UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM MASTER IN BUSINESS ADMINISTRATION GESTÃO EMPRESARIAL CRISTIANE NASCIMENTO SCARSI O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA ESTRUTURAÇÃO DE ROTINAS ADMINISTRATIVAS E CLÍNICAS EM UM CONSULTÓRIO MÉDICO DE GINECOLOGIA CRICIÚMA, JUNHO DE 2010 CRISTIANE NASCIMENTO SCARSI O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA ESTRUTURAÇÃO DE ROTINAS ADMINISTRATIVAS E CLÍNICAS EM UM CONSULTÓRIO MÉDICO DE GINECOLOGIA Monografia apresentada à Pró-Reitoria de Pósgraduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, para a obtenção do título de especialista em Master in Business Administration Gestão Empresarial. Orientadora: Profª MSc. Priscyla Waleska Targino de Azevedo Simões CRICIÚMA, JUNHO DE 2010 Dedico esta monografia aos meu pais, Luiz e Lourdes, que sempre estiveram ao meu lado em todos os momentos de minha vida. À vocês, meu amor e minha eterna gratidão! AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus pelas bênçãos que tenho em minha vida e por todas as vitórias já conquistadas. Agradeço a meus pais Luiz e Lourdes, que sempre se dedicaram a mim e ao meu irmão. Toda gratidão é muito pouco frente a tudo que vocês já fizeram por mim. Vocês são uma bênção em minha vida! Amo vocês!! Agradeço ao meu irmão Dirceu por todas as conversas, pelo apoio recebido.... Você é, sem sombra de dúvida, o meu melhor irmão do mundo!! Agradeço a Dra. Maria Inês da Rosa que possibilitou que o estudo de caso fosse realizado em seu consultório. A você meu carinho, respeito e admiração!! Agradeço ao Dr. Erik Paul Winikow pelas informações gentilmente prestadas sobre o sistema de prontuário eletrônico. Agradeço imensamente à Profª MSc. Priscyla, minha orientadora, que com muita competência e dedicação tornou possível a realização deste projeto!! Agradeço ao Prof. MSc. Willians Cassiano Longen, pelo apoio e compreensão. Meu agradecimento a Diego Garcia, que partilhou suas experiências na área de sistemas de informação em saúde! Muito obrigada a você, minha amiga Janice Beloli G. Michels, tantos foram os momentos, as conversas... Muito obrigada por tudo, pois você me ajudou a encontrar um norte!! Desejo o melhor que a vida possa lhe oferecer!! A todos vocês desejo muita saúde, sucesso e paz para conseguirem sempre concretizar todos os seus sonhos!! Vocês são demais!! “A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará a seu tamanho normal”. Albert Einstein RESUMO Introdução: Dentro dos sistemas de informação em saúde é possível identificar o Prontuário Eletrônico do Paciente como sendo um valioso instrumento de trabalho, uma ferramenta facilitadora nas atividades organizacionais, pois o prontuário em papel carrega todas as informações clínicas e assistenciais inerentes ao paciente, mas torna-se pouco útil quando surge, por exemplo, a necessidade de ser consultado em outro ambiente em que não seja na empresa (local onde fica arquivado). Objetivo: Descrever a importância da implantação de um sistema de informação, identificando problemas e oportunizando a melhoria de seus processos viabilizando o aumento da capacidade produtiva e eficaz de um consultório médico. Metodologia: Estudo de natureza aplicada (tecnológica), transversal, de campo e laboratório, e descritivo. Esta pesquisa foi elaborada segundo as etapas de levantamento bibliográfico, levantamento de requisitos e modelagem do sistema. Resultados: A pesquisa foi baseada no levantamento de requisitos que resultou no diagrama de casos de uso, que descreve um cenário com as funcionalidades do sistema do ponto de vista do usuário; no de atividades, que visa mostrar o fluxo de atividades em um único processo, e como uma atividade depende da outra; no de classes, que apresenta os vários tipos de objetos no sistema e o relacionamento entre eles, e, em diversas sugestões de melhoria dos processos envolvidos. Conclusões: Com base no estudo realizado, foi possível perceber a importância que um sistema de informação tem para uma empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, já que este proporciona quando bem construído: acesso rápido às informações; garantia de integridade e veracidade da informação; garantia de estabilidade; garantia de segurança de acesso à informação; informações de boa qualidade que são essenciais para tomada de decisão. O sistema de informação sugerido, se efetivamente implementado, proporcionará melhoria na realização de procedimentos proporcionando mais qualidade e agilidade no atendimento oferecido. Após a implantação será possível verificar a melhoria no relacionamento com as clientes, pois haverá o estreitamento da relação secretária/paciente e médica/paciente. Palavras-Chave: Informática Médica; Sistemas Computadorizados de Registros Médicos; Registros Eletrônicos de Saúde; Sistemas de Informação; Tecnologia da Informação. . LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1. Vantagens do Prontuário Eletrônico...........................................................17 Figura 2. Organograma da Empresa..........................................................................23 Figura 3. Diagrama de Casos de Uso........................................................................26 Figura 4. Diagrama de Atividades..............................................................................28 Figura 5. Diagrama de Classes..................................................................................30 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CEP – Código de Endereçamento Postal CID – Código Internacional de Doença CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde CPF – Cadastro de Pessoa Física DCB – Denominações Comuns Brasileiras IS – Informática em Saúde MSN - Messenger SI – Sistema de Informação SIS – Sistema de Informação em Saúde PEP – Prontuário Eletrônico do Paciente S-RES – Sistema de Registro Eletrônico em Saúde SUS – Sistema Único de Saúde UF – Unidade Federativa UML - Unified Modeling Language SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 1.1 Objetivo Geral.......................................................................................................12 1.2 Objetivos Específicos...........................................................................................12 1.3 Justificativa...........................................................................................................13 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO...............................................................................14 2.1 Informática Médica ou Informática em Saúde......................................................14 3 PRONTUÁRIO DO PACIENTE...............................................................................15 3.1 Informatização do Prontuário do Paciente...........................................................15 3.2 Vantagens do PEP...............................................................................................16 3.3 Desvantagens do PEP.........................................................................................18 3.4 Riscos