# 31 – novembro 2013 Boca no trombone A proclamação da República A o proclamar a República, no dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca (foto), de 62 anos, estava com um ataque de dispneia. Foi tirado da cama no meio da noite, por amigos, para comandar o cerco ao Ministério. Foi sem espada, porque seu ventre estava muito dolorido. Montou o cavalo baio número 6, que lhe foi emprestado pelo alferes Barbosa Junior. Como homenagem, o animal não seria mais montado até sua morte, em 1906. Deodoro havia decidido apoiar os republicanos 4 dias antes. “Eu queria acompanhar o caixão do imperador, que está idoso e a quem respeito muito. Mas o velho já não regula bem. Portanto, já que não há outro remédio, leve a breca a Monarquia. Nada mais temos a esperar dela. Que venha, pois, a República”, disse. Quando passou pelo portão do Ministério da Guerra, no Campo de Santana, Deodoro acenou com o quepe e ordenou às tropas formadas: “Apresentar armas. Toquem o hino”. As tropas se perfilaram e ouviram-se os acordes do Hino Nacional. Estava proclamada a República. Não houve derramamento de sangue. O único que se feriu foi o Ministro da Marinha, José da Costa Azevedo, que reagiu a voz de prisão. D. Pedro II ficou sabendo da movimentação de tropas no Rio de Janeiro quando estava numa casa de banhos em Petrópolis, a poucas quadras do Palácio. Mesmo depois de proclamada a República, ninguém se dispôs a levar-lhe o telegrama com a notícia. No meio da noite, o major Sólon Ribeiro foi ao encontro do imperador, que precisou ser acordado. Na verdade, com medo de manifestações a favor da monarquia, os líderes do movimento pediam que D. Pedro II e sua família partissem naquela mesma madrugada. Dizem os relatos que a imperatriz Teresa Cristina chorou, que Isabel ficou muda e que o imperador apenas soltou um desabafo: “Estão todos loucos!”. Antes de viajar, no dia 17 de novembro, Pedro II escreveu uma mensagem para o povo brasileiro: “Cedendo ao império das circunstâncias, resolvo partir com toda a minha família para a Europa amanhã, deixando esta pátria de nós estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação durante quase meio século... Conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo votos por sua grandeza e prosperidade”. No momento de embarcar, o imperador recebeu um convite de seu sobrinho, D. Carlos, rei de Portugal, o qual punha à disposição dele um dos seus palácios em Lisboa. Pedro agradeceu, mas não aceitou a oferta. No dia 5 de dezembro de 1889, o navio “Alagoas” chegou a Lisboa. A viagem de D. Pedro II e sua família durou 18 dias. Apesar de ter sido recebido com honras ele preferiu se hospedar com a imperatriz Teresa Cristina num hotel na cidade do Porto. Depois de 23 dias, Teresa Cristina faleceu no quarto do hotel. Pedro II morreu em Paris, no 5 de dezembro de 1891, deitado num travesseiro que ele enchera com terra brasileira. JornalDaCasa é uma publicação de CasaDoBrasil | Editor: Leonardo Moreira Web: www.casadobrasil.com.uy | Twitter: @casadobrasiluy | Mail: [email protected] # 31 – novembro 2013 Mão na roda Mônica assopra 50 velinhas 19 anos, mudou-se para São Paulo e, durante cinco anos, trabalhou no Jornal Folha da Manhã (atual Folha de São Paulo) escrevendo reportagens policiais. Em 1959 criou seu primeiro personagem, o cãozinho Bidu. A partir daí vieram Cebolinha, Cascão, Mônica, e tantos outros. Em 1970 lançou a revista Mônica, com tiragem de 200 mil exemplares. Depois de passar pela Editora Abril e Editora Globo, assinou contrato com a multinacional italiana Panini. O autor já alcançou o extraordinário número de um bilhão de revistas publicadas e suas criações chegam a cerca de 30 países. Q uem vê aquela menina de dentes grandes, vestido vermelho e corpo rechonchudo mal pode acreditar que ela esteja completando 50 anos. A verdade é que Mônica continua em ótima forma, e seu criador, Mauricio de Sousa, não perde a oportunidade de comemorar. O