Ano XIV N0 132 ABRIL 2006 R$ 2,00 cheia Ameaça oeste do pará A previsão é de que este ano a enchente vai superar todas as anteriores. A Defesa Civil age. CLÁDIO SANTOS Pág. 2 emprego Sai resultado do Concurso da Câmara Listão dos aprovados já está publicado e traz novo alento para milhares de profissionais. Pág. 2 ARTE Dançarinos de Oriximiná em oficina no IAP Discussão da matriz européia da quadrilha e do xote no laboratório intermunicipal. Pág. 5 RITUAL Todo ano é a mesma coisa. A paisagem alagada dá um tom surreal às cidades e suscita eternos debates sobre o que fazer para se proteger das reviravoltas da natureza Encomendar das almas preservado Pág. 8 Mineração MRN promove II Seminário Ambiental Monitoramento, banco de germoplasma, salvamento arqueológico e educação em pauta. Pág. 7 SANTARÉM Evento de Comércio Exterior Seminário de Meio Ambiente serviu para lembrar velhas lições e aprender com o passado Pela primeira vez, a classe empresarial reuniu para debater a questão. Pág. 8 PRODUÇÃO alunos de itaituba criam acervo de jóias Os Wai Wai fizeram sucesso com seu artesanto, danças e adereços, durante as comemorações promovidas pelo Governo do Estado. Pág. 3 DIA US ISE EL OITO ETNIAS FESTEJAM SEMANA DO ÍNDIO S Pág. 5 2 SERVIÇO ABRIL - 2006 Emergência em 19 municípios do oeste A coordenadoria estadual de Defesa Civil divulgou relatório parcial da situação dos municípios atingidos pelas enchentes. Segundo o relatório, 19 municípios estão em situação emergencial e três em estado de alerta. Entre as providências adotadas pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil estão a aquisição de colchonetes, redes, lençóis e mosquiteiros; a compra de 1.685 cestas básicas para atendimento imediato das famílias. A CEDEC está realizando o embarque de 9.030 cestas básicas liberadas pela Secretaria Nacional de Defesa Civil e que serão transportadas para os municípios pólo: Sul do Pará (Marabá) , Oeste do Pará (Santarém), Sudoeste do Pará (Altamira). De acordo com a Defesa Civil, agora estão em situação de emergência Tucumã, Anapu, Rondon do Pará, Porto de Moz, Almeirim, Itaituba, Prainha, Parauapebas, Água Azul do Norte, Eldorado do Carajás, Óbidos, Marabá, Tucuruí, Novo Progresso, Altamira, Monte Alegre, Anajás, Santarém e Vitória do Xingu. Ao total são 3.887 famílias desalogadas e 1.278 desabrigadas. O novo município a entrar na lista foi Vitória do Xingu, que está com 81 famílias desalojadas e 13 desabrigadas por causa da enchente. Os bairros do Jardim e Igarapé do Galo, assim como as comunidades de Santo Antonio, Tubarão e Arroz Cru são as áreas afetadas. A Escola Infantil Domingos Fortunato está servindo de abrigo para 13 famílias. RESULTADO DO CONCURSO DA CÂMARA Cargo: AUXILIAR DE SERVICOS GERAIS Inscr Nome Obj Total Clas Situação 00395 LUCIANE SOARES DE OLIVEIRA 35 35 001 APROVADO 00426 FRANCINALDO GONZAGA DE OLIVEIRA 34 34 002 APROVADO 00419 ROSIANE DA SILVA LOBATO 33 33 003 APROVADO 00407 IRENILSON DE OLIVEIRA GEMAQUE 33 33 00 APROVADO 00402 ANA CLEIDE GOMES DA SILVA 33 33 005 APROVADO 00408 CLAUDIA LEITE GOMES 33 33 006 APROVADO 00399 WALTER JOSE SILVA DUARTE JUNIOR 33 33 007 APROVADO 10223 JARLONE DA SILVA PEREIRA 32 32 008 APROVADO 00149 IVAN FRANCO PAIVA 32 32 009 APROVADO 10212 ALDENISE DOS SANTOS AMARAL 31 31 010 APROVADO Cargo: VIGIA Inscr Nome Obj Total Clas Situação 00345 RICARDO OLIVEIRA DA SILVA 38 38 001 APROVADO 00339 ALBERTO NELSON HENRIQUES REBELO 36 36 002 APROVADO 00370 CARLOS HAROLDO PRINTES LEITE 36 36 003 APROVADO 00306 FRANCINEI ROCHA GEMAQUE 36 36 004 APROVADO 00318 CELSO LEITE COSTA 34 34 005 APROVADO 00334 OMAR FONTENELLE SOBRINHO 34 34 006 APROVADO 10141 FRANCINALDO DE JESUS DA SILVA SANTOS 34 34 007 APROVADO 10023 RAIMUNDO DE AQUINO GUALBERTO 34 34 008 APROVADO 00311 LUCIANO SOMBRA DA SILVA 33 33 009 APROVADO Cargo: VIGIA - VAGA PORTADOR DE NECESSIDADES Inscr Nome Obj Total Clas Situação 00380 FRANCISCO LEITE CUNHA 25 25 001 APROV.VG.DEF. Cargo: COPEIRA Inscr Nome Obj Total Clas Situação 10022 DULCE MARIA AMARAL PIMENTEL 36 36 001 APROVADO 00479 GREICIANE SILVA CUNHA 35 35 002 APROVADO 00473 MANUELA LOBATO MENDONCA 35 35 003 APROVADO 00477 MARLETE GEMAQUE DOS SANTOS 34 34 004 APROVADO 10149 VALDILANE OLIVEIRA DE ABREU 34 34 005 APROVADO 00434 ANA GLORIA PEREIRA NUNES 33 33 006 APROVADO 00455 GILMARA MOTA DA COSTA 33 33 007 APROVADO 10182 JUCINELE FERREIRA DA SILVA 33 33 008 APROVADO 00440 ROSA MARIA LOPES DA ROCHA 33 33 009 APROVADO Cargo: COPEIRA - VAGA PORTADOR DE NECESSIDADES Inscr Nome Obj Total Clas Situação 00435 CATARINA CELESTE BARRETO DOS SANTOS 20 20 001 APROV.VG.DEF. Cargo: PROTOCOLISTA Cenário da cheia: poesia e destruição convivem no ritual amazônico de todos os anos, martírio e deleite do caboclo paraense Dois novos conjuntos na Pérola do Tapajós O programa “Nossa Casa”, do Governo do Pará, vai entregar dois novos conjuntos habitacionais para famílias com renda de até seis salários mínimos em Santarém. Os residenciais Plácido de Castro e Rio Tapajós beneficiarão 192 famílias de servidores públicos estaduais e municipais. O investimento total das obras chegou a mais de R$ Setran monta plantão para manter tráfego Equipes das oito regionais da Secretaria Executiva de Transportes (Setran) estão em plantão permanente para atender as situações de emergência nas rodovias estaduais e manter a malha viária em condições de tráfego. É o caso, por exemplo, das estradas Santarém-CuruáUna e Santarém-Mojuí dos Campos, no Oeste do Pará, que estão com as obras iniciadas. O asfaltamento dessas estradas é uma antiga reivindicação da comunidade. No trecho de 70 km da Santarém/Curuá-Una, a empresa contratada está trabalhando na drenagem, e inicia a terraplenagem assim que as chuvas diminuírem. O secretário executivo de Transportes, Pedro Abílio Torres do Carmo, explica que, mesmo em estradas vicinais, cuja manutenção é de responsabilidade dos municípios, o Governo do Estado tem realizado algumas intervenções quando a situação é crítica. 5 milhões e resulta de parceria entre o Governo do Estado, por intermédio da Cohab, e a Caixa Econômica Federal, através do Programa de Arredamento Residencial (PAR). O residencial Plácido de Castro tem 112 apartamentos de dois quartos. O condomínio conta ainda com playground, salão de festas e guarita. O in- vestimento na obra foi de mais de R$ 3 milhões. Já o residencial Rio Tapajós conta com 80 apartamentos de dois quartos, e também possui 20 blocos estilo sobrado, área privativa de 47,78m², playground, salão de festas e guarita. No total, foram investidos de mais de R$ 2 milhões na construção do conjunto. As obras foram iniciadas em março de 2005 e serão concluídas até o final deste mês. Os servidores públicos de Santarém que ainda não realizaram o sonho da casa própria podem se inscrever no programa. Maiores informações no Posto de Atendimento da Cohab, na avenida Curuá-Una, bairro do Santíssimo, ou pelo fone (93) 3252-2129. Semana da Saúde em Santarém O Núcleo de Santarém da Universidade do Estado do Pará realizou a Semana da Saúde, com programação de palestras e atendimento à população. Um dos objetivos é ampliar a relação da UEPA com a comunidade do município. Cerca de 30 alunos dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Educação Físi- ca participaram das atividades práticas ofertadas pelo Núcleo, divididos em stands montados nos Correios, Centro Recreativo Sociedade Cultural, Artística e Dançante e na orla da cidade. Os stands ofereceram avaliação da postura, orientações sobre hipertensão, diabetes, DST-AIDS, câncer cérvico, câncer de mama, dengue, cuidados higiênicos ambientais e corporais, entre outros. A enfermeira Rodenilda ministrou uma palestra de abertura sobre Trabalho Preventivo em Saúde Mental no CAPS. Nas dependências dos Correios, a palestra “Fatores de risco para o câncer” atraiu grande público. Alunos de Itaituba criam acervo de jóias Os alunos do Curso de Design em Jóias da Escola de Trabalho e Produção de Itaituba criaram 200 peças e formaram o primeiro acervo de jóias da instituição. O trabalho é resultado da primeira fase do curso técnico, quando eles aprenderam a fazer cravação e gravação de jóias e receberam orientações sobre lapidação e gemologia; fundição; história das jóias e desenho técnico. As 200 jóias criadas pelos alunos foram feitas com prata, misturando produtos naturais e regionais. Além dos alunos do curso técnico, os moradores de Itaituba que fizeram o Curso Básico em Joalheira também participaram da confecção das peças, que ficarão expostas na ETPP. “Os interessados em obter as jóias poderão escolher a peça e encomendá-las diretamente ao aluno que a confeccionou. É uma forma de gerar emprego e renda para os participantes do curso”, explica o diretor da Inscr Nome Obj Total Clas Situação 00047 NIELSON BATISTA PRINTES 39 39 001 APROVADO 00052 JOSE TORRES DA SILVA NETO 39 39 002 APROVADO 10029 ANTONIO SERGIO BARBOSA DE CARVALHO 38 38 003 APROVADO 00058 ELIANE MARIA MOREIRA LOPES 37 37 004 APROVADO 00079 ROSIMERE FIGUEIREDO DE SOUZA 37 37 005 APROVADO Cargo: TELEFONISTA Inscr Nome Obj Total Clas Situação 00207 DILCIONE DA SILVA MARIA 39 39 001 APROVADO 00245 KESIA NARA RIBEIRO DE SOUZA 38 38 002 APROVADO 00269 MARLEIDE CUNHA DE OLIVEIRA 37 37 003 APROVADO 10068 CIDIANA ARAUJO LAVOR 36 36 004 APROVADO 00230 IDALMIR DOS SANTOS MARTINS 36 36 005 APROVADO Cargo: OPERADOR DE SOM Inscr Nome Obj Total Clas Situação 00168 PAULO CESAR OLIVEIRA RAMOS 37 37 001 APROVADO 00161 WILSON DA SILVA ALMEIDA 35 35 002 APROVADO 00166 FRANCISCO DE SOUZA ALVES 35 35 003 APROVADO 00159 PEDRO RICARDO REGO RODRIGUES 33 33 004 APROVADO 00169 FABRICIO DE SOUZA PRINTES 33 33 005 APROVADO Cargo: AUXILIAR LEGISLATIVO Inscr Nome Obj Total Clas Situação 00576 CARLOS ADRIANO SIQUEIRA PICANCO 36 36 001 APROVADO 00543 ANTONIO AUGUSTO MARQUES DE AZEVEDO 34 34 002 APROVADO 00571 SORAIA COSTA VINENTE 34 34 003 APROVADO 10073 ADILSON CASTRO MARTINS 33 33 004 APROVADO 00615 ROZINALDO ARI DA SILVA SANTOS 33 33 005 APROVADO 00499 JOAO MARCOS SANTANA TEIXEIRA 33 33 006 APROVADO 00569 SILVANO PRINTES GOMES 32 32 007 APROVADO 00614 NILTON OLIVEIRA DE AMORIM 32 32 008 APROVADO 00632 RONALDO DE SOUZA COSTA 32 32 009 APROVADO 00492 FRANCISCO DE SOUSA ALVES 30 30 010 APROVADO 00493 JOCIVALDO GLORIA MELO 30 30 011 APROVADO 00610 LUCIA FIGUEIREDO LEITE 30 