbiara - Santa Luzia do Oeste Costa Marques - São Felipe do Oeste Cujubim - São Francisco do Guaporé Espigão do Oeste - São Miguel do Guaporé Governador Jorge Teixeira - Seringueiras Guajará - Mirim - Teixeirópolis Itapoã do Oeste - Theobroma Jaru - Urupá Ji-Paraná - Vale do Anari Machadinho d’Oeste - Vale do Paraíso Ministro Andreazza - Vilhena 2.2 – Relevo O Estado é constituído por planícies e planaltos baixos, com altitude variável entre 90 e 1.000 metros. A maior porção do Estado (94%) está situada entre 100 e 600 metros de altitude, enquanto que os 6% restantes correspondem a áreas entre 600 e 1.000 metros de altitude, ultrapassando essa marca em alguns pontos isolados. O relevo rondoniense divide-se em quatro unidades geomorfológicas naturais: Planície Amazônica, Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro, Chapada dos Parecis e Pacaás Novos e Vale do Guaporé e Mamoré. A Planície Amazônica situa-se desde o extremo norte do Amazonas, com prolongamento nas direções sul e sudeste, onde surgem sinais da Chapada dos Parecis e da Encosta Setentrional, abrangendo a maior parte do Estado. Caracteriza-se por apresentar superfície aplainada, com altitudes variando de 90 a 200 metros acima do nível do mar. A Encosta Setentrional é integrada por áreas aplainadas que sofreram rebaixamento devido às diversas fases erosivas e acabaram por dividir-se, formando patamares de várias altitudes, algumas com 100 e outras com mais de 500 metros. Dos resquícios destas erosões sofridas originaram cristas esparsas, colinas, algumas com topo plano. Outras ocorrências com inselbergs (montanhas de ilha), pontões e morros isolados também estão 41 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 presentes. A Chapada dos Parecis desenvolve-se no sentido noroeste-sudeste, fazendo parte do Maciço Central Brasileiro (planalto mato-grossense). As altitudes da região atingem entre 300 e 1.000 metros, às vezes ultrapassando, como, por exemplo, no Pico Tracuá, com 1.126 m de altura, ponto culminante do Estado. Finalmente, o Vale do Guaporé-Mamoré é constituído por uma estreita faixa com altitudes girando em torno de 100 a 200 metros acima do nível do mar. 2.3 – Solos As unidades pedológicas que ocorrem em Rondônia pertencem a várias classes, predominando os latossolos. Ocorrem também argissolos, neossolos, combissolos, gleissolos, plintossolos, organossolos, nitossolos, luviossolos, alissolos e afloramento de rocha. A tabela seguinte mostra sua distribuição absoluta e relativa no Estado: Distribuição das classes de solos de Rondônia Grande Grupo Área (km²) % Latossolos 138.933 58,25 Neossolos 28.574 11,98 Cambisolos 23.637 9,91 Gleissolos 22.396 9,39 Argissolos, Alissolos, Luvissolos e Nitossolos 21.037 8,82 1.765 0,74 Organossolos 930 0,39 Planossolos 405 0,17 ID – Solos Concrecionários Indiscriminados 835 0,35 238.512 100,00 Plintossolos TOTAL FONTE: Embrapa No Estado são registradas as seguintes sub-ordens: Latossolos Amarelos, Latossolos Vermelho-Amarelos e Latossolos Vermelhos, sendo, geralmente, encontrados em relevo predominante plano e suave ondulado. Os Latossolos Vermelho-Amarelos representam a maior parte, com cerca de 26% da área territorial do Estado, enquanto os outros dois representam, individualmente, cerca de 16%. A fertilidade natural baixa a muito baixa constitui a principal limitação de uso agrícola, necessitando de correção e adubação, exceto a subordem Latossolo Vermelho em que predomina fertilidade natural de média a alta. 42 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Os solos das classes de Argissolo (anteriormente, classificados como Podzólicos e Terra Roxa com argila de baixa atividade), ocorrem em Rondônia em relevo suave ondulado e ondulado, com fertilidade natural prevalecendo baixa, embora existam áreas expressivas com média a alta fertilidade natural. As classes similares à Argissolo, como a Alissolo, Nitossolo e Luvissolo, que ocorrem em menores percentuais, foram agrupadas neste trabalho, pela dificuldade de mensuração. Entretanto, os solos das classes Alissolo e Luvissolo diferem da Argissolo pela atividade da argila, que é alta, indicando diferenciação na mineralogia entre essas classes. E as classes Alissolo e Luvissolo diferem em fertilidade natural; a Alissolo é caracterizada pela fertilidade natural muito baixa a baixa e a Luvissolo pela média a alta fertilidade natural. A classe Neossolo, que inclui as classes de solos anteriormente conhecidas como Solos Litólicos, Areias Quartzosas, Regossolos e Solos Aluviais, ocorre aproximadamente em 12% da superfície do Estado. Essa classe é subdivida em Neossolo Flúvio, Neossolo Regolítico, Neossolo Quartzarênico e Neossolo Litólico. Apenas os solos da subordem Neossolo Flúvico e parte do Neossolo Quartzarênico não ocorrem em terras firmes, portanto, apresentando problema de drenagem no período das chuvas, observando-se acúmulo de água na superfície, com inundação em determinados períodos do ano. Solos dessas subordens freqüentemente são encontrados em relevo plano ou plano de várzea. Neossolo Flúvico compreende os solos formados de depósitos aluviais (sedimentos e material orgânico transportados pelos rios) nas margens dos rios, onde sua fertilidade natural é dependente do teor de nutrientes desses materiais depositados. Os solos das subordens Neossolo Regolítico e Neossolo Quartzarênico apresentam características similares, como a textura arenosa, pouco desenvolvidos (menos intemperizados) e com drenagem excessiva, diferenciandose pelo fato do Neossolo Regolítico conter minerais primários (facilmente intemperizado). Essas subordens apresentam solos mais profundos do que os demais da mesma classe. Geralmente, ocorrem em relevo plano a suave ondulado, tendo fertilidade natural muito baixa, embora o Neossolo Regolítico, com fertilidade média a alta, possa ocorrer em pequenas áreas no Estado. Os solos da subordem Neossolo Litólica também são pouco desenvolvidos, apresentando solos rasos (menor ou igual a 50 cm de profundidade) e ocorrem em relevo mais movimentado. Em Rondônia esses solos ocorrem em relevo ondulado a escarpado próximo aos afloramentos rochosos. A fertilidade natural varia conforme o tipo de rocha, embora predomine no Estado o de fertilidade natural média a alta. Geralmente, apresentam na sua granulometria quantidades significativas de fragmentos de rochas (pedras) na superfície 43 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ou nas camadas subsuperficiais. Cambissolo é outra classe de solo expressiva no Estado, aproximando-se de 10% do território de Rondônia. Os solos dessa classe ocorrem em terras firmes, predominando fertilidade natural baixa, pedregoso, pouco profundo (superior a 0,50 m e inferior a 1,00 m) e em relevo ondulado. Os Gleissolos, anteriormente denominados de Glei, representam mais de 9% da superfície de Rondônia, predominando os de textura argilosa, baixa fertilidade natural, mal drenados, ocorrendo em relevo plano. Na região do Vale do Guaporé ou áreas próximas aos grandes rios predomina a ocorrência de solos dessa classe. Em menor expressão, outras classes de solos ocorrem como Planossolo, Plintossolo e Organossolo. Geralmente ocorrem em relevo plano a suave ondulado e, exceto o Planossolo, são hidromórficos ou seja, ficam inundados no período das chuvas e possuem baixa fertilidade natural. Organossolo corresponde aos solos orgânicos, Plintossolo às Lateritas Hidromórficas e Planossolo praticamente manteve a mesma denominação do sistema brasileiro de classificação antigo. O mapeamento atual da aptidão agrícola das terras do Estado de Rondônia mostra um potencial em torno de 59% de sua área apropriada para lavouras, correspondendo a 140.722 km2; 16% para pastagens plantadas, somando 38.162 km2; e 5% para reflorestamento e/ou pastagens nativas ou 11.926 km2. 2.4 – Hidrografia A rede hidrográfica do Estado de Rondônia é representada pelo rio Madeira e seus afluentes, e composta das principais bacias, a seguir: - Bacia do Guaporé - Bacia do Mamoré - Bacia do Abunã - Bacia do Jamari - Bacia do Ji-Paraná O rio Madeira, o maior afluente do rio Amazonas, e um dos maiores do mundo, tem vazão média de 23.000m³/segundo; com seus 1.700 km de extensão em território brasileiro, atravessa o Estado, a Noroeste, e é formado por três rios importantes: Guaporé, Mamoré e Beni. O rio Guaporé tem suas nascentes nos contrafortes meridionais da Chapada dos Parecis e vem fazendo o limite natural com a Bolívia. Entre as cidades de Costa Marques e Guajará-Mirim recebe o rio Mamoré, passando a ter esse nome, até receber 44 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 o rio Beni, ambos originários dos planaltos andinos. O rio Madeira, de acordo com seu curso, pode ser dividido em dois trechos: o Alto e o Baixo Madeira. O primeiro trecho possui 360km de extensão e se apresenta todo encachoeirado até pouco acima de Porto Velho, não apresentando condições de navegabilidade pois possui 18 cachoeiras e um desnível de cerca de 72 metros, com uma declividade da ordem geral de 20 cm/km. O Baixo Madeira, com uma extensão de 1.100 km, vai da Cachoeira de Santo Antônio até sua foz, no Amazonas, trecho em que é francamente navegável. A seguir descrevem-se sucintamente as principais bacias que compõem a rede hidrográfica do Estado: a) Bacia do Guaporé O rio Guaporé, em todo o seu percurso, forma a linha divisória entre o Brasil e a Bolívia, e recebe, do lado brasileiro, margem direita, como principais afluentes das nascentes para a foz, os rios Cabixi, Escondido, Riozinho, Corumbiara, Verde, Mequéns, Colorado, Branco, São Miguel, Cautarinho, São Domingos e Cautário. O rio Guaporé apresenta condições de navegabilidade a embarcações de pequeno e médio calados na época da vazante, e para embarcação de porte maior, no período das cheias. Os seus afluentes são de médio curso d’água, apresentando, a maioria deles, condições de tráfego fluvial somente nas enchentes, comportando embarcações de pequeno e médio calados. Esta bacia abrange uma área de aproximadamente 57.000km². b) Bacia do Mamoré O rio Mamoré nasce na Bolívia, estendendo-se desde a confluência do Guaporé até receber o rio Beni, extensão em que forma linha fronteiriça do Brasil com a Bolívia. Nesta faixa ele banha todo o Oeste do Município de Guajará-Mirim, tendo como principais afluentes, do lado brasileiro, os rios Pacáas Novos e Sotério. O Mamoré faculta o tráfego fluvial a embarcações de médio calado em qualquer época do ano, enquanto seus afluentes permitem a navegação, na seca, de pequenas embarcações e, de embarcações médias, somente no rio Pacáas Novos, no período de cheias. A Bacia do Mamoré, dentro de Rondônia, ocupa uma área de, aproximadamente, 30.000 km². Estas duas bacias hidrográficas são de capital importância para o Vale do Guaporé, pois a região ainda é bastante carente em rodovias, contando apenas como sua principal via a BR-429 (Costa Marques - Presidente Médici). A hidrovia é, pois, o principal meio de transporte e comunicação para as 45 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 comunidades ribeirinhas, instaladas ao longo do Guaporé/Mamoré. c) Bacia do Abunã O rio Abunã é de grande importância por ser responsável pela promoção da linha divisória dos limites internacionais Brasil/Bolívia, no extremo Oeste do Estado. Trata-se de um rio de médio calado, permitindo embarcações somente no trecho compreendido pelas cachoeiras Nova Vida e do Barro, visto que, ao longo de seu curso, existem várias cachoeiras e corredeiras dificultando a navegação. As principais são: Cachoeira do Tambaqui, Cachoeirinha, Nova Vida e do Barro. O rio Abunã apresenta como principais tributários os rios Marmelo e São Sebastião, que são de baixo calado, facultando o tráfego fluvial apenas nos períodos de enchentes e para embarcações de pequeno porte. A área de abrangência da bacia hidrográfica do rio Abunã é de, aproximadamente, 4.600km². d) Bacia do Jamari O rio Jamari é de grande importância econômica para Rondônia, por ter sido represado para a formação da primeira Usina Hidrelétrica do Estado. Mesmo antes desta usina, o Jamari tinha grande valor como meio de transporte na região compreendida pelos municípios de Porto Velho e Ariquemes. O rio Jamari tem como principais afluentes os rios Candeias - muito importante pela sua extensão e pela região que atende como meio de transporte - Branco, Novo e Preto. Esta bacia hidrográfica ocupa uma extensão territorial de aproximadamente 31.300 km². e) Bacia do rio Ji-Paraná ou Machado Este rio é o mais importante afluente do Madeira, em Rondônia, dada a longa extensão de seu curso que corta o Estado desde o Sul até o Norte, no sentido Sudeste/Nordeste. Ele tem suas nascentes na junção dos rios Comemoração e Barão de Melgaço, que nascem nos municípios de Vilhena e Pimenta Bueno, respectivamente, e sua foz ocorre na altura da sede do distrito de Calama, município de Porto Velho. Neste trecho ele recebe as águas de vários rios e igarapés, sendo os principais os seguintes: rios Preto, Jaruazinho, Machadinho, Anari, Jaru, Urupá, Muqui ou Ricardo Franco, Igarapé Boa Vista, rio Luiz D’Alincourt, Ro46 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 lim de Moura, Luiz Albuquerque, igarapés Esperança, Água Azul, Jatuarana, Prainha e Pimenta Bueno ou Apidiá, todos da margem esquerda, e os igarapés São Pedro ou Tarumã e Lourdes, e os rios Escondido, Riozinho, Barão de Melgaço e Comemoração na margem direita, além de inúmeros outros igarapés em ambas as margens desde as nascentes até a foz. Em dois dos principais afluentes do Barão de Melgaço, rio Vermelho e Ávila, foram instaladas mini-usinas hidrelétricas. O rio Machado é bastante encachoeirado, apresentando mais de 50 cachoeiras e corredeiras ao longo de seu curso, razão pela qual não é muito utilizado como meio de transporte no seu todo, sendo, porém, muito usado em vários trechos de seu curso, atendendo prioritariamente o escoamento de produções provenientes do extrativismo vegetal aos pontos de ligações rodoviárias. Sendo a maior bacia hidrográfica formadora do Madeira, no âmbito do Estado de Rondônia, seu complexo hidrográfico abrange uma superfície de aproximadamente 92.500 km². f) Pequenos Afluentes do Rio Madeira No rio Madeira, além dos afluentes formadores de bacias, existem inúmeros outros tributários, que não chegam a constituir Bacias Hidrográficas, dos quais os mais importantes se situam na sua margem esquerda, sendo que, no trecho compreendido entre Abunã e Calama, no âmbito do Estado, os principais afluentes são os rios São Lourenço, Caripunas e Jatuarana. Estes afluentes isolados do Rio Madeira e seus tributários abrangem uma superfície em torno de 6.800km². 2.5 – Clima O clima de Rondônia não sofre grandes influências do mar ou da altitude, sendo predominante tropical, úmido e quente, durante todo o ano, com insignificante amplitude térmica anual e notável amplitude térmica diurna, especialmente no inverno. Segundo a classificação de Köppen, o clima é do tipo Aw - Clima Tropical Chuvoso, com média climatológica da temperatura do ar, durante o mês mais frio, superior a 18°C (megatérmico), e um período seco bem definido durante a estação de inverno, quando ocorre na região um moderado déficit hídrico, com índices pluviométricos inferiores a 50 mm/ mês. A média climatológica da precipitação pluvial para os meses de junho, julho e agosto é inferior a 20 mm/mês. O ambiente térmico do Estado é caracterizado por apresentar temperaturas médias, máximas e mínimas anuais oscilando, respectivamente, entre 24 e 26ºC, 30 e 34ºC, e 17 e 23ºC, ocorrendo os limites mínimos desses 47 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 valores na localidade de Vilhena. Considerando-se as temperaturas mínimas, aponta-se a ocorrência de três zonas térmicas no Estado: a primeira se situa em torno de Porto Velho, a segunda abrange Guajará-Mirim e Ariquemes e a terceira indo de Ouro Preto a Vilhena registrando-se, aí, as menores temperaturas no Estado, que são em grande parte influenciadas pela ação conjunta do fenômeno da friagem e da altitude. Em alguns anos, em poucos dias dos meses de junho, julho e/ou agosto, o Estado de Rondônia encontra-se sob a influência de anticiclones que se formam nas altas latitudes e atravessam a Cordilheira dos Andes em direção ao sul do Chile. Alguns destes anticiclones são excepcionalmente intensos, condicionando a formação de aglomerados convectivos que intensificam a formação dos sistemas frontais na região Sul do País. Estes se deslocam em direção à região amazônica, causando o fenômeno denominado de “friagem”. O fenômeno da friagem consiste na queda de temperatura de maneira brusca e de curta duração, que atinge algumas áreas da Amazônia Ocidental. Durante estes meses as temperaturas mínimas do ar podem atingir valores inferiores a 10º C. Devido à curta duração do fenômeno, este não influencia significativamente as médias climatológicas da temperatura mínima do ar. Em termos de insolação, os dados disponíveis de brilho solar para Porto Velho mostram a ocorrência de totais anuais em torno de 2.100 horas e com oscilação mensal entre 100 e 270 horas. A média anual da umidade relativa do ar varia de 80% a 90% no verão, e em torno de 75%, no outono - inverno. A evapotranspiração potencial (ETP) é alta durante todo o ano, apresentando valores superiores a 100 mm/ mês. O total anual da ETP só atinge valores superiores aos da precipitação mensal nos meses de maio, junho, julho e agosto. A precipitação média anual situa-se em torno de 1.400 a 2500 mm e mais de 90% desta ocorre na estação chuvosa, de outubro a março. A precipitação pluviométrica é, sem dúvida, o elemento que proporciona maiores diferenciações climáticas, quer em espaço como em tempo. Os valores anuais mais elevados são encontrados na área que engloba Porto Velho, e os menores em torno de Guajará-Mirim. O período de menor queda pluviométrica concentra-se no trimestre junho-agosto, registrando valores inferiores a 20 mm/mês. O período mais seco ocorre em junho, julho e agosto. Maio e setembro são meses de transição. 2.6 – Meio-Ambiente O meio-ambiente, enquanto aspecto fisiográfico do Estado, mereceu um capítulo específico apresentado na Parte III deste trabalho. ***** 48 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 4 O A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL s reflexos do agravamento da crise que se abateu sobre os governos estaduais após a efetivação do Plano de Estabilização da Moeda, em 1994, se fez sentir de forma ainda mais contundente em Rondônia, particularmente porque se trata de um Estado de criação recente cuja estrutura econômica não está consolidada e também porque a esse fato se agregaram dificuldades regionais naturais de competitividade e dificuldades gerenciais na esfera político-administrativa do poder público estadual. A busca de soluções para os reflexos de decisões tomadas pelos governos democraticamente eleitos, os quais, desde a criação do Estado, ampliaram em muito o tamanho da máquina pública, sem o estabelecimento de correlação com a capacidade fiscal do Estado e, mais ainda, sem vinculação a planos de desenvolvimento quase sempre tímidos, culminou com a adesão do executivo estadual ao “Programa de Apoio à Reestruturação e Ajuste Fiscal dos Estados”, fixado pela União através do Voto n.º 162/95, do Conselho Monetário Nacional - CMN. O acordo compreendia medidas de ajuste fiscal e saneamento finan49 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ceiro que deveriam ser tomadas pelo Estado, bem como linhas de crédito condicionadas a essas medidas, e ainda a restruturação das Antecipações de Receitas Orçamentárias - AROs, sob condições estritas, como forma a permitir a redução do déficit estadual. O Governo do Estado de Rondônia, através da Lei n.º 637, de 12 de dezembro de 1995, aderiu ao Programa tendo acordado metas tais como o controle e redução das despesas com pessoal, a implementação de programas de privatização de empresas estatais, concessão de serviços públicos, controle centralizado das empresas estatais, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas estaduais, reforma patrimonial, incremento da receita tributária própria, através da modernização e melhoria dos sistemas de arrecadação, implementação de mecanismo de controle de gastos e de geração de informações fiscais, compromisso de resultado fiscal mínimo e a redução e controle do endividamento estadual. A dívida do Estado não poderia ultrapassar a 15% de sua receita líquida. Não obstante a celebração do compromisso, o Governo Estadual continuou tendo dificuldades para cumprir o acordo, propondo então novas negociações que resultaram na assinatura de termos aditivos de rerratificações aos compromissos firmados anteriormente. O que se verificou, na prática, foi que as medidas saneadoras acordadas mal chegaram a ser implantadas e o Estado continuou enfrentando sérios problemas financeiros para atender as funções mais elementares, como pagamento de pessoal, atividades essenciais (saúde, educação e segurança), repasse aos demais Poderes e investimentos. A dívida estadual, em dezembro de 1998, ultrapassou a casa dos R$ 2,47 bilhões, contra uma receita de R$ 430 milhões.1 Com a posse de novo governador em 1999, este se depreendeu com um quadro limite: ou implantava as medidas preconizadas ou não governava. Após um ano de medidas emergenciais, e tendo lançado dois planos de demissão voluntária e de redução de carga horária, sem sucesso, o novo governo atendeu à cláusula do Acordo referente aos servidores que se encontravam em situação irregular dentro da estrutura do Poder Executivo. Os contratos temporários foram encerrados, os celetistas dispensados e os servidores contratados sem concurso público foram demitidos, o que gerou uma enorme crise no Estado. Mas, a partir desta e de outras medidas, tomadas entre 1999 e 2000, e do início da implantação de uma reforma estrutural da máquina pública, o governo conseguiu retomar sua capacidade de gestão. Como saldo positivo destas decisões, podem-se enumerar: o enxuga1 50 – Vide Tabelas 1, 2 e 3 no Anexo ao Capítulo 4. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 mento do Executivo, com uma grande redução de Secretarias, a extinção de centenas de cargos de confiança, o encerramento ou paralisação de empresas públicas deficitárias, a implementação de um programa de modernização da Receita Pública gerando acentuado crescimento da mesma no período, um forte controle sobre os gastos públicos² e um severo respeito ao Orçamento, o que possibilitou ao Estado pagar seus servidores e fornecedores em dia, atualizar pagamentos em atraso, quitar os compromissos assumidos com a negociação do Acordo, além de haver reduzido seu déficit a níveis controláveis3. Com a reforma empreendida, o Poder Executivo estadual ficou constituído da seguinte forma: Secretarias Órgãos/Empresas Vinculados Diretamente vinculadas ao - Fundação de Assistência Social de Rondônia – FASER Gabinete do Governador - Coordenadoria Geral de Apoio ao Gabinete - Ouvidoria Geral do Estado - Corregedoria Geral do Estado - Controladoria Geral do Estado - Casa Civil - Procuradoria Geral do Estado - Defensoria Pública Estadual - Polícia Civil - Polícia Militar - Secretaria da Segurança e Defesa da Cidadania - Secretaria da Educação - Corpo de Bombeiros Militar - Superintendência de Assuntos Penitenciários - Departamento de Trânsito Estadual - Secretaria de Saúde - Secretaria de Finanças - Secretaria do Planejamento, - Coordenadoria Geral da Receita Estadual – CRE - Junta Comercial do Estado de Rondônia – JUCER - Coordenadoria Geral de Recursos Humanos - Coordenadoria Geral de Apoio Administrativo Administração e Coordenação - Coordenadoria Geral de Material e Patrimônio Geral - Instituto de Pesos e Medidas de Rondônia – IPEM/RO - Cia. de Processamento de Dados de Rondônia – CEPRORD 2 – Vide Tabelas 4 no Anexo ao Capítulo 4. 3 – Vide Tabelas 5 e 6 no Anexo ao Capítulo 4. 51 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia – EMATER - Superintendência Estadual de Turismo – SETUR - Secretaria de Agricultura, Produção e Desenvolvimento Social e Econômico - Departamento Estadual de Viação e Obras Públicas – DEVOP - Instituto de Defesa Sanitária Vegetal e Animal do Estado de Rondônia – IDARON - Sociedade dos Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia – SOPH - Secretaria dos Esportes, Cultura e Lazer Das empresas mistas do Estado, a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia iniciou um programa de Gestão Compartilhada que, em um ano, conseguiu reequilibrar a empresa e torná-la novamente operacional, regime que continuou no ano seguinte e que está sendo mantido pelo atual governo. Já, a Companhia de Energia Elétrica de Rondônia – CERON, foi vendida para a Eletrobrás. Iniciaram processo de encerramento de atividades as seguintes empresas mistas: Companhia de Mineração de Rondônia – CMR, Empresa de Navegação de Rondônia – ENARO (teve suas atividades continuadas através de convênio com o Sindicato dos Marinheiros, que assumiu suas funções operacionais), Loteria Estadual do Estado de Rondônia – LOTORO, Banco do Estado de Rondônia – BERON, Companhia de Armazéns Gerais de Rondônia – CAGERO. SITUAÇÃO FINANCEIRA O ajuste estadual, em última análise, se constituiu de dois conjuntos de esforços: o aumento da receita e a diminuição das despesas. Esta última foi obtida com as medidas já enumeradas, enquanto que o primeiro foi o resultado do aprimoramento da máquina arrecadadora, que foi mantido desde 1999, através da informatização, do aumento da fiscalização e de medidas de modernização e ampliação da eficiência tanto na área de arrecadação quanto na área fiscal4. O comportamento gerencial do Estado permitiu, inclusive, acessar a novos empréstimos, inclusive externos, recuperando a credibilidade e a confiança dos empreendedores em Rondônia. 4 52 – Vide Quadro das Receitas Arrecadadas – 1999 a 2001, no Anexo ao Capítulo 4. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Da análise das informações referentes ao comportamento da Receita e da Despesa do Estado no período 1998 a 2001, depreende-se que o Déficit Contábil regrediu a partir de 1999 em relação a 1998. Entretanto, a partir de 2000 vem registrando crescimento em razão, principalmente, do aumento do Déficit de Capital, ou seja, a Despesa de Capital vem sendo superior à Receita de Capital, havendo, no entanto, Superávit Corrente, o qual vem crescendo a cada exercício fiscal. As Despesas Correntes corresponderam, nos exercícios de 1999, 2000 e 2001 a 91,44%, 85,19%, 83,29%, respectivamente, do total das Despesas Orçamentárias. Além disso, nesta categoria registram-se as transferências aos Municípios que, pelos dados constantes dos Balanços do Estado, apresentam um percentual crescente em relação aos anos anteriores, ou seja, os Municípios passaram a ser beneficiados com a melhora da arrecadação do Estado. Em relação à Despesa de Capital houve um crescimento, representando maior quantidade de recursos em investimento, categoria econômica que representou 56,19% do total de Despesas de Capital em 1999, 62,79% em 2000 e 66,67% em 2001. Merece destaque o volume de recursos comprometidos com o serviço da dívida, ou seja, somente em 2001 este compromisso atingiu o patamar de mais de 131 milhões de Reais. De acordo com informações do Balanço Geral do Estado, a Despesa com Pessoal e Encargos de todos os Poderes, Tribunal de Contas e Ministério Público vem se mantendo dentro do limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal nº 101, de 03 de maio de 2000. Também vêm sendo cumpridas as Transferências Constitucionais. Fica evidente o esforço governamental na busca da governabilidade. Entretanto, outras ações precisam ser desencadeadas, quais sejam: Há que ser buscada a governabilidade através da definição e implementação de um plano de desenvolvimento que contemple a visão de futuro para Rondônia; • O tamanho e a organização do setor público deve ser dimensionado em estreita vinculação ao plano de desenvolvimento e não somente tendo como foco a geração de superávit, ou ainda as restrições fiscais; • Uma definição clara e objetiva deve ser procurada na formulação de políticas públicas finalísticas e sistêmicas para as diversas áreas de responsabilidade do poder público; • Deve ser intensificada e ampliada a articulação com a sociedade civil organizada; • 53 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 • • • • • Imprescindível a ampliação e a participação da iniciativa privada e do terceiro setor nas ações públicas; Há que ser buscada maior dinamicidade nas ações meio, como forma de assegurar maior impacto e agilidade nos processos decisórios e na gestão dos processos finalísticos; O quadro de recursos humanos para atender a demanda do setor público, deve ser redimensionado e melhor reaproveitado, assim como deverá ser procedido um amplo Programa de Investimento no capital humano desta empresa chamada Estado; A modernização do setor público deve continuar e ser incrementada. A disponibilidade e o acesso a informações estruturadas asseguram a agilidade na tomada de decisões; Há que ser buscada, através de ação conjunta entre os poderes estaduais, sociedade civil organizada e bancada federal uma solução definitiva para a confrontação da Legislação Federal ao Zoneamento Socioeconômico-Ecológico de Rondônia, no que diz respeito ao estabelecimento dos níveis de desmatamento, homogeneizados percentualmente em cada região do país pela regulação federal, uma vez que se torna fator restritivo ao desenvolvimento do estado. A administração pública estadual vem avançando em diversas áreas e deve aproveitar as condições estratégicas atuais, seja quanto à posição geográfica do próprio Estado, seja quanto ao enquadramento às diferentes políticas públicas federais na área do desenvolvimento regional, seja quanto à disponibilidade de terra, recursos naturais, capital humano e infra-estrutura para caminhar no sentido da sustentabilidade de seu ciclo de crescimento, dado que estas condições revertem-se em vantagens competitivas para a economia local, assim como se constituem em atrativos para empreendedores. * * * * * 54 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Parte II Infra-Estrutura APRESENTAÇÃO E ste segmento do trabalho apresenta dados e informações sobre os seguintes componentes do setor de infra-estrutura do Estado de Rondônia: Capítulo 5 – Capítulo 6 – Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo 7– 8– 9– 10 – Transportes (Terrestres, Fluviais e Aéreos) Comunicações (Telefonia Fixa e Móvel, Telecomunicações, Correios, Internet) Comunicação Social (Rádio, TV, Jornais) Energia Elétrica (Hidro e Termo) Infra-estrutura Urbana (Água – Esgotos – Lixo) Infra-estrutura Social (Saúde – Educação – Segurança Pública) Como se verá, a infra-estrutura do Estado apresenta aspectos bastante polarizados: enquanto desfruta, por exemplo, de uma completa rede de fibra ótica para suas comunicações telefônicas fixas, ressente-se ainda, na malha viária, de asfaltamento e pontes de concreto em várias de suas estradas, todas elas importantes como meios de escoamento da produção agrícola; possui apenas 4% de saneamento básico nos seus domicílios, mas é atendida por TV a cabo e satélite. De forma geral, é possível afirmar-se que Rondônia está razoavelmente bem dotada da infra-estrutura necessária aos empreendimentos industriais, especialmente aqueles voltados para o agronegócio. ***** 55 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 5 TRANSPORTES 1 – TRANSPORTE TERRESTRE 1.1 – Estradas R ondônia dispõe de importante malha rodoviária com 26.815 Km de estradas, sendo 20.059 Km municipais, 4.710 Km de rodovias estaduais e 2.055 Km de rodovias federais. Verdadeiro elo de ligação entre a capital do estado e todos os outros municípios rondonienses, a BR-364 é de importância histórica para Rondônia. Seu estado de conservação influi diretamente na economia rondoniense, vez que todo o transporte (interno ou externo) passa necessariamente por essa rodovia. O crescimento da produção agropecuária obrigou o Governo do Estado a desenvolver grande esforço no sentido de ampliar e melhorar as vias de acesso às regiões produtoras e suas interligações com a rodovia troncal no Estado – a BR-364. Dos 26.815 km de rodovias existentes em Rondônia em dezembro de 2002, 1.615 km eram asfaltados, com pistas simples, sendo 1.347 km de rodovias federais, 261km de rodovias estaduais e 7km de rodovias municipais. Encontravam-se em processo de pavimentação 268 km de rodovias federais e 677 km de rodovias estaduais, em 2002. Das rodovias municipais, 9.277km estavam implantadas, 7.058km com leito natural e 3.715km com planejamento para implantação. Rede Rodoviária de Rondônia em Dezembro de 2002 (km) Rede Federal Estadual Municipal Total Planejada 145 298,70 3.715,20 4.158,90 Não – Pavimentada Pavimentada Leito Natural Implantada – 295,00 1.347,00 21,00 3.462,20 261,70 7.058,50 9.277,80 7,80 7.079.50 13.014,00 1.616,50 Em Obras 268,90 677,50 – 946,40 Total 2.055,90 4.700,10 20.059,30 26.815,30 Fonte: Departamento de Viação e Obras Públicas – DEVOP/RO – Gerência de Obras Rodoviárias De acordo com a Programação de Obras lançada pelo Governo do Estado de Rondônia em maio de 2003, para execução até 2006, estão pre57 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 vistas a conservação de 2.805km de estradas estaduais, a pavimentação de 436km e a construção de 235 metros de pontes de concreto. São cerca de US$ 38,000,000.00 em investimentos. A execução das obras previstas pelo Governo do Estado de Rondônia estão resumidas no quadro abaixo, constando a programação para 2003 e para o período 2003/2006, incluindo o asfaltamento de rodovias, o revestimento primário e a construção de pontes. Programação de obras Rodoviárias do Estado de Rondônia 2003/2006 (em km) Tipo de Pavimento Asfalto Revestimento Primário/ Recuperação Construção de Pontes (*) Fonte: Governo do Estado de Rondônia 2003 293 1.115 143 2003/2006 435 2.805 235 (*) Em metros. 1.2 – Transporte de Passageiros O Estado de Rondônia está interligado aos demais estados brasileiros por meio de transporte rodoviário de passageiros, com ônibus saindo de Rondônia diariamente para todos os estados do país. Internamente, todos os municípios vilas e distritos estão servidos com linhas de ônibus. O quadro abaixo mostra as principais empresas que operam no Estado, credenciadas para o transporte de passageiros interestadual e intermunicipal. Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros em Rondônia – 2003 Empresa EUCATUR Tipo de Serviço Transp. Interestadual Transp. Intermunicipal Sim Sim ANDORINHA Sim Não GONTIJO Sim Não VIAÇÃO MAIA Sim Não AÇAILÂNDIA Sim Não VIAÇÃO RONDÔNIA Sim Sim VIAÇÃO ROTAS Sim Sim ARAGUAÍNA Sim Não MARLIN Não Sim TECLATUR Não Sim MEDITERRÂNEO Não Sim JURUÁ TRANSCORREIA Não Sim Fonte: Pesquisa FIERO 58 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 2 – TRANSPORTE HIDROVIÁRIO 2.1 – Aspectos Gerais As principais vias de transporte fluvial no Estado são constituídas pelos rios Madeira, Guaporé e Machado. As bacias dos rios Guaporé/Mamoré e Madeira/Machado, consideradas no Plano Hidroviário de Rondônia, estão localizadas em áreas que o Zoneamento Socioeconômico e Ecológico de Rondônia caracterizou como zonas de conservação e preservação ambiental. Pela limitação de uso definida no zoneamento para essas zonas, o transporte nessas áreas deverá ser atendido com o mínimo de impacto sobre o meio ambiente. Esta exigência limita a utilização do modo rodoviário, que favorece a ocupação intensiva da terra e tende a promover impactos ambientais adversos. Saliente-se a atual inexistência de rodovias ao longo dos trechos navegáveis destes rios, tornando a navegação indispensável à vida das populações ribeirinhas. Entretanto, ao longo do trecho encachoeirado Mamoré/Madeira, entre os municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim, há ligação rodoviária pavimentada (BR-425 e BR-364) numa extensão de 348 Km, mantendo permanentemente aberto o acesso à Bolívia, ao Estado do Acre e à interligação das bacias do Madeira e do Guaporé/Mamoré. O transporte hidroviário, essencial à vida das populações ribeirinhas nas bacias desses rios, constitui-se atualmente num serviço de má qualidade. A baixa freqüência das viagens, o alto tempo de espera, inclusive pela utilização de embarcações de uso misto e maiores que o desejável, e o mau estado de conservação das embarcações, com reflexos na segurança e na duração das viagens, acentuam o desconforto e o inadequado atendimento aos usuários. 2.2 – Hidrovia Guaporé/Mamoré Do ponto de vista ambiental, observa-se que a quase totalidade das áreas banhadas pelos rios Guaporé/Mamoré está localizada em zonas de reservas biológicas, em áreas indígenas ou em zonas de extrativismo vegetal. O desenvolvimento do transporte fluvial, assim, atende à zona ribeirinha que apresenta grande potencial extrativista agrícola, sem impacto negativo indesejável nas zonas adjacentes. O transporte fluvial atende melhor à política de preservação das referidas zonas, constituindo-se em resposta positiva às pressões por novas rodovias, que apresentam maior tendência à ocupação intensiva da terra e degradação do meio ambiente. 59 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 O rio Guaporé, com 1.224 Km de extensão serve de linha divisória entre o Brasil e a Bolívia, desaguando no rio Mamoré cerca de 190 Km a montante da cidade brasileira de Guajará-Mirim. Seu trecho navegável, desde a foz até Vila Bela, no estado do Mato Grosso, estende-se por 1.180 Km. Somado ao trecho navegável do Mamoré, forma uma hidrovia com cerca de 1.400 Km de extensão. A navegação é ainda incipiente, embora existam empresas brasileiras e bolivianas operando. Ao longo de toda sua extensão, o rio Guaporé não apresenta instalações portuárias minimamente estruturadas, com a movimentação de cargas sendo feita manualmente, desde a embarcação até as margens do rio. O transporte fluvial é subsidiado, atendendo as necessidades básicas da população ribeirinha, transportando principalmente os produtos da agricultura regional, passageiros e cargas em geral, entre as localidades de Guajará-Mirim e Cabixi em Rondônia. Quase sempre alimentos, bens de consumo diário e materiais de construção civil. Dados disponibilizados pela Empresa de Navegação de Rondônia (ENARO), estatal que atendia a maior parte das necessidades de transporte nessas bacias, permitem concluir pela existência de uma demanda anual de transportes da ordem de 7.000 passageiros e 600 toneladas de carga na bacia Guaporé/Mamoré, concentrando-se no trecho entre Guajará-Mirim e Costa Marques, atendendo a outras seis localidades no Brasil e na Bolívia. Presentemente, a rodovia BR-429, com revestimento sílico-argiloso na plataforma de rolamento, constitui-se no principal acesso à região do Vale do rio Guaporé, interligando Presidente Médici a Costa Marques, na fronteira com a Bolívia. No período das chuvas, que vai de setembro a abril, as condições de tráfego na estrada são péssimas, por vezes ficando intransitável. 2.3 – Hidrovia Madeira/Machado Histórica e geograficamente “porta de entrada e saída” para a Amazônia brasileira e o Atlântico, para a Bolívia e mesmo para o Peru, o rio Madeira é formado pelos rios Beni, o mais volumoso, e Mamoré, o mais extenso. A jusante de Guajará-Mirim apresenta, na altura daquele município, trecho de numerosas cachoeiras. Fato que se repete ao longo do rio Madeira por uma extensão de 360 Km até Santo Antônio do Madeira, sete quilômetros a montante de Porto Velho. Na bacia Madeira/Machado, a demanda anual de transportes é da ordem de 6.000 passageiros e 300 toneladas de carga, concentrando-se no trecho entre Porto Velho e Calama (190 Km) no rio Madeira, sendo diminuta a demanda no rio Machado, onde as populações ribeirinhas dependem totalmente das atividades da estatal ENARO. Nos demais rios citados, também 60 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 empresas privadas prestam esses serviços. O rio Madeira é navegável desde Porto Velho até sua foz, numa extensão de 1.100 Km, enquanto a profundidade do canal de navegação varia entre 2,80m no estio e 8,20m na estação das águas. O trânsito fluvial é possível durante todo o ano entre os municípios de Porto Velho e Belém, que perfazem uma hidrovia de cerca de 3.750 Km, formada pelos rios Madeira e Amazonas/Solimões. Devido às precárias condições de trafegabilidade na BR-319, que liga Porto Velho a Manaus, é através do rio Madeira que circula a quase totalidade da carga entre estes dois municípios, inclusive, e principalmente, aquela produzida nas indústrias da Zona Franca. O complexo portuário de Porto Velho é composto de: • Terminais de combustíveis e GLP – operado por empresas distribuidoras ou contratadas, como PETROBRÁS, Equatorial, Amazongás, Fogás, Petro Sabbá, Ipiranga, Schuan e Nacional; • Atracadouro “Cai N’Água” – onde são realizados transportes de mercadorias “no varejo”, destinadas às comunidades ribeirinhas e passageiros para Manaus - AM e outras localidades; • Porto Caiari – Atualmente administrado pelo Governo do Estado, por meio da Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia – SOPH, uma empresa pública, constituída sob a forma de sociedade anônima, formada por capital exclusivo do Governo do Estado. 2.4 – Instalações / Equipamentos O Porto de Porto Velho compreende três terminais: um para operações Roll-on-Roll-off, com duas rampas que se estendem a um pátio de estacionamento com 10.000m² e a outro pátio, também descoberto, não pavimentado, com área idêntica. Um segundo terminal denominado Pátio das Gruas é desprovido de cais de atracação, com movimentação direta para uma área de 10.000m² , e um terceiro terminal que opera carga geral, dotado de um flutuante de acostagem de 115m, com cinco berços, ligado à margem por uma ponte metálica de 113,5m de vão. As profundidades nesses terminais variam de 2,5m e 17,5m. O porto possui um armazém para carga geral, com 900m². Parte do porto está arrendada para a HERMASA, que construiu quatro silos verticais para movimentação de soja com o uso de esteiras transporta61 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 doras e um carregador de embarcações para o escoamento de grãos no cais flutuante, no terceiro terminal. A Cargill iniciou este ano a operação de um terminal para o embarque de soja. O porto é equipado por três gruas de 3t, 1 guindaste de pórtico de 6t, 1 autoguindaste de 18t, 2 empilhadeiras de 7t, 1 pá carregadeira, 1 skider, 2 charriots, 2 utilitários e 1 caminhão. Vista parcial do porto de Porto Velho No ano de 1996 foi inaugurado pela Companhia de Navegação da Amazônia – CNA, um novo terminal com rampa de acesso (Ro-Ro). Maior operadora de transportes fluviais do eixo, a CNA. visualizou na operação do terminal próprio uma maior rentabilidade em suas atividades, bem como maior agilidade. Ao longo dos anos, dada às sucessivas mudanças na administração do Porto, a sistemática dos registros de volumes transportados na Hidrovia do Madeira sofria modificações, limitando a possibilidade de utilizá-los como dados confiáveis. De outro lado, estas estatísticas limitam-se, via de regra, aos registros do Terminal de Porto Velho, outrora administrado pela PORTOBRÁS, posteriormente pela Cia. Docas do Pará e atualmente pelo Governo do Estado. Não obstante, eles são apresentados no quadro a seguir, excluído o transporte de mercadorias realizado pela HERMASA, este constando de um item à parte. 62 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Movimento de Cargas no Porto de Porto Velho – 1986/2002 Ano 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1998 1999 2000 2001 2002 Movimento em toneladas Embarque Desembarque 108.393 547.686 229.248 587.712 467.560 712.535 462.945 660.895 505.261 665.289 483.643 569.437 393.097 39.064 441.849 88.034 529.189 275.551 399.161 633.382 195.354 350.104 584.485 320.055 400.907 305.246 344.567 651.896 479.222 891.231 220.978 862.469 Fonte: Ministério dos Transportes e Administração do Porto de Porto Velho. 2.5 – O Corredor Rodo-Fluvial A associação entre os rios Madeira-Solimões-Amazonas forma um grande corredor natural de transporte fluvial, com 3.061 Km de extensão entre Porto Velho e Belém, no litoral norte, e se constitui em um importante fator de integração entre os povos da região. Historicamente, assim tem sido para brasileiros, bolivianos e peruanos. A meio caminho, 1.348 Km de Porto Velho, encontra-se Manaus, a maior cidade da Amazônia Ocidental e importante pólo industrial e comercial, com um porto de porte marítimo encravado no interior amazônico. Embora diante de suas enormes potencialidades seja ainda incipiente e cara a navegação na hidrovia, evidencia-se agora como o meio mais direto para acesso aos grandes mercados do Atlântico Norte, para os produtos das novas fronteiras agrícolas do país, plantados no Centro-Oeste e avançando celeremente em direção ao Norte. O grande Amazonas permite a navegação de navios de porte oceânico, durante todo o ano, até Manaus, a 1.721 km do litoral. O baixo Madeira, trecho navegável do rio, tem 1.115 km de extensão, entre Porto Velho e a sua foz, esta situada a 233 km de Manaus. O Rio Madeira apresenta declividade média de 1,7 cm/km, largura quase sempre superior a um quilômetro, baixa sinuosidade e forte correnteza. A variação de nível das águas entre os períodos de cheia e estiagem situa-se entre 12 e 16 m. Apresenta alguns poucos pontos de maior risco à navegação, devido a bancos de areia ou pedras, que deverão ser sanados em 63 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 curto prazo com trabalhos relativamente simples de engenharia, projetados a partir dos dados disponíveis pela Marinha do Brasil. Durante o ciclo anual, pode-se distinguir quatro períodos distintos para a navegação, nas condições atuais do rio: de março a maio, período de enchente, e de junho a setembro, início da vazante do rio, que aceita embarcações com calado de até 6,8 m; de dezembro a fevereiro, embarcações com calado até 5 m e, de outubro ao final de novembro, calado até 2 m, quando a navegação torna-se necessariamente mais cuidadosa, mas não é interrompida. Incorporada aos projetos prioritários do Governo Federal, no Plano de Metas Plurianual, preparam-se atualmente novas cartas de navegação e praticagem para a hidrovia no trecho do rio Madeira, escoradas em recentes levantamentos efetuados pela Marinha. No final da década de 90 foram realizados os trabalhos de balizamento visual e eletrônico do canal navegável do Madeira. Além disso, foi implantado um sistema de posicionamento por satélite, DGPS, que permitirá a navegação em toda a região amazônica com segurança, dentro dos padrões internacionais, durante todas as épocas do ano. Os novos padrões de navegação, entre outros benefícios, possibilitam a redução dos tempos de viagem e a contratação de seguros para os bens transportados, inexistentes nas condições atuais. Essas melhorias trazem redução nos custos do frete entre Manaus e Porto Velho, beneficiando, por exemplo, o transporte dos produtos eletro-eletrônicos da Zona Franca de Manaus em demanda ao Sul-Sudeste. 2.6 – O Projeto HERMASA A HERMASA Navegações da Amazônia, pertencente ao Grupo André Maggi, é uma iniciativa bem sucedida. O esforço conjunto da iniciativa privada e do poder público está propiciando o escoamento da produção do norte do Estado de Mato Grosso e de Rondônia até o porto de Itacoatiara–AM, na foz do rio Madeira, permitindo a conexão com o transporte marítimo. Se não fosse a hidrovia Madeira–Amazonas, não haveria como transportar, a custos competitivos, a produção agrícola de Rondônia, da Chapada dos Parecis, no Mato Grosso, e do Amazonas, até os portos de embarque para o exterior. O Grupo André Maggi, que possui grandes empreendimentos agrícolas na região da Chapada dos Parecis, em Mato Grosso, tomou esta iniciativa para enfrentar os altos custos de transportes entre aquela região produtora e os portos de Paranaguá e Santos, distantes cerca de 2.500 km. Para alcançar qualquer desses portos exportadores, o transporte de uma tonelada de soja custa entre US$ 80 e US$ 115, por modal rodoviário, o único disponível. Os 64 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 estudos do grupo acabaram por eleger o corredor fluvial Madeira–Amazonas como a melhor alternativa para redução dos custos de transportes dos produtos da região centro-oeste (especialmente soja), e da Amazônia Ocidental, por representar uma economia de aproximadamente US$ 30 por tonelada de soja transportada, posta em Roterdam, comparativamente ao menor preço, US$ 60, por modal rodoviário. Custo do transporte de soja – Chapada dos Parecis – Roterdam Via Madeira – Amazonas Item Modal Rodoviário: Chap.dos Parecis-Porto Velho. Carregamento das balsas: terminal Porto Velho Modal fluvial: Porto Velho/Itacoatiara Descarga das balsas: Terminal de Itacoatiara Total: transporte interno Modal Marítimo: Itacoatiara-Roterdam TOTAIS Distância - Km 900 1.270 2.170 7.124 9.294 US$ / Tonelada 23,00 1,00 14,00 2,50 40,50 30,00 70,50 Fonte: Hermasa/Esalq Custo do transporte de soja – Chapada dos Parecis – Roterdam Via Paranaguá Item Modal rodoviário: Chapada dos Parecis-Paranaguá Porto - transbordo Modal Marítimo: Paranaguá-Roterdam TOTAIS Distância - km 2300 7.993 10.293 US$/ Tonelada 63,00 8,00 30,00 101,00 Fonte: Hermasa/Esalq O transporte da soja até o porto exportador de Santos (SP) tem custos idênticos ao via Paranaguá (PR). Fica assim evidente a vantagem da mudança em direção ao Norte. É necessário observar, entretanto, que essa vantagem é dependente da distância entre a zona de produção e o porto de Itacoatiara. Exemplificando: para o transporte de uma tonelada de soja, desde a zona de produção até Roterdam, teremos os seguintes custos comparativos: • de Humaitá, distante 1.100 km do terminal exportador por hidrovia, sem transporte rodoviário, o custo é de US$ 37; • de Ariquemes, distando 200 km de Porto Velho por via rodoviária, US$ 44; • desde o sul de Rondônia, distante de Porto Velho 750 km por via rodoviária, e mais 700 km por hidrovia, o custo atinge US$ 62; • desde a Chapada mato-grossense, a 900 km de Porto Velho, o custo é de US$ 70,50 como já vimos na tabela anterior. 65 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 O resultado se reflete no volume transportado. Como se pode observar na tabela a seguir, o transporte de grãos e combustível pela Hermasa teve início em 1997, tendo atingido naquele ano mais de 300 mil toneladas de soja e mais de 8 milhões de litros de óleo diesel. A partir de 1998, iniciouse o transporte de fertilizantes e em 2001 o transporte de milho. O volume transportado tem aumentado ao longo dos anos, com a soja superando a marca de um milhão de toneladas em 2001. O aumento no volume transportado de soja no período foi de 248%. Para 2003 a expectativa é de 1,2 milhões de toneladas. Quadro de Movimentação de Cargas de Agro-Granéis Hidrovia do Rio Madeira Produto/Ano Soja ( t) 1997 1998 1999 2000 2001 317.269 550.176 711.916 905.066 1.127.034 2002 1.102.588 Milho ( t ) 0 0 0 0 12.000 60.903 Fertilizantes (kg) 0 34.000 53.000 65.000 109.957 321.957 Óleo Diesel (L) 8.560.800 16.320.200 19.467.400 29.332.800 34.666.500 38.740.258 Fonte: HERMASA Esse volume transportado somente é possível pela estrutura montada. A estrutura inicial prevista era de um terminal graneleiro de passagem em Porto Velho, um porto graneleiro com transbordo para navios em Itacoatiara e uma frota fluvial composta de empurradores e barcaças graneleiras, responsáveis pelo transporte de agro-granéis e, por fim, lanchas de pesquisas hidrográficas que se encarregariam dos levantamentos necessários para que se conhecesse a natureza dos rios e de suas calhas. Atualmente a empresa possui 48 embarcações fluviais e marítimas, construídas em aço naval e fundo duplo, adequadamente equipadas, cada uma, de acordo com sua finalidade, com modernos conjuntos de navegação. São monitoradas por satélite, utilizando-se de cartas eletrônicas de navegação, DGPS, ecossondas e outros instrumentos de alta tecnologia e precisão. Por isso, formam os maiores comboios fluviais em operação na Amazônia e no Hemisfério Sul, formados por: - 22 Barcaças graneleiras tipo racked medindo, cada uma, 10,90m de boca, 61,00m de comprimento, 5,40m de altura, com capacidade individual de carga a granel para 1.850 toneladas; - 14 Barcaças graneleiras tipo box medindo, cada uma, 10,90m de boca, 61,00m de comprimento, 5,40m de altura, com capacidade individual de carga à granel para 2.000 toneladas; - 01 Barcaça Oceânica, B/M Amazonas, tipo convés plataforma com fueros, nas dimensões de 22 de boca, 127 de comprimento e 66 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - pontal de 3,40, com capacidade para transportar até 9.990 m³ de sólidos de madeira. 02 Lanchas de pesquisa hidrográfica; 01 Empurrador de apoio portuário com 700 hp; 02 Empurradores de apoio portuário com 1.300 hp, cada um; 01 Empurrador de apoio portuário de 2.000 hp; 03 Empurradores fluviais de 2.600 hp, cada um; 01 Empurrador Marítimo de 4.035 hp, E/M André Maggi; 01 Empurrador Marítimo de 4.035 hp, E/M Ferdinando Pagot; Outras pequenas embarcações tipo botes e lanchas de apoio às manobras de atracação de navios e comboios, bem como do transporte de marinheiros e pessoal de execução de tarefas correlatas dos terminais. Outras instalações: - - - Tancagem em terra: Conjunto de 03 tanques metálicos de corpo cilíndrico, com capacidade total de armazenamento de 300.000 litros de óleo diesel; Pontão Hermasa (posto de abastecimento da frota): Com capacidade para armazenar 280.000 litros de diesel e fuel oil; Balsa Tanque: Utilizada para o transporte de combustíveis da Refinaria Petrobrás/Remam/Manaus para o Porto Hermasa-Itacoatiara, com capacidade para 800.000 litros de combustíveis. Um Terminal dispondo de quadro de bóias e sistema de amarração e fundeio, dentro dos mais modernos conceitos de operação e segurança dos melhores portos do mundo. As operações de transporte de agro-granéis iniciaram-se no ano de 1997, tendo sido inaugurados os dois terminais (Porto Velho e Itacoatiara) no dia 12 de abril de 1997. Neste período já foram exportados mais de 4.580.000. toneladas de soja, em navios tipo Panamax. A empresa opera sua frota nos seguintes terminais: a – Terminal Graneleiro Privativo Misto de Porto Velho-RO. Área do Porto Fluvial Público de Porto Velho-RO / Calha do rio Madeira. • Ponto de atracação junto ao cais do porto, com píer de 200 x 12 metros; calado do flutuante de 2,50 metros e profundidade do canal de acordo com o regime das águas (mínimo de 7,0 m e máximo de 15,0 metros). 67 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Atividades desempenhadas: Recebimento, armazenamento e despacho de soja em grãos, contando, para isso, com 4 silos metálicos para armazenagem a granel de 45.000 toneladas e um sistema de carregamento/descarregamento de 750 ton/hora. • Duto com aproximadamente 250 metros de comprimento (tubulação de 2,5 polegadas) para transporte de óleo diesel e fuel oil MF 180, com bombas de recalque. • Embarcações de apoio: R/M Tangará, 700 hp, bi-motopropulsado cummins, sistema azimutal Kamewa e capacidade de reboque de 15.000 toneladas; 03 lanchas voadeiras de apoio rápido. • Recebe Frota Hermasa, não recebe/atraca navios transatlânticos por limitação de canal de navegação Hidrovia do Rio Madeira. • b – Porto Graneleiro Privativo Misto de Itacoatiara-AM. Área privada do Porto da Hermasa-Porto - Itacoatiara / Calha do rio Amazonas. • Ponto de atracação junto ao cais flutuante do porto, com 90 x 30 metros; calado do flutuante de 2,50 metros e profundidade do canal de acordo com o regime das águas (mínimo de 35,0 m e máximo de 75,0 metros). • Atividades desempenhadas: Recebimento/despacho de soja em grãos, contando, para isso, com armazém graneleiro para 90.000 toneladas e um sistema de carregamento/descarregamento de 1.500 ton/hora. • Duto com aproximadamente 1.250 metros de comprimento (tubulação de 4,0 polegadas) para transporte de óleo diesel e fuel oil MF 180, com bombas de recalque. • Embarcação de apoio: R/M Torres e R/M São Miguel do Iguaçú, cada uma com 1.300 hp, bi-motopropulsado Wartsila, sistema azimutal Kamewa e capacidade de reboque (bollard pool) de 15.000 toneladas; R/M Pointer com 2.000 hp, bimotorizado, propulsão convencional e capacidade de reboque de 25.000 toneladas; 05 lanchas voadeiras de apoio rápido; 02 lanchas de pesquisas hidrográficas, L/M Jesuíta e L/M Parecís. • Recebe navios transatlânticos tipo Panamax de até 80.000 tpb. • Recebe Frota Hermasa, E/M Sapezal, E/M Rondonópolis e E/M Itiquira, cada um com 2.600 hp, bi-motopropulsado Wartsila, sistema azimutal Kamewa e capacidade para empurrar 30.000 toneladas. c – Porto Graneleiro Privativo de Fertilizantes de Itacoatiara-AM. Área privada do Porto da Hermasa-Fertilizantes - Itacoatiara / Calha do 68 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 rio Amazonas. • Ponto de atracação junto ao cais do porto, com 50 x 30 metros, contrabordo da plataforma flutuante de 175 metros de comprimento, boca de 26,0 metros e calado leve de 4,00 metros, profundidade do canal de acordo com o regime das águas (mínimo de 35,0 m e máximo de 75,0 metros). • Atividades desempenhadas: Recebimento/ transbordo de fertilizantes formulados ou não, destinados ao mercado interno, contando, para isso, com armazém graneleiro para 6.000 toneladas, plataforma flutuante graneleira para 36.000 toneladas e carregamento/ descarregamento de 300 ton/hora, através de sistema Siwertel e grabes mecânicos. • Uma Plataforma flutuante tipo Panamax com dimensões 175 x 26 x 4 m, com tripulação completa e capacidade para armazenar até 36.000 toneladas. • Embarcação de apoio: B/T 300 Hermasa-Itacoatiara, sem propulsão e capacidade de movimentação de 300 toneladas/hora. • Recebe navios transatlânticos tipo Panamax de até 80.000 tpb. • Recebe Frota Hermasa. 3 – TRANSPORTE AÉREO O Estado é servido de uma razoável infra-estrutura aeroviária, que necessita, porém, de atualização e alguma expansão. O aeroporto de Porto Velho está equipado para operar aeronaves de classe internacional, embora ainda não esteja liberado para este tipo de tráfego. Dispõe de Base Aérea da FAB, e de Serviço de Proteção ao Vôo, equipado para aumentar a eficácia e a segurança às operações de vôo. Também as cidades de Guajará-Mirim, JiParaná e Vilhena possuem aeroportos com capacidade de operar jatos, sendo que o de Vilhena é alternativa internacional. Levantamento realizado junto ao Departamento de Aviação Civil em 2002, mostrou que as seguintes empresas operam linhas regionais e nacionais a partir dos Aeroportos de Rondônia: VASP, VARIG, TAM, TAVAJ, RICO e Real Linhas Aéreas. Diversos municípios, entre os quais, Ariquemes, Cacoal, Pimenta Bueno, Espigão do Oeste, Rolim de Moura, Colorado do Oeste e Costa Marques, contam com pistas para atendimento a aeronaves de médio porte. Outros municípios também dispõem de pistas de boa qualidade para aviões de pequeno porte. O quadro a seguir resume as estatísticas de transporte de cargas e passageiros no aeroporto Jorge Teixeira em Porto Velho, no período de 1997 a 2002. Note-se o decréscimo e posterior estabilização dos quantitativos, 69 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 fenômeno decorrente basicamente da interrupção dos investimentos federais e diminuição da exploração aurífera do rio Madeira, com posterior regularização da economia local. Movimento Unidade Ano 1997 1998 1999 2000 2001 2002 13.840 13.207 10.801 11.726 Aeronaves Nº 9.172 14.071 Passageiros Nº 141.808 246.195 211.601 151.424 215.050 203.615 Carga Aérea Ton 3.981,4 4.185,4 4.324,7 4.602,8. 5.294,9 3.419,3 Mala Postal Nº 1.951,0 2.049,4 1.730,2 0,0 0,0 0,0 Fonte: Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária - INFRAERO Aeronaves – Pouso mais decolagem Passageiros - Pouso mais decolagem Carga Aérea e Mala Postal – Embarque mais desembarque (com trânsito) O Plano Aeroviário do Estado de Rondônia – PAERO, de 1988, foi atualizado em 2000, numa projeção para 2019, prevendo os seguintes aeroportos para o Estado, segundo sua classificação no Sistema Estadual de Aeroportos: Plano Aeroviário do Estado de Rondônia – 2000 (proj. 2019) Localização Classificação Situação Porto Velho Nacional Em operação. (*) Ariquemes Regional Em operação Cacoal Regional Em construção Cerejeiras Regional Em estudo Costa Marques Regional Em operação Guajará-Mirim Regional Em operação Ji-Paraná Regional Em operação Vilhena Regional Em operação Aeroclube em P. Velho. Local Em operação Buritis Local Em estudo Jaru Local Em operação Pimenta Bueno Local Em operação Rolim de Moura Local Em operação Alvorada do Oeste Complementar – Calama Complementar – Extrema Complementar – 70 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Machadinho Complementar – Pimenteiras Complementar – Posto Fiscal Rolim de Moura Complementar – São Miguel do Guaporé Complementar – Surpresa Complementar – Fonte: Departamento de Viação de Obras Públicas – DEVOP (*) – Já foi Internacionalizado, faltando apenas a instalação da Alfândega. ***** 71 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 6 COMUNICAÇÕES 1 – TELEFONIA 1.1 – Telefonia Fixa O s serviços de telefonia fixa em Rondônia estão a cargo de quatro operadoras: duas para serviço intra-estadual e duas para serviço nacional e internacional, todas com sede em Porto Velho, a saber: Sv. Empresa Endereço Matriz Nacional/ Embratel – Empresa Brasileira Av. Farquar, 1.607 – Centro Internacional de Telecomunicações S/A CEP 78900-350 Nacional/ Intelig Telecomunicações Internacional de Rondônia Av. Lauro Sodré, 3.290 – Parque dos Tanques – CEP 78903-711 Intra Estadual Brasil Telecom S/A Av. Costa e Silva, s/nº - Setor Industrial 2 – Global Village Telecom Rua Afonso Pena, 570 – Centro Intra Estadual GVT Ltda. (*) CEP 78900-020 Fonte: ANATEL/RO Obs: (*) – Tecnologia de sinval via rádio. 1.2 – Serviços oferecidos Os serviços oferecidos diferem em amplitude de operadora para operadora, mas abrangem, em geral, todos os tipos de serviço telefônico habituais. 1.3 – Telefonia Móvel Os serviços de telefonia móvel celular são prestados por três operadoras com sedes em Porto Velho e diferentes áreas de cobertura local e nacional/internacional, mas atendendo de 70% até 90% da área total do Estado. 73 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Empresa Endereço Matriz VIVO Teleron Celular S/A Av. Getúlio Vargas, 1941 – Nossa Senhora das Graças CEP 78901-650 Americel S/A Av. Carlos Gomes, 2262 – São Cristóvão CEP 78901-200 TIM Celular Centro Sul S/A Rua Roberto de Souza, s/nº - Bairro Cuniã Fonte: ANATEL/RO 1.4 - Serviços Oferecidos São os habituais da telefonia celular móvel: identificador de chamadas, caixa postal, mensagens escritas, transferência de chamadas, e-mail, etc. 2 – TELECOMUNICAÇÕES Os serviços de telecomunicações são prestados pela operadora Embratel S/A, e se constituem de várias modalidades de transmissão eletrônica de dados em larga escala, próprios para empresas com ramificações intra e interestaduais e/ou internacionais. Alguns destes serviços deverão ser oferecidos em breve pela Intelig. 2.1 – Serviços Oferecidos Renpac Discado: comunicação de um ponto de consulta de dados com qualquer base de dados interligada à rede da EMBRATEL. Uso mais freqüente: interligação de filiais de pequeno ou médio porte à matriz e interligação de microcomputadores a Bases de Dados. Principais vantagens: baixos custos, flexibilidade, permite a operação de modo que a ligação seja cobrada no destino, opera em diversas velocidades até 9.600 bps, seus custos dependem do volume cursado no circuito e compartilha os equipamentos dos clientes. • STM-400: correio eletrônico para a troca de mensagens entre assinantes. Serve para a interligação entre matriz e filiais de pequeno porte, comunicação entre profissionais liberais e demais aplicações de Correio Eletrônico. Suas vantagens: compartilhamento dos equipamentos já existentes no cliente, baixos custos para usuários de pequeno porte, facilidade operacional, devido ao software bastante amigável, envio de mensagens para fax, caixa postal sempre disponível para recepção de mensagens, garantia de sigilo e segurança das informações, possibilidade de multi endereçamento, e o controle de entrega e numeração das mensagens. A EMBRATEL oferece • 74 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 gratuitamente software emulador, treinamento e suporte. • Datasat: Rede de Alta Confiabilidade, via satélite, utilizada na aplicação de redes de pequeno e médio portes em que o controle é exercido pelo nó central e no atendimento a redes com pontos em locais remotos. Maiores vantagens: alta confiabilidade dos enlaces, garantindo operar sem interrupções, facilidade de relocação dos pontos de transmissão, possibilidade de transmissão em alta velocidade, facilidade de inclusão de pontos na Rede, garantia de sigilo e segurança das informações, atendimento a pontos remotos onde não exista serviço telefônico e facilidade operacional. • Datafax: Destina-se à emissão de fax para o exterior através de rede digital e com garantia de entrega. Aplicação típica em empresas que emitam mais de 10 fax por mês para o Exterior. Vantagens: custos mais baixos que o fax convencional via Rede Telefônica Pública, cobrança somente das páginas efetivamente entregues, controle de erros das mensagens transmitidas, facilidade operacional, possibilidade de multi-endereçamento, notificação de não entrega, caso haja problemas na transmissão, condição para estabelecer Status de Urgência, emissão de Relatório Diário e possibilidade de emissão de notificação das mensagens que tenham sido entregues. • Telex: Transmissão de textos entre máquinas teleimpressores interligadas à Rede Telex. Aplicação típica em redes de filiais interligadas entre si e com a matriz, na formalização de pedidos junto a fornecedores e na comunicação entre profissionais liberais em geral. Vantagens: registra a data e a hora da recepção da mensagem, tem fé pública e pode servir como documento; utiliza impressão por impacto que não apaga com o tempo, possibilita a conversação on line entre as máquinas interligadas, etc. Atende a 90.000 assinantes em todo o Brasil. • Transdata: Possibilita a comunicação entre dois ou mais pontos de transmissão de dados, como se as máquinas estivessem ligadas fisicamente. Aplica-se tipicamente na interligação entre dois ou mais centros de alto tráfego de dados e na interligação entre HOST e terminais não-inteligentes. Vantagens: dispensa a necessidade de estabelecimento de chamada para iniciar a comunicação, independe do produto de comunicação utilizado, opera em diversas velocidades, até 96.000 bps no interior de Rondônia e em até 19.200 bps de Porto Velho para outros centros do País. 3 - CORREIOS Os Correios estão presentes, com pelo menos uma agência, em todos os 5.561 municípios atualmente existentes no Brasil. A empresa distribui em cerca de 40 milhões de domicílios e estabelecimentos comerciais um volume diário de 34 milhões de objetos e correspondências, utilizando, para isso, 75 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 98,1 mil empregados, dos quais 47 mil carteiros, 12 mil agências, uma frota de 4.357 veículos, 7.353 motos, 18.901 bicicletas e 26 linhas áreas com aeronaves fretadas para a entrega das remessas urgentes. Esses bilhões de objetos e correspondências são tratados em 771 centros de operações que possibilitam a sua entrega, dentro dos prazos, com rapidez, segurança e regularidade. Além das 12 mil agências, a população tem à sua disposição 16.839 pontos de venda de produtos e 25.912 caixas de coleta. Além desses pontos de contato físicos, a Empresa atende os clientes por meio do Correios on line, disponibilizando em seu site, serviços via Internet. Sua administração central está sediada em Brasília, onde estão os órgãos normativos da Empresa. As Diretorias Regionais, em número de 23, compõem os órgãos executores. A Diretoria Regional de Noroeste da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT abrange os estados de Rondônia e do Acre, estando presente na quase totalidade dos municípios desses estados, atendendo a uma população estimada em 2.000.000 habitantes. O Estado de Rondônia é dividido em duas Regiões Operacionais, denominada REOP 01 e REOP 03, com sedes em Porto Velho e Ji-Paraná, respectivamente. A rede de atendimento é composta por Agências de Correios (AC), Agências de Correios Franqueadas (ACF), Banco Postal (BP) Agências de Correios Comunitárias (ACC), Postos de Venda de Produtos (PVP) e Caixas de Coleta (CC), estando distribuídos de acordo com o quadro a seguir: Demonstrativo Regional dos serviços da ECT em Rondônia Localidade Alta Floresta do Oeste Alto Alegre dos Parecis Alto Paraíso Alvorada do Oeste Ariquemes Buritis Cabixi Cacoal Campo Novo de Rondônia Candeias do Jamari Castanheiras Cerejeiras Colorado do Oeste Corumbiara Costa Marques Espigão do Oeste Governador Jorge Teixeira Guajará-Mirim 76 AC 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ACF – – – – 1 – – 1 – – – – – – – – – – BP 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 CC 3 – – – 6 1 – 4 – 1 – 1 3 – 1 – – 4 PVP 4 – – – 7 1 – 4 – 2 – 6 2 2 – 0 – 2 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Itapoã do Oeste Jaru Ji-Paraná Machadinho do Oeste Ministro Andreazza Mirante da Serra Monte Negro Nova Brasilândia do Oeste Nova Mamoré Novo Horizonte do Oeste Ouro Preto do Oeste Pimenta Bueno Porto Velho Presidente Médici Rolim de Moura Santa Luzia do Oeste São Felipe do Oeste São Francisco do Guaporé São Miguel do Guaporé Seringueiras Theobroma Urupá Vale do Paraíso Vilhena Totais 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 52 – – 2 – – – – – – – 1 – 2 – 1 – – – – – – – – 1 9 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 7 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 47 – 5 6 – – 2 – 3 1 – 5 4 12 2 7 1 – – 1 1 – 1 – 12 87 – 5 10 – – 3 – 2 – – 6 2 18 4 4 2 – – – 1 1 – – 13 101 Fonte: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – Diretoria Regional de Noroeste Os municípios ou localidades onde não existem ainda agências dos correios, a comunidade é atendida por meio das Agências de Correios Comunitárias, que são unidades de atendimento destinadas a viabilizar, no mínimo, a prestação de serviços postais básicos em pequenas localidades com população superior a quinhentos habitantes, bem como em áreas urbanas onde predomine o interesse social e a exploração econômica de serviços postais não se mostre viável. As Agências de Correios Comunitárias são operadas por entidades públicas ou privadas, mediante a celebração de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, com fundamento no art. 116 da Lei nº 8.666/93 e no § 3º do art. 2º da Lei nº 6.538/78. A seguir, a relação dos municípios onde ainda não existem agências dos Correios, constando da programação da empresa para serem criadas em 2003. • Nova União • Parecis • Pimenteiras • Primavera de Rondônia • Rio Crespo • Teixeiropólis 77 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 • • • • Vale do Anari Chupinguaia Cacaulândia Seringueiras A rede de distribuição domiciliar atende a quase todos os municípios do Estado de Rondônia, empregando um efetivo de 380 carteiros que garantem agilidade, regularidade e segurança na distribuição de mais de 200.000 objetos postais por dia. Em Porto Velho, sede da Diretoria Regional, a ECT dispõe de dois Centros de Distribuição Domiciliar, com uma carga diária de mais de 80.000 objetos postais. 3.1 - Sistema de Franquia O sistema de franquia dos Correios é o meio pelo qual a ECT autoriza a terceiros o direito do uso da marca “Correios”, mediante a transferência de sua tecnologia de atendimento, fiscalizando a adequada prestação dos serviços e remunerando sua execução. As primeiras Agências de Correios Franqueadas (ACF) surgiram em 1991, quando a ECT sentia a necessidade de aumentar seus pontos de atendimento com um custo baixo. Hoje, existem 1.486 agências, gerando empregos diretos e indiretos. No Estado de Rondônia, a Diretoria Regional conta com 9 agências franqueadas. A partir de junho de 1993, com vigência da Lei 8.666 (Lei das Licitações), a abertura de uma agência franqueada tem que ser precedida de licitação pública, o que veio garantir ainda mais a lisura e o sucesso do sistema, que hoje já é o maior do Brasil. O capital inicial exigido é de R$ 50.000,00. 4 – Internet Rondônia possui quinze provedores para a Internet, distribuídos conforme o quadro a seguir: Provedor ULBRAjp Ariquemes Internet Provider Enter-Net Netview Informática Wol-Net SpeedWeb Ouronet 78 Local Ji-Paraná Ariquemes Porto Velho Vilhena Jaru Jaru Ouro Preto do Oeste Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Net Travel Office Centranet Infodinâmica Canal-1 ObjetivoNet Macrosoft Pcnet Sybernet DNAK Cacoal Espigão do Oeste Pimenta Bueno Porto Velho Colégio Objetivo de Porto Velho Vilhena Ji-Paraná Porto Velho Porto Velho Fonte: Yahoo/Internet ***** 79 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 7 COMUNICAÇÃO SOCIAL 1 – RADIODIFUSÃO O Sistema de Radiodifusão no país é controlado pela Agência Nacional de Telecomunicações por meio das Delegacias Regionais localizadas nas Unidades Federadas. Os quadros a seguir identificam as entidades executoras dos vários serviços de radiodifusão no Estado. Entidades Executoras do Serviço de Radiodifusão em Ondas Médias – OM Pot. Kw 1,0/0,25 Entidade Rádio TV Eldorado do Brasil Ltda. Rede Sanmori de Rádio e TV Ltda. Sociedade de Cultura Rádio Caiari Rádio Educadora de Rolim de Moura Rádio Planalto de Vilhena Empresa de Radiodifusão Morimoto 5,0/1,0 Rádio Ariquemes Av.Jamari, 4218 - Setor 02 Ariquemes 5,0/1,0 R. Dourados, 4 Ariquemes R. Rui Barbosa, s/n Cacoal 10,0/0,25 Rádio Colina do Machadinho Rádio Sociedade Rondônia Ltda. Rádio Sociedade Espigão Ltda. R. Sergipe, 1766 Espigão do Oeste 5,0/5,0 Fundação Dom Rey Praça Mário Correa, 90 Guajará-Mirim 5,0/1,0 Rádio Alvorada de Rondônia Ltda. Empresa de Radiodifusão Morimoto Sistema Itapirema de Comunicação R. Cap. Sílvio, 526 Ji-Paraná Av. Brasil, 721 Ji-Paraná R. 6 de Maio, 211 Ji-Paraná 10,0/5,0 10,0/1,0 10,0/1,0 5,0/1,0 1,0/1,0 1,0/0,25 1,0/0,25 5,0/1,0 Endereço R. José Bonifácio, 787 Localidade Porto Velho R. D.Pedro II c/ Miguel Chakian Porto Velho R. das Crianças, 4646 Porto Velho Lote M. Alegre, 35 A40 Rolim de Moura Setor Preferencial Chácaras Vilhena Setor Industrial - BR-364 Vilhena FONTE: Delegacia da Anatel no Estado de Rondônia - 2003 81 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Entidades Executoras do Serviço de Radiodifusão em Ondas Tropicais – OT Pot. Kw 1,0/0,25 5,0/1,0 5,0/5,0 Entidade Endereço Localidade Rádio Sociedade Rondônia Av. Carlos Doneje, s/n Pimenta Bueno Ltda. Rádio Educadora de Guajará- Av. Presidente Dutra, 573 Guajará-Mirim Mirim Ltda. Empresa de Radiodifusão R. das Crianças, 4646 Porto Velho Morimoto Ltda. FONTE: Delegacia da Anatel no Estado de Rondônia - 2003 Entidades Executoras do Serviço de Radiodifusão em Freqüência Modulada – FM Pot.Kw Entidade Endereço 1,0 Rádio Planície de Ariquemes Ltda. R. Dourados, STR-4 – G.Áreas Ariquemes 1,0 Rádio Club de Cacoal R. Rio Negro, s/n – quadra 75 Cacoal – 0,25 1,0 1,0 0,3 1,0 1,0 3,0 1,0 0,3 5,0 5,0 1,0 0,25 1,0 0,3 R. Rosendo Duarte, esquina c/ Candeias do JaCastelo Branco mari Rádio Amazonas de Colo- Av. Tapajós, 4849 Colorado rado d´Oeste Ltda. d´Oeste Empresa de Rádiodifusão Av.15 de Novembro, s/n – Guajará-Mirim Guaporé Ltda. Lote 6 Empresa de Radiodifusão Av. Jorge Teixeira, 204 – Jaru Nova Fronteira Ltda. Setor 7 Empresa de Radiodifusão Av. Jorge Teixeira, 204 – Jaru Nova Fronteira Ltda. Setor 7 Rondovisão – Rondônia R. dom Augusto, 687 Ji-Paraná Rádio e TV Ltda. Rádio Planalto de Ouro Av. Sílvio G. Freitas, s/n Ouro Preto Preto Ltda. Rádio Clube de Pimenta Av. Presidente Dutra, 847 Pimenta Bueno Bueno Ltda. R. dos Três e Meio esquina c/ Porto Velho Rádio Fronteira Ltda. R. Alegria RBN – Rede Brasil Norte R. Rio de Janeiro esquina c/ Porto Velho de Televisão Ltda. R. Nicarágua Sociedade de Cultura Rá- Av. Rio Madeira, 2964 Porto Velho dio Parecis Ltda. Rádio Sociedade RondôAv.. Jorge Teixeira, s/n Porto Velho nia Ltda. Empresa de Radiodifusão R. Mato Grosso, s/n Presidente Médici Nova Fronteira Ltda. Rádio Sociedade RondôAv. Rio Branco, quadra 10, Presidente Médici nia Ltda. Lote 24 Rádio Clube C. de Rolim R. Corumbiara, 123 Rolim de Moura de Moura Ltda. Rádio Clube C. de Vilhena Av. Getúlio Vargas, 89 Vilhena Ltda. Rádio e TV Maíra Ltda. FONTE: Delegacia da Anatel no Estado de Rondônia – 2003 82 Localidade Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Entidades Executoras do Serviço de Radiodifusão Comunitária em Frequência Modulada – FM Pot.Kw Entidade 25,0 Sociedade Beneficente São Judas Tadeu Av. Bahia, s/n Alta Floresta do Oeste 25,0 COMEV – Rádio Comunitária Cultura FM Av. Tupinambá, 1321 Cabixi 25,0 Associação Comunitária Samaúma Av. São Paulo, 2184 – Centro Cacoal 25,0 Associação Comunitária do Bairro Novo Horizonte R. Tancredo Neves c/ Francisco Candeias do Nonato Jamari 25,0 ASSCOCOL – Associação Comunitária de Colorado do R. Guarani, 3138 Oeste Colorado do Oeste 25,0 Associação Comunitária Ro- R. Serra Azul, 2511- Centro miporã de Espigão do Oeste Espigão do Oeste 25,0 Associação de Rádio e Difusão Comunitária Interativa R. João Batista, 2891 Jaruense Jaru 25,0 Associação Comunitária de Av. Pres. Kennedy, 192 Rádio FM de Pimenta Bueno Pimenta Bueno 25,0 Associação Comunitária Transamazônica FM Av. Jorge Teixeira, 2477 Porto Velho Av. Florianópolis, 5123 – Centro Rolim de Moura 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 Associação Comunitária Regional da Mata para o Desenvolvimento Social, Cultural e Artístico Associação dos Comunicadores em Educação de Rondônia Endereço Localidade R. Tancredo Neves, s/n - Centro Machadinho do Oeste Associação Comunitária Es- R. Ana Nery, 1275 perança e Paz – ASCEPAZ Ouro Preto do Oeste Associação Comunitária Verdes Matas – ACOVERMA Associação Comunitária Educativa Cidade FM de Chupinguaia Rua Rondônia, 1955 São Miguel do Guaporé Av. Tancredo Neves, 1933 Chupinguaia Av. Brasil, 189 Ji-Paraná 25,0 Associação Comunitária JiParanaense 25,0 Associação da Rádio Comu- Av. Itália Franco, 2115 nitária Educativa Cristal Corumbiara 25,0 Associação Rádio Comunitária Educativa Verde Ama- Av. Tancredo Neves, 3756 zônica Ariquemes 25,0 Associação Comunitária União de Radiodifusão Presidente Médici Av. Ji-Paraná, 1577 FONTE: Delegacia da Anatel no Estado de Rondônia - 2003 83 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Entidades Executoras do Serviço de Radiodifusão de Sons e Imagens Pot.Kw Entidade Endereço Localidade 0,25 TV Allamanda Ltda. Av. Castelo Branco, 130 Cacoal 0,31 Sistema Tropical Rondoniense de Comunicação Ltda. Rádio e TV do Amazonas Ltda. RBN – Rede Brasil Norte de Televisão Ltda. Sistema Meridional de Comunicação Ltda. R. 24 de Maio, s/n Pimenta Bueno Av. Jorge Teixeira, 546 Porto Velho 10,0 10,0 0,25 Av. Rio de Janeiro esquina c/ Porto Velho Av. Nicarágua R. Três e Meio esquina c/ Porto Velho R. da Alegria FONTE: Delegacia da Anatel no Estado de Rondônia - 2003 Entidades Executoras dos Serviços Especiais de Retransmissão de Televisão - (RTV) Pot.Kw Canais Entidade Endereço 0,316 03 11- R. Dourados, setor 4 – Grandes Áreas 1ª Rua Comercial, 2349 Ariquemes R. Cap. Sílvio, s/n Ariquemes 84 Localidade 1,0 05+ 1,0 07+ RONDOVISÃO – Rondônia Rádio e TV Ltda. Rede Comunicação Cidade Ltda. Rádio e TV do Amazonas Ltda. 0,316 70,316 131,0 13+ RONDOVISÃO – Rondônia Rádio e TV Ltda. Av. Castelo Branco, 130 Cacoal 1,0 05- Central Rondônia de Comunicação Ltda. Av. Castelo Branco 130 Cacoal 0,316 0,316 0,316 1,0 1,0 04 10 12 03 05 RONDOVISÃO – Rondônia Rádio e TV Ltda. Av. Tapajós, Alto do Morro Colorado do Oeste 6,0 18 Guajará-Mirim Guajará-Mirim 0,1 07- 0,316 10 Av. Dr. Lewerger, esquina c/ Castelo Av. Pres. Dutra, s/n, Prelazia Av. Pe. Adolpho Rohl, 3150 R. Marechal Deodoro, s/n R. 6 de Maio, s/n Ji-Paraná R. Rodrigues c/6 de Maio Ji-Paraná Ariquemes 1,0 04+ 1,0 05 Rádio e TV do Amazonas Ltda. TV Independente de São José do Rio Preto Rádio e Televisão Anary Ltda. Rádio e TV do Amazonas Ltda. Sistema Imagem Comunicação Ltda. Rádio e TV do Amazonas Ltda. 0,316 0,316 0,316 07 09 11 RONDOVISÃO – Rondônia Rádio e TV Ltda. R. Villagran Cabrita, 171 Ji-Paraná 6,0 17 Diocese de Ji-Paraná Ji-Paraná 0,316 12- TV Independente de São José do Rio Preto Rede Comunicação Cidade Ltda. 1ª Rua Setor 4 Machadinho do Oeste Comercial, Jaru Jaru Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 0,1 0,316 06+ 08 0,316 0,316 1308 0,316 43- 0,316 11 RONDOVISÃO – Rondônia Rádio e TV Ltda. Rádio e TV do Amazonas Ltda. RONDOVISÃO – Rondônia Rádio e TV Ltda. Central Rondoniense de Comunicação Ltda. RONDOVISÃO – Rondônia Rádio e TV Ltda. Rádio e TV do Amazonas Ltda. Sistema Imagem de Comunicação Ltda. 0,316 12 0,316 0,316 02+ 12+ 1,0 08+ Av. Marechal don, s/n 1,0 25 Rádio e TV Maíra Ltda. 0,250 10 0,250 07 0,250 07 0,250 10 0,250 07 0,250 07 Governo Rondônia Governo Rondônia Governo Rondônia Governo Rondônia Governo Rondônia Governo Rondônia 0,05 0,05 03 13 Mineração Jacundá Ltda. Santa Bárbara 0,250 10 São Carlos, Madeira 0,250 11 0,250 12 6,0 19 0,316 03 1,0 06 1,0 10 0,316 11 1,0 05 1,0 09 Governo do Estado de Rondônia Governo do Estado de Rondônia Governo do Estado de Rondônia TV Independente de São José do Rio Preto RONDOVISÃO – Rondônia Rádio e TV Ltda. Central Rondônia de Comunicações Ltda. Rádio e TV do Amazonas Ltda. RONDOVISÃO – Rondônia Rádio e TV Ltda. Rádio e TV do Amazonas Ltda. Rede Comunicação Cidade Ltda. Ron- Morro da Embratel R. 24 de Novembro, s/n Av. Ji-Paraná, 1701A R. Alegria, 4494 Areal da Floresta Av. Jorge Teixeira, 447 Av. Duque de Caxias, 776 Av. Jorge Teixeira, 601 Ouro Preto do Oeste Ouro Preto do Oeste Pimenta Bueno Presidente Médici Porto Velho Porto Velho Porto Velho Porto Velho do Estado de Estádio Municipal Porto Velho do Estado de Campo Novo Campo Novo do Estado de Fortaleza do Abunã do Estado de Itapoã do Oeste Fortaleza do Abunã Itapoã do Oeste do Estado de Jacy Paraná Jacy Paraná do Estado de Mutum Paraná Mutum Paraná Santa Bárbara baixo São Carlos Prefeitura de Urupá Urupá Prefeitura de Vista Alegre do Abunã Av. Nações Unidas, 605 Av. Dr. M.F. Vieira, s/n Av. Belo Horizonte, 550 R. Rio Verde c/Av. Rio Branco Av. Getúlio Vargas, 89 R. Marechal Deodoro, s/n R. Major Amarante, s/n Vista Alegre do Abunã Porto Velho Rolim de Moura Rolim de Moura Rolim de Moura Vilhena Vilhena Vilhena FONTE: Delegacia da Anatel no Estado de Rondônia - 2003 Observações: (+) = decalado para mais ( – ) = decalado para menos 85 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Quantitativo de Entidades Operadoras de Serviços de Radiocomunicação Item 001 002 003 004 005 006 007 008 009 010 011 Modalidade de Serviço Nº de Entidades Móvel Celular Limitado Privado Limitado Móvel Especializado Especial de Radiochamada Limitado Privado de Rádio Taxi Radiotelefônico Público Auxiliar Radiodifusão - Reportagem Externa Serviço de Radioamador Serviço Radio do Cidadão Serviço Móvel Aeronáutico Serviço Móvel Marítimo 003 177 006 003 004 001 001 1.578 641 010 005 FONTE: Delegacia do Ministério das Comunicações do Estado de Rondônia 2 – IMPRENSA A imprensa desempenha papel relevante no sistema de comunicação social do Estado, sendo o primeiro instrumento utilizado na disseminação de informações, cumprindo sua missão com meios modernos e tecnologicamente avançados. O Estado de Rondônia possui 20 jornais de periodicidade regular, mas somente três circulam em todo o território. Todos estes órgãos estão descritos no quadro que se segue: Órgãos da Imprensa de Rondônia (Jornais e Revistas) Entidade Sede Tiragem Tipo de Informa(Exemplares) Impressão Formato tizado Estadão do Norte Porto Velho 14.000 Off-Set Standard Sim Alto Madeira Porto Velho 6.872 Off-Set Standard Sim Diário da Amazônia Porto Velho 18.000 Off-Set Standard Sim Folha de Rondônia Ji-Paraná 10.000 Off-Set Standard Sim Gazeta Cacoal 1.600 Off-Set Tablóide Sim Tribuna Popular Cacoal 6.000 Off-Set Standard Sim Folha do Sul Vilhena 1.000 Off-Set Tablóide Sim Vilhetaço Vilhena 4.000 Off-Set Tablóide Sim Folha de Vilhena Vilhena 3.000 Off-Set Tablóide Sim Correio Popular Ji-Paraná 3.000 Off-Set Tablóide Sim Guajará-Mirim 3.000 Tipográfico Germano Não Espigão do Oeste 2.300 Off-Set Tablóide Sim O Mamoré Jornal do Cone Sul Fonte: Departamentos Comerciais das próprias Empresas 86 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Dada a dificuldade de se obter informações sobre os pequenos periódicos que circulam no interior do Estado, relacionam-se a seguir apenas seus nomes e os municípios sede. Entidade Jornal Jornal Jornal Jornal Jornal Jornal Jornal Jornal Jornal Município Folha de Vale Folha do Oeste O Eldorado Folha Pimentense Tribuna de Rondônia Tribuna da Amazônia Voz do Povo Notícias de Rondônia Folha de Rondônia São Miguel do Guaporé Alta Floresta do Oeste Ji-Paraná Pimenta Bueno Presidente Médici Vilhena Alta Floresta do Oeste Cacoal Ji-Paraná Fonte: FIERO ***** 87 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 8 ENERGIA ELÉTRICA 1 – A EVOLUÇÃO RECENTE A té o ano de 1969, o suprimento de energia elétrica às sedes dos dois únicos municípios então existentes em Rondônia foi tarefa do Serviço de Abastecimento de Água, Luz e Força do Território Federal de Rondônia – SAALFT. Criada em 1968 e instalada em 1º de dezembro de 1969, a Centrais Elétricas de Rondônia S.A. – CERON, empresa de economia mista, sucessora do SAALFT, recebeu a concessão para geração, distribuição e comercialização de energia elétrica no Estado. Desde aquele período, quase toda a geração da empresa foi feita através de unidades termelétricas a diesel. Na década de 70, como conseqüência da frustrada tentativa de colonização da região ao longo da Rodovia Transamazônica, ocorreu um grande movimento migratório espontâneo em direção às terras férteis de Rondônia. Esse processo, posteriormente ordenado pelo INCRA, resultou na migração para cá de quase um milhão de pessoas até o final da década de 80, dirigindo-se principalmente para a área rural. O número de vilas e cidades no antigo Território cresceu, então, rapidamente, e assim a necessidade de usinas geradoras isoladas para atendê-las. No final dos anos 80, a concessionária operava mais de uma centena de unidades diesel, distribuídas em várias dezenas de pequenas usinas espalhadas em vários municípios. Excepcionalmente, uma única pequena central hidrelétrica, inaugurada em janeiro de 1987, com capacidade para 2,6 MW, no município de Vilhena, atendia parcialmente aquela localidade. Em maio de 1992 incorporou-se ao sistema a 1ª pequena central hidrelétrica de propriedade privada. Desde então, várias usinas desse tipo, com potências instaladas variando de 0,6 a 10 MW foram incorporadas, suprindo, também parcialmente, a demanda em diversos pequenos sistemas isolados. O explosivo crescimento demográfico, registrado desde meados da década de 70, provocou uma expansão na demanda que foi precária e parcialmente atendida pela concessionária. Assim, em 1981, foi atribuída à Centrais Elétricas do Norte do Brasil - Eletronorte, a responsabilidade pelo suprimento da Capital, Porto Velho. O atendimento foi feito, inicialmente, através de unidades térmicas a diesel. Posteriormente, a partir de julho de 1989, por 89 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 um sistema termo-hidráulico com a entrada em operações da 1ª unidade da Usina Hidrelétrica de Samuel, construída no Rio Jamari. A incapacidade financeira das concessionárias resultou em atrasos na construção da linha de transmissão associada à Usina de Samuel e na montagem de três das cinco unidades geradoras que a compõem, além de insuficiente capacidade geradora para atendimento às localidades do interior, e num deficiente sistema de distribuição de energia. O não atendimento à demanda dos vários municípios, excetuada a Capital, resultou em sucessivas crises, freqüentes e pesados racionamentos de energia por todo o interior do Estado, grandes prejuízos e desconforto para a indústria e para a população em geral, e gerou pequenas revoltas populares. UTE Rio Madeira Apenas no final de 1994, com a construção da linha de transmissão em 230 KV entre Samuel e Ji-Paraná, no centro do Estado, a solução da questão energética estadual começou de fato a ser equacionada. No mesmo ano, Cacoal e Pimenta Bueno, mais ao Sul, foram interligadas através de linha de transmissão em 69 KV. Paralelamente, prosseguiam as obras da hidrelétrica de Samuel, tendo sido a 5ª e última unidade geradora inaugurada em julho de 1996. No ano de 1994, 342.831 MWh, ou 44,8% do suprimento total do estado, se deu através dos sistemas isolados, térmicos e hídricos, da CERON e produtores independentes. O restante, 422.913 MWh, ou 55,2%, foi suprido pelo sistema hidro-térmico da Eletronorte. No final dos anos 90, a política de desregulamentação do setor elétrico 90 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 brasileiro atraiu novos investidores, e produtores independentes passaram a assumir as pequenas usinas térmicas isoladas da Ceron e a agregar capacidade geradora ao sistema da Eletronorte. Marco dessa fase foi a inauguração da Usina da Termonorte em Porto Velho com 64 MW de capacidade, em processo de expansão com previsão para atingir 404 MW. O parque gerador da Termonorte usa óleo diesel como fonte energética, mas está dimensionado para queima de gás natural, quando este combustível estiver disponível, tanto em seus grupos geradores diesel, como nas unidades de ciclo combinado. Em decorrência, já no final da década havia sobra de capacidade geradora no Estado. Vista aérea Termonorte Paralelamente foi intensificado o processo de substituição dos sistemas térmicos isolados da Ceron, através da construção de linhas de transmissão, interligando várias localidades ao sistema de geração-transmissão da Eletronorte. O estado crítico do sistema energético e a política de privatização do setor elétrico levaram o Governo Federal, através da Eletrobrás, a assumir o controle acionário da Ceron em novembro de 1997. O objetivo expresso foi o saneamento financeiro da empresa. Em outubro de 1998 adquiriu o restante das ações do governo estadual, perfazendo 99,7% do seu capital social. 