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Apresentação
“Irmã Dulce” conta a emocionante história da mulher que, indicada ao Nobel da Paz,
chamada em vida de “Anjo Bom da Bahia” e beatificada pela Igreja, nunca se importou
com títulos. Graças a sua dedicação abnegada aos necessitados, doentes e miseráveis, ela
enfrentou o preconceito, o machismo, os dogmas da Igreja e uma grave doença respiratória,
para construir sua obra social. Candidata à canonização, a religiosa reúne três qualidades
definidoras dos brasileiros: fé, alegria e obstinação.
Uma das mais importantes e carismáticas figuras religiosas do país, Irmã Dulce abraçou
a missão de amparar os pobres e os doentes. E, na busca de seu objetivo, enfrentou
dificuldades, foi punida pela Igreja e contrariou interesses de políticos, da alta sociedade e
de marginais. Nem sua grave doença pulmonar era capaz de detê-la. Com determinação e
norteada sempre pelo amor e pela caridade, Irmã Dulce construiu, começando do nada e
dedicada aos mais pobres dos pobres, uma obra social sem igual no Brasil, com creches,
hospitais e centros educacionais.
Estrelado pelas atrizes Bianca Comparado e Regina Braga, “Irmã Dulce” tem direção do
premiado diretor Vicente Amorim (“Corações Sujos”, “Um Homem Bom” e “Caminho das
Nuvens”), produzido pela Midgal Filmes (“Minha Mãe é uma Peça”, “Nosso Lar”, “Cássia” e
“Casa Grande”), em coprodução com Globo Filmes e Telecine e distribuído pela Downtown
Filmes e Paris Filmes.
A cinebiografia chega aos cinemas dia 27 de novembro, no ano que marca o centenário de
Irmã Dulce. Gracindo Júnior, Glória Pires, Mallu Valle, Irene Ravache, Luiz Carlos Vasconcelos,
Zezé Polessa e Renato Prieto integram o elenco do longa-metragem de ficção baseado na
história de luta e entrega de Irmã Dulce. Este é um filme sobre a mãe protetora do povo
baiano, que teve todas as suas locações em Salvador e que tem parte do elenco composta
pelos melhores atores soteropolitanos, como Amaurih Oliveira, Fábio Lago e Caco Monteiro.
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Índice
2Apresentação
4 Ficha Técnica/Elenco/Sinopse
5 Vicente Amorim
9 Bianca Comparato
12 Regina Braga
15 Gracindo Junior
17 Gloria Pires
19 Luiz Carlos Vasconcelos
21 Malu Valle
23 Convidados Especiais
25Roteiro
27 Direção de Arte
29Fotografia
31 A produção
36 Assessoria de Imprensa
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Ficha técnica
Direção: Vicente Amorim
Produtora: Iafa Britz
Diretor de Fotografia: Gustavo Hadba
Direção de Arte: Daniel Flaksman
Figurino: Cristina Kangussu
Roteiro: L.G. Bayão e Anna Muylaert
Produtor Associado – Marcos Frota
e Bruno Wainer
Produtora Executiva: Camila Medina
Duração: 90 minutos
Formato: Scope
Som: Dolby 5.1
Elenco
Bianca Comparato /
Regina Braga - Irmã Dulce Sophia Brachmans – Irmã Dulce Criança
Lisandro Oliveira - João Criança
Amaurih Oliveira- João
Patrícia Oliveira /
Zeca de Abreu - Irmã Emília
Alice Assef – Dulcinha
Caco Monteiro - Prefeito
Maria Salvadora - Mãe de Santo
Ícaro Vila Nova - Neco adolescente
Aicha Marques - Tia Madaleninha
Agnaldo Lopes - Dinael
Atores convidados
Gracindo Junior - Dr. Augusto Zezé Polessa - Dulcinha
(irmã de Irmã Dulce)
Luiz Carlos Vasconcelos - Dom
Eugênio Salles
Malu Valle - Madre Fausta
Marcelo Flores – Arduino
Renato Prieto – Repórter
Participação especial
Irene Ravache - Madre Provincial
Fábio Lago – Neco
Gloria Pires - Mãe de Dulce
Sinopse
“Irmã Dulce” conta a emocionante história
da mulher que, indicada ao Nobel,
chamada em vida de “Anjo Bom da
Bahia” e beatificada pela Igreja, nunca se
importou com títulos. A história de uma
mulher cujo único objetivo era confortar
os necessitados, cuidar dos doentes,
amparar os miseráveis – a qualquer custo,
com a ajuda de quem fosse. Capaz de
atravessar Salvador de madrugada para
dar colo a um menino de rua ou de pedir
verba a um político em pleno palanque,
Irmã Dulce enfrentou inimigos externos
– o preconceito, o machismo, os dogmas
- e um interno: uma doença respiratória
incurável. Passou por eles com obstinação,
alegria, amor e fé e construiu uma obra que,
até hoje, só cresce, como cresce a devoção
por ela. O filme “Irmã Dulce” conta de
forma verdadeira e emocionante a história
de uma mulher que reúne três das nossas
qualidades definidoras como brasileiros: fé,
alegria e obstinação.
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Vicente Amorim
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Quando surgiu a ideia de fazer o filme
sobre Irmã Dulce? O que ela representa
para você? E para o Brasil?
leram, conversaram com amigos e parentes
da própria Dulce, assistiram vídeos, fizeram
uma imersão profunda na personagem.
Fui convidado a dirigir “Irmã Dulce” pela
Iafa Britz, produtora do filme, há três anos.
Eu já conhecia um pouco da história da
Irmã Dulce e me animei com a perspectiva
de um filme sobre ela - li as duas biografias
que existem, fiz pesquisa, mas não pude,
na época, fazer o filme, por questões de
agenda. Para a minha sorte, o cronograma
mudou e pude, há menos de um ano,
voltar para o projeto, que rodamos em
abril e maio de 2014. Irmã Dulce tem uma
trajetória de ativismo social, de luta pelos
mais pobres dos pobres, cheia de desafios
e obstáculos enormes: desde uma doença
pulmonar gravíssima a preconceitos
por ser mulher, por ser freira, passando
pela desconfiança da sociedade e da
própria Igreja. Ela, sempre quebrando
paradigmas, enfrentou estas dificuldades
com admirável obstinação e um insuspeito
bom-humor. Irmã Dulce foi um exemplo das
qualidades definidoras do brasileiro: alegria,
determinação e fé.
Que reação espera dos fiéis e admiradores
de Irmã Dulce diante do filme?
No início do filme “Gandhi”, do Richard
Attenborough, tem uma mensagem que
deveria ser obrigatória em qualquer
cinebiografia: “Nenhuma vida pode ser
resumida por uma única narrativa. Não
há como dar a cada ano seu peso devido,
incluir cada evento, ou mencionar cada
pessoa que ajudou a dar forma a toda
uma existência. Ser fiel ao espírito dos
acontecimentos e achar o caminho do
coração de quem se retrata é o melhor
que podemos fazer”. Foi isso que tentamos
fazer no nosso filme: sermos fiéis ao espírito
dos acontecimentos e achar o caminho
do coração de Irmã Dulce. Tenho certeza
que os fiéis e admiradores vão gostar do
filme, mas não só eles - o filme é para todos
que se interessem pela vida desta mulher
extraordinária.