ano de 2013 é marcado por diversos eventos e lançamentos relacionados à verdadeira “dona da lua”, como Cebolinha diz. Foi lançada uma grande exposição sobre a personagem, entrou no ar o novo site da Turma da Mônica, todo reformulado e com conteúdos inéditos, e estrearam o espetáculo “Mônica Mundi – Uma Volta ao Mundo com a Turma da Mônica” e a remontagem de “Mônica e Cebolinha no Mundo de Romeu e Julieta”, primeira peça da turma, apresentada em 1978. O canal Cartoon Network também homenageou a baixinha, ressurgiu a primeira boneca da personagem, lançada na década de 1960, chegou às lojas uma pelúcia amarela do Sansão, cor original da primeira versão do parceiro da dentuça, e até fez-se a “Mônica Parade”, uma intervenção urbana que espalhou por São Paulo 50 esculturas de 1,60 m. da altura feitas por 50 artistas sobre a aniversariante. Mauricio de Sousa iniciou sua carreira como ilustrador na região de Mogi das Cruzes, próximo de Santa Isabel, onde nasceu. Aos Mônica apareceu dando coelhadas pela primeira vez em uma tirinha da “Ilustrada”, na Folha de São Paulo de 3 de março de 1963. Mauricio baseou-se em sua filha homônima para criá-la, fato que se repetiu com outras personagens surgidas posteriormente. Seu papel original era como coadjuvante para Cebolinha, o protagonista original entre os primeiros personagens de Mauricio. Porém, seu público, como o próprio relata, "passou a coroa" para ela. Mauricio atribui parte do sucesso de Mônica ao fato de ela ser a primeira personagem feminina com papel de destaque dentre suas criações, que eram em maioria meninos. Mônica ganhou tanto espaço que acabou tendo sua própria revista em 1970, a primeira publicação infantil colorida em terras brasileiras. Enquanto sua filha brincava com as irmãs, Mauricio aproveitava para estudar o comportamento dela. Quando sua irmã mais velha, Mariângela, que por sua vez inspirou Maria Cebolinha, lhe cortou os cabelos, deixou diversos caminhos-de-rato em sua cabeça, usados pelo pai para conceber o cabelo em gomos da personagem, que lembram bananas. A garotinha esperta era gorducha, dentuça e de baixa estatura, características que também foram transferidas para sua criação de forma caricata e exagerada, assim como sua personalidade forte e briguenta. Mauricio # 31 – novembro 2013 ainda observou que a filha utilizava roupas de cor vermelha com frequência e tinha muito apreço por um coelho de pelúcia. Ele fez com que sua personagem também apresentasse tais traços. Mônica é uma menina de sete anos que vive no Bairro do Limoeiro, local fictício que serve de cenário para a maioria das histórias que protagoniza. Ela vive com sua mãe Luísa Fernandes, uma dona de casa, e seu pai Sousa, que trabalha em uma companhia de negócios e tem sua aparência baseada no Mauricio de Sousa real. Mônica tem um cachorro de estimação chamado Monicão, que divide diversas características físicas e comportamentais com sua dona. Monicão foi um presente de seus amigos Cebolinha e Cascão, numa tentativa frustrada de zombar da menina. De gênio forte, Mônica não tem paciência para os apelidos que recebe das outras crianças por causa de sua aparência física e costuma responder a tais ações com sua extrema força bruta, muito superior à de uma menina de sua idade e até mesmo à de um ser humano comum. Mônica aplica tais "correções" em seus colegas com suas próprias mãos ou através de Sansão, um coelho azul de pelúcia que é muito querido por Mônica. Sansão é frequentemente roubado pelos meninos do bairro, que dão nós em suas orelhas para irritar a "dona da rua", título que ostenta e que é almejado por Cebolinha. Apesar das provocações constantes que enfrenta, ela tem laços de amizade com a maioria das crianças do bairro, em especial com Magali, uma das poucas que não sofrem com o temperamento de Mônica. Normalmente geniosa, por vezes demonstra um comportamento mais dócil e feminino, e frequentemente se apaixona pelos meninos