V EPCC
Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar
23 a 26 de outubro de 2007
NOVAS TECNOLOGIAS E O AMBIENTE EMPRESARIAL
Andrea Kaliany da Costa Lima1; Hudson do Vale de Oliveira2
RESUMO: Na medida em que a sociedade evolui, novas necessidades vão surgindo. Com isso, a certeza
de mudanças está cada vez mais presente nas nossas vidas e nas organizações. Estas têm que
antecipasse a toda essa evolução, treinando seu pessoal e equipando-se. Porém, é necessário termos bem
claro que essa evolução veio em decorrência de todo um processo que hoje culmina em novas tecnologias
baseadas na informação. Tendo como alicerce essa realidade tão complexa e ao mesmo tempo fecunda,
pretende-se desenvolver um trabalho, que objetiva discutir, embora de forma sucinta, tendo em vista o
quanto o assunto é amplo, as novas tecnologias e suas interferências no ambiente empresarial. A pesquisa
é de caráter bibliográfico e para que esse objetivo possa ser alcançado, vários autores foram trabalhados e
os seus conceitos aglutinados de forma geral. Neste novo contexto, o poder é de quem tiver uma tecnologia
da informação. Pois, quanto mais informações a organização conseguir captar, mais poder para atuar no
mercado a mesma terá. A tecnologia passa a constituir uma ferramenta a serviço do homem colocando-o na
sua real posição, o de utilizador de mais um mecanismo a serviço do desenvolvimento do conhecimento
humano, saindo de uma atitude subserviente em que o computador assumia o papel de dominador.
Portanto, a tecnologia passa a ser vista como aquela que guarda, recupera, processa, divulga e propaga a
informação. Nesse sentido a informação se transforma em conhecimento e auxilia a administração, em
tempos de globalização, a se tornar um artigo de primeira necessidade.
PALAVRAS-CHAVE: Informação; Tecnologia Empresarial; Tecnologia da Informação.
1 INTRODUÇÃO
Para iniciar-se essa discussão contemporânea torna-se necessário trabalhar as
várias etapas ou, como diria Schumpeter, as sucessivas ondas, transformando o mercado
e suas organizações. A primeira dessas ondas teve seu início com a energia hidráulica, a
fabricação de produtos têxteis e ferro. Tendo em seguida a substituição pela energia a
vapor, a construção de estrada de ferro e o aço. A eletricidade, o motor a combustão e o
estudo da química marcam a terceira onda, mas, todos estes avanços vinham ocorrendo
de maneira gradativa, logo após temos o aparecimento da eletrônica, aeronáutica e
petroquímica, isso por volta de 1950 a 1990 tendo por fim a quarta onda, e início de uma
era de informação onde esta se torna cada vez mais valiosa constituindo-se na era dos
softwares, das redes digitais, e novas mídias, tendo como elemento central a internet.
Esta era provocou transformações rápidas, intensas e descontínuas. Essas
descontinuidades significam que as mudanças não são mais lineares ou seqüenciais e
não seguem uma nítida relação causal. Segundo Schumpeter, “A economia saudável é
aquela que rompe o equilíbrio por meio da inovação tecnológica” (CHIAVENATO;
2000:651). Sugeria também uma destruição criativa, que se baseava em destruir para
criar. Ou seja, nada de permanecer como estar, na visão de Schumpeter essas ondas
1
Docente do Curso de Administração. Departamento de Administração da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte – UERN. Mossoró/RN. [email protected]
2
Acadêmico do Curso de Administração. Departamento de Administração da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte – UERN. Mossoró/RN. [email protected]
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Maringá – Paraná – Brasil
estão encurtando fazendo com que a economia renove a si mesma para que um novo
ciclo comece.
Pode-se considerar como marco na era da informação o começo da década de 90
devido em especial ao desenvolvimento tecnológico (máquinas) e a tecnologia da
informação (software). Nessa nova era o capital financeiro cede o lugar para o capital
intelectual sendo este a nova riqueza. (CHIAVENATO, 2000).
