0 22222222222 Pró-Reitoria de Graduação Pró-Reitoria Curso de Administraçãode Graduação Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Pedagogia Trabalho de Conclusão de Curso Pró-Reitoria de Graduação Curso de pedagogia Trabalho de Conclusão de Curso PRECONCEITO LINGUÍSTICO: IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENZAGEM SATISFAÇÃO HOSPITALAR NO TRABALHO: ESTUDO EM UMA INSTITUIÇÃO Autor: Lúcia Maria Vieira Mendes Orientadora: MsC. Silvanete Pereira dos Santos Autor: Silvanir da Silva de Andrade TERMO DE APROVAÇÃO Orientador: Professora Adrienne de Capdeville Examinador: José Henrique L. C. D. Barreiros S Brasília - DF 2014 1 LÚCIA MARIA VIEIRA MENDES PRECONCEITO LINGUÍSTICO: IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Artigo apresentado ao curso de graduação em Pedagogia da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de (Bacharel/Licenciado) em Pedagogia. Orientador: Prof.ª Msc. Silvanete P. dos Santos. BRASÍLIA 2014 2 Artigo de autoria de Lúcia Maria Vieira Mendes, intitulado “Preconceito Linguístico: implicações pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem”, apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de licenciada em Pedagogia da Universidade Católica de Brasília, em 27 de novembro de 2014 defendido e aprovado pela banca abaixo assinada: BRASÍLIA 2014 3 Dedico a presente pesquisa primeira a Deus e a minha família que sempre esteve do meu lado me guiando e apoiando, durante a minha trajetória acadêmica, e aos meus amigos e aos meus professores. 4 PRECONCEITO LINGUÍSTICO: IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM1 LÚCIA MARIA VIEIRA MENDES Resumo O preconceito linguístico consiste em considerar alguém ou algum grupo de pessoas que se tornam inferior por causa da diversidade linguística que permeia o espaço escolar. O absolutismo da norma padrão como legitimação da forma de comunicação tem pesado sobre o português não padrão. Este faz parte de uma triste coleção de inverdades e distorções que povoam o imaginário da maioria das pessoas. A língua e a fala são peças fundamentais dentro do cenário social, principalmente na escola, que auxilia na conquista do saber e que não se limita ao mundo exterior. A linguagem é uma expressão elementar à condição humana, pois é por meio dela que todas as pessoas podem se relacionar, compreender e compartilhar o conhecimento no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, este artigo visa discutir e responder, por meio de investigação, quais são as implicações pedagógicas que o preconceito linguístico pode causar dentro do ambiente escolar. A pesquisa, classificada como qualitativa, foi realizada com 57 alunos e seis professores de língua portuguesa em uma escola pública do Distrito Federal. As ferramentas de investigação utilizadas para a coleta dos dados foram aplicados questionários com perguntas de múltipla escolha e entrevista estruturada . Os objetivos propostos pela pesquisa foram alcançados, ao passo que, ficou clara a existência do preconceito linguístico e suas implicações, tanto por parte das respostas dos professores como dos estudantes. Palavras-chave: Ambiente escolar. Aprendizagem. Preconceito linguístico. 1 Trabalho apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de Pedagogia no segundo semestre de 2014 na Universidade Católica de Brasília. 5 INTRODUÇÃO A influência que a língua exerce sobre a vida humana é muito evidente e importante, pois falar diferente faz parte da diversidade do nosso país. O simples fato de ironizar a forma de falar de uma pessoa pode fazer com que ela se entregue ao medo, o que pode prejudicar o seu desempenho escolar. A não tolerância ao modo de falar das pessoas pode se classificar como preconceito linguístico que sempre vem à tona quando alguém sai da sua cidade natal e vai residir em outra localidade. Neste contexto, a variação linguística é considerada uma peça fundamental no ambiente escolar, pois quando não respeitada, pode causar problemas aos falantes que não dominam as normas cultas que são ensinadas na escola. Geralmente, os falantes da norma culta consideram a linguagem distinta como um erro. Eles avaliam e respeitam minuciosamente os padrões normativos da gramática, menosprezando os que tendem a colocar na escrita os traços regionais da fala. O preconceito linguístico é uma realidade na vida das pessoas, em especial na vida da pesquisadora, que como muitos brasileiros que imigraram de diversas regiões do país, saiu do Maranhão para Brasília e foi vítima do preconceito linguístico , no momento em que ingressou na carreira escolar. A crítica vem não pela forma de falar diferente, não pelo repúdio a diversidade da língua, onde a pessoa que fala diferente se sente inferiorizada. Por isso, deve se valorizar a variação linguística que identifica as particularidades de cada região que possui um caráter histórico, geográfico e sociocultural. Essa valorização deve ser estimulada na escola, por intermédio do professor que tem a obrigação de repreender todo o qualquer comportamento preconceituoso. Essa pesquisa vem enriquecer a formação do profissional da educação para que ele possa exercer a profissão docente com mais propriedade proporcionando uma qualificação melhor para os seus métodos de ensino. A partir desse fato, venho investigar fazendo o seguinte questionamento: Quais as implicações pedagógicas causadas pelo preconceito linguístico no processo de ensino e aprendizagem entre jovens que estudam em uma escola pública do Distrito Federal? 6 Para discutir o problema apresentado, utilizamos como base os seguintes autores: Bagno (2006), Castro (2007), Junqueira (2012) Orsi (2011) e Leite (2008). Bagno (2006) discute a questão do preconceito linguístico que permeia o currículo escolar ao determinar a predominância da língua culta como única forma válida de se comunicar; já Castro (2007), discorre sobre a importância da língua e o seu valor dentro do contexto da variação linguística, preservando a sua essência e a sua história; Junqueira (2012) relata a importância e a influência da linguagem no convívio das pessoas e reconhece que existe preconceito linguístico para aqueles que utilizam a norma coloquial em relação à norma culta; Orsi (2011) e Leite (2008) conceituam sobre o termo expressando-o como uma mera opinião do pensador, sem qualquer embasamento teórico. A investigação pretende alcançar os educadores, estudantes e todos os que fazem parte e colaboram no processo de ensino no ambiente escolar. A pesquisa vem contribuir para o reconhecimento e valorização das variedades linguísticas do povo brasileiro, para a formação do profissional da educação que tende a tornar o processo de ensino aprendizagem mais eficiente e eficaz. Sendo assim, esta pesquisa objetiva investigar as implicações pedagógicas do preconceito linguístico dentro do ambiente escolar de modo a identificar a interferência deste no processo de ensino e aprendizagem. 