30 012 APROVADO 00646 GUALTER PIMENTEL DE MATOS 30 30 013 APROVADO 00518 VERA LUCIA PRINTES QUEIROZ 30 30 014 APROVADO 10108 IVONE SANTOS DE LIMA 29 29 015 APROVADO 00486 ROMULO CARVALHO SOUZA 29 29 016 APROVADO 00531 JOELDER TAVARES DE OLIVEIRA 28 28 017 APROVADO 00562 EUZA PEREIRA DE JESUS SOUZA 28 28 018 APROVADO 00485 MANOEL JOSE DA CRUZ MALCHER 28 28 019 APROVADO Cargo: AUXILIAR LEGISLATIVO-VAGA PORTADOR DE NECESSIDADES Inscr Nome Obj Total Clas Situação 00577 FLAVIO AUGUSTO FARIAS PICANCO 21 21 001 APROV.VG.DEF. Cargo: MOTORISTA Inscr Nome Obj Total Clas Situação 00193 HILDEMAR RODRIGUES COSTA 35 35 001 APROVADO 00183 DANIEL TAVARES DE SOUZA 35 35 002 APROVADO 00194 ZALUONE DE SOUZA MOREIRA 32 32 003 APROVADO 00175 MAURO MEDICI DE PADUA CANCIO 31 31 004 APROVADO 00192 JORGENALDO COSTA PONTES 31 31 005 APROVADO Cargo: AGENTE LEGISLATIVO Inscr Nome Obj Total Clas Situação 00096 JOAO SILVA DOS SANTOS 28 28 001 APROVADO 10036 ANTONIO CARLOS FRANCO PRINTES 27 27 002 APROVADO 10106 AUREA ASSUNTA MEGALE DE FIGUEIREDO 26 26 003 APROVADO 00098 IVANETE BATISTA PONTES 26 26 004 APROVADO 00112 WAGNER DIAS SANTOS 25 25 005 APROVADO 10078 OCIMAR DOS SANTOS VARJAO 24 24 006 APROVADO 00121 MELQUISEDEQUE NOGUEIRA DA SILVA 23 23 007 APROVADO 00099 DIEGO PICANCO SIQUEIRA 23 23 008 APROVADO 10109 AENISSON ANDRADE PAIVA 22 22 009 APROVADO 10034 ANDERSON MELO PEREIRA 22 22 010 APROVADO 00091 NILTON PEDROSA 21 21 011 APROVADO Beleza e originalidade nas peças, que refletem a cultura regional 00094 ICILA FERNANDES VALINO 20 20 012 APROVADO 00097 RAIMUNDO LUCIO DE OLIVEIRA GOMES 20 20 013 APROVADO ETPP, Adelson Sousa. As jóias criadas para o acervo da Escola de Trabalho e Produção de Itaituba não serão comercializadas. “Mas os alunos vão poder criar réplicas usando principalmente o ouro, metal muito comum na região de Itaituba. A procura pelo trabalho dos alunos é grande e ganhou 00119 JOCIMAR SILVA DOS SANTOS 19 19 014 APROVADO 10163 NELY DO SOCORRO ARAUJO DA SILVA 19 19 015 APROVADO 00106 CASSIANA SANTOS MADEIRA 19 19 016 APROVADO 00122 NIELSON BATISTA PRINTES 19 19 017 APROVADO 00088 BRUNA SOUZA DE OLIVEIRA 18 18 018 APROVADO 00116 GISELMA RODRIGUES DA SILVA 18 18 019 APROVADO 10178 DORVAL WASHINGTON ALMEIDA MARINHO 18 18 020 APROVADO impulso depois que as jóias foram levadas para uma exposição no Hotel Apiacás, um dos mais importantes do município, em parceria com o Sebrae e o Pólo Joalheiro do Espaço São José Liberto. Ao final do curso, os alunos e futuros técnicos em joalheira vão utilizar as gemas lapidadas nas jóias que fabricaram. Motivos rupestres nos delicados pingentes e colares de tranças de fibras, cujo trabalho encanta Cargo: DIGITADOR Inscr Nome Obj Total Clas Situação 10159 LEONARDO GUERREIRO PRESTES 35 35 001 APROVADO 00133 JOELISON DE CARVALHO GODINHO 30 30 002 APROVADO 10114 LEANDRO NICOLINO DE SOUZA 29 29 003 APROVADO 10037 RAIMUNDO ITAMAR BENTES VIANA 27 27 004 APROVADO 10017 VILSON DE ANDRADE MONTEIRO 27 27 005 APROVADO 00125 GIULIANO ROSSI GIVONI FREITAS 26 26 006 APROVADO 00146 JUAREZ DA SILVA FIGUEIREDO 26 26 007 APROVADO 00130 LUCENILDO DE SOUZA GEMAQUE 25 25 008 APROVADO 00142 WILLIAM SANTOS DA SILVA 24 24 009 APROVADO 10105 ALEX DAMASCENO DA SILVA 23 23 010 APROVADO 00136 IVONALDO DA LUZ SILVA 23 23 011 APROVADO 10226 ATALIANA LEITE DA ROCHA 23 23 012 APROVADO 00139 JOZIETE DE CARVALHO GODINHO 22 22 013 APROVADO 00145 VALBER CLERITO VALENTE DOS SANTOS 22 22 014 APROVADO 10115 ROGERS REBELO CAMARGO 21 21 015 APROVADO 00128 LOIANE BRAGA CORREA 20 20 016 APROVADO 00144 ALZIANE FERREIRA MACIEL 19 19 017 APROVADO 10038 BRUNO MARINHO BORGES 19 19 018 APROVADO 00141 JACKS DA SILVA MENDES 19 19 019 APROVADO 10224 OTAVIO LUIZ ALBUQUERQUE REGO 18 18 020 APROVADO CIDADES ABRIL - 2006 Eliseu Dias INFORMES A Fundação Hemopa de Santarém realizou uma campanha de doação de sangue no município de Oriximiná. A meta, de coletar 150 bolsas de sangue, foi atingida. A idéia é fazer campanhas permanentes nesse sentido Enchente A previsão dos que entendem do assunto é de uma grande enchente este ano. Há quem afirme que será maior do que a de 1953. A Defesa Civil está atenta ao menor sinal. As águas dos rios Amazonas e Tapajós ainda vão crescer muito. Hospital A construção do Hospital Regional está acelerada. A obra será um marco na história de Santarém e da região. Junto com a implantação do Curso de Medicina na Uepa, recuperação de estradas, construção de casas populares, orla de Alter do Chão e estímulo ao turismo, promete alavancar o desenvolvimento regional. Corrida de tora dos Kyikatêjê, praticada em rituais, festas e brincadeiras só por homens, destaca a força física e a resistência Etnias participaram da Semana do Índio Uma programação diversificada, com opções de eventos para crianças, jovens e adultos, comemorou, durante cinco dias, no Espaço São José Liberto, em Belém, o Dia do Índio. Oito etnias indígenas de várias regiões do Pará mostraram ao público a beleza de manifestações culturais que sobrevivem ao processo de aculturação. A programação, totalmente gratuita, teve exposição fotográfica, lançamento de cartilha, espetáculos de dança, oficinas, palestras, espaços de convivência e a tradicional corrida de tora, esta realizada no Parque Ambiental do Utinga. O Pará tem uma população aproximada de 25 mil índios, ocupando 39 Terras Indígenas. Eles estão organizados em 41 etnias e distribuídos em três grandes troncos lingüísticos: Tupi, Macro-jê e Karib. Existem ainda cerca de 5.500 índios vivendo em sedes márcio monteiro Paulo Wai Wai, a caráter de municípios ou de vilarejos, que ainda buscam junto aos órgãos oficiais o reconhecimento de seus territórios e de suas identidades étnicas. A programação da Semana do Índio foi coordenada pelo Programa Raízes, gerenciado pela Secretaria Executiva de Justiça (Seju) e voltado ao atendimento de comunidades qui- lombolas e indígenas; pela Secretaria Executiva de Educação (Seduc), Secretaria Executiva de Esporte e Lazer (Seel), Fundação Curro Velho e Associação São José Liberto. Com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Polícia Militar, essas instituições levaram a Belém integrantes das etnias Aikewara, dos municípios de São Geraldo do Araguaia, São Domingos do Araguaia e Marabá, no sul do Pará; Anambé, de Moju (no nordeste); Guarani, de Jacundá (sudeste); Kyikatêjê e Parkatejê, ambas de Bom Jesus do Tocantins (sudeste); Tembé, de Nova Esperança do Piriá, Paragominas, Santa Luzia do Piriá, Cachoeira do Piriá, Garrafão do Norte e Tomé-Açu (nordeste); Xikrin, Marabá, Parauapebas, Canaã dos Carajás e Água Azul do Norte (sudeste e sul), e Wai Wai, de Oriximiná e Faro (oeste). A professora Regina Ju- lião, coordenadora de Educação Escolar Indígena da Seduc, palestrou sobre ‘Índios no Pará e suas relações contemporâneas’, e ‘Formação de Professores Índios’, ao lado de Paulo Wai Wai. Nos espaços de convivência com as etnias convidadas, o público teve oportunidade de conhecer de perto costumes e tradições indígenas. A professora Leopoldina Araújo ministrou oficina de ‘Noções de Língua Indígena’. A oficina de Pintura Indígena foi com índios da etnia Xikrin. A programação incluiu ainda o espetáculo ‘Rituais’, da Escola de Dança do Sesi; o espetáculo ‘Tribos’, da Cia. Tribos Ballet Teatro, e a apresentação de danças da etnia Suruí Aikewara, encerrando a programação no domingo. Durante todo o evento também foi possível adquirir artesanato indígena. márcio monteiro Cais O cais de arrimo de Santarém caiu e a área foi isolada. Está sendo providenciado serviço emergencial com sacos com areia e cimento. O Governo do Estado vai liberar R$ 100 mil para conter as águas fluviais e evitar mais desabamentos. Vôo A Gol estréia nesta sexta-feira, 28, a sua rota em Santarém. O primeiro vôo da empresa chega às 14h55 no aeroporto maestro Isoca. Tomara que venham logo outras companhias aéreas. Ninguém agüenta mais tanta dificuldade e o alto custo para transporte rápido. A concorrência é um bálsamo para os consumidores. Saudosistas A turma de 1974 do Colégio D. Amando marcou encontro histórico para os dias 11,12 e13 de outubro, com uma vasta programação. Visita ao colégio, passeios de barco pelas praias do Tapajós com piracaia, lual e bailes no Centro Recreativo. Um revival que arranca suspiros da velha guarda. Com certeza vai ter repeteco da Bulandeira... Viagem O prefeito de Oriximiná, Argemiro Diniz, viajou para Israel, a convite daquele país, para participar de uma feira de produtos. Durante sua ausência, assumiu o vice-prefeito, médico Roberto Sousa. No município, a invejável tranqüilidade política permite a ausência do titular em plena ebulição eleitoral. Beleza Enquanto não se tornam notícia pela hidrovia, o alto rio Tapajós, o rio Juruena e o rio Teles Pires terão suas belezas naturais, os animais da região e as comunidades indígenas exibidos no Globo Repórter, da TV Globo. Uma equipe está filmando na área de Jacareacanga. Pesca O potencial turístico de Jacareacanga vai ganhar impulso a partir do meio deste ano, quando acontecerá o primeiro torneio de pesca esportiva do município. A idéia é transformar os recursos naturais em fonte de renda para a população, quase metade integrada por indígenas. Conselho A Mineração Rio do Norte e a sua acionista BHP Billiton entregaram a reforma do prédio do Conselho Tutelar em Faro. A inauguração contou com a presença de representantes de ambas as empresas e da prefeitura do município. A reforma só foi possível graças à doação de recursos pela BHP Billiton. Turismo A Caravana Brasil, em visita ao Pólo Tapajós, trouxe mais de vinte pessoas, entre operadores de turismo, representantes da Embratur, representantes do Ministério do Turismo e jornalistas. O grupo chegou na quarta-feira, 26, em Santarém, e conheceu os destinos e equipamentos turísticos locais, além dos operadores de turismo que trabalham na região. Tour O anfiteatro do espaço cultural São José Liberto foi o cenário perfeito para as danças e exposições de arte dos indígenas de todo o Pará Exposição de fotos, lançamento de cartilha e artesanato O lançamento da Cartilha Parkatejê, a abertura da exposição fotográfica ‘Arte Indígena’ e a apresentação do ritual Parkatejê abriram oficialmente a programação da ‘Semana do Índio’, no Espaço São José Liberto. A exposição Arte Indígena reuniu 50 