2 – A SITUAÇÃO ATUAL As medidas adotadas no final dos anos 90 provocaram uma mudan91 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ça radical no quadro energético estadual. A demanda reprimida, e afinal atendida, produziu rápido crescimento do mercado de energia no período 1996-2002 (4,8% a.a.). Enquanto isso, demonstrando quanto a economia local estava comprimida, ou a quanto atingia a geração térmica própria nas instalações fabris, a média de crescimento da demanda industrial no mesmo período foi de 13,4%, somente superada pela do consumo rural, que cresceu 21% anualmente. Já o número de consumidores acrescidos ao sistema cresceu 4,4% na média dos últimos seis anos5. Reflexo significativo das melhorias dos últimos anos é o atendimento à comunidade rural: cerca de 50% das propriedades rurais do Estado hoje recebem suprimento de energia elétrica. O consumo médio de energia por classes de consumidores, durante o ano 2002, apresenta predomínio do setor industrial, com a utilização de 6.567 kwh por mês. O poder público consumiu quase 3 mil kwh mensais. O comércio do Estado foi responsável por 861 kWh mensais. As classes que menos consumiram energia foram a residencial, com um total mensal de 170 kWh e a área rural, que consumiu 148 kWh ao mês. Atualmente o Estado é superavitário em capacidade geradora, superou as enormes dificuldades recentes, e a energia elétrica deixou de constituir um problema para a população local e para aqueles que para cá se dirigem em busca de novas oportunidades de vida e de investimento. No entanto, cerca de 291.183 rondonienses, 20% da população total, segundo o censo de 2000, vivendo principalmente na área rural, mas, de modo significativo também nas áreas urbanas, ainda não são atendidos por este serviço. Rondônia, do ponto de vista energético, pode ser dividido em três sistemas, com as seguintes conformações: • Sistema hidro-térmico interligado – suprido pelo parque gerador da Eletronorte, constituído pelas UHE Samuel, UTE Rio Madeira e UTE Termonorte, e linha de transmissão associada, interligadas a diversas pequenas centrais térmicas e hidráulicas, suprindo desde a região norte até a região central do Estado; • Sistema Cone Sul – constituído por usinas térmicas e PCHs com pequeno grau de interligação, na região sul do Estado; • Sistemas Isolados – constituídos por diversas pequenas usinas térmicas a diesel sem interligações, atendendo a pequenas localidades. O sistema interligado da Eletronorte atende cerca de 80% do mercado local6, que tem evoluído quase sempre acima das médias nacional e do 5 – Vide Tabelas 1 e 2 no Anexo ao Capítulo 8. 6 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 8. 92 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Norte isolado7. O consumidor residencial foi responsável pela absorção da maior parcela da energia distribuída em 2002, 41,5% do total8. Entretanto, a estrutura de consumo está se modificando: entre 1996 e 20029, o consumo residencial cresceu 2,8% ao ano, enquanto o industrial e o rural cresceram a taxas médias anuais de 5% e 3,8%, respectivamente. O consumo rural quase quadruplicou no período, embora seja a classe de menor nível de consumo por unidade consumidora. O transporte de energia no sistema é feito por um sistema de transmissão composto, principalmente, por 880 km de linhas em 230 KV, saindo em dois ramais da hidrelétrica de Samuel. Um ramal norte–sul para o interior do Estado, e outro ramal oeste-leste seguindo para Porto Velho com desdobramento até Guajará-Mirim e chegando até Rio Branco, capital do Acre. Temos assim o sistema Rondônia-Acre. No estado vizinho, além de Rio Branco, outras sete localidades são atendidas desde o ano 2002: Porto Acre, Plácido de Castro, Acrelândia, Redenção, Bujarí, Senador Guiomard e Campinas. O sistema de transmissão da Eletronorte é complementado por 239 km de linhas em 138 KV e 83,4 km em 69 KV. O restante 20% do mercado de Rondônia é suprido pela Ceron e por diversos produtores independentes, através de usinas térmicas a diesel e pequenas centrais hidrelétricas, constituindo os sistemas Cone Sul e Isolados. As PCH representam importante contribuição para o suprimento de pequenas localidades distantes dos principais centros de carga. As diversas PCH em operação em Rondônia, onze na atualidade, adicionam 36,8 MW de potência ao sistema10. Enquanto isso, vários empreendedores aguardam autorização para construção de outras usinas do tipo, o que aumentará a oferta de energia pelos produtores independentes do Estado. Resumidamente: no estado, sessenta e seis localidades são atendidas pelo sistema hidro-térmico interligado da Eletronorte, enquanto quarenta e uma são atendidas pelos demais. A tabela a seguir mostra as principais características de cada um desses sistemas. Características do Atendimento no Estado - Valores em percentuais Item Sistema Interligado Sistema Cone Sul Sistemas Isolados Área 60 13 27 População 79 9 12 Energia fornecida 87 7 6 Fonte: CERON 7 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 8. 8 – Vide Tabela 6 no Anexo ao Capítulo 8. 9 – Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 8. 10 – Vide Tabela 5 no Anexo ao Capítulo 8. 93 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 3 – A QUESTÃO TARIFÁRIA Das mais importantes alterações provocadas pela política de desregulamentação e privatizações do setor elétrico, foi a extinção das tarifas de abrangência nacional, passando cada concessionária a cobrar um valor próprio, previamente submetido e aprovado pela ANEEL. Rondônia pratica hoje a maior tarifa residencial da Região Norte11, 33,2% maior que a mínima das tarifas, também praticada na região (Roraima), 12,8% maior que o valor médio regional, 3,9% maior que a média nacional, e equivalente a 76,4% da maior tarifa praticada no Brasil (Rio de Janeiro). A situação é semelhante nas tarifas das demais classes de consumidores, em percentuais não muito diferentes. Analisando as tarifas praticadas em maio de 2003 pelas concessionárias em operação no país12, fica difícil entender por que tarifas cobradas em sistemas isolados puramente térmicos, como os da CER (Roraima) e CEAM (Amazonas), por exemplo, podem ser tão inferiores às da Ceron (suprida em 80% pelo sistema termo-hidráulico da Eletronorte, como já foi dito). Sistema também isolado, porém misto, e gozando dos mesmos benefícios da CCC (Conta Nacional de Consumo de Combustíveis), que visa, de certo modo, “equilibrar” as tarifas nos sistemas térmicos isolados com aquelas dos sistemas hidráulicos interligados. Através desta Conta, todas as empresas do setor contribuem com uma parcela para o pagamento do custo de combustível dos sistemas térmicos isolados. A razão óbvia para a existência do subsídio é o maior custo operacional da geração térmica, quando comparada com a hidráulica. Entretanto, o quadro tarifário de Rondônia é de difícil compreensão. As diferentes datas em que a ANEEL publicou as resoluções que autorizam os valores das tarifas não explicam, por si só, diferenças como as citadas acima, no atual quadro inflacionário do Brasil. Dada a importância da energia elétrica como insumo industrial e como bem indispensável na sociedade moderna, não parecem justas as tarifas definidas para Rondônia. 4 – O PARQUE GERADOR O parque gerador para atendimento ao sistema Rondônia-Acre está constituído conforme o quadro abaixo, nos limites de Rondônia. No Estado do Acre, em Rio Branco, a Eletronorte dispõe de um parque integralmente térmico, composto de cinqüenta e três grupos geradores diesel e duas tur11 – Vide Tabela 8 no Anexo ao Capítulo 8. 12 – Vide Tabela 9 no Anexo ao Capítulo 8. 94 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 binas a gás, totalizando 127,8 MW. Após a energização da subestação Rio Branco, estas unidades deverão permanecer como reserva fria do sistema por um período de até 2 anos, quando serão desativadas. Quadro de Parque Gerador de Energia em Rondônia - 2002 Empresa Eletronorte Termonorte Ceron Guascor Rovema PIE – PCHs Total Tipo de Usina Usina Térmica Hídrica Térmica Térmica Térmica Térmica Térmica Térmica Térmica Hídrica Térmica Térmica Hídrica UTE Rio Madeira UHE Samuel Termonorte I Termonorte II Termonorte III (*) UTE Pimenta Bueno UTE Vilhena UTE Colorado d’Oeste UTE Bela Vista PCH Rio Vermelho Diversas Pimenta Bueno Diversas Nº de Unidades 4 5 4 2 2 6 12 6 3 2 132 3 Pot. MW 92,3 216,0 64,0 148,0 192,0 11,7 15,1 7,0 0,5 2,5 37,1 3,0 34,2 823,4 Fonte: CERON (*) Operação prevista para jul/2003. 5 – OS CAMINHOS DO FUTURO O setor elétrico de Rondônia mostra, atualmente, um quadro estabilizado e otimista em relação ao futuro. Ao lado de uma capacidade geradora superavitária, o sistema de transmissão e distribuição se amplia, e é aperfeiçoado. Dentre as medidas de curto prazo que os agentes do setor podem implementar, e com amplas possibilidades para modificar e introduzir melhorias no sistema estão disponíveis os mecanismos de sub-rogação de benefícios da CCC. Em Rondônia, no ano 2002, foram consumidos 64,5 milhões de litros de óleo diesel para geração de energia. Assim, apenas para o mercado de Rondônia, o custo da CCC no período 2003-2012 está estimado em 1 bilhão de reais. Para viabilizar a redução desses custos, a Lei nº 9.648/98 faculta o uso de recursos da CCC para financiar a substituição da geração térmica dos sistemas isolados, através do financiamento de usinas hidrelétricas, e construção de linhas de transmissão para interligação de sistemas térmicos isolados com os de base hidráulica. A Ceron estima que, no Estado, no horizonte 2004-2005, 99% do atendimento possa ser feito através do sistema interligado da Eletronorte. Para realizar isso, deverão ser executadas obras de usinas e sistemas de transmissão ao custo estimado de R$ 318.400.000,00. A sub-rogação de benefícios da CCC poderá financiar essas obras, ampliando 95 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 e assegurando suprimento confiável de energia à quase totalidade dos rondonienses, e praticamente eliminando o consumo e os custos da subvenção de combustível. No médio prazo, duas medidas que já fazem parte do planejamento do setor elétrico aumentarão significativamente a capacidade e a confiabilidade do Sistema RO-AC. São elas: a interligação com o sistema de transmissão Sudeste/Centro-Oeste e a construção do gasoduto Urucu-Porto Velho, disponibilizando gás natural como fonte primária de energia. Estudos realizados pela Eletronorte, ao fazer um comparativo entre a energia requerida pelo sistema Rondônia-Acre e a disponibilidade de geração da Eletronorte e Termonorte, concluem por um excedente médio de 200 MW e capacidade geradora nos próximos 6 anos13. Somente a partir de 2007 deverá haver necessidade de aumento na capacidade de geração, para complementação da ponta de carga do sistema. Entretanto, se for concretizada a interligação com o sistema de transmissão SE/CO, previsto para jan/2006, a expansão térmica poderá ser postergada por cerca de quatro anos, dada a possibilidade de despacho do excedente de energia do Mato Grosso, em média 450 MW, aproximadamente. Já no período compreendido entre jan2006 e jun-2008, o sistema RO-AC poderá despachar 220 MW médio para o sistema SE/CO. Outro fator importante de modificação e redução de custos, inclusive com importações nacionais de petróleo, e com profundas implicações sobre a matriz energética do Estado, será a construção do gasoduto Urucu-Porto Velho, previsto para janeiro de 2006, que disponibilizará 2,3 milhões de m³/ dia de gás natural. O GN será utilizado basicamente para produção de energia elétrica. Inicialmente, o gás será consumido nas unidades da Termonorte, convertidas de óleo diesel para GN. No retro-porto das futuras instalações portuárias da cidade, a serem implantadas na região do Belmont, poderá vir a ser construída a Usina Térmica Caiarí, com capacidade para até 930 MW usando GN. O gasoduto, com cerca de 520 km de extensão será construído pela Petrobrás ao custo aproximado de 500 milhões de dólares americanos. Para esse empreendimento, cuidados especiais estão sendo estudados e previstos para que sejam mínimos os impactos sobre o meio ambiente, tanto durante o transcurso da obra, como durante sua operação. Entre outras medidas a serem adotadas, a travessia de todos os cursos d’água no trajeto do gasoduto será feita sob o leito dos mesmos, sem prejuízos, portanto, para a aquifauna, navegação, e outras atividades humanas. Simultaneamente, 4,5 milhões de m³/dia de GN estarão sendo transportados de Urucu para Manaus. 13 96 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 8. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Sendo de 44.546 milhões de metros cúbicos a reserva provada de GN em Urucu, considerando-se constante a vazão máxima dos gasodutos projetados, os dois mercados, Amazonas e Rondônia, seriam supridos por 19 anos. No entanto, a reserva total é de 75.324 milhões de m³, ainda que seja muito pequena a área prospectada na província de Urucu, o que faz prever que a reserva seja muito maior, capaz de atender inclusive os grandes mercados do sudeste ou de outras regiões do país. A Rongás, empresa de capital misto, fundada em 1997 com a participação do governo estadual, da Petrobrás e investidores privados, será a responsável pela distribuição do GN. Numa perspectiva de mais longo prazo, estudos recentemente realizados por um consórcio nacional concluíram pelas viabilidades técnica, econômica e ambiental do aproveitamento do potencial do rio Madeira para geração de energia. Para isso deverão ser construídas duas usinas hidrelétricas: uma na cachoeira de Santo Antônio e outra na do Jirau, gerando 7.000 MW. Como corolário tão ou mais importante que a geração de eletricidade, o empreendimento tornará navegável o rio Madeira em toda sua extensão, permitindo o transporte fluvial entre as bacias do Madeira e do Guaporé. Essa conquista efetivada remete-nos à motivação básica da construção da legendária ferrovia Madeira-Mamoré, a segunda obra de grande porte na região após o Real Forte Príncipe da Beira, marcos da ocupação do oeste brasileiro e da fixação do homem nas terras de Rondon, a transposição das cachoeiras existentes no trecho Guajará-Mirim – Porto Velho. Baseadas no uso de turbinas de baixa queda, com barragens medindo 2x17 m de altura, o impacto ambiental causado pelas usinas será significativamente reduzido. A inundação provocada será equivalente à da cheia do rio, conforme os estudos realizados. É claro, entretanto, que algumas características próprias do Rio Madeira, como a grande vazão e quantidade de materiais em suspensão, exigirão estudos cuidadosos e um projeto técnica, social e ambientalmente bem fundamentado, para sua execução. A data mais provável para operação das usinas de Santo Antônio e Jirau parece ser posterior ao ano 2010. ***** 97 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 9 D INFRA-ESTRUTURA URBANA iante da pouca idade da maioria das principais cidades do Estado, com exceção de Porto Velho e Guajará-Mirim, não é de estranharse que sua infra-estrutura urbana seja bastante deficiente. Pode-se afirmar que, no tocante a serviços essenciais à atividade humana, como energia elétrica e comunicações, a situação atual seja considerada satisfatória, o mesmo não ocorrendo naqueles serviços essenciais à saúde, como distribuição de água tratada, esgotamento sanitário e coleta de lixo. As grandes carências estruturais existentes neste campo tornam este setor um dos mais preocupantes para a qualidade de vida nas cidades do Estado. A pavimentação urbana, por exemplo, ou a falta dela, chega a se revelar uma questão ambiental de relevo, se for considerado o clima regional, dividido em períodos de chuva e seca bem caracterizados. Nos meses chuvosos as vias públicas não pavimentadas, que são maioria absoluta nas cidades do Estado (acima de 90% do total), se transformam em lamaçais quase intransitáveis, causando transtornos e trazendo gastos permanentes às prefeituras para sua manutenção mínima. Durante a seca, a poeira passa a ser um vetor importante da transmissão de doenças respiratórias, especialmente para a infância. Em ambos os casos a qualidade de vida da população urbana é fortemente afetada. Segundo o Banco Mundial, a renda e a infra-estrutura urbana correm paralelamente. A cada 1% de crescimento da infra-estrutura há, geralmente, 1% de crescimento da renda da cidade. A infra-estrutura urbana constitui-se, portanto, no maior investimento global que a população de uma cidade pode possuir. E um dos maiores desafios para o crescimento equilibrado e duradouro da cidade é provê-la em qualidade e quantidade suficientes. Neste item do trabalho, a infra-estrutura urbana está limitada ao tema saneamento básico, que se restringe ao abastecimento de água, à disposição de esgotos e coleta e destinação de lixo. 1 – ABASTECIMENTO DE ÁGUA De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, em 2001 cerca de 90% dos domicílios urbanos brasileiros recebiam água de rede geral com canalização interna. Proporcionalmente, as regiões 99 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Sul e Sudeste tinham mais domicílios abastecidos de água por esta modalidade, enquanto no Norte e Centro-Oeste ainda havia largo emprego de poços ou nascentes (17,3% e 12,2%, respectivamente). Na Região Norte, em 2000, o percentual de domicílios com água provinda de rede geral com canalização interna cai para 63% e, em Rondônia, era de 43,8%. Os estados da Região Norte com melhor nível de abastecimento de água são Roraima e Tocantins14. Mas, em 2001, apenas 40,5% dos domicílios estavam sendo abastecidos por meio de rede geral de abastecimento de água em Rondônia, contra 38,2% por meio de poços ou nascentes, no que se refere aos domicílios com canalização interna. Cerca de 20% dos domicílios não dispunham de canalização interna, dos quais 3,2% ligados à rede geral e 16,5% abastecidos por poços ou nascentes. O serviço de captação, tratamento e distribuição de água no Estado é quase exclusivamente, realizado pela Companhia de Águas e Esgoto de Rondônia – CAERD, empresa de economia mista com capital majoritário pertencente ao governo estadual. A CAERD, após um profícuo trabalho inicial ainda no tempo do Território Federal, foi sucateada por más administrações e teve seu capital dilapidado por sucessivos embates trabalhistas com seu quadro funcional. A empresa chegou a ter algumas de suas filiais administradas pelo Ministério Público. No ano de 2000, o governo estadual propôs ao funcionalismo da empresa uma gestão compartilhada, através de um contrato de um ano, inicialmente. A medida teve o condão de reerguer a Companhia e torná-la novamente operacional, ainda que deficitária, e recuperou vários programas interrompidos, inclusive com captação de novos recursos. O contrato de Gestão Compartilhada foi renovado e a empresa está operando normalmente, com planos de expansão tanto da rede de água como de esgotos para atingir 80% da população urbana num período de quatro anos. De acordo com informações da CAERD, entre 1998 e 2002 houve um crescimento de 29,43% no volume de água produzido e a parcela da população urbana atendida passou de 48,71% a 53,3% no mesmo período. A empresa informa, ainda, que há a necessidade de investimentos urgentes para a ampliação dos serviços de abastecimento de água nos municípios de Porto Velho, Jaru e Rolim de Moura. Mas, segundo o IBGE, a situação vem piorando nos últimos anos. Os números de 1992 indicavam que 52,7% dos domicílios urbanos do Estado eram abastecidos com água da rede geral e tinham canalização interna, contra 19,2% abastecidos por poços ou nascentes. Note-se que há uma redução 14 100 – Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 9. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 relativa da população atendida com água tratada e um crescimento percentual dos domicílios abastecidos por poços ou nascentes, entre 1992 e 200115. As expansões de rede havidas em 2002 não parecem cobrir esta diferença. 2 – ESGOTAMENTO SANITÁRIO Em 2001, pouco mais da metade dos domicílios urbanos do País estava ligada à rede coletora de esgotos. Cerca de 76% dos domicílios urbanos encontravam-se ligados à rede coletora ou fossa séptica, perfazendo 90% no Sudeste. Regionalmente, as desigualdades são muito grandes: no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, apenas metade dos domicílios urbanos possuía acesso à rede geral de esgotamento ou fossa séptica em 2001. Por outro lado, a PNAD 2001 detectou cerca de 9,5 milhões de domicílios urbanos (24,1%) com fossas rudimentares ou jogando os dejetos diretamente em valas, rios, lagos ou mar. Segundo dados do IBGE, o atendimento à população urbana no Brasil, por rede coletora de esgoto, era de cerca de 54% no ano 2000. Na Região Norte, esse percentual era de pouco mais de 12%16. Note-se que a diferença entre os percentuais nacional e regional é muito grande. Dos estados da Região Norte, Rondônia só supera o Estado do Tocantins em moradores urbanos com residências ligadas a redes coletoras de esgoto. Em Rondônia, apenas 1,8% dos domicílios tinha acesso à rede coletora geral de esgotos, em 2001, embora tenha ocorrido uma pequena melhoria no atendimento nos últimos anos, pois em 1992 o percentual de domicílios ligados à rede geral era de 0,6%. Em 2001, 56,1% dos domicílios urbanos do Estado possuíam fossa séptica, 36,5% fossas rudimentares e 5,5% não tinham nenhum tipo. O percentual de domicílios com fossa séptica aumentou de 44,6% para 56,1% entre 1992 e 2001, enquanto o percentual de domicílios com fossas rudimentares diminuiu de 44,0% para 36,5% no mesmo período17. Estes números mostram a imperiosa necessidade de implantação e/ou ampliação dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, incluindo a coleta e o tratamento de esgotos no Estado. Necessitam prioridade de investimentos em coleta e tratamento de esgotamento sanitário os municípios de Porto Velho, Ariquemes, Jaru, Ouro Preto do Oeste, Ji-Paraná, Presidente Médici, Pimenta Bueno, Rolim de Moura e Vilhena. 15 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 9. 16 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 9. 17 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 9. 101 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 3 – COLETA DE LIXO O lixo é responsável por um dos mais graves problemas ambientais de nosso tempo. Seu volume é excessivo e vem aumentando progressivamente, principalmente nos grandes centros urbanos. O problema do lixo é que mesmo quando ele é recolhido não desaparece: apenas é levado para outro lugar. Isso significa que além da coleta, o destino final do lixo é muito importante. Em 2000, cerca de 91% dos domicílios brasileiros tinham coleta de lixo. Na Região Norte, o maior percentual de coleta ocorre no Estado de Roraima, seguido de Rondônia, com 86% e 81%, respectivamente18. Já em 2001, os serviços de coleta direta ou indireta de lixo atingiram 95% dos domicílios nas zonas urbanas do Brasil. Mas variavam muito a cobertura e os tipos de coleta. O Norte tinha a menor cobertura de coleta direta de lixo com 70,4% dos domicílios beneficiados. Em ambos os casos, contudo, houve melhora nos últimos anos. Em 2001, 82,2% do lixo era coletado diretamente no Estado, 3,3% coletado indiretamente, 12,4% queimado ou enterrado e 2,0% recebiam outro destino19. Essa situação melhorou nos últimos anos pois, em 1992, apenas 60,6% do lixo era coletado diretamente. No entanto, o maior problema do lixo em Rondônia é a destinação final. O tratamento do lixo é condição essencial para a preservação da qualidade ambiental da população. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE, apenas 4,6% do lixo coletado em Rondônia é colocado em lugar adequado, contra 95,4% em lugar inadequado. No Brasil esses percentuais são de 40,5% e 59,5% respectivamente20. O IBGE considera destino adequado ao lixo a sua disposição final em aterros sanitários, estações de triagem, reciclagem e compostagem, e sua incineração por meio de equipamentos e procedimentos próprios para este fim. Por destino final inadequado do lixo considera-se seu lançamento, em estado bruto, em vazadouros a céu aberto, vazadouros em áreas alagadas, locais não fixos e outros destinos, como queima a céu aberto sem nenhum tipo de equipamento. A disposição de lixo em aterros controlados também é considerada inadequada, pelo potencial poluidor representado pelo chorume que não é controlado nesse tipo de destino. 18 – Vide Tabela 5 no Anexo ao Capítulo 9. 19 – Vide Tabela 6 no Anexo ao Capítulo 9. 20 – Vide Tabela 7 no Anexo ao Capítulo 9. 102 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 4 - SANEAMENTO BÁSICO A PNAD 2001 considerou como dispondo de saneamento básico adequado os domicílios com escoadouro ligado à rede geral ou fossa séptica, servido de água canalizada internamente e proveniente de rede geral de abastecimento e cujo lixo era coletado direta ou indiretamente pelos serviços de limpeza. No País, apenas 62,2% dos domicílios urbanos tinham saneamento considerado adequado. No Norte, eram apenas 11,3%, enquanto no Sudeste eram quase 85%. Apenas 38,2% dos domicílios com rendimento domiciliar per capita de até ½ salário mínimo tinham saneamento considerado adequado, contra 86,1% daqueles com mais de 5 salários mínimos per capita. Em 37% dos domicílios nordestinos, contra 12% dos do Sudeste e Sul, a renda domiciliar per capita é de até meio salário mínimo. Há saneamento adequado em apenas 38,2% dos domicílios com este rendimento, contra os 86,1% daqueles com mais de cinco salários mínimos per capita. No Estado de Rondônia, em 2001, apenas 2,7% dos domicílios urbanos possuíam saneamento adequado. No entanto, diferentemente dos demais regiões do país, em Rondônia a falta de saneamento atinge pobres e ricos. Nos domicílios das famílias com rendimento médio familiar per capita de até meio salário mínimo, 1,8% tem saneamento adequado, contra 9,1% dos domicílios com renda familiar per capita superior a cinco salários mínimos. ***** 103 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 10 INFRA-ESTRUTURA SOCIAL 1 - EDUCAÇÃO E mbora enfrentando as naturais dificuldades próprias de uma região de fronteira de ocupação, Rondônia tem apresentado resultados bastante razoáveis neste aspecto de sua infra-estrutura social. O problema maior, criado com a colonização em larga escala praticada nas décadas de 70 e 80, se deu nas esferas do material humano e da infra-estrutura física. A demanda social sempre foi muito elevada neste campo, pois grande parte dos colonos chegavam com muitos filhos, procedentes de áreas como os estados do Sul do país, onde a escolaridade sempre foi uma preocupação constante e que manteve ao longo dos anos um razoável atendimento à população rural neste setor. Uma vez instalados em Rondônia, os novos ocupantes preocuparam-se imediatamente com a questão escolar para seus filhos, tendo sido atendidos, inicialmente, durante o programa POLONOROESTE, com as chamadas Unidades Saúde-Escola, construções interiorizadas que buscavam ao mesmo tempo cobrir estas duas necessidades da vida social dos agricultores que aqui chegavam. De um modo geral, esta pressão tem continuado ao longo do tempo e os sucessivos governos estaduais têm buscado cobrir as necessidades da população do Estado no tocante à Educação, mas é preciso reconhecer que a obrigatoriedade da aplicação de 25% dos recursos orçamentários no setor foi, efetivamente, a grande responsável pelos ganhos quantitativos observados nestas duas últimas décadas. 1.1 – População e Educação Se comparados os dois últimos censos demográficos realizados no país, 1991 e 2000, observa-se que a taxa de alfabetização da população geral de Rondônia aumentou, passando de 64,31% para 74,43%, percentuais próximos ao atingido pelo país, que elevou sua taxa de alfabetização para 75,24% no período21. Nosso último índice é superior à média da região Norte, que apresenta 68,02% de sua população alfabetizada22. 21 – Vide Quadro 1 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 22 – Vide Quadro 2 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 105 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 As taxas de Rondônia são melhores que a dos Estados do Acre e do Tocantins, mas inferiores às do Distrito Federal, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e de Goiás, Estados pertencentes ao projeto integrado de desenvolvimento, MERCOESTE23. Um Estudo do MEC detalha o quadro de alfabetização por faixas etárias acima dos 15 anos, residentes na zona urbana de Rondônia. De acordo com esse estudo, entre as pessoas acima dos 50 anos há um percentual de mais de 30% de analfabetos; até os 30 anos o percentual fica bem abaixo dos 6%, atingindo pouco mais de 10% entre 40 e 49 anos24. Este é um obstáculo grave ao pleno emprego nas zonas urbanas. O trabalho “Mercoeste: Perfil Competitivo do Estado de Rondônia”, editado em 2002 pelo SENAI, informa, com base em dados do IBGE, que o índice de analfabetismo funcional para a população de Rondônia com 15 anos ou mais de idade é melhor que a média brasileira, embora ainda significativo, chegando a 22,9% contra uma média nacional de mais de 30%25. Sobre o tempo de permanência na escola, o documento do SENAI informa que o número de anos de estudo da média da nossa população ainda é insuficiente, ficando abaixo dos oito anos, em média, para as pessoas com mais de 15 anos de vida26. 1.2 – Ensino Infantil Uma das maiores carências do setor está no ensino infantil: computando-se as 669 creches e pré-escolas existentes, Rondônia recebeu 29.021 alunos em 2001 e mais 10.923 estudantes em classes de alfabetização27. A falta de creches e pré-escolas é predominantemente sentida na zona rural do Estado. Na zona urbana o número também é insuficiente, reduzindo a capacidade das mulheres se colocarem no mercado de trabalho. 1.3 – Ensino Fundamental O ensino fundamental, especialmente nas primeiras quatro séries de estudos apresenta o maior número de alunos matriculados. Quase 306 mil estudantes estudavam, em 2001, nas escolas de Rondônia, nesse nível de ensino. O ensino de 1ª a 4ª séries é responsável por 56% dos estudantes 23 – Vide Quadro 3 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 24 – Vide Quadro 4 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 25 – Vide Quadro 5 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 26 – Vide Quadro 6 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 27 – Vide Quadro 7 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 106 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 e a 5ª a 8ª pelos demais 44%. Os estudantes estão distribuídos por 2.601 estabelecimentos de ensino fundamental28. O MEC informa, através de estudos realizados para os dados de 2000 que, nas escolas particulares, a conclusão do ensino fundamental se dá em média aos 14 anos de idade. Nas escolas da rede pública, as meninas se formam mais cedo, em média aos 15 anos e os meninos aos 1629. Isso indica uma certa distorção entre a idade ideal para cada série e a idade em que o aluno efetivamente estuda. Essa taxa de distorção é de 38,5% para os estudantes das escolas públicas estaduais e municipais, contra apenas 7,8% nas escolas particulares30. O número de estudantes do ensino fundamental, matriculados em escolas particulares é bastante reduzido em relação ao total. Apenas 6% de estudantes pagam mensalidades escolares no ensino fundamental. A grande massa de estudantes de 1ª a 8ª séries está nas cidades: 70% deles estudam na zona urbana, embora existam muito mais escolas na área rural (81%). No ano 2000, estavam atendidas com escolas de ensino fundamental, 94,9% das crianças entre e sete e quatorze anos. Projetando-se os dados disponíveis para 2002, deve estar sendo atendida 97,4% da população nesta faixa etária31. A expectativa de conclusão do ensino fundamental era, em 1995, de 28,8%.Este indicador melhorou bastante nos últimos anos, tendo passado em 2000 para 46,3 32. No tocante às instalações físicas, cerca de metade das escolas fundamentais de Rondônia conta com quadras poliesportivas, quase 99% estão abastecidas com água, mais de 85% têm energia elétrica e 64,5% das escolas possuem bibliotecas em suas dependências. As escolas que oferecem as últimas quatro séries do ensino fundamental têm uma média de 60% das unidades com quadras esportivas à disposição dos alunos, 77,7% delas têm bibliotecas, 93,6% contam com energia elétrica e 99,8% têm abastecimento de água33. Embora o nível de escolarização dos professores ainda não seja o ideal, a implantação de um programa, o PROHACAP, de formação superior através de convênio entre o Governo do Estado e a UNIR – Universidade Federal de Rondônia, está propiciando sensível melhoria na qualidade do ensino pratica28 – Vide Quadros 8 e 9 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 29 – Vide Quadro 10 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 30 – Vide Quadro 11 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 31 – Vide Quadro 12 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 32 – Vide Quadro 13 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 33 – Vide Quadro 14 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 107 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 do em todos os níveis, mas principalmente no ensino fundamental. 1.4 – Ensino Médio O ensino médio é considerado uma das maiores deficiências do setor pelas próprias autoridades da educação, a ponto de ser uma das prioridades para o próximo quadriênio, estabelecidas no Plano Plurianual. Nesse nível de ensino a grande concentração de escolas se encontra na área urbana, 87,9% de 166 estabelecimentos públicos e privados34. Deste total, 67% são públicas, sendo a maioria delas gerida pelo Governo do Estado. As condições físicas das escolas são, de forma geral, bastante satisfatórias. Quase todas as escolas que oferecem o ensino médio propiciam água e energia elétrica às suas comunidades estudantis. Um número muito considerável de escolas, 84,4%, conta com quadras esportivas à disposição de alunos e professores de educação física. As bibliotecas estão presentes em 94% dos estabelecimentos de ensino médio de Rondônia e mais de um quinto delas conta com laboratórios de ciências35. As escolas de nível médio do Estado receberam, em 2001, mais de 34 – Vide Quadro 16 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 35 – Vide Quadro 17 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 108 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 45.000 matrículas36. Seu índice de reprovação está em torno de 9%, na média dos três anos, caindo, no último ano, para 6,1%. A média de abandono ainda tem sido relativamente alta, em níveis próximos a 21%37. Nas escolas do poder público os estudantes concluem o curso, em média, com 19 anos de idade enquanto nas escolas particulares a idade média de conclusão do curso se dá aos 17 anos38. 1.5 – Educação de jovens e adultos Os índices de analfabetismo em Rondônia têm sido combatidos também através da educação de jovens e adultos, incrementada pela adesão do Governo do Estado ao programa Proformação que, segundo relatório do próprio governo, editado em 2002, treinou 1.438 professores à distância para essa finalidade. Pelas informações do MEC são 1.834 professores (dados de 2001), mais de mil com curso superior39. Informações do MEC relativas a 2001 dão conta da matrícula de 49.117 estudantes, que estariam acima da faixa etária do ensino regular e que procuram recuperar o tempo perdido40. O maior número de escolas – 93% - que oferecem educação para jovens e adultos é gerida pelo poder público. Destas, 59% se encontram na área urbana e 41% na zona rural, estas últimas todas pequenas escolas que absorvem menos de 7% dos estudantes fora do ensino fundamental e médio normal. Trata-se de uma informação preocupante porque é exatamente na zona rural que, tradicionalmente, se encontram as pessoas com menor possibilidade de acesso ao ensino regular41. Papel de relevo nesta faixa de educação é representado pelo Telecurso 2000, iniciativa do sistema FIERO através do SESI/RO, que vem sendo aplicado em inúmeras localidades do Estado em parceria com prefeituras, organizações religiosas, associações e sindicatos. 1.6 – Educação especial42 De forma geral, a educação especial é oferecida pelo poder público e por escolas administradas por associações de apoio ao deficiente, especial36 – Vide Quadro 18 no Anexo 37 – Vide Quadro 15 no Anexo 38 – Vide Quadro 19 no Anexo 39 – Vide Quadro 20 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. ao Capítulo 9 - Educação. ao Capítulo 9 - Educação. ao Capítulo 9 - Educação. 40 – Vide Quadro 21 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 41 – Vide Quadro 22 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 42 – Vide Quadros 23 e 24 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 109 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 mente as APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. A educação para grupos especiais de estudantes com deficiências de qualquer tipo conta com o apoio de programas governamentais através de convênios periódicos ou com finalidades específicas. Entre os programas, é importante citar o Programa de Apoio Financeiro às Instituições de Educação Especial, utilizado para manutenção das escolas. Rondônia aderiu, também, a programas que levam o tele-ensino a deficientes visuais e ao programa de apoio à educação de surdos, entre outros. 1.7 – Educação indígena Segundo dados do Governo do Estado, em relatório já citado anteriormente, existem 64 escolas regularizadas que se destinam às comunidades indígenas no Estado de Rondônia. O projeto Açaí, que tem currículo bilíngüe e é destinado à formação de professores para ensinar os rondonienses dessas comunidades – em torno de 5.600 índios divididos em 33 grupos – conta com a participação de 153 professores (números de 2002). 1.8 – Ensino Superior De acordo com o INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, o Estado de Rondônia conta, atualmente, com 25 Instituições de Ensino Superior registradas pelo MEC43, sendo 24 delas escolas particulares e apenas uma pública, a Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Observando as informações do INEP, é possível concluir que várias dessas instituições são dirigidas pelos mesmos grupos mantenedores. Além da UNIR, que tem seu principal campus em Porto Velho, nove instituições de ensino de terceiro grau estão localizadas na capital. Depois de Porto Velho, o município a contar com o maior número de escolas de nível superior é Cacoal, que é sede de 7 faculdades particulares e conta com um campus da UNIR. Os demais campi da UNIR estão localizados em GuajaráMirim, Rolim de Moura, Vilhena e Ji-Paraná. Alguns dos cursos superiores ainda estão em fase de preparação sem ter organizado seu primeiro vestibular, embora constem da relação de habilitações registradas no Ministério da Educação. É o caso, por exemplo, do curso de Odontologia da Faculdade São Lucas de Porto Velho. Outro curso de Odontologia já funciona há alguns anos na capital e é oferecido pela FIMCA – Faculdades Integradas Maria Coelho Aguiar. Na área 43 110 – Vide Tabela 25 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 de saúde já funciona, também, o curso de Medicina, na UNIR. Em Cacoal está o único curso de Enfermagem do interior do Estado, sendo oferecido pela FACIMED – Faculdade de Ciências Médicas. Os outros dois cursos de enfermagem estão em Porto Velho: UNIR e Faculdade São Lucas. Análises Clínicas, Biomedicina, Nutrição, Fonoaudiologia e Psicologia são outros cursos da área de saúde oferecidos pelas escolas de nível superior de Rondônia. Na área agrária, além do curso de Administração de Agronegócios que funciona na FARO em Porto Velho, é possível estudar Agronomia na UNIR de Rolim de Moura e na ULBRA em Ji-Paraná. Voltada ao meio ambiente, há o curso de Engenharia Florestal, também na FARO. Diversas escolas formam advogados em Rondônia. Somente a UNIR tem dois cursos com essa finalidade, sendo um em Cacoal e outro em Porto Velho. Cacoal tem mais um curso de Direito em escola particular e Porto Velho mais três cursos registrados no MEC, também privados. As demais escolas de Direito estão localizadas em Ji-Paraná, Vilhena e Ariquemes. É relevante o número de cursos dentro do Programa PROHACAP, citado anteriormente. São oito cursos oferecidos pela UNIR, dentro dos convênios firmados pelo Governo do Estado com o Sindicato dos Servidores em Educação – SINTERO, o Sindicato dos Servidores Públicos Federais – SINDSEF e com as prefeituras municipais, totalizando aproximadamente 140 turmas com 8.200 alunos atendidos, formando professores com licenciatura nas mais diversas áreas do magistério para o ensino médio e elementar. A esse respeito, nota-se que os cursos voltados para a formação de professores existem em grande quantidade em todo o Estado, o que é altamente positivo para o futuro da educação de Rondônia como um todo. Já é significativa, também, a oferta de cursos de pós-graduação, principalmente para especialização latu sensu. É importante lembrar a existência de vários cursos de metodologia do ensino superior e similares, o que está ajudando a formar professores para o próprio sistema de ensino de terceiro grau do Estado. Nos quadros do Anexo a este Capítulo é possível encontrar a relação completa de instituições de ensino superior em funcionamento em Rondônia44. 2 – SAÚDE O Estado de Rondônia foi, provavelmente, um dos primeiros do país a experimentar a universalidade no atendimento, nos moldes implantados 44 – Vide Quadro 25 no Anexo ao Capítulo 9 - Educação. 111 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 posteriormente pela lei orgânica de saúde – lei 8.080/90. Antes da vigência dessa lei, que criou o Sistema Único de Saúde, já funcionava por aqui um Convênio Global entre Estado e União, através do qual a população era atendida pelos serviços públicos de saúde independentemente de serem contribuintes ou não do sistema de previdência e assistência. Até o início dos anos 80, quando foi criado o novo Estado de Rondônia, o Governo do Território era responsável, basicamente, pela parte assistencial. A SUCAM – Superintendência de Campanhas de Saúde Pública cuidava, prioritariamente, do combate às endemias. A FSESP – Fundação Serviços de Saúde Pública atuava nas duas áreas com ações de assistência - em Unidades Mistas muito bem aparelhadas - e, também, com ações na área preventiva, especialmente educação em saúde, saneamento básico e abastecimento de água tratada. Naquela época foi idealizada a rede básica de saúde, que hierarquizou os serviços, criando um sistema de referência e contra-referência que se inicia nos postos de saúde e tem no Hospital de Base, na Capital, a sua última instância de atendimento. Entre esses dois serviços, são criados os centros de saúde diferenciados, localizados nos então Núcleos Urbanos de Apoio Rural – NUAR, hoje sedes municipais - e os centros de saúde, na área Urbana, com maior número de profissionais e de serviços. Vários Municípios receberam unidades mistas que, além dos serviços de internação, prestam atendimento ambulatorial. Por fim, os Municípios mais importantes do interior contavam com hospitais regionais que recebiam pacientes das localidades de sua área de influência geográfica e econômica. Posteriormente, os hospitais regionais foram, gradativamente, sendo municipalizados e atualmente o Estado não conta mais com hospitais desse tipo. Nos últimos dois anos um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Saúde e o governo de Rondônia, com apoio da Organização PanAmericana de Saúde – OPAS, permitiu a realização de estudos no interior do Estado e propôs a regionalização de algumas unidades para funcionar através de co-gestão do Estado e Municípios. A presença por longo tempo dos técnicos do Ministério da Saúde e da OPAS em Rondônia, além daquela contribuição, consolidou avanços importantes na implantação do Sistema Único de Saúde no Estado. O Conselho Estadual de Saúde, os Conselhos Municipais de Saúde e a comissão bipartite, que são instrumentos de controle social e de compartilhamento de decisões entre Estado e Municípios, estão funcionando satisfatoriamente. Há ainda um longo caminho a percorrer. Os hospitais com maior poder de resolutividade (capacidade de resolver problemas complexos dos pacientes) estão sempre superlotadas e todos os investimentos feitos na melhoria dessas unidades elevam as estatísticas de atendimento, demonstrando a 112 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 existência de demanda reprimida. Além disso, é possível verificar, ao observar a estatística de morbidade dos hospitais de Rondônia, a existência de índices substanciais de doenças decorrentes da falta de saneamento básico. É inegável, entretanto, que houve avanços importantes. A taxa de mortalidade hospitalar que era de 1,36 em 1996 diminuiu para 1,08 no ano de 2002, de acordo com o Sistema de Informações Hospitalares do SUS. A rede assistencial melhorou em tamanho e em qualidade. A diversificação de especialidades à disposição da população foi também bastante ampliada. Em 2002, em hospital da rede privada na capital do Estado, foi realizado o primeiro transplante de rim entre vivos, o que confirma o avanço tecnológico à disposição da população. 2.1 – Perfil da População A avaliação do crescimento populacional de Rondônia entre 1995 e 2003 permite verificar um envelhecimento acentuado da população45. Em 2003 o número de pessoas com mais de 80 anos é maior que o dobro de 1995 e na faixa etária igual ou superior a 70 anos esse número é 70% maior. Quando a comparação é feita entre os resultados dos recenseamentos feitos em 1991 e 200046, observam-se algumas diferenças nos números. Mesmo assim os dados acompanham tendências semelhantes. Confrontando-se os resultados desses censos, verifica-se um crescimento de quase 111% da população com mais de 70 anos de idade, contra um crescimento percentual praticamente nulo do número de crianças com menos de cinco anos de idade. A população brasileira com essa idade também é estável com tendência de queda, mas a média da região Norte é de crescimento de 15% e Rondônia é o único estado dessa região que não teve aumento significativo47. 2.2 – Preservação da saúde De modo geral, a população de baixa renda recebe as orientações preventivas, entre outras fontes, através de Agentes Comunitários de Saúde e equipes de saúde da família, já que esses profissionais vão aos locais de moradia do cidadão. O anuário estatístico de Saúde 2001, realizado pelo Ministério da Saúde, informa que 50 dos 52 Municípios de Rondônia estão in45 – Vide Quadro 1 do Capítulo 8 - Saúde. 46 – Vide Quadro 2 do Capítulo 8 - Saúde. 47 – Vide Quadro 3 do Capítulo 8 - Saúde. 113 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 seridos no PACS – Programa de Agentes Comunitários de Saúde. São 2.117 agentes levando informações sobre preservação e promoção da saúde48. Outro programa do Ministério com abrangência bastante razoável em Rondônia é o Programa de Saúde da Família. De acordo com anuário estatístico, estima-se que 25,50% da população está coberta com equipes que incluem médicos, enfermeiros e pessoal de apoio, contra 25,40% da média nacional49. Não foram encontradas, porém, informações sobre a inclusão de cirurgiões dentistas nas 105 equipes que, segundo o documento, estão atuando nos 41 Municípios do Estado que aderiram ao programa. Outro fator a ser considerado ao tratar dos níveis iniciais de atenção à saúde é a questão do abastecimento de água. De acordo com a Companhia de Águas e Esgotos do Estado, houve um crescimento de 29,43% no volume de água produzida entre 1998 a 2002. Em 2003, a parcela da população urbana atendida chega a 53,3%. Outra informação da CAERD a ser considerada é a questão do esgoto sanitário. Nesse caso o número é irrisório: pouco mais de 1% da população tem ligação à rede de esgoto50. 2.3 – Rede Ambulatorial51 A rede de serviços ambulatoriais é a porta de entrada voluntária do cidadão no serviço público de saúde. A população da área rural que, de acordo com o último censo era de 35,89%52 do total, é atendida basicamente pelos Postos de Saúde. De acordo com o DATASUS, são hoje 672 postos de saúde cadastrados pelo SUS. Ji-Paraná, com 44 postos, Guajará-Mirim e Cacoal, ambos com 33 postos de saúde cada um, são os Municípios mais bem servidos do Estado53. Os Centros de Saúde, além de oferecerem serviços de atendimento e de consultas médicas, odontológicas e de enfermagem, atuam também na área de diagnóstico e terapia. Existem 93 unidades cadastradas, 92 delas geridas pelos Municípios e uma pelo Estado54. Onze policlínicas estão em funcionamento no Estado de Rondônia. A maior delas, Policlínica Osvaldo Cruz está localizada em Porto Velho e é ge48 – Vide Quadro 4 do Capítulo 8 - Saúde. 49 – Vide Quadro 5 do Capítulo 8 - Saúde. 50 – Vide Quadro 2 do Capítulo 8 - Infraestrutura urbana 51 – Vide Quadro 6 do Capítulo 8 - Saúde. 52 – Vide Quadro 7 do Capítulo 8 - Saúde. 53 – Vide Quadro 8 do Capítulo 8 - Saúde. 54 – Vide Quadro 9 do Capítulo 8 - Saúde. 114 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 rida pelo Estado. As demais são todas de responsabilidade dos Municípios. A capital conta com três policlínicas municipais, Cacoal e Ouro Preto vêm a seguir com duas. As outras policlínicas estão localizadas em Ji-Paraná, Rolim de Moura e Vilhena55. Existem, ainda, 38 unidades ambulatoriais localizadas em hospitais no Estado de Rondônia, além do atendimento médico, odontológico e de enfermagem prestado à classe industriária e comunidade em geral pelo SESI/RO. A rede ambulatorial do SUS no Estado de Rondônia prestou mais de quatorze milhões de atendimentos no ano de 2002. A grande maioria – 9.762.627 foram procedimentos básicos, mas registraram-se mais de quatro milhões de atendimentos especializados. Desses, quase três milhões na área de patologia, assim divididos: 2.678.297 em patologia clínica e quase 115.000 em anatomopatologia e citopatologia. Outros procedimentos mais sofisticados, como radioterapia, quimioterapia, e terapia renal substitutiva ocorreram, também, em número bastante considerável: 253.05356. É necessário lembrar que o número de procedimentos é bastante superior à população porque o mesmo paciente pode ser responsável pelo registro de vários procedimentos. 55 – Vide Quadro 10. 56 – Vide Quadro 11. 115 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 2.4 – Rede Hospitalar do SUS em Rondônia57 A maior parte dos hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde no Estado é gerida pelos Municípios. Em contrapartida, enquanto a média de leitos nos hospitais de propriedade do Estado é de 193, as unidades hospitalares sob gestão dos Municípios têm, em média 31 leitos. Além do Hospital de Base, o maior de Rondônia, pertencem ao Estado o Hospital e Pronto Socorro João Paulo II e o CEMETRON, especializado em doenças tropicais, todos localizados em Porto Velho. Atualmente, o Estado administra, também, o Hospital Cosme e Damião, de Porto Velho, contratado à iniciativa privada, onde presta serviços de pronto socorro infantil. Cacoal é o Município com maior número de leitos sob gestão do Município com quatro unidades, sendo duas próprias e duas contratadas. Guajará-Mirim tem uma unidade própria, uma contratada e uma filantrópica. 2.5 – Leitos nos Hospitais Fora da capital, que conta com 827 leitos hospitalares, o Município com maior número de leitos nas três unidades citadas anteriormente é GuajaráMirim com 83 leitos públicos, 60 filantrópicos e 24 contratados da rede particular. Vilhena vem a seguir, com 125 leitos, todos do Município. 2.6 - Morbidade nos hospitais58 A avaliação dos números relativos às internações revela dados excessivamente representativos para as causas ligadas às doenças infecciosas e parasitárias. Durante o ano de 2002, quase 22% das internações realizadas nos hospitais de Rondônia se deram em razão desses tipos de doença. A importância desses dados está no fato das doenças infecciosas e parasitárias serem, em sua grande maioria, evitáveis por medidas preventivas e educativas. No Brasil, como um todo, esse percentual não chega a nove por cento – 8,90%. Os agravos que atingem os aparelhos respiratório e genitourinário também são muito importantes em termos de números: respectivamente 19.925 casos ou 18,88% e 10.194 casos, que representam 10,01% do total. Ao todo, foram realizadas 101.831 internações nos diversos hospitais ligados ao SUS em Rondônia, em 2002. 57 – Vide Quadro 12. 58 – Vide Quadro 15. 116 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Em relação à idade dos internados59, um número muito considerável é o de crianças com menos de cinco anos de idade, ou seja, 17,23% do total de internações. A média brasileira é bem menor: 13,81% e da região Norte é próxima à nossa com 16,57% em relação ao total. Esses dados aumentam ainda mais a necessidade de intensificar as ações preventivas e de educação em saúde. Uma outra faixa etária a ser observada é a que leva as pessoas entre 20 e 40 anos incompletos aos leitos hospitalares, afinal são os cidadãos na plenitude de sua capacidade produtiva. Este grupo representa 34,56% do total de internações em Rondônia. Na região Norte são 38,99% das internações e no país, 33,83%. 2.7 - Nascimentos nos hospitais No ano de 2002 os hospitais de Rondônia realizaram 17.567 partos, dos quais 80,46% foram partos normais e 19,54% de partos cesáreos, o que pode ser considerado uma informação positiva, melhor de que a média brasileira, que é de 25,18% de partos cesáreos60. 2.8 – Mortalidade nos hospitais61 A taxa de mortalidade em nossos hospitais tem diminuído sensivelmente e está entre as menores em relação às demais Unidades da Federação. A média de dias em que o paciente permanece internado também apresenta números interessantes. Enquanto o doente passa, em média, 3,6 dias internados em Rondônia, a média brasileira é de 6,2 dias. O Estado do Rio de Janeiro tem a pior média com 10,8. Isso representa custos menores, já que os preços da internação hospitalar são, sabidamente, muito altos. Entretanto, os dados sobre a mortalidade nos hospitais e o tempo de internação devem ser observados com extremo cuidado. Se, por um lado, podem significar boa capacidade de solução dos casos, podem, também, significar que os outros Estados estão atendendo casos com muito maior complexidade e que necessitam de cuidados por tempo mais longo. Há ainda um fator a considerar. O Tratamento Fora de Domicílio – TFD – é um mecanismo do SUS que permite o envio de pacientes de um Estado para outro com melhores recursos. É perfeitamente possível que esse fato sobrecarregue outras unidades da Federação e alivie a sobrecarga em Rondô59 – Vide Quadro 16. 60 – Vide Quadro 17. 61 – Vide Quadro 18. 117 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 nia, diminuindo o tempo de internação e o número de óbitos por não atender casos extremamente complexos. Para menores de um ano de idade, a taxa de mortalidade hospitalar em 2002 é de 2,3% contra 3,82% da média brasileira. 2.9 – Vacinação A cobertura vacinal para crianças menores de um ano permanece em níveis bastante razoáveis. A prevenção contra algumas doenças que podem ser evitadas por vacinas ocorre em dois momentos: rotineiramente nas unidades ambulatoriais e durante as campanhas de vacinação. Segundo dados do PNI – Programa Nacional de Imunização – a poliomielite, nas duas campanhas realizadas anualmente, teve mais de cem por cento de cobertura em cada uma das fases. Isso ocorre porque, em decorrência do interesse dos sanitaristas em espalhar o vírus vacinal na comunidade, é feita a vacinação em massa, inclusive com busca ativa, em algumas regiões. A vacinação de rotina da mesma vacina – Sabin – contra a poliomielite, têm atingido uma média de 96,73% de cobertura. Contra o sarampo a média de cobertura dos últimos anos é de 100%. A vacina tríplice, que previne contra o tétano, a difteria e a coqueluche tem atingido uma média de 98% de cobertura. No caso da BCG, contra a tuberculose, é provável que algumas crianças estejam sendo vacinadas mais de uma vez, porque as informações do PNI apresentam como média uma cobertura de 115%. A cobertura contra a hepatite B, que em trabalho anterior da FIERO (1997) apresentava média ao redor de 75%, apresenta hoje uma cobertura próxima a 80%. Nos registros do PNI há uma informação negativa a respeito do ano de 1997, quando a cobertura vacinal para esta doença não teria chegado a 39%. 2.10 – Doenças Específicas A malária, que apresentou mais de 133 mil casos em 1994, diminuiu para 54.074 casos notificados em 2000 e caiu mais ainda em 2001: 44.004 casos. Rondônia é o terceiro Estado do Norte em números absolutos desta doença, atrás do Pará e do Amazonas, que apresentam, respectivamente, 184 mil e 48 mil casos. Outra doença que foi motivo de preocupação na última versão do Perfil Socioeconômico e Industrial do Estado de Rondônia, a leishmaniose tegumentar também apresentou queda, embora de forma menos significativa. Os dados apresentados na época registravam 2.249 casos. Em 2001 foram 118 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 notificados 1.975 casos. A AIDS vem apresentando uma média de 30 casos por ano desde 1997. Em relação ao dengue, a FUNASA – Fundação Nacional de Saúde relata que o primeiro trimestre de 2003 apresenta uma queda importante em relação ao número de casos notificados no primeiro semestre de 2002. Rondônia, que entre janeiro e março de 2002 notificou 1.480 casos de dengue clássico, apresentou 791 casos para o mesmo período de 2003. Trata-se de uma queda de 46,55% em relação ao anterior, melhor que os resultados da região Norte, que foram de pouco mais de 36%. 2.11 – Planos de Saúde De acordo com ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, estão devidamente registradas na entidade, que é a responsável pela regulamentação do setor, onze operadoras atuando no Estado. 2.12 – A Saúde no Estado de Rondônia em relação aos Estados do Acre e demais Unidades Federadas do Centro-Oeste O Ministério da Saúde preparou o Estudo “Indicadores e Dados Básicos Brasil 2001” utilizando dados de 2000 relativos a todas as Unidades da Federação. Para este trabalho selecionaram-se itens que dão indicativos importantes a respeito do estágio da saúde em Rondônia e o comparativo com as demais Unidades da Federação do centro-oeste e estado do Acre, (unidades federadas que buscam, através de um projeto integrado, o desenvolvimento para a região, denominado MERCOESTE). O número de trabalhadores mortos em acidentes de trabalho apresenta dados preocupantes. De acordo com o Estudo do Ministério, temos mais que o dobro de óbitos por essa causa que a média das demais Unidades da Federação. Enquanto no ano de 2000 morreram, em Rondônia, 105,33 trabalhadores para cada 100.000 trabalhadores segurados, essa proporção no Mercoeste foi, em média, de 43,94. O número de leitos por mil habitantes está também um pouco aquém da média, embora superior ao Distrito Federal. Temos 2,67 leitos por mil habitantes contra 2,48 da Capital federal. A média do Mercoeste ficou em 3,12 leitos/1000 habitantes. Cada rondoniense teve acesso naquele ano a 1,54 consulta em média. Os acreanos 1,36 e os mato-grossenses 2,38, o melhor número. Quando se compara o Estado de Rondônia aos Estados da região Norte ou à média brasileira, o Estado parece estar em patamares bastante razoá119 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 veis. Em relação às demais unidades federadas do Mercoeste, entretanto, Rondônia ainda está a requerer melhorias na área de saúde62. 3 – SEGURANÇA PÚBLICA Na falta de uma definição expressa e inequívoca da expressão “segurança pública”, é possível aduzir, do texto constitucional, que ela seja uma condição, que incumbe ao Estado o dever de assegurá-la. Advém também do texto constitucional que o “provimento da segurança pública”, por definição semântica da expressão “segurança”, bem como pela referência aos órgãos de execução citados, implique em assegurar um estado de coisas em que os cidadãos da Nação estejam protegidos da vitimização pelo crime e pela violência, sinistros, acidentes e desastres. Pode-se, portanto, concluir que a segurança pública é uma atividade pertinente aos órgãos estatais, realizada com o fito de proteger a cidadania, prevenindo e controlando manifestações da criminalidade e da violência, efetivas ou potenciais, e garantindo o exercício pleno da cidadania dentro dos limites da lei. As políticas, métodos e processos que traduzem o provimento da segurança pública, instrumentais para a materialização do preceito constitucional, são pertinentes, basicamente, ao domínio da gestão dos poderes executivo Federal, Estadual e Municipal. Embora as responsabilidades sobre a segurança pública estejam bem definidas na Constituição brasileira, o fato é que este dever constitucional do Estado vem enfrentando sérias dificuldades no país e o avanço da criminalidade tem sido constante. A ação estatal tem se traduzido na aplicação de medidas paliativas, ou uma penosa troca de acusações de incompetência e corrupção entre os Executivos e os Judiciários, reforçando a tese de que as ações policiais esporádicas e baseadas no empirismo trazem resultados efêmeros. No Estado de Rondônia a situação da segurança pública se agrava a cada ano. A cada dia, a população reclama das autoridades pelo aumento da criminalidade, motivada, em grande parte, pela situação econômica do país e do Estado, que amplia as desigualdades sociais, e pela ineficiência do sistema preventivo e repressivo do Estado, situação que preocupa a sociedade. Dados divulgados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e pela Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia indicam Rondônia como um dos estados mais violentos do Brasil. 62 120 – Vide Quadro 20 no Anexo ao Capítulo 9 - Saúde. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 No que se refere a homicídios, por exemplo, em 1999 Rondônia ocupava a sétima posição em nível nacional, com uma taxa de 34,16 homicídios dolosos por cem mil habitantes no Estado. O Estado mais violento por este critério foi o Espírito Santo, sendo registrados 51,94 homicídios para cada cem mil habitantes. Entre 1999 e 2002 houve um incremento de 16,56% no número de homicídios dolosos no Estado, passando para 40,16 casos para cada cem mil habitantes no ano 200263. Dados do Ministério da Justiça referentes àquele ano apontam Porto Velho como a capital dos estados brasileiros com a maior taxa de homicídios dolosos do país. Com relação a homicídios culposos, incluindo os acidentes de trânsito, Rondônia e sua capital Porto Velho, aparecem entre os cinco estados brasileiros com as maiores taxas, em 2002, com 20,88 homicídios para cem mil habitantes. Quanto à ocorrência de estupros, Rondônia aparece entre os estados mais violentos do país desde 1999, ficando em segundo lugar em nível nacional, com 23,83 e 25,98 estupros por mil habitantes em 1999 e 2000, respectivamente, atrás apenas do Estado do Amapá. Entre 1999 e 2002 houve um incremento de 21,40% no número de casos. Em 2002, Porto Velho foi a capital dos estados brasileiros com maior incidência neste tipo de crime. Outro indicador de violência é o número de veículos roubados. Rondônia aparecia em nono lugar em 1999 e em quinto em 2002, dentre todas as unidades da federação. A taxa de incremento de roubo de veículos em Rondônia foi de 127,34% neste período. No que se refere a ocorrências de roubo de uma maneira geral, Rondônia também aparece novamente em destaque. Em 1999 foram 244,1 ocorrências de roubos para cada cem mil habitantes e em 2002 foram 426,32, um incremento de 79,69% no período. Em 2002, Porto Velho apresentou a segunda maior taxa nesse tipo de crime dentre as capitais dos estados brasileiros. Com relação a furtos de veículos e outros furtos, Rondônia aparece entre os dez estados brasileiros com as maiores ocorrências. Em 2002, Porto Velho aparece nas estatísticas como sendo a décima capital dos estados brasileiros com maior taxa de furtos de veículos e a sexta em outros furtos. Em síntese, qualquer que seja o indicador de violência e criminalidade o Estado de Rondônia aparece com um destaque nada invejável. O mais grave é que as estatísticas mostram um crescimento da violência e da criminalidade no Estado ao longo dos últimos anos. O aumento da criminalidade se reflete no aumento da população car63 – Vide Tabela 1 do Anexo ao Capítulo 10 - Segurança Pública. 121 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 cerária e nos conflitos que têm ocorrido entre os apenados e entre estes e os agentes penitenciários e policiais, bem como, nas fugas constantes de presos, revelando a vulnerável situação no sistema prisional do Estado. Em 1980 a relação era de um preso para cada 5.169 habitantes de Rondônia. Em fevereiro de 2003 a proporção é de um preso para cada 369 habitantes64. Existem 3.621 presos para uma capacidade nas penitenciárias e delegacias de apenas 1.579 vagas, indicando a superlotação no sistema carcerário65. O resultado é o aumento no número de mortes no interior do sistema. Em 2001 ocorreram 20 mortes no sistema. Em 2002, foram 38 mortes e em 2003 já ocorreram 4 mortes no sistema, só nos três primeiros meses do ano66. Outro resultado é o aumento das fugas dos presos. As ações desenvolvidas pelo Estado nos últimos anos, como aplicação de recursos nos focos de tensão social, aumento do número de viaturas, motos e bicicletas, descentralização e espacialização das ações, têm resultado na melhoria de alguns indicadores, como o aumento do número de pessoas presas em flagrante, aumento da apreensão de cocaína e outros entorpecentes, aumento das prisões de pessoas com mandados de prisão, aumento da apreensão de armas em poder da população e redução da corrupção entre 64 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 10 - Segurança Pública. 65 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 10 - Segurança Pública. 66 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 10 - Segurança Pública. 122 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 os membros das corporações. No entanto, essas ações ainda são insuficientes para combater o aumento da criminalidade, mesmo porque o combate à violência e à criminalidade não pode ser realizado somente com ações repressivas, necessitando de políticas que promovam o desenvolvimento e combatam as desigualdades sociais. Neste sentido, o combate à violência e à criminalidade deve ser feito atacando-se as causas geradoras desses fenômenos sociais, com investimentos para melhorar a qualidade de vida da população, bem como procurando minimizar os seus efeitos, reduzindo a impunidade. Assim, as ações a serem desenvolvidas deverão ser de duas ordens: preventivas e repressivas. As ações preventivas de combate às causas indutoras da violência e da criminalidade devem ser, dentre outras: • Diminuir a situação de exclusão de jovens, possibilitando-lhes acesso às suas necessidades básicas de educação, saúde, lazer, dentre outras, assim como desenvolver políticas de recuperação, principalmente de menores em conflito com a lei; • Investir na construção de moradias para as populações mais carentes, bem como melhorar a infra-estrutura básica de habitação e saneamento básico, especialmente na periferia das cidades rondonienses; • Buscar ações que permitam à população ter acesso as suas necessidades básicas e garantam a geração de empregos, melhorando a qualidade de vida e a inclusão social e geração de renda, associativismo, qualificação profissional, dentre outros; • Proporcionar a todos o acesso à educação de qualidade e fomentar o hábito da leitura, principalmente entre os jovens, facilitando o acesso ao livro, assim como promover eventos de incentivo à cultura e desenvolver ações concretas nas áreas de esporte e lazer; • Oferecer tratamento de saúde gratuito e de qualidade à população, bem como disseminar a prática da medicina preventiva que reduz consideravelmente os custos e aumenta os benefícios; • Implementar políticas de geração de emprego e renda. As ações repressivas de combate às conseqüências imediatas da violência e da criminalidade devem ser realizadas de forma a: • Integrar as ações das Polícias Civil e Militar para atuarem em perfeita harmonia no combate à criminalidade, resguardando-se as competências constitucionais, assim como promover ampla integração operacional com as Polícias Federal e Rodoviária Federal, Forças Armadas e órgãos policiais dos demais Estados da Federação; 123 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 • Desenvolver uma programação de relações comunitárias que propicie à polícia integrar e interagir com a comunidade; • Qualificar os recursos humanos das polícias e da Superintendência Penitenciária para melhor desenvolverem suas atribuições constitucionais; • Desenvolver um sistema de inteligência policial dedicado à busca de dados, seu processamento, análise e distribuição de informações necessárias ao planejamento estratégico, tático e operacional; • Completar e redistribuir os efetivos policiais no âmbito do Estado de Rondônia, considerando as necessidades das áreas mais críticas, especialmente as periferias das regiões urbanas e faixa de fronteira com a Bolívia; • Utilizar moderna tecnologia e equipamentos apropriados para antecipar as ações que afetam a segurança pública, prevenindo sua ocorrência, bem como atuar com eficácia no sentido de restaurar a ordem pública; • Desenvolver nos órgãos responsáveis pela segurança pública, a partir dos cursos de formação, consciência institucional do respeito aos direitos humanos e às garantias constitucionais; • Ampliar o controle sobre a atividade policial, reprimindo rigorosamente a corrupção, a violência policial e o desrespeito aos direitos humanos; • Humanizar o Sistema Penitenciário; • Realizar o acompanhamento e a avaliação de resultados. ***** 124 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Parte III Meio Ambiente APRESENTAÇÃO O aproveitamento dos recursos naturais em harmonia com a proteção do meio ambiente tem sido preocupação permanente de vários segmentos da sociedade brasileira e internacional. Esta preocupação é maior em se tratando da Amazônia, principalmente após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a chamada Conferência do Rio, ou ECO-92. Esta questão levantou, em Rondônia, um elevado nível de consciência crítica provocada, em parte, pela rápida expansão das atividades agropecuárias durante os primeiros anos de implantação dos Projetos de Colonização do INCRA, que fatalmente implicavam em derrubadas e queimadas para o preparo das áreas de cultivo, o que veio a despertar a atenção da opinião pública nacional e mundial. A elevação do antigo Território Federal à categoria de Estado, em 1982, 125 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 se deu em meio a um clima de enorme agitação motivado pelos problemas ambientais que a conquista destes novos territórios poderiam representar para o país e para o mundo, caso não houvesse uma preocupação maior das autoridades, tanto federais quanto estaduais, para com o assunto. Ainda que os naturais de Rondônia, bem como seus novos ocupantes, pudessem entender tais manifestações como derivadas do sentimento de culpa daqueles países ou estados que já haviam arrasado suas florestas nativas, houve suficiente consciência local para que se assumissem determinados postulados ambientais, a ponto da primeira Constituição Estadual, promulgada em 1982, trazer toda uma Seção sobre o tema, e da Legislação Complementar sobre Meio Ambiente, votada a partir daquela data, ser considerada uma das melhores do país. Contudo, a exploração florestal desencadeada no Estado nas duas últimas décadas, se caracterizou pelo puro extrativismo vegetal, em sucessivas intervenções nas florestas, sem nenhuma preocupação com a regeneração natural ou reflorestamento. Fica claro que a exploração madeireira no Estado nunca esteve próxima de uma atividade racional. Não por culpa exclusiva dos empresários mas, principalmente, pela falta de uma política séria e direcionada dos órgãos ambientais, estaduais e federais, que não conseguiram definir claramente as diretrizes a serem observadas pelo setor. O Governo Federal, preocupado com a ocupação desordenada da região, e constatando a pouca capacidade dos Governos Estaduais de Rondônia e Mato Grosso de fazer frente à necessidade de apoio socioeconômico à população migrante, implantou o POLONOROESTE, programa financiado pelo Banco Mundial que tinha como objetivo a maior integração regional, incorporando a idéia do ordenamento territorial, numa ótica de sustentabilidade a longo prazo. O Programa, porém, enfatizando os aspectos de desenvolvimento agropecuário como ferramenta de fixação da população ao campo, descuidou, em vários aspectos, da questão ambiental, o que motivou a criação de um novo programa, igualmente financiado pelo Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento – BIRD, intitulado PLANAFLORO, o Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia, cuja espinha dorsal foi o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado. Este assunto será tratado no capítulo a seguir. ***** 126 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 11 O ZONEAMENTO, AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E AS TERRAS INDÍGENAS 1 – DESMATAMENTO S sendo Rondônia um Estado muito novo, e ainda em formação, a ação antrópica se manifesta muito mais pela intervenção na floresta do que através de fatores industriais ou de concentração urbana. O desmatamento é apontado como o maior problema ambiental existente no Estado de Rondônia. Seu monitoramento vem sendo feito, ao longo dos últimos anos, pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental -SEDAM, órgão do Governo do Estado de Rondônia, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE e pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Esse monitoramento é realizado com base em medições dos dados de imagens de satélite, utilizando-se o geoprocessamento. Os projetos de colonização e o asfaltamento da BR-364 foram determinantes no processo de desmatamento do Estado, tanto assim que os índices registrados na década de 70, situavam-se próximo de zero. Já entre 1978 e 1988, a área desmatada de Rondônia passou de 420 mil para 3 milhões de hectares, passando a partir de então a crescer a taxas entre 12 e até 24,5% ao ano sobre o incremento médio anual. Entre 1978 e 2002, o desmatamento alcança 61.986,14 km2, correspondendo a 25,99% da área territorial do Estado67. A média anual do desmatamento, entre 1988 e 1998, período com maior número de medições efetivas, foi de aproximadamente 2.380,70 km2/ano. Para o ano de 1993 os valores podem estar subestimados, pois foram utilizadas, em algumas áreas, imagens de 1992. Este fato pode ter influenciado no resultado de 1994, já que este é uma média do desmatamento do período 1993 a 1995. Como se pode observar pelos dados, houve uma tendência de redução do desmatamento entre 1989 e 1991, voltando a crescer entre 1992 e 1996, e, a partir daí, apresentando uma tendência de queda. O período que registrou maior desmatamento foi entre 1993 e 1995, com média anual de 67 – Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 11. 127 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 aproximadamente 3.950,00 km2, contra 1.720,00 km2 de média anual entre 1988 e 1992. Entre 1993 e 1995, o desmatamento foi muito elevado quando comparado aos anos anteriores e posteriores da década de 1990. Segundo o relatório Avaliação do Desmatamento em Rondônia, elaborado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – SEDAM, o desmatamento excessivo neste período é resultado da política de Reforma Agrária do Governo Federal, aumentando a pressão sobre os latifúndios improdutivos, que na região significam grandes propriedades com cobertura vegetal natural, podendo ser desapropriados para efeito de reforma agrária e/ou pagamentos de Imposto Territorial Rural – ITR elevados. Outro aspecto importante foi a ação do INCRA no sentido de regularizar áreas com Contratos de Promessa de Compra e Venda - CPCV’s, e Contratos de Alienação de Terras Públicas - CATP’s, dentre outros, o que provocou um aumento do desmatamento para ser apresentado como benfeitoria para efeito de regularização da propriedade, evitando assim que pudesse ser revertida ao INCRA e usada para fins de Reforma Agrária. Nas regiões de fronteira agrícola interna o desmatamento também foi intensivo entre 1993 e 1996, nos municípios de Costa Marques68, São Francisco, Seringueiras, São Miguel do Guaporé, Buritis e Campo Novo, o que é considerado natural para uma região em que ocorrem muitas novas ocupações. É surpreendente, o aumento do desmatamento em regiões de colonização antiga, como a região de Ji-Paraná e Ouro Preto d’Oeste, onde grande parte das propriedades rurais já não tinha suas reservas legais, como exige a legislação ambiental. Esse desmatamento ocorre nas pequenas e médias propriedades, cuja destinação de uso é pastagem para pecuária leiteira e implantação de café. Em 1996 os municípios que mais desmataram, considerando o percentual da área do município desmatado, foram exatamente aqueles de colonização antiga, com grande número de pequenas e médias propriedades, como Teixeirópolis, Primavera de Rondônia, São Felipe D’Oeste, Ministro Andreazza, Nova União, Urupá, Novo Horizonte do Oeste, Vale do Paraíso, Castanheiras e Santa Luzia D’Oeste. Em 1997, o desmatamento foi mais intensivo nos municípios de Teixeirópolis, Cabixi, Theobroma, Santa Luzia D’Oeste, Alvorada D’Oeste, Ouro Preto D’Oeste, Jarú, Vale do Anari, Nova União, Urupá e Machadinho D’Oeste, continuando a tendência do ano anterior de desmatamentos elevados em municípios de colonização antiga, onde predominam pequenas e médias propriedades. Nas regiões de ocupação recente os municípios que 68 128 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 11. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 mais desmataram foram Buritis, Campo Novo, São Miguel, Seringueiras e São Francisco. Entre 1998 e 2002, o desflorestamento foi maior em Porto Velho e nas regiões de expansão da fronteira, em Buritis, Campo Novo de Rondônia, São Francisco do Guaporé e Machadinho d’Oeste, em função da implantação de Projetos de Assentamento e regularização fundiária. Os municípios com desmatamentos mais acentuados, em área absoluta, são Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Jaru, todos com desmatamento superior a 2.000km2. Em números relativos, Teixeirópolis, São Felipe e Rolim de Moura já desmataram mais de 80% de suas áreas territoriais. De uma maneira geral, pode-se afirmar que o principal uso das terras desmatadas em Rondônia é pasto para a pecuária bovina69. Quanto aos pequenos desmatamentos, praticados em pequenos estabelecimentos rurais, são destinados, em geral, à lavoura do café, lavouras anuais e pastagens para a pecuária leiteira. Estima-se que aproximadamente 75% das áreas desmatadas do Estado sejam ocupadas com pastagens, 10% com agricultura e 15% correspondendo a capoeiras, cidades e vilas, garimpos e atividades minerais, estradas, infra-estrutura e lagos artificiais. 2 – REFLORESTAMENTO Embora a indústria madeireira de Rondônia tenha se desenvolvido segundo um modelo de exploração extrativa, com o simples corte de espécies selecionadas, basicamente em função da cotação alcançada no mercado pelas espécies-alvo, a atividade vem sendo reordenada para uma atuação em bases empresariais, voltando-se para o reflorestamento, o manejo florestal e outras práticas. Atualmente, apesar das incertezas provocadas pela atuação dos órgãos normativos e fiscalizadores, encontra-se no caminho da auto-sustentação. Hoje existem empresários que, individualmente e/ou como participantes de Associações e/ou Cooperativas, desenvolvem vários projetos de reflorestamento e de condução da regeneração natural. Os primeiros e importantes resultados destas ações irão suprir a indústria madeireira nas próximas décadas em bases racionais e empresariais. Para o reflorestamento as espécies mais utilizadas são: a teca, o freijó, o mogno, a caixeta e o cedro-rosa. De importância também são os plantios de ipê, leiteira, pinus, açaí, faveira, itaúba, marupá, bandarra, cerejeira, sa69 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 11. 129 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 maúma, sucupira, entre outras. 3 – O PLANAFLORO O Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia (Planafloro), teve sua origem a partir da identificação dos problemas advindos do intenso processo de migração pelo qual passou o Estado, sobretudo na década de 80. O projeto teve seu contrato de empréstimo assinado em 19 de setembro de 1992 entre o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD e a República Federativa do Brasil, para execução pelo Estado de Rondônia. O principal objetivo do Planafloro consistiu na implementação de ações que propiciem o aproveitamento racional dos recursos naturais, de forma a favorecer o desenvolvimento sustentável de Rondônia. Politicamente, o PLANAFLORO atendia à necessidade do Governo do Estado de substituir o POLONOROESTE, quando se encontrava em fase de conclusão, ao tempo que surgia como alternativa capaz de assegurar os recursos indispensáveis à viabilização de programas essenciais à consolidação de atividades produtivas, sociais e ambientais de Rondônia. Do ponto de vista econômico, o PLANAFLORO foi uma ousada proposta de captação de recursos financeiros do Banco Mundial para viabilizar o desenvolvimento do Estado de Rondônia. Não se pode esquecer que estes empréstimos acarretam pesados ônus a toda população do país, razão pela qual exigem uma competente análise da relação existente entre os custos financeiros do projeto e os benefícios sociais e econômicos que produzem. Nesta análise, o Governo do Estado não pode prescindir da participação da sociedade civil organizada. Socialmente foi uma proposta pioneira, ao ensejar a participação da sociedade civil nos processos de diagnóstico, análise e proposição de soluções, o que se consubstancia nos planejamentos das ações realizadas. 130 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tecnicamente foi uma proposta inovadora, ao viabilizar o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico - ZEE que, em síntese, é um instrumento técnico e político de planejamento das peculiaridades regionais, segundo critérios de sustentabilidade, de absorção de conflitos, e de temporalidade, o que lhe atribui um caráter de processo dinâmico que deve ser periodicamente revisto e atualizado, capaz de agilizar a passagem para um novo padrão de desenvolvimento. O ZEE, portanto, não é um fim em si, nem mera divisão física, e tampouco visa criar zonas homogêneas e estáticas cristalizadas em mapas. O PLANAFLORO, elaborado nesta perspectiva, trouxe em seu conjunto de componentes, atividades que visaram promover a implantação de modelos de desfrute dos recursos naturais, numa visão de longo prazo e de sustentabilidade, tanto econômica quanto ambiental. O que se assiste em alguns países da Europa é a exigência crescente de certificados de origem para produtos oriundos de regiões de trópico úmido, que comprovem ser tal produção sustentável. Isto só é possível de ser plenamente atingido com a implantação de novos sistemas de manejo e uso da floresta, do solo e da água, que permitam a conservação destes recursos. O POLONOROESTE teve como objetivo principal o caráter desenvolvimentista e trouxe para Rondônia US$ 1 bilhão. O PLANAFLORO, através do seu documento principal de negociação, o Zoneamento SocioeconômicoEcológico, alavancou para as atividades de desenvolvimento e preservação somente US$ 228,9 milhões. Como vimos, mesmo com a prorrogação do PLANAFLORO, os recursos foram insuficientes para atender a demanda de investimentos necessários ao pleno desenvolvimento do Estado. Diante de tal situação, é imperiosa a elaboração de um novo Projeto, a ser negociado com o Banco Mundial. Baseados no Zoneamento, os recursos alocados seriam aplicados exclusivamente nas áreas de exploração agropecuária intensiva, atividades de reflorestamento, fomento à indústria e à agroindústria, além de projetos de infra-estrutura rodoviária e urbana (recuperação da malha viária, ampliação de sistemas de abastecimentos de energia, de água, entre outros). Este novo Projeto, irrigando com suficientes recursos as áreas destinadas à exploração intensiva definidas pelo Zoneamento, compensaria, de certa forma, a preservação dos ecossistemas frágeis de Rondônia, alterando significativamente a atual configuração econômica do Estado, proporcionando um novo impulso desenvolvimentista, baseado na auto-sustentabilidade, garantindo renda e bem estar social. Caso o Governo de Rondônia não consiga, através de negociação com o Banco Mundial, um novo projeto, de nada valerão os Programas e recursos advindos do PLANAFLORO, pelo simples fato de não existir no momento, nenhuma política governamental de incentivos para implantação de proje131 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 tos que venham proporcionar o desenvolvimento das Zonas 1 e 2 do atual Zoneamento. Para que se evitem pressões de toda ordem por invasões de áreas de preservação e conservação, é necessário que se criem políticas de desenvolvimento e instrumentos de aplicação de recursos, objetivando a verticalização da atividade produtiva em áreas existentes na Zona 1 e 2, para que haja o desestímulo das iniciativas de derrubadas de mais florestas. 4 – O ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO-ECOLÓGICO Visando racionalizar a ocupação do espaço rural do território de Rondônia, de forma a promover o desenvolvimento econômico evitando desequilíbrios ecológicos, preservando os ecossistemas frágeis e/ou representativos da biodiversidade, o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico (ZSEE) foi implantado no Estado em meados da década de 1980, como uma estratégia para reverter os problemas sociais e ambientais causados pela expansão desordenada da fronteira agrícola. A elaboração do ZSEE do Estado, em sua primeira aproximação, ocorreu entre 1986 e 1988. As zonas, conceituadas como áreas com características homogêneas, foram estabelecidas em função dos seus meios físico e biótico, correlacionados aos aspectos socioeconômicos decorrentes da ação antrópica, tendo sido definidas seis zonas: a zona 1 foi indicada para intensificação da exploração agropecuária, destinada ao desenvolvimento de atividades agrícolas, pecuárias e agroflorestais; a zona 2, recomendada para o desenvolvimento de atividades agropecuárias e consórcios agroflorestais, priorizando-se os pequenos produtores organizados em comunidades; a zona 3, definida como a zona ribeirinha, sendo recomendado o aproveitamento de várzeas e terras firmes marginais aos rios, principalmente o Mamoré, o Madeira e o Machado, para atividades agroflorestais e pesqueiras; a zona 4, destinada ao extrativismo vegetal e de essências florestais, como castanhas, gomas, óleos, frutos e raízes, mediante manejo dos recursos naturais; a zona 5, destinada ao extrativismo madeireiro, também com manejo adequado dos recursos florestais, a zona 6, definida como zona de ecossistemas frágeis ou muito frágeis, destinadas à preservação e/ou conservação, incluindo as unidades já existentes e as Terras Indígenas legalizadas. Instituído por decreto em 1988, transformou-se posteriormente na Lei Complementar nº 52, de 20 de dezembro de 1991, tendo vigorado até junho de 2000. Ao longo desse período algumas modificações ocorreram através de Leis Complementares, como as de nº 152, de 1996 e n° 171, de 1997, mas não houve mudanças de zonas, apenas redefinições de usos em algumas áreas que apresentavam conflitos quanto ao zoneamento. Entre 1996 e 1998 foram realizados estudos para subsidiar a elabora133 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ção da Segunda Aproximação do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico do Estado de Rondônia, que foi concluída em 1999 e instituída pela Lei Complementar nº 233, de 06 de junho de 2000. O objetivo dessa segunda aproximação foi detalhar o conhecimento sobre os meios físico, biológico e socioeconômico. A primeira aproximação foi realizada utilizando-se escala de trabalho e de representação de 1: 1.000.000. Na segunda utilizou-se escala de trabalho de 1:250.000 e de representação de 1:1.000.000, portanto com maior nível de detalhes. O resultado foi a definição de três zonas para todo o Estado, sendo a primeira dividida em quatro subzonas, a segunda em duas e a terceira em três. Esta divisão teve como base os critérios a seguir. As áreas com alto nível de ocupação humana e alto potencial natural (solos com boa aptidão agrícola e com baixa susceptibilidade à erosão), onde o uso da floresta natural já não pode ser feito, dado o elevado nível de antropismo, foram destinadas à consolidação de atividades socioeconômicas. Estas são as características da subzona 1.1. Quando existe médio nível de ocupação humana (potencial social), todavia, em processo acelerado de ocupação agropecuária, com conversão da floresta, mas ainda predominando a cobertura florestal natural, onde a aptidão agrícola preponderante é regular, a vulnerabilidade natural à erosão é predominantemente baixa a média, recomendou-se a regularização fundiária, mas com controle da exploração florestal e do desmatamento. A subzona 1.2 tem estas características. As áreas onde predominam a cobertura vegetal natural, cujo processo de ocupação agropecuária é incipiente, com expressivo potencial florestal, com aptidão agrícola predominantemente restrita, médio nível de suscetibilidade à erosão, receberam recomendação de que as atividades agropecuárias existentes podem ser mantidas, mas sua expansão não deve ser estimulada. Estas são características que correspondem à subzona 1.3. Áreas com estrutura fundiária definida, mas com restrições naturais ao desenvolvimento de atividades que impliquem na conversão da cobertura vegetal natural, como alta suscetibilidade natural à erosão, foram indicadas para recuperação. Nas áreas já desmatadas, recomendou-se a implantação de sistemas de exploração que garantam o controle da erosão, tais como reflorestamento, consórcios agroflorestais e culturas permanentes, de um modo geral. A subzona 1.4 tem essas características. Às áreas onde o nível de ocupação humana é pouco expressivo ou inexpressivo e a suscetibilidade à erosão é elevada, recomendou-se que sejam exploradas em seu estado natural por meio do manejo florestal. Essas áreas correspondem às subzonas 2.1 e 2.2, sendo que esta última é mais vulnerável que a primeira. Além dos aspectos já citados, levou-se em con134 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 sideração, para definição dessas subzonas, o potencial hídrico, a riqueza da biodiversidade e as áreas onde os estudos indicaram a existência de espécies raras de animais ou vegetais ou beleza cênica. E, finalmente, as áreas institucionais, que são as unidades de conservação e terras indígenas já existentes. A subzona 3.1 é constituída por unidades de conservação do uso sustentável, a subzona 3.2 por unidades de proteção integral e a 3.3 por terras indígenas. O zoneamento do Estado foi elaborado e instituído, mas precisa ser implementado por meio de políticas públicas que possam concretizar suas diretrizes, reforçando as características de cada zona, seja para a exploração econômica racional, conservação ou preservação. Além disso, é preciso administrar o banco de dados do zoneamento, alimentando-o com novas informações, para que o Estado possa conhecer, de forma cada vez mais detalhada, suas potencialidades e vulnerabilidades, indicando a melhor forma de uso para seus recursos. Faz-se necessário também o apoio ao ordenamento territorial urbano, por meio dos planos diretores, obedecendo ao Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001, que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição brasileira que tratam do uso do solo urbano). De acordo com o Estatuto da Cidade, o ordenamento e controle do uso do solo são importantes para evitar a utilização inadequada dos imóveis urbanos; a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivo ou inadequado em relação à infra-estrutura urbana; a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego sem a previsão da infra-estrutura correspondente; a retenção especulativa de imóvel urbano que resulte na sua subutilização ou não utilização; a deterioração das áreas urbanizadas e a poluição e a degradação ambiental; O plano diretor é um instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, sendo obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes e em áreas de especial interesse turístico ou áreas de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. Alguns municípios de Rondônia que se enquadram nesses critérios já possuem planos diretores aprovados, mas precisam adequá-los ao Estatuto da Cidade. Outros precisam elaborar seus planos diretores já em consonância com a Lei. 5 – UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Institucionalmente as Unidades de Conservação são espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com ca135 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 racterísticas naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, aos quais se aplicam garantias adequadas de proteção. O Estado de Rondônia possui uma área de 23.851.289 ha, da qual 19,83% destinada às Unidades de Conservação70, em um total de 59, sendo 25 Reservas Extrativistas (1.390.145.25ha), 04 Estações Ecológicas (245.241ha), 08 Parques (1.717.492ha), 04 Reservas Biológicas (629.895ha), 13 Florestas (756.281ha), 04 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (2.760ha), 01 Área de Proteção Ambiental (6.141ha)71. Conforme a Lei nº 9.985, de 18 de junho de 2000, as Unidades de Conservação dividem-se em dois grupos: • UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL – tendo como objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos recursos naturais, ou seja, explorar o ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável; • UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL – tendo como objetivo preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos recursos naturais, ou seja, manter os ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitindo apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, as Categorias de Unidades de Conservação encontram-se assim conceituadas: Estação Ecológica (Proteção Integral): são unidades de conservação com amostras representativas de ecossistemas terrestres e/ou aquáticos; tendo como objetivos básicos a preservação integral da biota e demais atributos naturais nelas existentes, como também a realização de pesquisa científica básica e aplicada à educação. Área de Proteção Ambiental - APA (Uso Sustentável): é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de 70 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 11. 