1. COMPREENSÃO DE LÍNGUA E LINGUAGEM A fala e a escrita fazem parte do nosso dia a dia. Embora a língua escrita e a língua falada apresentem diferenças. Enquanto a língua escrita é mais estática e pouco varia, a falada vive mudando de acordo com cada geração de modo a receber novas palavras utilizadas por diversos tipos de falantes. As variações regionais precisam ser respeitadas, evitando questionamentos infundados em cada comunidade, devem ter uma aceitação linguística regional, pois elas têm suas características sociolinguísticas individuais, além de contribuir para a construção da identidade de uma comunidade (BAGNO, 2006). Essas críticas e julgamentos sobre a variedade da fala ainda persistem, não sendo casos isolados, tornando-se algo relevante para discutir no meio social. Análises sobre o assunto demonstraram que há uma transferência de valores em que a sociedade considera a pessoa pelo seu falar; ou seja, se a pessoa é pobre, a 7 sua língua é pobre; se a pessoa vive numa região atrasada, sua língua vai ser atrasada (BAGNO, 1999). A influência que a língua exerce sobre a sociedade é muito evidente, pois na maioria das vezes, se entende que o falante é identificado pelo seu modo de falar, o que define em que classe social ele está inserido e de onde ele vem. O simples fato de ironizar a forma de falar de uma pessoa acaba fazendo com que ela se entregue ao medo, o que pode prejudicar o seu desempenho escolar. Bagno (2006) argumenta que o falar diferente não é falar errado e que se deve encarar com uma visão diferenciada a linguagem não padrão da língua portuguesa. Esse falar diferente, considerado como errado, nada mais é que o preconceito linguístico que distingue e separa as classes prestigiando os falantes da língua padrão dos demais, ou seja, por causa da intolerância à determinadas variedades linguísticas, os preconceituosos as definem como erros gramaticais considerando que a língua falada deve ter a mesma concordância que a língua escrita. A língua é um instrumento de comunicação formado por regras gramaticais que possibilitam que um determinado grupo de falantes se comunique e compreenda entre si, ou seja, é um conjunto organizado de elementos que faz com que aconteça a comunicação (BAGNO, 1999). A língua é um elemento de inserção e interação social. No entanto, na visão de alguns educadores, ela acaba segregando, fazendo com que se torne mística, inacessível, transformando um falante de idioma materno em aprendiz destinado ao fracasso na sua própria língua (BAGNO, 1999). Para Castro (2007), a língua é uma forma de linguagem baseada em palavras, numa comunidade e num determinado grupo de indivíduos que utiliza uma linguagem verbal, ou seja, a fala. Cada indivíduo pode optar por várias expressões de línguas para expressar a fala, que pode ser culta ou popular. Bagno (2009), afirma que a linguagem humana pode ser compreendida em dois termos conhecidos como a linguagem culta e linguagem popular. A linguagem culta é uma forma de linguagem na qual a pessoa se expressa seguindo as normas gramaticais. Porém, a linguagem popular, como o próprio nome diz, é a linguagem do povo, simples, que, em geral, não apresenta concordância gramatical e outros atributos da norma culta, não identificados pelo ouvinte que faz parte da mesma condição social. 8 A linguagem influencia a convivência entre a humanidade. Algumas pessoas, que falam segundo a linguagem normativa imposta pelas gramáticas e dicionários, questionam aqueles que falam uma linguagem mais regional. Isso não implica apenas em questões linguísticas, mas também questões sociais (JUNQUEIRA, 2012). O autor também fala que é necessário reconhecer o preconceito e, para que ele deixe de existir, será necessária uma transformação radical da sociedade. Para desconstruir o preconceito, é fundamental conhecer a linguagem para evitar a reprodução da norma culta e ensinar de forma crítica o conhecimento, esclarecendo que há muito mais a respeito da língua, e mostrar que a ciência da linguagem evolui continuamente. 2. O QUE É PRECONCEITO LINGUÍSTICO Para Bagno (1999), o preconceito linguístico é uma realidade que percorre até os dias de hoje. É fundamental a busca a todo instante da comparação do Português padrão com o Português não padrão para provar que existem mais semelhanças que diferenças. Os falantes tanto da norma culta, como os da norma coloquial aprendem naturalmente a sua forma de falar, fruto do meio social em que estão inseridos. E esse falar diferente, considerado como errado, nada mais é do que o preconceito linguístico que distingue e separa as classes prestigiando os falantes da língua portuguesa dos demais, ou seja, por causa de determinadas variações linguísticas. De acordo com o mesmo autor citado acima, os modelos e projetos pedagógicos estão cada vez mais se distanciando da realidade social. Pouco se instrui as crianças nas escolas quanto aos os princípios de cidadania. Isso serve como um alerta para que o professor se qualifique cada vez mais na sua formação docente para aplicar seus conhecimentos no ambiente de trabalho para que ele possa se posicionar politicamente como pessoa. Uma implicação predominante que o preconceito traz é o de desconsiderar os saberes regionais e o seu típico linguajar. O preconceito despreza a farta literatura regional explicitada com naturalidade com seu expressionismo coloquial (BAGNO 2006). 9 O preconceito linguístico manipula e está à frente do fracasso das pessoas que não usam a norma padrão e perpetuam marcas convincentes, capaz de destruir qualquer possibilidade de vínculo cultural que interaja com os povos menos favorecidos numa sociedade já edificada pela síndrome do poder econômico (VALÊNCIA, 2008). O preconceito linguístico é muito sutil, difícil de ser identificado. É uma questão que precisa ser mais discutida no meio acadêmico. Ao se desrespeitar a variedade linguística da pessoa, desrespeitam-se também as construções coletivas de determinadas comunidades. As pessoas que sofrem com esse tipo de preconceito, em geral, são tímidas, constrangidas, procuram não conversar com as outras pessoas, se sentem envergonhadas evitando o contato com ambientes sociais (CARVALHO, 2010). O preconceito, de forma geral, é uma ideia ou conceito pré-formado, manifestado através de uma atitude discriminatória perante pessoas, lugares ou tradições pejorativas de alguém ou grupo social generalizando de forma superficial, difícil de fazer um questionamento fundamentado em argumentos ou raciocínio. De acordo com Bagno (1999) o abrasileiramento da norma-padrão imposta pela escola ao adotar um padrão de ensino gramatical chamado lusitano está cada vez mais distante da realidade linguística. Para Osri (2011) o preconceito linguístico é nada menos do que qualquer opinião ou sentimento, quer favorável ou desfavorável, concebido sem um exame crítico. Esse preconceito linguístico aparece como uma discriminação silenciosa velada em relação à linguagem do outro por não gostar, achar feio, achar errado ou diferente daquilo que se julga ser bonito e certo. O preconceito é fruto da ignorância, do não gostar sem explicação convincente e clara do fato rejeitado. É uma intolerância explícita manifestada por um discurso entre o saber e o não saber (LEITE, 2008). Castro (2007) destaca que o preconceito linguístico consiste em considerar alguém ou algum grupo inferior em relação à diversidade de línguas que acaba sendo introduzido dentro da escola, que muitos educadores por não considerarem o problema relevante, desconsideram a questão, sem assim resolvê-la, gerando um prejuízo no ambiente educacional. O preconceito linguístico é uma opinião sem julgamento que discrimina sem apresentar argumentos de verdade. A intolerância faz com que a pessoa não seja 10 capaz de conviver com as diferenças e com as variedades não padrão (LEITE, 2008). Segundo os PCN’s: A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. [...] A questão não é de correção da forma, mas de sua adequação às circunstâncias de uso, ou seja, de utilização eficaz da linguagem: falar bem é falar adequadamente, é produzir o efeito pretendido (BRASIL, 1997, p. 3132). Cabe ressaltar que, quando se critica