E como foi a preparação das duas ‘Dulces’:
Bianca Comparato e Regina Braga?
No filme temos duas (três, se contarmos
a Dulce criança)​atrizes vivendo Irmã
Dulce: Bianca Comparato, até os anos
60, e Regina Braga, até 1980, mas a
personagem é sempre a mesma: Irmã
Dulce. Para garantir uniformidade entre as
fases ensaiamos o filme inteiro, durante
mais de um mês, antes das filmagens com
as duas atrizes ao mesmo tempo. Ou seja:
a Bianca participava de ensaios da Regina
e vice-versa. E, em muitos destes ensaios,
a Sophia Brachmans, que viveu Dulce
criança, estava presente também. Isso
nos deu segurança que qualquer mudança
que houvesse entre as duas seria resultado
apenas da evolução da personagem, que as
duas estariam vivendo, portanto, a mesma
pessoa. Claro que a preparação envolveu
mais do que ensaios: as atrizes visitaram
as obras sociais da Irmã Dulce, passaram
várias noites num convento em Salvador,
andaram pelas ruas vestidas de freiras,
Seus filmes sempre se baseiam em fatos
e personagens reais. Como foi transpor a
vida de Irmã Dulce para o cinema?
Quase todos os filmes que fiz são
inspirados em personagens e situações
verdadeiras. Em alguns casos, como em “O
Caminho das Nuvens”, ​retratei um episódio
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marcante na vida dos personagens; em
outros, como em “Um Homem Bom”, o
personagem principal é uma amálgama de
três ou quatro personagens reais dentro
de um contexto histórico muito conhecido;
em “Corações Sujos”, as situações são
todas verdadeiras, mas os personagens
são ficcionais. Estou, no momento,
desenvolvendo três longas e todos são
inspirados em fatos reais. “Irmã Dulce”,
claro, confirma minha atração por histórias
reais. Mas todos são, e é bom que seja dito,
filmes de ficção baseados em histórias reais
- Irmã Dulce inclusive. Há uma diferença
muito importante, no entanto: nenhum
dos personagens que retratei nos meus
outros filmes é objeto de culto, de devoção,
como é Irmã Dulce, e isto faz com que a
transposição da sua vida para o cinema
seja uma tarefa muito mais delicada. Foi um
desafio e tanto reconstruir a trajetória dela
e, um pouco como quando um muralista
retrata a vida de alguém igualmente
célebre, o que vamos oferecer ao público é
uma das possíveis formas de ver quem ela
foi: é uma pintura, não uma fotografia. Uma vez que o filme não retrata apenas
um momento da vida da religiosa, como a
trajetória de Dulce será contada no longa?
O filme se concentra na vida da Irmã Dulce
entre os vinte e poucos anos de idade, nos
anos 40, até 1980. É um período intenso ​
no qual vemos, com alguns flashbacks para
episódios marcantes da sua infância, Dulce
evoluir da caridade cristã tradicional para
um ativismo social muito à frente do seu
tempo, incomodando gente poderosa e a
própria Igreja. O que a moveu, sempre, foi
sua fé. A relação entre sua fé e sua ação foi
intensa e é parte do que o longa investiga,
mas isto não faz o filme ser “religioso”.
Optamos por mostrar a fé através das
suas ações, e, visualmente, tentando dar
subjetividade à imagem em momentos
específicos.
Entre os personagens em torno de Dulce,
João é o principal. Por que optou pelo
recorte da trajetória e pela relação dos
dois ao longo da trama?
Irmã Dulce existiu em função dos pobres,
dos marginalizados. Há, em filmes
com temática social, o perigo de uma
idealização, de uma estetização paternalista
da pobreza – os pobres transformamse em cenário, enquanto a história de
seu “salvador” é contada e eles caem
para segundo plano. No nosso filme eles
estão, ao contrário, em primeiro plano na
narrativa. O filme tem um coprotagonista:
João, um menino que é abandonado na
porta do convento, muito doente, de quem
Irmã Dulce cuida e com quem estabelece
uma convivência rica, afetiva e conflituosa
ao longo de toda a vida. Este personagem
é o resumo de milhares de crianças e
adultos de quem ela cuidou, que fizeram
parte da Obra que ela construiu. Ele,
João, seus conflitos e contradições, sua
relação com Irmã Dulce, serve como arco
que sustenta a narrativa do filme. Irmã
Dulce é um personagem que podemos ter
como exemplo, com quem sofremos e nos
emocionamos, mas que se torna realmente
próxima do espectador através da sua
relação com o João.
Como se deu a pesquisa histórica e como
ela se inseriu roteiro?
O roteiro foi escrito por L.G. Bayão e
Anna Muylaert, depois de muita pesquisa,
da leitura das biografias disponíveis, de
inúmeras entrevistas e conversas com
pessoas que conviveram com Irmã Dulce.
Na Bahia é difícil encontrar alguém
que não tenha uma história dela para
contar: ou aconteceu com a própria, ou
com um parente, ou com um conhecido
próximo. Parte importante do trabalho,
portanto, foi filtrar e separar o que era
emblemático, o que ajudaria a contar a
história da forma mais eficiente. Nesse
processo, inevitavelmente, muita coisa
ficou de fora, mas, por outro lado, muita
coisa foi confirmada e descoberta. É um
processo delicado, pois não se trata de
um documentário sobre Irmã Dulce, mas
um filme de ficção baseado na sua vida.
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Foi inestimável no processo de pesquisa
a colaboração de Maria Rita Pontes, sua
sobrinha e diretora das Obras Sociais Irmã
Dulce (OSID); de Osvaldo Gouveia, diretor
da OSID e pesquisador especialista em sua
vida; além do Frei Vandeí Sant’Anna, para
questões religiosas e eclesiásticas.
Irmã Dulce. Mais importante ainda era a
entrega. Muita preparação seria necessária,
muitos ensaios, muito trabalho para viver
uma personagem totalmente sem vaidade,
de quem nunca vemos mais que o rosto e
as mãos – nem toda atriz está disposta a
isso. Fomos muito felizes com a Bianca, a
Regina e a Sophia.
Como foi a escolha das atrizes para o papel
principal? Quais cuidados foram tomados
ao construir a personagem Irmã Dulce?
Desde sempre para mim estava claro que
não bastaria uma atriz para viver Irmã
Dulce. O período que retratamos vai do
final da sua adolescência até a
​ velhice e por
mais que a maquiagem tenha avançado
nos últimos anos, nada substitui a leveza
que uma atriz jovem traz para o período
que ela retrata ou a complexidade que
vem com a maturidade de uma atriz mais
velha. Evidentemente, as atrizes tinham,
também, que ser parecidas com a própria
Do ponto de vista técnico, vocês
encontraram dificuldades para filmar as
cenas externas?
Houve uma dificuldade óbvia: filmar numa
cidade contemporânea e vibrante como
Salvador cenas passadas entre os anos 40
e 80. A direção de arte do Daniel Flaksman,
o figurino da Cris Kangussu e a fotografia
do Gustavo Hadba tiveram que se
desdobrar para trazer a Salvador de Irmã
Dulce para a tela – e conseguiram. Por
outro lado fazer um filme sobre Irmã Dulce
abre portas: todos em Salvador tiveram
uma boa-vontade enorme conosco.