e Obstáculos Encontrados........................................................................19 3.4.1 Falta de Entendimento das Capacidades e Benefícios do PEP........................19 3.4.2 Padronização.....................................................................................................20 3.4.3 Interface com o Usuário....................................................................................20 3.4.4 Segurança e Confidenciabilidade......................................................................20 3.4.5 Falta de Infra-estrutura......................................................................................20 3.4.5 Aceitação do Usuário........................................................................................21 3.4.7 Aspectos Legais................................................................................................21 4 METODOLOGIA.....................................................................................................22 4.1 Levantamento Bibliográfico..................................................................................22 4.2 Levantamento de Requisitos................................................................................22 4.3 Modelagem do Sistema........................................................................................25 4.3.1 Diagramas.........................................................................................................25 4.3.2 Aplicação de Normas e Padrões de Modelagem..............................................31 4.4 Sugestões de Melhoria........................................................................................31 24.4.1 Especificação da Proposta do Sistema de Informática...................................33 4.4.1.Suporte Administrativo......................................................................................34 4.4.1.2 Prontuário Eletrônico do Paciente..................................................................36 4.4.1.3 Infra-Estrutura................................................................................................37 4.5 Resultados Obtidos..............................................................................................37 CONCLUSÃO ...........................................................................................................38 REFERÊNCIAS.........................................................................................................40 APÊNDICE A ............................................................................................................41 11 1 INTRODUÇÃO O homem sempre buscou agilizar os serviços, as negociações, os encontros, enfim, alcançar seus objetivos o mais breve possível, quando não no mesmo instante. Nessa busca incansável pela melhoria dos processos, muitas foram e ainda são as descobertas feitas por ele. Cada dia que passa surgem novidades: um novo robô, um novo computador, um novo sistema, um novo programa, uma nova idéia surge com base nas pesquisas tecnológicas. Muitas organizações atraídas pela tecnologia apostaram nesta com o objetivo de melhorar os procedimentos empresariais, bem como utilizá-la como ferramenta para solucionar situações complicadas em relação à informação em saúde. Começaram a investir em sistemas da informação ou melhorar os que já eram utilizados, ficando em evidência a procura por Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), atualmente denominado de Sistema de Registro Eletrônico em Saúde (COSTA, 2001). Dentro dos sistemas de informação em saúde é possível identificar o PEP como sendo um valioso instrumento de trabalho, um facilitador nas atividades organizacionais. O prontuário de papel carrega todas as informações inerentes ao paciente, mas torna-se pouco útil quando surge, por exemplo, a necessidade de ser consultado em outro ambiente em que não seja na empresa (local onde fica arquivado). Os sistemas de informação em saúde possibilitam a informatização de qualquer dado desde o cadastro do cliente às informações confidenciais deste, as quais podem ficar restritas ao acesso somente de algumas pessoas. O PEP é uma ferramenta muito utilizada dentro do SIS, pois cria um leque de opções para os profissionais que na organização atuam. O PEP indica que as mais diversas informações relativas a todos os pacientes poderão ser acessadas de qualquer local em que o profissional encontrese, uma vez que o local onde ficam arquivadas as informações dos pacientes vão muito além das fronteiras da empresa. Os sistemas de informação em saúde apresentam uma grandiosa vantagem: a de processar uma enorme quantidade de dados concomitantemente, 12 tarefa esta que ficaria difícil de ser realizada caso essa grande quantidade de informações tivessem que ser disponibilizadas em arquivos de papel. Neste sentido esta pesquisa destina-se a avaliar as rotinas de um consultório médico, oferecendo a modelagem de um Sistema de Informação em Saúde. 1.1 Objetivo Geral Descrever a importância da implantação de um sistema de informação, identificando problemas e oportunizando a melhoria de seus processos viabilizando o aumento da capacidade produtiva e eficaz de um consultório médico. 1.2 Objetivos Específicos a) Conhecer como é realizado o fluxo de informações em um consultório médico; b) Oferecer para o consultório médico oportunidades de desenvolvimento que poderão surgir a partir da incorporação de um sistema de informação; c) Descrever como o sistema de informação poderá dar suporte à gestão da empresa; d) Propor a modelagem de um sistema de informação que seja adequado às necessidades encontradas no consultório médico; e) Atender aos aspectos éticos e legais de informação em saúde pertinentes. 13 1.3 Justificativa Muito se fala em tecnologia e vê-se continuamente as empresas buscando a informatização e conseqüentemente ampliação e aperfeiçoamento de suas atividades. A tecnologia da informação proporciona ferramentas que facilitam e agilizam os processos, tornando a empresa mais competitiva no cenário do mercado atual. Não basta para as empresas apenas o instinto de sobrevivência, mas também procura-se uma posição de destaque na qualidade do atendimento e na transmissão de informações com maior brevidade e segurança. Difícil imaginar o trabalho sem a informatização. Muitas empresas ainda vivem à margem da tecnologia, não desfrutando dos avanços por ela conquistados. È possível verificar a seguir algumas situações quando as informações são disponibilizadas em arquivos de papel: sofrem ações do tempo; não sendo bem arquivados podem ser acessados por qualquer pessoa que estiver no ambiente; não conseguem contemplar uma grande quantidade de informações sem que isso gere uma quantidade maior de papéis; só podem ser consultados no local onde estão arquivados; podem ser perdidos para sempre em diversas situações (desastres naturais, incêndios, extravio); ao longo do tempo faltará espaço para arquivar tantos documentos; as informações precisam ser transmitidas pela secretária que intermediará a informação constante no arquivo em papel ao profissional que pretende realizar o atendimento. Dentro desta linha de pensamento está implícita a necessidade da informatização dos sistemas de informação. Neste caso, trata-se da informatização de sistemas de informação em saúde já que o presente estudo refere-se a um consultório médico. Com base neste estudo será possível descrever a importância da implantação de um sistema de informação, identificando problemas e oportunizando a melhoria de seus processos viabilizando o aumento da capacidade produtiva e eficaz de um consultório médico. Neste contexto, pensando em compreender as rotinas, dificuldades e desafios de um consultório médico pretende-se com esta pesquisa traçar um novo modelo de trabalho. 