mais bonitos do bairro. Com o passar dos anos, os traços de Mauricio evoluíram, mas Mônica manteve os dentes incisivos protuberantes e sempre usa vestidos de cor vermelha. Nas histórias, os personagens constantemente a ofendem com insultos relacionados à sua baixa estatura e ao seu excesso de peso, apesar de não apresentar diferenças visíveis com os outros personagens no estilo atual de desenho das publicações. Ela se mostra mais controlada e romântica quando adolescente em Turma da Mônica Jovem, mas em alguns momentos ainda deixa seu lado violento aflorar. Ela também nutre uma paixão correspondida por Cebola, com quem tanto brigava na infância. Mônica é vista como uma das personagens mais importantes na história dos quadrinhos brasileiros em diversas mídias. Hoje, além dos quadrinhos, em que aparece como líder imbatível e dona absoluta da rua, Mônica é estrela de cinema, teatro, tem vários produtos que levam o seu nome, faz campanhas educativas e comerciais de televisão, além de ser embaixadora do Unicef (a única personagem de quadrinhos do mundo a ter essa honra), embaixadora do Turismo no Brasil e embaixadora da Cultura. Estrela mais versátil, impossível. # 31 – novembro 2013 Ao pé da letra Ai, que saudades da Amélia “ Ai Amélia! Aquilo sim é que era mulher! Lavava, engomava, cozinhava, apanhava e não reclamava.” Foi de tanto ouvir um amigo exaltar a tal de Amélia que o ator e compositor Mário Lago (1911-2002) resolveu transformá-la em samba. O amigo era o baterista e irmão da cantora Aracy de Almeida, o Almeidinha. Bastava que alguém viesse se queixar de alguma desventura amorosa que ele logo lembrava a Amélia. Ela não era nenhuma ex-mulher ou namorada do baterista, mas sim uma lavadeira, mãe de nove filhos e moradora do morro do Encantado, na zona norte do Rio de Janeiro, que trabalhava na casa de Aracy e cuja dedicação, altruísmo e subserviência encantavam o irmão da cantora. Com a letra de “Ai, que saudades da Amélia” em mãos, Mário pediu a outro amigo, o compositor Ataulfo Alves (1909- 1969), que fizesse a melodia. Ataulfo não só cumpriu a tarefa como, para mau humor de Mário, deu uma mexida na letra, tornando-a mais sintética. O resultado era altamente original: o samba se constrói por meio da lamentação do eu lírico masculino, que exalta as qualidades da mulher perdida –Amélia– em contraposição às da mulher atual. No início, contudo, ninguém queria gravar o samba. Orlando Silva recusou a canção, e o sambista Moreira da Silva deu o que parecia ser um veredicto: “Amélia não tem chances para o Carnaval! É bonita, mas parece uma marcha fúnebre!” Sem opção, o próprio Ataulfo assumiu o microfone e gravou a música em 1942, com a participação de Jacob do Bandolim e uma banda improvisada que levou o nome de Academia do Samba. Para promover a música, Mário e Ataulfo foram às rádios proclamar Amélia como “símbolo da mulher brasileira”. A promoção funcionou. Do samba desconhecido, “Amélia” virou uma das favoritas no concurso de melhor canção do Carnaval de 1942. Cantado por Ataulfo e As Pastoras, o samba dividiu o primeiro lugar com “Praça Onze”, de Herivelto Martins e Grande Otelo. Simples, com linguagem coloquial e estrutura de poesia popular, “Amélia” conseguiu – proeza de poucas músicas– se integrar à língua portuguesa. No Dicionário Aurélio, o verbete “amélia” designa “mulher que aceita toda sorte de privações e/ou vexames sem reclamar, por amor a seu homem”. Nunca vi fazer tanta exigência Nem fazer o que você me faz Você não sabe o que é consciência Nem vê que eu sou um pobre rapaz Você só pensa em luxo e riqueza Tudo o que você vê, você quer comprar Ai, meu Deus, que saudade da Amélia Aquilo sim é que era mulher Às vezes passava fome ao meu lado E achava bonito não ter o que comer Quando me via contrariado Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!" Amélia não tinha a menor vaidade Amélia é que era mulher de verdade Discos onde ouvir Jacob do