71 – Vide Tabela 5 no Anexo ao Capítulo 11. 136 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Floresta Nacional e Floresta de Rendimento Sustentado – FERS (Uso Sustentável): é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem por objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais, com ênfase em métodos para a exploração sustentável de florestas nativas, a pesquisa científica, a manutenção dos recursos hídricos, a educação e o ecoturismo. Reserva Particular do Patrimônio Natural Estadual – RPPN (Uso Sustentável): é uma área privada, gravada com perpetuidade, com objetivo de conservar a diversidade biológica. Reservas Extrativistas - RESEX (Uso Sustentável): é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no uso múltiplo dos recursos naturais, podendo praticar de forma complementar ao extrativismo, a agricultura de subsistência, sistemas agroflorestais, manejo florestal, criação de animais de pequeno porte (excepcionalmente de grande porte para subsistência); manejo de pesca e animais silvestres e prática do ecoturismo. Têm como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, assegurando o uso sustentável dos recursos naturais da unidade, a conservação da diversidade biológica e a manutenção dos recursos hídricos. Parques Municipal/Estadual/Federal (Proteção Integral): são espaços terrestres ou aquáticos que têm como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e preservação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. Reservas Biológicas – REBIO (Proteção Integral): são unidades de conservação destinadas à preservação integral da biota e demais atributos existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais a qualquer título, executando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e o manejo das espécies que o exijam, a fim de preservar a diversidade biológica. Rondônia apresenta em algumas de suas Unidades de Conservação sobreposição de áreas: é o caso do Parque Nacional Pacaás Novos e da Reserva Biológica Guaporé, que têm sobreposição com as Terras Indígenas Uru Eu Wau Wau e Massaco, respectivamente. Neste caso, optou-se por não calcular a área do Parque Nacional Pacaás Novos por estar totalmente sobreposta pela Terra Indígena Uru Eu Wau Wau e considerar apenas a diferença das áreas, no caso da Rebio Guaporé. Existe hoje, no IBAMA, proposta de criação de Floresta Nacional e uma Reserva de Rendimento sustentável. 137 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 De acordo com o Relatório de Fiscalização Ambiental (PLANAFLORO, 2003), a maior parte das unidades de conservação de Rondônia apresentou ou apresenta problemas com invasores, sendo eles madeireiros, garimpeiros, fazendeiros e pequenos agricultores. A manutenção dessas unidades requer ações de monitoramento, fiscalização e gestão por parte do poder público e da sociedade. Essas ações devem ser realizadas com o apoio das comunidades que moram no entorno ou no interior das unidades, por meio de políticas compensatórias. Para as unidades de uso sustentável devem ser elaborados planos de manejo, para que se possa explorar o grande potencial de recursos ali existente de forma sustentável, por meio de manejo adequado, inclusive a exploração madeireira com o uso do manejo florestal. O que não deve ser permitido é o que está sendo feito hoje, em que os recursos são explorados, inclusive a madeira, de forma ilegal. Com o manejo adequado, por meio de planos, todos podem trabalhar legalmente e racionalmente. 6 – TERRAS INDÍGENAS As terras Indígenas não são consideradas unidades de conservação, sendo, entretanto áreas protegidas e com as atividades desenvolvidas pelos povos indígenas, de maneira geral, compatíveis com a conservação ambiental. São 19 as áreas Indígenas72 existentes hoje em Rondônia com situação fundiária definida, totalizando 4.807.290ha, o que representa aproximadamente 20% da superfície territorial do Estado. Além destas, existem uma área em fase de regulamentação e duas interditadas em função de vestígios indicando a presença de índios isolados. Nelas vivem aproximadamente 5.600 índios de várias etnias, divididos em vários povos, com grande predominância de crianças (de 0 a 9 anos) e baixa prevalência de idosos (acima de 45 anos). A taxa de crescimento da população nos últimos anos tem oscilado de 1 a 3%. Todavia, alguns povos apresentam população muito reduzida, como os Karipuna (12 indivíduos), os Canoé recém contactados (4 pessoas) e os Akuntsu (7 pessoas). Os dados de mortalidade indicam alta incidência de óbitos em menores de 14 anos em decorrência de doenças infecciosas. A coleta, a caça, a pesca, a agricultura de subsistência, o artesanato, a criação de pequenos animais e até a exploração de madeira fazem parte das atividades econômicas desenvolvidas pelos povos indígenas, sendo esta última responsável por parcela significativa da renda das comunidades indí72 138 – Vide Tabela 6 no Anexo ao Capítulo 11. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 genas. Agentes de saúde, professores e alguns funcionários contratados pelo poder público, bem como algumas aposentadorias, complementam a renda. A exploração de madeira torna-se ainda mais atrativa porque outras atividades como a extração da borracha e da castanha, o cultivo de café e produtos agrícolas anuais como feijão, arroz, milho e a mandioca, que são comercializados em pequena escala, não são capazes de produzir um rendimento financeiro compatível com a venda de madeira. O artesanato inclui-se nesta relação. Além disso, a maior parte destas atividades exige tratos culturais mais regulares e mão de obra constante. Apesar da importância das terras indígenas, elas estão sempre sofrendo ameaças de invasão, sendo constatados problemas hoje nas T.I. Uru Eu Wau Wau, Roosevelt e Rio Branco, gerados por invasores madeireiros, fazendeiros, garimpeiros e colonos. ***** 139 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 12 A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL DO ESTADO 1 – A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL A legislação ambiental brasileira que mais afeta diretamente o Estado é composta pelas Leis de nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que instituiu o Código Florestal Brasileiro, a de nº 9.605, de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, a de nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC e estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação e pela Medida Provisória 2.166, que altera o Código Florestal. No Estado, a legislação mais importante é formada pela Lei nº 547, de 30 de dezembro de 1993, dispondo sobre a criação do Sistema Estadual de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia – SEDAR e seus instrumentos, estabelece medidas de proteção e melhoria da qualidade de meio ambiente e define a Polícia Estadual de Desenvolvimento Ambiental, a Lei Complementar n.º 255, de 25 de janeiro de 2002, que institui a política e cria o Sistema de Gerenciamento e o Fundo de Recursos Hídricos do Estado de Rondônia, a Lei Nº 1145, de 12 de dezembro de 2002, que institui a política e cria o Sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Estado de Rondônia, a Lei nº 1038, de 22 de janeiro de 2002, que estabelece diretrizes para a proteção à Pesca e estímulos a Aqüicultura do Estado de Rondônia, e pela Lei Complementar nº 233, de 06 de junho de 2000, que dispõe sobre o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia. 1.2 – Legislação Federal 1.2.1 – O Código Florestal O primeiro Código Florestal brasileiro foi instituído em 1934, durante o primeiro Governo Vargas. Em 1965, durante o regime militar foi criado um novo código florestal. Este, estabelecido através da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, pressupunha um decreto de regulamentação, que deveria ter sido emitido em seguida à sua promulgação, o que não aconteceu até os 141 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 dias de hoje, ou seja, 38 anos depois. A Lei nº 4.771, em seu Art. 1o , define que as florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem são bens de interesse comum a todos os habitantes do país, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente aquela Lei estabelecem. Define em seu Art. 2 o as áreas de preservação permanente como sendo as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja: – de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; – de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura; – de 100 (cem) metros para os cursos d’água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura; – de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; – de 500 (quinhentos) metros para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45o equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; h) em altitudes superiores a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal e, nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo. O Art. 3o considera, ainda, como área de preservação permanente, 142 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas: a) a atenuar a erosão das terras; b) a fixar as dunas; c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares; e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; h) a assegurar condições de bem estar público. A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social. As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas ao regime de preservação permanente (letra g) pelo efeito desta Lei. Esta mesma Lei prevê ainda a criação de Parques Nacionais, Estaduais e Municipais e Reservas Biológicas, com a finalidade de resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais, com a utilização para objetivos educacionais, recreativos e científicos; prevê também a criação de Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais, com fins econômicos, técnicos ou sociais, inclusive reservando áreas ainda não florestadas e destinadas a atingir aquele fim. Quanto à reserva legal, a Lei Nº 4.771 define em seu Art. 16 que, as florestas de domínio privado, não sujeitas ao regime de utilização limitada e ressalvadas as de preservação permanente, são suscetíveis de exploração, obedecidos os limites de, no mínimo, 50% de cada propriedade nas áreas de florestas ainda incultas da Região Amazônica e 20% nas demais regiões. Nas áreas de cerrado é aplicado o limite mínimo para a reserva legal de 20% da propriedade, independente da região do país. Finalmente, no Art. 26, define punições para as contravenções penais, puníveis com três meses a um ano de prisão simples ou multa de uma a cem vezes o salário mínimo mensal do lugar e da data da infração ou ambas as penas cumulativamente, quando o cidadão: a) Destruir ou danificar a floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá–la com infringência das normas estabelecidas ou previstas nesta Lei; b) cortar árvores em florestas de preservação permanente sem permissão da autoridade competente; 143 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 c) penetrar em florestas de preservação permanente conduzindo armas, substâncias ou instrumentos próprios para caça proibida ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem estar munido de licença da autoridade competente; d) causar danos aos Parques Nacionais, Estaduais ou Municipais, bem como às Reservas Biológicas; e) fazer fogo, por qualquer modo, em florestas e demais formas de vegetação, sem tomar as precauções adequadas; f) fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação; g) impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação; h) receber madeira, lenha, carvão e outros produtos procedentes de florestas, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até o final beneficiamento; i) transportar ou guardar madeiras, lenha, carvão e outros produtos procedentes de florestas, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente; j) deixar de restituir à autoridade licenças extintas pelo decurso do prazo ou pela entrega ao consumidor dos produtos procedentes de florestas; l) empregar, como combustível, produtos florestais ou hulha, sem uso de dispositivos que impeçam a difusão de fagulhas, suscetíveis de provocar incêndios nas florestas; m) soltar animais ou não tomar precauções necessárias para que o animal de sua propriedade não penetre em florestas sujeitas a regime especial; n) matar, lesar ou maltratar por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia ou árvore imune de corte; o) extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais; p) transformar madeiras de lei em carvão, inclusive para qualquer efeito industrial, sem licença da autoridade competente. 1.2.2 – A Medida Provisória 2.166 Em 1996 o Código Florestal foi alterado por meio de Medida Provisória editada pelo Presidente da República, na tentativa de estancar o desmatamento, registrado através de imagens de satélite, quando se estimava que a Amazônia perdera 29.000 km2 de florestas num só ano. A Medida Provisória 144 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ampliou o percentual das Reservas Legais em cada propriedade rural. Esta MP vem sendo reeditada desde então, o que aconteceu dezenas de vezes, estando hoje em vigor a de nº 2.166-67. A alteração fundamental da MP ao Código Florestal refere-se às áreas de reserva legal, passando para 80% na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia legal; 35% na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia legal, sendo no mínimo 20% na propriedade e 15% na forma de compensação em outra área, desde que esteja localizada na mesma microbacia; 20% na propriedade rural situada em área de floresta ou outras formas de vegetação nativa nas demais regiões do país; e 20% na propriedade rural em área de campos gerais localizada em qualquer região do país. Esta mudança na área da reserva legal coloca o Estado numa situação bastante incômoda quanto ao seu desenvolvimento, pois grande parte das propriedades rurais do estado já desmatou pelo menos 50% de sua área. Em 25 dos 52 municípios existentes no Estado, o desmatamento já supera 50% da área territorial, superando 20% em 41 dos 52 municípios. A limitação ao desenvolvimento ocorrerá caso haja limitações de crédito e outros incentivos em função da averbação da reserva legal das propriedades nos percentuais definidos pela Medida Provisória. Vale ressaltar que a ocupação e colonização recentes do Estado ocorreram na vigência do Código Florestal, que previa desmatamento de até 50% de cada propriedade. 1.2.3 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC A Lei No 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC e estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação, visa: I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional; III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, 145 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico; XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente. As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas: ◊ Unidades de Proteção Integral; ◊ Unidades de Uso Sustentável. O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos em Lei. O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de unidade de conservação: I - Estação Ecológica; II - Reserva Biológica; III - Parque Nacional; IV - Monumento Natural; V - Refúgio de Vida Silvestre. Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguintes categorias de unidade de conservação: I - Área de Proteção Ambiental; II - Área de Relevante Interesse Ecológico; III - Floresta Nacional; IV - Reserva Extrativista; V - Reserva de Fauna; VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural. É importante observar que o SNUC considera a possibilidade de exploração florestal nas Reservas Extrativistas, que é definida como uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na 146 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. A Reserva Extrativista é de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais conforme o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação específica, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. A visitação pública é permitida na Reserva Extrativista, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área. A pesquisa científica é permitida e incentivada, sujeitandose à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento. A exploração comercial de recursos madeireiros será admitida em bases sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais atividades desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade, este devendo ser aprovado pelo Conselho Deliberativo da unidade. São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou profissional. 1.2.4 – A Lei Federal nº 9.605 A Lei Federal Nº 9.605, de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, considera os seguintes crimes contra o meio ambiente: contra a fauna, contra a flora, poluição e outros crimes ambientais relativos ao ordenamento urbano, ao patrimônio cultural e à administração ambiental. É considerado crime contra a fauna, dentre outros, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, incorrendo em pena de seis meses a um ano de detenção e multa. Incorre nas mesmas penas quem impede a procriação da fauna, sem licença ou autorização; quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizadas ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente. São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que 147 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. A pena é aumentada de metade se o crime é praticado contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração; em período proibido à caça; durante a noite; com abuso de licença; em unidade de conservação; com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa. Se o crime decorre do exercício de caça profissional a pena é aumentada até o triplo. Com relação à pesca, é considerado crime ambiental sujeito a penas, dentre outros, pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente; exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente, com pena de um a três anos de reclusão e multa. Incorre nas mesmas penas quem pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos; transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas. Pescar mediante a utilização de explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante, usando substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente, a pena é de um a cinco anos de reclusão. A Lei considera pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. É considerado crime contra a flora, dentre outros, destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção, bem como, cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da autoridade competente. A pena para este crime é de um a três anos de detenção ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação implica em pena de um a cinco anos de reclusão. A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação será considerada circunstância agravante para a fixação da pena. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munirse da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento. Neste 148 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 caso a pena é de seis meses a um ano de detenção e multa. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente. É considerado crime por poluição ambiental causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora, sendo prevista pena de um a quatro anos de reclusão e multa. Se o crime ocorrer por tomar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população; causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade; dificultar ou impedir o uso público das praias; ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências, a pena é de um a cinco anos de reclusão. É considerado crime contra a administração ambiental com pena de um a três anos de reclusão e multa o funcionário público fazer afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental. 149 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 A pena aplicada será de um a três anos de detenção e multa nos seguintes casos: o funcionário público conceder licença, autorização ou permissão em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público; deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental; obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais. 1.3 – Legislação Estadual 1.3.1 – Lei nº 547, de 30 de Dezembro de 1993. Esta Lei dispõe sobre a criação do Sistema Estadual de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia -SEDAR e seus instrumentos. O SEDAR estabelece e rege medidas de proteção, recuperação, controle, fiscalização e melhoria da qualidade do Meio Ambiente no Estado de Rondônia, define a Política Estadual de Desenvolvimento Ambiental, cria o Fundo Especial de Desenvolvimento Ambiental – FEDARO e o Fundo Especial de Reposição Florestal – FEREF. A Política Estadual do Meio Ambiente, para a consecução dos seus objetivos, tem os seguintes princípios: I - organização e utilização racional do solo, subsolo, da água e do ar, com vista a compatibilizar esta utilização com as condições exigidas para a conservação e melhoria da qualidade ambiental; II - planejamento e fiscalização do manejo dos recursos naturais; III - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representati- vas para a qualidade do meio ambiente, incluindo a conservação de espaços territoriais especialmente protegidos; IV - controle e zoneamento das atividades potenciais ou efetivamente poluidoras; V - monitoramento da qualidade ambiental no âmbito do Estado de Rondônia; VI - proteção e recuperação de áreas degradadas; VII - incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologia voltados para o uso racional dos recursos naturais; VIII - articulação e integração da ação pública de todos os níveis de governo, bem como da iniciativa privada objetivando eficácia no controle e proteção ambiental; IX - promoção da educação ambiental em todas as suas modalidades; X - estabelecimento de critério e padrões de qualidade ambiental e normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; 150 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 XI - orientação do desenvolvimento tecnológico adequado às caracterís- ticas dos ecossistemas do Estado; XII - coordenação de atividades da administração pública relacionada com o meio ambiente, a qual deve ser considerada em todos os níveis de decisão. Integram o Sistema Estadual de Desenvolvimento Ambiental - SEDAR: I - o Conselho Estadual de Política Ambiental - CONSEPA; II - o Fundo Especial de Proteção Ambiental - FEPRAM; III - o Fundo Especial de Reposição Florestal - FEREF; IV - a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - SEDAM. A Lei nº 547 define como instrumentos da Política de Desenvolvimento Ambiental: I - os parâmetros fixados pelos órgãos do meio ambiente a serem adotados de acordo com a realidade socioeconômica, cultural e ambiental do Estado de Rondônia, respeitando-se os limites impostos pela legislação federal ou as Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA; II - o zoneamento socioeconômico-ecológico de Rondônia; III - o Estudo de Impacto Ambiental - EIA, o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, o Plano de Controle Ambiental - PCA, o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD e o relatório de Controle Ambiental – RCA; IV - o licenciamento ambiental, sob as diferentes formas; V - o sensoriamento remoto e cartografia; VI - os espaços territoriais especialmente protegidos incluindo as Unidades de Conservação; VII - o controle, o monitoramento e a fiscalização das atividades, processos e obras que causem ou possam causar impactos ambientais; VIII - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; IX - o cadastro técnico estadual de atividades e instrumentos de defesa ambiental; X - as sanções disciplinares ou compensatórias do não cumprimento das medidas necessárias à preservação do meio ambiente e a correção da degradação ambiental; XI - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltadas para a melhoria da qualidade ambiental; XII - a educação ambiental. 1.3.2 – Lei Complementar nº 255, de 25 de Janeiro de 2002 Esta Lei institui a política, cria o Sistema de Gerenciamento e o Fundo 151 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 de Recursos Hídricos do Estado de Rondônia, considerando recursos hídricos como sendo as águas superficiais ou subterrâneas, isoladas ou em conjunto, componentes de bacias hidrográficas ou hidrogeológicas, conhecidas ou por descobrir, integradas ao ou por integrar o ecossistema considerado. A Política Estadual de Recursos Hídricos segue, entre outros, os seguintes princípios: I - a água é bem de domínio da nação, e inalienável; II - a água é recurso natural, essencial à vida e à integridade ecossistêmica; III - as águas serão sempre consideradas, para efeito de disponibilidade sazonal e de distribuição geográfica, limitadas e aleatórias, sem dissociação entre quantidade e qualidade; IV - a bacia hidrográfica, com as suas respectivas sub-bacias, é a unidade territorial adotada para fins desta política; e V - em situações de escassez de água, é uso para consumo humano e para dessedentação de animais, respeitadas as necessidade ecossistêmicas integrais. A política Estadual de Recursos Hídricos tem por objetivos básicos, promover o uso racional e gerenciamento integrado e o uso múltiplo das águas do domínio do Estado, superficiais e subterrâneas, e obedecerá as seguintes diretrizes: I - descentralizar a gestão das águas, mediante o gerenciamento por bacia hidrográfica, sem dissociação dos aspectos quantitativos e qualitativos e das fases meteórica, superficial e subterrânea do ciclo hidrológico, assegurada à participação do poder público, dos usuários e, da comunidade; II - viabilizar programas de estudos, pesquisas, desenvolvimento de tecnologia, treinamento e capacitação de recursos humanos, assim como atividades de conscientização relacionadas à água; III - integrar a gestão das águas com a gestão ambiental, notadamente no controle da poluição das águas, exigindo o tratamento dos esgotos industriais, urbanos e outros efluentes, para obter a necessária disponibilidade hídrica, em padrões de qualidade, compatíveis como os usos estabelecidos; IV - garantir a proteção dos corpos hídricos, das nascentes e áreas de influência, em especial pelo estabelecimento de zonas sujeitas a restrições de uso, disciplinando e controlando, entre outras atividades, a extração de minerais; V - manter e recuperar matas ciliares e de proteção dos corpos de água, e desenvolver programas permanentes, de preservação e proteção destas áreas. VI - prevenir, controlar e combater os efeitos das enchentes, das estiagens, da erosão do solo e do assoreamento dos corpos de água; 152 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 VII - assegurar, em caso de estiagens críticas, ou de eventos que provoquem a necessidade de racionamento de água, o uso prioritário para consumo humano e a dessedentação de animais; e VIII - permitir o desenvolvimento das atividades econômicas, de forma compatível com o uso múltiplo e ambientalmente sustentável dos recursos hídricos. O Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, que tem como finalidade coordenar a gestão integrada desses recursos e implementar a Política Estadual é integrado por: I - o Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CRH/RO; II - os Comitês de Bacia Hidrográfica – CBH; e III - as Agências de Bacia Hidrográfica - ABH. 1.3.3 – Lei nº 1145, de 12 de Dezembro de 2002 Esta Lei institui a política e cria o Sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Estado de Rondônia, tratando do licenciamento ambiental e autorizações, da taxação ambiental, do controle e gerenciamento dos resíduos sólidos, incluindo coleta, acondicionamento, transporte e tratamento, e da educação ambiental. A Lei define resíduo sólido como sendo toda substância de origem orgânica e inorgânica, no estado sólido ou semi-sólido, tais como alimentos, cinzas ou restos de incineração, embalagens, podas e outros vegetais, tecidos, ossos, couro, vestuário, móveis, utensílios, lixos de rua, animais mortos, sobras de demolição e/ou construção e, ainda, defensivos agrícolas, explosivos, radioativos e outros resultantes de atividades industriais, comerciais, lazer, agrícolas, serviços, limpeza pública e residenciais. Considera ainda como resíduos sólidos perigosos qualquer substância simples ou composta, potencialmente nociva ao meio ambiente e seres vivos por sua capacidade de provocar efeitos de caráter tóxico, cumulativo ou não, entre as quais, defensivos agrícolas, organoclorados, solventes, explosivos, radioativas e outras resultantes de atividades industriais, de lazer, comerciais, agrícolas, serviços e residenciais. 1.3.4 - Lei nº 1038, de 22 de Janeiro de 2002 Estabelece diretrizes para a proteção à Pesca e estímulos a Aqüicultura do Estado de Rondônia, regulando as atividades de pesca e aqüicultura, com vista à preservação da biota aquática do Estado de Rondônia. A política estadual de ordenamento do setor pesqueiro, voltada para o aproveitamento e proteção da fauna ictiológica, flora aquática e preservação 153 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 do equilíbrio ecológico, obedece às seguintes diretrizes: I - permitir a exploração sustentável dos recursos naturais da biota existente nas bacias hidrográfica do Estado; II - incentivar a atividade da aqüicultura; III - definir formas para prevenir e reparar danos à biota aquática; IV - promover a Educação Ambiental; e V - estimular e desenvolver pesquisas objetivando proteger e preservar a fauna e a flora aquática; A pesca é considerada predatória, se praticada em locais ou em épocas proibidas, por inobservância da quantidade ou tamanho mínimo permitidos, emprego de substâncias tóxicas, utilização de apetrechos ou métodos proibidos, ou quando, por razões de preservação, não for permitida a captura da espécie. A permissão, proibição, restrição, fiscalização, utilização de aparelhos, métodos e técnicas utilizadas na exploração da atividade pesqueira, serão disciplinados na regulamentação desta Lei, por resoluções do Conselho Estadual de Política Ambiental - CONSEPA e por Portarias baixadas pelo órgão ambiental estadual competente. 1.3.5 – Lei Complementar nº 233, de 06 de Junho de 2000 Esta Lei Complementar institui o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico de Rondônia – ZSEE, constituindo-se no principal instrumento de planejamento da ocupação e controle de utilização dos recursos naturais do Estado. O ZSEE tem por objetivo orientar a implementação de medidas e elevação do padrão socioeconômico das populações, por meio de ações que levem em conta as potencialidades, as restrições de uso e a proteção dos recursos naturais, permitindo que se realize o pleno desenvolvimento das funções sociais e do bem-estar de todos, de forma sustentável. A Lei prevê a implementação do ZSEE com base em Zonas e Subzonas, definidas para efeito de planejamento das ações a serem desenvolvidas pelos setores público e privado do Estado. As Zonas são definidas pelo grau de ocupação, vulnerabilidade ambiental e aptidão de uso, bem como pelas Unidades de Conservação, ficando estabelecidas 03 (três) zonas de ordenamento territorial e direcionamento de políticas públicas do Estado e 09 (nove) subzonas. As Subzonas são caracterizadas pelo grau de ocupação, vulnerabilidade ambiental e aptidão de uso, definidas dentro de suas respectivas zonas. A Zona 1, composta de áreas de uso agropecuário, agroflorestal e florestal, abrange 120.310,48 km², equivalentes a 50,45% da área total do Estado, tem como diretriz geral o estímulo ao desenvolvimento das ativida154 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 des primárias em áreas já desmatadas habitadas com práticas adequadas e manejo no uso dos recursos naturais, especialmente do solo, de forma a maximizar os custos de oportunidade representados pelo valor da floresta. Outras diretrizes são: estímulo ao manejo sustentado dos recursos florestais e, em particular, o reflorestamento e a recuperação de áreas degradadas, de preservação permanente e da reserva legal, incluindo o aproveitamento alternativo da capoeira; aplicação de políticas públicas compensatórias, visando a manutenção dos recursos florestais remanescentes, evitando a sua conversão para sistemas agropecuários extensivos; condicionamento das diretrizes de uso das Subzonas para obras de infra-estrutura, em particular com referência a estradas. As terras da Zona 1, utilizadas para diferentes fins, principalmente agropecuário, possuem graus variáveis de ocupação e de vulnerabilidade ambiental, que caracterizam diferentes Subzonas. A Zona 2 é composta de áreas de uso especial, abrangendo 34.834,42 Km², equivalentes a 14,60 % da área total do Estado, destinadas à conservação dos recursos naturais, passíveis de uso sob manejo sustentável. A Zona 3 é composta de áreas institucionais, constituídas por aquelas protegidas de uso restrito e controlado, previstas em lei e instituídas pela União, Estados e Municípios, abrangendo 83.367,90 km², equivalentes a 34,95% da área total do Estado. As Subzonas da Zonas 1 são áreas utilizadas, principalmente, para exploração agropecuária, com grau variável de ocupação, vulnerabilidade ambiental e aptidão de uso, a seguir definidas. A Subzona 1.1 é composta por áreas que apresentam grande potencial social, abrange 61.417,35 km², equivalentes a 25,75 % da área total do Estado, dispõe de infra-estrutura suficiente para o desenvolvimento das atividades agropecuárias, sobretudo estradas de acesso; concentra as maiores densidades populacionais do Estado; detém os assentamentos urbanos mais importantes; apresenta aptidão agrícola predominantemente boa, com vulnerabilidade natural à erosão predominantemente baixa, com custos de oportunidade de preservação excessivamente elevados. Esta Subzona obedecerá às seguintes diretrizes estabelecidas no ZSEE: I - cobertura florestal de cada propriedade rural mantida ou recuperada em pelo menos 20%; II - nas áreas convertidas é recomendado o incremento da produtividade agropecuária, baseado em técnicas agrícolas mais modernas, inclusive a irrigação, com incentivos para agroindústrias, de forma a maximizar os custos de oportunidade representados pelo valor da floresta; III – será incentivada a recuperação das matas ciliares. A Subzona 1.2, compostas por áreas com médio potencial social, 155 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 abrange 30.664,01 km², equivalentes a 12,86 % da área total do Estado, onde predomina a cobertura florestal natural, em processo acelerado de ocupação, com conversão da floresta, aptidão agrícola predominantemente regular e vulnerabilidade natural à erosão predominantemente baixa a média, obedece as seguintes diretrizes: I - deverão ser mantidas ou recuperadas, nas propriedades rurais, pelo menos, 40% da cobertura florestal, admitindo-se, mediante aprovação do órgão ambiental competente, medidas compensatórias visando à preservação dos recursos florestais remanescentes; II - desmatamentos incrementais condicionados às potencialidades, às fragilidades naturais e ao uso da terra pretendido e, em especial, no contexto de programas de reforma agrária em processo de implementação; III - nas áreas convertidas, é recomendado o incremento da produtividade agropecuária, baseado em técnicas agrícolas mais modernas, envolvendo insumos e práticas de manejo, em conformidade com as condições de aptidão agrícola; IV - os processos de ocupação serão acompanhados de regularização fundiária. A Subzona 1.3, composta por áreas onde predomina a cobertura vegetal natural, abrange 14.823,81 km², equivalentes a 6.22% da área total do Estado, possuindo expressivo potencial florestal, em processo de ocupação agropecuário incipiente e reduzida conversão da cobertura vegetal natural, cuja aptidão agrícola é predominantemente restrita e apresenta vulnerabilidade natural à erosão predominantemente média, obedece às seguintes diretrizes: I - priorizar o aproveitamento dos recursos naturais, podendo as atividades agropecuárias existentes ser mantidas, não sendo estimuladas sua expansão; II - os processos de ocupação necessitam de esforços para a regularização fundiária, para controle da exploração florestal e do desmatamento; III - deverão ser mantidas ou recuperadas, nas propriedades rurais, pelo menos 70% da cobertura florestal, admitindo-se, mediante aprovação do órgão ambiental competente, medidas compensatórias visando à preservação dos recursos florestais remanescentes; IV - os eventuais desmatamentos incrementais devem ser condicionados às potencialidades, às fragilidades naturais e ao uso pretendido, com políticas públicas para o estímulo da manutenção da cobertura vegetal natural; V - nas áreas convertidas, é recomendada a implantação de consórcios agroflorestais, reflorestamentos e cultivos permanentes de modo geral. A Subzona 1.4, composta por áreas que apresentam infra-estrutura propícia à exploração das terras, abrange 13.405,31 km², equivalentes a 156 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 5,62% da área total do Estado. Nesta subzona, embora haja disponibilidade de infra-estrutura, as condições ambientais impõem restrições ao desenvolvimento das atividades de conversão da cobertura vegetal natural. Todavia, tendo em vista o expressivo potencial hidrelétrico de alguns rios, com pequenas centrais de produção, os ecossistemas desta subzona são de relevante interesse para a preservação dos recursos naturais, em especial os hídricos. A vulnerabilidade natural à erosão da Subzona 1.4 é predominantemente alta. As diretrizes para esta subzona definidas no ZSEE são: I - nas áreas já desmatadas, recomenda-se a implantação de sistemas de exploração que garantam o controle da erosão, tais como: reflorestamento, consórcios agroflorestais e culturas permanentes, de modo geral; II - desmatamentos incrementais serão condicionados à vulnerabilidade à erosão, às potencialidades, às fragilidades naturais e ao uso pretendido, com políticas públicas para o estímulo da manutenção da cobertura vegetal natural; III - manutenção ou recuperação de, pelo menos, 80% da cobertura vegetal florestal de toda propriedade rural, admitindo-se, mediante aprovação do órgão competente, medidas compensatórias visando à preservação dos recursos florestais remanescentes. As Subzonas da Zona 2 são áreas destinadas à conservação dos recursos naturais, passíveis de uso sob manejo sustentável, a seguir definidas. A Subzona 2.1 composta de áreas que apresentam inexpressiva conversão das terras florestais abrange 25.653,37 km², equivalentes a 10,75% da área total do Estado, possuem potencialidades naturais, sobretudo a florestal, em condições satisfatórias de exploração madeireira e não madeireira, apresentando o custo de oportunidade de preservação entre baixo e médio. Algumas áreas da Subzona 2.1 apresentam alto potencial para o ecoturismo e para atividades de pesca em suas diversas modalidades. As diretrizes definidas pelo ZSEE para esta subzona são: I - o valor das terras florestais pode ser incrementado mediante agregação de valor às existências florestais, pela exploração seletiva de seus produtos; II - no ordenamento desta subzona será priorizado o aproveitamento dos recursos naturais, mantendo as atividades agropecuárias existentes, sem estímulo à sua expansão, fomentando as atividades de manejo florestal e do extrativismo, do ecoturismo e da pesca em suas diversas modalidades; III - as áreas de campos naturais podem ser utilizadas, sob manejo adequado, observando as suas características específicas; IV - as obras de infra-estrutura, a exemplo de estradas, deverão estar condicionadas às diretrizes de uso da Subzona. 157 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 A Subzona 2.2, composta de áreas com ocupação inexpressiva abrange 9.181,05 km², equivalentes a 3,85% da área total do Estado, apresenta baixo custo de oportunidade da preservação da floresta, facilitando a conservação das terras florestais no seu estado natural e obedecendo as seguintes diretrizes: I - áreas destinadas à conservação da natureza, em especial da biodiversidade, com potencial para atividades científicas e econômicas de baixo impacto ambiental sob manejo sustentado; II - o aproveitamento destas áreas deve se desenvolver sem conversão da cobertura vegetal natural e, quando extremamente necessário, somente em pequenas áreas para atender à subsistência familiar; III - as áreas já convertidas deverão ser direcionadas para a recuperação, sendo recomendada a criação de áreas protegidas de domínio público ou privado, devido às características específicas de sua biodiversidade, de seus habitats e de sua localização em relação ao corredor ecológico regional. As Subzonas da Zona 3 são áreas institucionais, constituídas pelas Unidades de Conservação de uso restrito e controlado, previstas e instituídas pela União, Estados e Municípios, definidas em seguida. A Subzona 3.1, composta de áreas constituídas pelas Unidades de Conservação de Uso Direto, abrange 18.081,29 km², equivalentes a 7,58% da área total do Estado, tem como diretriz que a utilização dos recursos ambientais obedecerá aos planos e diretrizes específicas das Unidades instituídas, tais como: Florestas Estaduais de Rendimento Sustentado, Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e outras categorias estabelecidas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação. A Subzona 3.2, composta de áreas constituídas pelas Unidades de Conservação de Uso Indireto, abrange 23.752,50 km², equivalentes a 9,96% da área total do Estado, tem como diretriz que a utilização das áreas deve limitar-se às finalidades das unidades instituídas, tais como: Estações Ecológicas, Parques e Reservas Biológicas, Patrimônio Espeleológico, Reservas Particulares do Patrimônio Natural e outras categorias estabelecidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação. A Subzona 3.3, composta de áreas constituídas pelas Terras Indígenas, abrange 41.534,11 km², equivalentes a 17,41% da área total do Estado, tem como diretriz a limitação por lei da utilização dos seus recursos naturais, seu aproveitamento somente podendo ser efetuado se autorizado ou concedido pela União. 1.3.6 – Zoneamento Socioeconômico-Ecológico e o Código Florestal O Estado de Rondônia vem, por meio de seus representantes no Con158 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 gresso, lutando para que o Zoneamento Socioeconômico-Ecológico seja considerado no Código Florestal brasileiro como instrumento de definição da política ambiental nos estados que o tenham realizado na escala de 1:250.000, desde que este tenha sido elaborado com base em metodologia reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil. A idéia é que ao invés de o índice de proteção de reservas legais recair sobre a propriedade privada, passe a ser calculado no conjunto de áreas de um Estado. Isso significa que algumas propriedades privadas na Amazônia poderão desmatar mais que os 20% permitidos. Para compensar, outros locais com características eminentemente ecológicas deverão ser preservados quase que na sua totalidade. Neste caso, o zoneamento torna-se um instrumento fundamental, pois define áreas destinadas à ocupação com atividades agropecuárias, minerais e industriais e áreas destinadas à conservação e à preservação. O fato é que não dá para equiparar todos os Estados da Amazônia. Os estados da Amazônia Legal são diferentes tanto com relação aos aspectos naturais quanto aos aspectos sociais. O Estado de Rondônia, por exemplo, foi ocupado graças à colonização oficial e abriga mais de 90 mil propriedades rurais, a maioria de até 200 hectares. Quando as famílias chegaram ao Estado, 30 anos atrás, eram incumbidas de derrubar 50% da vegetação na área que recebiam do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Com as mudanças recentes no Código Florestal, o desmatamento legal foi reduzido para 20% da área da propriedade. ***** 159 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Parte IV Atividade Econômica APRESENTAÇÃO: O ESTADO PRODUTIVO O Produto Interno Bruto – PIB a preço corrente no Estado de Rondônia73 sofreu um aumento significativo em quatro anos: passou de R$ 3.639 milhões em 1996, para R$ 5.625 milhões em 2000, 54,58% no período, crescimento relativo superior ao do PIB brasileiro, que foi de 41,39% e ao da Região Norte de 40,10%, para o mesmo período. Em 1996, o PIB de Rondônia representava 0,47% do PIB brasileiro74, sendo o terceiro da Região Norte. Em 2000, essa participação passou para 0,51%. É importante observar que houve uma redução na participação relativa de outros estados no período, notadamente Amazonas e Pará. Por setor econômico, o terciário, que abrange o comércio, armazenagem, transporte, sistema bancário, saúde, educação, telecomunicações, fornecimento de energia elétrica, serviços de água e esgoto, administração pública e serviços em geral, é o mais importante na constituição do PIB rondoniense, representando cerca de 58%75. Em seguida vem o setor secundário, que representa cerca de 27%, abrangendo a indústria, a construção civil e a geração de energia. Finalmente o setor primário, com aproximadamente 15%, correspondendo à agropecuária e ao extrativismo vegetal e mineral. Entretanto, é importante esclarecer que embora os setores primário e secundário juntos representem aproximadamente 41% do PIB estadual, boa parte do comércio movimenta mercadorias produzidas no próprio Estado, assim como o setor financeiro concede empréstimos a produtores do setor agropecuário, extrativista e industrial. Em síntese, parte considerável do PIB do setor terciário é formado em decorrência dos setores primário e secundário da economia do Estado. Outro aspecto importante é o fato de que o setor secundário no Estado é formado fundamentalmente por indústrias de transformação da base primá73 – Vide Tabela 1 no Anexo à Parte IV – O Estado Produtivo. 74 – Vide Tabela 2 no Anexo à Parte IV – O Estado Produtivo. 75 – Vide Tabela 3 no Anexo à Parte IV – O Estado Produtivo. 161 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ria, isto é, de transformação da produção agropecuária e extrativista local. A nossa base de produção primária suporta ainda uma expansão do setor industrial. Trata-se, portanto, de um Estado bastante produtivo, firmado sobre a base do trabalho anônimo de centenas de milhares de brasileiros que se dispuseram a desbravar esta parte do Brasil e que, aos poucos e com grandes sacrifícios pessoais, vêm consolidando através do tempo seus esforços na construção de uma terra nova, onde a esperança é uma realidade. ***** 162 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 13 EXTRATIVISMO 1 – EXPLORAÇÃO VEGETAL A produção extrativista vegetal do Estado para o período 1995/ 200176 está representada por oito produtos: madeira em tora, lenha, borracha, castanha do Pará, carvão vegetal, açaí (fruto), palmito e copaíba. Merece destaque a redução da produção de madeira em tora e borracha. É possível que a redução na produção de madeira tenha como explicações a redução da oferta de espécies florestais de alto valor econômico, como mogno, cerejeira, cedro, dentre outras, e a extração ilegal, cuja produção não é registrada. As espécies florestais citadas praticamente só existem, hoje, nas áreas protegidas. Como a exploração de madeira não é permitida nessas áreas, parte da matéria-prima extraída não aparece nas estatísticas. Já a borracha 76 – Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 13. 163 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 apresenta redução na produção ao longo do período, em razão do esgotamento do modelo extrativista tradicional. Tanto a produção de madeira quanto a de borracha são declinantes, sendo o ano de 1995 o ponto mais alto da produção do período. A produção de castanha-do-pará é crescente, a de lenha e carvão tendem à estabilização. As perspectivas para o extrativismo não-madeireiro demonstram possibilidades econômicas limitadas, sendo a borracha e a castanha os dois produtos de maior importância. A castanha é o produto extrativo com melhores perspectivas, pois conta com mercados em expansão e condições de preço favoráveis. Porém, a produção precisa ser beneficiada no Estado, pois cerca de 90% da safra é comercializada em estado bruto. A instalação de unidades de beneficiamento no Estado poderia aumentar substancialmente o valor agregado internamente, além de criar condições para uma maior estabilidade dos preços ao longo do ano, bem como gerar emprego e renda, pois a atividade utiliza muita mãode-obra. Com relação à comercialização, mais de 90% da produção é exportada. Empresas exportadoras do Estado do Pará, da Bolívia e das Regiões Sudeste e Sul do Brasil são as maiores compradoras. Quanto à produção de borracha natural, mesmo com todos os incentivos dados pelo Planafloro e por entidades não-governamentais, principalmente no que se refere à criação e consolidação das reservas extrativistas, a produção é pouco expressiva, não obstante a sua importância ambiental e cultural. Em relação ao palmito, cujo desempenho econômico vem sendo destacado nos últimos anos, tem seu sistema extrativista praticamente esgotado, apesar do bom potencial de mercado tanto externo quanto interno, para a produção agroindustrial na região. A produção de palmito cultivado, principalmente de pupunha, deverá levar a uma substituição gradual da produção extrativa, mantendo o preço da matéria-prima estável, inibindo ainda mais o extrativismo. 2 – EXPLORAÇÃO MINERAL A análise dos dados da exploração mineral do Estado no período 1990/200077 mostra que o ouro e a cassiterita são os principais produtos explorados no Estado de Rondônia. A cassiterita é explorada por empresas de mineração e por garimpeiros. Já o ouro é explorado exclusivamente por 77 164 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 13. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 garimpeiros. Destaca-se, também, a produção de topázio e columbita, como subproduto da extração da cassiterita. Calcário, água mineral e materiais para uso na construção civil são outros minerais com produção significativa no Estado. Veja-se cada um deles em separado. • Cassiterita Desde o final da década de 80, diversas minas fecharam por conta da crise mundial do estanho. O nível de produção de cassiterita no Estado tem sido decrescente, com tendência à estabilização. Em 2000, a produção foi praticamente a mesma que em 1996. As principais minas são: Bom Futuro, em Ariquemes, e Sta. Bárbara, em Itapuã do Oeste. Existem outras minas menores, como Massangana, em Monte Negro, e São Lourenço, em Porto Velho. • Ouro A produção de ouro é decrescente, com tendência à estabilização em um nível baixo de produção, embora não se tenha dados disponíveis mais recentes. A principal fonte de exploração continua sendo o garimpo do Rio Madeira, completamente na informalidade. Os últimos dados disponibilizados pela Receita Federal são de 1996, com uma produção comercializada oficialmente de 1,3 tonelada (DNPM, 2001). • Granito O Estado de Rondônia apresenta uma certa variedade de rochas graníticas. As principais são: Granito Vermelho Pacarana, Castanho Anari, Verde Teotônio, Preto Santa Luzia, Rosa Rio Prado, Rosa Jaru, Cinza Machadinho e Granito tipo “Amêndoa”. Do ponto de vista comercial, o Verde Teotônio, o Preto Santa Luzia e todos aqueles que originam produtos chamados “negro absoluto”, alcançam preços elevados no mercado internacional. As principais minas estão localizadas na região de Machadinho d´Oeste e de Presidente Médici. Nos últimos anos a iniciativa privada tem feito investimentos em pesquisa mineral e na produção. Trata-se de um segmento novo na mineração local, com perspectivas de expansão. No ano 2000 foram explorados cerca de 2 mil m3 em blocos esquadrejados (DNPM, 2001). • Calcário A produção de calcário é crescente nos últimos anos. Em 2000, mais de 60 mil toneladas foram produzidas. A principal mina é localizada no município de Pimenta Bueno. O arrendamento da mina do Estado, para a iniciativa privada, foi crucial para a retomada da produção. • Água Mineral O nível de produção de água mineral vem aumentando nos últimos 165 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 anos em Rondônia. Em 2000, foram produzidos aproximadamente 23 milhões de litros. As principais fontes ativas estão localizadas em Pimenta Bueno e Porto Velho. A perspectiva é de que em breve novas fontes entrem em operação, pois várias áreas estão sendo pesquisadas. • Columbita A columbita é explorada no Estado como um subproduto da cassiterita, e sua produção não tem sido representativa ultimamente. No ano 2000 foram exploradas 265 toneladas do produto. As principais minas são Cachoeirinha e Massangana, sobretudo esta última. A produção é de baixo teor, semimecanizada e de garimpeiros, principalmente a oriunda de Massangana. • Diamante A produção tem origem na atividade garimpeira, sendo os registros atuais sobre a produção muito precários. As informações existentes sobre a exploração comprovam o grande potencial do Estado relativo a esse bem mineral. Estima-se uma produção mensal nos últimos dois anos de cerca de R$ 35 milhões, superando, portanto, R$ 800 milhões no período. As estimativas indicam um potencial superior a US$ 2 bilhões somente na reserva da Terra Indígena Roosevelt. No entanto, a exploração de diamante no Estado ocorre de maneira desordenada e ilegal, e os recentes conflitos entre garimpeiros e índios têm demonstrado a necessidade de um maior controle por parte do poder público. • Materiais para Aproveitamento na Construção Civil78 Considerou-se, nesta categoria, areia, argila para cerâmica vermelha, brita, seixos e cascalho laterítico. Estima-se a existência de, aproximadamente, uma centena de áreas onde se processa a extração destes bens minerais em Rondônia. Entretanto, é uma atividade ligada à economia informal, sendo poucos os licenciamentos e portarias de lavras emitidas para a exploração destes produtos. Este segmento da mineração sofre influência direta das flutuações do crescimento da economia nacional. O aquecimento ou não da construção civil determina o ritmo da produção. ***** 78 166 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 13. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 14 AGROPECUÁRIA 1 – AGRICULTURA A economia agrícola nacional, até meados da década de sessenta, era caracterizada pelo predomínio de duas culturas muito fortes, o café e o açúcar e, em menor escala, a produção de grãos. A produção de milho, arroz, feijão estava mais voltada para a cultura de subsistência, não havendo preocupação com a dinâmica e sistematização que envolve a produção das modernas cadeias produtivas. O advento da industrialização ampliou no país a dependência com relação ao café na geração de divisas, inibindo ainda mais a diversificação e expansão das exportações agrícolas, enquanto países como Austrália, Nova Zelândia, França e Estados Unidos nessa mesma época, passaram a desenvolver a produção agrícola em grande escala. A partir dos anos 70, em meio a transformações econômicas e sociais, a agricultura nacional iniciou o seu processo de modernização, tendo a agricultura tradicional cedido lugar a um sofisticado sistema de relacionamento da produção agrícola com outros setores de apoio, processamento e comercialização. O desenvolvimento da agricultura rumo à industrialização passou a ser buscada, já com o foco de complexo agroindustrial, envolvendo desde a fabricação de insumos, a produção, a sua transformação até o seu consumo; isto tem levado o país a uma posição de destaque, onde as perspectivas para os próximos anos são boas, principalmente quando se consideram estudos recentes que apontam para um cenário mundial de escassez de produtos agrícolas até o ano 2020 e, no mercado interno, uma elevação de demanda em torno de 3,5% ao ano. O complexo agropecuário nacional movimentou em 2002, cerca de 40% do PIB brasileiro, um número da ordem de R$ 340 bilhões, envolvendo 17 milhões de empregos. A previsão de alta no mercado internacional de grãos se concretizada, elevará a renda dos agricultores brasileiros. Estudos técnicos do Departamento Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, tomando por base os indicadores praticados nos meses de janeiro e fevereiro /2002, revelam que a agricultura apresentou elevação de renda de 3,90% no período. O desempenho foi 167 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 apoiado pelos preços praticados no mercado internacional de grãos, considerados os melhores pelos analistas, já fazendo prever para 2003, a permanecer o comportamento de crescimento, que o PIB do agronegócio brasileiro alcançará a cifra de mais de R$ 428,0 bilhões. 1.1 – A agricultura em Rondônia A intensificação da atividade agrícola no Estado teve início na década de 70, com uma série de adventos de efeitos combinados, através de uma política de distribuição de terra que privilegiou o pequeno e médio produtores rurais que migravam para esta região. O asfaltamento da BR-364, a transformação de Rondônia em estado autônomo, a criação de vários municípios em apenas duas décadas, conferiu à região um dinâmico perfil socioeconômico. Além disso, investimentos federais contribuíram de forma efetiva para a expressividade da agricultura, fator aliado, sem dúvida, à disponibilidade de solos férteis e à existência de migrantes com vocação e tradição agrícola, que fizeram com que a agricultura de subsistência praticada inicialmente em Porto Velho e Guajará-Mirim, desse lugar a uma verdadeira explosão produtiva ao longo da BR-364. De maneira geral, apesar da existência de alguns fatores inibidores e de outros que se colocam como restritivos à atividade primária, o setor apresentou uma considerável performance nos níveis de produção, colocando o Estado na condição de segundo maior produtor de cereais e grãos da Região Norte. Um quadro geral da produção agrícola do Estado demonstra também que a diversificação da produção já retirou Rondônia da fase da agricultura de subsistência e que paulatinamente ingressa na modernização, buscando a exploração racional de suas vantagens comparativas. Produção Agrícola de Rondônia - (Toneladas) Arroz 1997/ 1998 136.017 153.245 154.008 130.202 99.732 113.406 Milho 200.511 218.101 204.146 170.037 153.016 190.475 Feijão 54.149 58.629 49.851 42.758 35.533 35.369* Café Beneficiado 71.335 75.680 85.243 102.784 93.624 140.177* Produtos Mandioca 1998/1999 1999/2000 2000/2001 2001/2002 2002/2003 199.233 241.260 245.469 290.840 303.242 393.898* Cacau 6.892 6.846 6.846 17.385 16.248 17.542* Algodão 3.224 1.313 728 758 72.045 71.003 70.341 56.037 46.443 56.629* Soja 16.500 Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES 20.800 36.395 68.687 83.782 118.926 Banana * Produção esperada para a safra 2002/2003 168 - - Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 1.1.1 – A Produção de Grãos Soja Nos últimos 10 anos a demanda mundial por soja e seus derivados cresceu 3,7% ao ano79. A liderança na produção mundial de soja pertence aos Estados Unidos, com produção de 78,7 milhões de toneladas, seguida do Brasil com 37,7 milhões, Argentina com 26,7 milhões, China com 15,4 milhões e Índia com 5,6 milhões80. De janeiro a agosto/2002 o Brasil exportou um total de 9,4 milhões de toneladas de grãos de soja, dos quais 1,6 milhões para Alemanha, 634,9 mil para a China, 402,7 mil para a Espanha, 332,4 mil para a França, 382,3 mil para a Itália, 1,7 milhão para o Japão, 3,1 milhões para os Países Baixos e 1,0 milhão para outros países. Também no mesmo período importou do Paraguai 697,2 mil toneladas de grãos81. Foram ainda exportados mais de 6,6 milhões de toneladas de farelo de soja, sendo: 294,6 mil para a Alemanha, 2,1 milhões para a China, 8,7 mil para a Dinamarca, 1,9 milhão para a Espanha, 1,4 milhão para França, 33,6 mil para a Itália, 343,3 mil para a Polônia e outros – 362,3 mil. Quanto ao óleo bruto, refinado e outros derivados, a exportação de janeiro a agosto/ 2002 atingiu o volume de mais de 898 mil toneladas e tiveram como destino Bangladesh, China, Cingapura, Paquistão, Países Baixos, Hong Kong e outros. O farelo de soja é o alimento protéico mais consumido no mundo, principalmente no trato de animais para produção de carne, leite e ovos ou para animais de competição e estimação. Nos Pet Foods está a fatia de mercado que mais cresce, com a fabricação de rações sofisticadas. As vantagens competitivas do Brasil estão claramente relacionadas às suas condições climáticas e geográficas, principalmente na região Oeste brasileira, onde novas áreas de plantio possibilitam rendimentos iguais ou superiores aos conseguidos pelos Estados Unidos e Argentina. Além do potencial de plantio e de rendimento médio da cultura, os custos estruturais da plantação – terra e mão-de-obra – são bem mais baixos nas novas fronteiras 79 FIERO – Perfil Competitivo do Estado de Rondônia – MERCOESTE (projeto integrado de desenvolvimento para a região centro-oeste, inserindo ainda os estados de Rondônia e Acre da região norte). 80 Os dados referentes a produção mundial tratados neste capítulo tem como fonte a FAO – Food and Agriculture Organization – Statistics Database 81 Os dados referentes a importação e exportação inseridos neste capítulo foram extraídos do MDIC/ SECEX – Dados de Importações e Exportações Brasileiras. 170 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 produtivas brasileiras. Os preços da soja brasileira guardam estreita relação com os preços internacionais e são praticados em sintonia com a bolsa de Chicago, o que reflete a grande importância das exportações como destino da produção. Os preços do farelo seguem as mesmas tendências da soja em grão. Com dinâmica diferenciada, o óleo possui a concorrência de produtos substitutos e sofre grande influência do ritmo industrial, os quais interferem diretamente no seu preço. O mercado interno da soja (maio-2003) vem mantendo o cenário de poucos negócios. A “gangorra” de preços em Chicago e o câmbio no Brasil novamente fizeram os vendedores se retraírem. Fator, aliás, mais que esperado, uma vez que de maneira geral, o sojicultor tem condições financeiras para esperar o melhor momento do mercado. O preço indicador da soja (saca de 60kg) está em média em US$ 12,90 a saca 82. Os pólos brasileiros com maior representatividade estão concentrados nos Estados de: • Mato Grosso – maior produtor brasileiro de soja. Tecnologia, terras planas e regularidade climática explicam a liderança na produtividade e o aumento na produção. Esta posição está se ampliando para a região, com reflexos em Goiás, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins. • Rio Grande do Sul – pioneiro da cultura, entretanto em face de flutuações climáticas e dos altos custos de produção enfrenta grandes variações de produção e produtividade. • Paraná – estado que vem explorando de forma satisfatória suas vantagens competitivas de infra-estrutura e custos de transportes, incorporando investimentos em pesquisa e tecnologia, apresentando vigoroso crescimento tanto em área plantada quanto em produtividade. • Bahia – o pólo de Barreira, concentra praticamente toda a produção, que mantém um crescimento médio de 12,7% a.a. nos últimos 10 anos. O complexo da soja envolve os processos de plantio, colheita, armazenagem e transporte, secagem, esmagamento, lavagem (solvente) e separação do farelo e do óleo (evaporação e degomagem). O óleo destina-se ao refino, e o farelo vai para alimentação animal diretamente ou misturado sob a forma de ração. O óleo ainda vem sendo transformado em vários produtos, entre os quais se destacam a margarina, e outros subprodutos de uso alimentar e químico. Atualmente as atenções no que se refere à produção de grãos no país, estão voltadas para a região do MERCOESTE83, que compreende os Estados 82 BM&F – Bolsa de Mercadorias e Futuros. 83 As análises referentes ao MERCOESTE, inseridas neste capítulo tem por base o documento FIERO – Perfil Competitivo do Estado de Rondônia – MERCOESTE. 171 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 de Rondônia e Acre na Região Norte e toda a Região Centro-Oeste, uma vez que esta região apresentou o maior crescimento relativo, tanto em área plantada quanto em produção a partir da década de 80. São mais de 55 milhões de hectares, as terras aptas para a produção de grãos no Centro-Oeste e na parte da região Norte que compõe o MERCOESTE são cerca de 25 milhões de hectares. O aumento da competitividade do complexo da soja está atrelado ao equacionamento da logística de transporte e armazenagem, fatores que oneram os custos de produção dada as grandes distâncias das fronteiras agrícolas até os pontos de embarque para exportação. A equalização destes problemas, aliados a investimentos em cultivares mais produtivos para os solos da região e atração de maior número de empresários para esta nova fronteira agrícola, com muitas terras a serem cultivadas, certamente farão desta região o principal pólo produtor e beneficiador de soja nas próximas décadas. A Soja em Rondônia A região de Vilhena produziu 93.300 toneladas de soja na safra 2002/ 2003, demonstrando o seu grande potencial, a partir de alguns elementos a considerar: a semelhança dos solos, clima e do relevo com as áreas adjacentes da região norte de Mato Grosso, a tradição agrícola da maioria dos produtores da região de Vilhena, o tamanho médio das propriedades, 2.000 ha, adequado à mecanização da lavoura, a existência de mais de 500.000 ha de cerrados aptos à lavoura e existência de jazidas de calcário próximas às áreas de produção. O aumento da produção também é reflexo da operação do projeto Hermasa, o qual certamente contribuiu para tornar Vilhena o maior pólo produtor de grãos do Estado. Produção de Soja Safra 2002/2003 Município Vilhena Colorado d’Oeste TOTAL Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES 172 Área Colhida Produção Rendimento (ha) (t) (kg/ha) 31.100 93.300 3.000 8.542 25.626 3.000 39.642 118.926 3.000 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Milho A produção mundial de milho foi de 605,2 milhões de toneladas, cuja liderança pertence aos Estados Unidos, com produção de 241,4 milhões de toneladas, seguida da China com 115,8 milhões, Brasil com 41,4 milhões, México com 18,6 milhões e França com 16,5 milhões. De janeiro a agosto/2002 o Brasil exportou mais de 1,5 milhão de toneladas de milho tendo como destino Argélia, Estados Unidos, Irã, Líbano, Panamá, Paraguai, Tunísia, Países Baixos e Venezuela. O mercado interno do milho vem mantendo um cenário de boa oferta por parte dos produtores. A tendência ainda é de preços firmes, devido a realidade atual do mercado internacional, onde a boa demanda prevalece. Além disso, a alta do dólar frente ao real também favorece a performance das exportações. No mercado internacional, o preço indicador do milho, ficou (maio/ 2003) à vista em R$ 17,77 ou US$ 5,88 saca, e a prazo em R$ 17,85 ou US$ 5,90 a saca, com um prazo médio de pagamento de 16 dias84. Estimativas da Associação Paulista dos Produtores de Sementes e Mudas (APPS) revelam que em 2002 foram comercializados 9,341 milhões de sacos (20 kg) de sementes de milho no Brasil. Com base nestes números, estima-se que este mercado movimente aproximadamente R$ 700 milhões por safra. O Milho em Rondônia O cultivo do milho está presente em todas as áreas onde a condição de fertilidade de solo não o inviabilize. Como as demais culturas de grãos, também o milho sofre os mesmos problemas de preço, em função do custo do frete para os mercados tradicionais do Centro-Sul. Competir com os produtores tradicionais, com tecnologia moderna, ainda não é a melhor alternativa, mesmo porque a maior parte da produção é consumida na propriedade. O excedente comercializável tem sido em parte exportado, a custa dos baixos preços pagos ao produtor. Como no caso da soja, a exportação a granel via Rio Madeira, permite visualizar uma nova alternativa de comercialização, seja para atender os mercados do Amazonas e Pará, seja para estados do nordeste, em particular o Ceará, grande produtor de aves e ovos. Os problemas da cultura estão definidos pelo baixo nível de tecnologia empregado no cultivo, geralmente em áreas de derrubadas recentes, sem qualquer uso de insumos. Na região dos cerrados existe a possibilidade para o desenvolvimento de cultura tecnificada, com emprego de insumos, mecanização e até mesmo irrigação. 84 BM&F – Bolsa de Mercadorias e Futuros. 173 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Um adequado esquema de produção e distribuição de sementes melhoradas é parte fundamental de um programa de apoio aos produtores de milho, mesmo apenas dentro da perspectiva de abastecimento interno do Estado. O cultivo contínuo na mesma área, resolvendo o problema de competição das ervas invasoras, também se impõe como solução fundamental para o aproveitamento dos melhores solos, descartando-se o esquema de agricultura itinerante. Cultura do Milho Município Área Colhida (ha) safra 2001/2002 Produção (t) safra 2001/2002 Rendimento Kg/ha Porto Velho 5.108 7.409 1.450 Guajará-Mirim 1.198 1.817 1.350 Ariquemes 11.504 15.072 1.310 Ji-Paraná 23.347 39.727 1.702 8.261 11.524 1.395 Cacoal 25.608 45.716 1.785 Vilhena 18.591 45.190 2.431 9.994 24.220 2.423 103.609 190.475 1.838 Alvorada d’Oeste Colorado d’Oeste TOTAL Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES O Café O país produziu em 2002 mais de 2,4 milhões de toneladas de café. Projeções divulgadas para a safra brasileira de café 2003 indicam 33,6 milhões de sacas, volume 35% menor que o colhido em 2002. De acordo com estudos técnicos, a queda projetada deve-se principalmente à diminuição do rendimento, especialmente nas regiões de arábica. O consumo doméstico para a safra é projetado em 14,9 milhões de sacas, impulsionadas por campanhas de incentivo ao consumo da bebida. Uma disponibilidade menor de produto deve alterar o rumo das exportações brasileiras, que tendem a sofrer queda de 3,33 milhões de sacas frente à última safra. A partir de 1989, a exigência de mercado fez com que o Brasil começasse a se preocupar com a qualidade do café nacional. Assim, a indústria de equipamentos se desenvolveu, estimulando a produção e a busca pela melhoria da qualidade e, conseqüentemente, por novas regiões produtoras. Há, entretanto, necessidade de maior investimento em marketing, fator fun174 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 damental para consolidação do agronegócio do café. Muito embora a situação do mercado cafeeiro seja ascendente, há ameaças, uma vez que o cafeicultor é pouco capitalizado, o café tem baixo valor agregado, há concentração no varejo e há “comoditização” do produto, fatores que ainda inibem um maior crescimento do setor. O Brasil é exportador de diversos tipos de café para o mercado internacional: café arábica de terreiro (grupos 1 e 2), robusta (na variedade conillon) e industrializado (basicamente café solúvel, com uma participação relativamente estável desde os anos 70, algo em torno de 25%). No segmento de café conillon e solúvel, as exportações são crescentes, inversamente ao café arábica, que tem apresentado declínio continuado, especialmente o Arábica de terreiro, sendo a qualidade mais demandada em importação no mercado mundial, tendo alcançado maior valor unitário e maior taxa de crescimento do fluxo comercial, principalmente o arábica lavado. A cadeia nacional produz, sobretudo, o Arábica de terreiro. O arábica de alta qualidade atualmente produzido em regiões como o Sul de Minas, Mogiana e, particularmente, o Cerrado, apresenta condições excepcionais de competição com os “lavados”. No Brasil, os principais produtores de café são: Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Rondônia. O café torrado e/ou moído é majoritário no perfil de consumo nacional em mais de 95% do total. O mercado interno crescente é o segundo maior comprador da produção nacional, tornando o país menos sensível às flutuações do mercado internacional. A indústria nacional é formada por um grande número de microempresas que juntamente com as pequenas perfazem 83% do total. A maior parte possui administração familiar e se caracteriza por baixo nível tecnológico e gerencial, associado à falta de recursos e reduzidas margens de lucro. A popularidade do produto, a simplicidade do processo industrial e o baixo investimento para instalação de indústria têm propiciado o crescimento no número de torrefadoras. A industrialização do café torrado e/ou moído está na razão direta das empresas instaladas nos estados e de seu volume de produção e comercialização, guardando proporção ao tamanho dos mercados consumidores. A cadeia nacional conta com vantagens comparativas para aumento de vendas e de produção, dentre as quais destacam-se: possui uma cadeia agroindustrial completa; existência do FUNCAFÉ, que disponibiliza recursos para a cadeia; estoque de conhecimentos agronômicos que têm permitido a realização de importantes saltos de produtividade; distribuição do parque geográfico cafeeiro consistente com a produção de cafés de alta qualidade nas suas categorias; 175 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Cafeicultura em Rondônia O café é um dos mais importantes produtos agrícolas de Rondônia, com produção concentrada, principalmente nas microrregiões de Cacoal, JiParaná, Alvorada d’Oeste e Ariquemes. A espécie mais cultivada é o conillon, próprio para a indústria de café solúvel e utilizada em blends (mistura) com a espécie arábica, para compor o café consumido pelo cliente final. A cultura do café no Estado em 2002 ocupou uma área de 140.969 hectares, com produção de 93.624 toneladas de café beneficiado e rendimento de 664 quilogramas por hectare. Rondônia ocupava até 2002 o quinto lugar como produtor de café no País. Predominam na região, pequenos e médios produtores, com sistemas de produção similares aos utilizados nas regiões produtoras tradicionais do país, pouco adequados às condições ecológicas do Estado. As cultivares mais plantadas em Rondônia são: Kouillou (Conilon), da espécie Coffea canephora (Café Robusta), Catuaí e Mundo Novo, de Coffea Arabica. A cultivar Mundo Novo, bastante utilizada na década de 1970, mostra boa adaptação às regiões mais altas do Estado, com elevada rusticidade, vigor e produtividade. A cultivar Catuaí, também bastante rústica e produtiva, é preferida por muitos produtores pelo porte baixo. Tanto a cultivar Mundo Novo como a Catuaí, apresentam maturação bastante precoce 176 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 em Rondônia, com início em fevereiro e março, em plena estação chuvosa, prejudicando as operações de colheita e preparo do produto. Com base em pesquisa e em observação em lavouras da região, podese afirmar que o Estado possui condições de produzir café tanto da espécie Coffea arabica como Coffea canephora. Porém, é indispensável adotar-se um zoneamento climático para a cultura, destinando-se as áreas com altitudes inferiores a 250 m para Coffea canephora; entre 250 e 500 m para Coffea arabica e Coffea canephora; superiores a 500 m apenas para Coffea arabica. A cultura do café deverá continuar desempenhando papel importante na economia de Rondônia, gerando riquezas e fixando a mão-de-obra no campo. Produção de Café Beneficiado Município Porto Velho Área Colhida (ha) safra 2001/2002 Produção (t) safra 2001/2002 Rendimento Kg/ha 6.515 3.670 563 580 344 593 Ariquemes 21.252 12.089 569 Ji-Paraná 28.310 21.478 759 Alvorada d’Oeste 28.605 17.019 595 Cacoal 50.457 35.840 710 Vilhena 4.389 2.656 605 861 528 613 140.969 93.624 664 Guajará-Mirim Colorado d’Oeste TOTAL Se o café mantiver preço médio alto por um período de 3 a 5 anos, a área de cultivo certamente será duplicada. De acordo com o prognóstico de safra para 2002/2003 há uma previsão de incremento de aproximadamente 34,36% na área plantada e de 50% na produção. Arroz O arroz é a cultura anual que apresenta sistemas de exploração variados, indo desde a cultura pioneira nas terras recém-desmatadas e queimadas, até o cultivo no cerrado, com alto uso de insumos. Iniciativas de algum sucesso permitiram o surgimento de culturas mecanizadas na região de Porto Velho, embora problemas de apoio e capacidade empresarial dos produtores tenham comprometido sua produção. Nas regiões de mata, onde o cultivo é de subsistência, sua importância social é muito grande, representando a 177 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 principal fonte de alimentos dos colonos. Excedentes exportáveis deste segmento constituem a maior parte da oferta do produto no Estado. Porém não há condições de competição com o Sudeste, se mantidos os preços aviltados para o produtor. Os maiores problemas da cultura são decorrentes do ataque de doenças, principalmente no cerrado, onde a “brusone” é limitante, exigindo o emprego de cultivares tolerantes e de menor produtividade. A produção de sementes básicas e fiscalizadas ainda é questão não resolvida, em Rondônia, mesmo porque a embalagem e armazenamento destas sementes exigem cuidados especiais, em função das altas temperaturas e umidade relativa. Cultura do Arroz Município Porto Velho Guajará-Mirim Ariquemes Ji-Paraná Alvorada d’Oeste Área Colhida (ha) safra 2001/2002 5.186 Produção (t) safra 2001/2002 6.598 Rendimento Kg/ha 1.272 427 591 1.384 11.490 15.617 1.359 9.377 15.477 1.651 6.720 10.119 1.506 Cacoal 11.300 18.413 1.629 Vilhena 10.101 25.033 2.478 7.406 21.558 2.911 62.007 113.406 1.829 Colorado d’Oeste TOTAL Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES Feijão Como uma das culturas que representam a garantia de sobrevivência do produtor, sendo a segunda cultura em importância, plantada de março a maio e colhida no período seco, o feijão é cultivado na maioria das regiões do Estado, apesar da ocorrência da doença chamada “mela”. O fungo causador desta doença está presente no solo e nas regiões tropicais úmidas, compromTetendo drasticamente a produção de feijão. Esta situação permite apenas a cultura do feijão das secas e, dependendo da época de plantio e do regime de chuvas, o produtor poderá ter desde uma boa produção até a perda total da colheita, seja pela ocorrência de “mela”, seja pela insuficiência de chuvas. Apesar das dificuldades, Rondônia apresenta um volume de produção responsável pelo abastecimento interno, gerando ainda excedentes exportáveis. Portanto, mesmo acumulando muitos prejuízos junto aos produtores, a 178 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 cultura é geradora de riqueza e pode responder aos estímulos. Um adequado esquema de produção, armazenamento e distribuição de sementes melhoradas são fundamentais para o aumento da produção e produtividade da cultura. Sistemas melhorados de cultivo, onde tanto o controle da “mela” quanto a melhoria da disponibilidade de água do solo sejam contemplados, são, igualmente, indispensáveis. Cultura do Feijão Município Porto Velho Guajará-Mirim Ariquemes Ji-Paraná Alvorada d’Oeste Área Colhida (ha) safra 2001/2002 899 Produção (t) safra 2001/2002 380 Rendimento Kg/ha 423 168 91 542 3.026 1.429 472 10.610 5.916 556 4.776 1.796 376 Cacoal 28.660 22.665 791 Vilhena 4.088 2.416 591 Colorado d’Oeste 1.393 840 603 53.622 35.533 663 TOTAL Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES 1.1.2 – Outras Culturas Anuais e Perenes Mandioca A cultura da mandioca vem assumindo importante destaque na produção agrícola nacional e internacional, haja vista, representar uma fonte clara de nutrição nos países tropicais. A mandioca representa a terceira fonte mais importante de calorias nos trópicos, depois do arroz e do milho. Segundo a FAO, mais de 600 milhões de pessoas dependem da mandioca na África, Ásia e América Latina. É cultivada pelos agricultores mais pobres, sobretudo as mulheres. Para estas pessoas, a mandioca é vital para a segurança alimentar e para a geração de renda. Apesar de sua importância, principalmente na luta contra a fome, os investimentos na melhoria do cultivo da mandioca ainda são mínimos quando comparados aos investimentos destinados a outras culturas. Investimentos em novas tecnologias permitirão que a mandioca seja mais produtiva, mais nutritiva e seu cultivo mais proveitoso. A cultura de mandioca não tem restrições quanto às condições do solo e do clima, sendo encontrada em todas as regiões do Brasil. Da man179 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 dioca se extrai o amido e deste obtém-se o maior número de aplicações e sub-produtos. É usado nas indústrias químicas, alimentícias, metalúrgicas, de papel, têxtil, farmacêutica, plástica, em lamas para perfuração de poços de petróleo, lavanderias etc. É cultivada e industrializada em grande escala na produção de diversos derivados. Quanto mais clara a cor, melhor é a qualidade do amido. O amido de mandioca é também conhecido como fécula, polvilho doce ou goma. A Mandioca em Rondônia Embora seja uma cultura de importância social maior, a mandioca representa muito pouco na composição da renda da grande maioria dos que a cultivam. Fazem exceção aqueles produtores que dispõem de pequenas casas de farinha e que chegam a sobreviver em função dessa atividade. O problema dos preços inibe a expansão desta cultura como alternativa de renda, embora a produtividade obtida no Estado esteja acima da média nacional. Os pontos de estrangulamento situam-se tanto em nível de lavoura quanto de industrialização, afetando de maneira diferente os dois segmentos: produtores que vendem raízes para indústrias e micro-industriais que transformam a mandioca em farinha. Pequenas modificações nas farinheiras rudimentares poderão aumentar em muito o retorno da mão-de-obra empregada. A introdução de cultivares melhoradas é medida que poderá facilitar o processo de agroindustrialização de maior porte, além de significar aumento da produtividade agrícola. O potencial para a produção da mandioca e a possibilidade de industrialização no Estado, torna injustificável o volume de importação de farinha ainda existente. Cultura da Mandioca Município Porto Velho Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento safra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha 6.504 93.426 14.364 694 9.616 13.856 Ariquemes 3.499 47.448 13.560 Ji-Paraná 3.368 55.112 16.363 Alvorada d’Oeste 1.175 21.483 18.283 Cacoal 2.066 36.551 17.692 Vilhena 1.392 22.123 15.893 Colorado d’Oeste 1.039 17.483 16.827 19.737 303.242 15.364 Guajará-Mirim TOTAL Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES 180 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 De acordo com o prognóstico de safra para 2002/2003 há uma previsão de incremento de aproximadamente 20% na área plantada e 30% na produção. Hortaliças O cultivo de espécies hortícolas é mais intenso junto às cidades do interior e tem como dificuldades o elevado índice pluviométrico, combinado com a alta umidade relativa, em particular no período outubro/abril. Os cultivares de maior exigência climática, regra geral, apresentam limitação de desenvolvimento. Alguns produtos, dos mais consumidos, são totalmente importados, como a cebola, batata, cenoura e alho. O tomate e o repolho, apesar de alguma produção local, também representam um grande volume de importação. As condições de transporte e as longas distâncias comprometem a qualidade dos produtos e oneram os preços para o consumidor. As folhosas são produzidas satisfatoriamente no período seco e com algumas restrições no período chuvoso. Produtos menos consumidos, como berinjela, couve-flor, beterraba entre outros, também são totalmente importados, embora algumas pequenas áreas de produção sejam eventualmente cultivadas no interior. Recentemente, tem-se observado um acelerado crescimento da oferta de hortaliças na região sul do Estado. O principal entrave à expansão da produção e melhoria da qualidade dos produtos está na falta de um sistema que melhore as oportunidades de comercialização para o produtor. Contudo, com as recentes experiências bem sucedidas levadas a efeito na região de Vilhena com a “plasticultura”, que já começa a se disseminar por outros municípios, é de se prever que esta atividade passe a ter um importante papel no quadro produtivo, substituindo importações e até mesmo gerando excedentes exportáveis. Além deste fato, acresça-se o início da prática da hidroponia, hoje já encontrada em Vilhena, Pimenta Bueno e Porto Velho. Em 2002 foram assistidas pela EMATER-RO 1.235 famílias de pequenos agricultores, as quais produziram 7.002 toneladas de olerícolas, em área colhida de 389 ha. A produção no Estado de Rondônia em 2002 foi de 15.688 toneladas, incluindo as folhosas, em uma área cultivada de 1.081 ha, com uma produtividade de 14,5 toneladas por hectare, tendo como base 1,5 safra/ano. As hortaliças mais exploradas foram abóbora, alface, cheiro verde, chuchu, pepino, pimentão, couve, rúcula, agrião, chicória e almeirão. Os municípios de produção mais expressiva, totalizando 813 ha são: Colorado d’Oeste com 192 ha, Porto Velho com 190 ha, Ji-Paraná - 90 ha, 181 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Pimenta Bueno – 84 ha, Rolim de Moura – 70 ha, Jaru – 57 ha, Ouro Preto – 48 ha, Ariquemes 42 ha e Alvorada d’Oeste com 40 ha. Algodão Ataque de pragas relativamente baixo, estímulo ao plantio via empresas particulares e preço competitivo em relação às demais alternativas do produtor, podem vir a ser fatores que influenciarão a expansão da área de plantio, a qual vem declinando ano a ano. O plantio se faz desde a segunda quinzena de janeiro até o final de abril. Esta faixa de tempo condiciona riscos para a lavoura. Porém plantios feitos em fevereiro normalmente conseguem bom desenvolvimento e produtividade. Um dos agravantes é o excesso de chuvas no início do ano, dificultando o preparo do solo e o desenvolvimento inicial das plantas. A manutenção da produção de algodão em pequenas lavouras, isoladas entre outros cultivos e áreas de mata e capoeiras, como ocorre hoje, representa uma situação desejável. Grandes culturas contínuas, provavelmente estariam fadadas ao insucesso, tendo em vista as dificuldades de preparo e mecanização que tais lavouras exigem, além do agravante de intensificação do ataque de pragas. A questão central desta cultura está no comportamento dos preços. O atual sistema de comercialização da produção representa altos riscos para o produtor, tendo em vista a concorrência dos cotonicultores tradicionais e inevitáveis quedas periódicas dos preços. Em 2001, de acordo com dados do IBGE/GCEA-RO/SEAPES, obtevese uma área colhida de 675 ha. As produções e áreas cultivadas registram severos declínios pela falta de apoio governamental à cultura. Este fato induziu a que nos últimos anos fossem paralisadas as maiores indústrias beneficiadoras e as que se mantiveram ativas trabalharam com capacidade ociosa superior a 60%. É necessário, portanto, um novo estímulo à cultura do algodão, a um nível que pelo menos abasteça as indústrias já instaladas. Seringueira Após os planos de incentivo à heveicultura, a Amazônia viu o centro de interesse de produção de borracha, se deslocar para o Mato Grosso e São Paulo. Rondônia representa situação especial dentro da Amazônia. Muitas áreas de plantio começam a ser exploradas e um interesse crescente dos produtores, dá a esta cultura lugar importante dentre as alternativas de exploração da propriedade. Apesar da ocorrência do “mal-das-folhas”, a viabilidade do cultivo da seringueira em Rondônia não pode ser questionada e o rendimento dos se182 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ringais, embora com produtividade relativamente baixa, representa uma das melhores alternativas de renda para o produtor. A possibilidade do cultivo em consórcios, também já comprovada, permite somar vantagens a diversificação de cultura com o uso racional e intensivo das áreas. As experiências com cacau, café e pimenta-do-reino permitem prever bons resultados, além de outras alternativas, exigindo pesquisas urgentes para sua comprovação. Formas mais adequadas de elaboração do produto e comercialização da produção, também podem representar grandes saltos nos preços pagos ao produtor. Um intensivo trabalho de testes de novos clones, desenvolvidos pela EMBRAPA, permite dispor de material para avaliação preliminar junto aos produtores, prevendo-se um avanço nos resultados de produtividade. Produção do Látex Coagulado Município Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento safra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha Porto Velho 3 1 333 Ariquemes 285 77 270 Ji-Paraná 458 146 319 14 4 286 Cacoal 135 70 519 Vilhena 83 25 301 6 2 333 984 325 330 Alvorada d’Oeste Colorado d’Oeste TOTAL Fonte: EMATER/RO – GEPIN Pimenta-do-Reino Produtores de todo o Estado tem mostrado interesse muito grande por esta cultura. As adequações ao sistema de exploração dos pequenos proprietários comprovam sua lucratividade. Embora a cultura exija alto volume de fertilizantes, isto não tem sido obstáculo para sua exploração sem adubação, mesmo em solos de baixa fertilidade. Os resultados dos primeiros anos de produção se mostraram satisfatórios. Maior dificuldade para o cultivo da pimenta tem sido a falta de estacas e mudas para implantação de novas lavouras. Apesar da produção ainda pequena, as colheitas já comercializadas são estimulantes, mostrando aos pipericultores o potencial da cultura. 