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Bianca Comparato
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Como se sentiu ao saber que viveria Irmã
Dulce quando jovem?
Eu me senti lisonjeada primeiramente e,
depois, desafiada. Quando soube que
faria o papel, comecei a estudar muito a
vida da Irmã Dulce e fui admirando cada
vez mais a mulher que ela foi. Senti que
era uma história que o mundo precisava
ver e percebi que era um papel de grande
responsabilidade. Eu me dediquei durante
meses para compor cada gesto, a maneira
de falar e, principalmente, entrar em
contato com a fé; uma fé que transcende
religião. A responsabilidade era grande e eu
não queria decepcionar.
Como foi o laboratório para o papel?
Você teve acesso a familiares e pessoas
conhecidas de Irmã Dulce?
A pesquisa e a preparação foram essenciais
para esse trabalho. Tive que me transformar
para viver a Dulce, foi um trabalho de
construção. Parei tudo e passei a me
dedicar só ao filme quando o Vicente
Amorim me disse que eu havia ganhado o
papel. Comecei a pesquisa em novembro
de 2013, ainda no Rio de Janeiro, junto
com meu preparador pessoal, Sergio
Penna, e minha mãe, Leila Mendes, que
é fonoaudióloga. Em março, me mudei
pra Salvador e comecei a preparação, que
durou um mês. Além do trabalho com o
Vicente e com a Maria Silvia, preparadora
audiovisual que existe. Passava muito
tempo no memorial da Irmã Dulce. Lá tive
todo apoio da equipe, além de conversar
com as freiras da congregação e com as
pessoas que trabalham no hospital e que
conheceram Dulce. Um momento crucial
foi conhecer Maria Rita, sobrinha da Irmã
Dulce e, de certa maneira, muito parecida
com ela. Ver como ela cuida do hospital,
com pulso firme e carinhoso ao mesmo
tempo, foi emocionante e tocante.
de elenco, o que mais me ajudou foi passar
alguns dias no Convento do Desterro. Fazia
todas as atividades junto com as irmãs e eu
e Regina dormimos uma noite no claustro.
Essa experiência mudou bastante minha
percepção do que é ser uma serva de Deus.
Descobrir a fé essencial para o papel, o
coração do filme. Foi fundamental o tempo
que passei na Bahia e dentro do convento.
Quanto tempo precisou para a pesquisa?
Nunca parei de me preparar. Mesmo
durante as filmagens, continuava a
trabalhar com a preparadora e, como
estava vivendo em Salvador, todo dia
alguém me contava uma história com
a Irmã Dulce. Antes, ainda no Rio, fiz
uma pesquisa mais concentrada nas
biografias, fotos, cartas e em todo material
Que características da jovem freira você
buscou retratar?
Procurei humanizá-la ao máximo. Ela
foi marcada pela morte de sua mãe e
isso trouxe uma solidão e uma força
imensa. No filme isso é representado pelo
cordãozinho dado de presente pela mãe
e que ela carrega consigo durante toda a
vida. Algumas características específicas
são o olhar vivo desde criança até o fim da
vida. E um instinto maternal: para mim ela
é a grande Mãe da Bahia, quiçá do Brasil.
Tinha bom humor, era sapeca, irônica,
inteligente, e, às vezes, de uma sagacidade
cortante. Não era nem arrogante nem
submissa, confiava na força que Deus lhe
deu. Aparentemente é frágil, mas no fundo
forte. Tem uma coragem infinita.
O que você, que é jovem, conhecia sobre
a vida de Irmã Dulce? Antes do filme,
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você tinha a dimensão da grandiosidade e
popularidade da personagem?
Confesso que sabia muito pouco e que
não tinha essa dimensão. Mas quando li o
roteiro pela primeira vez me emocionei.
Só pensava que precisamos de um mundo
mais Dulce. É impossível não se emocionar
com a história dessa mulher. Quando
pisei em Salvador tive a real noção da sua
popularidade. Tem Irmã Dulce em todos os
lugares e no olhar das pessoas.
O que mais chama sua atenção sobre Irmã
Dulce depois de conhecer profundamente
sua história?
Sua fé e sua entrega pelo outro. A vida dela
foi para os outros. Ela hoje é um exemplo
de força, construiu um hospital a partir de
um galinheiro. Hoje carrego sua medalha no
pescoço e sou devota. Alguma cena te marcou ou te emocionou
de uma maneira especial no set?
Ficava emocionada constantemente,
mas teve um dia especial. Foi quando
gravamos a cena da chegada de Dulce
na congregação com seu exército de
inválidos. Quando a cena acabou, a equipe
e Maria Rita, que visitava o set, ficaram
emocionados. Foi lindo demais. Como você vê o trabalho de Regina
Braga? Sempre admirei a Regina, que é uma das
grandes atrizes desse país. E me sinto
honrada em dividir o papel com ela. Vejo
tudo como uma continuação. Nós tentamos
nos complementar para que a passagem
de tempo ficasse o mais natural possível.
Como ela diz, somos dois corpos com uma
só alma. Hoje somos amigas, passamos
muito tempo juntas, ensaiamos, e visitamos
as obras sociais da Dulce. A Regina é uma
musa, uma mulher incrível.
Há algum fato curioso que descobriu
sobre a Irmã Dulce durante a preparação
para o papel?
A paixão da Dulce pelo futebol. Ela era
torcedora do Ipiranga, jogava com os meninos
na rua. Largou tudo quando se tornou freira.
O que Irmã Dulce representa para você?
Transformação, doçura e força. Minha vida
mudou depois desse filme e depois de
conhecer a história dela.
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Regina Braga
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Como recebeu o convite para representar
Irmã Dulce na maturidade?
Foi a produtora de elenco, Marcela
Altberg, quem telefonou e me fez
o convite para fazer o filme. Eu me
espantei: “Eu, Irmã Dulce? Aquela freira
da Bahia que ajudava os pobres?”. Não
sabia quase nada dela. Desse telefonema
até me ver dentro do hábito da Irmã,
andando pelas ruas de Salvador, foi um
caminho carregado de emoções. Aceitei
e me entreguei.
Quanto tempo precisou para a fase de
preparação e pesquisa? Fale um pouco
sobre a composição de sua personagem.
Estudei a vida de Irmã Dulce nos livros
e vídeos. Procurei chegar mais perto da
cultura baiana, dos nossos grandes poetas
da Bahia. Fiquei mais concentrada em
Roque Ferreira, Moraes Moreira e Caetano
Veloso, que me acompanharam durante
toda a filmagem. Eu os ouvia o tempo
inteiro. A ida para Salvador bem antes da
filmagem foi fundamental. A produção
e a direção do filme se empenharam
em nos proporcionar as condições para
conhecermos bastante a realidade de Irmã
Dulce.
Como os fiéis têm recebido o seu trabalho
a partir do que já foi visto nas imagens
divulgadas e no trailer?
O filme é carregado de momentos de
emoção. Algo te marcou de maneira
especial durante as filmagens?
O processo de filmagens foi bastante
duro, exaustivo, muitas vezes filmando em
condições desfavoráveis, mas a disposição
geral da equipe sempre foi a de superar
as dificuldades. Esse “espírito Irmã Dulce”
que tomou conta de nós foi a força que nos
conduziu por esse trabalho tão marcante e
enriquecedor.