alguém por falar errado, o agente do preconceito linguístico não critica apenas a pessoa, mas também a classe social à qual ela pertence. Os PCN’s publicados pelo Ministério da Educação reconhecem a existência do preconceito linguístico e os prejuízos que acarretam na sala de aula: O problema do preconceito disseminado na sociedade em relação às falas dialetais deve ser enfrentado, na escola. [...] Para isso e também para poder ensinar a Língua Portuguesa, a escola precisa se livrar de alguns mitos: o de que existe apenas uma forma certa de falar; a que parece com a escrita; e o de que a escrita é o espelho da fala. [...] Denota desconhecimento de que a escrita de uma língua não corresponde inteiramente a nenhum desses dialetos, por mais prestigio que um deles tenha em um dado momento histórico (BRASIL, 2000. p. 31) Para analisar como se constrói o preconceito linguístico, Bagno (1999) relaciona oito mitos que revelam um comportamento preconceituoso de certos seguimentos letrados frentes às variantes no uso da língua, que oprimem as classes sociais menos favorecidas, mediante a padronização imposta pela norma culta: Mito nº 1: Bagno (1999, p. 15), “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”. Esse mito é prejudicial à educação por não reconhecer que o Português falado no Brasil é bem diversificado. A escola tenta impor sua norma linguística como se ela fosse de fato comum a todos os brasileiros. As diferenças socioeconômicas, formação escolar-acadêmica e outros fatores explicam a existência de um abismo linguístico entre os falantes da norma culta e os da forma popular. Mito nº 2: Bagno (1999, p. 20), “Brasileiro não sabe Português. Só em Portugal se fala bem português”. Essa afirmação, para o autor, demonstra noção de inferioridade, sentimentos de dependência de um país mais antigo e civilizado. O brasileiro sabe Português sim. O que acontece é que a língua falada no Brasil, do 11 ponto de vista linguístico, está cada vez mais distante da gramática falada em Portugal. Nenhum dos dois é mais certo ou mais errado, apenas diferentes e atendendo as suas necessidades linguísticas. Mito nº 3: Bagno (1999, p. 35), “Português é muito difícil”. Todo falante nativo de uma língua conhece essa língua. As concordâncias e regências verbais e nominais não levam em conta o uso brasileiro do Português. O Português falado está relacionado ao nível social e é diferente do Português escrito da norma culta baseado na gramática normativa. Mito nº 4: Bagno (1999, p. 40), “As pessoas sem instrução falam tudo errado”. Além do preconceito linguístico, existe o regional, que desmoraliza a região considerando toda manifestação linguística como errada. O que está em jogo não é a língua, mas a pessoa que fala essa língua embasada na crença de que existe uma única língua portuguesa digna. Mito nº 5: Bagno (1999, p. 46), “O lugar onde melhor se fala Português no Brasil é o Maranhão”. Não existe nenhuma variedade nacional ou regional ou local que seja intrinsecamente melhor, mais bonita, ou mais correta que outra. Toda variedade linguística é resultado do seu processo histórico próprio e particular. Mito nº 6: Bagno (1999, p. 52), “O certo é falar assim porque se escreve assim.” Nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os lugares, por causa da sua variação. É preciso ensinar e escrever segundo a ortografia oficial sem reprovar as pronúncias que são um resultado natural dos idiomas, supervalorizando a língua escrita, em contrapartida, sem desprezar a língua falada, reconhecendo a realidade linguística. Mito nº 7: Bagno (1999, p. 62), “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”. As gramáticas foram escritas para descrever as normas linguísticas decorrente da língua. Com o passar do tempo, a gramática passou a ser considerada por alguns como fonte que emana uma língua bonita, correta e pura. Com isso, a língua passou a ser subordinada e dependente pela gramática normativa. Mito nº 8: Bagno (1999, p. 69), “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”. Se essa afirmação fosse verdadeira, os professores de português ocupariam o topo da pirâmide social, econômica e política do país. O mero domínio da norma culta por parte dos educadores, não faz com que eles sejam reconhecidos e recebem salários que não refletem o seu valor dentro da sociedade. 12 Pode se perceber que os mitos geradores do preconceito linguístico apresentados pelo autor são vistos e perpetuados na sociedade em intensidades maiores ou menores, que percorre desde os livros didáticos e gramáticos normativos até os programas de televisão. É preciso reconhecer os conflitos existentes na língua causados pelo preconceito linguístico. É importante que aconteça uma mudança de comportamento e se reflita sobre o ensino do Português ortodoxo. 3. A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA O aprendizado da língua acontece através da comunicação de uma pessoa com a outra e ocorre em um ambiente linguístico, social e cultural. Podemos considerar o aprendizado e o uso da língua falada pelas pessoas como algo muito relevante. Para Bagno (1999), a língua é também um sistema linguístico empregado na comunicação entre seus membros. A língua é um fenômeno em evolução que envolve recursos linguísticos e cognitivos comuns com funcionamentos e aspectos distintos. O primeiro desafio colocado ao sistema de processamento na compreensão começa na própria natureza acústica do sinal de fala ou visual, no sistema de escrita. Na audição ou na leitura, nunca há toda a informação necessária para um reconhecimento imediato das unidades básicas de processamento. Por exemplo, só há boa compreensão se for possível um reconhecimento da palavra em tempo muito curto para que não haja sobrecarga da memória de trabalho com custos cognitivos que vão prejudicar a sua compreensão. O autor também complementa que a língua escrita isolou-se da língua falada, o que em termos quantitativos, representa um grande equívoco. Milhões de pessoas não sabem ler e escrever, mas falam perfeitamente sua língua materna, confirmando assim que a gramática tradicional ignora a língua falada e coloca, como única opção válida, a língua escrita, conforme a norma padrão. O povo vivencia a língua falada que é contextualizada socialmente. Portanto, reforça a necessidade de qualificar o estudo da oralidade de forma abrangente observando a variação da língua, sua mudança, seu uso, e outros fatores de uso dos fatores internos do sistema linguístico (MAZA, 2012). 13 Para Melo (2009), a linguagem oral implica que haja altos níveis de acuidade auditiva que permitam identificar sons que por questões de articulação individual, de coarticulação ou de velocidade de fala, são extremamente variáveis. Kleiman (1989) afirma que é necessário o reconhecimento das sílabas que constituem as palavras e, ainda, que se consiga predizer toda a palavra antes de se descodificarem todas as letras ou sons que a compõem. Segundo Melo (2009), a língua jamais pode ser estudada como um produto acabado, pois aprender é um processo constante e sem fim. Contudo, o domínio da língua é fundamental para aqueles que querem ser instruídos e faz com que a língua materna se torne, às vezes, instrumento de opressão, exclusão e preconceito. A língua como atividade básica se envolve em todas as áreas escolares como instrumento de educação e serve de apoio aos processos cognitivos na transformação do homem e da sociedade. Ela tem ação pedagógica e educadora incluída na dinâmica da aprendizagem e da produção do conhecimento (CARNEIRO, 2001). A língua, na sociedade, tem um papel primordial, auxiliando na conquista do saber que não se limita ao mundo exterior e fazendo compreender o processo de educar e que a busca é de todos, e por isso mesmo, é necessário compartilhar o conhecimento. 