183 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Cultura da Pimenta-do-Reino – Safra 2001/2002 Município Porto Velho Guajará-Mirim Área Colhida (ha) 46 Produção (t) Rendimento 64 1.391 1 1 1.000 Ariquemes 92 135 1.467 Ji-Paraná 24 35 1.458 Alvorada D’Oeste 23 35 1.522 Cacoal 33 50 1.515 Vilhena 11 17 1.545 Colorado D’Oeste 42 63 1.500 272 400 1.471 Total do Estado Fonte: EMATER/RO – GEPIN Palmito A exploração de palmito ainda se caracteriza como atividade extrativa, o que faz com que a obtenção da matéria-prima seja o principal problema enfrentado pela agroindústria. Os preços representam muito pouco na renda da propriedade, razão do pouco interesse pelo colono. Considerando a elevada demanda dos mercados nacionais e internacionais pelo palmito, o desenvolvimento de agroindústrias sólidas no Estado, certamente transformariam a produção de palmito em uma atividade agrícola rentável. O extraordinário potencial de crescimento e adaptação das palmáceas para cultivo permite prever alta rentabilidade para o produtor capaz de se organizar para uma comercialização eficiente. As espécies que se destacam são: açaí, pupunha e babaçu. A área atualmente cultivada é de 850 ha. Importante ressalvar projeto implantado no município de Porto Velho, que trabalha o processamento final do produto, através da aquisição junto a produtores cooperativados e por meio de produção própria. Cultura do Palmito/Pupunha Município Porto Velho Área Colhida (ha) Produção (t) safra 2001/2002 safra 2001/2002 Rendimento Kg/ha 427 809 1.895 Guajará-Mirim 15 27 1.800 Ariquemes 46 88 1.913 144 284 1.972 9 18 2.000 Ji-Paraná Alvorada d’Oeste 184 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Cacoal 101 193 1.911 Vilhena 8 15 1.875 Colorado d’Oeste 100 188 1.880 TOTAL 850 1.622 1.908 Fonte: EMATER/RO – GEPIN Urucu Planta muito conhecida e já cultivada há muito tempo, somente agora despertou interesse como cultura comercial. A quantidade de informações do cultivo é limitada. O interesse comercial pelo produto expandiu devido ao seu corante bixina, que tem sido visto nos países do Primeiro Mundo, como um substituto natural para os corantes sintéticos, condenados como agentes cancerígenos. Para comercialização com vistas à exportação é exigido que as sementes apresentem um teor mínimo de 2,5% de bixina. O desconhecimento das técnicas de cultivo, ainda se traduzem no maior obstáculo para expansão da cultura, sendo sensível à falta de cultivares adaptadas, com altos teores de bixina. A EMBRAPA já desenvolveu e comercializa sementes de cultivares com 5% de bixina. É necessário organizar a produção no Estado com base nesses cultivares e sistema de produção adequado. Cultura do Urucu Município Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento safra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha Porto Velho 55 Guajará-Mirim 47 855 8 8 1.000 247 169 684 15 14 933 Alvorada d’Oeste 4 4 1.000 Cacoal 2 2 1.000 Vilhena 5 5 1.000 Colorado d’Oeste 1.498 1.498 1.000 TOTAL 1.834 1.747 953 Ariquemes Ji-Paraná Fonte: EMATER/RO – GEPIN 1.1.3 – A Fruticultura A cadeia mundial da fruticultura ainda se encontra em estágio inicial de desenvolvimento e a realidade dos dias atuais impõe, face às mudanças 185 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 na ordem econômica e a abertura dos mercados, a necessidade de melhor caracterização e modernização do sistema agroalimentar das frutas. De acordo com estudos produzidos pela FIERO, apesar da grande variedade de frutas produzidas no país, poucas são comercializadas a nível internacional, principalmente devido à grande perecibilidade, aos custos de comercialização e aos canais de distribuição ainda em formação. Estudos do Ministério da Ciência e Tecnologia – Agronegócio Brasileiro – corroboram neste sentido, ao concluírem que, apesar da importância da produção de frutas no país, sob o ponto de vista econômico, quando se analisa de forma estratificada os milhões de toneladas produzidos, percebese que metade é de laranja e 20% de banana. São 70% para estas frutas e, para a laranja em particular, cerca de 65% de sua produção se destinam ao processamento industrial, onde o Brasil é o principal exportador de suco concentrado. Afora estas frutas, todas as outras são produzidas ainda em quantidades insuficientes para a nova demanda interna, havendo a necessidade de muito trabalho com variedades, tecnologias, qualidade, redução de custos e implementação de um plano estratégico de marketing para sedimentar e ampliar o acesso ao mercado internacional com mais competência. Os índices de evolução da produção, do consumo e das exportações são bastante elevados. A elevada participação brasileira na cadeia mundial deve-se à grande produtividade da fruticultura nacional, 60% acima da média, só se encontrando atrás dos Estados Unidos, no ranking mundial. A exportação brasileira de frutas frescas vem crescendo bastante, porém é ainda bastante reduzida quando comparada com a produção mundial, pois representa menos de 1,2% do consumo e denota uma cadeia produtiva de atuação eminentemente regional. Ainda assim, a fruticultura apesar de representar apenas cerca de 5% das áreas cultivadas no país, é uma das atividades capazes de assegurar ao Brasil um percentual significativo de volume de produção e da sua pauta de exportação. Com a cadeia produtiva das frutas é possível alcançar um faturamento bruto de R$ 1.000,00 a R$ 20.000,00 por hectare, sendo maior que na produção de grãos, cujo valor oscila entre R$ 300,00 a R$ 600,00. Além disso, para cada 10.000 dólares investidos em fruticultura, geram-se três empregos diretos permanentes e dois indiretos. Visto por outro ângulo, 2,2 milhões de hectares com frutas no Brasil significam 4 milhões de empregos diretos (2 a 5 pessoas por hectare)85. A Fruticultura em Rondônia A fruticultura rondoniense ainda é pouco expressiva, mas vem sendo 85 186 MCT – CNPq – A Cadeia Produtiva da Fruticultura Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 incrementada com a entrada em funcionamento de algumas indústrias de beneficiamento, sendo predominante a indústria de pequenos equipamentos, destinados ao consumo local. Citros Várias experiências de produção, realizadas em diversas partes do estado, comprovam o alto potencial das regiões de solo mais fértil, para a produção citrícola. Apesar disto, são predominantes os pequenos pomares, quase sempre com plantas “pé-franco”, sem importância na geração da renda do produtor. Alguns problemas típicos dos citros, como a “gomose” e as viroses de maneira geral, também estão presentes no Estado. Porém, um adequado programa de apoio a instalação de pomares comerciais, poderá tornar Rondônia auto-suficiente na oferta de citros. É necessário definir pólos de produção que possam receber um esforço concentrado do Governo no apoio a produção, organização de produtores e comercialização do produto. Nas regiões de Ji-Paraná, Cacoal e Alvorada d’Oeste está concentrada a maior parte da citricultura do Estado. Cultura de Citros Município Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento safra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha Porto Velho 96 640 6.667 Guajará-Mirim 21 146 6.952 Ariquemes 106 764 7.208 Ji-Paraná 195 1.452 7.446 Alvorada d’Oeste 121 913 7.545 Cacoal 328 2.469 7.527 Vilhena 65 476 7.323 Colorado d’Oeste 76 553 7.276 1.008 7.413 7.354 TOTAL Fonte: EMATER/RO –GEPIN Abacaxi O abacaxi não é fruta calórica, mas seu conjunto contém altas porcentagens de Vitaminas A, B e C, assim como carboidratos, sais minerais e fibras. Além disso, dos restos do abacaxizeiro pode-se extrair a bromelina, uma enzima nobre que ajuda a decompor proteínas. 187 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Basicamente cultivam-se as variedades Pérola, a preferida pelo mercado “in natura”, e Smooth Cayenne ou Havaiana, que produz um fruto maior, mais ácido e resistente e que, por isso mesmo, é normalmente destinada à exportação e às indústrias de compotas e sucos. A produção de abacaxi no país ainda é comercializada de maneira muito precária no que diz respeito à conservação da fruta depois da colheita. A preocupação com melhores embalagens e um armazenamento mais eficiente ainda é pequena, mas já há quem se interesse por essa agregação de valor, devendo ser considerado que a tendência do mercado é dar preferência a um produto melhor apresentável e com tempo de prateleira mais longo. O abacaxi, introduzido no Estado a partir de 1994 como cultura comercial, apresenta características promissoras. Sua produção está sendo destinada em grande parte ao consumo “in natura”, já havendo aproveitamento em polpas e concentrados. Em 2002 foram colhidos 568 hectares com uma produção de 9,8 milhões de frutos, rendimento médio de 17.407 frutos/ha. Os principais municípios produtores são Pimenta Bueno, Guajará-Mirim, Colorado d’Oeste, Cujubim e Porto Velho. Melancia A melancia tem aproximadamente 50% de sua produção concentrada em um único país, a China. O Brasil é o sétimo maior produtor mundial. A presença do Brasil é única em termos continentais; nenhum outro país da América do Sul aparece na lista de grandes produtores. A produção de melancia em Rondônia também está em processo inicial, mas já começa a abastecer o mercado interno. Com a boa aptidão dos solos das áreas ribeirinhas, o Estado tende a ser auto-suficiente em curto prazo e, inclusive, deverá ter excedentes para atender a outros mercados. Em 2002, a área colhida foi de 525 hectares, com uma produção superior a 10 mil toneladas e rendimento médio de 19.800 kg/ha. Cupuaçu Planta presente em grande número de pomares rurais, a semente ou muda de cupuaçu vem sendo muito procurada pelos produtores e se transformando em uma das opções de cultivo da pequena propriedade. A procura pelas sementes e o potencial dos subprodutos já identificados faz prever ampla possibilidade de expansão desta espécie. É considerada pelos produtores como a fruta em que a cadeia estadual possui maior capacidade de competição. 188 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 A polpa pode ser utilizada para confecção de sorvetes, sucos, geléias, doces e iogurtes. As sementes, para fabricação de chocolate branco, considerado de ótima qualidade. Atualmente, o cupuaçu vem conquistando o mercado de outras regiões do país e do exterior. Espécie de boa adaptação à sombra, propicia a formação de consórcios com outras plantas de porte florestal, permitindo bons resultados econômicos e ecológicos. É uma fruta tropical com grande potencialidade agroeconômica, propiciando um adicional de renda integrado com outros cultivos tropicais. Através do processo de enxertia é possível alcançar clones superiores e desenvolver processos melhorados de cultivo, modernizando a exploração desta espécie. Identificar plantas superiores e avançar em um programa de melhoramento para produção de clones é um objetivo a ser alcançado pela pesquisa. O picolé de cupuaçu, fabricado pela KIBON, possui comercialização apenas regional, pois a oferta da fruta ainda é insuficiente. A semente do cupuaçu tem boa possibilidade de aproveitamento industrial. Pode ser buscada a produção do cupulate que é um produto cujo processo de fabricação consiste na transformação das amêndoas de cupuaçu (sementes após o beneficiamento) em um derivado com valor nutritivo, larga aceitação de consumo, sabor, textura, odor e aparência semelhantes aos do chocolate. O cupulate pode ser processado nas formas de pó e tabletes meio amargo e ao leite. Quanto à utilização, este produto pode ter todas as aplicações dadas ao chocolate tradicional. Cultura do Cupuaçu Município Porto Velho Guajará-Mirim Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento safra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha 1.568 2.943 1.877 43 74 1.721 Ariquemes 174 333 1.914 Ji-Paraná 181 333 1.840 Alvorada d’Oeste 93 178 1.914 Cacoal 63 116 1.841 Vilhena 10 20 2.000 Colorado d’Oeste 19 38 2.000 2.151 4.035 1.876 TOTAL Fonte: EMATER/RO – GEPIN Cacau Saindo da floresta amazônica para conquistar o mundo, o cacau per189 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 correu um longo caminho. Sua história cercada de lenda está marcada por episódios curiosos: foi usado pelos astecas, como moeda, provocou discussão entre os religiosos sobre o seu uso nos conventos devido às suas supostas propriedades afrodisíacas e, por muito tempo, foi uma bebida exclusiva das mais faustosas cortes da Europa. Suas sementes, levadas para outras regiões e continentes, formaram grandes plantações que, hoje, representam importante fonte de trabalho e renda para milhões de pessoas. O chocolate é um alimento balanceado, contendo uma associação bem equilibrada de cacau, leite e açúcar, apresentando alto índice de carboidratos e gordura. Do fruto do cacaueiro começa a se industrializar também o suco de cacau, a partir da extração da sua polpa. Com a polpa são produzidas geléias, destilados finos, fermentados - a exemplo do vinho e do vinagre - e xaropes para confeito, além de néctares, sorvetes, doces e uso para iogurtes. Existe mercado amplo e imediato, principalmente para o suco de cacau, tanto no país como no exterior. Pesquisas desenvolvidas pela CEPLAC passam a gerar tecnologias capazes de otimizar a produção cacaueira, através do aproveitamento integral dos subprodutos e resíduos da pós-colheita. O uso das tecnologias, além de contribuir para diversificar a receita das propriedades rurais, pode resultar em incremento significativo da renda líquida do produtor de cacau, tornando-o menos dependente das flutuações do mercado externo, que regulam o preço do produto. O cacaueiro sempre foi cultivado para dele aproveitar-se apenas as sementes de seus frutos, que são a matéria-prima da indústria chocolateira. As sementes secas representam, no máximo, 10% do peso do fruto do cacaueiro. Apenas recentemente é que os 90% restantes começaram a despertar o interesse dos produtores, a partir de estudos desenvolvidos por técnicos da CEPLAC. Uma tonelada de cacau seco, por exemplo, representa 400 a 425 Kg de polpa integral. A casca do fruto do cacaueiro também pode ter aproveitamento eco190 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 nômico, servindo para alimentar bovinos, tanto “in natura” como na forma de farinha da casca seca ou de silagem, como também para suínos, aves e até peixes. A casca do fruto do cacaueiro pode ainda ser utilizada na produção de biogás e biofertilizante, no processo de compostagem ou vermicompostagem, na obtenção de proteína microbiana ou unicelular, na produção de álcool e na extração de pectina. Uma tonelada de cacau seco (semente) produz oito toneladas de casca fresca. O suco de cacau possui sabor bem característico, considerado exótico e muito agradável ao paladar, assemelhando-se ao suco de outras frutas tropicais, como o bacuri, cupuaçu, graviola, acerola e taperebá. É fibroso e rico em açúcares (glicose, frutose e sacarose) e também em pectina. O total mundial da produção em 2002 foi de 2,8 milhões de toneladas. O consumo mundial com base em estudos de mercado dos chocolates e achocolatados entre junho de 2001 e junho de 2002 constataram declínio nas vendas de 2%. As importações dos Estados Unidos em agosto de 2002 alcançaram 43,3 mil toneladas, com aumento de 57% sobre o mês de agosto de 2001. Todavia, o acumulado do ano, de 246.489 toneladas, está 7% abaixo dos primeiros oito meses do ano 2001. Os preços ao produtor em dezembro/2002, pela sensível elevação das cotações externas e da cotação do dólar, evoluíram de R$105/arroba para aproximadamente R$120,00. Os Preços Internacionais elevaram-se acentuadamente, fechando em dezembro de 2002 a US$1.947/t. Os maiores produtores mundiais são: 1. Costa do Marfim com 41% da produção – 1,15 milhão de toneladas; 2. Indonésia – 15% – 410 mil toneladas; 3. Gana – 14% – 405 mil toneladas; 4. Nigéria – 6% – 170 mil toneladas; 5. Brasil – 4% – 130 mil toneladas. O Brasil ocupa o quinto lugar também em consumo. O cacau em Rondônia O processo de implantação e desenvolvimento da cacauicultura em Rondônia teve início em 1971, respaldado em estudos realizados pela CEPLAC, que apontavam a viabilidade da lavoura nesta região. As definições que levaram Rondônia a participar de forma tão relevante no programa, foram calcadas nos critérios técnicos, econômicos e ecológicos. A partir de 1986 o mercado internacional começou a apresentar tendências de declínio e o preço médio da tonelada sofreu baixa significativa variando de US$ 2,500/tonelada para até US$ 800/tonelada. Tal fato teve como origem o excedente de oferta provocado por políticas subsidiárias de países africanos, somado ao novo padrão de competitividade dos grandes produtores. 191 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Conseqüentemente, para sobreviver a essas ameaças, o setor cacaueiro teria que, além de apostar na extinção das políticas subsidiárias dos países africanos, melhorar substancialmente o perfil tecnológico do setor. A primeira condição, como era previsível, encontra-se em processo final de saneamento, devido à impossibilidade de manutenção irreal de produtores nos países africanos, o que além de premiar a ineficiência, permitiu a expansão de uma produção que desequilibrou o mercado, exigindo desses países um volume cada vez maior de recursos para manter o subsídio. Para a segunda questão, embora detentora de satisfatório nível da tecnologia gerada em seus setores de pesquisa, a instituição responsável pela assistência técnica da cacauicultura viu-se quase totalmente paralisada nas suas ações de atendimento ao produtor, devido ao descaso dos governos com o setor. Esse descaso impediu o atendimento necessário aos produtores, os quais reduziram drasticamente os investimentos na condução técnica de suas lavouras, tendo, por conseqüência, a redução da produtividade, proliferação de pragas e doenças e diminuição da renda, levando ao abandono, aproximadamente, 60% das lavouras. A cacauicultura do Estado apresenta um quadro deveras adverso. Este é fruto de fatores internos tais como: a ocorrência da enfermidade “vassoura de bruxa”, competição com a pecuária, carência de mão-de-obra especializada, desorganização dos produtores e, conseqüentemente, da produção, preços aviltados por parte dos intermediários que, em muitos casos, chegaram a praticar até 50% em relação a outras regiões produtoras e também devido a fatores externos, tais como: superprodução mundial, cotações que chegaram a níveis impraticáveis de US$ 800 por tonelada e a falta de recursos para investimento em pesquisas. Apesar desses fatores adversos à cacauicultura em Rondônia, constata-se ser ainda possível o resgate dessa atividade, uma vez que as outras atividades como guaraná, seringueira, etc. apresentam problemas e relação custo/beneficio menos favorável que a atividade cacaueira, fato comprovado junto a produtores que se mantiveram a muito custo e sacrifício neste ramo. Diante desse quadro desfavorável, mas contando com pequenos acenos do mercado internacional, da diminuição da safra do cacau baiano e baseado no apoio das instituições estaduais e do vasto manancial de pesquisas desenvolvidas pela CEPLAC em Rondônia, nas diversas áreas (genética e melhoramento, entomologia, fitopatologia, processamento primário do cacau, processamento industrial de polpa, solos e nutrição mineral, climatologia) destacando-se os resultados promissores alcançados especialmente no que diz respeito ao controle da “vassoura de bruxa”, a CEPLAC decidiu retomar 192 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 as ações em Rondônia. Com o controle da doença, através da prática de manejo integrado é perfeitamente possível a recuperação de lavouras cacaueiras com elevado nível de infestação. Pode-se observar que a utilização dessa prática possibilitou a recuperação de lavouras altamente atacadas (com produtividade de aproximadamente 300Kg/ha e perdas em torno de 80% da produção), permitindo a redução de perda para valores na ordem de 10% e elevando a produtividade para 1.500 Kg/ha, além de permitir o enriquecimento da lavoura através da implantação dos SAF’s – Sistemas Agroflorestais. O aumento da produção de amêndoas secas de cacau possibilitará a instalação de indústrias de transformação (manteiga e torta de cacau), tendo como conseqüência a instalação de pequenas indústrias transformando a torta e manteiga em chocolates, doces, balas, etc. A produção atual, aliás, já comporta a instalação de uma unidade industrial de médio porte. A utilização das amêndoas secas e de subprodutos do cacau no Estado possibilitará o incremento de aproximadamente 5.000 empregos diretos e indiretos, aumentando a renda no Estado através da geração de empregos e de impostos a serem arrecadados. A cacauicultura em Rondônia obteve na safra 2001/2002 uma produção de 16.248 toneladas e há uma expectativa de safra em 2002/2003 de 17.542 toneladas. Importante esforço para a recuperação da lavoura do cacau vem sendo desenvolvido pela Superintendência para a Amazônia Ocidental da CEPLAC onde a oferta de material genético resistente à vassoura de bruxa associado ao aperfeiçoamento do seu controle fitossanitário e técnicas de recuperação de lavouras decadentes através de novos processos de enxertia, são colocados à disposição dos cacauicultores. Banana A banana é uma das principais frutas de consumo popular no Brasil. A bananeira encontra-se distribuída por todo o território nacional, situando-se entre os principais cultivos em área plantada, volume produzido e valor da produção. Constitui-se numa das principais alternativas de diversificação agrícola por possuir excelentes perspectivas de mercado como fruta fresca ou industrializada. Além disso, é um cultivo de produção rápida (aproximadamente um ano) e pode ser utilizada facilmente em consórcios. Diversos são os produtos que podem ser obtidos da banana, salientando-se os seguintes: polpa ou purê (na forma de congelado, asséptico, acidificado e preservado quimicamente), néctar, fruta em calda, produtos 193 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 desidratados (tais como banana liofilizada, flocos e frutas na forma de passa) e doces diversos, incluindo geléias e doces de massa. Com a maioria das bananas verdes, pode-se produzir uma farinha extremamente nutritiva e com inúmeras aplicações na alimentação, desde o preparo de mingaus até biscoitos. A bananeira é a espécie frutífera mais plantada em Rondônia. Introduzida em larga escala nos plantios de cacau, visando o sombreamento, criou uma oferta abundante que levou à abertura de um mercado interno importante. Rondônia exporta a variedade “maçã” para o centro sul, criando uma alternativa para a expansão da bananeira como cultura principal. A situação estimuladora dos preços em alguns períodos, contrasta com sua queda em outros, em função das distorções no processo de comercialização. Ainda assim, a banana se mantém como alternativa atraente para aqueles produtores que dispõem de infra-estrutura de estradas e localização mais privilegiada. O grande problema da cultura é a presença do “mal-dopanamá” na variedade “maçã”, a mais cultivada e que, juntamente com a banana comprida, dominam o mercado. Associar medidas profiláticas para a variedade “maçã” ao uso de cultivares resistentes, diversificando os plantios, é uma das alternativas para garantir a continuidade da bananicultura no Estado. A organização da comercialização e implantação de agroindústrias são fundamentais para a expansão da cultura, existindo iniciativas empresariais para instalação de uma indústria de polpa e concentrado. Cultura da Banana Município Porto Velho Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento safra 2001/2003 safra 2001/2003 Kg/ha 763 6.480 849 81 751 9.272 Ariquemes 1.742 12.434 7.138 Ji-Paraná 1.308 11.403 8.718 Alvorada d’Oeste 429 3.878 9.040 Cacoal 886 8.532 9.630 Vilhena 167 1.501 8.988 Colorado d’Oeste 271 1.464 5.402 5.647 46.443 8.224 Guajará-Mirim TOTAL Fonte: IBGE/GCEA-RO/SEAPES Guaraná Espécie vegetal da família das sapindáceas, nativa da Amazônia, cujo 194 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 nome provém do termo indígena “varaná’’, que significa árvore que sobe apoiada em outra. A planta é um arbusto semi-ereto, trepadeira, lenhosa, que no seu habitat natural se apóia nas árvores da floresta, atingindo altura de 9 a 10 metros. O fruto é uma cápsula deiscente de 1 a 3 válvulas, com uma semente cada. Esta tem forma arredondada, preta e brilhante, constituindo-se no produto utilizável da planta, após sofrer beneficiamento primário, que consiste na torrefação e limpeza. É produto de múltiplas e comprovadas propriedades medicinais, tido como uma das mais preciosas manifestações da nossa flora. Já introduzido como cultura no Estado, o guaraná tem sido motivo de reclamação por parte dos plantadores, tendo em vista os baixos preços alcançados pelo produto nos últimos anos. O excessivo otimismo inicial em relação aos resultados, deverá dar lugar a uma expectativa mais realista, que permita uma gradativa contribuição desta cultura na renda da propriedade diversificada. Para tanto é necessário que a comercialização seja viabilizada e a melhoria da produtividade seja buscada através do uso de clones ou sementes melhoradas, o que implica em definição de programas de apoio para fornecimento destes insumos. Cultura do Guaraná Município Porto Velho Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento safra 2001/2002 safra 2001/2002 Kg/ha 40 20 500 5 2 400 203 88 433 3 1 333 Cacoal 16 7 438 TOTAL 267 118 442 Guajará-Mirim Ariquemes Ji-Paraná Fonte: EMATER/RO – GEPIN 195 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Muitas outras espécies frutíferas mostram potencial para cultivo racional em Rondônia, podendo ser citadas: manga, abacate, graviola, mangostão, mamão, coco, acerola, maracujá, jaca e fruta-pão. A avaliação sistemática de espécies frutíferas nativas e exóticas poderá permitir aos produtores novas opções de renda. É na dificuldade de comercialização e na falta de agroindústria que se encontram as maiores limitações que colocam em risco o plantio de áreas maiores. 1. 2 – A Produção de Carne, Couro, Leite e Derivados Panorama da Pecuária A pecuária bovina mundial indica uma atividade que, no segmento de produção, vem apresentando um período de declínio nos tradicionais centros de produção, como é o caso da Europa e da América do Norte e de uma expansão nos países em desenvolvimento. O rebanho mundial de bovinos já é superior a um bilhão de cabeças. A América do Norte é o bloco líder mundial de carne, com destaque para os Estados Unidos, o maior produtor. A expectativa mundial no agronegócio de carnes é que a produção per capita, aumente quase 50% até os anos de 2020. No mesmo período, há perspectiva de crescimento da demanda da carne em torno de 35% e da demanda de leite em 25%, muito embora o consumo per capita de carne vermelha venha apresentando queda, principalmente devido à mudança do perfil do consumo de proteína animal, reforçada pela crise da “vaca louca” e por questões sanitárias nos países produtores. No Brasil, o setor produtivo de carnes vem apresentando expressivos avanços nas áreas de sanidade, modernização e ganhos de produtividade, consolidando a posição do país como grande produtor e exportador de carnes. Entre 1995 e 2002, o país obteve um crescimento de 32,4% na produção de carne bovina, 79,9% na de frango e 60,7% na suína. As exportações vêm crescendo de forma mais surpreendente ainda, apresentando um crescimento médio anual de 20,1% nas exportações. Produção e Exportação Brasileira de Carnes Mil toneladas (em equivalente carcaça) Tipo Produção 1995 2002 Exportação Var.% Tx. Média Anual 1995 2002 Var.% Tx. Média Anual Bovina 5.400 7.150 32,4 4,1 285 1.000 250,9 19,6 Frango 4.050 7.284 79,9 8,7 430 1.374 219,5 18,1 Suína 1.470 2.363 60,7 7,0 40 350 775,0 36,3 Total 10.920 16.797 53,8 6,3 755 2.724 260,8 20,1 Fonte: CNA, ABIPECS, UBA/ABEF 196 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 O aumento da produção e das exportações de carnes tem possibilitado maior oferta de proteínas nobres para a população local e importante superávit para a balança comercial. O Brasil detém vantagem competitiva em relação ao mercado mundial de carne bovina (Pineda, 2001), devido ao menor custo de produção e grande potencial de crescimento em sistema extensivo com produtividade e qualidade crescente, levando em consideração que a maioria da carne brasileira é produzida a pasto. Custo de produção da carne bovina, em US$ por tonelada, por ano e por país produtor Países 1997 1998 1999 2000 2001 2000/2001 Argentina 1.655 1.927 1.436 1.532 1.400 -8,6 Austrália 1.387 1.252 1.460 1.532 1.655 +8,0 Brasil 1.630 1.610 1.230 1.480 1.250 -15,5 União Européia 2.757 2.756 2.555 2.265 1.867 -17,6 USA 2.655 2.480 2.662 2.764 2.965 +7,3 Fonte: Gordon Internacional Reserarch Institute, 2001. In Annuaire OFIVAL, 2001 No país o consumo per capita anual de carne bovina está estimado em 36 kg, de carne suína em 11,5 kg e o de frango em 33,5 kg, perfazendo um total de 81 kg por habitante, o que confirma que o Brasil é também um dos maiores consumidores de carne bovina, ocupando a terceira colocação, atrás somente dos Estados Unidos (45 kg/hab) e Argentina (60 kg/hab). Atualmente o Brasil ocupa a posição de segundo maior produtor e terceiro maior exportador mundial de carne bovina. Em frango, somos o segundo maior produtor e exportador mundial e na carne suína, já ocupamos o quarto lugar em produção e exportação mundial. Os maiores rebanhos já estiveram no Sudeste e no Sul, mas a partir de 1980 foram se deslocando rumo ao norte e centro-oeste, onde há boas pastagens e clima favorável. Junto com a movimentação do gado, parte dos frigoríficos e abatedouros também se deslocou em busca de maior produtividade e menores custos de logística. É importante reconhecer que o desempenho alcançado pelo país na produção e exportação de carnes só se tornou possível em face do esforço e dos investimentos realizados na modernização da cadeia produtiva, tanto na área de sanidade quanto gestão, realizados pelos setores público e privado. Com o avanço do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, exe197 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 cutado em parceria com os governos estaduais e o setor privado, os focos da doença vêm caindo drasticamente, sendo atualmente os Circuitos Pecuários Sul, Centro-Oeste, Leste e mais recentemente, Rondônia, pertencente ao Circuito Pecuário Norte, reconhecidos como Livres de Febre Aftosa, pela Organização Internacional de Epizootias (OIE). Cerca de 77% do rebanho bovino brasileiro se encontra em áreas livres de febre aftosa. Na área avícola, a carne brasileira está presente em 88 países, de acordo com informações da União Brasileira de Avicultura (UBA), sendo um setor que vem tendo um desempenho crescente em produção, exportação e consumo interno. Este setor tem o desafio de manter e aprimorar a qualidade e a sanidade da produção, tendo como foco consolidar sua posição e buscar novos mercados, entre eles os da América do Norte, China e Índia. Uma justificativa para a expansão do mercado da carne de frango é a de que é o produto de origem animal que melhor responde aos desafios de alimentação do homem moderno (qualidade nutricional e resposta eficiente aos problemas do sedentarismo). Mas a contínua expansão da indústria do frango tem, sobretudo, razões técnicas e econômicas. A despeito da presença da carne avícola brasileira em 88 países, a avicultura nacional está sujeita a desequilíbrios que podem obstar seu desenvolvimento produtivo. Basicamente dois fatores preponderam, quais sejam: dependência, quase absoluta, de material genético importado e deficiências no sistema de controle sanitário. A dependência decorre do fato de que em outros países (em especial Estados Unidos e em alguns países europeus), empresas privadas desenvolveram trabalhos de melhoramento genético que resultaram na obtenção de novas linhagens – híbridos – cuja produtividade é superior ao das linhas puras e, linhas mais produtivas, permitem expansão de mercado. Já o problema da deficiência no controle sanitário tem reflexo não só no mercado externo, como barreira sanitária, mas também já é sentido no mercado interno, onde o consumidor, muito mais consciente, solicita e adquire alimentos portadores de melhor padrão sanitário. A suinocultura tem apresentado mundialmente uma tendência de concentração e especialização, caracterizando-se pela produção cada vez mais eficiente, fruto da necessidade de maior produção, visando a redução de custos e aumento das receitas, sendo praticada por um número cada vez menor de produtores. Estas tendências apontam para a consolidação de um mercado cada vez mais competitivo, no qual as empresas com maior chance de sobreviver serão aquelas que mantiverem um grande fluxo de produção, da matéria-prima ao produto final, com o menor custo possível. A erradicação da peste suína clássica nas principais regiões produtoras do país e as ações mercadológicas desenvolvidas pelo empresariado transformaram a suinocultura brasileira numa moderna cadeia produtiva, integrada a 198 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 um complexo industrial que opera com elevados índices de produtividade. O consumo per capita de carne suína no Brasil ainda é baixo em relação a outros países. Mesmo sendo importante para a expansão da indústria o crescimento do mercado interno, a maior parte do crescimento buscado nesta cadeia projeta-se para o mercado externo, em função principalmente de vantagens comparativas como: baixo custo da produção de carne suína brasileira; ampliação das áreas livres de febre aftosa em âmbito nacional com reconhecimento pela OIE e problemas sanitários em países produtores. A cadeia produtiva da suinocultura estará mais consolidada quanto mais tecnologias de ponta forem incorporadas, como o desmame precoce e a inseminação artificial, ampliação dos investimentos no diagnóstico e vigilância epidemiológica, investimentos ainda na área de biosseguridade alimentar e manejo e utilização dos dejetos. A Pecuária em Rondônia86 O desenvolvimento da pecuária bovina foi praticamente simultâneo à abertura da rodovia BR-364 (Cuiabá - Porto Velho), mediante o estimulo à formação da pastagem cultivada. Em 1980, a proporção de pastagens cultivadas era de 68%, o que facultava a criação de gado de finalidade mista (carne e leite) com animais de cria, recria e engorda. Nesta época, em razão da carência de espécies forrageiras adaptadas às diversas condições edafoclimáticas da região, a bovinocultura do tipo tradicional caracterizava-se por uma baixa capacidade de suporte das pastagens. O deslocamento e fixação da pecuária na parte Sul do estado processou-se a partir de 1980, tendo como um dos principais pontos de partida os sistemas de criação em estabelecimentos de médio porte localizados originariamente em áreas do município de Pimenta Bueno, incluindo partes da Gleba de Corumbiara e de Espigão do Oeste. Esta região pode ser considerada como o embrião dos empreendimentos pecuários de médio porte no Estado, uma vez que os lotes licitados pelo INCRA foram fixados em 2.000 hectares. Para a época, essa área configurava o tamanho ideal do lote por unidade familiar para o desenvolvimento da bovinocultura. A pecuária é a atividade do setor primário que mais se expandiu nos últimos anos no Estado, especialmente a bovina, que hoje satisfaz plenamente o consumo interno e ainda oferece excedentes exportáveis. A pecuária de corte, aliás, tem evoluído mais rapidamente do que as outras, junto com a expansão das áreas de pastagens, contra uma estagnação ou até mesmo redução de áreas de lavoura. Já a pecuária de leite se 86 Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 14 – Agropecuária. 199 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 desenvolveu mais nas áreas de pequenas e médias propriedades, como fator de agregação de renda aos agricultores tradicionais. Para a erradicação da Febre Aftosa no Estado, além da criação e estruturação da Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia – IDARON, foram efetivadas parcerias com o setor privado, merecendo destaque aquela realizada através do Fundo Emergencial de Febre Aftosa “FEFA”, demonstrando eficácia para contornar as dificuldades orçamentárias do setor público, culminando com a reclassificação do Estado de Rondônia, como “Área Livre com Vacinação” reconhecida e declarada oficialmente pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), o que libera Rondônia para a comercialização da carne bovina e de animais para todas as Regiões do país e para o mercado internacional. É importante ressaltar a dimensão do rebanho bovino rondoniense que registra em 2002 mais de 8,8 milhões de animais, dos quais cerca de 70% são bovinos de corte. Não obstante o sucesso do Programa de Controle da Febre Aftosa, a cargo da Delegacia Federal da Agricultura do Ministério da Agricultura e Reforma Agrária - DFA/MARA, Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia – IDARON, Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social – SEAPES e o Fundo Emergencial para Erradicação da Febre Aftosa - FEFA, as vacinações do rebanho contra brucelose, raiva bovina, carbúnculo sintomático e pneumoenterite 200 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ainda são implementadas de modo deficiente. As perspectivas de estabilização da economia nacional favorecem os investimentos na produção bovina em níveis suficientes para garantir a manutenção do crescimento do rebanho de forma a manter-se compatível com o nível de produção de carne para atender a demanda interna e aumentar o nível das exportações. A Avicultura em Rondônia As áreas de maior concentração da produção avícola em 2002 estão representadas pelas micro-regiões de Pimenta Bueno, com um efetivo de 1.285.136 cabeças, e a micro-região de Ji-Paraná, com 512.186 cabeças, de uma produção total de 3.129.695 cabeças. No que concerne à produção de ovos, a avicultura rondoniense produziu mais de quatro milhões de dúzias em 2002. A produção de carne de frango ainda é insuficiente para atender a demanda interna. Vários obstáculos se interpõem à expansão da atividade avícola no Estado. Um dos principais é a grande oferta de carne bovina com qualidade no mercado local a preços acessíveis. Além disso, a possibilidade de entrada do produto avícola procedente da parte meridional do país a preços altamente competitivos, torna-se sempre um freio às iniciativas locais no sentido da expansão. Outro fator desestimulante a ser considerado incide sobre a dependência da economia rondoniense do componente protéico (em geral, o farelo de soja) da ração, levando os avicultores a adquirir o concentrado oriundo de outros estados. Mesmo com os problemas elencados, não há dúvida de que a produção de carne de frango é a atividade ligada ao complexo cárneo que mais tem crescido nos últimos anos. Há, ainda, que lembrar-se que, de modo geral, muito pouco tem sido feito em termos de ações de fomento e medidas de política governamental, visando dar suporte ao desenvolvimento do setor. Há fortes expectativas de que a produção e o consumo de carne de frango deva continuar se expandindo em Rondônia, assim como em todo o território nacional como decorrência de uma série de fatores que, direta ou indiretamente, vem contribuindo para um maior desempenho deste segmento produtivo, dentre os quais destacam-se os seguintes: • forte tendência à substituição das carnes vermelhas por carnes brancas, sob uma campanha que ressalta suas características organoléticas e o fato de que a carne de frango possui baixo teor de colesterol sendo, portanto, mais saudável; • maior atratividade da carne de frango em termos de diversifica201 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 • • • • ção de produtos (semi-prontos, cortes selecionados, etc.); fortes avanços tecnológicos que permitiram melhorar, significativamente, os índices zootécnicos e, desta maneira, dar maior segurança alimentar e, ainda, redução nos custos de produção; campanhas de marketing e maior eficiência na distribuição/ comercialização do produto, inclusive adoção de sistemas de franquia; melhoria do poder aquisitivo da população, devido aos resultados das políticas de estabilização; boas perspectivas de aumento das exportações. Suinocultura em Rondônia O efetivo suíno do Estado registra 926.150 cabeças. Não há dúvidas de que a suinocultura ainda não tem uma conotação de atividade econômica principal nas diversas classes de atividades agropecuárias. A rigor, praticamente todos os criatórios, nas diversas classes, são exercidos em caráter secundário às atividades econômicas principais e têm como finalidade básica, participar decisivamente da equação de auto-suficiência alimentar do estabelecimento, mesmo que em algumas propriedades possa ser gerado um pequeno volume de excedente para comercialização. Verifica-se que a distribuição espacial do efetivo suíno estadual apresenta uma forte concentração na microrregião de Ji-Paraná, seguido das microrregiões de Ariquemes, Pimenta Bueno, Rolim de Moura, Alvorada d’Oeste, Vilhena e, com menor efetivo, a microrregião de Porto Velho. De um modo geral, dado o estágio de desenvolvimento e de organização alcançados pela suinocultura estadual e da baixa densidade de agroindústria de abate e de processamento de carnes, a atividade apresenta um conjunto de problemas ligados tanto aos aspectos da produção, como aos do processamento e comercialização, os quais decorrem de fatores estruturais que têm limitado sua expansão e modernização. Admite-se que há amplas possibilidades de que o consumo de carne suína possa aumentar no Estado caso haja mudanças no perfil da atividade. Em primeiro lugar, através da melhoria dos índices zootécnicos; em segundo lugar, pelo estabelecimento de agroindústrias em moldes modernos. O desempenho do efetivo suíno decorre de alguns fatores considerados básicos, como é o caso do custo das rações, que chegam a compor até 80% do custo total de produção. No que tange à comercialização, verifica-se que um dos problemas mais graves diz respeito à ação dos intermediários que, dada a dispersão espacial dos produtores e o pequeno volume de produção, ficam fortemente dependentes da intermediação junto aos frigoríficos 202 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 e aos retalhistas. A rigor, a taxa de lucro obtida pelos produtores é irrisória perto daquela obtida pelos intermediários e, em face disso, não existe nenhum estímulo para que os criadores possam expandir seus rebanhos e a qualidade do plantel. No caso das rações, é evidente que há um déficit na produção de macroalimentos (milho em especial) o que é normalmente suprido por importações de rações prontas ou dos componentes para fabricação no Estado, elevando o custo da atividade. Panorama do Couro Este setor guarda estreita relação com a produção mundial de carne. Assim, o redesenho na cadeia produtiva de carne produz reflexos diretos neste. Não há como não relacionar a análise do setor couro sem remeter ao setor calçadista. Neste aspecto, o fato mais relevante é a crescente substituição do couro por outras matérias–primas como têxteis e sintéticos. O maior produtor mundial de calçados é a China que vem mantendo sua competitividade a nível mundial dado o preço competitivo do calçado de couro chinês que está em torno de US$ 7,00 o par. A Itália mantém o seu referencial pela alta qualidade de seus calçados de couro, preço médio de US$ 22,00. O Brasil é um dos cinco maiores produtores e consumidores mundiais de calçados e vem recuperando a competitividade mundial, através de seus grandes pólos calçadistas. Considerando o volume de fabricação e de negócios com produtos de couro e peles de qualidade (calçados, bolsas, cintos, vestuários, entre outros), o Município de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, ocupa a primeira colocação. Em segundo lugar, encontra-se Franca em São Paulo; e em terceiro, está o pólo do Estado do Ceará, centralizado na região metropolitana de Fortaleza. O mercado de couro no Brasil é pouco concentrado, com inúmeras empresas de participação modesta. Cerca de 85% dos estabelecimentos produzem couro wet blue, principal produto de exportação. Este tipo de couro tem menor valor agregado, o que implica menor valor das exportações, além de provocar maior impacto ambiental, uma vez que a utilização do cromo em seu processo de fabricação constitui a etapa mais poluente de toda a cadeia produtiva. Os curtumes de wet blue localizam-se próximos aos frigoríficos e matadouros, pois o couro precisa ser tratado no prazo máximo de quatro dias após a esfola. Os curtumes de acabados localizam-se próximos aos pólos produtores de calçados e artefatos de couro. 203 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 A agregação de valor de um couro no estágio acabado é 3 vezes superior à de um couro no estágio wet blue, e necessita-se de 70% a mais de mão-de-obra no curtume que realiza o acabamento. Em Rondônia, este setor encontra-se em fase de implantação e ainda agrega pouco valor sobre a matéria-prima existente, apesar de sua elevada qualidade. Produção de Leite O mercado mundial do leite ganhou novo dinamismo a partir da inserção do leite longa vida e de novas embalagens, o que elevou as exportações mundiais. Contudo o grau de abertura econômica da cadeia ainda é baixo e deve aumentar nos próximos anos. O maior produtor mundial de leite continua sendo os Estados Unidos, seguido da Índia, Rússia, Alemanha, França, Brasil, Reino Unido, Ucrânia, Nova Zelândia e Polônia. A produção mundial de leite de vaca cresceu 8,3% no período 1992 a 2002 (499,14 milhões de toneladas), representando um total de 83,5 % do total do leite de todas as espécies animais produzidos no período. As maiores taxas de crescimento se verificaram na Oceania com 34,2%, seguida da Ásia com 18,3%, América 9,2% e África 8,5%. A Europa apresentou na década em referência crescimento negativo de –2,8%. O maior consumo per capita pertence à Áustria, situando-se em 159 kg/hab/ano e o menor consumo o da China com 3,21 kg/hab/ano. No Brasil o consumo per capita está em 74,40 kg/hab/ano87 . Desde o início dos anos 90, o setor lácteo brasileiro vem sofrendo transformações nas relações entre produtores, indústrias, consumidores e governo, que afetaram os níveis de produção, de produtividade, de importação e de organização do mercado. Estas mudanças aceleraram o processo de concentração do sistema produtivo. Pequenas e médias empresas nacionais foram adquiridas por grandes grupos, principalmente estrangeiros, diante de um mercado cada vez mais competitivo e exigente quanto à escala de produção e ao poder de barganha. As empresas nacionais remanescentes foram obrigadas a buscar maior produtividade e maior segmentação de mercado em direção a produtos de maior valor agregado, o que além de possibilitar a obtenção de melhores desempenhos, gerou também a revitalização da demanda, desta vez por novos produtos lácteos, abrindo espaços em mercados antes não explorados. O Brasil é o sexto maior produtor de leite e tem um grande potencial 87 204 Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 para produtos lácteos e condições favoráveis para suprir a demanda interna – 35,658 milhões/litros/ano – Ministério da Saúde e IBGE – sem ter que recorrer a contínuas importações e, ainda, gerar excedentes exportáveis, tanto pela possibilidade de ganhos na produtividade, quanto pela oportunidade de expansão da fronteira agrícola, principalmente nas regiões de cerrado, fazendo-se necessário investimentos direcionados a reduzir índices de baixa qualidade do leite e de seus derivados; reduzir os altos custos e ampliar a escala de produção; ampliar a assistência técnica e gerencial; dentre outros. As necessidades de avanços tecnológicos para assegurar o desenvolvimento sustentável e competitivo do setor incluem ainda mudanças principalmente nos segmentos da produção e da indústria. O leite em Rondônia Para incentivar a produção de leite, no final da década de 70 o governo estadual instalou dois laticínios – um em Porto Velho e outro em Ouro Preto do Oeste – para produzir, inicialmente, leite in natura, e mais tarde, queijo e manteiga. Este processo fomentou o surgimento de indústrias de pequeno, médio e grande portes, que hoje totalizam 71 empresas. Dois grandes laticínios, um deles do grupo multinacional PARMALAT e o TRADIÇÃO estão produzindo leite longa vida. Para melhoria da qualidade e produtividade da pecuária leiteira, foi 205 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 criado pelo Governo do Estado o Programa PROLEITE, o qual tem como suporte financeiro recursos provenientes da redução do recolhimento de ICMS pela Industria Láctea, recursos estes que passam a compor um Fundo privado destinado aos pequenos produtores, técnicos e extensionistas do quadro governamental e dos laticínios, aplicados através de cursos, palestras, dias de campo e excursões inclusive com acesso às modernas técnicas de melhoramento genético já disponíveis em alguns empreendimentos agropecuários rondonienses: inseminação artificial, transferência de embrião e fertilização in vitro “FIV”. Os resultados já demonstram um extraordinário incremento na produção leiteira do Estado. Na década de 1990 a 2000, a taxa de crescimento da produção de leite no Brasil foi de 3,19% ao ano. Neste mesmo período a taxa em Rondônia foi de 10,35%, a maior taxa de crescimento da Região Norte. A produção do leite em Rondônia atinge níveis significativos, embora mantenha ainda uma média baixa por produtor. Entretanto, face o número elevado de produtores, o volume total produzido demonstra resultado satisfatório, o que explica a expansão do número de indústrias, com reflexos no crescimento da oferta de queijos de Rondônia no mercado nacional. Atualmente o recebimento de leite nas plataformas dos laticínios atingiu o patamar de 1.500.000 l/dia. Fonte: IBGE 1991/2001 (*) 2002 - Estimativa FIERO Note-se que em todas as regiões do Estado existem indústrias de laticínios e que, segundo pesquisa junto a esse segmento, 75% do leite produzido é destinado à indústria, e 25% destina-se ao consumo in natura e fabricação de queijo caseiro. A indústria possui uma capacidade instalada suficiente para produzir anualmente 48,6 mil toneladas de queijos. 206 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Dos produtos obtidos pela indústria de laticínios apenas os queijos requerem ações mais complexas para comercialização, uma vez que o leite pasteurizado, por suas características de baixa durabilidade, é mais comercializado no mercado local. Do total possível de venda de queijo em outros estados, o mercado da cidade de S. Paulo absorve a quase totalidade da produção, quer para consumo próprio, quer para revenda para as demais regiões do país. O mercado dos estados da Região Norte, embora não apresente um consumo per capita comparável com os da região Sul e Sudeste e, por conseqüência, um volume que justifique uma política mais agressiva de vendas, já se apresenta como alternativa para suprir parte do mercado que está se perdendo em São Paulo para os produtos do Uruguai e Argentina. O crescimento da indústria de laticínios deu-se em ritmo acelerado com a conseqüente resposta da bacia leiteira, por cerca de dez anos, até a entrada em vigor do tratado do Mercosul, quando então passou a sofrer competição dos produtos do Uruguai e da Argentina, uma vez que a alíquota do Imposto de Importação foi reduzida a 2%. Esta política redundou numa violenta crise no setor de produção de laticínios em termos nacionais, já que as indústrias daqueles dois países operam com preços internacionais, comprando o leite junto ao produtor a U$ 0,15/ litro. Piscicultura A Amazônia brasileira tem nas suas reservas aqüíferas o maior potencial da Terra para produção de peixes de água doce, quer em criatórios naturais em lagos e rios, quer no desenvolvimento da piscicultura racional através de criadouros que contemplem desde a produção de alevinos, passando pela recria, até alcançar o produto final pronto para consumo. Esta atividade, inibida talvez pela produção natural, somente há alguns anos vem sendo encarada pelos empresários como importante, não só por questões ambientais, mas por ter demonstrado capacidade de oferecer retorno aos seus investimentos. Em Rondônia, mais recentemente a piscicultura racional foi introduzida e vem se desenvolvendo rapidamente com aporte de investimentos em todas as suas fases de produção. Tem gerado grande expectativa dos produtores rurais na criação de peixes, ou simplesmente no povoamento de seus reservatórios. A produção de alevinos, considerada a fase mais delicada do processo, já conta com estações de piscicultura nos municípios de Porto Velho, Pimenta Bueno, Ariquemes, Presidente Médici, Ji-Paraná, Ouro Preto e Vilhena, capazes de produzir 10.000.000 de alevinos/ano e uma capacidade de 207 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 beneficiamento de 12 t/dia, das espécies mais frequentemente criadas em Rondônia: tambaqui, tambacu, pacu, curimatá e carpa. O alto custo das rações representa um dos grandes obstáculos ao crescimento da piscicultura. Alternativas vêm sendo buscadas e pode-se afirmar que dentre os grandes produtores de peixe, seis já dispõem de misturadores para o preparo de sua própria ração. Quanto ao mercado consumidor, o consumo per capita do Estado situa-se em torno de 9 kg/ano, o que se traduz numa demanda de 13.770 t/ano, que é abastecido pela pesca artesanal e pela importação de regiões próximas, do estado do Amazonas. Somente 3% da demanda é atendida pelos piscicultores locais, razão do setor estar demonstrando forte tendência de expansão. No mercado estadual os picos de preços ao consumidor ocorrem entre dezembro e fevereiro, época de desova, quando a pesca é proibida, e de março a junho, época das cheias dos rios, quando há escassez na oferta de pescados. O valor médio do quilograma do peixe bruto (com vísceras) pago ao produtor foi de R$ 2,50, chegando ao consumidor entre R$ 4,50 e R$ 6,00. Dentre os principais motivos da tendência de crescimento da piscicultura em Rondônia podem ser relacionados: • o mercado estadual é importador de peixes; • os preços no mercado estadual, em particular Porto Velho, permitem elevadas margens de lucro ao produtor; • trata-se de atividade ecologicamente correta, o que propicia acesso mais fácil a financiamentos, credenciamentos e autorização dos organismos públicos governamentais; • acesso ao mercado potencial brasileiro, com custo de transporte não proibitivo; • clima e recursos hídricos, em várias sub-regiões do Estado, chegando próximo do ideal para as espécies hoje produzidas; • o mercado para exportação é extremamente promissor desde que haja regularidade na oferta e atendimento aos padrões requeridos de qualidade. Nesse mercado, os produtores poderão obter margens de lucro superiores aos obtidos no mercado interno. A questão fundamental que deve ser resolvida para que o produtor tenha um mercado cativo e obtenha bons contratos de fornecimento é, basicamente, a regularidade da produção e a qualidade do produto. É importante ressaltar que a atual baixa qualidade do peixe produzido em cativeiro, pela grande maioria de criadores não estruturados, deve-se ao fato de não utilizarem ração específica, alimentando-os, principalmente, com mandioca e 208 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 milho, que induz a um excesso de gordura. Identificam-se, também, como os principais problemas que atingem a piscicultura no Estado: • falta de organização do sistema produtivo, de fomento e de assistência técnica; • deficiências no sistema de comercialização e distribuição do produto; • carga tributária para venda fora do Estado, já que os países do Mercosul exportam para o Brasil com isenção tributária. A piscicultura hoje, em Rondônia, exige um projeto específico que leve em conta: • as particularidades de cada sub-região do Estado; • organização dos sistemas produtivo, fomento, assistência técnica e pesquisas; • priorização nas linhas de crédito; • desestímulo ou proibição (não credenciar) a produção de alevinos de forma empírica; • estímulo - via iniciativa privada - à infra-estrutura de beneficiamento de pescado, aliada a uma estratégia de comercialização; • proibição à saída do Estado de peixes produzidos em cativeiros com alimentação de baixa qualidade; • estímulo à implantação de fábrica de ração específica para peixes, inclusive com extrusor, a partir de matérias primas produzidas no Estado: farinha de carne e osso, milho, farelo e torta de soja, caroço de algodão, entre outros; • busca da regularidade da produção - produção o ano inteiro - e a permanente qualidade do produto; • efetivo controle sanitário, principalmente na movimentação de alevinos provenientes de outras regiões. 1. 3 - AGROINDÚSTRIA A agroindústria é uma alternativa que os produtores do Estado de Rondônia têm para gerar valores que servirão para independência da sua atividade produtiva. A área rural que industrializa seus produtos agropecuários cria mercados para os insumos agrícolas e pecuários, gera emprego, lucros, aluguéis, impostos, etc. É simples constatar que o produtor recebe valores iguais ou menores do que 10% pela sua matéria-prima quando comparada com o mesmo produto já industrializado. Diante dessa realidade é necessária a organização dos produtores através de Associações ou Cooperativas, objetivando a conscientização e treinamento na área da industrialização e comercialização, buscando sempre aperfeiçoamento da produção e qualidade do seu produto, 209 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 reduzindo os riscos e incertezas na atividade rural, uma vez que o empreendimento comunitário pode prover condições adequadas e mais vantajosas para assistência técnica, absorção de novas tecnologias, transações comerciais e outras atividades de apoio. Nas páginas seguintes se apontarão, em quadro sinótico, as oportunidades competitivas do agronegócio em Rondônia, segundo as diversas cadeias produtivas e apresentando seus pontos fortes, fracos e as oportunidades existentes. Oportunidades Competitivas do Agronegócio em Rondônia Cadeia Produtiva da Soja e do Milho Pontos Fortes . Boas condições edafoclimáticas, principalmente para o plantio do milho; . Vantagens comparativas de logística de transporte com o uso da hidrovia do Madeira e da saída para o Pacífico via Acre; . Mercado em expansão; .Existência de parcerias para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologia para a cadeia; . Aumento da área plantada de soja; . Produtividade de soja superior à média nacional. Pontos Fracos . Insuficiência de indústria de esmagamento; . Concentração de compra de soja, pequena área plantada; . Produtividade de milho abaixo da média nacional; . Cadeia de fornecedores bastante insipiente, com falta de fornecedores de insumos e serviços; . Deficiência do sistema de transporte vicinal e falta de integração do transporte rodoviário em hidrovias – hidrovia Guaporé/ Mamoré à BR-364; concorrência desigual em relação a benefícios federais concedidos a outros Estados (MT e GO); . Poucas parcerias para a melhoria das condições de aquisição; . Falta de organização de produtores (cooperativismo) para ações integradas; . Deficiência nos sistemas de comercialização e armazenagem; . Cadeia desatualizada tecnologicamente (milho); . Baixa qualificação de mão-de-obra; . Deficiências gerenciais; . Baixa utilização da capacidade instalada; . Baixo nível de agregação de valor; 210 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 . Inexistência de marcas regionais de produtos industrializados pela cadeia. Oportunidades . Utilização de áreas degradadas para o plantio do milho e da soja; . Possibilidade de formação de parcerias para: . integração produtiva da cadeia, aumentando seu volume, sua eficiência e sua capacidade de agregação de valor; . estabelecimento de estruturas mais efetivas de armazenagem e comercialização dos produtos; . qualificação da mão-de-obra; . integração da cadeia com as de produção de proteína animal (carne, leite, aves, suínos, peixes); . adensamento da cadeia estadual, com o desenvolvimento de fornecedores locais e com atração de indústrias; . Estabelecimento do canal de escoamento para o Pacífico; . Criação de sistema de informações de mercado para a cadeia; . Criação de programa de gestão de cooperativas no Estado para apoiar ações e industrialização e comercialização consorciada. Cadeia Produtiva da Fruticultura Pontos Fortes . Condições climáticas e geográficas bastante favoráveis à fruticultura; . Mercado nacional e internacional em expansão; . Possibilidade de maior exploração de entressafra, tanto no Brasil como no mercado internacional; . Existência de empresas de pequeno porte e em estágio de implantação, em elos de beneficiamento e industrialização de frutas; . Disponibilidade de mão-de-obra; . Existência de grande parcela do mercado estadual e regional ainda não atendida pela cadeia. Pontos Fracos . Falta de controle fitossanitário; . Baixa qualidade das frutas, do ponto de vista da classificação; . Baixo investimento em pesquisa e assistência técnica aos produtores; . Deficiência na estrutura de armazenagem e transporte, resultando na segmentação geográfica dos produtos, ou seja, destina a quase totalidade da produção ao mercado local; . Pouca capacidade de agregação de valor ao produto in natura; . Falta de integração comercial da cadeia, deixando os produtores com dificuldades em comercializar a sua produção; 211 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 . . . . Pouco uso de irrigação; Deficiências de qualificação de mão-de-obra; Deficiências gerenciais, falta de marketing das frutas estaduais; Falta de estrutura de embalagem das frutas que não possuem marcas regionais; . Deficiências tecnológicas na colheita e manuseio das frutas, ocasionando muitas perdas; . Baixa produtividade na maioria das culturas, cadeia formada por micro e pequenas empresas com pouca integração produtiva; . Baixa escala de produção; baixo coeficiente de abertura econômica, com pouco conhecimento dos mercados nacional e internacional; . Falta de canais estruturados de comercialização; . Pressão pela redução de custos e preços na cadeia; . Deficiências na estrutura de fornecimento, em qualidade e preço, e falta de fornecedores importantes em elos relacionados a insumos, equipamentos e serviços; . Baixos investimentos em qualificação de pessoas. Oportunidades . Atendimento do mercado regional; . Formação de parcerias entre o elo primário e o elo secundário da cadeia garantindo o aumento sustentado da área plantada; . Formação de parcerias para: . produção integrada, aumentando a escala de operação da cadeia; . qualificação de mão-de-obra e dos empresários, principalmente no elo primário; . criação de estrutura de armazenagem e comercialização; . pesquisa e assistência técnica; . Formação de consórcios de exportação; . Atração de empresas industriais; . Atração ou desenvolviment de fornecedores de apoio à cadeia; . Elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento para a cadeia, e . Formação de parcerias com a estrutura de apoio competitivo com o objetivo de estruturar um sistema de informações competitivas para a fruticultura estadual. Cadeia Produtiva do Café Pontos Fortes . Mercado internacional favorável; . Mercado nacional em expansão; . Boa abertura econômica da cadeia; . Boas condições edafoclimáticas; . Boa estrutura de torrefação; 212 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 . Existência de parcerias, ainda incipientes, para melhorar o fornecimento, que podem ser expandidas e melhor aproveitadas; . Bom índice de capitalização da cadeia. Pontos Fracos . Produtividade média abaixo da obtida pelos principais pólos de produção do país; . Deficiências tecnológicas, principalmente dos pequenos produtores; . Produção mais intensa da variedade conillon, que não pode ser industrializada sem um blend; . Deficiência do elo de fabricação do café solúvel; . Micro e pequenas empresas pouco organizadas; . Baixas escalas de produção; . Deficiências da estrutura de fornecimento local, principalmente em preço e qualidade; . Falta de produtores locais de insumos e prestadores de serviços especializados; . Poucas parcerias para a melhoria do marketing da cadeia; . Inexistência de marcas regionais fortes. Oportunidades . Formação de parcerias para: . adensamento da cadeia produtiva, com o desenvolvimento de fornecedores locais e de indústrias para a maior agregação de valor na cadeia estadual; . qualificação de mão-de-obra e dos empresários; . melhoria das condições de comercialização; . criação de marcas regionais; . produção conjunta, aumentando a escala de operação da cadeia e a sua capacidade de especialização tecnológica; . pesquisa e assistência técnica aos produtores; . elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento da cadeia estadual. Cadeia Produtiva da Carne da Carne, Couro e Leite Pontos Fortes . Boas condições climáticas e geográficas para a pecuária; . Mercado Regional em expansão; . Existência de mão-de-obra; . Diminuição da idade média de abate; . Aumento do volume de produção; . Boa densidade de indústrias de laticínios; . Grande quantidade de produtores de leite; . Aumento na profissionalização da administração rural (pecuária de corte); . Baixa idade média dos equipamentos; 213 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 . . . . Boa taxa de evolução do rebanho; Bom nível de capitalização dos empresários da cadeia; Acesso privilegiado ao mercado do Estado; Existência do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico do Estado; . Pastagens cultivadas com boa capacidade de suporte; . Inexistência de sazonalidade de mão-de-obra (cadeia do leite). Pontos Fracos . Taxa de abate ainda abaixo da média dos mercados mais desenvolvidos; . Deficiências tecnológicas nos métodos de manejo, com o uso de métodos extensivos de pecuária; . Falta de curtumes que realizem o beneficiamento final do couro; . Problemas de qualidade do couro por manejo inadequado do gado no campo e no frigorífico; . Grande ociosidade da indústria de laticínios; . Micro e pequenas empresas ainda pouco organizadas; . Baixa qualificação de mão-de-obra; . Deficiência de produtores locais de insumos e prestadores de serviços especializados; . Problemas na entrega e transporte com a estrutura de fornecimento (distribuidores nacionais); . Poucas parcerias com a estrutura de fornecimento; . Pouca integração de empresas para realização de parcerias em pesquisa e desenvolvimento; . Falta de marketing integrado da cadeia; . Inexistência de marcas regionais fortes; . Falta de organização de produtores para venda consorciada; . Pouca integração com a estrutura de apoio competitivo; . Cadeia desatualizada tecnologicamente; . Altos índices de rotatividade de pessoal; . Poucos investimentos em treinamento; . Falta de um sistema de premiação da qualidade da produção de leite e de carne; Oportunidades . Formação de parcerias para: . produção integrada, aumentando escalas de operação e reduzindo os custos relativos; . valorização do produto estadual, com a criação de marcas regionais; . integração entre os elos de produção e de comercialização da cadeia; . pesquisa e assistência técnica aos produtores; . desenvolvimento de fornecedores locais; . estruturação de centrais de compras; 214 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 . . . . qualificação de mão-de-obra; melhoria das condições de transporte; aumento da produção de leite longa vida; maior integração entre a estrutura de apoio competitivo e a cadeia para a formação das parcerias necessárias e a elaboração de projetos efetivos de desenvolvimento; . atração de indústrias em elos faltantes; . elaboração de um plano estratégico para o desenvolvimento da cadeia estadual; . aumento do comércio com países do pacto Andino, aproveitando a complementação da ligação rodoviária com o Peru e o início da ligação aérea com esses países. A consolidação do setor agropecuário de Rondônia está a requerer a execução de parcerias entre governo/iniciativa privada, no sentido de: – Buscar a modernização do setor produtivo, com o desenvolvimento de atividades econômicas rentáveis e competitivas que incrementem a renda e gerem empregos; – Dar continuidade ao crescimento econômico do Estado com base na consolidação da infra-estrutura econômica e social, através da atração de novos investimentos, oriundos de grupos econômicos que queiram ampliar os empreendimentos já existentes ou mesmo através da atração de novos investidores, tendo como contrapartida governamental a concessão do incentivo tributário e o assessoramento técnico com qualidade e confiabilidade; – Profissionalizar os trabalhadores em todos os setores da atividade econômica; – Estimular e apoiar a evolução do estabelecimento agrícola, através da capacitação dos produtores, disponibilização de assistência técnica e extensão rural, apoio à comercialização, defesa sanitária animal e vegetal e processamento agroindustrial no próprio meio rural, buscando a consolidação do agronegócio; – Hierarquizar os recursos, produtos, setores, ramos e/ou atividades potenciais de desenvolvimento regional com possibilidades de suprir o mercado local e regional, bem como o mercado nacional e/ou internacional; – Viabilizar o acesso dos produtores a ativos econômicos essenciais tais como, terra com regularização fundiária, crédito, habitação, educação e conhecimentos tecnológicos que lhes permitam alcançar a melhoria da produtividade com aumento de qualidade; **** 215 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 15 PERFIL DA INDÚSTRIA DO ESTADO DE RONDÔNIA 1 - A Industrialização em Rondônia A companhando o impulso de desenvolvimento que ocorreu no Estado em decorrência da consolidação da BR-364, no final da década de 70, estimulado pelos maciços investimentos federais nos projetos de colonização e em obras de infra-estrutura, e, ainda, pelo incremento do fluxo migratório, o processo de industrialização em Rondônia foi intensificado, notadamente nas localidades situadas ao longo do eixo da BR 364. A formação do parque industrial rondoniense sempre esteve atrelado à exploração das matérias-primas vegetais e minerais, passando gradativamente a contar com significativo número de indústrias ligadas ao beneficiamento de produtos agrícolas e florestais, com maior intensidade na segunda metade da década de 80. Nas últimas duas décadas observou-se o crescimento do número de empresas dos segmentos madeireiro, mineral, construção civil e alimentos. Com exceção do segmento mineral, os demais, até os dias atuais se incluem entre os mais significativos, principalmente pelo número de estabelecimentos que congregam. Os dados obtidos do Cadastro Industrial 97 FIERO/SEBRAE/ RO indicaram que estes mesmos segmentos correspondiam a 58,71% do total de indústrias. Atualmente estes mesmos segmentos representam 74,29% do total, mostrando um crescimento de 15,58%. Um fator importante neste incremento se deve ao aumento das empresas de construção civil. A realização de pesquisas e registros acerca do quantitativo de indústrias em Rondônia passou a ser mais intensa a partir de 1982, ocasião em que entraram em funcionamento diversos órgãos estaduais e foram iniciadas algumas pesquisas que permitissem conhecer melhor a mais nova unidade da Federação. O levantamento de alguns desses registros permitiu a elaboração do gráfico a seguir, que apresenta a evolução dos quantitativos de estabelecimentos industriais no período de 1984 a 2002. 217 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Fonte: Banco de Dados FIERO /SEFIN Os dados acima mostram que o setor vem evoluindo, embora em 1990, 1991 e 2002 tenha ocorrido redução em relação ao ano anterior, de 8%, 6,2% e 4,30%, respectivamente. Neste último ano, motivada pela exclusão das empresas informais no cômputo geral. No período 84/97, o incremento no número de empresas industriais foi de 321%. Pode-se observar que o nível de crescimento industrial se mantém quase constante ao longo dos últimos vinte anos, mesmo considerando pequenas oscilações ocorridas, para mais ou para menos. As mudanças que marcaram o desenvolvimento do setor, nesse período, estão diretamente relacionadas com o aumento da demanda dos mercados de outras regiões do país por matérias-primas locais, aliadas à expansão da produção primária e ao crescimento populacional. É importante considerar que houve significativo reflexo na taxa de crescimento do setor, pela ausência de políticas florestais e ambientais coerentes e continuadas por parte dos organismos de fomento e ambientais, nos níveis estadual e federal. Esse conjunto de fatores exerceu influências, em maior ou menor grau, sobre alguns segmentos industriais, sobretudo o madeireiro, que apresenta significativa redução nos níveis de crescimento em suas atividades econômicas. Todavia, o setor vem reagindo de modo positivo, observando-se uma crescente diversificação das atividades das indústrias, com a ampliação dos níveis de beneficiamento e transformação das matérias-primas de origem agrícola, pecuária e florestal. 2 – O Perfil Industrial O estudo sobre o perfil da indústria do Estado de Rondônia tem por base as informações obtidas a partir de dados da base de dados do Cadastro 218 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Industrial 97 FIERO/SEBRAE/RO, da Secretaria de Estado de Finanças e obtidos em pesquisa direta realizada pela FIERO em algumas áreas específicas, com vistas a abranger todos os municípios e identificar o potencial industrial do Estado. Na presente atualização não foram computados os quantitativos referentes ao universo de empresas industriais informais, somente considerando-se as empresas regularmente constituídas, detentoras de CNPJ e Inscrição Estadual. No levantamento realizado em 1997 para o Cadastro Industrial – FIERO foi computado um número de empresas informais que representava cerca de 28% do total. Mesmo não sendo objeto do presente levantamento, o universo de empresas informais da atividade industrial não pode passar despercebido, pois representa cerca de 30% do total geral e se constitui em importante parcela na atividade econômica do Estado, com expressiva participação na geração de emprego e renda. O crescimento da economia informal encontra suporte no fato de que, operando na clandestinidade, as empresas têm seus custos reduzidos, não recolhem tributos e encargos sociais, quase não necessitam de estrutura administrativa e utilizam instalações simples. 2.1 – Distribuição Espacial Quando analisada a distribuição das indústrias nos 52 municípios do Estado, observa-se que a maior concentração ocorre nas localidades situadas ao longo da BR 364, exceção apenas a Rolim de Moura, conforme está demonstrado no Quadro a seguir: Nº de Indústrias em Rondônia, por Município - 2002 Item 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 Município Alta Floresta do Oeste Alto Alegre do Parecis Alto Paraíso Alvorada do Oeste Ariquemes Buritis Cabixi Cacaulândia Cacoal Campo Novo de Rondônia Candeias do Jamari Castanheiras Cerejeiras Chupinguaia Colorado do Oeste Corumbiara Costa Marques Nº de indústria 66 22 29 38 258 72 28 6 207 28 26 6 75 17 80 17 26 Participação – (%) 1,84 0,61 0.80 1,06 7,20 2,00 0,78 0,17 5,77 0,78 0,73 0,17 2,09 0,47 2,23 0.47 0,73 219 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 40 51 52 Cujubim Espigão do Oeste Governador Jorge Teixeira Guajará-Mirim Itapoã d’Oeste Jaru Ji-Paraná Machadinho do Oeste Ministro Andreazza Mirante da Serra Monte Negro Nova Brasilândia do Oeste Nova Mamoré Nova União Novo Horizonte do Oeste Ouro Preto do Oeste Parecis Pimenta Bueno Pimenteiras do Oeste Porto Velho Presidente Médici Primavera de Rondônia Rio Crespo Rolim de Moura Santa Luzia do Oeste São Felipe do Oeste São Francisco do Guaporé São Miguel do Guaporé Seringueiras Teixeirópolis Theobroma Urupá Vale do Anari Vale do Paraíso Vilhena TOTAL GERAL 26 92 4 41 13 152 365 49 6 42 26 30 30 3 7 98 8 153 4 822 41 4 5 154 23 6 56 54 23 1 6 12 6 6 216 3.585 0,73 2,57 0,11 1,14 0,36 4,24 10,18 1,37 0,17 1,17 0,73 0,84 0,84 0,08 0,20 2,74 0,22 4,27 0,11 22,93 1,14 0,11 0,14 4,30 0,64 0,17 1,56 1,51 0,64 0,03 0,17 0,33 0,17 0,17 6,02 100 Fonte: Banco de Dados FIERO e SEFIN. Os municípios mais industrializados do Estado são, portanto: Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Vilhena, Cacoal, Rolim de Moura, Pimenta Bueno, Jaru e Ouro Preto do Oeste. Quando comparados os resultados acima com os mesmos obtidos em 1997, constata-se que as posições por ordem de número de indústrias praticamente não sofreram alterações. Conclui-se daí que, nestes últimos cinco anos não se verificou nenhum fato novo capaz de alterar significativamente a matriz industrial do Estado, em termos de localização geográfica. Mantém-se ainda a prevalência de Porto Velho sobre os demais municípios, atualmente com um total de 822 indústrias, equivalente a 22,93% do total, seguida de 220 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Ji-Paraná, com 365 estabelecimentos, ou 10,18% e, Ariquemes, com 258 unidades fabris, equivalentes a 7,20%. As outras seis cidades mais industrializadas do estado são: Vilhena, Cacoal, Rolim de Moura, Pimenta Bueno, Jaru e Ouro Preto do Oeste. Juntas, as seis congregam 27,34% do total geral, enquanto os demais 43 municípios participam com 32,35%. O fato de Porto Velho possuir o maior número de estabelecimentos industriais não implica em manter a mesma importância relativa quando comparados os níveis de geração de emprego, produção e renda, haja vista que as indústrias ali instaladas são predominantemente de micro e pequeno portes, representadas em sua maioria por construtoras, panificadoras, serralherias, mecânicas e gráficas. Concentram-se no interior as indústrias de médio e grande porte, aí incluídos os abatedouros, frigoríficos, os laticínios e indústrias madeireiras das áreas de laminação e compensados. Observa-se também que, ao longo do tempo, a capital vem perdendo gradativamente o seu nível de importância em termos de concentração de indústrias. Em 1994 detinha cerca de 37,33%, em 1997 esta participação caiu para 20,85%, mantendo basicamente o mesmo índice em 2002. O quadro a seguir estabelece uma comparação do número de estabelecimentos industriais nos municípios mais industrializados nos anos de 1997 e 2002: Indústrias de Rondônia nos Principais Municípios – Comparativo 1997/2002 Municípios Porto Velho Ji-Paraná Ariquemes Vilhena Cacoal Rolim de Moura Pimenta Bueno Jaru Ouro Preto do Oeste Subtotal Total de indústrias no Estado Participação relativa N.º de Indústrias 1997 2002 599 822 262 365 205 258 157 216 129 207 138 154 115 153 116 152 83 98 1.804 2.425 3.754 3.585 67,28 67,64 Variação Quantidade (%) 233 37,22 103 39,31 53 25.85 59 37,57 78 60,46 16 11,59 38 33,04 36 31,03 15 18,07 621 34,42 904 33,72 - Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN Constata-se um incremento real de 34,42% no número de indústrias dos maiores municípios neste período. No entanto, os níveis de crescimento sofreram variação de 11,59% a 60%, demonstrando dinâmicas diferentes 221 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 nas conjunturas econômicas e desenvolvimentos locais. Neste particular, destacam-se os municípios de Cacoal, Ji-Paraná, Porto Velho e Vilhena como os mais dinâmicos. O que, associado a outras características das sedes municipais, como a crescente oferta de vagas em cursos de nível superior, pode fazer com que esses municípios se tornem pólos industriais. Ainda assim, vale observar que o crescimento havido nos demais municípios, mostra que o fenômeno está bastante disseminado quanto à sua distribuição espacial. No cômputo geral houve um importante incremento de 33,72% no número de estabelecimentos industriais do Estado, no período. Além das questões especificamente pesquisadas, é importante acrescentar algumas observações para uma melhor compreensão do diagnóstico do setor. Quando se analisam as localizações das indústrias em cada município, defronta-se com a seguinte situação: na sua quase totalidade as empresas encontram-se dispersas, geralmente funcionando em locais não apropriados ou não destinados ao uso industrial. Dentre os muitos fatores que contribuem para essa situação, alguns devem ser destacados: • O processo de instalação desordenada das indústrias vem ocorrendo em quase todos os municípios, muitas vezes antecedendo a urbanização dos locais onde as empresas se assentaram; • Em alguns municípios, as áreas definidas nas plantas urbanas para uso industrial foram descaracterizadas ao longo do tempo, dando lugar a residências e outras edificações, ou então, foram loteadas e concedidas, porém permaneceram ociosas, ficando como reserva de valor imobiliário para seus detentores; • Os municípios, em sua quase totalidade, não dispõem de planos diretores urbanos consolidados e não têm definida uma política local de incentivo à industrialização; • A condição de informalidade em que atuam muitas micro e pequenas indústrias, aliada à falta de recursos financeiros dos seus proprietários para promoverem os investimentos necessários à transferência das respectivas empresas para áreas industriais específicas (setores, áreas, centros ou distritos industriais) onde eles existem, também se constitui em causa para a existência de um elevado contingente de empresas instaladas em locais inadequados. Vale ressaltar que o número de empresas formais que se enquadram nessa situação também é elevado. Este conjunto de fatores indica a necessidade de que os poderes públicos, municipal e estadual, assim como os próprios empresários, busquem, conjuntamente, soluções que possam reverter este quadro a médio prazo. Esforço semelhante deve ser conduzido no sentido de se encontrar alter222 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 nativa para promover uma atração competitiva de novos empreendimentos industriais, garantindo antecipadamente locais apropriados para essas novas empresas, nos diversos municípios do Estado. 2.2 – Distribuição Setorial 2.2.1 – Composição do Setor Industrial por Atividade No que diz respeito à distribuição dos estabelecimentos industriais por ramo de atividade, vê-se no gráfico a seguir, que o maior número de empresas atua nos segmentos de produtos madeireiros (26,36%), alimentícios (22,51%), construção civil (16,23%), moveleiro (6,96%), confecções (5,27%), minerais não metálicos (4,72%), e de produtos metálicos (4,30%). Cada um desses segmentos congrega mais de 100 indústrias e, no conjunto, eles representam 81,63 % do total de empresas industriais. Os grupos de ramos de atividade apresentados nos gráficos e tabelas seguintes, são denominados, neste documento, como “segmentos industriais”, conforme a codificação adotada pelo IBGE. Fonte: Banco de Dados da FIERO/SEFIN Para melhor avaliar o desempenho da indústria em Rondônia nos últimos cinco anos, os quadros a seguir estabelecem um comparativo da participação dos principais segmentos do setor industrial no período de 1997/ 2002. 223 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Principais Segmentos Industriais - Comparativo 1997/2002 Atividade 1997 N.º de Indústrias 2002 Part. % sobre Total N.º de Indústrias Variação Part.% sobre Total Quantidade % Indústria Madeireira 563 21,00 945 26,36 382 67,85 Indústria de Produtos Alimentícios 750 27,97 807 22,51 57 7,60 95 3,54 582 16,23 490 315% Outras atividades Industriais 315 11,75 235 6,55 -82 (26,03) Indústria de Móveis 261 9,74 249 6,96 -12 (4,59) Indústria de Confecção e Artefatos de Couro 137 5,11 189 5,27 52 37,95 Indústria Estruturas Metálicas e Artefatos de Serralheria 229 8,54 154 4,30 -75 (32,75) Indústria Editorial e Gráfica 105 3,92 131 3,65 26 24,76 93 3,47 119 3,32 26 27,95 94 2,62 53 Indústria da Construção Industria Mecânica, de Recuperação e de Manutenção Indústria Cerâmica - Indústria Extrativa de Minerais Não Metálicos 133 4,96 80 2,23 2.681 100 3.585 100 TOTAL GERAL - (39.84) Quando comparados os anos de 1989 e 1997, verifica-se que houve diminuição no número de indústrias, e redução na participação total dos segmentos madeireiro e de construção civil, da ordem de 67,22% e 52,74%, respectivamente. No entanto, os dados obtidos em 2002, quando comparados com os de 1997, mostram uma inversão de tendência de crescimento nos dois principais segmentos mencionados, o madeireiro e da construção, que apresentaram elevação de 67,85% e 315%, respectivamente. A composição do setor industrial do Estado é mostrada no quadro a seguir, ordenados os segmentos por quantidade de estabelecimentos. 224 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Principais Segmentos por Atividade Industrial – 2002 Atividade Segmentos Nº de Indústrias Participação Na Atividade No total geral (%) 683 72,28 19,05 114 144 04 12,07 15,25 0,40 3,18 4,02 0,10 TOTAL DA ATIVIDADE / SUB-TOTAL 945 100,00 26,35 2. Indústria Alimentícia 60 71 294 7,43 8,80 36,43 1,67 1,98 8,20 198 24,54 5,52 48 136 5,95 16,85 1.34 3,80 1. Indústria Madeireira . Desdobramento de madeira . Madeira laminada e chapas compensadas e prensadas: . Esquadrias e outros artefatos de madeira; . Outras indústrias madeireiras . Frigoríficos e abatedouros; . Produtos de lacticínios e preparação do leite; . Beneficiamento, torrefação e moagem de cereais: . Produtos de padaria, confeitaria e massas alimentícias; . Fabricação de sorvetes; . Outras indústrias alimentícias TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 807 100 22,51 3. Construção 392 57 133 67,36 9,79 22,85 10,93 1,59 3,71 . Construção civil(edificações); . Construção rodoviária(estradas, pontes...); . Outras indústrias de construção(pré-moldados, argamassa, concreto..) TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 582 100 16,23 4. Indústria Moveleira 232 08 09 93,17 3,21 3,62 5,47 0,23 0,25 . Móveis de madeira; . Móveis de metal; . Móveis de outros materiais TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 249 100 6,95 5. Indústria de Confecção 108 23 58 57,14 12,17 30,69 3,01 0,64 1,62 189 100 5,27 88 23 43 57,14 14,94 27,92 2,45 0,64 1,20 154 100 4,29 97 17 17 74,06 12,97 12,97 2,71 0,47 0,47 131 100 3,65 39 23 37 32,78 14,94 31,09 1,09 0,64 1,03 119 100 3,32 60 34 63,83 36,17 1,67 0,95 . Confecções de roupas e peças do vestiário; . Confecções de roupas profissionais; . Outras indústrias de confecções TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 6. . Esquadrias e artefatos de serralharias; Indústria de Pro- . Estruturas metálicas; dutos Metálicos . Outras indústrias de produtos metálicos. TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 7. Indústria Editorial e Gráfica . Edição e impressão gráfica; . Impressão de jornais e livros; . Outras indústrias gráficas TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 8. Indústria Mecânica . Fabricação de máquinas e equipamentos; . Recuperação e manutenção de motores; . Outras indústrias mecânicas TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 9. Indústria Cerâmica . Artefatos de cerâmica (tijolo, telha..); . Outras indústrias cerâmicas TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 94 100 2,62 10. Indústria Extrativa de Mineral não Metálico 37 13 30 46,25 16,25 37,50 1,03 0,36 0,84 TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL 80 100 2,23 11. Demais Atividades 235 100 6,58 235 3.585 100 - 6,58 100 . Extração de areia e cascalho; . Extração e britamento de pedras; . Outras indústrias de mineral não metálico . Indústrias diversas TOTAL DAS ATIVIDADES/SUB-TOTAL TOTAL GERAL Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN Nota-se que as atividades mais representativas, nos principais segmentos, são, pela ordem: desdobramento de madeira, beneficiamento de cereais, fábricas de móveis de madeira, confecções de roupas, esquadrias 225 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 metálicas e confecções de peças do vestiário. Verifica-se que tais atividades dependem totalmente, ou em grande parte, de matérias-primas e produtos regionais, com exceção do segmento de confecções. 2.2.2 – Composição do Setor Segundo o Porte das Empresas Para definição do porte das empresas foram utilizados os parâmetros: total de empregados e faixa de faturamento. No entanto, constatou-se uma discrepância nos resultados obtidos com os dois parâmetros, razão pela qual optou-se por adotar, também, o critério do faturamento médio anual. Desta forma a distribuição das empresas industriais do Estado, classificadas segundo seu porte, é apresentada no quadro a seguir: Classificação das Indústrias de Rondônia por Porte Porte da Empresa MICRO PEQUENO MEDIO GRANDE TOTAL Nº de Indústrias 2.929 505 109 42 3585 Participação % sobre Total Geral 81,70 14,09 3,04 1,17 100 Fonte: Banco de Dados FIERO Para a definição do porte das indústrias foi adotado como referencial o faturamento médio anual, com base na classificação usada pelo Banco da Amazônia – BASA, para análise de Projetos: Porte MICRO PEQUENO MÉDIO GRANDE Receita Operacional Bruta Anual Até R$ 244.000,00 Acima de R$ 244.000,00 até R$ 1.200.000,00 Acima de R$ 1.200.000,00 até R$ 35.000.000,00 Acima de R$ 35.000.000,00 Fonte: Banco da Amazônia - BASA Com base nesse critério, os resultados obtidos na classificação do porte das indústrias se aproximam da média nacional. Tomando-se por base apenas as indústrias de porte micro, verifica-se que 2.929 têm faturamento máximo de R$ 244.000,00/ano Observe-se que o grande contingente de indústrias do Estado é constituído de micro empresas, seguido de longe pelas pequenas e, em número bastante reduzido, de médias e grandes. A concentração das empresas nos municípios, por categoria de porte, ocorre quase nas mesmas proporções verificadas quanto ao total de indústrias de cada município. 