Bandolim – Revive sambas para você cantar (1963) Mário Lago – Retrato (1978) Ataulfo Alves – Raízes do Samba (2000) Fundo de Quintal – Samba de todos os tempos (2008) # 31 – novembro 2013 O mundo é uma bola Cruzeiro é tricampeão brasileiro C om quatro rodadas de antecedência, a torcida do Cruzeiro soltou o grito de tricampeão. Os outros dois títulos brasileiros foram conquistados em 1966, quando a equipe de Tostão e Dirceu Lopes derrotou o Santos de Pelé na decisão com uma goleada por 6 a 2 no primeiro jogo, no Mineirão, e 3 a 2, no Pacaembu. Em 2003, o Cruzeiro conquistou o primeiro Brasileiro disputado em pontos corridos. Este ano, a equipe dirigida pelo técnico Marcelo Oliveira se sobressaiu desde o início da competição. Líder já na primeira rodada, graças à goleada por 5 a 0 sobre o Coritiba na estreia, o Cruzeiro nunca esteve abaixo do sétimo lugar, voltou à primeira colocação na nona rodada, se alternou na ponta com o Botafogo por algumas partidas, mas depois de voltar à liderança na 16ª rodada, não saiu mais, aumentando progressivamente a vantagem sobre os adversários. O Cruzeiro Esporte Clube nasceu através do esforço de desportistas da comunidade italiana em Belo Horizonte, com o nome de Societá Sportiva Palestra Itália, em 2 de janeiro de 1921. Dos anos iniciais, datam os primeiros ídolos e conquistas do Palestra, como o tricampeonato estadual de 1928, 1929 e 1930, com uma equipe que contava com os lendários Ninão, Nininho, Bengala e Piorra. Em 1942, com a entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial, um decreto de lei do governo federal proibiu o uso de termos que remetem à Itália em entidades, instituições e estabelecimentos no Brasil. Com isso, o Clube precisou ser renomeado e o nome escolhido foi Cruzeiro Esporte Clube, em homenagem ao símbolo maior da pátria brasileira. Assim como o nome, o uniforme também sofreu mudanças. Antes verde e vermelho, em homenagem à bandeira italiana, o Clube adotou o azul e branco, inspirado pela seleção da Itália. # 31 – novembro 2013 Nas décadas seguintes, o que se viu foi o crescimento de um gigante, especialmente após a inauguração do Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão, onde o Cruzeiro conquistou os principais títulos da história do futebol de Minas Gerais. Com craques como Tostão, Piazza, Dirceu Lopes, Raul, Zé Carlos, Palhinha, Joãozinho, Nelinho, o fenômeno Ronaldo, Sorín, Alex, Fábio e tantos outros, o time passou a ser um dos clubes brasileiros com maior número de conquistas internacionais. São dois títulos da Copa Libertadores (1976 e 1997), dois da Supercopa (1991 e 1992), um da Recopa (1999), um da Copa Ouro (1995) e um da Copa Master (1995). No âmbito nacional, o time azul ganhou três vezes o Campeonato Brasileiro (1966, 2003 e 2013) e, em quatro outras ocasiões, conquistou a Copa do Brasil (1993, 1996, 2000 e 2003). O Cruzeiro Esporte Clube conta com um amplo e moderno centro de treinamentos para cuidar dos craques do futuro: a Toca da Raposa I. Construída em um terreno de 60 mil metros quadrados, a Toca I se tornou o primeiro centro de treinamento projetado para concentração de uma equipe de futebol no Brasil, em 1973, com tanta qualidade, que foi utilizada para a preparação da Seleção Brasileira para as Copas do Mundo de 1982 e 1986. Além dos títulos, o Cruzeiro é reconhecido mundialmente pela sua excelente estrutura e como um dos principais reveladores de talentos para o futebol, como aconteceu em relação a Ronaldo, Maicon, Gomes, Luisão, Wendell, Jussiê, Beletti e muitos outros. Primeira mascote do Brasil a apoiar um clube dentro e fora dos campos, o Raposão (foto) se tornou o verdadeiro xodó da China Azul. Com a fama de “pata-quente”, já que fez sua estreia em 2003, ano que o Cruzeiro conquistou a Tríplice Coroa, o mascote acompanha o time em todas as partidas em Minas Gerais. Inaugurada em 2003, a Sede Administrativa Presidente Zezé Perrella está localizada em um