MESTRES DA GRAVURA Coleção Fundação Biblioteca Nacional Programa Educativo em Artes Visuais Fundação Clóvis Salgado CARO(A) PROFESSOR(A), O Programa Educativo conta com a atuação permanente de educadores para atendimento individual e também aos grupos agendados que participam de ações e visitas às galerias do Palácio das Artes – Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, Genesco Murta, Arlinda Corrêa Lima e Mari’Stella Tristão – e ao Centro de Arte Contemporânea e Fotografia. Dentre as atividades propostas estão as visitas temáticas, ateliê aberto e as oficinas para professores, crianças e famílias. O Programa conta, ainda, com um espaço destinado à Raphael Sadeler, Labor, 1591. Da série As quatro idades do homem, buril, 22,4 x 25,5 cm. Procedência não identificada. Raphael Sadeler, Amor, 1591. Da série As quatro idades do homem, buril, 22,4 x 25,5 cm. Procedência não identificada. (capa) pesquisa e à experimentação artística relacionadas às exposições. As visitas mediadas proporcionam aos alunos a oportunidade de aprendizado e a aproximação com o meio artístico, potencializando o trabalho em sala de aula, além de estimular a observação e o pensamento crítico. Este material educativo foi desenvolvido pela equipe do Programa Educativo em Artes Visuais da FCS de forma informativa para que possa ser utilizado como uma ação complementar do(a) professor(a). Aqui constam informações para a introdução ao conteúdo da exposição Mestres da Gravura - Coleção Fundação Biblioteca Nacional. Esperamos que este material prolongue as discussões iniciadas no espaço expositivo. MESTRES DA GRAVURA - 3 É com muita satisfação que a Fundação Clóvis Salgado – FCS – convida você a participar das ações do Programa Educativo em Artes Visuais e a conhecer seus espaços expositivos que recebem, durante todo o ano, mostras artísticas com temáticas diversas. De 30 de abril a 22 de junho de 2014, o Palácio das Artes recebe a exposição Mestres da Gravura: Coleção Fundação Biblioteca Nacional, uma realização da Petrobras e da FBN com curadoria de Fernanda Terra. A Fundação Biblioteca Nacional sediada no Rio de Janeiro, remonta a Real Biblioteca e ao acervo adquirido ao longo de séculos pela Família Real portuguesa, o qual foi transferido para a Colônia - o Brasil - em meados de 1811, com o advento da vinda de Dom João VI, a Família Real e parte da corte portuguesa. A curadoria parte da produção artística de gravuras do período do Renascimento ao Iluminismo, marcadamente do século XV ao XVIII. A mostra propõe um recorte que privilegie o núcleo inicial da coleção de gravuras avulsas da FBN e as técnicas de gravuras desenvolvidas até o século XVIII. As obras foram organizadas em ordem cronológica de nascimento dos artistas, subdivididas em oito coleções: italiana, alemã, holandesa, flamenga, francesa, inglesa, espanhola e portuguesa. Do acervo de gravuras avulsas da FBN, cento e setenta e uma foram pesquisadas e selecionadas dentre os mais de 30 mil itens dessa coleção apresentando 78 gravadores europeus e as mais diversas técnicas de gravura – xilogravuras e gravuras em metal. Hoje, a FBN é detentora de um extenso acervo de livros, manuscritos, mapas, gravuras e partituras os quais compõem uma das mais ricas coleções da América Latina com mais de nove milhões de peças. Essa instituição se tornou responsável pela preservação e difusão da arte e da memória cultural brasileira, e também, europeia. A exposição Mestres da Gravura, por sua vez, vem abrir as possibilidades de acesso a um bem cultural de riqueza inestimável, gravuras de artistas como Goya, Rembrandt, Albrecht Durer, entre outros. MESTRES DA GRAVURA - 5 Heinrich Aldeguever, O mestre de cerimônias, 1538. Prancha I, da série Os grandes festejadores em bodas, buril, 11,9 x 8,1 cm. Real Biblioteca. MESTRES DA GRAVURA O QUE É GRAVURA? Por que a gravura tem uma numeração no canto esquerdo da margem? A gravura moderna estabeleceu uma série de regras, dentre elas está o registro da tiragem realizada de cada obra. A gravura é então, um múltiplo da obra original, assinada uma a uma pelo artista, não podendo ser confundida com um pôster, onde a impressão é meramente gráfica e de tiragem ilimitada. Normalmente a numeração é anotada no canto inferior esquerdo da gravura e indica tanto o número de cópias quanto o momento em que o exemplar em questão foi produzido. Por exemplo 12/30, indica que o exemplar é o 12º do total de 30 cópias produzidas de uma tiragem. Francisco José Goya y Lucientes - Los Provérbios/Disparate de Miedo (prancha 3), 1815 e 1823 - água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca e brunidor - Col. Thereza Christina Maria Conceito de gravura na arte contemporânea Na arte contemporânea a gravura assume novas propostas, tendo expandido seu conceito em conformidade com as produções atuais em que a técnica de gravação ultrapassa seus limites e debruça-se sobre outras técnicas. Muitos artistas na contemporaneidade passaram a trabalhar na interface entre a gravura e outras práticas artísticas. Surge assim, outro conceito o de gravura no campo ampliado, na tentativa de compreender as produções atuais da arte da gravura. MESTRES DA GRAVURA - 7 O conceito tradicional de gravura está fundamentado na perspectiva da reprodução gráfica de imagens resultante de uma matriz - o original, do processo de impressão artesanal e da reprodução de um número limitado de cópias. Há vários tipos de impressão e diferentes maneiras de se produzir as matrizes. Para a