Em Salvador a presença dela está em toda
parte, todos têm alguma lembrança para
contar. Isso é muito forte. O que mais me
impressionou foi a gratidão que aparece
no olhar dos que a conheceram. Ela é
venerada. É santa, a primeira santa do
Brasil. Irmã Dulce dos desprotegidos, dos
abandonados.
Já havia tocado acordeão? Teve a
necessidade de aulas para preparação ou
não?
Tivemos algumas aulas de acordeão, o
suficiente para entrar em contato com o
instrumento, e poder representá-la tocando,
sem tocar de verdade, porque é muito
difícil aprender em pouco tempo. Adoro
esse lado pop de Irmã Dulce e a alegria das
músicas que ela tocava.
O que Irmã Dulce representa para você?
A lição mais importante que ela nos deixou
foi mostrar que é possível melhorar a vida
dos menos favorecidos, mesmo quando os
meios para fazê-lo não estão disponíveis.
A força de vontade daquela mulher de
aparência frágil motivava os demais e fazia
os meios aparecer. Como foi trabalhar em parceria com
a Bianca Comparato para criar a
personagem?
Dividir a personagem com a Bianca foi
uma experiência muito nova para mim.
Gostei dela de cara: não nos conhecíamos
pessoalmente, mas senti confiança nela
desde o primeiro olhar. Do que pude
acompanhar nas filmagens, achei o
trabalho dela maravilhoso. Criamos uma
cumplicidade estranha, apaixonadas as
duas pela mesma pessoa. Chegando
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a Salvador, ela e eu fomos dormir no
Convento do Desterro. Participar do
cotidiano das freiras que lá vivem foi uma
experiência inesquecível.
Como era o clima no set?
Todos nós, da equipe do filme, sofremos
um impacto forte à medida que fomos
conhecendo melhor Irmã Dulce. Ficamos
encantados por ela, completamente
tomados pela vontade de contar
bem a história dessa mulher e pela
responsabilidade de levá-la para todo
o Brasil. Esse desejo contaminou toda
a equipe e criou um clima de muita
solidariedade no trabalho. A começar
pela Iafa (Britz) e pelo Vicente (Amorim):
nunca vi uma produtora e um diretor tão
afinados e tão unidos. Iafa foi uma presença
constante durante as filmagens, sempre
acolhedora, entusiasmada e conciliadora.
Sua presença foi fundamental para o êxito
das filmagens, para o trabalho do diretor e
para a união do elenco. 14
Gracindo Junior
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Como foi a preparação para interpretar
Dr. Augusto? Fale um pouco sobre seu
personagem, que é uma força masculina
muito presente na vida da religiosa.
Dr. Augusto é pai de Maria Rita, nome de
batismo de Irmã Dulce, e era formado em
Direito, além de exercer a profissão de
dentista. Era um homem muito respeitado
em Salvador e o maior apoiador do trabalho
social que sua filha realizava, apesar de
todas as dificuldades enfrentadas. Foi
um grande companheiro de sua filha,
acreditando na sua fé e trabalho junto
àqueles que precisavam de ajuda. Para
conhecermos um pouco mais o Dr. Augusto,
acompanhamos alguns parentes da família,
que nos contaram as suas histórias e nos
mostraram alguns exemplos do trabalho de
Irmã Dulce e os resultados conquistados.
Qual foi a cena mais marcante para você?
A cena que mais me emocionou foi
quando Dr. Augusto entrega o documento
conquistado depois de anos, que determina
que sua filha, Irmã Dulce, seja readmitida
como freira ao convento. Uma cena
emocionante.
ensaios nos deram material necessário para
aprofundarmos a história deste homem,
mais do que pai, alguém que acreditava no
amor e dedicação da sua filha à sua missão
junto aos pobres e necessitados.
Como foi o trabalho com Bianca
Comparato e Regina Braga?
Estar ao lado de Regina Braga e Bianca
Comparato foi um presente, atrizes
maravilhosas e dedicadas a seu lindo
trabalho. Vicente Amorim desenvolveu
um trabalho de leitura e análise dos
personagens ao lado da nossa preparadora,
Maria Silvia. Trabalho raro em cinema, o
que nos deixou muito seguros. Ele nos
alimentou de informações e conceitos
estéticos do filme. Sem dúvida, será mais
um grande filme de Vicente Amorim. Estes
Fale um pouco sobre o papel do pai de
Dulce para a reintegração da religiosa na
Congregação. Já doente, ele participava
ativamente do sofrimento da filha devido
à exclaustração.
Até o fim da sua vida, aos oitenta e poucos
anos, já fraco e adoentado, ele conseguiu
o reconhecimento do trabalho realizado
por esta mulher, já considerada uma Santa
pelo nosso povo, junto ao governo estadual.
Consegue ainda que ela seja readmitida ao
Convento. No final de sua vida, Dr. Augusto
reconhece a filha como santa.
Qual é a importância de Irmã Dulce para
você?
Irmã Dulce é uma das personalidades mais
importantes do nosso país, reconhecida
pelo mundo por suas ações e sua luta pela
igualdade dos seres humanos, reconhecida
e recebida pelo Papa em duas visitas
feitas ao Brasil. O processo para que
seja reconhecida como santa está em
andamento, aguardamos com fé.
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Gloria Pires
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Você já conhecia a história da Irmã Dulce?
Conhecia a personagem Irmã Dulce,
mas não o trabalho dela profundamente.
Sabia que ela era uma mulher de uma
força espiritual incrível. Conhecia um
pouco do trabalho desenvolvido por ela
na Bahia, mas durante as filmagens tive a
oportunidade de ir às obras e é realmente
uma coisa impressionante. Imaginar que
aquela mulher tão pequenina, tão frágil
fisicamente, fez tanta coisa, nos faz
entender o que significa a força espiritual,
que supera qualquer limitação física ou de
outra ordem, como financeira.
Como foi a pesquisa para sua
personagem?
Tive a oportunidade de visitar suas obras
e estive com a sobrinha de Irmã Dulce,
Maria Rita, outra mulher incrível, que leva
adiante o trabalho iniciado por Dulce. É
impressionante ver a proporção que tudo
aquilo ganhou.
Fale um pouco sobre sua personagem.
Como foi a sua construção?
A mãe é sempre uma figura emblemática,
que tem sempre um papel importante, para
o bem e para o mal. No caso de Dulce, foi
uma coisa maravilhosa. Sou kardecista e
vejo ali claramente um caso de reencontro
de amigos de outras vidas: a mãe, o pai, ela
e a irmã – elas eram praticamente almas
gêmeas. Tinha essa adoração tão grande
uma pela outra, que a irmã acabou também
sendo enterrada junto com ela. Foi feita
uma exceção para que a irmã pudesse ser
enterrada no mesmo lugar onde Irmã Dulce
foi. Esse encontro de amor é uma coisa
linda, e que permeou a vida dela. Esse amor
em que ela foi criada, que ela recebeu em
casa, ela levou, através da vocação católica,
indiscriminadamente para todas as pessoas
que necessitavam.
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Luiz Carlos Vasconcelos
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Seu personagem, D. Eugênio Sales,
aparece pouco no filme, mas é responsável
por uma das mais importantes passagens
dentro da vida religiosa da protagonista.