14 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Segundo Stair (2002, p. 12), “sistema de informação é um conjunto de elementos ou componentes inter-relacionados que coletam (entrada), manipulam (processamento) e disseminam (saída) os dados e a informação e fornecem um mecanismo de feedback para atender a um objetivo”. Mattos (2005, p. 5) descreve que “um Sistema de Informação é um sistema especializado no processamento e na comunicação de dados (máquinas) ou de informações (organismos vivos)”. Mattos (2005, p. 5) ainda coloca que “um exemplo de Sistema de Informação – talvez o mais complexo e perfeito que existia – é o sistema nervoso do corpo humano, também chamado de rede neural humana”. 2.1 Informática Médica ou Informática em Saúde A Informática Médica é o campo científico que lida com recursos, dispositivos e métodos para otimizar o armazenamento, recuperação e gerenciamento de informações biomédicas (SBIS, 2010). O crescimento da Informática Médica como uma disciplina deve-se, em grande parte: aos avanços nas tecnologias de computação e comunicação, à crescente convicção de que o conhecimento médico e as informações sobre os pacientes são ingerenciáveis por métodos tradicionais baseados em papel, e devido à certeza de que os processos de acesso ao conhecimento e tomada de decisão desempenham papel central na Medicina moderna (SBIS, 2010). A Informática em saúde tem por base as tecnologias da computação e informação que busca solucionar situações possibilitando maior segurança na tomada de decisões (LEÃO, 2003). Contempla as seguintes áreas do conhecimento: sistemas de apoio a decisão, prontuário eletrônico do paciente, apoio a decisão do profissional, comunicação eletrônica, entre outros (LEÃO, 2003). 15 3 PRONTUÁRIO DO PACIENTE Entende-se por prontuário médico o conjunto de informações ou dados registrados a partir do atendimento ao paciente pelo profissional da área da saúde. Este tem a finalidade de dar a continuidade da assistência, com segurança possibilitando posteriores pesquisas (CACIAN, 2006). Para Alves (2007, p. 31): “O Prontuário Médico é comumente conhecido como prontuário do paciente. É importante destacar que o mesmo é um elemento crucial para o atendimento a saúde dos indivíduos, devendo reunir a informação necessária para garantir a continuidade dos tratamentos prestados ao paciente. Torna-se o local onde ficam registradas as informações relativas ao atendimento do paciente e tem um papel fundamental na qualidade da assistência médica, além de apoiar os procedimentos de ensino e de pesquisa”. Para Wechsler (2003, p. 1): “O prontuário do paciente, criado inicialmente para documentar as informações da saúde e da doença do paciente, tornou-se mais complexo, passando a ter um papel extremamente importante na sociedade moderna": como subsídio de manutenção da saúde do paciente; no compartilhamento de informações entre diferentes profissionais; como base legal para as ações médicas; como fonte de pesquisa clínica, de estudos epidemiológicos, de avaliação da o qualidade do cuidado e de vigilância a reações adversas de drogas; como fonte de educação e reciclagem médica continuada; para identificação de grupos de pacientes específicos, e; para administração de serviços de saúde, fornecendo sustentação para o faturamento e o reembolso, para a pré-autorização por pagadores, como base para a sustentação organizacional e para a gerência de custos“. 3.1 Informatização do Prontuário do Paciente No Brasil, um procedimento muito realizado dentro dos sistemas de informação em saúde é apanhar as informações do paciente em formulário de papel para posteriormente adicionar ao sistema por meio da digitação. Agindo desta forma o profissional tem seu trabalho dobrado, criando a possibilidade da margem para erros (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Os coletores eletrônicos dispensam a transcrição digital dos dados, mas não coletam os dados necessários aos processos de trabalho de saúde, requerendo a continuidade dos registros manuais (MINISTÉRIO DA SAÙDE, 2003) 16 Para Alves (2007, p. 17): Quando se fala do Prontuário Eletrônico, desataca-se o desenvolvimento de um sistema abrangente, que permite introduzi rapidamente dados, ajudando a reduzir erros e a padronizar os planos de cuidados, como também traz a vantagem de se ter todas as informações dos pacientes arquivadas através de uma ferramenta que possibilita acesso rápido e eficiente. Alves (2007, p. 17) ainda acrescenta que: Apesar do reconhecimento de que o prontuário eletrônico passou a ser visto como uma necessidade para uma gerenciamento eficiente dos serviços de saúde, bem como para a organização e procedimento da informação, existem vários problemas para sua implementação e uso; Dentre esses problemas, a entrada das informações clínicas e sobre o paciente diretamente pela comunidade médica é considerada um dos maiores obstáculos para a utilização do prontuário eletrônico. 3.2 Vantagens do PEP Segundo Wechsler (2003, p. 4) são vantagens da implantação do PEP: O texto ser legível; Possivelmente consistente; Possivelmente completo; Poder incorporar sistemas automatizados de alerta e apoio à decisão; O mesmo prontuário poder ser acessado ao mesmo tempo em vários lugares; Tendências são facilmente detectadas; Permite o armazenamento de imagens; o PEP poder destacar importantes componentes do prontuário do paciente, como alergias, diagnósticos, problemas ativos, tratamentos ativos e observações clínicas recentes (sumário clínico) que, além de facilitar a abordagem do paciente pelos diferentes profissionais com acesso ao PEP, pode se constituir em documento de acompanhamento do paciente em caso de migração para locais de prestação de serviços de saúde sem infraestrutura computacional, e; identificar usuários do prontuário. Costa (2001), acrescenta como vantagens do prontuário eletrônico (Figura 1): 17 Figura 1. Vantagens do Prontuário Eletrônico. Fonte: Costa e Marques (1999). Outras vantagens do prontuário eletrônico são: a) Acesso remoto e simultâneo; b) Legibilidade; c) Segurança dos dados; d) Confidencialidade dos dados do paciente; e) Flexibilidade do layout dos dados; f) Integração com outros sistemas de informação; g) Captura automática de dados; h) Processamento contínuo dos dados; i) Assistência à pesquisa; j) Diversas modalidades de saída de dados; k) Construção de diversos tipos de dados, e; l) Os