confecção da matriz, o artista tem a possibilidade de trabalhar sobre diversas superfícies, seja madeira, pedra ou metal, de maneira que essas superfícies ao receberem a tinta, estão prontas para imprimirem sobre o papel a imagem. Diferentemente do processo industrial - processos gráficos automáticos e reprodução em larga escala, quando se trata de gravuras artísticas, o feitio é inteiramente artesanal, chegando-se mesmo a serem numeradas e assinadas uma a uma pelo artista, o que lhes confere originalidade e valor. Uma matriz é quase como um carimbo, mas um carimbo produzido através de elaboração intelectual, técnica e estética. Assim, depois de assinadas, datadas e numeradas, as reproduções tornam-se peças únicas e adquirem caráter de obra de arte. Jacob Bos - A velha com pretensão à mocidade, s/d buril, 33,7 x 42,2 cm - Real Biblioteca TIPOS DE TÉCNICAS DE GRAVURA Considerada a técnica mais antiga de gravura que utiliza como matriz a madeira entalhada, a xilogravura é semelhante a um carimbo. Também pode ser chamada de “gravura em relevo”, pois a imagem se forma a partir do entalhe na madeira feito por instrumentos, chamados de goivas. Depois disso, aplica-se tinta na matriz que recebe o papel e, posteriormente, o papel é prensado transferindo a imagem da matriz. Como os sulcos - o baixo relevo - da matriz não recebem tinta, forma o que chamamos de imagem negativa, ou seja, o que se retira da chapa de madeira torna-se a parte “clara” ou com ausência de tinta da imagem. Para saber mais Na História da Arte Ocidental classificam-se três tipos de gravuras de acordo com a sua destinação: Gravura de Reprodução: são aquelas que reproduzem imagens informativas e, geralmente, possuem caráter comercial e/ou de divulgação e aparecem em rótulos, mapas, cartas de baralho, etc. Gravura de Interpretação: muito utilizada nos livros são imagens reproduzidas que remetem a textos, mitos, parábolas e/ou lições; é essencialmente ilustrativa, informativa e/ou educativa; inserem-se nesta classificação, principalmente, imagens religiosas. Gravura de Criação: esta categoria é marcada pela liberdade criativa do artista, definida pela autonomia técnica e estética envolvida no processo de produção. Há dois tipos de xilogravura, que depende da forma como a madeira é cortada. A xilogravura de fibra é a mais comum e refere-se a chapas cortadas no sentido vertical do tronco, ou seja, no sentido da fibra da madeira. Já na xilogravura de topo a madeira é cortada no sentido horizontal, contrário a fibra. GRAVURA EM METAL Surgida na Europa, durante a Idade Média, a ourivesaria contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento da gravura em metal. As imagens eram produzidas com o intuito de registrar os desenhos das peças que seriam produzidas, como jóias, adornos e utensílios. Em sua maioria, os mestres gravadores utilizavam as técnicas da ourivesaria para produzir suas gravuras em metal. A gravura em metal é o processo de gravura feito numa matriz de metal, geralmente o cobre. Pode também ser feita em alumínio, aço, ferro ou latão amarelo. A gravura em metal, também, foi definida como gravura de encavo (do francês gravure en creux), termo genérico que é aplicado para definir os procedimentos realizados nas chapas para a criação das gravuras. A palavra “encavo” ressalta que o depósito de tinta para impressão é feito dentro dos sulcos feitos na chapa e não sobre a superfície da matriz, como no caso da xilogravura. As ferramentas mais comuns usadas para gravar uma imagem na matriz são a ponta seca e o buril. Mas, existem outros instrumentos de gravação: na maneira direta há o roulette (que permite conseguir um traçado irregular, granulado, como um lápis grafite); o berceau, o brunidor e o raspador são instrumentos usados na técnica conhecida como maneira negra (do francês manière noire) ou como meia-tinta (do italiano mezzo tinto). Existem, ainda, técnicas nas quais são utilizados produtos químicos, como a água-forte e a água tinta. MESTRES DA GRAVURA - 9 Albrecht Dürer - Combate de São Miguel contra o Dragão, 1497 [da série O Apocalipse] - xilogravura - Procedência não identificada XILOGRAVURA SÉCULO XV A partir do século XV, a gravura amplia sua produção, ampliando-se além dos manuscritos e as iluminuras, privilégio da nobreza e do clero, possibilitando a democratização e a circulação do conhecimento da época. Durante esse século, com forte influência das atividades dos ourives, surge a gravura em metal e com ela a prensa, peça fundamental para a impressão das imagens. Ao final do século, com o aparecimento da técnica do talho doce ou buril, a gravura em metal ganha novas possibilidades e torna-se mais difundida. Na Alemanha e nos Países Baixos, onde a ourivesaria era fortemente produzida, a confecção de matrizes em metal se deu, em sua maioria, por meio de trabalhos de inspiração religiosa. Na Itália, por sua vez, a gravura em talho doce aparece por volta de 1460, tendo sido o Renascimento importante para a libertação das produções dos temas religiosos. As primeiras gravuras dos artistas de Florença podem ser divididas em maneira fina – em que os artistas desenvolvem traços finos e paralelos – e a maneira larga – em que os traços são largos e formam ângulos. Foram importantes nesta época em Florença, Mantegna e Jacopo de Barbari. Este, quando do encontro com Albrecht Dürer, gravurista alemão, desenvolveu uma influência mútua junto ao artista. SÉCULO XVI No século XVI, a xilogravura entra em declínio, e a gravura