A MARgem - Revista Eletrônica d e Ciências Humanaas, Letras e Artes / ISSN 2175-2516 Seção Veerbare, Uberlândia,, ano 4, n. 8, p. 1300-1, jul./dez. 2011 Autor: Eduardo Rocha Neto (USP)) | e-mail: [email protected] VIDA V PRIVADDA Ouvvi uma freeada de caarro fortísssima naquuela noite,, assistia ao último ú cap pítulo da novela. Era ela, Luuísa. Estavva um tannto afobadda, mas m ainda assim majeestosa. Deesliguei o televisor e aí, entãão, notei qque o telefonne ainda não n tinha parado dee tocar. NNão adiant tou deixar a porta p da frente e a do caarro aberttas, ela nnão chegoou a temp po. Observei O tuudo atentaamente. Ella fechou as portass, ligou o ventiladorr e sentou-se s curvada na n poltronna olhandoo fixamentte o teleffone. O qque seria s aquillo? Talvez z aquela amiga a espaalhafatosa, que viviaa aparecendo por p lá, quue falava que nem uma gralhha, vivia cchifrando o marido. Ou então e aquuela senho orinha que visitava ela todaa santa ssegunda-feirra, sempre s cheeia de livrros e anot tações, achho que eraa a mãe. A Ah, não, nãão, já j sei, já sei! É aqu quele louco o que deixxou uma m marca roxaa na barriga dela d na seemana passsada, eu que q vi. Só pode ser ele, aqueele filho da puta. p tada desssa moça… vidinha iinfeliz a dela. Vivvia querendo Coit agradar a oss outros, ninguém n see lembravaa de agraddá-la tambbém. Me daava uma u pena dela. Boniitinha, mass tão mal--amada. Um m desperdíccio. Tinha se mudado m paara lá há pouco teempo, mas logo me afeiçoei a ela… eela realmente r não mereecia nada daquilo. Se soubessse de tooda a minnha preocupaçã p ão, com cerrteza seriaa tudo bem m diferentee. Mass aquele dia d foi o dia d fatídicoo. Ela choorava comp pulsivament te. De D repentee, fechou as a cortinass e sumiu. A madrug gada toda passou e as luzes l continuaram acesas… a ah, a finalm mente caiu num sonno profunddo, ficou f em paz. p Depois disso nuunca mais a vi. O teelefone at té voltou a tocar, t cadda vez com m mais freeqüência. M Mas creio qque não voltou a sser atendido, a não n ouvi a voz dela. Até copoo na paredde eu colooquei! Um ddia cheguei c a tocar a campainha, c com um p pretexto dde precisarr de açúcaar. 13 30 A MARgem - Revista Eletrônica d e Ciências Humanaas, Letras e Artes / ISSN 2175-2516 Seção Veerbare, Uberlândia,, ano 4, n. 8, p. 1300-1, jul./dez. 2011 Autor: Eduardo Rocha Neto (USP)) | e-mail: [email protected] Tudo T ali estava muuito paraddo, não ag güentava mais aquillo! Nada. Na semana s seeguinte a senhorinhaa foi até lá e log go a casaa encheu de gente, g a maioria que q eu nuunca tinhaa visto aantes, atéé polícia e ambulância a apareceu. Logo maiss a casa vvoltou a fficar à vennda. casa. c mília que vvai ocupar a Parrece que amanhã finaalmente chhega a fam Um casal bem b jovem m, com ttrês filhhos e muuitos cassos extraconjug e gais, ouvi dizer. Queero ver aaté onde vai essa nnobreza ddos Schmidts. S Ah! A Até quue enfim! Não N agüenttava mais eesse tédio! 13 31