226 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Da análise do Banco de Dados da FIERO, ainda relativo ao porte, podese afirmar o seguinte: • A maior parte das micro-empresas se localiza nos municípios de Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Jaru, Vilhena, Rolim de Moura, Cacoal e Pimenta Bueno. • A maioria das micro-indústrias, aproximadamente 82%, desenvolve atividades ligadas à madeira, móveis, produtos alimentícios, produtos metalúrgicos, minerais não metálicos, construção civil e confecções; • As pequenas indústrias representam cerca de 14% do total, concentrando-se em maior número nos municípios de Porto Velho, JiParaná, Ariquemes, Cacoal, Vilhena e Rolim de Moura; atuam no segmento madeireiro e produtos alimentícios, produtos minerais não metálicos e produtos metálicos; • As médias e grandes indústrias atuam nos segmentos de madeira, produtos alimentícios e na construção civil, concentrando-se em maior número nos municípios de Porto Velho, Vilhena, Ji-Paraná, Ariquemes, Pimenta Bueno e Cacoal. 2.3 – Aspectos Estruturais e Produtivos 2.3.1 – Instalações Na questão das instalações industriais, quando se consideram aspectos como locais onde estão instaladas as empresas, a predominância - em termos quantitativos - de micro-indústrias, o “lay-out” adotado e a disponibilidade de espaço para uso dos estabelecimentos, comprova-se que, de maneira geral, há deficiências estruturais na maioria, comprometendo sobremaneira o desempenho operacional de suas plantas industriais. Dentre os fatores que mais contribuem para tal situação, podemos elencar os seguintes: • Falta ou deficiência do abastecimento d’água; • Insuficiência de espaço interno; • Precariedade do acesso ao local da empresa; • Local sujeito a alagações; • Falta de espaço externo; • Outros fatores relacionados às deficiências da infra-estrutura urbana e ao impacto ambiental. O nível de interferência destes fatores na performance das indústrias varia de uma empresa para outra e sua ocorrência não obedece, necessaria227 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 mente, em intensidade ou importância, a ordem em que são apresentados. 2.3.2 – Mão-de-Obra No que se refere à ocupação de mão-de-obra na indústria, o quadro abaixo reflete a consolidação das informações disponíveis sobre a ocupação de mão-de-obra: Ocupação de Mão-de-Obra na Indústria de Rondônia – Ano 2002 Número de Indústrias(*) Atividade Indústria Madeireira Indústria Alimentícia Indústria da Construção Indústrias Diversas Indústria de Móveis Indústria de Confecções Indústria de Produtos Metálicos Indústria Gráfica Indústria Mecânica Indústria Cerâmica Indústria Extrativa de Minerais Não Metálicos Total Geral Fontes: Banco de dados FIERO Número de Empregados Participação(%) sobre total de empregos 945 807 582 235 249 189 154 131 119 94 18.900 8.070 10.476 1.645 2.241 945 924 1.048 714 1.410 39,93 17,05 22,13 3,48 4,73 2,00 1,95 2,21 1,51 2,98 80 960 2,03 3.585 47.333 100 (*) SEFIN Diante do demonstrativo acima conclui-se que a atividade industrial em Rondônia é responsável pela geração de 47.333 empregos diretos. Quando comparado com o obtido em 1997, constata-se que houve um acréscimo de 36,37% no número de empregos, mesmo tendo havido uma redução de 4,50% no quantitativo total de indústrias. Mão-de-Obra por Principais Segmentos – 1997 Segmento Indústria Indústria Industria Indústria Indústria Indústria Indústria Indústria Outros Totais Madeireira Alimentícia da Construção de Móveis de Produtos . Metálicos de Confecções Gráfica Extrativa de Minerais ñ/Metálicos Fonte: Cadastro Industrial FIERO/1998 228 1997 Nº de Indústrias Nº de Empregados Percentual sobre Total 685 937 96 486 428 216 112 177 617 3.754 11.978 6.272 2.174 3.095 1.744 791 1.165 1.700 5.790 34.709 34,50 18,07 6,26 8,92 5,03 2,28 3,36 4,89 16,69 100 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 A análise dos dados acima permite concluir que a indústria madeireira mantém a liderança em termos de geração de emprego, respondendo por 39,93% do total geral, com uma taxa média pouco maior que 20 empregados por indústria. Vale lembrar que para cada emprego direto gerado na indústria madeireira são criados pelo menos mais quatro indiretos nas operações complementares de extração e transporte de madeira até as serrarias. Outro segmento que merece destaque é o da construção, que teve um grande crescimento em número de empresas nos últimos anos e é responsável por 22,13% do total de empregos na indústria, com uma média de 18 empregados por empresa. O terceiro segmento em nível de importância é o de produtos alimentícios que congrega 17,05% de todo o contingente de mãode-obra ocupada na indústria e mantém uma taxa média de 10 empregados por estabelecimento. A baixa ocupação de mão-de-obra se deve, em parte, à predominância de microempresas do segmento, sobretudo a maior concentração nas atividades de beneficiamento de cereais e frutas, de panificação, mecânica e serralheria. Quando comparados os níveis de ocupação de empregados por indústria, observa-se que as atividades que mais absorvem mão-de-obra são, pela ordem: Madeireiro - 20, Construção - 18, Minerais Não Metálicos - 12, Alimentício - 10, Moveleiro - 9, Editorial e Gráfico - 8. Os outros aspectos relativos à questão da mão-de-obra, apesar de não estarem numericamente dimensionados, comprometem sobremaneira o desempenho das empresas. Entre estes, citam-se os seguintes: • O grau de escolaridade da força de trabalho nas indústrias é baixo, refletindo obviamente o da população e sinalizando para a necessidade de uma convergência de esforços envolvendo os trabalhadores, os empresários, suas respectivas entidades de classe e os órgãos ligados à área educacional quanto à necessidade de se tomar medidas que revertam esse quadro. • A carência de profissionais qualificados ocorre praticamente em todos os segmentos e setores industriais. Tal ocorrência, além de muito variável em nível de atividades, também é diferenciada nas diversas regiões do Estado. Em alguns casos, o aspecto qualidade dos recursos humanos chega a ser apontado como o principal condicionante para obtenção de melhores níveis de competitividade, comprometendo a performance das empresas. • A rotatividade da mão-de-obra é outro fator com o qual as indústrias ainda convivem, ainda que atividades como o garimpo e a extração de cassiterita, nos dias de hoje, não sejam mais fatores importantes para a atração de trabalhadores de outras atividades, como ocorria 229 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 há alguns anos. Alguns segmentos e atividades apresentam índices de rotatividade mais elevados, principalmente nas regiões de maior produção agrícola, atividade esta que, em determinadas épocas, absorve um grande número de trabalhadores, sobretudo os não especializados. 2.3.3 – Matérias-Primas A análise dos dados fornecidos por empresas dos maiores segmentos da indústria em Rondônia, com relação às principais matérias-primas utilizadas e aos mercados onde as mesmas são adquiridas, permitiu a elaboração das relações apresentadas a seguir. a) Segmento Madeireiro A maioria das indústrias do segmento madeireiro adquire a totalidade de suas matérias-primas dentro do Estado. A exceção é formada por um pequeno número de empresas localizadas nos municípios de Vilhena, Ji-Paraná e Porto Velho, que adquirem parte da madeira de outros estados, em especial do Mato Grosso e Acre. Em 1989 o segmento trabalhava com apenas quatro espécies: mogno, cerejeira, cedro e freijó. Com o advento da dificuldade de obtenção destas madeiras, e também em função do grau de verticalização da produção ocorrido, atualmente são utilizadas mais de cinqüenta espécies de madeiras regionais, especialmente nas atividades de fabricação de laminados e compensados. b) Segmento de Produtos Alimentícios Aproximadamente 82% das empresas deste segmento adquirem suas matérias-primas dentro do próprio Estado, sendo as principais: arroz em casca, café em coco e em grãos, leite in natura, milho e carne bovina. Já os insumos advindos de outros estados, mais comumente utilizados pelo segmento, são: arroz em casca, açúcar, café, feijão, milho, sal, trigo, óleo vegetal, leite natural, ovos, fermento, carne, carne suína, carne de frango, frutas cítricas, palmito, manteiga, embalagem e sacarias. c) Segmento de Construção Civil Os produtos adquiridos em maior escala, de fornecedores de outros estados, são: cimento, tinta, telhas, pedras decorativas para revestimentos 230 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 e materiais de acabamento, provenientes principalmente de São Paulo, Rio, Paraná e Minas Gerais. Os materiais de origem regional, ou adquiridos de revendedores aqui instalados são, basicamente: cimento, tijolos, madeira, areia, brita e pedras diversas, ferro, materiais hidráulicos e elétricos. d) Segmento Moveleiro Das empresas do ramo moveleiro existentes, cerca de 92% adquirem madeira, chapas, compensados e laminados, de fornecedores do próprio Estado. As madeiras mais utilizadas pelo segmento são: cerejeira, cedro, maracatiara e angelim, além de outras vinte espécies de valor comercial. As principais matérias-primas do segmento moveleiro são: madeira serrada (cedro, mogno, cerejeira, maracatiara, angelim), compensado, cola, “duratex”, lixas, parafusos, pregos, selador, tiner e verniz, napas e assemelhados, tecidos para estofados, ferragens e espumas. e) Segmento de Indústrias de Produtos Metálicos As indústrias de produtos metálicos adquirem suas matérias-primas, aço, barra de ferro, cantoneira de ferro, chapa de aço inox, chapa de alumínio, chapa de ferro, cobre, disco de corte, disco de lixadeira, eletrodos, ferro tubular, lixas, massa plástica, metal trefilado, metalon, solda de oxigênio, solda elétrica, tiner, tubo de alumínio, tubo de ferro, tubo galvanizado e zarcão, predominantemente, dos estados do Sul e Sudeste. Das empresas que compõem o segmento, quase dois terços informaram que as principais matérias-primas, mesmo as produzidas em outros estados, são adquiridas no mercado de Rondônia através de distribuidores locais. Este fato pode ser justificado, em parte, devido ao expressivo número de micro e pequenas indústrias, que trabalham por encomenda e, conseqüentemente, adquirem suas matérias-primas em pequenas quantidades. f) Segmento de Confecções e Artigos de Tecidos Cerca de 70% das empresas adquirem suas matérias-primas de fornecedores de outros estados, principalmente tecidos, malha de algodão e aviamentos diversos, especialmente de São Paulo, Santa Catarina, Ceará e Rio Grande do Sul. Somente parte dos tecidos é fornecido pelo mercado local, através de distribuidores. No entanto, as microindústrias da atividade informal adquirem suas matérias-primas, na quase totalidade, no mercado local. Dentre as matérias-primas destacam-se: tecidos, aviamentos, elástico, 231 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 etiquetas, linha e renda, malha de algodão, algodão e aviamentos diversos. g) Segmento de Minerais Não Metálicos A maior parte das matérias-primas utilizadas são oriundas do próprio Estado, e a lista abrange: argilas, areia, barro, brita, água mineral, granito e pedras diversas. Estas indústrias compõem a maioria do segmento. As matérias-primas adquiridas fora, são: cimento, mármore, vidro, fibra de vidro, pó de mármore, argamassa, pedras decorativas, resina de poliéster e gesso, vindos principalmente da região Sudeste. Embora haja uma significativa produção de água mineral no Estado, ainda assim é importada uma quantidade superior a 50%, do consumo local. No que se refere a dificuldades na manutenção do suprimento de insumos, a sazonalidade é um dos fatores importantes, principalmente por aquelas que extraem ou dependem de matérias-primas agropecuárias e extrativas locais. A redução dos níveis de produção industrial no período de maior intensidade das chuvas ocorre praticamente em quase todos os segmentos, variando logicamente de uma atividade para outra. As empresas que operam em sistema de encomendas, geralmente não mantêm estoques de insumos, uma vez que, além da descapitalização, o processo produtivo de tais empresas está condicionado ao atendimento dos pedidos dos clientes, o que leva ao imediatismo das aquisições desses materiais. 2.3.4 – Aspectos da Produção a) Principais Produtos e Destino da Produção Os principais produtos e destinos da produção da indústria estadual são mostrados nos extratos abaixo. Neles constam os itens produzidos pelos principais segmentos da atividade industrial em Rondônia. a.1 – Segmento Madeireiro Principais Produtos: - Madeira beneficiada em geral - Madeira serrada - Madeira em prancha - Compensados - Assoalhos - Laminados - Vigas - Lambris 232 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - Portas Carrocerias Cabos de vassoura O destino da produção de 20% das empresas do segmento é o próprio Estado. No entanto, 70% das empresas fornecem tanto para Rondônia como para outros estados; as demais atentem aos mercados local, nacional e internacional. a.2 – Segmento de Produtos Alimentícios Principais Produtos: - Arroz beneficiado - Pães, bolos e biscoitos - Café beneficiado - Sorvetes e picolés - Café moído - Laticínios em geral - Cereais beneficiados em geral - Milho beneficiado e produtos derivados - Feijão beneficiado - Frigorificados Quanto ao destino da produção, 80,50% delas produzem para o mercado local. Outros 19,50% de empresas atendem tanto ao mercado de Rondônia quanto a outros estados e, em pequena escala, à exportação. a.3 – Segmento Moveleiro Principais Produtos: - Móveis de madeira em geral - Móveis estofados e serviços de estofamento - Móveis e esquadrias em geral - Diversos (móveis tubulares, etc.) Cerca de 88% das indústrias moveleiras colocam sua produção exclusivamente em Rondônia. Apenas 12% delas atendem, também, a outros estados. a.4 – Segmento de Produtos Metálicos Principais Produtos: - Esquadrias metálicas em geral - Portas e janelas de ferro - Peças para garimpo - Estruturas metálicas - Embarcações 233 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - Calhas Artefatos de ferro e aço Este segmento é, possivelmente, o mais concentrado no atendimento ao mercado local, pois 94% de suas empresas só colocam sua produção no Estado. Pequena parcela de 6% delas atende também a outros estados. a.5 – Segmento da Construção Civil Os principais produtos deste segmento são a construção civil propriamente dita, os projetos de construção civil, os serviços de terraplanagem e outros (variados). Pelas informações prestadas, 87% das empresas atuam exclusivamente no mercado de Rondônia, 13% operam tanto em Rondônia como em outros estados. a.6 – Segmento de Confecções e Artefatos de Tecido Principais Produtos : - Confecções em geral - Camisetas, peças de malha e cotton - Cortinas - Uniformes profissionais - Calças e bermudas - Peças íntimas - Capas para estofados - Uniformes escolares - Outros artefatos de tecido O destino da produção é local para 88% das empresas deste ramo. Apenas 12% atendem, também, a mercados de estados vizinhos. a.7 – Segmento de Produtos Minerais Não Metálicos Principais Produtos: - Tijolos - Telhas - Manilhas - Artefatos de cimento - Lavatórios e pias - Pré-moldados em geral - Artefatos de concreto diversos - Artefatos de mármore - Pedra britada A maioria absoluta do setor (96%) atende unicamente o mercado local. Apenas 4% das empresas colocam sua produção também em outros 234 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 estados. Os tópicos seguintes foram analisados tomando-se por base as informações das empresas dos principais segmentos industriais, por concentrarem um maior número de estabelecimentos, permitindo assim a obtenção de uma amostra mais significativa para efeito de caracterização e representatividade dos diversos aspectos enfocados. b) Transporte da Produção O transporte da produção é feito, em sua quase totalidade, por via rodoviária, com exceção de algumas poucas empresas que se utilizam de outros meios, principalmente o fluvial, através do rio Madeira, nas operações com o estado do Amazonas. A predominância do transporte rodoviário é previsível, considerando o fato de que a maior parte da produção é consumida no próprio Estado, outra parte é destinada aos grandes centros consumidores do Centro-Sul e à exportação através dos portos de Santos e Paranaguá, tendo a BR-364 como principal via de escoamento, até mesmo por não dispor de outro modal, como a ferrovia, por exemplo. c) Controle de Qualidade A questão do controle de qualidade no processo produtivo, dentro dos principais segmentos das indústrias de Rondônia, pode ser entendida como segue: • As indústrias que aplicam controle de qualidade na produção, fazemno, em sua maioria, por meio de controle humano, preferencialmente durante todo o processo, tomando-se para efeito de verificação, todo o universo de produtos fabricados. No caso do controle parcial, algumas empresas o aplicam em determinadas fases do processo, principalmente no decorrer ou no fim do mesmo. Aproximadamente 20% das indústrias dos principais segmentos não aplicam nenhum tipo de controle de qualidade em seus processos produtivos. • Disto tudo, depreende-se que o aspecto da aplicação de controle de qualidade em produto e processos industriais nas empresas locais apresenta-se ainda tímido, principalmente se for levado em conta aspectos como produtividade, tecnologia e nível de concorrência dos similares importados de outros estados. 235 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 d) Fatores Restritivos As questões apontadas como as que mais interferem no desempenho e desenvolvimento do setor industrial são: falta ou dificuldade de acesso a capital de giro, falta de mão-de-obra qualificada, dificuldade de transporte e escassez e/ou má qualidade de matéria-prima, impostos sobre bens destinados à produção e burocracia do IBAMA. Quando comparados estes fatores restritivos em relação ao mesmo questionamento constante do Perfil Industrial da FIERO de 1994, nota-se que o componente “energia”, que aparecia com 20,44%, se não está completamente solucionado, já não assume importância maior. Outro fator importante, que demonstra maior preocupação do setor industrial com a qualidade, é o fato do item matéria-prima aparecer com mais de 30% - escassez e má qualidade - superando o capital de giro, o eterno e crucial entrave ao desenvolvimento empresarial. Observa-se que as dificuldades ocorrem na proporção direta do número de indústrias existentes no município, mostrando um comportamento linear e permitindo concluir que, no geral, a atividade industrial se mantém em condições similares em todo o Estado, não havendo pontos críticos isolados que requeiram ação diferenciada. Esses fatores confirmam a tendência da indústria local em trabalhar com grandes margens de ociosidade no processo produtivo, tendo como segundo maior impeditivo as limitações de capital de giro. Muitos empresários informaram não apenas um fator limitante, mas vários, o que dificulta ainda mais para que os mesmos otimizem seus processos produtivos e obtenham melhores níveis de produtividade. Aspectos como a concorrência, a queda da demanda, o baixo poder aquisitivo dos consumidores, o custo da matéria-prima e insumos, o período chuvoso e a carga tributária elevada, foram também citados de forma isolada ou associados entre si, influenciando, de alguma forma, negativamente, na produtividade e competitividade das empresas. A atividade industrial em Rondônia ainda é insuficiente para atender a demanda de consumo interno e, na grande maioria, não dispõe de tecnologia atualizada, havendo, no entanto, uma preocupação constante com a melhoria do processo de produção. e) Resíduos Industriais Os resíduos gerados (sobras, rejeitos, detritos e outros efluentes) são, em grande parte, destinados ao lixo ou incinerados. Esse fato evidencia o 236 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 baixo nível de reaproveitamento desses materiais, seja por parte das próprias empresas ou por terceiros. Isso acarreta perdas e prejuízos às empresas e problemas ambientais, já que a incineração é feita a céu aberto. Parte dos resíduos gerados pelas madeireiras e indústrias do setor de alimentos é doado a produtores rurais, para adubação, forração ou para alimentação de animais. 2.3.5 – Energia O consumo médio de energia elétrica das principais atividades industriais, nos anos de 1997 e 2002, está apresentado no quadro a seguir. O exame dos dados de consumo de energia elétrica vem confirmar a supremacia das indústrias madeireiras e de produtos alimentícios, tanto nos números absolutos de consumo em cada ano, como na expressiva taxa de crescimento verificado, de 71,50% e 125,66%, respectivamente. A elevação do consumo de energia fornecida pela concessionária pública também confirma a realidade presente de oferta de energia abundante e confiável nas áreas de abrangência dos principais municípios do Estado. Quando considerado todo o universo de empresas industriais, do ponto de vista de consumo de energia, observa-se que houve crescimento generalizado, posto que no período de 1997 a 2002 a elevação de consumo foi de quase 100%, em parte explicado pelo atendimento à demanda reprimida. Consumo de Energia por Atividade Industrial – 1997 e 2002 1997 2002 1997 2002(*) Variação (%) 1997-2002 937 807 27.699 47.510 71,50 1.171 1194 38.801 87.560 225,66 Indústria de Produtos Metálicos 428 154 9.836 13.627 38,54 Produção de Minerais Não Metálicos 177 80 7.383 6.948 (5,89) 96 582 - 1.338 - 504 - Nº de Indústrias Atividade Indústria de Produtos Alimentícios Indústria Madeireira/Moveleira Industria da Construção Consumo em KWH Industria Gráfica - 131 - Outras atividades 1.041 637 9.060 25.175 177,80 TOTAL GERAL 3.754 3.585 92.779 182.662 96,90 Fonte: Banco de Dados FIERO (*)CERON Embora conste do cadastro de consumidores industriais da CERON 237 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 apenas 2.021 indústrias em 1997 e 2.318 em 2002, credita-se tais diferenças ao fato de que muitas microempresas não são cadastradas na categoria de consumidor industrial, além daquelas que tem geração própria. Considerando que o consumo de energia está diretamente vinculado à produção, mesmo considerando-se a desativação da geração própria face ao aumento da oferta pela concessionária, este fato confirma que todo o setor industrial manteve importante índice de crescimento neste período. Quanto ao suprimento de energia, foi detectado que 88% utiliza geração da CERON, 3% só geração própria e 9% utiliza suprimento misto. 2.3.6 - Incentivos Fiscais A participação das indústrias em programas de incentivos fiscais e/ou linhas de créditos especializados limita-se a menos de 10% do total, tendo como finalidade prover capital de giro para a produção, investimentos em ampliações, melhoria das instalações e aquisição de máquinas e equipamentos. Aspecto que chama a atenção é que, além de ser reduzido o número de empresas que recorrem aos instrumentos de incentivo e crédito, a maioria absoluta utiliza apenas os incentivos de nível federal, como isenção do Imposto de Importação e do Imposto de Renda, e a nível estadual, apenas a isenção do ICMS nas operações de importação, em casos específicos, e nas exportações em geral. Um total de 57% das empresas reclamam da falta ou insuficiência de linhas de crédito e incentivos fiscais. Estas empresas encontram-se distribuídas proporcionalmente às quantidades instaladas em cada município, sugerindo tratamento uniforme para um possível equacionamento. 3 - Considerações Finais Apesar de se registrarem alguns avanços na direção da modernização do parque industrial do Estado, através da introdução de novas tecnologias nos mais diversos processos produtivos, com evidências de maior aproveitamento das matérias-primas disponíveis e conseqüente elevação de valor agregado à produção, infelizmente pode-se afirmar que esta situação ainda está longe de se configurar num processo de mudanças capaz de evitar a grande perda de riquezas, rendas e tributos para a economia do Estado. No segmento madeireiro, dependendo da transformação que venha ser dada à madeira em prancha, o ganho para o Estado poderá ser ainda maior. Existem casos, como o da industrialização da madeira “branca” para a fabricação de pequenas peças, onde o ganho chega a seis vezes. Com relação à fabricação de móveis, o valor agregado chega a alcançar até dez vezes o 238 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 valor da madeira serrada, com igual ganho na arrecadação de tributos. Esta necessidade de se promover maior nível de beneficiamento das matérias-primas locais pode ser observada em quase todos os segmentos, e não só no madeireiro. Além disto, deverão ser criados outros instrumentos e mecanismos que estimulem o desenvolvimento da cadeia produtiva, diminuindo ou até mesmo evitando a evasão de riquezas que muitas vezes tem se caracterizado numa espécie de sangria dupla de nossa economia. 4 – Os Principais Segmentos 4.1 – Indústria Madeireira a) Atual Estágio A indústria madeireira em Rondônia assumiu um papel histórico em todo o processo de colonização e ocupação do Estado de Rondônia, uma vez que contribuiu, ao lado das atividades extrativas minerais e agropecuárias, para a formação e o desenvolvimento de muitos municípios. Entretanto, as pressões internacionais sobre a ocupação da Amazônia e os modelos adotados para a exploração dos recursos naturais, além das alterações ocorridas na legislação ambiental brasileira, foram fatores que, combinados a outros, exerceram influências marcadamente restritivas à manutenção e ao crescimento das atividades madeireiras na região. Em 1989, Rondônia contava com 2.293 indústrias em funcionamento. Deste total, 1.182 (51,5%) eram da atividade madeireira, incluídas também as indústrias moveleiras. Em 1994, o segmento madeireiro/moveleiro mostrava um total de 1.171 industrias, o que representou uma redução de 0,94%, sendo que a participação do segmento representava 34,53% do total de estabelecimentos industriais. Quando comparado ao resultado de 1997, nota-se que houve um crescimento do mesmo segmento, da ordem de 4,44%. Comparado o resultado obtido em 2002, relativamente aos dados de 1997, verifica-se que o setor madeireiro apresentou um crescimento da ordem de 37,96%. Esta elevação, entretanto, deve-se ao fato de que parte das atividades antes incluídas no segmento moveleiro foi incorporado à atividade madeireira, a exemplo das indústrias de esquadrias de madeira, artefatos de madeira e outros. Os dados disponíveis na FIERO sinalizam para uma queda de algumas atividades do setor madeireiro nos últimos dez anos. No entanto, o conjunto das atividades do setor tem se mantido em patamar estável nos últimos cinco anos. Todavia, esse segmento ainda é muito significativo para a economia do Estado, por ser grande empregador de mão-de-obra e importante gerador de 239 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 renda e tributos. Em decorrência das dificuldades vivenciadas, o setor foi induzido a buscar outras alternativas de exploração, passando a trabalhar com espécies antes ignoradas, das madeiras denominadas “brancas”, abundantes em todo o Estado, principalmente para a produção de laminados e compensados. Tal circunstância, por outra parte, resultou em importante evolução para o setor, pelo estímulo à verticalização e diversificação da produção. O esforço para adequação à nova realidade possibilitou, inclusive, a instalação de algumas grandes empresas ou ampliação de outras. O quadro demonstrativo abaixo indica a composição atual da atividade madeireira, comparativamente ao ano de 1997: Composição do Segmento Madeireiro - Principais Atividades - 1997 a 2002 Quantidade Atividade Participação % no segmento. 1997 2002(*) 1997 2002 180 683 26,28 72,28 34 114 4,96 12,07 Esquadrias e outros artefatos de madeira 298 144 43,50 4,02 Artigos diversos de madeira 173 04 25,26 0,10 TOTAIS 685 945 100 100 Desdobramento de madeira Chapas e placas de madeiras aglomeradas ou compensadas. Fonte: Cadastro Industrial de Rondônia 97 - FIERO (*) SEFIN Verifica-se que o desdobramento de madeira ainda é a atividade mais comum nas indústrias do setor. No entanto, no período de 1994 a 1997 ocorreu uma diminuição acentuada no número de indústrias que trabalhavam predominante ou exclusivamente com desdobramento de madeira, que em 1994 representava 66,07% sobre o total do segmento madeireiro e reduziu sua participação em 1997 para 26,28%. Embora ainda continue em 2002 com elevada participação sobre o total do segmento, da ordem de 72,28%, deve ser considerado que boa parte deste acréscimo se deve ao agrupamento de algumas atividades antes incluídas no segmento moveleiro. Um fato importante é a constatação do crescimento no número de indústrias que produzem laminados e compensados, que teve uma variação de 235% no mesmo período. O quadro seguinte apresenta a distribuição das indústrias do segmento madeireiro nos municípios mais industrializados: 240 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Distribuição de Indústrias de Produtos Madeireiros por Municípios Município Ariquemes Cacoal Jaru Ji-Paraná Ouro Preto D’Oeste Pimenta Bueno Porto Velho Rolim de Moura Vilhena Demais Municípios TOTAL Ind. Prod. Mad. 93 28 34 64 17 31 65 36 46 531 945 Nº de Indústrias no Município 258 207 152 365 98 153 822 154 216 1.160 3.585 Part. % sobre Total do Segmento 9,84 2,96 3,60 6,77 1,80 3,28 6,88 3,81 4,87 56,19 100 Part. % do nº sobre Indústrias do Mun. 36,05 13,53 22,37 17,53 17,35 20,26 7,91 23,38 21,30 45,77 Part. % sobre Total Geral 2,59 0,78 0,95 1,78 0,47 0,86 1,81 1,00 1,28 14,81 18,21 Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN Observa-se que a maior concentração de indústrias madeireiras está localizada nos municípios de Ariquemes, Ji-Paraná, Porto Velho, Vilhena e Rolim de Moura. Conclui-se também que, pela pequena concentração nos principais municípios, é um dos segmentos de melhor distribuição em todo o Estado. As principais matérias-primas do segmento madeireiro são: angelim, caucho, caxeta, cedro, cerejeira, cumaru, envireira, faveira, garapeira, garoba, ipê, jatobá, libra, maçanaiga, maracatiara, marinheiro, peroba, pequiá, roxinho, sumaúma, sangui, sucupira, abiu, freijó, tamarindo e tauari, além de aproximadamente mais 40 espécies de valor comercial. A redução havida nas atividades exclusivamente de desdobramento e, o crescimento das atividades de beneficiamento, como as de fabricação de laminados, compensados, esquadrias e outros artefatos de madeira, em alguns casos em até cinco vezes, permite concluir que houve um ganho significativo para a economia do Estado como conseqüência da agregação de valor à matéria-prima regional. Isto certamente tem favorecido o aproveitamento racional dos recursos florestais, diminuindo a evasão de riquezas para outras regiões e até para o exterior. Observa-se que é expressiva a participação das indústrias que produzem estruturas e artigos diversos de madeira, sendo o principal produto representado pela madeira beneficiada em geral. Vale salientar que é bastante significativo o número de madeireiras que também produzem móveis e outros artefatos. Com uma força de trabalho da ordem de 20.000 empregos diretos, a indústria madeireira apresenta uma média pouco superior a 20 operários por empresa, uma das maiores do setor industrial, se comparada aos demais 241 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 segmentos. É significativa a presença da atividade informal na indústria madeireira do Estado. Com base em levantamento da FIERO, incluindo a atividade moveleira, constatou-se que, em 1997, existiam 333 indústrias informais, o que representava 31,03% do total de empresas madeireiras e, 8,87% do total geral de indústrias do Estado. Quando considerada a participação na geração de emprego, verificou-se que a indústria informal do segmento gerava 1.376 empregos, o que representava 39,34% do total de mão-de-obra das empresas informais e, 10,07% do total geral. Contudo, no presente trabalho só estão sendo informadas as indústrias regularmente constituídas, motivo pelo qual vêm se verificando algumas alterações, sem prejuízo ao bom entendimento sobre o setor. Os principais produtos do segmento madeireiro, são: – – – – – – – Assoalho Lambril Lâminas Tábuas Esquadrias Madeira serrada em geral Pranchas – – – – – – Caibros Cimalha Mata-junta Ripas Vigas Compensados (chapas) O meio de transporte utilizado para o escoamento da produção da indústria madeireira na sua quase totalidade é o rodoviário, o que, aliás, também ocorre com praticamente todos os demais produtos. A utilização da via fluvial é muito localizado, associado à rodoviária e, regra geral, é usada quando a produção se destina à exportação, passando pelo porto de Manaus. Boa parte da produção é destinada ao mercado local, diferentemente do que se observava há alguns anos, quando quase toda a produção madeireira era enviada para as regiões Sudeste e Sul do país e, uma parcela menor, exportada. Alguns fatores são responsáveis diretos por esta mudança, como a concorrência com outros estados produtores, mais próximos dos grandes centros de consumo e a dificuldade de obtenção de madeiras nobres, que inviabilizaram a comercialização de madeiras de menor valor, visto que nestes casos o custo do frete inviabiliza seu transporte a grande distância. Atualmente, parte significativa da produção madeireira do Estado é destinada à exportação, principalmente os produtos laminados, compensados e revestimento para pisos. A indústria madeireira em 2002 foi responsável por 70% do total geral das exportações do Estado e representa cerca de 8% de toda a arrecadação de ICMS. As principais dificuldades detectadas que afetam diretamente o seg242 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 mento madeireiro, são: – – – – – Dificuldade de transporte Ação do IBAMA Falta de Capital de giro Escassez de matéria-prima Qualidade de matéria-prima As dificuldades atribuídas aos órgãos ambientais estão relacionadas com a ação de fiscalização e o excesso de burocracia no trâmite dos processos. Credita-se esta insatisfação à ausência de uma política florestal consistente e compatível com a realidade do estado, além da inadequação da legislação ambiental que não considera as particularidades regionais, contempladas, por exemplo, na Lei de Zoneamento Socioeconômico e Ecológico do Estado. De todo o contexto analisado, pode-se afirmar que a indústria madeireira ainda não atingiu um patamar mais elevado de desenvolvimento, em função de vários fatores restritivos, especialmente os seguintes: • A política fundiária em Rondônia é deficiente e conflitante com o Zoneamento, dificultando a aprovação de projetos de manejo e exploração florestal. • A falta de incentivos fiscais, aliada a questões ambientais, tem desestimulado novos investimentos e, inclusive, forçado a transferência de indústrias para os Estados do Mato Grosso e Acre. • A falta de assistência técnica para introdução de novas tecnologias, com vistas ao aproveitamento mais racional e rentável da madeira. • As dificuldades para obtenção de linhas de crédito específicas para o setor, especialmente para os projetos de reflorestamento. • As empresas exportadoras têm dificuldades para efetivar o embarque e desembaraço aduaneiro em Porto Velho, pela inexistência de carteira de câmbio e pela irregularidade na freqüência de navios no porto de Manaus. • O excesso de burocracia, sobretudo no transporte de toras, contribui para redução das atividades. • A falta de pesquisa para o uso industrial de espécies florestais, que normalmente são queimadas. • A falta de pesquisas, apoio técnico e financeiro para implantação de projetos de reflorestamento. • A falta de estímulo à indústria complementar (moveleira) para maior 243 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 utilização da produção madeireira (compensados), inclusive aproveitamento de resíduos. • O desmatamento não autorizado, impedindo o uso legal da madeira derrubada. b) Conclusões Apesar da redução do nível de participação da indústria madeireira na economia do Estado, não se pode negar sua importância para o desenvolvimento regional. As pressões ambientais sobre o setor, aliadas a outros fatores, como a dificuldade de obtenção de espécies nobres, questões emergentes de competitividade, têm sido decisivos para a gradual mudança de postura das empresas madeireiras, impondo-se uma nova mentalidade empresarial no sentido de reorientar seus sistemas de produção, tornando-os mais eficientes e mais racionais, sobretudo no que se refere ao melhor aproveitamento das matérias-primas disponíveis. Em decorrência, os empresários do setor, principalmente os que produzem lâminas e compensados, vêm investindo em projetos de reflorestamento que, ao mesmo tempo, atendem às exigências requeridas quanto à preservação ambiental, através da exploração auto-sustentável dos recursos florestais, assegurando-lhes também a matéria-prima necessária para a produção futura. A consciência empresarial para o reflorestamento suplanta a mera mentalidade de preservação ambiental, passando à condição da própria sobrevivência. Entretanto, o setor ressente-se da atuação dos organismos oficiais pela falta de informações e de orientação técnica para implantação de projetos de reflorestamento, visto que não existe nenhum modelo testado para Rondônia. Os que existem são frutos de experiências particulares, de empresários que assumem sozinhos os riscos dos possíveis, e vários, reais insucessos. Como agravante, os mecanismos de crédito dos agentes oficiais também não atendem às particularidades do setor e da região, particularmente quanto aos prazos de financiamento. Ademais, o IBAMA arrecadou, por décadas, a Taxa de Reposição Florestal (Fundão), e não houve nenhum retorno às indústrias contribuintes, na forma de maior disponibilidade de áreas florestais enriquecidas para extração da madeira. Face às dificuldades e à falta de apoio, o empresário busca soluções criativas para fazer o reflorestamento, quer por iniciativa própria ou coletiva, através de cooperativas e associações. As dificuldades e o excesso de burocracia que se estabeleceram nos procedimentos para aprovação dos projetos de manejo e exploração florestal, que remontam a longas datas e prevalecem até o presente, são responsáveis, pelo menos em parte, pelos impactos ambientais que ocorreram em grandes 244 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 áreas do Estado. Durante muito tempo foi mais fácil conseguir autorização para desmate, e posterior queima, do que a liberação para aproveitamento preliminar das madeiras de valor comercial. Nestas circunstâncias, perderam os empresários madeireiros por não poderem dispor da matéria-prima para a indústria e o próprio governo que deixou de arrecadar os impostos, afora a perda do incremento da renda e geração de empregos. O setor vem enfrentando dificuldades várias, como, aliás, todos os demais, em decorrência de fatores como restrições ao crédito e financiamentos e as elevadas taxas de juros. Resta, portanto, ao setor público competente instituir uma política de apoio à indústria madeireira, pela sua importância atual e futura para o desenvolvimento, e por ser um dos maiores geradores de empregos diretos do Estado. c) Informações Complementares Dada a importância do setor madeireiro para a economia do Estado e, a conclusão de nova pesquisa sobre o mesmo, posterior à elaboração do capítulo que traça o perfil da indústria, será incluída esta síntese dos dados obtidos. O setor madeireiro, para efeito da pesquisa, foi segmentado em três ramos: indústria, quando as atividades da empresa são voltadas exclusivamente para operações de desdobramento ou algum tipo de beneficiamento, em geral sob encomenda de outra empresa; indústria e comércio, quando a empresa além de realizar desdobramento e/ou beneficiamento, também comercializa seus produtos, concorrendo no mercado final e, indústria e serviços, quando a empresa executa operações industriais e serviços de exploração florestal. A constatação mais imediata é de que o ramo de indústria e comércio é o principal, concentrando 74% do total de empresas do setor e de que este é formado, basicamente, por micro e pequenas empresas, sendo 33,3% delas optantes do SIMPLES. Em média, 60% delas tem até 20 empregados contratados, 35% de 21 a 100 e apenas 5% acima de 100 empregados. Embora cerca de metade apresente algum nível de informatização, o baixo nível tecnológico de suas atividades é refletido pelo grau de instrução dos trabalhadores contratados. Neste aspecto, cerca de 7% são analfabetos, mas, dos 93% alfabetizados, 70% tem apenas nível básico, e destes, 80% não o concluíram. Entre os 27% que alcançaram o nível médio, 70% o têm incompleto. Esta observação torna evidente que a introdução de novas, mais modernas e eficientes tecnologias teriam dificuldades em ser absorvidas pelo pessoal. Mais preocupante é a resposta de 59% dos entrevistados, dirigentes empresariais, que disseram não haver planejamento ou interesse em promover treinamentos. No entanto, refletindo uma postura pró-ativa em relação à 245 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 segurança do pessoal, 52% das empresas vem realizando treinamentos das CIPA e em Segurança no Trabalho, bem como, a maioria, próximo de 75%, implementou Plano de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, e Plano de Controle Médico e Segurança Ocupacional - PCMSO. A evolução da ocupação do espaço físico de Rondônia nos últimos trinta anos e das condições de exploração das riquezas florestais, a madeira em particular, mostra diversos aspectos condicionantes na obtenção de matéria prima pela indústria. Para a maioria (65%), ainda não há dificuldade para sua obtenção, sendo que 68% usa madeira retirada em Planos de Manejo e apenas 12% em desmatamentos. Isto reflete não apenas um resultado da ação das autoridades ambientais, mas, também, uma crescente conscientização dos empresários de que a perenidade de suas empresas depende de uma postura de “desenvolvimento sustentável”. Aquelas que alegaram haver dificuldades na obtenção de madeira apontaram como as maiores, a burocracia institucional (19,5%), a escassez de matéria prima (18%) e as precárias condições das estradas do estado (16,5%). A distância média das florestas de origem até as indústrias é de 104km, no contexto estadual. O município com menor média é São Francisco, 42km, e o de maior média é Vilhena, 467km. Esta última observação mostra uma conseqüência do tempo em que as diversas regiões do estado vêm sendo exploradas economicamente. Assim, é natural que Vilhena, no extremo sul, porta de entrada das correntes migratórias dos anos 70 e 80, seja o município mais distante das fontes. Aliás, neste município já não há mais atividade de desdobramento de madeira. São Francisco, por outro lado, encontra-se na região denominada Zona da Mata, de mais recente ocupação. Confirmando uma tendência de consolidação da indústria, nos três últimos anos apenas 10% das empresas mudaram de local de instalação. As principais razões alegadas pelas que mudaram foram: busca de melhores condições de trabalho (33%), escassez de matéria prima (27%) e, transferência para outros estados (6%). No ano de 2002, o consumo médio mensal de matéria-prima pela indústria foi de 178.000 m³. Seu transporte no estado é feito quase inteiramente por via rodoviária (99,7%) e apenas 0,3% por via fluvial. Ao trabalhar as toras, geram-se cerca de 37% de resíduos, enquanto o beneficiamento das pranchas gera mais de 20% de sobras. Os resíduos do processamento são aproveitados integralmente em 56% dos casos e, parcialmente, em 21%. Os destinos principais que se dão aos resíduos são: como lenha (27,5%), para cabo de ferramenta (27,5%), para cabo de vassoura (6%), para carvão (6%). Para o tratamento da madeira, a maioria da indústria ainda usa processo natural de secagem da madeira, 79%, com tempo médio de secagem de 36 dias. Em contrapartida, nos 21% das empresas que usam secagem 246 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 controlada, em estufas, o tempo médio de secagem é de 7,5 dias, com maior qualidade. O tratamento químico empregado é feito através da aplicação de cupinicidas (44%), fungicidas (39%), anti-broca (6%) e outros (10%). Como conseqüência do escasseamento ou da proibição para a exploração das espécies mais nobres, como cerejeira e mogno, há uma significativa mudança no volume de aproveitamento econômico de várias espécies, sendo as mais citadas na atualidade: imbireira, caixeta, cumaru, angelim, jatobá, oiticica e ipê. Uma característica da indústria no estado é a pequena formação de estoques: 66% mantêm estoques médios de 1002 m³, ou seja, para menos de um mês de consumo médio. O armazenamento é feito em pátio descoberto em sua grande maioria (72%), apenas 17% usam pátios cobertos e 9%, gradeados. Estas formas de armazenamento provocam perdas significativas de material, causadas principalmente por efeito do clima (41%), dos fungos (28%), da broca (16%) e dos cupins (10%), como seria de se esperar numa região de clima equatorial. As que não mantêm estoques apontam dificuldades com capital de giro como a causa principal (70%), e trabalham basicamente sob encomenda. Ao longo dos anos vem aumentando o número de empresas que verticalizam sua produção, introduzindo novos produtos à sua estrutura produtiva, enquanto diminui o daquelas que trabalham exclusivamente com desdobro, o que representa um esforço no sentido de acrescentar valor ao produto, através de maior agregação de conteúdo tecnológico. Contudo, confirmando a necessidade de melhorias técnicas, 36% delas admitem não empregar nenhum sistema de planejamento e controle da produção. Em 2002 a indústria rondoniense apresentou uma produção de 2.135.311 m³ de produtos da madeira, sendo os municípios de Rolim de Moura, com 795.000 m³, Ariquemes com 225.000 m³ e Espigão do Oeste, com 128.00 m³ os maiores produtores do Estado. Entretanto, como conseqüência da ausência de planejamento, baixa qualificação da mão de obra, equipamentos inadequados, etc., 92% delas admitem enfrentar problemas na produção, responsabilizando, através de respostas estimuladas, a matéria prima (37%), a mão-de-obra (28%), os equipamentos (18%) e o espaço físico (6%), como os de maior impacto. Outras causas citadas pelos empresários, de modo não estimulado, são das seguintes ordens: financeira (24%), má conservação das estradas (24%), falta de incentivos (15%), infraestrutura local (15%) e o período das águas (6,5%). Os produtos mais comuns da indústria madeireira de Rondônia são mostrados perceentualmente no gráfico a seguir. 247 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 A maior parte da produção segue para outros estados e é, em parte, exportada pelos adquirentes. Embora seja o setor da economia local de maior presença no mercado exterior, apenas 16% da produção é exportada diretamente pelas indústrias locais. 4.2 – Indústria Moveleira a) Situação Atual A atividade industrial moveleira no Estado vem assumindo uma posição de destaque em sua economia, como complementar à industria madeireira e tirando proveito desta, estando em franca expansão. Com a retração do mercado de madeiras serradas, imposta em parte pelos custos de transportes, quer para o mercado interno ou para exportação, com a agravante da concorrência com outros estados em melhor situação estratégica, como Pará e Mato Grosso, o próprio industrial madeireiro iniciou um processo de diversificação da produção através do beneficiamento da madeira, em alguns casos agregado à produção de móveis. Nota-se um movimento muito forte no sentido da agregação de valor ao longo de toda a cadeia produtiva da madeira e do móvel, diminuindo-se a representatividade econômica dos setores extrativistas, e aumentando fortemente a participação dos setores mais especializados, como da produção de chapas aglomeradas e compensadas, esquadrias, artefatos e, finalmente, a fabricação de móveis. O setor moveleiro é responsável pela geração de cerca de 2.250 empregos diretos, com uma média de nove empregados por empresa, o que ainda denota um caráter bastante artesanal da indústria, valor pouco expressivo se considerarmos o enorme potencial que representa. 248 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 As principais espécies utilizadas pela indústria moveleira de Rondônia são o cedro, a cerejeira, a maracatiara e o angelim. O principal mercado da indústria moveleira é o próprio Estado, onde há uma aceitação crescente por parte dos consumidores locais, em função da melhora da qualidade de acabamento dos móveis, fazendo frente à concorrência das empresas de móveis do sul do País. Em 1989, o número de indústrias de móveis representava 5,7% de todo o setor industrial; em 1994, era de 7%, sendo que atualmente essa participação chega a 6,96%. Enquanto no período 89/94 houve uma redução no número de madeireiras, o segmento moveleiro cresceu 80% em número de unidades fabris. Quando comparado o período de 1989 a 1997, verifica-se um extraordinário crescimento da ordem de 411%. O confronto entre os dados obtidos em 1997 e 2002 aponta uma redução no número de indústrias, da ordem de 4,95%. Contudo, esta diminuição não significa efetivamente que o segmento moveleiro tenha perdido o seu nível de importância e muito menos que esteja em tendência de desaquecimento. O que ocorreu de fato foi a agregação de algumas atividades antes consideradas como moveleiras que passaram a incorporar o segmento madeireiro, como é o caso das indústrias de esquadrias, artefatos de madeira e artigos de carpintaria. O segmento moveleiro é constituído na sua quase totalidade, 93,17%, de fábricas de móveis de madeira, conforme quadro seguinte: 249 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Composição das Principais Atividades do Segmento Moveleiro Segmento/nº de Indústrias Indústria Moveleira Atividade Industrial Móveis de madeira; Móveis de metal; MóveIs de outros materiais TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL Nº de Indústrias Participação % 232 08 09 93,17 3,21 3,62 5,47 0,23 0,25 249 100 6,95 Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN A distribuição dos estabelecimentos industriais entre os principais municípios do Estado é a seguinte: Distribuição de Indústrias de Produtos Moveleiros - Maiores Municípios Nº de Part. % sobre Part. % do nº Part. % Indústria Indústria do Total do sobre Indústrias sobre Total Moveleira Município Segmento do Município Geral Porto Velho 39 822 15,66 4,74 1,09 Ji-Paraná 28 365 11,24 2,67 0,78 Ariquemes 18 258 7,23 6,98 0,50 Vilhena 12 216 4,82 5,55 0,33 Rolim de Moura 25 154 10,04 16,23 0,70 Jaru 10 152 4,02 6,58 0,28 Cacoal 17 207 6,83 8,21 0,47 Ouro Preto d’ Oeste 10 98 4,02 10,20 0,28 Pimenta Bueno 13 153 5,22 8,50 0,36 Demais Municípios 77 1.160 30,92 6,64 2,15 TOTAL 249 3.585 100 6,94 Município Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN Conforme se observa, a distribuição do segmento moveleiro pelos principais municípios, concentra-se principalmente em Porto Velho, Ji-Paraná, Rolim de Moura e Ariquemes. A maior parte dos móveis produzidos pela indústria moveleira de Rondônia é destinada ao atendimento da demanda interna. As melhorias no processo produtivo como a introdução de tecnologia de secagem, tecnologia de produção e novos equipamentos têm capacitado algumas empresas a fornecer para o mercado de São Paulo. Segundo estimativas, há um mercado de móveis da ordem de R$ 74,4 milhões anuais na região de Rondônia e de R$ 1,2 bilhões por ano na região do Mercoeste como um todo, mas a participação da indústria estadual ainda é pouco expressiva. Apesar da crescente aceitação dos móveis do Estado, ainda existe es250 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 paço para melhorias, inclusive no mercado local, pois na pesquisa realizada pelo Projeto Mercoeste/SENAI junto aos consumidores do Estado, 4,2% dos entrevistados afirmaram não estar satisfeitos com a oferta deste produto, principalmente em termos de preço e variedade. Apesar dos grandes avanços feitos por esta cadeia, a mesma ainda não consegue atrair investimentos privados externos, sendo que não existem previsões neste sentido, nem para o elo de madeira, nem para o elo de móveis. Um fator decisivo para o crescimento do segmento será a melhoria do padrão de acabamento, que já se obtém em várias indústrias, com a conseqüente maior aceitação pelos usuários. Até bem pouco tempo, havia total predomínio na procura por móveis vindos do Sul. Hoje, já é freqüente encontrar-se móveis produzidos na região em diversos estabelecimentos comerciais em todos os municípios do Estado. A introdução de novas técnicas de produção, acabamento e modernos equipamentos, têm possibilitado a algumas empresas locais fornecerem móveis para outros Estados. No entanto, o setor também enfrenta sérias dificuldades para manter e expandir suas atividades. As maiores dificuldades para o segmento são apresentadas a seguir: – Falta de Capital de giro – Escassez de matéria-prima – Dificuldade de transporte – Qualidade de matéria-prima A quase totalidade do segmento enfrente sérias dificuldades, com a maior concentração na falta de capital de giro, normal se consideramos o porte das empresas, assim como com matérias-primas, seja pela qualidade ou escassez. Para superar as deficiências, os empresários também têm recorrido à criatividade, tanto na adequação de equipamentos, como nos processos produtivos e até mesmo ao associativismo. Os principais produtos da indústria moveleira de Rondônia estão voltados para o uso residencial, em pequena escala se produz móveis para escritório e instalações especiais para estabelecimentos comerciais e instituições públicas. b) Conclusões A indústria moveleira no âmbito nacional atinge, nos grandes centros 251 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 industrializados, níveis de competitividade extremamente elevados e praticamente imbatíveis por novos centros produtores, em decorrência do maior conhecimento tecnológico, mercadológico e capacidade empresarial. De outra parte, sendo o Brasil um país de baixo nível de renda, o consumo de móveis é mais elevado nos produtos da “linha econômica”, que representa cerca de 95% do total. São produtos que, por sua própria natureza, exigem emprego de alta tecnologia e produção em série. A restrição mercadológica, aliada à cada vez maior complexidade dos processos fabris empregados e à diversidade de materiais, coloca a indústria de móveis numa posição sui-generis dentro do quadro industrial do país, pois mesmo tendo atingido, nos centros produtores mais importantes, altos níveis de sofisticação, é o único segmento industrial que ainda não foi capaz de ganhar um certificado internacional de qualidade ISO 9000. Estes argumentos são apresentados para facilitar o entendimento de parte das dificuldades pelas quais vem passando o setor moveleiro no Estado de Rondônia, onde se debatem em concorrência os empresários do segmento, sem tradição, com baixa tecnologia e pouco conhecimento mercadológico, situados a centenas de quilômetros dos grandes centros consumidores, enquanto que a casta deste tipo de indústria se concentra em uma escassa centena de fabricantes radicados nos estados do Sul do país, próximos dos grandes centros consumidores e dos fabricantes de peças metálicas, elementos decorativos e revestimentos, que facilitam o desenvolvimento conjunto de novos produtos com grande competitividade. Ultimamente o setor moveleiro rondoniense vem buscando evoluir tanto na direção de seus investimentos quanto na absorção dessas tecnologias de produção sem, no entanto, atingir patamares compatíveis com o setor em nível nacional, o que restringe sua atuação quase exclusivamente ao mercado local sem, entretanto abastecê-lo e, eventualmente, a algumas parcerias com indústrias do Sul/Sudeste. A questão da qualidade da madeira, especialmente no tocante aos seus tratos e teor de umidade, está longe de ser superada e se restringe a um número pequeno de empresas de médio porte. Ainda assim, mesmo nestes casos, o produto final está longe dos padrões nacionais. É bem verdade que ainda existem alguns nichos de mercado menos exigentes no tocante a qualidade ou preço, ou que ainda valorizam o móvel de madeira maciça de altos preços, o que tem permitido a sobrevivência das indústrias locais. Pesquisas realizadas em Rondônia e Manaus, junto aos revendedores de móveis mostraram a grande presença desse produto fabricado no sul do país e a forte recusa em trabalhar com produtos fabricados na região. As razões alegadas vão da falta de design atualizado à não fabricação em série, 252 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 aos preços não competitivos por se tratar de móveis maciços com custos de produção mais elevados até a qualidade inferior no acabamento e a incapacidade de fornecimento regular. Lembrando que o maior consumo do mercado nacional de móveis está voltado para a linha popular, verifica-se que a indústria moveleira de Rondônia incide em dois erros: por um lado, está voltada para o atendimento apenas da fatia minoritária do mercado que requer móveis de madeira maciça (5%), faltando-lhe contudo qualidade de acabamento; e por outro, atende mal o grande mercado de móveis populares. E ainda, mesmo neste mercado mais reduzido, no próprio Estado, a participação do móvel de fabricação local não chega a 30%. Apesar de todos os fatores intervenientes que impedem um melhor desempenho da indústria moveleira, pelo que se pode observar, o segmento apresenta tendências positivas para ampliar sua participação na economia regional, com potencialidade de expandir cada vez mais sua participação no mercado. Um fato relevante que pode auxiliar em muito o desempenho do setor moveleiro, é a implementação do PSI – Programa Setorial Integrado, desenvolvido com aporte de recursos da APEX e do SEBRAE, com apoio do SENAI, cujo objetivo principal é promover a inserção do micro e pequeno empresário do ramo madeiro/moveleiro no competitivo mercado internacional, através da capacitação técnica e gerencial, melhoria dos processos produtivos visando melhorar a qualidade dos produtos, além de prospecção de novos mercados consumidores 4.2.1 Considerações Finais A interpretação dos dados obtidos na pesquisa por amostragem realizada pelo Mercoeste/SENAI, com base nas potencialidades existentes, permitiu identificar as questões mais relevantes para o setor moveleiro, como segue: - Abundância de recursos naturais na região; - Existência de mão-de-obra de baixo custo; - Mercado regional em expansão; - Mercado internacional favorável; - Bom desenvolvimento da indústria de laminados e compensados; - Crescimento da taxa de agregação de valor da cadeia. Em contrapartida, também foram identificados os fatores restritivos para o setor, como segue: - Produção em pequena escala e sob encomenda, de forma artesa253 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - nal; Pouco design nos projetos de produtos; Inexistência de marcas regionais fortes; Deficiências nos canais de comercialização; Baixos volumes de produção, com dificuldades em competição em preço; Carência de fornecedores especializados em partes e componentes; Deficiências de mão-de-obra e de procedimento prejudicam a qualificação dos processos e dos produtos da cadeia; Falta pesquisa para a exploração de espécies diferenciadas de madeira; Inexistência de certificação ambiental; Dificuldades dos pequenos fornecedores locais em competirem com preço e qualidade; Elevada idade média dos equipamentos utilizados; Baixos investimentos em treinamento; Deficiências gerenciais; Deficiências do sistema de informações competitivas; Deficiências do sistema de pesquisa e inovação tecnológica; Baixo nível de utilização média da capacidade instalada. A partir da análise dos dados é possível definir algumas alternativas para o fortalecimento do setor, criando oportunidades, através de: - Consórcios de exportação de artefatos de madeira; - Parcerias para a adoção da certificação ambiental; - Parcerias com a cadeia de construção civil, com o aumento da produção de esquadrias; - Parceria para a qualificação da mão-de-obra; - Parcerias para a pesquisa e desenvolvimento de espécies diferenciadas de madeira; - Parcerias para intensificação do reflorestamento; - Parcerias para a criação de marcas regionais; - Parcerias para a criação de uma estrutura de apoio ao “design” na cadeia; - Parcerias para a produção integrada, diminuindo a verticalização das empresas, e aumentando a sua especialização e a sua escala de operação; - Formação de parcerias para a melhoria da sua função de comercialização. 254 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 4.3 – Indústria de Produtos Alimentícios a) Situação Atual Ocupando uma relevante posição no contexto econômico de Rondônia, a indústria de produtos alimentícios ocupa hoje o segundo lugar no “ranking” do setor industrial, com 807 indústrias, correspondente a 22,51% de todo o parque industrial do Estado. Tal importância se deve à estratégica função de suprimento e abastecimento internos e pela crescente participação na substituição das importações de produtos similares destinados ao consumo, tradicionalmente processados em outros Estados, principalmente do Sudeste do país. A taxa de crescimento do grupo de indústria alimentícia é expressa pelos seguintes números: em 1989 existia 455 empresas desse segmento, em 1994 este número chegou a 792 e, em 1997, a 937 indústrias. Os dados obtidos em 2002 indicam uma redução de 13,87% em relação a 1997. Contudo, esta diminuição não representa queda efetiva do segmento, posto que no cômputo das indústrias em 1997 estavam computadas as empresas informais, não incluídas no presente levantamento. Das atividades que compõem o segmento, predominam as apresentadas no quadro seguinte: Composição das Principais Atividades Industriais do Setor Alimentício - 2002 Segmento Atividade Industrial Indústria Alimentícia - Frigoríficos e abatedouros; - Produtos de lacticínios e preparação do leite; - Beneficiamento, torrefação e moagem de cereais: - Produtos de padaria, confeitaria e massas alimentícias; - Fabricação de sorvetes; - Outras indústrias alimentícias TOTAL Nº de Indústrias Participação(%) No Segmento No Setor 60 7,43 1,67 71 8,80 1,98 294 36,43 8,20 198 48 136 24,54 5,95 16,85 5,52 1,34 3,80 807 100% 22,51% Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN Verifica-se que as atividades de beneficiamento de cereais e fabricação de produtos de panificação correspondem a 60,97% das indústrias do segmento. Já o quadro seguinte mostra a participação do segmento de produtos alimentícios nos principais municípios do Estado: 255 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Indústria Alimentícia – Ocorrência nos Principais Municípios – 2002 Indústria de Nº de Part. % so- Part. % sobre nº Part. % Produtos Indústria do bre Total do de Indústria do sobre Total Alimentícios Município Segmento Município Geral Porto Velho 148 822 18,34 18,00 4,13 Ji-Paraná 69 365 8,55 18,90 1,92 Ariquemes 40 258 4,95 15,50 1,11 Vilhena 46 216 5,70 21,30 1,28 Rolim de Moura 29 154 3,60 18,83 0,81 Jaru 48 152 5,95 31,58 1,34 Cacoal 45 207 5,58 21,74 1,26 Ouro Preto 22 98 2,73 22,45 0,61 Pimenta Bueno 31 153 3,84 20,26 0,87 Demais Municípios 329 1.160 40,77 28,36 9,18 TOTAL 807 3.585 100 22,20 Municípios Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN A maior concentração de indústrias de produtos alimentícios ocorre nos municípios de Porto Velho, Ji-Paraná, Jaru, Vilhena e Cacoal. As principais matérias-primas do segmento de alimentos são: arroz em casca, açúcar, café, feijão, milho, sal, trigo, óleo vegetal, leite natural, ovos, fermento, gado bovino, suíno, embutidos e conservas, frutas cítricas e palmito, manteiga, embalagens e sacarias. Os principais produtos identificados da indústria alimentícia são os seguintes: - Bolos e doces - Pão de queijo - Cacau beneficiado - Polpa de fruta - Carne bovina - Queijos - Carne suína - Salgados - Café - Pães - Feijão - Palmito em conserva - Milho - Rações p/animais - Fubá de milho - Leite pasteurizado - Manteiga - Leite ”Longa Vida” - Palmito - Arroz O segmento alimentício é responsável pela geração de mais de 8.000 empregos diretos e detém uma taxa de ocupação de 10 operários por indústria. No concernente à classificação pelo porte, as indústrias do segmento mantêm o mesmo comportamento das demais, tendo sua maior concentração de micro-indústrias, da ordem de 82%. As maiores dificuldades da atividade industrial alimentícia são listadas abaixo: – Falta de Capital de giro 256 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 – Dificuldade de transporte – Escassez de matéria-prima – Qualidade de matéria-prima b) Beneficiamento de Cereais e Grãos A aptidão essencialmente agrícola, característica do Estado, justifica a participação de um maior número de indústrias na área de beneficiamento de cereais. Em 1994 a atividade contava com 451 indústrias, correspondendo a 57% do total de empresas do segmento de alimentação. Em 1997, a atividade aparece com 452 empresas, equivalente a 48,24% do total. Em 2002, a participação sobre o total de indústria do segmento foi de 36,46%. Mesmo assim, a atividade ainda deixa a desejar ao atendimento da demanda de consumo, especialmente no que se refere à qualidade. Considere-se que o Estado é grande produtor de arroz, porém exporta o que produz e importa o que consome na sua quase totalidade. Este é, portanto, um segmento que carece de modernização nas suas plantas fabris, hoje constituídas de máquinas obsoletas, que não respondem às exigências de qualidade e produtividade. A produção de cacau e café, mesmo ocorrendo em considerável volume, nas últimas safras, não tem despertado maior interesse do empresariado na aplicação de novos investimentos para sua industrialização, talvez pela própria conjuntura de preços de mercado nacional e internacional. 257 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Outros grãos, como o milho e o feijão, não sofrem basicamente nenhum processo de industrialização, exceção a pequeno volume do milho, na fabricação de fubá e quirela. c) Fruticultura A atividade industrial voltada ao aproveitamento dos frutos regionais ainda é muito incipiente em Rondônia, visto que a maioria dos produtos industrializados são oriundos de várias outras regiões do país. Bem pouco se produz no Estado, limitando-se a produção caseira de doces e sucos e, em maior escala, contudo ainda de forma artesanal, verifica-se a produção de polpas de frutas como cupuaçu, acerola, cacau, açaí e maracujá. Alguns fatores têm influenciado negativamente na expansão desta atividade, pois sua industrialização exige condições especiais de congelamento, armazenagem e transporte, o que em muitos casos torna-se inviável. Desta forma, faz-se necessário desenvolver um processo de industrialização não só para o mercado estadual, que sem dúvida é o principal consumidor, como também para atender a outros Estados. O beneficiamento da polpa de frutas regionais tem sua importância pelos seguintes fatores: • agregar valor à matéria-prima regional; • estimular os produtores rurais ao aumento do cultivo, uma vez que haverá mercado para sua safra; • permitir que a população possa consumir estes produtos durante todo o ano a preços acessíveis, e não apenas na safra; • estimular o surgimento de novas agro-indústrias e de mais áreas plantadas, num crescimento verdadeiramente integrado, inclusive com as empresas fornecendo mudas e sementes adequadas aos produtores rurais, podendo assim adquirir posteriormente um insumo seguro e de qualidade. Esta prática já acontece em alguns municípios do Estado, mas ainda de maneira incipiente. d) Indústria de Laticínios Conforme já informado no capítulo 14 o governo do Estado, no final da década de 70, instalou dois laticínios no Estado, um deles em Porto Velho e o outro em Ouro Preto d’ Oeste, produzindo inicialmente leite in natura, e após queijo e manteiga. Hoje são 71 laticínios no Estado, voltados principalmente para a produção de leite pasteurizado e queijos, estando um destes produzindo leite longa vida. Estas empresas representavam em 1998 cerca 258 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 de 7,8% daquelas empresas cadastradas para este elo da cadeia no Mercoeste, empregando 1.600 pessoas diretamente, o que representava mais de 13,8% da mão-de-obra ocupada, atestando que as empresas estaduais são de maior porte do que suas concorrentes regionais. A atividade leiteira de Rondônia é considerada de baixa produtividade, 870 kg por lactação, porém, superior a todos os estados da região Norte. Mesmo com volumes de produção de leite elevados em comparação com o consumo interno do Estado, há uma ociosidade da indústria de laticínios da ordem de 50%. A cadeia produtiva consegue atender uma boa parcela do mercado estadual, estimado em R$ 82,9 milhões por ano. Com o aumento da produção, a cadeia estadual pode começar a exportar parte da sua produção, atingindo outros mercados no território nacional, sendo que somente em termos de Mercoeste, o potencial de mercado estimado é de R$ 1,3 bilhão por ano. A produção de laticínios tem se constituído como uma atividade em franco crescimento, impulsionada pela rápida expansão da pecuária em todo o Estado. Atualmente o rebanho bovino do Estado é da ordem de mais de 8,8 milhões de cabeças e, deste total, 2,5 milhões correspondem a gado com aptidão leiteira. e) Indústria de Panificação A indústria de panificação e seus correlatos, por se tratar de produtos de consumo massificado, está presente em todos os municípios e, numericamente, ocupa posição de destaque no ramo de alimentação. No entanto, na sua grande maioria é composta por micro empresas, utilizando-se de equipamentos simplificados e, em muitos casos, em instalações inadequadas, considerando-se as condições sanitárias mínimas exigidas pelas instituições de saúde pública. Em 1994, segundo os levantamentos do Perfil Industrial da FIERO, existiam 161 estabelecimentos industriais de panificação, o que representava uma participação de 20% do total de indústrias do ramo alimentício. Em 1997, verificou-se a existência de 283 indústrias, equivalente a 30,20% do segmento. Em 2002, com um total de 198 estabelecimentos, esta participação em relação ao próprio segmento foi da ordem de 24,54%. A redução verificada tem como causa a exclusão das indústrias informais e reagrupamento de atividades em outras indústrias. f) Frigoríficos e Abatedouros Em decorrência da expansão da pecuária em Rondônia, em particular 259 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 do rebanho bovino, a produção de carne de gado já atingiu patamares de auto-suficiência e os frigoríficos em operação se voltaram para a exportação, sendo São Paulo e Manaus os principais mercados compradores. Estes produtos, por sua importância relativa na pauta de produtos exportados por Rondônia, merecem uma análise mais detalhada de sua oferta, por se apresentarem como os de maior potencial de resposta imediata ao atendimento de eventuais demandas de comercialização externa. A indústria de abate de bovinos em Rondônia é constituída por oito frigoríficos localizados em Porto Velho, Ariquemes, Cacoal, Ji-Paraná, Rolim de Moura, Vilhena, Candeias e Jaru. Todos se encontram regularizados junto ao Serviço de Inspeção Federal - SIF e, portanto, aptos a comercializarem com outros Estados e alguns com o exterior. Dos abatedouros, três possuem capacidade de abate de 1.000 bois/dia, operando, no entanto, com apenas 50% de sua capacidade instalada e trabalhando em média cinco dias por semana, e destinam a maior parte de seus produtos para mercados de outros estados. Dentro do próprio segmento se verifica a existência de atividades diversificadas através do aproveitamento de resíduos (sebo, ossos, vísceras, sangue), especialmente na fabricação de sabão, farinha de osso e carne, e também da carne, em subprodutos como mortadela, salames, entre outros. Com esse perfil a pecuária consegue atender todo o mercado potencial de carnes no Estado, estimado em 2002 em mais de R$ 60 milhões ano. Mas, somente agora começa a atuar um pouco mais no mercado nacional, onde somente o potencial de mercado do Mercoeste é estimado em R$ 1,2 bilhão por ano. Atualmente o rebanho bovino conta com mais de 9,0 milhões de cabeças. Considerando-se um desfrute de 15% sobre o total do rebanho bovino, há uma disponibilidade de 1,3 milhões de cabeças de gado por ano. Deste total, 1,03 milhões de cabeças são destinadas ao abate nos frigoríficos, e as 260 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 demais 270.000 cabeças se destinam ao abate em pequenos abatedouros e ao comércio de gado em pé para fora do Estado. Os oito frigoríficos, funcionando a plena carga, seriam capazes de abater todo o gado produzido. Já o couro proveniente destas 1,3 milhão de cabeças abatidas anualmente, poderá ser destinado aos poucos curtumes existentes no Estado, ou preliminarmente salgado para ser beneficiado fora do Estado. Em 1998, o Estado contava com apenas três curtumes, o que representava apenas 3% das empresas neste elo existente no Mercoeste. Contudo, desde 1998 mais três curtumes se instalaram no Estado, o que deve reverter esta exportação, maciça, de peles ainda sem um maior beneficiamento. Contudo, os curtumes existentes ainda beneficiam o couro somente até o seu estágio ‘wet blue”, sem realizar o seu acabamento, que é feito em outros curtumes, localizados próximos de pólos calçadistas no sudeste e no sul do país, pois em 1998 o Estado não contava com nenhuma empresa de calçados, apesar de contar com cerca de 80 empresas cadastradas para o elo de comércio de calçados, o que demonstra o potencial do mercado regional fornecedor de matéria prima. Isto faz com que as vantagens provenientes da industrialização do couro como subproduto sejam evidentes, pois os valores de faturamento crescem muito em função do grau de industrialização da matéria-prima. Além das vantagens econômicas e sociais claras, de acordo com o sindicato estadual, um curtume que produza mil couros acabados por dia, para calçados, por exemplo, emprega mais 8.500 pessoas. g) Conclusões O segmento de produtos alimentícios, em que pese suas funções especiais de abastecimento dos diversos mercados e, considerando sua característica diferenciada pela estreita relação que mantém com os fornecedores primários, bem como sua decisiva influência na oferta de alimentos, ainda não foi alvo de maior atenção governamental. Apoiada nas atividades agrícolas e pecuárias, em franco processo de crescimento, a agroindústria desponta ao lado da indústria da madeira como a principal atividade secundária de Rondônia. Entretanto, por ser um setor potencialmente diversificado em termos de atividades, produtos e subprodutos, sua atual estrutura ainda é insuficiente para processar toda a produção primária do Estado, além de ter necessidade urgente de ampliar os níveis de beneficiamento de suas matérias-primas. A atividade de industrialização do palmito possui excelentes perspectivas de mercado, sobretudo o externo, requer também alguns cuidados, mesmo considerando a simplicidade do processo de produção. No Estado 261 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 existem nove indústrias que beneficiam o palmito, mas encontram dificuldades para alcançar o mercado externo, ainda que a qualidade de seus produtos seja reconhecida. Para tanto, a união de produtores de matéria-prima e de industriais é imprescindível, não só para alcançar maiores quantidades que viabilizem a comercialização com o exterior, bem como atingir um padrão de qualidade exigido por aqueles mercados. Nesse sentido, em complemento às atividades bem desenvolvidas no Estado nas cadeias produtivas do Leite, da carne e seus derivados, a consolidação de uma política agrícola eficaz torna-se decisiva para o futuro do setor. Por outro lado, a obtenção de ganhos em termos de qualidade e de competitividade dos produtos locais torna-se meta primordial a ser perseguida pelos empresários. De qualquer maneira, não se pode esperar uma maior produção e modernização do segmento, sem que haja uma política de desenvolvimento estadual que contemple incentivo fiscal e financeiro através de linhas de crédito para o setor. 4.4 – Indústria de Confecções a) Situação Atual Até recentemente, Rondônia importava de outros estados brasileiros quase todos os produtos industrializados para consumo interno, incluídos produtos alimentícios, calçados, confecções e muitos outros, além, naturalmente, dos eletro-eletrônicos. A fabricação de confecções no Estado começou a dar seu primeiro sinal de vitalidade a partir do final dos anos 80. Em 1989, conforme dados do Cadastro Industrial da FIERO, já contava com 29 indústrias. O segmento apresentou um excelente desempenho nos anos seguintes, tendo alcançado, em 1994, o total de 141 empresas, correspondendo a um incremento de 386,21%, em relação a 1989. Considerando os resultados obtidos em 1997, onde o segmento aparece com 216 indústrias, evidenciou-se mais uma vez a tendência de crescimento. Se comparados os resultados de 1989 e 1997 - um período de oito anos - constata-se que houve um crescimento de 645%. Quando comparado o resultado alcançado em 2002 (189), no entanto, verifica-se que houve uma redução de 12,50% no número de estabelecimentos em relação a 1997. Contudo, parte desta diferença se deve ao fato de que no levantamento realizado em 1997 foram incluídas também as indústrias informais, o que não ocorreu em 2002. A composição do segmento de confecções em suas principais ativi262 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 dades está demonstrada no quadro abaixo: Composição das Atividades do Segmento de Confecções - Ano 2002 Segmento Indústria de confecção Atividade Industrial Confecções de roupas e peças do vestiário; Confecções de roupas profissionais; Outras indústrias de confecções TOTAL DA ATIVIDADE/SUB-TOTAL Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN. Participação(%) Nº de Indústrias No Segmento No Setor 108 57,14 3,01 23 58 12,17 30,69 0,64 1,62 189 100 5,27 A indústria de confecções em Rondônia, em seu estágio atual, está voltada para fabricação de peças de vestuário, uniformes e roupas profissionais. A distribuição espacial das indústrias de confecções por município está apresentada conforme quadro seguinte: Distribuição das Indústrias de Confecção por Principais Municípios – 2002 Município Porto Velho Ji-Paraná Ariquemes Vilhena Jaru Cacoal Rolim de Moura Pimenta Bueno Ouro Preto d’Oeste Demais Municípios TOTAL Indústria de Confecções 50 22 08 10 05 22 09 13 06 44 189 Total de Part. % sobre Part. % Part. % Ind. nos nº de Indústrias sobre Ind. sobre Total Municípios do Segmento do Município Geral 822 26,46 6,08 1,39 365 11,64 6,02 0,61 258 4,23 3,10 0,22 216 5,29 4,63 0,29 154 2,65 3,25 0,14 152 11,64 14,47 0,61 207 4,76 4,35 0,25 98 6,88 13,27 0,36 153 3,17 3,92 0,17 1.160 23,28 3,79 1,23 3.585 100 5,27 Fonte: Banco de Dados FIERO/SFIN Acompanhando a tendência dos demais segmentos, constata-se mais uma vez que a concentração de maior número de indústrias do ramo de confecções ocorre nos municípios de Porto Velho, Ji-Paraná, Cacoal, e Pimenta Bueno. Observa-se que, apesar do nível de crescimento alcançado nos últimos anos, a participação da indústria de confecções no total geral do Estado ainda é muito pequena, da ordem de 5,75%. As principais matérias-primas utilizadas são originadas de outros estados, porém, em sua maioria, adquiridas através do mercado atacadista e distribuidor local. As compras diretamente da fábrica se limitam a um peque263 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 no número de indústrias de maior porte. Dentre as matérias-primas destacam-se: tecidos, aviamentos, elásticos, etiquetas, linhas, rendas, malhas de algodão, cotton e aviamentos diversos. Quando analisado o segmento conforme a classificação pelo porte das empresas, constata-se que 89% é constituído de micro e 11% de pequeno e médio portes. A produção do segmento, na sua quase totalidade, se destina ao mercado do próprio Estado, com pequena parcela colocada nos mercados de Manaus e Rio Branco. A despeito de se apresentar como um setor em franco crescimento, o ramo de confecções também enfrenta sérias dificuldades impostas pela própria situação da economia nacional, além dos problemas regionais, como alternativas de mercado, competitividade com outros estados e falta de recursos para investimento nos negócios. As principais dificuldades enfrentadas pelo segmento são: - Falta de capital de giro - Falta de mão de obra especializada - Escassez de matéria-prima - Qualidade da matéria-prima A dificuldade de obtenção de crédito para capital de giro tem sido uma constante em todos os demais segmentos. Os principais produtos da indústria de confecções estão voltados a peças do vestuário, roupas profissionais e uniformes escolares. A indústria de confecção é responsável pela geração de 945 empregos diretos e tem uma taxa de ocupação da ordem de cinco operários por empresa, uma das mais baixas de todos os segmentos. b) Conclusões Pelo que se observou no diagnóstico do segmento, sobretudo a partir da análise da evolução na última década, pode-se concluir que a indústria de confecções desponta como importante alternativa de investimentos. A demanda por produtos é considerável, tendo em vista a localização estratégica de Rondônia em relação aos estados do Acre, Amazonas e ainda a proximidade com Bolívia e Peru, ensejando oportunidade de exportação do excedente da produção. Portanto, firma-se a convicção de que a indústria de confecções tem enorme potencial para crescimento, contudo não há demonstração de maior interesse na expansão de suas atividades. Por outro lado, o segmento enfrenta algumas dificuldades que precisam ser equacionadas, como linhas de crédito, melhoria da qualidade, introdução de novas tecnologias, design e mão-de-obra especializada. 264 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Há uma boa fatia de mercado nas áreas de uniformes escolares e profissionais, além de confecções de roupas em geral. 4.5 – Indústrias de Minerais Não Metálicos a) Situação Atual A industria de produtos de origem mineral não metálico assume papel importante por ser complementar às atividades de construção e está disseminada em todo Estado. Compõem este segmento as indústrias ligadas às atividades de fabricação de telhas, tijolos, artefatos de cimento, britamento e aparelhagem de pedras e produtos diversos, conforme demonstrado no quadro abaixo: Composição do Segmento de Indústria de Minerais Não Metálicos - Ano 2002 Segmento – Indústria Cerâmica Participação % Nº de Indústrias No Segmento No Total - Artefatos de cerâmica (tijolo, telha..); 60 34,48 1,67 - Outras indústrias cerâmicas; 34 19,54 0,95 - Extração de areia e cascalho; 37 21,26 1,03 Atividade Industrial – Indústria - Extração e britamento de pedras; Extrativa de - Outras indústrias de mineral não Mineral não metálico Metálico TOTAL DA ATIVIDADE 13 7,48 0,36 30 17,24 0,84 174 100 4,85 Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN A atividade mais representativa no segmento é a fabricação de artefatos de cerâmica, seguido da extração de areia e cascalho. São 174 empresas ligadas às atividades de produção de artefatos cerâmicos e extração de minerais não metálicos, que corresponde a 4,85% do total geral de indústrias do Estado, cuja distribuição por município ocorre da seguinte forma: Distribuição das Indústrias de Produtos não Metálicos – Principais Municípios – 2002 Município Porto Velho Ji-Paraná Ariquemes Vilhena Jaru Cacoal Indústrias Nº de Part. % sobre Part. % sobre Part. % de Produtos Indústrias do total do nº de Ind. do sobre não Metálicos Município Segmento Município Total Geral 47 822 27,02 5,72 1,31 17 365 9,78 4,66 0,47 11 258 6,32 4,26 0,31 18 216 10,34 8,33 0,50 7 152 4,02 4,60 0,20 11 207 6,32 5,31 0,31 265 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Rolim de Moura Pimenta Bueno Ouro Preto do Oeste Demais Municípios TOTAL 7 9 4 43 174 154 153 98 1.160 3.585 4,02 5,17 2,30 24,71 100 4,55 5,88 4,08 3,71 - 0,20 0,25 0,11 1,20 4,86 Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN Observa-se que a maior concentração de indústrias do segmento ocorre nos municípios de Porto Velho, Vilhena, Ji-Paraná e Ariquemes. As principais matérias-primas do segmento de minerais não metálicos são: argamassa, areia, barro, brita, cimento, fibra de vidro, granito, pedras decorativas, pó de mármore, mármore, vidro, resina de poliéster e gesso. Encontra-se em operação uma grande indústria de beneficiamento de granito no município de Ji-Paraná, que atende ao mercado local, nacional e destina parte sua produção para exportação. Com base nas informações colhidas diretamente junto às empresas do segmento, foi possível identificar e quantificar os principais produtos, conforme detalhado no quadro seguinte. - Artigos de cimento Caixas d’água Caixas p/ ar condicionado Manilhas Tubos de concreto Lajes pré-moldadas Granito p/ revestimento - Pias em granito Pias em mármore Telhas Tijolos Postes de concreto Brita, areia. cascalho As principais dificuldades apontadas pelo segmento são: capital de giro, transporte e mão-de-obra especializada. b) Conclusões Conforme os dados levantados, percebe-se que o segmento das indústrias de produtos não metálicos também tem apresentado um significativo crescimento na última década, apesar da crise econômica que reduziu os investimentos em obras de construção civil, um dos grandes consumidores de produtos do segmento. Tem assumido importante participação na geração de emprego e renda, proporcionalmente ao número de empresas. Desponta também com potencialidades para expandir o mercado, para atender os estados do Acre e Amazonas e até os países vizinhos, principalmente com produtos da indústria cerâmica. Neste particular, faz-se necessário investir em qualidade e diversificação de produtos, como pisos e revestimentos. 266 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 4.6 – Indústrias de Produtos Metálicos a) Situação Atual A indústria de produtos metálicos teve um grande impulso na época de grande atividade do garimpo de ouro do rio Madeira, nos anos 80, tendo em vista a fabricação de balsas e outros equipamentos. No entanto, com a drástica redução da garimpagem de ouro, muitas indústrias encerraram suas atividades. As principais atividades que compõe o segmento são: serralharia, fabricação de estruturas metálicas, artefatos de ferro e aço e estamparia, com um total de 154 indústrias, conforme detalhamento a seguir: Composição das Principais Atividades dos Produtos Metálicos – 2002 Segmento Indústria de Produtos Metálicos Participação (%) No Segmento No Setor Atividade Industrial Nº de Industrias Esquadrias e artefatos de serralherias; Estruturas metálicas; Outras indústrias de produtos metálicos. 88 23 57,14 14,94 2,45 0,64 43 154 27,92 100 1,20 4,29 TOTAL Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN A atividade predominante no segmento de produtos metálicos está voltada para a indústria de esquadrias, estruturas metálicas e artigos de serralherias em geral. O quadro a seguir apresenta a distribuição das indústrias do segmento nos principais municípios e sua participação no contexto local e estadual. Distribuição das Indústrias de Produtos Metálicos - Principais Municípios – 2002 Part. % Part. % do Seg. Part. Nº de Indústrias Nº de sobre total sobre nº de Ind. sobre o Município de Produtos Indústrias do SeguiMetálicos no Município do Municípios Total mento Porto Velho 47 822 30,52 5,72 1,31 Ji-Paraná 11 365 7,14 3,01 0,31 Ariquemes 17 258 11,04 6,60 0,47 Vilhena 18 216 11,69 8,33 0,50 Rolim de Moura 4 154 2,60 0,26 0,11 Jaru 7 152 4,55 4,60 0,20 Cacoal 7 207 4,55 3,38 0,20 Ouro Preto d’ Oeste 11 98 7,14 11,22 0,31 Pimenta Bueno 09 153 5,84 5,88 0,25 Demais Municípios 23 1.160 14,93 1,98 0,64 TOTAL 154 3.585 100 4,30 Fonte: Banco de Dados do Cadastro Industrial 97 - FIERO 267 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Conclui-se que as indústrias de produtos metálicos representam 4,30% do total de empresas industriais do Estado. Observa-se que a maior representatividade, tanto em relação ao total do segmento quanto ao total de indústrias, ocorre nos municípios de Porto Velho, Vilhena, Ariquemes, JiParaná. O segmento é responsável pela geração de 924 empregos diretos e mantém uma taxa de ocupação de mão-de-obra de seis operários por indústria. Quanto ao porte, as empresas do segmento estão assim distribuídas: 93% micro, 5% pequeno e 2% de médio porte. Quando indagadas sobre as principais dificuldades do segmento, a situação se apresenta conforme se segue: - Capital de giro - Elevado custo de matéria-prima - Dificuldade de transporte - Qualidade de matéria-prima Portanto, a maioria das indústrias do segmento enfrenta algum tipo de dificuldade, tendo a falta de capital de giro a maior concentração, seguida de matéria-prima, especialmente pela dificuldade de obtenção e do monopólio no fornecimento. As principais matérias-primas dos produtos metálicos são: aço, barra de ferro, cantoneira de ferro, chapa de aço inox, chapa de alumínio, chapa de ferro, cobre, disco de corte, disco de lixadeira, eletrodos, ferro tubular, lixas, massa plástica, metal trefilado, metalon, solda de oxigênio, solda elétrica, tiner, tubo de alumínio, tubo de ferro, tubo galvanizado, zarcão e estanho. Os principais produtos da indústria de produtos metálicos, estão listados abaixo: - Estruturas de forro em ferro Estruturas metálica Grades Janelas Portas Portões Tanques em ferro Telas em ferro - Artefatos de ferro e aço Churrasqueiras Letreiros luminosos Lixeiras Torres Toldos Batentes em ferro O estanho, em particular, extraído da cassiterita, minério que existe em grande quantidade no Estado, atualmente tem sua exploração bastante reduzida, quando comparado a 1996, com produção de 13.620t. Naquele ano, Rondônia despontava como o segundo maior produtor do minério no país. Foram desativadas três usinas de processamento de estanho, duas em Porto Velho e uma em Candeias do Jamari. Atualmente existem duas 268 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 siderúrgicas que produzem estanho, sediadas em Ariquemes, que processam 5.160 t/ano de cassiterita para obter 3.000 t/ano do produto. Verifica-se que o rendimento, ou índice de aproveitamento, é de 0,58%. Estas empresas consome 9.000 MWH/ano de energia elétrica e destinam 70% de sua produção para o Estado do Rio de Janeiro e 30% para São Paulo. Têm plenas condições de duplicar sua produção, contudo reclamam da falta de incentivos, sobretudo no que se refere à energia elétrica que representa um elevado custo no processo produtivo. b) Conclusões Dos estudos apresentados sobre o segmento de produtos metálicos, observa-se que houve um desaquecimento em função da quase paralisação do garimpo de ouro do rio Madeira, que utilizava balsas e dragas em larga escala, bem como a diminuição da atividade da construção civil, onde o segmento é responsável pela montagem de estruturas metálicas. Contudo, pela sua participação em vários produtos de uso geral, o segmento vem se mantendo com bom desempenho, distribuído em quase todos os municípios, mesmo tendo uma grande concentração de micro-indústrias. Carece igualmente de incentivos, sobretudo para estimular a saída da informalidade de muitas indústrias do ramo. A participação do estanho no segmento poderia ser muito mais representativa caso houvesse uma política de incentivos específica. Apesar da grande produção de cassiterita em Rondônia menos de 30 % é processada no Estado, seguindo a parte restante para ser usinada em outros estados. A principal dificuldade de viabilizar a usinagem em Rondônia é o elevado custo de energia elétrica, que é mais cara do que em outros estados. 