4. O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESCRITA E FALADA O processo de ler e escrever são circunstância elementar à condição humana, uma vez que a aquisição da língua oral e escrita nos remete à possibilidade de participação social; portanto, é uma questão de cidadania. Desse modo, o domínio da língua oral e escrita amplia nossos horizontes, proporcionandonos, sobretudo, o acesso à informação e à produção do conhecimento. Morais (2009) afirma que no processo de ensino e aprendizagem da língua escrita, a escola desempenha um papel de fundamental importância, contribuindo por excelência na produção do conhecimento, interagindo e estabelecendo normas e padrões criteriosos que beneficiam a aprendizagem no contexto escolar. A trajetória dos alunos no processo de aprendizagem da língua escrita não se constitui como uma caminhada linear e previsível. Para Vygotsky (1998), as 14 atividades desenvolvidas durante o período pré-escolar são treinamentos para a atividade da escrita no seu primeiro estágio. A escrita nada mais é do que uma representação simbólica da linguagem falada, porém, a linguagem falada não consegue ser fiel à linguagem escrita, pois as possibilidades do uso da linguagem falada são inúmeras. Daí a importância da diversificação das práticas pedagógicas para atingir resultados satisfatórios que permitam a aprendizagem da língua. Para Kleiman (1989), o letramento resulta na prática que envolve um conjunto de atividades com o objetivo de ensinar a ler e escrever utilizando estratégias para melhor compreender e desenvolver a linguagem falada e escrita dentro do processo de alfabetização. Uma dessas atividades que contribuem para aprender a linguagem escrita é a aplicação dos jogos e brincadeiras. Para Vygotsky (1998), as brincadeiras são umas das maiores contribuintes para o desenvolvimento da linguagem escrita onde as crianças mais novas são capazes de descobrir a função simbólica das palavras. O ensino deve ser organizado de forma que a leitura e a escrita se tornem significativas para elas. Segundo Vigotsky (1998), o papel do professor como mediador é primordial. O que propomos é “ensinar às crianças a linguagem escrita, e não apenas a escrita das letras” (VIGOTSKY, 1998, p.157). A aprendizagem através da leitura de cartas, histórias, poesias, e a aplicação de atividades lúdicas como as brincadeiras, os jogos, na fase da alfabetização, são formas de incentivar a leitura e a escrita descobrindo a amplitude do mundo letrado e despertar cada vez mais a curiosidade para explorá-lo (MORAIS, 2009). O ideal é que em cada projeto pedagógico o professor aborde a linguagem falada e escrita como suporte para a alfabetização, envolvendo atividades lúdicas, bem organizadas e esquematizadas, de forma que os alunos façam comparações e questionamentos em relação à atividade aplicada na busca do conhecimento (DORO, 2011). Sendo assim, quanto mais o aluno ler diversas estruturas textuais, mais terá a oportunidade de construir ideias e conceitos, dentro do texto. A alfabetização tem sido um verdadeiro desafio; não se trata apenas de reconhecer as letras e copiá-las, suas perspectivas vão muito mais, além disso. Dessa forma, não se pode restringir a escrita a códigos para transcrever a fala. 15 Para Kleiman os níveis de conhecimento abarcados durante a leitura são: O conhecimento linguístico é aquele conhecimento implícito, não verbalizado, nem verbalizável, na grande maioria das vezes, que faz com que falemos português como falantes nativos. [...] O conhecimento textual entendido como um conjunto de noções e conceitos sobre o texto. [...] O conhecimento de mundo ou conhecimento enciclopédico consiste na configuração de conceitos e relações subjacentes ao texto, organizados sob a forma de esquemas; entretanto, essa construção estará associada à visão pessoal e às crenças do leitor (KLEIMAN, 1989, p. 13-27). No contexto da comunicação, a escola deverá proporcionar ao aluno a possibilidade de conviver com a grande variedade de usos da língua e compreender que ela não é homogênea, mas apresenta vários níveis de modalidade da língua escrita e falada, língua formal e coloquial. Deve ter também a chance de desenvolver seus conhecimentos discursivos e linguísticos, aprendendo a expressar-se de acordo com a sua variedade linguística (VARGAS, 2009). De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, o próprio aluno poderá entender que a questão não é falar certo ou errado e sim saber adequar o registro das diferentes situações comunicativas dentro do contexto da comunicação. A escola deve oferecer ao aluno a chance de aprender a coordenar o que falar desenvolvendo adequadamente os processos discursivos de oralidade e escrita necessários para continuar aprendendo e aplicando em práticas sociais envolvendo seus conhecimentos (BRASIL, 1997). Para Vargas (2009), os ciclos iniciais do Ensino Fundamental devem ser contextualizados com atividades orais, consistindo na leitura do professor, diálogos, conversas, dramatizações, jogos para a partir daí, cada texto vai ganhando sua significação. Dessa maneira, fica bem mais simples se os alunos operarem sobre a sua própria linguagem na série inicial do Ensino Fundamental e deixarem a descrição gramatical para as séries mais avançadas. O foco deve dirigir-se aos aspectos mais importantes do aprendizado gramatical das expressões linguísticas na atividade, na produção de texto oral e escrito. No processo de ensino e aprendizagem, o professor deve considerar as diferenças discursivas ou textuais e interpretar estratégias para desenvolver atividades de produção oral e escrita nos textos para levar o aluno a adquirir autonomia e controle do que ele fala e escreve. 16 Ainda para Vargas (2009), o professor, na escola, precisa exercer o papel de mediador eficaz no processo de desenvolvimento das habilidades de leitura e produção de textos, observando com cuidado as características dos textos orais produzidos pelos alunos e avaliar a interatividade das atividades de oralidade e escrita. Assim, a escola aparecerá como um ambiente de rica interação onde os alunos vivam suas múltiplas experiências e situações reais no uso da língua. As atividades didáticas que envolvem a conversação, as dramatizações, os relatos e histórias fazem com que aconteça a transformação e a reconstrução de textos. A escola também favorece ao estudante o acesso aos mais variados gêneros textuais, possibilizando aos alunos conscientizarem-se dos seus próprios limites, assim natural e gradativamente poderão sanar as dificuldades com apoio do docente. 