ORGANIZAÇÃO E ELABORAÇÃO DE ROTEIRO RODOVIÁRIO
INTERNACIONAL: GUARAPUAVA – MACHU-PICCHU
Christian Pedro Díaz Gramunt (Turismo – UNICENTRO) , Pedro Henrique Sanches
Lemes (Orientador – Dep. Turismo), e-mail: [email protected]
Palavras-chave: Roteiro, rodoviário, turismo.
Resumo:
Este resumo fundamenta-se no levantamento das parcerias necessárias para a
formatação do roteiro rodoviário internacional: Guarapuava/BR – Machu-Picchu/PE.
Nesta perspectiva investigou-se a dinâmica da elaboração de roteiros e as
estratégias utilizadas para seu desenvolvimento. Propõe-se a implantação do roteiro
rodoviário supra citado, em função da importância histórica e cultural de MachuPicchu e do percurso determinado.
Introdução
Escolheu-se o tema “Roteiro Rodoviário Internacional”, por representar mais uma
opção para conhecer as diversidades regionais do continente americano,
diversidades que envolvem tanto fatores naturais como os atrelados á história e a
cultura. Outro fator que favorece a escolha deste tipo de roteiro é seu menor custo,
se comparado com um roteiro aéreo, sem contar que os passageiros podem admirar
tanto o campo como as cidades que se localizam na rota, inclusive parar em alguns
lugares. Entre os diversos atrativos da América do Sul, escolheu-se como destino
Machu-Picchu, devido a sua importância histórica e cultural e sua localização
geográfica nas proximidades á Cordilheira dos Andes, Lago Titicaca, Altiplano
Andino e Deserto do Atacama. Para a formatação do roteiro proposto realizaram-se
diversos contatos com empresas turísticas. Contornando a escassa oferta de
roteiros rodoviários internacionais, faculta-se a oportunidade de um novo produto
turístico internacional.
Materiais e Métodos
Para atingir os objetivos propostos buscaram-se informações a partir de uma
pesquisa bibliográfica, que segundo CERVO (1996, p.48) “...é o meio de formação
por excelência...constituí-se geralmente o primeiro passo de qualquer pesquisa
científica” para tanto, consultaram-se mapas rodoviários e revistas especializadas
em turismo, assim como procedeu-se á pesquisa via internet. Após interpretação
dos conhecimentos adquiridos na visita direta realizada entre os dias 02 e 27 de
julho de 2007, onde foram visitados diversos atrativos turísticos como: Grandes
Salinas, Quebrada de Huamanchaca, Geoglifos de Pintados, Lago Titicaca, Vale
Sagrado e Machu-Picchu. Elaborou-se um roteiro turístico de 13 dias de duração,
percorrendo 9.000 km de estradas do Brasil, Argentina, Chile e Peru.
FIGURA 1 - Roteiro Guarapuava – Machu-Picchu
Fonte: Díaz, Christian
Resultados e Discussão
Com a evolução do turismo e o surgimento da figura do agente de viagem, aquilo
que antigamente era acessível a uma camada muito restrita da sociedade, passou a
ser de domínio da massa e se transformou numa engrenagem cada vez mais
complexa, onde o turismo representa segundo Bahl (2004, p. 27) “todo um sistema
complexo de atendimento aos elementos que interagem na montagem de viagens e
roteiros”. É importante salientar que o roteiro faz parte de algo mais geral,
denominado Pacote Turístico, o qual é definido por Bahl (2004, p. 41) como sendo a
“viagem pré-montada por uma agência de viagens que inclui todos os serviços e
passeios constantes na sua programação”. A operacionalização de um pacote,
implica por parte da operadora, parceria com outras empresas do setor, conjugando
dessa forma vários serviços, por tanto o produto oferecido pela operadora é o
somatório da escolha dos parceiros envolvidos e a interligação dos mesmos.
Petrocchi argumenta:
Nesta etapa do processo já existem definições do destino, tipo de produto e
de segmentos de público para os quais se voltam os pacotes da operadora.