Pode falar um pouco sobre a cena onde
o arcebispo sugere que Dulce permaneça
sozinha no convento para assim ter a
permissão de quebrar o claustro da
Congregação das Irmãs Missionárias da
Imaculada Conceição da Mãe de Deus e
cuidar de seus doentes?
Acho que ele teve senso de justiça e
percebeu a rigidez da Madre Provincial.
Digamos que os anjos da guarda atuaram
muito bem intercedendo para que D.
Eugênio tomasse aquela decisão tão bonita
e dura ao mesmo tempo: ela fica sozinha
naquele convento, mas, de certa forma,
resolve a situação de Irmã Dulce.
Como foi trabalhar com Regina Braga e
Irene Ravache?
Tive uma relação muito bacana com a
Regina e com a Irene. Foi uma relação
muito respeitosa e de um carinho muito
grande entre três atores que nunca haviam
trabalhado juntos.
Até que ponto você tinha familiaridade
com as obras e a trajetória de Irmã Dulce?
E qual a importância de um filme sobre a
religiosa mais famosa do Brasil?
Antes do filme, eu conhecia a Irmã
Dulce como os brasileiros a conheciam,
de um modo geral. A freira baiana
engajada na causa dos pobres e nas
ações filantrópicas. Só fui ter ideia da
real dimensão de Irmã Dulce e de seu
trabalho depois que li o roteiro. E acho
lindo que exista um filme sobre ela para
que os brasileiros e as pessoas do mundo
todo possam conhecer sua história como
eu conheci: a história de uma mulher
tão querida, decidida humanamente e
tão importante que desperta uma coisa
muito boa em nós.
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Malu Valle
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Como é sua personagem e o que
significou para você fazer parte de Irmã
Dulce?
Minha personagem é Madre Fausta, a madre
do convento de Irmã Dulce. Ela representa
a congregação, os fundamentos católicos,
os rigores aos quais as freiras tinham que
se submeter a partir dos votos feitos.
Num convento, a madre é considerada a
representante de Deus, a guardiã da ordem,
a mãe naquela irmandade.
Como Irmã Dulce subverteu parte dessa
ordem para que pudesse fazer seu
trabalho de amor, se estabeleceu um
conflito com a Madre.
A curva dramática do filme mostra que
o amor de Irmã Dulce invade também o
coração de Madre Fausta, que, aos poucos,
se torna uma cúmplice de Dulce, o que traz
problemas com a arquidiocese, instância a
qual Madre Fausta precisa prestar contas.
Fazer esse filme foi especial?
Partiu de um convite de Vicente Amorim,
após um primeiro encontro de trabalho
muito feliz, em “As Canalhas”, série do
GNT. Feliz também por voltar a trabalhar
num esquema tão profissional e delicado,
criado por Iafa Britz. E pela personagem
instigante, importante, e participante das
duas fases do filme, o que me permitiu
voltar a trabalhar com Bianca Comparato
e contracenar com Regina Braga pela
primeira vez, ambas atrizes que admiro
muito.
Com essa equipe de profissionais
excelentes, amorosos, contar a história
dessa religiosa que praticava o amor
de uma maneira absoluta foi dessas
oportunidades que engrandecem o nosso
ofício, e por isso meu coração é só gratidão!
22
Convidados Especiais
Zezé Polessa
(Dulcinha/fase adulta)
Irene Ravache
(Madre Provincial)
Irene Ravache começou
a carreira no Rio de
Janeiro, na década de
60, onde participou
da montagem de
“Eles Não Usam
Black-Tie”. Em 1968
mudou-se para São
Paulo e, a partir daí,
trabalhou com os mais
conceituados diretores
e encenou textos de autores como Maria
Adelaide Amaral, Leilah Assunção, Loleh
Bellon, entre outros. Contracenou com
atores como Juca de Oliveira, Marcos
Caruso, Lílian Lemmertz e Regina Braga em
inesquecíveis interpretações. A presença
cênica, forte e carismática de Irene está
também no cinema em mais de uma dezena
de filmes, como “Lição de Amor” e “Depois
Daquele Baile”. Em “Irmã Dulce”, Irene
Ravache interpreta a rígida Madre Provincial
que, convencida por D. Eugênio Sales,
concede à jovem freira a permissão para
a quebra do claustro da Congregação das
Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição
da Mãe de Deus e, assim, ganhar as ruas
para ajudar quem precisasse.
Zezé Polessa tem mais
de 50 peças, novelas,
filmes e minisséries
em seu currículo. Sua
estreia no teatro foi em
1973, com o espetáculo
“Drácula”, de Bram
Stocker. Já em 1978 a
atriz ganhou o prêmio
revelação da crítica
carioca por sua atuação
em “Os Infortúnios de Mimi Boaventura”, de
Miguel Oniga. Em 1988 estreou no cinema
com o filme “Romance da Empregada”,
dirigido por Bruno Barreto. Em 1989, Zezé
realizou seu primeiro trabalho na TV Globo,
na novela “Top Model”. No momento
está no ar com a novela “Império”, de
Aguinaldo Silva. Seus recentes personagens
nos cinemas foram Dorotea Cajazeira,
de “O Bem Amado”; Angelina, de “Caixa
Dois”; Magali, de “Achados e Perdidos”,
entre outros. Em “Irmã Dulce”, a atriz vive
Dulcinha, irmã e grande aliada da religiosa.
23
Fábio Lago
(Neco)
Renato Prieto
(Repórter)
Amauri Oliveira
(João)
Nascido em Ilhéus, na Bahia, Fábio Lago
faz sucesso no teatro, TV e cinema. O
ator de 44 anos interpretou personagens
fortes na telona, como o violento Baiano
em “Tropa de Elite”. Também deu vida
para Nervoso em “Totalmente Inocentes”;
Bamburra, em “Xingu”; e Caetano em
“Assalto ao Banco Central”. Em “Irmã
Dulce”, além de retomar a parceria com o
diretor Vicente Amorim, com quem filmou
“Caminho das Nuvens”, o ator dá vida
ao bandido Neco, que acaba cruzando o
caminho da religiosa algumas vezes.
Protagonista do filme “Nosso Lar” e
sucesso no teatro com a peça “O Semeador
de Estrelas”, Renato Prieto está em cartaz
há 15 meses com “Encontros (Im)possíveis”,
primeiro texto do jornalista Rodrigo
Fonseca, escrito especialmente para o
teatro. Em “Irmã Dulce”, o ator dá vida ao
repórter que entrevista a religiosa. “Durante
o set, a direção de Vicente Amorim, sua
dedicação e delicadeza com os atores,
contracenar com a querida Regina Braga,
além de reencontrar a produtora Iafa Britz,
trouxeram uma maravilhosa alegria para
mim. Retornei de Salvador para o Rio de
Janeiro mais convicto ainda de que cinema
é sempre muito bom e dá ao ator o tempo
que ele precisa para criar e se entregar.
Viva o cinema brasileiro e muitos vivas para
Irmã Dulce”, diz o ator.
Formado em Artes Cênicas na Escola de
Teatro da UFBA, o ator Amauri Oliveira atua
no teatro e no cinema e, além de Vicente
Amorim, já foi dirigido por nomes de peso
no cenário baiano como Hebe Alves, Márcio
Meirelles, Romualdo Lisboa, Paulo Dourado,
Eliane Cardin e também pelo francês
Bernard Attal no filme “A Coleção Invisível”.