5. COMO TRATAR O PRECONCEITO LINGUÍSTICO NO AMBIENTE ESCOLAR O preconceito linguístico, de fato, é um dos problemas enfrentados pelo sistema escolar. A escola sempre foi muito rigorosa no sentido de as pessoas terem que aprender as normas gramaticais e esquecer a língua que aprenderam inicialmente. Qualquer manifestação fora desse contexto educacional gera repreensão e censura. A imposição – quer pela escola, quer pela mídia – de um padrão linguístico padrão pode gerar a evasão escolar, resultando altos índices de analfabetismo. Isso provoca no professor a sensação de estar tentando ensinar alguma coisa a alguém que nunca terá condições de aprender e, consequentemente, o aluno fica desestimulado a aprender e o professor desmotivado a ensinar (FONSECA, 2010). Logo, enfrentar o preconceito linguístico não é uma tarefa fácil para a educação brasileira. O educador tem a obrigação de explicitar os mecanismos do preconceito linguístico e suas formas praticadas na escola, explanando aos alunos o reconhecimento da diversidade cultural brasileira que está presente na sala de aula. Não se deve desprezar ou rejeitar as variedades linguísticas ou a gramática padrão e sim considerar os diferentes modos de se comunicar que permeiam o contexto brasileiro de modo que o estudante possa compreender a diferença entre 17 língua escrita e falada, bem como aprender a respeitar as especificidades regionais no contexto nacional. O professor precisa de sensibilidade para identificar e repreender aqueles que praticam o preconceito linguístico, já que ele se manifesta de forma sutil, porém concreta. É preciso que as práticas pedagógicas com acesso ao letramento, de modo que as variações linguísticas possam ser reconhecidas como uma prática da cultura nacional sem ser ridicularizadas (MORAIS, 2009). Segundo Bagno (1999), precisamos enfrentar o preconceito formando-nos e informando-nos. Precisamos apelar para o bom senso e seguir com um entendimento lógico de que a diversidade linguística na sala de aula não personifica a identidade de cada aluno individualmente diante da sociedade. De acordo ainda com o mesmo autor, deve-se também incentivar o ensino e aprendizagem das classes sociais menos favorecidas para que, daí sejam formados profissionais capacitados – principalmente professores da língua portuguesa – para que, quando eles estiverem na sala de aula, não menosprezem as suas variedades linguísticas que outrora eram antigamente estigmatizadas, provocando um movimento de valorização da diversidade sociolinguística. Dessa forma, a escola aos poucos vai proporcionar ao educando a oportunidade de conhecer culturas e tradições diferenciadas, de maneira que vá valorizar cada uma delas combatendo o preconceito existente contra as formas populares. A escola deve promover o respeito mútuo, a solidariedade, o espírito crítico, o diálogo e a compreensão entre as diversas culturas. A língua é constituída de variações linguísticas e estas devem ser respeitadas. A escola deve atentar para as principais mudanças que ocorreram no processo de ensino aprendizagem nessas últimas décadas. Faz-se necessário considerar que o professor deve respeitar os aspectos culturais e linguísticos do aluno antes da escola, para assim desenvolver nele um sentimento de segurança e autoestima. Para Bagno (1999), os professores ainda não incorporaram nos seus trabalhos acadêmicos discussões sobre o preconceito linguístico, pois os mesmos prejudicam toda a nossa educação e a nossa formação enquanto cidadãos. O professor deve procurar preservar os saberes sociolinguísticos dos alunos bem como os valores culturais, permitindo, com isso, que eles possam ampliar o 18 grau de competência linguística e comunicativa, aprendendo a se comunicar em outras variedades, a depender das circunstâncias (CARVALHO, 2010). Portanto, o professor tem um papel fundamental no enfrentamento do preconceito linguístico. Para isso, deverá estar preparado para que esse tipo de preconceito seja pouco a pouco minimizado e até mesmo neutralizado de forma a despertar no aluno interesse pela língua, consolidando o processo de ensino aprendizagem. Não se pode substituir a linguagem e a cultura dos alunos pela cultura da norma culta dominante. A grande tarefa do professor é implantar uma educação linguística contemporânea através de um letramento abrangente e eficaz. Não podemos esquecer que o processo de construção da leitura e da escrita, também deve ser ligado a uma reflexão sobre o uso social da língua e que, portanto, este deve ser considerado no espaço escolar. Nessa nova postura de reflexão, o fundamental é que o professor procure está a par dos avanços das ciências da linguagem e da educação, lendo literatura especializada, frequentando cursos, aderindo a projetos de pesquisa, participando de congressos, levantando suas dúvidas e inquietações em debates e mesas redondas (BAGNO, 1999). Para Perini (1999), os professores devem assumir uma posição de cientista e investigador, produzindo o seu próprio conhecimento linguístico teórico e prático abandonando a sua velha atitude repetidora e reprodutora de doutrinas gramaticais e compreender a gramática como uma disciplina viva, em constante revisão e elaboração. A norma culta não deve ser desvalorizada, entendendo o seu sentido e existência, mas dando um foco no comportamento sociolinguístico dentro da jornada educacional. O aprimoramento ético e moral da sociedade estão embasados na educação desde o seio familiar até os bancos escolares, valorizando assim o ser humano (VALENCIA, 2010). Nesse sentido, o professor será sempre um sujeito significativo no enfrentamento do preconceito linguístico, pois se ele não conhece os conceitos e as formas de combatê-lo, não será capaz de compreender que o erro no momento da fala nada mais é do que uma variedade linguística que é uma riqueza sociocultural. 19 É oportunizado ao estudante o conhecimento da língua padrão para que ele construa a forma correta de usá-la no momento que se fizer necessária e para que ele saiba que existem diferenças entre a língua falada e a língua escrita. 6. MÉTODO E DISCUSSÃO DOS DADOS 6.1 Abordagem da Pesquisa Qualitativa Levando em conta que o preconceito linguístico está ligado, em boa medida no curso da história, entre a língua e a gramática normativa, esta pesquisa visou evidenciar quais são as implicações pedagógicas que o preconceito linguístico causa dentro do ambiente escolar. Do Para realização da pesquisa utilizamos como método a pesquisa qualitativa. Minayo (2007, p. 57), afirma que: As abordagens qualitativas se conformam melhor a investigações e segmentos delimitados e focalizados, de histórias sociais sob a ótica dos atores, de relações e para análise de discurso e de documentos. Esse tipo de método que tem fundamento teórico, além de permitir desvelar processos sociais ainda pouco conhecidos referentes a grupos particulares, propicia a construção de novas abordagens, revisão e criação de novos conceitos e categorias durante a investigação. Como instrumentos de pesquisa utilizamos o questionário que segundo Gil (2009, p. 121) o questionário “é uma técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas à pessoa com o propósito de obter informações [...]”. Outro instrumento utilizado foi a entrevista. Esta é uma “técnica em que o investigar se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas , como objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação” (GIL, 2009, p.108). O questionário foi aplicados aos estudantes e aos professores. Este obedeceu uma sequência lógica com uma série de perguntas ordenadas proposta pela literatura estudada de acordo com Marconi e Lakatos (1996) que dão importância da pergunta para a pesquisa e o conhecimento dos perguntados sobre o tema. 20 O questionário dos estudantes é composto por 10 questões e foi aplicado a 57 alunos de uma escola pública do Distrito Federal. O questionário dos professores é composto por 9 questões e foi aplicado a 6 professores de uma escola pública do Distrito Federal. 