em metal torna-se a técnica mais utilizada, devido a sua eficiência na reprodução do traço. Dürer contribuiu significativamente MESTRES DA GRAVURA - 11 SÉCULO II Desde o século II, a gravura foi utilizada para a impressão em tecido no Egito, na China e, também, no Império Bizantino, sendo uma das produções artísticas mais antigas na História da Arte. No final do século XIV, período de decadência da Idade Média e primórdios dos Tempos Modernos e das manifestações do Renascimento na Europa, a xilogravura – uma das primeiras técnicas de reprodução de imagem – chega ao conhecimento dos europeus, assim como o papel – invenção chinesa – por intermédios dos Árabes. É importante ressaltar que o papel foi significativo no desenvolvimento, divulgação e circulação da gravura na Europa, principalmente, por possibilitar o barateamento da produção. SÉCULO XIV Em fins do século XIV, os europeus vivenciaram inúmeras mudanças em seus costumes, na política, no pensamento, no florescimento da ciência, e consequentemente, nas manifestações artísticas. Florença, cidade Italiana, considerada o berço do Renascimento, começou a ganhar novas configurações artísticas, tanto na arquitetura com Brunelleschi, quanto na pintura com Giotto, para não deixar de lado as manifestações na literatura com o filósofo Maquiavel. Neste período, a arte gótica é questionada, abrindo espaço para novas manifestações e pesquisas no campo artístico como o desenvolvimento da perspectiva, os estudos sob influência clássica das proporções humanas, entre outras. As primeiras gravuras feitas na Europa datam de fins do século XIV quando carpinteiros produzi- Albrecht Dürer - Adão e Eva, 1504 - Buril 25 x 10,2 cm - Real Biblioteca Andrea Mantegna - Jesus Cristo descendo ao limbo, s/d buril, 43 x 33,2 cm - Real Biblioteca Andrea Mantegna - Jesus Cristo descendo ao limbo, s/d buril, 43 x 33,2 cm - Real Biblioteca ram peças para a impressão de tecidos e toalhas de altar em 1380, e, quando foram produzidas, também, em xilogravura as cartas de baralho encontradas por volta de 1395 na Bolonha. Lucas Van Leyden - Retrato de um Moço, 1519 buril, 18,4 x 12,2 cm - Real biblioteca HISTÓRIA DA GRAVURA dução e documentação é a força expressiva destas nações neste período. Na Inglaterra, o destaque da gravura está na produção dos artistas satíricos que se dedicaram às temáticas de cunho político-social e a crítica de costumes. Na Itália, o grande gravador é Giovanni Battista Piranesi, com a variedade de seus traços e o aspecto arqueológico de seu trabalho. Na Espanha, a influência francesa desde o século XVII é forte, até que em 1762, Tiepolo, artista italiano, visita Madri, contri- buindo para um novo impulso no uso da água-forte para a produção espanhola. Francisco Goya é o mais importante nome da gravura na Espanha. Inspirado por Tiepolo, a princípio, Goya conseguiu progredir sua estética se tornando a expressão mais típica do sentimento da sua nação. Suas gravuras satíricas são em sua maioria feitas em ácido, com o uso de ponta-seca, e, em certos trabalhos, combina a água-forte e a água-tinta. Representou, também, a temática da guerra, quando da invasão francesa na Espanha em Desastres da Guerra. SÉCULO XIX Durante o século XIX, a reprodutibilidade avança em consonância com o largo desenvolvimento tecnológico, com os processos de impressão e de comunicação. Nas artes, o interesse do público é crescente, assim como é crescente o intercâmbio entre os gravadores europeus. A França e a Inglaterra, neste momento, são os dois centros de maior importância na produção gravurista européia. Em 1787, a litografia foi inventada por Senefelder, o que possibilitou a impressão de imagens em escala muito maior do que o metal e, possibilitou, também, o aperfeiçoamento gráfico. Esse desenvolvimento tecnológico se prolonga pelo século XX na criação da Fine Art ou Giclée, termo que define a impressão com micro jatos de tinta sob uma determinada pressão. O processo amplia as técnicas de uso da cor em papel ou em suporte específico. MESTRES DA GRAVURA - 13 SÉCULO XVIII O século XVIII é caracterizado pela necessidade de se desenvolver novas possibilidades gráficas, o que impulsiona os gravadores a pesquisarem outras soluções. O verniz mole, a água-tinta, a maneira de crayon, o pontilhado, entre outras técnicas surgem e imprimem na gravura novas texturas, tons e planos de cor. Neste momento, as impressões são a cores, com o uso de uma ou mais matrizes. Na Holanda, Alemanha e França a gravura de repro- Francisco José Goya Y Lucientes - Los Provérbios/Disparate de Miedo (prancha 3), 1815 e 1823 água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca e brunidor - Col. Thereza Christina Maria uso da luz difusa no princípio de sua produção e, em obras posteriores, o uso da luz e sombra no desenvolvimento da profundidade nas imagens. Rembrandt foi forte influência para a Itália através da obra de Benedetto Castiglione. É neste período que surge, também, a maneira negra, amplamente utilizada na Inglaterra no século XVIII, sendo quase exclusivamente a marca dos gravadores ingleses. Jacques Callot - Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 - O suplício da forca [prancha 11] - água-forte, 10 x 20 cm - Real Biblioteca SÉCULO XVII As técnicas de gravação em metal chegam ao auge de sua perfeição e maturidade no século XVII, além do seu valor de documentação e difusão da cultura da época. Com a descoberta do verniz pelo artista francês Jacques Callot, há a ampliação do uso