Em “Irmã Dulce”, Amauri interpreta João,
o principal personagem entre todos os
que rodeiam a religiosa; um menino que é
abandonado na porta do convento, muito
doente, mas que é amparado pela jovem
freira, com quem mantém uma relação ao
longo de toda a vida.
24
Roteiro
25
Autor de mais de 20 roteiros para cinema
- com cinco prontos para rodar já em 2015
-, L.G. Bayão foi convidado pela produtora
Iafa Britz para assumir o roteiro do
longa ainda no quarto tratamento. “Anna
Muylaert trabalhou na etapa inicial do
projeto. Daí entrei e escrevi 11 tratamentos
até o roteiro final”, conta o roteirista que
também explica como venceu o desafio de
transpor e adaptar a história da religiosa
mais famosa do Brasil para as telas. “Diante
de um projeto desse tamanho, a única
forma de não travar foi deixar de lado
essa responsabilidade toda. Pelo menos
no início, esqueci o mito e tentei entender
a menina; não pensar muito na santa,
mas decifrar a mulher. Esse foi meu maior
desafio: Humanizar o mito”, explica.
Para o roteirista, levar o amor e as obras de
Irmã Dulce para o maior número de pessoas
é um dos pontos mais importantes do filme.
“Estamos vivendo tempos difíceis, com
muito egoísmo e a Irmã Dulce foi o oposto
disso. O amor que nutria pelo próximo era
comovente e por isso apostamos nesse
amor como o grande combustível. É o
que há de mais lindo na trajetória dela”,
afirma Bayão, que diz ter se emocionado
muito durante a feitura do roteiro. “A cena
da ronda noturna, por exemplo, foi muito
impactante. Dulce atravessando a cidade
com os doentes também foi forte. Ou a
última conversa da freira com o pai. Foram
vários grandes momentos. É um roteiro
para emocionar mesmo, movido pelo
coração”.
Acesso aos familiares, obras e objetos
foram cruciais para o desenvolvimento
do roteiro e de todas as etapas do
filme. Investigar e compreender o
comportamento humano foram alguns
dos principais cuidados que o roteirista
teve durante a fase de pesquisa. Com
a ajuda da sobrinha de Irmã Dulce, que
participou ativamente lendo o texto e
opinando, conseguiu preciosidades para
a composição de sua história. “Maria Rita
foi incrível e muito paciente. Tem uma
determinação que acredito ter herdado da
tia famosa. Por intermédio dela tivemos
acesso às cartas da freira para a irmã,
Dulcinha, e vimos suas fotos mais antigas:
tão diferentes e tão próximas. E uma foto
das irmãs na praia acabou inspirando uma
cena linda que nos ajuda a entender muito
bem a relação entre elas”, recorda Bayão.
26
Direção de arte
27
Um dos mais prestigiados diretores de arte
em cinema e publicidade, Daniel Flaksman
assume a função em “Irmã Dulce”, filme
que lhe deu a possibilidade de conhecer
mais sobre a beata: “Foi uma descoberta
gratificante, um privilégio chegar tão perto
e conhecer a obra de alguém tão iluminada
e única como a Irmã Dulce. Fiquei cativado
pelo humanismo dela”.
Sintetizar sem comprometer a essência
do personagem e de sua história é
um dos maiores desafios de filmes
biográficos. Para Flaksman, o maior
desafio de “Irmã Dulce” foi encontrar
locações ideais e adaptá-las às imagens
fortes e impactantes. “As locações foram
criteriosamente selecionadas e avaliamos
o que poderia servir à época. Misturamos
as interferências cenográficas realizadas
pela arte e também pela pós-produção:
remoção de veículos, pichações e de
placas modernas, camuflagem de
mobiliário urbano, postes e luminárias.
E quando a interferência se tornava
fisicamente impossível entrava o trabalho
de computação gráfica para ‘apagar’
e ‘pintar’ elementos fora do contexto.
Esforço conjunto, onde removemos o
que pode ser removido, cobrimos o que
não conseguimos remover e apagamos
ou pintamos digitalmente elementos
descontextualizados e que não podiam ser
cobertos”, destaca.
A direção de arte optou por demonstrar
um contraste visual entre o mundo
onde a religiosa vivia e o mundo que ela
percorria ao fazer suas ações de caridade.
A pobreza e a miséria foram traduzidas
em imagens de caos, sempre repletas
de textura, sujeira e organicidade. Já os
ambientes religiosos, como o convento
onde ela viveu, foram traduzidos em
imagens de ordem, sempre gráficas,
minimalistas e com ritmos geométricos
definidos. “Uma das grandes emoções de
‘Irmã Dulce’ está em mostrar a dicotomia
entre a opulência das igrejas baianas e a
realidade das favelas. Apesar de serem os
dois extremos do forte contraste visual
existente no filme são, de certa forma, o
mesmo lugar para Irmã Dulce. Em minha
opinião, eram os dois lugares onde ela
mais se aproximava de Deus”, avalia
Flaksman.
Para o profissional, ouvir, interpretar
tudo que o diretor pensa e devolver a
ele ideias visuais e espaciais que sirvam
para a elaboração de seus personagens
e para a criação da atmosfera dramática
do seu filme é uma tarefa muito mais
fácil quando existe boa comunicação e
afinidade entre a equipe. “Trabalhar com
o Vicente é um privilégio. Ele é um diretor
extremamente talentoso e que domina
a técnica cinematográfica como poucos.
Quando nos juntamos para contar uma
história, temos uma colaboração criativa
muito intensa”, diz Flaksman, que trabalhou
com Vicente Amorim em “Corações Sujos”
e, recentemente, em “Rio Eu Te Amo”.
Daniel Flaksman foi cenógrafo em longas,
óperas, peças de teatro, shows, clipes e
séries de TV. “Orquestra dos Meninos”
(2006), marcou seu primeiro trabalho
como diretor de arte para o cinema e,
desde então, marca presença em várias
produções nacionais. Foi diretor de arte de
grandes produções estrangeiras filmadas
no Brasil como “Os Mercenários”, de
Sylvester Stallone, e a “A Saga Crepúsculo –
Amanhecer parte 1”, de Bill Condom.
28
Fotografia
29
Uma fotografia bonita e cuidadosa.
Algo escuro, mas que tivesse brilho, que
tivesse tons muito específicos, além da
necessidade de criar épocas em cima de
tons que foram pensados para o figurino.
Assim começou o trabalho do diretor de
fotografia Gustavo Hadba, a partir do
pedido do diretor Vicente Amorim, amigo e
parceiro profissional. “Receber esse convite
depois de alguns longas que ele fez sem
mim, e vários outros que eu fiz sem ele, foi
uma felicidade total porque o Vicente sabe
muito da cinematografia, além de ser um
“tudólogo” e que pode falar, por exemplo,
sobre a órbita de Urano daqui cinco mil
anos”, diverte-se o diretor de fotografia.