fotos, de Carlos Silva e João Ramid, que retratam a identidade das tribos por meio de pintura corporal, objetos utilitários, adornos, instrumentos e indu- márcio monteiro Doutora Leopoldina Araújo mentárias usados em rituais e artesanato em cerâmica, madeira e palha. Para mostrar o colorido, a simetria e a beleza da cultura indígena, Carlos Silva visitou aldeias dos Kaiapó, Wai Wai e Xikrin, e também fotografou parte do acervo do colecionador Robinson Araújo da Silva. João Ramid aproveitou a realização dos jogos indígenas para captar toda a riqueza de imagens pro- duzidas por várias etnias, como Kaiapó e Gavião. A Cartilha Parkatejê, contendo técnicas de alfabetização na língua dessa etnia, é resultado do trabalho da doutora em Lingüística Leopoldina Araújo, professora aposentada da Universidade Federal do Pará (UFPA). Escrita em Português e Parkatejê, a cartilha é um instrumento de preservação da língua Parkatejê, que pertence ao tronco Jê e à família Timbira. O grupo permanece três dias no Pólo Tapajós, onde participa de uma intensa programação, que inclui uma visita à Flona do Tapajós, em Belterra, passeio pelo parque Floresta Encantada, pela Ponta do Cururu, por alguns equipamentos turísticos locais, e ao Centro Cultural João Fona, entre outros. Terra Acordo entre Iterpa e Ibama definiu ações para regularização fundiária no Vale do Rio Jari. Entre elas, a definição de um modelo de uso da terra que respeite as questões socioeconômicas e ambientais; realização do estudo de recurso jurídico para regularização fundiária da região; e a identificação das comunidades tradicionais da área, ou seja, aquelas que efetivamente têm cultivo na terra e laços culturais e sociais com área. 3 4 POLÍTICA ABRIL - 2006 INFORME PUBLICITÁRIO ESTADO DO PARÁ PODER LEGISLATIVO CÂMARA MUNICIPAL DE ORIXIMINÁ Câmara realiza sessões consideradas produtivas Ludugero pediu ao Prefeito Municipal que avalie a possibilidade promover convênio com a Emater-PA, lotando no órgão um auxiliar de serviços gerais, um assistente social, um técnico em agropecuária, dois vigias, além do repasse de R$ 2 mil mensais, garantindo assim a funcionalidade da instituição que hoje se ressente pela falta de infra-estrutura. Ângelo Ferrari solicitou que o Executivo construa uma ponte e reconstrua a escada, bem como restabeleça a iluminação pública na Rua 24 de Dezembro, próximo à Cosanpa, como forma de facilitar o acesso de moradores e trabalhadores da área. Xito Viana pediu que fosse oficiado à MRN para que avalie a possibilidade de auxiliar na construção de um frigorífico industrial com capacidade inicial para o armazenamento de 100 reses/dia, podendo chegar a 200 reses/ dia, assegurando assim melhor qualidade na carne produzida no município e melhores condições de mercado aos pecuaristas locais. Mario Lobato apresentou dois trabalhos. No primeiro solicitou ao Prefeito Argemiro Diniz que acione os órgãos competentes do Executivo para avaliar a necessidade de rebaixar o sistema de esgoto na confluência entre a Travessa Carlos Maria Teixeira e Rua Sete de Setembro, com o propósito de melhorar o fluxo de veículos e pedestres. No segundo, pediu ao Prefeito uma análise da viabilidade de expansão da rede elétrica no Beco Luiz Gonzaga. Fernando Andrade solicitou à Prefeitura que construa uma quadra poliesportiva na comunidade Nova Betel, na Estrada do BEC. Foi apresentada ainda uma proposta de emenda à Lei Orgânica do Município de Oriximiná, de autoria dos vereadores Pedro Andrade, Xito Viana, Fernando Andrade e Toninho Picanço, sugerindo nova redação ao parágrafo 3º do seu artigo 49. Celpa dá explicações sobre cortes de energia Os vereadores adiaram as demais matérias em pauta para ouvir as explicações do coordenador do centro de engenharia e área de operações da Rede Celpa em Santarém, Luciney Nascimento de Souza, que falou sobre os problemas de interrupção no fornecimento de energia no município. Luciney de Souza reiterou a disponibilidade da empresa em atender ao chamado da Câmara e começou esclarecendo que, sendo a Guáscor uma empresa contratada da Rede Celpa, toda a responsabilidade sobre os cortes de energia era da própria concessionária. O Vereador Xito Viana, autor do pedido de esclarecimentos à Rede Celpa, disse se tratar de uma situação inaceitável, pois a cidade precisaria ter, pelo menos, 50% a mais de energia disponível além da demanda, e pediu uma resposta “curta e grossa” para os cortes ocorridos e recebeu como resposta do representante da empresa que a razão do problema é a idade das máquinas que hoje estão em uso. Luciney aproveitou para anunciar a implantação de um projeto iniciado em fevereiro no qual todas as máquinas que hoje estão trabalhando para alimentar a cidade serão trocadas por outras mais novas e modernas, sendo que uma já está em operação, outras duas deverão entrar em operação no mês de abril e as demais serão trocadas até outubro de 2006. Respondendo a pergunta do Vereador Gutinelo, o engenheiro esclareceu que a carga atual do parque térmico de Oriximiná, em horário de pico, é de 4.900 KW, quando a necessidade máxima tem sido de 4.100 KW e garantiu que não há mais risco de interrupções de energia, pois uma grande equipe de Belém e Santarém está trabalhando no ajuste e ampliação do parque local que, ao final da operação contará com carga máxima de geração de mais de 6.200 KW. Sobre os prejuízos de alguns consumidores, Luciney instruiu os cidadãos que se sentirem lesados a procurar o escritório da empresa dando entrada com uma reclamação solicitando o ressarcimento, relatando o ocorrido, o material danificado, data e horário, para que o escritório local repasse ao seu departamento de análise em Santarém, garantindo que no prazo de 90 dias a Celpa responderia a cada uma das solicitações, informando se cabe indenização ou não. Também lamentou o fato dos consumidores não terem sido informados previamente sobre os cortes, explicando que várias máquinas já estavam paradas com problemas e as que estavam em funcionamento não podiam parar para fazer manutenção, o que ocasionava panes sem que fosse possível prevê-las. Em resposta ao questionamento do Vereador Neto Andrade, fez uma espécie de passo a passo que como se deve fazer para dar entrada com a reclamação: Primeiro, deve-se ligar para 0800-910196 ou passar no escritório local e registrar uma OS (Ordem de Serviço) esclarecendo o ocorrido. A empresa então envia uma equipe para fazer a verificação das circunstâncias em que se deu a perda do produto ou equipamento. O setor de análise irá comparar este relatório com as informações do consumidor. É importante lembrar que o solicitante deverá apresentar a nota fiscal do material e, no mínimo, dois orçamentos para ressarcimento. “O que não é possível é mandar consertar sem que seja feita a inspeção do técnico no prazo máximo de três dias. Após isso, ele é autorizado ou não a mandar consertar para que empresa pague o serviço”, explicou o engenheiro. Neto Andrade falou também da situação em que o consumidor que tem sua energia cortada não pode pedir a religação enquanto não reformar seu sistema elétrico colocando o contador para o lado de fora da residência. Luciney não soube responder por não se tratar da sua área, mas prometeu levar a questão até o departamento comercial que trata desses assuntos. Ao Vereador Fernando Andrade, falando sobre a durabilidade das máquinas que estão chegando, Luciney assegurou que se for feita a devida manutenção, elas têm vida útil de mais de 20 anos. O Vereador Mário Lobato pediu ao engenheiro que informasse os procedimentos para solicitação de posteamento de alguns logradouros na cidade que ainda não dispõem de iluminação e fornecimento de energia e sobre a troca dos postes de madeira já deteriorados. Luciney disse que deveria ser enviada uma solicitação ao Prefeito Municipal, que faria então a formalização do pedido à concessionária, e esta ficaria comprometida a dar um retorno ao solicitante, mesmo se não fosse possível fazer a instalação dos postes. Sobre a troca dos postes, esclareceu que qualquer cidadão poderá fazer a solicitação ao escritório da empresa, mas ressaltou que hoje a demanda é muito grande, acontecendo muitas vezes de não haver postes suficientes para fazer a troca na proporção das solicitações e no prazo necessário. O vereador Mário apresentou uma situação em que o indivíduo teve sua energia cortada pela Celpa e continuou tendo que pagar uma taxa mensal. Luciney explicou que mesmo estando cortada a energia, enquanto não houver a quitação, o consumidor estará pagando uma taxa mínima, mas se o valor for considerável provavelmente há erros na cobrança, na leitura das informações ou falha do equipamento de medição e ele deve reclamar. O parlamentar Toninho Picanço parabenizou o engenheiro pela disponibilidade, mas repudiou a atitude da empresa, que demorou muito a se manifestar. Toninho cobrou mais seriedade da Rede Celpa, dizendo que se um cidadão deixa de pagar a conta de luz esta é imediatamente cortada; no entanto, se a concessionária não honra seus compromissos como fornecedora, nada acontece. O vereador também pediu providências para dois postes, um na Travessa Sete de Setembro, às proximidades da Escola Joana Bandeira e que fica dentro do esgoto, e outro localizado na Rua 24 de Dezembro e que está a um metro e meio da margem da rua, portanto literalmente dentro da via pública. O Presidente Ludugero agradeceu a presença do engenheiro Luciney e disse que a Câmara está à disposição para auxiliar no que for possível, mas que também continuará acompanhando o trabalho da Rede Celpa para que sejam feitas as cobranças que o Legislativo julgar necessárias. Vereadores pedem melhorias para o município Neto Andrade solicitou ao Prefeito Argemiro Diniz que avalie a possibilidade de determinar uma blitz do Cartório Eleitoral em Porto Trombetas nos dias 20, 21 e 22 de abril, como forma de auxiliar na regularização dos eleitores ali residentes, dando-lhes mais comodidade. Mário Lobato apresentou dois trabalhos. No primeiro solicitou à Prefeitura de Oriximiná que construa um mercado de venda de peixe e carne e uma feira livre para o bairro da Cidade Nova. No segundo solicitou o planejamento e a construção de microssistemas de água nas aldeias Wai-Wai, dando melhor qualidade de vida aos indígenas do município. Toninho