da água-forte, que tem em Rembrandt sua expressão máxima. Este gravurista expõe em sua obra paisagens, retratos e as pessoas comuns da época, sendo a espontaneidade do traço no registro do desenho por meio da água-forte importante contribuição para a gravura. Assim como, o Giovanni Benedetto Castiglioni - Grandes cabeças com toucadas a oriental, s/d água-forte, 17,8 x 14,8 cm - Col. Oliveira Barboza para o aperfeiçoamento da técnica em metal, realizando inclusive experiências com a água-forte e ponta seca. Da influência de Jacopo de Barbari, Durer traz a Alemanha o ar da Renascença Italiana e grava uma série de nus femininos, toma conhecimento das teorias de Vitruvio, mas, sem sucesso, não consegue adotar o cânone italiano. Já nos Países Baixos, tem-se Lucas de Leyden que grava com realismo, numa representação naturalista distante daquela medieval. Utiliza-se de técnicas variadas e desenvolve a perspectiva. Na arte italiana, por sua vez, no auge de sua expressão, tem-se o aparecimento de Marco Antonio Raimondi, que desenvolve a gravura de tradução ou reprodução. Somente no século XVI que a Renascença Italiana é introduzida na França pelos artistas Rosso e Promatice com a decoração do castelo de Fontainebleau e a produção de uma série de gravuras em água-forte. ORIGEM DA COLEÇÃO DE GRAVURAS DA FBN Esta coleção remonta a Real Biblioteca adquirida e constituída ao longo de séculos pela Família Real Portuguesa. A Real Biblioteca foi trazida para o Brasil em 1811, pouco tempo depois da vinda de D. João VI para a colônia, em 1808, juntamente com a família real e parte da corte de Portugal. Este evento se deu devido a expansão napoleônica sobre o território europeu que motivou o rei de Portugal a transferir a sua capital para a colônia de maneira que impossibilitasse a Napoleão anexar Portugal ao seu império. Na transferência do rei para o Brasil foi trazida sua inestimável coleção de livros, obras de arte, manuscritos, mapas, tratados e objetos. No século XIX, com a independência política do Brasil, a Real Biblioteca não mais retornou a Europa, constituindo-se assim, um importante acervo e memória para a cultura brasileira que hoje faz parte da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) onde é mantida em acervo para sua manutenção. Assim como é divulgada para a população através de exposições como esta. COLEÇÃO ITALIANA ARTISTAS DA COLEÇÃO ITALIANA: André Mantegna (1431- 1506); Jacob de Barbaris (1430/1515); Benedetto Montagna (por volta de 1480/ano de morte incerto); Marco Antônio Ramondi (1480-1539); Marco Dente (1493/1527); Giovanni Battista Guisi (1503/1575); Giovanni Benedetto Castiglioni (1609/1664); Enea Vico (1520/1570); Adamo Guisi (1530/1574); Mestre do Dado (século XVI); Lodovico Carracci (1555/1619); Agostinho Carracci (1557/1602); Annibale Carracci (1560/1609); Francesco Brizzi (1575/1623); Guido Reni (1575/1642); Stefano ela Bella (1610/1664); Salvatore Rosa (1615/1673); Giovanni Battista Piranesi (1720/1778) Manuel da Silva Godinho - Vista perspectiva da Cidade doPorto, tirada da margem sul do Douro, abrangendo desde o convento da Serra até a Torre de Marca, s/d - água-forte - 29,8 x 44 cm - Real Biblioteca COMO FOI PENSADA E ORGANIZADA A EXPOSIÇÃO? A exposição Mestres da gravura foi pensada pela curadora Fernanda Terra selecionando e organizando a coleção de gravuras avulsas da Fundação Biblioteca Nacional em ordem cro- nológica de nascimento dos artistas e nas coleções: francesa, italiana, portuguesa, inglesa, alemã, holandesa, espanhola e flamenga. No Palácio das Artes foram distribuídas em duas salas, nas Galerias Arlinda Corrêa Lima e Genesco Murta. André Mantegna (1431- 1506): Nasceu na Ilha de Cartura e viveu em Mantua. Como gravador de buril sua maneira característica se dava com sombras executadas por traços paralelos abertos e linhas oblíquas mais claras entre esses traços e suas gravuras eram abertas em folhas de cobre. Andrea Mantegna foi um dos mais importantes pintores do Século XV no Norte da Itália. Mestre em perspectiva contribuiu de maneira destacada para o desenvolvimento das técnicas de composição da pintura renascentista. Giovanni Battista Piranesi (1720/1778): Nasceu na cidade de Veneza. Obteve formação em cenografia e perspectiva com o gravador Carlo Zucchi. Arquiteto e amante de arqueologia dedicou-se à gravação dos grandes momentos da Antiguidade Romana. Suas gravuras são modeladas pela luz, em perspectiva manipulada que transborda por vezes a quadratura das mesmas. As figuras humanas são atemporais, apenas esboços, ao estilo de Callot e de Bella Della. Seu estilo é inconfundível e sua arte aponta para a estética do sublime. MESTRES DA GRAVURA - 15 Giovanni Battista Piranesi - Le carcere d’invenzione, 1750-3 - [fronstispício] - água-forte, 72,8 x 53 cm - Real Biblioteca COLEÇÃO HOLANDESA ARTISTAS DA COLEÇÃO ALEMÃ: Israel Van Meckenen (1440/1503); Martin Schongauer (1450/1491); Albretch Durer (1471/1528); Lucas Cranach Sênior (1742/1553); Hans Sebald Beham (1500/1550); Martin Treu (ativo entre 1540 e 1543); George Pencz (1500/1550); Heinrich Aldegrever: Nasceu na cidade de Paderborn por volta de 1500; Virgil Solis (1514/1562) ARTISTAS DA COLEÇÃO HOLANDESA: Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606/1669); Lucas van Leyden (1494/1533); Cornelis Cort (1533/1578); Zacharias Dolendo (1561/1600); Jan Saenredam (1565/1607); Jan Muller (1570/1625); Jacob Matham (1571/1631); Willem Jacobs Delff (1580/1638); Nicolas Ennes Visscher (ativo em 