A união do computador com a televisão e as telecomunicações ocupou espaços
nas organizações provocando assim grandes transformações. Como por exemplo, a idéia
de compressão de espaço (CHIAVENATO, 2000), que reflete uma realidade comum em
grandes centros como: São Paulo, Nova York, Tóquio, etc., onde grandes corporações já
desenvolvem suas atividades comerciais através da internet, reduzindo espaços físicos,
acabando com excesso de papéis, sendo substituídos por arquivos eletrônicos e
eliminando a necessidade de móveis, liberando assim, espaços para desenvolver outras
atividades. Como isso, a fábrica ficou enxuta, o que possibilitou o surgimento do que
chamamos de empresas virtuais, conectadas eletronicamente, não sendo necessário uma
grande estrutura física para sua atuação, isso ocasiona uma redução de despesas fixas
que se tornam desnecessárias. Um outro ponto que se pode identificar é a compressão
do tempo (CHIAVENATO, 2000), pois, a informação em tempo real e on line permite a
integração de vários processos, permitindo também, decisões mais precisas e corretas.
As comunicações tornam-se móveis, flexíveis, rápidas, diretas e em tempo real. Um
exemplo desta convergência de tempo reduzido no processo produtivo é o just -in-time. A
tecnologia da informação permite também a conectividade (CHIAVENATO, 2000), pois ela
possibilita que pessoas embora estando longe e separadas fisicamente possam trabalhar
unidas, através de instrumentos como microcomputadores portáteis, multimídias, que
tornam possível o desenvolvimento de teleconferências e telereuniões. Com isso,
reduzindo-se despesas com viagens para reuniões ou contatos pessoais.
2 MATERIAL E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico que segundo Vergara (2003, p.
48): “É o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros,
revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece
instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se
em si mesma”. Os conceitos e discussões de vários autores sobre o tema em questão
foram trabalhados e integrados de forma a alcançar o objetivo do trabalho.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com a crise do sistema fordista de produção nos países de capitalismo avançado,
a partir do início dos anos 1970, assiste-se a uma profunda reestruturação produtiva.
Essa reestruturação, impulsionada pela globalização da economia, reúne elementos de
racionalização técnica e organizacional. Aliadas à racionalização organizacional, que tem
provocado um enxugamento das estruturas empresariais fordistas, as novas tecnologias
têm transformado os processos de trabalho, impactando a qualificação profissional e o
emprego (CARVALHO, 1996).
As economias dos países mais desenvolvidos estão passando por profunda
reestruturação produtiva. Esta reestruturação produtiva em curso reúne elementos de
racionalização técnicas e organizacionais, provocadas em partes pela automação, ou
seja, a substituição do homem pela máquina. Porém, a automação é apenas um dos
aspectos da tecnologia. A tecnologia da informação baseada em computador não só
automatiza, mas também informatiza.
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Nos ambientes automatizados existe pouca incerteza em relação a treinamento,
pois, o foco está direcionado para a operação do terminal e memorização das regras para
controle do processo de fabricação. Entretanto, as organizações enfatizam os aspectos
informatizantes da tecnologia de informação avançada, esperando que os funcionários
usem a informação para gerarem insights sobre o negócio e inovações. A organização
assume um compromisso implícito com o desenvolvimento da habilidade intelectual de
sua força de trabalho.
Quando se reconhece a qualidade informatizante da tecnologia, a importância de
pessoas inteligentes se torna evidente. O treinamento tradicional, com seu foco em
objetivos e ações, não basta. No ambiente informatizado, o aprendizado interativo on-line
é essencial para que as pessoas possam extrair significado das informações geradas pela
tecnologia de computador.
A reestruturação produtiva traz elementos de racionalização organizacional, os
quais têm introduzido novas técnicas administrativas como: qualidade total, reengenharia,
benchmarking, etc. Estas possibilitam um aumento da flexibilidade empresarial,
possibilitando uma maior competitividade numa realidade de mercado mais agressiva
(CARVALHO; 1996).