4.7 - A Construção Civil em Rondônia A cadeia da construção civil é uma das mais importantes do Estado. Esta conta com cerca de 140 empresas de médio porte, 300 pequenas e 142 micro empresas. Os principais mercados são Porto Velho (15%), Ji-Paraná (15%), Cacoal (10%) e Vilhena (10%). Quanto ao tipo de construção, 90% são obras públicas, abrangendo a construção pesada e construção predial, e 10% são construções próprias e incorporações. Este se constitui num dos grandes problemas desta cadeia: a extrema dependência em relação ao poder público. Grande parte dos materiais com maior valor agregado vêm de fora do Estado, como é o caso dos revestimentos (Sul), material elétrico (SP e RJ), produtos metal-mecânicos (SP), químicos (SP e RJ), cimento e ferro (AM e 269 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 MT). Há fornecedores locais de areia, tijolo, brita, e telhas cerâmicas. Em 1998 o Estado contava com 41 empresas no segmento de fabricação de produtos cerâmicos para uso estrutural (tijolo). Já no elo de indústrias cerâmicas para usos diversos (revestimento) existiam 14 empresas, representando 13,3% das empresas existentes no Mercoeste, demonstrando de forma clara que este é um elo com bom potencial de desenvolvimento no Estado. Contudo, a fabricação de produtos cerâmicos refratários ainda conta com poucas empresas, sendo que em 1998 existiam apenas seis, o que representava apenas 7,4% das empresas existentes no Mercoeste. Distribuição de Indústrias de Construção - Principais Municípios – 2002 Indústrias Nº de In- Part. % sobre Part. % do nº Part. % Construção dústrias do Total do Seg- sobre Ind. do sobre Total Civil Município mento Município Geral Ariquemes 21 258 3,61 8,14 0,59 Cacoal 30 207 5,15 14,50 0,84 Jaru 24 152 4,12 15,79 0,67 Ji-Paraná 54 365 9,28 14,80 1,51 Ouro Preto D’Oeste 13 98 2,23 13,26 0,36 Pimenta Bueno 17 153 2,92 11,11 0,48 Porto Velho 250 822 42,96 30,41 6,97 Rolim de Moura 22 154 3,79 10,19 0,61 Vilhena 23 216 3,95 10,65 0,64 Demais Municípios 128 1.160 21,99 11.03 3,56 TOTAL 582 3.585 100 16,23 Município Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN A principal ocorrência de empresas da área da construção, em termos quantitativo, verifica-se nos municípios de Porto Velho, Ji-Paraná e Cacoal. No tocante a esquadrias de madeira, a cadeia estadual possui grande concentração de empresas, principalmente a partir da integração com seu grande pólo madeireiro, sendo que em 1998 existiam 38 empresas, representando mais de 21,6% das empresas existentes no Mercoeste e empregando quase 15,6% da mão-de-obra ocupada na região como um todo, o que demonstra que apesar de numerosas, as empresas estaduais são de menor porte relativo do que suas contrapartes regionais. A fabricação de esquadrias de metal também conta com razoável desenvolvimento, apresentando 22 empresas formais, o que representava 9,1% das empresas existentes no Mercoeste para este elo. Há, no Estado, uma grande deficiência nos elos de apoio técnico, como por exemplo em projetos e cálculos estruturais, por não existirem cursos universitários e técnicos na área de construção civil. Já no elo de arquitetura o Estado possui bons profissionais. Outra deficiência importante é a ausência de concreteiras no Estado, 270 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 o que prejudica bastante a padronização e a qualidade do concreto utilizado. De fato, o Estado contava em 1998 com apenas 3 empresas no elo de indústria de cimento, o que representava apenas 1,3% das empresas existentes neste elo no Mercoeste como um todo. Em termos de indústria de construção, propriamente dita, o Estado contava em 2002 com 449 empresas, nos seus diversos ramos de atividade, conforme descrito na tabela a seguir: Composição do Segmento da Construção – Principais Atividades- 2002 Segmento Atividade Industrial Construção civil (edificações) Construção pesada(estradas, pontes,..) Outras (pré-moldados, concreto..) TOTAL DA ATIVIDADE Indústria da Construção N.º de Industrias 392 57 133 582 Participação % No Segmento No Total 67,35 10,93 9,78 22,85 100 1,59 3,71 16,23 Fonte: Banco de Dados FIERO/SEFIN Como grande parte dos investimentos previstos para o Estado até 2005, de cerca de US$ 300 milhões, estão destinados a obras públicas, esta cadeia possui um grande potencial de continuar sendo uma da mais importantes de Rondônia. A pesquisa realizada pelo Mercoeste contou com uma amostra de empresas que representa uma cadeia produtiva bastante tradicional no Estado, com a maior parte das empresas atuando no mercado há mais de 10 anos. Além disso, a cadeia estadual possui uma boa variedade de empresas, sendo que a amostra pesquisada não conta apenas com empresas de grande porte, devido ao fato destas empresas serem muito intensivas em capital. Reforçando o aspecto bastante tradicional da cadeia estadual, todas as empresas pesquisadas têm sua origem no próprio Estado, sendo que muitas empresas já contam com administração do tipo mista ou profissional, denotando um bom estágio de desenvolvimento dos negócios. Os principais fatores intervenientes no segmento, conforme detectados na pesquisa são: - Concorrência; - Altos Custos Financeiros; - Baixa qualificalificação de Mão de Obra; - Altos Custos dos Insumos; - Qualidade do Produto; - Preços praticados; - Atendimento e confiabilidade; - Expansão de mercado; 271 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - Falta de Mão de obra; - Rotatividade de mão de obra; Para garantir vantagem competitiva neste mercado, as empresas pesquisadas procuram se diferenciar pela qualidade do produto, considerado o principal fator de diferenciação por mais de 78% das empresas pesquisadas, seguido pelo preço. ***** 272 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 16 A O TURISMO EM RONDÔNIA indústria do turismo, tida como uma das mais importantes do mundo, gera milhares de empregos e bilhões de dólares por ano. É uma das tendências do desenvolvimento econômico mundial, representando cerca de 12% do PIB global. No Brasil, no entanto, este é um dos setores econômicos em que os sucessivos governos sempre depositaram a maior esperança, mas por muitos motivos – inclusive a política econômica inflacionária – não viram as expectativas atendidas na intensidade esperada. Até meados da década de 1990 o turismo brasileiro era fundamentalmente reativo. No entanto, nos últimos anos o Brasil começa a tratar o turismo de uma forma mais profissional e proativa. Em 1996 foi lançado o primeiro plano nacional para o desenvolvimento do turismo, que é considerado um marco na organização do setor no País. Por razões de diferentes ordens, o I PNDT só foi parcialmente realizado. O novo governo, contudo, apostou alto no setor, criando o Ministério do Turismo, separando-o do Esporte, e nome273 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ando um especialista na área para dirigi-lo. Foi lançado, então, o novo Plano Nacional do Turismo, com metas para o período 2004-2007. O País ainda não possui infra-estrutura adequada ao turismo internacional. Apresenta deficiências em aeroportos, estradas e segurança nas grandes cidades. Além disso, os custos do turismo no Brasil são considerados elevados, pela inexistência de uma integração entre os principais elos da cadeia produtiva do setor no sentido de se oferecer grandes pacotes para atrair turistas externos. Falta infra-estrutura, qualificação profissional, integração entre os atores, escala de operação, promoção e, principalmente, uma política nacional efetiva ao setor. Os elementos básicos para o desenvolvimento do turismo são: transporte e deslocamento da origem ao destino; infra-estrutura de transporte, incluindo terminais de chegada e estradas; estrutura receptiva, incluindo serviços de táxi, de agências de turismo, por meio de vans e microônibus e de locadoras de automóveis; hospedagem, com serviços de hotelaria, gastronomia em restaurantes e lanchonetes; entretenimento e lazer, envolvendo vida noturna, parques e shoppings, estruturas de compras, infra-estrutura básica de abastecimento de água, saneamento e energia elétrica e sistema de informações. A opção do turismo interno é sempre incentivada no Brasil, mas encontra como entrave, entre outras dificuldades, o preço das tarifas aéreas, além de áreas sem estrutura para receber visitantes, especialmente aqueles roteiros fora do litoral e do eixo Sul-Sudeste-Nordeste. Na Amazônia, as exceções ficam por conta das cidades de Belém (PA) e Manaus (AM), onde os governos federal, estaduais e municipais se uniram e montaram um eficiente esquema de turismo receptivo, contando com apoio da iniciativa privada, desde as agências de locação de veículos, passando pelos hotéis, restaurantes, guias turísticos, empresas de navegação e de outros tours, explorando a natural curiosidade pela Floresta Amazônica e sua bacia hidrográfica. Quanto ao turismo em Rondônia, este tem sido um tema muito discutido, mas com poucas iniciativas concretas sendo levadas a cabo. Projetos para reconstrução da histórica Ferrovia Madeira-Mamoré já foram encaminhados a órgãos federais sem sucesso, assim como as tentativas de fixação das ruínas do Real Forte Príncipe da Beira. O Governo do Estado, através da Fundação Cultural e Turística de Rondônia, hoje Superintendência Estadual de Turismo, tem realizado levantamentos das potencialidades turísticas dos municípios para a confecção de calendários de eventos. Também o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Rondônia tem incentivado, através de seu “Balcão SEBRAE”, o desenvolvimento de pequenos negócios, através de projetos de aperfeiçoamento técnico, racionalização e capacitação gerencial. 274 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Os chamados pacotes receptivos, de iniciativa dos hotéis e agências de viagens, ainda são pouco utilizados. A timidez destas promoções se deve, em grande parte, à falta de estrutura em locais com potenciais turísticos. O turismo ecológico, uma alternativa apontada como a mais viável, ainda não teve o retorno econômico esperado nos poucos empreendimentos que já foram experimentados. A criação de uma indústria turística em Rondônia envolve um sistema de planejamento integrando ações dos governos e dos diversos atores da cadeia do turismo, incluindo hotéis, agências de viagens e empresas de transporte, visando a criação de pacotes integrados e investimentos em infra-estrutura básica. Em 1998, o Estado contava com 47 estabelecimentos hoteleiros com restaurante e 68 sem restaurante, formalmente cadastrados na RAIS, empregando de forma direta 1.467 pessoas. Também estavam cadastrados 132 restaurantes e 40 agências de viagens. Em síntese, pelas razões expressas acima, o potencial turístico do Estado é pouco explorado. Segundo a INFRAERO, chegaram a Rondônia em 1999, por via aérea, mais de 105 mil pessoas. Considerando-se um terço dos desembarques sendo de pessoas não-residentes no Estado e uma estadia média de 3 dias, com gasto médio de R$ 120,00 por dia, o faturamento anual, com o turismo receptivo seria de cerca de R$ 13 milhões. Nos últimos anos, o Estado tem realizado ações com o objetivo de desenvolver o turismo. Foram implantados pólos turísticos para que os vários municípios se integrem no programa de desenvolvimento do turismo, cada qual na modalidade que melhor se enquadra em suas características. No turismo de eventos, destacam-se Porto Velho e Guajará-Mirim, áreas em que se pode contemplar marcos históricos e culturais, manifestações e costumes populares. Porto Velho recebe o maior fluxo de turismo, por ser a porta de entrada do Estado. Entretanto, os outros pólos mencionados acima podem, se trabalhados de forma integrada e complementar, transformar o Estado num importante centro de atração turística, pela sua localização e diversidade, embora tenha como vocação principal o ecoturismo. De acordo com a EMBRATUR, o segmento do turismo mais promissor para Rondônia é o do ecoturismo. A estrutura existente apresenta hotéis e pousadas nos principais pólos turísticos, mas ainda não está capacitada a uma indústria de turismo planejada e organizada. Mas, existem amplas oportunidades de exploração turística de recursos naturais, de turismo históricocultural e de eventos. O Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação 275 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 do meio ambiente, promovendo o bem estar das populações envolvidas. Os Pólos de Ecoturismo estão localizados ao longo e na área de abrangência dos Rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Machado. Aí está concentrada a maioria das unidades de conservação e terras indígenas. Rondônia localiza-se na área de transição entre os ecossistemas amazônico e cerrado, apresentando áreas de pantanal, de serras e planícies. Todo esse complexo proporciona diversidade de atrativos naturais, com alto valor ecológico, alta biodiversidade, habitats naturais e espécies únicas e raras, apresentando belas paisagens com exuberantes florestas e campos naturais, rios com corredeiras e cachoeiras, proporcionando condições ao desenvolvimento de inúmeras atividades ecoturísticas tais como: a pesca esportiva, esportes na natureza, caminhadas, safári fotográfico, contemplação de espécies da flora e fauna. O Sistema de Áreas Protegidas do Estado de Rondônia é um dos pilares de sustentabilidade para o desenvolvimento do ecoturismo, pois garante a proteção dos recursos naturais e seus atrativos ecoturísticos. Rondônia possui uma rede de unidades de conservação e terras indígenas significativa e consolidada, com áreas de grande interesse ecológico e ecoturístico, com amostras de ecossistemas Amazônico, Cerrado e Pantanal do Guaporé em estado natural. As áreas de proteção ambiental estão assim distribuídas: 1 Parque Nacional, 3 Parques Estaduais, 3 Parques Naturais Municipais, 4 Reservas 276 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Biológicas, sendo 2 Federais e 2 Estaduais; 3 Estações Ecológicas Estaduais, 23 Reservas Extrativistas, sendo 21 Estaduais e 2 Federais; 2 Florestas Nacionais, 11 Florestas Estaduais de Rendimento Sustentado e 18 Terras Indígenas. Seus principais atrativos históricos culturais retratam a ocupação do território brasileiro, representada pelo Real Forte Príncipe da Beira, situado às margens do Rio Guaporé, em Costa Marques; o complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, com sua construção finalizada em 1912, simbolizando um marco inicial na colonização de Rondônia na região de Porto Velho e Guajará-Mirim; as Reservas Extrativistas que asseguram a manutenção de populações tradicionais extrativistas, que vieram para a exploração dos seringais da Amazônia no inicio do século XX e continuam atualmente na atividade extrativista, tendo como base o uso sustentável dos recursos naturais; a cultura indígena representada pelos diferentes grupos indígenas, que habitam Rondônia, e inúmeros sítios arqueológicos. Apesar do grande potencial turístico do Estado, em especial o ecoturismo, as políticas públicas para o desenvolvimento do turismo foram tímidas no passado. No entanto, tal fato vem mudando, principalmente com a busca de atividades compatíveis com o desenvolvimento sustentado da região, para geração de renda e empregos, somando-se ainda o apoio de Programas Federais do Ministério do Esporte e Turismo; da Embratur, com o Programa Nacional de Municipalização do Turismo - PNMT; e do Ministério do Meio 277 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Ambiente, com a implementação do Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo para a Amazônia Legal - PROECOTUR. As primeiras iniciativas não governamentais para o desenvolvimento do ecoturismo no Estado foram a implantação do Hotel Rancho Grande, em Cacaulândia, o Hotel de Selva Pakaas Palafitas Lodge, em Guajará-Mirim, e o desenvolvimento do projeto de ecoturismo com base comunitária nas Reservas Extrativistas de Curralinho e Pedras Negras, em Costa Marques. A seguir se relacionam os pontos turísticos potenciais mais expressivos de Rondônia, por município: Ariquemes: • Naturais e Ecológicos – Prainha Sombra da Mata - Rio Jamari - utilização adequada no período da seca (julho a novembro); – Praia do Canaã - Local rústico com praia e mata selvagem; – Estância Paraíso - Granja Bellini - Riacho com corredeira, morro de pedra maciça com 65 m de altura; – Cachoeira de Santa Cruz - Rio Jamari - Corredeira de águas sobre pedras, praias e local para camping “selvagem”; – Balsa das Pedrinhas - Rio Jamari - águas calmas, ideal para a prática de jet-ski e lanchas; – Praia Massangana - Rio Massangana - Cachoeira e praia; – Cachoeira do Escovado - Rio Canaã - Local rústico com cachoeiras e matas selvagens; – Cachoeira de São Francisco - Rio São Francisco acesso pelo Rio São Francisco, utilizando bote; – Encontro das Águas - Rio Canaã e Jamari - acesso de bote, pelo Rio Canaã, até a cachoeira; • 278 Históricos e Culturais – Acervo lítico, indígena e natural - Acervo de 100 peças recolhidas desde 1977, pedras de utilidade indígena e pedras semipreciosas no formato natural. Avenida Uirapuru, 1176 - Setor 2; – Bairro Marechal Rondon - Antiga vila onde foi implantado o posto telegráfico de Ariquemes, dando origem ao nome da cidade. Pode-se encontrar ex-seringueiros, que contam suas próprias histórias e da vila. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 BR-364, avenida Mangabeira até a margem do Rio Jamari; – Centro Cultural “Rui Barbosa” - Acervo histórico de Ariquemes com fotos, manuscritos de antigos moradores, vídeo-documentários e resumo bibliográfico; oficina de arte; apresentações artísticas periódicas; e eventos festivos anuais. • Folclore – Artesanato - Objetos confeccionados em madeira, em cipó e cerâmica, encontrados em lojas de presentes. • Eventos Programados – Fevereiro - carnaval – Junho - Festa Junina – Julho - Feira Agropecuária de Ariquemes - Expoari – Setembro - Desfile de Sete de Setembro, competição de motocross – Outubro - Aniversário do município, festa de São Francisco de Assis. Zoológico e Horto Florestal - Iniciado em 1979, com 23 ha, como área de lazer, mantendo viveiro para produção de mudas de árvores nativas, ornamentais e plantas medicinais. A partir de 1983, a comunidade foi doando, espontaneamente, diversas espécies de animais selvagens encontrados na região, dando origem ao primeiro Jardim Zoológico do Estado. Sua atual área é de oito hectares e mantém diversas espécies vegetais mais significativas da região, tais como buriti, camelo-do-brejo, itaúba, copaíba. Em cativeiro são mantidos aproximadamente 124 animais de 26 espécies, com ênfase para a fauna regional da Amazônia, como o macaco-prego (Cebus Erxleben) e o jabuti (Testudo Tabulata Spix.). • Cacaulândia: • Naturais e Ecológicos – Rio Cantão - Localizado a 8 km da cidade onde existem quatro quedas d’água; local propício para o desenvolvimento de balneários, oferecendo belas paisagens; – Rio Canaã - Inúmeras cachoeiras existentes ao longo 279 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 do trecho de 60 km que corta o município; – Rio Prado - Corta o município de norte a sul, num percurso de 110 km, possuindo cachoeiras e vários trechos navegáveis, oferecendo boas condições para pesca desportiva; – Rio Jamari - Localizado na divisa com o município de Monte Negro, estando sua maior extensão na reserva indígena dos Uru-Weu-Wau-Wau, tendo 90 km navegáveis e bom para pesca; – Pousada Ecológica Rancho Grande - Localizada na Linha C-20, a 13 km da sede do município, possui atrativos como trilhas no meio da selva; 300 espécies vegetais catalogadas e identificadas; 350 espécies de aves silvestres catalogadas; 1.500 espécies de borboletas catalogadas; orquidário, com várias espécies de orquídeas silvestres catalogadas e identificadas; duas represas para criatório de tambaquis, servindo para o sistema “pesque-pague”; passeio a cavalo na floresta; mirante a 300 metros de altitude. • Fundação Fauna e Flora Tropicais de Rondônia - FAUTRON - A Fundação ocupa uma área de 1500 ha, sendo 80% de mata nativa e o restante ocupado com o plantio de cacau, pastagem e cultura de subsistência, onde residem quatro famílias. Está localizada nas proximidades da cidade e tem como objetivo a preservação da fauna e flora da região. • Reserva indígena dos Uru-Weu-Wau-Wau - Reserva demarcada e controlada pela FUNAI. É cortada pelo Rio Jamari, que é propício para a pesca. A visita de turistas depende de autorização da FUNAI. Costa Marques: • Naturais e Ecológicos – Vale do Guaporé - Abrange toda a extensão do Rio Guaporé que é, no total, de 1716 km, possuindo um imenso potencial turístico, incluindo monumentos históricos, sítios arqueológicos, parques indígenas, reservas biológicas e de preservação ambiental, rios, praias, lagos e cachoeiras, etc. O acesso para Costa 280 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 – – – – • Marques é feito por rodovia ou via aérea; Rio Guaporé - Nasce na Serra dos Parecis, no Mato Grosso, percorrendo 1716 km até desaguar no Rio Mamoré. Tem águas cristalinas com inúmeras baías e praias de julho a dezembro. É ideal para a pesca desportiva; Rio Cautário e Mequéns - Rios com grande variedade de peixes, próprios para o desenvolvimento de pesca desportiva; Reserva do Rio Guaporé - Criada pelo Decreto Federal n.º 87.587, de 20 de setembro de 1982, atinge uma área de 600 ha no município, localizada entre os Rios Guaporé, Colorado, São Miguel e Baía Rica. É constituída por áreas da Floresta Amazônica e áreas de preservação de ecossistemas; somente pode ser visitada com autorização do IBAMA; Reserva Biológica de Pedras Negras - Área de preservação de ecossistemas com 22.100 ha, caracterizada por uma vegetação de sombra aberta, bosques de terras baixas com palmeiras, presença de pequenas áreas de campos naturais e de cerrados. Conta com excelentes atrativos como montanhas, serras e igarapés. O acesso é feito por barco pelo Rio Guaporé; Históricos e Culturais – Real Forte Príncipe da Beira - Monumento arquitetônico histórico, representativo das conquistas do Império Português no Século XVIII. Teve sua construção iniciada no ano de 1776 e concluída em 1783, pelos colonizadores portugueses com o objetivo de garantir os limites estabelecidos pelo Tratado de Madri, de 1750, que traçou os contornos das Américas portuguesa e espanhola. Apesar de já haver sofrido a deterioração do tempo, o Forte ainda se mantém em um bom estado de conservação, graças à manutenção prestada pelo Batalhão de Fronteira do Exército, que também controla o acesso ao local; – Festa do Divino Espírito Santo - Tradição religiosa realizada há mais de 100 anos pelos moradores do Vale do Guaporé. Originária de Portugal e criada por D. Isabel, esposa do rei, D. Diniz, no Século XIV. No 281 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Vale do Guaporé, foi introduzida em 1894 por Manoel Fernandes Coelho. A festa é realizada entre os meses de abril e maio, quando várias embarcações, tendo à frente o barco do Divino, que conduz a Coroa, o Cetro e a Bandeira - vermelha com uma pomba branca bordada -, percorrem as localidades de Pimenteiras, Bela Vista, Laranjeiras, Remanso, Cafetal, Rolim de Moura do Guaporé, Mateguá, Pedras Negras, Graças a Deus, Riozinho, Nazaré, Santa Fé, Costa Marques, Porto França e Forte Príncipe da Beira, no Brasil, e Versalles, na Bolívia. • Folclore – Apresenta grande variedade de comidas típicas à base de peixes como tambaquí, tucunaré e dourado, entre outros. Na área de artesanato, a especialidade são peças feitas em argila, borracha, cipó, bambu, cabaça e madeira, entre outros materiais. • Projeto de Proteção e Manejo de Quelônios - Este projeto tem objetivo de proteger a tartaruga e o tracajá, através do monitoramento da desova e postura, da criação em berçário e da formação da consciência de preservação da população ribeirinha. O projeto está localizado na Praia de Furado do Couro, no Rio Guaporé e pode ser visitado sob a orientação dos técnicos do IBAMA. Uma das bases do Centro Nacional dos Quelônios da Amazônia - CENAQUA está localizada na sede do município e está aberta à visitação pública durante todo o ano. Dispõe de um pequeno Museu de História Natural, um berçário de quelônios e o “Clube da Tartaruga”. • Eventos Programados – Festa do Folclore - Realizada no período de 15 a 20 de agosto e conta com a participação da comunidade em geral. No local são apresentadas as danças folclóricas e são vendidas comidas e bebidas típicas da região. Guajará-Mirim • Naturais e Ecológicos – Cachoeira do Rio Lages - Existem três cachoeiras. O 282 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 – – – – – – – rio nasce na Serra dos Parecis e deságua no Rio Mamoré. Duas de suas cachoeiras estão localizadas fora da reserva indígena e uma é situada dentro da reserva. O acesso é feito pela BR-425 e por via fluvial pelo Rio Mamoré. O local oferece várias opções para exploração turística, com opções de pesca, visitas aos postos indígenas e banho nas várias quedas d’água existentes; Lago Deolinda - Situado no igarapé Deolinda, afluente do Rio Mamoré. Nas proximidades do lago existe um posto indígena, cuja população é de 79 indivíduos e é constituída por índios dos clãs Oro-Nao, Oro-Bone e por vigilantes da FUNAI. O acesso é pelo Rio Mamoré e a pesca no lago depende de autorização da FUNAI; Igarapé do Palheta - Nasce na Serra dos Parecis e deságua no Rio Mamoré. Às suas margens encontramse vários clubes sociais como o Bancrévea, Marechal Rondon, Balneário Público do Palheta e Balneário Estrelinha. Está localizado na área urbana do município e se constitui um excelente local de lazer; Praia da Pedra da Morte - Praia do Acássio, no bairro Tamandaré - no Rio Mamoré; ponto utilizado pelos turistas para observar a cachoeira de Guajará-Mirim. É a maior praia do município; Praia das Três Bocas - É formada por três igarapés, área de camping e de esportes náuticos, possui restaurante e quadras de voleibol. Está localizada no rio Pacaás- Novos e a via de acesso é fluvial; Rio Pacaás-Novos - Rio de águas escuras, está localizado entre a Serra dos Pacaás-Novos e o Rio Mamoré. O acesso pode ser feito pela Estrada do Palheta ou pelo Rio Mamoré. Área de interesse turístico, por ser um rio piscoso, além de apresentar belezas naturais, como pássaros de várias espécies e o boto vermelho. Rio Mamoré - Nasce na Bolívia. Uma parte do rio serve como fronteira entre o Brasil e aquele país. Existem várias empresas que exploram, informalmente, o turismo fluvial; Igarapé Saldanha Gruta - nasce na Serra dos Parecis, no Rio Pacaás-Novos. Passando por baixo de pedras, 283 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 – – – – – – 284 por isso chamado Igarapé Saldanha Gruta, está localizado na estrada do Palheta. Ótimo local para lazer, com possibilidades para banho, pesca e camping; Serra do Pacaás-Novos - Tem altitude média de 120 metros e está localizada no quilômetro 7 da BR-425. Existe um restaurante e um igarapé no alto da serra e do mirante é possível ver a cidade de Guajará-Mirim, o Distrito do Iata, o Rio Mamoré, campos, lagos e as matas circundantes. Também há rampa para salto de asa-delta; Caverna da Serra dos Pacaás-Novos - maior gruta até hoje encontrada no Estado, tendo 20m de interior, por 60 a 200 metros de abóbada em arco. No meio da gruta há um lago de águas cristalinas, cercado de samambaias e árvores. A iluminação é feita por uma clarabóia natural, no teto da caverna. Está situada na ponta oriental da Serra dos Pacaás-Novos, o acesso é via fluvial pelo Rio Mamoré, Rio Pacaás-Novos e Rio Ouro Preto; Arquipélago das Sete Ilhas - seqüência de ilhas no Rio Mamoré, quase todas são iguais e a distância média de 400m separa uma da outra; Lago do Calafate - É formado por águas do rio Mamoré em reserva indígena no território boliviano. Por ser distante de Guajará-Mirim, quase não é visitado por turistas. A área é considerada um dos melhores locais de pesca da região; Igarapé Santo André - Posto indígena com uma população de 190 indivíduos dos clãs Oro-Nao e Oro-Esse. Está localizado a 70 quilômetros de Guajará-Mirim e o acesso pode ser feito pelos Rio Mamoré, Pacaás-Novos e Estrada do Palheta. Existe uma lagoa no local, preservada pelos indígenas, e a pesca amadora depende de autorização prévia da FUNAI; Encontro das águas dos Rios Mamoré e Pacaás-Novos - As águas barrentas do Rio Mamoré ao se encontrarem com as águas escuras do Rio Pacaás-Novos são a atração para os turistas, a 20 km de Guajará-Mirim, com acesso fluvial. Local indicado para a pesca amadora e profissional, além de possuir praias e outras belezas naturais; Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 – Encontro da águas dos Rios Mamoré e Guaporé - É o local onde se encontram as águas barrentas do Rio Mamoré com as águas turvas do Rio Guaporé. Está localizada no Distrito de Surpresa, com acesso pelo Rio Mamoré. Há abundância de peixes, animais selvagens, praias e belezas naturais; – Cachoeira do Madeira - Localizada na Vila Murtinho, no município de Nova Mamoré. Acesso pelo estrada que sai de Nova Mamoré. O grau de interesse turístico fica por conta da pesca e das praias no meio do rio. • Históricos e Culturais – Catedral N.S.ª do Perpétuo Socorro - Inaugurada em 25 de janeiro de 1926, foi construída pelo coronel Paulo da Cruz Saldanha, com ajuda da população de Guajará-Mirim. Está localizada na Avenida 15 de Novembro, no centro comercial da cidade. É a primeira capela de Guajará-Mirim e faz parte do patrimônio diocesano; – Via férrea Guajará-Mirim - Iata - É um trecho da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que foi recuperada em 1997 e faz o itinerário de Guajará-Mirim ao Distrito do Iata (berço agrícola do município), passando por uma histórica ponte de ferro, feita sob medida nos Estados Unidos. O embarque é feito na antiga estação de passageiros de Guajará-Mirim, atual Museu Municipal, em litorina (vagão autopropulsionado), por trole ou “cegonha”; – Hotel Guajará - Foi o primeiro hotel da cidade. Atualmente funciona como escola de ensino fundamental de dia e como Campus Universitário à noite. Possui construção em arcos, que se identifica com a arquitetura espanhola do Século XIX. Localizado no centro comercial, é um marco da época áurea da borracha e da castanha, quando foi preciso construir um hotel de elevado padrão para hospedar os seringalistas daquele tempo. • Folclore – FEMOPEM - O festival Folclórico “Peróla do Mamoré” apresenta atrações típicas da região, como danças in285 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 dígenas, danças bolivianas, danças das outras regiões brasileiras e a disputa entre os bois-bumbá “Flor do Campo” e “Malhadinho”; – Boi-Bumbá - Trazido do Maranhão por migrantes, este movimento folclórico existe desde a época da borracha. Hoje destacam-se os bois “Flor do Campo” e “Malhadinho”, que se apresentam no Festival de Folclore. • Eventos Programados – Festival de Verão - É realizado no Distrito do Iata e consta de campeonato de pesca, escolha da Garota Verão, Festival de Bandas, camping e atividades esportivas. • Outros – Área de Livre Comércio de Guajará-Mirim - ver capítulo dedicado a esse assunto nesta publicação. Ji-Paraná • 286 Naturais e Ecológicos – Ilha do Coração - Bifurcação dos rios Machado e Urupá, localizando-se na área urbana da cidade, com acesso por barco; – Ilha do Rio Machado - Localizada no Rio Machado a um quilômetro da Ilha do Coração, acesso via fluvial; – Rio Ji-Paraná ou Machado - Formado pelos rios Pimenta Bueno e Barão de Melgaço, com nascente na Serra dos Parecis. Apresenta-se, na cidade de Ji-Paraná, com largura média de 260m e uma variação de nível de seis metros. Não permite a navegação de barcos de grande porte, devido às inúmeras corredeiras; – Rio Urupá - Afluente da margem esquerda do Rio Machado, possui largura média, próxima à foz, de 100m e variação de nível de três metros. Tem a extensão de 180 km; – Reserva Biológica do Jaru - Com uma área de 268.150 ha, distando 130 km da cidade de Ji-Paraná, com acesso via Rio Machado até a desembocadura do Rio Jaru. Faz divisa com o Estado do Mato Grosso. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 • Históricos e Culturais – Posto Telegráfico “Presidente Pena” - É um dos patrimônios históricos do município, construído por ocasião da implantação da linha telegráfica entre Cuiabá e Santo Antônio do Madeira, pela Comissão Rondon. Localiza-se no centro da cidade; – Museu de Rondon - Localizado nas dependências do Posto Telegráfico “Presidente Pena”. O local guarda peças e aparelhos utilizados por Rondon na instalação das linhas telegráficas; – Biblioteca Ciro Escobar - É o local onde estão disponíveis informações sobre o município. • Folclore – Festival Junino - Junho – Festival de Folclore - Junho – Encontro dos Povos Indígenas - 19 de abril – Artesanato Indígena, peças em corda, cipó, madeira, argila e pedra, à venda em lojas de presentes. • Eventos Programados – EXPOJIPA - Exposição Agropecuária – Mês de julho – FIMMOVEL - Feira da Indústria Madeiro-Moveleira do Estado de Rondônia – Campeonato de Caiaque Pimenteiras • Naturais e Ecológicos – Rio Guaporé - Ver Costa Marques; – Rio Verde, Rio dos Veados, Rio Corumbiara e Rio Escondido - São afluentes e co-afluentes do Rio Guaporé, pouco explorados, representam uma reserva de flora, fauna, praias e locais para pescaria; – Praias de verão - Pimenteiras está localizada em uma região privilegiada do Rio Guaporé, onde se concentra o maior número de praias. No verão, a cidade é tomada por turistas vindos de Rondônia, de outros estados e também estrangeiros. • Históricos e Culturais – Cruz de bronze - Está fincada na frente da Igreja Cató287 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 lica e foi encontrada num cemitério no meio da mata, na fazenda Santa Cruz, pela Comissão Guaporé - 2 e foi implantada no centro de Pimenteiras como marco histórico. • Eventos Programados – Festival de Praia - É um dos maiores eventos turísticos do Estado, acontecendo nas praias do Rio Guaporé, com diversas atividades recreativas, esportivas e de lazer; – Pesca Esportiva - Os rios do município oferecem opção para a pesca esportiva durante o ano inteiro, oferecendo 360 espécies de peixes. No local existe um hotel denominado “Cabanas do Guaporé”, onde se concentram pescadores vindos de todo o Estado e de outras partes do Brasil. Porto Velho • Naturais e Ecológicos – Rio Madeira - É um atrativo de grande interesse turístico, por possuir belas cachoeiras, além de trechos navegáveis a jusante de Porto Velho, com praias onde são realizados eventos esportivos e culturais, como nas praias do Capitari, Piruí, Belmont, entre outras; – Rio Abunã - Fortaleza do Abunã - Um dos principais afluentes da margem esquerda do Rio Madeira, estabelece a fronteira natural entre o município de Porto Velho e a República da Bolívia. Suas cabeceiras estão localizadas no Estado do Acre, possuindo extensão de 200 km e uma média de 50m de largura. Sua foz fica nas proximidades da Vila de Abunã. Fortaleza do Abunã é um povoado localizado a 268 km de Porto Velho. No local, o rio exibe corredeiras e praias durante o verão, onde são desenvolvidas atividades culturais e esportivas. O acesso é por rodovia asfaltada (BR-364) e um trecho encascalhado. Já há empresas de turismo estruturadas para atender os visitantes na época do verão; – Lago do Belmont - Localizado nas proximidades do Rio Madeira, 10 km abaixo de Porto Velho. Caracteriza-se pela riquíssima fauna existente no local. O acesso é 288 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 – – – – – por via terrestre ou fluvial; Lago do Cuniã - Faz parte da Estação Ecológica do Cuniã, com 104 mil hectares, possui excelentes condições para a observação da flora e fauna, especialmente biguás e garças. Neste lago pode ser encontrado, com facilidade, o maior peixe de escama do mundo, que é o pirarucu. Está localizado a 100 km de Porto Velho, com acesso via fluvial. Através do Projeto de Turismo elaborado pelo Governo do Estado, o local deverá ser liberado para visitas turísticas. Por enquanto o acesso depende de autorização prévia do IBAMA; Praia de verão no povoado de Santo Antônio - Localizada a sete quilômetros de Porto Velho, em frente à cachoeira de Santo Antônio. Apresenta bonita paisagem natural e proporciona bons locais para pesca amadora. O acesso é possível por via rodoviária, fluvial e ferroviária. Por ficar próximo à capital, o local é explorado o ano todo por empresas de turismo. Falta, no entanto, melhor infra-estrutura para atender o turista no local; Cachoeira do Teotônio - Também localizada no Rio Madeira, acima da Cachoeira de Santo Antônio, a 25 km da capital por via férrea e 18 km por rodovia (BR364, sentido Porto Velho - Rio Branco). Seu principal atrativo é a beleza de suas corredeiras espalhadas em uma larga área do rio, de forma circular, passando por entre enormes blocos e lajes de pedras. Apresenta ainda beleza da vegetação, a vila dos pescadores e extensas praias durante o verão, nas duas principais ilhas abaixo da cachoeira. Anualmente é realizado o campeonato de pesca com enorme afluência de pessoas de várias regiões do Estado. É preciso melhorar a infra-estrutura para atender o turista; Cachoeira do Paredão - Localizada no Rio Madeira a 180 km de Porto Velho. O local é ideal para campings e turismo ecológico nas praias, ilhas e igarapés. Não possui infra-estrutura para atender os turistas; Cachoeira do Jirau - Localizada no Rio Madeira, apresenta um desnível acentuado por entre as rochas, formando corredeiras fortíssimas e de muita beleza 289 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 visual. Fica a 126 km de Porto Velho, sendo o acesso possível por estrada asfaltada e mais nove quilômetros por estrada encascalhada. É um local rústico e a atração turística fica por conta da ilha da Embaúba, um antigo local de garimpagem, possuindo uma pista de pouso para pequenos aviões, também da época do garimpo de ouro; – Cachoeira do Caldeirão do Inferno - Localizada no Rio Madeira, a 100 km da capital, apresenta bonitas corredeiras, ilhas e praias ideais para a prática do camping. As partes altas das ilhas são compostas de lajes e rochas maciças. O acesso é por rodovia asfaltada, ficando próxima à vila de Jaci-Paraná. Não há infraestrutura para atender ao turista; – Cachoeira de Morrinhos - Localizada no Rio Madeira a 50 km da capital, um pouco acima da Cachoeira de Teotônio, caracteriza-se pela beleza das corredeiras, ilhas e praias extensas. O acesso é por rodovia asfaltada, mas o local não possui infra-estrutura para atender ao turista; – Parque Municipal de Porto Velho - Localizado a 10 km do centro, é local próprio para visitas de observação para estudantes e interessados em conhecer os tipos de vegetação natural existentes em uma área de 200 ha. Há grutas e cavernas, igarapés com pequenas quedas d’água e trilhas ligando os vários nichos ecológicos. O acesso é feito pela Avenida Rio Madeira, sendo parte asfaltada e parte encascalhada. • 290 Históricos e Culturais – Capela de Santo Antônio - Situada em terreno particular a sete quilômetros de Porto Velho, é um edifício muito simples em suas linhas arquitetônicas, concluída em 1914, após a conclusão da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. O local tem grande importância para a comunidade, por sua localização nas proximidades da Cachoeira de Santo Antônio e pela devoção popular ao santo. A capela foi construída onde antes existia uma vila, que chegou a ser elevada a município, mas que depois decaiu, tendo a população se mudado para o entorno da estação da EFMM, dando Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 – – – – – – – origem à cidade de Porto Velho; Museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré - Reúne variadas peças relacionadas à época da construção e funcionamento da ferrovia, móveis, fotografias dos operários e a primeira locomotiva trazida para a Amazônia, a “Cel. Churchill”, fabricada em 1872. Está localizado em um dos antigos galpões da estação ferroviária, à margem do Rio Madeira; As Três Caixas D’Água - Apelidadas de “Três Marias”, localizadas na parte alta do centro de Porto Velho e visíveis de vários pontos da cidade, elas são o símbolo da capital, por serem memorial histórico da construção da EFMM. O local serve de palco para diversas atividades artístico-culturais; Casa do Artesão - Espaço situado próximo ao Museu da EFMM, sendo local de exposição e venda de trabalhos artesanais; Centro de Tradições Gaúchas – na Estrada da Penal, km 1,8. Apresentações de danças folclóricas gaúchas. Casa do Índio - Local onde são expostos e vendidos trabalhos de origem indígena. É um ponto de apoio para os índios que vêm à capital em busca de tratamento médico e odontológico. Possui oficina onde os índios podem executar os seus trabalhos durante a sua permanência na Casa. Fica localizada na Rua Rui Barbosa, no bairro Arigolândia; Mirantes do Rio Madeira - Locais estrategicamente posicionados à margem do rio Madeira para que se possa apreciar o pôr-do-sol, como se fossem decks com amplo espaço, dispõe de serviço de bar e lanchonete. O Mirante I está situado no início da Avenida Carlos Gomes; o Mirante II, no início da Rua D.Pedro II e o Mirante III, Rua Herbert de Azevedo, no bairro Arigolândia, ao lado das Igreja de N.S. do Perpétuo Socorro. Outro locais com vista para o Rio Madeira são: Richard Grill, Churrascaria Recanto do Madeira e Restaurante Caravela do Madeira; Parque Circuito “Dr. José Adelino”- Local de lazer construindo em uma antiga plantação de seringueiras, dispõe de pistas do tipo circuito com um quilômetro 291 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 de extensão, onde é possível fazer exercícios físicos de caminhada e corrida, além de possuir equipamentos para ginástica. Situado na Avenida Lauro Sodré, a quatro quilômetros do centro da cidade. O local dispõe de serviço de bar e lanchonete; – Exposição do CPRM/DNPM - A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM mantém uma exposição permanente de minerais e rochas da região e de outras partes do país, recolhidos por seus pesquisadores. Fica localizada na Avenida Lauro Sodré com Avenida dos Migrantes; – Jerusalém da Amazônia - Local com construções rústicas em um amplo espaço, onde se encenam a paixão de Cristo. O local é visitado durante todo o ano, por possuir características da região em seu cenário. • 292 Folclore – Festival de Boi-Bumbá e Quadrilhas - É realizado no mês de junho com a participação de grupos de bois e quadrilhas dos diferentes bairros da capital, que se apresentam com variadas cantigas e danças para um público oriundo de várias partes do Estado. O festival é realizado no espaço do Arraial Flor do Maracujá, na Esplanada das Secretarias – Comidas Típicas - São pratos especiais preparados com peixes da região, recebendo tempero característico. Os peixes mais saborosos são o tambaqui, o tucunaré e o dourado; – Doces e sucos de frutas regionais - Destacam-se o cupuaçu, o tucumã, o bacuri, entre outros, havendo uma produção em média escala de doces e sucos destas frutas de forma artesanal para atender a grande demanda de turistas que aqui chegam. Estes doces e sucos podem ser facilmente encontrados em restaurantes e lanchonetes da cidade; – Artesanato Local - Variedade de peças produzidas por artesãos locais em cerâmica, fibras vegetais, sementes, madeira, pedra, penas e outros materiais, expostas e vendidas na Casa do Artesão, na Avenida Sete de Setembro próximo à Praça Marechal Rondon. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 • Eventos Programados – Arraial Flor do Maracujá - Realizado na Semana do Folclore, com a construção de um grande arraial com barracas de comidas típicas da região, parque de diversões e uma arena onde são realizadas apresentações de quadrilhas e bois-bumbás por grupos folclóricos da cidade e convidados de outros municípios. É um dos maiores eventos da Amazônia Ocidental, onde milhares de pessoas se concentram durante dez dias; – Campeonato de Pesca - Evento realizado no mês de setembro na Cachoeira do Teotônio, com premiação para a equipe que conseguir apanhar o maior e mais pesado peixe; – Exposição Agropecuária de Porto Velho - Festa com exposição de animais variados, veículos de vários modelos, equipamentos para agropecuária, comidas típicas e apresentação de shows artísticos. O evento conta com a participação de pecuaristas das regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. A exposição é realizada no Parque dos Tanques, na Avenida Lauro Sodré, no mês de junho. • Naturais e Ecológicos – Rio Pimenta Bueno - Este rio percorre várias áreas indígenas. O acesso mais fácil é pela BR-399, para Colorado do Oeste, que cruza o rio na altura do quilômetro 35. O local é bastante freqüentado por pescadores, entre eles, os próprios índios; – Rio Tenente Marques - Grande parte de seu percurso é dentro das reservas indígenas dos Cinta Larga e Aripuanã. O acesso é pela estrada de Juína, saindo de Vilhena, até o quilômetro 12, entrando mais 35 km. A pescaria neste rio é praticada pelos índios das reservas e por chacareiros locais; – Rio Barão de Melgaço - Está localizado a 77 km da cidade e existem vários acessos, sendo o melhor a BR-364, sentido Vilhena - Porto Velho. É de grande importância para o abastecimento de água das fazendas que existem às suas margens; Vilhena 293 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 – Rio Ávila - Este rio percorre as áreas de várias fazendas, mas sua principal utilização é na geração de energia elétrica. Também possui um balneário no local onde cruza com a BR-364, a 50 km de Vilhena; – Rio Vermelho - Possui um agradável balneário, um pequeno bosque com bancos para descanso e fica localizado a 27 km de Vilhena. O acesso é feito pela BR-364, sentido Cuiabá, entrando mais 15 km em estrada de chão; – Rio Roosevelt - O rio tem suas nascentes ao norte da cidade e uma grande extensão, sendo freqüentado por pescadores. O acesso é feito pela BR-179, no sentido de Juína - MT, até o quilômetro 15 e à esquerda por 10 quilômetros até a nascente; – Rio Capitão Cardoso - Localizado ao norte do município, faz divisa de Rondônia com o Mato Grosso e é a continuação do Rio Tenente Marques. Localiza-se no interior de área indígena de Aripuanã. É freqüentado pelos índios e poucos pescadores; – Igarapé Piracolino - Balneário à margem da BR-364 a sete quilômetros de Vilhena. Possui bosque e serviço de bar e lanchonete; – Igarapé Ponta de Pedra - Possui ponte natural de pedra, daí a sua atração turística. O acesso é pela antiga estrada para Colorado d’Oeste; – Cachoeira do Rio Ávila - Queda com quatro metros de altura, tendo várias outras pequenas quedas - antes e após a cachoeira principal. Encontra-se a 50 km de Vilhena, na direção de Porto Velho. É visitada por turistas durante todo o ano; – Cachoeira Salto do Paraíso (Rio Iquê) - É o encontro de vários igarapés com o Rio Iquê, na área indígena de “Perineu de Souza”, a 52 quilômetros do centro da cidade. Por ser de difícil acesso e estar em área de reserva indígena, é pouco freqüentada; – Cachoeira Quebra Cabo, Cachoeira Simplício, Cachoeira Centelhos e Cachoeira Pedro de Cai - São cachoeiras pouco exploradas no Rio Roosevelt e o acesso só se dá por via fluvial. Ficam localizadas em áreas indígenas; – Cachoeira 9 de Abril, Cachoeira Uacaru e cachoeira 294 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Aprígio - Ficam no Rio Tenente Marques, na área indígena de Aripuanã. O acesso é pelo próprio rio. • Históricos e Culturais – Casarão dos Chacareiros - Chácara destinada ao lazer com bosque, sendo as árvores identificadas com os nomes vulgares e científicos; plantas ornamentais e frutíferas; loja de artesanato; lago para “pesquepague” e pedalinhos e parque de diversão. O local recebe uma média de mil pessoas por semana e está localizado na Rua D, n.º 5672, bairro 5º BEC; – Casa do Índio - Esta casa serve de alojamento para os índios, quando precisam se consultar com médicos ou alguém da família fica doente e os demais membros ficam hospedados neste local. Localiza-se em uma chácara próxima a Vilhena. O local é muito visitado por pessoas interessadas em saber a forma de vida do índio; – Cemitério Indígena - Com cerca de cem indígenas sepultados, o local é conservado pelo poder municipal. Localiza-se na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, seguindo na direção do aeroporto e depois entrando à esquerda. Fica a seis quilômetros do centro; – Casa do Artesão - Expõe e vende peças e entalhes em madeira. Localiza-se na Rua G, s/n.º - bairro 5º BEC. – Peças indígenas - Exposição e vendas de objetos feitos pelos índios, como arcos, flechas, colares, brincos, anéis, cestos, cocares de pena, entre outros. A comercialização é feita no posto da FUNAI, na Avenida Marechal Rondon, s/n.º, bairro 5º BEC; • Acontecimentos Programados – Festa da Acerola - É realizada no mês de setembro, com exposições comerciais, trabalhos de artesanato, desfile para escolha da Rainha da Acerola, barracas para venda de comidas regionais, salgados, doces e churrasco. É realizada no Casarão dos Chacareiros, na Rua D, n.º 5672 - bairro 5º BEC. A festa costuma reunir 25.000 pessoas; – Festas tradicionais da Igreja Católica - Nossa Senhora Auxiliadora (mês de maio); Nossa Senhora Aparecida 295 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 – – – – – (12 de outubro); São Cristóvão (mês de agosto); Tradição do Clube dos Alemães - Oktober Fest (outubro); Ker Fest (novembro) Baile de Revellion. As festas são realizadas no Clube dos Alemães, no setor 5; EXPOVIL - Exposição Agropecuária de Vilhena - Realiza-se no mês de agosto ou setembro, com exposições de animais, veículos, vestuários, material gráfico; rodeios, shows artísticos, barracas de bebidas, comidas e doces, além de parque de diversões. É realizada no Parque de exposições “Ovídio Miranda de Brito”, localizado na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes s/n.º; FEMUCRI - Festival de Música Cristã - É realizado no mês de agosto, sendo organizado pela Igreja Católica, onde as comunidades inscrevem candidatos para apresentar músicas sacras inéditas. É realizado na Avenida Liberdade, s/n.º, no centro; FIC - Festival de Interpretação da Canção - É realizado no mês de agosto ou setembro, durante três dias. Geralmente é realizado no ginásio de esportes, na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, s/n.º; Festas do Centro de Tradições Gaúchas - São bailes típicos, onde são realizadas apresentações do elenco do C.T.G., leilões e outras atrações. São realizadas na sede do C.T.G., na Rua Afonso Pena, n.º 685, Centro. ***** 296 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 17 COMÉRCIO 1 – Aspectos Gerais N a busca do retrato mais fiel possível de Rondônia e suas potencialidades, este capítulo procura focar atividades do setor terciário que têm uma atuação pioneira nestes rincões amazônicos e vem acompanhando, na medida do possível e com as limitações criadas pelas grandes distâncias, os passos do desenvolvimento estadual. Visando descrever as características estruturais básicas do segmento empresarial do comércio atacadista e varejista no País e suas transformações no tempo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE vem realizando anualmente a Pesquisa Anual de Comércio – PAC. O desenho da pesquisa leva em conta a concentração da atividade nos segmentos de maior porte, dando tratamento censitário para empresas com 20 ou mais pessoas ocupadas para as atividades de comércio. As demais empresas, numericamente majoritárias, mas com pequena expressão no cômputo geral da ativi297 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 dade econômica, são objeto de pesquisa amostral. A PAC inclui as empresas que têm registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); que estão sediadas no território nacional, sendo que, para as Unidades da Federação da Região Norte (RO, AC, AM, RR, PA, AP e TO), são consideradas apenas as empresas sediadas nos municípios das capitais e estão classificadas no Cadastro Central de Empresas do IBGE como empresa comercial, isto é, ter atividade principal contemplada na Seção G - Comércio, Reparação de Veículos, Objetos Pessoais e Domésticos, da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE. Empresa comercial é definida como aquela cuja receita bruta provenha predominantemente da atividade comercial, entendida como compra para revenda, sem transformação significante, de bens novos e usados. Em consonância com a abrangência das pesquisas anteriores, optou-se por excluir do âmbito da PAC, embora façam parte da Seção G da CNAE, os seguintes segmentos: • serviços de manutenção e reparação de veículos e motocicletas; • reparação de objetos pessoais e domésticos; e • intermediários do comércio. A unidade de investigação da PAC é a empresa, definida como sendo a unidade jurídica caracterizada por uma firma ou razão social que engloba o conjunto de atividades econômicas exercidas em uma ou mais unidades locais. Os dados da PAC relativos ao Estado de Rondônia, para os anos 1999, 2000 e 2001, correspondem ao número de empresas comerciais88, ao pessoal ocupado em 31 de dezembro de cada ano, aos salários, retiradas e outras remunerações89, e à receita líquida de revenda e a margem de comercialização90. A receita líquida de revenda corresponde às receitas brutas provenientes da exploração das atividades principal e secundárias exercidas pela empresa, feitas as deduções dos impostos e contribuições que incidem diretamente sobre essas receitas (ICMS, IPI, ISS, PIS, COFINS, etc.), das vendas canceladas, abatimentos e descontos incondicionais. Salários, retiradas e outras remunerações correspondem ao total das importâncias pagas a título de salários fixos, retiradas pró-labore, honorários da diretoria, comissões sobre vendas, horas extras, participação nos lucros, ajudas de custo, 13o salário e abono financeiro de 1/3 das férias. A margem de comercialização corresponde à diferença entre a receita líquida de revenda e o custo das mercadorias 88 – Vide Tabela 1 no Anexo ao Capítulo 17. 89 – Vide Tabela 2 no Anexo ao Capítulo 17. 90 – Vide Tabela 3 no Anexo ao Capítulo 17. 298 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 revendidas. A PAC estimou para Rondônia, em 2001, a existência de 2.373 estabelecimentos com receita de revenda de mercadorias, somente em Porto Velho, representando 15,41% das empresas do gênero do Estado, em 2001. Esta informação é importante para se ter uma idéia do que representam os dados, principalmente no tocante ao número de empresas. Quanto ao faturamento e número de empregados, entretanto, faz-se necessário relativizar as informações, pois as maiores empresas existentes no Estado estão representadas na PAC, particularmente as do segmento atacadista. Essas empresas auferiram receita líquida de revenda num total de R$ 1.404.904.000,00, com margem de comercialização da ordem R$ 238.882.000,00, ocupando 13.152 pessoas e pagando R$ 57.430.000,00 de salários, retiradas e outras remunerações. Em comparação com o ano de 1999 registrou-se um crescimento de 38,31% no número de empresas do setor, e um crescimento de 25% na receita líquida de revenda. O número de pessoas ocupadas aumentou 60,66%, enquanto o montante de salários e outras remunerações pagas aumentou 50,57%. O salário médio registrou uma queda de 6,2% em 2001, quando comparado a 1999, saindo de R$ 358,40 para R$ 335,89. A estrutura do setor comercial apresentou um predomínio das empresas varejistas em termos do número de empresas (93,13% do total), de empregos gerados (82,33%) e da massa de salários e outras remunerações pagas (74,15%). No entanto, apesar da significativa receita líquida de revenda gerada (R$ 604.411.000,00), a participação do comércio varejista situou-se em torno de 43% do total auferido pelas empresas do comércio em 2001. Nesse sentido, destaca-se a participação do segmento atacadista que, com apenas 6,87% do total das empresas, foi responsável por aproximadamente 57% da receita líquida de revenda (R$ 800.493.000,00). No tocante à massa de salários e outras remunerações pagas, o segmento respondeu por 25,85% do total, ocupando 2.324 pessoas, representando 17,67% de todo o pessoal ocupado no comércio formalmente constituído em Porto Velho. A margem de comercialização do segmento representou 47,10% do total gerado. 2 – Comércio de veículos e varejista de combustíveis As empresas do segmento de comércio varejista e atacadista de veículos e peças e revendedoras varejistas de combustíveis foram estimadas em 181, no ano 2001, representando 7,63% do total, e pagaram 16,80% do total das remunerações a 1.580 pessoas (12% do total). Em termos de receita líquida de revenda, as empresas desse segmento geraram R$ 211.166.000,00, 299 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 isto é, 15,03% do total. A margem de comercialização de R$ 32.781.000,00 representou 11,55% do total. Quando comparado ao ano de 1999, constata-se uma pequena redução no número de empresas do segmento, da ordem de 9,5%. No entanto, há crescimento no número de pessoas ocupadas, de 26,70%, na participação da receita líquida total, passando de 7,94% para 15,03% em 2001. Quanto aos salários e outras remunerações pagos houve uma redução, em termos da participação relativa ao montante do setor (19,80% e 16,80% respectivamente), mas um pequeno aumento da média anual das remunerações (de R$ 6.058,54 para R$ 6.107,59). Neste segmento, observa-se que uma parte significativa das empresas dedicou-se à comercialização de peças, acessórios, veículos automotores e motocicletas (75,14%). As empresas que comercializaram combustíveis no varejo representaram 24,86% do total das empresas do segmento em 2001. No entanto, entre 1999 e 2001 houve uma redução do número de empresas do primeiro grupo, da ordem de 18,07%, enquanto foi registrado crescimento no segundo grupo de 32,35% no período. Em relação ao faturamento destacou-se o setor de comercialização de peças, acessórios, veículos automotores e motocicletas, representando 62,54% da receita líquida do segmento, contra 37,46% do setor de combustíveis. No tocante à ocupação de mão-de-obra constatou-se que o primeiro setor ocupou 72,28% do total do pessoal ocupado no segmento e o segundo setor 27,72%. Na comparação com 1999, constata-se que o setor do varejo de combustíveis ampliou sua participação neste segmento, de 24,44% para 37,46%, movido pela dinâmica dos preços dos combustíveis. Quanto à remuneração de mão-de-obra do pessoal ocupado e outras retiradas, em 2001, destacaram-se as empresas revendedoras de peças, acessórios, veículos automotores e motocicletas que participaram com 74,84%, contra 25,16 do setor de combustíveis. 3 – Comércio atacadista No segmento das empresas atacadistas destacam-se as de comércio de combustíveis, madeira, material de construção, representando 25,15% do número de empresas do segmento e respondendo por 62,73% da receita líquida do total do comércio atacadista. As empresas atacadistas de alimentos, bebidas e fumo destacaramse em relação ao número de empresas (34,35% do total do segmento) e na geração de empregos (38,98% do total). No que se refere ao faturamento, o setor configurou-se como o segundo em importância no comércio atacadista, 300 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 respondendo por 18,24%. Este segmento abrange somente as grandes redes distribuidoras, que abastecem os setores de restaurantes, hotelaria, governos e comércio varejista. Ainda quanto ao volume de faturamento foram destaques, em 2001, as classes atacadistas de produtos agropecuários in natura e de mercadorias em geral, de artigos de uso pessoal e doméstico, inclusive produtos farmacêuticos, e máquinas e equipamentos, que responderam, respectivamente, por 11,09%, 6,81% e 1,14% da receita líquida total do comércio atacadista. Proporcionalmente, o setor que mais ocupou mão-de-obra em 2001 foi o de artigos de uso pessoal e doméstico, com média de 17,59 pessoas ocupadas por empresa. O comércio atacadista de combustíveis apresentou média de 10,24; produtos alimentícios, bebidas e fumo teve média de 16,17; produtos agropecuários in natura e de mercadorias em geral apresentou média de 11,39 e máquinas e equipamentos 15,72 pessoas ocupadas por empresa. O comércio atacadista de combustíveis se destacou pelo pagamento do melhor salário médio anual de todo o segmento, incluindo as retiradas: R$ 13.588,00. O menor salário médio anual coube ao segmento de artigos de uso pessoal e doméstico, com R$ 3.886,00 por pessoa ocupada. Na comparação com o ano de 1999, destacaram-se neste segmento os setores de produtos alimentícios, bebidas e fumo, com uma pequena elevação no faturamento, não obstante a redução do número de empresas de 96 para 56, representando uma diminuição de 41,67%, e produtos agropecuários in natura e de mercadorias em geral, com aumento no faturamento da ordem de 105%, tendo mantido o mesmo número de empresas no período. 4 – Empresas Varejistas Os dados da PAC 2001 mostram que, para o segmento varejista, parte significativa das empresas dedicou-se à comercialização de produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.), representando 42,80%. O setor de tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados representou 31,06%, seguido do comércio não-especializado (hiper/supermercados, lojas de departamentos, etc.), com 19,77% e do setor de produtos alimentícios, bebidas e fumo representando 6,37%. No tocante ao faturamento, os destaques são o comércio de produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.), representando 58,62% da receita líquida do segmento, e o comércio não-especializado (hiper/supermercados, lojas de departamentos, etc.), com 25,91%. Os dois setores contabilizaram 84,53% do faturamento do segmento, não obstante representarem 301 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 62,57% das empresas. Quanto à ocupação de mão-de-obra, a importância dos setores é, pela ordem: comércio de produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.), com 47,96% do total de pessoas ocupadas no segmento; tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados (26,08% do total); comércio nãoespecializado (hiper/supermercados, lojas de departamentos, etc.), ocupando 20,86% das pessoas; produtos alimentícios, bebidas e fumo, com 5,10% do total de pessoas ocupadas no segmento. Na comparação 1999/2001 das atividades varejistas selecionadas, destacaram-se o crescimento do número de empresas dos setores do comércio de tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados e comércio de produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.), 130,77% e 90,35%, respectivamente. Constatou-se também, um aumento na participação relativa na receita líquida total, de 17,88% em 1999, para 27,99% em 2001. Em contrapartida, o setor de comércio não-especializado (hiper/ supermercados, lojas de departamentos, etc.) reduziu sua participação relativa na receita líquida do segmento varejista de 48,97%, em 1999, para 25,91% em 2001. Potencial de Consumo O potencial de consumo do Estado de Rondônia foi estimado pela empresa de consultoria Florenzano Marketing em R$ 4,4 bilhões no ano de 2001, sendo o 23º em nível nacional, considerado pequeno, mas em expansão. Evoluiu 31,27% entre 1998 e 2001, enquanto a média de evolução nacional foi de 25,86%. Ao longo dos últimos anos, a participação relativa de Porto Velho no potencial de consumo do Estado vem sendo reduzida, indicando melhoria na distribuição de renda para o interior do Estado, estando ligada diretamente à importância das atividades primárias na economia, bem como, à industrialização dessa base primária, puxando o desenvolvimento para o interior do Estado, constituindo-se em um indicador positivo. O índice potencial de consumo – IPC do Estado de Rondônia era 0,604% em 200191. Este índice, levantado pela Florenzano Marketing, mostra a participação de cada estado no consumo do país. Depende fundamentalmente de dois fatores, a população e a renda. A despesa das famílias, estimada em 60% do Produto Interno Bruto do 91 302 – Vide Tabela 4 no Anexo ao Capítulo 17. Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Estado, é agrupada em 45 produtos e serviços. Com base no levantamento feito em 2001, os produtos com melhor potencial de consumo no Estado eram carne bovina e carne de frango, registrando IPC de 1,190% e 1,107% respectivamente. Vários produtos e serviços apresentam IPC acima da média do Estado, sendo eles: carne Bovina, carne de frango, produtos de higiene,livros e revistas, educação (1º e 2º graus), roupas masculinas, brinquedos e jogos, planos e seguros de saúde, café, calçados, legumes e verduras, frutas, macarrão, óculos e lentes, roupas femininas, viagens/transporte, enlatados e conservas, panificados, remédios, refeições fora de casa e roupas infantis. Em contrapartida, 24 dos 45 produtos e/ou serviços considerados na pesquisa apresentam IPC inferior à média do Estado, sendo eles: biscoitos, doces e salgados, óleo de cozinha, maionese, iogurtes, produtos de limpeza, eletrodomésticos, cerveja, papel higiênico, sucos, leite e derivados, refrigerantes, móveis, aparelhos de som, acessórios para banheiro, reforma de imóveis, médicos, refeições preparadas, veículos (manutenção), cabeleireiro, fumo, aquisição de veículos, tratamento dentário, aquisição de imóveis, aluguel de imóveis. Os piores desempenhos são aluguel e aquisição de imóveis, com IPC de 0,237 e 0,255 respectivamente. Já com relação aos gastos da população, os produtos e serviços em que ocorrem os maiores gastos da população são: refeições fora de casa, educação, aquisição de veículos, consumo de carne bovina, reforma de imóveis, aquisição de eletrodomésticos, remédios e produtos de higiene, todos com consumo anual superior a R$ 100 milhões, sendo os cinco primeiros superiores a R$ 150 milhões. ***** 303 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 CAPÍTULO 18 OS INCENTIVOS FISCAIS, AS LINHAS DE CRÉDITO E OS FINANCIAMENTO DISPONÍVEIS EM RONDÔNIA 1 – Incentivo Tributário O Programa de Incentivo Tributário de Rondônia foi instituído através da Lei Complementar n° 186, de julho de 1997, alterada pela Lei 231, de maio de 2000, e tem por finalidade conceder incentivo na implantação, ampliação e modernização de empreendimentos industriais e agro-industriais no Estado de Rondônia na outorga de crédito presumido de até 95% (noventa e cinco por cento) do VALOR: I – do ICMS debitado no período concedido, no caso de implantação; II – da parcela do ICMS a recolher, da parcela incrementada no período em função do projeto, no caso de ampliação ou modernização. O Programa destina-se à pessoas jurídicas dos setores industrial e agro-industrial de qualquer porte, desde que atendam aos parâmetros de enquadramento do Programa, os quais preconizam que terão acesso ao in305 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 centivo todas aquelas empresas que: I – venham a se instalar em áreas industriais ou deliberadas pelo setor público estadual ou municipal; II – produzam bens de capital; III – utilizem matéria prima regional; IV – contribuam para o incremento da produção industrial e agro-industrial do Estado; V – concorram para substituir produtos importados do exterior ou outra unidade da Federação; VI – promovam o aumento do valor bruto da produção estadual; VII – contribuam para a industrialização mineral do Estado; VIII – concorram para o aumento da oferta de energia elétrica, através de geração própria em locais deficitários; IX – contribuam para a fixação do homem no campo; X – concorram para o aproveitamento de resíduos industriais ou domésticos; XI – beneficiem produtos da biodiversidade; XII – contribuam para a industrialização de pedras preciosas e semipreciosas extraídas no Estado; XIII – promovam o aumento dos produtos locais para o mercado nacional e/ ou internacional. Para aquelas empresas que atenderem aos parâmetros estabelecidos, será concedido percentual de crédito presumido do incentivo tributário, o qual será apurado mediante pontuação obtida, obedecendo aos seguintes critérios: A – grau de utilização de insumos locais e regionais; B – localização do empreendimento; C – adoção de medidas visando à qualidade total; D – geração e manutenção de empregos diretos; E – tecnologia aplicada; F – utilização racional de energia; G – volume de investimento fixo do projeto. A classificação das empresas se dará por faixa, conforme estabelecido na legislação vigente, assim especificado: 306 Pontuação Faixa 121 a 140 106 a 120 91 a 105 75 a 90 “A” “B” “C” “D” Nível de Crédito Presumido do ICMS 95% 85% 75% 65% Prazo de Utilização do Benefício 180 meses 160 meses 140 meses 120 meses Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Além do crédito presumido previsto na Lei de Incentivo Tributário, será concedido ao empreendimento em implantação, redução da base de cálculo, em 50% (cinqüenta por cento) do ICMS, sobre as aquisições de energia elétrica e nas prestações de serviços de transportes interestadual e intermunicipal, e de comunicação em que forem tomadores. Para obtenção do Incentivo Tributário, deverão os interessados apresentar, mediante correspondência dirigida à CONSIC/SEAPES, Carta Consulta conforme modelo padrão disponibilizado pela SEAPES, a qual será submetida a análise técnica no prazo de 10 (dez) dias úteis a partir do protocolo na CONSIC. Uma vez aprovada, será solicitada da empresa apresentação do projeto técnico-econômico-financeiro, em (03) em três vias, o qual deverá ser entregue na CONSIC, até 60 (sessenta) dias a contar da aprovação da Carta Consulta. A análise do projeto técnico-econômico-financeiro, será executada no prazo de 30 (trinta) dias úteis e após a emissão de parecer técnico, será submetido ao CONDER, para deliberação, na sua primeira reunião ordinária. Uma vez aprovado o projeto pelo CONDER, será firmado Termo de Concessão entre o Estado e o beneficiário do incentivo, assinado pelo Presidente do CONDER. 2 – Incentivo sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI As empresas industriais, cuja matéria-prima principal utilizada no processo produtivo tenha origem na Região Norte, instaladas ou em instalação no Estado de Rondônia gozarão, por força do Art. 2º do Decreto n.º 288, referente à SUFRAMA, de isenção do pagamento do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI, por um prazo de 10 (dez) anos, mediante solicitação em modelo simplificado do projeto. Bens/Atividades beneficiadas - Bens e mercadorias nacionais ou estrangeiras recebidos, beneficiados ou fabricados, desde que adquiridos através da Zona Franca de Manaus ou dos entrepostos da SUFRAMA, na Amazônia Ocidental, e que sejam destinados ao consumo interno ou à utilização nestas mesmas áreas. - Fabricação de produtos com matérias-primas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, exceto de origem agropecuária, por estabelecimentos industriais da Amazônia Ocidental. 3 – Incentivo sobre o Imposto de Importação – II 307 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 As empresas, de um modo geral, poderão solicitar, mediante apresentação em formulário simplificado, a isenção ou redução do Imposto de Importação - II, bem como do IPI, para a aquisição de bens de capital de até US$ 200 mil para aquisição de insumos, quando de sua importação. Acima desses valores, a solicitação deverá ser feita através de projeto pleno. O índice de redução do Imposto sobre Importação será aplicado mediante coeficiente redutor e de acordo com os índices de nacionalização estabelecidos pela SUFRAMA e pelo Conselho de Desenvolvimento Industrial - CDI. 4 – Incentivos sobre o Imposto sobre a Renda - IRPJ As empresas instaladas ou em instalação no Estado de Rondônia, gozarão, por força da Resolução n.º 7.077 do Conselho Deliberativo da SUDAM, de isenção ou redução de 50% do Imposto de Renda por um prazo de 10 (dez) anos, mediante aprovação do projeto junto à referida autarquia. 5 - Incentivo da Área de Livre Comércio de Guajará-Mirim - ALCGM Localizada a noroeste do Estado de Rondônia, no município com o mesmo nome, a Área de Livre Comércio de Guajará-Mirim - ALCGM possui uma extensão de 82,52 KM², delimitada e administrada pela SUFRAMA, onde a negociação de produtos poderá ser feita com suspensão e/ou isenção do Imposto de Importação - II e do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI. O armazenamento de mercadorias a serem comercializadas na ALCGM, ou com o exterior (reexportação) ou, ainda, com os outros estados do Brasil (internação), será realizado em entrepostos alfandegados e sob controle aduaneiro, determinados pela SUFRAMA e Secretaria da Receita Federal. Poderão operar na ALCGM as empresas de todos os setores de atividade, desde que habilitadas e cadastradas na SUFRAMA. Os benefícios fiscais estabelecidos para a ALCGM serão adotados por um prazo de 25 anos. No caso de remessa de mercadorias destinadas à ALCGM, sem o destaque do ICMS, será deduzido o crédito fiscal presumido correspondente à operação interestadual. Maiores informações sobre a concessão dos benefícios dos incentivos fiscais poderão ser obtidas junto aos seguintes órgãos: Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social – SEAPES 308 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Rua Padre Ângelo Cerri – Esplanada das Secretarias s/n, Pedrinhas – Fone: 2165173/5174/5308/5961 – Fax: 216-5961 Secretaria de Estado de Finanças – CRE/SEFIN Rua Presidente Dutra, 3034 – Pedrinhas – Fone: 216-5044/223-2880 Fax: 2293592 Casa Civil Palácio Getúlio Vargas – Praça Getúlio Vargas S/N Fone: 216-5054/5021 Fax: 224-3520 6 – Linhas de Crédito e Financiamento 6.1 – Fundo Constitucional de Financiamento do Norte - FNO Programas de Financiamento: – Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - PROMIPEQ – Programa de Desenvolvimento Industrial - PRODESIN – Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Agroindústria PROAGRIN – Programa de Desenvolvimento do Turismo Regional PRODETUR – Programa de Apoio à Exportação - FNO/EXPORTAÇÃO – Programa de Apoio à Infra-Estrutura Econômica - PROINFRA – Programa de Eficiência Energética - PROENERG – Programa de Apoio ao Comércio e à Prestação de Serviços COMSERV BNDES – BNDES Automático FINAME – FINAME - Automático – FINAME - Programa Especial – FINAME - Crédito Complementar Fundo Especial de Apoio às Pequenas e Médias Empresas Industriais – FEPEMI BNDES – Programa Amazônia Integrada - PAI – FINAME - Programa Amazônia Integrada Automático 309 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 – FINAME - Programa Amazônia Integrada Agrícola – Financiamento à Importação de Máquinas e Equipamentos 6. 2 - Detalhamento das Linhas de Crédito e Financiamento: FNO O Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis nº 7.827, de 27.09.89, nº 9.126, de 10.11.95 e nº 10.177, de 12/01/01. Seus recursos são provenientes, basicamente, dos impostos sobre produtos industrializados e renda, cabendo sua administração ao Banco da Amazônia S. A. O objetivo principal do FNO é contribuir para o desenvolvimento econômico e social da Região Norte. Sua ação se dá mediante a execução de programas de financiamentos voltados para o desenvolvimento das atividades produtivas regionais, de forma compatível com os Planos de Desenvolvimento das Unidades Federativas da Região Norte, o Plano de Desenvolvimento Regional e o Plano Plurianual. Os recursos do FNO são destinados a atender toda a Região Norte, compreendendo as sete Unidades Federativas: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins e o Agente Financeiro é o Banco da Amazônia S/A – BASA. Condições Operacionais do FNO Industrial – Resumo Classificação do Porte – (R$ 1.000,00) Receita Operacional Bruta Anual Projetada Encargos Financeiros (Taxa Efetiva ao ano) Grande Acima de Micro Até Pequeno Até Médio Até 244 1.200 35.000 35.000 8,75% 10% 12% 14% Sobre os referidos encargos serão aplicados bônus de adimplência de 15% para os multuários que pagarem a parcela da dívida até a data do respectivo vencimento. Limites de Crédito por Cliente – Até (R$ 1.000,00) PROMIPEQ – FNO-ESPECIAL 70 200 - - – FNO-NORMAL 170 840 - - – FNO-EXPORTAÇÃO 500 1.800 - - 70 500 COMSERV 1.000 3.000 PROENERG - - 1.000 3.000 PRODESIGN/PROAGRIN/PRODETUR/ FNO-Exportação - - 24.000 40.000 PROINFRA - - 36.000 60.000 310 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Capital de Giro: até 100% das necessidades limitado a 35% dos valores para investimento fixo ou misto. Obs: Os programas PROENERG e COMSERV não financiam capital de giro isolado. LIMITES DE FINANCIAMENTO 100% 100% 90% 75% 35% 100% 35% 100% - - 50% 130% 50% 130% 100% 130% 100% 130% Garantias (percentual mínimo sobre o valor do financiamento) FN0-Especial - Pré-existente - Final FNO-Normal - Pré-existente - Final Capital de Giro (Pré-existente) PRAZOS I - Investimento fixo e misto: Empresas Implantadas Empresas em Implantação - FNO-Especial - FNO-Normal - PROINFRA - Para meios de hospedagem II - Máquinas/equipamentos isolados: III - Capital de Giro: 130% 130% 130% 130% Carência Até (anos) Amortização Até (anos) Total Até (anos) 2 6 8 3 2 4 4 1 1 7 8 8 8 4 2 10 10 12 12 5 3 Limite Financiável Limite de Crédito Financiamento para Turismo Sustentável de Base Comunitária Porte Pessoa Física Assoc./Cooperativa Finalidade Investimento Fixo ou Misto Investimento Fixo ou Misto 100% 7.500,00 100% 375.000,00 Capital de Giro: até 100% das necessidades limitado a 35% dos valores para investimento fixo ou misto. GARANTIA: Aval solidário dos financiados; aval e/ou hipoteca de bens da associação/cooperativa. Detalhamentos dos Programas de Financiamentos Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (PROMIPEQ) Objetivo – Promover a implantação, ampliação, modernização e relocalização de microempresas e empresas de pequeno porte, que desenvolvam atividades dos setores agroindustrial, industrial, infra-estrutural e de turismo da Região, fortalecendo esses segmentos, através de um programa específico de crédito e em condições diferenciadas, que proporcione a expansão e a diversificação das atividades econômicas e o incremento do mercado interno regional. 311 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Atividades Financiadas – Agroindústria, compreendendo as atividades de transformação ou beneficiamento de matérias-primas “in natura”, de origem agrícola, pecuária e florestal, produzidas no próprio empreendimento ou adquiridas de terceiros; – Indústria de transformação, compreendendo as atividades que se encontram discriminadas de forma analítica na “Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)”, elaborada pelo IBGE e publicada no Diário Oficial da União em 26.12.94; – Turismo, compreendendo pequenos empreendimentos, inclusive restaurantes, lanchonetes e outros, a critério do Banco, localizados ou a serem implantados em complexos turísticos, como forma de valorizar a capacidade de geração e internalização de renda e empregos e oportunidades de ocupação de mão-de-obra, observados os portes de micro e pequenas empresas; – Infra-estrutura, compreendendo os empreendimentos não-governamentais de infra-estrutura econômica, desde que voltados ao apoio de atividades econômicas produtivas. Beneficiários - Pessoas jurídicas, inclusive firmas individuais, de micro e pequeno porte, de direito privado e de capital efetivamente nacional; - Associações e Cooperativas de produção legalmente constituídas e em atividade há mais de 6 meses com, pelo menos, 70% do quadro social composto de micro (grupo I) e pequenos empresários (grupo II); - Micro e pequenas empresas, associações e cooperativas dos grupos I e II, de capital nacional ou de capital estrangeiro (neste caso, desde que a atividade desenvolvida seja considerada de alto interesse nacional) que se dediquem, exclusivamente, à atividades produtivas voltadas à exportação; - Pessoas físicas organizadas em associação ou cooperativa, compreendendo empreendedores de pequenos negócios no setor de turismo, bem como aqueles que atuam na produção de artesanato regional e na fabricação de jóias. Finalidade - Investimento em ativo fixo; - capital de giro; 312 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - investimento misto (ativo fixo mais capital de giro). Itens Financiáveis - aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive em exposição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais; - aquisição de veículos de transporte de cargas novos, inclusive em exposição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, desde que relacionados diretamente com a atividade do empreendimento; - aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira; - execução de obras civis (construções e/ou reformas) e instalações, realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais e justificadas como necessárias ao empreendimento; - aquisição de embarcações novas, de transporte de carga ou para fins turísticos, inclusive em exposição-feira, e/ou usadas, com pelo menos, 60% de vida útil; - aquisição de pequenas aeronaves novas ou usadas, estas com pelo menos 60% de vida útil, para fins turísticos; - aquisição de móveis e utensílios, desde que justificados como necessários ao empreendimento; - custo do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (FAMPE); - itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos complementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia; - assistência técnica; - integralização de quotas-partes do capital social de cooperativas de micro e pequenas empresas para fins de formação e organização da base de suporte à produção e comercialização de produtos regionais; - capacitação tecnológica e gerencial, formação/treinamento de mão-de-obra, organização e automação empresarial; - desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas e experi313 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 mentação; - participação em joint venture tecnológico no País; - aquisição de pacotes tecnológicos, desenvolvidos por instituições de pesquisas; - programas de transferência de tecnologias; - outros, a critério do Banco. Financiamentos Prioritários: Dentro das condições do FNO-Especial, além dos já relacionados no item Atividades Financiadas, os seguintes: A) Financiamento a Empresas Incubadas em Parques Tecnológicos Objetivos - Apoiar a agregação de conhecimentos e a incorporação de novas tecnologias nas micros e pequenas empresas. - Reduzir a taxa de mortalidade de novas micro e pequenas empresas. - Apoiar a introdução de novos produtos, processos e serviços no mercado. - Apoiar a criação, o desenvolvimento e a consolidação das micro e pequenas empresas que apresentem potencial de crescimento. Itens Financiáveis: além dos citados anteriormente, o seguinte: - Despesas de implantação (incubação) e desincubação, exceto para aquisição de terreno. B) Financiamento ao Artesanato Objetivos - Incentivar a organização e o fortalecimento dos núcleos de produção (associações e cooperativas de artesãos) . - Criar condições para promover o artesanato e a empresa artesanal da região. - Valorizar o artesão da região, elevando seu nível cultural, profissional, social e econômico. Itens financiáveis: além dos citados anteriormente, os seguintes: - produção de peças artesanais em geral a partir do uso de matéria-prima como argila, madeira, vidro, plástico, fibras 314 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - vegetais etc.; promoções e marketing dos produtos; realização de eventos, a critério do Banco; estudos, pesquisas e documentação do artesanato; oficinas de design. C) Financiamento para Turismo Sustentável de Base Comunitária Objetivos - Promover o desenvolvimento do turismo sustentável na Região Norte, apoiando as atividades de base comunitária. - Proporcionar oportunidades de trabalho e de geração de renda alternativa às famílias que residam nas áreas de desenvolvimento do turismo na Região. - Contribuir para a consolidação dos pólos ecoturísticos, através de investimentos complementares destinados ao apoio às ações do PROECOTUR e do PNMT. Beneficiários - Pessoas físicas organizadas em associações ou cooperativas, tais como: artesãos e trabalhadores autônomos empreendedores de pequenos negócios. - Associações e cooperativas para aquisição de bens de uso comum. Notas: No caso de comunidades indígenas, a FUNAI, como órgão tutelar dos indígenas, deve emitir uma declaração informando que apoia o empreendimento pretendido e autorizando a obtenção do crédito. O beneficiário tem que: a) demonstrar capacidade produtiva (terra, mão-de-obra, acompanhamento técnico); b) apresentar projeto com taxa interna de retorno compatível com os limites de endividamento e as condições financeiras estabelecidas. Área de atuação Toda a Região Norte, restrita, porém, às comunidades previamente selecionadas e que possam contar com assistência e orientação técnica adequada. Atividades financiadas - Ecoturismo 315 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - Turismo convencional; - Turismo rural; - Artesanato e outras atividades correlatas. Finalidade Ativo fixo; semi-fixo; misto e capital de giro/custeio isolado. Itens financiáveis – além dos citados anteriormente, os seguintes equipamentos: - comunicação: rádios, telefones; - segurança: bóias, coletes salva-vidas, gps; - atividades esportivas e recreativas, turismo especializado (equipamento de camping – mochilas, barracas – de pesca, de mergulho, pranchas de windsurf, pára-quedas, alpinismo/ montanhismo/arborismo, bicicletas, binóculos; - vestuário/uniformes, calçados; - tratamento de água e resíduos: filtros, coleta de água, compostagem; - som e imagem: filmadoras, máquinas fotográficas; - informática; - acessórios (toldos, barracas, cadeiras, guarda-sol, etc...); - processamento, conservação e embalagens de alimentos; - processamento de matérias-primas; - divulgação e marketing; - despesas pré-operacionais; - artesanato: . matéria- prima . máquinas, equipamentos e ferramentas . embalagens . comercialização . transporte . divulgação - atividades culturais: instrumentos musicais, cenografia, figurinos; - energia; - sistema de comercialização; - programa de capacitação (técnica, prestação de serviços e gestão): - atividades produtivas (panificação, vestuário, calçados, produtos de limpeza, criação de animais silvestres, olericultura, piscicultura, corte e costura, leite e derivados, floricultura, caprinocultura, 316 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - - extração mineral, aviários, viveiros e agricultura orgânica; atividades de serviços: oficinas de auto, bicicletas, eletricistas, higiene e beleza, informática, primeiros socorros, produção cultural, serviços gerais. monitoramento e avaliação de serviços; alimentação e bebida (restaurante, lanchonete, ambulantes, segurança alimentar, etc.); sanitários: fossas secas e instalações sanitárias para áreas alagadas; instalações físicas; seguros, apólices; serviços de consultoria – projetos e operação; contrapartida de convênios; construção, reforma e/ou melhoria de unidades habitacionais de hospedagem, inclusive em residência; transporte (barcos, canoas, carros, ônibus, botes, etc.) certificações de qualidade (iso, sif, etc...) melhoria de produtos/atrativos (torres de observação, equipamentos de trilhas, sinalização, iluminação, acesso a atrativos turísticos, etc.) Condições operacionais (para microempresas) a) Encargos financeiros: Taxa de juros efetivos de 8,75% a.a. Sobre os referidos encargos serão aplicados bônus de adimplência de 15% para os mutuários que pagarem a parcela da dívida até a data do respectivo vencimento. b) Limites de Financiamento FNO-Especial: Finalidade Limite de Financiamento Pessoa Física Investimento Fixo ou Misto Capital de Giro 100% 100% 7.500,00 3.400,00 Associação/ Cooperativa Investimento Fixo ou Misto Capital de Giro 100% 100% 375.000,00 131.250,00 Porte Limite de Crédito por Cliente – Até (R$) Notas: 1) No investimento misto, a parcela do capital de giro é limitada a 35% do valor do financiamento total. 2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capacidade de pagamento da empresa. 