dados estão sempre atualizados. Para McDonald e Barnett (1990 apud Costa 2001, p. 14) “entretanto, para que um sistema de PEP atinja todas essas vantagens é necessário, basicamente, que os seguintes fatores estejam presentes, sem os quais, alguns dos potenciais do PEP, seriam desperdiçados”: 18 a) Escopo das informações: todas as informações sobre os pacientes devem estar armazenadas. Não se deve, portanto, restringir o registro dos dados aos pacientes internados; b) Tempo de armazenamento: os dados devem ser armazenados indefinidamente, estando as informações dos últimos anos disponíveis e não somente da última visita; c) Representação dos dados: dados não estruturados (texto livre) dificultando ou inviabilizam uma eficaz recuperação das informações. Dessa forma, os dados devem armazenados de forma estruturada e codificados no vocabulário comum (padronização), permitindo assim a ação desses sistemas de apoio a decisão e a pesquisa; d) Terminais de acesso: deve haver número suficientes de terminais para o acesso ao sistema distribuídos em todos os locais de atendimento da instituição. 3.3 Desvantagens do PEP Wechsler (2003) aponta algumas desvantagens na implantação do PEP, como: a) O PEP depende da existência de software, hardware e infra-estrutura de redes, elétrica, de manutenção, entre outros; b) Os investimentos em hardware, software e treinamento de diferentes usuários do prontuário não são triviais; c) O PEP necessita de constante manutenção, atualização e prevenção de integridade dos dados, o que requer diferentes abordagens organizacionais em investimentos; d) O uso do PEP requer treinamento tanto do uso das ferramentas computacionais quanto do software propriamente dito. Este treinamento representa, muitas vezes, a pedra angular para aceitação e utilização do PEP; e) Deve-se manter a privacidade dos dados em meio eletrônico; dessa forma o investimento em segurança deve ser considerado; 19 f) As dificuldades dos profissionais da saúde que não foram submetidos a um treinamento prévio, no processo de digitação, manutenção da relação médico-paciente na frente de um computador e tempo gasto com a consulta diante de um computador devem ser observadas. 3.4 Riscos e Obstáculos Um sistema para ser instalado deve ser estudado em detalhes para verificar sua viabilidade e importância, contemplando assim as necessidades da empresa (COSTA, 2001). As principais dificuldades e desafios que podem surgir com a implantação de um prontuário eletrônico são (COSTA, 2001): falta de entendimento das capacidades e benefícios do PEP, padronização, interface com o usuário, segurança e confidenciabilidade, falta de Infra-estrutura, aceitação do usuário, e aspectos legais. 3.4.1 Falta de Entendimento das Capacidades e Benefícios do PEP É de extrema relevância que os usuários do sistema e os proprietários da empresa entendam as vantagens que o prontuário eletrônico irá proporcionar. Caso isso não esteja bem claro, quem desenvolver o sistema poderá criar um sistema que não atenda todas as necessidades encontradas. 20 3.4.2 Padronização A falta de padronização nos sistema de PEP provoca a perda ou inviabiliza muitos dos recursos que poderiam ser oferecidos, tais como: interoperabilidade, pesquisa clínica, sistemas de apoio à decisão, dentre outros. 3.4.3 Interface com o Usuário Para que as informações sejam guardadas atendendo as necessidades de um PEP, os dados devem ser armazenados seguindo uma ordem, não devendo ser adicionado como um texto, isso nem sempre é visto com bons olhos pelos médicos já tão habituados a escrita em papel. 3.4.4 Segurança e Confidenciabilidade Pode ocorrer a criação de sistemas que não sejam confiáveis não armazenando com segurança os dados dos pacientes, ocasionando danos a clínica como processos jurídicos até a ausência de confiabilidade dos clientes. 3.4.5 Falta de Infra-estrutura Para a transmissão de informações deve haver recursos que possibilitem isso, como software adequado ao sistema a ser utilizado, padrões de utilização, bons profissionais capacitados criar o sistema de prontuário eletrônico. 21 3.4.6 Aceitação do Usuário Muitas pessoas têm resistência a mudanças. É necessário criar o interesse por parte do usuário para que este possa colaborar e entender o processo para que assim a implantação do sistema tenha o sucesso esperado. 3.4.7 Aspectos Legais O aspecto legislativo é muito importante dá o bom funcionamento e utilização do sistema de informação. 22 4 METODOLOGIA Este trabalho teve como objetivo descrever a importância da implantação de um sistema de informação, identificando problemas e oportunizando a melhoria de seus processos viabilizando assim o aumento da capacidade produtiva e eficaz de um consultório médico ginecológico. Esta pesquisa foi elaborada segundo as seguintes etapas metodológicas: levantamento bibliográfico, levantamento de requisitos e modelagem do sistema. 4.1 Levantamento Bibliográfico O levantamento bibliográfico foi utilizado durante o desenvolvimento da pesquisa, permitindo a compreensão dos conceitos como o de Informática em Saúde, Prontuário Eletrônico do Paciente, entre outros. As referências utilizadas para o desenvolvimento deste trabalho basearam-se em trabalhos de conclusão de curso, artigos científicos, monografias, teses e dissertações. Após o levantamento bibliográfico inicial necessário para o entendimento dos conceitos básicos acerca do assunto, foi realizado o levantamento dos requisitos. 4.2 Levantamento de Requisitos O local de realização desta pesquisa aborda um consultório particular de ginecologia localizado no município de Criciúma, Santa Catarina. O consultório conta com uma secretária, uma médica ginecologista e obstetra, e com um médico clínico geral. 23 Médica Ginecologista Clínico Geral Secretária Figura 2. Organograma da Empresa Neste local são realizados atendimentos a pacientes através de consultas ginecológicas, consultas de Pré-Natal e clínica; além de exames de ultrassonografia ginecológica e obstétrica. O levantamento de requisitos contou com entrevistas estruturadas1 (Apêndice A) e não estruturadas2 que foram realizadas com a secretária do consultório e a parte clínica deu-se pela entrevista com a médica ginecologista responsável pelos atendimentos. O modelo atual utilizado para agendamento de consultas envolve registro em papel. Nesse sentido verificou-se a possibilidade de inserção da Tecnologia da Informação em Saúde visando futura substituição do modelo em papel pelo eletrônico, além de agilizar os processos envolvidos. As entrevistas basearam-se nas atividades realizadas no consultório referentes às consultas, tendo seu processo iniciado no agendamento por parte da paciente, onde a secretária informa as datas e horários disponíveis para a consulta. Em seguida, a paciente define a data, e a consulta é agendada pela secretária, que identifica se a consulta é particular ou por convênio e registra o nome e telefone da paciente. Antes da consulta (em torno de um dia), é realizado um contato prévio com a paciente confirmando sua presença no dia da consulta. 1 2 Baseada em questionário. Realizada sem a utilização de questionário. 