6.2 Análise do questionário aplicados aos Professores O questionário foi aplicado a um conjunto de professores de português de uma escola pública do Distrito Federal; três eram do sexo masculino e três eram do sexo feminino. Todos os professores têm mais de seis anos de experiência na área e idade média de 45 anos. A pesquisa constatou que todos os professores sabiam a definição do que é o preconceito linguístico, ou seja, eles têm conhecimento sobre o assunto. Apenas um professor afirmou não ter vivenciado nenhuma manifestação de preconceito linguístico em sua sala de aula. Em contrapartida, os demais professores certificaram a presença do preconceito linguístico no ambiente escolar. Dando continuidade a pesquisa, foi perguntado aos professores se já presenciaram algum caso real do preconceito linguístico na sala de aula. Constatouse que três professores responderam que sim, significando que 50% deles vivenciaram, e os outros 50% não tiveram contato com o preconceito linguístico na sala de aula. Ao perguntar aos professores quanto à prática do preconceito linguístico no ambiente escolar, todos os profissionais da educação reprovaram a prática do preconceito linguístico na sala de aula. Ao perguntar aos professores se o preconceito linguístico está relacionado com a forma de falar das pessoas, cinco educadores concordaram com essa afirmação e apenas um professor não deu opinião sobre o assunto. Outra questão perguntada aos professores foi se o preconceito linguístico afeta o rendimento escolar do aluno na sala de aula. Cinco educadores responderam que concordam com essa prerrogativa e apenas um educador não respondeu por não existir esse tipo de preconceito na sala de aula. 21 A seguir, a tabela 1 apresenta os dados da pergunta: qual a nota você atribuiria para o combate ao preconceito linguístico pelo professor e pelas escolas do Distrito Federal? A menor nota foi um, dada pelo professor que afirma a não existência do preconceito linguístico na escola. A maior nota foi nove dadas por dois dos seis professores. Tabela 1 – Nota atribuída pelos professores no enfrentamento do Preconceito Linguístico na escola Nota atribuída ao enfrentamento do Preconceito Linguístico na escola 1 6 7 9 Total Quantidade Percentual 1 2 1 2 6 16,7% 33,3% 16,7% 33,3% 100% Fonte: (MENDES, 2014) Os dados a seguir da tabela 2 fornecem algumas propostas pedagógicas que dentre as listadas, foram escolhidas seis opções pelos professores para enfrentar o preconceito linguístico na escola. Tabela 2 – Métodos pedagógicos escolhidos pelos professores no combate ao Preconceito Linguístico Propostas Pedagógicas Conscientizar da importância da língua falada, tanto quanto que a língua escrita. Combater a intolerância Desmistificar os mitos linguísticos que provocam o preconceito linguístico Levar o conhecimento tanto da língua escrita como da língua falada Desapegar do padrão linguístico arcaico Promover o respeito mútuo, a solidariedade, o espírito crítico, o diálogo e a compreensão entre as diversas culturas. Total Opções Percentual 5 83,3% 5 83,3% 3 50% 5 83,3% 1 16,7% 6 100% 25 100% Fonte: (MENDES, 2014) Dentre as propostas da tabela, pode se destacar a que mais contribui na visão dos professores é a de promover o respeito mútuo, a solidariedade, o espírito 22 crítico, o diálogo e a compreensão entre as diversas culturas e a que menos tem relevância é a de desapegar do padrão linguístico arcaico. Na última questão do questionário, foi pedido aos professores que listassem algumas propostas para o enfrentamento do preconceito linguístico na escola. Os respondentes abordaram que o educador deve apresentar vídeos mostrando e trabalhando as diversidades regionais e culturais, bem como expor o preconceito linguístico na sala de aula e evidenciar que ele é decorrente das diferentes realidades e contextos da sociedade brasileira. O professor deve mostrar aos alunos a riqueza da língua para educar e conscientizar aqueles que desconsideram as culturas regionais, principalmente as da região nordeste, que costuma ser ridicularizada em algumas regiões do Brasil. Ele deve utilizar textos voltados às culturas locais, ensinando também a linguagem coloquial juntamente com a linguagem padrão, diferenciando a língua falada da escrita, de forma que venha integrar e interagir com os alunos. 6.3 Questionários dos Alunos O questionário dos alunos foi dividido em duas partes: a primeira parte, chamada de parte A, representa as características dos respondentes, tais como sexo e idade. A segunda, chamada de parte B, apresenta as questões do tema da pesquisa elaboradas de forma clara e de fácil entendimento, com o propósito de alcançar os objetivos da pesquisa. A pesquisa foi realizada em uma turma com cinquenta e sete estudantes de uma escola pública do Distrito Federal. Dos alunos entrevistados na pesquisa, 22 eram do sexo masculino e 35 do sexo feminino. Em percentuais, isso significa que 39% eram homens e 61% eram mulheres. 23 Tabela 3 – Idade dos Alunos Idade 12 – 14 14 – 16 16 – 17 Total Quantidade Percentual 2 3% 14 25% 41 72% 57 100% Fonte: (MENDES, 2014) A tabela acima ressalta os dados sobre a idade dos estudantes. Dois têm idade entre doze a quatorze anos, representando 3%. Quatorze alunos, cerca de 25%, têm idade entre quatorze e dezesseis anos e a grande maioria dos alunos, com margem de 72%, ou seja, quarenta e um alunos, têm idade entre dezesseis e dezessete anos O questionário também informa a quantidade e o percentual dos pais dos alunos que nasceram e não nasceram em Brasília. Dos pais dos alunos que estudam nessa turma, vinte e oito nasceram em Brasília, representando 49% do total, e vinte e seis não nasceram em Brasília, cerca de 46%. Três alunos não souberam responder onde seus pais nasceram, significando 5% do total dos respondentes. A tabela quatro vem discriminar a quantidade de pais não nascidos em Brasília. Dos vinte e seis pais que nasceram nas demais regiões brasileiras, dois são da região norte, com apenas 7%; doze são da região nordeste, com 48%; quatro são da região centro oeste, com 15%; três da região sudeste, com 11%; e cinco da região sul, com 19%. Os dados mostram que há participação de todas as regiões do país, principalmente a região nordeste, e suas respectivas diversidades de culturas na escola pesquisada. Tabela 4 – Naturalidade dos Pais dos Alunos não nascidos em Brasília Pais não nascidos em Brasília Norte Nordeste Centro Oeste Sudeste Sul Total Fonte: (MENDES, 2014) Quantidade Percentual 2 7% 12 48% 4 15% 3 11% 5 19% 26 100% 24 Foi perguntado aos cinquenta e sete alunos se eles já criticaram ou foram criticados pela sua forma de falar diferenciada. Para que essa pergunta fosse respondida por região, pode observar a tabela cinco que os alunos foram divididos em três grupos: vinte e oito alunos cujos pais nasceram em Brasília, vinte e seis alunos cujos pais nasceram nas demais regiões brasileiras e os três alunos que não souberam a naturalidade dos pais. Dentre os estudantes cujos pais nasceram em Brasília, 46% do total – ou seja, treze deles – já criticaram ou foram criticados pelo seu modo de falar por algum colega durante o seu período escolar e os outros 54% não criticaram e nem foram criticados. Dentre os estudantes cujos pais nasceram nas demais regiões do Brasil, pode-se perceber que 73% dos estudantes já sofreram ou sofrem críticas pelo seu modo de falar diferenciado e apenas 27% dos demais não criticaram ou não sofreram críticas na sua vida escolar. Os três alunos que não souberam responder a naturalidade dos pais, significando 5% da amostra, não entraram na pesquisa. Outra análise importante é a que 48% dos pais dos alunos são da região nordeste e que os 73% dos alunos cujos pais não nasceram em Brasília afirmam que sofrem ou já sofreram algum tipo de crítica pelo seu falar diferente, ou