As novas tecnologias provocam uma reestruturação constante, nas mais variadas
empresas que por sua vez exigem que o seu ambiente empresarial seja reciclado, pois,
só assim estarão sendo competitivos nesse mercado globalizado.
A Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Industriais
(ANPEI), em pesquisa realizada envolvendo 400 empresas instaladas no Brasil, revelou
que no ano de 1993, cada uma despendeu em média US$ 4 milhões em capacitação
tecnológica, sendo que US$ 3,1 milhões cobriam gastos de custeio, como: salários,
encargos sociais, materiais, etc. O restante US$ 900 mil foi aplicado em investimentos de
capital (construções de laboratórios, aquisições de equipamentos e instrumentos). Em
compensação, foram obtidas receitas da venda de tecnologia para terceiros da ordem de
US$ 950 mil. Teve também uma economia de custo na forma de incrementos de
eficiência e produtividade de US$ 1,5 milhão, o que se pode dizer que boa parte dos
dispêndios é reembolsável em curto prazo.
A revista Você S/A. em sua edição de maio de 2001, estabeleceu uma discussão
de grande relevância a cerca do mercado de tecnologia, fazendo um paralelo entre
empresas americanas e brasileiras. Jacomino em seu artigo intitulado: “Sinal aberto:
apesar da crise lá fora, o mercado de tecnologia continua precisando de mão-de-obra por
aqui”, nos diz que enquanto a economia americana e as empresas de tecnologias passam
por quedas da bolsa, devido aos recentes resultados decepcionantes lá fora, no Brasil
passamos por uma verdadeira reviravolta. Embora, tenham ocorrido falências de algumas
empresas ponto-com, e uma queda na demanda por equipamentos tecnológicos, as
empresas de capital de risco estão mais cautelosas, pois, não existe dinheiro sobrando no
mercado para internet. Mas, enquanto nos Estados Unidos às empresas estão ajustando
seus balanços para se reestruturar, no Brasil, têm-se duas alternativas. A primeira é uma
redução de custos e a segunda possibilidade é a de que, devido às poucas chances de
retomada do mercado americano, o Brasil surge como uma solução.
O que se pode perceber é que, embora o Brasil tenha demorado a se integrar a
essas inovações tecnológicas, ele passa hoje por um momento em que se torna alvo para
exploração desse mercado tendo em vista o grande número de consumidores e os
diversos setores industriais que faltam ser desenvolvidos.
4 CONCLUSÃO
A chamada revolução tecnológica que se inicia na década de 1990 provocou uma
readequação em vários setores da sociedade, principalmente no âmbito empresarial, visto
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que a sua sobrevivência depende basicamente da eficácia na produção e distribuição de
seus produtos. Esta eficácia está intimamente relacionada ao investimento em novas
tecnologias, que por sua vez interferem na organização provocando alterações em seu
ambiente empresarial.
Durante todo o trabalho pode-se observar um quadro de ampliação destes fatores
acima citados. As constantes mudanças técnicas e conceituais nos fazem concluir que o
futuro das organizações está atrelado à busca de meios para inovar, surpreender, e
superar o mercado, tendo em vista que a adaptação às mudanças e a introdução destas
nas organizações, hoje é considerado o primeiro para ser bem sucedido na
implementação dos mais variados negócios.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Neto de Moreira Antônio. Inovações tecnológicas no setor de
telecomunicações e o impacto sobre o trabalho. Rausp, São Paulo, v.31, n.2, p. 85-88,
abr/jun, 1996.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. 6. ed. Rio de
Janeiro: Campus, 2000.
JACOMINO, Dalen. Sinal aberto: apesar da crise lá fora, o mercado de tecnologia
continua precisando de mão-de-obra por aqui. Você s.a., São Paulo, v.35, p.14-15, mai.
2001.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 4ª
ed. São Paulo: Atlas, 2003.
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