grande, moderno e funcional prédio de 4,3 mil metros quadrados e oito andares. O Parque Esportivo do Barro Preto foi fundamental para o crescimento do Cruzeiro desde sua criação, na década de 1950, oferecendo aos sócios uma excelente oportunidade de diversão, além de também ser sede da escola de esportes para crianças e abrigar o centro de treinamentos da equipe profissional Sada Cruzeiro Vôlei. A Sede Campestre do Cruzeiro é um completo complexo de diversão para atender o associado cruzeirense, oferecendo piscinas, quadras de futebol, basquete, vôlei, peteca, ginásio esportivo, salão de jogos, cooper, saunas, quiosques com churrasqueiras, etc., além de abrigar importantes festas produzidas pelo Clube, como a tradicional “Una Notte in Itallia” e o “Churrascão do Cruzeiro”, um dos principais eventos de música e gastronomia de Minas Gerais. A Toca da Raposa II é o centro de treinamentos da equipe profissional do Cruzeiro. Considerada como uma das mais modernas estruturas de futebol de todo o mundo, a Toca II foi inaugurada em março de 2002 e conta com visitas diárias de cruzeirenses de todas as partes do país e demais apaixonados por futebol no mundo. Em setembro de 2009, a Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS), entidade alemã reconhecida pela FIFA, apontou o Cruzeiro como o Melhor Clube Brasileiro do Século XX. O instituto levou em consideração a performance dos clubes do mundo em competições organizadas pelas federações continentais e só confirmou o que já sabiam todos aqueles que acompanham de perto a bela trajetória do time cinco estrelas. # 31 – novembro 2013 De Oiapoque ao Chuí Santa Catarina lança novo mapa turístico U m novo mapa do turismo está sendo desenhado por todos os estados brasileiros e deve ser publicado até o fim do ano. Ele vai apontar não apenas destinos consagrados, como novos destinos que devem despontar nos próximos anos. Os números preliminares do novo mapa brasileiro mostram 3.357 cidades cadastradas e 302 regiões turísticas. O processo de reorganização dos municípios segue as diretrizes do Programa Nacional de Regionalização do Turismo e priorizam a gestão descentralizada, os investimentos em qualificação profissional e infraestrutura. “O mapa da regionalização orienta a atuação de políticas e investimentos do Ministério de Turismo (MTur) pelo país”, diz Vinicius Lummertz, secretário nacional de Políticas de Turismo. Lummertz lembra ainda que em Santa Catarina o turismo responde por 12,5% do PIB, um dos maiores entre os estados brasileiros. Assim que o novo mapa for concluído, o MTur classificará o nível de desenvolvimento (que varia de 1 a 4) de cada uma das regiões turísticas e definirá as necessidades de investimento de cada localidade. Alguns estados têm reduzido a quantidade de municípios para poder trabalhar melhor as suas regiões. Quando o novo mapa das regiões turísticas do Brasil estiver pronto, Santa Catarina terá 132 municípios agrupados em 10 regiões turísticas. Entre elas, a região do Caminhos da Fronteira, formada por cidades que fazem fronteira com a Argentina, desmembramento da região Grande Oeste. No mapa anterior de Santa Catarina, publicado há quatro anos, os 293 municípios catarinenses estavam distribuídos em nove regiões. Na nova região, Caminhos da Fronteira estão incluídos os municípios de Anchieta; Descanso, Dionísio Cerqueira; Guaraciaba; Itapiranga; Palma Sala; São João do Oeste; São José do Cedro e São Miguel do Oeste. Já o Grande Oeste, onde estavam incluídos 75 cidades, a prioridade agora é para cinco municípios, com: Águas de Chapecó; Chapecó; Palmitos; Quilombo e São Carlos. O secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina, Valdir Walendowsky, explica que a décima região criada “Caminhos da Fronteira” foi uma solicitação recomendada pelos municípios do Oeste, em função da geografia e distância, e que a alteração foi referendada pelo Conselho Estadual de Turismo. As 10 regiões