Dessa maneira cabe à área de operação contratar os fornecedores
adequados ao perfil do público e às características para o qual foi
planejado... A operadora deve constituir um quadro de fornecedoresparceiros como um meio de garantir a qualidade dos serviços aos
passageiros (2003, p.124).
Qualquer falha na cadeia produtiva do produto turístico, pode jogar por terra todo o
esforço empreendido, o planejador do pacote deve levar em conta de que o turista
procura materializar seus sonhos e viver uma experiência memorável. A de se levar
em consideração que entre o prazer e a frustração, existe uma fronteira tênue.
Segundo Ruschmann apud (TOMELIN, 2001, p.) “o profissional envolvido na
atividade proporciona ao cliente a oportunidade de viver uma experiência. Portanto,
um serviço deve ser percebido como algo gratificante, benéfico ou satisfatório por
quem dele se beneficia ou paga”. Sendo assim é de vital importância na formatação
de um roteiro turístico, não apenas a pesquisa bibliográfica mas também a visita
direta, para a contratação de parceiros na realização do roteiro.
Definiu-se o roteiro Paraná/BR – Machu-Picchu/PE, escolhendo como rota o norte
da Argentina até a cidade de Salvador de Jujuy e o cruze da Cordilheira dos Andes
pelo passo Jama na fronteira com o Chile, único cruze internacional asfaltado que dá
acesso ao norte do Chile. O roteiro envolve o cruze do Deserto de Atacama, até a
cidade de Arica/CH, fronteira com o Peru. Viaja-se pelo deserto peruano rumo ao
leste até a cidade de Puno ás margens do lago Titicaca. Faz parte do roteiro a
navegação pelo Lago Titicaca para visitar ás ilhas flutuantes de Los Uros. Após
pernoite em hotel segue-se pela serra peruana até a cidade de Cusco, principal
ponto turístico do Peru. Propõe-se Cusco como cidade-Base para a visitação do
Vale Sagrado onde se localizam as ruínas de: Ollantaytambo, Pisac, Pucá-Pucara,
Tambomachay, Quenqo e Machu-Picchu. O roteiro proposto percorre 9.000 km e
dura 13 dias, contemplando 07 pernoites em hotel e 05 pernoites em ônibus em
deslocamento.
A escolha do roteiro acima se deu não apenas pela acessibilidade mas também pela
sua riqueza de atrativos turísticos e infra-estrutura de apoio. Vale ressaltar que
existem outras rotas para se chegar até Machu-Picchu, entre elas via Bolívia,
entrando pelo Brasil a Puerto Suarez e pelo Acre, porém as duas rotas estão
parcialmente asfaltadas e contam com uma infra-estrutura deficiente para atender as
necessidades advindas da atividade turística.
Conclusões
O roteiro internacional: Guarapuava/BR – Machu-Picchu/PE apresenta uma
potencialidade para seu desenvolvimento, uma vez que a região visitada possui
atratividade turística e infra-estrutura viária e de hospitalidade necessária para o
fomento deste produto. Conclui-se ser imprescindível para sua execução à parceria
com: empresas de transporte turístico que possuam ônibus que atendam as
exigências internacionais de conforto e segurança, hotéis e restaurantes e guias
locais gabaritados, assim como empresas de transporte turístico para transfer no
local das atrações.
Referências
BAHL, Miguel – Viagens e roteiros turísticos. Curitiba : Protexto, 2004.
DÍAZ GRAMUNT, Christian P. Folder de divulgação do roteiro: Guarapuava/BR –
Machu-Picchu. 2007.
PETROCCHI, Mario. Agências de turismo : planejamento e gestão. São Paulo :
Futura, 2003.
TOMELIN, Carlos Alberto. Mercado de agências de viagens e turismo: como
competir diante das novas tecnologias. São Paulo : Aleph, 2001
CERVO, Amado Luiz. Metodologia científica. – 4ª ed. São Paulo: Makron Books,
1996
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