ID: 57719216
30-01-2015
Tiragem: 34191
Pág: 10
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 25,70 x 30,26 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Nasceu rede de universidades jovens
e a Nova de Lisboa faz parte
Chama-se YERUN e congrega 18 universidades europeias, todas com 50 ou menos anos
e bem colocadas nos rankings internacionais. Têm a investigação como prioridade
Investigação
Andreia Sanches
Nasceu a 9 de Janeiro, em Bruxelas,
integra 18 “jovens” universidades europeias, de 12 países, entre as quais
a portuguesa Nova de Lisboa. E tem
essencialmente três objectivos: ser
um interlocutor da Comissão Europeia em matéria de definição de
políticas de investigação (um novo
grupo de pressão, “baseada em competências”, nas palavras de António
Rendas, reitor da Nova); apresentar
candidaturas conjuntas, e logo mais
fortes, a fundos comunitários; desenvolver programas de doutoramento
conjuntos.
A Rede Europeia de Jovens Universidades de Investigação, que, em inglês, adopta a sigla YERUN, de Young
European Research Universities Network, inclui instituições de ensino
com 50 ou menos anos (a Nova, por
exemplo, é uma “jovem” de 1973),
com lugar em dois dos mais conheci-
dos rankings de universidades mundiais: o QS World University Rankings e o Times Higher Education, na
categoria “universidades com menos
de 50 anos”.
Para que se perceba as vantagens
da rede, o reitor da Universidade
Nova de Lisboa utiliza uma imagem
futebolística: “É como ter uma equipa de futebol, com vários jogadores
internacionais.” Uma equipa que põe
em campo o melhor que cada jogador tem para dar.
António Rendas falou ao PÚBLICO
a propósito da constituição desta rede que nos próximos meses se organizará para apresentar projectos de
investigação fortes, explica. “Há da
parte desta rede um interesse muito
grande em candidatar-se a projectos europeus, como o Horizon 2020
[um programa para investigação com
80 mil milhões disponíveis para os
próximos sete anos]. Estas candidaturas conjuntas podem ser muito
mais bem sucedidas do que com as
instituições isoladas a candidatar-
se.” E prossegue: “Estamos a falar
de candidaturas muito complexas,
que envolvem um trabalho muito intenso da parte de cada universidade.
Achou-se que mobilizar recursos permitia ter candidaturas mais credíveis.
O que estamos aqui a fazer é juntar
massa crítica.”
Rendas nota que já existe a League
of European Research Universities
(LERU), que tem universidades como Oxford, Cambridge ou Amesterdão — “instituições com mais de 100,
mais de 200, mais de 300 anos —,
mas na qual existe apenas uma universidade da Península Ibérica, que
é a universidade de Barcelona”. “A
LERU tem sido, ao longo dos anos,
um interlocutor muito válido ao nível
da Comissão Europeia, ao nível da
própria Associação Europeia das Universidades. Agora, esta nova rede, a
YERUN, tem a grande vantagem de
ser constituída por universidades europeias mais ágeis, todas com menos
de 50 anos, com um contributo muito significativo do Centro, Norte e Sul
da Europa.” A expectativa do reitor
é que também a YERUN seja ouvida,
desde longo antes das candidaturas
aos financiamentos europeus, “para
identificação de áreas prioritárias” —
“É evidente que havendo uma rede, é
mais fácil ser-se ouvido do que cada
um dos parceiros isoladamente.”
Doutoramentos conjuntos
A rede terá ainda um papel ao nível
de treino de cientistas mais novos,
com novas possibilidades de circularem. Para tal, serão disponibilizados
novos graus conjuntos. “Passa por
termos investigadores que fazem teses de doutoramento e que passam
seis meses numa instituição, seis
meses noutra e que, no fim, têm um
doutoramento conjunto.”
O grupo fundador YERUN é constituído pelas universidades de Maastricht, Antuérpia e Carlos III. A
presidência da rede está para já nas
mãos dos reitores destas três universidades e, depois, será rotativa.
Todas as universidades estão em
pé de igualdade, sublinha Rendas,
que explica que a Nova está na rede
essencialmente porque é reconhecida como universidade de investigação e “porque é a única portuguesa
que está nos dois rankings”. Na última edição do QS, na categoria menos de 50 anos, a Nova era 36.ª e no
ranking do Times, 87.ª.
Sendo uma universidade situada
em Lisboa, os recursos que podem
ser disponibilizados via projectos europeus serão particularmente importantes. A região está impossibilitada
de beneficiar de parte do pacote Portugal 2020, por ser considerada uma
região mais desenvolvida (não é o caso dos fundos do Horizon 2020, que
não servem, contudo, para financiar
construção de infra-estruturas como
edifícios laboratoriais, por exemplo).
Por tudo isto, Rendas aproveita para deixar um recado: “A situação do
financiamento da ciência e das universidades em Lisboa tem que ser objecto de uma atenção especial por
parte do Governo.”
NUNO FERREIRA SANTOS
18 membros da rede
“A situação do financiamento da ciência e das universidades em Lisboa tem que ser objecto de uma atenção especial”, diz António Rendas
Bélgica
Universidade de Antuérpia
Alemanha
Universidade de Bremen
Universidade de Ulm
Universidade de Konstanz
Reino Unido
Brunel University London
Universidade de Essex
Espanha
Universidade Carlos III de Madrid
Universidade Autónoma de
Barcelona
Universidade Autónoma de Madrid
Universidade Pompeu Fabra
Irlanda
Dublin City University
Finlândia
Universidade da Finlândia Oriental
Suécia
Universidade de Linköping
Holanda
Universidade de Maastricht
Portugal
Universidade Nova de Lisboa
França
Universidade Paris Dauphine
Itália
Universita degli Studi Roma Tor
Vergata
Dinamarca
Universidade do Sul da Dinamarca
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Nasceu rede de universidades jovens e a Nova de Lisboa faz parte