Carioca, Gustavo Hadba assina a
fotografia de grandes filmes desde o
começo da década de 90. Além de “Irmã
Dulce”, os recentes trabalhos de Gustavo
Hadba na direção de fotografia são:
“Amazônia Eterna” (2012), “Mato Sem
Cachorro” (2013), “Faroeste Caboclo”
(2013) e “Entre Nós” (2013). “O Caminho
das Nuvens”, também de Vicente Amorim,
foi o seu primeiro longa na coordenação
de uma equipe de fotografia. Mas
antes de debutar no posto, trabalhou
como assistente de câmera e teve a
oportunidade de conhecer pessoalmente
Irmã Dulce. “Eu era muito jovem, mas
pude filmar Irmã Dulce viva para um
documentário francês e ter a real noção
da devoção do povo baiano para com
ela”, resssalta Hadba.
Relembrando as dificuldades encontradas
em algumas locações de “Irmã Dulce”,
como becos, favelas, vielas e palafitas,
Hadba destaca o empenho da equipe de
fotografia, composta por 20 profissionais
– maquinária, luz e câmeras - que
trabalhava 12 horas por dia. “Filmar em
uma favela onde a maré e as condições
insalubres influenciam bastante foi um
dos grandes desafios, mas tínhamos um
grupo motivado. E, por mais que eu não
seja muito católico, o “espírito Irmã Dulce”,
o espírito de alguém que tentou fazer o
melhor para as pessoas que precisavam,
bateu na equipe. E em homenagem a esse
espírito, nós tentamos fazer o melhor filme
possível”, conta o diretor.
Para Hadba, a relevância da fotografia de
“Irmã Dulce” reside na riqueza do detalhe,
na beleza e, ao mesmo tempo, no conteúdo
que simboliza também um pouco do que
as pessoas acham da religiosa. “A ideia
foi trazer simbolismos para dentro da
fotografia do filme, pois existe a realidade
e o simbólico da realidade. E quando
conseguimos exercer corretamente essa
mistura, é sinal que a fotografia está no
caminho certo”, conclui o diretor.
30
A Produção
31
Baseada na vida e obra de uma das
mulheres mais importantes do Brasil, a
ficção “Irmã Dulce” começou a ganhar
corpo no ano de 2011. Foi a partir de uma
conversa entre a produtora Iafa Britz
(Midgal Filmes) e o distribuidor Bruno
Wainer (Downtown Filmes), seguida de uma
viagem a Salvador para conhecer de perto
as obras sociais e a história da religiosa
que, apesar de uma saúde frágil, sempre
realizou tanto pelos mais necessitados, que
os realizadores decidiram levar o projeto
adiante. “Fiquei muito impressionada e o
filme surgiu quando me vi diante da grande
obra criada por ela e todo o seu legado. Ver
todo o seu trabalho vivo e multiplicado foi
a mola propulsora para o filme acontecer”,
afirma Iafa.
Além do trabalho de pesquisa e
preparação, “Irmã Dulce” contou com a
consultoria de Osvaldo Gouveia, diretor
da OSID (Obras Sociais Irmã Dulce) e
pesquisador da vida da religiosa, e de Frei
Vandeí Sant’Anna, para questões religiosas
e eclesiásticas. “Todos colaboraram sempre
de forma generosa e respeitosa, sempre
atentos à verdade histórica, sabendo
que, aqui e ali, algumas liberdades seriam
necessárias para que a história fizesse
sentido dramático”, afirma o diretor Vicente
Amorim. A sobrinha e diretora das obras
sociais de Irmã Dulce, Maria Rita Pontes,
foi responsável por inúmeras e incansáveis
colaborações. “Eu me identifiquei muito
com a Maria Rita e foi muito bom ver o
trabalho que é mantido, o trabalho vivo
de Irmã Dulce. É tão impressionante, tão
bonito e tão forte que eu fiquei motivada
também”, conta a produtora.
Orçado em R$ 10 milhões, as filmagens de
“Irmã Dulce” aconteceram entre março e
abril de 2014, com cenas rodadas em locais
históricos de Salvador, como o Pelourinho
e a Igreja de São Francisco. Locações
criadas e adaptadas a partir de ambientes
reais reproduzem com riqueza de detalhes
momentos marcantes, como a visita da
freira ao Terreiro de Mãe Menininha do
Gantois e a visita do Papa João Paulo II, em
1991, quando a religiosa foi ovacionada pela
multidão.
Do ponto de vista técnico, a produtora
enfatiza o inegável talento de todos os
envolvidos e diz que, desde o início, o
intuito era a realização de um projeto que
trouxesse um olhar extremamente apurado.
“Trabalhamos com profissionais de primeira
linha; o Vicente Amorim é muito dedicado,
apaixonado pelo que faz e passa muita
segurança para toda a equipe. Chamamos
o Gustavo Habda, que é um fotógrafo
excepcional, e o Daniel Flaksman, um diretor
de arte primoroso, além de uma super
figurinista e outros tantos profissionais do
mais alto gabarito dentro do mercado das
atuais produções”, ressalta Iafa Britz.
Conviver com o legado de Irmã Dulce
e conhecer um pouco de sua história
de vida trouxe mudanças internas que
mexeram muito com a própria produtora.
E, para ela, o filme terá cumprido o seu
papel se conseguir tocar o público da
mesma maneira. “O seu olhar sobre o
mundo, a absoluta solidariedade e aquela
fé e amor incondicionais mexem com a
gente. A compaixão e o olhar amoroso
da freira para qualquer um faz a gente
repensar a nossa vida como um todo.
E é isso que estamos tentando passar
para quem for acompanhar o filme nos
cinemas”, reforça Iafa.
32
Migdal Filmes
A Migdal Filmes, de Iafa Britz, é
responsável pelo maior sucesso do cinema
brasileiro em 2013: “Minha Mãe é uma
Peça”, estrelado por Paulo Gustavo, que
levou 4,6 milhões de espectadores aos
cinemas. São também da produtora o filme
“Nosso Lar”, visto por mais de 4 milhões
de pessoas, e “Totalmente Inocentes”,
primeiro filme com lançamento 100%
digital, que esteve entre as melhores
comédias no seu ano de estreia.
Os próximos lançamentos da produtora
incluem o documentário musical “Cássia”,
sobre a cantora Cássia Eller, e o longametragem “Casa Grande”, que teve
roteiro selecionado para o Laboratório de
Sundance e ganhou diversos prêmios em
festivais nacionais e internacionais. Em
2015, a Migdal Filmes estreia ainda o longa
Downtown Filmes
“Linda de Morrer”, com Gloria Pires.
Para a televisão, a Migdal produziu para o
Multishow o sucesso de público “220 Volts”
(quatro temporadas); “O Fantástico Mundo
de Gregório”, eleito um dos melhores
programas de TV de 2012 pelo jornal “O
Globo”; “De Volta Pra Pista” (Multishow),
estrelada por Dani Valente; “As Canalhas”
(GNT), baseada na obra de Martha
Mendonça; a série de documentários
“Música.DOC” (VH1), que ganham novas
temporadas em 2014; e, também no
Multishow, o reality show “Paulo Gustavo na
Estrada”.
Iafa participou, também, do lançamento
do livro “Film Business: o Negócio do
Cinema”, no qual faz um panorama sobre o
mercado audiovisual. Em 2010, a produtora
foi indicada pelo jornal “O Globo” para o
prêmio “Faz Diferença 2010”.