1580); Hendrik Goltzius (1558/1617). Albrecht Dürer - A abertura do quinto e sexto selos, c. 1497-8 - [da série O Apocalipse] - xilogravura - Procedência não identificada Rembrandt Hermenszoon Van Rijn - Autorretrato desenhando junto à janela, 1648 - água-forte, ponta-seca e buri 16,5 x 13,1 cm - Procedência não identificada Albretch Dürer (1471/1528) Nasceu em Nuremberg, cidade considerada no período o centro da produção gráfica na Alemanha. Filho de ourives foi aprendiz do pintor Michael Wolgemut ainda muito jovem, realizando experiências com a água forte, e ponta seca. Estudou gravura no ateliê de Anton Koberger e foi um artista apaixonado Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606/1669) Nasceu na cidade de Leiden. Foi um importante pintor e gravador holandês. Como estudante de pintura foi aprendiz de Jacob van Swanenburgh e com Pieter Lastman aprendeu a técnica de gravura em metal, criada por Leonardo da Vinci, chamada chiaroscuro - técnica com uma justaposição muito forte entre luzes pelo Renascimento. Visitou Florença, Bolonha, Veneza onde estabeleceu contato com a rica produção de gravuras italianas. Em 1520 viajou para os Países Baixos onde estudou teorias sobre a proporção humana, a geometria e as grandes fortificações. Também atuou em ambientes da alta sociedade alemã, trabalhando para o imperador Maximiliano I. e sombras. Além de sua originalidade e de seu experimentalismo, dominando a técnica da água-forte, obteve muita fama ao ser chamado de grande mestre da pintura barroca, e sua principal influência foi o pintor Caravaggio. Trabalhou com maestria o contraste entre luz e sombra e na modificação de matrizes utilizadas na abertura de gravuras. MESTRES DA GRAVURA - 17 COLEÇÃO ALEMà COLEÇÃO FLAMENGA COLEÇÃO FRANCESA ARTISTA DA COLEÇÃO FLAMENGA: Jacob Bos (1549/1567); Ioan Sadeler (1550/1600); Raphael Sadeler, o Velho (1560/15611628/1632); Cornelius Galle, Sênior ou Elder (1576/1650); Egidius Sadeler ou Aegidius e Gillis (1570/1629); Raphael Sadeler, o Jovem (1584/1632); Antoon Van Dyck (1599/1641); Paulus Pontius (1603/1658); Peter de Jode, Junior (1606/1674). ARTISTA DA COLEÇÃO FRANCESA: Nöel Garnier (1470 ou 1475/1544); François Perrier (1590/ 1650); Jacques Callot (1592/1623); Claude Mellan (1598/1688); Egidio Rousselet (1614/1686); Gérard Audran (1630/1703); Etienne Picart (1631/1721); Gérard Edelinck (1640/ 1707); Petrus Drevet (1663/1738); Charles Dupuis (1685/1742); Henri Simon Thomassin (1687/1741). Antoon Van Dyck - Ticiano e sua amante, s/d - água-forte e buril - 30 x 22,6 cm - Real Biblioteca Antoon Van Dyck (1599/1641) Nasceu na cidade de Antuérpia. Exerceu a tarefa de pintor e gravador a buril e à água-forte. Como discípulo de Rubens, ajudou o mestre a terminar suas obras e realizou cópias de seus quadros. Foi reconhecido mestre da confraria de S. Lucas. Tornou-se um exímio retratista de seu tempo e o principal pintor da corte do rei Carlos I da Inglaterra. Sua obra é reconhecida na estética do Barroco. Jacques Callot (1592/1623): Nasceu na cidade de Nancy. Gravou com buril e água-forte e inventou o échopper, instrumento que possibilita a execução de traços mais variados e espessos. Também desenvolveu um verniz a base de cera que ampliou as possibilidades de aplicação da água-forte. Possuía uma aptidão singular para a representação de quimeras, além de figuras e situações burlescas e extravagantes. Seu trabalho é marcado por uma sutileza inédita, além de múltiplas variações de tonalidades, da representação de distâncias atmosféricas e da complexidade dos jogos de luz e sombra. Suas imagens são marcadas pela sutileza, pela ironia e pelo posicionamento crítico e sarcástico. MESTRES DA GRAVURA - 19 Jacques Callot - Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 - O suplício da polé [prancha 10] água-forte, 10 x 20 cm - Real Biblioteca COLEÇÃO INGLESA COLEÇÃO ESPANHOLA ARTISTAS DA COLEÇÃO INGLESA: William Hogarth (1697/1764); Peter Simon (1750/1810); Samuel Middiman (1750/1831); Benjamin Smith (1754/1833); John Ogborne (1755/1837); Robert Thew (1758/1802); Charles Gauthier Playter (1786/1809) ARTISTAS DA COLEÇÃO ESPANHOLA: Francisco José Goya y Lucientes (1746/1828); José de Ribera - El Españoleto (1591/1652); Manoel Salvador Carmona (1734/1820); Joaquín Ballester (1740/1808); Francisco Muntaner (1743/1805); Joaquim Frabregat (1748/1807); Fernando Selma (1752/1810); William Hogarth - Southwark Fair, 1733 - buril - 44 x 54,5 cm - Procedência não identificada William Hogarth (1697/1764) Nasceu em Londres. Foi desenhista, pintor e gravador a buril e à água-forte. Estudou desenho na Academia de St. Martin’s Lane. Quando jovem gravava chapas das portas dos negociantes, além de desenhar e gravar cartuchos e rótulos. Dedicou-se à técnica da gravura e à pintura de retrato Hogarth se destaca pelo espírito crítico em suas sátiras de cunho político-social e de crítica aos costumes sociais. Francisco José Goya y Lucientes (1746/1828): Considerado um dos maiores artistas espanhóis, nasceu na cidade de Fuendetodos no interior da província de Aragão. Em 1774 conseguiu ingressar na Manufatura Real de Santa Bárbara onde trabalhava na realização de cartões modelos para tapeçarias. A partir desse trabalho ficou conhecido na corte espa- nhola tornando-se membro da Real Academia de Belas Artes. Em 1789 alcançou o cargo máximo que um pintor do período podia almejar a Câmara do Rei Carlos IV. Ficou conhecido pela originalidade dos temas, pela experimentação constante nas técnicas