Picanço pediu ao Prefeito Municipal a criação de uma Diretoria de Força de Luz, anexa à Secretaria de Infra-Estrutura, para atender com mais agilidade as solicitações vindas das comunidades do interior. Mário Lobato pediu a reinstalaçao do sistema de som do auditório da Casa da Cultura de modo a torná-lo mais eficiente. Toninho Picanço solicitou ao Prefeito o posteamento e instalação de rede elétrica na comunidade da Cabeceira do Xiririzinho; e a construção de uma quadra poliesportiva no bairro da Área Pastoral. Fernando Andrade apresentou projeto de lei que dispõe sobre a prestação de assistência religiosa nas entidades civis de internação coletiva situadas no município. Ângelo Ferrari solicitou intervenção junto ao Governo Federal para que seja implementado o programa de eletrificação rural “Luz para todos” em toda a extensão da Estrada do BEC. Em sessão extraordinária foi votado e aprovado o projeto de lei de autoria dos vereadores Pedro Andrade, Xito Viana, Fernando Andrade e Toninho Picanço, sugerindo nova redação ao parágrafo 3º do seu artigo 49 da Lei Orgânica do Município. Saiu o resultado do concurso da Câmara O resultado está no site da CONED, no endereço www.coned.com.br e no mural da Câmara. Dos 756 inscritos, 29 faltaram. Pela manhã, quando aconteceram as provas do fundamental incompleto, faltaram 19 candidatos. À tarde, quando aconteceram as provas do fundamental completo e ensino médio, 10 não compareceram. O listão com os aprovados para as 37 vagas ofertadas sairá no próximo dia 28 de abril. A expectativa é de que os concursados sejam chamados no início do segundo semestre, após o recesso, já que os contratos dos servidores atuais terminam em 30 de junho de 2006. Confira o gabarito das provas: Cargo: Auxiliar de Serviços Gerais 01-C; 02-A; 03-C; 04-D; 05-E; 06-A; 07-D; 08-E; 09-A; 10-C; 11E; 12-E; 13-D; 14-D; 15-C; 16-B; 17-C; 18-B; 19-A; 20-B; 21-C; 22-A; 23-C; 24-B; 25-C; 26-A; 27-D; 28-A; 29-E; 30-B; 31-A; 32-D; 33-B; 34-B; 35-A; 36-E; 37-D; 38-C; 39-E; 40-B. Cargo: Vigia 01-C; 02-A; 03-C; 04-D; 05-E; 06-A; 07-D; 08-E; 09-A; 10-C; 11E; 12-E; 13-D; 14-D; 15-C; 16-B; 17-C; 18-B; 19-A; 20-B; 21-C; 22-A; 23-C; 24-B; 25-C; 26-A; 27-D; 28-A; 29-E; 30-B; 31-A; 32-D; 33-B; 34-B; 35-A; 36-E; 37-D; 38-C; 39-E; 40-B. Cargo: Operador de Som 01-C; 02-A; 03-C; 04-D; 05-E; 06-A; 07-D; 08-E; 09-A; 10-C; 11E; 12-E; 13-D; 14-D; 15-C; 16-B; 17-C; 18-B; 19-A; 20-B; 21-C; 22-A; 23-C; 24-B; 25-C; 26-A; 27-D; 28-A; 29-E; 30-B; 31-A; 32-D; 33-B; 34-B; 35-A; 36-E; 37-D; 38-C; 39-E; 40-B. Cargo: Copeira 01-A; 02-D; 03-A; 04-C; 05-D; 06-E; 07-A; 08-C; 09-D; 10-E; 11A; 12-C; 13-E; 14-E; 15-D; 16-B; 17-C; 18-B; 19-C; 20-B; 21-B; 22-E; 23-C; 24-A; 25-C; 26-B; 27-C; 28-A; 29-D; 30-A; 31-E; 32-B; 33-A; 34-C; 35-D; 36-B; 37-B; 38-A; 39-E; 40-D. Cargo: Protocolista 01-A; 02-D; 03-A; 04-C; 05-D; 06-E; 07-A; 08-C; 09-D; 10-E; 11A; 12-C; 13-E; 14-E; 15-D; 16-B; 17-C; 18-B; 19-C; 20-B; 21-B; 22-E; 23-C; 24-A; 25-C; 26-B; 27-C; 28-A; 29-D; 30-A; 31-E; 32-B; 33-A; 34-C; 35-D; 36-B; 37-B; 38-A; 39-E; 40-D. Cargo: Telefonista 01-A; 02-D; 03-A; 04-C; 05-D; 06-E; 07-A; 08-C; 09-D; 10-E; 11A; 12-C; 13-E; 14-E; 15-D; 16-B; 17-C; 18-B; 19-C; 20-B; 21-B; 22-E; 23-C; 24-A; 25-C; 26-B; 27-C; 28-A; 29-D; 30-A; 31-E; 32-B; 33-A; 34-C; 35-D; 36-B; 37-B; 38-A; 39-E; 40-D. Cargo: Motorista 01-C; 02-B; 03-D; 04-D; 05-A; 06-E; 07-D; 08-D; 09-B; 10-A; 11C; 12-A; 13-B; 14-B; 15-E; 16-A; 17-D; 18-C; 19-E; 20-B; 21-B; 22-A; 23-C; 24-C; 25-E; 26-D; 27-C; 28-E; 29-A; 30-E; 31-A; 32-E; 33-D; 34-C; 35-D; 36-E; 37-C; 38-D; 39-A; 40-A. Cargo: Auxiliar Legislativo 01-C; 02-A; 03-C; 04-D; 05-E; 06-B; 07-E; 08-A; 09-D; 10-B; 11C; 12-B; 13-A; 14-A; 15-B; 16-D; 17-E; 18-D; 19-C; 20-E; 21-B; 22-A; 23-E; 24-D; 25-B; 26-A; 27-E; 28-B; 29-C; 30-A; 31-B; 32-C; 33-C; 34-A; 35-D; 36-D; 37-D; 38-B; 39-C; 40-C. Cargo: Agente Legislativo 01-E; 02-B; 03-A; 04-C; 05-E; 06-A; 07-B; 08-E; 09-C; 10-A; 11-D; 12-A; 13-A; 14-E; 15-C; 16-C; 17-C; 18-B; 19-E; 20-D; 21-E; 22B; 23-A; 24-D; 25-C; 26-E; 27-D; 28-E; 29-D; 30-D; 31-E; 32-C; 33-D; 34-B; 35-D; 36-A; 37-C; 38-D; 39-A; 40-C. Cargo: Digitador 01-E; 02-B; 03-A; 04-C; 05-E; 06-A; 07-B; 08-E; 09-C; 10-A; 11-D; 12-A; 13-A; 14-E; 15-C; 16-C; 17-C; 18-B; 19-E; 20-D; 21-C; 22E; 23-D; 24-A; 25-E; 26-D; 27-C; 28-D; 29-E; 30-C; 31-D; 32-B; 33-A; 34-D; 35-A; 36-C; 37-D; 38-C; 39-D; 40-E. Sessão em 17 comunidades no Sapucuá As comunidades do Ascensão, Conuri e Chinelo, Lêro, Maceno, Castanhal e Cumã, Macedônia, Casinha e Cabeceira dos Anjos, Vila Ribeiro, Amapá, Curral Velho, Saracá, Araticum - Boa Nova, São Braz e Castanheiro já confirmaram, através de seus coordenadores, que estarão representadas na sessão especial que a Câmara Municipal de Oriximiná irá promover no próximo dia 26 de abril, na sede do Vila Nova Esporte Clube, na comunidade do Ajará. Todas as providências estão sendo tomadas para assegurar o sucesso do encontro que deverá contar, além dos Vereadores, com as autori- dades do Poder Executivo e Judiciário. “Estamos providenciando um grande mutirão de limpeza para o fim de semana que antecede a reunião, para que a comunidade fique bem arrumada para receber os visitantes, e estamos também fazendo uma retificação no gerador de energia para que não haja nenhum problema”, disse o novo coordenador do Ajará, Edval Oliveira. O Presidente Ludugero manifestou entusiasmo em relação à Sessão Especial do Sapucuá, dizendo que “tinha tudo pra ser muito produtiva, a exemplo da reunião do BEC, em 2005, onde as comunidades tiveram a oportunidade de manifestar suas reivindicações”. Alepa promove Ciclo de Estudos sobre Direito Sistema vai facilitar a Eleitoral e esclarece dúvidas dos candidatos fiscalização dos gastos O maior desafio da Justiça Eleitoral para o pleito deste ano será inibir a prática do caixa dois, batizado recentemente de recursos não contabilizados de campanha. Para isso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai fazer o confronto das informações dos candidatos com as dos gastos eleitorais, acompanhado por um sistema informatizado moderno de cadastro dos postulantes aos cargos majoritários e eletivos. E a sociedade terá papel fundamental nesse processo. A afirmação foi feita pela chefe da unidade de Contas Eleitorais e Partidárias (Coep) do TSE, Leonice Vera Severo Fernandes, ao proferir a palestra “Prestação de contas como mecanismo de controle da arrecadação e da aplicação de campanhas eleitorais”, na abertura do I Ciclo de Estudos sobre Direitos Eleitoral, promovido pela Assembléia Legislativa do Pará. “É responsabilidade de cada cidadão denunciar ao Ministério Público qualquer irregularidade cometida durante o processo eleitoral”, ressaltou Leonice Fernandes. No entanto, continuou Leonice, não bastam a fiscalização da Justiça Eleitoral e os olhos atentos da sociedade diante da prática de condutas vedadas em lei. É preciso sanção mais rigorosa para os crimes eleitorais. “Fiscalização e sanção devem andar juntas, sob pena de a primeira perder o efeito”, avaliou. Em novembro de 2005, foi enviado ao Congresso Nacional projeto de lei, elaborado por uma comissão de juristas e especialistas da administração pública, sob a coordenação do ministro do TSE Carlos Veloso, para estabelecer penas mais severas para quem descumprir a legislação eleitoral. “O que temos hoje é muito vago e prevê punições leves para condutas ilícitas graves”, completou. A Justiça Eleitoral no Pará está mais aparelhada e com servidores efetivos nas 99 zonas instaladas em todo o Estado. As novas regras eleitorais vão contribuir para um maior controle social nas campanhas deste ano. Em 2006, a prestação de contas do candidato pode ser feita durante a campanha, antes da eleição, medida que fará a diferença entre os demais concorrentes. O tribunal tem 10 dias para analisar as contas. Todas essas alterações estão contidas na Resolução do 22.160/06 do TSE, que estabelece as normas e reitera as condutas vedadas em lei. Todo o material impresso deverá contar o número do CNPJ da empresa que produziu o material. Também será obrigatório informar a origem das doações ou receitas eleitorais, 99% delas provêm de empresas privadas. A novidade é que os recursos destinados à campanha devem ser por meio de cheque, transferências bancárias (TED), título de crédito e bens e serviços estimáveis em dinheiro. REGIONAL ABRIL - 2006 5 Dançarinos de Oriximiná no IAP Oriximiná está entre os 21 municípios cujos dançarinos e coreógrafos de grupos folclóricos e parafolclóricos participaram de mais uma edição do projeto Laboratório Intermunicipal de Artistas - Expressão de Identidade na sala de dança do Instituto de Artes do Pará (IAP). Na oficina ‘História e Coreografia das Danças Folclóricas: A Quadrilha e o Xote’, ministrada por Éder Jastes, os participantes discutiram e refletiram sobre a história e desenvolvimento das danças quadrilha e xote, assim como as várias formas de apresentação destas coreografias. Éder Jastes é mestre em Artes Cênicas pela UFBA/ UFPA, bailarino, coreógrafo, ator e pesquisador. A oficina que ministrou nessa edição do Laboratório Intermunicipal de Artistas dá continuidade a que ele realizou em abril do ano passado pelo mesmo projeto. Na ocasião, participaram da oficina ‘História e coreografia das danças folclóricas - carimbó, lundu e samba de cacete’ representantes de grupos folclóricos de 24 municípios. ”Nessa eu trabalhei mais manifestações e com uma dinâmica voltada para a cultura das danças amazônicas. Agora estou discutindo com os participantes a matriz européia da quadrilha e do xote, que eram danças campestres da Europa, que se desenvolveram no Brasil com a chegada da família real”, relata Éder. A partir da origem histórica e do processo ritualístico destas danças, Éder mostra as diferenças das manifestações coreográficas em cada município participante do Laboratório e em outras cidades brasileiras. Paralelamente, ele propõe passos para pensar e montar coreografias de quadrilha e xote. “Não basta criar. Tem que refletir criticamente sobre o processo”, assinala. A edição deste mês do Laboratório Intermunicipal reúne dançarinos e coreógrafos das cidades de Oriximiná, Ipixuna do Pará, Pirabas, Santa Cruz do Arari, Marapanim, Benevides, Parauapebas, Paragominas, Soure, Marituba, São Caetano de Odivelas, Bragança, Ananindeua, Magalhães