24 Ao chegar no consultório, a médica ginecologista tem acesso as consultas do dia por meio da secretária ou consultando a agenda manuscrita. São realizadas, em média, seis consultas e três retornos por dia, sendo que os atendimentos acontecem somente meio período, em função dos profissionais atenderem também em outros locais. Na primeira consulta os dados da paciente são colocados em uma ficha de papel. Durante o atendimento, a médica efetua os procedimentos de rotina, registrando no prontuário da paciente (em papel) as informações relatadas pela paciente e também seu parecer, sendo feita a anamnese3 que serve como ponto inicial de diagnóstico. Após a anamnese a médica pode submeter a paciente a exames físicos (peso, altura, pressão arterial, ausculta cardíaca, exame de mamas, exame da vulva, especular e toque) de acordo com o problema relatado, sendo os resultados registrados no prontuário em papel. Em seguida, a médica solicita à paciente exames complementares: exame de Papanicolaou, exames de rotina (hemograma, glicemia, colesterol, triglicerídeos e urina) e para mulheres acima de quarenta anos acrescenta-se os exames de mamografia anual, exames tipo: tireóide, FSH (hormônio folículo estimulante), cálcio, densitometria óssea; estes exames complementares vão auxiliar no diagnóstico, e após feito o diagnóstico a médica pode encaminhar a paciente para outra especialidade, caso necessário. Caso a médica perceba a necessidade de a paciente realizar uma ultrassonografia esta pode ser realizada no próprio consultório, já que o mesmo conta com um aparelho de ultrassonografia (ultrassom transvaginal e obstétrico). Porém, somente as pacientes particulares podem fazê-lo, sendo que no caso das pacientes conveniadas o exame de ultrassom é solicitado para clínicas externas, pois, o convênio não procede pagamento deste tipo de exame feito em consultório. O acesso às fichas das pacientes de consultas anteriores se dá através da secretária que as procura manualmente e sequencialmente, e as entrega a médica que fará o atendimento. A partir dos procedimentos realizados no consultório médico descritos acima, bem como nas informações estudadas durante o levantamento bibliográfico, 3 É uma entrevista realizada para coletar informações subjetivas sobre a história de saúde do paciente. Permite relembrar todos os fatos relacionados com a doença e com a pessoa doente. (ANDRIS, 2006) 25 foram analisadas os requisitos para a modelagem do prontuário eletrônico a ser estruturado. 4.3 Modelagem do Sistema Para a modelagem do sistema foi utilizado UML (do inglês, Unified Modeling Language) que é uma linguagem não proprietária para modelagem que permite especificar, visualizar e documentar modelos de sistemas de software incluindo sua estrutura e projeto. Esta linguagem foi escolhida pois representa a capacidade da aplicação, mesmo em aplicações complexas (SIEGEL, 2002). A ferramenta utilizada foi a StarUML4, um projeto de código aberto, que permite uma modelagem rápida e flexível, possui boa usabilidade e está disponível gratuitamente. Para a modelagem foram utilizados alguns dos diagramas da UML, como o diagrama de casos de uso, de atividades e o diagrama de classes. 4.3.1 Diagramas Para a modelagem do sistema foram desenvolvidos os seguintes diagramas: diagrama de casos de uso, diagrama de atividades e diagrama de classes. Para Larman (2000, p. 73) “Um diagrama de Caso de Uso ilustra um conjunto de casos de uso para um sistema, os atores e a relação entre os atores e os casos de uso. Os casos de uso são ilustrados em ovais; os atores, como figuras de traço simples (palitos). Existem linhas de comunicação entre esses casos e os atores; as flechas podem indicar o fluxo de informação ou de estímulo”. 4 O projeto StarUML e o (http://staruml.sourceforge.net). download da ferramenta podem ser encontrados em 26 Figura 3: Diagrama de Casos de Uso da Consulta O Diagrama de Casos de Uso (figura 3) ilustra o fluxo de informação de acordo com os personagens envolvidos: a médica, a secretária e a paciente. Na figura 3, é possível observar que ao ligar a paciente solicita o agendamento da consulta, a secretaria agenda a consulta podendo anotar os dados do paciente. Um dia antes do dia da consulta a secretária liga para a paciente confirmando sua presença. Ao comparecer no dia da consulta a secretária, caso seja a primeira consulta da paciente, não possuindo desta forma o cadastro no consultório, a secretária solicita os dados pessoais da paciente e verifica a forma de pagamento (convênio ou particular). Após realização do cadastro a paciente é encaminhada à consulta. Na consulta a médica realiza e registra a anamnese, após realiza o exame de Papaniculaou na paciente. Em seguida, se necessário, faz a ultrassonografia. Dependendo da anamnese ela verifica a necessidade de solicitar a paciente exames complementares. Caso isso ocorra, a médica solicita que a paciente realize os exames e retorne ao consultório para verificar os resultados obtidos. No retorno a médica avalia o resultados dos exames, registra os novos 27 dados e diagnosticando alguma patologia ela prescreve medicamentos para o tratamento. Para Guedes (2008, p. 33) “O diagrama de Atividades, representado na figura 4, preocupa-se em descrever os passos a serem percorridos para a conclusão de uma atividade específica, muitas vezes representada por um método com certo grau de complexidade. O diagrama de atividades (figura 4) ilustra o fluxo de atividades de acordo com os personagens envolvidos: a médica, a secretária e a paciente. Demonstra detalhadamente todas as atividades realizadas do primeiro contato (agendamento da consulta) até o possível retorno após exames complementares feitos pela paciente. Na figura 4, é possível observar que a paciente ao solicitar o agendamento da consulta a secretária registra os dados iniciais e agenda a consulta, um dia antes da realização desta, a secretária confirma a presença da paciente. A paciente comparece a consulta, a secretária verifica o cadastro da paciente, se já consultou então a mesma possui cadastro, caso não ainda não tenha consultado é realizado o cadastro dos dados da paciente. Após, a secretária encaminha a paciente à consulta. A médica consulta o prontuário da paciente e inicia a anamnese. A paciente relata a queixa principal e a médica a registra. A paciente relata antecedentes gineco-obstétricos e a médica os registra. Paciente relata menarca (primeira menstruação da mulher) e a médica registra. Paciente relata ciclos posteriores (duração do ciclo, duração do fluxo mensal, dismenorréia (cólica menstrual), última menstruação) e a médica registra. 