turísticas de Santa Catarina são agora: Caminho dos Cânions, Caminho dos Príncipes; Caminhos da Fronteira, Costa # 31 – novembro 2013 Verde & Mar; Encantos do Sul; Grande Florianópolis; Grande Oeste; Serra Catarinense; Vale do Contestado e Vale Europeu. Além das regiões catarinenses já consagradas pelo turismo, como as praias do litoral, o estado apostas em roteiros diferenciados, como por exemplo, o Caminho dos Cânions, no extremo Sul de Santa Catarina, onde a natureza presenteia os turistas com uma paisagem magnífica dos cânions do Parque Nacional de Aparados da Serra, bem próximo à divisa com o Rio Grande do Sul. No roteiro dos cânions estão os municípios de Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Balneário Gaivotas, Jacinto Machado, Maracajá, Passo de Torres, Praia Grande, Sombrio e Timbé do Sul. As tradições cultivadas pelos descendentes dos imigrantes europeus são uma característica marcante do Caminho dos Príncipes. Maior polo industrial de Santa Catarina, a região harmoniza progresso econômico com desenvolvimento humano e conservação da natureza e do patrimônio histórico-cultural. A Serra do Mar e seu entorno –com Mata Atlântica, córregos e cachoeiras–, a floresta de araucárias no Planalto Norte e as charmosas paisagens rurais encantam os visitantes. Os municípios incluídos neste roteiro são: Araquari; Balneário Barra do Sul; Campo Alegre; Corupá; Garuva; Guaramirim; Itapoá; Jaraguá do Sul; Joinville; Massaranduba; Rio Negrinho; São Bento do Sul; São Francisco do Sul e Schröeder. Já a região da Costa Verde e Mar mostra um cenário bastante badalado do litoral catarinense, com praias de areais brancas, águas transparentes emolduradas por morros verdes e enseadas de águas calmas. Na região estão os municípios de Balneário Camboriú; Piçarras; Barra Velha; Bombinhas; Camboriú; Ilhota; Itajaí; Itapema; Luis Alves; Navegantes; Penha; Porto Belo e Tijucas. Nos Encantos do Sul, cidades históricas e vilas de pescadores dividem a paisagem de belas praias, lagoas, baías e enseadas protegidas, onde as baleias-francas buscam refúgio. Em direção ao interior, chega-se a cidades fundadas por imigrantes italianos e alemães. A região reúne os municípios de: Balneário Rincão, Capivari de Baixo, Criciúma, Garopava, Gravatal, Imbituba, Jaguaruna e Laguna, entre outros. A qualidade de vida é a principal característica da região da Grande Florianópolis, que alia o desenvolvimento urbano à preservação do meio ambiente. São 13 cidades –Florianópolis; São José, Palhoça, Biguaçu, Governador Celso Ramos, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, Rancho Queimado, São Pedro de Alcântara, Angelina, Anitápolis, São Bonifácio e Antônio Carlos– que têm em comum a natureza exuberante. Na Serra Catarinense são registradas as temperaturas mais baixas do país durante o inverno. A cidade de São Joaquim, por exemplo, considerada “a mais fria do Brasil” é uma das promessas turísticas de inverno, recebendo turistas curiosos por ver as precipitações de neve que ocorrem. No roteiro da serra se encontra ainda cidades como Urubici, Bom Jardim da Serra, Bocaina do Sul, Bom Retiro, Painel, Rio Rufino, São José do Cerrito e Urupema. No Vale do Contestado estão englobadas 25 cidades com destaque para as cidades Caçador; Barra Velha, Porto União; Mafra; Treze Tílias; Videira; Curitibanos; Concórdia; e Fraiburgo, entre outras. Por último, no Vale Europeu estão algumas das cidades colonizadas por imigrantes, principalmente por alemães e italianos. Os descendentes preservam os costumes dos antepassados na culinária, na arquitetura, no folclore, nas danças e nas festas. A natureza privilegiada da região propicia inúmeras alternativas de ecoturismo e turismo de aventura. O Vale Europeu reúne as cidades de Ascurra; Benedito Novo; Blumenau; Botuverá; Brusque; Doutor Pedrinho; Gaspar; Ibirama; Indaial; Lontras; Nova Trento; Pomerode; Rio do Sul; Rio dos Cedros; Rodeio; Timbó e Victor Meirelles.