Barata, Bagre, Portel, Ponta de Pedras, PeixeBoi, Aurora do Pará, Barcarena e Belém. O Laboratório Intermunicipal de Artistas é um programa de aperfeiçoamento do IAP que reúne artistas de vários municípios paraenses em Belém, onde participam de uma oficina e atividades paralelas. É realizado desde 2000 por meio de uma parceria entre o instituto e prefeituras do Estado. Comunidades comercializam tambaquis Os moradores das comunidades Ajará e Boa Nova, localizadas no lago Sapucuá, em Oriximiná, comercializaram na Semana Santa o pescado produzido dentro do Programa de Desenvolvimento da Piscicultura, parceria com a Mineração Rio do Norte. O projeto já existe há quatro anos e envolve mais de 200 famílias nos municípios de Oriximiná e Óbidos. Cerca de 1,8 tonelada de tambaquis foram colocados à venda, em pontos como a Feira do Produtor, o Mercado Municipal e alguns bairros de Oriximiná, aproveitando o natural aumento de demanda durante a Semana Santa. As vendas continuarão durante todo o mês. “Em 2006 teremos um volume significativo de peixes sendo despescados dentro do projeto, em todos os municípios beneficiados, com previsão de superarmos a casa das 30 toneladas de pescado”, Quem vacinar 90% recebe incentivo financeiro O município que alcançar 90% da meta na Campanha de Vacinação do Idoso e apresentar seu relatório de vacinação até o dia 10 de junho de 2006 será recompensado com um prêmioincentivo correspondente a 100% do valor dos recursos financeiros recebido nesse primeiro momento para realizar a campanha, independentemente da contrapartida que já está sendo oferecida pelo Governo do Estado. A decisão teve como base a reclamação de alguns secretários municipais, ao tomar conhecimento dos recursos financeiros que receberão do Ministério da Saúde (MS). Os recursos financeiros no valor de R$ 380 mil enviados pelo MS foram rateados entre os municípios conforme os critérios de distribuição estabelecidos pela resolução nº 271, de 12 de novembro de 2003 da própria CIB, que leva em consideração a área geográfica, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), população de 60 anos, população rural e urbana e outros indicadores. A única forma de mudar os critérios é a CIB discutir e fazer uma nova resolução. A vacinação de comunidades indígenas está sob a responsabilidade de organizações não-governamentais (ONGs). As Secretarias Municipais podem treinar as equipes das ONGs para a campanha de vacinação, mas a execução fica por conta das organizações. Economia foi tema de encontro em Santarém Resultados comerciais da despesca entusiasmaram os comunitários ribeirinhos. Ver para comer estima o assessor de relações comunitárias da MRN, José Haroldo Paula. Para viabilizar o projeto, a empresa doa os alevinos (peixes em estágio embrionário), os tanques onde os peixes se desenvolvem e a ração. A comunidade é responsável por cuidar dos tanques e dos peixes durante o pe- ríodo de crescimento. Um ano e três meses depois, é realizada a despesca, ou seja, a retirada dos peixes dos tanques-rede para comercialização. O Encontro de Comércio Exterior, realizado na Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), na quinta-feira (26), promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), em parceria com diversas entidades do setor produtivo, reuniu empresários de diversos segmentos da região oeste do Estado, representantes de entidades de fomento ao comércio e indústria, e estudantes. O aproveitamento racional dos recursos florestais como fator de desenvolvimento sustentável tem como empecilho a falta de infra-estrutura logística, lembraram na ocasião. “Santarém será um grande centro de escoamento da produção desta região quando tivermos a BR163 (Santarém-Cuiabá) concluída, assim como dependemos da conclusão das eclusas de Tucuruí para quebrar as barreiras logísticas do nosso desenvolvimento”, pregou Raul Tavares, diretor da Sectam (Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e MeioAmbiente. 6 OPINIÃO ABRIL - 2006 Vicente Malheiros da Fonseca [email protected] Luís Figueiredo fez uma pausa na conversa a fim de “molhar a garganta”. Depois de bebermos um copo d´água cada um, ele contou várias histórias de botos, destas já bastante conhecidas : moças de beira de rio apareciam grávidas e atribuíam a gravidez aos botos. Estes, culpados ou inocentes, eram sempre responsabilizados pelas gestações das ribeirinhas. Procurei apressar Luís. Eu estava mesmo interessado era na Ilha do Sapo Cururu. Histórias de botos, estas eu já tinha recolhido várias, em diversos lugares e não havia muitas variantes. Agora sobre a tal ilha do sapo eu ainda não ouvira falar. E assim mais uma vez interrompi o velho lobo dos rios amazônicos: - Mas, sim, seu Luís, e a história da Ilha do Sapo Cururu? - Ah, sim ! A Ilha do Sapo Cururu fica perto da Ilha de Moroçoca. É uma Ilha pequena,bem pequena mesmo,e que também é encantada... Novamente interrompo: Mas como é o tal encantamento desta ilha ? É igual ao das C´roa Grande e C´roinha ? Tem gente do fundo encantada lá ? Tem castelos, festas, cantar de galos...? Não consegui concluir. - Calma, calma, moço! Uma pergunta de cada vez. E deixe que eu falo, não é preciso me interromper com tantas perguntas, senão acabo me confundindo! Vou lhe contar o que sei sobre a Ilha. Calei-me. Procurei con- cia especial às monumentais obras sinfônicas de Brahms, Schubert, César Franck, Bruckner, Mahler, Tchaikovsky, Nielsen, Richard Strauss, Shostakovich, Stravinsky e Messiaen, apenas para citar os mais conhecidos. Depois dessa viagem pelo mundo da música, voltemos às coisas nossas. Embora Santarém desfrute de reconhecida tradição na arte de Euterpe, por haver produzido excelentes músicos, ainda não dispõe de uma orquestra sinfônica (coisa rara, no Brasil), que exige a importantíssima participação dos instrumentos de cordas, verdadeira “alma” do conjunto orquestral: violinos, violas, violoncelos e contrabaixos. Sei do esforço que meu irmão José Agostinho da Fonseca Neto (Maestro Tinho) vem desenvolvendo para implantar na Pérola do Tapajós a primeira orquestra sinfônica do interior da Amazônia, quando conseguir realizar o tão sonhado “projeto cordas”, para introduzir aqueles maravilhosos instrumentos na primorosa Orquestra Jovem “Wilson Fonseca”, ora integrada por instrumentos de sopros e percussão. Qualquer compositor estará mais bem motivado se puder dispor de intérpretes para a execução de suas obras, não raro compostas para circunstâncias. A obra musical de meu avô José Agostinho da Fonseca (1886-1945) registra a valsa “Sinfonia do Amor” (1912-14), para piano solo. Ele compôs peças para bandas, conjuntos de camerísticos e orquestras de baile, mas muita coisa se extraviou. Na magnífica obra musical de meu pai Wilson Fonseca, Isoca (1912-2002), destacase a composição “Centenário de Santarém”, uma abertura sinfônica, produzida em 1948. Meu saudoso pai contava que ele começou a escrever os pri- meiros compassos desta peça quando eu estava nascendo (talvez seja por isso que eu tenho uma predileção especial por esta composição). A composição foi criada especificamente para a comemoração do centenário de Santarém, elevada à categoria de cidade, em 24 de outubro de 1948. Naquele ano, a obra foi executada por uma pequena orquestra, dirigida pelo próprio compositor. Todavia, a obra já foi exibida em Belém, pela Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Pará (durante a extraordinária “Semana de Santarém”, em 1972) e pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (no ano de 1997, na inauguração da temporada anual da OSTP e no programa em homenagem ao transcurso do primeiro centenário de morte do Maestro Carlos Gomes). Posteriormente, papai escreveu duas transcrições, uma para piano solo e outra para piano a 4 mãos. Quando jovem, toquei estas duas peças, em apresentações públicas, em Santarém. A transcrição para piano a 4 mãos, em recital no Centro Recreativo, em companhia de meu pai. Segundo o próprio compositor, a notável obra “Centenário de Santarém” é uma abertura sinfônica. Na teoria, a abertura sinfônica é uma espécie de peça autônoma, geralmente com apenas um movimento. Servem de exemplos as aberturas “Egmont”, de Beethoven; “Trágica”, de Brahms; e “1812”, de Tchaikovsky. Ocorre que a música “Centenário de Santarém” compõe-se de diversos movimentos. Por isso, eu sempre fiquei intrigado com a classificação de simples “abertura sinfônica”, adotada pelo compositor Wilson Fonseca. Lembro-me de que cheguei a ver meu pai registrar, em antigos escritos, o título de “Sinfonia do Centenário”, que talvez fosse mais adequado ao gênero da obra. Neste ano de 2006 ocorrerá um evento histórico na vida cultural de Santarém. No mês de junho comemora-se o aniversário de Santarém, em nova data (22) instituída com base em pesquisas históricas realizadas por meu pai, que levou em conta a época em que o local era simples aldeia indígena, a partir de 1661, sob missão dos padres jesuítas. [email protected] Alguns momentos no paraíso Sinfonia do Tapajós A inspiração continua em alta. Depois da “Sonatina Amazônica” compus agora a “Sinfonia do Tapajós”. Tratase de uma peça para orquestra sinfônica (Flautim, 2 Flautas, 2 Oboés, 2 Clarinetes, Clarinete Baixo, 2 Fagotes, 4 Trompas, 2 Cornets, 2 Trompetes, 2 Trombones, Trombone Baixo, Eufônio, Tuba, Vibrafone, Tímpanos, Bombo, Caixa, Pratos, 2 Violinos, Viola, Violoncelo e Contrabaixo), com seis movimentos: Abertura (Andante Maestoso); Brincando na beira do rio (Adágio); Realejo (Andante); Oração (Andante Religioso); Hino de Amor; Coda (Largo); e Final Triunfal (Maestoso). Costuma-se dizer que a sinfonia é uma espécie de sonata para orquestra. A evolução da sinfonia acompanha a história da música erudita. A sua origem está no “concerto grosso”, que predominou no período barroco. Bach (“Concertos de Brandenburgo”) e Haendel elaboraram várias peças nesse estilo. Na ópera italiana do início do século XVIII, chamava-se de sinfonia a peça instrumental utilizada para a sua abertura. Com o tempo, a sinfonia tornou-se obra independente. Alguns compositores adotam a palavra sinfonia para qualquer peça musical destinada a grupo orquestral ou até mesmo para conjuntos de câmera. Atualmente, a expressão “concerto” (que também se presta para denominar o espetáculo musical, em geral) é