e pela sua visão crítica de sua contemporaneidade. MESTRES DA GRAVURA - 21 Francisco José Goya y Lucientes - Disparate feminino (prancha 2 da série Os provérbios), 1815 e 1823 água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca e brunidor - Col. Thereza Christina Maria COLEÇÃO PORTUGUESA ARTISTAS DA COLEÇÃO PORTUGUESA: Francisco Vieira de Matos (1699/1783); Joaquim Manuel da Rocha (1730/1786); Antônio Joaquim Padrão (1731/1771); Gregório Francisco Queirós (1768/1845); João Caetano Rivara (1770/1824); Manuel da Silva Godinho: (1751/1809) Francisco Vieira de Matos - Alegoria ao escudo português, 1728 - água-forte e buril - 28,2 x 19,6 cm - Procedência não identificada MESTRES DA GRAVURA - 23 Francisco Vieira de Matos (1699/1783): Nasceu na cidade de Lisboa, mas desenvolveu seus estudos na área de pintura e gravura em Roma com Lutti e Trevisani. Tornou se membro da Academia São Lucas na mesma cidade italiana e cavaleiro professor da ordem de São Tiago da Espada. Foi também pintor histórico da Casa Real Portuguesa e ilustrador. Gregório Francisco de Queiroz - Retrato de D. João VI numa oval sobre peanha em ato de ser coroado pela figura da fama, 1972 - Buril, 17,1 x 10,5 cm - Procedência não identificada PROPOSTAS DE OFICINAS A atividade propõe a experimentação por meio da técnica criada pelo gravador italiano Giovanni Benedetto Castiglioni que em 1648 inventou a monotipia. Técnica que permite reproduzir um desenho ou prova de cor uma única vez. Material: Placa de acrílico, vidro, ou fórmica; cores variadas de guache; pincel; folha de papel de alta gramatura; palito de churrasco ou de cotonete; rolinho de espuma para pintura; espátula ou colher de pau; rolo de barbante e pregadores. Procedimentos: 1. O primeiro passo é entintar com as cores desejadas a placa de vidro, acrílico, ou fórmica com o auxílio do rolinho de espuma. 2. Desenhe com o palito de churrasco sobre a placa coberta de tinta. 3. Quando terminar o desenho, coloque o papel sobre a superfície com tinta. 4. Com o auxílio da espátula ou colher de pau, deslize-a sobre o papel uniformemente fazendo com que tinta transfira para o papel. 5. Para finalizar, monte um varal com o barbante e pregue as gravuras de forma que possam secar. 6. Converse com os participantes sobre o processo de criação e os resultados obtidos. MESTRES DA GRAVURA - 25 MONOTIPIA Fotos Fabíola Rodrigues A partir da apreciação das obras da exposição Mestres da Gravura, do século XV até o século XVIII, propomos duas possibilidades de aplicação das técnicas de gravura alternativas para que os alunos possam entender o processo da gravação a partir da experimentação. Material: bandeja de isopor sem bordas (para frios e congelados); papel sulfite; papel canson ou folhas coloridas de alta gramatura; lápis de preferência com uma ponta grossa; caneta; tinta guache em cores variadas; rolinho de espura para pintura de 5cm. MESTRES DA GRAVURA - 27 A atividade propõe um diálogo com as gravuras do alemão Alfrecht Dürer pela predominância da xilogravura na série O Apocalipse. A atividade propõe trabalhar habilidades da gravura. Em várias técnicas de gravura realizam-se incisões diretas na matriz com um material apropriado, neste caso, a matriz ser o isopor. Procedimentos: 1. Sugerir um tema para os participantes e peça-lhes que crie um desenho. 2. Após o estudo, passar a caneta esferográfica sobre o contorno do desenho transferindo levemente para a placa de isopor. 3. Peça aos participantes que aprofundem o traço sobre o contorno da placa de isopor para que fique em baixo relevo, como um vinco. 4. Após a placa ser gravada, entinte com guache pastoso, sem diluir em água, utilizando o rolinho de pintura. 5. Passe o rolinho com suavidade sobre toda superfície da placa de isopor (matriz) cuidando para que o excesso de tinta não penetre nos sulcos. 6. Colocar o papel de alta gramatura sobre a mesa e, virando a matriz ao contrário, pressione todas as partes sobre o papel. 7. O procedimento de impressão poderá ser repetido, várias vezes e, assim, terá uma série de gravuras de uma mesma imagem. 8. Numerar e assinar conforme a convenção. 9. A apreciação dos trabalhos e o diálogo sobre os resultados obtidos e a técnica utilizada são bons momentos para trocas de experiências. Fotos Janice Rosa ISOPORGRAVURA PROPOSTA DE ROTEIRO A xilogravura e a Literatura de Cordel • Introduzir o que é Literatura de Cordel e como a xilogravura é utilizada. • Pensar as possibilidades da narrativa em versos da Literatura de Cordel. • Cada aluno ou grupo deve escolher um provérbio ou dito popular e ilustrá-lo com a isoporgravura. • Os trabalhos poderão ser expostos na própria escola. • Conversar sobre o que é uma gravura, utilizando imagens, vídeos, revistas, jornais, internet, etc. • Apresentar imagens de gravuras do período da chegada de dom João VI – 1803 e 1853. Discutindo com o poder da imagem, nesta fase, atuou como instrumento político. • Relacionar a proposta da 31ª Bienal de São Paulo (2014) – com o foco do poder da imagem política – a Bienal traz, na sua temática, as palavras chaves: coletividade, conflito, imaginação e transformação. Para saber mais: www.bienal.org.br Para ajudar no bate-papo: O livro Poéticas da oralidade: estudos de literatura brasileira contemporânea, n° 35, Brasília: Horizonte, 2010 - As poéticas das oralidades são expressões que vão sendo transmitidas, e muitas vezes recriadas, e transmitidas oralmente de geração em geração ou através de trocas regionais. São assim as