seja, as pessoas que nascem nesta região do Brasil são os que mais criticam ou são criticados pela sua diversidade linguística. Tabela 5 – Crítica pela forma de falar entre os Alunos Pais nasceram em Brasília Sofreram Crítica Quantidade 13 Sim 15 Não Total 28 Pais não nasceram em Brasília Sofreram Crítica Quantidade 19 Sim 7 Não Total 26 3 Não participaram da pesquisa Total Geral 57 Fonte: (MENDES, 2014) Percentual 46% 54% 49% Percentual 73% 27% 46% 5% 100 25 Os estudantes também, na sua maioria, de acordo com a pesquisa aprovam concordando ou concordando totalmente com a existência da diversificação linguística regional; cerca de 74% deles, ou seja, 42 estudantes, confirmam que a pessoa, por nascer em outra região do Brasil, possui uma forma de falar diferenciada das pessoas nascidas em Brasília. Dos demais estudantes, 10 deles, cerca de 17%, nem concordam nem discordam e apenas cinco, cerca de 9%, discordam da questão. Ao perguntar aos alunos somente aos alunos que concordam se a diversidade linguística traz constrangimento ao falante perante os colegas, a tabela seis informa que 30 deles – ou seja, 52,50% - concordam que essa afirmativa constrange o falante em relação aos colegas de sala. Dos demais, 17,5% ficam indecisos, 4% discordam dessa prerrogativa e os outros 26% não responderam a questão. Tabela 6 – A diversidade linguística traz constrangimento ao falante perante colegas e amigos Diversidade Linguística Concordo Totalmente Concordo Nem Concordo, Nem Discordo. Discordo Não responderam Total Quantidade Percentual 10 17,5% 20 35% 10 17,5% 2 4% 15 26% 57 100% Fonte: (MENDES, 2014) A pesquisa também nos mostra a crítica mediante a diversidade linguística sem dividir por regiões, ou seja, de forma geral. Dessa vez, fez parte os três que não responderam na primeira etapa por não pertencer a nenhuma região. Dos 57 alunos da amostra total, 32 estudantes, representando 57%, já criticaram ou foram criticados por algum colega de classe pelo seu modo de falar. O restante dos alunos, cerca de 43%, não criticou ou foi criticado na escola. A tabela sete é de fundamental importância, pois ela mostra apenas as respostas da pergunta feita aos alunos se o preconceito linguístico influencia no rendimento do ambiente escolar. Dos 57 estudantes perguntados, somente 32 alunos responderam. Foi desconsiderado os 25 alunos que na questão anterior responderam que não criticou ou não foi criticado pelo seu colega de classe. Dos alunos que criticaram ou foram 26 criticados 16% ficarão indecisos, 6% discordam e 78% concordam que o preconceito linguístico influencia no rendimento no ambiente escolar. Tabela 7 – O preconceito linguístico influencia no rendimento do ambiente escolar Influência do Preconceito Linguístico Concordo Totalmente Concordo Nem Concordo, Nem Discordo. Discordo Discordo Totalmente Total Quantidade Percentual 12 37% 13 41% 5 16% 1 3% 1 3% 32 100% Fonte: (MENDES, 2014) Foi também perguntado aos estudantes se eles sabem ou não o que é o preconceito linguístico na escola. Dos 57 alunos investigados, 38 estudantes sabem o que é preconceito linguístico, significando 67% do total. Os demais 19 alunos não sabem o que é preconceito linguístico. A tabela oito informa a questão da existência do preconceito linguístico no ambiente escolar. De acordo com as respostas dos estudantes, 25 alunos, cerca de 44%, afirmam a presença do preconceito linguístico na escola; 8 alunos, cerca de 14%, são indecisos; 5 alunos, cerca de 9%, discordam e 19 alunos, cerca de 33%, não responderam a questão por que ela estava direcionada apenas aos que sabiam a resposta da questão anterior. Tabela 8 – Existe o preconceito linguístico no ambiente escolar Influência do Preconceito Linguístico Concordo Totalmente Concordo Nem Concordo, Nem Discordo. Discordo Discordo Totalmente Não responderam Total Quantidade Percentual 11 19% 14 25% 8 14% 4 7% 1 2% 19 33% 57 100% Fonte: (MENDES, 2014) A pesquisa menciona que os alunos responderam que os professores já mencionaram algum tema sobre o preconceito linguístico. De acordo com as respostas dos alunos, pode se verificar que existe participação do professor na sala 27 de aula, onde 26% cerca de 15 alunos afirmam que os professores deram algum conteúdo do assunto e dos demais, 23% cerca de 13 nunca estudaram sobre o assunto e 51% sendo 29 do total não souberam responder. Para finalizar o questionário foi perguntado aos alunos se o preconceito linguístico está relacionado com a diversidade regional. De acordo com os alunos 40% cerca de 23 estudantes aprovam a afirmação, 25% cerca de 14 são indecisos, 2% ou seja 1 aluno discorda e 33%, ou seja, 19 colegas não responderam a questão, porque ela estava direcionada apenas aos alunos que afirmaram existir o preconceito linguístico na escola. 6 CONCLUSÃO De acordo com a literatura apresentada por Bagno (1999), Castro (2007), Junqueira (2012) e demais autores, onde afirma que o preconceito linguístico está presente na escola e consiste em considerar os estudantes que sofrem esse tipo de preconceito inferiorizados devido a não aceitação à diversidade linguística e que essa circunstância implica pedagogicamente no processo de ensino e aprendizagem, interferindo no seu rendimento escolar. Esse fato também veio à tona na vida da pesquisadora quando veio da região nordeste e quando pronunciou a língua portuguesa, foi hostilizada pelos colegas de sala e isso trouxe um grande constrangimento. Os professores e os alunos evidenciaram por meio dos questionários e entrevistas a mesma questão e pode se ver na pesquisa por meio de suas respostas. Portanto, pode se perceber que o preconceito linguístico avança gerações, pois ele está ligado à diversidade da língua, logo, enquanto existir a variação linguística ocorrerá o preconceito linguístico. O professor tem papel fundamental no combate ao preconceito linguístico, onde ele orienta, conscientiza e repreende os estudantes no momento em que acontece o preconceito na sala de aula. Como métodos pedagógicos de ensino e aprendizagem o educador utiliza a aplicação de leitura de textos voltados a culturas locais, o estudo da origem da escrita e da fala, diferenciando a língua falada da escrita, bem como a variação linguística das regiões do Brasil. 28 O fato é que o preconceito linguístico em sala de aula é decorrente da intolerância e desrespeito à variedade linguística das culturas regionais. Para isso os estudantes devem aprender na escola a riqueza da Língua Portuguesa e abordar mais informações culturais, e respeitar o outro da forma que ele é, pois somos pessoas diferentes. É preciso um trabalho planejado, envolvendo todas as esferas da sociedade, para enfrentar o problema de frente, olhando para um futuro melhor. Referências BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. 21. ed. São Paulo: Loyola,1999. BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolingüística. 15. ed. São Paulo: Contexto, 2006. BAGNO, Marcos. Norma linguística e Preconceito social: questões de terminologia. Veredas, revista de estudos lingüísticos. Juiz de Fora, v.5, n.2, p. 71-83 2009. Disponível em: < http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2009/12/cap063.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2014. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa, 1997. Brasília: MEC/SEF. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf >. Acesso em: 27 mai. 2013. CASTRO, A. S. 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Ensino de gramática, preconceito lingüístico e exclusão social: uma estratégia historicamente eficaz para o Brasil. Recôncavo, v. 4. 