utilizada para a obra destinada a um, dois e até três instrumentos solistas (como piano, violino, violoncelo etc.) e orquestra. Beethoven foi o primeiro compositor a introduzir, em sua festejada 9ª Sinfonia, partes para coro e vozes solistas, inspirado na “Ode à Alegria”, do poeta Schiller, uma das mais admiráveis composições na história da música sinfônica. Na teoria musical da idade média, a palavra sinfonia (symphonia, em latim) significava “consonância”. Ou seja, consonância de sons produzidos por diversos instrumentos, numa orquestra. Os mestres consagrados do gênero são Haydn, Mozart e Beethoven. Mas não se pode deixar de fazer referên- José Wilson Malheiros Naquele mês (dia 24), a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, sob a regência do Maestro Mateus Araújo, fará a sua estréia na “Pérola do Tapajós”, em programa que inclui a bela 5ª Sinfonia de Beethoven (o compositor preferido de Wilson Fonseca), além da Protofonia (abertura) da ópera “Il Guarany” e o “Canto de Alvorada” (prelúdio-intermezzo do IV Ato da ópera “Lo Schiavo”), de Carlos Gomes, um compositor brasileiro muito apreciado por Isoca. Naquela data deverá ocorrer o lançamento do livro “Meu Baú Mocorongo”, de autoria de Wilson Fonseca, editado pelo Governo do Estado do Pará, por intermédio de suas Secretarias de Cultura e de Educação. A pedido do Dr. Gilberto Chaves, Diretor do Theatro da Paz, entreguei-lhe uma peça orquestral inédita, de autoria de Wilson Fonseca, intitulada de “América 500 Anos” (poema sinfônico, 1992), que terá a sua primeira audição executada em Santarém, pela OSTP, naquela mesma ocasião, fato que reputo histórico. Foi justamente esse evento que me inspirou a compor, num fim de semana, a “Sinfonia do Tapajós”, peça que deverá ser apresentada, também em primeira audição, na minha terra natal, pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, por sugestão do Dr. Gilberto Chaves. A seu pedido ainda escrevi, neste mês de abril, um arranjo orquestral para a “Canção de minha saudade”, cuja música original é de meu pai (1949), com letra de meu tio Wilmar Fonseca, um autêntico “hino sentimental” de Santarém: “Nunca vi praias tão belas/Prateadas como aquelas/Do torrão em que nasci...”. No programa constará também o arranjo orquestral que elaborei para o schottisch “Idílio do Infinito”, de meu avô Agostinho Fonseca (o “músico-poeta”), em comemoração ao centenário de sua chegada em Santarém (1906), quando ele fez a sua primeira composição, considerada a pioneira da “música santarena”. Neste 2006, o belo Tapajós é ainda a inspiração. Agora, sob a forma de sinfonia para Santarém. Vicente Malheiros da Fonseca – magistrado, professor e compositor Alô, Franssi, Semana passada estive em Santarém. Afazeres profissionais. Apesar da chuva, ainda há um pedacinho de praia e a cidade não perdeu o charme. Visitei a sepultura onde reside a matéria desse ser humano ímpar que foi meu pai. Fiquei triste e decepcionado, mas prometo não vou falar dessas coisas. Nem tudo é perfeito. Ah! Os finais de tarde na Pérola do Tapajós... Cervejinha gelada, tirando gosto com jaraqui assado na brasa, papo-furado com os amigos, pôr-do-sol, encontro das águas e os barcos na brisa do Tapajós anoitecendo... Realmente, como se usa dizer, ninguém é de ferro. Caminhando pela Orla famosa, olho as embarcações que dançam na maresia e a minha imaginação fica voando. Elas são que nem gente. Têm alma e rosto. Pode observar. Umas, vivem de cara amarrada, outras de semblante feliz, aquela uma ali tem ares de tristeza, a que vai passando lá no meio do rio navega de nariz arrebitado, tão esnobe que parece dondoca da alta sociedade. Lá estão duas atracadas no trapiche: a gordinha, toda enfeitada de alegrias, de luzes e redes, é vaidosa como as primas-donas do Scalla de Milão. A magrinha é humilde e retrata, no casco desbotado e nos fardos de juta que carrega todas as pelejas, sofrimentos e desesperanças de quem trabalha nas várzeas... Ela, de certa forma, se assemelha ao nosso caboclo sofrido da região... Naquele instante, não vejo apenas embarcações, barcosmotores... Há mais do que isso... São personagens, intérpretes que ajudam a fazer o enredo dessa grande ópera que é a vida na Amazônia. Estava eu viajando no barco-motor dos meus sonhos, quando sou convidado para fazer piracaia. Um convite desses equivale ao que, meu Deus... Não tem comparação. Nem tem equivalência, pronto. Aguardo impaciente a hora chegar. O tempo custou a passar. Agora já são dez de uma noite tão especial que até um luar extemporâneo veio me ver. Abrem-se as cortinas, como se eu estivesse num teatro como ator e na platéia ao mesmo tempo. Ainda nem sei se estou dormindo ou acordado. Só sei que agora tudo me parece um sonho. A lua é uma vitória-régia costurada no lençol da madrugada de agosto. As estrelas gotejam ouro e o orvalho mareja de amor. O leite em pó das areias emoldura o dorso do Amazonas. No Tapajós reverberam luzes e mistérios notívagos. O banzeiro revela o murmúrio das ninfas caboclas que moram encantadas no perau das águas. Pouco a pouco os enamorados vêm chegando, inebriados de luastrelas. Cantores, flautas, violões, saxofones e bandolins, dialogam enfeitando o diadema da noite com serestas. Meu saxofone vai temperando com semibreves e colcheias o molho feito de saudades que o luar espalha na paisagem. Tarrafas e anzóis fazem a alegria das igarités que chegam à beira da praia, generosas de peixes. A fumaça das fogueiras de sacaí exala aromas de banquete e os seresteiros vão saborear peixe assado com farinha d’água, sal, pimenta, limão e cachaça. Tudo lembra um ritual pagão, sacrifício de peixes regado a aguardente em homenagem à Lua, a deusa da Fraternidade. A madrugada parece cantar conosco as alegrias do paraíso em Alter-do-Chão. (É uma pena, leitor, que você não estivesse presente nesse momento telúrico e cheio de idílio). Quando sol já vem abrindo as torneiras do amanhecer. Tudo passou tão rápido... Mais uma vez se comprova que ir para o céu é piracaiar na praia, em noite de estreluares, celebrando ao redor da fogueira os eflúvios da confraternização, da fartura, da alegria e da liberdade, ao acalanto das serenatas. É hora de ir para casa. É tempo de pegar o avião e voltar para Belém. Dentro de pouco tempo só a saudade da terra natal. “Recordar é sofrer mais”, como diz o meu campeão, o velho Izoca. Santarém tem as carícias do colo da mamãe. Inesquecível. Se alguém me pedisse para definir o paraíso eu diria: é um estado de espírito. Mas se quiser ter uma idéia aproximada, passe uma noite de luar em Alter-do-Chão, fazendo piracaia. Você nunca mais será o mesmo. Dou fé! E ela continua lá no seu lugar...! concluiu Luís Figueiredo. Despedi-me, agradecendo sua paciente atenção. Em meu trajeto de volta não conseguia parar de pensar na Ilha do Sapo Cururu. A história não me saía da cabeça. E você, o que acha? Afinal, para que existe uma ilha, embora pequena, sempre limpa, com um belo lago de águas límpidas e piso e bordas de pedras, tendo por morador único habitante: um grande sapo cururu, que não envelhece e não morre? Você sabe a resposta? Eu, francamente, não sei ...! E me vejo obrigado a concordar com o velho lobo dos rios amazônicos Luís Figueiredo: - Há muita coisa que a gente não sabe explicar neste mundo de Deus...! Walcyr Monteiro [email protected] A Ilha do Sapo Cururu ter-me. Mas na verdade o que eu queria mesmo era conhecer os detalhes de uma ilha que tinha o nome de um sapo. Luís Figueiredo prosseguiu : - Como dizia, a Ilha é bem pequena. O que chama a atenção é que ela é muito limpa. A sua vegetação é como se fosse cuidada, como se fosse tratada por alguém. Só que não mora ninguém e as pessoas evitam ir até lá... - E por quê? - Oh! homem, mas o senhor é muito vexado. Já disse que vou lhe contar o que sei... Novamente me contive. E Luís Figueiredo continuou: - As pessoas evitam ir à Ilha pelo respeito que o lugar inspira. Como já disse, a Ilha é bem cuidada, limpa e, bem no centro, possui um lago de águas límpidas. Neste lago vive um grande sapo cururu, que, ao que parece, é o único vivente ali e... Interrompo de novo: - Mas até aí não vejo nada demais: uma ilha com um lago no centro é até normal, como também é normal que no lago viva um sapo! - Mas o meu amigo é impaciente! Veja bem: a Ilha é bem cuidada e lá não mora ninguém. As pessoas a evitam. E apesar disto a Ilha permanece limpa e o lago... olhe, o lago tem o fundo e as bordas feitos de pedras, como se tivesse sido feito por mãos humanas. Quanto ao sapo, há gerações que é só ele que mora ali. Repare bem: não são vários sapos, não são famílias de sapos, não há girinos, é somente o grande sapo cururu, que permanece do mesmo tamanho há dezenas de anos. Como posso afirmar isto? É que a história do sapo passa de pai para filho. O sapo não envelhece, não morre e está ali há muitos e muitos anos. Não tem uma companheira, não reproduz, é o mesmo, é só ele! Como explica isto? Um sapo isolado, que não envelhece e não morre, numa ilha limpa e bem cuidada, onde ninguém mora nem vai lá? Só mesmo encantamento para explicar ... À pausa feita por Luís arrisco perguntar: - E acontece alguma coisa de ruim, tipo febre, dor de cabeça aos que vão lá? - Não, como já disse as pessoas não vão lá. Mas se alguém vai por necessidade ou mesmo por curiosidade, sempre respeita o lugar e aí nada acontece. Aliás, nunca ninguém desrespeitou a Ilha e seu sapo. ATUALIDADES ABRIL - 2006 7 MRN mostrou programas ambientais O 2º Seminário de Meio Ambiente mostrou à comunidade de Oriximiná as práticas de conservação ambiental adotadas pela Mineração Rio do Norte. No Cliper de Santo Antônio, em Oriximiná, e em Porto Trombetas, onde fica a sede da mineradora, os programas de monitoramento das áreas reflorestadas (fauna e flora), banco de germoplasma de castanheiras, salvamento arqueológico e o projeto de educação ambiental e patrimonial foram as estrelas. “A Mineração Rio do Norte busca praticar um conceito mais amplo de responsabilidade social empresarial, envolvendo dimensões econômicas, sociais e ambientais”, resume Ademar Cavalcanti, gerente de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Relações Comunitárias da MRN. O seminário foi aberto pelo presidente da MRN, Júlio Sanna, e a primeira palestra apresentada foi “Monitoramento de florestas