317 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 3) No financiamento a Associações/Cooperativas do Grupo I, o limite de crédito deve respeitar a capacidade de pagamento, não podendo ser superior ao resultado da multiplicação do número de associados pelo limite, por cliente. c) Prazos Prazo Investimento fixo e misto -Empresas em implantação -Empresas implantadas - Máquinas e equipamentos isolados Capital de Giro Carência Até (anos) Amortização Até (anos) Total Até (anos) 3 2 7 6 10 8 1 4 5 1 2 3 Nota: O prazo não deve ultrapassar a vida útil do bem financiado. d) Garantias - Aval solidário dos financiados; - Aval da associação/cooperativa; - Hipoteca de bens da associação/cooperativa. Outras condições - Apresentação de cópia do contrato de concessão real de uso (no caso de reservas extrativistas); - Possuir residência fixa na comunidade há, pelo menos, 01 (um) ano. Programa de Desenvolvimento Industrial (PRODESIN) Objetivos - Promover a implantação, ampliação, modernização e relocalização de empreendimentos industriais na Região Norte. - Apoiar ações empresariais de capacitação dos recursos humanos voltadas para a adoção de novas técnicas de produção e de gestão empresarial. Atividades Financiadas São financiáveis as atividades, cuja discriminação analítica se encontra na “Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)”, elaborada pelo IBGE e publicada no Diário Oficial da União em 26.12.1994, relacionadas à: - Indústria extrativa, desde que associada ao beneficiamento; - Indústria de transformação, cujas atividades não se caracterizem 318 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 como agroindústrias; - Indústria de construção civil, somente sob a forma de investimentos em máquinas e equipamentos, exceto quando se tratar de obras civis para a sede da empresa. Beneficiários - Pessoas jurídicas de direito privado, inclusive firmas individuais, de capital nacional, de médio e grande porte; - Pessoas jurídicas de direito privado, de capital estrangeiro, desde que a atividade desenvolvida seja considerada de alto interesse nacional (conforme legislação vigente), de médio e grande porte. Finalidade - Investimento em ativo fixo; - Capital de giro; - Investimento misto (ativo fixo mais capital de giro). Itens Financiáveis - Execução de obras civis (construções e/ou reformas) e instalações, realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais e justificadas como necessárias ao empreendimento; - aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive em exposição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais; - aquisição de veículos de transporte de cargas novos, inclusive em exposição-feira; e/ou usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que relacionados diretamente com a atividade do empreendimento; - aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira; - aquisição de embarcações novas de transporte de carga, inclusive em exposição-feira, e/ou usadas, com, pelo menos, 60% de vida útil; - aquisição de móveis e utensílios; - integralização de quotas-partes do capital social de cooperativas de produção; 319 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - capacitação tecnológica e gerencial, formação/treinamento de mão-de-obra, organização e automação empresarial; - desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas e experimentação; - participação em joint venture tecnológico no País; - aquisição de pacotes tecnológicos, desenvolvidos por instituições de pesquisas; - programas de transferência de tecnologias; - itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos complementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia; - assistência técnica; - outros, a critério do Banco. Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Agroindústria (PROAGRIN) Objetivos - Apoiar as iniciativas empresariais que visem a implantação, ampliação, modernização e relocalização de unidades agroindustriais na Região. - Criar condições para o processamento local de matérias-primas de origem agrícola, pecuária e florestal, elevando a competitividade e aumentando o valor agregado regional. - Induzir e apoiar a geração e transferência de inovações tecnológicas para o setor produtivo. Atividades Financiadas Agroindústrias, compreendendo as atividades de transformação ou beneficiamento de matéria-prima in natura, de origem agrícola, pecuária e florestal, produzidas pelo próprio empreendimento e/ou produzidas por terceiros. Beneficiários - Pessoas jurídicas de direito privado, inclusive firmas individuais, de capital nacional, de médio e grande porte; - pessoas jurídicas de direito privado, de capital estrangeiro, desde que a atividade desenvolvida seja considerada de alto interesse nacional (conforme legislação vigente) de médio e 320 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 grande porte. Finalidade - Investimento em ativo fixo; - capital de giro; - investimento misto (ativo fixo mais capital de giro). Itens Financiáveis - Execução de obras civis (construções e/ou reformas) e instalações, realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais e justificadas como necessárias ao empreendimento; - aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive em exposição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais; - aquisição de veículos de transporte de cargas novos, inclusive em exposição-feira; e/ou usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que relacionados diretamente com a atividade do empreendimento; - aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira; - aquisição de embarcações novas de transporte de carga, inclusive em exposição-feira, e/ou usadas, com, pelo, menos, 60% da vida útil; - aquisição de móveis e utensílios; - integralização de quotas-partes do capital social de cooperativas de produção; - capacitação tecnológica e gerencial, formação/treinamento de mão-de-obra, organização e automação empresarial; - desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas e experimentação; - participação em joint venture tecnológico no País; - aquisição de pacotes tecnológicos, desenvolvidos por instituições de pesquisas; - programas de transferência de tecnologias; - itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos complementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, 321 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia; - assistência técnica; - outros, a critério do Banco. Programa de Desenvolvimento do Turismo Regional (PRODETUR) Objetivos - Apoiar as iniciativas empresariais que visem a implantação, ampliação, reforma e modernização de empreendimentos que formem o conjunto de obras e de instalações de estrutura física e de serviços, componentes da infra-estrutura turística. - Contribuir para a consolidação dos pólos de ecoturismo, através de investimentos para a formação e ampliação da infra-estrutura turística, necessária ao desenvolvimento da atividade, mantendo a harmonia e o equilíbrio entre resultados socioeconômicos, impactos ambientais e culturais e satisfação dos turistas e das comunidades envolvidas; - Apoiar as iniciativas voltadas para a promoção de investimentos na formação, ampliação, diversificação, modernização e melhoria da qualidade da infra-estrutura turística da Região, em áreas definidas como pólos turísticos. Atividades Financiadas - Ecoturismo (Turismo Especializado) e Turismo Convencional, compreendendo: eventos; aventura; pesca amadora e outros de caráter esportivo; profissional; bem estar; estudo; místico; cultural; rural; pesquisa; receptivo e outros, a critério do Banco. Beneficiários - Pessoas jurídicas, inclusive firmas individuais, de direito privado e de capital efetivamente nacional, de médio e grande porte. Finalidade - Investimento em ativo fixo; - capital de giro; - investimento misto (ativo fixo mais capital de giro). Itens Financiáveis a) Ecoturismo (turismo especializado): 322 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - obras civis (construções e/ou reformas) e instalações realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, de meios de hospedagem; campings; pontos de parada, tais como pequenas pousadas que viabilizem e garantam o percurso do roteiro turístico até o seu destino final; restaurantes; lanchonetes; terminais turísticos de embarque e desembarque de passageiros e outros, a critério do Banco; - trilhas ecológicas; - aquisição, inclusive em exposição-feira, de máquinas e equipamentos novos, inclusive de lazer, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendados; - aquisição, inclusive em exposição-feira, de veículos novos de carga e/ou de transporte de passageiros para turismo receptivo, e/ou veículos usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que façam parte integrante do projeto financiado; - aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira, observadas as condicionantes constantes do item 5 deste Plano (Restrições do FNO); - aquisição, inclusive em exposição-feira, de embarcações novas apropriadas para transporte e passeios (linhas marítimas e fluviais) e barcos-hotéis, e/ou usados, com, pelo menos, 60% da vida útil; - aquisição de aeronaves novas ou usadas, estas com peo menos 60% de vida útil, para fins turísticos; - aquisição de móveis e utensílios; - tecnologia para geração de energia elétrica alternativa viável, para conservação de energia e para tratamento de água, esgoto e lixo, quando associado a outros itens do projeto; - promoções e marketing do empreendimento financiado; - capacitação tecnológica e gerencial e formação/treinamento de mão-de-obra para a prestação de serviços turísticos; - itens de natureza pré-operacional; - assistência técnica; - outros, necessários ao segmento de ecoturismo, a critério do Banco. b) Turismo convencional: - obras civis (construções e/ou reformas) e instalações, realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, de meios de hospeda323 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - - - - - - gem; terminais turísticos de embarque e desembarque de passageiros; restaurantes, lanchonetes e outros, a critério do Banco, localizados ou a serem implantados em complexos turísticos; aquisição, inclusive em exposição-feira, de máquinas e equipamentos novos, inclusive de lazer, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado; aquisição, inclusive em exposição-feira, de veículos novos de carga e/ou de transporte de passageiros para turismo receptivo, e/ou veículos usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que façam parte integrante do projeto financiado; aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira, observadas as condicionantes constantes do item 5 deste Plano (Restrições do FNO); aquisição, inclusive em exposição-feira, de embarcações novas apropriadas para transporte e passeios (linhas marítimas e fluviais) e barcos-hotéis e/ou usados, com, pelo menos, 60% da vida útil; aquisição de aeronaves novas ou usadas, estas com pelo menos 60% de vida útil, para fins turísticos; aquisição de móveis e utensílios; tecnologia para geração de energia elétrica alternativa, para conservação de energia e para tratamento de água, esgoto e lixo, quando associado a outros itens do projeto; realização de eventos, a critério do Banco; promoções e marketing do empreendimento financiado; capacitação tecnológica e gerencial e formação/treinamento de mão-de-obra para a prestação de serviços turísticos; itens de natureza pré-operacional; assistência técnica; outros, a critério do Banco. Programa de Apoio à Exportação (FNO-EXPORTAÇÃO) Objetivos - Promover a implantação, ampliação, modernização e relocalização de empresas exclusivamente exportadoras na Região Norte. - Apoiar as exportações da Região Norte, mediante financiamento ao setor produtivo, para a produção de bens manufaturados e 324 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 semi-manufaturados destinados, exclusivamente, à exportação. - Financiar a produção de bens manufaturados e semi-manufaturados destinados exclusivamente ao mercado externo reforçando os recursos de capital de giro e ativos fixos das empresas exportadoras regionais em condições compatíveis com o mercado internacional. Beneficiários - Pessoas jurídicas, inclusive firmas individuais, de direito privado, de capital nacional, desde que se dediquem, exclusivamente, à atividade produtiva voltada à exportação, de médio e grande porte; - pessoas jurídicas de direito privado, de capital estrangeiro, desde que a atividade desenvolvida seja considerada de alto interesse nacional e que se dediquem, exclusivamente, à atividade produtiva voltada à exportação, de médio e grande porte. - associações e cooperativas exportadoras de bens manufaturados e semi-manufaturados, legalmente constituídas. Finalidade - Investimento em ativo fixo; - capital de giro; - investimento misto (ativo fixo mais capital de giro); - investimento em custeio (capital de giro rotativo). Itens Financiáveis - Execução de obras civis (construções e/ou reformas) e instalações, realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais e justificadas como necessárias ao empreendimento; - aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive em exposição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais; - aquisição de veículos de transporte de cargas novos, inclusive em exposição-feira; e/ou usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que relacionados diretamente com a atividade do empreendimento; - aquisição de veículos importados dos países integrantes do 325 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - - MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira; aquisição de embarcações novas de transporte de carga, inclusive em exposição-feira, e/ou usadas, com, pelo menos, 60% de vida útil; integralização de quotas-partes do capital social de cooperativas de produção; capacitação tecnológica e gerencial, formação/treinamento de mão-de-obra, organização e automação empresarial; desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas e experimentação; participação em joint venture tecnológico no País; aquisição de pacotes tecnológicos, desenvolvidos por instituições de pesquisas; programas de transferência de tecnologias; assistência técnica; itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos complementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia. Programa de Apoio à Infra-Estrutura Econômica (PROINFRA) Objetivos - Incentivar empreendimentos que visem a geração e/ou distribuição de energia de fontes convencionais e/ou alternativas e/ou processos de conservação de energia elétrica. - Apoiar empreendimentos não governamentais que visem implantar, ampliar, recuperar e/ou melhorar a infra-estrutura econômica. - Apoiar ações empresariais de capacitação dos recursos humanos voltadas para a adoção de novas técnicas de produção e de gestão empresarial. Beneficiários - Pessoas jurídicas de direito privado, inclusive firmas individuais, de capital nacional, de médio e grande porte; - pessoas jurídicas de direito privado, de capital estrangeiro, desde que a atividade desenvolvida seja considerada de alto interesse nacional (conforme legislação vigente), de médio e grande porte. 326 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Atividades financiadas São assistidos os empreendimentos não governamentais de infra-estrutura econômica, nas atividades a seguir relacionadas, desde que voltadas ao apoio de atividades econômicas produtivas - Produção, transmissão, distribuição e medição de energia elétrica de origem hidráulica, térmica, eólica, solar e outras, a critério do Banco; - produção e distribuição de gás através de tubulações; - produção, captação e distribuição de vapor e água quente; - captação, tratamento e distribuição de água; - coleta e tratamento de esgoto; - transporte rodoviário de cargas, utilizados para escoamento da produção rural, agroindustrial e industrial; - transporte aquaviário de cargas, utilizados para escoamento da produção rural, agroindustrial e industrial; - transporte dutoviário: transporte, por tubulações ou dutos, de gases, líquidos, grãos e minérios; - armazenamento de produtos e depósito de cargas, inclusive em câmaras frigoríficas e silos; - telecomunicações; - outras, a critério do Banco. Finalidade - Investimento em ativo fixo; - capital de giro; - investimento misto (ativo fixo mais capital de giro). Itens Financiáveis - Execução de obras civis (construções e/ou reformas) e instalações realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais e justificadas como necessárias ao empreendimento; - aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive em exposição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais; - aquisição de veículos de transporte de cargas novos, inclusive 327 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - - - em exposição-feira; e/ou usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que relacionados diretamente com a atividade do empreendimento; aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira; aquisição de embarcações novas de transporte de carga, inclusive em exposição-feira, e/ou usadas, com, pelo menos, 60% de vida útil; capacitação tecnológica e gerencial, formação/treinamento de mão-de-obra, organização e automação empresarial; desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas e experimentação; participação em joint venture tecnológico no País; aquisição de pacotes tecnológicos, desenvolvidos por instituições de pesquisas; programas de transferência de tecnologias; itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos complementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia; assistência técnica; outros, a critério do Banco. Programa de Eficiência Energética (PROENERG) Objetivos - Apoiar projetos que visem a redução do padrão de consumo de energia elétrica das médias e grandes empresas, através do uso eficiente desse insumo e/ou a adoção de soluções poupadoras de energia. - Apoiar a auto-geração de energia elétrica das médias e grandes empresas, através do uso de geradores próprios e/ou a adoção de fontes alternativas de geração de energia. Beneficiários - Pessoas jurídicas de direito privado, inclusive firmas individuais, de capital nacional, dos setores industrial, agro-industrial e turístico de médio e grande porte; - pessoas jurídicas de direito privado, de capital estrangeiro, desde que a atividade desenvolvida seja considerada de alto interesse 328 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 nacional, (conforme legislação vigente), dos setores industrial, agro-industrial e turístico de médio e grande porte. Atividades financiadas Poderão ser financiados no âmbito de um projeto de eficiência energética: - Os investimentos em produtos e serviços necessários para se obter a redução do padrão de consumo de energia elétrica das empresas; e - os investimentos das médias e grandes empresas, que busquem garantir a auto-suficiência na geração de energia elétrica. Finalidade - Investimento em ativo fixo; - investimento misto (ativo fixo mais capital de giro). Itens financiáveis - Substituição de máquinas e equipamentos por outros de tecnologia mais avançada, que proporcione redução de consumo de energia elétrica; - auto-geração de energia elétrica; - colocação e/ou substituição de luminárias/lâmpadas por outras mais eficientes em edificações de empresas; - utilização de equipamentos que captam energia solar e eólica; - recuperação e/ou modernização de câmaras frigoríficas; - utilização de gás natural, GLP ou de outros combustíveis, em substituição à energia elétrica; - utilização de cata-vento, carneiro hidráulico ou outros equipamentos para bombeamento de água, em substituição a equipamentos elétricos; - serviços de consultoria para a realização de diagnóstico, planejamento e operacionalização de projetos para racionalização do consumo de energia em empresas; - itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos complementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia; - assistência técnica; - quaisquer outros investimentos que permitam contribuir para a 329 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 eficiência no consumo de energia elétrica da empresa beneficiária do financiamento. Programa de Apoio ao Comércio e à Prestação de Serviços (COMSERV) Objetivos - Apoiar as atividades dos setores de comércio e serviços, como elos da cadeia produtiva regional; - Promover a implantação, ampliação, modernização, relocalização e sustentação de empreendimentos que desenvolvam atividades de comércio e serviços na Região Norte; - Incentivar empreendimentos dos segmentos de educação e saúde. Beneficiários - Pessoas jurídicas de direito privado, inclusive firmas individuais, de capital efetivamente nacional; - associações e cooperativas dos Grupos I e II, legalmente constituídas e em atividade há mais de 180 dias, com pelo menos 70% do quadro social composto de microempresários ou de pequenos empresários. Atividades financiadas São financiáveis as atividades de comércio e prestação de serviços, sendo prioritárias as seguintes: - a comercialização e os serviços voltados para o atendimento das atividades já apoiadas pelo FNO, ligadas aos setores rural e industrial/ infra-estrutural/ turismo, conforme os Programas estabelecidos; - atendimento a projetos de micro, pequenas, médias e grandes empresas; - as atividades comerciais e de serviços voltadas para o adensamento, a complementaridade e a consolidação da cadeia agroalimentar e dos Pólos Agroindustriais; - a comercialização de artigos artesanais produzidos por cooperativas; - a distribuição de insumos e bens de capital essenciais ao desenvolvimento agroindustrial (corretivos, fertilizantes, máquinas, equipamentos agrícolas, rações etc.); - a instalação e ampliação de laboratórios de análises (de solos, de 330 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - - - sanidade animal e vegetal, de produtos e de setores afins); as atividades de armazenagem, conservação e comercialização de produtos agrícolas e pecuários; a instalação, ampliação e modernização de empreendimentos médicos/hospitalares; a instalação, ampliação e modernização de estabelecimentos de ensino atendimento a empreendimentos comerciais e de serviços deficientes tecnologicamente e que necessitem de modernização; atendimento a empresas comerciais e de serviços que atuem no ramo de peças de reposição e/ou reparos de máquinas e equipamentos utilizados nos setores rural e industrial; a comercialização da produção de equipamentos, instrumentos e materiais hospitalares; a instalação e ampliação de micro e pequenas empresas especializadas na prestação de serviços de assistência técnica; a comercialização da produção das indústrias de alta densidade tecnológica: informática (software e hardware), biotecnologia e eletro-eletrônica; a comercialização da produção da indústria farmacêutica; financiamento a empresas que se dediquem à exportação de produtos regionais. Nota: As atividades de prestação de serviços de infra-estrutura econômica de apoio à produção deverão ser enquadradas pelo Programa PROINFRA. Finalidade - Investimento em ativo fixo; - investimento misto (ativo fixo mais capital de giro). Itens financiáveis - Execução de obras civis (construções e/ou reformas em imóvel próprio) e instalações realizadas em imóvel próprio, alugado ou arrendado; - aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive em exposição-feira, e/ou usados, com, pelo menos, 60% de vida útil, ainda que fiquem integrados definitivamente em imóvel próprio, alugado ou arrendado, inclusive quando se tratar de projetos a serem implantados em Distritos Industriais; 331 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - aquisição de veículos de transporte de cargas e passageiros, novos, inclusive em exposição-feira, e/ou usados, com, pelo menos 60% de vida útil, desde que relacionados diretamente com a atividade do empreendimento; - aquisição de veículos importados dos países integrantes do MERCOSUL, novos, inclusive em exposição-feira; - aquisição de embarcações novas de transporte de carga e passageiros, inclusive em exposição-feira, e/ou usadas, com, pelo menos, 60% de vida útil; - aquisição de aeronaves novas ou usadas, estas com pelo menos 60% de vida útil; - aquisição de móveis e utensílios, vinculados ao objeto do negócio; - capacitação tecnológica e gerencial, formação/treinamento de mão-de-obra, organização e automação empresarial; - aquisição ou desenvolvimento de software; - taxa de franquia; - custos com marcas e patentes; - promoção e marketing do empreendimento; - desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas e experimentação; - participação em “joint venture” tecnológico do País; - aquisição de pacotes tecnológicos, desenvolvidos por instituições de pesquisas; - programas de transferência de tecnologias; - custo do FAMPE; - itens de natureza pré-operacional tais como: frete, impostos complementares (ICMS) e instalação, no caso de financiamento de máquinas e equipamentos, desde que constantes do orçamento, montagem de equipamentos, custo de avaliação de garantias e outros a serem especificados pelo Banco da Amazônia; - assistência técnica; - outros, a critério do Banco. Condições Operacionais para Financiamentos Critério de Classificação do Porte das Empresas A classificação do porte da empresa é definida pela Receita Operacional Bruta Anual, na forma estabelecida a seguir: 332 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Porte Receita Operacional Bruta Anual MICRO Até R$ 244.000,00 PEQUENO Acima de R$ 244.000,00 até R$ 1.200.000,00 MÉDIO Acima de R$ 1.200.000,00 até R$ 35.000.000,00 GRANDE Acima de R$ 35.000.000,00 Valores e Limites Financiáveis PROMIPEQ FNO – Especial Porte Finalidade Limite de Financiamento Limite de Crédito por Cliente – Até (R$) Micro Investimento Fixo ou Misto Capital de Giro 100% 100% 70.000,00 24.500,00 Pequena Investimento Fixo ou Misto Capital de Giro 100% 100% 200.000,00 70.000,00 Notas: 1) No investimento misto, a parcela do capital de giro é limitada a 35% do valor do financiamento total. 2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capacidade de pagamento da empresa. 3) No financiamento a Associações/Cooperativas dos Grupo I e II, o limite de crédito deve respeitar a capacidade de pagamento, não podendo ser superior ao resultado da multiplicação do número de associados pelo limite, por cliente. FNO – Normal Porte Finalidade Limite de Financiamento Limite de Crédito por Cliente – Até (R$) Micro Investimento Fixo ou Misto Capital de Giro 100% 100% 170.000,00 59.500,00 Pequena Investimento Fixo ou Misto Capital de Giro 100% 100% 840.000,00 294.000,00 Notas: 1) No financiamento misto, a parcela do capital de giro é limitada a 35% do valor do financiamento total. 2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capa333 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 cidade de pagamento da empresa. 3) No financiamento a Associações/Cooperativas dos Grupos I e II, o limite de crédito deve respeitar a capacidade de pagamento, não podendo ser superior ao resultado da multiplicação do número de associados pelo limite, por cliente, para o porte da maioria dos seus associados. FNO – Normal (FNO-Exportação) Porte Finalidade Limite de Financiamento Limite de Crédito por Cliente – Até (R$) Micro Investimento Fixo ou Misto Capital de Giro 100% 100% 500.000,00 175.000,00 Pequena Investimento Fixo ou Misto Capital de Giro 100% 100% 1.800.000,00 630.000,00 Notas: 1) No financiamento misto, a parcela do capital de giro é limitada a 35% do valor do financiamento total. 2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capacidade de pagamento da empresa. 3) No financiamento a Associações/Cooperativas dos Grupos I e II, o limite de crédito deve respeitar a capacidade de pagamento, não podendo ser superior ao resultado da multiplicação do número de associados pelo limite, por cliente, para o porte da maioria dos seus associados. PRODESIN / PRODETUR/ PROAGRIN / FNO-EXPORTAÇÃO Porte Finalidade Limite de Financiamento Limite de Crédito por Cliente – Até (R$) Médio Investimento Fixo ou Misto Capital de Giro 90% 100% 24.000.000,00 8.400.000,00 Grande Investimento Fixo ou Misto Capital de Giro 75% 100% 40.000.000,00 14.000.000,00 Notas: 1) No financiamento misto, a parcela do capital de giro é limitada a 35% do valor do financiamento total. 2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capacidade de pagamento da empresa. 334 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 PROINFRA Porte Finalidade Limite de Financiamento Limite de Crédito por Cliente – Até (R$) Médio Investimento Fixo ou Misto Capital de Giro 90% 100% 36.000.000,00 12.600.000,00 Grande Investimento Fixo ou Misto Capital de Giro 75% 100% 60.000.000,00 21.000.000,00 Notas: 1) No financiamento misto, a parcela do capital de giro é limitada a 35% do valor do financiamento total. 2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capacidade de pagamento da empresa. PROENERG Limite de Financiamento Porte Limite de Crédito por Cliente – Até (R$) Médio 90% 1.000.000,00 Grande 75% 3.000.000,00 Notas: 1) No financiamento misto, a parcela do capital de giro é limitada a 35% do valor do financiamento total. 2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capacidade de pagamento da empresa. COMSERV Porte Finalidade Limite de Financiamento Limite de Crédito por Cliente – Até (R$) Micro Investimento Fixo ou Misto 100% 70.000,00 Pequeno Investimento Fixo ou Misto 100% 500.000,00 Médio Investimento Fixo ou Misto 90% 1.000.000,00 Grande Investimento Fixo ou Misto 75% 3.000.000,00 Notas: 1) No financiamento misto, a parcela do capital de giro é limitada a 35% do valor do financiamento total. 2) O limite de crédito por cliente deve respeitar, também, a capacidade de pagamento da empresa 3) No financiamento a Associações/Cooperativas dos Grupos I e II, o limite de crédito deve respeitar a capacidade de pagamen335 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 to, não podendo ser superior ao resultado da multiplicação do número de associados pelo limite, por cliente, para o porte da maioria dos seus associados. FNO-Exportação Para Investimento em Custeio (Capital de Giro Rotativo): O valor máximo do Teto Operacional concedido a uma mesma empresa não poderá ultrapassar o limite estabelecido mediante aplicação das condicionantes a seguir, prevalecendo como valor do teto aquela que apresentar o menor montante; Movimento Comercial Externo: considera-se como parâmetro o movimento comercial com o exterior (montante exportado), consignado em informações obtidas junto ao BACEN: I) O volume comercial com o mercado externo é apurado no período de 12 meses anteriores ao estudo ou período do exercício do balanço que serviu de base para elaboração da ficha cadastral; II) Sobre o montante exportado incide o percentual de até 35%, de acordo com o enquadramento, desde que não existam registros de baixa de operações no período; III) Com a finalidade de estimular o incremento das exportações para as empresas já instaladas e/ou em instalação poderão ser considerados como base de cálculo para determinação do limite contratos de venda ao exterior já formalizados; IV) As empresas que no período em exame tiveram decréscimo nas exportações, em percentual superior a 20% em relação ao período anterior, não poderão ter seus limites majorados, exceto quando tal redução tiver sido motivada por fatores conjunturais evidentes e justificados. Patrimônio da Empresa: tem como parâmetro o Patrimônio Líquido apurado no último exercício anterior ao estudo do limite, observadas as deduções, convertido em Dólar dos Estados Unidos pela taxa de venda do dia do encerramento do balanço/balancete que serviu de base ao estudo. Sobre o Patrimônio Líquido incidem os seguintes percentuais diretamente relacionados ao nível de endividamento (participação do capital de terceiros) da empresa: 336 até1,00 : 1 Até 35% do Patrimônio Líquido de 1,01 a 1,50 : 1 Até 30% do Patrimônio Líquido de 1,51 a 2,00 : 1 Até 25% do Patrimônio Líquido de 2,01 a 2,50 : 1 Até 20% do Patrimônio Líquido acima de 2,50 : 1 Até 15% do Patrimônio Líquido Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Encargos Financeiros Taxa de juros efetivos de acordo com o porte da empresa: Porte Micro Pequeno Médio Grande Juros ao ano 8,75% 10% 12% 14% Sobre os referidos encargos será aplicado bônus de adimplência de 15% para os mutuários que pagarem as parcelas da dívida até a data do respectivo vencimento. Nota: Para o FNO-EXPORTAÇÃO serão cobrados os seguintes encargos: básicos: variação cambial da taxa do dólar norte-americano, divulgada pelo Banco Central do Brasil; adicionais: taxa unificada constituída: I - pela Taxa de Juros para Empréstimos e Financiamentos no Mercado Interbancário de Londres (LIBOR) e II - pelo del credere de 3% a.a. Prazos Prazo I - Investimento Fixo e Misto: Empresas Implantadas Empresas em Implantação - FNO-Especial - FNO-Normal - Proinfra Meios de Hospedagem II- Máquinas e equipamentos isolados III- Capital de Giro Isolado Carência Até (anos) Amortização Até (anos) Total Até (anos) 2 6 8 3 2 4 4 1 1 7 8 8 8 4 2 10 10 12 12 5 3 Investimento em Custeio (Capital de Giro Rotativo), prazo do teto operacional até 2 (dois) anos, a contar da data do deferimento e as operações a ele vinculadas deverão ter vencimentos no máximo até 180 dias e desde que não ultrapassem o vencimento do limite. Nota: O prazo deve ser compatível com a vida útil do bem financiado. Garantias FNO-Especial: Finalidade Investimento Fixo e Misto: Preexistente Final Capital de Giro: Preexistente Porte Micro / Pequeno 35% 100% 130% 337 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 FNO-Normal: Finalidade Investimento Fixo e Misto: Preexistente Final Capital de Giro: Preexistente Porte Micro / Pequeno Micro / Grande 35% 100% 100% 130% 130% 130% Como garantia complementar o PROMIPEQ poderá utilizar o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas – FAMPE, não podendo ultrapassar R$ 72.000,00, obedecido o limite de até 30% do valor financiado. Outras Informações O Banco da Amazônia está operando com o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (FAMPE) do SEBRAE. Para mais esclarecimentos, recomendamos sejam procurados os SEBRAEs regionais e a rede de Agências Bancárias operadoras do FNO. A prestação do aval dado pelo SEBRAE, através do FAMPE poderá ser incluída como item financiável. Rede de Agências/PA’s do Banco da Amazônia no Estado de Rondônia: Ag. Ariquemes Ag. Cacoal Ag. Guajará Mirim Ag. Ji-Paraná Ag. Porto Velho Ag. Vilhena PA Buritis 6.3 – BNDES Área de Abrangência: A área de atuação do Banco da Amazônia, no âmbito das linhas de financiamento do Sistema BNDES é a Amazônia Legal. Estrutura do Sistema BNDES: O Sistema BNDES é composto de três empresas: - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES: é responsável pelo financiamento de investimentos fixos 338 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 de grande porte e executor do Programa Nacional de Desestatização; - Agência Especial de Financiamento Industrial – FINAME: é responsável pelo financiamento à produção, comercialização e importação de máquinas e equipamentos. A Agência ainda é responsável pelo apoio a empreendimentos que demandem intervenção de menor porte, bem como pela exportação de bens de capital, manufaturados e serviços; - BNDES Participações S/A – BNDESPAR: é responsável pelo apoio à capitalização de empresas nacionais por meio de participações acionárias temporárias. Os Parceiros de Operação Os parceiros de operação com a FINAME no Sistema BNDES são constituídos de três componentes básicos: - FABRICANTE: empresa produtora de máquinas e equipamentos, cadastradas na FINAME, o que possibilita maior comercialização de seus produtos com garantia de recebimento dos valores de venda (confiabilidade); - AGENTE FINANCEIRO ou ARRENDADORA: instituição credenciada (a exemplo do Banco da Amazônia) para operar com as linhas da FINAME. Para isto, é remunerada pelos seus serviços através do spread do Agente/Arrendadora e alavancagem de outros negócios; - COMPRADORA ou ARRENDATÁRIA: Beneficiária final – pessoa jurídica e, em casos específicos, pessoa física que utiliza as linhas da FINAME, proporcionando a AGILIDADE na concessão de financiamento de longo prazo, por meio de uma extensa rede de Instituições Credenciadas (capilaridade), a custos inferiores aos praticados no mercado financeiro nacional. Linhas de Financiamento As linhas de financiamento do Sistema BNDES são operacionalizadas nas modalidades direta, indireta ou mista: - Direta: utilizando a linha FINEM do BNDES ou FINAME LEASING, via Arrendadoras credenciadas na FINAME; - Indireta: por intermédio do Banco da Amazônia, agente financeiro credenciado no Sistema BNDES; - Mista: por intermédio de compartilhamento de risco entre o Sistema BNDES e o Banco da Amazônia, agente financeiro credenciado no Sistema BNDES. 339 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Linhas de Financiamento administradas pela FINAME - FINAME INDUSTRIAL; - FINAME AGRÍCOLA - BNDES AUTOMÁTICO; - BNDES-EXIM; Linha de Financiamento administrada pelo BNDES - FINEM. Linhas de Financiamento administradas pelo BASA O Banco da Amazônia opera atualmente, nas seguintes Linhas de Financiamento: - FINAME INDUSTRIAL; - FINAME AGRÍCOLA; - BNDES AUTOMÁTICO; - BNDES-EXIM; - FINEM. NOTA: As Linhas de Financiamento podem ser operacionalizadas de forma isolada quando não houver nenhum Programa Associado. Programas de Financiamento O Banco da Amazônia trabalha com os seguintes Programas: a) Programas Regionais - Programa Amazônia Integrada-PAI; b) Nos Setores Industrial, Comercial e de Serviços: - Programa de Turismo; - Programa de Modernização e Qualificação do Ensino Superior; - Programa de Apoio a Investimentos Prioritários de Energia - Eficiência Energética; - Programa de Refinanciamento. c) No Setor Agrícola: c.1) FINAME AGRÍCOLA: - Linha Especial de Financiamento Agrícola; - Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados a Colheitadeiras; - Programa de Incentivo à Mecanização, ao Resfriamento e ao Transporte Granelizado da Produção de Leite-PROLEITE. 340 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 c.2) BNDES AUTOMÁTICO: - Linha Especial de Financiamento Agrícola; - Programa de Incentivo ao Uso de Corretivos de Solos - PROSOLO; - Programa Nacional de Recuperação de Pastagens Degradadas - PROPASTO; - Programa de Desenvolvimento da Apicultura - PRODAMEL; - Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Aqüicultura; - Programa de Desenvolvimento da Cajucultura - PROCAJU; - Programa de Desenvolvimento da Ovinocaprinocultura - PRODECAP; - Programa de Apoio à Fruticultura - PROFRUTA; - Programa de Incentivo à Construção e Modernização de Unidades Armazenadoras em Propriedades Rurais; - Programa de Desenvolvimento Sustentado da Floricultura. Atividades apoiadas pelo Sistema BNDES - implantação, expansão, modernização e relocalização da indústria; - implantação, expansão, modernização e relocalização do comércio e de serviços; - implantação, expansão, modernização e relocalização da agroindústria; - implantação, expansão, modernização e relocalização da agricultura e da pecuária; - implantação, expansão e modernização da infra-estrutura; - projetos específicos de implantação, expansão e modernização para conservação do meio ambiente em recuperação de impactos ambientais e racionalização do uso da energia das atividades anteriormente mencionadas; - produção de bens para exportação; - produção e comercialização de máquinas e equipamentos. São itens financiáveis, aqueles especificados nas Linhas e Programas de Financiamento. Condições de Financiamento As linhas de financiamento e suas respectivas condições são predefinidas nos capítulos específicos, segundo a natureza do projeto ou produto, a beneficiária, a região geográfica e o porte da empresa. 341 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Outras Condições - financiamento de menor valor: em investimentos fixos, até R$ 10 milhões, incluindo ou não máquinas e equipamentos produzidos no País. Neste caso, o apoio é concedido, preferencialmente, por intermédio do Banco da Amazônia, no âmbito do BNDES AUTOMÁTICO; - pleitos de maior valor: em investimentos fixos, acima de R$ 10 milhões, incluindo ou não máquinas e equipamentos produzidos no País. Neste caso, é necessária a formulação de Carta Consulta ao BNDES, encaminhada à Carteira Operacional de Enquadramento da Área de Crédito – CEREN/AC. Obtido o enquadramento, o cliente apresenta o projeto para análise e decisão sobre a concessão de financiamento; - financiamento isolado de máquinas e equipamentos: no caso de financiamento isolado de máquinas e equipamentos produzidos no País, de qualquer valor, o apoio é concedido de forma indireta, por intermédio do Banco da Amazônia, ou direta, por Arrendadora, no âmbito do FINAME ou FINAME LEASING, respectivamente. Garantias e Seguros Nas operações com a utilização do Fundo de Garantia para a Promoção da Competitividade – FGPC, a parcela coberta pelo Fundo poderá ser utilizada como garantia prévia. Os limites de garantias prévias e finais deverão observar: - com FGPC: Serão exigidas garantias prévias de, no mínimo 50% (cinqüenta por cento) mais FGPC, desde que a soma dos dois percentuais resulte no somatório final de 130% (cento e trinta por cento); - sem FGPC: Serão exigidas garantias prévias de 130% (cento e trinta por cento). As operações no âmbito da linha de financiamento FINAME INDUSTRIAL devem ser, preferencialmente, celebradas com a cobertura de risco pelo FGPC. Para a utilização do FGPC, deverão ser observadas as condições específicas, especialmente as relativas à classificação de porte de empresas beneficiárias, ao enquadramento e ao Spread de Risco. Deverão, também, ser observadas as regulamentações referentes a Garantias e Seguros. 342 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Prazos Na fixação dos prazos deverá ser observada a regulamentação dos respectivos programas. Os prazos dos financiamentos serão fixados levando-se em conta: - o período para a realização das inversões programadas; - a vida econômica do empreendimento a realizar; - a capacidade de pagamento da empresa; - a natureza da atividade a ser financiada; - a vida útil das garantias. O prazo total do financiamento, compreendendo o período de carência e o de amortização, não pode exceder o prazo máximo estabelecido para cada programa. O período de carência deve ser fixado em função do prazo previsto para execução das inversões projetadas e do tempo necessário ao início do fluxo normal de rendimento da empresa. A carência se inicia na data de assinatura do instrumento de crédito. Entende-se por carência o período em que o beneficiário fica desobrigado de amortizações por falta de rendimento ou por ser tecnicamente recomendável aplicá-los no empreendimento. O período de amortização, que corresponde ao prazo de pagamento do financiamento, deve ser estabelecido em função da capacidade de pagamento da empresa, consideradas as receitas oriundas de sua atividade normal. O prazo dos financiamentos concedidos a empreendimentos localizados em imóveis alugados não poderá ultrapassar, em hipótese alguma, o prazo do contrato de aluguel. Quando o empreendimento financiado se localizar em imóveis alugados ou arrendados, deverá ser encaminhada, juntamente com a proposta, cópia do Contrato de Locação ou de Arrendamento, que deverá ter prazo mínimo de 5 (cinco) anos. A renovação do contrato de aluguel ou arrendamento deverá ser por igual período (5 anos), assegurado por ação renovatória em juízo. Neste caso, o mutuário deverá ingressar com a respectiva ação um ano antes do fim do contrato. Limites e Níveis de Participação FINAME concede financiamentos, sem limite de valor, desde que os beneficiários atendam à regulamentação da linha de financiamento. O nível de participação da FINAME, no financiamento, é de até 90% do valor do mesmo para: - microempresas e empresas de pequeno porte; - programas de desenvolvimento regional (PAI; PCO); - transportadores autônomos de carga. 343 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 NOTA: O apoio ao transportador autônomo de cargas se restringe a 1 (uma) unidade completa (chassi e carroceria/equipamento acoplado ao mesmo, cadastrados na FINAME) e novo financiamento somente poderá ser concedido após a total liquidação da operação anterior. O nível de participação nos demais casos é de até 80%. A participação da FINAME será computada sobre o preço de venda das máquinas e equipamentos, inclusive IPI e ICMS, quando houver incidência. Na importação de equipamentos, a participação da FINAME será considerada sobre o custo do equipamento após a sua internalização – preço CIF, ou sobre o preço de venda do bem fabricado no país. Incluem-se, em ambos os casos, os impostos, quando houver incidência. NOTA: Os níveis de participação para máquinas e equipamentos importados estão estabelecidos no Programa FINAME-IMP. A parcela financiável de capital de giro associado está limitada a 50% do valor dos equipamentos, nas operações com microempresas, e a 30%, nas operações com pequenas e médias empresas, aplicando-se, sobre essa parcela, as condições financeiras, prazos e níveis de participação vigentes para a Linha de Financiamento FINAME INDUSTRIAL. Programas da Área Industrial PROGRAMA DE TURISMO Objetivo: - Apoiar empreendimentos do setor de turismo nas localidades que apresentem potencial para esta atividade, contribuindo para o desenvolvimento e competitividade do setor no país. Beneficiários: - Empresas Privadas de qualquer porte, nacionais e estrangeiras. Investimentos Financiáveis: - meios de hospedagem (hotéis, resorts, pousadas e assemelhados, exceto hotel-residência); - equipamentos e prédios históricos (igrejas, casas de cultura e museus); - parques temáticos, de exposições e rodeios; teatros e anfiteatros; teleféricos; sítios históricos, ambientais e arqueológicos; - parques de estâncias climáticas, termais e hidrominerais; - marinas que incluam a guarda de embarcações, prestação de serviços náuticos e serviços públicos básicos; 344 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - centros de compras e de convenções; - infra-estrutura turística, como urbanização, estradas, ferrovias, terminais rodoviários e ferroviários, estações marítimas e de passageiros; escolas destinadas à qualificação de mão-de-obra para o setor; outros segmentos integrados ao turismo. Itens Financiáveis: - gastos com obras civis (construção e reforma), materiais e instalações; - equipamentos hoteleiros; - máquinas e equipamentos nacionais (por ex.: elevador, escada rolante, equipamentos para cozinha industrial, lavanderia industrial, sistemas de refrigeração e de telefonia etc.); - capacitação profissional e treinamento de mão-de-obra; - informatização, incluindo a aquisição de equipamentos de Processamento de Dados e software; - embarcações e ônibus de fabricação nacional, destinados ao transporte de turistas; - desenvolvimento e implantação de sistemas para melhoria de qualidade e produtividade; NOTA: Não são incluídos como itens financiáveis: terrenos e benfeitorias já existentes, veículos, máquinas e equipamentos usados (neste caso, exceto para microempresa, desde que a máquina ou equipamento seja de fabricação nacional). Linhas de Financiamento: - BNDES Automático – operações até R$ 10 milhões, por empresa/ ano, realizadas somente através do Banco da Amazônia. - FINEM – operações superiores a R$ 10 milhões, realizadas diretamente com o BNDES ou através do Banco da Amazônia. NOTA: Este Programa não contempla financiamento para aquisição isolada de máquinas e equipamentos as quais, no entanto, podem ser financiadas através da linha FINAME nas condições usuais. Encargos Financeiros: Corresponderão ao somatório do Custo Financeiro, spread básico e o spread de Risco. Custo Financeiro: a) Operações com Micro, Pequenas e Médias empresas: a.1) De Controle Nacional: Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP: 345 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 corresponderá à taxa divulgada trimestralmente pelo Banco Central do Brasil (Cap.2.3.5 - Anexo I - Sistema de Cálculo). a.2) De Controle Estrangeiro: Corresponderá à variação da Unidade Monetária do BNDES - UMNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moeda. b) Operações com Empresas de Grande Porte: b.1) De Controle Nacional: b.1.1) De valor inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais):Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP; b.1.2) De valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais) em projetos localizados em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): 85% do valor da colaboração financeira em TJLP e 15% pela variação da Unidade Monetária do BNDES-UMBNDES acrescida de encargos da cesta de moedas; b.1.3) De valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais) em projetos não localizados nas áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): 80% do valor da colaboração financeira em TJLP e 20% pela variação da Unidade Monetária do BNDESUMBNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas; b.1.4) Relativas a projetos que visem conformidade com os Programas ABIH de Responsabilidade Ambiental (Hóspedes da Natureza), iniciativa de melhoria ambiental da atividade hoteleira do SESC, Certificação Verde e outros Programas de similar abrangência setorial, envolvendo: conservação de energia e outros insumos, economia de insumos hídricos. utilização de materiais ambientalmente corretos, adequação do tratamento de efluentes e resíduos sólidos, coleta seletiva e programas educativos para hóspede e preservação do entorno, especialmente áreas protegidas, ecossistemas relevantes e sensíveis: Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP. b.2) De Controle Estrangeiro: Variação da Unidade Monetária do BNDES-UMBNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas. Spread Básico. a) 1,0 % a.a. a.1) Operações com Micro, Pequenas e Médias Empresas; a.2) Operações relativas a projetos que visem conformidade com 346 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 os Programas ABIH de Responsabilidade Ambiental (Hóspedes da Natureza), iniciativa de melhoria ambiental da atividade hoteleira do SESC, Certificação Verde e outros Programas de similar abrangência setorial, envolvendo: conservação de energia e outros insumos, economia de insumos hídricos. utilização de materiais ambientalmente corretos, adequação do tratamento de efluentes e resíduos sólidos, coleta seletiva e programas educativos para hóspede e preservação do entorno, especialmente áreas protegidas, ecossistemas relevantes e sensíveis. b) 2,0 % a. a. b.1) Operações com empresas brasileiras de grande porte de controle nacional, em projetos localizados em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO). c) 3,0 % a. a. c.1) Operações com empresas brasileiras de grande porte de controle nacional em projetos não localizados nas áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO); c.2) Operações com empresas de grande porte de controle estrangeiro, em projetos localizados em qualquer região do País. Spread de Risco. a) operações com FGPC – até 4,0% a.a. b) operações sem FGPC – até 6,0% a.a. Nível de Participação: - Equipamentos Nacionais: a) Operações com micro e pequenas empresas em projetos localizados em qualquer região do País: até 90%; b) Operações com médias e grandes empresas em projetos localizados em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): até 90%; c) Operações com médias e grandes empresas em projetos não localizados nas áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): até 80%. Demais itens de investimento: a) Operações com micro e pequenas empresas em projetos locali347 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 zados em qualquer região do País: até 90%. b) Operações com médias e grandes empresas em projetos localizados em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): até 80%; c) Operações com médias e grandes empresas em projetos não localizados nas áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): até 60%. Prazos: O prazo total, incluída a carência, será determinado em função da capacidade de pagamento do empreendimento, da empresa ou do grupo econômico, sendo limitado a: a) 12 anos, para empreendimentos localizados nas áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI; PCO); e b) 10 anos, para as demais regiões do País. NOTA: Para projetos de implantação de hotéis voltados para o oferecimento de serviços completos de lazer e entretenimento (Resorts), o prazo de carência será de até 12 meses após a entrada em operação comercial do empreendimento. Garantias: Serão exigidas as garantias reais e pessoais, definidas nas Linhas de Financiamento adotadas. 6.4 – Programa de Modernização e Qualificação do Ensino Superior Instituições Públicas: Objetivo: - Financiamento para projetos de investimento que visem a ampliação e modernização de instalações e equipamentos das universidades, mediante existência de imóvel a ser alienado e fluxo regular de receitas auferidas por prestação de serviços. Itens Financiáveis: a) obras civis e equipamentos; b) investimentos realizados até 6 meses antes do enquadramento da operação no MEC, respeitado o prazo máximo de 10 meses anteriores ao enquadramento no BNDES; c) aquisição de equipamentos importados adquiridos no Brasil 348 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 financiada nas mesmas condições das obras civis, observado o limite de 15% do valor a ser financiado com recursos do BNDES. Garantias: - A ser definida pelo Banco da Amazônia, observada a regulamentação do BNDES. Condições: - Financiamento a IES com projeto de alienação patrimonial: a) custo: TJLP + Spread de Risco; b) prazo: até 10 anos, incluindo a carência a ser determinada na análise da operação; c) participação do BNDES: até 70% do valor do imóvel a ser alienado. - Financiamento à aquisição de imóvel a ser alienado pelas IES públicas: a) custo: TJLP + 2,5% a.a. + Spread de Risco; b) prazo: até 10 anos, incluindo a carência de até 60 dias; c) participação do BNDES: até 100% do valor de venda do imóvel pela IES. - Financiamento de projetos de investimentos das Universidades e suas Fundações, sem previsão de alienação patrimonial, visando à melhoria do fluxo de caixa das Universidades, mediante utilização de seu patrimônio de forma produtiva: a) custo: TJLP + Spread de Risco; b) prazo: até 10 anos, incluindo a carência a ser determinada na análise da operação; c) participação do BNDES: até 100% dos investimentos financiáveis. Instituições Privadas: Objetivo: - Financiamento para projetos de investimento que visem a ampliação e modernização de instalações e equipamentos das universidades. O desembolso dos recursos será realizado conforme cronograma de execução físico-financeira das obras ou instalações. 349 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Itens Financiáveis: a) obras civis e equipamentos; b) investimentos realizados até 6 meses antes do enquadramento da operação no MEC, respeitado o prazo máximo de 10 meses anteriores ao enquadramento no BNDES; c) aquisição de equipamentos importados adquiridos no Brasil - financiada nas mesmas condições das obras civis, observado o limite de 15% do valor a ser financiado com recursos do BNDES. Garantias: - A ser definida pelo Banco da Amazônia, observada a regulamentação do BNDES. Condições: a) custo: TJLP + 2,0%a.a. + Spread de Risco; b) prazo: até 10 anos, incluindo a carência de até 24 meses, a ser determinada na análise da operação; c) participação do BNDES: até 80% dos investimentos financiáveis, admitida a aquisição de livros como contrapartida. Habilitação: Para se habilitar ao Programa de Recuperação e Ampliação dos Meios Físicos das Instituições de Ensino Superior (IES), pública ou privada, estabelecido no Protocolo de Atuação Conjunta MEC/BNDES, de 25/03/97, o interessado deverá apresentar seu Projeto de Investimento (conforme normas do BNDES), vinculado a um Projeto Acadêmico Institucional (conforme orientação do MEC), que deverão ser avaliados pela Secretaria de Ensino Superior - SESU do Ministério da Educação e do Desporto - MEC, Esplanada dos Ministérios, Bloco L, 2º andar - Sala 200 - CEP 70047-901 - Brasília - DF, Telefones: (061) 410-8721 e (061) 410-8069. 6.5 – Programa de Apoio a Investimentos Prioritários em Energia - Eficiência Energética Objetivo: - O programa tem o objetivo de financiar as aquisições isoladas de máquinas e equipamentos novos, no âmbito das Linhas FINAME e do Programa de Apoio à Importação de Equipamentos e conceder financiamentos de até 10.000.000,00 (dez milhões de Reais) no âmbito do BNDES AUTOMÁTICO, quando destinados 350 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 a projetos de eficiência energética. Beneficiários: Empresas privadas de qualquer porte, nacionais ou estrangeiras, conforme os critérios estabelecidos nas linhas de financiamento que o programa estiver associado. NOTA: Na linha de financiamento FINAME - IMP os beneficiários são, exclusivamente, as micro, pequenas e médias empresas. Linha de Financiamento Finame: Encargos Financeiros: corresponderão ao somatório de Custo Financeiro, spread Básico e spread de Risco. Custo Financeiro: a) Operações com micro, pequenas e médias empresas: TJLP NOTA: Para operações realizadas com empresas que exerçam atividade econômica não especificada no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997, o Custo Financeiro será necessariamente, a variação da unidade monetária do BNDES- UMBNDES, acrescida dos encargos da Cesta de Moedas. b) Operações com empresas de grande porte de controle nacional: b.1 - de valor inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais): TJLP; b.2 - de valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais) para empresas localizadas em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): 85% do valor da colaboração financeira em TJLP e 15% pela variação da Unidade Monetária do BNDES - UMBNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas; b.3 - de valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais) para empresas não localizadas nas áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): 80% do valor da colaboração financeira em TJLP e 20% pela variação da Unidade Monetária do BNDES - UMBNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas. c) Operações com empresas de grande porte de controle estrangeiro: c.1 - para operações realizadas com empresas que exerçam atividade econômica especificada no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997: c.1.1 - de valor inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Re351 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ais): TJLP; c.1.2 - de valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais): 80% do valor da colaboração financeira em TJLP e 20% pela variação da Unidade Monetária do BNDES - UMBNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas. c.2 - para operações realizadas com empresas que exerçam atividade econômica não especificada no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997, o Custo Financeiro será, necessariamente, a variação da unidade monetária do BNDES - UMBNDES, acrescida dos encargos da Cesta de Moedas. Spread Básico: a) 1,0% (um por cento) ao ano, para: a.1 - Operações com micro, pequenas e médias empresas. b) 2,0% (dois por cento) ao ano, para: b.1 - Operações com empresas brasileiras de grande porte de controle nacional, localizadas em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional. c) 3,0% (três por cento) ao ano, para: c.1 - Operações com empresas brasileiras de grande porte de controle nacional não localizadas nas áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional; c.2 - Operações com empresas de grande porte de controle estrangeiro localizadas em qualquer região do País, independentemente do enquadramento de sua atividade no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997; c.3 - Operações de financiamento à fabricante; c.4 - Operações com empresas locadoras de equipamentos. Spread de Risco: a) operações com FGPC - até 4,0% a.a.; b) operações sem FGPC - até 6,0% a.a. Limites e Níveis de Participação: Nível de Participação: até 100% As operações, quando realizadas na modalidade de financiamento à compradora, portanto, diretamente com a usuária do equipamento, poderão obter financiamento de capital de giro associado, limitado a: a) microempresas: até 50% do valor dos equipamentos; b) pequenas e médias empresas: até 30% do valor dos equipamentos. 352 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 NOTA 1: No financiamento do capital de giro associado à aquisição isolada de equipamentos deverão ser observados os critérios e procedimentos definidos na linha de financiamento FINAME; NOTA 2: Para o setor de prestação de serviços, o financiamento de capital de giro associado será concedido exclusivamente para as microempresas. Prazos: a) Prazo Total: até 72 meses; Condições Operacionais: Nos correspondentes campos da Proposta de Abertura de Crédito Fixo - PAC referentes a “Programa”, deverá ser inserida, além de outras já eventualmente existentes, a sigla “EE” para caracterizar que se trata de operação voltada a eficiência energética no âmbito do Programa de Apoio Financeiro a Investimentos Prioritários em Energia. Aplicam-se às operações realizadas no âmbito deste programa todos os demais critérios, condições e procedimentos operacionais estabelecidos para a Linha de Financiamento FINAME. 6.6 – Linha de Financiamento BNDES Automático Encargos Financeiros: Corresponderão ao somatório de Custo Financeiro, Spread Básico e Spread de Risco. Custo Financeiro: a) Operações com micro, pequenas e médias empresas: TJLP. NOTA: Para operações realizadas com empresas que exerçam atividade econômica não especificada no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997, o Custo Financeiro será, necessariamente, a variação da unidade monetária do BNDES - UMBNDES, acrescida dos encargos da Cesta de Moedas. b) Operações com empresas de grande porte de controle nacional: b.1) de valor inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais): TJLP; b.2) de valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais) em projetos localizados em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): 85% do valor da colaboração financeira em TJLP e 15% pela variação da Unidade Monetária do BNDES - UMBNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas; 353 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 b.3) de valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais) em projetos não localizados em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional (PAI e PCO): 80% do valor da colaboração financeira em TJLP e 20% pela variação da Unidade Monetária do BNDES - UMBNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas. c) Operações com empresa de grande porte de controle estrangeiro: c.1) para operações realizadas com empresas que exerçam atividade econômica especificada no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997: c.1.1) de valor inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais): TJLP; c.1.2) de valor igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais): 80% do valor da colaboração financeira em TJLP e 20% pela variação da Unidade Monetária do BNDES - UMBNDES acrescida dos encargos da Cesta de Moedas. c.2) para operações realizadas com empresas que exerçam atividade econômica não especificada no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997, o Custo Financeiro será, necessariamente, a variação da Unidade Monetária do BNDES - UMBNDES, acrescida dos encargos da Cesta de Moedas. Spread Básico: a) 1,0% (um por cento) ao ano, para: a.1) operações com micro, pequenas e médias empresas. b) 2,0% (dois por cento) ao ano, para: b.1) operações com empresas brasileiras de grande porte de controle nacional, em projetos localizados em áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional. c) 3,0% (três por cento) ao ano, para: c.1) operações com empresas brasileiras de grande porte de controle nacional, em projetos não localizados nas áreas de abrangência dos Programas de Desenvolvimento Regional; e c.2) operações com empresas de grande porte de controle estrangeiro, em projetos localizados em qualquer região do País, independentemente do enquadramento de sua atividade no Decreto n.º 2.233, de 23.05.1997. Limites e Níveis de Participação: Nível de Participação: até 100%. As operações realizadas com empresas de qualquer porte nos setores 354 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 da indústria e comércio e as microempresas de prestação de serviços, poderão obter financiamento de capital de giro associado, limitado a: a) microempresas: até 100% do investimento fixo financiável; b) pequenas empresas: até 50% do investimento fixo financiável; c) médias e grandes empresas: até 30% do investimento fixo financiável; NOTA 1: no caso de pequenas, médias e grandes empresas a parcela relativa a máquinas e equipamentos sobre a qual incidirão os limites de 50% e 30%, acima mencionados, estará limitada ao valor dos demais itens financiáveis do projeto; NOTA 2: Para o setor de prestação de serviços, o financiamento de capital de giro associado será concedido exclusivamente para as microempresas. Prazos: a) Prazo Total: Os prazos de carência e de amortização serão negociados entre o Banco e a Beneficiária em função das necessidades do projeto. Condições Operacionais: Nos correspondentes campos da Ficha Resumo de Operações - FRO referentes ao “Programa”, deverá ser inserida, além de outras já eventualmente existentes, a sigla “EE” para caracterizar que se trata de operação voltada a eficiência energética no âmbito do Programa de Apoio Financeiro a Investimentos Prioritários em Energia. Aplicam-se às operações realizadas todos os demais critérios, condições e procedimentos operacionais estabelecidos para a Linha de Financiamento BNDES Automático. 6.7 – Programa de Refinanciamento Objetivo: Refinanciamento de prestações vencidas e não pagas pelo Beneficiário Final e de prestações vincendas em sua totalidade. Beneficiárias: Podem ser beneficiárias desta Linha de Refinanciamento as empresas que apresentem operações de curso normal ou anormal nas linhas de financiamento administradas pela FINAME e BNDES. Enquadramento: São passíveis de enquadramento as operações das linhas de finan355 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ciamento administradas pela FINAME e BNDES que atendam aos seguintes critérios: a) prestações vencidas e não pagas nos últimos 12 (doze) meses, contados retroativamente, a partir da data de encaminhamento da proposta a FINAME; b) prestações vincendas em sua totalidade, mas que comprovadamente necessitem de alongamento do prazo de financiamento. Encargos Financeiros: Os encargos financeiros serão os mesmos vigentes no contrato original. Limites de Refinanciamento do Banco da Amazônia: O limite para o processamento de refinanciamento será composto de duas parcelas: a) R$ 5.430.304,48 (cinco milhões quatrocentos e trinta mil e trezentos e quatro Reais e quarenta e oito centavos); e b) 6% do valor das liberações ocorridas a partir de 01.01.1999 NOTA 1: As liberações relativas às operações realizadas com micro e pequenas empresas e/ou operações realizadas no âmbito do Programa de Exportação e/ou de operações realizadas na Região I, terão peso 2 na aplicação deste percentual. NOTA 2: O saldo disponível para refinanciamento pode ser obtido através da Gerência de Atendimento Financeiro do BNDES. Prazos: O prazo total máximo para o refinanciamento da operação será de até 36 (trinta e seis) meses, acrescidos do prazo remanescente do contrato original. O prazo máximo de carência para operação de refinanciamento é de 12 (doze) meses. NOTA: O prazo de carência faz parte do prazo total de refinanciamento, ou seja, não pode ser adicionado ao mesmo. Garantias: O refinanciamento das operações serão lastreados por garantias reais prévias, próprias ou de terceiros, obedecendo à margem mínima de 130% do saldo devedor renegociado. NOTA: As garantias constantes do contrato original, desde que reavaliadas, poderão ser utilizadas novamente na operação de refinanciamento. Caso as garantias do contrato original não sejam suficientes para atingir a 356 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 margem mínima, o beneficiário deverá efetuar a complementação das garantias. Operações com FGPC Obrigatoriamente, deverá ser efetuado, nas mesmas bases do contrato original, o pagamento ao Fundo de Garantia para Promoção da Competitividade - FGPC, referente à complementação no valor da comissão de garantia, decorrente do alongamento do prazo de cobertura do FGPC. NOTA: O alongamento do prazo de cobertura do FGPC deverá ser idêntico ao alongamento do prazo da operação. OBSERVAÇÃO: Informações mais detalhadas sobre as linhas de crédito financiadas através do sistema BNDES, poderão ser obtidas junto às Instituições Financeiras que operam com as mesmas, como: Banco da Amazônia, Banco do Brasil e ainda no Site do BNDES: www.bndes.gov.br. 6.8 – Incentivos Financeiros Participação no Fundo de Investimento da Amazônia FINAM/SUDAM. Criado pelo Governo Federal, através do D.L n.º 1.376, de 12/12/74, e alterado pela Lei n.º 8.167, de 16/01/91, o Fundo de Investimentos da Amazônia - FINAM constitui-se no depositário dos recursos oriundos das parcelas dedutíveis do Imposto de Renda devido pelas pessoas jurídicas e relativas a incentivos fiscais, dirigidos para a Amazônia Legal por opção específica por parte das empresas. Para efeito de participação dos recursos administrados pela SUDAM, os projetos de investimento serão classificados em 3 (três) faixas de prioridade, designadas pelas letras A, B e C, nos limites indicados no quadro a seguir: Cliente A B C Percentuais de participação dos recursos administrados pela SUDAM no investimento total para aplicação em inversões fixas. Até 50% (cinqüenta por cento) Até 40% (quarenta por cento) Até 30% (trinta por cento) Serão enquadrados na faixa A os projetos que atendem as prioridades setoriais e as espaciais, definidas em primeira instância pelo Plano de Desenvolvimento da Amazônia - PDA, e submetidas às Comissões Coordenadoras de Zoneamento Ecológico-Econômico Estaduais, de acordo com os próprios Zoneamentos Ecológico-Econômicos executados ou em fase de execução. São prioridades setoriais as definidas nos sub-programas do Plano de Desenvolvimento Regional e que podem corresponder, de forma integrada ou parcial, a um ou mais dos seguintes setores, ramos de atividade ou segmentos: 357 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 - culturas tropicais passíveis de aproveitamento na indústria; - pecuária de grande, médio e pequeno portes, inclusive aquicultura e assemelhados; - agroindústria com base em culturas tropicais, inclusive a construção de silos e armazéns, quando integrantes do empreendimento; - produção de insumo agrícolas e pecuários; - bio-indústria; - produção de medicamentos com base na fitoterapia; - indústria moveleira e oleiro-cerâmica; - minero-metalurgia, com verticalização do segmento; - indústria naval, entendida como a construção ou montagem de embarcações adaptadas às peculiaridades regionais; - fabricação ou montagem de máquinas e equipamentos de controle ambiental; - captura e industrialização, de forma integrada, do pescado; - turismo (hotéis e/ou equipamentos de apoio); - florestamento e reflorestamento; a energia (produção, transmissão, transformação e/ou distribuição); - sistemas energéticos baseados em fontes alternativas; - transporte (hidroviário e rodoviário); - comunicações (exploração das redes telefônicas urbanas e interurbanas, expansão das estações terrenas, renovação e ampliação da rede de satélites). Considera-se bio-indústria a produção de pesticidas biológicos e insumos alimentícios, aí incluídos aminoácidos, biopolímeros, enzimas, ácidos orgânicos, adoçantes, vitaminas, fermentos biológicos, óleos, gorduras e proteínas microbianas. Prazos: Tipo Carência até Amortização até Investimentos Fixos 3 anos 5 anos Capital de Giro 6 meses 12 meses Serão enquadrados na faixa B os projetos de implantação que, localizados em áreas ou distritos industriais, agropecuários ou de exploração específica e assemelhados nos estados do Acre, Roraima, Rondônia, Amapá e Tocantins, se dediquem a uma ou mais das atividades citadas anteriormente. Os projetos relativos a empreendimentos turísticos (hotéis e/ou equipamentos de apoio) serão enquadrados na prioridade A. Serão enquadrados na faixa C, os projetos não incluídos nas faixas A ou B e que, na Amazônia Legal, objetivem a uma das atividades consideradas de interesse regional. ***** 358 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Parte V O Papel da FIERO Programação SESI – SENAI – IEL A Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – FIERO, fundada em 19/06/1986, é a entidade superior de representação do empresariado industrial do Estado e integra o sistema confederativo da Confederação Nacional da Indústria – CNI. Suas ações estão voltadas para a promoção e o desenvolvimento integrado e sustentável da economia de Rondônia, tendo em vista a melhor qualidade de vida dos brasileiros, em especial daqueles que vivem nesta unidade da Federação. A FIERO defende a livre iniciativa como forma legítima e democrática de promover o bem comum, luta para fortalecer o princípio de união e integração, estimulando o companheirismo entre seus filiados e entidades confederadas, acredita na educação profissional como forma de promover o bem-estar social entre os trabalhadores, e no relacionamento ético entre as forças do capital e do trabalho, como forma apropriada de convivência. 359 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 A Federação conta hoje com dezoito sindicatos filiados, representando todas as regiões e principais segmentos econômicos do Estado. Seus dirigentes são eleitos para mandatos de três anos, e está assim organizada: Conselho de Representantes - formado por dois delegados de cada sindicato filiado; Diretoria Plena - unidade de decisão de caráter político-estratégico; Diretoria Executiva - unidade de gestão administrativa; Conselho Fiscal - unidade de fiscalização e assessoramento ao Conselho de Representantes; Delegação Confederativa junto à CNI. O Sistema FIERO é composto pela Federação das Indústrias do Estado, o SENAI-RO, o SESI-RO e o IEL-RO. Em vista da importância da formação de pessoal qualificado para implementar e gerir negócios no Estado, a FIERO é também instituidora e mantenedora da FUNTEC, Fundação Educacional, Tecnológica e Cultural da Amazônia, entidade que administra o CETENE, Centro de Educação Tecnológica e de Negócios, construído em convênio com o Ministério da Educação e Cultura, numa parceria com o SEBRAE e Sindicatos da Construção Civil e das Indústrias de Móveis de Madeira. A cada uma das suas entidades componentes, coordenadas pela FIERO, cabe um papel específico na consecução dos objetivos comuns: o desenvolvimento econômico sustentável, o fortalecimento da indústria, a satisfação e progresso do trabalhador e sua família, e a cidadania plena. O CETENE teve suas atividades iniciadas em 30 de junho de 2003, com a realização de um curso de nível básico em Gestão de Negócios. Atuará também na formação de técnicos de nível pós-médio, inicialmente em técnicas de gestão e técnicas em madeira e móveis. Além disso, desenvolverá cursos básicos de atualização gerencial e tecnológica, num formato modular, atendendo tanto aos estudantes de ensino médio em demanda do mercado de trabalho, como aos profissionais no exercício de suas atividades, que pretendam retomar estudos ou reciclar conhecimentos. O SENAI O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, com atividade voltada para a Educação Profissional e Assessoria em Informação e Tecnologia para a Indústria. Foi criado em 22 de janeiro de 1942, pelo decreto-lei nº 4.048, assinado pelo então presidente da República Getúlio Vargas e pelo Ministro da Educação e Saúde Gustavo Capanema e publicado no Diário Oficial da União 360 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 em 24 de janeiro do mesmo ano. Inicialmente teve a designação de Serviço Nacional de Aprendizagem dos Industriários. Em novembro de 1942 passou a ter a denominação de Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, conforme o art. 1º do decreto-lei nº 4.336, de 7 de novembro de 1942. Hoje, com sessenta e um anos de existência no Brasil, o SENAI está presente em todas as 26 unidades da Federação e no Distrito Federal, trabalhando para o desenvolvimento e modernização da indústria. SENAI – Rondônia Em Rondônia, o SENAI foi implantado pelo Departamento Regional de São Paulo, que o administrou até o ano de 1962, quando passou os encargos ao recém criado Departamento Regional do Amazonas, por ser o mais próximo. A partir daí a escola SENAI recebeu a denominação de Centro de Formação Profissional “Marechal Rondon” (homenagem ao sertanista e indigenista Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon). Com a criação da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – FIERO em 1986, no ano seguinte o SENAI deixou a condição de Delegacia, sendo elevado ao status de Departamento Regional. O SENAI-RO está presente fisicamente nos municípios de Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Vilhena e Guajará-Mirim, apresentando uma capilaridade que o faz atuar em diversos municípios, seja por meio de unidades fixas ou móveis. Com o objetivo de redirecionar suas ações para os principais segmentos sócio-econômicos do Estado de Rondônia, o SENAI-RO está buscando, no período de 2003 a 2010, contribuir para importantes mudanças no perfil dos trabalhadores e, desta forma, cumprir sua missão, que é: “Contribuir para o fortalecimento da indústria e o desenvolvimento pleno e sustentável do país, promovendo a educação para o trabalho e a cidadania, a assistência técnica e tecnológica, a produção e a disseminação de informação e a adequação, geração e difusão de tecnologias”. Sua ação é voltada primordialmente à indústria e aos seus empregados, oferecendo cursos nas modalidades de aprendizagem, qualificação profissional e cursos técnicos. Oferece, ainda, consultorias e assistência tecnológica a empresas industriais de qualquer porte e área de atuação. O SENAI-RO faz educação de modo a capacitar o homem tanto a aprender e assimilar o mundo complexo e fluido em que vive, quanto a desenvolver condições de intervir para transformá-lo, em vez de apenas reproduzi-lo. Conta com profissionais altamente qualificados e tem buscado nas modernas metodologias de gestão, incorporar formas de gerenciamento que lhe confiram agilidade e qualidade no atendimento das demandas da clien361 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 tela, buscando superar as expectativas desses clientes, oferecendo serviços de alto valor agregado e voltado à realidade do mercado local. Para tanto, participa de projetos estratégicos, em níveis nacional e regional, cujos objetivos são a formatação de uma linguagem, em rede, para o atendimento qualitativo. Seis princípios postulares alicerçam a existência do Departamento Regional do SENAI Rondônia: As relações institucionais, políticas, econômicas e sociais do sistema contribuem para a sustentabilidade do Estado; Os recursos humanos constituem-se no diferencial competitivo do Sistema; O mercado é a dimensão maior do sucesso institucional e sua sustentabilidade; O cliente é o referencial maior do sucesso institucional e sua sustentabilidade; A administração econômico-financeira visa a sustentabilidade do sistema; As relações com os parceiros fortalecem a instituição, privilegiam a negociação e promovem a efetividade das partes. Atualmente está inserido nos seguintes projetos, em nível nacional: - PNE – Programa de Inclusão das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais – Nossas instalações foram adaptadas para atender ao portador de necessidades especiais; capacitados três docentes em Braille e dez em LIBRAS; atualmente são atendidas 88 pessoas; - PAS – Programa de Alimentos Saudáveis – Busca sensibilizar as empresas da área de alimentos a implantarem processos de produção que garantam alimentos seguros à saúde e com qualidade; - Programa de Qualidade na Indústria da Construção – O objetivo é capacitar técnicos para servirem como consultores e auditores junto às empresas de construção civil, visando possibilitar que elas se adeqüem aos previstos nas normas ISO 9001, PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat) e implementação do Sistema de Qualificação de Empresas e Serviços e Obras (SIQ Construtoras); - Programa de Energias Renováveis – Objetiva atuar no setor de energias alternativas e renováveis, com ênfase, no primeiro momento na energia solar fotovoltaica, formando recursos humanos que permitam a implantação e difusão desta tecnologia; - Programa de Atendimento ao Setor de Telecomunicações - Visa 362 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 oferecer infraestrutura tecnológica para o atendimento ao setor na área de educação profissional. ATUAÇÃO O SENAI tem buscado, sistematicamente, desenvolver ações para acompanhar as mudanças na estrutura e no perfil ocupacional do mercado industrial. Ampliou e diversificou suas linhas de atuação em face das exigências da reestruturação por que passa a indústria e a sociedade. Também foram adotadas práticas voltadas à qualidade do meio ambiente do trabalho. Entre as ações, destaca-se a parceria com a empresa Microsoft, realizada desde 1999, através do programa “Autorized Academic Training Program (AATP)”, que possibilitou ao SENAI ministrar cursos avançados daquela empresa e emitir os certificados. Convênios semelhantes foram firmados depois com Conectiva Linux, Cisco Systems e VUE. Na área de qualificação em motores diesel, foi firmada parceria com a empresa MWM, que cedeu um motor Sprint série 10 para servir de laboratório aos alunos. PAM A oferta de cursos também foi descentralizada com a implantação do Programa de Ações Móveis Integradas - PAM, que oferecia, na sua instalação, em 1995, cinco cursos propostos pelo Departamento Nacional e outros quatro introduzidos pelo Regional. Hoje são dezessete os cursos oferecidos. Este programa funciona com kits que são levados até as comunidades e lá aplicados os treinamentos, em parcerias com prefeituras, empresas, associações de bairros, sindicatos e com organizações não-governamentais. O PAM aumenta o grau de empregabilidade quando, por meio da educação profissional, o trabalhador atualiza sua capacidade produtiva e fica apto a se reintegrar à população economicamente ativa, seja na condição de empregado, trabalhador, profissional autônomo ou, até mesmo, como microempresário. ANO Nº de alunos 1998 1.376 1999 1.805 2000 2.439 2001 1.365 2002 3.478 Fonte: Relatórios Anuais do SENAI – DR Rondônia 363 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Em convênio com o Governo do Estado, através da Secretaria de Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social – SEAPES, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, de 2000 a 2002 foram ministrados dezenas de cursos na maioria dos municípios de Rondônia, beneficiando 7.198 pessoas que receberam qualificação em oito áreas, possibilitando condições para que aumentem a renda familiar. O SENAI também passou a dar ênfase ao aperfeiçoamento industrial, especialmente na área de informática e gerenciamento. O assessoramento e as consultorias, proporcionadas pelo Programa de Atendimento Tecnológico à Micro e Pequena Empresa - PATME, em parceria com o SEBRAE, atendeu a diversas empresas, ajudando na melhoria do processo produtivo e do design. O Projeto MERCOESTE foi outro marco na atuação do SENAI DR-RO. Em conjunto com as Federações de Indústrias dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás e Acre, acompanhando uma iniciativa da Federação das Indústrias do Distrito Federal, foram iniciados os estudos das cadeias produtivas do Estado. Para tanto foram realizados fóruns de sensibilização em várias cidades. A partir daí foram feitas pesquisas e entrevistas, culminando com o lançamento do “Perfil Competitivo do Estado de Rondônia – Alavancagem do Mercoeste – Projeto Estratégico Regional do SENAI”. Este estudo permite o direcionamento das ações governamentais para as cadeias produtivas que têm mais condições de obter resultados satisfatórios. A partir deste diagnóstico, o SENAI passou a trabalhar, inicialmente com as cadeias da carne, couro e leite e com a madeira-móveis, oferecendo consultorias para o aperfeiçoamento dos processos de produção e gerenciamento. No atendimento de sua atividade regimental, de oferecer cursos nas modalidades de iniciação, aprendizagem, habilitação profissional, tecnólogo, qualificação profissional, aperfeiçoamento e especialização, o SENAI teve o seguinte desempenho, considerando-se o número de pessoas atendidas: Modalidades / ANO Aprendizagem Qualificação (Técnico/Aperfeiçoamento)/Treinamento Cursos Técnicos Especialização Consultorias Palestras/Seminários/Feiras Núcleo de Inf. Tecnológicas 364 1998 1999 2000 2001 2002 308 199 150 295 507 5.063 7.050 5.659 7.168 8.521 205 12 44 N.I. 256 46 120 10.304 2.467 227 42 8 531 5.737 240 11 1.113 4.973 467 70 723 10.499 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Fonte: Relatórios Anuais do SENAI – DR Rondônia PROPOSTAS PARA O FUTURO Serão priorizadas as ações voltadas para o atendimento dos segmentos das indústrias madeireira, moveleira, da construção civil e de alimentos, em função da importância desses segmentos para a economia local, além da implementação das seguintes: • • • • • • • • • • • • Modernizar a educação profissional de acordo com os novos rumos da aprendizagem; Desenvolver relações com o mercado, criando política de Marketing; Estabelecer novas parcerias com os setores produtivos e sociais; Participar agressivamente no mercado de educação profissional; Desenvolver alternativas de serviços integrados entre saúde, educação e lazer; Contribuir para o desenvolvimento tecnológico das indústrias; Difundir novas tecnologias e melhoria do processo produtivo; Ampliar o mercado de formação técnica, com a criação de novos cursos técnicos e tecnólogos; inovar ações dos cursos técnicos; Participar do desenvolvimento local, privilegiando as vocações regionais, fortalecendo as cadeias produtivas identificadas no Perfil Competitivo do Projeto Mercoeste; Fortalecer a participação no mercado de consultoria técnica; Participar do mercado alternativo de inclusão social; Prestar serviços compartilhados aos clientes internos e externos, com eficiência e eficácia. O SESI Fundado em 1º de julho de 1946, o Serviço Social da Indústria (SESI) dispõe da maior rede particular de ensino do País, para crianças em idade pré-escolar e do primeiro grau. Essa rede é composta de 830 escolas, 764 creches e 5.216 salas de aula, distribuídas em todo o território nacional, com destaque para sua atuação no ensino à distância. A atuação do Serviço Social da Indústria junto ao trabalhador da indústria e de sua família está voltada para áreas em que sempre foi insuficiente a 365 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 oferta de serviços: educação básica, alimentação, saúde e lazer. O trabalhador, selecionado para enfrentar o desafio de aumentar a competitividade da indústria nacional, precisa de boa formação escolar, boa alimentação, saúde e treinamento. SESI – Rondônia O SESI de Rondônia foi criado por ato do presidente do Conselho Nacional da entidade, Gilberto Mendes de Azevedo, em 1972, atendendo a recomendação do Presidente da República, Emilio Garrastazu Médici, que por intermédio do Ministro do Trabalho, Julio Barata, solicitou à CNI a instalação de agências do SESI em áreas de influência da Transamazônica, visando proporcionar à Amazônia maiores e melhores condições de desenvolvimento na sua ocupação. Além de Porto Velho, foram criadas representações do SESI em Rio Branco – AC, Santarém, Marabá e Altamira (PA). O núcleo do SESI de Rondônia ficou subordinado à Divisão Educacional do SESI Amazonas, passando em 28 de fevereiro de 1979 à categoria de Delegacia Regional. Desde o princípio de suas atividades, o SESI realizou trabalhos na área social, como diversos cursos de economia doméstica, além de jogos industriários, Campanha do Operário Padrão, com ampla repercussão na imprensa. Na área da saúde as atividades eram a prestação de serviços odontológicos. A criação da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia deu-se em 1986, um ano depois da criação do Conselho Regional e do Departamento Regional do SESI no Estado, por ato do presidente do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria à época, Fanor Cumplido Junior. ATUAÇÃO A integração do Sistema FIERO, intensificada a partir de 2000, também influenciou na mudança de mentalidade, que deixou de ser uma cultura assistencialista para uma posição mais radial no mercado, onde o principal objetivo é conquistar uma prática mais eficaz com vistas a uma melhor atuação e, em conseqüência, o alcance do crescimento em receitas com vistas à sustentabilidade. Sob a premissa “integrar o comum e especializar o específico”, o SESI passou a buscar o seu posicionamento no mercado de forma mais competitiva. A busca do aumento da arrecadação passou por fases de preparação, com a interligação de todo Sistema via Internet (correio corporativo); implantação do software “Integrator”, interligando as bases de dados das áreas de 366 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Educação, Saúde e Lazer; informatização dos procedimentos administrativos; otimização dos processos de cobrança das receitas compulsórias e de serviços, juntamente com a reavaliação dos preços cobrados pelos serviços prestados. Posteriormente, foi ampliado o atendimento do núcleo de Medicina e Segurança no Trabalho. Integrando ações complementares; intensificação das visitas às empresas para divulgação dos serviços oferecidos; integração das ações para atendimento interdisciplinar. Vários serviços foram terceirizados, como os atendimentos médicoodontológicos e as escolinhas de iniciação infantil, exceto o balé. EDUCAÇÃO O SESI Rondônia, fazendo parte de uma rede nacional de educação, tem características singulares, adotando metodologias tanto presenciais quanto à distância, que atende hoje mais de onze mil estudantes. Ensino Infantil e Fundamental – Atende crianças a partir de dois anos nos Centros Educacionais e de Educação Infantil localizados em Porto Velho, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena. Desenvolve os seguintes projetos educativos: PROEPE – Programa de Educação Pré-Escolar – Visa favorecer a construção da autonomia moral e intelectual da criança; Filosofia – Educação para o Pensar – desenvolve o aprender, exercita o diálogo, a reflexão, a criticidade e compreensão da realidade; exercita o respeito ao espaço e opinião dos colegas; fortalece a consciência individual e de grupo; ajuda a transformar a escola numa comunidade de investigação; Informática – Sesinho Multimídia Interativa – familiariza o aluno com a tecnologia atual; enriquece as ações educativas; amplia a motivação do educando, educadores e pais; Projetos Especiais – iniciação a línguas estrangeiras (inglês/espanhol); educação ambiental; arte na escola; videoeducação; educação para a saúde; educação alimentar e nutrição; educação física e iniciação esportiva; produção de textos; literatura infantil; excursões; feiras; teatro e dança; Educação Integrada - Projeto Clube de Amigos – Funciona no turno contrário ao das aulas regulares com atividades desenvolvidas para crianças de cinco a dez anos, durante o ano letivo. Tem o objetivo de acompanhar o aluno nas tarefas escolares; desenvolver habilidades artísticas, físicas, esportivas e senso crítico. 