28 Figura 4. Diagrama de atividades 29 A paciente relata outras informações (tabagismo, alergias, medicamentos em uso) e a médica registra. Paciente relata início da relação sexual (número de relações por semana, disparemia (dor no ato da relação sexual)) e a médica registra. A paciente relata quantidade de gestações e a médica registra. Se a paciente teve alguma gravidez a médica solicita a quantidade de partos e registra. Paciente relata quantidade de abortos e a médica registra. Paciente relata quantidade de filhos vivos e a médica registra. Paciente relata os tipos de parto (normal ou cesariana) e a médica registra. Paciente relata peso maior dos recém-nascidos e a médica registra. Paciente relata amamentação e a médica registra. A paciente relata data do último parto e a médica registra. Paciente relata método anticoncepcional utilizado e a médica registra. Paciente relata cito-patológico colo-uterino e a médica registra. Paciente relata eletro-cauterização colo-uterino e a médica registra. Paciente relata antecedentes pessoais e a médica registra. Paciente relata antecedentes familiares e a médica registra. Caso a médica julgue necessário a realização de exame de colo-uterino ou ultrassonografia, a paciente os faz no momento da consulta. Sendo necessário realizar exames complementares a médica solicita à paciente. A paciente realiza os exames, retorna ao consultório e a médica registra os resultados. Havendo necessidade de tratamento a médica prescreve. Após ter conhecimento do diagnóstico a médica o registra, verifica a necessidade da paciente retornar, caso seja necessário solicita a paciente. A paciente agenda retorno com a secretária. No retorno a paciente relata tratamento e como se sente e a médica registra. A representação da estrutura e das relações das classes que servirão como modelo para os objetos do sistema foi feita por meio do diagrama de classes (Figura 5). Para Pender (2004, p. 42) “O Diagrama de Classes modela os recursos usados para montar e operar o sistema. Os recursos representam pessoas, materiais, informações e comportamentos. 30 Figura 5. Diagrama de classes 31 No diagrama de classes ilustrado na Figura 5, pode-se descrever que as classes são modelos, e os objetos são os modelos com as informações preenchidas. As ligações (setas) demonstram o relacionamento entre uma classe e outra. Este diagrama representa o nível de abstração do desenvolvedor para a implementação do software, de desenvolvimento da programação. 4.3.2 Aplicação de Normas e Padrões na Modelagem A construção do modelo de sistema se ateve nos padrões preconizados pelo Conselho Federal de Medicina e também no Código Internacional de Doenças (CID), para melhor indicação dos diagnósticos no registro de consulta. Utilizou-se as nomenclaturas disponibilizadas pelos Sistemas de Informação do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde DATASUS). Também foram utilizados dados encontrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e no registro de procedimentos realizados no paciente, para os exames complementares foi utilizada a estrutura da tabela de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) e para medicamentos, utilizou-se a terminologia de DCB - Denominação Comum Brasileira5. 4.4 Sugestões de Melhoria Neste trabalho, foi verificada a realidade de um consultório médicoginecológico, que baseado no estudo realizado foi possível obter informações relacionadas às necessidades encontradas neste. Após o levantamento de dados investigados por meio de entrevista estruturada e não estruturada aplicada a médica-ginecologista e à secretária foi possível compreender a rotina do consultório, quantas pessoas lá trabalham, como funcionam os procedimentos (internação de pacientes, atendimento no consultório, 5 A lista de Denominações Comuns Brasileiras (DCB) é disponibilizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) por meio do site http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/dcb/2006/index.htm). 32 diagnósticos, prescrições, retornos, registros dos dados levantados durante a consulta). De posse das possíveis informações, como sugestão de melhoria, o sistema de informação idealizado visa suprir as necessidades referentes às atividades administrativas, facilitando: os procedimentos, a busca por dados relevantes, a comunicação entre profissionais, o registro financeiro, entre outras vantagens Para implantação deste sistema é aconselhável uma avaliação antes de investir nesses equipamentos, levando-se em conta alguns aspectos, como a quantidade de clientes, orçamento, análises financeiras, a quantidade de empregados, a quantidade de registros e documentos, entre outros. Após o levantamento destes dados e da necessidade de um sistema de informação, deverá ser avaliado o que realmente precisa, para assim comparar todos os pacotes oferecidos no mercado, avaliando custo/benefício e, então, escolher um sistema mais eficaz para sua gestão. A partir do projeto do sistema apresentado nos itens anteriores pode-se ainda serem consideradas na implementação do software: a) Analisar o sistema atual existente na empresa, verificando assim, o que já existe e que auxilia adequadamente ao acesso às informações e o que não favorece ao consultório; b) Verificar se os funcionários que irão utilizar o sistema estão capacitados para tal, para que assim seja possível capacitar quem não estiver apto para desenvolver este procedimento. Assim, evitando a perda de informações já cadastradas, por exemplo; c) Analisar a instalação de rede interna (intranet), a criação de uma rede que possibilite a comunicação com clientes, fornecedores e outros (extranet) e a conexão para comunicação externa (internet); d) Sugere-se que seja implantado um sistema que seja possível o acesso de qualquer local em que a médica esteja apenas colocando seu login e sua senha, pois muitas vezes surge uma emergência e a médica pode estar em um congresso no Brasil ou em outro país, e a paciente não pode aguardar seu retorno para, por exemplo, trocar um medicamento que lhe está fazendo mal; estando a médica de posse de todas as informações 33 constantes no prontuário eletrônico pode assim, sugerir um medicamento com efeito similar mas que não cause mal estar à paciente; e) Criar Sistema Multiusuário: a médica e a secretária do consultório teriam login e senhas distintos para acessar o programa; com este login teria acesso restrito as informações conforme as necessidades do seu cargo de trabalho dentro da “organização”. f) Definir prazos, custos e benefícios esperados; para que assim seja possível visualizar as vantagens encontradas com a instalação dos sistema de informação ao longo do tempo, como este proporcionou as melhorias desejadas ao consultório médico trazendo mais lucratividade e reduzindo gastos como por exemplo, telefone e proporcionando rapidez no atendimento às pacientes; g) Verificar se há um programa que possa dar apoio a decisões do profissional, como por exemplo, quando a médica estiver atendendo a paciente, a cada informação que a paciente passar, a médica irá inserir neste programa e assim que tiver todas as informações digitadas o programa possa apontar as possibilidades encontradas para o diagnóstico da paciente e também quais medicamentos são mais adequados para aquela enfermidade; 4.4.1 Especificação da Proposta do Sistema de Informação Sugerido O sistema de informação sugerido deve apresentar as seguintes características listadas a seguir. 