plantadas”, com o engenheiro florestal e mestre em Biologia ambiental Rafael Salomão, do Museu Paraense Emílio Goeldi. Esse trabalho é realizado após o reflorestamento das áreas mineradas pela empresa, uma das maiores produtoras mundiais de bauxita, a matériaprima do alumínio. Em média, 80 espécies nativas são utilizadas anualmente no plantio, visando recuperar as funções ecológicas originais da mata. Essas espécies são selecionadas através do inventário florestal e dos resultados do monitoramento das áreas reflorestadas, considerando critérios como adaptação às condições iniciais de plantio, tempo de crescimento (fechamento do dossel), capacidade de atrair a fauna e espécies de interesse econômico (madeireiro, medicinal e alimentício). “Os estudos apontam que nós temos uma projeção muito positiva da recuperação das funções da floresta que está se estabelecendo”, explica Salomão. Além dessa palestra, outras apresentações mostraram o mo- nitoramento de cada parâmetro presente no reflorestamento. O biólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e PhD em Ecologia Florestal, João Ferraz, apresentou como estão os trabalhos de monitoramento da fertilidade dos solos das áreas recuperadas; a bioquímica e doutora em Ecologia de Invertebrados Terrestres Elisiana de Oliveira, também do Inpa, falou sobre o monitoramento da dinâmica dos animais invertebrados que habitam os solos dessas áreas; o biólogo e mestre e doutor em Zoologia Albano Schultz falou do inventário realizado com as aves; o biólogo e doutor em Ecologia Ulisses Galatti mostrou o estudo dos anfíbios e répteis que habitam essas áreas; já o também biólogo e PhD em Ecologia Geraldo Fernandes fez duas palestras, na primeira mostrou o comportamento dos insetos galhadores e suas plantas hospedeiras e na segunda a composição das comunidades de mamíferos nas áreas reflorestadas. O Seminário foi muito prestigiado pela população e especialistas em meio-ambiente Salvamento arqueológico e tanque de rejeitos Para explicar como é feito reflorestamento dos tanques de rejeito do minério, o convidado foi o doutor em solos e nutrição de plantas Luiz Eduardo Dias, da Universidade Federal de Viçosa. Os tanques de rejeito são reservatórios constituídos nas áreas lavradas, nos quais o rejeito do beneficiamento da bauxita, constituído exclusivamente de água e argila, é disposto para adensamento e secagem sem qualquer aditivo químico. O doutor em Ecologia, Francisco Esteves e Fábio Roland, da Universidade Federal de Juiz de Fora, falou dos trabalhos de reabilitação do lago Batata, que consiste no monitoramento e adoção de medidas que buscam a recuperação das funções ecológicas do lago que, desde 1989, deixou de receber o rejeito do processo de lavagem de bauxita. Já o trabalho de salvamento arqueológico é realizado antes mesmo do início das operações de lavra, quando os pesquisadores fazem a prospecção em busca de sítios arqueológicos dos antigos habitantes da Amazônia, resgatando assim uma parte importante da história da região. A palestra foi proferida pela mestra em Pré-História e doutoranda em Arqueologia, Vera Guapindaia, do Museu Paraense Emílio Goeldi. Para encerrar o seminário, o biólogo e educador Luiz Videira falou de um projeto realizado com as comunidades no entorno de Porto Trombetas, por meio da palestra Educação Ambiental e Patrimonial. Tragédia no Lago do Batata serviu de lição As áreas degradadas pela extração da bauxita foram mostradas, com detalhes do monitoramento das áreas reflorestadas, salvamento arqueológico, banco de germoplasma de castanheiras e o projeto de educação ambiental e patrimonial. O diretor-presidente da MRN, Júlio Sanna, disse que a empresa tem consciência que trabalha com uma atividade impactante mas que está sempre à procura de soluções para os problemas que surgem. A MRN produziu ano passado 17,21 milhões de toneladas de bauxita, com lucro líquido de R$ 420 milhões. Segundo a MRN, de 39% caiu para 14% o índice de desnutrição na comunidade. Houve avanço também na saúde da gestante - 58% dos partos feitos no hospital de Porto Trombetas são de mulheres ribeirinhas. Ainda na área de saúde, a atuação da empresa permitiu reduzir os casos de malária de 1.126 em 1999 para apenas seis no ano passado. Rafael Salomão, engenheiro florestal do Museu Paraense Emílio Goeldi, falou sobre a proposta da MRN de restaurar as áreas impactadas com reflorestamento - que ele chama de restauração - com árvores nativas, para devolver à natureza uma floresta que se assemelhe ao que existia antes da extração da bauxita. A experiência é inédita. A MRN chega a introduzir até 92 espécies florestais nativas por ano, e já conseguiu cerca de 320 espécies, selecionadas através do inventário florestal e do monitoramento do reflorestamento, considerando critérios como adaptação às condições iniciais de plantio, tempo de crescimento, capacidade de atrair a fauna e espécies de interesse econômico, tanto madeireiro como medicinal e alimentício. Além da restauração realizada pela empresa, tem ocorrido também uma regeneração natural, com uma média, nos últimos quatro anos, de quatro espécies introduzidas por ano, um incremento de cerca de 20% ao ano. E para isso tem sido fundamental a preservação da fauna local, que desempenha um papel importante na regeneração natural das espécies florestais. A tragédia ambiental causada pela MRN há cerca de 20 anos hoje serve de estímulo à conservação da natureza. O Lago do Batata, às margens do rio Trombetas, que foi usado para lavagem do minério, ao longo de uma década, entre 1979, quando começou a atividade operacio- nal da MRN, e 1989, continua sendo objeto de pesquisa. O impacto causado pela bauxita no Lago do Batata impactou 30% dos 2.100 hectares do lago. Houve assoreamento dessa área e as raízes das plantas localizadas em suas margens morreram por falta de oxigênio, o que resultou também na mortandade de peixes e quelônios e, em conseqüência de todas as espécies nativas do local. O próprio diretor-presidente da MRN, Júlio Sanna, reconheceu que a morte do Lago do Batata foi resultado da falta de uso de tecnologia apropriada. O Lago Batata deixou de receber o rejeito do processo de lavagem da bauxita a partir de 1989, quando passou a ser depositado em tanques no próprio local da extração, que em seguida passam pelo processo de restauração florestal com espécies nativas. Todo esse processo gerou um conhecimento científico que ajudou inclusive na elaboração de resoluções na área ambiental. “Nós temos um compromisso ético, social e ambiental de garantir que a população local tenha, após o encerramento da atividade mineral, um ambiente do qual ela possa retirar a sua sobrevivência”, acrescentou Francisco Esteves. Ademar Aires do Amaral [email protected] A encomenda e o deputado No meu tempo de criança, ainda morador ribeirinho do Paraná da D. Rosa, minha família tinha o costume de passar alguns períodos importantes do calendário obidense. Salvo qualquer lapso de memória, os que mais sobressaiam eram os seguintes: o carnaval dos mascarados fobós, a imperdível festa de Nossa Senhora Sant’Ana, a semana da pátria e o dia de finados. Essas viagens de pouco mais de duas horas em lancha a vapor, eram cuidadosamente planejadas pela minha avó Nila, viúva honrada e mulher poderosa de muito pasto e fartura de gado. Ela enxotava todo mundo da rede às três horas da manhã e botava logo os empregados para carregar a grande quantidade de bagagem. Cada período em Óbidos, por mais curto que fosse, era sinônimo de quase mudança, tantos eram os bregueços: paneiros e mais paneiros com carne de sol, pirarucu seco, latas de mixira, de banha de porco, gaiolas com periquitos, papagaios, rouxinóis e mais um bando de gente formado por empregadas, cunhantãs e moleques serviçais. Nesse movimento todo e mais o trabalho do foguista colocar lenha e pressão na caldeira da lancha, acabávamos saindo não antes das sete da manhã, prevenidos até para um dilúvio que porventura chegasse. Em Óbidos, morávamos numa imensa casa com quase um quarteirão de quintal, onde nos perdíamos o dia inteiro nas brincadeiras.Lembro do imenso pé de tamarindo que não sei se ainda existe, dos cajueiros, do abieiro cuja fruta grudava na boca, da pitombeira e de uma outra espécie que, daquela época até nossos dias, eu nunca mais encontrei igual: um sempre abarrotado pé da melhor pitanga. O esconderijo dessa infância com sabor de pitanga, ficava próximo da antiga usina de luz, sempre rangendo seus dois potentes motores Caterpillar às seis horas da tarde em ponto, e apagando, impreterivelmente, às dez da noite para consolo de alguns namorados. Os encontros eram marcados “no muro do quartel, depois da usina”. É também desse tempo a mais remota lembrança que eu guardo da Felizmina. Mais na frente eu volto a falar sobre ela. Não apenas para alegria dos namorados noturnos, Óbidos se orgulhava de ter um belo quartel. Prédio histórico onde hoje funciona uma das secretarias da prefeitura, ele foi salvo da morte, mas perdeu a altivez e não ostenta mais o passado glorioso de outras épocas. Havia o avião catalina da Panair, sempre uma vez por semana, surgindo, de repente, das bandas do porto de cima, para deslizar suavemente de barriga nas águas barrentas da garganta do Amazonas e deixar atrás de si um rastro alvo de espuma e vapor. Hoje Óbidos tem um aeroporto mal cuidado e raramente aparece um avião. E quem desejar conhecer as “frias” colinas obidenses, mirar a graciosa Serra da Escama, ou mesmo ter o prazer dum cacho de pitomba numa tarde preguiçosa, ou freta pelos olhos da cara um teco, em Santarém, ou vai penar um monte de horas no barco da linha. É o que eu sempre faço. Não tenho dinheiro pra fretar teco-teco e nem muita coragem. E, dizem os mais antigos, tirando alguns rapineiros da coisa pública, não havia na cidade um único e escasso ladrão. Os dias de finados eram de muito movimento. Minha avó preparava tudo de véspera, indo dia seguinte, no rumo do cemitério, com um verdadeiro séqüito composto de parentes, empregadas desfilando grinaldas, carregando cadeiras de balanço, bilha com água e outros apetrechos, para o plantão de dia inteiro no túmulo do avô que eu não conheci: o coronel, de beira de barranco, Joaquim Gomes do Amaral. Ali, sentada comodamente, a matriarca conversava, recebia amigos, às