cantorias, os repentes, os aboios, os cocos e os cordéis. PARA REFLETIR • O século XIX perseguiu a reprodutividade perfeita. Com a invenção da fotografia, podemos perceber uma retratação da gravura artística. Hoje em dia conseguimos imaginar a relação entre as imagens produzidas pelos gravadores no século XV, as imagens produzidas do século XIX – com a era da reprodutibilidade, as fotografias com a fotocópia? Você considera que a fotocópia é uma gravura? Qual a quantidade de imagem que você está acostumado a ver, por dia, nos meios de comunicação e nas redes sociais? Conseguimos lembrar de todas? MESTRES DA GRAVURA - 29 Fotos Janete Fonseca Detalhe. Virgil Solis, O triunfo da musica, s/d, buril, 5,8 x 23,2 cm. Real Biblioteca. PROPOSTA DE ATIVIDADE Rembrandt Hermenszoon Van Rijn, O ministro Jan Cornelis Sylvius, 1633, água-forte, 15,5 x 14,2 cm. Procedência não identificada. LIVROS • Imagem Gravada – A gravura no RJ 1808 e 1853 – da pesquisadora Renata Santos, mostra como a vinda de dom João VI e o reinado de dom Pedro I foram fundamentais para que o Brasil – que já tinha sido retratado pelos pintores viajantes – criasse suas próprias imagens e as fizesse circular dentro de seu território. O livro mostra como a gravura foi um instrumento político de difusão de conhecimento depois da chegada da família real portuguesa no Rio de Janeiro provocou muitas mudanças. E uma delas foi justamente produzir imagens sobre as mudanças que sua chegada provocava. casal se transfere às pressas para o Rio de Janeiro, onde a família real vive seu exílio de 13 anos. Na colônia aumentam os desentendimentos entre Carlota e D. João VI. Classificação indicativa: Livre • Arca Russa, 2002 (Russkiy Kovcheg) - A queda do império russo, e o último baile da corte. Classificação indicativa: 14 anos • Sombra de Goya, 2006 (Milos Forman) - A produção Sombras de Goya é um filme dramático dirigido que trata de um momento histórico que mudou a Europa, a Revolução Francesa, na perspectiva da Espanha, um país católico que passa por uma transição política que marca sua geração. Classificação indicativa: 14 anos FILMES • Carlota Joaquina do Brasil, 1995 (Carla Camurati) - A morte do rei de Portugal D. José I em 1777 e a declaração de insanidade de D. Maria I em 1972, levam seu filho D. João e sua mulher, a espanhola Carlota Joaquina, ao trono português. Em 1807, para escapar das tropas napoleônicas, o SITES • Fundação Biblioteca Nacional http://www.bn.br/ • Centro de Pesquisa em gravura da UNICAMP http://www.iar.unicamp.br/cpgravura/ • Gravuristas brasileiros contemporâneos http://www.gravurabrasileira.com/ MESTRES DA GRAVURA - 31 SUGESTÕES GLOSSÁRIO Calcografia Do grego “ khalkos” , designação para gravura executada sobre chapa metálica, em especial o cobre; arte de gravar em metal. Goivas Pequenos formões de corte com perfis variados. Servem para a confecção de matrizes em madeira. Iluminuras Água-Tinta Ilustrações para textos religiosos produzidas Processo de gravação através de corrosão por no século pelos monastérios, muitas vezes, ácido, usado na chapa com cobertura de resi- com a intenção de facilitar o entendimento na, em geral breu. Esse tipo de gravura ofere- através da imagem. ce, como resultado, um desenho composto de áreas tonais e não linhas, como a gravação Incunábulo a entalhe. Livro impresso nos primeiros tempos da imprensa com tipos móveis, não escrito a mão. Brunidor O termo se refere às obras impressas entre Estilete de ponta ovalada usado para alisar e 1455 e 1500. A sua origem vem da expressão nivelar determinadas áreas da placa de metal. latina in cuna (no berço), referindo-se assim ao berço da tipografia onde as letras são Buril impressas. Ferramenta de aço, munida de cabo, sob forma redonda, quadrada, oval ou em outros per- Madeira de fibra fis, usada para gravar em metal ou madeira de Madeira cortada em tábuas, no sentido raiztopo. Técnica de gravura executada com buris. -folhas da árvore, classicamente usada para trizes de gravura. Consiste de uma ponta de aço sob forma de agulha montada em cabo de madeira ou ferro , ou mandril, e que serve para Madeira de topo riscar chapas Além de nomear o instrumento Madeira resultante do corte em perpendicular usado para riscar o metal, também dá nome à ao sentido do fio da madeira. Grava-se a ma- técnica e ao tipo de gravura produzida com ele. triz com buris. A diferença fundamental da madeira de fio é que não há resistência do fio, Têmpera usando-se os buris que podem produzir resul- Técnica de pintura em que os pigmentos são tados delicados. misturados a um ovo, uma emulsão de água e ovo ou somente a clara. Maneira-Negra Técnica descoberta em 1642 por Ludwig Von Veduta Siegen, alemão estabelecido em Amsterdã, Nas artes plásticas chama-se veduta (plural, porém não foi muito divulgada durante o vedute; do italiano, “vista”) a gravura, pintura século XVII. É na Inglaterra do século XVIII, ou desenho rico em detalhes e usualmente introduzida pelo príncipe Rubert, que será em grande escala que apresenta a perspecintensamente utilizada, tornando-se quase tiva de uma paisagem urbana ou de outros exclusivamente a marca dos gravadores panoramas. ingleses. A maneira negra não necessita de ácido para ser trabalhada. Verniz Mole Verniz maleável, que permite o decalque da Ourivesaria textura de diversos materiais. Significa tamé o fazer do ourives; consiste em trabalhar bém gravura executada por esse processo. com materiais preciosos na fabricação de jóias e adornos. Ponta-Seca Ferramenta de aço temperado, cilíndrico ou quadrado, preso a um bastonete cilíndrico de madeira, semelhante a um lápis ou lapiseira. Possui uma ponta que pode ser de aço temperado ou conter uma pedra preciosa, geralmente um diamante utilizada na gravação de ma- MESTRES DA GRAVURA - 33 Água-Forte Processo de gravação através de corrosão por ácido, usado na chapa envernizada e trabalhada com uma ponta-seca. Essa técnica permite o controle de áreas tonais para produzir gradações quase ilimitadas de cinza claro ao preto. Esse termo também foi usado até o século XVII para designar o ácido, chamado atualmente de nítrico, quando diluído em água. execução da xilografia. Trabalha-se a madeira de fio com facas, goivas e formões. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTRO, Isabel de. Reflexões sobre a gravura contemporânea. In: Tuiuti: ciência e cultura, n.28, FCHLA 04, Curitiba, mar / 2002, p. 173 – 186. Disponível em: http://goo.gl/h8YRmW DELLA TORRES, Juliana. A gravura como recurso visual na imprensa comunista brasileira (1945 / 1957). In: Anais do III Encontro Nacional de Estudos da Imagem, 2011, p. 1624 – 1637. Disponível em http://goo.gl/1nsNSr Rembrandt Hermenszoon Van Rijn, A leitora, 1634, água-forte, 13,1 x 10,9 cm. Coleção Oliveira Barboza. LISBOA, Paulo Roberto. Compêndio de Gravura em Metal. 2009. PIMENTEL, António Filipe. A representação gravada da Rainha Santa Isabel: política e devoção. In: Cultura, Vol. 27 / 2010, p. 83-103. Disponível em http://cultura.revues.org/358 TERRA, Fernanda (curadoria). Mestres da Gravura – Coleção Fundação Biblioteca nacional. Rio de Janeiro: 2013. http://www.itaucultural.org.br/ (http://goo.gl/ kZJDQq) MESTRES DA GRAVURA - 35 BASTOS, Daniel Schneider; SANTOS, Renan Almeida de Miranda & NUNES, Rômulo Teixeira Braga. Papel da imprensa na Revolução Francesa de 1789: as interações com a plebe urbana (trabalho). Disponível em: http://goo. gl/J5g4BN Governador do Estado de Minas Gerais: Alberto Pinto Coelho Secretária de Estado de Cultura de Minas Gerais: Eliane Parreiras Secretária Adjunta de Estado de Cultura de Minas Gerais: Maria Olívia de Castro e Oliveira FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO Presidente: Fernanda Medeiros Azevedo Machado Chefe de Gabinete: Renata Bernardo Diretora Artística: Edilane Carneiro Diretora de Ensino e Extensão: Patrícia Avellar Zol Diretora de Marketing, Intercâmbio e Projetos Institucionais: Cláudia Garcia Elias Diretor de Planejamento, Gestão e Finanças: Luiz Guilherme Melo Brandão Diretora de Programação: Fabíola Moulin Mendonça Gerente de Artes Visuais: Sara Moreno Assessora da Gerência de Artes Visuais: Ana Cristina Lima Chefe de Departamento de Artes Plásticas: Karolina Penido Chefe de Departamento do Centro de Arte Contemporânea e Fotografia: Rodrigo Gonçalves da Paixão Produtor: André Murta Assessora de Produção: Camila Batista Analista Cultural: Fernando Pacheco Apoio Administrativo: Jairo de Oliveira Montagem: Edivaldo Gomes da Cruz e Ronaldo Braz da Silva Estagiários: Cristina Lima Cardoso e Leandro Duarte Coordenadora do Programa Educativo: Fabíola Rodrigues Técnico em Gestão Artística: Ubirajara Varela Educadores: Ana Carolina Ministério*, Clarice Steimuller, Claudinéia Coura, Clarita Gonzaga*, Daniela Marques*, Eduardo Rocha, Elisa Reis, Eugênio Macêdo, Fabiane Barreto*, Geraldo Peixoto, Gerson Castro, Gustavo Mackenzie, Isa Carolina, Jacqueline Gomes, Janaína Beling, Janete Fonseca, Janice Rosa*, Luciana Coelho, Naíra Duarte, Paulo Peixoto*, Rita da Matta, Samir Lucas, Silvia Coelho e Tânia Mateus. * Educadores responsáveis pela organização do material educativo. Assessora-chefe de Comunicação Social: Liana Caldeira B. Rafael Coordenadora Geral de Assessoria de Imprensa: Júnia Alvarenga Assessoria de Imprensa e Mídias Digitais: Gabriela Rosa, Ana Carolina Diar, Vítor Cruz, Diogo Tognolo, Paulo Lacerda (fotógrafo), Maíra Duarte (estagiária), Amanda Almeida (estagiária) e Pedro Barbosa (estagiário) Publicidade: Vitor Garcia, Yasmin Moura, Ricardo Teixeira, Caroline Gischewski (estagiária) e Victor Endo (estagiário) Relações Públicas: Paula Hosken e Lucas Ferreira (estagiário) Assistente de Comunicação: Thiago Amador Revisão Editorial: Maria Eliana Goulart Design Gráfico do Material Educativo: Yannick Falise Exposição Mestres da Gravura – Coleção Fundação da Biblioteca Nacional Abertura: 29 de abril Período expositivo: 30 de abril a 22 de junho – Galerias Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima Programa Educativo em Artes Visuais [email protected] | 31 3236 7471 Palácio das Artes Av. Afonso Pena, 1537 – Centro Belo Horizonte EXPOSIÇÃO: MESTRES DA GRAVURA - coleçÃo fundação biblioteca nacional curadoria: Fernanda Terra coordenação geral e produção executiva: Roberto Padilla projeto expositivo: Cristiane João programação visual: Contra Capa assistentes de produção: Antonio Roberto Vilete de Oliveira, Mariana Cardoso Oscar e Patrick de Oliveira Correa assistente de pesquisa: Priscila Martins Serejo fotografia: Photo Síntese molduras: Metara instalação: Ateliê Belmonte montagem: Gestalt vinil sobre parede e plotagens: Kolocar legendas: Profisinal assessoria de imprensa: Seven Star transporte: Atlantis Art seguro: Corretora Pro-Affinité/ ACE Seguradora agradecimentos: Equipe da Fundação Biblioteca Nacional, Equipe do Palácio das Artes/ Fundação Clóvis Salgado e Equipe do Museu de Arte da Bahia Patrocínio Master Promoção Realização Patrocínio Master Patrocínio Apoio Parceria