34 4.4.1.1 Suporte Administrativo Abrange os registros e atividades realizadas pela secretária devendo apresentar: Um cadastro de pacientes, devendo contemplar: nome do paciente, sexo, data em que realizou a primeira consulta, data de nascimento, naturalidade, endereço (rua, bairro, Código de Endereço Postal (CEP), cidade, (UF) Unidade Federativa, identidade, Cadastro de Pessoa Física (CPF), telefone residencial, celular, nome do pai, nome da mãe, e-mail, empresa em que trabalha, cargo, telefone do trabalho, admissão, endereço da empresa, e no final do cadastro um campo em que conste observações gerais, para que a secretária ou a médica possam inserir alguma informação que venha a acrescentar em relação à paciente. A imagem do paciente, pois na hora de efetuar o cadastro, a secretária poderá tirar uma foto através de uma webcam devidamente instalada no computador para armazenar a imagem do paciente em seu cadastro possibilitando à médica lembrar de cada paciente que está agendada para cada dia de consulta; o que muitas vezes não se torna viável lembrar só pelo nome devido ao grande número de clientes atendidas. O aniversário da paciente, pois, com a informatização do consultório é possível fazer um envio automático, às pacientes que possuem e-mail, parabenizando-as pelo seu aniversário, isso fará com que o consultório tenha um diferencial; as pacientes que não possuírem e-mail, a secretária poderá ter uma ferramenta para lembrete no seu próprio e-mail, esta passará uma mensagem no celular ou fará uma ligação local; no caso de mensagem via celular verificar junto a operadora se há um plano mais adequado que barateie o custo de envio da mensagem. Tendo em mãos o número do celular da paciente é possível também enviar mensagem para este lembrando dia e horário da consulta, como também às que possuírem e-mail. As formas de pagamento tanto da consulta quanto dos exames realizados no consultório, pois no momento as formas de pagamento se limitam ao pagamento a vista em dinheiro e em cheque, podendo desta forma ser inserido o pagamento com cartão de crédito. 35 As possibilidades de convênio, pois na consulta realizada por meio de convênio a secretária poderá fazer um cadastro da requisição, para assim no final do mês poder imprimir um relatório com o número de consultas realizadas por convênio e particular; o registro das consultas por convênio torna-se importante para que haja um controle destas, caso ocorra a perda de alguma requisição o consultório terá detalhes da requisição em questão. Consulta ao SERASA, SPC para análise de crédito da paciente, visando diminuir a inadimplência quando o pagamento for em cheque, evitando desgastes posteriores. Portanto, assim que a secretária verificar junto ao programa de análise de crédito que resultou que está tudo certo com o crédito da paciente, ela fará um cadastro do cheque recebido no sistema; este cadastro exigirá: número da conta, nome do titular, agência, banco, número do cheque, data de emissão, valor, para que data é bom o cheque, haverá também um campo para que quando o cheque for compensado a secretária assinale. Um Sistema de Contas a Pagar que deve possibilitar o cadastrado de todas as contas do consultório médico; neste cadastro irá constar: descrição/razão social, telefone, contato, número da duplicata, valor, descontos, juros, data de emissão, data de vencimento, se foi pago com cheque constar o número deste, se houver mais uma conta bancária do consultório, colocar de qual banco foi emitido o cheque; com este sistema de contas é possível tirar um relatório a cada dia sabendo as contas que vencerão neste dia, evitando assim pagar juros por atraso ou esquecer de pagar alguma conta evitando possíveis transtornos. Rotinas de movimento do Caixa, com abrangência a entrada e saída de recursos financeiros. Com esta ferramenta, pode ser feito um relatório mensal para verificar o faturamento do consultório; após análise deste é possível fazer previsões quanto ao futuro, se é possível fazer investimentos neste ou aplicar o dinheiro e realizar investimentos mais a frente; é uma forma melhor de controlar o capital e não tomar decisões sem base em dados sólidos. 36 4.4.1.2 Prontuário Eletrônico do Paciente Refere o registro clínico do paciente devendo apresentar os itens listados a seguir. O histórico familiar da paciente, pois, para a medicina, ao diagnosticar um paciente, é de extrema importância ter conhecimento das possíveis doenças que seus pais e avós tiveram ou têm, para compreender se a doença do paciente tem ligação com parentes, se esta foi herança genética e os motivos que geraram esta. O histórico das doenças pessoais, ou seja, história de vida da paciente. Os exames laboratoriais, onde a médica acrescentará os resultados obtidos com os exames realizados, como: colesterol, diabetes, hemograma, urina, ultrassonografia, exame de colo de útero, entre outros. O registro destas informações se torna importante uma vez que na próxima consulta que a paciente fazer uma nova consulta trazendo resultado de novos exames o médico poderá comparar a evolução do quadro do paciente. Um ou mais CID, visando disponibilizar neste sistema os critérios de diagnósticos de cada patologia conforme o Código internacional de Doenças. Este código serve para os médicos do mundo inteiro saberem de qual patologia está se tratando. Estes dados devem constar no histórico da consulta da paciente para a médica relembrar quando o paciente retornar ao consultório; O histórico das Internações com todos os procedimentos realizados e medicamentos utilizados. A data de retorno, que considera que a médica geralmente pede à paciente que ao sair da consulta converse com a secretária e verifique uma data para o seu retorno, automaticamente quando isso ocorrer a médica terá acesso a data do retorno que a paciente agendou. Para facilitar a comunicação e até mesmo reduzir o custo, podem ser utilizados sistemas colaborativos para comunicação, como: MSN que facilita a troca de informações entre a médica e a secretária e entre secretária e paciente. Algumas receitas médicas personalizadas, que visa possibilitar modelos de receitas personalizadas possibilitando imprimir o medicamento que deve ser utilizado. 37 O atestado médico personalizado, constando os dias de atestado, nome da paciente, data e CID. É importante ressaltar ainda que para assegurar a permanência e existência de todos os dados cadastrados deve-se fazer ao final de cada dia backup do sistema. Este pode ser feito por meio de um CD regravável, o qual é mais seguro que um pen-drive ou então por uma empresa contratada que fará ao finalizar o expediente, evitando assim, um desgaste futuro caso os dados que estão nos computadores no consultório sofram algum dano. 4.4.1.3 Infra-estrutura Sobre a infra-estrutura necessária sugere-se: a) Hardware: um servidor de aplicação próprio ou um servidor de aplicação terceirizado (empresa de hospedagem). È necessária a conexão a internet e terminal de acesso (computador pessoal). Essas medidas são necessárias para que seja possível o acesso ao sistema de qualquer local e computador; b) Software: um servidor de aplicação, por exemplo Apache; e um sistema de banco de dados, como por exemplo o Mysql. c) Redes: É necessária a conexão com internet, podendo-se sugerir um navegador de suporte as principais tecnologias de uso atualmente, como por exemplo o Internet Explorer ou Firefox, não havendo pré-requisitos com relação ao sistema operacional, podendo ser Linux, Windows ou Mac. 4.5 Resultados Obtidos A pesquisa resultou na modelagem baseada nos diagramas de casos de uso, atividades, de classes, a partir do levantamento de requisitos realizado. 