vezes dava uma descompostura e almoçava pirarucu com farinha. Quando o assunto era a próxima enchente do rio, nunca faltava a figura impoluta do velho Podaliro Lobo de Souza, no seu infalível traje de camisa manga comprida abotoada até os confins do pescoço, e o inseparável chapeuzinho de palha. Falava-se de tudo um pouco, os mortos, ora bolas, escutavam silenciosos e carentes de oração, os coitados. Fosse carregando uma grinalda, palpitando na conversa, ou simplesmente acompanhando os movimentos, lá também estava pelo meio, com uma lágrima brotando, a figura super prestimosa da Felizmina. E grande festa da padroeira Sant’Ana? Lembranças mil da procissão dos barcos despejando o povaréu nas ladeiras da cidade. Imagem particular e santificada das Filhas de Maria, com suas vestes de brancura angelical adornada por uma enorme faixa de cetim azul em volta da cintura. Muito da reputação das moças era medida pela congregação religiosa a que pertencia. Ser Filha de Maria, por exemplo, era como ter um certificado de virgindade e alta cotação no meio, menos pra vó Nila que nunca foi de muita rezadeira. Aliás, em matéria de oração, ela só me ensinou uma : “a cruz de Cristo está sobre mim, quem morreu nela responda por mim”. Rezada com fé antes de dormir, ela jurava que nenhum capeta se atrevia a chegar perto. -E esse negócio de Filha de Maria – dizia ela – é desculpa de mulher que não teve jeito de arranjar marido. Pois bem. Vamos logo dizendo que a Felizmina era a Filha de Maria mais famosa e conceituada de toda Óbidos. Séria, honestíssima, de moral acima de qualquer suspeita. Era, porém, muito feia, magérrima, mal acabada e falava metade pelo nariz. Difícil mesmo arranjar um pretendente.Um dia, faz alguns anos, eu vi a Felizmina meio sem rumo, em Belém, caminhando com grande dificuldade e andando com o olhar perdido pela Praça da República. Não sei se ainda é viva. Estava esquelética, corcunda da coluna e mais parecia uma espingarda velha, dessas que já perderam a culatra e a pressão de tiro. Fiquei olhando de longe e imaginando sobre esse terrível inimigo de todos nós: o tempo. Mas a coisa que mais marcava a Felizmina naquela Óbidos de antigamente, era sua mania quase patológica de mandar encomenda para uma irmã casada que morava em Belém. Bastava descobrir alguém que fosse para a capital e tome encomenda. Certa vez, até um embrulho de jaraquí frito acabou viajando. E todos, logicamente, viviam correndo da Felizmina. Eis que um belo dia, fazendo visita de fim de tarde a figura importante da cidade, ela depara com um nobre deputado que se encontrava em pleno furor de campanha política pela reeleição. No meio do papo, ele solta, inadvertidamente, que ia viajar no dia seguinte pelo catalina, o que bastou para receber a proposta de levar “uma encomendinha” pra Belém. Pedido irrecusável pelo momento da campanha e pela ânsia do voto. Felizmina era eleitora e de família numerosa. Dia seguinte, embarca o deputado dando adeus da canoa no rumo do avião. Debaixo do braço o tal embrulho recomendado da Felizmina. A aeronave decola, passa uma hora de vôo monótono e a curiosidade do parlamentar é despertada para a encomenda. Resolve abrir o pacote. Dentro do embrulho, um bilhete e um vidro grande, cuja cor do conteúdo excitou de imediato o paladar de sua excelência. - “Hum, nossa, doce de tamarindo” – pensou. Esquecendo o bilhete e quase babando de vontade, discretamente desenrosca a tampa escondendo o vidro por baixo da cadeira de vime. Mete o dedo indicador tirando boa quantidade e enfia rapidamente na boca. Ato contínuo, joga o vidro e sai gritando desesperado pelo corredor, a ponto de quase botar as tripas pra fora. - Merda! É pura merda! Foi um bruto dum corre-corre, a maior fedentina que jamais se teve notícia dentro de um avião. E tudo aconteceu, justamente, porque o nobre deputado não leu o diabo do bilhete da solteirona. Tivesse o cuidado de ler, o tal vexame nunca que teria ocorrido. Aqui vai o teor da missiva com todos os esses e erres :“Mana, por mão própia, vae o material colido de madrugada pru exame do laboratório. Dis pru doutô que o purgativo usado foram as Pírulas da Vida do Dr. Rossi. Sinceramente, já não sei mais qui faço presta minha prisão de ventre. E por favor, não vamo esquecê um votinho de agradecimento pru nosso quirido e simpático deputado. Da mana sempre saudosa, Felizmina”. A notícia estourou como uma bomba e o episódio logo virou assunto folclórico e preferido nas rodas da cidade, de lá espalhando-se por todo o baixo Amazonas. O envergonhado deputado nunca mais deu as caras em Óbidos, e passou a ser conhecido em toda a região como o “deputado come merda”. 8 VARIEDADES ABRIL - 2006 Era sombrio o modo como atuava, sempre dentro de um compasso preciso, de um sentido certo. Fora maquinado engenhosamente por seu criador, um ser esquálido e de pensamentos extremamente velozes, que o chamou de Clokus, o filho de Mindus. Clokus logo garantiu poder sobre muitos homens. Seu modo tirânico de impor os intervalos entre uma atividade e outra foi aceito e aclamado por seres que precisam de alguma pressão para sair da inércia. Mindus, porém, não ficou satisfeito com o autoritarismo de sua criação. Defensor absoluto da felicidade, considerava aquela delimitação um atentado à existência humana. Percebia que as pessoas, outrora pacíficas, agora passavam por cima de tudo e GABRIELA Florenzano [email protected] Prisioneiros do Ponteiro de todos apenas para obedecer àquela regra, a qual Clokus chamou “tempo”. Era amargurante ver o desgosto de Mindus. Um dia, resolveu questionar Clokus: - Filho, tu que foste primogênito de concepção e amor, diz-me o porquê do castigo que deste aos homens, aos quais sempre servi com tanto carinho! Clokus só então percebeu a dimensão de seu ato. Tinha inutilizado o trabalho de uma vida inteira de seu pai. Antes, os homens podiam dividir os momentos da vida apenas como bons e ruins, reportando-se ao passado e ao futuro livremente. Agora, eram prisioneiros do ponteiro que Clokus fizera trabalhar incessavelmente, o qual era impossível parar. E aquilo passou a ser considerado como concreto. Foi então que Mindus chorou e desapareceu por completo. Clokus, ensandecido, arrependido da atrocidade que se deixara cometer, salvou as lágrimas de seu pai e fez delas uma fina e triste chuva, que jogou sobre a humanidade. Em seguida inanimou-se, sendo transformado no prisioneiro supremo de sua criação. A partir deste dia, todo mundo tem o poder de recordar os velhos tempos, de sonhar com o presente e planejar o futuro. Porém, tudo em função do tempo de Clokus, que sempre encurta os momentos bons e multiplica os infelizes, como maldição que seu criador jogou àqueles que se tornaram escravos de seu ponteiro. Oriximiná mantém a Encomendação de Almas Empenhados em preservar uma tradição tão marcante quanto o Círio fluvial noturno, os oriximinaenses mais uma vez celebraram o ritual da Encomendação de Almas, durante a Semana Santa. A população tem consciência do valor turístico da manifestação, e a idéia é reforçar esse evento no calendário cultural do município. Os encomendadores de almas são homens amortalhados de branco que cantam altas horas da noite, com o acompanhamento de matracas, de casa em casa, orações aos santos e às almas do purgatório. A cerimônia de ‘encomendação das almas’ é um costume de origem européia medieval muito comum em diversas zonas rurais do Brasil no séc. XIX. As cerimônias se realizavam nas sextas-feiras durante a Quaresma ou durante o mês de novembro, quando um grupo composto só de homens cobertos de branco rezava e cantava pelas ruas desertas depois da meia-noite. Os rezadores percorrem as ruas da cidade e param em frente às residências para orar pelos mortos. Os moradores não abrem as portas durante a reza, porque senão “enxergarão as almas dos mortos, e receiam vê-las”. Com os cantigos para as almas realizam a “recomenda” ou “encomenda”. Tradição religiosa Os elementos constantes na prática medieval católica da encomendação das almas são as orações declamadas musicalmente em coro, no cemitério e em frente as casas com mortos recentes. A Encomendação das Almas é uma antiga devoção quaresmal exclusiva de Portugal e das terras por onde os portugueses se expandiram. “Encomendar”, “lembrar”, “apregoar” as almas ou “cantar às almas” era uma tradição religiosa bastante macabra. Altas horas da noite, os encomendadores, com xales nas cabeças, cantavam num tom cavo e lúgubre. Santarém sedia pela 1ª vez encontro de Comércio Exterior Santarém exporta mais de 57 milhões de dólares em produtos pelos portos do município, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A madeira e a soja são os principais itens exportados com lugar no mercado externo. Por conta desta participação importante da cidade nas exportações paraenses, foi realizado nos dias 26 e 27 de abril o I Encontro de Comércio Exterior em Santarém. O evento aconteceu na Associação Comercial e Empresarial de Santarém e tem a promoção da Comissão de Comércio Exterior (Comex), sob a coordenação da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa). O objetivo do Encontro é discutir temas como a interiorização das exportações, assim como divulgar e estimular a importância das potencialidades da região Oeste do Pará no cenário do comércio exterior. Representantes de 12 instituições, que lidam com questões relacionadas às exportações paraenses, debateram formas para dinamizar os mecanismos no processo exportador, como tributos alfandegários e estratégias de mercado. “Através da informação é possível incentivar os empresários a aumentarem o número de produtos exportados”, afirma o gerente do Centro Internacional d e Negócios da Fiepa, André Reis. Entre os palestrantes esteve o presidente da Federação da Agricultura do Pará (Faepa), que falou sobre o Investe Pará, a rede de investimentos que está sendo projetada pela iniciativa privada e o poder público. O Gerente de Negócios Internacionais do Banco do Brasil, Luiz Felipe Nunes Lopes Tavares, explicou como funcionam as linhas de crédito do banco para quem ter interesse em exportar. Outro destaque foi a palestra da gestora regional do Exporta Fácil dos Correios, Neusa Maria Souza Oliveira, que mostrou que os pequenos produtores podem mandar produtos para o exterior por correspondência.