2010. Disponível em: < http://www.ufrb.edu.br reconcavos/index.php/artigos >. Acesso em: 27 mai. 2013. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2009. JUNQUEIRA, Maíra. E. B, et al. O preconceito lingüístico na mídia televisiva. Disponível em: < http://www.filologia.org.br/xvi_cnlf/tomo_3/212.pdf >. Acesso em: 15 jun. 2014. KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura: Teoria e Prática. 9ª ed. Campinas, SP: Pontes, 1989. LEITE, Marli Quadros. Preconceito e intolerância na linguagem. São Paulo: Contexto, 2008. MARCONI, M. D. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996. MAZA, T. F.; ALVAREZ, S. M. O aprendizado de língua Materna Português e língua estrangeira Inglês, no ensino superior contemporâneo. Disponível em: < http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/actas/article/viewFile/15741/9003 >. Acesso em: 11 set. 2014. MELO. F.C. COIMBRA. A. C. O. Reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem da língua materna. Disponível em: < http://www.uniaraxa.edu. br/ojs/index.php/evidencia/article/viewFile/341/323 >. Acesso em: 11 set. 2014. MORAIS. G. A. S.; BRITO. A. E. Prática pedagógica alfabetizadora: Questões de Letramento. Disponível em: <http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos /files/eventos/evento2009/GT.3_GT.4/5_Georgyanna%20Andr%C3%A9a%20Silva% 20Morais%20e%20Antonia%20Edna%20Brito.pdf>. Acesso em: 11 set. 2014. ORSI, Vivian. Tabu e o preconceito lingüístico. Disponível em:< http://www.revel.inf.br/files/artigos/revel_17_tabu_e_preconceito_linguistico.pdf >. Acesso em: 27 mai. 2013. PERINI, Mário A. Gramática Descritiva do Português. São Paulo: Ática, 1999. VALÊNCIA. Sérgio Eduardo. O preconceito lingüístico e os problemas da educação do Brasil. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr. 30 gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/LinguaPortuguesa/1383983.pdf em: 15 set. 2014. >. Acesso VARGAS. M. V. A. M. Processos discursivos de oralidade e de escrita na língua portuguesa. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/linhadagua/article /download/37324/40044 >. Acesso em: 11 set. 2014. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2000. VYGOTSKY, Lev Semenovitch. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 31 APÊNDICE A- QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS O questionário abaixo é composto de duas partes, sendo, a parte A com as características do respondente e a parte B com 2 (duas) questões. Uma série de afirmações é listada para que o senhor (a) possa apresentar opinião sobre o tema abaixo. Questionário Parte A – Características do Respondente Sexo: M F Aluno(a) Idade: 10 anos 12-14anos 14-16 anos mais de16 anos Parte B – Questões 1. Seus pais nasceram em Brasília? S NÃO SEI RESPONDER IM N ÃO 2. Caso saiba a resposta, marque a região que um dos seus pais nasceram. ( ( ( ( ( ) Norte ) Nordeste ) Centro-Oeste ) Sul ) Sudeste 3. De acordo com a resposta anterior, julgue a seguinte questão: a pessoa que nasce em qualquer das regiões acima possui uma forma de falar diferenciado das pessoas que tiveram seus pais nascidos em Brasília. Concordo totalmente 5( ) Concordo 4( ) Nem concordo Nem discordo 3( ) Discordo 2( ) Discordo totalmente 1( ) 4. Se a sua resposta for a opção 4 ou a opção 5 julgue. A forma de se comunicar por meio das palavras diferentes faz com que essa pessoa muitas vezes fique constrangida perante os meus colegas e amigos. 32 Concordo totalmente 5( ) Conc ordo 4( ) Nem concordo Nem discordo 3( ) Discordo Discordo totalmente 2( ) 1( ) 5. Você já foi criticado ou criticou alguém ou fez alguma brincadeira de mau gosto com algum colega seu que veio de uma cidade do interior e estudou com você na escola? SI NÃ M O 6. Se a sua resposta for afirmativa, julgue: Ao criticar ou criticado, discriminado, ou desprezar a forma de falar diferente de alguém, faz com que influencie no rendimento escolar dessa pessoa na sala. Concordo totalmente 5( ) Conc ordo 4( ) Nem concordo Nem discordo 3( ) Discordo Discordo totalmente 2( ) 1( ) 7. Você sabe o que é preconceito linguístico? S NÃ IM O 8. Se a sua resposta for afirmativa, julgue: O preconceito lingüístico está dentro da sala de aula. Concordo totalmente 5( ) Conc ordo 4( ) Nem concordo Nem discordo 3( ) Discordo Discordo totalmente 2( ) 1( ) 9. Algum professor já fez algum comentário sobre preconceito linguístico? S NÃO SEI RESPONDER IM N ÃO 10. Julgue a seguinte afirmação: O preconceito linguístico está diretamente ligado com a forma de falar das pessoas. Concordo totalmente 5( ) Concordo 4( ) Nem concordo Nem discordo 3( ) Discordo 2( ) Discordo totalmente 1( ) 33 APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES O questionário abaixo é composto de duas partes, sendo, a parte A com as características do respondente e a parte B com 2 (duas) questões. Uma série de afirmações é listada para que o senhor (a) possa apresentar opinião sobre o tema abaixo. Parte A – Características do Respondente Centro de Ensino Médio 06 UF: DF Sexo: M F Professor: Formação (Curso): Pedagogia Tempo de Formação: 2 anos 24anos 4 -6 anos ma is de 6 Idade: _____________ Parte B – Questões 1. Você sabe o que é o preconceito linguístico? SIM 2. NÃO Você acha que existe preconceito linguístico entre os colegas na sua sala de aula. SIM NÃO 34 3. Você já teve conhecimento ou presenciou algum caso de preconceito linguístico entre os colegas na escola. SIM 4. NÃO Se a sua resposta for afirmativa, julgue: O preconceito linguístico afeta o comportamento do aluno no processo de ensino e aprendizagem. Concordo Concordo Totalmente 5( 5. Nem concordo Discordo Nem discordo ) 4( ) 3( ) Discordo totalmente 2( ) 1( ) Julgue a seguinte frase: O preconceito linguístico está diretamente ligado a diversidade cultural no modo de falar as palavras que são considerados pelos eruditos como erro perante a norma culta. Concordo totalmente Concordo Nem concordo Discordo Nem discordo 5( 6. ) 4( ) 3( ) Discordo totalmente 2( ) 1( ) Se a resposta anterior for positiva, em sua opinião o que o preconceito linguístico tem influenciado no processo de ensino e aprendizagem. 7. [ ] Evasão escolar; [ ] Baixo rendimento escolar; [ ] Desânimo; [ ] Exclusão dos colegas; [ ] Solidão. [ ] Outros ______________________________________________. [ ] Todas as alternativas; Ao confirmar a presença do preconceito na ambiente escolar, quais as práticas pedagógicas que são utilizadas pela escola e pelo professor para combater o preconceito linguístico: [ ] Conscientização da importância da língua falada, tanto quanto a escrita; [ ] Combater a intolerância; [ ] Conscientizar dos mitos linguísticos que provocam um comportamento preconceituoso; 35 [ ] levar o conhecimento tanto da língua escrita como da língua falada; [ ] desapego do padrão linguístico arcaico. [ ] Ensinar a língua portuguesa de forma autoritária afirmando que a falar fora dos padrões da norma culta é errado. [....] Promover o respeito mútuo, a solidariedade, o espírito crítico, o diálogo e a compreensão entre as diversas culturas 8. ( ) Todas as alternativas ( ) Outros __________________________________________ Qual a nota que você atribuiria para o combate ao preconceito linguísticos promovidos pelos professores e pelas escolas do Distrito Federal. 9. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Listar propostas para combater, minimizar ou reduzir o preconceito linguístico nas escolas do Distrito Federal. _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________