38 CONCLUSÃO Considerando o ambiente das organizações, onde mudanças ocorrem constantemente a partir da tecnologia cada vez mais avançada, as empresas têm buscado se adequar ao novo padrão tecnológico que torna-se fundamental. Nesse sentido, o papel (apesar de não ser dispensável) vai perdendo seu espaço e vai sendo substituído pelo armazenamento de dados e pela transmissão de informações por meio eletrônico. A possibilidade de compartilhamento de dados de uma consulta médica através de um sistema de informação em saúde e sua obtenção a partir de qualquer local de onde esteja, não somente do computador localizado no próprio consultório parecia há não muito tempo atrás uma utopia. Mas, com o avanço da tecnologia da informação em saúde e de estudos de pesquisadores do ramo isto tornou-se realidade muito próxima. Neste contexto, após o estudo realizado foi possível observar que o consultório médico utilizava procedimentos aquém as suas necessidades, considerando por exemplo que os profissionais de saúde, não poderiam verificar de forma independente os dados de qualquer lugar em que estivesse no momento em que houvesse a necessidade. Sugeriu-se, desta forma, um sistema de informação com características que vão de encontro às necessidades encontradas no consultório. Fazendo uso deste sistema, se efetivamente implementado, será possível perceber dentro de pouco tempo a melhora na qualidade dos serviços prestados, que será notada não só pelos profissionais que nela atuam, mas principalmente pelas pacientes. Verificou-se com isso como os sistemas de informação podem ser úteis em um consultório médico. A base de dados sugerida nesta pesquisa visa melhorar possibilita representar e armazenar os dados de forma mais segura e acessível, não necessitando buscando em papel. Através do sistema de buscas no programa será possível encontrar qualquer dado de uma paciente com maior agilidade se comparado ao formato anterior utilizado no consultório. Com base no estudo realizado, foi possível perceber a importância que um sistema de informação tem para uma empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, já que este proporciona quando bem construído: acesso rápido às 39 informações; garantia de integridade e veracidade da informação; garantia de estabilidade; garantia de segurança de acesso à informação; informações de boa qualidade que são essenciais para tomada de decisão. O sistema de informação sugerido, se implementado, proporcionará melhoria na realização de procedimentos proporcionando mais qualidade e agilidade no atendimento oferecido. Após a implantação será possível verificar a melhoria no relacionamento com as clientes, pois haverá o estreitamento da relação secretária/paciente e médica/paciente. Com o sistema, a médica e secretária poderão verificar outras necessidades que possam melhorar a rotina do consultório e facilitar o trabalho desenvolvido. É importante ressaltar ainda que o sistema sugerido atende aos aspectos éticos, considerando por exemplo o acesso restrito por meio de senha e login. Desta forma, é possível compreender que o consultório estará amparado tanto na área administrativa-financeira como na área clínica, pois o sistema proposto irá comportar as necessidades observadas e identificadas para ambas as áreas. 40 REFERÊNCIAS ALVES, Vorster Queiroga. O Desenvolvimento de Prontuário Eletrônico na Perspectiva de Médicos e Usuários: Um Estudo dos Hospitais da Cidade de Campina Grande – PB. João Pessoa: UFPB, 2007. ANDRIS, Deborah A. Semiologia: Bases para a Prática Assistencial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. BATISTA, Emerson de O. Sistemas de Informação: o uso consciente da tecnologia para o gerenciamento. São Paulo: Saraiva, 2004. CACIAN, Píndaro Secco. Proposta de um Sistema de Prontuário Eletrônico do Paciente. Curitiba: UTFPR, 2006. COSTA, Cláudio Giulliano Alves da. Desenvolvimento e Avaliação Tecnológica de um Sistema de Prontuário Eletrônico do Paciente, Baseado nos Paradigmas da World Wide Web e da Engenharia de Software. São Paulo: UNICAMP, 2001. GUEDES, Gilleanes T. A. UML: Uma Abordagem Prática. São Paulo: Novatec, 2008. LARMAN, Craig. Utilizando UML e Padrões: Uma Introdução à Análise e ao Projeto Orientados a Objetos. Porto Alegre: Bookman, 2000. LEÃO, Beatriz de Farias. Padrões para Representar a Informação em Saúde. Brasil: Datasus, 2003. MATTOS, Antonio Carlos M. Sistemas de Informação uma Visão Executiva. São Paulo: Saraiva, 2005. MINISTÉRIO DA SAÚDE. A Construção da Política Nacional de Informação e Informática em Saúde. Brasilia, 2003. PENDER, Tom. UML: a Bíblia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. SBIS. O que é Informática em Saúde? Sociedade Brasileira de Informática em Saúde. Disponível em: <http://www.sbis.org.br/>. Acesso em: 10 dez. 2009. SIEGEL. J. Making the Case: OMG's Model Driven Architecture. SD Times: 2002. Disponível em: <http://www.sdtimes.com/content/article.aspx?articleID=26807>. Acesso em: 07 jun. 2010. STAIR, Ralph M; et al. Princípios de Sistemas de Informação. Rio de Janeiro: LTC, 2002. WECHSLER, Rudolf; et al. A Informática no Consultório Médico. Sociedade Brasileira de Pediatria, 2003. 41 APÊNDICE A – Instrumento de Coleta de Dados Instrumento de pesquisa utilizado no estudo de caso realizado no Consultório Médico para atender os objetivos da pesquisa. 1- Histórico do consultório médico. 2- Localização do consultório. 3- Qual é o quadro de funcionários? 4- Como funcionam os atendimentos? 5- Em média quantos pacientes são atendidos por dia? 6- Os atendimentos são realizados por meio de convênio ou somente particulares? 7- Como são armazenados os dados da consulta realizada? 8- É de fácil acesso ao médico os dados do paciente que já consultou outras vezes? 9- Como é realizado o agendamento da consulta? 10- È feito um contato prévio com o paciente confirmando sua presença no dia da consulta? 11- Ao chegar no consultório, como o médico tem acesso às consultas agendadas para aquele dia? 12- É realizado algum exame no consultório? 42 13- Existe um sistema de informação no consultório? 14- Como são acompanhadas a entradas e saídas de recursos financeiros? 15- Por meio do sistema atual de trabalho no consultório, ao final de cada mês é possível apresentar um relatório de consultas realizadas por plano de saúde e consultas particulares, constando a data em que foram realizadas e os valores pagos pelos pacientes? 16- Para aonde são encaminhados os pacientes que precisarem de internação? 17- Para o consultório, qual é o grau de importância de um sistema de informação na realização das atividades no dia-a-dia?