Fundada em 2006 por Bruno Wainer, que tem
em seu currículo a distribuição de alguns dos
maiores sucessos do cinema brasileiro, entre
os quais “Olga”, “Os Normais”, “Central do
Brasil” e “Cidade de Deus”, a Downtown Filmes
especializou-se a partir de 2008 na distribuição
exclusiva de filmes brasileiros. Isso garantiu à
empresa o lançamento de importantes títulos,
entre eles: “Meu Nome Não é Johnny”, “Divã”,
“Chico Xavier”, “De Pernas Pro Ar” e “Minha
Mãe é uma Peça”.
Em 2011, foi responsável pela distribuição dos
dois maiores sucessos do ano: as comédias
“De Pernas Pro Ar” e “Cilada.com”, que
juntos venderam mais de 6,6 milhões de
ingressos. Outro lançamento importante foi o
documentário “Lixo Extraordinário”, indicado
ao Oscar neste mesmo ano.
Em 2013, a distribuidora lançou dois grandes
sucessos: “De Pernas Pro Ar 2”, que ultrapassou
a marca de 4,8 milhões de espectadores,
e “Minha Mãe É Uma Peça”, com mais de
4,6 milhões de ingressos vendidos. Desde
sua fundação, em 2006, até o momento,
a Downtown Filmes acumulou mais de 52
milhões de ingressos com o lançamento de 64
filmes, o que a elevou a categoria de principal
distribuidora de filmes nacionais no país.
33
Globo Filmes
Paris Filmes
A Paris Filmes é uma empresa brasileira que
atua no mercado de distribuição, produção
e exibição de filmes. A companhia está
alicerçada em uma estrutura independente,
onde a qualidade de seus produtos
e o respeito com que se trabalha são
elementos indispensáveis. Unidos, esses
fatores fizeram e fazem da empresa hoje
uma das mais respeitadas e tradicionais
distribuidoras do país.
Market Share dentre todas as distribuidoras,
majors e independentes, além de distribuir
grandes sucessos como o filme brasileiro
com maior número de bilheteria no ano,
“Até que a Sorte Nos Separe”, do diretor
Roberto Santucci. Neste mesmo ano,
a Paris Filmes lançou a nova franquia
cinematográfica “Jogos Vorazes”, além
de distribuir os premiados: “O Artista”, “A
Dama de Ferro” e “Meia-Noite em Paris”.
A partir de 2011, a empresa passou a atuar
também na produção de filmes brasileiros.
O investimento foi um novo desafio que
deu certo, desde sua primeira aposta, com
o longa metragem “De Pernas Pro Ar”’, do
diretor Roberto Santucci. Atualmente, 11
filmes já foram produzidos pela companhia,
entre eles “E Aí Comeu”, “Cilada.com” e
“Minha Mãe É Uma Peça”.
Agora, a Paris Filmes está seguindo sua
trajetória de sucesso em 2013. São da
distribuidora os dois maiores filmes nacionais
até aqui, “De Pernas Pro Ar 2” e “Minha Mãe
É Uma Peça”, que, por conta de seu sucesso
já tem uma sequência encomendada. E a
previsão é de mais bilheteria com “Crô”, de
Bruno Barreto e “Meu Passado me Condena”,
de Júlia Rezende e produção de Mariza Leão.
Para os títulos internacionais, a previsão
também é ótima. Depois de sucessos como
“Truque de Mestre” e “O Lado Bom da
Vida”, as grandes produções até o final do
ano incluem: ‘O Lobo de Wall Street’, de
Martin Scorsese; ‘Rota de Fuga’, com Arnold
Schwarzenegger e Sylvester Stallone; ‘Enders
Game’, de Gavin Hood; além das sagas
‘Instrumentos Mortais’, de Harald Zwart e o
segundo filme da franquia Jogos Vorazes,
‘Em Chamas’, de Francis Lawrence.
Em 2009 a companhia conseguiu firmar
seu espaço no mercado se tornando líder
dentre as distribuidoras nacionais ao apoiar
grandes e pequenas produções, nacionais
e internacionais, dentre elas o fenômeno “A
Saga Crepúsculo”’. Em 2011, fechou o ano
como a maior distribuidora independente e
a terceira maior em participação de market
share. E no ano seguinte, confirmou seu
espaço ao conquistar o primeiro lugar em
Desde 1998, a Globo Filmes já participou
de mais de 150 filmes, levando ao público
o que há de melhor no cinema brasileiro.
Com a missão de contribuir para o
fortalecimento da indústria audiovisual
nacional, a filmografia contempla vários
gêneros, como comédias, infantis,
romances, dramas e aventuras, apostando
em obras que valorizam a cultura brasileira.
A Globo Filmes participou de alguns dos
maiores sucessos de público e de crítica
como “Tropa de Elite 2”, “Se Eu Fosse Você
2”, “2 Filhos de Francisco”, “O Palhaço”,
“Xingu”, “Carandiru”, “Nosso Lar”’ e “Cidade
de Deus” – com quatro indicações ao
Oscar. Suas atividades se baseiam em uma
associação de excelência com produtores
independentes e distribuidores nacionais e
internacionais.
34
Rede Telecine
Há 23 anos, a Rede Telecine estreia na TV
brasileira o melhor do cinema mundial,
cada vez mais rápido. Joint-venture entre
a Globosat e os quatro maiores estúdios de
Hollywood – Paramount, MGM, Universal e
Fox – também exibe com exclusividade as
produções da Disney, além de sucessos do
mercado independente.
Visando investir cada vez mais na
produção cinematográfica nacional, a
Rede Telecine lançou em 2008 o Telecine
Productions, selo de coprodução de títulos
em parceria com grandes produtoras
brasileiras. Além de estimular a criação
de novos filmes e garantir sua exibição
com exclusividade nos canais da Rede,
em algumas produções o Telecine exibe
versões exclusivas.
A Rede Telecine é líder absoluta entre os
canais de filmes da TV por assinatura. Em
2013, pelo oitavo ano consecutivo, exibiu o
filme mais assistido na TV paga brasileira.
Com o menor índice de repetição e os
maiores e mais recentes longas do mercado
brasileiro. O Telecine reúne nove das 10
maiores bilheterias do cinema em 2013. Nos
últimos 20 anos, estreou com exclusividade
13 vencedores do Oscar de Melhor Filme.
Paramount Pictures
Corporation
Paramount Pictures Corporation (PPC),
uma produtora e distribuidora global de
entretenimento audiovisual, é uma unidade
da Viacom (NASDAQ: VIA, VIAB), uma
das companhias líderes em conteúdo, com
marcas reconhecidas e respeitadas no
cinema, televisão e entretenimento digital,
incluindo a Paramount Pictures, Paramount
Animation, Paramount Vantage, Paramount
Classics, Insurge Pictures, MTV Films e
Nickelodeon Movies. As operações da
PPC também incluem a Paramount Home
Media Distribution, Paramount Pictures
International, Paramount Licensing Inc. e
Paramount Studio Group.
35
Assessoria de imprensa
Agência Febre
Katia Carneiro – +55 (21) 99978-2881 – +55 (21) 2555-8918
Luana Paternoster – +55 (21) 99891 6878 – +55 (21) 2555 8916
Alice Pereira - +55 (21) 98515 3617 – +55 (21) 2555 8926
36
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