367 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Demonstrativo de Matrículas Modalidade Ensino Infantil Ensino Fundamental Educação do Trabalhador 1998 759 810 20.298 1999 896 849 69.063 2000 634 747 23.419 2001 429 533 32.265 2002 553 835 10.267 Fonte: Relatórios Anuais SESI/DR-RO Programa SESI Educação do Trabalhador – PET – fundamenta-se nos conceitos e normas da Educação de Jovens e Adultos, na perspectiva da educação continuada e da relação educação e trabalho. Em convênio com o Ministério da Saúde, executa o Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores de Enfermagem – PROFAE; Telecurso 2000 (1ª a 4ª séries; 5ª a 8ª séries; Ensino Médio); Alfabetização 1ª a 4ª séries 5ª a 8ª séries Programa de Educação Continuada – Os seus educadores participam regularmente de cursos de forma presencial ou a distância, visando a atualização permanente. • Capacitações pedagógicas Telecurso 2000; • Capacitações técnicas do Programa Largada 2000; • Projeto “Muito Mais Mestre”; • Curso de Recreação Infantil; • Curso de Arte e Educação; • Linguagem Brasileira de Sinais – LIBRAS. SAÚDE As atividades de saúde são desenvolvidas nas Unidades Operacionais SESICLÍNICA em Porto Velho e Cacoal e na Unidade Integrada de Vilhena; atendimento odontológico em Ji-Paraná, Pimenta Bueno e Unidades Móveis diretamente nas empresas. Também são oferecidos atendimentos nas áreas de saúde ocupacional, segurança no trabalho e análises clínicas. Visando a conquista do equilíbrio financeiro, o Departamento Regional optou pela terceirização dos serviços especializados, buscando parceiros comprometidos em dar continuidade aos trabalhos, primando pelo padrão de qualidade dos serviços prestados pelo SESI. Também estão sendo intensificados os esforços no sentido de firmar convênios com clínicas médicas especializadas, com o objetivo de oferecer atendimento à clientela. 368 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Saúde, Segurança e Meio Ambiente O SESI – RO conta com um Núcleo de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho, para oferecer às empresas um pacote básico que facilite o cumprimento da legislação trabalhista no que se refere à saúde do trabalhador. A equipe é composta por médicos do Trabalho, enfermeira do Trabalho, técnicos em Segurança do Trabalho, engenheiro do Trabalho, Assistente Social e auxiliares de Enfermagem. O foco principal da ação é o trabalho preventivo, que visa conscientizar os trabalhadores e os empresários que prevenir custa menos que remediar. Para isso, o SESI oferece o seguinte pacote: • Elaboração de Programas de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA e/ou Programa de Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO; • Orientação para elaboração de mapa de riscos; • Elaboração de Laudos (insalubridade e periculosidade); • Instalação e curso de CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; • Ciclos de palestras; • Acompanhamento dos programas; • Atividades educativas e preventivas. Uma das experiências que tem dado certo, e que passa a constar do portfólio, é a integração do Programa Ginástica na Empresa com a ação de saúde ocupacional. LAZER As atividades físicas e recreativas são desenvolvidas no SESICLUBE, em Porto Velho ou nas empresas que optam por esta prestação de serviços. O atendimento no SESICLUBE é dirigido aos industriais, aos trabalhadores na indústria e à comunidade em geral. São oferecidas atividades nas seguintes modalidades esportivas, também na forma de escolinhas de iniciação: • Futsal; • Balé, jazz e sapateado; • Tênis; • Judô; • Musculação; • Ginástica; • Natação e hidroginástica; 369 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 • • Futebol de campo; Futebol soçaite. Há ainda colônia de férias no período das férias escolares de julho. Às empresas é oferecida assessoria para a realização de projetos como “Lazer no Almoço”, “Manhã Alegre”, “Cantinho da Leitura”; assessoria na área desportiva com atividades esportivas e recreativas. Atividades e Promoção Social Diversas atividades de cunho social são realizadas pelo SESI DR-RO, que conta, para isso com diversas parcerias. Destacam-se os projetos de maior relevância: • Domingo Alegre; • Sábado Alegre; • Quadra Carnavalesca; • Festa do Trabalhador; • Educar para Preservar; • Colônia de Férias; • Dia Internacional do Meio Ambiente e Ecologia; • Dia das Crianças; • Confraternização Industriaria. Programa Largada 2000 É desenvolvido em parceria com o Instituto Airton Senna e trata-se de uma ação que busca adequar as condições para que os jovens desenvolvamse como pessoas e cidadãos. Contando com a parceria da TCO Celular, foi possível aos adolescentes que participam do Programa a execução de projetos por eles elaborados nas seguintes áreas: • Educação; • Saúde; • Esporte, lazer e cultura; • Meio Ambiente; • Cooperação Social. A equipe técnica do Largada 2000 é composta por funcionários do SESI, que dão suporte aos jovens e educadores através de oficinas, encontros, seminários, fóruns, teleconferências, visitas de acompanhamento e orientações quanto ao desenvolvimento das competências básicas – pessoais, relacionais, cognitivas e produtivas e a aplicação delas no cotidiano educativo. 370 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 PSQT O Programa “Prêmio SESI de Qualidade no Trabalho” – PSQT, é realizado desde 1996 para estimular as empresas na adoção de políticas e medidas práticas que assegurem um ambiente de trabalho saudável e produtivo, adequadas relações de trabalho saudável e uma convivência harmoniosa entre empregados e empregadores. O principal objetivo do Programa é promover o reconhecimento público aos empresários da indústria que adotam e implantam políticas e medidas que elevam a qualidade de vida do trabalhador e sua produtividade como fatores de competitividade no trabalho. Esporte Solidário O Programa Esporte Solidário é executado em convênio com o Ministério dos Esportes, através do Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto – INDESP, e é destinado às crianças com idades de sete a quatorze anos, vindas de famílias de baixa renda e em risco social, nos municípios de Porto Velho, Vilhena e Guajará-Mirim. Priorizando a prática de esporte como uma das atividades de lazer e instrumento de educação para a vida, são realizadas atividades três vezes por semana. As crianças participaram de uma vasta programação de atividades recreativas, esportivas e artístico-culturais, além do reforço escolar e o fornecimento de uma alimentação complementar de alto valor nutritivo. Neste projeto as áreas de saúde e educação tão significativa participação com diversas atividades: • Ações Educativo-Preventivas (noções de higiene corporal e ambiental); • Realização de Consultas Médicas; • Atendimento Médico Odontológico Preventivo; • Orientação nas Tarefas Escolares, com oferecimento de merenda; • Uso da Biblioteca, entre outros. Na tabela a seguir, um demonstrativo das atividades do lazer social no SESI DR-RO (considerando os atendimentos realizados na Ação Global e ações sociais): 1998 1999 2000 2001 2002 20.175 16.990 22.430 21.493 19.550 Fonte: Relatórios Anuais 371 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 PARCEIROS EXTERNOS O SESI Rondônia conta com parceiros que contribuem para que sejam alcançados resultados positivos nas ações desenvolvidas: Instituto Airton Senna/TCO Teleron Celular (até 2002) – desenvolvimento do Programa Largada 2000 Centro Despertar – Programa de Educação de Jovens e Adultos, da alfabetização ao ensino médio, abrangendo os municípios de Guajará-Mirim, Nova Mamoré e respectivos distritos; Secretaria de Estado da Educação – SEDUC – através de diversos programas; SESI/DN – Programa Nacional de Educação do Trabalhador; projetos de Prevenção ao Uso Abusivo de Drogas nas Empresas; Prevenção às DST/ AIDS nas Empresas; Programa Nacional de Odontologia Simplificada – PNOS; Programa Ginástica na Empresa; Programa Largada 2000; Federação Aquática do Estado de Rondônia; Federação de Futsal do Estado de Rondônia; Universidade Federal de Rondônia – UNIR; Faculdade de Ciências Humanas e Letras de Rondônia – FARO; Associação dos Deficientes Físicos de Rondônia – ASDEFRON. PROPOSTAS PARA O FUTURO Considerando a necessidade de inserção no mercado competitivo, onde novos padrões de qualidade e produtividade são fatores determinantes para se obter vantagem competitiva, e tendo em vista da busca da auto-sustentação, o SESI DR-RO se propõe a aceitar os seguintes desafios: • Fortalecimento da visão empresarial; • Intensificação do atendimento às empresas, buscando maior proximidade dos clientes; • Busca do equilíbrio financeiro; • Definição de uma política de Marketing; • Definição de uma política de Recursos Humanos; • Busca de certificação dos produtos e serviços; • Gerenciamento participativo; • Realização de melhoria nas estruturas físicas das unidades; • Ampliação do atendimento na área educacional. 372 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 O IEL - Instituto Euvaldo Lodi O Instituto Euvaldo Lodi – IEL, instituído em 27 de janeiro de 1969 pela CNI – Confederação Nacional da Industria, pelo SESI – Serviço Social da Indústria e pelo SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, entidades criadas e mantidas pela indústria brasileira, tem diretrizes elaboradas de forma a priorizar a competitividade industrial, o desenvolvimento tecnológico, os princípios básicos da qualidade, a integração e complementaridade de ações com a CNI, o SESI e o SENAI e, principalmente, o cumprimento de sua missão institucional de promover o desenvolvimento da indústria por meio da capacitação empresarial e do apoio à pesquisa e à inovação tecnológica. O IEL é uma instituição sem fins lucrativos, com um núcleo central em Brasília – DF e Núcleos Regionais criados gradativamente com a mesma finalidade, filiados às Federações das Indústrias em todos os estados brasileiros. Hoje, o IEL está presente em 26 Estados e no Distrito Federal, onde tem sua sede. IEL – Rondônia O Núcleo Regional de Rondônia do Instituto Euvaldo Lodi, criado em fevereiro de 1989 sob os auspícios da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – FIERO, do Departamento Regional do SESI e da Diretoria Regional do SENAI, é uma sociedade civil de natureza privada, sem fins lucrativos, com sede e foro na cidade de Porto Velho, com um conjunto de ações que têm, entre seus objetivos, o de agente indutor de pesquisa, da inovação tecnológica e da elevação dos padrões de gestão em cooperação com os centros geradores do conhecimento, em conformidade com a filosofia do IEL. As ações do IEL – RO se efetivam por meio de projetos que permitem atender às demandas do segmento produtivo, do ensino de Rondônia e do desenvolvimento regional, entre outras, nas seguintes áreas: 1. - Capacitação Empresarial e Educação Corporativa, em que os principais projetos em desenvolvimento são: - Capacitação Empresarial em Gestão Estratégica, em convênio com o IEL Nacional e o SEBRAE. Curso ministrado pelo corpo docente da UNESC – União das Escolas Superiores de Cacoal, em nível de extensão universitária, para empresários de diversos segmentos industriais, tendo treinado 40 empresários. - Curso de MBA em Finanças, Contabilidade, Auditoria e Legislação Tributária, em convênio com a UNESC, contando com 43 participantes. 373 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 2. - Novos Talentos para a Indústria e o Empreendedorismo. 2.1 - Estágio Supervisionado Para complementação da formação dos jovens estudantes das redes de ensino de segundo e terceiro graus, que hoje apresenta os seguintes números: - Alunos Cadastrados – 8.455 - Empresas Conveniadas – 317 - Instituições de Ensino Conveniadas – 114 - Estagiários Colocados – 1.799 2.2 - BITEC (Bolsa de Iniciação Tecnológica) Este projeto reúne ações e iniciativas voltadas para geração e transferência de conhecimentos e tecnologias inovadoras, a fim de melhorar a competitividade das empresas, especialmente as micros e pequenas, dos ramos de indústria, comércio e serviços. Através do IEL/RO já foram concedidas vinte bolsas e atendidas com desenvolvimento de projetos para melhoria de processos e/ou inovações tecnológicas, o mesmo número de micro e pequenas empresas no Estado. 2.3 - Projeto REUNE – Rede de Ensino Universitário de Empreendedorismo O Projeto pretende inserir no currículo das escolas de ensino superior o ensino de noções de empreendedorismo, e já transferiu a metodologia (oficina do empreendedor) para os primeiros 45 professores de instituições de ensino que aderiram ao Programa do Empreendedor. 3. - Estudos, Pesquisas e Projetos Especiais. Objetiva atender as demandas de interesse do desenvolvimento do Estado e Região, levando em conta as diversidades e especificidades locais. O IEL/RO desenvolveu pesquisas e estudos para diversas instituições do Estado, dentre as quais citam-se: . Pesquisa de imagem e do Potencial Mercadológico do Estado de Rondônia, para o SEBRAE-RO; . Pesquisa de Demanda na Indústria de Rondônia por Capacitação Profissional e Assessoria Técnica – Tecnológica, nos municípios de Ariquemes e Porto Velho, para o SENAI/RO; . Pesquisa sobre as “Potencialidades Turísticas no Estado de Rondônia”, para o SEBRAE-RO; . Pesquisa de Marketing – realizada junto às empresas industriais usuárias e não-usuárias dos serviços do SESI, nos municípios onde há unidades ativas, para o SESI/RO; . Pesquisa de Demanda por Capacitação Empresarial – realizada 374 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 nos municípios de Porto Velho e Cacoal para definição das ações do IEL/RO. 4. - Capacitação e Geração de Renda Destina-se ao atendimento da população em situação socioeconômica desprotegida e sem oportunidades de trabalho e/ou geração de renda. Temse desenvolvido através de convênios com instituições oficiais, e, realizados dois projetos, um com a SEMAC – Secretaria Municipal de Ação Comunitária, em Porto Velho, e outro com a FASER – Fundação de Assistência Social do Estado de Rondônia, em Ariquemes, ambos atendendo a população habitante dos bairros periféricos, tendo sido atendidas 428 (quatrocentos e vinte e oito) famílias de baixa renda do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI. Seu desenvolvimento é baseado em quatro vertentes: nível básico (nivelamento no ensino fundamental); nível avançado (amplitude das capacidades pessoais com vistas à inserção no ensino médio); capacitação técnico-profissional (qualificação profissional específica e adequada) e formação gerencial básica (competência para atividades de geração de renda e/ou inserção no mercado de trabalho). ***** 375 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE / Rondônia 1 – O SEBRAE C riado na década de 1970 com a denominação de Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa – CEBRAE, já nasceu como uma entidade autônoma, desvinculada do Governo Federal, mas concebida em harmonia com as confederações representativas das forças produtivas nacionais. A mudança de denominação para SEBRAE acompanhou a evolução do país e a necessidade de se aperfeiçoarem as ferramentas em prol do desenvolvimento empresarial brasileiro. Assim, toda a estrutura da entidade e o seu quadro funcional partiram para ações voltadas a um novo comportamento gerencial, desenvolvendo o empreendedorismo e se inserindo no incentivo à prática da responsabilidade social. A participação positiva das micro e pequenas empresas no desenvolvimento do país ainda não atingiu o seu potencial ideal de contribuição devido ao ambiente hostil que encontra, ambiente este representado pelas taxas de juros elevadas, legislação complexa e um emaranhado burocrático e tributário. O processo de redirecionamento estratégico do SEBRAE busca, justamente, ampliar o seu foco de atuação no desenvolvimento das micro e pequenas empresas, vinculando-o a questões maiores como a eliminação das desigualdades e a criação de uma sociedade melhor para todos. Este é o desafio que o SEBRAE aceitou. 2 – SEBRAE – Rondônia A história da entidade no Estado foi iniciada em 27 de novembro de 1980, com o nome de CEAG-RO – Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa de Rondônia. Juridicamente era uma sociedade civil, sem finalidades lucrativas e seguindo as diretrizes do CEBRAE nacional, mas sofrendo interferência direta do governo estadual local. Esta realidade foi modificada a partir da sanção da Lei 8.029 de 12 de abril de 1990, alterada em outubro do mesmo ano, que deu ao SEBRAE uma composição paritária, com a formação de um Conselho Deliberativo formado por representantes da iniciativa privada e do setor público, cuja parceria visa 377 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 sintonizar as ações que buscam estimular e promover empresas de pequeno porte com a política nacional de desenvolvimento econômico e social do País. 3 – ATUAÇÂO O SEBRAE-RO tem orientado suas ações no sentido de priorizar o desenvolvimento local integrado e sustentável, entendendo que a implementação desta prioridade, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida à população pelo alcance da liberdade, também contribui para o crescimento econômico porque possibilita a geração de novos postos de trabalho, a criação de empresas e a longevidade das empresas existentes. Com o aumento das desigualdades em nível planetário, atribuído à globalização, o SEBRAE vem desenvolvendo seu trabalho buscando o aprimoramento da capacidade empreendedora não só dos empresários, mas também das iniciativas que proporcionaram incremento no capital humano. Ao verificar que o crescimento econômico observado na abertura de mercados internacionais não significa um correspondente crescimento do desenvolvimento social e que não basta apenas tomar uma posição crítica em relação à globalização, o SEBRAE tem proposto alternativas para que se encontrem oportunidades de negócios que aconteçam em bases possíveis nos diferentes nichos de mercado, sem criar expectativas de confronto com a realidade. Em seu conjunto de ações, o SEBRAE desenvolve atividades de capacitação e gestão do conhecimento, aprimorando as potencialidades do mercado interno, com alternativas para que os segmentos empresariais possam atingir consumidores no mercado internacional, especialmente aquele representado pelos países andinos, geograficamente mais próximos de nós. Com sua sede localizada em Porto Velho e escritórios regionais instalados em Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno, Vilhena e Guajará-Mirim, o SEBRAE-RO atua nos 52 municípios, através dos seguintes programas e ações: • Unidade de Orientação Empresarial – onde são fornecidas informações e orientações indispensáveis para a implantação, ampliação e consolidação de empresas, auxiliando na tomada de decisões, com as seguintes ferramentas: – Balcão SEBRAE e Balcão SEBRAE Itinerante; – Centro de Documentação e Informação – CDI; – Crédito Orientado; – Central Fácil; – Pesquisa, estudos técnicos e difusão de trabalhos de interes378 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 se empresarial. • Unidade de Inovação e Acesso à Tecnologia – tem como objetivo incentivar a geração e adaptação de tecnologias adequadas aos pequenos negócios e proporcionar acessos às tecnologias disponíveis, através de cursos, palestras, seminários, workshops, consultorias tecnológicas; apoiar a implantação de incubadoras de empresas e núcleos de design; negociar e articular com instituições que venham a desenvolver tecnologias apropriadas para as micros e pequenas empresas. Programas: – Programa de Consultoria Tecnológica – SEBRAETEC; – Programa Alimentos Seguros – PAS; – Programa de Eficiência Energética; – Programa Via Design; – Programa de Gestão Ambiental. • Unidade de Educação e Desenvolvimento de Cultura Empreendedora –oferece cursos para o aprimoramento empresarial do empreendedor em vários níveis: Básico – Busca de Recursos; Despertando para o Associativismo; A Escolha de um Sócio; Aprender a Empreender; Intermediário – Análise de Mercado; Iniciando um Pequeno Negócio; Iniciando um Pequeno Grande Negócio Agroindustrial; Liderar; Líder Cidadão; Saber Empreender; Formação de Preços; Controles Financeiros; Análise e Planejamento Financeiro; Contabilidade na Prática; Gestão de Pessoas; Desenvolvimento de Equipes; Gestão e Técnicas de Produção; Logística; Eficiência Energética para Micro e Pequenas Empresas; Técnicas de Vendas; Atendimento ao Cliente; Como Vender Mais e Melhor 1 e 2; Praticando o Associativismo; Gestão de Qualidade – Princípios, Pessoas, Processos, Auditorias Internas; Planejamento Estratégico; De Olho na Qualidade; Técnicas para Negociações. Avançado – Como Vender Mais e Melhor 3; Gestão da Qualidade: os requisitos ISO 9001; Empretec. Outros Treinamentos – Administração de Departamento de Pessoal; Cálculo Trabalhista e Previdenciário; Legislação Trabalhista; Planejamento, Elaboração e Avaliação de Projetos; Licitações e Contratos; Relações Humanas e Interpessoais. • Unidades de Apoio à Comercialização – promove a organização e a participação de micro e pequenas empresas como expositoras em feiras, exposições e eventos, com o objetivo de mostrar seus 379 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 produtos e serviços no Brasil e no Exterior, visando a realização de negócios e o intercâmbio comercial. Projeto Feiras; Feiras Regionais (público-alvo: indústria, comércio, serviços, artesanato, agronegócio e turismo) – FIRON – Porto Velho; Mostra Multisetorial – Ji-Paraná; Feira Multisetorial – Ariquemes; Feira Multisetorial – Guajará-Mirim; Feiras Nacionais; Projeto Caravana e Missões. • Unidades de Desenvolvimento Setorial Local – visa preservar e fortalecer aspectos históricos e culturais dos povos tradicionais não-indígenas, assim como difundi-los à sociedade em geral. Programas: Programa Cadeia Produtiva Agroindustrial do Leite – em todo o Estado, dividido em sete microrregiões: Ji-Paraná, Ariquemes, Porto Velho, Cacoal, Alvorada do Oeste, Colorado do oeste e Vilhena. Programa Desenvolvimento Local “Cai N’Água” – em Porto Velho, bairros: Arigolândia, Baixa da União, Triângulo, São Sebastião I e II, Nacional e Panair; Programa Expansão e Desenvolvimento da Piscicultura na Região Central de Rondônia – em Pimenta Bueno, São Felipe, Primavera, Rolim de Oura, Santa Luzia do Oeste, Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Nova Brasilândia do Oeste, Novo Horizonte do Oeste e Espigão do Oeste; Programa Sustentabilidade Rural da Cadeia da Fruta do Entorno de Porto Velho – na Capital, glebas: Graça, Viçosa, Colônia dos Japoneses, Belmont e Progresso; Programa de Artesanato Indígena e Madeira – em Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Guajará-Mirim; Programa de Artesanato Couro Vegetal, Borracha e Cestaria – em Machadinho do Oeste e Costa Marques; Programa Setorial Integrado – PSI Madereiro/Moveleiro – em Porto Velho, Santa Luzia do Oeste, Rolim de moura, Pimenta Bueno e Ji-Paraná; Programa Empreender – em Porto Velho, Guajará-Mirim, Itapoã do Oeste, Alto Paraíso, Buritis, Monte Negro, Cujubim, Ariquemes, Machadinho, Vale do Anari, Theobroma, Jaru, Ouro Preto do Oeste, Mirante da Serra, Ji-Paraná, Alvorada do Oeste, São Miguel do Guaporé, Ministro Andreazza, Pre380 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 sidente Médici, Cacoal, Rolim de Moura, Novo Horizonte do Oeste, Alta Floresta do Oeste, Santa Luzia do Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Espigão do Oeste, Pimenta Bueno, Cerejeiras, Colorado do Oeste e Vilhena. Programa Turismo Cultural – em Pimenta Bueno, Primavera de Rondônia, São Felipe do Oeste, Cacoal e Rolim de Moura. Programa SEBRAE Desenvolvimento Local – PSDL – em Theobroma, Vale do Paraíso, Mirante da Serra, Nova União, Urupá, Teixeirópolis, Presidente Médici, Santa Luzia do Oeste, Alvorada do Oeste, São Miguel do Guaporé, Nova Brasilândia do Oeste, São Francisco do Guaporé, Seringueiras e Costa Marques. Programa Desenvolvimento Regional – em Castanheiras, Primavera de Rondônia, Novo Horizonte do Oeste, Pimenteiras do Oeste, São Felipe do Oeste, Corumbiara, Colorado do Oeste, Cabixi, Cerejeiras, Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre dos Parecis. Outros Programas: Prefeito Empreendedor – O Prêmio “Governador Mário Covas” para o Prefeito Empreendedor foi criado pelo SEBRAE Nacional em 2001 para homenagear os prefeitos municipais que realizam ações inovadoras visando o fortalecimento dos pequenos negócios e da cultura empreendedora em seus municípios. Fórum Rondoniense da Micro e Pequena Empresa – Tem o objetivo de promover a construção de um ambiente favorável para o fortalecimento dos pequenos negócios no Estado de Rondônia. 4 – PROPOSTAS PARA O FUTURO O objetivo do SEBRAE Rondônia, enquanto agente de desenvolvimento, é continuar atuando como agente catalisador de ações, projetos e programas, atuando como elemento de integração entre os poderes públicos, o mercado e a sociedade. A expectativa em torno do SEBRAE é a transformação da realidade de nosso país, com melhoria nos indicadores socioeconômicos e maior conscientização das populações no que concerne à cidadania e participação social, rumo a uma sociedade mais justa e equitativa. ***** 381 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ANEXOS 383 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ANEXO AO CAPÍTULO 4 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Tabela 1 – Dívida Flutuante do Estado de Rondônia - 1998 Saldo anterior 353.092.455,72 (+) Inscrição no exercício 302.857.947,21 ( - ) Baixa no exercício (pago) 264.773.812,53 (=) Saldo para o exercício seguinte 391.176.590,40 Fonte: Balanço do Estado Tabela 2 – Dívida Fundada do Estado de Rondônia - 1998 Saldo anterior 1.423.976.408,81 (+) Correção Monetária 151.649.113,89 ( - ) Amortização da dívida interna 65.626.190,23 (=) Saldo para o exercício seguinte 1.509.999.332,47 Fonte: Balanço do Estado Tabela 3 – Dívida Interna Referente ao Beron - 2002 Valor Inicial 77/88 549.199.751,70 Saldo Devedor em 31.12.2000 876.802.468,85 (+) Ajuste no exercício/2001 97.836.316,34 (=) Total da Dívida em 2001 974.638.785,19 ( - ) Amortização no exercício 14.050.881,68 (=) Saldo Devedor 960.587.903,51 Fonte: Balanço do Estado Tabela 4 – Evolução da Receita e da Despesa RECEITA 1999 2000 2001 Receita Realizada 860.191.819,06 1.124.913.671,10 1.265.245.989,50 Despesa Realizada 880.839.726,28 1.149.359.760,99 1.300.525.270,53 Déficit/Superávit (20.647.907,22) (24.446.089,89) (35.279.281,03) Receita Corrente 746.332.866,44 1.080.676.499,04 1.233.300.973,04 Despesa Corrente 805.804.112,44 979.144.083,24 1.083.257.678,71 Déficit/Superávit (59.471.246,00) 101.532.415,20 150.043.294,33 Receita de Capital 113.858.952,62 44.237.172,06 31.945.016,46 75.035.613,84 170.751.633,32 217.267.592,14 (38.823.338,78) (126.514.461,26) (185.322.575,68) Despesa de Capital Déficit/Superávit Fonte: Balanço do Estado 385 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 5 – Quadro de Evolução da Receita por Especificação RECEITA Tributária Contribuições Patrimonial Serviços Transações Correntes Outras Receitas Correntes Subtotal Corrente Oper. Créditos Alienação de Bens Amortização de Empréstimo Transferências de Capital Outras Receitas Subtotal Capital TOTAL GERAL 1999 394.692.100,39 12.070.599,86 3.999.766,17 3.628.207,22 328.688.760,58 3.253.432,22 746.332.866,44 11.609.473,00 18.000.00,00 0 84.235.345,90 14.133,72 113.858.952,62 860.191.819,06 2000 541.686.579,00 11.756.128,16 5.673.336,53 18.862.886,35 497.883.135,30 3.813.333,70 1.080.676.499,04 1.600.900,00 22.711.485,88 115.176,86 19.773.074,34 36.534,98 44.237.172,06 1.124.913.671,10 2001 579.578.397,51 44.943.698,92 11.898.208,01 22.644.777,36 564.707.002,45 9.437.888,79 1.233.300.973,04 0 7.324.283,53 0 24.594.041,22 26.691,71 31.945.016,46 1.265.245.989,50 Fonte: Balanço do Estado Tabela 6 – Quadro de Evolução da Despesa por Especificação CATEGORIA ECONÔMICA TOTAL DESPESA CORRENTE Desp. Custeio Pessoal e Encargos Mat. Consumo Serv. Terceiros Out. Custeios Juros e Enc. Dívida Transf. Correntes Transf. Intragovernamentais Transf. União Transf. Municípios Transf. Instituições DESPESA CAPITAL Investimento Transf. Intragovernamentais Transf. União Transf. Municípios Transf. Instituições Transf ao Exterior Obras e Instalações Equip.Mat. Permanente Aquis. Imóveis Sentenças Judiciárias Inversões Financeiras Amortização da Dívida Fonte: Balanço do Estado 386 1999 880.839.726,28 805.804.112,44 624.926.613,91 522.828.623,44 24.078.666,54 54.680.546,69 23.338.777,24 51.301.176,91 129.576.321,62 16.445.486,41 0 96.264.689,91 16.866.145,30 75.035.613,84 42.167.078,97 761.425,94 0 1.046.179,50 45.130,00 0 27.063.251,71 10.550.932,84 0 1.073.894,74 4.586.573,12 28.281.960,75 2000 2001 1.149.895.716,46 979.144.083,24 705.168.740,40 553.583.050,68 31.181.488,29 82.738.698,89 37.665.502,54 73.186.918,09 200.788.424,75 30.363.352,96 500.580,21 140.533.530,84 29.390.960,74 170.751.633,22 107.215.677,75 2.567.485,72 230.600,00 1.301.827,37 1.182.832,46 3.810.742,18 68.385.451,92 19.870.327,40 170.000,00 1.182.832,46 5.508.274,26 58.027.681,21 1.300.525.270,53 1.083.257.678,39 790.221.616,71 564.349.884,25 45.928.566,67 89.419.805,39 90.523.360,40 74.947.557,37 218.088.504,51 32.952.601,33 190.256,81 152.455.548,88 32.490.097,49 217.267.592,14 144.858.949,17 300.000,00 150.000,00 8.826.014,44 2.452.399,62 3.050.628,04 97.312.035,18 29.649.936,02 294.997,68 196.728,91 6.782.452,74 65.626.190,23 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ANEXO AO CAPÍTULO 8 ENERGIA ELÉTRICA Tabela 1 - Evolução do Consumo de Energia por Classe de Consumidor (MW.h) - 1996-2002 Classe Residencial 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 387.928 419.614 452.714 492.399 476.787 473.806 495.081 2,8 % 13,4 % Industrial TxMéd. 85.861 92.779 108.411 116.672 141.051 163.138 182.662 202.929 221.768 239.209 243.941 252.609 257.541 272.862 5,0 % Rural 26.098 34.439 45.203 61.759 56.558 67.558 82.223 21,0 % Poder Púb. 66.979 74.983 71.585 73.298 67.389 71.149 88.453 4,7 % Outros (*) 58.270 57.304 59.222 57.946 64.051 65.322 71.825 3,5 % 828.065 900.887 976.344 1.048.014 1.058.445 1.098.514 1.193.106 4,8 % Comercial Total Fonte: CERON (*) inclui: iluminação pública, serviço público e consumo próprio. Tabela 2 - Evolução do Número de Consumidores - Anos 1996/2002, por Classe Classe Dez/96 Residencial Industrial Comercial Rural Poder Público Outros (*) Total 179.886 1.978 23.986 13.091 2.008 277 221.226 Participação % em 1996 81,3 0,9 10,8 5,9 0,9 0,1 100,0 Dez/02 242.598 2.318 26.409 46.011 2.480 359 320.175 Participação % em2002 75,8 0,7 8,2 14,4 0,8 0,1 100,0 Increm. 96/02 72.586 495 3.515 36.576 552 109 113.833 Taxa Anual 5,1 % 2,6 % 1,6 % 23,3 % 3,6 % 4,4 % 6,3 % Fonte: CERON (*) inclui: iluminação pública, serviço público e consumo próprio. Tabela 3 - Energia Requerida ao Sistema - 2001/2002 Supridor 2001 – MWh Sistema Eletronorte Geração Térmica Geração Hídrica Ceron Geração Térmica Geração Hídrica PIE Guascor PIE Rovema PIE - PCHs Total 2002 – MWh 1.318.436 520.807 797.629 42.292 37.457 4.835 164.461 23.546 172.115 1.720.850 Acresc. % 1.458.219 821.063 637.156 60.185 48.155 12.030 148.978 23.642 180.742 1.871.766 2002 – % 10,6 42,3 28,6 148,8 (9,4) 0,4 5,0 8,7 77,9 3,2 2,6 0,6 8,0 1,2 9,7 100,0 Fonte: CERON Tabela 4 - Evolução do Mercado de Energia (%) Sistema Rondônia Norte isolado (*) Brasil (*) 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 9,4 7,1 6,0 8,8 5,7 6,5 8,4 3,3 4,4 7,1 -1,4 2,2 1,2 6,4 4,6 3,8 2,8 -7,7 8,6 7,2 2,5 Fonte: Ceron e (*) Eletrobrás/GTEA 387 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 5 - Quadro de PCHs instaladas em Rondônia PCH Município Potência KW Castaman Cabixi I Cabixi II Cachoeira Colorado d’Oeste Vilhena Vilhena Vilhena Rio Vermelho Operação 4.330 2.400 3.000 10.000 Mai/92 Jan/95 Ago/02 Mar/97 Vilhena 2.600 Jan/87 Cassol Alta Floresta Monte Belo Alta Floresta Alta Floresta Alta Floresta 3.200 5.000 4.000 Jun/93 Nov/98 Fev/01 Ruttmann Cabixi 630 Fev/95 Altoé I Altoé II TOTAL Parecis Parecis 480 1.170 36.810 Jul/99 Nov/01 Localidades Atendidas Alto Guarajus Cabixi Cerejeiras Colorado d’Oeste Corumbiara Estrela d’Oeste Pimenteiras Planalto S. Luis Vilhena Vitória da União Alta Floresta (*) Chupinguaia, Rio do Ouro e Boa Esperança Parecis (*) Parecis (*) Fonte: CERON (*) Interligadas ao sistema hidro-térmico da Eletronorte Tabela 6 - Mercado de Energia em Rondônia - 2002 Classe de Consumo Residencial Comercial Industrial Rural P.Público Outros (*) Geral Consumo MWh 495.081 272.862 182.662 82.223 88.453 71.825 1.193.106 Participação % 41,5 22,9 15,3 6,9 7,4 6,0 100,0 Consumidor Nº 242.598 26.409 2.318 46.011 2.480 359 320.175 Participação % 75,8 8,2 0,7 14,4 0,8 0,1 100,0 Média/Mês KWh/Consumo 170 861 6.567 148 2.972 16.672 310 Fonte: CERON (*) inclui: iluminação pública, serviço público e consumo próprio. Gráfico 7 - DEMANDA REQUERIDA x CAPACIDADE INSTALADA NO SISTEMA RONDÔNIA/ACRE 388 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 8 - Tarifas Médias de Energia - R$ / MWh Região Max Rondônia Norte Nordeste Centro-Oeste Sul Sudeste Brasil 241,43 241,43 225,52 237,10 264,14 315,94 315,94 Residencial Med 241,43 214,02 212,34 228,75 236,27 270,12 232,30 Min 241,43 181,16 197,71 216,62 219,49 238,70 181,16 Demais Classes Med Max 242,90 247,48 226,47 263,09 263,76 303,92 303,92 242,90 224,21 215,49 238,34 230,84 263,36 234,45 Min 242,90 193,55 206,89 214,23 205,27 231,29 193,55 Fonte: CERON / ANEEL Tabela 9- Tarifas Convencionais - R$ / MWh (sem ICMS) Concessionárias Residencial CERJ (RJ) – (Resol. 800 de 27/12/02) LIGHT (RJ) – (Resol. 613 de 06/11/02) BANDEIRANTE – (Resol. 571 de 22/10/02) CEEE (RS) – (Resol. 400 de 24/10/02) ELEKTRO – (Resol. 452 de 26/08/02) ESCELSA (SC) – (Resol. 415 de 06/08/02) CPFL (SP) – (Resol. 185 de 04/04/02) ELETROPAULO (SP) – (Resol. 374 de 03/07/02) CERON (RO) – (Resol. 664 de 28/11/02) CEMIG (MG) – (Resol. 176 de 04/04/02) CEMAT - INTERL (MT) – (Resol. 180 de 04/04/02) AES (RS) – (Resol.209 de 17/04/02) CELPA (PA) – (Resol. 418 de 25/08/02) CEB (DF) – (Resol. 441 de 22/08/02) RGE (RS) – (Resol. 207 de 17/04/02) CELG (GO) – (Resol. 509 de 11/09/02) CEMAT - ISOLADO (MT) – (Resol. 181 de 04/04/02) CELTINS (TO) – (Resol. 370 de 03/07/02) CELESC (SC) – (Resol. 421 de 06/08/02) MANAUS ENERGIA (AM) – (Resol. 595 de 30/10/02) COELCE (CE) – (Resol. 218 de 18/04/02) CEMAR (MA) – (Resol. 471 de 27/08/02) ENERSUL - INTERL – (Resol. 177 de 04/04/02) CEAL (AL) – (Resol. 467 de 27/08/02) ELETROACRE (AC) – (Resol. 663 de 28/11/02) COPEL DIST. (PR) – (Resol. 336 de 20/06/02) COSERN (RN) – (Resol. 214 de 18/04/02) ENERSUL - ISOLADO – (Resol. 178 de 04/04/02) COELBA (BA) – (Resol. 216 de 18/04/02) ENERGIPE (SE) – (Resol. 221 de 27/08/02) CEAM (AM) – (Resol. 594 de 30/10/02) SAELPA – (Resol. 469 de 25/08/02) BOA VISTA ENERGIA – (Resol. 598 de 30/10/02) CEPISA (PI) – (Resol. 475 de 27/08/02) CELPE (PE) – (Resol. 152 de 27/03/02) CEA (AP) – (Resol. 658 de 29/11/02) CER (RR) – (Resol. 597 de 30/10/02) 315,94 302,01 275,21 264,14 263,36 263,08 255,96 246,72 241,43 238,70 237,10 236,36 236,31 234,90 232,78 230,56 230,42 229,32 228,59 227,07 225,52 222,92 222,90 221,45 220,18 219,49 217,52 216,62 216,38 212,47 207,41 207,10 200,23 197,71 189,98 183,09 181,16 Demais 303,92 285,54 286,56 263,76 259,49 249,51 231,29 256,90 242,90 233,66 263,09 236,02 247,48 236,70 232,46 241,04 243,83 240,38 216,70 242,21 222,41 208,45 231,15 219,18 227,84 205,27 228,19 214,23 226,47 222,91 223,71 211,64 213,57 206,89 193,27 193,55 186,26 Fonte: CERON / ANEEL ***** 389 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ANEXO AO CAPÍTULO 9 INFRA-ESTRUTURA URBANA Tabela 1 - Domicílios particulares permanentes urbanos, total e sua respectiva distribuição percentual, por tipo de abastecimento de água, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas – 2001 Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas Brasil Norte Total 39 613 032 2 263 971 Rondônia 239 945 Acre 95 165 Amazonas 494 092 Roraima 64 360 Pará 1 015 100 Região Metropolitana de Belém 436 641 Amapá 126 035 Tocantins 214 378 Nordeste 8 706 711 Maranhão 874 174 Piauí 443 469 Ceará 1 421 127 Região Metropolitana de Fortaleza 750 188 Rio Grande do Norte 550 031 Paraíba 672 328 Pernambuco 1 561 235 Região Metropolitana de Recife 884 076 Alagoas 477 148 Sergipe 389 116 Bahia 2 318 083 Região Metropolitana de Salvador 829 344 Sudeste 19 527 302 Minas Gerais 4 247 654 Região Metropolitana de B.H. 1 230 970 Espírito Santo 721 541 Rio de Janeiro 4 332 186 Região Metropolitana do R.J. 3 401 828 São Paulo 10 225 921 Região Metropolitana de S.P. 4 951 425 Sul 6 222 740 Paraná 2 329 278 Região Metropolitana de Curitiba 738 541 Santa Catarina 1 306 739 Rio Grande do Sul 2 586 723 Região Metropolitana de P.Alegre 1 134 363 Centro-Oeste 2 907 204 Mato Grosso do Sul 517 301 Mato Grosso 554 079 Goiás 1 283 543 Distrito Federal 552 281 Fonte: Pesquisa nacional por amostra de domicílios 390 Domicílios particulares permanentes urbanos Tipo de abastecimento de água (%) Com canalização interna Sem canalização interna Rede Poço ou Rede Poço ou geral nascente geral nascente 88,5 4,7 2,9 1,9 55,9 17,3 7,8 13,0 40,5 38,2 3,2 16,5 40,4 21,7 15,2 15,3 71,1 6,3 4,3 7,2 86,7 0,0 12,0 0,8 45,4 22,3 8,6 17,2 61,0 21,3 3,2 10,8 71,0 9,5 1,9 17,2 75,6 4,7 15,1 2,9 80,8 3,1 7,0 3,2 61,8 6,5 14,3 9,6 76,3 1,7 11,9 1,8 78,7 4,5 4,3 4,0 81,3 5,4 4,1 4,2 89,1 0,2 5,4 0,2 86,0 1,9 3,6 4,9 84,1 3,3 4,7 1,9 86,0 4,8 4,2 2,0 77,4 8,8 5,7 2,3 90,4 1,6 2,3 2,8 83,5 1,3 8,9 1,8 94,7 0,3 2,5 0,6 95,3 2,8 1,1 0,4 95,6 1,4 2,3 0,2 98,3 0,6 0,8 0,1 95,4 1,5 2,4 0,1 87,9 8,8 1,2 1,3 90,9 6,1 1,2 1,1 98,2 0,9 0,5 0,2 98,4 0,8 0,3 0,2 93,2 4,9 0,9 0,4 96,0 1,8 0,9 0,7 96,0 1,8 0,5 0,6 89,6 9,8 0,3 0,2 92,6 5,2 1,4 0,2 90,8 7,2 1,2 0,1 81,7 12,2 3,5 2,2 87,7 7,4 3,5 1,3 73,3 14,4 6,6 4,7 79,1 15,8 2,9 1,9 90,7 6,1 1,6 1,1 2001: microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2002 Outro 1,9 5,8 0,7 7,0 10,9 0,5 6,4 3,5 0,4 1,6 5,8 7,8 8,4 8,2 4,8 5,1 3,6 5,8 2,9 5,8 2,9 4,6 1,8 0,3 0,5 0,1 0,5 0,4 0,4 0,2 0,3 0,4 0,3 0,1 0,2 0,6 0,6 0,4 0,2 1,0 0,3 0,4 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 2 - Domicílios particulares permanentes urbanos, total e sua respectiva distribuição percentual, por tipo de esgotamento sanitário, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas – 2001 Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas Brasil Norte Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Região Metropolitana de Belém Amapá Tocantins Domicílios particulares permanentes urbanos Tipo de esgotamento sanitário (%) Fossa Fossa Outro e séptica rudimentar não tinha Total Rede coletora 39 613 032 52,8 23,0 17,5 6,6 2 263 971 5,8 47,0 35,8 11,3 239 945 1,8 56,1 36,5 5,5 95 165 18,2 32,1 14,0 35,7 494 092 7,2 49,1 28,1 15,5 64 360 9,1 75,5 8,3 7,2 1 015 100 5,8 49,2 34,6 10,2 436 641 13,0 62,4 13,5 10,7 126 035 1,0 59,2 36,7 3,1 214 378 3,2 14,7 73,4 8,5 8 706 711 29,9 26,8 30,4 12,6 Maranhão 874 174 11,0 40,2 19,3 29,4 Piauí 443 469 4,4 63,2 13,2 19,2 1 421 127 21,3 26,1 41,5 10,9 750 188 34,3 31,0 27,1 7,3 Rio Grande do Norte 550 031 15,8 52,5 28,0 3,7 Paraíba 672 328 41,3 17,8 33,5 7,2 1 561 235 36,5 15,4 35,5 11,9 Nordeste Ceará Região Metropolitana de Fortaleza Pernambuco 884 076 31,4 22,7 33,8 10,9 Alagoas Região Metropolitana de Recife 477 148 10,5 25,8 54,3 9,1 Sergipe 389 116 39,8 40,9 12,2 6,9 2 318 083 45,2 17,1 25,4 11,9 Bahia Região Metropolitana de Salvador 829 344 61,5 17,7 9,2 11,2 19 527 302 79,0 11,1 5,0 4,8 4 247 654 83,4 1,4 9,8 5,3 1 230 970 81,7 1,3 11,3 5,6 Espírito Santo 721 541 55,3 19,0 15,0 10,6 Rio de Janeiro 4 332 186 57,9 30,7 3,7 7,5 3 401 828 57,0 33,7 2,0 7,0 10 225 921 87,7 6,3 2,8 3,0 4 951 425 82,9 8,4 3,6 4,7 6 222 740 27,6 50,5 18,1 3,8 2 329 278 50,4 16,7 29,7 3,0 738 541 65,3 27,0 4,3 3,4 Santa Catarina 1 306 739 14,0 75,5 5,9 4,6 Rio Grande do Sul 2 586 723 13,8 68,3 13,8 4,0 1 134 363 14,8 78,0 3,6 3,6 2 907 204 35,4 14,5 47,1 2,7 Mato Grosso do Sul 517 301 9,6 14,6 73,5 2,3 Mato Grosso 554 079 9,5 38,1 48,2 3,9 1 283 543 35,1 7,0 54,4 3,2 Sudeste Minas Gerais Região Metropolitana de B.H. Região Metropolitana do R.J. São Paulo Região Metropolitana de S.P. Sul Paraná Região Metropolitana de Curitiba Região Metropolitana de P.Alegre Centro-Oeste Goiás Distrito Federal 552 281 86,5 8,1 4,5 Fonte: Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2001: microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2002 1,0 391 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 3 - Domicílios particulares permanentes urbanos, total e sua respectiva distribuição percentual, por destino do lixo, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas – 2001 Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas Domicílios particulares permanentes urbanos Destino do lixo (%) Coletado Queimado indiretamente ou enterrado Total Coletado diretamente 39 613 032 86,6 8,3 3,0 2,1 2 263 971 70,4 14,9 10,2 4,5 239 945 82,2 3,3 12,4 2,0 95 165 37,5 40,0 12,2 10,3 494 092 64,5 25,2 6,0 4,2 64 360 93,1 0,8 5,6 0,5 1 015 100 66,0 14,7 13,8 5,5 436 641 74,0 20,3 3,2 2,5 Amapá 126 035 92,1 2,3 3,7 1,9 Tocantins 214 378 85,4 6,5 4,8 3,2 8 706 711 75,1 13,3 5,7 5,9 874 174 63,9 4,7 21,1 10,4 Brasil Norte Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Região Metropolitana de Belém Nordeste Maranhão Piauí Outro 443 469 66,6 10,5 14,9 8,0 1 421 127 73,5 12,8 5,4 8,2 750 188 84,3 8,8 3,1 3,8 Rio Grande do Norte 550 031 92,7 4,0 1,7 1,6 Paraíba 672 328 85,0 5,9 3,7 5,4 1 561 235 81,0 10,4 2,7 5,9 884 076 80,9 11,4 2,2 5,5 Alagoas 477 148 89,3 5,8 0,9 4,0 Sergipe 389 116 84,8 8,8 3,7 2,7 2 318 083 66,3 26,0 3,1 4,6 829 344 54,3 42,1 1,0 2,6 19 527 302 91,2 6,6 1,4 0,8 4 247 654 90,2 5,3 3,0 1,5 1 230 970 91,3 4,9 2,4 1,4 Espírito Santo 721 541 84,0 9,5 4,1 2,4 Rio de Janeiro 4 332 186 85,0 12,0 1,9 1,0 3 401 828 86,2 10,8 1,7 1,3 10 225 921 94,8 4,6 0,3 0,3 4 951 425 93,3 6,3 0,1 0,4 6 222 740 93,1 5,1 1,5 0,4 2 329 278 90,7 7,2 1,8 0,4 738 541 93,3 6,2 0,4 0,0 Santa Catarina 1 306 739 92,2 6,3 1,4 0,1 Rio Grande do Sul 2 586 723 95,6 2,6 1,3 0,5 1 134 363 96,8 2,4 0,4 0,3 2 907 204 89,0 6,7 2,9 1,4 Mato Grosso do Sul 517 301 92,8 3,1 2,9 1,2 Mato Grosso 554 079 82,5 7,3 7,2 3,0 1 283 543 88,7 8,0 2,0 1,4 Ceará Região Metropolitana de Fortaleza Pernambuco Região Metropolitana de Recife Bahia Região Metropolitana de Salvador Sudeste Minas Gerais Região Metropolitana de B.H. Região Metropolitana do R.J. São Paulo Região Metropolitana de S.P. Sul Paraná Região Metropolitana de Curitiba Região Metropolitana de P.Alegre Centro-Oeste Goiás Distrito Federal 552 281 92,9 6,3 0,6 Fonte: Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2001: microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2002 392 0,3 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 4 - Domicílios particulares permanentes urbanos, total e proporção dos domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário adequado e lixo coletado, por classes de rendimento médio mensal domiciliar per capita em salário mínimo, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas - 2001 Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas Brasil Norte Total (1) 39 613 032 2 263 971 Rondônia 239 945 Acre 95 165 Amazonas 494 092 Roraima 64 360 Pará 1 015 100 Região Metropolitana de Belém 436 641 Amapá 126 035 Tocantins 214 378 Nordeste 8 706 711 Maranhão 874 174 Piauí 443 469 Ceará 1 421 127 Região Metropolitana de Fortaleza 750 188 Rio Grande do Norte 550 031 Paraíba 672 328 Pernambuco 1 561 235 Região Metropolitana de Recife 884 076 Alagoas 477 148 Sergipe 389 116 Bahia 2 318 083 Região Metropolitana de Salvador 829 344 Sudeste 19 527 302 Minas Gerais 4 247 654 Região Metropolitana de B.H. 1 230 970 Espírito Santo 721 541 Rio de Janeiro 4 332 186 Região Metropolitana do R.J. 3 401 828 São Paulo 10 225 921 Região Metropolitana de S.P. 4 951 425 Sul 6 222 740 Paraná 2 329 278 Região Metropolitana de Curitiba 738 541 Santa Catarina 1 306 739 Rio Grande do Sul 2 586 723 Região Metropolitana de P. Alegre 1 134 363 Centro-Oeste 2 907 204 Mato Grosso do Sul 517 301 Mato Grosso 554 079 Goiás 1 283 543 Distrito Federal 552 281 Fonte: Pesquisa nacional por amostra de domicílios Domicílios particulares permanentes urbanos Com abastecimento de água e esgotamento sanitário adequado e lixo coletado Classes de rendimento médio mensal domiciliar per capita em salario minímo (%) Total (%) de Mais de Mais de Mais de Mais de Até 1/2 Mais 1/2 a 1 1 a 2 2a3 3a5 5 62,2 38,2 53,4 66,8 75,7 81,0 86,1 11,3 7,0 8,6 11,7 15,9 24,9 30,0 2,7 1,8 1,4 1,4 5,7 10,0 9,1 24,5 12,8 19,2 31,6 26,9 44,2 40,7 11,3 6,7 9,9 14,6 12,9 24,7 17,4 14,9 13,4 11,8 9,8 21,9 29,1 23,5 13,5 7,8 10,5 14,1 21,8 32,2 44,4 28,4 18,1 22,9 26,8 42,6 53,6 62,7 5,4 0,0 1,9 2,8 6,8 7,7 39,4 7,3 5,8 4,5 6,7 13,1 14,5 18,6 35,8 25,0 33,1 43,4 52,6 59,8 68,2 18,3 9,1 16,1 28,5 41,9 53,9 40,0 7,9 3,8 4,1 7,1 11,6 26,5 48,6 29,8 20,1 27,3 34,1 48,1 56,6 66,9 42,2 29,8 38,1 45,5 57,0 63,2 73,3 17,6 13,2 17,6 23,8 19,4 17,4 25,9 40,2 30,4 36,7 56,2 62,5 68,8 56,4 38,3 29,8 34,8 41,3 53,4 55,8 70,0 32,6 18,4 26,5 34,2 46,5 54,9 68,2 20,5 11,0 17,8 32,6 33,3 28,9 75,0 57,1 45,6 55,5 64,9 72,2 72,2 88,7 52,3 37,7 50,5 62,8 71,9 79,7 85,1 71,9 57,8 65,6 76,4 86,2 89,9 91,9 84,9 68,3 79,3 86,4 90,5 93,3 95,7 82,1 67,6 78,8 86,7 91,2 92,2 94,6 81,6 66,0 73,7 82,9 90,2 93,7 98,0 66,7 48,5 64,6 67,6 81,0 80,8 89,4 77,9 59,6 70,1 77,5 83,2 87,6 92,6 82,0 63,3 73,2 81,3 88,5 90,5 95,3 90,3 77,2 85,0 91,2 93,7 96,2 97,5 87,7 69,9 78,5 87,9 93,4 95,5 97,9 57,2 37,1 45,9 55,6 65,6 73,6 80,8 58,2 36,2 45,9 58,2 71,2 79,9 89,8 81,7 60,9 76,6 81,8 85,5 90,0 93,3 50,8 37,1 41,0 48,9 52,9 62,2 65,6 59,5 38,2 48,6 56,9 68,4 75,4 81,5 77,4 58,5 68,5 72,9 84,2 88,3 92,4 38,3 23,6 28,0 37,6 50,3 57,3 69,3 10,7 5,0 5,1 9,2 11,5 25,8 36,7 20,2 12,2 12,8 20,3 28,2 29,4 43,3 36,3 19,1 28,6 39,8 54,3 62,0 66,0 87,0 75,3 82,2 89,4 90,4 90,4 93,0 2001: microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2002 (1) Inclusive os sem declaração e sem rendimento. 393 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ANEXO AO CAPÍTULO 10 INFRA-ESTRUTURA SOCIAL EDUCAÇÃO Tabela 1 - Índice de Alfabetização da população em geral – Comparativo entre os censos de 1991 e 2000 Ano 1991 2000 Alfabetizado 64,31 74,43 Não alfabetizado 35,69 25,57 Fonte: IBGE - Censos Demográficos Tabela 2 - Alfabetização no Brasil e na região Norte Região Alfabetizado 75,24 68,02 Brasil Região Norte Não alfabetizado 24,76 37,08 Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 2000 Tabela 3 - Percentual de Alfabetização da população dos Estados do Mercoeste Estado/DF Alfabetizados 82,22 77,90 77,90 76,41 74,43 68,57 61,15 74,08 Distrito Federal Goiás Mato Grosso do Sul Mato Grosso Rondônia Tocantins Acre Média % de alfabetização Não Alfabetizados 17,78 22,10 22,10 23,59 25,57 31,43 38,85 25,92 Fonte: Censo de 2000 Tabela 4 - Taxa de Analfabetismo por Grupos de Idade – 15 anos ou mais Rondônia - Zona Urbana - 1994/2001 Faixa Etária (em anos) Ano 15 ou menos 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 39 40 a 49 50 ou mais 1994 10,3 1,5 1,8 4,5 8,8 17,6 33,8 2001 10,2 1,4 3,0 4,8 6,6 11,9 32,0 2002 (Projeção) 10,17 1,37 3,24 4,84 6,29 10,98 31,65 Fonte: IBGE - PNAD 2001. 1994 - Dados Estimados. Calc. efetuado por MEC/INEP Nota: Exclusive a população rural 394 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 5 – Analfabetismo Funcional no Brasil e em Rondônia - 2002 Brasil 30,5% Analfabetismo funcional Rondônia 22,9% Fonte: IBGE, in Mercoeste: Perfil competitivo do Estado de Rondônia Tabela 6 - Média de anos de Estudo da população geral por faixa etária – Rondônia - 2002 Faixa de Idade 07 a 10 anos 11 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 19 anos 20 a 24 anos 25 anos ou mais Anos de Estudo 2,4 4,5 6,5 7,5 7,6 6,2 Fonte: IBGE in MERCOESTE-Perfil competitivo do Estado de Rondônia Tabela 7 – Estabelecimentos e Matrículas no Ensino Infantil em Rondônia - 2002 Número Escolas Matrículas Creches 110 5.349 Pré-Escola 384 29.021 Classe de Alfabetização 175 10.923 Fonte: MEC/INEP Tabela 8 - Escolas de Ensino Fundamental – Rondônia - 2002 Classificação Públicas Privadas Urbanas Rurais Total Quantidade 2.466 135 498 2.103 2.601 Fonte:MEC/INEP Tabela 9 – Matrículas no Ensino fundamental – Rondônia - 2001 Matricula na rede: Estadual Situação da rede Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Total de Matrículas Total Urbana TotalRural Municipal Particular N° de Matrículas em 2001 149.972 6.508 44.127 85.039 17.884 353 305.884 211.717 91.900 Fonte: SEDUC/RO Tabela 10 – Ensino Fundamental - Média de Conclusão – Rondônia - 2002 Total 15,5 Rede Pública Masculino Feminino 16 15 Total 14 Rede Privada Masculino Feminino 14 14 Fonte: MEC/INEP 395 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 11 - Ensino Fundamental – Distorção Série/Idade por nível de ensino – Rondônia – 2001 Distorção Total Total Pública Privada 38,5 40,5 7,8 Total Pública Privada 1ª 20,3 21,3 2,9 7 8 7 2ª 3ª 26,5 32,0 27,9 33,7 3,7 4,1 Idade Mediana 9 10 9 10 8 9 Séries 4ª 5ª 36,4 52,1 38,2 54,4 5,3 9,9 11 11 10 6ª 52,4 54,9 12,4 7ª 51,5 54,8 11,1 8ª 50,2 53,4 15,3 14 14 12 15 15 13 16 16 14 13 13 11 Fonte: MEC/INEP Tabela 12 – Percentual do atendimento escolar para crianças de 7 a 14 anos – Rondônia – 1994-2002 Anos 1994 2000 2002 (projeção) % atendido 87,7 94,9 97,4 Fonte: MEC/INEP, com projeção FIERO Tabela 13 – Taxa Esperada de Conclusão do Ensino Fundamental – Rondônia – 1995 - 2000 Ano 1995 2000 % Esperado 28,8 46,3 Fonte: MEC/INEP Tabela 14 – Infra-estrutura Disponível nas Escolas do Ensino Fundamental em % – Rondônia - 2002 Infra-Estrutura Disponível Ensino Fundamental 1ª a 4ª série 5ª a 8ª série Média Abastecimento de Água 98,3 99,8 98,9 Energia Elétrica 78,8 93,6 85,3 Biblioteca 54,1 77,7 64,5 Lab. de Ciências 4,5 9,6 6,8 Quadra de Esportes 36,9 59,3 46,7 Fonte:MEC/INEP Tabela 15 – Taxas de Rendimento do Ensino Médio – Rondônia - 2002 Situação Aprovação Reprovação Abandono Fonte:MEC/INEP 396 Média Geral 69,5 9,0 21,5 1ª Série 64,1 11,3 24,6 2ª Série 68,2 8,2 23,6 3ª Série 81,0 6,1 12,9 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 16 – Estabelecimentos de Ensino Médio – Rondônia - 2002 Escolas Públicas Privadas Urbanas Rurais Total Quantidade 128 38 146 20 166 Fonte:MEC/INEP Tabela 17 – Infra-estrutura Disponível nas Escolas do Ensino Médio em % – Rondônia - 2002 Infra-estrutura % Atendido Abastecimento de Água 100,0 Energia Elétrica 99,5 Biblioteca 93,7 Lab. de Ciências 21,5 Quadra de Esportes 84,4 Fonte:MEC/INEP Tabela 18 – Quantidade de Matrículas no Ensino Médio – Rondônia - 2002 Escolas Públicas Privadas Urbanas Rurais Total Matrículas 40.526 5.093 43.369 2.250 45.619 Fonte:SEDUC/RO Tabela 19 – Idade Média de Conclusão do Ensino Médio – Rondônia - 2002 Total 19 Rede Pública Masculino Feminino 19 19 Total 17 Rede Privada Masculino Feminino 17 17 Fonte: MEC/INEP Tabela 20 – Quantidade de Professores e Níveis de Formação no Ensino de Jovens e Adultos – Rondônia - 2001 Formação do Professor Nível Fundamental Nível Médio Nível Superior Total N° de professores por formação 64 888 1.060 1.834 Fonte: MEC/INEP Tabela 21 – Matrículas no Ensino de Jovens e Adultos – Rondônia - 2001 Escolas Públicas Privadas Urbanas Rurais Total de alunos Matrículas 45.865 3.252 44.442 4.675 49.117 Fonte:MEC/INEP 397 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 22 – Rede de Ensino de Jovens e Adultos – Rondônia - 2002 Gestão e Situação Públicas Privadas Urbanas Rurais Total de Escolas Quantidade 274 19 173 120 293 Fonte: MEC/INEP Tabela 23 – Rede de Ensino Especial – Rondônia - 2002 Gestão e Situação Públicas Privadas Urbanas Rurais Total de Escolas Quantidade 23 19 42 0 42 Fonte: MEC/INEP Tabela 24 – Alunos Matriculados no Ensino Especial – Rondônia - 2002 Gestão e Situação Públicas Privadas Urbanas Rurais Total de Escolas Fonte: MEC/INEP 398 Quantidade 528 1.596 2.124 0 2.124 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 25 – Rede de Estabelecimentos de Nível Superior, Localização e Cursos – Rondônia – 2002 Instituição Cidade Cursos Administração, C. Econômicas, Adm. e C. Econôm . – Proj.Especial, C.Biológicas, C.Contábeis, Ed. Física e Ed. Física Prohacap – proj.especial, Direito, Enfermagem, Geografia e geogr. Prohacap, História e Hist. Prohacap, Informática, Letras e Letras Prohacap, Matemática e Matem. Prohacap, Medicina, Pedagogia e Pedag. Prohacap e Psicologia. Porto Velho UNIR Universidade Federal de Rondônia CESUC - Faculdade de Administração de Empresas de Cacoal CESUC - Faculdade de Processamento de Dados de Cacoal FACEC - Faculdade de Ciências Econômicas de Cacoal FACIC - Faculdade de Ciências Contábeis de Cacoal FACIMED - Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal Administração, Ciências Contábeis e Direito. Administração, Adm. com Ecoturismo, LeGuajará-Mirim tras e Pedagogia, C. Contábeis, história Prohacap, Jornalismo, Geografia Prohacap, Letras, Letras Vilhena Prohacap, Matemática Prohacap, Pedagogia e Pedagogia Prohacap Física e Fisica Prohacap e Pedagogia e PeJi-Paraná dagogia Prohacap Engenharia Agronômica, Letras e Letras Rolim de Moura Prohacap, Matemática Prohacap e Pedagogia e Pedagogia Prohacap Cacoal Cacoal Administração de Empresas Cacoal Sistemas de Informação e Tecnologia em informática Cacoal Ciências Econômicas Cacoal Ciências Contábeis Cacoal Ciências Biológicas, Educação Física e Enfermagem Faculdade de Ed. de Porto Porto Velho velho Administração (Empresa rural, urbana e pública), Biologia, C. Contábeis, História, Letras e Pedagogia Faculdade Metropolitana Porto Velho Educação Física FADIR - Faculdade de Direito de Cacoal FAEC - Fac. de Ed. de Colorado do Oeste FAP - Faculdade de Pimenta Bueno Cacoal Direito Colorado Oeste do Letras e Pedagogia Pimenta Bueno FARO - Faculdade de Ciências Humanas e Letras de Porto Velho Rondônia FATEC - Faculdade de Ciências Administrativas e Porto Velho Tecnologia FCGV - Faculdade de Ciên- Vilhena cias Gerenciais de Vilhena Administração rural, urbana e pública e pedagogia. Administração(geral, agronegócios, finanças, marketing, RH), C. Contábeis, Comunicação Social (Jornalismo, Publicidade e Propaganda, RP), Direito, Ed. Física, Engenharia Florestal, Pedagogia, Turismo. Administração, C. Contábeis, C. Econômicas, Pedagogia, e Tecnologia em Processamento de Dados Ciências Contábeis 399 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 FEC - Faculdade de Educação de Cacoal FECAV - Faculdade de Educação e Ciências Administrativas de Vilhena FIAR - Faculdades integradas Ariquemes FIMCA - Faculdades Integradas Maria Coelho Aguiar FIP - Faculdade de Porto Velho Cacoal FSL - Faculdade São Lucas Porto Velho IESUR - Instituto de Ensino Superior de Rondônia ULBRA - Inst. Luterano de Ensino Superior ULBRA/ILES - Centro Universitário Luterano de JiParaná UNICENTRO - Faculdade de Educação de Jaru UNIRON - Faculdade Interamericana de Porto Velho Ariquemes Letras e Pedagogia Vilhena Administração (Geral e Gestão de Sistemas de Informações), Direito e Pedagogia Ariquemes Administração, Ciências Contábeis e Pedagogia Porto Velho Odontologia Porto Velho Porto Velho Administração (Análise de Sistemas, Marketing e RH) e Pedagogia. Administração(Hospitalar, Pública, e de negócios), Biomedicina, Análise clínicas, Ciências biológicas, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontologia e turismo. Administração, Direito e Sistema de Informações Administração, Direito e Sistemas de Informações Ji-Paraná Administração, Agronomia, C. Contábeis, Direito, Informática e Pedagogia Jaru Administração(Empresas e Pública), C. Contábeis, Letras e Pedagogia Administração(Geral, Sist. de Informações, Rural e Marketing) Porto Velho Fonte: INEP ***** 400 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ANEXO AO CAPÍTULO 10 INFRA-ESTRUTURA SOCIAL SAÚDE Quadro 1 - Crescimento Populacional por Faixa etária - 1995/2003 Faixas Menor 1 ano 1a4 5a9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e + TOTAL 1995 36.785 146.465 183.252 174.957 150.676 251.628 178.068 104.067 62.979 35.093 12.403 3.133 1.339.506 2003 31.931 131.746 169.069 170.163 165.577 269.832 217.375 143.567 81.199 47.971 21.096 6.388 1.455.914 % de crescimento -13,20% -10,05% -7,74% -2,74% 9,89% 7,23% 22,07% 37,96% 28,93% 36,70% 70,09% 103,89% 8,69% Fonte: Projeções do Datasus a partir dos Censos de 1991 e 2000 Quadro 2 - Crescimento populacional por faixa etária – 1991/2000 Faixas Menor 1 ano 1a4 5a9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e > TOTAL 1991 31.095 123.837 154.947 147.942 127.380 212.813 150.614 87.995 53.224 29.690 10.502 2.653 1.132.692 2000 30.124 124.475 159.946 161.212 156.885 255.628 206.224 136.184 77.047 45.728 20.209 6.125 1.379.787 % de crescimento -3,12% 0,52% 3,23% 8,97% 23,16% 20,12% 36,92% 54,76% 44,76% 54,02% 92,43% 130,87% 21,81% Fonte: IBGE, Censos in página Web Datasus. Quadro 3 - Crescimento Populacional 0 a 4 anos - 1991/2000 Brasil Norte Pop. 1991 16.521.114 1.430.551 Pop. 2000 16.375.728 1.642.763 % Cresc. -0,90% 15% Fonte: IBGE in pág. Web Datasus Quadro 4 - Adesão ao programa de Agentes Comunitários de Saúde Cobertura Rondônia Brasil Nº de Agentes 2.117 152.865 Comunidades Atendidas 50 4.786 Fonte: Anuário Estatístico de Saúde 2001 401 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Quadro 5 - Adesão ao Programa de Saúde da Família em Rondônia Número de Equipes Número de Municípios abrangidos Estimativa de percentual da população coberta Média nacional de Cobertura 105 41 25,50% 25,40% Fonte: Anuário Estatístico de Saúde 2001 Quadro 6 – Rede Ambulatorial do SUS – Rondônia – Gestão Estadual e Municipal Tipo de Unidade Posto de Saúde Centro de Saúde Posto de Assistência Médica Policlínica Ambulatório de Unidade Hospitalar Geral Ambulatório de Unidade Hospitalar Especializada Maternidade Unidade Mista Pronto Socorro Geral Pronto Socorro Especializado Clínica de Fisioterapia e Reabilitação Clínica Especializada Centro/Núcleo de Atenção Psicossocial Centro/Núcleo de Reabilitação Outros Serviços Auxiliares de Diagnose e Terapia Unid. Móvel Terr. Equip. p/ Exames Aux. Diagnóstico c/ Atend. Unid. Móvel Terrestre p/Atend. Médico/Odontológico Farmácia para Dispensação de Medicamentos Unidades de Vigilância Sanitária Unidades não Especificadas TOTAL Estadual 1 1 1 3 2 8 1 44 Municipal 671 92 1 10 30 3 1 24 1 2 1 7 1 4 35 Total 672 93 1 11 33 5 1 24 1 2 1 15 1 5 79 - 1 1 1 1 63 6 15 15 996 6 1 15 16 1.059 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) Quadro 7 - População de Rondônia por situação População Total Urbana Rural Fonte: IBGE, Censo de 2000 402 1.379.787 884.523 495.264 100% 64,11% 35,89% Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Quadro 8 - Postos de Saúde por Município Município Ji-Paraná Cacoal Guajará-Mirim Porto Velho Alto Paraíso Machadinho do Oeste São Miguel do Guaporé Nova Brasilândia do Oeste Presidente Médici Alta Floresta do Oeste Alvorada do Oeste Rolim de Moura Ariquemes Corumbiara Jaru Santa Luzia do Oeste Theobroma Colorado do Oeste Monte Negro Seringueiras Vale do Paraíso Cerejeiras Espigão do Oeste Ministro Andreazza Campo Novo de Rondônia Novo Horizonte do Oeste Ouro Preto do Oeste Vilhena Castanheiras Pimenta Bueno Urupá Costa Marques Cabixi Cacaulândia Rio Crespo Pimenteiras do Oeste Vale do Anari Cujubim São Felipe do Oeste Governador Jorge Teixeira Mirante da Serra Nova Mamoré Primavera de Rondônia São Francisco do Guaporé Alto Alegre dos Parecis Chupinguaia Nova União Teixeirópolis Total Unidades 44 33 33 32 28 28 26 24 23 21 21 20 18 18 18 16 16 15 15 15 15 14 13 13 11 11 11 11 10 10 10 8 7 7 7 6 6 5 5 4 4 4 4 4 3 3 1 1 672 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) 403 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Quadro 9 - Centros de Saúde por Município Município Alta Floresta do Oeste Alto Alegre dos Parecis Alvorada do Oeste Ariquemes Buritis Cacoal Cerejeiras Chupinguaia Colorado do Oeste Cujubim Espigão do Oeste Guajará-Mirim Itapoã do Oeste Ji-Paraná Machadinho do Oeste Mirante da Serra Monte Negro Nova Brasilândia do Oeste Nova Mamoré Novo Horizonte do Oeste Ouro Preto do Oeste Parecis Pimenta Bueno Pimenteiras do Oeste Porto Velho Presidente Médici Primavera de Rondônia Rolim de Moura São Felipe do Oeste São Miguel do Guaporé Teixeirópolis Theobroma Vale do Anari Vilhena Total Estadual 1 1 Municipal 2 1 1 4 1 4 4 1 5 1 2 5 1 4 2 1 1 1 3 1 4 1 2 1 19 5 1 2 1 3 1 1 1 5 92 Total 2 1 1 4 1 4 4 1 5 1 2 5 1 4 3 1 1 1 3 1 4 1 2 1 19 5 1 2 1 3 1 1 1 5 93 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) Quadro 10 - Policlínicas por Município Município Cacoal Ji-Paraná Ouro Preto do Oeste Porto Velho Rolim de Moura Vilhena TOTAL Estadual 1 1 Municipal 2 1 2 3 1 1 10 Total 2 1 2 4 1 1 11 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) 404 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Quadro 11 - Procedimentos Ambulatoriais Procedimentos de Atenção Básica 01-Ações Enfermagem/Outros de Saúde Nível Médio 02-Ações Médicas Básicas 03-Ações Básicas Em Odontologia 04-Ações Executadas P/Outros Prof.Nível Superior 05-Procedimentos Básicos Em Vigilância Sanitária Procedimentos Especializados 07-Proced.Espec.Profis.Médicos,Out.NívelSup./Méd 08-Cirurgias Ambulatoriais Especializadas 09-Procedimentos Traumato-Ortopédicos 10-Ações Especializadas Em Odontologia 11-Patologia Clínica 12-Anatomopatologia e Citopatologia 13-Radiodiagnóstico 14-Exames Ultra-Sonográficos 17-Diagnose 18-Fisioterapia 19-Terapias Especializadas 21-Próteses e Órteses Procedimentos Assistenciais de Alta Complexidade 27-Terapia Renal Substitutiva 28-Radioterapia 29-Quimioterapia 31-Ressonância Magnética 33-Radiologia Intervencionista 35-Tomografia Computadorizada 36-Medicamentos 37-Hemoterapia 38-Acompanhamento de Pacientes TOTAL 9.762.627 5.574.347 1.658.799 1.846.519 443.451 239.511 4.003.245 691.154 24.124 17.230 32.550 2.678.297 114.418 191.377 51.282 39.587 153.550 8.800 876 253.053 27.178 31.571 2.372 1.449 1 5.725 80.084 90.864 13.809 14.018.925 Fonte: Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS(SAI-SUS Quadro 12 - Rede hospitalar do SUS em Rondônia Estadual Contratado Federal Estadual Municipal Filantrópicos, isento tributos e contribuições sociais TOTAL Hospitais 9 1 3 55 2 70 Leitos 295 40 581 1.708 150 2.774 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) 405 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Quadro 13 - Hospitais geridos p/ Municípios com gestão plena da Assistência Município Alta Floresta d’Oeste Ariquemes Cacoal Cerejeiras Guajará-Mirim Ji-Paraná Ouro Preto d’Oeste Pimenta Bueno Presidente Médici Rolim de Moura Vilhena TOTAL Contratado 2 1 3 Municipal 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 13 Filantrópico 1 1 Total 1 2 4 1 3 1 1 1 1 1 1 17 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) Nota: Outros Municípios têm hospitais, mas por não estarem em condição de Gestão plena da Assistência, não aparecem na lista do Datasus. Quadro 14 – Leitos da Rede hospitalar do SUS - Rondônia Município Alta Floresta do Oeste Alto Paraíso Alvorada do Oeste Ariquemes Cabixi Cacaulândia Cacoal Campo Novo de Rondônia Candeias do Jamari Castanheiras Cerejeiras Colorado do Oeste Corumbiara Costa Marques Espigão do Oeste Governador Jorge Teixeira Guajará-Mirim Itapoã do Oeste Jaru Ji-Paraná Machadinho do Oeste Ministro Andreazza Mirante da Serra Monte Negro Nova Brasilândia do Oeste Nova Mamoré Novo Horizonte do Oeste 406 Estadual 12 28 25 18 19 12 7 8 130 15 44 72 19 15 128 44 16 33 30 65 47 10 Municipal Assist. Plena 45 108 120 50 167 120 - Total 45 12 28 108 25 18 120 19 12 7 58 130 15 44 72 19 167 15 128 120 44 16 33 30 65 47 10 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Ouro Preto do Oeste Pimenta Bueno Porto Velho Presidente Médici Rio Crespo Rolim de Moura Santa Luzia do Oeste São Francisco do Guaporé São Miguel do Guaporé Seringueiras Theobroma Urupá Vale do Paraíso Vilhena TOTAL 8 20 827 16 25 32 25 8 8 10 15 15 1.806 36 50 47 100 125 968 44 70 827 47 16 100 25 32 25 8 8 10 15 140 2.774 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) Quadro 15 - Causas de Internação em 2002 Capitulação no Código Internacional de Doenças Algumas doenças infecciosas e parasitárias Nº de Internações 22.280 Neoplasias (tumores) 1.354 Doenças do sangue, órgãos hemat. e transt. imunitários 1.255 Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 2.389 Transtornos mentais e comportamentais 300 Doenças do sistema nervoso 688 Doenças do olho e anexos 15 Doenças do ouvido e da apófise mastóide 22 Doenças do aparelho circulatório 5.809 Doenças do aparelho respiratório 19.225 Doenças do aparelho digestivo 7.418 Doenças da pele e do tecido subcutâneo 953 Doenças sist osteomuscular e tec. conjuntivo 1.755 Doenças do aparelho geniturinário 10.194 Gravidez parto e puerpério 20.887 Algumas afec. originadas no período perinatal 871 Malf.cong. deformid. e anomalias cromossômicas 312 Sint. sinais e achad. Anorm. Ex. clín. e laboratoriais 604 Lesões, enven. e alg. out. conseq. causas externas 4.752 Causas externas de morbidade e mortalidade 140 Contatos com serviços de saúde TOTAL 608 101.831 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) 407 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Quadro 16 - Internações por faixa etária em 2002 Idade Menor 1 ano 1 a 4 anos 5 a 9 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais TOTAL Número de Internações 6.587 10.958 5.473 4.477 11.041 22.905 12.285 8.626 6.836 6.188 4.586 1.869 101.831 Fonte: Sist. De Informações Hospitalares do SUS(SIH-SUS) Quadro 17 - Partos por tipo de procedimento Procedimento Partos normais Partos cesáreos Quantidade 14.134 3.433 Fonte: Datasus Quadro 18 - Taxa de Mortalidade Hospitalar e média de dias de Internação – Brasil – por Estado – 2002 Estado Acre Alagoas Amapá Amazonas Bahia Ceará Distrito Federal Espírito Santo Goiás Maranhão Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Pará Paraíba Paraná Pernambuco Piauí Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul Rondônia 408 Tx. Mortalidade Hospitalar 2,10 2,24 1,66 1,94 1,83 2,19 2,49 2,82 2,07 1,03 1,90 2,25 3,14 1,36 2,10 2,81 3,08 1,25 4,41 2,00 3,69 1,08 Dias de Internação 4,8 5,4 4,8 4,7 4,5 4,9 6,3 5,9 5,6 5,1 4,7 4,6 5,7 3,8 5,2 6,1 6,9 4,5 10,8 6,1 6,1 3,6 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Roraima Santa Catarina São Paulo Sergipe Tocantins MÉDIAS NACIONAIS 1,65 2,79 4,15 2,16 1,62 2,86 5,2 5,9 7,8 5,0 4,3 6,2 Fonte:Datasus Quadro 19 – Cobertura por Imunizações Vacina Contra poliomielite Tríplice - DPT Contra sarampo BCG Contra raiva humana Contra hepatite B Contra febre amarela Contra hemophilus Contra pólio (campanha) TOTAL 1997 93,03 93,57 105,09 121,05 1,15 38,96 97,75 79,49 1998 104,67 105,92 103,7 122,22 2,2 90,79 115,31 92,76 1999 96,48 96,38 97,87 113,72 94,89 203,42 117,13 2000 92,74 96,61 95,63 104,24 89,59 107,07 90,37 211,65 110,99 Proj.2002 96,73 98,14 100,51 115,19 1,69 79,18 106,8 90,37 207,57 100,2 Fonte: Programa Nacional de Imunizações Quadro 20 - Comparativo de indicadores entre os Estados que compõem o Mercoeste Estados Rondônia Acre Tocantins M. Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal Média Regional DentisMédicos tas Leitos por 1000 por mil por mil habitanhabihabites tantes tantes 0,78 0,92 1,01 1,85 1,22 1,54 5,51 1,83 0,34 0,31 0,41 0,93 0,55 0,76 1,66 0,71 2,67 2,9 3,02 3,53 3,35 3,89 2,48 3,12 Consultas por habitante 1,54 1,37 2,6 1,83 2,38 1,99 2,17 1,98 Percentual Óbitos por acida popudente de trabalação colho por 100.000 berta com segurados coleta de lixo 105,33 17,7 54,81 38,59 45,72 28,9 16,52 43,94 55,85 51,73 55,37 80,22 71,5 81,15 96,02 70,26 Fonte: Indicadores e dados básicos do Brasil - 2001 409 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ANEXO AO CAPÍTULO 10 INFRA-ESTRUTURA SOCIAL SEGURANÇA PÚBLICA Tabela 1 - Índice de Criminalidade em Relação ao número de Habitantes Rondônia 1999 a 2002 Tipificação dos crimes Contra a Pessoa Taxa por 100.000 habitantes 2000 2001 2002 Incremento % 1999 Homicídio Doloso 34,16 35,08 41,76 40,16 16,56 Tentativa de Homicídio 25,83 23,48 31,96 24,38 (5,61) Homicídio Culposo (Inclusive Acidente de Trânsito) 17,20 17,39 17,33 20,88 21,40 Roubo de Veículo 24,21 36,96 44,82 55,04 127,34 Furto de Veículo 69,24 65,95 78,91 73,68 6,41 Contra o Patrimônio Outros Roubos 244,05 330,12 431,71 426,32 74,69 1.054,70 1.083,79 1.280,00 1.392,81 32,00 0,62 1,67 1,99 2,44 293,54 23,83 25,95 20,53 21,16 (11,00) 2,00 1,96 1,70 3,07 53,50 Tráfico de Maconha - 5,07 7,39 8,24 62,52 Tráfico de Cocaína - 16,60 19,53 15,02 (9,51) Tráfico de Outras Substâncias - 0,80 0,07 0,49 Outros Furtos Roubo seguido de morte – Latrocínio Crimes contra os Costumes Estupro Corrupção De Menores Tráfico de Drogas (38,75) Fontes: Delegacias de Polícia Civil do Estado de Rondônia e IBGE Tabela 2 – População Carcerária e Relação de Presos por habitante - Rondônia Ano 1980 População Carcerária 95 Preso / Habitantes 01 para 5.169 1996 1.700 01 para 723 2000 2.469 01 para 541 2001 2.911 01 para 459 Junho de 2002 3.205 01 para 417 Fevereiro de 2003 3.621 01 para 369 Fonte: Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania Tabela 3 – Quantitativo de presos e vagas prisionais – Rondônia – Fev/2003 Órgão SUPEN POLÍCIA CIVIL TOTAL Nº de Presos 3.329 292 3.621 Fonte: Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania 410 Nº de Vagas 1.451 128 1.579 Déficit 1.878 164 2.042 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tab. 4 – Mortes no Sistema Penitenciário de Rondônia – 1998/2003 Ano 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Número de Mortes 01 00 03 20 38 04 Fonte: Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania ***** 411 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ANEXO AO CAPÍTULO 11 O ZONEAMENTO, AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E AS TERRAS INDÍGENAS Tabela 1 – Área Desmatada, Percentual em Relação ao Estado e Incremento Anual 1978 – 2002 Ano Área Desmatada Desmatamento Relativo à (Km2) Área do Estado (%) * Incremento Anual (Km2) 1978 4.200,00 1,76 - 1988 30.000,00 12,57 2.345,45 1989 31.800,00 13,32 1.800,00 1990 33.500,00 14,04 1.700,00 1991 34.600,00 14,50 1.100,00 1992 36.865,00 15,45 2.265,00 1993 39.813,12 16,69 2.948,12 1994 (**) 42.672,28 17,88 4.459,16 1995 48.731,43 20,42 4.459,16 1996 51.493,86 21,58 2.762,43 1997 53.525,81 22,43 2.031,94 1998 55.418,81 23,22 1.893,00 1999 56.338,93 23,60 920,12 2000 58.405,38 24,49 2.355,77 2001 (***) 2002 (***) 60.263,18 25,27 1.857,80 61.986,14 25,99 1.722,96 Fonte: INPE (1992), SEDAM /NUSERC (1993, 1995,1996 e 1997) e IBAMA/CSR (1998) * A área do Estado considerada foi de 23.862.194,04 ha (SGI/INPE/SEDAM) ** Estimativa com base na média entre 1993 e 1995 *** Estimativa com base na média entre 1996 e 2000 412 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 2 – Desmatamento no Estado de Rondônia (acumulado até 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e total até 2000) e Percentuais de Desmatamento relativos aos Municípios e ao Estado. Área Desmatada (Km2 ) Até 1996 1997 1998 1999 2000 TOTAL Teixeirópolis 455,80 394,62 16,41 2,17 0,1622 2,85 416,22 São Felipe do Oeste 546,50 465,19 5,76 0,00 0,3438 9,24 480,54 Rolim de Moura 1.487,30 1.230,81 7,92 10,75 3,5317 19,68 1.272,70 Novo Horizonte do Oeste 833,50 644,63 6,65 9,47 0,2071 2,60 663,56 Ouro Preto do Oeste 1.978,20 1.519,65 34,13 6,92 0,1366 7,35 1.568,19 Presidente Médici 1.693,40 1.254,41 26,69 17,77 7,8542 15,00 1.321,74 Urupá 849,70 628,41 1,826 4,66 2,3712 6,02 643,29 Primavera de Rondônia 615,40 435,26 9,56 0,00 3,296 9,58 457,71 Colorado do Oeste 1442,40 1.003,63 15,62 0,97 6,7213 20,16 1.047,10 Castanheiras 901,20 618,11 11,31 9,57 1,827 9,63 650,45 Nova União 804,10 547,92 11,13 12,81 1,5931 6,82 580,28 Jaru 2.909,60 2.004,98 22,98 8,23 3,599 28,94 2.068,73 Nova Brasilândia do Oeste 1.159,90 749,23 18,19 23,22 3,4908 12,45 806,58 Santa Luzia do Oeste 1.187,70 734,47 29,92 7,422 8,928 16,97 797,72 Vale do Paraíso 967,20 590,69 16,74 6,63 1,8704 7,03 622,96 Monte Negro 1.413,40 811,34 15,08 33,79 2,2799 26,24 888,73 Ministro Andreazza 875,30 471,94 9,99 1,89 2,5182 26,66 512,10 Corumbiara 3.079,70 1.644,09 29,56 13,52 19,307 35,20 1.741,67 Cacoal 3.808,40 2.038,42 35,67 16,51 4,265 53,05 2.147,92 Cacaulândia 2.010,40 917,67 32,97 41,35 13,498 52,62 1.058,11 Ariquemes 4.995,30 2.216,05 52,94 81,61 15,399 71,06 2.437,06 Cabixi 1.530,70 645,01 34,87 9,52 11,867 20,40 721,67 Theobroma 2.199,00 858,10 58,74 55,48 2,8007 45,64 1.020,77 Alvorada do Oeste 2.982,20 1.226,32 29,80 31,89 7,3408 35,48 1.330,83 Rio Crespo 1.729,90 673,48 23,09 19,70 8,3594 29,81 754,44 Mirante da Serra 1.253,70 498,46 2,40 8,03 3,7824 18,19 530,87 Chupinguaia 5.150,70 1.680,32 47,15 92,18 84,594 80,71 1.984,95 Alto Paraíso 2.658,70 790,11 46,27 70,60 17,029 62,24 986,25 Espigão do Oeste 4.523,80 1.471,45 58,34 52,12 5,6618 83,85 1.671,42 Jí-Paraná 6.922,50 2.330,31 45,05 12,23 4,3672 28,18 2.420,14 Pimenta Bueno 6.258,00 1.792,45 79,61 23,88 25,003 76,62 1.997,56 Campo Novo de Rondônia 3.455,90 787,88 57,63 108,64 23,683 98,67 1.076,50 Parecis 2.558,60 634,72 29,80 19,98 31,972 50,77 767,24 Buritis 3.286,60 456,02 59,68 180,06 35,184 124,32 855,27 Cerejeiras 2.645,00 654,50 7,07 0,75 3,7424 21,26 687,33 Alta Floresta do Oeste 7.111,80 1.406,66 61,02 39,23 13,713 60,06 1.580,69 Governador J. Teixeira 5.091,60 1.011,70 53,79 24,62 4,3008 25,34 1.119,75 Alto Alegre dos Parecis 3.952,70 624,51 28,02 19,21 14,272 68,99 754,10 Pimenteiras do Oeste 6.128,90 952,84 40,72 53,28 48,502 27,21 1.122,56 Seringueiras 3.660,60 561,28 22,84 44,29 11,068 29,81 669,29 São Miguel do Guaporé 7.814,90 1.183,48 63,76 60,26 12,216 52,06 1.371,74 Vale do Anari 3.136,30 367,65 20,08 40,39 6,9047 35,69 470,72 Costa Marques 5.140,60 589,82 75,31 40,75 9,2195 47,00 762,11 Candeias do Jamari 6.867,60 877,36 42,67 22,82 32,917 38,64 1.014,41 Itapoã do Oeste 3.938,00 490,95 17,53 14,81 27,549 10,92 561,76 Machadinho do Oeste 8.556,10 798,89 103,06 46,87 51,258 81,39 1.081,48 Cujubim 4.034,90 373,38 22,82 28,95 29,689 50,56 505,41 Vilhena 11.411,20 1.190,94 53,65 13,11 31,238 85,17 1.374,10 Porto Velho 34.209,50 3.326,95 199,63 85,47 122,66 228,67 3.963,39 Nova Mamoré 10.113,40 710,68 68,55 48,13 38,331 110,95 976,65 S. Francisco do Guaporé 10.961,00 505,59 87,12 70,42 73,188 158,61 894,94 Guajará-Mirim 25.214,00 1.100,36 27,98 9,68 24,499 29,38 1.191,90 TOTAL 238.512,80 51.493,86 1979,03 1.656,60 920,12 2.355,77 58.405,38 Fonte: SEDAM/NUSERC (até 1997) - IBAMA/CSR (1998, 1999 e 2000) Município Área (Km2 ) % (*) (**) 91,32 0,71 87,93 0,82 85,57 2,18 79,61 1,14 79,27 2,69 78,05 2,26 75,71 1,10 74,38 0,78 72,59 1,79 72,18 1,11 72,16 0,99 71,10 3,54 69,54 1,38 67,16 1,37 64,41 1,07 62,88 1,52 58,61 0,88 56,55 2,98 56,40 3,68 52,63 1,81 48,79 4,17 47,15 1,24 46,42 1,75 44,63 2,28 43,61 1,29 42,34 0,91 38,54 3,40 37,10 1,69 36,95 2,86 34,96 4,14 31,92 3,42 31,15 1,84 29,99 1,31 26,02 1,46 25,99 1,18 22,23 2,71 21,99 1,92 19,10 1,29 18,32 1,92 18,28 1,15 17,55 2,35 15,01 0,81 14,83 1,30 14,77 1,74 14,26 0,96 12,64 1,85 12,53 0,87 12,04 2,35 11,59 6,79 9,66 1,67 8,16 1,53 4,73 2,04 24,49 (*) Percentual em relação à área do município (**) Percentual em relação à área desmatada do estado. 413 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 3 - Uso da Terra em Rondônia – 2000 Uso Total 1. Floresta, cerrado e campos naturais 2. Área desmatada 2.1. Pastagens plantadas 2.2. Agricultura 2.3. Capoeiras, cidades, vilas, garimpos e atividades minerais, estradas, infra-estrutura e lagos artificiais Área (ha) 23.851.280 18.010.742 5.840.538 4.323.743 593.955 Percentual (%) 100,00 75,51 24,49 74,65 10,17 886.840 15,18 Fonte: Governo do Estado de Rondônia 1998 Atualização: Batista e Guimarães,2002 Tabela 4 - Unidades de Conservação no Estado Grupo Unidades de Proteção Integral Unidades de Uso Sustentável TOTAL Quantidade 16 43 59 Área (ha) 2.592.630 2.155.979 4.748.609 % da Área do Estado 10,80 9,03 19,83 Fonte: SEDAM/RO Tabela 5 – Unidades de Conservação – Estado de Rondônia Nome Resex Federal Rio Ouro Preto Lago do Cuniã Rio Cautário Barreiro das Antas Resex Estadual Angelim/Jequitibá* Aquariquara Castanheira Freijó Garrote Ipê Itaúba Jatobá Maracatiara Massaranduba Mogno Piquiá Roxinho Seringueiras Sucupira Rio Cautário Curralinho Jaci-Paraná Pacaás Novos Pedras Negras Rio Preto Jacundá Área (ha) 167.624,50 55.850,00 73.817,49 107.234,25 8.923,20 18.100,00 10.200,00 600,36 802,51 815,46 1.758,07 1.135,17 9.503,12 5.566,21 2.450,11 1.448,92 882,21 537,46 3.188,02 144.371,65 1.757,65 191.324,31 342.903,50 124.124,09 115.278,73 Nome Estação Ecológica Antônio Mujica Nava Samuel Serra Três Irmãos Cuniã Parque Municipal Porto Velho Pimenta Bueno Ouro Preto D’Oeste Parque Estadual Corumbiara Guajará-Mirim Serra dos Reis Parque Nacional Pacaás Novos** Serra da Cotia Rebio Estadual Rio Ouro Preto Traçadal Rebio Federal Guaporé*** Jarú Floresta Nacional 414 Área (ha) 18.280,85 71.060,72 102.678,80 53.221,23 391,00 537,00 222,00 424.339,11 207.148,26 36.442,25 764.801,00 238.611,70 56.581,06 20.164,54 285.000,00 268.150,00 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 FERS Araras Cedro Gavião Mutum Periquitos Rio Machado Rio Madeira A Rio Madeira B Rio Vermelho B Rio Vermelho C Tucano APA Rio Madeira 964,77 2.566,74 440,39 11.471,04 1.162,55 115.750,33 62.986,06 51.856,07 31.574,23 4.050,12 659,56 Bom Futuro Jamari 249.000,00 223.799,00 RPPN Seringal Assunção Vale das Antas Água Boa Vale do Arara 623,24 65,65 95,05 1.976,65 Áreas Propostas**** FLONA Jacundá FERS Cuniã 6.741,00 Fonte: IBAMA/RO * Reserva Florestal Jequitibá passou a integrar a Resex. Angelim (dados atualizados em 13/03/ 97) ** O Parque Nacional Pacaás Novos teve sua área total sobreposta pela T.I. Uru Eu Wau Wau. Assim, sua área não é quantificada neste quadro. *** A Rebio Guaporé possui uma área de 600000 ha, mas sua área foi sobreposta pela criação da T.I.Massaco (315.000 Ha), sendo contabilizado neste quadro apenas 285.000 ha **** Áreas cujas propostas de criação estão sendo estuadas pelo IBAMA Tabela 6 - Territórios Indígenas Existentes no Estado de Rondônia Territórios Indígenas Etnias Pop. Área (ha) T.I. Igarapé Lourdes T.I. 7 de setembro* T.I. Roosevelt T.I.Parque do Aripuanã** T.I. Rio Mequéns T.I.Tubarão Latundê T.I.Uru-Eu-Wau-Wau*** T.I. Massaco**** Arara e Gavião Suruí Cinta Larga Cinta Larga Makurap e Sakurabiar Aikanã, Latundê e Kwasá Amondawa, Oro-in E Jupau Índios isolados Makurap, Tuparí, Canoé, Arikapu, Ajuru, Jaboti Karitiana Karipuna Pacaás Novos, Makurap, Canoé. Ajuru, Canoé, Arikapu, Macurap, Jaboti, Massacá Tupari, Cujubim Pacaás Novos, Aruá. Pacaás Novos Pacaás Novos Pacaás Novos Kaxarari Pacaás Novos Kwazá/Aikana 604 736 370 244 89 194 160 0 185.533 100.147 156.800 748.200 107.553 116.613 1.867.117 315.000 363 236.137 210 12 240 89.698 152.930 18.120 380 115.788 400 885 320 220 190 - 104.063 279.906 107.321 42.000 47.963 16.400 T.I. Rio Branco T.I. Karitiana T.I. Karipuna T.I. Sagarana T.I. Rio Guaporé T.I. T.I. T.I. T.I. T.I. T.I. Rio Negro Ocaia Pacaás Novos Igarapé Lages Kaxarari Igarapé Ribeirão Kwazá TOTAL 5.617 4.807.290 Fonte: Rondônia (1998a), Valdez-Trevizo In: Rondônia, 2001 * A T.I. 7 de Setembro possui uma área de 248.146ha, sendo 100.146 ha em Rondônia e o restante no Estado do Mato Grosso. ** A T.I. Parque do Aripuanã possui uma área total de 1.614.366 ha, dos quais 748.200 ha em Rondônia e o restante no Estado do Mato Grosso. *** A T.I. Uru-Eu-Wau-Wau sobrepõe totalmente o Parque Nacional Pacaas Novos. **** A T.I. Massaco possui uma área de aproximadamente 315.000 ha sobrepondo a Rebio do Guaporé. ***** 415 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ANEXO À PARTE IV O ESTADO PRODUTIVO Tabela 1 - Produto Interno Bruto do Brasil a preços correntes, Brasil, Região Norte e Estados da Região Norte (R$ milhão) - 1996/2000 Unidade/Ano Brasil Norte Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins 1996 778 886 36 153 3 639 1 148 14 090 547 13 855 1 340 1 534 1997 870 743 38 507 4 198 1 314 14 411 621 14 717 1 526 1 720 1998 914 187 40 933 4 611 1 454 15 107 746 15 572 1 501 1 941 1999 963 868 42 867 4 972 1 541 15 398 809 16 496 1 567 2 085 2000 1 101 255 50 650 5 625 1 703 18 873 1 117 18 914 1 968 2 450 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Contas Nacionais, Contas Regionais do Brasil 1996-2000. Tabela 2 - Participação dos Estados da Região Norte no Produto Interno Bruto do Brasil a preços correntes (%) - 1996/2000 Unidade/Ano Brasil Norte Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins 1996 100,00 4,64 0,47 0,15 1,81 0,07 1,78 0,17 0,20 1997 100,00 4,42 0,48 0,15 1,65 0,07 1,69 0,18 0,20 1998 100,00 4,48 0,50 0,16 1,65 0,08 1,70 0,16 0,21 1999 100,00 4,45 0,52 0,16 1,60 0,08 1,71 0,16 0,22 2000 100,00 4,60 0,51 0,15 1,71 0,10 1,72 0,18 0,22 Fonte: IBGE: Diretoria de Pesquisas, Departamento de Contas Nacionais, Contas Regionais do Brasil 1996-2000 Tabela 3 - Produto Interno Bruto do Estado de Rondônia por setor econômico – valores a preços correntes – 2000 Setor Primário Secundário Terciário Total R$ (milhões) 828 1.501 3.296 5.625 Percentual 14,72 26,68 58,60 100,00 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Departamento de Contas Nacionais, Contas Regionais do Brasil - 2001. 416 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ANEXO AO CAPÍTULO 13 EXTRATIVISMO Tabela 1 - Quantidade produzida na extração vegetal em Rondônia (1995-2001) Tipo de produto 1995 1996 1997 1998 1999 2000 extrativo/Ano Açaí (fruto) (ton) 416 64 Castanha-do-Pará (ton) 792 461 461 2.063 1.935 6.508 Palmito (ton) 64 167 46 46 51 Borracha (ton) 2.261 442 442 954 318 274 Carvão vegetal (ton) 549 288 288 291 301 233 Lenha (Metro cúbico) 448.585 801.000 801.000 517.205 510.601 495.871 Madeira em tora (m³) 1.457.132 380.000 380.000 565.668 750.464 647.515 Copaíba (óleo) (ton) 20 7 7 8 8 6 2001 5.481 50 65 412 279.743 567.330 0 Fonte: IBGE - Produção Extrativa Vegetal Tabela 2 - Produção Mineral do Estado de Rondônia (1990-2000) Substância/Ano 1990 Estanho (Ton.) Ouro (kg) Topázio Bruto (kg) Pó Calcário (Ton.) Água Mineral (1.000 l) Columbita (Ton.) 1991 1992 17.395 8.601 9.610 5.561 4.907 1.940 1.663 12.727 5.654 7.247 140,8 30,7 1993 1994 1995 1996 2000 7.355 12.787 7.302 7.085 7.917 7.798 4.285 3.424 3.400,7 1.935 1.300 ND 6.240 7.384 8.815 8.202 ND ND 8.451 4.049 9.854 6.922 15.425 60.400 7.317 7.358 19.590 12.101 18.000 22.937 13,5 8,3 14,5 38,3 2,2 2,6 Fonte: DNPM, 2001; CPRM, 1999 Tabela 3 - Produção de materiais para aproveitamento na construção civil em Rondônia (1991-2000) Ano 1991 1992 1993 1994 1995 1996 2000 Areia e cascalho (m³) 41.495 166.915 186.400 207.200 229.530 101.140 698.900 Argilas (toneladas) 107.675 102.291 105.000 110.000 115.000 99.705 60.250 Pedra britada (m³) 251.000 238.450 267.000 296.000 327.900 90.684 482.000 Fonte: DNPM, 2001; CPRM, 1999 ***** 417 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ANEXOS CAPÍTULO 14 AGROPECUÁRIA Tabela 1 - Produção de bovinos em Rondônia - Ano 2002 MUNICÍPIOS Jaru Ji-Paraná Cacoal Ariquemes Porto Velho Alta Floresta do Oeste Ouro Preto do Oeste Espigão do Oeste Chupinguaia Presidente Médici Corumbiara Pimenta Bueno Colorado do Oeste Rolim de Moura Alvorada do Oeste Cacaulândia Theobroma Buritis São Francisco do Guaporé Santa Luzia do Oeste Governador Jorge Teixeira Monte Negro Nova Mamoré Nova Brasilândia do Oeste São Miguel do Guaporé Cabixi Vale do Paraíso Castanheiras Urupá Candeias do Jamari Seringueiras Novo Horizonte do Oeste Vilhena Parecis Machadinho do Oeste Nova União Rio Crespo Campo Novo de Rondônia Alto Paraíso Alto Alegre dos Parecis Cerejeiras Primavera de Rondônia Pimenteiras do Oeste Ministro Andreazza Guajara-Mirim Mirante da Serra Vale do Anari Teixeirópolis São Felipe do Oeste Itapoã do Oeste Costa Marques Cujubim TOTAL DO ESTADO Fonte: IDARON 418 REBANHO EXISTENTE RANKING 450.762 446.580 381.506 381.231 353.920 324.251 318.953 316.984 304.894 258.103 252.003 244.307 213.712 211.910 202.975 186.335 180.483 172.361 167.606 166.683 153.364 150.873 144.304 143.335 132.146 130.699 129.777 119.989 117.213 116.108 114.723 113.992 110.915 108.052 107.585 105.825 105.535 100.885 100.582 97.702 97.644 96.670 90.029 84.944 80.540 79.657 73.201 73.099 71.245 57.381 52.963 51.336 8.847.872 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º 21º 22º 23º 24º 25º 26º 27º 28º 29º 30º 31º 32º 33º 34º 35º 36º 37º 38º 39º 40º 41º 42º 43º 44º 45º 46º 47º 48º 49º 50º 51º 52º Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 ANEXO AO CAPÍTULO 17 COMÉRCIO Tabela 1 - Estabelecimentos com receita de revenda por grupos e classes de atividades – Rondônia – 1999-2001 Grupos e Classes de Atividades Brasil Rondônia 1999 2000 2001 1.102.448 1.181.525 1.354.758 1.715 1.756 2.372 200 189 181 166 124 136 34 65 45 296 163 163 Produtos alimentícios, bebidas e fumo 96 53 56 Artigos de uso pessoal e doméstico (fios têxteis, tecidos, calçados, produtos farmacêuticos, etc.) 31 25 32 140 52 41 11 12 11 18 21 23 1.219 1.404 2.028 400 307 401 90 127 129 Tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados 273 264 630 Comércio de outros produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.) 456 703 868 3 - Comércio de veículos e motocicletas e comércio a varejo de combustíveis Veículos automotores, motocicletas, peças e acessórios Combustíveis Comércio por atacado Produtos intermediários, resíduos e sucatas (combustíveis, madeira, material de construção, etc.) Máquinas, aparelhos e equipamentos de uso agropecuário, comercial, industrial e para fins profissionais Outros (produtos agropecuários in natura e mercadorias em geral) Comércio varejista Comércio não-especializado (hiper/supermercados, lojas de departamentos, etc.) Produtos alimentícios, bebidas e fumo Artigos usados Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Comércio e Serviços, Pesquisa Anual de Comércio 2001 419 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 2 - Pessoal ocupado e salários, retiradas e outras remunerações nos estabelecimentos com receita de revenda, por grupos e classes de atividades Rondônia – 1999-2001 1999 Salários, retiradas Pessoal e outras ocupado remuneraem 31.12 ções (1.000 R$) 2000 Salários, retiradas Pessoal e outras ocupado remuneraem 31.12 ções (1.000 R$) 2001 Salários, retiradas Pessoal e outras ocupado remuneraem 31.12 ções (1.000 R$) 4 878 590 22 355 120 5 392 674 26 005 021 5 760 778 29 424 182 8 186 38 141 10 820 45 045 13 152 57 430 1 247 7 555 1 596 10 168 1 580 9 650 1 029 6 512 1 057 7 967 1 142 7 608 218 1 043 539 2 201 438 2 041 2 479 15 292 2 240 12 133 2 324 14 847 926 5 717 1 023 5 292 906 5 157 401 2 631 369 1 849 563 2 188 942 6 102 470 3 459 420 5 707 167 676 76 240 173 694 43 167 302 1 293 262 1 101 Comércio varejista 4 460 15 295 6 984 22 744 9 248 32 933 Comércio não-especializado (hiper/supermercados, lojas de departamentos, etc.) 1 280 5 761 2 285 8 459 1 929 8 983 Produtos alimentícios, bebidas e fumo 279 637 345 878 472 1 245 1 484 3 782 1 087 3 329 2 412 6 767 1 417 5 115 3 264 10 072 4 435 15 938 _ _ 3 6 - - Grupos e classes de atividades Brasil Rondônia Comércio de veículos e motocicletas e comércio a Varejo de combustíveis Veículos automotores, motocicletas, peças e Acessórios Combustíveis Comércio por atacado Produtos alimentícios, bebidas e fumo Artigos de uso pessoal e doméstico (fios têxteis, tecidos, calçados, produtos farmacêuticos, etc.) Produtos intermediários, resíduos e sucatas (combustíveis, madeira, material de construção, etc.) Máquinas, aparelhos e equipamentos de uso agropecuário, comercial, industrial e para fins profissionais Outros (produtos agropecuários in natura e mercadorias em geral) Tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados Comércio de outros produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.) Artigos usados Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Comércio e Serviços, Pesquisa Anual de Comércio 2001 420 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 3 - Receita líquida e margem de comercialização em estabelecimentos com receita de revenda, por grupos e classes de atividades Rondônia – 1999-2001 – Em R$ 1.000,00 1999 Grupos e classes de atividades Brasil Rondônia 2000 2001 Margem Receita líquida Margem Margem Receita líquida Receita líquida de de de de de de comercia-licomercia-lizacomerciarevenda revenda revenda zação. ção. lização. 365 768 115 75 999 849 430 094 932 84 897 302 492 652 529 96 416 765 1 123 886 173 123 1 296 744 276 826 1 404 904 283 882 89 266 12 396 186 341 25 611 211 166 32 781 67 452 12 974 118 778 21 088 132 058 25 590 21 813 - 578 67 563 4 523 79 108 7 191 Comércio por atacado 833 703 112 552 660 652 173 937 800 493 133 712 Produtos alimentícios, bebidas e fumo 133 501 25 818 119 459 36 503 145 986 34 814 72 719 17 210 49 325 12 416 54 509 11 835 578 295 56 835 375 209 99 103 502 145 65 617 5 907 658 2 434 778 9 105 4 955 43 281 12 031 114 224 25 137 88 749 16 491 200 917 48 175 449 751 77 278 393 244 117 388 Comércio não-especializado (hiper e supermercados, lojas de departamentos, etc.) 98 392 20 668 286 951 33 235 101 909 24 906 Produtos alimentícios, bebidas e fumo 4 272 1 481 7 847 1 349 9 792 3 434 30 205 10 556 29 012 10 998 51 041 14 762 68 048 15 470 125 883 31 685 230 502 74 286 _ _ 58 12 - - Comércio de veículos e motocicletas e comércio a varejo de combustíveis Veículos automotores, motocicletas, peças e acessórios Combustíveis Artigos de uso pessoal e doméstico (fios têxteis, tecidos, calçados, produtos farmacêuticos, etc.) Produtos intermediários, resíduos e sucatas (combustíveis, madeira, material de construção, etc.) Máquinas, aparelhos e equipamentos de uso agropecuário, comercial, industrial e para fins profissionais Outros (produtos agropecuários in natura e mercadorias em geral) Comércio varejista Tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calcados Comércio de outros produtos em lojas especializadas (produtos farmacêuticos, móveis, eletrodomésticos, material de construção, livraria, papelaria, etc.) Artigos usados Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Departamento de Comércio e Serviços, Pesquisa Anual de Comércio 2001 421 Perfil Socioeconômico Industrial de Rondônia – 2003 Tabela 4 - Índice de Potencial de Consumo - Rondônia 2001 Produtos e Serviços Carne Bovina Carne de frango Produtos de Higiene Livros e Revistas Educação (1º e 2º graus) Roupas Masculinas Brinquedos e Jogos Planos e Seguros de Saúde Café Calçados Legumes e Verduras Frutas Macarrão Óculos e Lentes Roupas Femininas Viagens/Transporte Enlatados e Conservas Panificados Remédios Refeições Fora de Casa Roupas Infantis Biscoitos, Doces e Salgados Óleo de Cozinha Maionese Iogurtes Produtos de Limpeza Eletrodomésticos Cerveja Papel Higiênico Sucos Leite e Derivados Refrigerantes Móveis Aparelhos de Som Acessórios para Banheiro Imóvel (reforma) Médicos Refeições Preparadas Veículos (manutenção) Cabelereiro Fumo Veículos (aquisição) Tratamento Dentário Imóvel (aquisição) Imóvel (aluguel) Gasto da População (em R$ 1.000) 163.329 71.565 103.190 2.687 187.272 68.432 24.451 94.728 19.728 77.975 27.985 44.946 9.715 8.134 68.981 53.881 6.920 97.905 114.471 194.641 32.066 16.517 11.746 1.698 644 27.037 137.927 25.580 5.863 23.419 83.483 52.291 75.042 4.387 1.307 158.036 7.353 11.497 48.325 15.724 34.615 166.279 18.796 41.337 81.810 Fonte: Atlas do Mercado Brasileiro - Gazeta Mercantil 422 IPC (%) 1,190 1,107 0,878 0,857 0,837 0,828 0,821 0,744 0,733 0,732 0,723 0,716 0,687 0,685 0,682 0,680 0,674 0,670 0,664 0,617 0,611 0,583 0,576 0,576 0,566 0,566 0,555 0,534 0,528 0,519 0,510 0,494 0,491 0,479 0,472 0,450 0,428 0,425 0,404 0,396 0,367 0,338 0,312 0,255 0,237