1 ESTUDO – 9 QUEBRANDO PRECONCEITOS Texto: João 4:1-18 Introdução: Deus não enviou o Seu Filho unigênito somente para gente respeitável como Nicodemos. Esse maravilhoso “dom de Deus” é disponível gratuitamente para o mais miserável pecador. I – Porque Jesus não batizava? (v.2) Jesus, após a Sua Ressurreição, comissiona os Seus discípulos a “fazerem discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19). Então, ficaria sem sentido, Jesus, na Sua condição de homem, batizar as pessoas em Seu próprio nome, pois, não havia cumprido, ainda, o Seu propósito salvífico (de salvar). II – Porque era necessário Jesus atravessar Samaria? (v.4) Os samaritanos representavam uma ofensa tão grande aos judeus que estes não queriam nem por os pés em Samaria. Por isso, embora a rota mais curta atravessasse essa província, os judeus nunca usavam esse caminho. Eles fizeram sua própria trilha que unia a Judéia à Galiléia. Jesus, porém, passa por Samaria, com a finalidade de quebrar preconceitos. Ele precisava atender um compromisso divino junto ao poço de Jacó - > estava lá para buscar e salvar uma única, triste e desventurada mulher, a quem disse: “dá-me de beber.” (v.4) III – “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?” (v.9) {{Comentário importante: samaritanos.’ ‘os judeus não se davam com os Explicação: Tudo começou quando Ozéias, rei de Israel, conspirou contra Salmaneser, rei da Assíria. Samaria, a capital de Israel, foi sitiada pelas tropas assírias por três anos e, posteriormente, seus moradores foram transportados para a Assíria (2Rs 17:3-6). Somente os pobres puderam ficar em Israel (Jr 39:10). - A causa deste cativeiro foi porque os filhos de Israel pecaram contra o Senhor e se dobraram a outros deuses. O Senhor advertiu a Israel, porém, não lhe deram ouvidos. Por 2 isso, o Senhor os afligiu e os entregou nas mãos dos despojadores (2Rs 17:7-20). - Logo vieram estrangeiros e se estabeleceram na região devastada. Diz a Bíblia: “O rei da Assíria trouxe gente da Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Servafaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel” (2Rs 17:24). Da mescla com a população que havia ficado, surgiu uma nova raça denominada de samaritanos. Os estrangeiros não temeram ao Senhor, pelo que o Senhor enviou leões, os quais mataram a alguns do povo. Eles atribuíram esta praga à ira de Deus. Então, rogaram ao rei da Assíria que enviasse um sacerdote israelita para lhes ensinar ‘como servir o Deus da terra’ – e assim aconteceu que um judaísmo adulterado foi enxertado ao culto pagão, pois, “eles temiam ao Senhor e, ao mesmo tempo, serviam aos seus próprios deuses” (2Rs 17:33).}} < = Sabendo que era discriminada pela sociedade, a mulher ficou perplexa com o pedido de Jesus. Ela era desprezada devido à vida de adultério que levava e, por isso, buscava sua água no horário que não encontraria ninguém (hora sexta – meio dia). As demais mulheres costumavam cumprir esta tarefa num horário mais fresco. Havia uma desigualdade muito grande entre homem e mulher, nos tempos bíblicos (e hoje em países orientais). Os homens não conversavam com mulheres em público, mesmo sendo suas esposas. Os judeus consideravam as mulheres em estado de perpétua contaminação. Se entre um judeu e um samaritano existiam preconceitos profundos, imagine entre um judeu e uma samaritana, e uma samaritana de vida imoral! Para um judeu, melhor seria morrer de sede a tomar água da mão de um samaritano, muito menos de uma mulher samaritana, sobretudo pecadora. Mas com um simples pedido “dá-me de beber”, Jesus estava derrubando barreiras de preconceito racial. - A parede divisória desaparece onde o evangelho se faz presente. (Ef 2:14; Gl 3:28) A misericórdia transpõe o ódio - > como na parábola do ‘Bom Samaritano’ (Lc 10:25-37). Os discípulos de Jesus tinham ido à cidade de Sicar para comprar alimentos, e isto não foi uma coincidência, pois, Jesus desejava destruir barreiras em seus discípulos também (Lc 9:51-56 – samaritanos não recebem Jesus). 3 Jesus orienta a conversa de forma a revelar que Ele era o Messias - > Aquele que poderia oferecer ÁGUA VIVA, da qual Ele mesmo é a fonte. (Jr 17:13) Apesar da vida leviana daquela mulher, que era reprovável, Jesus enxerga nela uma alma necessitada de compaixão - > por isso, faz a ela o convite para beber da “água que fará com que jamais tenha sede outra vez” (v.14). - > E mesmo sem entender de forma clara o que Jesus dizia, ela revela a sua sede de beber dessa água e se saciar para sempre. Jesus, aqui, muda a conversa, pedindo à mulher que fosse chamar o seu marido (v16). O objetivo era fazê-la abrir o coração se deixando ser tratada, à medida que reconhecesse o seu pecado. Ela, então, responde que “não tem marido”, e Jesus replica: “Bem disseste, porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu”. (v.17,18) Ninguém conhece a nossa necessidade como Jesus e Ele espera que respondamos com verdade à Sua proposta de mudança. Temos, a exemplo disto, o episódio de Zaqueu (Lc 19:8,9). Constrangida com a revelação de sua vida de pecado, ela percebe que conversava com um profeta, que logo mais, se apresenta como o Messias, chamado Cristo. O que Jesus queria purificar não era o “cântaro” que a mulher samaritana levava consigo, mas a sua vida de pecado. Se bebermos da água viva que Jesus oferece não teremos mais sede, portanto, deveremos deixar o ‘cantaro’ para trás, e isso pode significar (espiritualmente) deixar nossas vontades, mágoas, feridas, vida impura para caminhar com Jesus. Se assim fizermos, Jesus mudará a nossa história, seja ela qual for. APLICAÇÃO PESSOAL 1) O que você entende ser essa “água” a que Jesus se refere? 2) Você teve a alegria de ver a Verdade de Deus te tirando do anonimato e da marginalidade? Comente. 3) Qual a importância dessa história ter ocorrido em Samaria? 4) Já que “moças corretas” não iam buscar água ao meio-dia, porque você acha que Jesus arriscou Sua reputação para pedir um favor a essa mulher? Equipe Pastoral – IBN Peniel/2014.